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DOSSIER

ECOEFICIÊNCIAartigo técnico

entrevistas

produtos

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Análise dos Impactos Ambientais no Transporte do Gesso Pernambucano

RESUMO

O presente artigo faz a análise dos impactosambientais no transporte do gesso pernambuca-no até o mercado comum europeu, apresentandodois cenários: o cenário I representa o transporteatualmente utilizado, meios rodo-hidroviário;enquanto o cenário II proposto é a combinaçãodos meios ferro-hidroviário.

Para a análise dos dois cenários utilizou-se índi-ces de destruição ambiental pela emissão depoluentes atmosféricos através do modelo desen-volvido pela Iqbal & Hasegawa.

Pelos resultados obtidos com a aplicação domodelo nos cenários I e II, concluiu-se que ocenário II tem menos impacto que o cenário I,sendo a melhor alternativa logística e garantindoa sustentabilidade ambiental do sistema.

Palavras-chave: Impactos ambientais, gesso,meios de transporte, sustentabilidade, construçãocivil.

Ecoeficiência

Elisabeth Maria Ferreira Severo ([email protected]), Arnaldo Cardim Carvalho Filho. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco.

1 - INTRODUÇÃO

O Brasil é um país com dimensões continentais, e com reservas naturais abundan-tes de qualidade, de entre as quais se destaca a gipsite, de onde deriva o gesso.O Araripe pernambucano possui uma gipsite com alto teor de pureza, e a sua extra-ção a nível nacional é mais viável economicamente.

As reservas de gipsite de Pernambuco estão localizadas nos municípios deAraripina, Bodocó, Ipubi, Ouricuri e Trindade, conforme figura 1, sendo estes res-ponsáveis por 90% da produção nacional de gipsite e 81% da produção de gesso(LYRA SOBRINHO et al., 2006).

FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO

DO PÓLO DO ARARIPE

Fonte: ENGENHAR (2010)

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A cadeia produtiva do gesso pernambucano é a principal ativida-

de económica da região, sendo responsável por cerca de 13,2

mil empregos diretos e 66 mil empregos indiretos (SINDUSGES-

SO, 2009).

O gesso pode ser aplicado na agricultura, na odontologia, na

ortopedia, nas indústrias de porcelanas, na metalurgia, nos plás-

ticos, nos produtos cerâmicos, no cimento e principalmente na

construção.

Na construção, o gesso é utilizado em revestimento de paredes

e tetos, em blocos ou placas para paredes divisórias, pré-molda-

dos, isolamento térmico e acústico, como enchimento de portas

corta-fogo e como cola para rejunte de pré-moldados de gesso

(ROCHA, 2007).

O gesso é um material versátil, de rápida aplicação, um excelente

isolante térmico e acústico, hidro-ativo, leve, estável, com preci-

são dimensional de qualidade e com baixo custo (SEBRAE/NA,

2010).

A indústria de gesso brasileira encontra-se em expansão interna-

cional, mas, para que a sua sustentabilidade seja assegurada, é

necessário uma análise dos impactos ambientais produzidos no

transporte, com a finalidade de propor um novo cenário para a

melhoria do sistema (SEVERO, 2011).

2 - TRANSPORTES DE CARGAS

O transporte de cargas é essencial para que os produtos che-

guem aos consumidores, sendo um serviço horizontalizado que

viabiliza os outros sectores e afeta diretamente a qualidade de

vida, a segurança e o desenvolvimento económico, isto é, sem

um sistema de transportes eficiente um país torna-se menos

competitivo.

Os principais fatores que influenciam a escolha de um determina-

do meio são as características da carga (peso, volume, formato,

dimensão, periculosidade, valor agregado, cuidados especiais,

refrigeração, etc.), pontos de embarque, custos, urgência de

entrega, possibilidade e necessidade do uso de mais de um meio

(exigências legais, disponibilidade, frequência, etc.).

Conforme pode ser observado na Figura 2, no Brasil há uma

sobrecarga do meio rodoviário devido aos baixos preços de frete,

ocasionando ineficiência e uso inadequado dos outros meios.

Existem 5 tipos básicos de transportes de carga: rodoviário, ferro-

viário, hidroviário, dutoviário e aéreo.

Na comparação dos principais meios apresentados na Tabela 1,

elaborada por Nazário (2000), foram destacadas cinco caracterís-

ticas para classificar o melhor transporte: velocidade, disponibilida-

de, confiabilidade, capacidade e frequência. No comparativo a

pontuação menor implica na excelência da característica do meio,

resultando numa performance melhor para o meio rodoviário.

TABELA 1 - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS DOS MEIOS

Fonte: ANTT (2006)

Fonte: Nazário (2000)

FIGURA 2 - MATRIZ DE TRANSPORTE DE CARGAS BRASILEIRA - 2006

Característicasoperacionais

Ferroviário Rodoviário Aquaviário Dutoviário Aéreo

Velocidade

Disponibilidade

Confiabilidade

Capacidade

Frequência

Resultado

3

2

3

2

4

14

2

1

2

3

2

10

4

4

4

1

5

18

5

5

1

5

1

17

1

3

5

4

3

16

Se na Tabela 1 fossem considerados o consumo de energia e os

impactos ambientais no transporte de carga, conforme preconizam

D’Agosto (2004), Pereira (2008) e Curi (2009), o resultado seria

diferente: “Ferroviário= 18; Aquáviario= 20; Dutoviário= 20;

Rodoviário= 26 e Aeroviário= 36”, ou seja, o meio ferroviário apre-

sentaria o melhor resultado, seguido do hidroviário e do dutoviário.

Por outro lado, embora os estudos mostrem que os meios ferroviá-

rio e hidroviário são os melhores para as grandes cargas e longas

distâncias, Albano (2002) e a Agência Nacional de Transportes

Terrestres - ANTT (2006) em estudos mostra que no Brasil e nos

países em desenvolvimento ainda há uma predominância do meio

rodoviário.

O meio rodoviário é indicado para distâncias de até 500 km, o fer-

roviário entre 500 a 1200 km, e o hidroviário para distâncias acima

de 1200 km (CAIXETA FILHO et al, 2001).

3 - IMPACTOS AMBIENTAIS

O impacto ambiental é provocado pelo desequilíbrio ecológico,

podendo ser resultado de acidentes naturais (vulcão, terramotos,

raios, etc.) ou antrópicos sobre o meio ambiente.

Os antrópicos são produzidos pela ação dos seres humanos nos

seus processos produtivos, que trazem uma série de impactos

ambientais que podem ter efeito local, regional e global. Também é

fato que um impacto local possa ter consequências regionais e glo-

bais, como por exemplo: a devastação de florestas tropicais por

queimadas para a introdução de pastagens, que poderá resultar

num desequilíbrio do ecossistema natural, e consequentemente

extinguir espécies da fauna e flora, empobrecer o solo, trazer o

assoreamento dos rios, diminuir o índice pluviométrico, aumentar a

emissão de gases tóxicos na atmosfera, principalmente o gás car-

bônico, agravando o “efeito estufa”.

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Ecoeficiência

Sendo o impacto ambiental a alteração no meio e nos seuscomponentes por determinada ação ou atividade, é necessárioa qualificação e quantificação dessas alterações para que sepossa avaliar e prevenir os impactos ambientais.

A poluição atmosférica é originada da geração de energia e doscombustíveis que são utilizados principalmente nas indústrias enos transportes conforme Tabela 2.

TABELA 2 - PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA POR ATIVIDADE

AQUECIMENTO GLOBAL

O efeito estufa é causado pela acumulação de vários gases natroposfera. Quando atividades económicas provocam emissõesde GEE em excesso, potenciam o efeito estufa, dificultando asaída das radiações infravermelhas, ocasionando o aquecimen-to global. Com o aumento da temperatura da superfície globalalgumas regiões poderão sentir os efeitos negativos, tais como:variações na produção agrícola, extinção de plantas e animais,mudanças nos padrões das enchentes e secas, redução daoferta de água potável, aumento do nível do mar, inundaçãodas áreas costeiras e proliferação de várias doenças infeciosas(BARTHOLOMEU, 2006).

CHUVA ÁCIDA

Formada pela reação da água com os poluentes atmosféricos,gerando o ácido nítrico e o ácido sulfúrico, provocando danosnas plantas, solo, marinhos e terrestres causando descontrolede ecossistemas com o extermínio de animais e vegetais.

EUTROFIZAÇÃO

É quando há um aumento da quantidade de nutrientes e maté-ria orgânica num sistema aquático, resultando na diminuição domesmo. Fenómeno resultante da deposição em excesso depoluentes atmosféricos que contém o azoto como o óxido denitrogénio e o gás amoníaco, resultando em grande proliferaçãode algas verdes e cianobactérias que, dependendo do volume,podem ser nocivas ao ambiente e à população.

POLUIÇÃO DO AR

Para a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental -CETESB (2007), os poluentes podem ser primários e secundá-rios. Os primários são emitidos diretamente pelas fontes deemissão, principalmente resultantes da indústria e do transpor-te. Os secundários são os formados na atmosfera pela reaçãoquímica entre poluentes primários e os elementos naturais naatmosfera. Os principais poluentes atmosféricos são os mate-riais particulados, os dióxidos de enxofre e de nitrogénio, omonóxido de carbono e o ozónio (CETESB, 2007).

4 - SUSTENTABILIDADE

De acordo com Brun dtland(1987) “desenvolvimento sus-tentável é aquele que atendeàs necessidades presentessem comprometer a possibili-dade de as gerações futurasatenderem às suas própriasnecessidades”.

O Triple Bottom Line apresentado na Figura 5, foi definido porElkington (1994) como os 3Ps (People, Planet and Profit) queem português é o Tripé Sustentável com a sigla PPL (Pessoas,Planeta e Lucro). Cada um desses aspectos pode ser aplicadotanto de maneira macro (planeta, continente ou país) como demaneira micro (casa, pequeno comércio, etc.).

Atividade Principais fontes de energia

Indústrias em geral

Meio Rodoviário

Meio Ferroviário

Meio Hidroviário

Meio Aéreo

Eletricidade, Fontes de Carbono

Humana, Animal, Fontes de Carbono

Eletricidade, Fontes de Carbono

Fontes de Carbono

Fontes de Carbono

Fonte: Ribeiro (2001)

As fontes de carbono provêm da madeira, lenha, biomassa(álcoois, bio-gás, bio-diesel) e dos combustíveis fósseis (petró-leo, carvão, gás natural, xisto).

O consumo excessivo de petróleo e seus derivados contribuempara o esgotamento do combustível fóssil e emissões depoluentes apresentados nas figuras 3 e 4.

A combustão do carbono e dos combustíveis fósseis dasmáquinas e dos meios produz CO2 + Energia térmica + MaterialParticulado (MP), que geram os impactos ambientais: aqueci-mento local e global, chuva ácida, eutrofização e poluição do ar.

FIGURA 3 - EMISSÃO DE CO2 FIGURA 4 - EMISSÕES DE NOX

FIG. 5 - TRIPLE BOTTOM LINE

Fonte: DOT / Maritime Administration e TCL apud ANTAQ (2008)

IMPACTOS AMBIENTAIS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS:AQUECIMENTO LOCAL

Também denominado de ilhas de calor, é um fenómeno climáti-co que em geral ocorre em cidades com elevado grau de urba-nização, pouca densidade de verde (plantas e árvores) e o altoíndice de poluição atmosférica, que elevam a temperatura, pro-piciando e intensificando o aquecimento global.

Fonte: Stephan (2010)

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Esgotamento de Combustível

Aquecimento

Aquecimento Global

Categoria deImpacto

Energia Consumida

Radiação Solar

CO2

Substância ouComponente

NOX

SOXChuva Ácida

NOXEutrofização

MP

SOX

Poluição do Ar

1

1

1

Fator deCaracterização

0,7

1

1

1

0,13

MJ

MJ

Kg

Unidade

Kg

Kg

Kg

Kg

Kg

Energia Consumida

Emissão de CO2

Emissão de NOX

Emissão de SOX

Emissão de MP

Componente ou Substância

MJ/ton-km

kg/ton-km

kg/ton-km

kg/ton-km

kg/ton-km

Unidade Meio

Rodoviário(1)

2,880

0,228

4,10E-03

3,43E-04

9,39E-05

Hidroviário(1)

0,499

0,0395

7,11E-04

5,95E-05

1,63E-05

Ferroviário(2)

1,267

0,1003

1,81E-03

1,51E-04

4,14E-05

/ 31

5 - MÉTODO

Foi utilizado o modelo desenvolvido por Iqbal &Hasegawa (2001) que faz o comparativo para os meiosrodoviário (camião) e hidroviário (navios), obtidos a par-tir de um banco de dados denominado Eco-Indicador95, que tem como base a avaliação do ciclo de vida doimpacto ambiental (ACVIA) dos componentes e subs-tâncias consumidos e libertados, obtidos através deinformações fornecidas por pesquisadores e profissio-nais da área naval e ambiental do Japão, Bangladesh,Paquistão, Indonésia, Nepal, Austrália e Canadá, trata-das pelo uso da metodologia AHP (Analytic HierarchyProcess). Como o modelo de Iqbal & Hasegawa (2001)não continha as informações referentes ao meio ferro-viário (comboios), a tabela de componentes e substân-cias foi adaptada de dados obtidos da Agência Nacionalde Transportes Ferroviários - ANTF (2011).

Os parâmetros enumerados pelo modelo para a avalia-ção estão divididos em seis categorias: esgotamento decombustível fóssil, aquecimento local, aquecimento glo-bal, chuva ácida, eutrofização e poluição do ar. O modeloadota duas fórmulas e três quadros, que juntos permitema avaliação dos impactos do transporte no meio ambien-te.

A primeira fórmula, a seguir apresentada, tem por objeti-vo calcular o potencial de contribuição de impacto geradopor um determinado contexto de transporte.

ONDE:

EPj = Soma do potencial de contribuição do impacto dacategoria jQi = Emissão do componente i; eEFj = Fator de caracterização do componente i em rela-ção à categoria de impacto j.

A segunda fórmula calcula o índice de destruiçãoambiental entre dois cenários conforme se observa

ONDE:

IE = Índices de destruição ambiental para as categorias deimpacto; eWi = Fator de peso para o impacto ambiental na categoria j

No Quadro 1 apresentam-se os componentes e substân-cias libertados durante o transporte para os três meios dereferência ao presente comparativo, ou seja, o rodoviá-rio, o hidroviário e o ferroviário.

No Quadro 2 utilizou-se os fatores de caracterização na primeira fór-mula do modelo que implicará na potencialização ou mitigação dosefeitos das emissões, em razão do produto das emissões pelo respe-tivo peso ou fator de caracterização.

O Quadro 3 do modelo apresenta índices por categoria de impacto querepresentam o percentual de importância de cada impacto ambiental.

QUADRO 3 - COMPONENTES DO FATOR DE PESO PARA AS CATEGORIAS DE IMPACTO

Estes índices foram obtidos através de informações fornecidas porpesquisadores e profissionais da área naval e ambiental do Japão,Bangladesh, Paquistão, Indonésia, Nepal, Austrália e Canadá, trata-das através do uso da metodologia AHP (Analytic HierarchyProcess).

QUADRO 1 - COMPONENTES E SUBSTÂNCIAS LIBERTADOS DURANTE O TRANSPORTE

Fonte: adaptado de Iqbal & Hasegawa1 (2001) e ANTF2 (2011)

QUADRO 2 - FATOR DE CARACTERIZAÇÃO PARA AS CATEGORIAS DE IMPACTO

Fonte: adaptado de Iqbal & Hasegawa (2001).

Categoria de Impacto Fator de Peso

Esgotamento de Combustível Fóssil

Aquecimento Global

Aquecimento Local

Chuva Ácida

Eutrofização

Poluição do Ar

0,143

0,271

0,105

0,165

0,096

0,220

Fonte: Iqbal & Hasegawa (2001).

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Ecoeficiência

6 - ESTUDO DE CASO

Para a análise dos impactos ambientais dos meios utilizados notransporte do gesso pernambucano foi feita uma quantificaçãoe comparação dos índices de destruição ambiental no CenárioI (atual) e Cenário II (proposto) utilizando-se os modelos desen-volvidos nos trabalhos de Iqbal & Hasegawa (2001).

DEFINIÇÕES DOS CENÁRIOS:

Cenário I - Transporte do Pólo Gesseiro para o MercadoEuropeu - Situação Atual

Quanto às distâncias foram consideradas as seguintes:

QUADRO 5 - DISTÂNCIAS ENTRE PONTOS DOS TRAJETOS

FIG. 6 - FLUXOGRAMA DO TRANSPORTE DO CENÁRIO I - SITUAÇÃO ATUAL

Cenário II - Transporte do Pólo Gesseiro para o MercadoEuropeu - Situação Proposta

Este cenário é caracterizado pela substituição do meio rodoviá-rio para o ferroviário, conforme se observa na figura 6 e 7.

FIGURA 7 - FLUXOGRAMA DO TRANSPORTE DO CENÁRIO II - SITUAÇÃO PROPOSTA

7 - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Para a avaliação dos impactos ambientais nos cenários I e II, foinecessário a inclusão do meio ferroviário não previsto no pri-meiro quadro de referência “Componentes e substâncias liber-tados durante o transporte”, do modelo de avaliação elaboradopor Iqbal & Hasegawa (2001). Para se dar início aos cálculos, éimprescindível que sejam definidas as informações básicas dotransporte tais como: “carga”, “distância” e “tipo e capacidadedo meio a ser utilizado”.

O Pólo Gesseiro de Pernambuco exporta mensalmente 3.022toneladas de gesso e derivados. A capacidade de carga decada meio, apresentada no Quadro 4, varia em função do tipodo equipamento, mesmo dentro de uma mesma categoria.Desse modo, para fins de referência, este estudo considerou asseguintes capacidades de carga:

QUADRO 4 - CAPACIDADE DE CARGA DOS MEIOS

A partir dos dados obtidos montou-se o Quadro 6 onde se obtém oconsumo de combustível por cenário.

QUADRO 6 - CONSUMO DE COMBUSTÍVEL POR CENÁRIO

a) Cálculo dos Potenciais de Impactos por Cenárioa.1) Cenário I

QUADRO 7 - POTENCIAL DE IMPACTO CENÁRIO I - PARTE 1: MEIO RODOVIÁRIO

QUADRO 8 - POTENCIAL DE IMPACTO CENÁRIO I - PARTE 2: MEIO HIDROVIÁRIO

Meio / Equipamento Capacidade de Carga

Rodoviário (Camião)

Hidroviário (Navio ou similar)

Ferroviário (Comboio)

25 toneladas

5.400 toneladas

10.000 toneladas

Origem Destino

Pólo Gesseiro de PE

Porto do Suape-PE

Pólo Gesseiro de PE

Porto de Suape-PE

Portos da Europa

Porto de Suape-PE

Meio

Rodoviário

Hidroviário

Ferroviário

Distância

800 km

8.000 km

800 km

1

Cenário

Rodoviário

Hidroviário

Modo

800

8000

Distância (Km)

3.022

3.022

Carga a serTransportada(toneladas)

25

5.400

Capacidade deCarga do Meio(toneladas)

121

1

Nº de Viagens

0,40

16,95

Consumo (em litros)por km

38.720

135.600

Consumo (litros)

Total do Cenário 1 174.320

2 Ferroviário

Hidroviário

800

8000

3.022

3.022

10.000

5.400

1

1

0,12

16,95

96

135.600

Total do Cenário 2 135.696

Esgotamento deCombustívelFóssil

Impacto

EnergiaConsumida(MJ)

Componente

57.542,88

Qi

1

EF

57.542,88

EP (p/componente)

57.542,88

EP (p/viagem)

121

Nº Viagens

6.962.688,48

EP para oTrecho

AquecimentoGlobal

Chuva Ácida

Eutrofização

Poluição do Ar

CO2 (kg) 4.555,48 1 4.555,48 4.555,48 121 551.213,08

NOX (kg)

SOX (kg)

81,92

6,85

0,7

1

57,34

6,8564,19 121 7.766,99

NOX (kg) 81,92 0,13 10,65 10,65 121 1.288,65

MP (kg)

SOX (kg)

1,88

6,85

1

1

1,88

6,858,73 121 1.056,33

Esgotamento de CombustívelFóssil

Impacto

EnergiaConsumida(MJ)

Componente

12.063.824,00

Qi

1

EF

12.063.8-24,00

EP (p/componente)

12.063.8-24,00

EP (p/viagem)

1

Nº Viagens

12.063.824,00

EP para oTrecho

AquecimentoGlobal

Chuva Ácida

Eutrofização

Poluição do Ar

CO2 (kg) 954.952,00 1 954.952,00 954.952,00 1 954.952,00

NOX (kg)

SOX (kg)

17.189,14

1.438,47

0,7

1

12.032,40

1.438,4713.470,87 1 13.470,87

NOX (kg) 17.189,14 0,13 2.234,59 2.234,59 1 2.234,59

MP (kg)

SOX (kg)

394,07

1.438,47

1

1

394,07

1.438,471.832,54 1 1.832,54

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Esgotamento de Combustível Fóssil Energia Consumida (MJ) 19.026.512,48

Aquecimento Global

Chuva Ácida

Eutrofização

Poluição do Ar

CO2 (kg) 1.506.165,08

NOX (kg)

SOX (kg)21.237,86

NOX (kg) 3.523,24

MP (kg)

SOX (kg)2.888,87

QUADRO 9 - POTENCIAL DE IMPACTO CENÁRIO I

a.2) Cenário IIQUADRO 10 - POTENCIAL DE IMPACTO CENÁRIO II - TRECHO 1: MEIO FERROVIÁRIO

QUADRO 11 - POTENCIAL DE IMPACTO CENÁRIO II - TRECHO 2: MEIO HIDROVIÁRIO

Impacto Componente EP Total

Esgotamento de CombustívelFóssil

Impacto

EnergiaConsumida

Componente

2.412.764,80

Qi

1

EF

2.412.764,80

EP (p/componente)

2.412.764,80

EP (p/viagem)

1

Nº Viagens

2.412.764,80

EP para oTrecho

AquecimentoGlobal

Chuva Ácida

Eutrofização

Poluição do Ar

CO2 162.462,72 1 162.462,72 162.462,72 1 162.462,72

NOX

SOX

563,30

365,06

0,7

1

394,31

365,06759,37 1 759,37

NOX 563,30 0,13 73,23 73,23 1 73,23

MP

SOX

100,09

365,06

1

1

100,09

365,06465,15 1 465,15

Esgotamento de CombustívelFóssil

Impacto

EnergiaConsumida(MJ)

Componente

2.063.824,00

Qi

1

EF

12.063.824,00

EP (p/componente)

12.063.824,00

EP (p/viagem)

1

Nº Viagens

12.063.824,00

EP para oTrecho

AquecimentoGlobal

Chuva Ácida

Eutrofização

Poluição do Ar

CO2 (kg) 954.952,00 1 954.952,00 954.952,00 1 954.952,00

NOX (kg)

SOX (kg)

17.189,14

1.438,47

0,7

1

12.032,40

1.438,4713.470,87 1 13.470,87

NOX (kg) 17.189,14 0,13 2.234,59 2.234,59 1 2.234,59

MP (kg)

SOX (kg)

394,07

1.438,47

1

1

394,07

1.438,471.832,54 1 1.832,54

/ 33

QUADRO 12 - POTENCIAL DE IMPACTO CENÁRIO II

b) Cálculo dos Índices de Destruição Ambiental

QUADRO 13 - CÁLCULO DO ÍNDICE DE DESTRUIÇÃO AMBIENTAL ENTRE

OS CENÁRIOS I E II

8 - CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos da aplicação do modeloadotado nos cenários I e II, verificou-se que o cenário I é 1,22vezes mais destrutivo e poluidor que o cenário II.

Quanto ao transporte do gesso para a Comunidade Europeia,observou-se que o cenário proposto (Cenário II) é a alternativade menor impacto ambiental, já que o cenário I (atual) é maisdestrutivo. A diminuição dos impactos ambientais decorre dasubstituição do meio rodoviário para o ferroviário, adotadoentre o Pólo Gesseiro pernambucano e o porto de Suape, pró-ximo à capital Recife.

Cabe ressaltar que a significativa redução do impacto ambien-tal observado no cenário II proposto, decorre da substituiçãodo meio rodoviário pelo ferroviário no trajeto com extensãosuperior a 500 km.

Desse modo, observa-se que, com a aplicação do modelo deavaliação do ciclo de vida de Iqbal e Hasegawa (2001) é pos-sível estudar as possíveis alternativas de meios para se terparâmetros técnicos e alternativas que permitam definir qual amelhor solução ambiental a ser adotada.

Esgotamento deCombustível Fóssil

Impacto

EnergiaConsumida

Componente

14.476.588,80

EP Total

AquecimentoGlobal

Chuva Ácida

Eutrofização

CO2 1.117.414,72

NOX

SOX 14.230,82

NOX 2.297,69

MP

SOX 2.297,82Poluição do Ar

Esgotamento deCombustível Fóssil

Impacto

19.026.512,48

EP(5)

14.476.588,80

(EP6)

AquecimentoGlobal

Chuva Ácida

Eutrofização

1.506.165,08 1.117.414,72

21.238,86 14.230,24

3.523,24 2.307,82

2.888,87 2.297,69 Poluição do Ar

1,31

EP(1)/EP(3)

1,35

1,49

1,53

1,26

0,143

WJ

0,271

0,165

0,096

0,220

0,1873

IEJ

0,3659

0,2459

0,1469

0,2772

IF 1,2232

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Ecoeficiência

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Entrevista

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Indesit CompanyManuel Júnior, Marketing Manager

Fundada em 1975, a Indesit Company(IC) é hoje um dos maiores grupos deeletrodomésticos de toda a Europa,tendo como principais marcas a Indesit, aHotpoint e a Scholtès.

O sucesso que tem tido ao longo dosanos deve-se sobretudo a valores tãoimportantes como a inovação, respeitopelo ambiente, ambição de liderança,responsabilidade face aos seus váriospúblicos, vanguarda e genuinidade.

O diretor de Marketing, Manuel Júnior,em entrevista à revista “Materiais deConstrução” conta-nos um pouco da his-tória da empresa e fala-nos sobre os pro-dutos que comercializam, das políticasambientais que são seguidas, do desen-volvimento sustentável, da atual situaçãodo mercado da construção e dos projetosfuturos, entre outros temas.

COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUAL TEM SIDO O PERCURSO AO LONGO DA SUA EXIS-TÊNCIA?

A Indesit Company (IC) é um dos maiores fabricantes e distribuidores, de grandeseletrodomésticos, na Europa - máquinas de lavar roupa, máquinas de lavar esecar, máquina de lavar louça, frigoríficos, congeladores, fogões, exaustores, for-nos e placas. É a líder indiscutível em grandes mercados como a Itália, o ReinoUnido e a Rússia. Foi fundada em 1975 e tem neste momento 16 fábricas emItália, Polónia, Reino Unido Rússia e Turquia e emprega 16 mil funcionários. Asprincipais marcas do Grupo são Indesit, Hotpoint e Scholtès.

A Indesit Company tem origem em Fabriano, onde se encontra localizada a suasede, centro de inovação e duas unidades fabris de produção. A internacionaliza-ção e unificação dos mercados europeus não anularam a identidade italiana dacompanhia, sempre leal aos valores que a tornaram n.º 2 na Europa em produtosde linha branca: inovação, respeito pelo ambiente, ambição de liderança, respon-sabilidade face aos seus vários públicos, vanguarda e genuinidade.

A Indesit Company sempre considerou a internacionalização como um modelo dedesenvolvimento, o que lhe permitiu nascer em Itália, estabelecer-se em toda aEuropa e, atualmente, explorar novos mercados. Portugal foi, curiosamente, a pri-meira experiência de internacionalização. Ao longo dos anos, a IC tem sido bem-sucedida na sua política de manutenção da solidez financeira e, graças a uma forterede comercial, tem continuado a consolidar a sua posição através da exploraçãode mercados próximos como França e Espanha. A abordagem do Grupo nestesmercados é baseada na consistente inovação tecnológica, nos produtos cada vezmais avançados e adaptados às necessidades dos consumidores, no reposicio-namento das três maiores marcas e, por fim, no grande foco na qualidade.

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EXISTE ALGUMA POLÍTICA AMBIENTAL APROVADA PELA EMPRESA, COM OBJETIVOS

DEFINIDOS E METAS AMBIENTAIS QUANTIFICADAS?

A IC procura promover sempre as boas práticas no que diz respeito à ges-tão ambiental das suas atividades e produtos. É muito importante para oGrupo integrar os aspetos ambientais em todos os seus processos de pla-neamento e tomada de decisões, não só nos diferentes níveis da organiza-ção, mas também nos produtos que cria. A IC iniciou há já algum tempo umaabordagem mais estratégica ao consumo e uso de água nos seus produtosde lavagem - máquina de lavar roupa e louça, e também nas suas gamasde frio. Nestas, a Indesit Company procura igualmente implementar medi-das de eficiência no uso de recursos, diminuindo os níveis de consumo sem,no entanto, prejudicar o seu excelente desempenho.

DA GAMA DE PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM, QUAL DESTACARIA COMO SENDO O

MAIS EFICIENTE E AO MESMO TEMPO COM UM MENOR IMPACTO AMBIENTAL?

Penso que o destaque vai para as novas máquinas roupa Aqualtis. Sãoneste momento os produtos mais eficientes. Por exemplo, a nova AqualtisHD - AQ113D, da Hotpoint-Ariston, combina na perfeição a tecnologia delavagem inteligente com um design inovador, que desafia todos os stan-dards para demonstrar como pode ser simples introduzir mais estilo na suacasa. A capacidade máxima de carga deste novo modelo é de 11 kg, per-mitindo reduzir o número de lavagens. Além disso, obtiveram a classe deeficiência energética A+++, garantindo assim as máximas prestações como mínimo dos consumos. A nova Aqualtis HD também dispõe de uma certi-ficação com o símbolo Ecotech, que identifica os aparelhos que satisfazemos mais elevados padrões de eficiência energética.

As máquinas de lavar Ecotech são uma garantia de ele-vados padrões de eficiência, menores níveis de consu-mo e excelente desempenho.

O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É APENAS E SÓ UMA

ESTRATÉGIA AMBIENTAL? E, NA SUA OPINIÃO, ATÉ QUE PONTO

É QUE ESTE É COMPATÍVEL COM O CRESCIMENTO ECONÓMICO?

O desenvolvimento sustentável está fortemente asso-ciado à necessidade de gerir com visão de futuro osrecursos naturais e a qualidade ambiental, mas o seuconceito é mais amplo e compreende uma dimensãoeconómica, social e ambiental. Neste contexto trata-sede um novo modo de olhar o desenvolvimento nas suasmúltiplas facetas, constituindo-se como uma atuaçãotransversal aos diferentes sectores de intervenção eáreas de negócio. Não é possível, nem desejável, umaassociação mais estreita às estratégias ambientais,económicas ou sociais. O desenvolvimento sustentávelapela, exatamente, para a imprescindibilidade de garan-tir uma articulação sistémica entre as mesmas.

COMO ANALISA A ATUAL SITUAÇÃO DO MERCADO DA CONS-TRUÇÃO E QUE MEDIDAS CONSIDERA IMPORTANTE TOMAR PARA

PROMOVER A SUA RETOMA? SERÁ A EXPORTAÇÃO A SOLU-ÇÃO?

Sem dúvida que o mercado da construção necessita deimportantes medidas para a sua retoma. Algumas dasmedidas passam pela revitalização do crédito bancárioa particulares e empresas. Os bancos neste momentotendem a impor critérios de avalização de risco muitoexigentes, o que limita o acesso ao crédito. As empre-sas de construção deveriam reposicionar alguma daoferta existente, de forma a dar algum fôlego ao merca-do. Principalmente junto aos grandes centros. Num con-texto de crise a especulação não beneficia assim tantoscompradores como em fase de expansão económica.Também o mercado do restauro e remodelações podemser uma alternativa às casas novas e impulsionar oinvestimento no arrendamento. A exportação, nas con-dições certas, pode funcionar como um contrabalançopara a diminuição do mercado doméstico. A crise veiotrazer uma nova realidade de consumo e investimento,e não sabemos quanto tempo durará.

QUANTO A PROJETOS FUTUROS, QUE TIPO DE PRODUTOS OU

SOLUÇÕES ESTÃO A DESENVOLVER?

Neste momento, a Indesit Company tem diversos proje-tos a decorrer, com vista à otimização dos consumosdos eletrodomésticos do lar. Alguns desses projetospassam por trabalhar em conjunto com os fornecedoresde energia. Gerindo o funcionamento dos aparelhos deacordo com os horários e tarifas de eletricidade. Criandouma estatística de utilização racional e eficiente de acor-do com o eletrodoméstico que estivermos a considerar.Numa altura onde dificilmente se conseguirá melhoraros consumos dos aparelhos muito além dos valoresespetaculares que já se registam, esta pode ser umaforma de continuar a diminuir o peso do consumo doseletrodomésticos na fatura energética de um lar, que naEuropa é de 40%.

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Entrevista

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Laser BuildAntónio Ribeiro, Diretor Comercial

COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUAL TEM SIDO O PERCURSO AO LONGO

DA SUA EXISTÊNCIA?

A Laser Build é uma empresa de pequena dimensão vocacionada

para a procura e desenvolvimento de soluções/equipamentos

sobretudo na área das casas de banho públicas, casas de banho de

pessoas com mobilidade condicionada, casas de banho de utiliza-

ção intensa/violenta. Ao longo destes 14 anos temos vindo a adap-

tar-nos às necessidades do mercado. Pontualmente temos “instiga-

do” o mercado a aceitar diferentes opções… com sucesso.

EXISTE ALGUMA POLÍTICA AMBIENTAL APROVADA PELA EMPRESA, COM OBJE-TIVOS DEFINIDOS E METAS AMBIENTAIS QUANTIFICADAS?

Enquanto empresa certificada ISO 14001 temos uma política defini-

da e objetivos claros a atingir. A isto acresce a cada vez maior cons-

ciência dos nossos clientes e colaboradores sobre a importância e

Presente no mercado português desde 1997, a Laser

Build é uma empresa que se dedica à representação,

aconselhamento técnico e comercialização de equipa-

mentos em aço inox para casas de banho coletivas,

representando diversas marcas em Portugal.

Numa entrevista dada à revista “Materiais de Construção”,

António Ribeiro, Diretor Comercial, fala-nos da empresa,

das suas políticas ambientais, da atual situação da cons-

trução em Portugal e dos planos para o futuro.

o impacto das boas práticas no nosso futuro e no futuro

dos nossos descendentes. A mudança de atitude relativa-

mente a anos anteriores é notória!

DA GAMA DE PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM, QUAL DESTACA-RIA COMO SENDO O MAIS EFICIENTE E AO MESMO TEMPO COM UM

MENOR IMPACTO AMBIENTAL?

A medição do impacto ambiental pode ser muito comple-

xa, na medida em que envolve uma série de elementos,

desde os materiais usados até à sua capacidade de

serem reciclados, passando pelo excelente aproveita-

mento da utilização do equipamento. Neste sentido nem

sempre me parece que tenhamos toda a informação para

uma avaliação 100% correta do impacto ambiental deste

ou daquele produto. Ainda assim, neste momento o seca-

dor de mãos da Mediclinics M09A/C/CS é o nosso produ-

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to de destaque… 15 segundos de secagem com consumoelétrico muito reduzido… traduzindo-se, num reduzidoimpacto ambiental! Este é dos poucos secadores de mãosdo mercado que não necessita de resistências elétricas deaquecimento, baseando a sua capacidade de secagem naelevada velocidade de saída do ar.

O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É APENAS E SÓ UMA ESTRATÉ-GIA AMBIENTAL? E, NA SUA OPINIÃO, ATÉ QUE PONTO É QUE ESTE

É COMPATÍVEL COM O CRESCIMENTO ECONÓMICO?

É tudo uma questão de coragem e consciencialização daopinião pública. No momento em que a sociedade tiver aperceção das reais vantagens do desenvolvimento susten-tável e quando esta perceção for suportada por uma real,sincera e consciente mudança de hábitos… esta será com-patível com o crescimento económico.

COMO ANALISA A ATUAL SITUAÇÃO DO MERCADO DA CONSTRUÇÃO E

QUE MEDIDAS CONSIDERA IMPORTANTE TOMAR PARA PROMOVER A

SUA RETOMA? SERÁ A EXPORTAÇÃO A SOLUÇÃO?

A situação atual é de purga! E só depois da purga terminarse poderá perceber se foi boa e bem feita… mais ainda seaprendemos com os nossos erros! Relativamente a medi-das, não acredito que neste momento existam medidas mila-grosas, tão simplesmente espero que se retome a confiançae a seriedade na forma de trabalhar.

Exportar é sempre interessante, aliciador e motivante… eseguramente nesta fase ajudará bastante.

QUANTO A PROJETOS FUTUROS, QUE TIPO DE PRODUTOS OU SOLUÇÕES

ESTÃO A DESENVOLVER?

Nós, enquanto empresa, somos exclusivamente comerciais,não desenvolvendo diretamente produtos, mas sim dando indi-cações das necessidades do mercado aos nossos fornecedo-res e forçando que estes evoluam quer no sentido destasnecessidades, quer no sentido que acreditamos ser o futuro.

Assim, e com base no anteriormente dito, os nossos projetosbaseiam-se em soluções de equipamentos com impacto naredução de consumos (água e eletricidade), bem como emsoluções de racionalização de componentes em determinadosprodutos, na multiplicação de utilizações e na utilização denovos materiais.

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Entrevista

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RocaJorge Vieira, Diretor-geral

Empenhada num processo de desenvolvimento contí-

nuo, a Roca está profundamente comprometida na

excelência do design dos seus produtos. Tem como

objetivo oferecer aos clientes espaços que estimulam

os cinco sentidos, proporcionando experiências únicas.

O estatuto como líder mundial reflete-se na criação de

soluções altamente versáteis, que se adaptam facil-

mente aos hábitos de consumo a nível global e que

oferecem soluções personalizadas a todas as exigên-

cias.

Num processo de investigação contínuo, o design e a inova-

ção trabalham em conjunto para construir um futuro de bem-

-estar comum. Graças a este empenho a Roca é a marca de

referência mundial na criação de espaços de banho.

Nesta entrevista à revista “Materiais de Construção”, Jorge

Vieira, Diretor-geral da empresa, apresenta-nos o percurso

da Roca e os produtos que comercializam, e debruça-se

sobre a temática do ambiente e das políticas ambientais.

Aproveita ainda para falar da situação atual do mercado da

construção e do futuro.

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COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUAL TEM SIDO O PERCURSO AO LONGO DA

SUA EXISTÊNCIA?

Há quarenta anos em Portugal, a Roca é líder mundial na definição doespaço de banho e uma forte referência no mundo do design. Fundadaem 1917, a Roca está atualmente presente em mais de 135 países e tem72 unidades de produção distribuídas pelos cinco continentes. A Rocaassumiu cedo a sua missão pela sustentabilidade. Nos anos 60, alturaem que se gastavam 15 litros numa única descarga, a empresa come-çou a desenvolver mecanismos pioneiros para economizar água. Deentão para cá, a Roca tem aperfeiçoado os sistemas de poupança, tor-nando-os cada vez mais eficientes. Atualmente bastam apenas três aseis litros para uma descarga.

Uma vez que todos os dias fluem milhões de litros de água pelos nossosprodutos, estamos conscientes da nossa responsabilidade, enquantolíder mundial, tanto no desenvolvimento de produtos como na sensibili-zação dos consumidores para o uso consciente dos recursos hídricos. Ocompromisso que a Roca adotou com o planeta foi selado na criação dafundação We Are Water, em 2010. Com esta iniciativa pretendemos pro-mover uma nova cultura da água e atuar contra os efeitos negativos rela-cionados com a falta de recursos hídricos.

EXISTE ALGUMA POLÍTICA AMBIENTAL APROVADA PELA EMPRESA, COM OBJETIVOS

DEFINIDOS E METAS AMBIENTAIS QUANTIFICADAS?

A política ambiental tem uma longa tradição na Roca. Somos umaempresa certificada segundo a norma ISO 9001, e temos em curso pro-jetos internos de melhoria de eficiência energética e de sustentabilidade- Resíduo Zero é um exemplo desta prática, que reflete os esforços apli-cados ao fabrico de peças com o mínimo de resíduos possíveis, e dosgerados a sua reincorporação ao processo. Da mesma forma reutiliza-mos o ar quente dos fornos, fazemos a recuperação do vidro.

DA GAMA DE PRODUTOS DA ROCA, QUAL DESTACARIA COMO

SENDO O MAIS EFICIENTE E, AO MESMO TEMPO, COM MENOR

IMPACTO AMBIENTAL?

Com o lançamento do W+W (Washbasin + Water -closet), em 2009, a Roca ditou um novo standard nacombinação de sustentabilidade, design e funcionalida-de. A elegante simbiose entre o lavatório e a sanita nas-ceu no Roca Innovation Lab, em parceria com os arqui-tetos Gabriele e Óscar Buratti. Surpreenderam com afusão dos dois principais elementos do espaço debanho numa única peça. Por detrás do design encon-tra-se um sistema que reutiliza a água do lavatório nadescarga da sanita. O resultado é uma poupança deágua que pode atingir os 50 por cento. É uma verda-deira masterpiece, detentora de inúmeros prémios.

O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É APENAS E SÓ UMA

ESTRATÉGIA AMBIENTAL? NA SUA OPINIÃO, ATÉ QUE PONTO É

QUE ESTE É COMPATÍVEL COM O CRESCIMENTO ECONÓMICO?

O desenvolvimento sustentável é simultaneamentemissão e estratégia de negócios. Uma empresa sau-dável tem visão, antecipa tendências e luta pelos seusideais. Na Roca notámos há algum tempo atrás, que omercado procura sobretudo soluções integrais queunam funcionalidade, design e sustentabilidade.Enquanto antes estes requisitos se limitavam aos seg-mentos mais altos, atualmente são transversais atodas coleções, com uma excelente relação valor/qua-lidade. Assim, soluções amigas do ambiente enqua-dram-se perfeitamente no cenário económico atual.

COMO ANALISA A ATUAL SITUAÇÃO DO MERCADO DA CONS-TRUÇÃO E QUE MEDIDAS CONSIDERA IMPORTANTE TOMAR

PARA PROMOVER A SUA RETOMA? SERÁ A EXPORTAÇÃO A

SOLUÇÃO?

A situação atual do mercado exige-nos toda a arte delean management, além de muita flexibilidade.Estamos preparados e motivados para enfrentar asdificuldades com o nosso extraordinário espírito deequipa. Vamos continuar a aplicar a estratégia denegócios que desenvolvemos para a situação presen-te, que se resume na seguinte fórmula: reabilitação +diversificação + novos mercados. A exportação é, defacto, importante. No caso da Roca, SA, os PALOPtêm ganho especial relevância.

QUANTO A PROJETOS FUTUROS, QUE TIPO DE PRODUTOS OU

SOLUÇÕES ESTÃO A DESENVOLVER?

Continuamos a desenvolver soluções integrais e flexí-veis, com excelente relação valor/qualidade, que per-mitem renovar um espaço de banho na íntegra ou ape-nas parcialmente. Em 2012 vamos lançar novos pro-dutos, onde se destaca uma nova coleção de louçasanitária. Quanto a futuros projetos, vamos aproveitarde forma intensa o Roca Lisboa Gallery, o nosso novopalco em Lisboa, para transmitir os valores da marca eestimular o debate sobre sustentabilidade e design emPortugal.

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Entrevista

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SoudalNuno Ribeiro, Diretor Geral

Com mais de 40 anos de experiência no sector quími-

co europeu, a Soudal Produtos Quimicos, é a filial por-

tuguesa da Soudal NV, um dos maiores fabricantes da

europa de espumas de poliuretano em aerossol.

Nuno Ribeiro, Diretor Geral da empresa, em entre-

vista à revista “Materiais de Construção” fala-nos da

empresa e do seu percurso, assim como dos pro-

dutos que comercializam, abordando ainda ques-

tões importantes como o ambiente e o momento

difícil que o sector atravessa.

EXISTE ALGUMA POLÍTICA AMBIENTAL APROVADA PELA EMPRESA, COM OBJETI-VOS DEFINIDOS E METAS AMBIENTAIS QUANTIFICADAS?

A Soudal, como empresa multinacional, e portanto presente numa mul-

titude de geografias e mercados, tem efetiva e obviamente uma preo-

cupação acrescida com o meio ambiente. Assim sendo, coexistem e tra-

balham em estreita cooperação todo um conjunto de equipas que esta-

belecem, implementam e controlam indicadores de performance defini-

dos e quantificados com vista à redução do denominado footprint eco-

lógico.

O desenvolvimento sustentável é assim para a Soudal, um dos pilares

chave do seu crescimento económico. Toda a estratégia de curto, médio

e longo prazo da empresa, pressupõe uma real preocupação em apre-

sentar soluções que atendam as necessidades do presente sem prejuí-

zo das gerações vindouras. Assim sendo, preocupamo-nos em projetar

o nosso desenvolvimento global de forma economicamente eficaz,

socialmente equitativa e ecologicamente sustentável. A preocupação

com a proteção ambiental, a construção ecológica e a saúde surge em

todos os aspetos e nas mais diversas áreas do nosso negócio. O com-

promisso da Soudal para com um meio ambiente limpo e saudável para

as gerações futuras está assim focado em três grandes áreas.

A primeira relaciona-se com o desenvolvimento de produtos e soluções

inovadoras que permitem, desde logo, melhorar a eficiência energética

de todo o tipo de edifícios. Esta melhoria da eficiência energética con-

segue-se através de um melhor isolamento térmico e acústico, assim

como da eliminação de pontes térmicas. A segunda grande área pren-

de-se com a determinação em focalizar os nossos esforços de

Investigação e Desenvolvimento, no sentido de formular produtos e sis-

temas eco-sustentáveis, que preveem a eliminação de solventes ou

outros poluidores.

Assim sendo, preocupamo-nos em desenvolver produtos que melhorem

a qualidade do ar no interior dos edifícios: que tenham certificado zero

emissões, que tenham um baixo ou nulo conteúdo de compostos orgâ-

nicos voláteis (COV), que sejam resistentes à humidade, combatendo

assim os fungos e germes, e que permitam que o edifício respire.

COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUAL TEM SIDO O PERCURSO AO LONGO

DA SUA EXISTÊNCIA?

A Soudal, empresa familiar de origem belga criada em 1966 por Vic

Swerts, tem desde o seu início desempenhado um papel relevan-

te como um dos maiores fabricantes de produtos químicos para a

indústria da construção, nomeadamente selantes de silicone,

espumas de PU, adesivos, impermeabilizantes e sprays técnicos.

Devido à sua localização privilegiada no centro da Bélgica, e ao

empreendedorismo que sempre a caracterizou, a Soudal rapida-

mente se expandiu e se internacionalizou. Presente em 32 países,

a Soudal emprega atualmente cerca de 1.400 funcionários. Os

seus produtos, vendidos em mais de 110 países, incluem marcas

tão reconhecidas no sector da construção como Soudafoam®,

Silirub®, Soudaseal®, FIX ALL® e T-REX®. Há mais de 40 anos no

mercado mundial, a Soudal tem fornecido mais do que “o produto

que faz o trabalho”. A qualidade, as soluções customizadas e um

excelente serviço pós-venda, têm sido os elementos que a torna-

ram numa história de sucesso e num parceiro de confiança.

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A Soudal está também comprometida em criar um ambiente de trabalho

seguro e saudável, tanto para o utilizador final dos nossos produtos,

como para os nossos funcionários. Finalmente, estamos determinados

em minimizar o impacto ambiental das nossas operações fabris, utili-

zando materiais reciclados, reduzindo o consumo de energia e de maté-

rias-primas, diminuindo os níveis de resíduos e eliminando substâncias

prejudiciais do nosso processo produtivo (por exemplo CFC e HCFC).

DA GAMA DE PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM, QUAL DESTACARIA COMO SENDO O

MAIS EFICIENTE E AO MESMO TEMPO COM UM MENOR IMPACTO AMBIENTAL?

A Soudal estuda, concebe, fabrica e distribui centenas de produtos des-

tinados não somente ao sector da construção, mas também a um con-

junto variado de indústrias. Considerando que a Soudal é o maior pro-

dutor de espumas de PU e tem sido, nas últimas 2 décadas, o líder no

desenvolvimento dessa mesma tecnologia, gostaria de destacar a

nossa espuma FLEXI-FOAM PU, que devido à sua capacidade de recu-

peração de elasticidade (cerca de 90% quando comprimida a 50%) e

reduzida auto-expansão, é ideal para a aplicar na selagem e isolamen-

to de janelas e portas, garantindo adicionalmente excelentes ratings ao

nível do isolamento acústico, térmico e controle de humidade. Esta

Espuma de PU é parte integral do nosso sistema SWS - Soudal WIN-

DOW SYSTEM - que nada mais é que uma solução integrada que con-

tribui substancialmente para a eliminação de pontes térmicas e conse-

quente otimização da energia consumida pelo edifício.

O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É APENAS E SÓ UMA ESTRATÉGIA AMBIENTAL?E, NA SUA OPINIÃO, ATÉ QUE PONTO É QUE ESTE É COMPATÍVEL COM O CRESCI-MENTO ECONÓMICO?

Considero que não se pode, nem se deve, em consciência, projetar cres-

cimento económico sem levar em linha de conta que o mesmo deve ser

construído de uma forma sustentada. Relembro no entanto que o desen-

volvimento sustentável somente é exequível se envolver a conscienciali-

zação de todos - pessoas, governos, organizações e órgãos não gover-

namentais. As empresas desempenham um papel de primordial impor-

tância neste processo de consciencialização. Cabe às empresas, a partir

do seu público interno, demonstrar e promover um forte sentido de res-

ponsabilidade social, económica e ambiental, comprometendo-se sempre

na procura de soluções sustentáveis e corretas. Somente assim se pode-

rão consciencializar os cidadãos para que os mesmos entendam que os

recursos naturais são finitos e devem ser utilizados de forma consciente.

COMO ANALISA A ATUAL SITUAÇÃO DO MERCADO DA CONSTRUÇÃO E QUE MEDI-DAS CONSIDERA IMPORTANTE TOMAR PARA PROMOVER A SUA RETOMA? SERÁ A

EXPORTAÇÃO A SOLUÇÃO?

Pese embora a conjuntura económica extremamente difícil que atra-

vessamos, resultado de um conjunto de fatores internos e também

externos, considero que devemos acima de tudo procurar proactiva-

mente soluções que de uma forma sustentada nos permitam a tão

necessária retoma do nosso sector. Essas soluções podem passar por

uma consolidação do sector, mas também passarão com certeza, pela

nossa capacidade de nos reinventarmos e procurar respostas no mer-

cado tanto interno, como externo.

Relembro que a atividade do sector da construção civil e obras públicas

(CC&OP) é subdividida em construção em geral, reabilitação do edifica-

do e conservação e restauro do património. Se tomarmos em linha de

conta que a categoria reabilitação do edificado representou em Portugal

até recentemente, cerca de 10% do total do sector da CC&OP, quando

noutros países europeus ela representa 40% a 50%, observamos clara-

mente uma tendência e consequentemente uma oportunidade.

Temos assim que apostar num gradual, sustentado e necessá-

rio crescimento das categorias de reabilitação do edificado e

restauro do património no nosso país. A deslocação de recur-

sos para um mercado que sem dúvida apresenta uma procura

cada vez mais acrescida, e que contribui de sobremaneira para

reduzir o nosso footprint ecológico, pressupõe obviamente uma

adequada qualificação dos agentes, em particular dos projetis-

tas e construtores.

A exportação, que sem dúvida tem contribuído de sobremanei-

ra para ajudar a equilibrar o tecido empresarial do nosso sec-

tor, deve ser fortemente acarinhada e incentivada. Este neces-

sário incentivo deve no entanto estar enquadrado numa estra-

tégia coerente de médio e longo prazo. Desta forma, o tecido

empresarial do nosso sector poderá reorganizar e alocar os

seus recursos, com a confiança necessária para puder apostar

numa estratégia de expansão internacional e numa retoma

sustentada.

Creio também que quando se fala de exportação, se deveria

mencionar os inúmeros casos de sucesso de empresas expor-

tadoras de serviços de engenharia.

Para estar em condições de disputar uma concorrência, as

empresas de engenharia devem ser capazes de entregar uma

obra pronta para utilização. Esta entrega vai muito além da

construção, pois engloba não somente as obras civis, como

também a compra, instalação e montagem de todos os equi-

pamentos e estruturas necessárias, além do projeto em si - de

arquitetura e engenharia - e dos estudos auxiliares. O merca-

do mundial de serviços de engenharia movimentava em 2003

cerca de 400 biliões de dólares anuais, sendo que as exporta-

ções correspondem a 30% desse valor.

Se considerarmos não somente o know-how das nossas

empresas de engenharia, mas também a nossa capacidade de

adaptação a novos mercados e culturas, para além da nossa

posição privilegiada no que diz respeito aos países africanos

de língua oficial portuguesa, sem duvida que a exportação de

serviços de engenharia deveria merecer uma atenção redo-

brada.

QUANTO A PROJETOS FUTUROS, QUE TIPO DE PRODUTOS OU SOLU-ÇÕES ESTÃO A DESENVOLVER?

A Soudal continua ativamente empenhada no desenvolvimen-

to de produtos e soluções que, para além da sua área especí-

fica de aplicação e do seu carácter inovador, espelham sem

dúvida toda uma consciência ecológica e uma preocupação

com a referida temática da sustentabilidade.

A construção, que se iniciou em finais de 2008 e terminou em

meados de 2010, de um novo edifício inteiramente dedicado à

Investigação e Desenvolvimento de novos produtos e solu-

ções, marcou definitivamente aquilo que é atualmente e será

no futuro a Soudal como empresa. Este edifício, equipado com

laboratórios e equipamentos de alta tecnologia, possibilita-nos

hoje o desenvolvimento continuado de soluções que, para

além de permitirem novos e melhorados desempenhos, apre-

sentam desde logo uma pegada ecológica muito mais reduzi-

da. Estamos a falar de novas soluções que impactam em todas

as famílias de produtos que comercializamos - espuma de PU,

selantes, adesivos, impermeabilizantes e sprays técnicos.

Entrevista

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ProdutosEcoeficiência

Vocacionada para o sector do aquecimento doméstico, a

Jaqueciprolar apresenta soluções alternativas de aquecimento

doméstico com vantagens de carácter ambiental, financeiras e faci-

lidades a nível de instalação em qualquer construção.

Os recuperadores Green caracterizam-se por performances exce-

cionais, emitindo entre 0,02% e 0,09% de monóxido de carbono, as

mais baixas taxas de partículas do mercado, valores muito abaixo

das futuras normas europeias.

A Knauf Insulation apresenta um novo painel de Lã

Mineral, ideal para ombreiras e vergas superiores de por-

tas e janelas quando usado o sistema de isolamento exte-

rior ETICS.

Isolar uma vivenda pelo exterior com um sistema ETICS

tem como principal vantagem o isolamento de toda a

envolvente do edifício sem reduzir a superfície útil, uma

vez que o isolamento é externo.

Painel de Lã Mineral para Portas e Janelas

Recuperadores EcológicosVANTAGENS DOS MODELOS PHENIX GREEN:

• Com a porta aberta pode desfrutar de todas as sensações de

uma verdadeira lareira aberta tradicional;

• Com a porta fechada, o espetáculo das chamas mantém-se gra-

ças ao seu vidro panorâmico, ao mesmo tempo que beneficia de

um rendimento máximo e de uma potência calorífica excecional.

Os modelos 75 e 85, os mais compactos da gama, possuem pro-

porções agradáveis e elegantes, concedendo uma visão impar

das chamas.

Enquanto que os modelos 95 e 120, equipados com uma frente

envidraçada de grandes dimensões, exaltam verdadeiramente a

paixão do fogo.

Os painéis ETICS com lã mineral da Knauf Insulation proporcionam

muitos benefícios a este sistema devido às suas propriedades e à sua

origem natural. Pela sua incombustibilidade oferecem proteção em

caso de incêndio. A natureza elástica das fibras entrelaçadas melhora

o isolamento acústico do edifício.

Do mesmo modo, a sua baixa condutividade térmica garante a máxi-

ma proteção térmica do edifício e, consequentemente, reduz conside-

ravelmente os custos energéticos. Ao contrário de outros isolantes, a

estrutura permeável de lã mineral permite o nível máximo de respira-

bilidade e permeabilidade ao vapor de água, evitando o risco de con-

densações superficiais e a possibilidade de patologias por humidade

na fachada.

As lãs minerais são materiais de origem natural resistentes ao clima

mais extremo e ao envelhecimento. São inertes, inorgânicas, impu-

trescíveis, dimensionalmente estáveis, não provocando rachaduras

nas fachadas, contribuindo para um menor custo de manutenção.

A elevada temperatura, a lã mineral permite também uma grande liber-

dade no design arquitetónico para a definição dos acabamentos exte-

riores, numa ampla variedade de cores, mesmo em cores escuras.

FONTE: GRUPO MULTICOM

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A OLI, empresa que se dedica à conceção,industrialização, produção e comercialização desistemas de instalação sanitária (autoclismos emecanismos) para a indústria cerâmica, apre-senta o autoclismo Darling OLI74 com dupladescarga e com revestimento em esferovite erede de acionamento mecânico.

Este é um autoclismo de interior para encastreem paredes resistentes, sendo ideal para proje-tos de reabilitação, paredes em alvenaria e parainstalação de louça de fixação ao chão.

O Darling OLI74 é um autoclismo com dupladescarga que permite uma economia de águaem 50%.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS:

• Dupla descarga que possibilita economia de água em 50%;

• Altamente resistente;

• Poupança de espaço;

• Fácil instalação;

• Fácil acessibilidade ao interior para manutenção;

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Autoclismo Darling• Fácil regulação do volume descarregado

(sistema de regulação rápida);

• Espessura de 74 mm;

• Autoclismo fabricado em material (polipropileno) altamente resistente,inquebrável à temperatura ambiente;

• Revestimento em esferovite para evitar a condensação resultante do contacto da água fria com a humidade presente na alvenaria;

• Tubo de descarga revestido a esferovite para evitar o ruído resultante do funcionamento e facilitar o enchimento da parede;

• Torneira de bóia silenciosa certificada pelas normas KIWA (BRL-K615/02 e EN 14124) e SAI (AS1172.2, ATS 52000.016);

• Revestimento em rede que permite uma melhor fixação;

• Autoclismo Darling Classe A de acordo com a Certificação de Eficiência Hídrica da ANQIP.

FONTE: AD COMMUNICATION

A Whirlpool acaba de adicionar mais uma importante distinção à suavasta coleção de prémios. Depois de ter recebido o prémio iFProduct Design Award, a revolucionária placa de cozinha iXeliumTM

venceu também o galardão de topo, o iF Gold Design Award, atri-buído pela prestigiada iF Industrie Forum Design e.V.

A placa iXelium™ conquistou o júri dos prémios iF com uma combi-nação perfeita entre tecnologia e design sofisticado. Os queimado-res de alta eficiência são totalmente integrados na forma aerodinâ-mica da superfície iXelium™.

Os detalhes da construção impecável da grelha conjugam-secom a sua aparência delicada. Além disso, a nanotecnologiaexclusiva iXelium™ é aplicada a todas as partes de aço, garan-tindo que a placa permanece brilhante e impecável ao longo dotempo.

Esta placa da Whirlpool é a primeira e única no mercado a serequipada com grelhas e queimadores feitos completamente deiXelium™, que mantém o seu brilho ao longo do tempo, sem setornar opaca ou amarela. É por isso que a placa iXelium™demonstra um desempenho superior contra riscos e amarele-cimento, em comparação com placas tradicionais de aço.

Os queimadores das novas placas iXeliumTM são nivelados eperfeitamente integrados na estrutura. As grelhas acrescentamum toque de elegância com a sua estética linear e “clean”.

IXelium™ é, além do mais, um produto verde: a tecnologiapatenteada “five-burner” oferece a máxima eficiência energéti-ca e poupanças até 20% no tempo de fervura e até 15% noconsumo de gás durante a preparação de alimentos. Esta tec-nologia Whirlpool garante também uma redução de mais de50% das emissões de CO², em comparação com um fogão tra-dicional a gás.

FONTE: LISBON COMMUNICATION OFFICE

Placa de Cozinha