Revista Porta Luvas - Edição 14

32
Porta-Luvas

description

Revista Porta Luvas - Edição 14. Cinema em Bradowski

Transcript of Revista Porta Luvas - Edição 14

Porta-Luvas

Porta-Luvas2

Porta-Luvas 3

ExpedienteDistribuição Gratuita - Tiragem de 180.000 exemplares Proibida a reprodução total ou parcial dos textos, fotografias e ilustrações sem autorização da Emana Imagem & Cultura Ltda. www.emana.art.br - orkut: Revista Porta-Luvas - twitter: @portaluvas fecebook: Editorial Portaluvas Editora/ Administrativo/ Financeiro: Emana Imagem & Cultura Ltda. Editor/ Redator: Fernando Bueno (Milagre do Verdo Editora Ltda. ME) Fotos: Katia Fanticelli (Emana Imagem) Colaboradores: Claudio Carvalho, Marcos Garcia e Eduardo Begnami Editoração: Cadu Fernandes (Mídia13 Propaganda e Marketing) / Emana Futura

SUMÁRIO04 Editorial

05 Cartas

06 Mapeamento Cultural CidadesbeneficiadaspelaRevistaPorta-Luvas

08 Cinema Yes,nósfazemoscinema,simSinhô

14 Culinária Típica Doceboméfeitocomcascaetudo

18 Humor Opãodecadadiaganhocomosuordarisadaemcadatira

22 Dança Adançavitalquedeuopoderaosjovenssobresimesmos

26 Patrocinador Doisanosdemuitaresponsabilidadesocialcorporativa

Realização:Patrocínio:

www.ohlbrasil.com.br

Porta-Luvas4

Cultura é aqui mesmo!

A cada reunião de pauta da revista é uma verdadeira “luta” para definirmos as matérias da próxima edição. A grandeza do interior paulista neste quesito é realmente surpreendente. Na capa desta edição uma matéria sobre a qualidade e a riqueza das produções cinematográficas de Brodowski, uma cidade com pouco menos de 20 mil habitantes. Imperdível, na página 8.

Sobre outra riqueza, a da culinária, uma matéria especial na página 14 sobre a Goiabada Cascão, produzida artesanalmente há mais de 40 anos em Dois Córregos. O humor também está con-templado na 14ª edição da revista, e o assunto são os cartunistas, quadrinistas e coloristas do interior de São Paulo. Veja na reportagem a trajetória de nomes consagrados e gratas revelações.

O Projeto Dança Vida, de Ribeirão Preto, foi outro tema abordado pela Porta-Luvas. Uma entrevista com Paula Vital Reis revela todos os detalhes e a história deste belo projeto. A última matéria da revista traz um resumo dos principais trabalhos desenvolvidos pelas empresas do Grupo OHL Brasil na área socioambiental.

Desejamos uma ótima leitura para todos e pedimos que mantenham contato conosco pelo email [email protected] ou pelo nosso twitter @portaluvas

edit

ori

al

Porta-Luvas 5

>> cartas

Voltando de Ribeirão Preto para São Paulo em 12 de julho, em um dos pedágios, fui agraciado com um exemplar da revista Porta-Luvas, edição 12. Gostei muito do conteúdo das matérias, simples e objetivas. Mas quando li sobre o Butoh Brasileiro e seu maior intérprete João Roberto de Souza fiquei emocionado. Primeiro que já tive a oportunidade de ver, apreciar e aplaudir muito a arte desse fantástico rapaz em um dos festivais de teatro de Curitiba onde conseguiu imenso sucesso, e depois por sua inteligência, persistência, criatividade e muita coragem em nos trazer e difundir uma cultura que nos induz a pensar e tomar atitudes escancaradas naquilo que nos incomoda. Reportagens desse nível engrandecem a revista.

José Luiz Marco Antonio - São Paulo-SP

Resposta:Ficamoscontentescomseudepoimentoeissonosestimulaafazeruma revistamelhoracadaedição.Continueenviandoseuscomentáriosesugestões.Umabraço.

Sou arte educadora em uma escola da rede pública, e o material para as aulas é muito pobre. A revista me ajudaria muito nas aulas. Gostaria muito de recebê-las. Obrigada

Silvani Bartnik - Nova Esperança do Sudoeste-Paraná

Resposta:Obrigadopeloseucontato.Muitonoshonrasaberquearevistapodecomplementaralgotãoimportantenavidadaspessoas.Fiquetranquilaquemandaremosasediçõesanterioresdisponíveis.

Muito legal poder ler e conhecer sobre a cultura do nosso país, parabéns pelo trabalho que fazem, iniciativas assim é que contribuem para o crescimento intelectual do nosso país.

Pericles Alexandre Martins de Santana - Paripiranga-BA

Resposta:Ficamosgratospeloseucontatoedesaberqueestamosdandonossamargemdecontribuiçãoparaumpaísmaisricoculturalmente.

FALE CONOSCO: Envie cartas ou e-mails ([email protected]) para esta seção com nome, RG, endereço e telefone. A Revista Porta-Luvas se reserva o direito de, sem alterar o conteúdo, resumir e adaptar os textos publicados.

Porta-Luvas6

Porta-Luvas 7

Porta-Luvas

>> Cinema

FernandoBueno

Quem vê o ferroviário apo-sentado e funcionário público Caetano Jacob, de 74 anos, sentado em frente a uma quase novinha máquina de escrever, em uma sala do Depar-tamento de Obras de Brodowski, jamais imaginaria que ali está um genial criador do cinema nacional e o responsável direto por 11 longas-metragens (veja a lista no final desta matéria). Isso mesmo: morram de inveja cidades com mais que os 20 mil habitantes da terra de Cân-dido Portinari, no interior paulista. É inegável a conquista de Jacob e seu grupo de abnegados amigos que, com dinheiro do próprio bolso, cada um fazendo um tico de coisas, colo-caram a cidade na rota do cinema independente. E tanto fizeram que reuniram a produção em um festival, em 2006, para americano, brodows-quiano, ribeiraopretano, francano, saocarlense, ararense, bebedou-rense e quem mais quisesse ver. E aqui não se discute ou se avalia se a qualidade é boa ou ruim, se os atores merecem o Oscar ou a Framboesa de Ouro. O que im-porta é que a população espera e se orgulha do cinema local – e olha que

nem cinema mesmo, aquele predião com cadeiras e telona, por lá se tem. “Sabe CD do Roberto Carlos? Um por ano? É assim que tem que ser aqui. E todo mundo cobra”, afirma o professor de Física e Matemática José Luís Perez, ele próprio um dos artífices do fenômeno “cinema de Brodowski”

Yes, nós fazemos cinema, sim Sinhô

Porta-Luvas

E tudo começou com a TV

Responsável geral pela TV Educativa da cidade, Perez entrou nesta história lá no início, em 1997. E foi nas folgas da produção da emissora que a Sétima Arte ganhou vida na cidade. Da TV eles usam os equipamentos e os técnicos. Perez faz as vezes de diretor de Fotografia

e cameraman. Antonio Luiz Grotti, outro da turma, opera câmera e grua, faz fotos e making off. Lá se produz assim. Quem pode e leva jeito para a coisa dá sua contribuição. “Fiz mais de 20 espetáculos de teatro no Salão Paroquial daqui lá perto de 1958. Mudei-me e quando voltei não havia mais nada. Um dia chegou a TV. Achei que dava para filmar, fazer as peças virarem outra coisa, mais bonita, arte de outro jeito. Os amigos gostaram e entraram nisso comigo”, diz Jacob, fã de “E o Vento Levou” e “Dama por um Dia”. “O Caetano é autodidata. Um dialoguista de primeira. Leva jeito para o troço. Tinha mesmo que fazer cinema com esta coisa toda”, ressalta José Marcos Passos Valente, diretor do Departamento de Cultura e Turismo, mais um personagem que veio do teatro paroquial.

Comédia e filme de época

O cinema feito em Brodowski tem para todos os gostos. Há comédia de costumes (“A Criada Atrapalhada”, de 1999) e filme de época (“Amargo Regresso”, de 2009, em montagem, sobre a Revolução Constitucionalista de 1932). “O Castigo”, a primeira peça que o grupo de amigos montou, também foi o primeiro filme, feito em 1997. Trata de uma pendenga entre fazendeiro e padre, acusado de conquistador. Teve até um que se baseou em caso real. Ou meio real.

Porta-Luvas

Ou surreal. Ou na versão. Ou no que o povo queria que fosse. “Confissão Tardia”, de 2001, narra a descoberta do verdadeiro assassino do então prefeito Martim Moreira Cabral. Mas talvez a mais querida produção seja mesmo “Dioguinho”, de 2003, personificado pelo empresário e jornalista Odair Martins, que conta a história do mais famoso facínora das terras da Alta Mogiana. Este filme, junto com “A Mão do Destino”, de 2005, que fala da morte do filho de um usineiro por um forasteiro, rompeu barreiras e chegou a Rede Brasil.

Ambos foram exibidos nacional-mente em 2008. Caetano Jacob já tem diversos roteiros prontos. Todos feitos na mesma máquina de escrever. “Voltei do Inferno” será o próximo a entrar em produção e na fase de ensaios. Tudo ao mesmo tempo agora.

Do VHS ao HD

“Tudo o que fizemos até agora foi no peito e na raça. Já tivemos que fazer vaquinha para algo que faltava. A artesã Ana Cristina Meneghello, por exemplo, fez recentemente duas estrelas de xerife e delegado para o próximo filme. Antes a que usávamos era

Caetano Jacob produziu os 11 roteiros em uma

máquina de escrever

Perez e Grotti respondem pela parte técnica

das produções

Fer

nand

o B

ueno

Porta-Luvas

Perez e Grotti respondem pela parte técnica

das produções

Cena de “A Mão do Destino”, que foi exibido na Rede

Brasil em 2008

Fer

nand

o B

ueno

Ant

onio

Lui

z G

rotti

Ant

onio

Lui

z G

rotti

“Amargo Regresso” é o 11º filme feito pelos amigos de Brodowski

Porta-Luvas

um adereço feito na China”, conta Roberto Morando Videira, coordenador de Turismo da cidade, ator, produtor, entusiasta e o que mais for preciso no que se refere ao cinema local. Ele e Passos Valente lutam incessantemente para obter ajuda do empresariado regional para transformar um antigo armazém de café dos tempos áureos, hoje dublê de rodoviária, em cinema mesmo, de verdade. Não bastasse a ne-cessidade premente da cidade que respira arte – primeiro com Candinho, agora com o cinema produzido em seus quintais –, o local é icônico:

neste mesmo armazém de café tra-balhou por muitos anos, como con-ferente, o pai de Caetano Jacob. “O Castigo” levou dois meses só para editar. “Era tudo corte seco, feito na câmera mesmo. Fazíamos exibição-teste, como os grandes estúdios de Hollywood, só que para descobrir os erros. Aí tínhamos que regravar trechos inteiros”, conta José Luís Perez. Do primeiro longa até 2002 era tudo feito em VHS. Em 2003 entrou em cena o sistema digital. “Amargo Regresso” marcou a chegada do HD (Alta Definição) e da edição não linear.

A produção de cinema de Brodowski cabe na mesa de 1 metro e no coração de 20 mil habitantes

Fer

nand

o B

ueno

Porta-Luvas

Mas a história do cinema de Brodowski não pode ser contada sem José Luís “Mith” Mantoani. Hoje um tanto afastado do labor do cinema, recuperando-se rápido de um problema de saúde, o bancário aposentado, cinéfilo e colecionador de filmes introduziu a trilha sonora escolhida com foco nos quatro últimos filmes do grupo. É também roteirista, produtor e diretor. O técnico em refrigera-ção Clóvis Martins da Silva, de 60 anos, atende também, até hoje,

por onde passa, por Coronel Fer-reirinha, personagem que viveu no primeiro filme, “O Castigo”. O ator, contudo, lembra com carinho e orgulho a produção que mais gostou. Em “Aconteceu Naquele Dia” viveu, ora pois, um técnico em refrigera-ção. E viu parte da família em cena. João, seu filho, viveu o mesmo papel que Silva na juventude. “A gente tem amor e gosta de fazer cinema. Meu compromisso com o grupo todo é grande. Faço com amor”, completa.

Cena de “Amargo Regresso”, sobre a Revolução

Constitucionalista de 1932

Ant

onio

Lui

z G

rotti

Porta-Luvas

>> Culinária Típica

O caminho para chegar ao sítio Santa Tereza não é fácil. Depois de passar por Dois Córregos (221 km de São Paulo), ainda são cerca de 15 quilômetros em estrada de terra, em meio a uma paisagem de tirar o fôlego, esperando ansiosamente pela próxima plaquinha indicando “Goiabada Cas-cão”. O fim da viagem reserva quatro doces surpresas: a melhor goiabada cascão da região e as três irmãs Paulo - Maria de Lourdes, Geralda e Luzia. Em frente à casa simples, um fogão à lenha com aquele jeito de que nunca fica apagado. O freguês passa a varan-da e vai entrando porta adentro até chegar a uma cozinha típica de fazenda que abriga mais um forno à lenha, também sempre aceso. Nas paredes, prateleiras e mais prateleiras onde repousam panelas e mais panelas de metal reluzente. Parece uma coleção. Logo após o almoço, Dona Geralda – uma senhorinha com menos de metro e meio e 75 anos - já está com as goiabas sobre a mesa, cortadas e lavadas, espe-

rando para começar a produção do dia. Ela parece não tomar conhe- cimento da sua idade: acorda todo dia de madrugada, carpe o sítio, cuida dos animais, tira leite da vaca e volta para a casa para “começar o dia”. As goiabas vão passando pelo moedor de carne para formar a massa do doce. “Eu coloco a goiaba inteira, com casca e tudo, só tiro as sementes”, diz Geralda. A massa é pesada e depois ela separa a mesma quantidade de açúcar. “É sempre um pra um. Não tenho problema de contar a receita pra todo mundo que vem aqui. Todos voltam para dizer que a nossa goiabada tem gosto dife-rente”, conta ela com um sorriso maroto. A massa vai para um grande tacho de cobre para apurar no fogão lá de fora, onde Dona Maria, 82 anos, já espera para começar a mexer o doce com sua enorme colher de pau. São cerca de duas horas mexendo sem parar, não se importando com os respingos ferventes nas mãos e braços. “Não posso parar

Doce bom é feito com casca e tudo lha-ço faz da arte a transformação

MilenaArthur

IrmãsdeDoisCórregosmantêmatradiçãodeumareceitaquefaz

sucessohámaisde40anos

14

Porta-Luvas

Sítio Santa Tereza – Fazenda Morro AltoComo chegar: No km 270 da Rodovia Antonio Prado Galvão de Barros/SP 304, pegar o acesso por terra para a Estrada Municipal DCR-040. Seguir por aproximadamente 15 km até a entrada do sítio. No caminho existem placas indicando “Goiabada Cascão”. Diretoria Municipal de Cultura e Turismo (14) 3652.3666 www.doiscorregos.sp.gov.br

Porta-Luvas

senão empelota tudo”, diz Maria. Depois da fervura elas colocam o açúcar, mexem um pouco mais e então o doce pronto vai para as caixas de madeira que dão a assi-natura final à goiabada cascão. Essa é a rotina delas há mais de 40 anos. E tudo começou por necessidade de complementar a renda da casa que não se sus-tentava somente com o trabalho na lavoura de café. As irmãs Paulo nasceram em Brotas e vieram morar e trabalhar na Fazenda Morro Alto acompanhando o pai que era funcionário da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Quando ia para a lavoura, Geralda levava um pouco de goiabada que deixava embaixo da árvore e ia então colher café. Mais tarde, ao retornar, percebia que seu doce tinha sido comido. “Um dia falei para os co-legas: por que não compram o doce ao invés de pegar? E eles disseram: então traz que a gente compra”, conta ela, lembrando de quando sua receita familiar tornou-se uma fonte de renda. No ano passado o time teve um desfalque com o falecimento da irmã mais velha D. Anísia. A goiabada cascão das irmãs Paulo começou a ganhar fama na medida em que elas iam sendo convidadas a participar de eventos e festas na região. Mas a maior divulgação aconteceu

quando elas passaram a fazer parte dos expositores do Reve-lando São Paulo, o maior evento da cultura tradicional paulista que acontece anualmente em setembro na capital. Elas chegam a produzir 200 quilos de doce para os dez dias da feira porém nunca é su-ficiente: “nosso estoque sempre termina antes do fim do evento; tem gente que leva quatro ou cinco quilos de goiabada”, conta Geralda. Elas também produzem outros tipos de doces como de leite, de cidra, de mamão, rapa-dura, além de um queijo bem caseiro para acompanhar tudo isso.

As irmãs Geralda e Maria cuidam do tacho para o doce

não empelotar

16

Porta-Luvas

CURIOSIDADES

• A goiaba é uma fruta genuinamente brasileira rica em vitamina C, cálcio e outros nutrientes. A goiaba vermelha tem ainda o licopeno, substância antioxidante que ajuda a prevenir o câncer. É parente da guabiroba, jabuticaba e da uvaia.• O escritor inglês William Shakespeare não poderia imaginar, em 1.595, que ao criar seus mais célebres personagens tam-bém estava batizando uma das mais conhecidas duplas da cu-linária brasileira: Romeu e Julieta, ou Queijo com Goiabada.• A goiabada cascão foi um dos itens levados na bagagem da seleção brasileira de futebol para a Copa da África em 2010. O queijo com goiabada é uma das sobremesas preferidas dos atletas.• A expressão “goiabada cascão” tem duas origens prováveis. Uma delas conta que os cozinheiros escravos faziam a goiaba-da com a polpa para os senhores proprietários das fazendas. O que sobrava – as cascas e as sementes – era usado para fazer uma goiabada diferente e bastante saborosa: e essa ganhou o nome de “cascão”. Outra história diz que antigamente a goiaba-da era colocada em caixas forrada com papelão para evitar que vazasse. Depois de seco, o doce era desenformado e alguns pedaços do papelão ficavam grudados, dando a impressão que havia uma casca.

Romeu e Julieta é o casamento perfeito do Queijo com a Goiabada

Porta-Luvas

>> Humor

O pão de cada dia ganho como suor da risada em cada tira

JulianeFreitas

Tem gente que perde o amigo, mas não perde a piada. Tem gente que se sente a própria piada – brasileiros, vivendo de sa-lário mínimo, pagando impostos, sem saneamento básico e sem saúde... E tem gente que vive de piada. Da própria e da alheia. Dos políticos. Da vida. Cartunis-tas e quadrinistas se encaixam neste perfil. Eles têm o dom de retirar das situações cotidianas mais prosaicas o senso humo- rístico e sarcástico, e com tra-ços inconfundíveis retratam o dia a dia, a vida e morte Severina, este pequeno e duro espaço de tempo que dura a passar, entre o Carnaval e o Reveillon. E o interior paulista é fértil em pro-fissionais que fizeram e fazem do quadrinho seu ganha-pão em cada traço. E muitos, creiam, chegam a ser escolhidos e trabalham para grandes editoras americanas do setor.

Um nariz na ferida nacional

Ninguém em Ribeirão Preto conhece César Augusto Vilas Boas. Ou quase ninguém. Ou os amigos apenas. Ou os vizinhos, os amigos jornalistas, os publicitários ou aqueles que – eles podem até negar – sempre

começam o dia e a leitura dos jornais pelas tirinhas. O César gosta mesmo de atender pela emplumada e divertida alcunha de Pelicano, um dos maiores e mais importantes cartunistas e quadrinistas brasileiros. Nascido no norte do Paraná, em Jandaia do Sul, é irmão do Glauco, o criador do Geraldão, morto tragicamente no início deste ano. Até começou na imprensa depois do irmão mais novo e levado pelas mãos deste. Pelicano mudou-se para Ribeirão Preto, em 1973, para estudar. Formou-se em Engenharia Civil.

Ser

gio

Mas

son

PELICANO

Porta-Luvas

Apesar de ter criado persona-gens marcantes como o junk dog Bililas e o Operário Pedrão, é dos políticos que ele gosta mais. Em cartuns e tiras diárias, a política e as agruras de ser brasileiro fa-zem de Pelicano o tradutor da in-dignação nacional sem voz.

Pegada de família e prêmios

O cartunista vem de uma família de artistas. Sua mãe, Cidu, se dedicava à pintura e influenciou os filhos. Em dias de chuva, no apartamento em Marealva, também no Paraná, Pelicano e Glauco, quando pequenos, eram postos por ela para desenhar. E ele confessou ao jornalista Angelo Davanço, autor do fanzine A Falecida, em 2000: “Até hoje, quando dá um tempo de chuva, bate aquela vontade de sair desenhando”. Os trabalhos de Pelicano foram publicados na maioria dos jornais e revistas do interior de São Paulo e também n’O Pas-

quim, Folha de São Paulo e Jor-nal e no Guia das Profissões da UNESP. Publicou, em edição na-cional, a revista Prato Feito, pela editora NovaSampa. Já são 58 anos de vida, 32 deles dedicados aos quadrinhos e cartuns. Seu trabalho pode ser visto no Tribuna, de Ribeirão Preto, Comércio de Jahu, Portal Movimento das Artes e Rede Bom Dia de jornais (Bauru, São José do Rio Preto, Jundiaí, Sorocaba, região do ABC, Itatiba, Catanduva e Marília). Pelicano foi cinco vezes premiado no Salão Internacional de Humor de Piracicaba e recebeu o Prêmio de Melhor Cartum Nacional no Salão de Humor do Piauí.

Ser

gio

Mas

son

Charges de Pelicano publicadas no

jornal Tribuna de Ribeirão Preto

Porta-Luvas

O talento de Araraquara

Lucas Lima, aos 12 anos, desenhava com canetas esfero-gráficas, xerocava todos os de-senhos, montava em formato de gibi e corria atrás de patrocínio junto a amigos e parentes. Pau-lista de Araraquara, o jovem inspi-rava-se em Maurício de Sousa, o pai da Mônica, do Cebolinha, do Cascão. O quadrinista e cartunista, hoje com 31 anos, já trabalhou como diagramador em revista de automóveis, em São Paulo e na Espanha, antes de retornar à ci-

dade natal e se dedicar à paixão da infância. Desde 2003, Lucas faz cartuns, histórias em quadrinhos, caricaturas, ilustrações, produção de mascotes e editoriais. Seu trabalho é publicado em Ribeirão Preto, Araçatuba, Goiânia, Londrina e Rio de Janeiro.

Um garoto chamado Nicolau

Em 2007, o araraqua-rense lançou “Nicolau – Primeiras Histórias”, com 1.500 exemplares pela Editora Junqueira e Marin, com a “vida e obra” do garoto de cabelos claros. Por causa do sucesso do personagem Nicolau, publicado em jornais de todo o País, as tiras foram adaptadas pela Cia. Polichinelo de Teatro de Bonecos, e a peça, apre-sentada na entrega do HQ Mix (o Oscar nacional dos quadri- nhos), prêmio ao qual o site do autor – www.lucaslima.com

c o n c o r r e u n a categoria “Melhor Web Quadrinho do Brasil”. Lucas Lima lançou, em março deste ano, em Ribeirão Preto, seu segundo livro. “Nicolau e Seus Queridos Vizinhos” reúne o cotidiano dos moradores de um edifício, onde convivem, entre outros, o folgado porteiro Potiguar e o papagaio boa

praça e falante Marcel. Lima se considera um felizardo por viver de seu trabalho e arte. Segundo ele, o mais difícil é compet i r com o trabalho estrangeiro. Por isso, ele valoriza os jornais que incentivam os cartunistas nacionais.

Car

olin

a A

lves

LUCAS LIMA

Porta-Luvas

HQ piracicabano

Tatiane Martins Barreto

Piracicaba é cenário de outro personagem que se en-quadra no enredo desta história. Maiolo, ou melhor, Marcelo Hen-rique Maiolo, nome de registro que ficou mesmo só no papel. Maiolo, como Lucas Lima, tam-bém sofreu de amor à primeira vista com os gibis de Maurício de Souza, mas com ele foi apenas troca de olhares. Logo que en-trou no mundo dos quadrinhos se divorciou das histórias da Turma da Mônica para se aventurar com as do X-Men. O colorista de 28 anos, atualmente responsável pela coloração da publicação internacional Teen Titans da DC Comics, Warner Bros Entertain-ment Company, considera que sua carreira começou há cinco anos, mas já faz nove que está na estrada pintando sua biografia. Na infância, Maiolo não usava quase nenhum lápis de cor em seus desenhos. “Minhas ilustrações eram em preto e branco, odiava pintar”, diz. Mas como toda história tem seus altos e baixos, foi na cor que se con-sagrou nos HQs internacionais. Além da DC Comics, o colorista já fez um trabalho para a Glass House Graphics, outra gigante das HQs nos Estados Unidos, e recoloriu trabalhos do arquivo digital da Marvel Comics. Maiolo é quem define as nuances que serão usadas na coloração do Teen Titans. Ele

primeiro lê a história e a interpreta a seu gosto, cria a paleta de cores para a edição, geralmente com tons fortes. “Exige muita con-centração. A cor pode mudar a interpretação da história”, fala. Depois de terminado env ia para o ed i to r, tudo digitalmente. A l é m d i s s o, M a i o l o s e g u e c o m s e u e s t ú d i o, A r t S t u d i o C a n v a s - w w w. s t u d i o c a nva s . c o m . b rem Piracicaba. Para ele, que também é felizardo por conseguir viver de seu trabalho e sua arte como Lucas Lima e Pelicano, nossos outros personagens desta história, falta a glória, o The Harvey Awards, o Cannes dos HQs.

MAIOLO

Porta-Luvas

>> Dança

Ainda na década de 1980, as inquietudes e os questio- namentos da jovem Paula Vital Reis motivaram a adolescente e bailarina a definir o rumo de sua vida. Hoje, aos 44 anos, ela sabe que a escolha foi certeira. Por meio da dança, descobriu um mundo novo, uma conexão com algo maior, divino, como ela mesma diz. Decidiu, então, estudar Psicologia, para fundamentar metodologicamente as sensações proporcionadas pela dança. Surgiu a semente do Dança Vida, projeto desenvolvido em Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, que já tem reconhecimento internacional. Hoje, além de gerir o pro-jeto, Paula ministra workshops e escreve um capítulo para um livro que será publicado pela Unesco (Fundo das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) sobre a história do Psicoballet.

A dança vital que deu poder aos jovens sobre si mesmos

MarianaAnselmo

PaulaVitalReis,idealizadoradoProjetoDançaVida,falanestaentrevistaespecialaPorta-LuvassobreatrajetóriadotrabalhoqueensinadançaeculturaesociabilizajovensdaperiferiadeRibeirãoPreto,nointeriordeSãoPaulo

A coreógrafa e idealizadora do Dança Vida, Paula Vital Reis

Lidi

a M

urad

ás

22

Porta-Luvas

formada por 12 professores e dois encarregados do Setor Adminis- trativo, ajuda quem não tem documentos a tirar e faz análise clínica e psicológica. Futura-mente, esperamos abrir vagas para pessoas que possam con-tribuir financeiramente, para que ajudem a tornar o projeto autos-sustentável, mas mantendo a característica de 90% dos alunos de baixa renda. Hoje, existe uma lista de espera de 20 pessoas que querem participar o projeto.

Porta-Luvas: Comofoisuaevolução?Paula: As primeiras aulas começaram em 1995, em um espaço de cimento, na periferia da cidade. Às vezes as aulas eram feitas na rua, com o som do carro ligado. As pessoas passavam e se interessavam. Começamos com 160 crianças e adolescentes e, ao longo desses 15 anos, cerca de 1.300 pessoas já passaram pelo Dança Vida. Tivemos várias sedes. Passamos pela Vila Tec-nológica, Casa das Mangueiras, onde realizamos trabalhos com menores infratores, Agência Cul-tural do Banco Ribeirão Preto, Sala de Dança do Theatro Pedro II e Estúdios Kaiser de Cinema. Já realizamos cinco espetáculos, dois documentários, uma mostra coreográfica e uma exposição fotográfica. O espetáculo Corpos de Luz, de 2005, foi apresentado para o presidente Lula e ministros e foi aplaudido de pé.

Porta-Luvas: OqueamotivouacriaroDançaVida?Paula Vital Reis: Eu queria oferecer às pessoas que não tinham condições de pagar uma aula de dança ou realizar alguma atividade cultural a oportunidade desse contato com algo superior, sentir as modificações físicas e mentais que passamos quando vivemos uma experiência assim. Quando iniciei os estudos de Psicologia já queria realizar um trabalho desse tipo e, ainda na graduação, comecei a estudar os impactos neuropsicológicos vivenciados em diversas situações. Realizei trabalhos para ver as reações que os adolescentes apresentavam no período da escolha da profissão e como as características das educadoras influenciavam crianças nas creches, por exemplo.

Porta-Luvas: Comoéestruturadooprojeto?Paula: O Dança Vida se baseia nos princípios do Psicoballet, criado em Cuba, por Georgina Garcia, que conheci em 1998. Atendemos, hoje, cerca de 130 alunos, que participam das oito oficinas de dança realizadas no Centro Comunitário da Vila Virgínia e no Sanatório Espírita Vicente de Paula. Podem participar pessoas de 7 a 25 anos, que sejam aprovadas em uma avalia-ção de situação socioeconômica e histórico familiar. Cuidamos de forma global dos alunos. A equipe,

Lidi

a M

urad

ás

23

Porta-Luvas24

cação, a Ciência e a Cultura) como o primeiro Centro Referencial de Psicoballet para a América Latina e Caribe no Brasil. A trilha sonora de Ivan Vilela, que será usada em nosso próximo espetáculo, rece-beu prêmio da Funarte (Fundação Nacional de Artes). Também somos, desde 2005, Ponto de Cultura em Ribeirão Preto.

Porta-Luvas: VocêestevediversasvezesnaEspanha. ODançaVidaé reconhecidoporlá?Paula: Sou formada em Psico-logia pela USP (Universidade de São Paulo) e me especializei em Análise Bioenergética pelo Instituto Internacional de Análise Bioenergética da Suíça. Por isso, fui convidada para participar de um congresso com o tema Self (Alma) e a Comunidade, realizado na Universidade de Barcelona. A sala ficou lotada e a, partir daí, surgiram novos convites e workshops. Em março deste ano comecei a atuar com profissionais da Progress, uma empresa espanhola de gestão de projetos sociais.

Porta-Luvas: MarceloRosembaumeRodrigoSantoroapoiamoDançaVida.Comoeles conheceramoprojeto?Paula: Parte da família do Rodri-go Santoro é de Ribeirão Preto. Um dia ele viu um ensaio nosso e acabou se emocionando. Ele contribui emprestando sua imagem

Porta-Luvas: Qualamaiordificuldadequevivenciam?Paula: A falta de uma sede própria. Por diversas vezes tivemos que interromper as ativi-dades por falta de espaço. Diversos prédios que poderiam ser usados para o desenvolvimento de projetos culturais estão fechados, sem uso, e existe muita burocracia. Além disso, se outras grandes empresas seguissem o exemplo da Companhia de Bebidas Ipiran-ga e da Passalacqua, que nos apoiam, faríamos apresentações internacionais.

Porta-Luvas: Oqueémaisgratificante?Paula: A maior alegria é ser uma facilitadora da expressão da vida humana. Ver pessoas que acha-vam que não tinham valor e que trazem o seu melhor por meio da dança, que ajuda a desper-tar a beleza. É recompensador ver o poder que esses jovens ganharam, como eles podem se tornar donos de si mesmos, fazer escolhas conscientes, ganhar discernimento crítico sobre a re-alidade, ampliar a visão sobre a estrutura dos eventos e do pro-cesso criativo, com ética e profis-sionalismo.

Porta-Luvas: Oprojetojáganhouprêmios?Paula: Sim. Temos o Selo Cultura Viva, o Prêmio Escola Viva, somos reconhecidos pela Unesco (Fundo das Nações Unidas para a Edu-

Porta-Luvas 27

Porta-Luvas: QualopróximopassodoDançaVida?Paula: A partir de 2005 iniciamos um trabalho voltado para a dança profissional, para os alunos que cresceram junto com o projeto. Os alunos da Companhia de Dança fazem aulas diariamente e recebem uma bolsa auxílio. Já os profissionais recebem salário. Assim que conseguirmos uma sede própria implantaremos o primeiro curso técnico de dança, com aulas gratuitas, em Ribeirão Preto. O curso já está aprovado pelo Ministério da Educação e terá duração de dois anos. Nosso objetivo é fazer audições internas e externas e proporcionar um plano de carreira para os jovens.

para comerciais sobre o projeto e nossas apresentações. A produ-tora A Ilha, também de Ribeirão Preto, produz nossos vídeos. Já com o Rosembaum, a parceria começou quando ele esteve na cidade para um evento de ar-quitetos. Nesse dia fizemos uma apresentação, ele viu o trabalho, reconheceu a seriedade que transparece nas apresentações e quis contribuir. Desde então assina a produção dos nossos cenários e faz doações.

Falta de sede própria é o maior obstáculo à implantação do

primeiro curso técnico gratuito de dança em Ribeirão Preto

And

ré D

ib

Porta-Luvas26

>> Patrocinador

Criado em Julho de 2008 para coordenar as atividades de Responsabilidade Social Corpo-rativa da OHL Brasil, o Comitê de RSC da empresa completa dois anos com muita atividade. Focado na Educação, na Saúde, no Meio Ambiente e com apoio sistemático à Cultura, sob a coordenação da Diretora Jurídica do Grupo, Maria de Castro Michi-elin, o comitê já tem em seu cur-rículo reconhecimentos significa-tivos como a inclusão do Projeto Escola OHL Brasil no catálogo de boas práticas da Unicef, braço da ONU – Organização das Nações Unidas para atenção à educação e à infância. Para ela, “é uma compro-vação da importância e da quali-dade do projeto, mais um reco- nhecimento como tantos outros e agora de caráter internacional, o que demonstra o acerto do Pro-jeto Escola OHL Brasil, aplicado com ideais de solidariedade, ética, respeito ao espaço público e, acima de tudo, respeito à vida”. A gestão articulada das

Dois anos de muita responsabilidadesocial corporativa

ClaudioCarvalho

áreas que compõem esse quadri-látero de atuação sob a coorde-nação do comitê é muito inte-ressante, pois todas as ações, realizadas com gestão eficiente e de qualidade, estão direciona-das para o negócio de operação e administração de rodovias, que a OHL Brasil realiza por meio de nove concessionárias em cinco estados da Federação: São Pau-lo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, to-talizando 3.226 quilômetros de rodovias sob sua administração. As ações de Responsabili-dade Social se concretizam paralela e concomitante à administração das con-cessões e os números re- presentam o porquê de se comemorar dois anos com muita ênfase. O Viva Meio Ambiente é um bom exemplo disto. Pro-grama novo, criado em 2009 como sub-programa do Projeto Escola, ele é realizado nas regiões das concessionáriasAutopista Fernão Dias (BR

Porta-Luvas 27

381- Rodovia Fernão Dias, de São Paulo a Belo Horizonte), Autopista Fluminense (BR 101- Rodovia Governador Mário Covas, do final da Ponte Rio Niterói até a divisa entres os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo), Autopista Litoral Sul (BRs 376, 116 e 101, ligando Curitiba a Flo-rianópolis), Autopista Planalto Sul (BR 116 que liga Curitiba à divisa de Santa Catarina com o Paraná) e Autopista Régis Bitten-court (BR 116 – Rodovia Régis Bittencourt entre São Paulo e Curitiba). Até o momento já foram realizadas cinco etapas do Viva Meio Ambiente, envolvendo 64 escolas, cerca de 1.700 profes-sores e mais de 28 mil alunos, com foco no estímulo à prática da cidadania e da ética

no convívio social, reflexão sobre o papel de cada um na socie-dade, aspectos que conduzem à consciência e respeito ao meio ambiente. Em educação, nosso foco é o Projeto Escola OHL Brasil, que trabalha com 221 escolas, mais de sete mil professores e cerca de 140 mil estudantes do ensino infantil, fundamental, médio e do EJA (Educação para Jovens e Adultos). A metodologia envolve a capacitação dos educadores, reuniões pedagógicas bimestrais, visitas de alunos às sedes das concessionárias, visita da equipe

Humanização no trânsito por meio da Educação.

Porta-Luvas28

do projeto às escolas, material pedagógico desenvolvido pelo projeto, que tem como caracte-rísticas a colaboração para que construamos uma sociedade mais segura, tranquila e feliz. Em relação à saúde, rea-liza-se cerca de uma campanha por mês junto aos motoristas que trafegam pelas rodovias admi-nistradas pelas concessionárias da OHL Brasil. Em cada cam-panha, os motoristas, principal-mente caminhoneiros, realizam exames de glicemia, triglicérides, colesterol, massa corpórea, ava-liação do câncer bucal, exames cardiológicos e são vacinados contra febre amarela, hepatite B, entre outras. Até hoje foram rea-lizadas 104 campanhas e atendi-dos 82.500 motoristas. Sob essa ótica, está no planejamento para 2011 e anos subsequentes o incremento de todas as ações, o alinhamento corporativo e organizado das práticas eventualmente ainda realizadas localmente, mais di-vulgação dos feitos e dos progra-mas, calendário único, incentivo ao voluntariado, programas volta-dos para os empregados, entre outras coisas. Além disso, a adoção, em definitivo, da ideia de incentivar projetos esportivos autorizados pela Lei de Incentivo ao Esporte, do Ministério dos Esportes, com

a ideia de contribuir para o de-senvolvido das várias modali-dades esportivas no País, prin-cipalmente em períodos em que dois grandes eventos mundiais têm o Brasil como sede (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016). Atualmente a OHL Brasil patrocina dois projetos. Um é o Esporte para Todos, realizado no bairro de São Matheus, em São Paulo, sob a coordenação do ex-pugilista e medalhista olímpico, Servílio de Oliveira. O projeto atende a quase 600 jovens da periferia da cidade, com várias modalidades esportivas. Outro é o Kimono de Ouro, projeto da Academia Mar-cos Mercadante, de Araras, com mais de 400 jovens alunos prati-cantes de judô e que se destaca em competições nacionais e in-ternacionais. Vale lembrar que o judô é uma das modalidades es-portivas que mais traz medalhas para o Brasil em competições como Olimpíadas e Campeona-tos Mundiais. Na área da cultura, o grande destaque de 2010 é o pa-trocínio para a 29ª Bienal de São Paulo, uma das mais importantes mega exposições de arte contem-porânea em todo o mundo e que alia à exposição um projeto edu-cativo extenso e que visa alavan-car a produção e o consumo de

Porta-Luvas 29

bens culturais no Brasil. A Bienal começou no dia 25 de setembro e vai até o dia 12 dezembro, no Pavilhão da Bienal, localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. “A Responsabilidade So-cial Corporativa da OHL Brasil se caracteriza pela melhoria con-tínua, inovação, integração, res-peito às diferentes realidades e populações, atenção à qualifica-

ção e ao aprimoramento profis-sional dos empregados envolvi-dos, mesmo que seja por ação voluntária, preservação do meio ambiente, questões que são também alinhadas com a OHL espanhola, que apoia e incentiva nossa atuação”, complementa Maria Michielin, a coordenadora do comitê de Responsabilidade Social da OHL Brasil.

Preocupação com o meio ambiente e qualidade de vida

fazem parte dos projetos da OHL

Porta-Luvas

Porta-Luvas

Porta-Luvas