Revista Placar #1349 - Fifa
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Furo involuntárioMeses depois do fim da Copa da África, voluntários ainda não receberam o pagamento da Fifa
kQuatro meses após a Copa 2010,
brasileiros que trabalharam
como voluntários na África do Sul ain-
da esperam a ajuda de custo prometida
pela Fifa. Por contrato, todos deveriam
recebê-la até o dia 10 de julho, mas há
quem ainda não tenha visto a cor do
dinheiro. A situação mais crítica foi re-
gistrada no Soccer City, em Johannes-
burgo, onde só uma parte dos voluntá-
rios recebeu o pagamento em mãos.
A jornalista Gabriela Jardim, que
trabalhou no estádio e deveria receber
100 rands (25 reais) por cada um dos
33 dias trabalhados, deixou o país com
a promessa do valor depositado em
sua conta. Mais de 120 dias depois, só
recebeu e-mails da organização com
pedidos de desculpas e novos prazos.
Outro motivo de discórdia é a taxa
aplicada a alguns voluntários. A arqui-
teta Lillian de Oliveira, que também
atuou no Soccer City, precisou se des-
locar duas vezes ao estádio após a final
da Copa para receber o valor devido
com o desconto de 25%. “Segundo eles
[a organização], todo trabalho no país é
taxado dessa forma, embora não esti-
vesse no contrato. Mesmo assim, sou-
be que voluntários de outras cidades
não foram taxados”, conta.
A Fifa informou que a responsabi-
lidade é dos comitês organizadores
locais e repassou o caso ao porta-voz
Rich Mkhondo, que negou a dívida e
só voltou atrás quando recebeu os no-
mes de alguns brasileiros nessa situa-
ção. Diante disso, prometeu liberar o
pagamento em outubro, assim que os
dados bancários fossem confirmados.
No entanto, nenhum dos voluntários
ouvidos havia recebido o valor prome-
tido até o fechamento desta edição. Já
Gabriela diz ter confirmado seus da-
dos para três funcionários do comitê
desde que deixou a África, mas nunca
recebeu o que havia sido prometido
em contrato. J Ú L I O S I M Õ E S
Gabriela no
Soccer City:
calote da Fifa
FAMA E ANONIMATOHá pouco mais de um ano, o ganês
Dominic Adiyiah sagrava-se campeão
mundial sub-20, como artilheiro
e melhor jogador da competição.
Foi disputado por grandes clubes
europeus e acabou contratado pelo
Milan. No entanto, o atacante chega
ao fim de 2010 ainda buscando
se firmar no Reggina, da segunda
divisão italiana, para onde foi
emprestado em agosto. Passou
os primeiros seis meses de 2010
longe do time principal do Milan,
superado pela concorrência de Pato,
Borriello, Inzaghi e Huntelaar. O
atacante até conseguiu chances na
seleção principal, na Copa Africana
e na Copa do Mundo, como reserva
de Asamoah Gyan. No Mundial, teve
contra o Uruguai a oportunidade
de levar Gana à semifinal, mas a
cabeçada no último minuto parou
na famosa “defesa” de Luis Suárez.
Adiyiah agora corre para não seguir
os passos de artilheiros de outros
Mundiais de base, como o argentino
Cavenaghi ou os brasileiros Adaílton
e Adriano Gerlin, e cair de vez no
anonimato. L I N C O L N C H A V E S
Adiyiah: artilharia no sub-20 e nada mais