Revista Pecnordeste

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PEC NORDESTE •NE tem a pior seca dos últimos 40 anos •Seminário discute Pecuária e o Código Florestal •Nordeste em discussão •Como produzir mais leite na seca Governador Cid Gomes quer tirar o CE da zona de risco da febre aftosa Foto Luis Queiroz do studio 2 irmãos- Sobral O único evento que reúne 10 segmentos da pecuária 2012 municípios CEARÁ 16 INTEGRANDO A CAPITAL COM O INTERIOR. e Ano XV - N 110- Junho/ Julho 2012 ESPECIAL AGRONEGÓCIO

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Revista PECNORDESTE 2012

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PECNORDESTE

•NE tem a pior seca dos últimos 40 anos•Seminário discute Pecuária e o Código Florestal•Nordeste em discussão•Como produzir mais leite na seca

Governador Cid Gomes quer tirar o CE da zona de risco da febre aftosa

Foto

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O único evento que reúne 10 segmentos da pecuária

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ESPECIAL AGRONEGÓCIO

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3PECNORDESTE 2012

ACCCMMACCCMM

Associação Cearense dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador

Associação Cearense dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador

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Um sistema capaz de integrar as ferrovias nordestinas é um sonho acalentado há longos anos, haja vista que, no final dos anos

de 1950, o 1º Grupamento de Engenharia do Exército, em convênio com o extinto DNEF, instalou uma Residência de Construção, em Petrolina-PE

A malha ferroviária daquela época, com seus cinco subsistemas regionais,

era um arquipélago interligado, apenas pelo litoral. A iniciativa de sua ligação pelo interior obedeceu, sobretudo, a interesses de natureza estratégica.

Na década de 1940, o principal elo de ligação entre as macros regiões brasileira era a navegação de cabotagem .

O torpedeamento por submarinos alemães, de 34 navios brasileiros, além de causar a morte de 108 pessoas, pôs em colapso a nossa navegação costeira.

Este fato provocou a Declaração de Guerra do Brasil à Alemanha e à Itália

e, transferiu parte do fluxo de pessoas e carga, para o interior do País, utilizando-se as precárias rodovias existentes e a Hidrovia do rio São Francisco, no trecho Petrolina-PE a Pirapora-MG .

O término da guerra, na Europa, em maio de 1945 e a inexistência de carga que justificasse investimentos, de grande vulto, interrompeu o sonho, que só viria a ser retomado em posteriormente.

O novo projeto, com um outro traçado, parte de Eliseu Martins no Piauí até Salgueiro em Pernambuco, onde se bifurca para os Portos de Suape, no mesmo Estado e Pecém no Ceará, numa extensão de 1728 km e, mais 528 km de remodelação e recuperação.

A Ferrovia tem as mais modernas características: bitola de 1,60m, rampa máxima de 1,5%, curva mínima de 400m, o que permitirá o tráfego de composições com 104 vagões, a uma velocidade de 80 km/hora; nos trechos a serem remodelados será acrescido um terceiro trilho, para permitir o tráfego dos trens atuais.

30 milhões de toneladas/ano é a previsão de carga a ser transportada: Produtos Atuais- cimento, matérias-primas siderúrgicas, granéis líquidos; Produtos Previstos-grãos dos cerrados do Maranhão, Piauí e Tocantins, minérios dos polos gesseiros de Araripina–PE e do Cariri cearense e frutas dos polos da agricultura irrigada.

Quando perguntado qual a data de sua conclusão, tenho respondido, francamente, não sei,

no Brasil, esta resposta sai da área da engenharia e invade o domínio divino.

FERROVIA TRANSNORDESTINA UM VELHO SONHO

EXCLUSIVO

A Ferrovia tem as mais modernas

características: bitola de 1,60m, rampa

máxima de 1,5%, curva mínima de 400m, o

que permitirá o tráfego de composições com 104 vagões, a uma

velocidade de 80 km/hora;

30 milhões de toneladas/ano é a previsão de carga

a ser transportada: Produtos Atuais-

cimento, matérias-primas siderúrgicas,

granéis líquidos; Produtos Previstos-grãos dos cerrados do Maranhão, Piauí

e Tocantins, minérios dos polos gesseiros de Araripina–PE e

do Cariri cearense e frutas dos polos da agricultura irrigada

José Ramos Torres de Melo FilhoVice-Presidente Diretor da Confederação da

Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA

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A seca volta a castigar boa parte do Nordeste. Até aí nada fora do comum. Conforme Euclides da Cunha, no famoso ensaio intitulado

“Plano de uma Cruzada”, as nossas secas “delatam, impressionadoramente, a nossa imprevidência, embora seja o único fato de toda a nossa vida nacional no qual se possa aplicar o princípio da previsão”. Ora, sabe-se pelos registros históricos que o fenômeno ocorre em média a cada dez anos e pode prolongar-se por três, quatro e, mesmo, em caráter excepcional, até cinco anos. Nada fora do normal, também, o fato de que seja uma das piores nos últimos 30 anos, pois, segundo estudiosos, secas de tal gravidade acontecem de 30 em 30 anos. O que mudou é que os seus efeitos foram amortecidos pela previdência rural, pelo microcrédito e pelos programas sociais do governo federal.

Porém o que mais chama a atenção nesse triste episódio é uma outra coisa. Trata-se do fato de esta seca colocar a nu, com toda a crueza, que, em pleno século XXI, parcela expressiva da população nordestina não tem água para beber e atender as outras necessidades humanas. E assim fica ela a mercê do carro-pipa, símbolo maior da imprevidência de que fala Euclides. Isso sem falar na repetição da triste e antiga paisagem do solo rachado, da roça perdida e das carcaças de animais espalhadas pelos caminhos das zonas de criatório.

No entanto, ao mesmo tempo – aí os contrastes -, florescem na região, graças a vultosos investimentos, os complexos industriais e portuários: Itaqui, no Maranhão; Pecém, no Ceará; Suape, em Pernambuco; Camaçari, na Bahia, onde já se anuncia um novo, o Porto Sul. Esses complexos abrigam grandes plantas industriais, como refinarias, siderúrgicas, fábricas de cimento, estaleiros e montadoras de veículos, entre outras. Nada contra eles. Pelo contrário: são grandes empregadores de mão de obra direta e indireta e, por isso, geradores de renda. Com isso, contribuirão para trazer melhores condições de vida à população

e mais arrecadação de impostos pelo Estado, a fim de que este ofereça ao vasto semiárido nordestino a indispensável infraestrutura de convivência com a seca.

É aí, porém, para se resolver esse problema, que entram os confrontos bem refletidos na luta orçamentária. Pois bem: quanto é difícil destinar recursos do orçamento para se enfrentar e resolver um problema mesmo que afete a tanta gente. Vejam quanto é minguado o orçamento de um órgão como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). E, não fosse ele, com a construção dos grandes reservatórios, como poderíamos explicar cidades tão populosas como Fortaleza, por exemplo? Ou como em um Estado como o Ceará, cuja industrialização foi tardia por não

dispor de um insumo básico como a água, poderia hoje assegurar o abastecimento não somente de toda a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), como ainda do Complexo do Pecém?

Quem já trabalhou na elaboração de orçamento governamental sabe que não são poucos os projetos menores e de minorias que acabam reunindo peso político suficiente para abocanhar generosas fatias do dinheiro público. No entanto, há boas notícias. É que, nesse confronto para transferir recursos

públicos para as classes menos favorecidas e menos organizadas politicamente, os últimos governos, tanto os estaduais quanto o federal, registraram avanços formidáveis, realocando verbas para viabilizar programas sociais e garantir a universalização de uma demanda básica como a da energia. Chegou a hora – não obstante atrasada - de acabar de uma vez por todas com essa vergonha nacional de uma grande parte da população brasileira ficar sem água para beber e para salvar o pouco capital de que dispõe para sobreviver: o roçado e os animais de criação. Bem que poderia ser diferente esse quadro. Não alimento, todavia, ilusões de que ele se resolva logo – há quanto tempo a solução vem a conta-gotas! - somente de cima para baixo, ainda mais se a massa desfavorecida continua impassível olhando o céu na esperança da chuva. Dou razão a Gabriel Pensador: “Não adianta olhar pro céu/ Com muita fé e pouca luta”. E essa luta, no meu entendimento, não é unicamente do povo que sofre, mas, isto sim, de todos que desejam viver e conviver em uma sociedade menos desigual e mais humana.

NORDESTE: CONTRASTES ECONFRONTOS

Nada fora do normal, também, o fato de que seja uma das piores nos

últimos 30 anos, pois, segundo estudiosos, secas

de tal gravidade acontecem de 30 em 30 anos. O que

mudou é que os seus efeitos foram amortecidos

pela previdência rural, pelo microcrédito e pelos

programas sociais do governo federal.

Cláudio Ferreira LimaEconomista

Dou razão a Gabriel Pensador: “Não adianta

olhar pro céu/ Com muita fé e pouca luta”.

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SUMARIO|

PECNORDESTE 201214

ESPERA ATRAIR 38 MIL VISITANTES, 4 MIL PRODUTORES E GERAR MAIS TECNOLOGIA E NEGÓCIOS

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NESTA EDIÇÃO CONFIRA AINDA10 08

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2022

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Flávio Saboya, Cid Ferreira Gomes e Nelson Martins explanam as melhores soluções para a seca

Carta da editora

1ª mão

Como produzir mais leite na seca

LUIZ GIRÃO: de leasing de vaca a barriga de aluguel (fertilização in vitro)

Novo Código Florestal é aprovado com 12 vetos

Presidente da FAEC diz que PECNORDESTE busca transmissão de conhecimento

O Nordeste em discussão, personalidades opinam (Roberto Smith - presidente da Adece, Secretário do Ministério da Integração Nacional

Deputado Estadual Roberto Claúdio, Empresário Livino Sales, eng. agrônomo Clinton Saboya Valente são os agraciados da 11ª edição

ARTIGOS

PECUÁRIA

56Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável

RIO+20

INOVAÇÃO

CÓDIGO FLORESTAL

FLÁVIO SABOYA

ESTIAGEM

MEDALHA PRISCO BEZERRA

radiografando

Social

Adece participa da maior feira agrícola do mundo

prêmio maiores Contribuintes do Senar

Zpe do pecém em nova fase

Fim da exclusividade do BnB em discussão

•Boas Práticas de Gestão na Assistência Social 2012•Lançamento do PECNORDESTE na AL

projeto Biomas investe na pesquisa da caatinga do CE

produtores querem facilitar o acesso

Nova revolução muda consumo de energia

Energia EólicaVentos e negócios no Cearáempreendedores investem na área e alcançam bons resultados, o que demonstra chance também para micro e pequenos empresários 59

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8 revista Ceará e municípios8 revista Ceará e municípios

Ano XV - N 110- Junho/Julho 2012

Esta publicação é editada há 15

anos pela Editora Eventtus Ltda.

edItora geraljornalista Silvana Frota (653 JP) [email protected]

dIretor admInIStratIVoItalo Frota Catunda

reVISÃoSilvana Frota- MTB - 432

Carmem Frota Boelen

redaçÃoSilvana Frota e Assessorias de Imprensa

eStagIárIaPolianna Uchoa

[email protected]

ColaBoradoreSADECE, FAEC, SENAR, SDA, CIA DOCAS,

CDL, GOVERNO DO ESTADO

FotograFIaArquivo Revista, Assessorias, internet.

arte/CrIaçÃoPolianna Uchoa

anÚnCIoS

gerente de Contas Michelle Fernandes

[email protected]

Avenida Dom Luis, 300, sala 725 Aldeota. Cep: 60160230 Aldeota Fortaleza- Ce

Fones (85) 3264.3665 Cel. 96621700/88144719

Acesse nosso site:www.cearaemunicipios.com.br

@CearaeMunicipio

Revista Ceará e Municípios

municipiosdoceara

ExpedienteCARTA DA EDITORA

O agronegócio da Pecuária, o Nordeste e a Seca em debate

O XVI Seminário Nordestino de Pecuária, PECNORDESTE, promovido pelo Sistema Faec/Senar, Sebrae-CE,

Sindicatos Rurais e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil-CNA, com o apoio de diversos parceiros é o tema de maior destaque desta edição da Revista Ceará e Municípios, sem esquecer a problemática da seca, que se abate sobre o Nordeste com graves consequências para o meio rural, acompanhada da opinião de especialistas como o economista Cláudio Ferreira Lima, assessor especial do Banco do Nordeste do Brasil, Roberto Smith, presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado, Governador Cid Gomes, Secretário Estadual de Desenvolvimento Agrário Nelson Martins, Freitas Cordeiro, Presidente da CDL e ainda, um artigo especial do diretor infraestrutura da CNA José Ramos Torres de Melo Filho sobre a ferrovia transnordestina.

Ainda nesta edição, você vai conhecer os detalhes sobre o novo Código Florestal, aprovado pela presidente Dilma Rousseff com 12 vetos, a palavra do presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente, Paulo Henrique Lustosa, o Contraponto sobre os vetos da Senadora Kátia Abreu, Presidente da CNA.

A revista destaca também a Rio+20, que acontece de 13 a 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, o Projeto Biomas Caatinga, que vem sendo pesquisado também pela CNA aqui no Ceará, através de uma propriedade localizada no município de Ibaretama. As novas fontes alternativas de energia limpa, como a energia eólica e os novos medidores inteligentes de energia, conhecidos como medidores analógicos, também figuram na publicação.

Espero que gostem e aproveitem as informações.

Silvana Frota-Editora Geral

todos os dias: 01:00h, 09:30hs, 14:30hs e 20hs pela FgFtV, Canal Universitário de Fortaleza - retransmitido no canal 14 da Net.

o programa é visto por cerca de 100 mil assinantes da net em Fortaleza, região metropolitana, região do Cariri, Centro Sul, Sertão Central

(Quixeramobim, Quixadá), Sobral etc.

Silvana Frota entrevistando Flávio Saboya e paulo Hélder

ValorIZando aS melHoreS açõeS e exemplo de CIdadanIa

apreSentadora: jornalista Silvana Frota

Confira os vídeos no nosso site: www.municipiosdoceara.com.br

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Nordeste enfrenta a pior estiagem em 40 anos

Ao todo são 525 municípios em estado de emergência, o semiárido nordestino enfrenta a pior seca em 40 anos. O problema

está na dificuldade de água para beber à devastação de cultivos e perda de animais. Só para se ter uma ideia, em Pernanbuco as 70 cidades que estão em pior estado, a Secretaria Estadual de Agricultura fez um balanço e viu que a maioria dessa área, está com redução das chuvas, em média de 75%, chegando até 92% em alguns locais, e a maioria dos açudes localizados no Sertão estão com 30% da sua capacidade.

A falta de chuvas provocou a perda de 370 mil toneladas de grãos. Nos 100 primeiros dias deste ano, o número de animais vendidos para fora do Estado é 73% maior que a da mesma época do ano passado. “Os criadores, a maioria deles pequenos, estão se desfazendo dos seus animais porque falta ração, falta capim, falta sorgo”, afirmou o secretário estadual de Agricultura e presidente do Comitê Integrado de Combate à Seca de Pernambuco, Ranílson Ramos. Ele prevê dificuldade de recomposição do rebanho depois da estiagem, já que as fêmeas de boa linhagem têm sido comercializadas para o Pará e Maranhão.

91% do terrItórIo do Ceará SoFrem Com a eStIagem

Em busca de soluções urgentes, o governador Cid Gomes assinou no dia 28 de maio último, um decreto que reconhece a situação de emergência em 168 municípios cearenses. Dessa forma, 91% do território do Estado foi considerado comprometido pela

Estimativa da produção de grãos cai 74%Com o agravante da seca no semiárido,

a safra de 2012 no Ceará está passando por grandes dificuldades. Após uma empolgação em março, quando os agricultores pensavam que haveria um recorde na colheita cearense, a ausência de chuvas desde abril, diminiui consideravelmente a expectativa da produção agrícola em 74% no mês de maio, já que a expectativa inicial de 1,4 milhão de toneladas foi reduzida para 374 mil toneladas.

O que se espera agora é que o Estado

produza 657.361 toneladas de grãos, em 2012. Quantidade bem abaixo da projeção original, que era de 1.438.395 t. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a secretária do Grupo Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará (Gcea-CE), Regina Feitosa Dias, os tipos de cultivo mais dependentes da água da chuva, foram os mais impactados. São eles

algodão herbáceo de sequeiro, amendoim, arroz de sequeiro, arroz irrigado, batata doce, fava, feijão de arranca de 1ª safra (Phaseollus), feijão-de-corda de 1ª safra (Vigna), girassol, milho (grão), milho (semente), sorgo granífero, cana-de-açúcar, mamona, mandioca e banana de sequeiro. “Além da irregularidade do tempo e espaço, caiu muito pouca chuva neste ano”, diz, ressaltando que em houve redução na estimativa em todas as 33 microrregiões do Estado.

1ªMÃO

estiagem. No entanto, a burocracia tem sido uma grande inimiga das vítimas da seca no Ceará, atrasando a distribuição de recursos do Governo Federal.

O documento vai agilizar o processo de socorro à população atingida pela estiagem. Antes, para que fossem beneficiados pelas verbas, os municípios tinham de aguardar homologação da situação emergencial, fosse da União ou do Estado, processo que demora para ser concluído, por levar em consideração diversos critérios.

O método de avaliação que definiu as cidades em estado de emergência foi o da perda de safra. Logo, os que tiveram a colheita gravemente comprometida foram incluídos no decreto.

“Em todos esses 168 municípios, foi constatada, conforme o secretário Nelson Martins (SDA), a perda de safra superior a 2,77% das receitas do municípios. Portanto, estou assinando a emergência de todos eles, remetendo ao Governo Federal e pedindo o apoio da bancada

para que isso seja analisado com a maior brevidade e todas as ações que requerem essa providência sejam adotadas o mais rápido possível”, declarou Cid Gomes.

PagamentoO governador se comprometeu a

pagar parcela extra do Garantia Safra às prefeituras que estiverem quites com as parcelas do programa até 5 de junho.

Então, um município que esteja com as contas em dia vai receber, por parte do Estado, uma parcela a mais de R$ 136 - para cada um dos cadastrados no programa - o que reflete um montante de R$ 716, em vez dos R$ 680 pagos pela União.

Do socorro de R$ 10 milhões enviado ao Ceará, pelo Ministério da Integração Nacional, 25% deve ser empregado na restauração, perfuração e instalação de poços. Portanto, R$ 2,5 milhões, somados ainda aos R$ 13,5 milhões já reservados para essa finalidade, num total de R$ 16 milhões destinados à exploração de águas subterrâneas.

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ARTIgOS

AÇÕES DA CNA NO COMBATE À SECA

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, com a parceria da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará – FAEC vem de elaborar uma série de propostas preliminares sobre o combate aos efeitos deletérios da prolongada estiagem

por que passa a região Nordeste e, especialmente, o Estado do Ceará. O importante documento que foi por nós entregue ao Conselho Deliberativo da SUDENE – CONDEL, quando de sua reunião ocorrida no dia 27 de abril último findo, na sede da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, da qual participamos na qualidade de seu conselheiro, representando a CNA.

A reunião do importante Conselho contou com a presença de Sua Excelência, o Senhor Ministro da Integração Nacional, Dr. Fernando Bezerra Coelho e de vários Governadores de Estados da região Nordeste. Naquela ocasião, tivemos a oportunidade de proceder a uma ampla exposição das ações entregues àquele Conselho, além de havermos abordado outros assuntos que dizem respeito ao combate dos efeitos da presente seca, citando algumas providências que deveriam ser adotadas, não só pelos governos estaduais da região, como pela própria SUDENE.

Assim é que discorremos sobre a paridade dos juros incidentes sobre os financiamentos concedidos através das linhas especiais de crédito emergencial, entre os agricultores familiares que usufruirão de juros de 1% ao ano, enquanto os pequenos e médios produtores, por ficarem enquadrados no porte dos grandes, deverão arcar com juros de 3,5%, no exercício, razão por que defendemos para os de pequeno e médio porte, encargos de 2%. A exemplo do que ocorreu para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que, através da Portaria Interministerial nº 144, de 1º/03/2012, estabeleceu parâmetros para a liberação de milho em grãos, em razão de um não tão prolongado período de estiagem naqueles estados, também reivindicamos a liberação de milho para atender aos produtores atingidos pela seca a preços diferenciados para a agricultura familiar de R$ 18,10, para a pequena e média produção, de R$ 21,00 e para os demais, R$ 27,00 por saca de 60kg,

Na aludida reunião, abordamos, também, outros aspectos que visam a um apoio incondicional aos produtores rurais que sofrem os efeitos danosos de mais uma seca. O documento que contém as propostas da CNA, entregue ao CONDEL, está formulado com três tipos de ações.

MEDIDAS IMEDIATASA primeira representada pelas medidas imediatas; a

segunda por medidas de sustentabilidade e a última pelas medidas de suporte. No campo das medidas imediatas, destacam-se quatro significativas ações, como se seguem: “1. Suspensão, pelo Governo Federal, dos pagamentos das parcelas de financiamentos rurais vencíveis no exercício de 2012, inclusive aquelas relativas às dívidas repactuadas, com base na Lei Nº 9138/95 e na Resolução Nº 2471, transferindo-as para o final do respectivo contrato; 2.Sobrestar as execuções judiciais, relacionadas com o financiamento rural, durante os exercícios

de 2012 e 2013; 3. Paralisação, em 2012, das vistorias de propriedades rurais, pelo INCRA, para fins de reforma agrária e 4. Aprovação, pelo Conselho Deliberativo da SUDENE-CONDEL, de crédito rural, em caráter emergencial, pelo FNE, independentemente do porte do produtor rural”.

MEDIDAS DE SUSTENTABILIDADENo que concerne às

medidas de sustentabilidade das atividades rurais, duas das mais representativas no combate às destruidoras conseqüências de uma seca, estão a seguir delineadas: “1. Liberação de créditos rurais, agrícola e pecuário, com juros compatíveis com a atual situação emergencial, com carência necessária para a sustentabilidade das atividades, agropecuárias; 2. Utilização imediata das áreas disponíveis nos Perímetros Irrigados Federais, visando à produção de alimentos, de forragens e sementes para a próxima safra”.

MEDIDADE DE SUPORTES E, finalmente, aquelas medidas classificadas como

de suporte, e que têm um efeito mais prolongado, estão consignadas como sendo as três aqui citadas: “1. Implantação, imediata, no cerrado dos Estados do Piauí e Maranhão e do oeste da Bahia, de três armazéns de estoques reguladores da CONAB (milho e soja), reduzindo, significativamente, os custos de fretes nas futuras remoções para postos de venda da Conab no Nordeste; 2. Instituição de uma linha especial de crédito, em caráter emergencial, para as atividades de irrigação de até 3 (três) hectares, beneficiando os pequenos, os pequenos médios e os médios produtores rurais, acoplados com medidores de energia elétrica de dupla tarifa, sendo esta com preços reduzidos, em até 12 horas de utilização, além de uma linha específica para o financiamento da cultura da palma forrageira e 3. Oferta, pela CONAB, até o mês de abril de 2013, de milho, no sistema Venda Balcão, para o atendimento aos detentores de Declaração de Aptidão ao PRONAF-DAP, estendendo aos pequenos, pequenos médios e aos médios produtores atingidos pela estiagem, com preço de R$ 21,00 (vinte e um reais), por saca de 60 Kg, a exemplo do que foi feito no Rio Grande do Sul e Santa Catarina este ano, através da Portaria Interministerial Nº 144, de 01.03.12, com a criação temporária de 100 (cem) postos de venda, disponibilizando um Sistema de Entrega aos produtores beneficiados”.

Todas as ações supramencionadas despontam-se como de um efeito super valioso para o amparo àqueles produtores rurais que, mais uma vez, enfrentam os problemas catastróficos de uma seca nos sertões nordestinos e, como não dizer, no nosso estado do Ceará.

Flávio Viriato de Saboya Neto - Presidente da Federação de

Agricultura do Estado do Ceará e representante da CNA no CONDEL

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No Ceará e no Nordeste, a chuva vem caindo abaixo da média. Foram acionados sinais de alerta e agora é necessária uma série de medidas para diminuir o impacto provocado pela estiagem. No passado, seca era sinônimo de flagelo que espalhava fome e desespero. Ela continua inevitável e, vez ou outra, retorna aos sertões, cumprindo uma espécie de ciclo. A diferença é que, hoje, já temos como enfrentá-la. Basta lançar mão das políticas, dos recursos materiais e do bom senso para tomarmos as medidas certas no momento certo.

Na última segunda-feira, em reunião com a presidente Dilma Rousseff, em Aracaju (SE), os governadores do Nordeste expuseram a gravidade da situação. De imediato, a presidente antecipou para maio o pagamento das parcelas do Seguro Safra, que totaliza R$ 163 milhões (cinco parcelas de R$ 136) para o Ceará, e recursos para famílias rurais não contempladas pelo Seguro (cinco parcelas de R$ 80); antecipação das metas do Água para Todos, que compreende 1.500 sistemas simplificados de abastecimento de água; linha de crédito de R$ 12 mil com juro de 1%, três anos de carência e sete anos para pagar; preço mínimo do milho para assegurar a alimentação de animais e a edição da medida provisória para liberação de R$ 165 milhões para carros-pipa.

No Ceará, já estão em marcha ações destinadas a combater os efeitos da seca. É o caso da construção de 5.700 quintais produtivos, sendo 4.200 com cisternas de enxurradas e mais 1.400 com barragens subterrâneas, representando investimento de R$ 82 milhões. O Governo está construindo 33.400 cisternas de placa que se somarão às 49 mil já concluídas. No âmbito do Projeto São José, desde 2007, 120 mil famílias foram beneficiadas com 1.730 ações de desenvolvimento agrário. Com o Banco Mundial, logo será firmada parceria que prevê US$ 100 milhões e mais US$ 50 milhões de contrapartida do Estado, para melhorar a vida das pessoas que moram no campo.

A chuva pode escassear em nossos campos - isto jamais será novidade. O que não pode faltar é a determinação de vencer a adversidade, empenhando nessa batalha novos recursos que o crescimento da economia tem propiciado e a velha força de vontade que é uma das principais características do nosso povo.

Cid [email protected] do CearáArtigo publicado no dia 26/04/2012 no Jornal O Povo

Quem anda pelo interior cearense sabe o quanto sofrem os nossos agricultores quando as chuvas não vêm. Historicamente, a seca é um tormento para o sertanejo e um desafio para o poder público. Apesar da complexidade, ainda é possível enfrentá-la e conviver com ela.

Através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, o Governo do Estado do Ceará adota políticas de estado para garantir ao agricultor familiar a convivência com a estiagem, mantendo-o no campo e oferecendo-lhe a possibilidade de produzir para a sua própria subsistência, comercializando o excedente. Para isso, é fundamental a parceria com o Governo Federal e os municípios.

Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), estão sendo investidos R$ 82 milhões na construção de 5.700 quintais produtivos, sendo 4.200 com cisternas de enxurradas e mais 1.500 com barragens subterrâneas, em 67 municípios cearenses, beneficiando 10.200 famílias de agricultores familiares. Também serão construídas 33.400 cisternas de placa, em 35 municípios. O equipamento acumula água para beber e cozinhar. 49.142 mil cisternas já foram construídas e outras 15.808 mil estão em obras. O investimento é de R$ 80 milhões, sendo que a metade deste valor é do MDS.

Ainda em 2012 serão construídas mais 30 mil cisternas de placa, atendendo demanda do Plano Brasil Sem Miséria. Até o final do ano, a expectativa é de que mais de 98 mil famílias sejam atendidas. Em 2013 serão construídas mais 25 mil, todas, em municípios do semiárido cearense.

Confirmamos parceria com o Ministério da Integração Nacional para investimento em projetos de irrigação voltados para agricultores familiares do interior cearense. Serão R$ 8 milhões 342 mil, com uma contrapartida do Estado do Ceará da metade deste valor. Serão 2500 projetos de irrigação beneficiados com esses recursos. A execução do programa será feita em parceria entre o DNOCS e a Ematerce.

Temos ainda o Projeto São José, que está em sua terceira etapa. Desde 2007, 120 mil famílias já foram beneficiadas com cerca de 1.730 projetos de desenvolvimento agrário liberados, em investimentos que somam US$ 150 milhões, através de empréstimo contratado junto ao Banco Mundial. Agora, haverá investimentos de US$ 100 milhões, com uma contrapartida de US$ 50 milhões do Estado do Ceará, em novos projetos produtivos e no abastecimento d’água.

Ainda no que diz respeito ao abastecimento d’água, um convênio com o Ministério da Integração Nacional beneficiará 75 mil famílias com 15 mil cisternas de consumo, 5 mil projetos de kits de irrigação e 1,5 mil projetos de abastecimento d’água. Junto a outros projetos, o objetivo é a universalização do abastecimento de água para toda a população cearense até 2014. Os municípios deverão apresentar projetos para contemplar comunidades que sofrem com a falta d’água. Ainda há muito o que ser feito, mas essas ações já trouxeram esperança para os agricultores de que é possível conviver com a seca.

Cid Ferreira Gomes - Governador do Estado do Ceará

Nelson Martins - secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará

Contra a seca: determinação

Convivendo com a seca no Ceará

Page 12: Revista Pecnordeste

12 revista Ceará e municípios

Viver melhorEm matéria de felicidade, o Brasil coloca-se à frente de nações como a Alemanha

(6,7), Chile (6,6), Espanha (6,5), Itália (6,1), Japão (6,1), Grécia (5,4), Rússia (5,3) e Portugal (5,2). Perde por pouco para Reino Unido (6,9), França (7) e EUA (7). E fica bem atrás da Dinamarca (7,8), Noruega (7,6) e Suécia (7,5). O índice "viver melhor" foi lançado no ano passado para marcar os festejos dos 50 anos de criação da OCDE, entidade sediada na França. Nasceu de um estudo elaborado sob a coordenação do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.

O Brasil, incluído na pesquisa pela primeira vez, ocupa a 33ª posição entre 36 países, à frente da Turquia, do México e do Chile, apenas. A Rússia, outro país emergente incluído na pesquisa, surge na 32ª colocação. O critério utilizado pela OCDE leva em conta 11 quesitos.

Feira do CamarãoDe 11 a 14 deste mês, em Natal, será realizada a IX Feira Nacional do Camarão (Fenacam). A Adece, a Secretaria de Pesca, o Instituto Agropolos e os Carcinicultores da Costa Negra, liderados por Livino Sales, representarão o Ceará.

Olho na vacinaPresidente da Adece, Roberto Smith (foto) esteve em Israel. Onde tratou, junto ao Ministério da Indústria daquele País, de uma parceria na área da saúde. O Governo do Ceará pretende ter - no futuro Polo Industrial de Saúde do Eusébio - a boa expertise dos israelenses na produção de vacinas.

Senadora Katia AbreuEm declaração sobre a reforma do Código Florestal aprovada na Câmara

Reconhecimento

Sobre o título de Cidadão de Fortaleza a Ivo Ferreira Gomes, o deputado Mauro Benevides exaltou o seu currículo de intelectual de méritos incontáveis. Procurador, porque fez concurso público; Curso de Mestrado concluído na respeitável Universidade de Harvard. Os amigos e admiradores.

Agora, é para valer! O estádio Castelão terá jogos da fase de classificação da Copa das Confederações, incluindo pelo menos um da seleção brasileira, no dia 19 de junho de 2013. A abertura da Copa será no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. A Copa das Confederações será o evento-teste da Copa do Mundo de 2014. Assim, o Estado do Ceará e sua capital, Fortaleza, não podem passar por vexame internacional. Há tempo para fazer o que falta ser feito. Falta alargar a Alberto Craveiro, construir o viaduto da Raul Barbosa com Murilo Borges e - é bom não esquecer - uma campanha para ensinar o torcedor cearense a comportar-se em um estádio de padrão Fifa, sem alambrado. A Fifa está certa de que os brasileiros são educados. Somos?

a SeleçÃo BraSIleIra Vem aí

“ mpx e ge ampliarão Usina Solar de

tauáInforma a MPX, empresa de geração de energia elétrica do grupo EBX: A General Electric, que se tornou dona de 0,8% do capital da

organização controlada pelo bilionário Eike Batista, vai fornecer os equipamentos para a ampliação da capacidade de geração

da Usina de Energia Solar de Tauá, no Oeste do Ceará.A usina, que hoje tem potência de 1 MW, será ampliada para 2 MW e, na fase seguinte, para 5

MW, conforme os planos originais da MPX.Como a GE é fornecedora também de equipamentos para parques de geração

de energia eólica e tendo em vista que a MPX se associou, recentemente,

à alemã E. ON, que atua na área de energia renovável, prevê-se

investimentos maiores do grupo EBX nesse setor. A GE e a EBX têm parceria estratégica.

Não foi uma lei debatida por um

segmento. Foi uma discussão de 100%

do Congresso.

Por Silvana FrotagrafandoRadi

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13peCnordeSte 2012

Sábado com navioPaulo André Holanda (foto), presidente da Companhia Docas do Ceará, administradora do Porto do Mucuripe, celebra a parceria com a Maestra Navegação e Logística, cujos navios de cabotagem farão escala todos os sábados em Fortaleza vindos de Santos (SP) e Navegantes (SC).

SEBRAE E NOVAS OPORTUNIDADES

O Sebrae vai fazer um mapeamento das oportunidades e necessidades de negócios das empresas do Ceará. O programa vai ser desenvolvido em parceria com o Banco do Nordeste e visa facilitar a participação de empresas locais nos empreendimentos âncora do Estado. Será feito um “raio X” das necessidades de negócios para que as empresas sejam capacitadas para fornecer produtos e serviços para esses empreendimentos. O trabalho será coordenado pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace), ligada à USP de Ribeirão Preto. As universidades locais como UFC e Uece participarão do projeto.

Castanhão das tilápiasO Ministério da Pesca e Aquicultura está acertando com o governo estadual, através da secretaria estadual da Pesca, a expansão do parque aquícola da barragem do Castanhão. Tudo com aval da Agência Nacional das Águas (ANA), que está assegurando a autorização. A ordem é elevar de 10 mil toneladas/ano a produção de tilápia para 30 mil toneladas/ano, segundo o superintendente da ANA, Francisco Viana Lopes. Isso quer dizer que o número de grupos que exploram esse tipo de atividade no Castanhão deverá aumentar. Viana deu poucos detalhes da ação, mas garante que tilápia tem sido um dos pontos fortes do aproveitamento dessa barragem. O cearense já consome muita tilápia produzida ali, mas a ideia é, com a expansão da exploração, buscar mercados via exportação.

Talvez nenhum Estado brasileiro tenha uma rede de formação profissional como o Ceará.

Projeções para o CearáA projeção para o ano é de um crescimento da economia nacional de 2,7% a 3%. Uma média de desempenho semelhante a conseguida pelo País na década de 90. No caso do Ceará, aperspectiva é de desempenho um pouco melhor que a média do País. E pasmem: provavelmente também puxado pelos setores de indústria e serviço. O segmento de construção civil ajuda bastante o índice de atividade industrial o Estado e, por essa razão, é esperada uma melhora nos indicadores. A greve dos trabalhadores da construção civil, entretanto, deve ter impacto no PIB no segundo trimestre.

Melhoria de renda, população crescente, empresários jovens, alta produtividade e câmbio fortalecido são alguns dos atrativos vistos pelos investidores internacionais. No entanto, eles criticam a infraestrutura.

“Achamos que o Brasil tem potencial para muito crescimento. E com os jogos olímpicos e a Copa do Mundo a infraestrutura vai mudar”, avalia o executivo do banco americano, Merrill Lynch, Richard Wilson, que palestrou no dia 1º de junho no evento Gestão Nordeste 2012 .

De acordo ele, até 2030 a economia do Brasil pode se tornar a 5° do mundo.

MÓVEIS PARA ALEMÃES

Jovens empresários e a políticaO fato de quatro jovens empresários estarem assumindo o comando de influentes partidos está sendo saudado como fator positivo para o processo político-partidário. E até lembrando quando deste mesmo CIC saíram Tasso Jereissati, Amarílio Macedo, Beni Veras que, liderando um grupo de jovens empresários, passaram a ter uma destacada posição na política deste Estado. Assim é que, quando Eduardo Diogo, Robinson de Castro, Alexandre Pereira e Pedro Fiúza, aceitam ter essa decisiva participação, a iniciativa deve ser vista como importante na medida em que fortalece a democracia e motiva a que outros segmentos da sociedade se interessem pela política.

Diminuindo custos de impostos e melhorando infraestrutura.

“Outra coisa boa no País é que os empresários são jovens. A população vem crescendo, outros países não têm disso, e aqui eles estão prontos para trabalhar, eles têm uma média de até 29 anos aqui”, diz Wilson.

Quem também falou no encerramento do evento foi o professor e diretor da Portfolio Gestão e Capacitação, Cássio Germano. Ele diz que mesmo dentro da empresa é possível eleger um funcionário que fique encarregado da gestão de projetos.

”“ Senador Inácio Arruda que, ao mesmo tempo em que registrava e destacava a inauguração da 87ª

Escola de Ensino Médio Profissional no Estado do Ceará; defendia que a presidente Dilma, assim

como fez o presidente Lula, construa mais dessas escolas.

Brasil deve ocupar 5º lugar

A Osterno Móveis fechou contrato com a rede alemã de restaurantes Vapiano, que vai construir 50 lojas da rede no Brasil. A companhia cearense vai fornecer mobílias, acessórios e pisos dos novos restaurantes. A direção da Osterno esteve recentemente na Alemanha e na Áustria para visitar os restaurantes da Vapiano, que pretende abrir as novas lojas nos próximos quatro anos.

Sustentabilidade é tema na convençãoO tema foi pauta das discussões da 25ª Convenção Estadual Lojista, organizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL). O encontro que realizou-se nos dias 14, 15 e 16 em Fortaleza reunindo representantes de todas as CDLs do Estado. São 65 ao todo; há presença das Câmaras em 85 dos 184 municípios cearenses.

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14 Revista Ceará e Municípios

PECNORDESTE 2012

O XVI Seminário Nordestino de Pecuária- Pecnordeste, que será realizado de 18 a 21 de junho no Centro de Convenções, em Fortaleza, tem como tema central este

ano “Pecuária Nordestina e o Novo Código Florestal” e a cada duas horas apresentará uma vasta programação incluindo seminários, mesas redondas, oficinas de capacitação, minicursos, feira de produtos e serviços agropecuários, encontro dos secretários municipais, Mostra Pet, PECLEITE (concurso leiteiro), e duas palestras globais abertas ao público uma com o mesmo tema do Pecnordeste e outra sobre a "A importância da Transnordestina para o desenvolvimento da pecuária regional, que será ministrada pelo Diretor de Infra estrutura e Logistica da CNA, José Ramos Torres de Melo Filho."

" O evento é promovido pelo Sistema FAEC/SENAR e SEBRAE-Ce com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil- CNA, Banco do Brasil, BNB, Governo do Estado,entre outros parceiros. É o único evento do Brasil que reúne no mesmo espaço dez segmentos da cadeia produtiva do agronegócio da pecuária, lembra o Coordenador Geral Paulo Helder de Alencar Braga, destacando a bovinocultura, avicultura, apicultura, caprinovino-cultura, suinocultura, aqüicultura e pesca, equino-cultura, estrutiocultura, artesanato, turismo no espaço rural e natural. A expectativa dos organizadores é de que o PECNORDESTE deste ano leve ao Centro de Convenções um público de cerca de 38 mil pessoas, com a participação de 4 mil produtores em cursos e caravanas e cerca de 280 expositores, gerando pelo menos R$ 38

milhões em negócios. Haverá concurso leiteiro de bovinos e caprinos de leite, no espaço do PECLEITE, uma exposição especializada de bovinos e caprinos, com cerca de 100 expositores, sendo a grande novidade deste ano dentro do evento, cooordenada pelo engos agronomos Paulo Helder, Rejane Bastos Dias e Eduardo Queiroz.

O Presidente da FAEC, Flávio Saboya grande entusiasta do Pecnordeste, disse que a Federação e seus parceiros buscam com este evento, trazer mais infoirmações e tecnologias aos produtores rurais, principais interessados no Seminário, e que este ano, devido a problemática da seca, a Federação vai discutir ações voltadas para o médio produtor rural, que se ressente de uma política diferenciada. Na qualidade de conselheiro da CNA junto ao Conselho Deliberativo da Sudene, ele apresentou uma série de medidas de caratér emergencial e de longo prazo àquele colegiado, e ainda aos Governos do Estado e Federal.

XVI SEMINÁRIO ESPERA ATRAIR 38 MIL VISITANTES, 4 MIL PRODUTORES E GERAR MAIS TECNOLOGIA E NEGÓCIOS

O Seminário Nordestino de Pecuária busca o fortalecimento do agronegócio da pecuária nordestina, trazendo à discussão temas atuais que atendam as demandas do setor produtivo, com o intuito de transformar novos conhecimentos e difundir novas tecnologias realizando assim um grande esforço de capacitação e de intercâmbio de informações entre as cadeias produtivas e os mercados de produção e de consumo.

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15PECNORDESTE 2012

traz o campo para a cidadeP Tenda do CamarãoP Casa do Bode

P Boteco do SuínoP PECLeite

P ApiculturaP Aquicultura e pescaP BovinoculturaP AviculturaP CaprinovinoculturaP ArtesanatoP SuinoculturaP EquinoculturaP Turismo no espaço rural e naturalP Estrutiocultura

Principais Novidades

10 segmentos presentes no evento

Paulo Helder, coordenador Geral do PEC e presidente da Associação Cearense de

Criadores - ACC

DIA DE CAMPO VIRTUALDurante o XVI Seminário Nordestino de Pecuária- Pecnordeste, o segmento

da bovinocultura traz uma novidade, o Dia de Campo Virtual, que vai ser realizado nos dia 21 e 22 e junho durante o III Seminário Tortuga, no Salão A Superior - Bloco A (Superior).

No dia 21, de 09h às 11h, terá a apresentação do Projeto da Fazenda Flor da Serra, localizada em Limoeiro do Norte, de propriedade de Luiz Prata Girão, que por meio de vídeos e fotos serão demonstrados a produção de leite em pasto por pivô central, dados zootécnicos, instalações e depoimentos do proprietário.

No dia 22, 08h às 14h, haverá uma visita a Fábrica Tortuga,. Os 40 participantes poderão conhecer de perto as instalações, processamentos, laboratório de qualidade, coordenados por Francisco Christian Sales Bezerra, da empresa Tortuga.

a tortUgaA unidade Industrial do Pecém, está localizada a 65km de Fortaleza, no

Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. Possui 25 mil m² de área construída. A fábrica tem produção de 3.000 ton por mês, aumentando em 60% a fabricação de suplementos minerais para a nutrição animal.

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16 revista Ceará e municípios

PECLEITEQUER MOSTRAR O POTENCIAL DO CE

O Ceará é um estado com grande potencial para a pecuária de leite, uma tradição que se mantém a vários anos . Hoje, o Estado produz cerca de 1 milhão e 216 mil litros de leite/dia, possuindo um rebanho efetivo de 2 milhões e 500 mil cabeças, das quais 540 mil são vacas ordenhadas. Segundo Eduardo Queiroz, um dos cooordenadores da exposição, o Estado, ainda possui áreas disponíveis para produção de leite, principalmente na Chapada do Apodi, e no Baixo Acaraú onde o DNOCS mantém projetos de irrigação com áreas disponíveis para produção de pasto, podendo duplicar a produção atual, que pode chegar a 146 milhões de litros de leite/dia.

Com a idéia de mostrar esse potencial leiteiro, foi que os organizadores do Pecnordeste resolveram realizar este ano o PECLEITE, uma exposição de bovinos e caprinos de leite que será realizado em todo o Bloco G. Ocupando uma área de 1.938m2, contando com a presença de 100 animais de raças leiteiras de várias espécies, além de julgamentos, premiações e concurso leiteiro.

Dentro da programação do PECLEITE está previsto acontecer o concurso leiteiro com prêmios para os animais que apresentarem maior produção de leite durante os três dias com uma equipe de técnicos que acompanharão todo esse processo.

A Coordenação do Pecnordeste contará com o apoio da Agfencia de Defesa Agropecuária-Adagri na checagem e contenção de animais, e monta uma estrutura responsável pelo recebimento, embarque e desembarque dos mesmos. Segundo o coordenador geral do PECNORDESTE, engenheiro agrônomo Paulo Hélder de Alencar Braga, todos os animais que estarão no evento terão que estar com o controle de sanidade em dia, e com a GTA – Guia de Transporte de Animais paga .

A expectativa do Coordenador é de que o PECLEITE possa fortalecer a pecuária leiteira, fazer a transferência de novas informações aos produtores sobre manejo e produção de leite, visando o aumento da produção e da produtividade.

100 animais de alta linhagem participam

da exposição que ocupa uma área

total de 1.938 m2 no Bloco G.

10 mil hectares ociosos de perímetros

públicos poderão ser usados para produzir forragens

25% é a redução na

produção de leite esperada pela Betânia

para os próximos meses

númerosEduardo Queiroz

um dos coordenadores da Comissão Técnica do PECNORDESTE

Page 17: Revista Pecnordeste

17peCnordeSte 2012

PECLEITE FARÁ JULGAMENTO DE ANIMAIS E CONCURSO LEITEIRO

a ComISSÃo organIZadora do peCleIte

Coordenador geral Paulo Helder de Alencar Braga

Comissão técnica Maria Rejane Mesquita Bastos Dias e

Eduardo QueirozComissão de Sanidade

AdagriComissão de admissão

Francisco Bartolemeu e Antonio Nogueira Magalhães

Comissão Concurso leiteiroEduardo Barroso

Comissão de InscriçãoJosé Cid Gomes Carneiro e Wellignton

responsável técnicoAntonio Gilson Araújo

juiz julgadorRaul Castro Pimenta

O concurso é dividido em duas categorias:BoVInoS1ª. categoria- vaca jovem até 36 meses2ª. categoria- vaca adulta acima de 36 mesesCaprInoS1ª.categoria- animal jovem com até 3 mudas ( 5 dentes)2ª.categoria: animal adulto boca cheia( 8 dentes).

O concurso leiteiro da Pecleite terá cinco ordenhas no período de 19/06 a 21/06, em horários diferenciados. As ordenhas oficiais terão duração máxima de 15 minutos para cada animal participante e serão realizadas em ordenhadeiras mecânicas. Serão vencedores os animais que obtiverem maior produção em quilogramas, na somatória das 4 ordenhas, a premiação ocorrerá no dia 21/06/ no encerramento do evento.

CONCURSO LEITEIRO

BaIa de BoVInoS

perSpeCtIVa da expoSIçÃo peCleIte

BaIa de CaprInoS

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18 revista Ceará e municípios

QUEM VAI EXPOR NA PECLEITE

PRODUTORES APOIAM PECLEITE

•Daniel Pimentel •Tufi Said•Emanuel Ricarte da Silva •Clauber Rocha•Francisco Eugênio

Vasconcelos•Wagner Cassiano Teles•Ricardo Willame•Amadeu•Jonatas Brito de Alencar

•PARDO SUÍÇO: Eulino Filho, Gilvan Sabino, Walfrido Monteiro;•JERSEY: Leopoldo Vasconcelos, Luiz Landim, Teoberto Landim;

•SIMENTAL: Fazenda Vital, Luiz Landim;•HOLANDÊS: Bessa Junior;•GUZOLANDIA: Fazenda Teotônio

Com o objetivo de divulgar o PECLEITE a Comissão organizadora promoveu um encontro com diversos produtores de bovinos e de caprinos para colher sugestões sobre o evento, bem como a elaboração do concurso leiteiro e de animais, que envolverá as raças Jersey,

Simental, Girloande e Pardo Suíço e o layout da área reservada ao evento.

Entre as sugestões apresentadas pelos produtores durante a reunião estão a de doar uma parte do leite que será ordenhado nos três dias da Feira, para alguma instituição ; o leite servir

para a preparação de produtos para a degustação. A Pecleite vai oferecer uma premiação no valor total de 15 mil reais para as grandes campeãs das raças expostas, jovens e adultas do concurso leiteiro de bovinos e caprinos, inclusive a entrega de troféus aos campeões.

Conforme determina o regulamento, os julgamentos serão públicos, devendo porém ser feito por um jurado único. Os jurados não poderão criar classes ou categorias e nem subdividir as estabelecidas pelo regulamento. O regulamento obedecerá Código de Ética da Associação dos Criadores de Gados e de Caprinos.

Participam da exposição os seguintes produtores e ou fazendas:

PECLEITE

“No Ceará existem em torno de 10 criadores com um plantel de mil

animais registrados, com uma média de lactação de 21 a 22 kg de leite / dia por produtor. É importante

participarmos de mais este evento, acho que é uma inovação”.

Presidente do Núcleo dos Criadores de gado da raça Pardo Suíço, Eulino

Oliveira Filho

“A idéia do PECLEITE é muito boa, divulga o potencial do nosso estado

como uma grande bacia leiteira, mas acho que falta apoio ao criador, e que o governo deveria incentivar mais o crédito bancário, tornando-o menos burocrático, oferecer taxas de juros

menores.”Presidente da Associação Cearense de

Gado Jersey, Alex Sá

Os irmãos Luis Landim e Teoberto Landim, são criadores da raça Jersey, Simental e Girolande e estão expondo seus animais no PECNORDESTE. Luis Landim, tem uma fazenda em Apuiarés onde cria outras raças como a Girolande e Simental, com uma produção de 320 litros de leite /dia, e cerca de 80 animais. Segundo ele a idéia é motivadora e inovadora.

Bruno Brandão e Alberto Almeida, gerente e diretor respectivamente da Fazenda Vital, que vai participar com a raça Simental, de origem alemã, disseram que a raça tem dupla aptidão para carne e leite, com uma produção hoje de 2.500 litros/dia, fornecidos para as industrias de leite Maranguape e Danone.

Para eles, expor no Centro de Convenções será uma oportunidade de divulgar ainda mais os produtos da Fazenda que comercializa também sêmen de animais, que saem de Maranguape diretamente para Campinas e Sorocaba, em São Paulo, onde a Vital tem outra grande fazenda de criar gado.

O Presidente da Associação dos Criadores de Caprinos Leiteiros do Estado do Ceará, Caprileice, Daniel Pimentel Gomes, disse que o PECLEITE traz a oportunidade de transferência de tecnologias, e que o Ceará precisa produzir mais leite de cabra.

BoVInoS CaprInoS

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19peCnordeSte 2012

Em 2010, o Brasil produziu 30,85 milhões de ton e importou 148,2 mil toneladas de leite e derivados. O leite em pó representou 54% do volume importado de lácteos, produzindo 644 mil ton no ano.

Quinze novas propriedades passaram a fazer parte dos maiores produtores de leite no estado do Ceará em 2010, com uma produção de 70,8 milhões de litros. Segundo o Anuário do Leite, quando comparado com o levantamento realizado em 2009, o volume de leite produzido pelos 100 maiores produtores aumentou 22,5%. Dos 85 produtores que se mantiveram na lista em 2010, 56 aumentaram a produção de leite Em 2010, a média de produção diária dos produtores foi de 1.941 litros, superior à média do ano anterior, que foi de 1.735 liitros. Segundo a publicação, os números mostram que os produtores estão trabalhando para aumentar a escala de produção, e acreditando mais na atividade.

Hoje, temos o 5º maior produtor nacional de leite, produzindo 57 milhões/kg localizado na região de Umirim. Trata-se do produtor Francisco de Araújo Carneiro.. Fonte: Anuário do leite Ceará 2011 - CNA

Em 2010 produção de Leite cresceu no Brasil e no Ceará

Seca causa perda de 15% em 2012

Com o advindo da seca em toda a região semiárida, o gado e com isso o leite acaba sofrendo as consequencias pela falta das chuvas. Cerca de 30

mil produtores de leite do interior do Ceará estão sentindo os impactos da estiagem em seus rebanhos, que tem sido prejudicados com a escassez de alimentos providos do solo.

Os prejuízos refletem na cadeia produtiva do leite, que em abril chegou a sofrer queda de aproximadamente 15%, informou o diretor-presidente da Betânia, Bruno Girão. A expectativa é de que a situação eleve os preços de leite e derivados em até 10% a partir de meados de maio.

No dia 27 de abril, o Governo Federal anunciou medidas emergenciais aos produtores nordestinos atingidos pela seca, o Governo Federal liberou para as cidades ationgidas, R$ 60 milhões para ações da Defesa Civil. Ceará, Sergipe, Paraíba e Pernambuco receberam respectivamente R$ 10 milhões para serem investidos em abastecimento de água e outros R$16 milhões deverão ser destinados para instalação e perfuração de poços profundos. Participaram o governador Cid Gomes e o ministro da Integração, Fernando Bezerra, no entanto, a parte da venda do milho balcão não agradou so segmento, já que foi liberado apenas 3kg de milho por produtor.

“Quando não chove, não tem pasto, não tem comida para vaca, logo, não tem leite”, explicou Girão. A Betânia trabalha ainda com um cenário de redução de 25% na oferta nos próximos meses, afirmou o diretor-presidente.

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Feac), Flávio Saboya, aponta medidas emergenciais para resolver o problema. Uma delas já foi discutida com representantes do setor, o ministro da Integração e o governador Cid Gomes. Trata-se da possibilidade de cessão de parte dos 10 mil hectares ociosos de

perímetros públicos para a produção de forragens, que poderão minimizar os efeitos da seca. Outro aspecto discutido foi o crédito emergencial para os agricultores familiares, que poderão realizar empréstimos até R$ 12 mil por 1% de juro ao ano. Quantias superiores terão 3,5% de juros.

a SeCaA seca tem causado queda no setor do leite: falta de chuva prejudica o solo, que deixa de produzir nutrientes para o rebanho, gerando redução no volume de leite. O consumidor deverá sentir no bolso o impacto da queda de produção.

Impactos na cadeia produtiva do leite no Ceará

Com a estiagem, as vacas acabam não se alimentando de silagem e feno, pois com a falta das chuvas o solo não produz esse alimento

Sem esta alimentação natural, as vacas acabam emagrecendo. Com isso, os produtores estão preferindo levar logo estas ao abate, para obter mais lucro, preferindo vendê-las ao abate antes que morram

Dessa forma, com as vacas indo mais para o abate a produção de leite acaba diminuindo mesmo com 30 mil produtores no Estado. O leite produzido no Ceará é coletado por pequenos produtores com base familiar, que produzem menos que 50 litros/dia, e por produtores de irrigação nas regiões do rio Banabuiú, Jaguaribe e Quixeramobim que produzem mais de 200 litros/dia

As coletas de leite nas fazendas é feita pela indústria, mas com volume em menor escala do que em outras épocas

É na industria que o leite se transforma nos seus devirados, queijo, iogurte, requeijão etc.

A distribuição dos derivados para os mercados, também é feita pelas indústrias, que acabam sentido aumento nos preços

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20 Revista Ceará e Municípios

O Ceará produz atual- mente 1 milhão e 216 mil litros de leite /dia, embora a demanda seja por 2 milhões de litros/dia. Dobrar

esta capacidade é o grande desafio que se impõe ao Estado, e somente através da tecnologia é possível reverter esta situação. Neste período de seca, a situação da produção tende a cair, em torno de 15%.

A Federação das Associações do Perímetro Jaguaribe-Apodi (FAPIJA) sugeriu ao Governo do Estado, doar no mínimo 10 pivôs centrais para irrigar uma área maior no Projeto de Irrigação do DNOCS, para produzir pastagem. Os 10 Pivôs de 50 ha cada, se instalados no Apodi, poderão produzir 150 mil t de silagem por ano, diz a FAPIJA.

Conforme informou Francisco Zuza de Oliveira, assessor da CBL- Companhia Brasileira de Alimentos S/A e ex-presidente da ADECE, a empresa Betânia está fornecendo ração aos seus produtores de leite, para conservar as fêmeas nas fazendas, gerando renda para o produtor e leite para atender a demanda industrial.

Animados os pecuaristas começaram a investir mais na atividade, resultando em aumento da oferta de leite. Também atraiu para o Estado fornecedores de

insumos, empresas de genética bovina, laticínios e mais produtores de leite. Num futuro bem próximo eles poderão estar utilizando-se de cerca de 200 mil hectares de áreas irrigáveis boa parte delas com toda infraestrutura instalada, mas parcialmente ociosa, como é o caso dos perímetros do Departamento Nacional de Obras-DNOCS. Em 2010, a Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) resolveu traduzir em números o que muitos pecuaristas de áreas irrigadas já sabiam: é possível produzir leite com lucro no Ceará. Mais que isso: seria possível produzir com indicadores econômicos iguais ou superiores às mais destacadas bacias leiteiras do mundo. “Hoje, produzimos leite a US$ 0,30 por litro, enquanto o custo médio nos Estados Unidos é de US$ 0,38. Quando o real estava menos valorizado, chegamos a produzir por US$ 0,22, que é o preço conseguido pela Nova Zelândia, referência mundial em produção leiteira”, diz o consultor Raimundo Reis, um dos responsáveis pelo estudo Projeto Leite Ceará, elaborado pela Adece.

Na época em que esteve à frente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará - Adece, Zuza foi responsável pela estruturação do Projeto Leite Ceará, que visa a produção intensiva de leite em áreas irrigadas.

Tudo começou em 2000, quando o governo cearense resolveu apostar no Projeto Pasto Verde, que consistia em repassar para pequenos produtores as vantagens do pastejo rotacionado irrigado. Cinco anos depois, mais de 1.400 pecuaristas já haviam adotado o sistema. “Quando vinha uma seca, o pecuarista deixava de produzir o leite e ainda precisava comprar alimento para o rebanho durante meses.

O pastejo rotacionado irrigado é adotado em mais de 5.000 hectares e responde por cerca de 25% da oferta de leite no Ceará. O mais importante não é o volume, mas sim a segurança de que o leite está disponível o ano inteiro, faça chuva ou sol. A Danone, por exemplo, investiu em 2000 R$ 60 milhões para

Como produzir mais leite na seca

reativar uma fábrica em Maracanaú, a 20 quilômetros da capital cearense, a partir da qual trabalha para abastecer os mercados do Norte e Nordeste. O Laticínio Sabor e Vida, em Maranguape, a 50 quilômetros de Fortaleza, também está apostando no crescimento do setor. “Concluímos um investimento que triplicou nossa capacidade de produção, que passou para 20.000 litros ao dia”, diz Osvaldo Vieira, da área comercial da empresa.

Um noVo olHar SoBre oS perímetroS IrrIgadoS

O estudo lançou ainda um novo olhar para áreas dos perímetros irrigados do Dnocs – que só no Ceará chegam a 40.000 hectares. “São áreas com oferta de água, energia, comunicação, estradas, bons solos e preço baixo – média de R$ 2,5 mil por hectare – e que não estão plenamente ocupadas”, conta Francisco Zuza, presidente da Adece.

O estudo da Adece, que considerou todas as variáveis econômicas para a implantação de projetos em módulos de 8 a 210 hectares, chegou a resultados surpreendentes – é possível obter até mais lucro com gado leiteiro nas áreas irrigadas que com a produção de frutas – e sem o perigo das oscilações de demanda e preço do mercado internacional. De acordo com o estudo, a implantação de um módulo de 8 hectares - que comporta a criação de até 100 vacas e requer investimento total de R$ 279 mil – proporciona uma receita de R$ 51,9 mil por ano, com lucro de 30%. O estudo aponta ainda que, quanto maior o módulo, mais vantajoso é o investimento. Para uma área de 210 hectares, o lucro estimado é de 40% e o investimento necessário, de R$ 6,1 milhões, se paga em seis anos e dois meses.

Pastejo Rotacionado é uma das Soluções

o QUe É paStejo rotaCIonado

A técnica não é nova e consiste em práticas muito simples: fazer com que a cada dia os animais se alimentem de volumoso (capim)

em uma área diferente, oferecendo assim pasto sempre novo e nutritivo o ano inteiro. E o capim

cresce com vontade no Ceará, por conta da quantidade de sol disponível por ano (300 dias) e da temperatura média constante elevada (30 ºC).

Quem adota o pastejo rotacionado irrigado está obtendo mais de 100 litros de leite

diários por hectare.

Zuza de OliveiraAssessor da CBL

Segundo Zuza, a técnica de pastejo rotacionado

irrigado, introduzida no Ceará em meados da década passada, proporciona um aumento na produção no período de

estiagem que na época das chuvas, inverte uma lógica secular na região. A irrigação dos

pastos também trouxe a certeza da produção independentemente de o ano ter boas

chuvas ou não.

20 revista Ceará e municípios

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21PECNORDESTE 2012

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22 Revista Ceará e Municípios

LUIZ GIRÃO: de leasing de vaca a barriga de aluguel (fertilização in vitro)

PERGUNTAS PARA LUIS GIRÃO

INOvAÇÃO

Em termos de assistência ao produtor, é difícil encontrar um modelo como o adotado pela Laticínio Betânia, segundo maior produtor de leite

do Ceará(em 2011 produziu 16.600 litros/leite/ano). Em sua unidade de Limoeiro do Norte, a empresa fornece aos parceiros terra, gado, pivô central para irrigação, insumos, orientação técnica e ainda garante a compra do leite a R$ 0,80. Entrando somente com a “administração” do negócio, oito parceiros têm lucro líquido de até 30%, o que pode proporcionar para alguns deles até R$ 15 mil por mês. Na Fazenda Flôr da Serra, alimentar uma vaca com capim irrigado, utilizando pivô central, custa R$ 1 por dia. O custo por litro é de R$ 0,40.

O proprietário da fazenda, Luiz Girão, é um nome reverenciado no setor pelas suas investidas visionárias e corajosas. Foi dele, há alguns anos, a iniciativa de fazer “leasing” de vaca: um empréstimo para ser pago com leite, no qual quem recebia o animal tinha a possibilidade de comprá-lo por um valor pequeno ao final de três anos.

Girão, que também é proprietário do Laticínio Betânia, chegou a alugar 4.700 vacas. Foi ele também que, de maneira pioneira, começou a utilizar os perímetros irrigados do Dnocs para produzir com pivô central milho e leite. Hoje, em suas áreas próprias na Chapada do Apodi, com seus 1.300 hectares, a Flôr da Serra desenvolve outra experêincia que desperta atenção: toda a estrutura da fazenda foi disponibilizada a “parceiros”, que têm como única obrigação vender ao laticínio o leite produzido. E não é uma estrutura qualquer. São 200 hectares irrigados com cinco pivôs, 3 mil animais (1.300 em lactação), currais, ordenhas mecânicas, insumos, inseminação artificial, além da garantia de aquisição do leite a R$ 0,80 o litro.

A Betânia está fornecendo ração aos seus produtores de leite, para conservar as fêmeas nas fazendas, gerando renda para o produtor e leite para atender a demanda industrial

FertIlIZaçÃo In VItro Recentemente, Luis Girão e o o seu

sócio da CBL,empresário Jorge Parente trouxeram para uma palestra no Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense- Agropacto, o economista e ex-diretor presidente da Associação Brasileira de leite Longa Vida, e sócio diretor da BrainStock-Consultoria Empresarial, Almir José Meireles, com a participação do proprietário da Fazenda Basa, no Estado de Minas Gerais, com experiência em fertilização in vitro Edmar Guimarães e do médico veterinário e doutor em fertilização “in vítro” pela Universidade do Canadá, José Henrique Fortes Pontes. O tema foi “Modernização leiteira no Nordeste” e aconteceu no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará-FAEC, com a participação de dezenas de empresários do segmento agropecuário.

Presente ao encontro, o empresário Luis Girão, foi logo mostrando seu lado empreendedor, foi o que mais perguntou sobre o método conhecido também como ‘barriga de aluguel’, entrando em detalhes nos resultados e consequências para a produção leiteira . Girão também foi um dos primeiros a disponibilizar-se a adotar a fertilização” in vitro” em sua fazenda. “ Se o Governo do Estado, através da ADECE apoiasse na implantação de um laboratório de transferência de embrião na Região no Baixo Jaguaribe, teria

7A Betânia é hoje a segunda maior produtora de leite do

Ceará em 2011, produziu 16.600 litros/leite/ano

mercado para a compra dos embriões o que geraria mais produção, mais emprego e renda no campo, disse Girão, garantindo que pelo menos um grupo de 10 a 15 empresários adotariam a nova técnica. “Estou disposto a entrar nesta nova investida, porque estou consciente de que sem tecnologia não avançaremos muito”, disse ele, que levou até sua fazenda os técnicos especialistas na área para um diagnóstico e tomada de decisão .

o proBlema do nordeSteQuanto mais passa o tempo, mais

eu me convenço que o gargalo do Nordeste é a educação, a falta de cultura e de informação, de discernimento. Existem produtores nossos de leite, que produzem hoje, até 40 mil litros de leite num hectare de terra por ano, enquanto há outros que não conseguem produzir 400 litros. Então, é preciso que haja uma mudança cultural e para isso é preciso muita informação, muita confiança na assistência técnica e, acima de tudo, constância na relação entre a indústria e o produtor, na confiabilidade de preço, no relacionamento, coisas que a Betânia está retomando de novo.

o CreSCImento da BetânIa Em 1975. O primeiro momento foi

muito difícil, mas fomos devagarinho, sempre com muita dedicação e trabalho. Ao longo de 10 anos, de 1975 a 1985, fomos ganhando a liderança de leite pasteurizado. Na época, chegamos a superar a maior empresa de laticínio da região, que era a Cila. Os resultados

Page 23: Revista Pecnordeste

23PECNORDESTE 2012

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continuaram bons e praticamente invadimos o Nordeste. Entramos no Pará e em Goiás. Chegamos a somar 13 unidades industriais.

Nós soubemos aproveitar as oportunidades do grande crescimento econômico do País, na época do milagre econômico da década de 80. Principalmente do programa de distribuição do Ticket do Leite, do presidente Sarney, que fez com nós crescêssemos a taxas estrondosas. Chegamos a crescer entre 35% e 40%, ao ano. No ano de 1995, faturamos US$ 100 milhões. Éramos a quinta ou sexta maior empresa em termos de faturamento no Estado.

CreSCImento no nordeSteEste crescimento perdurou até

1995, quando do advento da Era Collor, que acabou com o programa do leite do Sarney e mudou o perfil das empresas. Nesse período, quase todas as empresas nordestinas do setor foram à bancarrota, faliram. E as que não faliram, como a Alimba, da Bahia, a Cilpe, de Pernambuco e a Betânia, foram compradas por grandes empresas multinacionais, como a Parmalat. Não tínhamos como enfrentar aquela onda gigantesca de abertura do mercado nacional às empresas do capital internacional, que chegaram com preços subsidiados e comprando tudo aqui dentro.

A verdade é que o Brasil estava despreparado para o mercado global. Vendemos a empresa também devido aos anos difíceis do início do Plano Real, em que os juros internos chegaram a 7% a 8%, ao mês. A Betânia foi vendida exatamente no dia 31 de dezembro de 1995.

retomada da parmalat e a BetânIa

Em meados de 2002, voltamos a operar no setor leiteiro, através da CBL, atualmente administrada pelo meu filho Bruno, e da qual sou apenas conselheiro. Nós recebemos a Parmalat praticamente com os setores de produção e de compra de leite desestruturados.Ela deixou a bacia leiteira totalmente quebrada, desorganizada foi preciso reorganizá-la. . A Parmalat estimulou o atravessador de leite no Ceará. Colocou entre o produtor e a empresa uma quantidade imensa de atravessadores, que são válvulas criminosas do setor. Mas com o nosso processo de refrigeração do leite na própria fazenda, já estamos voltando a eliminar isso. Neste ano, já estamos com 60% a mais de captação própria.

a CBl Atualmente, garantimos a compra de

leite de, em torno 3.000 produtores do CE para fábrica de Morada Nova, de 500 produtores de PE para fábrica de Pedra PE e, para a fábrica de Nossa Senhora da Glória em Sergipe, de 300 produtores, com uma captação média diária de 350 mil litros. O grupo empresarial CBL, além das fábricas citadas também opera com uma fábrica em Campina Grande PB, com a marca Lebon e uma no Pará, que produz queijos mussarela, prato e ralado... Aqui, trabalhamos com produtos longa vida, leite pasteurizado, requeijão, manteiga e queijos comuns, de coalho. A empresa de Campina Grande produz

a parte de refrigerados, como iogurtes e batigutes. Ao todo, temos 25 produtos, desde a coalhadinha, que é a caçula, até os achocolatados. Lançamos novos produtos, como o “cream cheese”— queijo creme — e bebidas lácteas à base de frutas, produtos de alto valor agregado. Outro lançamento previsto foi o leite achocolato em embalagens pequenas, de 200 ml, próprias para o lanche.

A parte operacional da empresa é presidida pelo meu filho Bruno Girão. Os empresários são mortais, mas as empresas devem ser eternas, e a gente tem que planejar isso. Atualmente, sou apenas conselheiro da empresa.

Luís Girão, um dos grandes produtores de leite e grande incentivador da atividade leiteira no Ceará. Ele disponibiliza toda a estrutura para parceiros que têm como única obrigação vender ao lacticínio o leite

produzido.

Page 24: Revista Pecnordeste

24 revista Ceará e municípios

Polo de referência do leiteO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) ganhará um laboratório de referência na certificação de produtos alimentares ligados à cadeia produtiva do leite. O equipamento será instalado no campus avançado de Morada Nova e atenderá a produtores de laticínios de todo o Estado.

O laboratório funcionará também como espaço didático para as atividades do curso técnico em Pecuária do Leite, a ser instalado no campus avançado de Morada Nova, ligado à unidade de Limoeiro do Norte. Além disso, o equipamento oferecerá oportunidades de capacitação abertas à comunidade. A iniciativa é fruto de parceria entre o IFCE, o Governo do Estado e o Instituto Zooprofi Láttico Superimentalle da Itália, firmada por meio de acordo de cooperação em 2009. O objetivo é transformar o complexo, dividido entre Limoeiro do Norte e Morada Nova, num polo de referência em estudo e produção de leite na região Nordeste, oferecendo certificação em nível nacional e internacional.

o laBoratórIo de FertIlIZaçÃo In VItroSegundo o economista Almir José Meireles,

o laboratório de fertilização “in vitro” custaria algo em torno de R$ 150 mil e iria mudar completamente o panorama da pecuária cearense, na medida em que ele traz uma nova visão de como gerar o processo de modernização através de uma tecnologia nova e disponível de recursos competitivos, que é a fertilização “in vitro”, sem esquecer que há ainda a necessidade de importação de animais de alta produtividade. Na visão do especialista, o Nordeste e o Ceará especialmente, tem mostrado potencial por ter recursos hídricos, clima, e um grupo de empresários bastante interessados podendo ter no futuro próximo uma alta produção de leite, capaz de dobrar a atual com qualidade e sustentabilidade.

Já o médico veterinário José Herinque Fortes Pontes, acha que um laboratório de fertilização “in vitro” poderá transformar o Ceará em um estado apto a oferta de leite para outras regiões do Nordeste. Enquanto isso, o diretor da Fazenda Basa, disse que sua empresa que já trabalha com fertilização há 30 anos, tem interesse em instalar-se aqui, mas, para tanto, faz-se necessário uma

demanda de no mínimo 500 mil embriões/ano. Segundo ele, com 100 animais jovens c o n s e g u e - s e fazer 1.500 animais/ ano, no caso de sua fazenda instalada em Minas Gerais, ele trabalha especialmente com a raça Gír e Holandês. Caso seja instalado o laboratório me comprometo a trazer pelo menos 5% do meu rebanho, que faria um bem enorme ao conjunto do Estado,afirma o dono da Basa.

Reunião do Agropacto na FAEC

Almir Meireles, Henrique Pontes e Edmar Guimarães

Temos que aproveitar este momento de

crise diante de mais uma estiagem, para nos superarmos e encontramos

novas alternativas para modernizar a atividade leiteira. ”

Jorge Parente, Diretor da CBL

QUem É lUIZ gIrÃo

Natural de Maranguape e criado nas fazendas de Morada Nova, no Ceará, o agropecuarista e empresário Luís Prata Girão, 60, é hoje símbolo da pecuária leiteira nordestina. Casado e pai de quatro filhos, administrador de empresas por profissão e pecuarista por paixão, Luís Girão é o precursor de uma das maiores marcas de laticínios do Nordeste, a Betânia. Com 40 anos dedicados à agropecuária cearense, sua história se confunde com a d a própria marca. Como faz questão de frisar, foi aluno de grandes mestres da administração e da economia, como o “grande professor e governador Beni Veras”. Mas relata que foi na lida diária da fazenda, junto ao homem do campo — onde aprendeu a arreiar cavalos, laçar bois e cuidar do rebanho — que reconheceu o valor da atividade pecuária, aliás considerada por ele, a principal base da economia cearense. Girão tentou a carreira política, foi deputado federal, em 1990, e depois suplente de senador de 95 a 2003, na chapa de Lúcio Alcântara, mas logo desistiu,retornando àquilo que sabe e gosta de fazer que é gerenciar a sua fazenda Flor da Serra.

Nessa volta da Betânia, adquirimos um novo sócio, que foi parceiro nosso na luta para resolvermos o problema da empresa, que é o empresário José Parente Frota, Ele detém 20% do controle acionário da CBL aqui do Ceará, em Morada Nova. Temos ainda um outro sócio, pequeno acionista, que é nosso diretor administrativo financeiro, o Arinilo Macena. E o restante é da nossa família, e está sob a guarda do Bruno.

gloBalIZaçÃo Já temos uma parceria

com a Laticínios Jaguaribe, para quem pagamos royalties e fazemos toda a produção, envazo e distribuição do Leite Jaguaribe no Ceará. Estamos também tentando parcerias com os demais concorrentes, porque achamos que unidos, será mais fácil concorrermos no mercado mundial. A união é uma coisa hoje cada vez mais comum, porque a necessidade de produção em escala é cada vez mais

crescente. maIS teCnologIaO que falta é um pouco

mais de tecnologia, para que nos tornemos pelo menos, auto-suficientes. É vergonhoso o Ceará importar 80%, 90% do leite que consome, na forma ainda de pó. O leite Longa Vida também tem um grande consumo por causa da praticidade e da possibilidade de ser guardado por mais tempo.

INOvAÇÃO

Page 25: Revista Pecnordeste

25peCnordeSte 2012

CAPRILEICECE necessita de mais produtores de leite de cabra

Rejane Bastos uma apaixonada por exposições agropecuárias

Proprietário das Fazenda Santa Rosa, em Reriutaba e da Fazenda Vertentes, em Santa Quitéria é um exemplo de perseverança na atividade que abraçou com um plantel de 100 caprinos e 60 bovinos, que juntos produzem cerca de 100 litros de leite/dia, ele é um entusiasta da caprinovinocultura, inclusive já

realizou um trabalho de divulgação da Caprileice visando aumentar a produção de leite nos municípios cearenses, como um alimento de alto valor protéico e

que deveria ser compartilhados com os prefeitos e o Governo do Estado.

joSÉ almIr de SoUZa

a lUta pela CaprInoVInoCUltUra

A engenheira agrônoma Rejane Bastos tem por exposições uma paixão, segundo ela “o Governo deveria fomentar políticas públicas que incentivem o desenvolvimento do setor agropecuário do Estado, pois são nas exposições agropecuárias que os criadores tem a oportunidade de certificarem do grau de evolução dos seus planteis expostos, através dos julgamentos que ocorrem no evento”, completa.

Há oito anos ela vive o momento da exposição, com suas caracterizações com roupas que chamam a atenção de quem a vê nos eventos. Vestindo bota, chapéu, e todos os adereços possíveis, Rejane Bastos tem como um de seus objetivos a conscientização dos criadores da necessidades e das vantagens de pôr em prática os métodos de seleção zootécnica, incentivando-os ao controle e registro genealógico dos produtos obtidos e inscrição nos serviços de provas zootécnicas

Rejane já trabalhou na Secretaria de Agricultura e Abastecimento em 1982, desenvolvendo projetos como o “Sertanejo”, “Programa da Cunha”, e durante treze anos interruptos foi Coordenadora Técnica da Expoece e há três anos é Coordenadora Administrativa e membro da Comissão Técnica das Exposições Agropecuárias do estado do Ceará.

Assim afirmou o presidente da Associação dos Criadores de Caprinos Leiteiros do Estado do Ceará –CAPRILEICE, Daniel Pimentel Gomes, que está desenvolvendo uma campanha institucional visando uma maior atenção para com os produtores de leite de cabra, produzirem mais leite, além da adesão de novos produtores.

Atualmente, são cerca de 20 produtores efetivos nas regiões de Caucaia, Pecém, Apuiares, Guaiúba, Horizonte e Quixadá, com produção de sete mil litros por semana. O litro do leite de cabra está custando em torno de R$ 1.20 atualmente, enquanto o litro do leite de vaca é comercializado a R$ 0.80, e segundo Daniel Pimentel isso decorre pela falta do produto no mercado.

Conforme dados da Caprileice existem cerca 500 animais em produção seca e amojada, dos quais 150 estão em fase de gestação. Segundo o presidente da Caprileice, são inúmeras as vantagens de criar cabra leiteira, entre elas estão: estes animais podem se desenvolver em qualquer lugar e sob as mais diversas condições sujeitas a grandes secas, dispõe de pequeno espaço, geralmente 8 cabras comem o mesmo que uma vaca, a produção média é de 3 a 4kg de leite/dia/animal, havendo casos de 5 a 6kg de leite/dia/animal, possui ciclo reprodutivo curto e maior números de crias por parto, fornece leite, carne e pele, sociável, mansa, rústica e integra-se facilmente ao homem.

O Governo do Estado do Ceará, juntamente com a Caprileice em convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário –SDA, desenvolveram o Programa Compra Leite, onde o governo compra o leite de cabra com garantia de preço durante o ano e distribui para alimentação escolar para gestantes e idosos, nas localidades de Cascavel, Beberibe, Pacajus, combatendo a fome e adesnutrição e aumentando a eficiência e produtividade da atividade leiteira, inserindo o agricultor na cadeia produtiva. Já na cidade de Horizonte, esse programa está em fase de cadastramento.

Também existe o Programa do Governo Federal, Fome Zero, que abrange a região de Quixadá, Choró, Banabuiú e Ibaretama, onde os produtores fornecem leite de cabra para programa, tratar-se de uma estratégia desenvolvida pelo Banco do Brasil, em parceria com Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural (SAFDR), por meio do Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS).

Além da garantia de compra do leite, os criadores estão recebendo, ainda, auxílio técnico na área de melhoramento genético, tanto para produção de carne como de leite. Com a junção dos dois programas, existe cerca de 112 produtores efetivos, produzindo mais de 10 mil litros de leite.

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26 revista Ceará e municípios

O ano de 2011 trouxe um saldo positivo de grandes conquistas para o setor agropecuário brasileiro. Ano de muitos debates e discussões, produtivas recorde, consumo interno e exportações crescentes. Exigiu do setor agropecuário não somente a

força e a competitividade, mas o dinamismo e a competência necessários para continuar produzindo alimentos de qualidade e a baixo custo. O setor agropecuário tem se mostrado um importante componente na formação do produto interno Bruto da economia brasileira, corresponde a 25% do nosso PIB e a 37% dos empregados gerados no Brasil, de acordo com a CNA.

A demanda crescente por produto de origem animal, tanto no mercado interno quanto no mercado interno quando no externo, tem propiciado a pecuária, a obtenção de bons resultados econômicos para os produtores e exportadores, como tem contribuído, significativamente, para o crescimento da economia nacional e para a melhoria dos indicadores de desenvolvimento humano e social.

Na pauta das exportações, a pecuária representa um bom desempenho para a balança comercial, contando com 38% das exportações brasileiras. Mesmo adiante do cenário internacional e da crise esperada para 2012 das economias desenvolvidas, que podem contrariar a demanda mundial, as projeções para o desenvolvimento das exportações do setor neste ano são promissoras e indicam que devem chegar a US$ 92,9 bilhões, mantendo - se positivas em relação a 2011, cujo valor foi de US$ 90,3 bilhões, segundo dados da CNA.

noVaS alternatIVaSNo caso da pecuária nordestina, com atenção especial ao

semi - árido, os setores envolvidos trabalham arduamente na busca e no desenvolvimento de novas alternativas e tecnologias para obter um melhor desempenho e contribuir para o equilíbrio

regional, bem como na manutenção de práticas que impactam positivamente no cenário nacional.

Mesmo diante dos avanços alcançados, é fundamental destacar alguns problemas que afetam a pecuária nordestina, como a gestão do Agronegócio, com ênfase na inserção dos agricultores familiares como alavanca do processo de desenvolvimento, ao lado de outras variáveis coml alimentação, sanidade, nível genético, manejo, assistência técnica, e acesso ao crédito rural.

Neste contexto, o XVI Seminário Nordestino de Pecuária se insere como um importante evento de caráter regional, mas de abrangência nacional, que estimulou durante todos estes anos a discussão de temas que apontam para o desenvolvimento sustentável do nordeste, apoiado no fortalecimento do agronegócio da pecuária e na solução das questões ambientais. O PECNORDESTE contribuiu positivamente para o desenvolvimento da pecuária regional, criando oportunidades para um amplo debate, através da capacitação de técnicos e produtores rurais, discutindo e propondo dos problemas que afetam a pecuária nacional.tranSmISSÃo de ConHeCImento

Estamos numa trajetória de dezesseis anos, com grandes investimentos em transmissão de conhecimentos e tecnologias, capacitação e estímulos á integração da produção com os mercados de insumos e de consumo, como também a integração do agronegócio da pecuária regional com o da pecuária nacional.

ENTREVISTA FLÁVIO SABOYArevista municípios- dr. Flávio, por que a escolha do tema

“Pecuária Nordestina e o Novo Código Florestal”, para o peCnordeSte 2012?

Flávio Saboya- Com a aprovação, pelo Congresso Nacional, do novo Código Florestal, será por demais justo que se relacione o nosso grande evento PECNORDESTE ao novo dispositivo, que dita as normas ambientais do setor agropecuário.

O tema geral do evento será "A Pecuária Nordestina e o Novo Código Florestal, assunto em evidência e que ainda está

sendo discutido na Câmara Federal, uma conquista para o setor em 2011 que

apresenta possibilidades de consolidar o Brasil como potência agrícola e

ambiental”, Presidente da Faec, Flavio Viriato de Saboya

Neto, que após receber as sugestões de temas da comissão organizadora, resolveu escolher

o código florestal como tema central.

Presidente da FAEC diz que PECNORDESTE busca transmissão de conhecimento

ENTREvISTA

Page 27: Revista Pecnordeste

27peCnordeSte 2012

C.m. o Código Florestal aprovado pelo

Congresso nacional e sancionado pela Presidente Dilma Rousseff, atende os anseios dos produtores rurais?

F.S.- Não restam dúvidas de que o Novo Código Florestal que aí está, contempla os produtores de alimentos, notadamente, aqueles de pequeno e médio porte, considerando que estes são os que menos usufruem das políticas públicas do governo.

R.M.- Qual a atuação da Presidente CNA, Senadora Kátia Abreu, na aprovação do Código Florestal?

F.S.- Como não poderia deixar de ser, a Presidente da CNA teve uma forte atuação para que se obtivesse um documento, que não só beneficiasse os ambientalistas ou a frente parlamentar ruralista, mas, sobretudo, o Brasil como um todo, visando um maior crescimento da economia do setor primário, obtendo como resultado um maior volume da produção agropecuária, permitindo ao consumidor o produto mais barato do mundo

r.m.- a FaeC apresentou suas propostas para a nova lei ambiental junto à SemaCe, quais as principais mudanças sugeridas?

F.S.- Não se trata de uma lei ambiental, apenas a FAEC colaborou na elaboração de uma nova Resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente – COEMA, que atualiza os critérios e parâmetros aplicados aos processos de licenciamento ambiental, notadamente para as atividades do setor agropecuário, face as suas especificidades naturais.

r.m.- a FaeC tem hoje o senhor como

representante da Cna para a região nordeste, com assento no Conselho Deliberativo da SUdene. Qual a importância desta participação e o que o senhor já apresentou àquele Conselho?

F.S.- A nossa indicação pela CNA, para representá-la junto ao Conselho Deliberativo da SUDENE – CONDEL, em âmbito regional, tem uma inusitada importância, não só para a Federação da Agricultura do Ceará, como para o setor agropecuário como um todo, o que devemos exercer a função em estrito interesse das ações exercidas pelo sistema sindical rural, em prol do crescimento do setor primário e do bem-estar dos produtores rurais e de seus familiares, especialmente neste momento crítico por que passam os pequenos e médios produtores rurais, face a devastadora seca que se abate na região.

r.m.- nós estamos vivendo um dos momentos mais difíceis este ano com uma seca no nordeste nunca vivida há anos, o senhor

acha que ainda faltam políticas públicas eficientes para o enfrentamento desta situação de calamidade?

F.S.- As políticas públicas emanadas dos governos estaduais e federal são insuficientes para atender as necessidades e, em especial aqueles integrantes das atividades rurais, com mais gravidade quando se trata de problemas relacionados com os estados de emergência e/ou de calamidade pública, que atingem um contingente específico de pessoas abrangidas por situação de seca e/ou de estiagem prolongada

r.m.- Que sugestões a FaeC apresentou ao governo e ao Condel com relação ao enfrentamento da seca em nosso Estado

F.S.- Na realidade, as propostas preliminares elaboradas são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA que, através da FAEC e do seu Presidente, foi apresentada ao Conselho Deliberativo da SUDENE – CONDEL e para a Diretoria da CNA. Referidas propostas, a seguir elencadas, além de outras, visam minimizar os efeitos da grande estiagem que se abate sobre o Nordeste e, notadamente, em nosso Estado, as quais estão caracterizadas como medidas imediatas, ─ Suspensão, pelo Governo Federal, dos pagamentos das parcelas de financiamentos rurais vencíveis no exercício de 2012. Sobrestar as execuções judiciais, relacionadas com o financiamento rural, durante os exercícios de 2012 e 2013, paralisação, em 2012, das vistorias de propriedades rurais, pelo INCRA, aprovação, pelo Conselho Deliberativo da SUDENE-CONDEL, de crédito rural, em caráter emergencial; de sustentabilidade das atividades rurais, liberação

Flávio Saboya, presidente da FAEC

Page 28: Revista Pecnordeste

de créditos rurais, agrícola e pecuário, com juros compatíveis com a atual situação emergencial, utilização imediata das áreas disponíveis nos Perímetros Irrigados Federais; de suporte instituição de uma linha especial de crédito, em caráter emergencial, para as atividades de irrigação de até 3 (três) hectares, beneficiando os pequenos, os pequenos médios e os médios produtores rurais, acoplada com medidores de energia elétrica de dupla tarifa; oferta, pela CONAB, até o mês de abril de 2013, de milho, no sistema Venda Balcão e as de atuação imediata da CNA Intermediar a instituição de uma linha específica de crédito, tendo como beneficiários os pequenos e médios produtores rurais, inclusive destinada ao financiamento da cultura da palma forrageira, Estabelecer o rito sumário para a concessão de todo o crédito emergencial, independente do porte do beneficiário e do respectivo valor financiado, Instituir uma tarifa reduzida de energia elétrica para o pequeno e médio irrigante, com duração de até 12 horas, acoplada com medidores de energia elétrica de dupla tarifa, disponibilizada pelas

empresas concessionárias de energia, Disponibilização, pela CONAB, de milho para os produtores rurais atingidos pelos efeitos da seca, no Sistema “Venda Balcão”, a preço de R$ 21,00 por saca de 60kg, para os pequenos e médios produtores, Suspensão, até 30.09.2013, da cobrança dos tributos PIS/COFINS, nas operações de aquisição de rações para a alimentação de seus rebanhos, Elevação do preço, por litro de leite, pago aos pequenos e médios produtores, pelo Governo Federal, através do Programa Leite Fome Zero, que hoje é de R$ 0,62 por litro do produto.

r.m.- a FaeC trabalha para que as medidas de caráter emergencial, os programas e projetos beneficiem também, o médio produtor rural, o senhor acha que o médio produtor rural está esquecido?

F.S.- As propostas apresentadas objetivam contemplar todo o contingente de produtores rurais, prejudicados pelos efeitos nefastos de mais uma seca de grandes proporções que ocorre no presente ano. Ressalte-se, porém, que o produtor rural de pequeno e médio

porte, vem sendo posto à margem dos benefícios proporcionados pelos governos, há algum tempo, face sua própria condição de médio, tendo em vista que os pequenos são sempre bem aquinhoados e os classificados como grandes, pouco necessitam de ajuda governamental.

r.m.- o que a FaeC espera com a

realização do PECNORDESTE?F.S.- O Seminário Nordestino

de Pecuária – PECNORDESTE já é, plenamente, consagrado como o maior evento relacionado com o crescimento da pecuária regional, mercê de seus alentados resultados que, a cada ano de sua promoção, são superados em relação as suas edições anteriores. Trata-se do único evento do setor a contemplar nada menos do que dez segmentos de atividades, oito dos quais vinculados diretamente ao setor primário, contemplando, ainda, as atividades não agrícolas no meio rural, representadas pelo turismo no espaço rural e natural e pelo artesanato. É um certame que a cada ano de sua realização, apresenta atividades de renovação tecnológica.

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ENTREvISTA

Page 29: Revista Pecnordeste

29peCnordeSte 2012

Com a presença dos Deputados Hermínio Rezende, presidente da Comissão de Agropecuária e Recursos Hídricos da Assembleia

Legislativa, Manoel Duca da Silveira, terceiro secretario da mesa diretora e da Deputada Fernanda Pessoa, do Secretario de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará, Nelson Martins, e diversos representantes do segmento produtivo da pecuária a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceara, lançou no dia 29 de maio, na Assembleia Legislativa, o XVI Seminário Nordestino de Pecuária- Pecnordeste e a XVI Feira de Produtos e Serviços Agropecuários.

edUCaçÃo do Homem do CampoPresidente da FAEC, Flávio Viriato

Saboya Neto, a grande preocupação é buscar alternativas de sustentabilidade para as propriedades nordestinas e cearenses, composta 85% de pequenos proprietários. Saboya acha que o grande problema ainda é o homem, ou seja, preparar o homem para conviver com

as adversidades do semi-árido.Temos um manancial importante de água acumulado de 17 bilhões de metros cúbicos d’água, programas de capacitação e de gerenciamento da propriedade.

De acordo com Saboya, quem mais sofre é o pequeno agricultor. Ele destaca que 85% das propriedades contam com menos de 100 hectares, tornando-se um desafio à sustentabilidade de propriedade deste porte. “Este ano iremos presenciar um Pecnordeste com belos animais, concurso leiteiro, tudo isso numa época de estiagem muito forte. O Pecnordeste é voltado também para alternativas de convivência com a seca”, completou o Flávio Saboya, solicitando à sua equipe para incluir a Convivência com a Seca, dentro dos segmentos do Pecnordeste para a próxima edição.

SeCa nÃo deVe Ser oBStáCUlo Na ocasião o coordenador geral do

PECNORDESTE,, Engº, agrônomo Paulo Hélder de Alencar Braga, apresentou toda a programação que envolve dez segmentos da cadeia produtiva do Agronegocio: apicultura, aquicultura

e pesca, avicultura, artesanato, bovinocultura, caprinovinocultura, equinocultura, suinocultura e turismo rural. Mesmo com um este grave período de seca, temos que mostrar o que o Ceará, tem que continuar realizando eventos do porte do PECNORDESTE, porque é uma oportunidade de trocarmos experiências e até de nos fortalecermos diante da gravidade climática, disse o coordenador geral do Pecnordeste

Não podemos nos abater, temos que enfrentar, dar respostas positivas e no PECNORDESTE serão mais de 150 atividades durante os três dias de eventos, incluindo 90 cursos. O leite produzido nas baias será utilizado para produção de produtos lácteos pelos técnicos do Senar, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, que vão ministrar também vários míni-cursos e oficinas de produção e capacitação.Para o superintendente do Senar-Ce, Anízio de Carvalho Junior, presente ao lançamento do evento na Assembleia, estamos vivendo a era da informação e o Senar está cumprindo seu papel dentro deste contexto também no PECNORDESTE.

“Ou nós mudamos, ou iremos desaparecer, por isso devemos aprender alternativas de convivência com a seca, diz o Presidente da FAEC durante lançamento do evento na Assembleia Legislativa do Ceará”.

Flávio Saboya - presidente da FAEC

paulo Helder Braga, Coordenador do pecnordeste apresentou o Seminário aos parlamentares

Parlamentares e gestores destacam papel do Pecnordeste

Page 30: Revista Pecnordeste

30 Revista Ceará e Municípios

O PECNORDESTE hoje é o maior evento da pecuária brasileira no que diz respeito a área de capacitação, existem alguns eventos grandes, mais voltado para feiras com rodeios, mas o PECNORDESTE é especificamente voltado à capacitação, esse é o maior evento da pecuária brasileira. Isso já diz da sua importância, o PEC é um evento voltado para formar o produtor rural, o pecuarista que venha ao evento receberá novos conhecimentos, se atualizará ano a ano, haja vista que nós vamos realizar o 16º esse ano, e cada ano a frequência aumenta, nós somos procurados por um maior número de pessoas, aumenta a parte de stands de feiras. O produtor sente que vindo ao PECNORDESTE ele vai realmente acumular conhecimento, ele vai sair mais preparado para enfrentar o ano seguinte.

ANISIO CARVALHO JúNIORSUPERINTENDENTE DO SENAR-CE

dUaS paleStraS gloBaIS aBerta ao pÚBlICo

A cada duas horas apresentará uma vasta programação incluindo seminários, mesas redondas, oficinas de capacitação, minicursos, feira de produtos e serviços agropecuários, encontro dos secretários municipais, Mostra Pet, PECLEITE (concurso leiteiro), e duas palestras globais abertas ao público uma com o mesmo tema do Pecnordeste e outra sobre a “A importância da Transnordestina para o desenvolvimento da pecuária regional, que será ministrada pelo Diretor de Infra estrutura e Logistica da CNA, José Ramos Torres de Melo Filho.” e A Pecuaria Norstina e o novo Código Florestal, a ser ministrada pelo deputado federal Raimundo Gomes de Matos, presidente da Comissão de Agropecuária da Camara Federal.

depUtadoS deStaCam papel do peCnordeSte

O deputado estadual Manoel Duca, que é presidente da Subcomissão do Caju da Assembleia, destacou que falta ao Ceará conhecimento técnico e vontade política para transformar a realidade do campo. Embora, os produtores cearenses tenham que vencer este período de seca a melhor alternativa, segundo ele, é potencializar os Perímetros Públicos Irrigados para receber culturas variadas.

Para o presidente da Comissão de Agropecuária e vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos Minas e Pesca da Assembleia Legislativa, Hermínio Resende (foto), o Pecnordeste irá acontecer num período difícil, já que o Estado sofre com a estiagem. No entanto, segundo o parlamentar, é necessária a participação de produtores no Pecnordeste para que tenham conhecimento sobre as alternativas tecnológicas disponíveis.

“O Governador Cid Gomes já está preocupado com o próximo ano, pois se a seca persistir como o agricultor irá plantar? Temos é que desenvolver políticas públicas de convivência com a seca, caso contrário os produtores ficarão endividados” afirmou Resende. O parlamentar levou ainda um pedido do ex-presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Francisco Zuza de Oliveira, para isentar o ICMS sobre a ração de animais. Esta ação implicará numa queda significativa de custo para o produtor rural.

“Não é possível imaginar que o poder público resolva todos os nossos problemas. O nosso produtor fica esperando São José, no dia 19 de março, se ele não vem com a chuva, esperamos uma resposta do Governo” ressaltou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Flávio Saboya. “Ou nós mudamos, ou iremos desaparecer, por isso devemos aprender alternativas de convivência com a seca” destacou. Segundo ele, o Ceará possui 64% de toda a água do Nordeste, significa dizer que o Estado conta com uma reserva hídrica de 17 bilhões de metros cúbicos de água armazenada.

nÚmeroS do peCnordeSte

•50 caravanas•280 expositores•R$ 38 milhões em negócios

•150 atividades •81 palestras setoriais •2 palestras globais •15 mesas redondas •2 painéis •14 oficinas •11 minicursos •2 Dias de Campo

O Secretario de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (SDA), Nelson Martins, destacou a importância do Seminário Nordestino de Pecuária (Pecnordeste), dada a sua amplitude, mas destacou três aspectos: o primeiro como um mecanismo importante que serve para a comercialização e divulgação da nossa pecuária. Em segundo lugar, a preocupação do Pecnordeste em fazer um trabalho de inovação, mostrando novas tecnologias e o ponto mais forte, de acordo com o Secretário é a educação.

O melhor investimento que se faz é no homem, na sua capacitação, pois os dirigentes passam e ele é quem fica para dar conta da produção. “Acho que a FAEC cumpre muito bem este objetivo, e um dos exemplos mais importantes é a parceria permanente do debate que se realiza no Agropacto [Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense], que se reúne semanalmente, promovendo quase que uma capacitação dos produtores com temas dos mais importantes, de modo que vocês dão um grande exemplo, promovendo esta capacitação, eu estou tentando melhorar esta parte na Secretaria”, disse Nelson Martins.

O QUE ELES

PENSAMSeCretárIo nelSon martInS deStaCa peCnordeSte

Page 31: Revista Pecnordeste

31PECNORDESTE 2012

A importância do PECNORDESTE é que ele traz coisas novas, traz novas tecnologias e isso é bom para o estado do Ceará, haja vista que o nosso produtor, está no campo, longe de tudo e o PECNORDESTE é como um prato de alimento para que ele busque e se saceie de tecnologias que podem ser utilizadas dentro da sua propriedade, com isso melhora a situação social dele e da família. Uma das novidades é a exposição do leite, que nós vamos colocar no Centro de Convenções 60 vacas leiteiras e 40 cabras leiteiras, num concurso para mostrar aos cidadinos urbanos que o leite não sai da caixinha, sai da vaca e sai da cabra.

O PEC tem uma importância por sempre trazer novas atualizações, novas tecnologias para mobilizar toda a comunidade. E um evento desses é formado por várias associações, por vários sindicatos que se juntam para fazer o PECNORDESTE, então só ai, já é uma grande mobilização. É também de grande importância no momento em que anima todo o processo de pecuária, aproxima as instituições do Governo do Estado, do Governo Federal, dos Centros de pesquisas, das universidades, e isso faz com que todos estejam sempre se atualizando. O PECNORDESTE, já surgiu com esse critério de fazer negócios, de expor os produtos e sobretudo de trazer novas tecnologias.

É extremamente importante, ele é um dos maiores eventos de toda a pecuária nordestina, é uma oportunidade de negócios, de conhecer novas tecnologias. É de fundamental importância, tanto que o banco entende essa importância, que é um dos patrocinadores do evento e tem também uma participação efetiva. O BNB estará participando dentro do evento com uma palestra dos servidores.

Como sabemos a pecuária é a principal responsável pelo desenvolvimento do Ceará na área do sertão. E o PECNORDESTE é de fundamental importância porque ele capacita os produtores de todo o Estado, através de seminários, palestras, encontros, o local onde é repassada toda a inovação tecnológica das universidades, dos órgãos de pesquisa como a Embrapa e isso é de fundamental importância porque é a oportunidade do produtor estar recebendo essas tecnológias e utilizando-as no campo.

Ao longo desses anos o PECNORDESTE tem contribuído através de inovações e tecnológias e ao mesmo tempo vem trazer o homem do campo para aprender a modernidade, e isso tem feito com que o PEC tenha dado um incremento muito grande na agropecuária do estado do Ceará.

c A Adece tem uma linha muito bem focada que é a questão de trabalhar os investimentos que hoje chegam no Ceará, e também, fazer uma provocação para futuros investidores. Essa questão do Código Florestal já se insere nesses investimentos que têm seus planos de negócios pensados e desenvolvidos para o estado do Ceará.

O Pecnordeste pela sua história de 16 anos se apresenta como o principal evento voltado não só mas para a pecuária nordestina, mas para a pecuária nacional. Especificamente para o estado do Ceará, ele se apresenta como uma oportunidade de uma grande oficina onde se estabelece as relações entre produtores, instituições, entidades de pesquisa, entidades bancárias, ou seja o Pecnordeste hoje, tem sua relevância extrema e é importante exatamente para fazer a provocação do desenvolvimento do produtor rural.

O QUE ELES

PENSAM

Sem dúvida nenhuma, é um seminário no qual traz novos conhecimentos para que seja disseminado com nossos produtores, não só do estado do Ceará, mas do Nordeste como um todo, inovando com tecnologias viáveis economicamente para aproveitar a produção e produtividade desse setor, tanto do estado como em todo o Nordeste. A Adagri que trabalha com a defesa agropecuária, está trazendo para o PECNORDESTE a questão do pleito que o Governo do Estado junto com o Ministério da Agricultura e a Organização Mundial de Saúde Animal para o Estado, tornar-se zona livre de febre aftosa com vacinação.

AUGUSTO JUNIOR PRESIDENTE DA ADAGRI

DR. RIVôNIO MORAIS SUPERINTENDENTE DO BANCO DO NORDESTE

PAULO JORGE - ARTICULADOR DE AGRONEGÓCIO DO SEBRAE -CE

MARIA LUIZA – SUPERINTENDENTE FEDERAL DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

JORGE PRADOCOORDENADOR TÉCNICO CIENTIFICO

EUVALDO BRINGELPRESIDENTE DO INSTITUTO FRUTAL

DIRETOR DE AGRONEGÓCIO DA ADECE - REGINALDO

BRAGA LOBO

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32 revista Ceará e municípios

PROGRAMAÇÃO TÉCNICO - CIENTÍFICA DIVERSIFICADA

A programação técnico científica foi elaborada com a participação de representantes de diversos órgãos públicos e privados e segundo o engo.agrônomo Jorge Prado, Presidente da Comissão, visa atender a demanda dos produtores, trazendo para o debate temas

e informações tecnológicas importantes, devendo oferecer aos participantes uma programação diversificadas e com palestrantes de alto nível de conhecimento inclusive de nível nacional e internacional.

Dez segmentos da cadeia produtiva do agronegócio estarão representados. Confira a programação

O segmento de Bovinocultura coordenado pelo eng. agrônomo Eduardo Queiroz (foto), mostra os projetos em desenvolvimento no nosso estado, como o Projeto Balde Cheio, PAS Leite e Educampo, tem como novidade o “Dia de Campo Virtual”, durante o III Seminário Tortuga Nordeste com Apresentação do projeto da Fazenda Flor da Serra - Proprietário Luiz Prata Girão”. Seguirá com as seguintes palestras: “Manejo e aproveitamento de dejetos no sistema de produção de leite”,

“Palma na alimentação de vacas leiteiras”, Programa Estadual de controle e erradicação da Brucelose e Tuberculose no Ceará”, “Especialidades nutricionais: pensando na LONGEVIDADE e PRODUTIVIDADE da vaca leiteira”, “Novos conceitos em recria leiteira: pensando na vaca excelente”, “Planejamento da utilização de alimentos volumosos nos sistemas de produção do Semiárido Brasileiro”, “Estratégias para a redução do estresse de vacas leiteira”, “Produção de leite a pasto: manejo de pastagens como ferramenta de auxílio na alimentação de vacas leiteiras.”

Vacinação febre aftosa é lançada em SobralA Campanha de Vacinação Contra

a Febre Aftosa de 2012 foi lançada pelo governador do Ceará Cid Gomes, acompanhado do Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, no último dia 1º de junho em Sobral. A solenidade aconteceu no Parque de Exposições João Passos Dias, e contou com a presença de prefeitos e lideranças políticas de várias cidades da zona norte. O senador Eunicio Oliveira e o deputado federal Raimundo Gomes de Matos também prestigiaram o evento.

A meta para este ano é superar os números de 2011 quando o Ceará bateu todos os recordes estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vacinando mais de 94% do rebanho. O Ceará tem cerca de 2 milhões e 500 mil animais, entre bovinos e bubalinos.

Segundo o presidente da Agência de Defesa da Agropecuária do Ceará (Adagri), Augusto Júnior, 263 propriedades serão escolhidas por sorteio, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 138 Municípios do Ceará. Os animais selecionados terão de seis a doze meses, podendo se estender até 24 meses. A sorologia será feita em 30 animais de cada propriedade.

O Ceará passou pela auditoria do Mapa em março e conseguiu nota 3 na avaliação que vai de um a cinco,

cumprindo 76% das exigências, um crescimento de 14% se comparado com o ano anterior.

IntensificaçãoSegundo Augusto

Júnior, a Adagri inten-sificará o trabalho em pelo menos quatro vertentes. "Vamos conti-nuar, de forma intensiva, a fiscalização nas fei-ras agropecuárias e pedi-mos a contribuição dos organizadores para que nos comuniquem e facilitem nosso trabalho, principalmente em Paca-jus, Cascavel e Quixadá", afirmou.

Outro ponto importante diz respeito às barreiras do Ceará para que animais do Rio Grande do Norte e da Paraíba não entrem no Ceará. São os dois Estados do Nordeste que alcançaram nota menor que 70 na avaliação do Mapa. "A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal já estão nos apoiando nessa fiscalização. O Estado de Pernambuco que faz fronteira com a Paraíba está empenhado nisso", disse Augusto. As propriedades próximas às áreas de risco, como lixões e

matadouros, também receberão atenção especial, assim como o controle de vacinação nas farmácias veterinárias.

ConquistasO presidente também destacou as

conquistas da Adagri no último ano. Um delas foi a aprovação pela Assembleia Legislativa do Fundeagro, que indeniza o produtor quando um animal é sacrificado. O fundo, de acordo com Augusto Júnior, é formado por 10% de tudo aquilo que a Agência arrecada.

BOvINOCULTURA

divu

lgaç

ão S

DA

“Quero estar em 2013 acompanhado do governador Cid Gomes na França, para recebermos o certificado de que o Brasil é um

país livre da febre aftosa”.Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho

Coordenador Técnico

Cientifico do PECNORDESTE

Jorge Prado

Page 33: Revista Pecnordeste

33peCnordeSte 2012

O negócio da pecuária leiteira vem sendo desenvolvido pelo Sebrae-CE, nas três principais bacias leiteiras do Estado: Sertão Central

(Quixeramobim), Vale do Jaguaribe (Limoeiro do Norte, Morada Nova, Jaguaribara e Jaguaribe) Região Centro Sul (Iguatu e Quixelô) em três projetos básicos : Balde Cheio, Educampo e Pás leite,este ultimo em parceira com a União dos Produtores de Leite de Iguatu, Upece.

Balde CHeIo- é um programa modelo já desenvolvido pela Embrapa São Paulo, que visa melhorar a gestão e a produção para aumentar a produtividade, através da implantação de unidade demonstrativa-UD de leite em pequenas propriedades rurais do Brasil. No Ceará, o Programa Balde Cheio iniciou em maio de 2011, em parceria com a Empresa Betânia, Sistema Faec/ Senar, Secretarias de Agricultura de Quixeramobim e de Morada Nova e o Sebrae, atendendo atualmente a 60 produtores no município de Quixeramobim, todos clientes da Betânia. Segundo o articulador de agronegócio do Sebrae-CE, Paulo Jorge Mendes Leitão, o programa vem apresentando excelentes resultados na questão da produção de volumosos de qualidade, através

da implantação de unidades de pasto rotacionado, balanceamento da ração, controle zootécnico, controle econômico financeiro, e a recuperação de pastagens, sendo realizado inicialmente o diagnóstico de todas as propriedades.

em Quixeramobim: 30 produtores atendidos e em morada nova: 24 produtores atendidos

pelo Programa Balde Cheio

edUCampo - o Sebrae-Ce em parceria com a empresa Danone, atende a 17 produtores na Região Metropolitana (Maranguape) e do Sertão Central, (Quixeramobim, Quixadá) devendo ser ampliado para 33 produtores. O trabalho do Sebrae, é baseado em experiência já desenvolvida no estado de Minas Gerais, que visa basicamente trabalhar a gestão nas propriedades rurais, com o foco no incremento da produtividade e melhoria da qualidade do leite. Com o Educampo, o produtores recebem pela qualidade, quanto maior a qualidade do leite, maior o preço para o produtor. A empresa mede vários itens para chegar à qualidade do leite como : quantidade de células somáticas, proteína, contagem bacteriana total e o quanto maior estes índices maior a receita do produtor, que pode aumentar em média de R$ o,6 centavos, no litro de leite.

UD – Fazenda RetiroFrancisco Leitão

Recuperação do PastejoEm 5 meses a fazenda saiu de R$ 1.500,00 de

prejuízo, para zero em novembro e possivelmente, R$ 500,00 de lucro líquido dezembro.

UD – FAZENDA BEIRA RIO.

Antonio Lopesequipe na montagem do sistema de irrigação para

3000m² de capim tifton, produtor nunca havia produzido leite no verão por falta de alimento,

já produz 400 litros por mês, deverá superar 500 até janeiro de 2012.

VI FeStIVal do QUeIjo CoalHo de jagUarIBe

ÍTEM AÇÕES ANTES DEPOIS %

1 Uso de Inseminação Artificial 1 12 50

2 Exames Reprodutivos em Matrizes 0 158 20

3 Análise de Solos 0 16 67

4 Pastejo Rotacionado 1 13 50

5 Controle Zootécnico 0 20 83

6 Controle Financeiro 0 20 83

7 Vacina contra Aftosa Sem Dados 24 100

8 Balanceamento de Concentrado 2 12 50

9 Custo de Produção ALTO MÈDIO 100

10 Pagamento de Contrapartida 0 18 75

11 Planejamento de Atividades Sem Foco 24 (Foco na Produção de Leite) 100

12 Satisfação do Produtor Sem Perspectivas Visualiza Melhorias 100

INCENTIVA PRODUÇÃO DE LEITE NO INTERIOR

Balde CHeIo: morada noVa - nº de proprIedadeS aSSIStIdaS: 24

Sebrae

deSenVolVImento da BoVInoCUltUra leIteIra de jagUarIBe-CeN° DE BENEFICIÁRIOS 120

MUNICÍPIOS jagUarIBe, morada noVa, jagUaretama, jagUarIBara, alto Santo, lImoeIro do norte, IraCema, SÃo joÃo do jagUarIBe, taBUleIro do norte e rUSSaS.

RESULTADOS A Bovinocultura de leite é uma atividade de ciclo longo e, portanto, os resultados quantitativos aparecem a médio e longo prazo.- Melhoria da Renda do produtor

- Recuperação da Auto-Estima do Produtor de Leite

- Integração da Família na Atividade

GANHOS DE PRODUÇÃO Houve incremento na produção leiteira com novas técnicas de manejo alimentar e sanitário; como também descarte de animais que não estavam produzindo.

GANHOS DE FATURAMENTO Ainda não temos como medir, mas sabemos que houve melhoria na renda do produtor.

N° DE OCUPAÇÕES 200

GANHOS TECNOLÓGICOS Adoção de novas tecnologias, tais como: Recuperação da produção de volumoso de qualidade, Utilização de Inseminação Artificial, Melhoria e Implantação de Pastejo Rotacionado, Análise de Solos para recuperação da fertilidade, Utilização de Controle Zootécnico e Financeiro.

EXPORTAÇÕES Não houve exportações no setor.

O Sebrae-Ce participou ativamente do VI Festival do Queijo Coalho de Jaguaribe confira os ganhadores:

1° lugar – Francisco Adelino Diógenes – ME (Queijo SANTANA)2° lugar – Gerson Eduardo Menezes Bezerra (Queijo MENBEZ)3° lugar – Izaura Paes Diógenes Nogueira (Queijo da MAÇÃ)

Resultado do I Concurso Melhor Prato a Base de Queijo Coalho:

1° lugar – Sorriso Lanche Prato: Arroz Piamontese2° lugar – Casa da Empada Prato: Empada3° lugar – Restaurante Talheres Prato:

VENCEDOR VI CONCURSO DO QUEIJO COALHO REGIONAL

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34 revista Ceará e municípios

Ce é o 2º maior produtor de tilápia

O segmento de Aquicultura e Pesca tem uma programação direcionada as seguintes palestras: “Marco institucional para a prática da Aquicultura no estado do Ceará”, “Perspectiva mercadológica da Tilapicultura Nacional”, “Novo Código Florestal e sua repercussão na Aquicultura Nacional”, “ Identificação e controle de enfermidades na Carcinicultura”, “Implantação de estaleiro para embarcações pesqueiras - Perspectivas de revitalização da Pesca Marítima”, “Rede da Aquicultura nas Américas - Papel importante da Aquicultura para a diminuição da pobreza e fome na América Latina e Caribe e mesas-abordando os eeguintes temas: Custos de

produção da Tilapicultura - formatação e acompanhamento, Plano Aquícola Nacional - Política e sua implementação, Marco para o desenvolvimento da Maricultura Brasileira - Acquario Ceará e pesquisas em andamento no estado do Ceará.

AQUICULTURA e PESCA

Por ano, são cerca de 30 mil toneladas de tilápia, o que põe o estado do Ceará no topo do setor no país. Os dados são da Associação Cearense de Aquicultores (ACEAQ). E ainda segundo eles, a espécie é a mais produzida no território nacional (155 mil toneladas em 2010), seguida da carpa (94 mil ton) e do tambaqui (54 mil ton). Na soma das espécies, o estado cai para a quarta posição em volume de produção da aquicultura continental, procedido por Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

A soberania do Ceará na produção de tilápia é explicada, entre outras coisas, pelo fato de as espécies terem sido introduzidas no Brasil pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), sediada em Fortaleza. “A partir de 1997, as iniciativas de cultivo para tilápias foram direcionadas a tecnologias de tanques redes. A disponibilidade de peixes de qualidade protéica, frescos e com constância, em diferentes mercados do estado ‘caiu no gosto’ de cearense de forma natural”, afirma o engenheiro de pesca e secretário executivo da ACEAQ, Antônio Albuquerque. Nos últimos dez anos, a pescado ganhou força com a profissionalização, tanto em ternos tecnológicos, como comerciais.

ameaçaSLíder na produção, nos

últimos tempos o Ceará tem visto o seu trono ser ameaçado pela entrada de tilápia a um menor custo, principalmente da Bahia e do Pernambuco. Albuquerque alega que os produtores desses estados reduzem o custo por conta da maior escala de produção e da constante renovação das águas devido as hidrelétricas.

“Infelizmente, em se tratando de tilápias inteiras, eles têm adentrado o Ceará sem qualquer documento que comprove a sanidade do pescado e que garanta a arrecadação fiscal. Em resumo, sem Selo de Inspeção Federal ou sem destino para plantas de beneficiamento que possuem tal selo ou selo estadual”, denuncia Albuquerque.

A deficiência dos cearenses no beneficiamento do filé é outro fator que atrai o produto baiano. “não é que se tenha poucas indústrias [de beneficiamento do filé]. Os produtores cearenses estão realizando investimentos, porém o filé ainda é ‘caro’, corresponde a 30% do peso do peixe e existe todo o custo

do processamento, embalagem, selo, rótulo”, explica o secretário executivo da ACEAQ. Ainda de acordo com ele, para que se possa implementar a produção o do filé é preciso que o restante do peixe também seja aproveitado, assim o produtor não perde com isso.

preçoComparado aos pescados do

mar, o valor da tilápia é quase 40% menor, chegando a R$9/kg. O quilo do filé, contudo, parece bem elevado, equiparando-se ao do peixe do mar, entre R$13 e R$15.

Quixelô promove Festival do Peixe

A tilápia é muito apreciada pelo cearense

Com o aumento da criação de tilápias em gaiolas instaladas em várias comunidades ribeirinhas no Açude Orós durante a última década, o município de Quixelô resolveu comemorar os resultados positivos de aumento da renda familiar e melhoria de vida, de centenas de piscicultores, o 2º Festival do Peixe. que aconteceu no dia 24 de maio último na localidade de Jiqui, zona rural deste Município, Centro-Sul do Ceará.

O evento foi promovido pela Secretaria de Agricultura do Município, em parceria com várias instituições que apoiam o projeto produtivo. Os primeiros criatórios começaram a ser implantados há dois anos e hoje totalizam nove grupos, beneficiando 124 piscicultores nas localidades

de Jiqui, Boa Vista, Ilha Grande e Vassouras, no entorno do Açude Orós. Foram investidos R$ 1,5 milhão por meio do Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), do Banco do Brasil, com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Os piscicultores comercializam o quilo do pescado a R$ 4,50 e a produção atual está em torno de 60 toneladas. Em toda a bacia do Açude Orós a produção chega em média, por mês, a 340 toneladas, oriundas de 40 grupos associativos de criação de tilápias e de sete mil tanques redes. "Essa produção é o dobro da verificada no Açude Casta-nhão", observa o engenheiro de pesca, Paulo Landim. "O mercado é amplamente favorável e a

demanda é crescente".O Festival do

Peixe de Quixelô inclui apresentações culturais de jovens da comunidade, concurso de histórias de pescador, concessão de comendas e palestras sobre temáticas ligadas à atividade. As perspectivas da pesca no Ceará e as formas de atuação do programa de Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil foram explanadas para os participantes.

O evento foi realizado nas margens do Açude Orós e foram instaladas cinco tendas para proteger os participantes do sol.

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35peCnordeSte 2012

Produção de Camarão pode chegar a 35 mil ton mesmo na seca

Cristiano Maia:

Apesar da seca e da dificuldade no aumento das áreas de cultivo de camarão de cativeiro, tendo em vista a proibição da utilização de áreas de

apicum e salgado pelas regras do novo código florestal, a expectativa é de um crescimento em torno de 20 a 25%, o que representa 35 mil toneladas nos cinco polos de criação no Estado.

Não será possivel ampliar tanto a produção do Estado, o que deixa o presidente da Associação dos Criadores de Camarão em Cativeiro- ACCC e presidente da Câmara Setorial do Camarão Cristiano Maia triste, pois a criação do camarão nessas áreas, não agride o meio ambiente, pelo contrário, gera emprego e renda para 15 mil pessoas sem falar que a seca não atrapalha a produtividade.

Veja o que diz o presidente da ACCC, Cristiano Maia:

revista municípios: a seca que assola nosso Estado atrapalha a produção de camarão?Cristiano Maia: De forma alguma a seca atrapalha a produção de camarão, a nossa produção não será afetada em nada com essa estiagem, e sim com certeza o camarão pode ser uma boa alternativa de alimento também nesse periodo.

r.m. o novo Código Florestal aprovado prejudica o crescimento da atividade?C.m. Isso prejudica o futuro, quem quer ampliar a produção de camarão não pode ficar na área de apicum e salgado, depois do levantamento do Governo, por causa do referenciamento dessas áreas. O que nós vamos fazer agora? Vamos falar com o Governo, voltar a falar com o Congresso Nacional, ver e discutir esse veto, negociar a medida provisória novamente. Até porque, o Estado é pobre, e a carcinicultura, emprega 15 mil pessoas lá no campo, gerando emprego e renda formais, todo mundo de carteira assinada. Estamos produzindo alimentos, pagando impostos, gerando empregos e não estamos em áreas que agridam o meio ambiente, assim é nosso pensamento. O apicum e o salgado, não tem vida. O camarão que colocamos é em uma água equilibrada para sobreviver com menos sal, senão nem ele sobreviveria.

R.M. Qual a perspectiva de produção de camarão desse ano, em relação ao ano passado?C.m. Esperamos em 2012 novamente um crescimento de 10 a 20%, acredito que vamos chegar a 34 mil, 35 mil toneladas só com manejo das próprias fazendas, e que pode aumentar. No meu caso aumentei a minha área de produção, quem pode aumentar e

não estava no apicum nem no salgado que representa 65% do total, pode aumentar sua produção.

R.M. Essa produção vai atender a demanda local e internacional?C.m. Nosso camarão fica todo no mercado interno, nós temos muita demanda, com a melhoria do salário da população e o menor preço do camarão hoje, em torno de R$10 reais na fazenda, e além disso, nós temos mercado. Todos os dias eu recebo ligação na Associação e na fazenda atrás de camarão. A população está comendo camarão, você vê camarão em qualquer self-service do país, então o consumo tem aumentado. O que tem-se que fazer para atender essa demanda é aumentar a produção, só tem esse jeito. Aumentando a produção, o camarão até baixa. Nós já estamos começando a pensar no camarão para ir pra fora, voltar a exportar, porque em 2005, 90% ia pro exterior, hoje fica todo Brasil.

R.M. Porque essa mudança aconteceu?C.m. Nós baixamos o preço, aumentamos a produção e estimulamos às famílias a criar o hábito de comer camarão, conquistamos esse mercado às nossas custas, vendendo camarão a baixo preço de custo. Isso quem fez foi o produtor mesmo, nós baixamos o preço, para fazer o costume de comer camarão. A nossa luta hoje é para a importação, pois lá o salário mínimo é US$40, e não tem carga tributária, além do quilo da ração é R$0,70, aqui é R$2,00. O custo de produção asiático é muito menor que o nosso, se comparar com aqui, muitas fazendas irão fechar. Nós estamos tentando voltar a exportar para poder disputar com o mercado francês, que considera o camarão brasieliro, o melhor.

R.M. E em relação a produção de tilápia do Ceará que está sofrendo com a entrada irregular de peixes da Bahia e de pernambuco. na sua opinião o que deve ser feito?C.m. Isso, às vezes, é uma faca de dois gumes, você começa a barrar o produto que vem de

O produtor de camarão não degrada o meio ambiente, se o ambiente não estiver

saudável o camarão pequeno não sobrevive no viveiro. Além disso, nós cumprimos o Plano

de Monitoramento Ambiental, que está sempre atualizado e

que acompanha a estrutura das fazendas de criação.

fora, se ele vier acondicionado, higienizado dentro de um equipamento frigorífico deve ser permitida a sua entrada para evitar uma competição de produtores das cidades vizinhas, porque senão, eles vão fazer o mesmo com o nosso produto. Ai fica uma guerra que eu não quero que aconteça.

R.M. E sobre a premiação do empresário livino Sales, receber a medalha do mérito rural prisco Bezerra?C.m. O camarão agora está na mídia, antes nós éramos meio ausente, e o Livino é um estimulador da situação. Ele conseguiu certificar o camarão desde sua origem até sair da fazenda e chegar na mesa, esse prêmio é um incentivo ao setor. Eu louvo a FAEC que teve a felicidade de escolher o Livino por ele ser um grande estimulador, ele tem laboratório, ele cria, faz o engorda de beneficiamente em três fases. É importante esse prêmio, pois é um estímulo para todo setor que ficou agradecido a FAEC pela escolha do Livino, e ele é uma pessoa que tem trabalhado muito por esse setor.

r.m. o camarão da Costa negra está sendo certificado na Europa e por que não certificar em outras regiões?C.m. O certificado de camarão, só existe o nosso e na região da Costa Negra. Por que não certificar o restante das outras costas? A Associação está fazendo um trabalho de incentivo e estímulo para que também a Costa Leste, que tem o Vale do Jaguaribe como o maior produtor, produzindo 55% do camarão no Estado, e a tendência é que agente certifique. Pois, certificando você tem uma rastreabilidade, por isso que eu acho que há uma tendência muito forte do setor de camarão em todo o Estado em ser certificado.

Cristiano Maia presidente da Associação dos Criadores de Camarão em Cativeiro- ACCC e da Câmara Setorial

do Camarão

Page 36: Revista Pecnordeste

36 revista Ceará e municípios

O desafio de organizar o mercado de carne ovina brasileira

Números

A produção de carne ovina está em processo de expansão, estimulada principalmente pelo elevado potencial do mercado consumidor e pela ampliação dos polos

de criação de cordeiro, espalhadas pelo país. Outro fato que também tem contribuído bastante é a entrada de pessoas com visão empresarial nesse mercado, estimulando a profissionalização do setor e a divulgação da carne.

Apesar de promissora e rentável, a cadeia de produção precisa vencer um grande desafio: a desorganização. De acordo com o ex-presidente da ABSI (Associação Brasileiro de Santa Inês) e da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos, Ricardo Falcão, as causas do problema se devem, em parte, ao descaso do governo e, por outro lado, ao comportamento informal e despreparado do criador.

Ele explica que o governo precisa investir em fiscalização, combatendo o abate clandestino e a comercialização inadequada da carne, que tanto pode se dá

pelas condições sanitárias do local de venda (feiras livres, frigoríficos), como pela falta de acompanhamento do plano de sanidade no âmbito federal, limitando a exportação. “Essas dificuldades atrapalham a profissionalização”, afirma.

Crédito ruralOutro aspecto necessário para a impulsão

do mercado de carne ovina é a concessão, por órgãos competentes, de créditos rurais para os criadores, sobretudo os de pequeno e médio porte, que são maioria no setor. O objetivo é estimular o melhoramento genético do rebanho, exemplo do programa Pro-Genética criado para os bovinos.

ProfissionalizaçãoO criador também precisa fazer sua

parte. De acordo com Ricardo Falcão, o primeiro passo é deixar de lado o amadorismo e a informalidade e avançar para um comportamento mais profissional, enxergando o abate de ovinos como um comércio potencial, rentável e formal, regido por certificações sanitárias, critérios técnicos e definição clara de objetivos e metas.

O efetivo de caprinos em 2010 foi de 9,3 milhões de cabeças,

um aumento de 1,6% em relação a 2009.

A região Nordeste do país mantém o maior efetivo de cabras, com mais de 90,0%

do total nacional, tanto para produção de leite como de carne.

Os principais municípios desse rebanho eram Casa Nova (BA), com 284,2 mil, Juazeiro (BA), com 184,5 mil e Floresta (PE),

com 181,7 mil. Entre os 20 municípios com

maiores efetivos, 10 estão na Bahia.

CearáO Estado é o 4º colocado com:

1 015 927de efetivos de caprinos em 31.12

(cabeças)

No último dia 18 de maio a Embrapa Caprinos e Ovinos fez a inauguração do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos (LCTA). “Esta obra vem para nos ajudar a enfrentar desafios. Que as tecnologias aqui geradas possam ser adotadas pelos produtores. Que o leite de cabra não seja comprado somente por programas de merenda escolar, mas conquiste outros mercados. Que, em vez de importarmos queijos de outros países, tenhamos queijos produzidos aqui mesmo, gerando renda”, afirmou o chefe-geral Evandro Holanda Júnior.

O Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos é um complexo de cinco laboratórios: Processamento de Leite e Derivados, Bioquímica, Microbiologia, Análise Sensorial e Físico-Química. Esta estrutura possibilita análises em bactérias probióticas em produtos lácteos; físico-química de leite e derivados e cárneos; bioquímica de leite e derivados e cárneos; proteases vegetais; contaminantes e patógenos

em alimentos lácteos e cárneos. Na estrutura, foram investidos R$ 900 mil, em recursos do Governo Federal. Outros R$ 429 mil foram investidos na compra de equipamentos, entre recursos do PAC Embrapa, emenda parlamentar da bancada federal cearense e projetos de pesquisa.

Embrapa Caprinos e Ovinos inaugura Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos

Evandro e Edilson Maia descerram placa

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programaçÃo do Segmento de CaprInoVInoCUltUra

O Pecnordeste traz uma vasta programação com as seguintes palestras: “Estratégias de coordenação da cadeia produtiva para superar os desafios da ovinocultura e da caprinocultura no Brasil”, “Panorama geral da Caprinovinocultura nacional: leite, carne e couro”, “Transferência de tecnologia como estratégia para o desenvolvimento rural sustentável”, “Bem estar animal”, “Alternativas de alimentação para caprinos e ovinos no semiárido”, “Produção de leite de cabra em pastagem cultivada”, “Criação de Cabras Nativas”, “Evolução da produção de leite de cabra no Nordeste”, “Produção de queijo de cabra como estratégia de agregação de valor”, “Diagnóstico, tratamento e prevenção das principais enfermidades de caprinos e ovinos no semiárido”, “Orçamento Forrageiro: Planejamento alimentar visando garantir a sustentabilidade da produção animal no semiárido nordestino”, “Controle integrado da artrite encefalite caprina – CAE” e a “Ovinos e Caprinos na integração lavoura-pecuária”.

CAPRINOvINOCULTURA

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Governador Cid Gomes em visita ao stand do Boteco do Suíno no PECNORDESTE 2011

O Boteco do Suíno será um ambiente, especialmente, cria- do para oferecer aos participantes do Pecnordeste a

degustação de vários pratos com a carne suína. A novidade estará localizada no Bloco F, do Centro de Convenções do Ceará.

No dia 14 e 15 de junho, o evento contará com a realização de oficinas para ensinar corretamente os tipos de cortes da carne. O curso será aplicado por Daniel Furtado. Além disso, os participante terão a oportunidade de aprender com a instrutora de culinária do Senac, Nilza Mendonça, a fazer pratos da culinária cearense, utilizando a carne suína, com degustação desses pratos após a aula.

“A oficina de corte e de gastronomia irão demonstrar a versatilidade da carne suína no cotidiano do consumidor”, afirma Paula Braga, gestora do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) no Estado.

De acordo com o 1º vice-presidente da FAEC, Paulo Helder Braga, que

Versatilidade da carne será apresentada no Boteco do Suíno

preside a Associação dos Suinocultores do Ceará, o objetivo do PNDS é aumentar o consumo per capita da carne suína em 2kg, tanto a nível estadual como nacional. Hoje o consumo no Estado é de 5,5kg por pessoa, no País este consumo chega a 14,5 kg per capita por ano.

O Boteco do Suíno faz parte de uma campanha do PNDS que foi encetado em todo o país, com vistas a ampliar a participação da carne suína na mesa

do brasileiro, onde já se vislumbra alguns resultados positivos. Entre eles, Paulo Helder destaca o aumento do consumo per capita nacional que era de 13 kg, e hoje é de 14,5 kg por pessoa. Além disso, segundo o presidente da ASCE a apresentação nas gôndolas dos supermercados com cortes que facilitam a vida da dona de casa, também melhorou.

programaçÃo SUInoCUltUra

O setor de sunicultura terá uma programação diversificada, com apresentação de painéis, mesas-redondas, oficinas e as seguintes palestras: “Panorama da Suinocultura Brasileira”, “Importância da gestão de dados na Suinocultura”, “Controle das emissões contaminantes (dioxinas, metais pesados e micotoxinas) em produção animal”, “Gestão Ambiental: Importância, risco e questões práticas”, “Produção Sustentável: Oportunidades de conhecimento e viabilidade para a instalação de biodigestores”, “: Linhas de Crédito para a Suinocultura”, “Recentes avanços na utilização de enzimas para suínos”, “Suplementação Nutricional para incremento de resultados em nuliparas e primíparas”, “Importantes aspectos fisiológicos a serem considerados na nutrição do leitão desmamado”, “Atualização em nutrição de cachaços” e “Análise de falhas reprodutivas”.

Afirmou o presidente da Associação

Cearense de Suinocultores,

Paulo Hélder, em reivindicação à Conab

para a redução do preço da saca do

milho atualmente a R$ 27,00.

O justo é R$ 21,00, preço liberado para o Rio

Grande do Sul quando enfrentaram seca

“”

Depois de reuniões e consultas aos associados, o engenheiro agrônomo Paulo Helder de Alencar Braga, presidente da Associação dos Criadores de Suíno, viajou a Brasília, para tentar junto com o Ministério da Agricultura, resolver um problema para os criadores do Ceará, que querem receber o mesmo tratamento que foi dado aos criadores do Rio Grande do Sul, que adquiriram a saca de milho a R$ 21,00 e o produto para os do nosso Estado está sendo vendido a R$ 27,00, disse Paulo Helder. Os gaúchos foram tratados diferenciadamente devido a um pequeno veranico que tomou conta daquele Estado, "mas ocorre que nós também estamos passando por uma seca, diferente daquele Estado". Helder disse ainda que na sua estada em Brasília se reuniu com a bancada cearense a quem pediu apoio, "que é importante", comentou.

Quer o mesmo tratamento

SUINOCULTURA

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aVICUltUraEntre as novidades destaca-

se a realização do XI Simpósio ACETAV, e um dos palestrantes será o Frédéric Beaujean - Gerente Sênior – Europa e América – Perstorp Performance Additives, com a palestra: “O Uso de Ácidos Orgânicos em Avicultura”. A programação segue com as seguintes palestras no decorrer do evento “Ganhos econômicos x Índices zootécnicos em postura comercial, Micotoxina e Sistema Imune.” “Existe Correlação?, Gestão e alternativas para agregação de valor aos resíduos da Avicultura”, “Importância de dietas pós - eclosão e pré-iniciais para Aves”, “Instrução Normativa 56 / 59”, “GTA Eletrônico, Fitase e suas implicações na digestão e absorção de nutrientes”, “Qualidade intestinal, seus benefícios e alternativas”, “Integridade intestinal de frangos de corte quanto ao uso de novos aditivos nas dietas modernas”, “Uso de óleos essenciais na avicultura “, “Balanço eletrolítico e equilíbrio ácido – Base”, “Problemas locomotores e prevenção utilizando minerais orgânicos.

eQUInoCUltUraAulas práticas, palestras e mesas-

redondas. As Aulas práticas serão sobre Adestramento - Prática de flexionamento e equitação, o Manejo de problemas dentários nos eqüinos, Avaliação Clínica dos problemas de locomoção nos eqüinos realizadas no Aras Japuaharas em Caucaia e no Sítio Shanadu em Aquiraz, As palestras serão realizadas no Centro de Convenções, abordando os temas: “Influência do flexionamento na prática da equitação”, “Influências dos problemas dentários na saúde e performance dos eqüinos” e uma mesa

redonda com o tema: “Sanidade Equina - Cuidados e desafios.”

arteSanatoPalestras e oficinas

abordando a Preservação do Meio Ambiente através do artesanato sustentável, com oficinas de Beneficiamento da Fibra da Bananeira, com a fibra beneficiada usando técnicas artesanais - Bordado,

eStrUtIoCUltUraSua programação está

composta por uma mesa redonda, realizada no dia 20, abordando o tema: “Programa para a Estrutiocultura no Ceará”, ministrado por Valter Mendonça Falci - Diretor comercial da O.A. Criatório de Avestruz Ltda e Pedro de Alcântara Pitombeira Maia - Engenheiro Agrícola com especialização em Irrigação e Drenagem e em Fitossanidade, ocupa atualmente a Coordenação de Agronegócio da Secretaria da Agricultura e Pecuária de Sobral.

tUrISmo no eSpaço rUral e

natUralCom as palestras: “As oportunidades

de negócios para o turismo rural visando a Copa de 2014”, “O espaço, a paisagem e a arquitetura no turismo rural”, “Eventos na sua propriedade – como agregar valor ao seu produto rural”, “Caso de Sucesso: Gospel Fazenda Park Hotel”, “Um Chef no turismo rural – dicas para incrementar seu cardápio”, com a mesa redonda abordando o tema: “Debate sobre as atuais leis do Turismo Rural (PLC 19/2011).

Outras novidades da programação científica

BalCÃo teCnológICo

XI SIMPóSIO ACETAv DISCUTE USO DE áCIDOS ORgâNICOS

I Feira Pet disponibiliza serviços para o seu animal de estimaçãoOutra novidade do XV Seminário Nordestino de Pecuária é a realização da I Feira PET que reunirá, de 14 a 16 de junho, no Bloco G, do Centro de Convenções do Ceará. A ideia é reunir desde aficcionados até profissionais do ramo, como adestradores, veterinários, pet shops, criadores e fabricantes de itens voltados para o mercado pet. A programação esta sendo coordenada pelo KENNEL Clube, AVIPEC e Prática Eventos.

O evento vai contar com um Desfile de Animais, Concurso do Animal Mais Bonito e Mais Bem Cuidado, banho e tosa, sorteios, adestramento, adestramento e apresentação dos canis das policias Militar e Rodoviária Federal. Além disso, a Feira PET irá disponibilizar animais para adoção e, também, clínicas veterinárias com profissionais especializados que irão prestar atendimento aos animais dos visitantes. O cliente deverá apresentar o cupom de compra de produtos ou serviços das empresas participantes da Feira.

Serão apresentados algumas instituições locais que fomentam a inovação tecnológica. O balcão tecnológico foi dividio em três ambientes, o primeiro é o das instituições tecnológicas, onde estam sendo apresentados aos visitantes do PECNORDESTE as novas tecnologias, ou tecnologias que ainda não estão no mercado, dentre elas a Embrapa e o Renorbio, através do doutorado da Rede Nordeste de BioTecnologia. Segundo o coordenador, André Siqueira, “existem algumas tecnologias envolvendo o Nordeste que podem ser utilizadas no mercado, e essas tecnologias serão todas apresentadas na primeira parte do balcão”.

O outro segmento do balcão é reservado para as incubadoras, que são instituições que ajudam as empresas a surgirem e a conquistarem seu mercado. “Vamos imaginar, que eu chegue no balcão tecnológico, vi uma tecnologia interessante lá exposta e vou querer empreender e usar aquilo na minha empresa, então eu posso pegar aquela ideia, ir na incubadora de empresa e pedir apoio, de como vai se formalizar, como vai registrar a empresa, então a incubadora serve para isso, até ele poder andar com as próprias pernas”, afirma André. Para fazer isso, foi convidado a Rede de Incubadoras do Ceará, que tem sete empresas que estarão apresentando no PEC.

O último segmento do balcão são as instituições de fomento financeiro, segundo Siqueira “elas apoiam com recursos financeiros pesquisas e empresas. Para isso nós convidamos a Funcap e o BNB que vão apresentar seus editais de como acessar recursos para essa inovação”.

André Siqueiracoordenador do balcão

tecnológico

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40 revista Ceará e municípios

Apicultores de Icó agregam valor ao mel

Apicultores de Paramoti produzem mel orgânico

Uma máquina que embala mel em sachê, trouxe ao município de Icó a ampliação da renda de pequenos apicultores. O equipamento foi adquirido com recursos próprios de alguns produtores da Associação dos Apicultores do município, que acreditam na viabilidade econômica da atividade. Os primeiros resultados são positivos e os produtores estão animados ante a perspectiva de ampliação das vendas para o comércio local e para a merenda escolar na rede municipal.

A máquina está instalada no Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Icó, entidade parceira da Associação dos Apicultores. Há pelo menos cinco anos praticamente não havia produção de mel de abelha no Município.

Alguns apicultores estavam sem treinamento, isolados, produzindo de forma errada e, obtendo, portanto, baixa rentabilidade. Após a criação da Associação dos Apicultores de Icó, o quadro começou a mudar para melhor.

Atualmente, cada produtor cadastrado pode comercializar até R$ 4.500,00 por ano. O preço do produto no mercado regional também é animador. O quilo do mel é vendido por R$ 7,50.

A Associação dos Apicultores de Icó tem 80 sócios, mas apenas 30 estão ativos. “É um grupo que acredita no sucesso da apicultura como geradora de fonte de renda complementar”, explica João Anselmo Santos. Neste ano, a produção de mel de abelha deve chegar a 12 toneladas.

Essa é a grande visão dos 16 apicultores do Município de Paramoti, que aderiram à produção de mel orgânico em uma das regiões mais secas do Nordeste. A meta é incentivar a agricultura familiar nas ações vinculadas à distribuição de produtos agropecuários para pessoas em situação de insegurança alimentar. A compra é feita diretamente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por preço compensador, respeitando as peculiaridades e hábitos alimentares regionais e a situação de mercado local.

Parceria entre o Instituto Agropolos do Ceará, Ematerce, Sebrae e Secretaria da Agricultura de Paramoti tem possibilitado o crescimento dessa cultura agropecuária nos sertões de Canindé. Este ano, os avanços da

apICUltUra e melIponICUltUraA programação do

segmento de apicultura tem como novidade o Seminário de Apicultura e Meliponicultura, durante todos os dias do evento (19,20 e 21), trazendo as seguintes palestras: “ Qualidade do mel: padrão para o mercado externo”, “ Sanidade Apícola: riscos para a produtividade e qualidade do mel”, “Produção de rainhas nas condições do semiárido”, “ Produção de colônias em abelhas africanizadas, Estratégias para exploração do mercado interno de produtos apícolas”, “Projeto Meliponários Urbanos, Polinização do Cajueiro, S.I.E.: Registro de instalações para processamento de mel”, “Defensivos agrícolas: riscos e manejo para proteção das colméias”, “ Meliponicultura: A importância das espécies vegetais de floração em massa para abelhas sem ferrão e Clinicas de capacitação de produtores”, com a presença de autoridades e lideranças do setor. Todas ministradas por médicos veterinários, engenheiros agrônomos, professores ligados ao setor.

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CE atingiu a segunda colocação em produção de mel no País

Um total de 4.735 toneladas/ano, perdendo apenas para São Paulo.

produtividade na região tem sido significativos.

Novas técnicas são empregadas para garantir maior produtividade. 400 colmeias irão produzir 4 toneladas de mel orgânico em 2011, ao preço de R$ 10,00 o quilo. O técnico Wllissis Gonçalves de Sousa, do Instituto Agropolos do Ceará, que garante assistência técnica sistemática aos apicultores de Paramoti, destaca o potencial de mercado para a apicultura. Aponta dados do IBGE, mostrando que o Ceará atingiu a segunda colocação em produção no País, num total de 4.735 toneladas/ano, perdendo apenas para São Paulo.

O trabalho que foi desenvolvido durante o ano de 2011, no 1º Destaque do Sebrae – Ce – Escritório Regional de Crateús – 2011, desenvolvimento da cadeia produtiva da apicultura no território Crateús - Inhamuns, envolveu 18 municípios beneficiando 1037 famílias de apicultores que já obtiveram 37.000 Colméias. No ano de 2011 foi produzido por estas famílias 950 toneladas de mel em todo o território.

Com o evento, foi possivel ao Sebrae dar consultorias tecnológicas direcionadas para a implantação e monitoramento do programa de alimentação dos enxames, manutenção da infra-estrutura dos apiários mais antigos, por meio da construção de suportes resistentes para sustentação das colméias, nos mais variados modelos, visando eliminar os riscos de prejuízos causados pela queda dos enxames mais pesados e populosos, ou seja, daqueles com maior reserva de alimento, aos apicultores locais.

Além da realização de consultorias

tecnológicas direcionadas para o sombreamento artificial dos enxames, a construção de bebedouros próximos aos apiários, a utilização das práticas de manejo para substituição dos favos velhos, e a realização de consultorias tecnológicas direcionadas para o nivelamento do plantel de enxames.

Implantação da ficha zootécnica

SEMINÁRIO DE APICULTURA E MELIPONICULTURA

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41peCnordeSte 2012

CE atingiu a segunda colocação em produção de mel no País

PORTO DE FORTALEZA incrementa transporte de cabotagem

O Porto de Fortaleza, administrado pela Companhia Docas do Ceará (CDC), assinou em maio contrato com a empresa Maestra Navegação e Logística que garantirá a escala de navios de cabotagem, todos os sábados, vindos dos Portos de Santos (SP) e

Navegantes (SC) e partindo para estes portos e também para o Porto de Manaus (AM). O contrato representa mais uma opção para estimular empresários cearenses e de outros estados a incluir o transporte de cabotagem na sua matriz de logística.

“A cabotagem é a navegação entre portos marítimos de um mesmo país. Quando se fala em transporte de cargas com grandes volumes, seja de produto acabado ou de matéria prima, o transporte marítimo é a melhor opção. Atualmente, o Porto de Fortaleza recebe navios com até 50 mil toneladas de mercadorias de uma só vez. Além de ganhar em escala, o modal aquaviário é mais seguro contra roubos e acidentes e bem menos poluente ao meio ambiente”, destaca Paulo André Holanda, Presidente da CDC.

Pela cabotagem pode-se transportar todos os tipos de mercadoria, desde sal, fertilizantes, medicamentos, frutas, móveis a equipamentos de grande porte, como carga de projeto e equipamentos agropecuários e industriais. “Pelo Porto de Fortaleza, além da Maestra, a Log-in Logística Intermodal

Quando a cabotagem é vantagem-Quando se transporta alto volume de mercadorias.-Quando a distância transportada é superior a 1.000 km. -Quando se precisa reduzir o custo final de transporte da carga.-Quando se necessita de agilidade e eficiência logística.-Quando se necessita de segurança no transporte de carga.

Paulo André Holanda - presidente da CDC

Em quatro anos, cerca de R$ 15 bi para portos do Brasil

Até 2022, a estrutura portuária do Brasil deve estar entre as dez melhores do mundo. É o que diz o ministro dos Portos, Leônidas Cristino. Segundo ele, foi realizado um estudo e o País ocupava em 2010 o 41º lugar. Para o fim de 2012, a ideia é ficar entre os 30 primeiros.

Ele afirma que nos próximos quatros anos haverá investimentos nos portos de cerca de R$ 15 bilhões (entre Governo Federal e iniciativa privada). O ministro participou de uma conferência internacional em um hotel em maio, em Fortaleza.

A importância das cifras cabe dentro do panorama das exportações: “O comércio exterior está crescendo a passos largos. A movimentação no Brasil passou US$ 378 bilhões em 2010 para US$ 483 bilhões em 2011”.

A estrutura física dos portos também

deve ser melhorada pelo fato de 95% das cargas comercializadas passarem por eles.

O ministro também comentou sobre as obras de ampliação e melhoria do Porto do Mucuripe. A obra de dragagem (profundidade entre a superfície do mar e a parte mais profunda do casco do navio) foi finalizada e já está sendo realizada a batimetria. Assim, ainda não é possível atracar navios mais pesados. A profundidade do porto passará de -10,5 metros para -14 metros.

Conforme o presidente da Companhia das Docas do Ceará, Paulo André Holanda, com a nova profundidade, haverá um aumento de 30% na movimentação de cargas e navios. “A dragagem não incrementa a movimentação sozinha. E, sim, todas as obras de infraestrutura: reforço no cais comercial, pavimentação

industrial, iluminação, aumento das tomadas frigoríficas para receber frutas”, explica.

Para a estrutura foram necessários R$ 80 milhões, R$ 60 milhões para dragagem e mais R$ 149 milhões do Terminal de Passageiros, com previsão de término em dezembro de 2013.

Ministro Leônidas Cristino

Paulo André destaca que graças aos investimentos

oriundos da Secretaria de Portos Presidência

da República (SEP/PR), capitaneada pelo cearense Leônidas Cristino, o Porto de Fortaleza cresce e se moderniza a cada dia.

oferece linha regular todas as sextas-feiras. Ou seja, o que estamos fazendo é ampliando as opções de atendimento aos nossos clientes”, frisa Paulo André.

O Presidente da CDC informa que, ainda no segundo semestre

de 2012, o Porto de Fortaleza poderá receber navios com até 70 mil toneladas de carga – incrementando a movimentação. “Concluímos a obra de dragagem, que deixou o Porto de Fortaleza com profundidade de -14 metros. Atualmente, estamos realizando a batimetria final. Até dezembro de 2012 estaremos aptos a receber navios maiores, o que representará uma economia logística para os nossos clientes”, complementa.

INFRAESTRUTURA

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42 revista Ceará e municípios

11ª Medalha Prisco BezerraMEDALHA DO MÉRITO RURAL

roberto Cláudio rodrigues Bezerra

Natural de Fortaleza-CE, nascido no dia 15 de agosto de 1975, é médico-sanitarista, formado pela Universidade Federal do Ceará, com mestrado e PhD em saúde pública pela Universidade do Arizona-EUA.

Sua experiência profissional é focada no planejamento e avaliação de políticas de saúde pública, tendo atuado como consultor e professor da UFC.

Foi eleito pela primeira vez em 2007, com 21.283 votos, tenho sido votado em 146 municípios. Em 2010, foi o sétimo deputado

mais votado, tendo obtido 68.469 votos pelo PSB, em 161 municípios, com 16.020 votos em Fortaleza.

No dia 17 de janeiro de 2007 foi convidado pelo Governador Cid Gomes para ser o vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.

Foi presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa e Vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto.

Sua área de atuação esteve preferencialmente dirigida ás causas da Educação, Saúde e Ciência e Tecnologia e no avanço desses e outros setores, dedicou o seu esforço, através da apresentação dos projetos de lei, audiências públicas, dentre outras iniciativas parlamentares.

Foi representante do poder Legislativo no CONSEA-CE (Conselho de Segurança Alimentar do Estado do Ceará), participou como membro titular na Procuradoria da Assembleia Legislativa, na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Tecnologia da Informação e Comunicação CSTIC, no Conselho Superior do Hospital Waldemar de Alcântara e na Comissão de Determinantes Sociais da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Fez parte do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, como representante da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, dentre outros. Foi escolhido seguidas vezes por observatórios independentes como um dos mais influentes e de melhor desempenho do Poder Legislativo. É atualmente o Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, eleito a 01 de fevereiro de 2011.

Clinton Saboia Valente

Natural de Fortaleza, nascido no dia 17 de Janeiro de 1932, formado como Engenheiro Agrônomo pela Escola de agronomia da UFC turma de 1956; Curso de infantaria – Centro de Preparação de Oficiais da Reserva – Ministério da Guerra – CPOR de Fortaleza – Ce em 1952 sendo declarado Aspirante a Oficial R-2; Magister Scientiae em Zootécnica com tese sobre Nutrição – Dezembro de 1970 junho de 1972 – Centro de Ensenanza e Investigacion – Turrialba – Costa Rica – OEA.

A Diretoria Plena da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, FAEC, presidida por Flávio Saboya, escolheu os três homenageados que irão receber este ano a Medalha do Mérito Rural Professor Prisco Bezerra, durante solenidade de abertura do PECNORDESTE, dia 18 de junho próximo: Deputado Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra, presidente da Assembleia Legislativa do Estado, que inclusive é sobrinho do agrônomo Prisco Bezerra (in memoriam) dentro da categoria Área Política

e ou Administração Pública; pelo apoio que vem dando ao segmento produtivo do Estado; o empresário Livino Sales, representante da área da Produção Rural, ou Liderança Classista, pelo seu trabalho incessante no segmento da carcinicultura inclusive com a obtenção do selo de identificação do camarão da Costa Negra expedido pelo INPE; e o eng. agrônomo Clinton Saboya Valente, na categoria área de Desenvolvimento Científico, Econômico, Tecnológico ou de Ensino e da Produção Rural, pelo seu trabalho como extensionista da ANCAR- Coordenador da Pecuária do Serviço de Extensão Rural do Ceará.

Conheça os Homenageados

polItICa e/oU admInIStraçÃo pÚBlICa2011 – Vice-governador do Estado Domingos Gomes de Aguiar Filho2010-Senadora Kátia Regina de Abreu2009- Deputado Estadual Antônio Hermínio Bezerra Resende2008-Hypérides Pereira de Macêdo2007-Francisco Ariosto Holanda2006-Ministro Roberto Rodrigues2005-Prefeito Cid Ferreira Gomes2004-Prefeito Cirilo Antônio Pimenta Lima2003-Deputado Federal Roberto Soares Pessoa2002- Senador Lúcio Gonçalo de Alcântara

prodUçÃo e/oU lIderança ClaSSISta2011-Raimundo Everardo Mendes Vasconcelos2010- Antonio José Bitar2009-Francisco de Araújo Carneiro2008-José Alberto Costa Bessa Júnior2007-Carlos Prado2006-Domício Pereira2005-João Araújo Carneiro2004-Antônio Ernesto Werna de Salvo2003-Empresária Maria Hosana Matos Lima2002-Jaime Tomáz de Aquino

CIentíFICa, eConômICa, teCnológICa oU de enSIno2011-Prof. Abelardo Ribeiro Azevedo2010-EMBRAPA2009-Banco do Nordeste do Brasil – BNB2008-Escola de Agronomia da UFC2007-João Ambrósio de Araújo Filho2006-Breno Magalhães Freitas2005-Prof. José Ferreira Nunes2004-Expedito José de Sá Parente2003-Prof. José Júlio da Ponte Filho2002-Engenheiro Agrônomo José Tarquínio Prisco

Quem jA ganhou:|

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43peCnordeSte 2012

Essa Medalha do Mérito Rural professor Prisco Bezerra instituída pelo Sistema Faec/Senar é muito importante para mim, principalmente porque nós somos do setor do Agronegocio da carcinicultura, lutamos pelo selo de

certificação do camarão da Costa Nega que o mundo todo já tomou conhecimento e, agora, estamos trabalhando para registrá-lo na Europa, disse o empresário Livino Sales . Segundo ele, são mais de 30 anos de dedicação e esta homenagem eu quero dividir com todos os carcinicultores do Ceará, que geram alimento, emprego e renda para milhares de pessoas.

Como novidade para o setor, Livino Sales anunciou que a Associação dos Carcinicultores da Costa Negra-ACCN da qual é presidente, está trabalhando pelo zoneamento da Região, que engloba três municípios: Acaraú, Cruz, Jijoca e que outro passo importante a ser dado, é o incremento do turismo daquela região, um das metas da Associação que promove pelo 4º ano o Festival Internacional do Camarão da Costa Negra, que se realizará de 13 a17 de novembro, terá como novidade a presença de um grande Chefe francês instalado na China e que faz o melhor prato de camarão chinês.

Outra novidade, é que o Deputado Estadual Manoel Duca lançou o Projeto de Lei nº 83/12 afim de conceder o Título de Cidadão Cearense ao empresário Livino José Silveira Soares Sales. A justificativa para esta condecoração é que o empresário é responsável por empreendimentos que tem trazido desenvolvimento comercial, econômico e social aos habitantes da região da Costa Negra.

É natural do Piauí, nascido em Teresina, no dia 17 de setembro de 1958, filho de José Rubens Sales e Maria Inês Soares Sales. Livino adotou o Ceará desde a infância, vivida nos municípios de Paracuru e Acaraú. As belezas litorâneas lhe deram inspiração para ações produtivas e comerciais junto ao mar, rios, lagoas e enseadas. Seu ponto de partida foi a Fazenda Cacimbas, a três quilômetros da área urbana de Acaraú.

Desde 1978, Livino Sales se dedica à

carcinicultura, atividade promissora, geradora de renda e emprego e com boas perspectivas para desenvolver o turismo na região. Dinâmico e empreendedor, Livino Sales descobriu um diferencial na área litorânea e criou a Costa Negra, com base em estudos do solo.

Como lição empreendedora ele cita a frase de Joel Barker: “Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Mas uma visão com ação pode

mudar o mundo”.O empresário Livino Sales é presidente da

Associação dos Carcinicultores da Costa Negra e idealizador e realizador do Grand Shrimp Festival – Festival Internacional do Camarão da Costa Negra. È casado com Sandra Maria Rios Sales e pai de dois filhos: Rubens Rios Sales e Hugo Rios Sales. Rubens segue os passos do pai na indústria da pesca e preside a Nutrimar.

Livino Sales diz que Medalha é um reconhecimento aos carcinicultores

“ Livino Sales é um piauiense de exportação que veio se firmar na Fazenda Cacimba, onde está

fazendo um revolução no ramo da carcinicultura. ”

Moacir Soares, secretário de

Turismo de Fortaleza

Quem é Livino José Silveira Soares Sales

“ O Ceará deve orgulhar-se de ter um cidadão do nível e visão do Livino

Sales, que está nos ajudando a divulgar o Estado a nível local, nacional e

internacional.

”Bismark Maia, secretário de turismo do Estado do Ceará

“Ao conceder o título de cidadão cearense ao senhor Livino Sales, presta-se uma justa homenagem a este piauiense que trabalha aliado ao desenvolvimento

regional em nosso estado.

”Deputado Estadual Manoel Duca da Silveira

Page 44: Revista Pecnordeste

44 Revista Ceará e Municípios

Passados mais de 53 anos de criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste-Sudene, 60 anos do Banco do Nordeste do Brasil e 102 anos do

Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS, a região comeca a mostrar vigor na economia, mas o Brasil ainda segue sem conseguir as desigualdades regionais.

Se o Nordeste brasileiro mantiver o ritmo de desenvolvimento econômico atual, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita da renda só chegaria à marca de 75% do valor nacional, em 2074, daqui a 62 anos. A observação é do secretário Nacional de Desenvolvimento Regional, do Ministério da Integração Nacional, Sérgio Duarte de Castro, que esteve recentemente em Fortaleza, participando do lançamento do Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional, no Banco do Nordeste.

As desigualdades sociais ainda são profundas, separando os estados do Norte e do Nordeste do país, das regiões Sul e Sudeste. Em um diagnóstico preliminar o Secretário Nacional do MI, mostrou que em 2009, enquanto o Nordeste reunia 28% da população brasileira e contava com a participação no PIB de 10%-porcentual que se mantém desde a época de 198O- os três estados do Sudeste concentravam 65,4% do PIB Nacional, dos quais São Paulo, sozinho, concentra 37,9%. Numa leitura dos valores percentuais de transformação industrial (VTI) entre os anos de 1968 a 2009, ele mostrou que o Nordeste até que avançou, subindo de 5,9% no inicio da década de 1970, para 10,3%,em 1984; 7,4% em 1995, para retornar aos 10% somente em 2009.

Na outra “ponta”, mais rica o Sudeste concentrava em 1968, 81,3% do VTI e que agora mantém-se em 60,5%, o que revela uma queda substancial da concentração industrial na região, mas, conforme ele próprio “ainda distante das regiões menos desenvolvidas". De acordo com o secretário, essa diferença foi fruto de uma fragmentação da nação, decorrente da ausência de planejamento e de um projeto nacional de desenvolvimento registrados, sobretudo, na década

O NORDESTE EM DISCUSSÃO

de 1980,considerando o período do neoliberalismo econômico.

retomada do deSenVolVImentoSegundo o Secretário Sérgio de

Castro, nos últimos dez anos, ocorreu um processo de desconcentração industrial e de redução das desigualdades regionais- iniciado na década de 1970-só foi retomado na década de 2000, ainda assim de forma pontual . Na sua visão o Nordeste foi beneficiado pelo avanço das fronteiras agrícolas, transferência de parte dos setores têxtil e de calçados à região motivada pelos incentivos fiscais,pela busca por mão de obra barata e dos recursos dos fundos constitucionais como o FNE e o FNDE, do Banco do Nordeste, além dos programas sociais.

Para o secretário o caminho está na integração das políticas públicas de infra-estrutura, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com os planos nacionais de apoio logístico e educacional, com estratégias nacionais de ciência e tecnologia e com o Plano Brasil Maior-que é a nova política industrial do País-tudo integrado no

Plano Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Ele reconhece que "O Brasil precisa distribuir melhor a sua estrutura Economica e produtiva de formas regional e intraregional”.

maIor naS operaçõeS de CredItoSegundo estudo do Banco do

Nordeste que baseou-se em dados do IBGE, do FMI, do Ipece e do Escritório Técnico de Estudos Econômicos, (Etene), as vendas no ramo de varejo em 2011,cresceram 7,9% na Região,acima do resultado nacional, de 7% . O mesmo estudo apresenta o Nordeste também com uma maior expansão de operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional(SFN), de 26,1%, acima do patamar do Pais, de 20,6%.

Reunião da SUDENE para tratar da problemática da seca com a presidente Dilma Rousseff

SECA

projetoS eStrUtUranteSentre os projetos Estruturantes

em implantação na Região estão a Ferrovia Transnordestina que ligará vários estudos por linha ferroviária, e a Transposição das Águas do Rio

do Francisco.

Page 45: Revista Pecnordeste

45PECNORDESTE 2012

Desenvolvimento passa pelo

fortalecimento dos órgãos regionais?

Para a Presidente da Associaçáo dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil Rita Josina, um dos Pilares para o fortalecimento da Região Nordeste é o fortalecimento das instituições regionais. O que se vê no momento é o esvaziamento da SUDENE que desde a sua recriação não consegue se restabelecer enquanto instituição que pensa o planejamento do Nordeste, e do DNOCS, este último um órgão secular que tem inúmeros serviços prestados à região. A Codevasf, a Chesf e o próprio BNB, que vive um momento ímpar: a mesma medida do governo federal que pode alavancar sua ação, fortalecendo-o e aumentando seu capital social, pode fragilizar o BNB, com a retirada da exclusividade de operações do FDNE.

SUDENE vai investir R$ 25 bilhões até

2017A Superintendência de Desen-

volvimento do Nordeste (SUDENE) vaiatingir o patamar de R$ 25 bilhões em recursos disponíveis na Região até 2017, somando-se ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), e o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste(FDNE). No entanto, isso ainda depende da aprovação da Medida Provisória 564, que, dentre outros aspectos, financeiriza o FNDE. Para 2012 a expectativa é aplicar cerca de R$ 14 bilhões, dois bilhões a mais que em 2011.

A MP vai dar celeridade na liberação de recursos, e vigor à economia regional diz o superintendente da SUDENE, Luiz Gonzaga Paes Landim. A instituição demanda também substituição e ampliação de seus servidores 162 servidores. Com o processo de aposentadoria até o final do ano ficarão apenas 99 servidores.

A revista Ceará e Municipios foi ouvir algumas autoridades estaduais sobre o que pensam sobre o desenvolvimento do Nordeste.

Roberto Smith

A economia do Nordeste, ao contrário do que ocorria quando da criação da Sudene na década de 50, se encontra integrada à economia nacional. Frequentemente os indicadores do PIB mostram um crescimento maior do que o da média do Brasil. Contudo a disparidade no seu desenvolvimento ainda é significativa, e vem decrescendo de forma muito lenta. Atualmente a realidade nordestina vem mudando com protagonismo regional, que nada mais tem a ver com o "pires na mão". A política nacional da última década disparou algo que permaneceu adormecido em toda a história da região: a estruturação de seu mercado interno, entendido não apenas como consumo final, mas sobretudo como mercado interno para o capital. O processo de integração tem implicado em avanço em infraestrutura logística, elevação do emprego e um efeito importante de reversão na direção dos fluxos migratórios, para o Nordeste.

Apesar disso, afirmar que a região faz parte da agenda nacional de desenvolvimento não condiz com uma observação rigorosa dos fatos. A omissão e mesmo descaso do governo federal em relação às decisões envolvendo a gestão das principais instituições voltadas para o desenvolvimento regional evidenciam um “desagendamento”, e um passo atrás.

Sempre me guiei pela concepção de que uma política de desenvolvimento regional deva estar contida numa política nacional.

Essa diretriz foi bem fundamentada e esclarecida através da contribuição da professora Tania Bacelar e fez parte dos programas de governo do candidato Lula até a sua eleição. O Bolsa Família, o Luz para Todos, a expansão do crédito, do microcrédito, do Pronaf, a recuperação do poder de compra dos salários, o avanço em relação às energias limpas e renováveis, são exemplos de políticas nacionais que afetam mais fortemente o Nordeste.

O Brasil é um País com grandes diferenciações internas. Isso é muito positivo, principalmente porque temos dimensões continentais, mas não temos dissenções internas, nem problemas de relacionamento com os nossos vizinhos, excetuando-se algumas rixas de caráter futebolístico. Essas diferenciações evidenciam uma complexidade no tratamento federativo, e no que se refere a políticas compensatórias. Entendo que o Nordeste não deva ser tratado de forma especial, porque isso é o que já vem ocorrendo. A forma especial que o Nordeste vem sendo tratado pode ser referida, sem meias palavras, como tratamento politicamente preconceituoso. Por exemplo, o ministério da Fazenda tem dificuldade em acreditar que o Ceará apresenta uma das situações mais saudáveis e positivas em relação às suas finanças, com recuo da carga tributária, nível baixo de endividamento destacando-se como o terceiro estado da federação em valor absoluto de capacidade de investimento. Temos, no entanto, a todo momento, que comprovar que as marcas registradas do passado tradicional que nos foram imputadas como mazelas do subdesenvolvimento não podem ser aplicadas. Como se fossemos herdeiros de uma culpa que temos que carregar, tal como cultura saxônica tenta comparar à cultura ibérica, o confronto entre os mundos do trabalho, da racionalidade aos mundos do ócio, (preguiça ibérica) e da falta de racionalidade. É o discurso da dominação, e se cairmos na esparrela como fazem alguns intelectuais, políticos e empresários, estaremos previamente derrotados. Certas mazelas não são prerrogativas regionais, os Cachoeiras estão em São Paulo e em Nova Iorque, ou melhor em Wall Street.

Não, a guerra fiscal não é necessária porque todos perdem. O problema da guerra fiscal é de

natureza federativa. Os incentivos fiscais, no entanto, constituem um instrumento necessário dentro da lógica de uma política nacional de

desenvolvimento regional pactuada com maturidade em termos

federativos no âmbito da tão esperada reforma tributária.

Roberto SmithPresidente da ADECE

O QUE ELES

PENSAM

Cearenses opinam sobre o atual momento do Nordeste

Presidente da Adece

Page 46: Revista Pecnordeste

46 Revista Ceará e Municípios

BNB pode perder exclusividade do FNDE

O BNB completa seis décadas de existência e é foco de um debate nacional em função da Medida Provisória 564, que altera regras de uma das principais fontes de recursos nas mãos do Banco, o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). A MP 564 torna o Fundo uma fonte com recursos cumulativos e atribui 100% do risco da operação ao agente operador, ao invés dos 10% atuais. O FNDE é uma das principais fontes de captação do BBB,que perderá a atual exclusividade de operação caso a MP seja aprovada .O presidente do BNB, Jurandi Santiago não considera que tenha um movimento de enfraquecimento do banco, se perdermos a exclusividade não temos duvida de que continuaremos sendo o principal agente do fundo,porque temos conhecimento da Região, no mercado .

DNOCS tem R$ 350 milhões do PAC

Com 102 anos de existência o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS, a despeito de seu grande portfólio de obras Estruturantes no Nordeste, especialmente na área de açudarem e poços, hoje passa por um grave momento não somente em termos de recursos, sendo há muito tempo um mero repassados de recursos, como de pessoal. Segundo dados divulgados

pela Coordenação de Planejamento, o órgão terá em quatro anos,

todos os seus servidores aposentados,com excesso de 82 que prestaram concurso recentemente.

popUlaçÃo: 53.078.137 HomenS: 25.906.209

mUlHereS: 27.171.928 UrBano: 38.816.895

rUral: 14.261.242pIB: 5,04%

18% do terrItórIo naCIonal

Freitas Cordeiro

Ceará e municípios: o senhor acha que o nordeste deveria estar incluído dentro de um planejamento nacional?

Freitas Cordeiro: Com certeza. O Nordeste tem sido historicamente um emissor de emigrantes para o Sudeste do País em busca de oportunidades. Inserir a região no Plano Nacional significa destinar recursos para investir em infraestrutura e educação no NE, aliado ao forte combate à fome e à pobreza. Isso significa fazer do NE uma região com um consumo interno forte, capaz de sustentar seu crescimento a longo prazo.

C.m.: a Sudene (recrIada em 2003), está cumprindo o seu papel de incorporar o ne no seu processo de desenvolvimento regional?

F.C.A Sudene tem a missão de coordenar e ordenar o desenvolvimento do NE, através de planejamento e seleção de projetos estruturantes para a Região. Esse esforço requer a percepção de que hoje cada Estado nordestino tem seu próprio planejamento e suas prioridades. Caberá à Sudene harmonizar todo o processo regional de crescimento integrando as propostas estaduais. Daí a importância do Conselho Deliberativo, formado pelo Ministério da Integração Regional e pelos governadores da região. De 2003 até os dias de hoje a Sudene propôs importantes mudanças no FINOR, mas apenas isso não tem sido suficiente para dar maior visibilidade ao papel da SUDENE.

C.M.: Cite pelo menos três ações que deveriam ser implantadas com vistas ao maior desenvolvimento do nordeste.

F.C.: a) Investir em infraestrutura urbana ou coordenar os investimentos privados nesse setor, principalmente nas capitais e em cidades de porte médio, evitando a imigração para as capitais;

b) Contribuir para a atração de investimentos privados no NE, gerando

emprego, renda e melhorando o desenvolvimento tecnológico, e

c) Realizar e coordenar investimentos em Educação, Saúde e Habitação.

C.m.: o que acha da divisão Fdne entre BnB e BndeS?

F.C.: O FDNE é um instrumento de desenvolvimento regional e como tal deve ser gerido por uma instituição financeira regional, com as diretrizes traçadas pela SUDENE. Logo, o BNB deve ser o Banco operador. Obviamente, que o BNDES pode ser co-financiador dos projetos mais importantes e que demandem um volume maior de recursos.

C.M. A política de incentivos fiscais foi insuficiente para o desenvolvimento do nordeste?

F.C.:Eu diria que hoje as políticas regionais estão sendo fortemente complementados pelas políticas sociais, de caráter nacional. Isso é muito importante. Antigamente, quando as políticas sociais de combate à fome e pobreza não eram tão presentes, somente os incentivos não eram suficientes para alavancar a economia da Região. Hoje, existe uma grande complementaridade entre as políticas regionais e as políticas sociais de abrangência nacional. Assim os resultados são mais perceptíveis. O NE deixou de ser o patinho feio e passou a ser a "China" brasileira.

O QUE ELES

PENSAMSECA

Presidente da CDL- Fortaleza

O tAMANhO dO NOrdEStE

No tocante aos recursos, o DNOCS tem garantido

até agora R$ 350 milhões, são investimentos do

Programa de Aceleração do Crescimento-Pac, e aguarda

a liberação de R$ 260 milhões do Programa Água

Para Todos.

Page 47: Revista Pecnordeste

47PECNORDESTE 2012

No dia 19 de junho, às 19h, durante o XVI Seminário Nordestino de Pecuária- Pecnordeste, o Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural – Administração Regional do Ceará (SENAR-AR/CE) vai realizar a entrega do Prêmio Maiores Contribuintes 2011.

O prêmio é um reconhecimento ao espírito de cidadania dos dirigentes e à responsabilidade tributária e social das empresas que foram, no exercício de 2011, as dez maiores contribuintes para este Serviço.

A principal receita do SENAR

é proveniente de recolhimentos compulsórios feitos à Secretaria da Receita Federal do Brasil, por produtores rurais, pessoas físicas e jurídicas, agroindústrias e empresas adquirentes - sejam cooperativas, consumidoras ou consignatárias - de produção rural, de produtor pessoa física na condição de substituta tributária, além de sindicatos, federações e confederação patronal rural. Do total dos recursos arrecadados, obrigatoriamente, 80% devem ser aplicados na missão do Serviço, com foco na realização das ações de Qualificação Profissional RURAL (FPR) e Promoção Social (PS), para os pequenos produtores, trabalhadores rurais e suas famílias.

PRÊMIO MAIORES CONTRIBUINTES DO SENAR

projeto CIdadanIa rUralO Projeto Cidadania Rural, lançado em 1999,

tem como objetivo disseminar conhecimentos na legislação previdenciária na área rural e na que rege a contribuição destinada ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR, Serviço Social Autônomo, integrante do Sistema S, cuja missão é desenvolver ações da Formação Profissional Rural – FPR e atividades da Promoção Social – PS voltadas ao homem e mulher na ambiência rural, contribuindo para a sua profissionalização, sua integração na sociedade, melhoria da qualidade de vida e para o seu pleno exercício da cidadania.

É com os recursos da contribuição compulsória devida ao senar, por seus contribuintes diretos, produtores rurais pessoas físicas, jurídicas, agroindústrias, sindicatos, federações e confederação patronal, bem como, pelas empresas que adquirem a produção de produtor rural, pessoa física, que são por expressa disposição legal, sub-rogadas na obrigação do produtor rural, sejam essas cooperativas, consumidoras ou consignatárias, e mesmo as que são isentas de cota patronal,

as optantes pelo simples e os órgãos públicos.As ações do Projeto Cidadania Rural são

executadas no Ceará, desde de 2004, com palestras ministradas por auditores fiscais da Receita Federal do Brasil e técnicos do INSS, e já foram realizadas em 33 municípios, capacitando mais de 2.000 participantes, entre contribuintes e contadores.

São parceiros do SENAR na execução do Projeto no Ceará, a Receita Federal, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, o Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará – CRC, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará - FAEC e os Sindicatos de Produtores Rurais - SINRURAL.

O SENAR-AR/CE, mantém em sua estrutura um Núcleo de Arrecadação, que conta com uma técnica especializada para atender prontamente as demandas, e promove ainda, sistematicamente, vistas de orientação aos contribuintes e contadores.

A empresa ou contador que desejar receber uma visita e gratuitamente receber o Manual de Orientação da Legislação Previdenciária Rural deve entrar em contato através do site: www.sernarce.org.br ou contato: (85) 3535.8015/ 3535.8000, [email protected]

Maiores contribuintes do Senar na solenidade de homenagens em 2011

empreSaS HomenageadaS

1º Ypióca Agroindustrial LTDA2º Companhia de Alimentos do

Nordeste – Cialne 3º Cascaju

4º Fazenda Amway Nutrilite do Brasil Ltda

5º Companhia Brasileira de Resinas – Resibras

6º Companhia Brasileira de Lacticínios CBL

7º Iracema Indústria e Comércio de Castanha de Caju Ltda

8º Usina Brasileira de Óleos e Castanha Ltda - USIBRÁS

9º Pecém Agroindústrial Ltda.10º Xerez Avícola LTDA

Superintendente Anizio de Carvalho Júnior entrega prêmio ao representante da CBL

Page 48: Revista Pecnordeste

48 Revista Ceará e Municípios

O CEARá EM ISRAEL

O presidente e o diretor de Agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Roberto Smith e Reginaldo Lobo, respectivamente, foram a Israel, no último mês de maio, onde participaram da Exposição Agrícola Internacional - Agritech

2012: considerada a o maior evento de inovação tecnológica na agricultura do mundo.

Além de buscar novas tecnologias, os representantes do Governo do Estado prospectaram negócios, através da interação com empresários israelenses. Para tanto, eles participaram de um seminário dentro do evento, ocasião em que apresentaram a infraestrutura do Ceará ao mundo. “Mostramos tudo o que o Governo do Estado está fazendo nesse aspecto, como o Ceará está se preparando para o futuro. As vantagens comparativas e competitivas que oferecemos, como o Complexo Industrial e Portuário do Porto do Pecém (Cipp), o Cinturão Digital e o Centro de Eventos”, explicou Reginaldo Lobo.

Durante o evento, que durou uma semana, também foi debatido um projeto de cooperação entre instituições do Ceará e o Ministério da Indústria, Comércio e Trabalho de Israel para implantação de um Centro de Demonstração de Tecnologias para a Produção Agrícola no Ceará. “A ideia é tentar trazer para

a Fazenda Normal da Ematerce, em Quixeramobim”, revelou o diretor. Visitas a áreas técnicas onde são desenvolvidas técnicas de gestão de água, irrigação racional e cultivos protegidos também integraram a passagem do grupo pelo País.

MINISTRO – Durante a estada em Tel Aviv, Smith e Lobo foram recebidos pessoalmente pelo ministro da Indústria Comércio e Trabalho de Israel, Shalom Simhon. O presidente aproveitou a oportunidade para relatar ao Ministro as áreas de interesse comum e intuito de parceria entre o Governo do Ceará e de Israel, com destaque para os setores da saúde. “Queremos contar com o apoio de Israel para o desenvolvimento de vacinas no Pólo de Saúde do Euzébio, na indústria química”, revelou o presidente.

Simhom fez menção à experiência de cooperação que o governo de Israel vem desenvolvendo na Índia e na Tailândia e que agora terá a sua primeira ação no Brasil. O ministro expôs o seu conhecimentoa respeito dos avanços da economia brasileira e da importância das soluções hídricas em marcha e sua resposta na fruticultura no Ceará.

Assessoria de Comunicação da Adece _ Jully Gomes (85) 3244. 7976

Adece participa da maior

Presidente Roberto Smith apresentando o Ceará em Israel

Page 49: Revista Pecnordeste

49PECNORDESTE 2012

a agência desempenha papel estratégico no desenvolvimento das atividades econômicas do Ceará, divulgando pesquisas proporcionando infraestrutura adequada e atraindo investidores para o estado

a ADECE o que faz?

19 Câmaras Setoriais apoiam o trabalho da adece. As Câmaras são órgãos consultivos, formados por

representantes de entidades privadas, ONG’s e órgãos públicos.

feira agrícola do mundo

Comitiva de cearenses e da Adece na Exposição Agrícola Internacional - Agritech

Page 50: Revista Pecnordeste

50 Revista Ceará e Municípios

com o Banco do Nordeste, um banco que fomenta o desenvolvimento do Nordeste, junto com o crédito, negociamos um plano de estruturação dessas cadeias produtivas, trabalhando a formação dos agricultores com novas técnicas, assistência técnica. É possível a médio e longo prazo, evitar o êxodo rural, é tanto que no decorrer deste trabalho percebemos que a juventude rural não estava inserida nos grupos. Então a ADEL fez uma parceria com estes municípios para desenvolver este trabalho e percebemos que menos de 5% dos participantes eram jovens. Então, em 2008, nós montamos um programa exclusivamente para atender a juventude rural, chamado JOVEM Empreendedor RURAL.

S.F. Como funciona o programa jovem empreendedor rural ?

W.g- Trabalhamos com o Instituto Sousa Cruz, braço direito da Souza Cruz, com as Prefeituras, com a Fundação Konrad Adenauld, e agora fechamos com a Uno Habitat. Hoje, temos 217 jovens que já passaram pelo programa ou já estão em formação, que utiliza a pedagadogia da alternância, onde o jovem chega no nosso Centro de Formação passa o dia estudando, duas semanas na comunidade com assistência técnica acompanhada e com 15 semanas ele sai com um plano de negócios dos seus empreendimentos. Ai a Adel entra, através de um fundo apoiado pelo Banco do Nordeste e outras organizações- Fundo Veredas- que faz um aporte financeiro aos empreedimentos dos jovens. Já temos aproximadamente R$ 60 mil reais investidos nos emprendimentos desses jovens, que geram renda e consequentemente evitam o êxodo rural desses jovens, temos casos de jovens que saem de Fortaleza e retornam às suas cidades de origens, porque lá estão tendo oportunidades de trabalho, como é o caso do Neto Ribeiro, que está investindo em dois negócios de apicultura e criação de ave caipira.

S. F. Quais são os municípios que estão hoje integrados ao trabalho da adel?

W.gomes: Nós começamos em Pentecoste, depois fomos para Apuiarés, General Sampaio, Tejuçuoca, e ano passado fomos para outro território, Itarema e Umirim, são 6 municipios em aproximadamente 40 comunidades rurais, atendendo a 600 agricultores, nessa tecnologia social.

Jovens empreendedores rurais mudam gerenciamento do campo

EMPREENDEDORISMO

”Wagner Gomes

A história de um cearense, filho de agricultores que venceu na vida e voltou para ensiná-los como conviver com as adversidades climáticas

Wagner Gomes é um cearense de Apuiarés, cidade localizada no Vale do Curu. Ele tem apenas 30 anos de

idade, e sofreu muito ao lado de seus pais que são agricultores com a problemática da seca, mas conseguiu vencer na vida, veio para Fortaleza, formou-se em economia e voltou para sua terra mais preparado para ajudar não somente aos seus pais, como aos seus conterrâneos e mais seis municípios através de uma entidade fundada por ele e um grupo de jovens – a ADEL, Agência de Desenvolvimento Local. Hoje, são mais de 60 jovens envolvidos com projetos de desenvolvimento sustentável, única forma de trabalhar a convivência com as adversidades climáticas. Seu trabalho extrapolou fronteiras, já recebeu o Prêmio Generosida da Editora Globo, o Prêmio Empreendedor de Futuro da Folha de São Paulo e Prêmio Pnud Boas Práticas promovido pela Assembléia Legislativa do Ceará. Você vai se emocionar com esta história.

texto de Silvana Frota (que entrevistou Wagner gomes no seu programa Boas Práticas de Gestão na FGF-TV Canal Universitário de Fortaleza). Confira:

Silvana Frota: Como tudo aconteceu na sua vida?

Wagner gomes: Esse nosso trabalho alia a questão do emprendedorismo, com a juventude e com a cooperação, eu sou filho de dois agricultores, de uma comunidade rural de 25 famílias de Apuiarés, estudei sempre em escola pública, quando era criança eu ia para a escola de pau de arara, numa distância de 35 km, e sempre pensei em vir embora para Fortaleza, quando terminasse o ensino médio. No inicio de 2000 tive contato com uma experiência de Pentecoste, chamada Press-Programa de Educação em Células Cooperativas, onde aprendi que era possível a um jovem chegar a uma faculdade e aprender a cooperar, e através deste programa entrei para o curso da Economia na UFC, assim como eu mais de 500 jovens vieram para esta Universidade com o mesmo propósito. Nesse contato, nós decidimos antes de nos formarmos criar uma Agência de Desenvolvimento Econômico Local, seria

uma forma de voltarmos para as nossas comunidades de forma estruturada, com um plano estratégico, voltassemos não para fazer voluntariado, mas para nos inserirmos nos mercados potenciais locais, porque a nossa missão é potencializar e articular os saberes e as oportunidades locais. Os nossos pais são agricultores e produziam muito de forma tradicional, hoje nós conseguimos inserir técnicas mais modernas e adequadas para a produção de ovinos, caprinos e produção de mel.

S.F. a região onde você trabalha é muito focada na ovinocaprinocultura?

W.g- Muito, é tanto que nós temos até um evento o Tejubode, em Tejuçoca, que divulga e potencializa estes dois segmentos para o Ceará, para o Nordeste e para o Brasil.

S.F- no inicio a ideia era evitar o êxodo rural. É difícil fazer este trabalho?

W.g- Quando começamos o trabalho em 2007 numa pequena comunidade chamada Canafístula, com apenas 20 agricultores, seis meses depois nós já estávamos em 10 comunidades e 4 municípios, numa parceria

Estamos construindo agora o Centro de Formação de Jovens Empreendedores

Rurais, com capacidade para trabalhar até 60 jovens por ano, com sede em

Pentecoste. Ele passa um ano em processo de formação, através de

uma parceria com a UFC. Só é possível construir um Novo Sertão com formação.

Desde 2008 nós temos um programa de inclusão digital no Vale do Curu, mas temos problema com problema

de acesso a telefonia e internet, então fizemos o levantamento e enviamos para

Oi Futuro, que aprovou nosso projeto e está implantando 7 plataformas de Tecnologias de Comunicação e

Informação, para nos comunicarmos entre a Adel e as comunidades com o mundo, usando o sentido de tutoria,

através de um portal on-line. Para fazer aulas e palestras e montar uma rede

social de jovens empreendedores rurais.

Page 51: Revista Pecnordeste

51PECNORDESTE 2012

Eu cursava economia e os demais jovens estavam em cursos em áreas mais técnicas, como agronomia, zootecnica e economia rural. E vimos uma oportunidade para desenvolver

um trabalho enfocando no fortalecimento das cadeias produtivas da agricultura familiar – para ajudar as nossas

famílias, os nossos vizinhos e as nossas comunidades a estruturarem suas atividades produtivas e a comercialização

dos produtos locais. E assim, juntos, criamos, em 2007, a Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel).

A Adel é uma agência de desenvolvimento local, que atua com base em três pilares estratégicos: empreendedorismo, juventude e cooperação. O objetivo global dessa estratégia é contribuir para o desenvolvimento local endógeno do território, criando condições para o fortalecimento da agricultura familiar e para a inclusão socioprodutiva de jovens empreendedores rurais. A estratégia é composta de quatro eixos fundamentais para uma ambiência adequado e próspera ao empreendedorismo rural, em todos os níveis.

”Wagner Gomes

S.F- Hoje a ideia do jovem não é ficar no campo, ele quer se profissionalizar, o que falta para que o jovem se fixe mais no campo, para mudar a vida do produtor ?

W.g. Nós da Adel, acreditamos muito fortemente que ainda são deficientes os programas de políticas públicas para a juventude, de forma integrada, só existe desenvolvimento local se for integrado, não adianta ter assistência técnica se as organizações trabalham isoladas. Não adianta só a Adel ter um programa desses, as iniciativas públicas tem que trabalhar integradas conosco, envolvendo toda a comunidade. Nós fizemos um estudo no território, e no Pronaf Jovem, menos de 10 jovens acessaram a essa política pública, estou falando ai de uma ordem de 60 mil jovens, é a prova de que as políticas publicas não estão chegando na base, falta divulgação, articulação, entrosamento. Nós estamos trabalhando na ADEL esta articulação, integrar, ser um agente que articule. Nós temos os Fóruns de Desenvolvimento Territorial, envolvendo todos os órgãos que estão na cadeia produtiva do agronegócio

S.F. E o crédito ainda é difícil?W.g. Eu acredito que os juros,

principalmente na linha do Pronaf são muito atrativos, se o projeto for viável, bem estruturado ele dá certo. Há dez anos atrás os programas e projetos eram liberados muito aleatoriamente sem um planejamento, eles pegavam o crédito e se endividavam, ficaram sem capacidade de pagamento, hoje é possível fazer de forma diferente, de forma

O sertão ele não é um mar de miséria e de fome, o sertão é um mar de

oportunidades. Se soubermos aliar conhecimento com a teoria, com a prática,

adaptando às novas tecnologias, sem agredir o produtor é possível construir

essa nova cara.Wagner Gomes

Nós fizemos um estudo no território, e no Pronaf Jovem, menos de 10 jovens

acessaram a essa política pública, estou falando ai de uma ordem de 60 mil jovens, é a prova de que as

políticas publicas não estão chegando na base, falta divulgação, articulação,

entrosamento. Nós estamos trabalhando na ADEL.

Wagner Gomes

“ “ “ “

planejada. Negociamos inclusive com o BNB a implantação de algumas agroindústrias para agregar mais valor ao produto, o mel não tinha qualidade, certificando o mel, estamos entrando com o processamento de carne de ovinos e caprinos em hambúrguer, cafta, tudo a base de bode, Pentecoste tem hoje uma agroindústria que entrega para a merenda escolar. Sem qualidade o produtor não tinha como vender, a gente entrava na casa dos produtores e encontrava o mel dentro de garrafas ou baldes, ai nós agregamos valor e qualidade ao produto, e hoje processamos o mel e já somos o segundo maior produtor de mel do Estado.

S.F. Foi difícil mudar a cabeça dos produtores?

W. g. Para nós que somos filhos de produtores não tem sido difícil mudar esta mentalidade, porque nós falamos a mesma linguagem deles, nós estamos inseridos dentro deste mercado. O atual diretor técnico da Adel foi produtor até 22 anos de idade, o pai dele produzia leite-bovino. Toda a comunidade nos conhece, às vezes nós estamos em nossas casas, até dia de domingo e eles nos procuram para um aconselhamento. Não montamos palestras com linguagem difícil. Desde 2008 nos promovemos encontros. Somos uma Agência que surgiu da base e a gente está conseguindo comunicar isso para fora.

S.F. e a assistência técnica?W.g.Fechamos uma parceria com várias

organizações, uma delas é o Governo do Estado, através do Instituto Agropolos, temos visitas coletivas para fortelecer o capital comunitário e visitas na porteira.

S.F.a vida dessas pessoas mudou para melhor?

W.g. Hoje, eu digo que a vida de muitos jovens e muitos agricultores, com a Adel estão construindo a nova Cara do Sertão. Lançamos uma campanha para lançar o sertão a partir dos seus potenciais por muito tempo o sertão foi visto pelas mídias alguns espaços mais conservadores, mostram o sertão como a fome e a miséria, aproveitam agora a seca,

para explorar esta questão. A nova Cara do Sertão, veio para mostrar o sertão a partir dos novos potenciais, que é possível sim conviver com a seca, na realidade não adianta combater a seca, é um fenômeno, nós temos é que ter planos, de médio e longo prazo para conviver com ela.

S.F. É possível conviver com a seca?Wg: Sim é possível, o que precisamos

é ter plano de médio e longo prazos, e conviver com ela, água não é mais problema no Ceará. A seca de hoje, é diferente das anteriores, fizemos um mapeamento dos reais impactos dentro dos nossos grupos, estamos nos reunindo com várias prefeituras e organizações para debater o acesso desses jovens em programas emergenciais, mas antes nós já havíamos trabalhando a questão da apicultura, para que quando viesse uma seca como essa, nós tivemos planos mais estruturados, mais estoques, preservar o meio ambiente, não desmatar tanto as áreas. Trabalhamos muito os roçados ecológicos.

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52 Revista Ceará e Municípios

Em reunião no Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense (Agropacto), realizada no auditório do Banco do Brasil, produtores rurais

sugeriram à Companhia Energética do Ceará (Coelce) a realização de uma reunião conjunta com a participação do Governo do Estado, via Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec). O objetivo é facilitar o acesso dos consumidores rurais aos medidores da companhia.

Hoje, esse equipamento é comprado pelo produtor e custa em torno de R$ 900,00. “Vemos com bons olhos a elaboração de um programa para facilitar o acesso dos consumidores”, disse o diretor institucional da Coelce, José Nunes de Almeida.

Nos esclarecimentos feitos aos presentes, José Nunes - que foi debater sobre a Revisão Tarifária de energia rural -, disse que essa é uma determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), mas reconhece que é “oneroso

para o produtor”. Ele também acha viável esta discussão entre Coelce, Governo e Faec, “para futuro encaminhamento à ANEEL, que dará a última palavra sobre o assunto”, explicou.

Em sua exposição, o diretor informou que no dia 22 de abril começam a valer os novos índices tarifários, sinalizados pela Agência em audiência pública realizada no último mês de março, no auditório da Fiec, em Fortaleza. Nela, as demais classes de consumidores teriam uma redução tarifária, enquanto que a classe rural teria 8%, sob o argumento de equalização de tarifas. Segundo informou, nos demais estados do País, a tarifa rural corresponde a 60% do valor da tarifa residencial.

O Ceará está entre os cinco Estados do País em qualidade no

fornecimento de energia elétrica, com apenas 9 horas/ano de falta de energia, enquanto há Estados nos quais existem

‘blecautes’ de até 30 horas. Em se tratando da capital (Fortaleza), é a

melhor do País.

52 revista Ceará e municípios

Produtores querem facilitar o acesso

Diretor Institucional da Coelce, José Nunes (ao centro), foi ao Agropacto explicar a posição da Coelce sobre energia rural

ENERgIA RURAL

aValIaçÃo

“ José Nunes de Almeida

O representante da Faec junto ao Conselho de Representantes da Coelce, Erildo Pontes, disse que a audiência pública promovida pela ANEEL foi bastante participativa e a situação dos consumidores rurais foi enfatizada, ficando acertado que no dia 17, a agência deve anunciar os índices a serem aplicados na revisão tarifária.

Ele também acha interessante trazer o Governo do Estado para o debate sobre a questão da aquisição dos medidores e, ainda, sobre a ampliação do horário de redução dos custos de energia, que segundo proposta do setor produtivo, poderia ser estendido até às 12 horas, já que hoje ela é praticada somente no horário de 21h30 às 6 horas.

O Superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-CE), Anízio de Carvalho Júnior - que coordenou a reunião do Agropacto -, disse que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará irá propor uma audiência com a SDA e a Coelce, para encontrar uma alternativa viável com relação à aquisição dos medidores pelos produtores rurais.

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53PECNORDESTE 2012

Nova revolução muda consumo de energia

vISÃO DE FUTURO

Você, assim como 67% dos brasileiros, provavelmente não sabe o que é "smart grid". Essa expressão inglesa, que designa redes de energia elétrica

inteligentes, deverá se popularizar no País, em um futuro próximo. O mecanismo mudará o modo como consumimos energia, funcionando como fator de suma importância na cadeia que contempla uma cidade inteligente. Hoje, nossa relação de consumo se resume meramente a utilizar a energia e receber uma conta todo mês. Com a chegada do "smart grid", será possível acompanhar, em tempo real, o quanto estamos gastando, o que permite um controle muito maior da fatura.

eConomIa de atÉ 20%Por conta disso, nos lugares em que

já vigora o sistema inteligente, há uma redução média de 20% no consumo. Para que a sistemática seja efetivada e massificada no Brasil, é preciso a instalação de medidores inteligentes nas residências. A regulamentação dos equipamentos está prevista para ser editada no próximo mês pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Posteriormente, faltará apenas uma certificação do Inmetro para que a

tecnologia passe a valer.Em todo o território nacional,

existem cerca de 68 milhões de aparelhos analógicos, os atuais, que precisam ser trocados. No Ceará, 100 medidores inteligentes já funcionam, em caráter experimental, em Fortaleza e Aquiraz. "Com o medidor eletrônico, vamos permitir que você identifique tudo que está consumindo com cada eletrodoméstico", explica o diretor da Aneel, André Pepitone. Atualmente, informa, os eletrodomésticos não são compatíveis com o modelo, mas isso poderá ser revertido facilmente com a aquisição de smart plugs (espécie de tomadas adaptadoras). A tendência é que, com o tempo, os aparelhos de uso doméstico já sejam fabricados com essa tecnologia embutida.

poSIçÃo da CoelCeDe acordo com a Coelce (Companhia

Energética do Ceará), a "implantação massiva das redes inteligentes no Brasil é iminente. No entanto, ainda são desafios para as empresas de distribuição de energia elétrica a homologação dos medidores inteligentes e os altos custos em infraestrutura de telecomunicações, sistemas de tecnologia da informação e da implantação das redes.

Pepitone destaca também a tarifa branca, regulamento que prevê valores diferenciados durante o dia no consumo de energia. Das 22h às 17h do dia seguinte, a tarifa será reduzida. "Você pode esperar um pouco para usar o secador de cabelo, ligar o ar condicionado em temperaturas menores e, assim, economizar".

A diferenciação de preços por faixa de horário depende de dois fatores, de acordo com o diretor da Aneel: a presença de medidores inteligentes e o fato de a concessionária já ter passado pelo 3º ciclo de revisão tarifária. No Ceará, a Coelce já teve esse processo concluído, faltando somente os aparelhos eletrônicos.

Estima-se que, dentro de uma década, o Brasil se torne o terceiro país do planeta em smart grid, com um mercado de mais de 36 bilhões de dólares. "Muitas cidades já estão implementando soluções que economizem energia e, ao mesmo tempo, melhorando as condições de iluminação, que tem efeito direto na segurança pública. Uma coordenação eficiente de todos os atores envolvidos (agência reguladora, empresas e população) e uma gestão eficiente da utilização da energia pelos órgãos públicos são aspectos que indicam o grau de inteligência de uma cidade", avalia Cézar Taurion, especialista em inovação da IBM.

Em todo o território nacional existem

cerca de 68 milhões de aparelhos analógicos.

No Ceará, 100 medidores analógicos

já funcionam em caratér

experimental

tarIFaS dIFerenCIadaS

Uma rede composta por microrredes que podem monitorar e corrigir a si mesmas

Aplicativos inteligentesPodem desligar em resposta a flutuações da frequência

SensoresDetectam flutuações e distúrbios. Podem sinalizar áreas a serem isoladas

gerenciamento de demandaO uso pode ser transferido para fora dos horários de pico para economizar dinheiro

processadoresExecutam esquemas especiais de segurança em microsegundos

armazenamentoA energia gerada fora dos horários de pico de consumo pode ser armazenada em baterias para uso posterior

geradoresA energia de pequenos geradores e

painéis solares pode reduzir a demanda geral na rede

Uma visão de futuro

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56 Revista Ceará e Municípios

Caatinga na Rio mais 20: preservação é urgente

O bioma, que cobre cerca de 90% do território cearense, será um dos focos das discussões levadas pelo Ceará para a Rio

mais 20. A Declaração da Caatinga ponta alternativas para preservação do bioma. Entre as possíveis soluções, está a criação de um fundo financeiro para a caatinga

Quase todo o território cearense é coberto pela caatinga. O bioma, exclusivamente brasileiro, está presente também no Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Bahia, Sergipe, Alagoas, Maranhão e Minas Gerais. Dados do Ministério do Meio Ambiente apontam que, dos ecossistemas originais da caatinga, 80% já foram alterados, em especial por causa de desmatamentos e queimadas.

A preservação da caatinga é urgente. O Ceará e os outros estados do Nordeste mais Minas Gerais levarão o bioma para discussões na Rio +20. A Declaração da Caatinga, preparada com a participação do poder público, comunidade acadêmica, movimentos sociais e setor privado, após encontros em vários estados, apresenta alternativas para preservação da caatinga.

O documento final foi concluído em maio, durante a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga - A Caatinga na Rio +20. Entre as possíveis soluções, o documento aponta a mobilização de recursos financeiros para a implementação dos compromissos assumidos na declaração. Seria o chamado Fundo Caatinga, semelhante ao Fundo Amazônia.

O mecanismo, já existente, capta recursos de doações voluntárias não reembolsáveis. A verba é destinada para apoio às ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas da Amazônia. Serve ainda para promover a conservação e o uso sustentável do bioma.

“Precisamos de recursos para ampliar políticas públicas que já existem e pensar em outras formas de preservação”, frisou o presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente do Ceará (Conpam), Paulo Henrique Lustosa. O projeto Mata Branca, ligado ao Conpam, que já existe no Ceará e na Bahia, é um dos exemplos que podem ser expandidos, apontou ele. Por aqui, o trabalho é feito nos Inhamuns.

Os agricultores da região, suscetível à desertificação, recebem capacitação e aprendem a usar a terra de forma sustentável. Uma das práticas incentivadas, de acordo com Lustosa, é a agricultura familiar com cultivo de produtos orgânicos. Outra iniciativa apontada por ele é a mudança do tipo de energia usado por fábricas de cerâmica na região do Jaguaribe.

“Estamos estudando outras fontes de energia, que possam ser usadas no lugar da lenha”. O cearense Iranildo de Sousa, representante da juventude ambientalista brasileira na ONU, ressaltou ainda que uma outra proposta de valorização da caatinga, inclusa na declaração, é o reconhecimento do bioma como patrimônio nacional. “É um bioma frágil e único que precisa ser urgentemente preservado”.

OUTRAS INICIATIVASAlém da caatinga, a agenda do

Ceará na Rio +20, prevê apresentação do selo verde e debate sobre a política estadual de resíduos sólidos. O selo verde, segundo Lustosa, que deve ser decretado no próximo dia 5, vai conceder tratamento tributário diferenciado aos produtos fabricados de forma sustentável. “Produtos cearenses que vão usar reciclados, por exemplo, vão vir com selo indicativo”.

A política estadual de resíduos sólidos também deve ser debatida na Conferência. O projeto ainda não foi aprovado. A intenção, de acordo com o presidente do Conpam, Paulo Lustosa, é cumprir as exigências legais até o ano que vem.

O futuro que queremos

RIO+20Conferência das Nações Unidas sobreDesenvolvimentoSustentável

ENTENDA A RIO+20 •A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de janeiro

•A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92)

•O objetivo da conferência é a renovação do compromisso com o desenvolvimento sustentável e a definição da agenda para as próximas décadas.

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Desmatamento é menor em 23 anos Trechos da Declaração da

CaatingaMobilizar os senadores e deputados federais (...), visando à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional que transforma a caatinga em patrimônio nacional. Promover o desenvolvimento, a adaptação, a difusão, a aquisição e a transferência de tecnologias sustentáveis. Promover a cooperação técnica e científica na área do combate à desertificação e da mitigação dos efeitos da seca. Promover a integração de estratégias de erradicação da pobreza nos esforços de combate à desertificação e de mitigação dos efeitos da seca. Pesquisar e definir modelos de manejo sustentável para espécies da caatinga, levando-se em consideração as possibilidade de aproveitamento econômico.

PARA LER Zero Draft - Documento de referência para a Rio+20. Disponível em:www.onu.org.br/rio20/documentos Nós somos os senhores do clima - Tim Flannery (edição para jovens) Sustentabilidade: O que é – O que não é – Leonardo Boff Governança Ambiental Global: Opções & Oportunidades - Daniel C. Esty Ecoeconomia - Uma Nova Abordagem - Hugo Ferraz Penteado PARA NAVEGAR ONU - www.onu.org.br/rio20 O Futuro que nós queremos - www.ofuturo quenosqueremos.org.br Rio + 20 - www.rio20.gov.br Radar Rio - www.radarrio20.org.br

EU VOU Iranildo de Sousa, embaixador Climático do Brasil, vai participar do evento oficial da Rio+20 no grupo Crianças e Jovens. na conferência, Iranildo terá dois minutos para falar sobre algo relacionado ao desenvolvimento sustentável. “ Depois das discussões com o grupo, vou analisar o que é mais importante frisar e vou falar sobre isso”.

O Brasil atingiu a menor taxa de desmatamento registrada na Amazônia Legal desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a fazer a medição, em 1988.

Segundo dados apresentados no dia Mundial do Meio Ambinete, 5 de junho, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, entre agosto de 2010 e julho de 2011, a região teve 6.418 quilômetros quadrados da sua área desmatada, o que representa a menor taxa em 23 anos e uma redução de 8% em relação ao apurado no mesmo período entre 2009 e 2010.

O anúncio foi feito em solenidade no Palácio do Planalto. Os dados mostram que o Pará foi o Estado que mais desmatou no período (3.008 quilômetros quadrados), seguido de Mato Grosso (1.120 quilômetros quadrados), Rondônia (865 quilômetros quadrados) e Amazonas (502 quilômetros).

A ministra Izabella destacou que os dados de 2012 são mais promissores ainda em relação à redução do desmatamento. Os números de agosto de 2011 a maio de 2012 mostram que há uma redução de 25% no desmatamento ante a menor taxa registrada, que é referente ao período de agosto de 2010 a julho de 2011. Segundo a ministra, isso mostra que “é possível crescer, incluir e preservar”.

A presidente Dilma Rousseff, presente à solenidade, afirmou que “sustentabilidade é agenda econômica, social e ambiental” e que, se não for vista dessa forma, será insuficiente. Segundo ela, no Dia Mundial do Meio Ambiente, “temos muito a celebrar, mas também

muito a avançar”. Há o desafio, destacou, de produzir alimentos e água para alimentar os povos e que esse é “o maior desafio universal”. “Não recuaremos diante desse grande desafio”, afirmou a presidente, ressaltando que é preciso alimentar os povos, gerando energia limpa e preservando.

Na ocasião, Dilma anunciou um pacote de medidas para a área ambiental que inclui a criação e a ampliação de unidades de conservação e a homologação de áreas indígenas. As duas novas unidades de conservação criadas são a Reserva Biológica Bom Jesus, no Paraná, e o Parque Nacional Furna Feia, no Rio Grande do Norte.

Três unidades serão ampliadas: o Parque Nacional do Descobrimento, na Bahia, que passa de 1,5 mil para 22,6 mil hectares incorporando fragmentos da Mata Atlântica; a Floresta Nacional Araripe-Apodi, no Ceará, que passa de 706 hectares para 39,3 mil hectares e a Floresta Nacional de Goytacazes, no Espírito Santo, que receberá mais 74 hectares de Mata Atlântica.

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58 Revista Ceará e Municípios

CAATINgA

PROJETO BIOMASVitrine Tecnológica instalada no Ceará

CAATINGACom intenção de encontrar áreas

para implantar as vitrines tecnológicas, pesquisadores do Projeto Bioma Caatinga,Embrapa, CNA e demais instituições de pesquisa, desde outubro de 2011, estiveram em busca de parceria com os produtores rurais para desenvolver experiências de produção sustentável e reintrodução de árvores nas propriedades rurais dos estados de Pernambuco e Ceará.

No Ceará a propriedade escolhida pelo projeto foi a Fazenda Triunfo, com área total de 700 há, localizada 10km de Ibaretama, Microregião do Sertão de Quixeramobim, do proprietário ao Francilino Gomes Cavalcanti. Nessa área os pesquisadores encontraram diferentes tipos de solo e de coberturas vegetais da região, foram encontradas áreas de matas ciliares que sofreram pouca ação humana, desta forma servirão como modelo de replantio e recuperação de áreas ribeirinhas, a identificação e catalogação das melhores espécies nativas para a recuperação e proteção do solo ampliando as funções ecológicas da floresta. Durante nove (9) anos são firmados contrato de concessão de uso entre o proprietário da fazenda com a área emprestada a Embrapa e a CNA.

Nesse período, os pesquisadores terão que transitar livremente dentro da propriedade, a área tem que necessariamente haver um rio para que os pesquisadores possam proceder as pesquisas em APP (Área de Preservação

Permanente) conjugadas as pesquisas em Reserva Legal (RL) e seus entornos.

De acordo com os pesquisadores a idéia é também conhecer as espécies nativas como potencial econômico para os produtores.

oBjetIVo do projeto Viabilizar soluções técnico-cinetífica

para a proteção das paisagens rurais nos diferentes biomas brasileiros, envolvendo centenas de pesquisadores que irão experimentar de forma de uso sustentável das áreas rurais dosbiomas brasileiros, tendo a árvore como principal elemento. Sendo cinco etapas para cada bioma:

Preparação: articulação com parceiras locais para formar uma rede de pesquisadores para cada bioma.

Seleção e Caracterização: serão caracterizadas as áreas experimentais e de referencia de biomas, onde serão implantados projetos de pesquisa propostos pela rede de pesquisadores.

pesquisa: realização de pesquisa das áreas selecionadas, envolvendo o plantio de árvores como alternativa para diversificação do uso nas áreas rurais.

extensão: será incentivada a replicação dos resultados das pesquisas em outras propriedades rurais.

Capacitação: Com o auxilio do SENAR, haverá a capacitação dos agentes locais para que possam transferir conhecimentos obtidos para os produtores rurais, fazendo que os resultados práticos se estendam.

projeto BIomaS CaatInga já tem área para VIVeIro de

mUdaSA área fica em Quixadá, dentro

do IFCE- Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnológica do Ceará, parceiro do Projeto Biomas

Caatinga, uma iniciativa da Embrapa e da CNA.

Ocupando quase 10% do território nacional, com 736.833 km², a Caatinga abrange os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais. Região de clima semi-árido e solo raso e pedregoso, embora relativamente fértil, o bioma é rico em recursos genéticos dada a sua alta biodiversidade. O aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no período das chuvas, cujo índice pluviométrico varia entre 300 e 800 milímetros anualmente.

A Caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros). A vegetação adaptou-se ao clima seco para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva. Algumas das espécies mais comuns da região são a amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro.

No meio de tanta aridez, a Caatinga surpreende com suas "ilhas de umidade" e solos férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Nessas ilhas é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos do mundo. Essas áreas normalmente localizam-se próximas às serras, onde a abundância de chuvas é maior.

CUrIoSIdadeS. Estudos recentes mostram que cerca de 327 espécies animais são endêmicas (exclusivas) da Caatinga. São típicos da área 13 espécies de mamíferos, 23 de lagartos, 20 de peixes e 15 de aves. Entre as plantas há 323 espécies endêmicas.·A Caatinga compreende quase 10% da área total do território brasileiro, com aproximadamente 740.000 km2. · Uma área de Caatinga mais conservada pode abrigar cerca de 200 espécies de formigas, enquanto nas mais degradadas há de 30 a 40.· Cerca de metade da paisagem de Caatinga já foi deteriorada pela ação do homem. De 15% a 20% do bioma estão em alto grau de degradação (com risco de desertificação).· Uma formação de relevo característica na depressão nordestina é o ‘inselberg’, bloco rochoso sobrevivente ao desgaste natural.· Na estação seca a temperatura do solo pode chegar a 60ºC.· A perda das folhas da vegetação da Caatinga é estratégica. Sem folhas, as plantas reduzem a superfície de evaporação quando falta água. · No idioma tupi, Caatinga quer dizer Mata Branca, referência à vegetação sem folhas que predomina durante a época de seca.

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ENERgIA LIMPA

Energia EólicaVentos e Negócios no CearáEmpreendedores investem na área e alcançam bons resultados, o que demonstra chance também para micro e pequenos empresários

Fonte: Jornal O Povo 02/06/2012

Diante de mudanças climáticas, fontes renováveis de energia se apresentam como solução para muitos problemas ambientais.

Dentre as fontes, a eólica se destaca. Além de inesgotável e não poluente, é uma das mais baratas.

Houve o aumento de 31% na geração eólica mundial em 2009, segundo dados do Conselho Mundial de Energia Eólica (GWEC, sigla em inglês). O Brasil ficou em 21º lugar, entre os países que participaram dessa alta. Entretanto, o engenheiro Adão Linhares, ex-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), afirma que o Brasil é o país que mais cresce no uso dessa fonte de energia.

“A perspectiva é de que, nos próximos anos, o País cresça ainda mais e os fabricantes de aerogeradores se voltem

para o mercado brasileiro”, diz Adão. Prova disso é o surgimento de novos micro e pequenos empreendedores no mercado.

É o caso do paulista José Aparecido Cardoso. Veio para Fortaleza com o objetivo de desenvolver grandes transformadores para o grupo J. Macêdo. Trabalhou três anos nessa área até começar a interessar-se por prestação de serviços.

“Como o grupo J. Macêdo não quis entrar nessa área, eu saí e montei minha empresa de serviços”, conta. Em 2009,

José montou a Transfortech. Inicialmente, trabalhava apenas com instalação de transformadores. Um ano depois, entrou na área da energia dos ventos.

Desde que começou a trabalhar com instalação e manutenção de aerogeradores, a Transfortech passou de um faturamento de R$ 18 mil para R$ 200 mil por mês, informa. “Hoje, 50% ou mais dos nossos investimentos estão na área de aerogeradores”.

Ou seja, agora o consumidor de energia já pode utilizar geradores eólicos na própria residência, por exemplo. Segundo Adão Linhares, essa resolução viabiliza o nível de investimento para pequenos geradores, como pousadas e fazendas.

Adão ressalta que os investimentos em microgeração de energia eólica nos próximos anos vai se destacar no Estado e haverá “um reflexo positivo na economia da região e do País”.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou, em 17 de abril deste

ano, a resolução normativa nº 482, estabelecendo normas gerais para o

acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição

de energia elétrica.

Page 60: Revista Pecnordeste

60 revista Ceará e municípios

CóDIgO FLORESTAL

O Diário Oficial da União (DOU) publicou, no dia 28 de maio último, a sanção ao novo Código Florestal Brasileiro. A presidente Dilma

Rousseff justificou os vetos parciais e modificações feitas no Código Florestal alegando “contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade” no projeto aprovado na Câmara.

A Lei nº 12.651, que dispõe sobre o novo código, contém 84 artigos, com 12 artigos vetados e 32 modificações ao texto decretado pelo Congresso Nacional. Dilma vetou os artigos 1º, 43º, 61º, 76º e 77º e realizou vetos parciais em parágrafos e incisos dos artigos 3º, 4º, 5º e 26º. Os vetos passam agora pela análise dos parlamentares da Câmara e do Senado e ainda não tem data para serem votados.

De acordo com a nova lei, haverá um escalonamento das faixas de recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) de acordo com o tamanho da propriedade. Para o ministro da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, as mudanças e vetos vão beneficiar os pequenos agricultores.

Também foi publicada, na mesma edição do DOU, a Medida Provisória nº 571, que complementa o código, por trazer as alterações às leis que dispõem sobre proteção ambiental.

Na definição do objetivo do Código Florestal, foi vetado o artigo 1º. Em mensagem encaminhada ao Congresso Nacional, a presidenta esclarece que o parágrafo vetado não indica com precisão os parâmetros que norteiam a interpretação e a aplicação da lei. Na MP, o texto que substitui o parágrafo 1º diz que a lei tem como fundamento a proteção e uso sustentável das florestas, em harmonia com o desenvolvimento econômico.

As disposições gerais do código ainda estabelecem que as “florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa são bens de interesse comum a todos os habitantes do País”.

Novo Código Florestal é aprovado com 12 vetos

Áreas de Proteção Permanente – O código delimita as áreas de proteção permanente e o percentual da Reserva Legal, que é a parcela que todo imóvel rural deve preservar com a vegetação nativa. De acordo com o texto, as propriedades localizadas na Amazônia Legal devem preservar um percentual que varia de 20% a 80% da área do imóvel, dependendo se ele está situado em área de florestas, cerrado ou campos gerais. Nas demais regiões do país, a área de Reserva Legal é de 20%.

Exploração de Florestas – A exploração de florestas nativas, de acordo com o código, dependerá de licenciamento por órgão do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisama). O órgão do Sisama também será responsável por coordenar e fiscalizar, por meio de sistema nacional, a origem da madeira, do carvão e de outros produtos ou subprodutos florestais.

Controle do desmatamento – As obras ou atividades que causem desmatamento serão embargadas por órgão ambiental competente, de acordo com o código.

agricultura familiar – O artigo 52 da lei permite que o pequeno agricultor utilize áreas de preservação permanente e de reserva legal para atividades de baixo impacto ambiental. No entanto, deverá existir declaração ao órgão ambiental

competente e o imóvel deve estar inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Crédito ambiental – A MP estabelece que os proprietários de imóveis rurais têm até cinco anos para se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e se regularizar para ter acesso ao crédito agrícola.

Recuperação de vegetação – A presidenta vetou o parágrafo que trata sobre a recuperação de áreas de preservação permanente em áreas rurais, pela redação ser “imprecisa e vaga, contrariando o interesse público e causando grande insegurança jurídica quanto à sua aplicação”. De acordo com mensagem da presidenta, o dispositivo parece conceder uma ampla anistia aos que descumpriram a legislação sobre áreas de preservação até 22 de julho de 2008, “de forma desproporcional e inadequada”.

Definição de pousio - Foi vetado o Inciso XI do art. 3º, que trata da definição de pousio, que é a interrupção temporária de atividades agropecuárias para possibilitar a recuperação do solo. Segundo a presidenta, o conceito aprovado não estabelece limites de tempo e de território para sua prática, o que possibilitaria que uma área rural permanecesse em pousio por tempo indeterminado, impedindo fiscalizações.

O que mudou:

Fonte: Portal do Planalto

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61peCnordeSte 2012

Após a aprovação do novo código pela presidenta Dilma Rousseff, o Ceará tem agora o desafio de elaborar sua própria legislação de proteção ao meio ambiente. De acordo com o presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), Paulo Henrique Lustosa (PMDB), os vetos anunciados pela presidente, não repercutem diretamente no Ceará.

“O mais importante é que, nos próximos meses, vamos ter uma grande tarefa no Ceará de construir um regramento estadual para a política ambiental. É um desafio, temos que regulamentar isso”, afirmou Lustosa. Ele explica que, como o Código Florestal remeteu muito do regramento para a competência estadual, o Ceará poderá legislar pensando em seus rios intermitentes, por exemplo.

“Como calculo a área de preservação permanente (APP) de rios no Ceará? Grande parte dos nossos rios não são permanentes”, destacou. A preocupação, segundo ele, é que os vetos de Dilma deixam um vácuo na legislação que pode dar margem a várias interpretações.

“Esse período de transição, quando a medida provisória ainda não foi convertida em lei gera insegurança. Teremos que acompanhar de perto a tramitação da medida provisória”, disse o presidente.

Na avaliação da assessora do Instituto Terramar, ONG que atua na causa ambiental, Camila Garcia, os vetos de Dilma parecem ter sido uma ação de mediação dos interesses de ruralistas e ambientalistas e não atendem às necessidades de conservação que o meio ambiente precisa hoje.

Presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), Paulo Henrique Lustosa

Novo Código é chance para Ceará elaborar próprias leis

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Estados devem delimitar APPs, diz Kátia Abreu

Contraponto - Um Código Florestal para o BrasilO novo código deve garantir que o Brasil continue produzindo

alimentos melhores e mais baratosFeijão e arroz interessam a todos, assim como água limpa e ar puro

(Rolf Kuntz, 8/5/2012, no site "Observatório da Imprensa"). Mas esses dois lados não recebem o mesmo peso nas avaliações dos formadores de opinião. Predomina o enfoque da preservação ambiental em detrimento da produção de alimentos.

A proteção do ambiente é, hoje, uma preocupação de todos os seres humanos e vemos com alívio que governos, empresas e consumidores estão mais conscientes de que os recursos da Terra devem ser explorados de modo sustentável.

No Brasil rural não é diferente -basta observar os índices cada vez menores de desmatamento e o desenvolvimento de técnicas avançadas como a agricultura de baixo carbono.

No entanto, também é importante que os países produzam mais alimentos para um mundo desigual, em que atualmente 900 milhões de pessoas passam fome, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Será que é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país?

Essa troca não me parece justa com os brasileiros, pois corremos um alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental.

Reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) do setor.

Para que se tenha uma noção do que representam 33 milhões de hectares, toda a produção de grãos do país ocupa 49 milhões de hectares.

O Código Florestal não foi construído para agradar a produtores ou ambientalistas, mas, sim, para fazer bem ao Brasil. Agora, está nas mãos da nossa presidente, a quem cabe decidir, imune a pressões, o que é melhor para sermos um país rico, um país sem miséria, que é a grande meta da sua gestão.

A utopia ambientalista, no entanto, não respeita a democracia política, muito menos a economia de mercado. Há líderes do movimento verde que pregam abertamente um Estado centralizado, com poderes para determinar a destinação dos recursos, da produção e até mesmo do consumo. Nesse tipo de sociedade autoritária, não há lugar para a liberdade e para as escolhas individuais. Salvam a natureza e reduzem a vida humana à mera questão da sobrevivência física.

Mas slogans fáceis e espetáculos midiáticos não podem ofuscar a eficiência da agropecuária verde-amarela. O Ministério da Agricultura acaba de divulgar os dados do primeiro quadrimestre de 2012. Exportamos US$ 26 bilhões, gerando superavit de US$ 20,8 bilhões. Nunca é demais lembrar que o agro exporta somente 30% de tudo o que produz. E, para isso, usa apenas 27,7% do território, preservando 61% com vegetação nativa. Qual país do mundo pode ostentar uma relação tão generosa entre produção e preservação?

Os ambientalistas, em sua impressionante miopia, ainda cobram que a agropecuária deva elevar a produtividade. Nos últimos 30 anos, com apenas 36% a mais de área, a produção de grãos cresceu 238%! Eles não consideram que os índices brasileiros já são elevados e que aumentos são incrementais.

Exigem maior produção em menor área, mas condenam sistematicamente as plantas transgênicas, o uso de fertilizantes químicos e de defensivos contra pragas e doenças, pregando a volta dos velhos métodos tradicionais herdados de nossos avós.

É fundamental que o novo Código Florestal garanta segurança para que o país continue produzindo o melhor e mais barato alimento do planeta.

É inaceitável que o Brasil abra mão da sua capacidade produtiva, deixando de contribuir plenamente para a redução da pobreza, já tendo a maior área de preservação do mundo.

KÁTIA ABREU, 50, senadora (PSD-TO) e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), escreve aos sábados, a cada 14 dias, neste espaço.

Artigo publicado no jornal Folha de São Paulo em 12/05/2012

CóDIgO FLORESTAL

A senadora Kátia Abreu afirmou no dia 4 de junho último, que o grande erro do texto aprovado pela presidente Dilma Rousseff para o Código Florestal é não deixar com estados a responsabilidade de definir o tamanho das “APPs” nas margens de rios. “Desta forma, não haveria risco nem ao meio ambiente nem para a agricultura”, salientou a

presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em evento.

Segundo ela, seria muito mais democrático e justo que a questão pudesse ser avaliada caso a caso. Embora ela reconheça que o texto sancionado por Dilma tenha melhorado a situação das pequenas propriedades, Kátia afirma que a nova redação ficou mais rigorosa para os produtores de médio porte, que terão que preservar 30 metros nas margens de rios.

A presidente da CNA salientou que, "Um meio termo seria que tivesse uma margem mínima saindo de Brasília para os Estados."

app mundialKátia informou que a CNA irá apresentar a proposta de uma Área de

Proteção Permanente (APP) global durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20. O conceito já foi apresentado na França em março, durante o Fórum Mundial da Água e será detalhado em documento a ser desenvolvido durante o evento no Rio de Janeiro por cientistas convidados pela entidade. A APP Mundial será discutida no dia 20, em audiência pública conjunta das Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), do Senado.

Segundo ela, independentemente da crise mundial, será difícil que a proposta seja colocada em prática em razão das indenizações que serão necessárias. “Todo o mundo vai resistir, mas será que não seria possível começar pelas nascentes dos rios?”, questionou a dirigente.

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Geração Y busca novos desafios tecnológicosO estado do Ceará todos os anos aprova cerca

de 40 pré-universitários no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos, em São Paulo, e estes jovens de elevado quociente intelectual e mentes inovadoras, anualmente, estão ficando pela região sul do país, poucos são os que retornam para o Estado, afim de por em prática seus ensinamentos adquiridos no ITA.

“Mais do que simples soluções, precisamos criar problemas para o que realmente interessa. O que mais nos interessa é criar significados às coisas, para o que fazemos no dia a dia, e não apenas ganhar dinheiro”, aponta o estudante do ITA, o

cearense de Missão Velha, Lúcio Alves.EmpreendedorismoMorando em São Paulo, eles explicaram o que

buscam e apontaram o que falta no Ceará para que retornem para empreender na terra natal. “Falta-nos o ecossistema de negócios, um ambiente mais empreendedor”, avalia o jovem empresário Macedo.

“Falta-nos (no Ceará) desafios para empreender, empregos desafiantes, disposição para investir no novo”, acrescenta Lacerda. “Sentimos falta de um líder inspirador, que nos motive pelo exemplo da solução de problemas sociais”, destacou Alves.

Ele ressalta no entanto, que com o surgimento de novos empreendimentos de energia eólica, solar e a refinaria começa a se formar no Estado um novo ambiente de desafios e de oportunidades, que deve começar a ser percebido pelos jovens, mas também pelas empresas.

Opinião semelhante tem o diretor Adjunto de Educação e Tecnologia da CNI, Sérgio Moreira. Participante do seminário, ele disse que se reúne hoje, com o presidente da Fiec, Roberto Macedo, com quem irá discutir a formação de um projeto para criar um ambiente de atração e de desafios estimulantes para esses jovens cearenses.

ZPE do Pecém em nova faseINvESTIMENTO

O novo presidente da Empresa Administradora da Zona de Processamento de Exportação do Pecém – EMAZP, Eduardo Santos Alcântara Macêdo, tomou posse no dia dois de maio último. O novo gestor é filho do economista e consultor internacional de negócios, Alcântara Macedo que já foi presidente

do CIC - Centro Industrial do Ceará. A Revista Ceará e Municípios foi ouvir o novo presidente que tem apenas 34 anos.

Revista Municípios: Qual o objetivo da EMAZP?eduardo macedo: O princípio básico é atrair empresas

exportadoras. O ideal é que a empresa queira exportar os 100% da produção, porque a receita que for absorvida pelo mercado interno não vai gozar dos benefícios da ZPE

r.m.: Que setores estão sendo mais buscados?e.m. :Estamos buscando um aumento das exportações dos

alimentos e frutas que podem ser dois dos principais focos de prospecção da Empresa Administradora da Zona de Processamento de Exportação do Pecém (Emazp). Isso se deve pelo fato destes segmentos terem forte atuação no Estado e possuirem grande potencial de crescimento.

Ele informou ter tido uma reunião com uma multinacional, recentemente, que garantiu interesse prioritário para se instalar no Ceará, principalmente por conta da logística e do suporte dado pelo Terminal Portuário do Pecém.

R.M. :Que ações a EMAZP desenvolve? e.m. : A Emazp desenvolve ações de atração de novas empresas

em parceria com o Governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece). A gente está fazendo um planejamento estratégico para a captação de investidores. Em função da ZPE ter diferenciais, a gente está trabalhando para que, em um curto prazo, possamos vender o nosso peixe melhor. A ZPE precisa ser um bom negócio para as indústrias e também tem que ser um bom negócio para o Estado.

Outro desafio da zona de processamento é a liberação dos benefícios tributários à Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), única grande indústria se instalando em uma ZPE no País. “Estamos trabalhando com um cronograma para que, em dezembro deste ano, a ZPE esteja totalmente alfandegada”.

“Desde que foi aprovada pela Assembleia Legislativa a criação da EMAZP várias empresas já protocolaram solicitação junto

ao CEDE-CE de reserva de terrenos para instalação de fábricas na Zona de Processamento para Exportação do Ceará”.

eduardo Santos alcântara macêdo

“Venho da iniciativa privada. Minha ótica é sempre do empreendedor. Entendo que a ZPE do Pecém está entrando em uma nova fase, porque já tem uma grande empresa em instalação em sua área, que é a Companhia Siderúrgica do Pecém”, afirma Macêdo.

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Fim da exclusividade do BNB em discussão

Empresários e políticos se encontraram na Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) dia 22 de maio para discutir a proposta de Medida Provisória 564,

que foi apresentada no dia seguinte no Congresso Nacional. Entre outras questões ligadas ao Plano Brasil Maior, a MP que sugere o fim da exclusividade do Banco do Nordeste (BNB) na operação do Fundo do Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).

Parte da bancada do Nordeste, liderada pelo senador Inácio Arruda (PCdoB), defende que o BNB continue com a exclusividade do fundo. O senador propôs ainda que se os recursos forem operados por outros bancos federais, como pretende o Governo Dilma Rousseff, o BNB passe a coordenar a gestão do Fundo.

O relator da MP na Comissão Mista do Congresso, deputado federal Danilo Forte (PMDB), fez oposição às propostas e disse que o fim da exclusividade será positivo. Segundo Forte, as queixas de setores econômicos são com relação à priorização de alguns setores e à morosidade na aprovação de projetos.

Forte defendeu que a capitalização do banco é mais importante do que a exclusividade das operações. “A concorrência pode ser salutar do ponto de vista de fazer com que os recursos cheguem para que os empresários possam tocar seus empreendimentos e o fundamental é que o banco tenha recurso financeiro para aumentar sua capacidade de investimento”, destacou. O relator disse ainda que será incluído na proposta um aporte de recursos para a capitalização do banco.

Inácio propôs que a medida contemplasse um volume de R$ 10 bilhões de capitalização para ser liberado ao longo dos próximos anos pelo orçamento da União.

Forte disse que apresentará um projeto que contempla uma capitalização imediata, mas com um valor menor,

provavelmente de R$ 4 bilhões para que seja aprovada e liberada já no orçamento do próximo ano. “Mas tudo ainda será votado”, esclareceu. A ideia é de que até junho toda a Medida Provisória tenha sido votada nas casas legislativas e enviada para a presidente Dilma Rousseff.

"Isso é um coisa que está em discussão pela bancada.

Quem vai decidir, na verdade, são os deputados federais e os

senadores, que estão discutindo a MP, com o intuito de ver qual

é a proposta final que será encaminhada para aprovação. Esta decisão não cabe a nós do

BNB"

autonomiaSem o comando do Fundo e sem a

exclusividade, há um enfraquecimento do Banco e da Região como um todo, segundo Inácio. “Propus que as operações sejam feitas no âmbito do Banco do Nordeste, que tem expertise para isso”, destacou. Ele disse ainda que ainda será possível pressionar por mudanças na MP.

Sobre a proposta, Forte destacou que o Banco precisaria se capitalizar para emprestar mais. Além da capitalização imediata, outra proposta seria que 75% do lucro e rendimentos do banco retornem automaticamente para a sua auto-capitalização, como acontece na iniciativa privada.

O deputado disse ainda que o governo pretende dar prioridade a cerca de 20 setores incluídos no Plano Brasil Maior e a partir disso traçar uma política industrial que deverá ser seguida pelo BNB e por outros bancos que deverão ser responsáveis pela liberação dos recursos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.Jurandir Santiago, presidente do BNB

Jurandir Santiago, presidente do BNB

MEDIDA PROvISóRIA

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O mistério do aquecimento: as nuvens

Os céticos das mudanças climáticas reconhecem que a liberação de gases estufa fará o planeta se aquecer. Mas afirmam que as nuvens —que,

dependendo de seu tipo, podem aquecer ou resfriar a terra— vão mudar de modo a combater a maior parte da elevação prevista na temperatura mundial.

“As nuvens são a maior incerteza”, falou Andrew E. Dessler, pesquisador climático da Universidade Texas A&M em College Station. “Os céticos climáticos dignos de crédito estão apostando todas suas fichas nas nuvens.”

Richard L. Lindzen, professor de meteorologia no Instituto Massachusetts de Tecnologia, é um dos principais proponentes da ideia de que as nuvens serão salvadoras. A posição de respeito que ocupa em seu campo —ele vem fazendo contribuições seminais para a ciência climática desde os anos 1960— ampliou sua influência.

Lindzen diz que a terra não é especialmente sensível aos gases estufa porque as nuvens vão reagir para combater esses gases. Ele acredita ter identificado um mecanismo especial. Num planeta em processo de aquecimento, diz ele, a cobertura menor de nuvens altas nos trópicos permitirá que mais calor escape para o espaço, combatendo a elevação na temperatura.

“Muita coisa assustadora que simplesmente não faz sentido vem sendo aventada”, disse.

Lindzen recebe tratamento de astro em reuniões de céticos das mudanças climáticas. Quando ele aparece nas conferências do Instituto Heartland, a principal organização americana a promover o ceticismo quanto às mudanças climáticas, é recebido com aplausos retumbantes.

Mas a maioria da comunidade científica afirma que Lindzen foi além de qualquer leitura razoável das evidências, para fornecer um perigoso álibi para a inação.

termostatos naturaisÉ verdade que as nuvens exercem efeito

enorme sobre o clima. A energia que move a vida na terra chega como luz solar. Para permanecer em temperatura estável, a terra precisa devolver para o espaço a energia que recebe, principalmente sob a forma de calor. As nuvens alternam o fluxo de energia nas duas direções.

Tudo contabilizado, as nuvens têm o efeito de resfriar a terra. Nuvens densas e baixas são as responsáveis pela maior parte desse efeito, na medida em que refletem a luz solar de volta para o espaço.

Muitas nuvens altas e finas exercem influência oposta, permitindo a passagem da luz solar que chega e prendendo o calor que tenta escapar da atmosfera.

“É como tampar uma panela que está sobre o fogão”, disse Andreas Muhlbauer,

pesquisador de nuvens na Universidade de Washington.

Ao liberarem gases estufa, que também bloqueiam o calor que procura escapar, os humanos estão perturbando o equilíbrio de calor da terra. No século 19, químicos comprovaram que esses gases, especialmente o dióxido de carbono resultante da queima de combustíveis fósseis, funcionam como um cobertor invisível na atmosfera, bloqueando parte do calor que procura escapar para o espaço. Na metade do século 20, quando ficou clara a rapidez com que estavam subindo os níveis de dióxido de carbono, alguns cientistas começaram a prever um aquecimento do planeta.

Mas é difícil traçar uma previsão precisa do aquecimento do planeta, por várias razões, especialmente a questão de como vão reagir às nuvens. Pesquisadores têm virtual certeza de que a quantidade de vapor de água na atmosfera vai subir, juntamente com a temperatura. Mas isso não revela muito sobre o tipo ou a localização das nuvens que vão se condensar a partir desse vapor.

Os programas de computador mais complexos chegaram a uma conclusão ampla comum: é pouco provável que as nuvens mudem o suficiente para contrapor-se à maior parte do aquecimento causado pelo homem. Alguns acreditam que as nuvens podem amplificar a tendência de aquecimento, por meio de vários mecanismos, incluindo a redução de algumas das uvens baixas que refletem muita luz solar de volta para o espaço. Outras análises de computador prevêem um efeito neutro.

Uma meta importante das pesquisas climáticas é melhorar o modo como as nuvens são representadas nas análises computadorizadas, e alguns dos dados mais importantes para isso estão vindo do pico de uma montanha na zona rural do Oklahoma, perto da cidade de Lamont, onde o Departamento de Energia dos EUA comanda a maior instalação mundial para mensurar o comportamento de nuvens.

Recentemente, novos radares no valor de US$ 30 milhões foram instalados no Oklahoma e em outros locais de pesquisas, prometendo uma visão melhor das entranhas das nuvens. Satélites também estão fornecendo dados melhores e as teorias da atmosfera estão sendo aprimoradas. “Estamos a caminho de melhorar muito”, opinou o pesquisador da Nasa Anthony D. Del Genio.

a teoria da fuga de calorLindzen concorda que o dióxido de

carbono é um gás estufa e diz que quem discorda disso é “maluco”. Ele também concorda que o nível de dióxido de carbono na atmosfera está subindo em decorrência da atividade humana e que isso deve levar ao aquecimento do clima.

Mas, há mais de dez anos, ele vem afirmando que, quando a temperatura de

superfície se eleva, as colunas de ar úmido que se elevam nos trópicos vão provocar mais chuva, deixando menos umidade disponível para virar gelo, que forma as nuvens finas e altas conhecidas como cirrus. Assim como os gases estufa, as nuvens cirrus reduzem o resfriamento da terra e uma redução nessas nuvens contrabalançaria o aumento dos gases estufa.

Lindzen chama esse mecanismo de efeito íris, devido à íris do olho, que se abre à noite para permitir a entrada de mais luz. A “íris” de nuvens altas da terra se abriria para a fuga de mais calor.

Quando Lindzen divulgou essa teoria, em 2001, disse que ela era fundamentada por dados de satélite obtidos sobre o oceano Pacífico. Mas outros pesquisadores disseram que os métodos que ele empregou para analisar os dados eram falhos e que sua teoria fez suposições que não condizem com os fatos conhecidos.

aguardar e os riscos que isso encerraHoje, a maioria dos pesquisadores

considera a teoria de Lindzen desacreditada. Ele não concorda, mas vem tendo dificuldade em apresentar seus argumentos na literatura científica. Em 2009, Lindzen publicou um artigo apresentando mais evidências em favor de sua teoria, mas novamente outros cientistas identificaram erros, entre eles o fato de não terem sido explicadas imprecisões conhecidas nas medidas feitas por satélite.

Lindzen reconheceu que o artigo de 2009 continha “alguns erros estúpidos” nos dados dos satélites. No ano passado, ele tentou propor mais evidências em favor de seu argumento, mas, depois de analistas de um periódico americano de prestígio terem criticado o artigo, Lindzen o publicou num periódico coreano pouco conhecido. Lindzen diz que outros cientistas estão determinados a reprimir visões divergentes. Os outros cientistas alegam que ele retrata incorretamente os trabalhos de outros pesquisadores.

Lindzen disse: “Se eu tiver razão, teremos poupado dinheiro” ao evitar tomar medidas para limitar as emissões de gases. “Se eu estiver enganado, saberemos disso em 50 anos e poderemos fazer alguma coisa.”

Mas os cientistas da visão majoritária respondem que o impulso da sociedade de esperar para agir apenas intensifica os riscos.

Com o tempo, ficará evidente como as nuvens estão reagindo. Mas, segundo os cientistas, pode levar décadas para isso ficar claro, e, se a resposta for que uma catástrofe está a caminho, provavelmente já será tarde para evitá-la. Até lá, dizem os cientistas, a atmosfera conterá tanto dióxido de carbono que o aquecimento substancial será inevitável, e o gás só poderá retornar a um nível normal após milhares de anos.

Por JUSTIN GILLIS - The New York Times

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Agricultores criam um oásis produtivo em meio à seca

Mesmo com a seca a comunidade de Caatingueirinha, em Potiretama, est[a conseguindo enfrentar a

estiagem com a intensificação na plantação de hortas, árvores frutíferas e a criação de galinhas no quintal de casa.

Além da iniciativa ser própria, as sementes em estoque também são do lugar. O que era alternativo virou principal e logo em seguida, a renda é maior com o que produz no quintal do que a própria plantação de milho e feijão em regime sequeiro.

As atividades da comunidade, que foram incentivadas pela Cáritas Diocesana, tiveram início há cinco anos. Atualmente, possuem hortas, pomares e criação de animais que ajudam na subsistência das famílias. Antes mesmo que virasse uma política pública de Estado, os quintais produtivos da Caatingueirinha já contrastavam com grande parte do sertão ressequido, marcado pela fome e sede.

ApoioAgora os projetos da comunidade

já são apoiados pelos bancos e, assim, foi possível potencializar a ideia própria. O quintal de Antônia das Graças Moura Oliveira é talvez a parte mais importante da casa. Ali, ela com o marido e todos os filhos plantam, colhem e criam.

A geladeira está cheia de ovo caipira, a macaxeira acabou de sair do fogo, e mesmo quase não chovendo desde o Carnaval tem água para a horta suspensa de onde sai cheiro verde, coentro, pimentão e pimentinha. Logo mais à frente, árvores frutíferas garantem o suco do almoço.

A Caatingueirinha tem 59 famílias, e quem não vive no serviço público ou aposentadoria pode dizer que o “inverno tá ruim como um todo”´, mas “com certeza poderia estar pior”, afirma Antônia das Graças, a “Gracinha”. Ao todo 30 famílias da comunidade desenvolvem os seus quintais produtivos. A água para o regadio foi garantida pelas chuvas nos dias de carnaval: a cisterna calçadão (com um grande espelho de concreto, por onde escorre a água) ainda está com

bom volume e ainda dá para mais meses.

Um viveiro de mudas garante plantas das mais diversas espécies. A que não for frutífera, dá para um bom chá ou tempero. As frutas são comercializadas na região. O que admirou até mesmo a Dona Gracinha, é que a produtividade no seu quintal está rendendo mais do que ela consegue normalmente na produção de milho e feijão em regime de sequeiro. “Aqui chegamos a tirar mais de R$ 5 mil reais por ano, só com essas plantas e a criaçãozinha aqui”, define o seu quintal. Pode parecer pouco, mas ainda é mais do que a família tem conseguido anualmente na plantação de milho e feijão.

A Associação dos Trabalhadores de Caatingueirinha possui uma Casa de Semente com grãos produzidos ali mesmo, sem depender da remessa do Governo do Estado. O estabelecimento foi construído após uma gincana popular para arrecadação de fundos. O nome é bem sugestivo: Casa de Sementes Renascer do Sertão. Ali tem sementes de reserva que se continuar a “seca braba”, eles tem estoque das mais variadas frutas e leguminosas para plantio nos quintais da comunidade.

As atividades da comunidade tiveram início cinco anos atrás, a partir do incentivo da Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte. Técnicos da instituição ensinavam como criar projetos de convivência com o semiárido. Hoje eles desenvolvem, além da casa de sementes, sistema agrossilvopastoril, farmácia viva, quintal produtivo e a criação de lideranças comunitárias. Também existiu apoio do P1+2 (Programa uma terra, duas águas), em parceria com a Articulação do Semiárido (ASA).

“Quando o governo começou a incentivar a agricultura orgânica nos quintais de casa, nós já estávamos fazendo

aqui”, lembra dona Gracinha. Mas hoje a comunidade mantém as atividades com apoio do Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Organização Barreira Amigo Solidário (OBAS) e da Cáritas Diocesana.

O ano de 2013 poderá ter os efeitos da seca amenizados, ainda que naquele ano chova tão menos quanto neste. Isso pelo menos para as famílias que criarem os quintais produtivos, agora amparado pelos governos Estadual e Federal.

Por meio de convênio assinado entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Secretária do Desenvolvimento Agrário (SDA) serão construídos 5.700 quintais produtivos. Uma parte tendo água a partir do sistema de barragem subterrânea e outros com cisterna calçadão.

Ao todo serão aproximadamente R$ 82 milhões do Governo Federal com contrapartida estadual. A estimativa é de que 67 municípios sejam beneficiados até o final do programa.

Matéria e foto de Melquíades Júnior do Jornal Diário do Nordeste

SUPERAÇÃO

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MULHERES EMPREENDEDORASNuma promoção conjunta da BPW Brasil e BPW

Ceará, realizou-se o XXIV CONFAN Convenção da Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil, no Salão Atlântico Hall, do Marina Park Hotel, em Fortaleza. O evento teve solenidade de abertura no dia 3 de junho, inicinado suas atividades técnicas no dia 4 e finalizando tudo no dia 6/06 quando ocorreu o plantio de uma árvore no Bosque do Marina Park do Projeto “Árvore é vida” da BPW Brasil e a noite aconteceu uma confraternização com um grupo de 60 mulheres BPW no Restaurante Alpendre da Vila. O CONFAN reuniu representantes de 17 estados do Brasil, tendo o Ceará como anfitrião, sendo representado pela presidente da BPW Ceará, Maria Glória Ribeiro, a presidente da BPW Brasil, Suely Batista dos Santos que afirmou que “Sete milhões de mulheres são hoje empreendedoras no Brasil”. Na abetura do evento foi entregue pela presidente da BPW Ce, Glória Ribeiro certificados ao presidente da Funcip, João Bosco Freitas Cordeiro, a deputada federal Gorete Pereira, que estava na China em missão oficial e foi representada por sua assessora Cristina Magalhães, a primeira dama do Estado Maria Célia Habib Ferreira Gomes e ao secretário da Controladoria e Ouvidoria Geral do estado João Alves Melo. Confira alguns flashs do evento:

XXIV CONFAN

O Pecnordeste e a XVI Feira de Produtos e Serviços Agropecuários foi lançado no dia 29 de maio em sessão especial na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará com a presença do presidente da FAEC, Flávio Saboya, coordenador Geral do PECNORDESTE, Paulo Hélder de Alencar Braga, superintendente do SENAR Anisio de Carvalho Junior, dos deputados Manoel Duca da Silveira - presidente da Sub-Comissão do cajú, Herminio Resende- presidente da comissão de Agropecuária, Fernanda Pessoa, do secretário de Desenvolvimento Agrário Nelson Martins, diretor de Agronegonegócio da Adece - Reginaldo Braga Lobo, Articulador de Agronegócio do Sebrae Paulo Jorge e o assessor da presidencia do Sebrae Germano Blumm, Maria Luiza Rufino, delegada federal do MAPA no Ceará, diretor de Agronegócio do BNB, Rivônio Morais, Augusto Júnior, Presidente da ADAGRI. A sessão foi requerida pelo deputado Hermínio Resende.

Augusto Junior,Presidente da ADAGri

Dr. Antonio Peixotoex-coordenador do PEC

Paulo Hélder mostrando a programação do PEC

Público presente

Coordenador Técnico Cientifico Jorge Prado

Anisio de Carvalho, superintendete do

SENAR

Euvaldo Bringel Instituto FRUTAL

jornalista Silvana Frota- assessora de imprensa e sua equipe de trabalho

Germano Blumm e Eduardo Queiroz- FAEC/

SENAR

Maria Luiza Rufino, delegada federal do

MAPA no Ceará

Presidente da ACCN Cristiano Maia

André Siqueira organizador do Balcão de Inovações Tecnológicas

Paulo Héldercoordenador Geral do

PECNORDESTEdiretor de Agronegócio do BNB, Rivônio Morais

diretor de Agronegonegócio da

Adece - Reginaldo BragaPaulo Jorge, articulador

do Sebraepresidente da Caprileice,

Daniel Pimentel

Deputado Hermínio Resende

Pres. Flávio Saboya discursando sobre o PEC

sec. Nelson Martins e o presidente da FAEC

Flávio Saboya

Secretário com autoridades presentes ao

evento

Autoridades presentes a abertura do evento

Roberto Sérgio e Graça Ferreira- ex-presidente da BPW CE

EXPOCONFAM Mulheres BPW Ceará

Cearenses que prestigiaram o evento

Presidente da BPW Brasil e Ceará ao lado de amigas BPW

Carlos Hilsdorf fez a palestra magna do evento ao lado das presidentesda BPW CE e BR

Cases Programa Mulheres de Negócios do Sebrae

Cerimônia das velas Projeto Plante uma árvore, no Bosque do Marina

Freitas Coredeiro presidente da CDL e auoridades

Gloria Ribeiro presidente da BPW Ce falando aos presentes

Orquestra de Câmara do Maestro Potisecretário João Melo

SOCIALLANCAMENTO DO PEC NA ASEMBLEIA

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SOCIALBOAS PRáTICAS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Trinta e dois municípios cearenses e seis personalidades foram homenageadas pelas Boas Práticas de Gestão na Assistência Social, em solenidade realizada dia primeiro de junho ultimo, no Salão Meireles, do Ideal Clube. Entre as autoridades presentes destacamos o Secretario do Trabalho e Desenvolvimento Social, Evandro Leitão,e a gestora do Programa Primeiro Passo Simone Veras, os deputados federais Mauro Benevides e Chico Lopes, os estaduais, Neto Nunes, Lula Morais e Cirilo Pimenta, o Presidente da CDL de Fortaleza, Freitas Cordeiro,a vice-presidente da APDMCE Jô Farias, primeira dama de Horizonte, diversos prefeitos, primeiras damas, secretários de assistência social,vereadores. O evento coordenado pela jornalista Silvana Frota, editora da Revista Ceará e Municipios, teve o apoio e patrocínio da Caixa Economica Federal, Banco do Nordeste do Brasil, Governo do Estado, através da STDS E ASPEC, Maxdata e SC Serviços. Confira as autoridades e municípios participantes:

Mesa das autoridades jornalista Silvana Frota falando aos presentes ACARAPE ACOPIARA

Secretárias de Assistência Social dos municípios homenageadas

ARACATI

GRAÇA GUAIúBA

MOMBAÇA OCARA ORÓS PORANGA QUIXERAMOBIM

Foram realizados sorteios de brindes e 03 melhores colocados receberam prêmios

IBIAPINAHORIZONTEFORTALEZA

2º LUGAR - LIMOEIRO DO NORTERecebeu uma impressora da SC Serviço

3º LUGAR - ACOPIARA Recebeu uma Câmera Digital doada

pela MaxData

1ª Dama de Horizonte, Jô Farias e Cristiane Leitão esposa do Secretário de

Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado receberam ramalhetes de rosas doados

pela Floricultura Cearosa

1º LUGAR - QUIXERAMOBIMRecenu um Notbook doado pela Aspec

REPRES. DA HERBALIFE Isabela marinho distribuiu kits de beleza e alimentaçãoRepres. da Evidência Collection entregando uma peça da grife ao prefeito

de São Benedito

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BATURITÉ

LIMOEIRO DO NORTELAVRAS DA MANGABEIRA

RERIUTABA SÃO BENEDITO TAUÁ TEJUÇUOCASecretário do Trabalho e Desen. Social

Evandro Leitão, destacou os projetos do governo na STDS

Silvana Frota e Dep. Mauro Benevides

1ª Dama de Reriutaba, Teté Lemos, Silvana Frota e Edite Ximenes

Casal Italo e Silvana Frota e o médico

Silvana Frota e Dep. Chico Lopes

Silvana Frota e esposo e Prof Jonas Luis e esposa e Marina da FGF

MARACANAú

CARNAUBAL

ICÓ IPAUMIRIM

CANINDÉ CARIRÉ

6 personalidades receberam homenagem especial: 1ª Dama do Estado, Vice-Governador, Pres. da AL, Pres. do

BNB, Super. da CEF, STDS

IRAPUAN PINHEIRO

Foram homenageados os seguintes municípios: Acarape (Melhor Projeto: Grupo de Convivência da Terceira Idade), Acopiara (Brinquedoteca), Aracati (Casa do Cidadão), Baturité (Circo Escola), Canindé (CRAS), Crateús (Cozinha Comunitária), Catarina

(Projovem Adolescente), Carnaubal (Pintores da Inclusão), Cariré (Click Móvel), Guaiúba (Arte em Movimento), Graça (Criatividade Vivendo Tempo), Fortaleza (CRAS Itinerante), Ibiapina (Projovem Adolescente), Deputado Irapuan Pinheiro (PROJOVEM ADOLESCENTE), Horizonte (Programa Nossa Casa), Icó (Projovem Adolescente) Ipaumirim (CRAS), Lavras da Mangabeira (GALPÃO DAS ARTES), Limoeiro do Norte (OPA- Orientação para Pais Atentos), Maracanaú (CRAS Indígena),

Mombaça (Projovem Adolescente), Morada Nova (Grupo de Inclusão e Brincadeirasa Infantis), Orós (Cozinha Comunitária),Ocara (FLor da Idade),Poranga (CRAS Volante),, Quixeramobim (Centro de Convivência para Idosos) Reriutaba (Grupo Infantil Arco-Iris),

São Benedito (Mentes e Corpos Sarados), Sobral (Incluir com Arte na Cultura) Santa Quitéria (Projeto Vida Ativa), Tauá (Prato Cheio), Tejuçuoca (Bolsa Tejuflora) .

Silvana e Rochele Pouchain

Silvana, Marina e Silvana e Eugênio Rabelo

Silvana e Italo Frota ao lado do sec. Evandro Leitão e Familia

Clônia de Reriutaba em Fortaleza

69peCnordeSte 2012

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