Revista Portuária - 04 Abril 2016 - Anuário

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ONDE NÃO HÁ CRISE Construção civil, turismo e indústria são alguns dos segmentos em crescimento no território catarinense

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Revista Portuária - 04 Abril 2016 - Anuário

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1ANUÁRIO ABRIL, 2016

ONDENÃO HÁCRISE

Construção civil, turismo e indústria são alguns dos segmentos em crescimento no território catarinense

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2 ANUÁRIO ABRIL, 2016

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ONDENÃO HÁCRISE

Construção civil, turismo e indústria são alguns dos segmentos em crescimento no território catarinense

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3ANUÁRIO ABRIL, 2016

APROVEITE AGORA E COMPRE UM APARTAMENTO COM SELO DE QUALIDADE PRIME BRASIL.

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EXPEDIENTE

Diretor Carlos [email protected]

Coordenação de JornalismoMarjorie Basso [email protected]

ReportagemKarine Mendonça

CapaLeandro Francisca

Projeto GráficoLeandro Francisca

ComercialSônia Bittencourt

47 . 8405.9681

Rosane Piardi

47 . 8405.8776

VIRTUAL BRAZIL Ltda+55 48 3233.2030 | +55 48 9961.5473

MAIL: [email protected]

SKYPE: [email protected]

Anuário2016

Publicação BT EditoraRua Anita Garibaldi, nº 425

Centro Itajaí - 47 . 3344.8600

bteditora.com.br

Siterevistaportuaria.com.br

Críticas e sugestõesFone: 47 . 3344.8600

[email protected]

Impressão

Tipotil Indústria Gráfica

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9ANUÁRIO ABRIL, 2016

EDITORIAL

A revista não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos

assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores.

Nem muito menos pelo crédito e fotos inseridas nas páginas dos

nossos anunciantes.

Transpondo barreiras

Se em anos anteriores os brasileiros puderam projetar cres-cimento nos mais variados setores, em 2016 o que todos querem é estabilidade. Uma expectativa razoável diante do momento de retração em todo o país. Contudo, como em

Santa Catarina muitas áreas apresentaram crescimento nos últi-mos meses, mostrando-se alheias ao cenário, até os mais caute-losos empresários se arriscam em um discurso otimista. Essa perspectiva surge justamente da capacidade que as empre-sas e setores têm de inovar e se reinventar. É nessa renovação que se está apostando neste ano. “Hoje talvez o mecanismo mais importante que a indústria catarinense tem para se recuperar é a inovação. Aproveitar esse período para evoluir em termos de pro-dutos, processos e a questão da qualificação dos trabalhadores”, comentou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte.E é exatamente o que vêm sendo feito. Se de um lado, o governo não aumentou a carga tributária, de outro o empresariado investe em capacitação para fortalecer suas marcas. No setor portuário a alternativa encontrada foi diversificar cargas e no varejo as pro-moções garantiram a movimentação. Santa Catarina ficou à margem do desemprego que assolou todo o país com séries de demissões em empresas de todos os ta-manhos. Chegaram a ocorrer cortes de pessoal, mas o mercado permanece contratando em volume excedente, sempre com uma margem positiva. Falando assim até parece um verdadeiro mar de rosas. Não exa-tamente. Em muitos setores o que se vê são patrões e trabalha-dores nadando contra a corrente. Uma correnteza que está dis-tante de acalmar e que se agita a cada novo episódio político. Não importa. Ao que tudo tem indicado, a economia catarinense tem formado exímios nadadores.

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10 ANUÁRIO ABRIL, 20169

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11ANUÁRIO ABRIL, 20169

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Mega salão do imóvelLitoral recebe em agosto a terceira edição do evento

BMW expande produção nacionalFábrica em Santa Catarina começa a produzir nova geração do X1

Mantendo o crescimentoMarketing e capacitação são grandes aliados das pequenas empresas

Cooperativas de créditoTaxas mais atrativas e divisão de lucros atraem clientes

BurocratizaçãoQuem sofre com os processos é o comércio exterior

Mercado imobiliário aquecido Opinião: setor se consolida como forte pilar da economia nacional

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SUMÁRIO

Maílson da Nóbrega e a recuperação da estabilidade

68Santa Catarina além da praia

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Clima desfavorável para produção de mel

Estado alheio à recessão

16Polo náutico nacional

SC é destaque na ADVB

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14 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Suínos e frangos

têm abate recorde em

2015

Agência Brasil

O abate de suínos cresceu 5,7% e o de frango 5,4% em 2015 na comparação com 2014, estabelecendo novos recordes. Os dados foram divulgados pelo IBGE e fazem parte dos resultados do abate de ani-

mais, produção de leite, couro e ovos referentes ao quarto trimestre do ano passado, divulgados juntamente com o fe-chamento de 2015.Em 2015, foram abatidas 39,26 milhões de cabeças de suínos, com a série anual mostrando crescimento ininter-rupto da atividade desde 2005, o que acabou culminando com o novo patamar recorde de 2015. O peso acumulado das carcaças de suínos alcançou 3,43 milhões de toneladas em 2015, com aumento de 7,4% em relação a 2014. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná lideraram o abate de suínos. Em relação a 2014, Santa Catarina e Paraná aumen-taram o volume de cabeças abatidas, enquanto o Rio Gran-de do Sul teve queda.

SC LIDERA EM SUÍNOSPRODUÇÃO

CouroA compra de couro pelos curtumes analisados pela Pesquisa Trimestral do Couro caiu 10,5% em 2015. Segun-

do o IBGE, os curtumes analisados pela Pesquisa Trimestral do Couro — aqueles

que curtem pelo menos 5 mil unidades in-teiras de couro cru bovino por ano — declara-

ram ter recebido 32,55 milhões de peças inteiras de couro cru bovino. A quantidade foi 10,5% me-nor que a registrada no ano anterior.

O abate de bovinos caiu 9,6% entre 2014 e 2015, com 30,64 milhões de cabe-ças contra 33,91 milhões em

2014. A queda teve reflexos também na produção de carca-

ças. Segundo o IBGE, a produção de 7,49 milhões de toneladas de carca-

ças bovinas em 2015 foi 7,1% menor que a do ano anterior (8,06 milhões de toneladas).O abate de 3,27 milhões de cabeças de bovinos a menos no comparativo 2015/2014 foi impul-sionado por reduções em 23 das 27 Unidades da Federação. As principais quedas foram em Mato Grosso (-811,42 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (-532,31 mil cabeças) e São Paulo (-471,46 mil cabeças). Mato Grosso, mesmo com queda de 15,2%, continuou liderando o ranking no país em 2015, seguido por Mato Grosso do Sul e Goiás.

LeiteA compra de leite também recuou entre 2014 e 2015 atingindo 24,05 bilhões de li-

tros no ano passado, queda de 2,8% em re-lação a 2014. Minas Gerais foi responsável

por 26,8% da aquisição de leite. Em segundo lugar, o Rio Grande do Sul (14,5%). Em relação

a 2014, a queda da aquisição de leite ocorreu em 21 das 27 unidades da federação. Houve aumentos apenas em Pernambuco (6,1%), Rio de Janeiro (5,5%), São Paulo (3,3%), Santa Catarina (0,4%) e Rio Grande do Sul (1,7%).

Ovos de galinhaA produção de ovos de galinha atin-

giu 2,92 bilhões de dúzias em 2015, um crescimento de 3,5% comparado a 2014. A

produção de ovos de galinha foi maior em todos os meses de 2015 se comparada a 2014.

O crescimento de 5,4% no abate de frangos, tam-

bém um novo recorde, re-flete o resultado acumulado no

ano passado (abate de 5,79 bilhões de cabeças de frango), o que levou o segmento a alcançar um novo patamar recorde.O peso acumulado das carcaças no abate de frangos em 2015 alcançou 13,14 milhões de toneladas, com alta de 5% em relação a 2014. A produção de frango cresceu conti-nuamente de 1997 a 2015, com uma única queda em 2009.

Bois

Frangos

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15ANUÁRIO ABRIL, 2016

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Mercado de embarcações de luxo em alta

Itajaí é uma cidade completa quando o assunto é a vocação náutica e naval. Referência em todos os se-tores, desde a atividade portuária à pesca, o muni-cípio também lançou âncoras no mercado de luxo:

lanchas, iates e embarcações que podem custar até US$ 5 milhões. Desde 2010 em Itajaí, a Azimut Yachts do Brasil, filial do grupo italiano Azimut-Benetti, participou da coroação do município no mercado náutico. De acordo com o CEO da empresa no Brasil, Davide Breviglieri, na época da instalação foram pesquisados diferentes localizações, mas foi Itajaí que apresentou o melhor custo-benefício. Ele ressalta que o desenvolvimento do mercado náutico está atrelado a diversos segmentos, como a presença de estaleiros, infraestrutura, agenda turística, poder de compra e força do comércio, além da qualidade da pres-tação de serviços. “Estabelecer uma fábrica de iates em uma cidade cada vez mais reconhecida como polo náutico brasileiro faz a diferença para o desenvolvimento dos negócios”. O exe-cutivo ainda revela que no ano passado a Azimut ofere-ceu um curso de formação de tripulantes, em parceria com o Senai, para os profissionais da fábrica em Itajaí.

PÚBLICO A REFERÊNCIA NÁUTICA

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17ANUÁRIO ABRIL, 2016

De Itajaí para o mundoNo ano passado a Azimut iniciou um processo de expan-são internacional, com a exportação dos modelos bra-sileiros para a América Latina e Estados Unidos. Outra novidade em Itajaí é a produção de uma nova coleção, a esportiva Verve. O primeiro modelo é um iate de 40 pés que atinge até 48 nós, ideal para quem gosta de conforto com altas doses de adrenalina. “Este modelo é bastante aceito pelos norte-americanos e já contamos com mais de 10 encomendas aos Estados Unidos para este ano. Tam-bém está disponível ao Brasil e demais países da América Latina”, revela o CEO.

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Crescimento Em 2015, a Azimut teve um crescimento de 15% e para este ano a estimativa é manter o mesmo percentual. Em dois anos a previsão é de quase dobrar a produção atual dos iates em função das ações realizadas no mercado brasileiro e expansão internacional.“Com a crise econômica há uma insegurança sim em todos os setores não apenas no náutico. Mas não afeta de forma tão sig-nificativa o mercado triplo A, o consumidor dos iates Azimut. Ou seja, mesmo em um cenário de incertezas econômicas, com estratégias bem planejadas, trata-se de um mercado atrativo a ser explorado”, avalia.A marca italiana percebe que seus clientes são seletos e não abrem mão do prazer de reunir amigos e familiares com o má-ximo conforto e de aproveitar os momentos de vida a bordo.

PÚBLICO A REFERÊNCIA NÁUTICA

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Marina ItajaíO início das atividades da Marina Itajaí é mais um elemen-to que ajuda a fomentar o mercado náutico no Estado. Ou-tra fabricant de embarcações de lazer sediada em Itajaí, a Fibraforte detém a marca de maior da América Latina em número de unidades vendidas e vislumbra a oportunida-de de novos negócios. Segundo o gerente de Marketing e Negócios da empresa, Rafael Ferreira, foi percebida uma perda de negócios locais por falta de espaço para arma-zenar as embarcações. Com a Marina Itajaí, estima-se que potenciais clientes devem voltar a adquirir barcos. O projeto da Marina Itajaí busca oferecer muito mais que praticidade e conforto aos proprietários de embarcações. O empreendimento será um imenso complexo turístico, comercial e de lazer. O espaço que já recebe os primeiros barcos ainda está em obras e contará com um centro co-mercial com bancos, cinema, academia, lojas, restauran-tes, além de um mirante com vista para o rio Itajaí-Açu. Ao todo, serão oferecidas 191 vagas secas e 192 molhadas.

Tedesco MarinaA vizinha Balneário Camboriú também contribui para o

aquecimento desse mercado. Além de lojas especializa-das que ajudam a impulsionar a produção de embarca-

ções em Itajaí, a cidade conta desde 2006 com a Tedesco Marina, localizada na Barra Sul.

Comumente, em setembro o empreendimento promove o Festival Náutico Tedesco Marina. O evento conta com

exposição de iates, lanchas, carros, motos, imóveis e outros produtos e serviços de alto padrão. Uma excelen-

te oportunidade para quem ainda não ingressou nesse segmento e busca conhecimento.

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Embarcações de grande porteAlém do segmento lazer, Itajaí, junto com a cidade de Nave-gantes, também é referência em estaleiros para embarca-ções de grande porte. Após 24 meses de trabalho árduo, o Oceana, lançou recentemente o navio PSV 4500 para operar na Bacia de Santos para a Petrobras.O estaleiro Oceana adota os mais modernos processos construtivos, instalações de última tecnologia e um contin-gente de mais de mil funcionários para construir embar-cações para a indústria de apoio offshore. Com capacidade para construir até seis navios por ano, a unidade foi projeta-da com importantes padrões de sustentabilidade.Segundo a empresa, a localização de Itajaí foi escolhida por sua notável vocação para construção naval, disponibilidade de mão de obra treinada e localização privilegiada em rela-ção à cadeia de fornecedores e clientes.

Esporte náuticoA prática de esportes náuticos e as grandes competições que a cidade tem sediado impulsionam ainda mais esse mercado. Itajaí está na disputa para sediar mais uma pa-rada da Volvo Ocean Race (VOR), a mais importante regata do planeta, com nove meses de duração. Além do possível retorno desta competição, que deve contar com apoio fi-nanceiro do governo do Estado, a cidade também recebeu pela segunda vez, em 2015, a regata francesa Jacques Vabre, consagrando o município como referência no apoio ao esporte náutico.

PÚBLICO A REFERÊNCIA NÁUTICA

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22 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Novas operações, inaugurações, crescimento. Os últimos acontecimentos sobre o cenário varejista, indústria e comércio exterior você encontra aqui

O Sindicato da Indústria da Construção Civil dos Muni-cípios da Foz do Rio Itajaí (Sinduscon) promove entre os dias 11 e 14 de agosto o 3º Mega Salão do Imóvel Itajaí. A edição de 2016 do evento contará com 130 es-tandes, apresentando os lançamentos e novidades dos segmentos imobiliário, de decoração e da indústria da construção civil. Os estandes estão sendo comercializados, sendo que aproximadamente 80% já estão reservados para em-presas da região. A expectativa é que neste ano mais de 40 mil pessoas visitem o salão, que ocorre no Centre-ventos da cidade.O presidente do Sinduscon, Charles Kan, afirma que a realização do Mega Salão do Imóvel em um ano como o atual, marcado por desafios na economia brasileira, é a forma que o setor tem de dar uma resposta de oti-mismo e criatividade a este momento de incertezas, criando novas oportunidades para divulgar os empre-endimentos e gerar negócios, além de valorizar suas marcas, produtos e serviços. “Em Itajaí e região, temos opções de imóveis para todos os perfis de público, o que torna o mercado muito pro-missor. Como teremos a oferta de mais de 2 mil imó-veis no salão, acreditamos que o evento será de grande interesse, mesmo para os visitantes que não tenham intenção de compra imediata, mas que podem vir a se planejar para o futuro. Aqui, eles terão a oportunidade de conhecer as empresas, suas histórias e os projetos que desenvolvem”.O Sinduscon pretende fazer do Mega Salão do Imóvel um evento grandioso e inovador, que aproxime os cons-trutores dos clientes e traga bons resultados para quem quer comprar e quem quer vender. Por isso, além dos estandes para divulgação e comercialização dos lança-mentos e novidades do setor, estão sendo programadas outras atrações, para todas as idades. Entre elas, uma agenda de palestras, rodada de negócios para empre-endedores, espaço gastronômico e áreas de recreação e convivência para as famílias.

Uma das mais renomadas redes de academia do Distrito Federal dará início ao processo de expansão dos negócios no Sul do Brasil a par-

tir de Balneário Camboriú. A primeira Unique Family Fitness Club de Santa Catarina será inaugurada até o início de abril no Balneário Shopping com a propos-ta de lançar um novo padrão de serviço no mercado welness da região.Instalada em uma área de mil metros quadrados, a Unique do Balneário Shopping receberá investimen-tos de R$ 6 milhões e promete repetir o sistema de atendimento que a consagrou em Brasília. Além dos equipamentos da Technogym – marca italiana pre-sente em algumas das melhores academias do mun-do - a unidade contará com diferenciais inéditos para o mercado local, a exemplo do sistema de toalheiro, secador de cabelos nos vestiários feminino e mas-culino, bancada para maquiagem e serviço de pas-sa-roupa gratuito. Alguns mimos também estarão disponíveis para os alunos, como absorventes e kits com agulha e linha de costura.

MERCADO EM FOCO

3º Mega Salão do Imóvel Itajaí

Grupo Unique expande negócios em Balneário Camboriú

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Santa Catarina foi o Estado escolhido pelos em-baixadores da União Europeia para um roteiro de visitas que ocorre todos os anos durante o mês de maio. Os detalhes da preparação do encontro já começaram a ser discutidos entre o governa-dor Raimundo Colombo, o secretário de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond e o embai-xador da Delegação da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho. A comitiva que virá a San-ta Catarina será formada por 25 embaixadores e seus conselheiros econômicos.A diversidade econômica e cultural de Santa Ca-tarina, índices de desenvolvimento social, como o grau de escolaridade da população, são apontados como um dos motivadores da visita do grupo eu-ropeu. Cravinho já antecipou que a comitiva terá interesse em conhecer os projetos desenvolvidos pelo Estado na área da Ciência, Inovação e Tecno-logia, setor apontado por eles como um dos em ascensão e que mais contribuirá com a economia.

Depois de 25 anos, o Porto de São Francisco do Sul voltou a operar celulose. O primeiro na-vio, com 5 mil toneladas, teve como destino o Golfo dos Estados Unidos. O segundo embarque ocorreu em março, com mais 5 mil toneladas, e o terceiro movimentou 7 mil toneladas. A carga é da empresa sul-matogrossense Eldo-rado Brasil e a viabilização da movimentação via São Francisco se deu graças ao esforço conjunto do armador Gearbulk e da Seatrade. Em 2015, o Brasil produziu cerca de 13 milhões de toneladas de celulose. A previsão é que em 2022 o número chegue a 22 milhões de toneladas por ano. Para que a operação se tornasse viável, foi neces-sário um acordo com a mão de obra avulsa. De acordo com Lierte Amorim Moreira, diretor da Se-atrade — empresa responsável pelo agenciamento da operação — o trabalho começou em dezembro de 2015. A empresa Eldorado Brasil é uma das maiores pro-dutoras de celulose do Brasil e agora exporta a sua mercadoria pelo Porto de Santos e pelo Porto de São Francisco do Sul.

Porto de São Chico na rota da

celulose

Embaixadores europeus desembarcam em SC

O BMW Group Brasil começou no mês passado a produção do novo BMW X1 na fábrica de Santa Catarina. A primeira unidade do novo BMW X1 deixou a linha de montagem ca-tarinense exatos 16 meses após o início da produção da

geração anterior em solo brasileiro. Atualmente, cinco modelos são produzidos em Araquari: além do novo BMW X1, também são fabricados os modelos BMW Série 1 e Série 3, BMW X3 e MINI Countryman.“A estreia da nova geração do BMW X1 na linha de produção de Araquari é o resultado do nosso comprometimento com os pa-drões de qualidade, que estão em total sintonia com as demais unidades fabris do BMW Group espalhadas pelo mundo. A produ-ção nacional do novo BMW X1, um dos veículos mais desejados de nossa marca, demonstra a representatividade do mercado brasileiro para os negócios do grupo”, afirma o vice-presidente sênior da fábrica do BMW Group em Araquari, Carsten Stöcker.O novo BMW X1 produzido no Brasil traz o motor TwinPower Tur-bo, 2.0 litros, de quatro cilindros em linha, equipado com a nova geração de motores com a tecnologia ActiveFlex, o que capacita o conjunto a aceitar gasolina ou etanol.

Crescimento dentro e fora do BrasilDesde que instalou a fábrica brasileira em Santa Catarina, o grupo BMW cresce ainda mais. No fim do ano passado a fábrica recebeu mais um prêmio troféu Fritz Müller, na categoria Gestão Ambien-tal, concedido pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma) do Estado. A premiação contou com a participação de 56 organizações, ins-critas em diferentes categorias, e que foram avaliadas pela Fatma. O prêmio, que está na 17ª edição, leva o nome do ambientalista e padre alemão, Johann Friedrich Theodor Müller, que viveu por 45 anos em Blumenau e é reconhecido mundialmente por seus estudos.Em contexto mundial o grupo também obteve êxito em 2015. Pela primeira vez a lucratividade excedeu 92,2 bilhões de euros e o lucro líquido do grupo aumentou 10%, ficando em 6,4 bilhões de euros.

Nova geração do BMW X1 começa a ser fabricada em SC

Lincoln Gomes, diretor de opera-

ções da fábrica em Araquari,

recebe prêmio Fritz Muller

MERCADO EM FOCO

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25ANUÁRIO ABRIL, 2016

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AUTOMAÇÃO

ÁUDIO

VÍDEO

Page 26: Revista Portuária - 04 Abril 2016 - Anuário

26 ANUÁRIO ABRIL, 2016

A franquia Ronaldo Academy, rede de academias do ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno, anunciou que abrirá a maior unidade do Brasil em Itajaí. As atividades de preparação futebolística iniciam neste mês na estrutura do Clube Almirante Barroso. O local receberá investimentos na casa dos R$ 2 mi-lhões e espera atender até 800 aspirantes a jogado-res de futebol. Em maio, o próprio Ronaldo deve vir ao município para acompanhar o desenvolvimento das atividades. De acordo com um dos sócios da aca-demia, João Paulo Silva, Itajaí foi escolhida por ser a única cidade da região a apresentar uma estrutura que se encaixasse no padrão da Ronaldo Academy. Com unidades em São Paulo e nos Estados Unidos, o município terá a maior franquia brasileira. As obras no clube iniciaram em janeiro. Haverá até cinco campos com grama sintética. Outras novidades ainda serão anunciadas, mas Silva adiantou para a Revista Portuária que o local também será aberto para ferinos e outras atividades esportivas, além de contar com uma loja de produtos do segmento. A Ro-naldo Academy é uma parceria entre a Sport Club Litoral e outros três sócios.

Luxo e sofisticação marcaram o evento da Audi, no Embraed Lounge, em Balneário Camboriú, no lança-mento estadual da nova versão do Q7. Convidados ficaram fascinados com os recursos disponíveis na nova versão do Q7. O top de linha, em versão única Ambition, foi totalmente reprojetado com materiais mais leves e resistentes. Com essas mudanças, o SUV ganhou em economia, eficiência ambiental, di-namismo e dirigibilidade.O evento contou com a presença do diretor de ven-das da Audi Brasil, Laercio Rosa, o diretor executivo do Grupo Breitkopf, Ênio Mário Sardagna, e o diretor comercial da Audi em Blumenau, Marcos Reis. Além deles, prestigiaram o lançamento gerentes e consul-tores de vendas das concessionárias do grupo.O grupo Breitkopf atua em todos os segmentos da Volkswagen no Brasil, representando, além dos au-tomóveis nacionais e importados, a linha de cami-nhões e ônibus VW, administração de consórcios e, desde 1995, revende os luxuosos veículos da marca Audi em Santa Catarina, com lojas em Blumenau, Florianópolis, Joinville e Criciúma.

Recentemente, o Ministério dos Portos sinalizou a eficiência dos Terminais Portuários Privados do país: 64,58% do comércio exterior realizado

por meio dos portos em 2015 foi por meio dos TUPs – terminais construídos e explorados diretamente por empresas, com autorização do Poder Público.Ao todo, a movimentação de cargas nos portos bra-sileiros bateu recorde histórico no ano passado, su-perando 1 bilhão de toneladas pela primeira vez na história. O volume alcançou 1,006 bilhão de tonela-das em 2015, 3,9% acima da movimentação de 2014, que totalizou 968,87 milhões de toneladas.“Estamos muito otimistas com o desempenho e acredito que vamos continuar na linha crescen-te de volume de carga transportada, como ocorreu em 2015, quando batemos recorde, ultrapassando a marca de 1 bilhão de toneladas movimentadas em nossos portos”, concluiu o ministro Hélder Barbalho.Os dados de 2015 mostram que a maior parte da carga movimentada, com uma parcela de 62,75%, foi de granel sólido. Em seguida, por participação, vieram granel líquido (22,37%), contêiner (9,87%) e carga solta (5,01%). Por tipo de carga específica, o destaque foi o minério de ferro com 364 milhões de toneladas movimentadas em 2015, com crescimento de 5,35% em 12 meses.

Terminais privados são responsáveis por 60% da movimentação do comércio exterior

Audi lança Q7 em Santa Catarina

Itajaí ganha escolinha do Ronaldo Fenômeno

MERCADO EM FOCO

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ENTRAVES CADEIA LOGÍSTICA

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O governador Raimundo Colom-bo falou a empresários e líde-res políticos do estado de São Paulo em março. O encontro

reuniu aproximadamente 150 pesso-as, no Clube Sírio, na capital paulista. Com o tema “Desafios e Oportunidades em Santa Catarina”, Raimundo Colom-bo foi o único palestrante no Fórum de Temas Nacionais 2016, promovi-do pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB). Ao dar as boas vindas aos convidados, o presidente da ADVB, Latif Abrão Jr., disse que a categoria, que representa o setor de vendas e marketing no Bra-sil, está preocupada com o atual ce-nário econômico do país e que está se esforçando em buscar alternativas de superação da crise. “Nesse momento, também estamos apreensivos. Será que vamos ter o que vender? Por outro lado, é com otimismo e qualidade que queremos mostrar que temos total ca-pacidade de enfrentar e vencer esses desafios”.O governador Raimundo Colombo co-meçou a palestra destacando a postu-ra de Santa Catarina no enfrentamen-to à crise. Disse que o Estado optou por não aumentar impostos, já que isso pune a sociedade e desanima os investidores. Citou também a reforma do modelo previdenciário que otimiza os pagamentos e ajuda a equilibrar as contas, com relação ao crescimento vegetativo da folha dos servidores es-taduais. Colombo também apresentou indica-dores sociais de Santa Catarina como o estado com maior longevidade, me-

nor taxa de mortalidade infantil e um dos melhores índices de emprego no Brasil. “Temos consciência de que não somos uma ilha. Mas estamos sendo rigorosos no controle das despesas e estimulando a nossa economia com a substituição de importações e a con-tinuidade dos investimentos. Se as pessoas não perderem o emprego, sairemos na frente e mais fortalecidos desse processo”.Sobre o atual papel da liderança po-lítica, Colombo disse que é essencial manter uma relação de confiança e de oportunidades, já que no momen-to atual as pessoas também passam a utilizar ou depender ainda mais dos serviços do Estado. “Eu não te-nho medo da crise. Nosso papel é o de criar ferramentas e oportunidades

que fomentem a competitividade. A sociedade está nos dando uma chance de ouro: de corrigir os erros acumula-dos e relevados durante muito tempo, a exemplo da Constituição de 1988, que foi concebida em um momento que não tem nada a ver com o Brasil que temos hoje”.Por fim, Colombo disse que é preciso surgir um novo modelo com base na mobilização, organização e conscienti-zação da sociedade. “Olhem a respos-ta que está vindo das ruas. As pessoas estão cansadas e não querem mais o modelo de Estado atual. O Brasil não precisa de um líder, mas de vários, em todos os segmentos. Vamos nos unir ao que é essencial para o futuro do país”, finalizou o governador.

ÍNDICES INVEJÁVEIS

Santa Catarina é destaque em fórum da

ADVB em São Paulo

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EM DEBATE

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31ANUÁRIO ABRIL, 2016

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O primeiro trimestre de 2016 se inicia amargo para os produtores de mel. Santa Catarina teve uma queda de 85% na última safra e não há produto dispo-

nível para exportação. Esta já é considerada a pior crise da história da apicultura catarinense. O prejuízo foi provocado pelo excesso de chuva durante a primavera, deixando estoques baixos até mesmo para o abastecimento do mercado interno. Consequentemente, o valor da commo-dity também sofreu reajuste. Agosto do ano passado sinalizava mais uma temporada próspera de mel, afinal, havia 6 mil toneladas estocadas em Santa Catarina. No entanto, a primavera trouxe consigo longos pe-ríodos de chuva. A água danificou a floração e deixou os apicultores sem produção. De acordo com o presidente da Câmara Setorial do Mel do Ministério da Agricultura e presidente da Fede-ração Catarinense de Apicultores (Faasc), Nésio Fernandes de Medeiros, as abelhas estavam saudáveis mas sem chance de transformar o néctar em mel. A safra da primavera é a principal do setor de apicultura, quando se abastecem os estoques para o ano seguinte. Medeiros revela que a pro-dução de primavera sequer alcançou a marca das mil toneladas. O comércio de mel só não deve estagnar de vez por conta de uma pequena safra que está para iniciar no nordeste do país. Espera-se a produ-ção de, pelo menos, mil toneladas de mel de eu-

ESPECIAL SEM ESTOQUE

Karine Mendonça

Chuvas comprometem exportações de mel

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33ANUÁRIO ABRIL, 2016

calipto para ajudar no abastecimento do mercado interno. “Enfrentamos hoje um problema de produção e não de comercialização. Não podemos fugir da lei da oferta e da procura. Infelizmente o preço vai aumentar no comércio varejista”, aler-ta o presidente da Faasc. Em média, os produtores vendiam o mel por R$ 8 o quilo. Com a escassez, o valor já chega às marcas dos R$ 11, sendo repassado ao consumidor por até R$ 40 o quilo.

Exportação comprometidaSanta Catarina é o maior exportador de mel do Brasil. Pelo Estado foram mo-vimentadas quase 6,2 mil toneladas do produto só em 2015. Entretanto, as ex-portações deste ano não devem atingir nem 20% deste valor. A previsão é da maior envasadora de mel e exporta-dora do produto, a Minamel Produtos Apícolas, de Içara. De acordo com o empresário Agenor Sartori Castagna, a falta de mel prejudica, inclusive, o

abastecimento do mercado interno. O setor já considera a perda de mer-cado para outros países exportadores, apesar de o Brasil ser maior exporta-dor de mel orgânico. “A única coisa que pode melhorar é o tempo. Não temos produto. Aguardamos algumas peque-nas safras ao longo do ano e vamos esperar pela próxima safra da prima-vera”, comenta Agenor.

O melhor mel é brasileiroHá duas edições do Congresso Interna-cional de Apicultura, o mel brasileiro é eleito o melhor do mundo. Tal reconhe-cimento abre as portas do mercado ex-terno para apicultores de Santa Catari-na, onde se reúnem tanto os melhores produtores quanto os maiores exporta-dores do produto. Segundo Nésio da Faasc, o mel brasi-leiro é classificado como orgânico. En-quanto a nossa vizinha Argentina uti-liza agrotóxicos e produtos sintéticos

para combater as enfermidades das abelhas, por aqui as pragas são com-batidas com produtos orgânicos. Apesar da qualidade do nosso mel, de acordo com a Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel) o maior exportador do commodity é a China, com a média de 620 mil toneladas anu-ais. Em segundo lugar aparece a Ar-gentina, com quase 130 mil toneladas de mel. O Brasil ocupa a oitava posição. Em tempos de boa safra, exportamos cerca de 25 mil toneladas anualmen-te. Nossos principais mercados são os Estados Unidos (75%), Europa (20%) e outros países com menor representa-tividade (5%).

Prateleiras vaziasOs reflexos da produção desastrosa de mel chegou às prateleiras de lojas especializadas. Em Itajaí, a oferta nes-te início de ano já sofreu uma queda e houve aumento de 20% no valor. De acordo com Marco Souza, responsável pelo setor de suprimentos de uma loja de produtos naturais, está muito difícil encontrar produtores com mel dispo-nível. Eventualmente, o estoque fica vazio e a clientela volta para casa de mãos vazias. Como não há expectativa de se importar o doce natural, o mel pode ser um item em falta nas mesas brasileiras. “A qualidade mel catarinense é exce-lente, o processo é mais artesanal. Existe muita falsificação de mel e nós precisamos ficar atentos”, comenta.

MEL NAS MÃOS DE POUCOSNa década de 1960, Santa Catarina re-gistrava cerca de 30 mil apicultores. Fa-mílias inteiras vivendo da produção de mel, com 350 mil colmeias em lugares estratégicos. Hoje, a Faasc está refa-zendo o levantamento com o apoio da Fundação Banco do Brasil e o Sebrae. Já foram cadastrados 3 mil apicultores. A expectativa é que este número não ul-trapasse os 6 mil. O número de colmeias permanece o mesmo, o que consagra o Estado como o maior produtor de mel. Em Santa Ca-tarina, as principais cidades produtoras de mel são Bom Retiro, Santa Teresinha e Içara, com colmeias nos principais pontos do litoral sul, planalto sul e re-gião serrana.

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34 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Em oito anos, mais de 1 milhão de brasileiros devem gerar sua própria energia

Atualmente, cerca de 90% das instalações de geração distribuída no país correspondem a painéis solares fotovoltaicos.Para o presidente executivo da Associação Bra-sileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, as novas regras aprovadas pela Aneel vão ajudar a fomentar o uso da geração

distribuída no país. “A revisão das normas vai pos-sibilitar ampliação expressiva da participação da

população brasileira na geração distribuída. O Brasil acabou de se posicionar como uma referência inter-nacional, na vanguarda na área de incentivo ao uso da energia de geração distribuída, em especial a geração solar”, lembra.

Você já pensou em gerar a sua própria energia elétri-ca em casa? Pois essa possibilidade já existe e deve ser cada vez mais comum no país. Segundo estima-

tiva da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até 2024 cerca de 1,2 milhão de residências no Brasil vão contar com energia produzida pelo sistema de geração distribuída, que permite que o consumidor instale pe-quenos geradores de fontes renováveis, como painéis solares e microturbinas eólicas, e troque energia com a distribuidora local, com objetivo de reduzir o valor da conta de luz.O diretor da Aneel Tiago Correia já instalou oito pla-cas de geração de energia solar em sua casa, o que vai atender ao consumo total da residência a partir de abril. Para ele, além da vantagem de usar apenas fontes renováveis, um dos benefícios da geração distri-buída é a redução de investimentos em redes de distri-buição de energia. “Ela traz a geração para próximo do consumo”, afirma.No dia 1ºde março, começaram a valer as novas regras aprovadas pela Aneel para a geração distri-buída no país, que devem aumentar a procura pelo sistema. Uma das novidades é a possibilidade de geração compartilhada, ou seja, um grupo de pesso-as pode se unir em um consórcio ou em cooperati-va, instalar uma micro ou minigeração distribuída e utilizar a energia gerada para reduzir as faturas dos

consorciados ou cooperados.Segundo Tiago Correia, essa mudança vai possibi-litar que mais pessoas adotem a geração compar-tilhada. “Quanto maior o sistema, mais barata é a instalação total, porque alguns custos são diluídos. Isso faz com que o retorno do investimento seja mui-to mais rápido, além de facilitar o acesso ao crédito cooperativado”, acrescenta.Também foi autorizado pela Aneel que o consumidor gere energia em um local diferente do consumo. Por exemplo, a energia pode ser gerada em uma casa de campo e consumida em um apartamento na cida-de, desde que as propriedades estejam na área de atendimento de uma mesma distribuidora. A norma também permite a instalação de geração distribuída em condomínios. Nesse caso, a energia gerada pode ser repartida entre os condôminos em porcentagens definidas pelos próprios consumidores.Quando a quantidade de energia gerada em determi-nado mês for superior à energia consumida, o cliente fica com créditos que podem ser utilizados para di-minuir a fatura dos meses seguintes. De acordo com as novas regras, o prazo de validade dos créditos passou de 36 para 60 meses.O potencial de crescimento é muito grande, e a taxa de crescimento tem sido exponencial, até porque a base ainda é baixa”, afirma Correia.

Crescimento

2016Entre

e2014as adesões ao modelo de geração distribuída quadruplicaram no país

424

conexões

conexões

1.930

Para este ano, o crescimento

pode ser de até

800%, segundo a

Aneel

SUSTENTABILIDADEAUTONOMIA

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35ANUÁRIO ABRIL, 2016

Custos

O investimento em um sistema de geração de ener-gia distribuída ainda é alto no Brasil, por causa do custo dos equipamentos, mas o retorno poderá ser sentido pelos consumidores entre cinco e sete anos, segundo o diretor da Aneel. “Se você pensar como um investidor, que tem um dinheiro disponível e gostaria de aplicar, traria um rendimento muito me-lhor do que qualquer aplicação financeira disponível hoje”, diz Tiago Correia.Já o responsável pela área de geração distribuída da empresa Prátil, Rafael Coelho, estima que uma residência consiga obter o retorno do investimento a partir de quatro anos, dependendo da radiação do local e do custo da tarifa. Para ele, o investimento vale a pena, especialmente porque o consumidor evi-ta oscilações na tarifa de energia.“Quando você faz o investimento em um sistema desses, é o equivalente a você comprar um bloco de energia antecipado, um estoque de energia, que po-derá usar por 25 anos sem se preocupar se o valor da energia vai subir ou vai descer”. Segundo ele, o

aumento da procura por equipamentos vai fazer com que o custo da instalação tenha uma redução nos próximos anos. “Como qualquer indústria, ela pre-cisa de escala para poder reduzir o custo unitário. Então, com o crescimento do setor, essa escala deve vir e consequentemente o custo para o cliente deve abaixar também”.Para a Absolar, o principal gargalo para o avanço do setor de geração distribuída no país é a questão tri-butária, especialmente nos 12 estados que ainda não eliminaram o Imposto sobre Circulação de Mercado-rias e Serviços, o ICMS sobre a energia da microge-ração. Em nível federal, o governo já fez a desone-ração do PIS-Pasep e da Cofins sobre o sistema. Em relação ao financiamento, a entidade espera que o governo mobilize os bancos públicos para a oferta de crédito com condições especiais para pessoas e empresas interessadas em investir em mini e micro-geração distribuída.

Agência Brasil

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Os efeitos do cenário econômico instável têm feito consumi-dores e organizações repensassem suas despesas. Pesqui-sar mais, reduzir custos e poupar investimentos de alto valor são só algumas das alternativas para amenizar os impactos no bolso. Dentro desse cenário, as cooperativas de crédito chamam a atenção pelos diferenciais oferecidos, como, por exemplo, isenção do IOF, taxas de crédito reduzidas e o retor-no das sobras no capital. Tudo isso faz com que o sistema se destaque em relação aos bancos. Para o gerente da agência de Brusque da Unicred Blumenau, Rafael Ratzmann, o momento econômico atinge todos os setores da indústria e comércio, mas, em contrapar-tida, pode criar novas oportunidades de negócio. “Ao mesmo tempo em que os consumidores estão mais cautelosos em relação a novas despesas, surgiram novas oportunidades de negócios. De um modo geral, é um período excelente para as cooperativas de crédito, já que as instituições privadas limi-taram as linhas de crédito”.O gerente explica que em uma cooperativa de crédito os as-sociados são vistos como donos do negócio e podem parti-cipar das decisões da instituição. Outras vantagens, como linhas de crédito diferenciadas, taxas de juros menores, as-sessoria financeira, programas educacionais e distribuição de sobras ao fim de cada exercício são outras vantagens ofe-recidas aos associados. A cooperativa onde Ratzmann trabalha, por exemplo, conta com mais de 8,2 mil associados. Sem fins lucrativos, a insti-tuição distribui o lucro entre os cooperados, bem como pro-porciona anualmente uma prestação de contas.

SEU DINHEIRO

Confira as diferenças em algumas das principais taxas

►IMPOSTOS (relacionados a operações de crédito para o consumidor final)Cooperativas: IOF de 0,38% no ato das operações

Bancos: IOF de 0,38% no ato + 3% a.a. para Pessoa Física e 1,5% para Pessoa Jurídica

►TAXAS DE JUROS (para crédito)Cooperativas: de 1,4 a 3,95 %

Bancos: 3,5 a 8%

►CHEQUE ESPECIALCooperativas: 6,9%

Bancos: de 9% a 14%

►CARTÃO DE CRÉDITO (juros do rotativo)Cooperativas: 9,99% a.m.

Bancos: 14% a 19% a.m.

Taxas menores destacam cooperativas

Crédito mais acessível e produtos personalizados são alguns dos benefícios oferecidos

ECONOMIZE

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ENSINO

Com cursos superiores nas áreas de Comércio Exte-rior, Logística, Gestão Portuária, Ciências Contábeis, Administração, Marketing, Recursos Humanos, além

de diversas Engenharias e Construção Naval, a Univer-sidade do Vale do Itajaí (Univali) é o motor propulsor que gera a qualificação de profissionais para atuar no setor portuário e de negócios internacionais. A universidade é referência no sul do país, tanto na for-mação de mão de obra, como no desenvolvimento de in-teligência para expansão do segmento. Unindo teoria e prática, o aprendizado acompanha as tendências globais, voltando-se para solução de problemáticas do mercado, em parceria com empresas, corporações e serviços de apoio, como BR Foods, JBS, DC Logistic, APM Terminals, Sebrae e Associações Comerciais, e na projeção de ce-nários futuros, cada vez mais tecnológicos e conectados.“As parcerias são indicativo de que o ensino está interli-

Qualificação que melhora o mercado

gado a realidade do mercado e gera resultados para as organizações”, afirma Luciana Merlin Bervian, diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão. Parcerias que se dão também por meio de eventos e vi-sitas técnicas. “Os eventos não são por acaso. Sempre buscamos debater temas que estão em alta ou que es-tão modificando a realidade das nossas áreas, trazendo autoridades no assunto”, completa.Laboratórios propõe a prática real, como a Uni Junior, empresa júnior que presta assessoria e consultoria em-presarial para empreendimentos de pequeno e médio porte, e a Trade Junior, que realiza consultoria em co-mércio exterior, oferecendo todo o suporte para empre-sas lidarem com a burocracia e lançarem-se no merca-do internacional. A Univali conta ainda, com laboratório de ponta para de simulação gerencial e uma sala patrocinada pela empre-sa DC Logistic. Antes de concluir a formação, os acadê-micos ainda fazem imersão nas empresas em estágios supervisionados.Os intercâmbios abrem portas para a vivência interna-cional. A universidade possui convênio com 96 universi-dades estrangeiras e oferece aos estudantes, em média, 175 bolsas de estudos no exterior, todos os anos. Além disso, os cursos dispõem de disciplinas internacionais voltadas para marketing e negócios, ministradas em in-glês e espanhol, em toda sua didática e conversação.A estreita ligação da graduação com os cursos de Mes-trado e Doutorado em Administração garante o aprofun-damento na área da pesquisa. A concessão de bolsas de pesquisa aos estudantes permite análise e atuação em cases reais, que se reverte em expertise para o mercado.

Univali é referência na formação de profissional para o setor portuário e de negócios internacionais

PUBLIEDITORIAL

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ENTREVISTA

Recuperação econômica carece da saída do PT do governo

Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda

Ele sabe o que é enfrentar uma cri-se. Ministro da Fazenda durante o governo José Sarney (1988-1990),

foi autor de um não muito bem sucedido plano para salvar o país da hiperinflação da época. Economista, apoiador declara-do de Ciro Gomes (PDT) à presidência e totalmente contrário ao governo PT, Maíl-son esteve em Santa Catarina em março para palestrar sobre as perspectivas da economia brasileira. O ex-ministro reu-niu cerca de 300 pessoas em Balneário Camboriú e atendeu com exclusividade a revista Economia & Negócios.

No bate-papo, revelou que a saída de Dilma em um possível processo de impeachment deve minimizar a crise econômica, embora tenha lá suas dúvidas se Michel Temer terá condições de executar reformas relevantes em curto espaço de tempo. Para o ex-ministro, que hoje atua como consultor e palestrante, a presença de Lula é ameaça à instabilidade do Brasil e analisa a nomeação do ex-presidente como um tiro no pé.

Karine Mendonça

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ECONOMIA & NEGÓCIOS – Você foi ministro numa época em que o país enfrentava uma superinflação. Hoje a nossa economia corre o ris-co de reviver aqueles dias do final dos anos 1980?MAÍLSON DA NÓBREGA – Há muitas semelhanças, uma delas é a fragi-lidade política do presidente. O pre-sidente Sarney também não tinha uma base sólida no Congresso. Ele tinha enorme dificuldade de aprovar projetos de interesse do governo, de bloquear ações e responsáveis par-lamentares. O Brasil estava sobre enormes dificuldades, como está hoje.Agora, eu diria que sobre certos as-pectos e no geral, o Brasil de hoje é muito melhor do que naquela épo-ca. Bem melhor. O Brasil consolidou a sua democracia, a independência do judiciário, a liberdade de opinião, uma imprensa livre, tem hoje um mercado financeiro muito sofistica-do, bancos sólidos e bem capitali-zados, um agronegócio competitivo e instituições sólidas, capazes de permitir — pela ação da política e da sociedade — a renovação de li-deranças.A única coisa que eu diria que era melhor naquela época do que hoje, por mais paradoxal que possa pa-recer, era que o presidente Sarney tinha uma situação política melhor do que a de Dilma. O presidente Sarney tinha, como tem até hoje, o DNA da política. Ele tinha na sua ba-gagem de vida política uma enorme experiência. Já tinha sido deputado, governador, senador, líder de parti-

Lula e Dilma se uniriam para a sobrevivência dos dois, mas você pode chegar numa situação em que os dois se afogam. Porque essa situação não é sustentável por muito tempo

do, líder de governo e presidente de partido até chegar à presidência da república. É uma homem afeito ao processo de negociação, tem uma grande capacidade de articulação até hoje. E a presidente Dilma não. Ela não tem o DNA da política. Ela parece que se incomoda com as pressões políticas, não tem o talen-to do Sarney para articulação.A presidente Dilma tem uma dificul-dade insanável [de se portar como um líder político]. Entre as suas atribuições e características, o líder político deve ter a habilidade de fa-lar, de transmitir mensagens, preci-sa convencer, conquistar, articular, mobilizar; e a presidente Dilma não tem isso. Ela é confusa, tem dificul-dade de transmitir ideias e, neste aspecto, no ponto de vista da gestão da crise, nós estamos numa situa-ção pior do que naquela época. Mas no balanço geral, acho que a situa-ção de hoje é muito melhor do que naquela época.

ECONOMIA & NEGÓCIOS – Sobre a possibilidade de Lula assumir um ministério [cujo cargo foi aceito um dia depois da realização desta en-trevista] o senhor acredita que ele poderá ajudar a mudar o cenário caótico do país? Ou a figura dele poderá afundar ainda mais o nosso barco?MAÍLSON DA NÓBREGA – Acho que é um erro enorme da parte dele e da parte dela. [O senhor acha que ele vai ter habilidade para articular?] Ele entrando melhora muito o go-verno. Do ponto de vista da articula-ção política a ida dele é ganho para a presidente Dilma. No ponto de vista da gestão do ambiente político, não. Porque, na verdade, é como se o go-verno de Dilma tivesse acabado. Na prática, ela vai ser uma subordinada de um de seus ministros. Além do mais, existe um risco percebido já pelos mercados: a presença do pre-sidente Lula no governo pode trazer o risco de uma guinada na política econômica que aprofundaria dra-maticamente a crise brasileira.O PT vem defendendo essa guina-da com ideias equivocadas que já passaram do tempo e que geraram o desastre que a gente está vivendo aí. Isso pode implicar em problemas sérios para os bancos sociais, que podem ser instados a fazer crédito sem o mínimo de avaliação correta da situação de seus clientes e do ambiente. Pode significar a des-moralização final do Banco Central. Quer dizer, a presença do presidente Lula no governo é vista pelos analis-tas, entre os quais me incluo, como uma ameaça à instabilidade do Bra-sil nos próximos anos. Ele pode es-tar lá com o objetivo de se esconder

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MAÍLSON DA NÓBREGAENTREVISTA

de uma pressão da Lava Jato — que se aproximada cada vez mais dele, e lá ele teria o foro privilegiado — e também para ajudar a sustentar o governo Dilma e bloquear um pro-cesso de impeachment. Lula e Dilma se uniriam para a so-brevivência dos dois, mas você pode chegar numa situação em que os dois se afogam. Porque essa situ-ação não é sustentável por muito tempo.

ECONOMIA & NEGÓCIOS – Qual a análise do senhor sobre essa pres-são popular para o impeachment da presidente Dilma?MAÍLSON DA NÓBREGA – É uma pressão legítima que se manifestou com enorme intensidade no último dia 13 [de março]. Como todos sa-bem, a maior manifestação pública do país e provavelmente do mundo. Não teve nada parecido no mundo. Alguém me disse que a maior mani-festação até então tinha sido aquela que reuniu 1 milhão de pessoas em Washington, no discurso de Martin Luther King. E só na Avenida Paulis-ta tinha 1,4 milhão de pessoas.

ECONOMIA & NEGÓCIOS – Caso o impeachment seja efetivado, em qual situação ficará o país? O que nós passaríamos a viver?MAÍLSON DA NÓBREGA – A situação mudaria consideravelmente para melhor. Claro que tem até um exa-gero de expectativas, como se a saí-da da Dilma fizesse o Brasil voltar a crescer rapidamente. Não é isso. A saída dela muda, em primeiro lugar, o ambiente político, resolve a crise política e pode destravar processos decisórios no Congresso que estão paralisados. A saída dela pode sig-nificar a eliminação de um risco de uma piora grave na política econô-mica.Agora, para o Brasil voltar a cres-cer, depois do estrago desses anos do PT — principalmente no período Dilma — muitas ações devem ser tomadas para aumentar a produti-vidade. O elemento chave do cresci-mento é a produtividade. Para o Bra-sil ganhar produtividade, ele precisa fazer reformas. Tem que mudar o sistema tributário, modernizar a

Se Temer virar presidente, eu não o vejo como o líder capaz de produzir esse conjunto de reformas no curto prazo

legislação trabalhista, investir cor-retamente em logística, melhorar a qualidade da educação, e tudo isso requer reformas que evitem um co-lapso fiscal, que é uma das ameaças para o futuro do Brasil.Se Temer virar presidente, eu não o vejo como o líder capaz de produ-zir esse conjunto de reformas num curto prazo. Provavelmente, se ele fizer um compromisso firme e crí-vel de não concorrer à reeleição em 2018, é provável que tenha uma es-pécie de apoio do PSDB e de outros partidos de oposição para atacar o mínimo de reformas que permitam conduzir o Brasil até 2018 sem um colapso. Porque, crescer, acho mui-to pouco provável.

ECONOMIA & NEGÓCIOS – Algum dia nós iremos alcançar a tão so-

nhada estabilidade econômica? O que será preciso fazer?MAÍLSON DA NÓBREGA – Claro que sim. Eu nunca imaginei na minha vida que eu estaria comentando es-sas coisas. Eu achava que o Brasil já tinha passado dessa fase, que já tinha abandonado as ideias erradas de gestão econômica e tudo isso voltou no governo do PT, principal-mente depois da saída do Palocci do Ministério da Fazenda. É evidente que as lições que vêm dos grandes equívocos cometidos pela presiden-te Dilma vão ficar para evitar que eles se repitam. E o Brasil tem enor-mes oportunidades. O Brasil não vai acabar, está certo? Acredito que nós estamos cami-nhando para uma renovação de li-deranças em 2018. O PT dificilmen-te continua no governo, então nós

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49ANUÁRIO ABRIL, 2016

A presença de Lula no governo é vista pelos analistas como uma ameaça à instabilidade do Brasil nos próximos anos. Pode trazer o risco de uma guinada na política econômica que aprofundaria dramaticamente a crise brasileira

podemos ir nos preparando para um novo ciclo de crescimento do país. O Brasil tem grandes chances de che-gar perto dos países ricos com esta-bilidade social, política e econômica e avanços para reduzir ainda mais as desigualdades. O desafio para chegar aí é enorme. Você tem que enfrentar interesses, grupos corpo-rativos, não é fácil fazer reforma, vai depender muito da liderança.Acho que hoje tem duas coisas im-portantes: a primeira é que há uma quantidade enorme de ideias de como atacar os problemas estru-turais do Brasil e de como fazer várias reformas necessárias. Em segundo, você tem um cres-cente apoio da opinião pública a essas ideias. Não é unanimidade, mas é majorita-riamente favorá-vel, por exemplo, a uma reforma de previdência. Só está faltan-do um terceiro elemento desse processo que é a liderança. A nossa expectativa é de surgir em 2018 o líder que aprovei-tará essas ideias e mobilizará o país para um período de reformas. Se essa análise que eu estou fazen-do se confirmar — claro que pode ter o oposto e a gente eleger um aventureiro em 2018 — o novo pre-sidente vai contar com três impulsos para melhorar a situação: o primeiro é que vai mudar muito para melhor a qualidade do governo. Se for alguém do PSDB, tem gente qualificada no partido e no entorno do partido para ir para o governo e melhorar em muito a gestão. O PT entregou boa parte dos principais cargos federais

a líderes sindicais e pessoas egres-sas dos movimentos sociais. Não te-nho nada contra essas pessoas, mas dificilmente elas terão condições para gerir órgãos federais.Em segundo lugar, a indústria vai chegar em 2018 com capacidade ociosa enorme, talvez na ordem dos 30%. Com a mudança do clima polí-tico essa capacidade pode começar a ser preenchida rapidamente. Você aumenta a produção sem ter que fa-zer investimento.Em terceiro lugar, uma mudança de clima como esta aumenta muito

a capacidade do governo de atrair talentos. O presidente ligar para um grande empresário aqui de Santa Catarina e dizer “olha, eu vou preci-sar de você aqui no governo; quero você dirigindo um órgão; quero você como ministro”, é muito difícil recu-sar. Hoje se a presidente Dilma diz: “eu quero um ministro da Fazenda”, ela não vai conseguir ninguém com qualificações, com prestígio, com reputação para se juntar ao gover-no. Tudo isso muda [com a mudan-ça das lideranças políticas] e você vai num ciclo virtuoso, quando cada passo de mudança reforça o outro e o Brasil poderá caminhar para ter

um crescimento de até 4% já em 2020 e manter a estabilidade. ECONOMIA & NEGÓCIOS – Pela fala do senhor, o PT seria o partido pro-blema para o desenvolvimento do país. É isso mesmo?MAÍLSON DA NÓBREGA – Hoje sim. O PT não se renovou em termos de ideias. O PT mantém ideias econô-micas bolorentas que já se prova-ram equivocadas. Você vê em plena crise de confiança, consumidores perdendo emprego, se contraindo, bancos mais conservadores, e o PT

apresenta como solução expandir o crédito. Para quem? O banco não vai dar, as pessoas não vão tomar mais cré-dito, portanto o PT está sofrendo de um autismo político sério, que deriva da ideia aferrada às vi-sões do passado.Eu torço para que o PT se regenere e se estabeleça como um grande partido. O Brasil precisa de um partido de es-

querda com a estrutura e capacida-de de mobilização que teve o PT, mas infelizmente ele está declinando o seu prestígio na sociedade brasilei-ra. O PT já foi o partido campeão de preferência dos brasileiros. Eu acho que o Lula tem a sua história, que ele pode estar destruindo indo para o governo. Embora ninguém possa desprezar o Lula como o maior líder popular do Brasil que ele foi, acho pouco provável que ele tenha reser-vas de prestígio político para voltar a ser presidente do Brasil. Não digo que é definitivo, mas é pouco prová-vel.

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50 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Os olhos do mundo estão voltados para Santa Cata-rina. E não se trata de falso otimismo, não. Apesar da instalação de uma crise nacional e da pior re-tração do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos

25 anos, o Estado mantém sua posição de vanguarda e dri-bla com maestria as oscilações econômicas. A balança de geração de emprego continua positiva, estamos entre as quatro maiores rendas per capitas do país e a produção in-dustrial merece destaque por manter o crescimento. Para coroar o sucesso de Santa Catarina, grupos internacionais enxergam no Estado um mercado seguro para investimen-tos.

CAPA MENINA DOS OLHOS DO BRASIL

ESTADO PRIVILEGIADO

95,7milquilômetros quadrados

295municípios

6,8milhões

de habitantes

50Mais de etnias

Karine Mendonça

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51ANUÁRIO ABRIL, 2016

Em Santa Catarina, uma agricultura forte — ba-seada em minifúndios rurais — divide espaço com um parque industrial atuante. Indústrias de grande porte e milhares de pequenas em-presas espalham-se, fazendo do Estado o maior gerador de novos empregos de carteira assinada. Santa Catarina também é o maior produtor brasileiro de maçã, cebola, pescados, suínos, ostras e mariscos, e o segundo em aves, arroz e fumo.

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52 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Segundo levantamento do Sebrae, o Estado é relativamente mais industrializado que a média nacional, com a concentração de 7,5% de todos os estabelecimentos industriais e 6,6% dos em-pregos ligados à indústria. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, até 2014 a indústria de transformação catarinense era a quarta maior do país em número de empresas e a quinta em número de trabalhadores.No oeste, meio oeste e extremo oeste, destaca--se a agroindústria; ao sul, o complexo cerâmi-co, mineral, químico e de confecções de artigos do vestuário; no planalto catarinense, o com-plexo madeireiro, papel e celulose; no Vale do Itajaí, o complexo têxtil e confecção; ao norte, o complexo eletrometalmecânico e um impor-tante polo moveleiro; e, por último e não menos importante, o complexo tecnológico, distribuído em três importantes polos: em Florianópolis, e nas cidades de Blumenau e Joinville.

CAPA

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53ANUÁRIO ABRIL, 2016

EMPREGO E RENDA

• Agropecuária

+3.821 postos

• Construção Civil

+1.437postos postos postos

• Indústria de Transformação

+2.598

• Serviços

+1.202

O início de 2016 foi marcado pelo aumento na criação de empregos com carteira assinada em Santa Catarina.

7.211 (+0,36%) novos postos de trabalho{

{

Dados do IBGE - 2016

82.083 trabalhadores

admitidos

No ano passado, a renda per capita dos catarinenses também ficou acima da média nacional de R$ 1.113. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) a estimativa de rendimento individual foi de R$ 1.368 no Estado, ficando atrás apenas do Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul. 74.872

desligados

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54 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Sensíveis, corajosas e guerreiras, uma fórmula que vem transformando as mulheres em presidentes de multinacionais e empreendedoras de grande sucesso. Elas têm conseguido ampliar a inserção

no mercado de trabalho nos últimos anos e, para muitas, o empreendedorismo vem sendo uma saída para o cenário de incertezas econômicas.Segundo o estudo “Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras nas Micro e Pequenas Empresas 2014-2015”, elaborado Sebrae, o número de mulheres no merca-do de trabalho cresceu 22,8% entre 2003 e 2013, atingin-do 41,1 milhões, ou seja, 42,5% do total de trabalhadores formais no país. Destas, 7,3 milhões são donas de micro e pequenas empresas (MPEs) e 2,6 milhões são MEIs. Em Santa Catarina, mais de 270 mil mulheres estão à frente de MPEs e 92 mil são MEIs. Das 47.047 operações de crédito disponibilizadas pelo programa até janeiro de 2016, 51% foram destinados a mulheres. O Juro Zero con-cede até R$ 3 mil em linha de crédito, valor que pode ser parcelado em até oito prestações. Caso as sete primeiras sejam pagas em dia, a última é quitada pelo governo do Estado.Para o secretário de Estado do Desenvolvimento Econô-mico Sustentável (SDS), Carlos Chiodini, a sensibilidade feminina conta como ponte forte para o relacionamento com clientes. “Esta visão é importante para detectar as necessidades do consumidor e perceber oportunidades”, comenta.

EMPREENDEDORISMO

FEMININO

Além de reunir importantes empresas de diferen-tes setores, Santa Catarina também é berço para os empreendedores de início de carreira. Em 2015, o ano encerrou com quase 196 mil microempreen-dedores individuais (MEI) formalizados. O MEI é um programa de formalização e inclusão produtiva e previdenciária que atende a pequenos empreende-dores de forma simplificada, descomplicada e com redução de carga tributária.No Estado, empreendedores na faixa etária entre 21 e 40 anos representam 61% de todos os que trabalham por conta própria.

ESTADO EMPREENDEDOR

CAPA

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55ANUÁRIO ABRIL, 2016

Santa Catarina é o estado número 1 na ampliação da pro-dução industrial na virada do calendário. Na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, dos 14 estados avaliados pelo IBGE, os avanços mais intensos foram re-gistrados por Santa Catarina (3,7%). Com esse resultado, o Estado eliminou parte do recuo de 4,6% observado em novembro do ano passado.De acordo com a Federação das Indústrias de Santa Ca-tarina (Fiesc), o Estado é líder na América Latina em pro-dução de cristais e a quarta no mundo em cristal Overlay. É líder no continente latino americano na produção de troféus e medalhas, em matrizes para indústria cerâmi-ca, em produtos para telefonia, em construção de em-barcações rebocadoras e LHs, em vendas de impulsores de partida para veículos, na produção de tubos de PVC e conexões, em produtos de EPS, em elementos de fixação (parafusos e porcas) baseado no faturamento, em fecha-duras eletromagnéticas e no processamento (corte e gra-vação) a laser de materiais orgânicos.Em Santa Catarina está a segunda maior indústria do mundo na produção de etiquetas tecidas e uma das gran-des players globais em motores elétricos. Possui uma das maiores e mais modernas indústrias gráficas da América Latina, também a única fabricante, do continente latino americano, de óxido, hidróxido e carbonato, todos de mag-nésio e a segunda maior cerâmica em faturamento.No Estado também encontramos a maior indústria do mundo no segmento de blocos e cabeçotes para motor baseado em faturamento e a única fabricante mundial de panelas cerâmicas refratárias atóxicas resistentes a cho-ques térmicos.

INDÚSTRIA

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56 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Com o dólar em alta e o real desvalorizado, a última temporada de verão foi dos gringos. Os hermanos vindos principalmente da Argentina, Chile e Uruguai lotaram as praias da região. Na hotelaria, o aumento do número de visitantes foi percebido antes mesmo do Natal. A média de ocupação variou entre 80% e 100%. “Muitos brasileiros que deixaram de ir para o exterior e os turistas do Mercosul estão na nossa região. Esse real em baixa nos favorece muito, apesar de o Carnaval ser cedo neste ano, no início de fevereiro, teremos movimento in-tenso até abril”, comenta a vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Balneário Camboriú e Região, Dirce Fistarol. Conforme o levantamento do governo estadual, entre os 4 milhões de visitantes estavam catarinenses, estrangei-ros e pessoas de outros estados do Brasil. Cerca de 65% dos visitantes escolheram as cidades e praias das regi-ões Costa Verde e Mar e Grande Florianópolis. Os setores hoteleiros e da gastronomia comemoram o bom desem-penho do setor.

TURISMO

CAPA

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57ANUÁRIO ABRIL, 2016

A região sul do país possui o metro quadrado mais caro do país. De acordo com dados da Câmara Brasileira da In-dústria da Construção (Cbic), em janeiro deste ano o valor médio do metro quadrado sulista era de R$ 1.346,15 — se-guido da região Sudeste, cujo valor é de R$ 1.235,59.A região litorânea de Santa Catarina vem sendo uma das mais procuradas no setor imobiliário face às belezas na-turais, além da gama de opções de mercado de trabalho e geração de emprego e renda, sem contar as questões como recursos maiores nas áreas de saúde, educação e desenvolvimento socioeconômico e sustentável. Reunindo todas estas características, o valor do metro quadrado residencial dispara em Balneário Camboriú. Na cidade mais verticalizada do Estado, fevereiro fechou com o valor de R$ 9.103 para apartamento na Barra Sul. É justamente nessa área nobre do município que está sen-do construído o maior edifício residencial da América do Sul: o Infinty Coast com 240 metros de altura e 66 anda-res. Executado pela construtora FG, que tem Sharon Stone como garota-propaganda, a empresa catarinense está en-tre as 40 maiores construtoras do Brasil e deve entregar 550 novos apartamentos até o início de 2017.

Porsche em ItajaíApesar de Balneário Camboriú ser uma potência no mer-cado imobiliário, Itajaí também tem se destacado. No re-canto mais cobiçado por investidores no município, o me-tro quadrado da paradisíaca Praia Brava está custando R$ 9.225. É em meio à rica vegetação de mata atlântica, que o grupo Porsche Design desenvolverá o primeiro projeto da marca na América Latina. O empreendimento será erguido em um bairro projetado, chamado Brava Hills — em alusão à luxuosa Beverly Hills norte-americana — com área total de 272 mil metros quadrados. “Porsche Design Towers Brava é um projeto único, com-posto por quatro torres, que nascem no meio da mata

CONSTRUÇÃO CIVIL

atlântica. Nossa equipe tem sido extremamente cuidadosa ao integrar totalmente o empreendimento à exuberância local, respeitando a natureza”, afirma Cauey Carelli, De-senvolvedor da Carelli, empresa que detém a licença para construir e desenvolver a marca Porsche Design no Brasil.Cada torre terá plantas singulares com diferentes tama-nhos de apartamentos, cujo desenho é purista, funcional e icônico. “A forma de pétalas de flor é um elemento chave do Porsche Design Towers Brava, pois dá amplitude aos espaços, permitindo que a vista panorâmica do local seja contemplada. De um lado está a mata e de outro o mar”, diz o diretor executivo do Studio F.A. Porsche, empresa do grupo Porsche Design. “Este conceito permite desfrutar, de forma única, todos os aspectos do bem-viver”, completa.Para os amantes de carros, duas áreas, com um novo con-ceito de garagens serão um dos ícones do Porsche Design Towers Brava: o “Man’s Cave” — espaço envidraçado de colecionador para apreciar o automóvel e reunir amigos — e o “Car Lounge” — um lugar para encontros, descan-so, para apreciar um café durante o dia ou para um happy hour, rodeado por carros. As obras estão previstas para começarem em dezembro deste ano, com conclusão estimada para dezembro de 2027, em uma área a 100 metros do nível do mar. De acor-do com a assessoria de imprensa do empreendimento, já há uma lista de interessados, que deverão passar por uma seleção.

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58 ANUÁRIO ABRIL, 2016

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Agência Brasil

Sobe índice de confiança do empresário industrial Estabilidade

O índice de confiança das grandes empresas ficou estável em 38,4 pon-tos. O indicador das médias empre-sas subiu de 35,8 pontos em feverei-

ro para 36,5 pontos em março e o das pequenas empresas passou de 35,5 pontos para 36,1 no pe-

ríodo.Entre os segmentos industriais, a

indústria extrativa continua com o menor pessimismo: 41,8 pontos. Já o Icei da indústria de transformação foi de 37,7 pontos. A indústria da cons-trução continua com o pessimismo mais elevado (35,6 pontos).Os dados foram levantados em 2.984 empresas entre 1º e 10 de março. Dessas, 1.206 são pequenas, 1.104 médias e 674, de grande porte.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) cresceu 0,3 ponto em março na com-paração com fevereiro e atingiu 37,4 pontos.

O Icei varia de zero a 100. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do empresário. Quanto mais abaixo de 50 pontos, maior e mais disseminado é o pessimismo.Mesmo com o crescimento do Icei, os dados di-vulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que, no primeiro trimestre, houve um crescimento no índice de 1,4 ponto. A confe-deração destaca que o pessimismo dos empre-sários continua elevado. Desde outubro de 2015, quando mostrou os primeiros sinais de melhora, o Icei cresceu 2,4 pontos, mas com esse crescimen-to moderado, o indicador está 12,6 pontos abaixo da linha dos 50 pontos. Para a CNI, mantido esse ritmo, o Icei levaria mais de dois anos para supe-rar os 50 pontos.

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59ANUÁRIO ABRIL, 2016

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60 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Muito além das composições quí-micas precisas, os fármacos re-querem tratamento diferenciado

no transporte e armazenagem para ga-rantir sua eficácia. O manuseio irrespon-sável desta classe de produtos reflete diretamente nos clientes finais, quando pacientes poderão ser medicados com drogas com baixa efetividade. Ariane Scaboro, farmacêutica e responsável técnica da Logic Pharma — especializa-da na armazenagem e transporte de pro-dutos de saúde humana — faz o alerta para o cumprimento das Boas Práticas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As principais normas da Anvisa que re-gulam o setor são as Resoluções da Di-retoria Colegiada (RDC) 17, 16 e 25 que tratam das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, Produtos para Saúde e Terceirização do Armazenamento de Medicamentos, respectivamente. Os do-cumentos tratam, entre outras questões, do monitoramento e controle de tem-peratura dos produtos. Determinados medicamentos, como os oncológicos, precisam ser mantidos entre 2 e 8 graus Celsius. Como esta é uma das frentes de trabalho, a Logic Pharma, empresa logís-tica localizada em Itajaí, adota um altíssi-mo padrão de qualidade.“O conhecimento da Cadeia de Frio é um dos nossos diferenciais, sendo que so-mente agora esse processo está come-çando a ser mais acompanhado pelos órgãos de fiscalização no Brasil (como a Anvisa). Não adianta cuidar da fabrica-ção se eu não cuido da entrega final. Nós precisamos garantir que o produto que possui condições específicas de arma-zenagem e transporte (como temperatu-ra controlada) seja entregue dentro das condições ideais de consumo e não sofra impactos e alterações”, ressalta Ariane.Atendendo padrões internacionais de

qualidade, na Logic Pharma um sistema monitora a temperatura e envia um aler-ta em caso de alteração. Há ainda um Plano de Contingência para assegurar a estabilidade dos produtos quando, por exemplo, faltar energia. “Estamos prepa-rados para enfrentar qualquer adversi-dade”, reforça Ariane.

CADEIA DA VIDA HUMANA“Quando você fala que o produto não teve a ação que esperava, é possível que não tenha sido armazenado e transportado corretamente”, alerta o diretor executivo da Logic Pharma, Josoel Pisoni.Com longa experiência na prestação de serviços logísticos exclusivos de fárma-cos e produtos hospitalares, o empre-sário relata que médicos e cirurgiões percebem na prática o efeito do produto que não possui a qualidade proposta. A

toxína botulínica, por exemplo, pode ter sua estabilidade reduzida caso seja submetida à desvios de temperatura.Há casos em que o médico faz a aplica-ção e o produto não obtém a eficácia no resultado final ou durabilidade. O proble-ma do erro da logística vai refletir com o paciente. O cuidado também deve ser redobrado com vacinas, insulinas e rea-gentes de diagnósticos. “A nossa cadeia de entrega é a cadeia de vida. Digamos que tenha um paciente esperando para receber a medicação no hospital. Então, um erro nosso pode impactar aquele paciente que está espe-rando receber a medicação certa na hora certa. Quando a gente entende esse com-promisso assume essa responsabilidade como um trabalho e serviço essencial ao ser humano”, finaliza Pisoni.

Transporte de fármacos requer tratamento diferenciado

LOGIC PHARMA

Alexsandro (gerente administrativo), Josoel (diretor executivo), Vital (gerente de operações), Ariane (farmacêutica)

PUBLIEDITORIAL

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61ANUÁRIO ABRIL, 2016

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Imbituba em altaContrariando o histórico de ser um período de pe-quena movimentação de cargas, só no primeiro mês de 2016 foram movimentadas 411 mil tone-ladas e atendidos 20 navios no Porto de Imbituba. Quando comparado com o mesmo período de 2015, a movimentação registrou um salto de 100%, já que a movimentação registrada em janeiro de 2015 foi de 202 mil toneladas.O Estado conta com portos eficientes e tributação diferenciada.  Desde 2012, quando o governo do Estado assumiu o Porto de Imbituba, não há regis-tro de fechamento por falta de segurança ou mau tempo. Esta foi a maior movimentação registrada em um mês de janeiro. Entre as principais cargas movimentadas, estão os granéis agrícolas, como milho e trigo, e os granéis minerais. Esse resulta-do é consequência direta da nova profundidade do Porto de Imbituba, aumentada em outubro de 2015. Agora é possível a atracação de navios com capa-cidade para movimentar até 9.000 TEUs ou 80.000 toneladas de granéis. 

Terminais inovam para manter volume de operações

SojaOutra alternativa para guinar as movimentações portuárias, que tiveram queda de 9% no volume de contêineres operados em 2015, é o início histórico da movimentação de cargas a granel. A empresa ZMW Operações Portuárias, com amplo know-how em operações de granéis, deve iniciar as atividades com movimentação de soja ainda no primeiro semestre deste ano.De acordo com o superintendente do Porto de Ita-jaí, Antônio Ayres dos Santos, a pretensão inicial é receber um navio por mês e movimentar cerca de 50 mil toneladas de soja. Ayres informa que o porto está buscando suporte legal e técnico para ingressar neste novo mercado.Embora tenha seguido a tendência da Corrente de Comércio Brasileira e apresentado pequena retra-ção, em comparação ao ano anterior, Itajaí continuou sendo em 2015 o porto brasileiro que apresentou o maior valor agregado nas cargas operadas.

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Diversificar é a palavra de ordem para o Porto de Itajaí neste ano de 2016. Para sobreviver às tempestades que o setor vêm enfrentando, a APM Terminals optou por explorar o nicho de

carga geral. Só em fevereiro deste ano, houve um aumento de 54% na movimentação de carga geral em comparação com toda a carga geral operada em 2015.De acordo com o diretor comercial da APM Termi-nal no Brasil, Felipe Fioravanti, este tipo de opera-ção não atrapalha as movimentações tradicionais de contêiner. Pelo contrário, é uma estratégia co-mercial encontrada para alavancar os serviços portuários, já que em julho do ano passado o Porto de Itajaí perdeu cerca de 50% das operações das chamadas linhas asiáticas para o porto privado de Navegantes, a Portonave. Ao realizar esse serviço, a APM também aumenta o número de chamadas para os trabalhadores da União. Cada período de operação demanda cerca de 45 trabalhadores. As duas operações combinadas refletiram em uma renda bruta aproximada de R$ 640 mil para os trabalhadores portuários avulsos.

PORTOS MOVIMENTAÇÃO

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63ANUÁRIO ABRIL, 2016

O levantamento é feito com base em questionários distribuídos a colaboradores que estão na empresa há mais de três meses. Na Portonave, o quesito mais lembrado pelos trabalhadores entrevistados foi orgu-lho. Ao todo, o terminal conta com 856 colaboradores. Prestes a completar 10 anos em operação, o terminal privado já recebeu mais de 4 mil navios e registra mo-vimentação superior a 4 milhões de TEUs.

Itapoá: sexto maior em quatro anosLocalizado no norte de Santa Catarina, o porto de Ita-poá registrou um aumento de 14,5% no volume de cargas em 2015, com um total de 548.463 TEUs mo-vimentados. As movimentações contabilizadas no ter-minal incluem operações de longo curso (importação e exportação), transbordo, cabotagem, movimentação de contêineres vazios e remoções.A evolução ocorreu tanto no segmento de longo curso, onde houve um aumento de 18,6%, quanto no de cabo-tagem, onde o acréscimo foi de 38%. Apenas nas ope-rações de transbordo houve pequeno recuo, de 7,3%, sem afetar a performance geral positiva.Também em 2015 coube a Itapoá fazer o primeiro em-barque de carne bovina brasileira para a China, após o acordo bilateral firmado entre os dois países.

São Chico tem movimentação positiva em 2016Os primeiros meses de 2016 são de balança positi-va também para o Porto de São Francisco do Sul. Em janeiro, o terminal registrou uma movimentação total 43% superior ao mesmo período do ano passado. Se-guindo no mesmo ritmo crescente, o mês de fevereiro também foi positivo e no acumulado do ano a movi-mentação total já é 21% superior ao mesmo período de 2015.Na linha de frente está a importação de fertilizantes, que esse mês foi 560% superior ao mês de feverei-ro de 2015. A importação de soda a granel também cresceu 63%. Madeira e azulejos foram as duas car-gas que impulsionaram a exportação do porto no mês de fevereiro. A madeira registrou uma alta de 57% e o azulejo de 161%.

Portonave: melhor empresa para trabalharPelo terceiro ano consecutivo, o Terminal Portuário de Navegantes (Portonave) aparece na lista das 10 me-lhores empresas para se trabalhar em Santa Catarina. A pesquisa realizada pela Great Place To Work (GPTW) foi divulgada em março, sendo a Portonave o único porto a aparecer na lista.

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Para informações operacionais acesse:

portodeimbituba.com.br

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64 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Preocupada com a eficiência alinhada ao desen-volvimento sustentável, a Portonave está na fase final da eletrificação dos RTGs. O projeto consiste na substituição do óleo diesel por energia elétri-

ca na operação dos guindastes, que fazem o movimento do contêiner do caminhão para o pátio de armazenagem e vice-versa. Com a implantação do sistema Busbar Sys-tem [barramento de transporte de energia], os 18 equi-pamentos do Terminal praticamente vão zerar a emissão de CO² — que será reduzida em 98%. A eletrificação começou em agosto de 2015, na área de expansão do pátio de contêineres. A ideia foi iniciar as atividades operacionais na área nova do terminal – o pátio de contêineres foi duplicado de 15 para 30 mil TEUs de capacidade estática – já com a tecnologia em funcionamento. Segundo o gerente de manutenção da Portonave, Marcelo Diniz, a eletrificação traz vários be-nefícios. Além da redução do consumo de diesel, o sis-

tema tem baixo custo de manutenção, gera aumento de produtividade nos RTGs, melhoria na confiabilidade dos equipamentos e a significativa redução de gases poluen-tes. A Portonave investiu R$ 25 milhões para a implantação do projeto. O Busbar System é um sistema de tecnolo-gia alemã e consiste no mais moderno do mundo, sendo muito utilizado em portos da Europa e da Ásia. Seu fun-cionamento exige a instalação de um conjunto de barras condutoras com suportes de aço em toda a extensão de cada área de empilhamento do terminal. Cabos de baixa tensão conduzem a energia das subes-tações até os barramentos e para o RTG através de um braço coletor automático conectado ao barramento. Esse processo é todo automatizado e não necessita de intervenção humana. O equipamento possui um sistema de segurança que evita possíveis choques elétricos ao contato.

Portonave opera RTGs com energia elétrica e reduz em 98% a emissão de CO2Sistema tem baixo custo de manutenção e sua operação é totalmente automatizada

MEIO AMBIENTE

PUBLIEDITORIAL

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65ANUÁRIO ABRIL, 2016

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66 ANUÁRIO ABRIL, 2016

DRIBLANDO AS ADVERSIDADES

Pense à frente e seja persistente

DICAS

►Como vender quando as pessoas não querem comprar?Quando o cenário econômico não é fa-vorável, o profissional de vendas preci-sa melhorar o aproveitamento. É como um jogo de futebol. Quando o time está muito bom cria muitas oportunidades de gol e faz. Quando ele não está muito bom, cria poucas oportunidades, que precisam ser convertidas em gol. Num período de recessão é assim, vamos ter menos oportunidades. Por-tanto, precisamos melhorar o aprovei-tamento. Isso exige mais disciplina da equipe, um foco, um cuidado maior com as oportunidades que surgem, porque elas serão em menor número que o tradicional.

►Bom vendedor vende qualquer coisa?Existem pessoas que já nasceram com a habilidade de vender. Antigamente, as pessoas tinham lábia de vendedo-res. Mas acredito que isso já passou, porque os compradores estão mais

►Investimento em comunicação e mktVamos imaginar que eu sou um vende-dor e quero vender um sapato, mas o cliente não precisa. Para que ele opte em comprar esse sapato, eu, vendedor, vou precisar fazer sete contatos com o cliente, sendo que o intervalo entre eles não pode passar de 29 dias, se não começa a contar do zero de novo, e todos precisam ser diferentes. Então, o cliente precisa receber um panfleto, uma ligação minha, um e-mail, depois outra ligação, depois uma promoção... Na sétima tentativa, sendo que a pes-soa não precisa do item, é provável que ela se sensibilize e diga que está que-

►Micro, pequenas e médias empresasA maior parte do nosso Produto Interno Bruto (PIB) é formado por micro, pe-quenas e médias empresas. São elas que têm o desafio de realmente se construir, porque ou elas se constroem ou morrem, não têm alternativa. Temos uma metodologia chamada metodolo-gia do pequeno gigante. Se você notar, hoje, as empresas que estão desper-tando o interesse das grandes são as pequenas. Por exemplo, a Ambev comprando cer-vejarias artesanais, grandes indústrias comprando as pequenas locais. As pe-quenas empresas têm mais agilidade que as maiores. Enquanto a grande tem mais dinheiro, a pequena está mais próxima. Enquanto a grande trabalha de forma massificada, a pequena tra-

exigentes. A lábia de vender qualquer coisa não existe mais. O que existe é a habilidade de conseguir passar com confiança o que o seu produto e serviço têm de melhor. Eu acredito na habilida-de oral, de expor, de estabelecer uma relação de confiança com o cliente, mas não acredito em um discurso vazio. Para a pessoa que tem a habilida-de de vender não vai sair dela, mas é possível trabalhar essa habilidade em quem não nasceu com ela. No final das contas, o que importa não é quem tem mais ou menos habilidade, é quem con-segue estabelecer melhor essa relação e passar mais confiança. A pessoa que acha que vende tudo deixa de estudar e acaba tendo menos resultados que os que estudam e se preparam para vender.

rendo o sapato. Quando acontece um momento de cri-se econômica as empresas cortam completamente os investimentos em marketing volta tudo à estaca zero. Aquela pessoa que já estava no cami-nho, acostumada com a marca e estava começando a se sensibilizar, pratica-mente esquece pelas outras opções que existem. A empresa pode diminuir, sim, só que precisa fazer investimen-tos mais assertivos nessa época. Você não deixa de ver propagandas da Brah-ma e do Itaú na televisão, por exemplo.

Apesar de o mercado estar favo-rável em muitos segmentos em Santa Catarina, na contramão do país, é preciso estar atento. Um

dos grandes erros que muitos empre-sários cometem em épocas de recessão é cessar investimentos em treinamen-to, pessoal, posicionamento de marca e marketing, por exemplo.

Especialista em branding, vendedor, con-sultor e palestrante, Fábio Fiorini dá al-gumas dicas do que é importante manter ou implantar para permanecer crescen-do, seja qual for a situação econômica do país. Criar estratégia e ter persistência são algumas das principais ações para impulsionar sua marca neste ano.

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67ANUÁRIO ABRIL, 2016

►Inovação x TradicionalismoOs fundadores dos negócios chegaram onde estão porque souberam fazer. Mas não é que os tempos são outros. As exigências são outras porque as empresas têm muito mais concorren-tes do que antes. Normalmente, os empresários, fundadores de pequenos negócios, são mais resistentes e pen-sam se fizeram assim até aqui, porque agora vão ter que mudar um pouco? E a gente fala que é um pouco, porque não dá para fazer grandes mudanças. Precisamos mudar aos poucos, respei-tando as tradições e o conhecimento que temos do negócio implantando ino-vações. Existem dois perfis de empresários, o tradicional e o empreendedor. O tradi-cional trabalha pela operação, é bom em fazer. O empreendedor é bom em desenvolver, forma pessoas para tra-balhar por ele e trabalha pelo desen-volvimento do negócio. E é o empreen-dedor que sai de uma para duas lojas, duas para três, três para quatro. O tra-dicional fica com um negócio bacana, mas estagnado, porque ele trabalha com a operação e pensa que se não faz, ninguém faz direito. O que é verdade, mas isso limita o crescimento. Já o em-preendedor ensina a fazer e trabalha para abrir outras frentes. O empreen-dedor é mais aberto às inovações.

►MetasA meta correta é baseada em histórico, respeita o momento econômico. Não adianta eu cobrar uma meta de 50% se meu segmento está caindo 30%, por exemplo. Além de desmotivar a equi-pe, é uma meta inatingível. Uma coisa é meta de vendas, outra é de tarefa. Acredito na meta de tarefa. O que é? Precisamos visitar 10 clientes poten-ciais por dia, por exemplo. Isso é uma coisa possível. A meta mais importante não é a final, são as tarefas que você precisa cum-prir para chegar até ela. As empresas precisam ter metas, mas se for só a de vendas, elas estão perdidas. Os ges-tores têm na ponta da língua o quanto precisam vender, mas se você pergun-ta como, a resposta é “se vira”. A em-presa que sabe exatamente o como, vai ficando boa em cada etapa.

►Reposicionamento de marcaA gente tem uma crença que, antes, para construir marcas, a propaganda fazia isso. Hoje, as pessoas constroem as marcas. E o processo de construção de marca não acontece isoladamente. Não dá para reposicionar um produto e deixar de reposicionar minha equi-pe. Não dá para ter só um discurso de construção e eu não ter o produto posi-cionado corretamente. O reposicionamento de marca é um projeto integrado. Não adianta criar uma propaganda para dizer que a coi-sa mudou. Temos que mudar de fato. Se o reposicionamento não for de pro-

►Incentivo ao consumo Sou a favor da venda por necessidade. Quando as empresas estão preparadas para vender algo que pode ajudar as pessoas e não engane elas, sou favorá-vel. Acho que cabe às empresas tentar fazer de forma responsável um projeto de crescimento para fazer com que as pessoas consumam dela porque ela também vai gerar mais emprego. Por isso, acredito nos pequenos negócios, que quando são bem trabalhados re-sistem um pouco mais à crise, têm la-ços locais, são um trampolim para as pessoas mais jovens e podem ajudar a uma saída de crise. Os grandes negócios podem deixar de empregar, mas os pequenos não porque as pessoas precisam consu-mir localmente. O que é venda? É um processo ganha-ganha, que começa na primeira venda. O vendedor que estabelece relação está trazendo be-nefícios. A empresa não pode ser só campeã de vendas, tem que ser de fi-delização também. O profissional de vendas é vilão se trabalha só por be-nefício próprio, não se trabalhar pela cadeia completa.

balha de forma personalizada. Então, as pequenas empresas ficam muito fortes localmente e, por isso, grandes empresas querem comprar as peque-nas.Exemplo clássico é a marca de guaraná Jesus, de São Luiz do Maranhão. A Co-ca-Cola tentou se tornar líder lá e não conseguiu. Então a Coca-Cola comprou o guaraná Jesus, não para tirar ele do mercado, mas para fortalecer ainda mais a marca e tirar a Coca-Cola do mercado. Essa é a prova de que a pe-quena empresa, trabalhando com vín-culos locais de forma personalizada, conquistando o relacionamento com as pessoas da região, tende a ficar forte também.

duto, serviço e equipe vai ser de curto prazo, pois vamos dizer que estamos mudando quando de fato não estamos. E os clientes percebem isso logo. Não adianta reposicionar só da porta para fora. Tem que reposicionar da por-ta para dentro, o que chamamos de branding inside. A marca que investe em propaganda e não investe para a equipe estar alinhada com isso cria um abismo.

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68 ANUÁRIO ABRIL, 2016

COSTA VERDE E MARTURISMO

Santa Catarina está repleta de opções turísticas que vão além da praia

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Vai visitar Santa Catarina no inverno, estará em uma cidade fora do litoral a trabalho ou simplesmente quer conhecer novos des-tinos? Então fique tranquilo, pois o Estado

está repleto de roteiros super bacanas que vão muito além das paradisíacas praias. A Costa Verde & Mar reserva uma série de op-ções diferenciadas. O visitante pode mergulhar na cultura, nas características típicas de cada um dos 10 municípios que compõem o consórcio, renovar o guarda-roupa e, de quebra, degustar o que há de melhor na gastronomia regional.Pesquisa realizada pelo consórcio no ano passa-do demonstrou que os moradores do sul do país ainda são maioria entre os visitantes da região durante o verão. Então fique atento às dicas e re-pense suas próximas férias.

Com pouco mais de 10 mil habitantes, Luis Alves guarda traços de uma colonização de alemães, italianos e portugueses. Foram eles os responsáveis pela tradição dos alambiques. Até meados dos anos 80, havia cerca de 50 em atividade na cidade, hoje são apenas 12. A aguardente como também é conhecida ainda é produzida de forma artesanal, alguns produtores deixam a bebida curtir por até 15 anos.

Além daquela fabricada tradicionalmente de cana de açúcar e de melado, é comum encontrar cachaça de banana e outras em que são adicionados sabores, ervas, frutas e o que a imaginação dos produtores permitir. Hoje os 12 alambiques que operam na cida-de, produzem aproximadamente 1 milhão de litros do produto, por mês.

A cidade também contempla grutas com águas naturais ou com imagens religiosas, como Ilhota e Navegantes. Em Ilhota outro atra-tivo é o turismo de compras, a cidade é a principal produtora de moda íntima e moda praia de Santa Catarina, com grandes marcas trazendo sempre as últimas tendências.

Navegantes

Ilhota

Luis Alves

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69ANUÁRIO ABRIL, 2016

Penha, Itapema e Itajaí conservam vias gastronômicas re-pletas de sabor. A variedade em frutos do mar fresquíssi-mos proporciona pratos genuínos. O Mercado Público de Itajaí é um ponto que não pode deixar de ser visitado. Além de proporcionar a riqueza da culinária açoriana, encanta pela arquitetura.

Itapema

Penha

Camboriú

Bombinhas

Em Camboriú o turismo rural agrada tanto os esportistas quanto aqueles que buscam um lugar para respirar ar fres-co. O visitante pode fazer cavalgadas, trilhas, tirolesa ou curtir a calma das cachoeiras e pesque e pague.

A Costa Verde & Mar indica ainda um roteiro de cicloturis-mo, no qual o visitante passa por Balneário Piçarras, Bom-binhas, Itapema, Itajaí, Navegantes, Penha, Porto Belo, Ilhota e Luís Alves. Entre rios, cachoeiras e muita mata verde pre-servada, o roteiro oferece o aconchego típico do interior.

Itajaí

Sol e marMas claro que se o tempo estiver bom, visitar as praias é uma excelente pedida. Duas praias da região estão entre as melhores do Brasil se-gundo a lista produzida pelo Traveller's Choice Praias 2016, premiação do site de viagens e re-servas TripAdvisor.

A praia de Bombinhas aparece em 16º lugar no ranking. Logo em seguida está a praia de Quatro Ilhas, no mesmo município, que permaneceu na 17ª colocação. Ambas as praias são as melhores colocadas de Santa Catarina na votação. Ao todo, 25 praias foram citadas na listagem nacional que pode ser conferida no site do TripAdvisor.

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70 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Ernesto João ReckPresidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc)

Cenário econômico

Depois de mais de uma década incentivando o consumo com financiamentos com juros baixos para bens de con-sumo mais acessíveis à população, o Brasil passa por um período de recessão. Resultado da falta de uma política

econômica positiva que estimule o empreendedorismo, aliada à falta de investimentos na melhoria da infraestrutura nacional, demonstra agora que este modelo centrado no consumo interno foi suicida.Entre as mais de 34 mil empresas associadas ao Sistema Facisc já contabilizamos associados dando férias coletivas, desligan-do linhas de produção, retraindo e investindo menos. Neste ano eleitoral que irá definir os rumos do país, aos empresários estão com muita insegurança, dúvidas, e com receio de realizar novos investimentos.Se o Brasil quiser ser um país inserido na economia do planeta e que tenha voz com os países de economia forte, precisa urgente elaborar e colocar em prática, independente de quem vença as eleições de outubro, um modelo sério de investimentos que esti-mule o empreendedorismo.Precisamos de políticas públicas que incentivem o setor produti-vo a longo prazo, que impactem em geração de empregos, e não de incentivos pontuais que resultem num país repleto de con-sumidores endividados. Precisamos de uma política industrial forte e duradoura que além de incentivar o consumo moderado, estimule todo o efeito cascata da cadeia produtiva.O ano de 2015 foi um ano de grandes alternâncias e modifica-ções tanto na esfera política, bem como na esfera das organi-zações. Além do mais, a sociedade brasileira e catarinense, se encontram em um impasse brutal de instabilidade e inseguran-ça quanto ao rumo que nosso país pode se encaminhar, gerado por uma desestabilização da confiança, que perpassou todo o ano de 2015.Diante desse cenário, o que se espera é que 2016 possa ser dife-rente, apesar das projeções não serem as mais otimistas, é pos-sível que o empreendedor brasileiro se reintegre frente a essa nova estrutura que a economia vem se encaminhando, e que com certeza exigirá muito esforço, planejamento e engajamento para que tenhamos um 2016 muito diferente do que foi 2015. Como entidade empresarial esperamos ajudar a sociedade nas tomadas de decisões, melhorar a representatividade e posicio-namento empresarial, contribuir para o futuro das organizações bem como cooperar para o crescimento sustentável catarinense.

SEM ESTÍMULOOPINIÃO

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72 ANUÁRIO ABRIL, 2016

Paulo de Tarso GuilhonConsultor da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC)

A economia catarinense padece dos mesmos males que afetam o Brasil. O caos político em que o país está mergulhado abala a confiança do empresariado e também dos consumidores. A in-segurança jurídica prejudica investimentos, corrói a economia

e deixa pouca margem para o desenvolvimento de Santa Catarina. Mais grave do que a crise é a falta de perspectiva para o futuro. O ano de 2016 mal começou e parece que já acabou pela ausência de um progra-ma de recuperação da economia.A crise não vai durar para sempre. Contudo, é fundamental que o país tenha um projeto estratégico que possa reconduzir a economia para um cenário de inflação sob controle e contas públicas com superávit para pagar o serviço da dívida e retornar investimentos. O Brasil precisa de visão de longo prazo, um programa que reconduza a indústria para pa-tamares dignos de sua importância. Um projeto de país que considere a força de todos os setores da atividade econômica. Algo em que o volun-tarioso empresário catarinense possa confiar e investir. A indústria de Santa Catarina recuou 8% ano passado e 2,5% em 2014. A consequência inevitável se dá pela face mais perversa crise. A Pes-quisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD Contínua do IBGE, re-ferente ao quarto trimestre de 2015, revelou uma taxa de desocupação das pessoas de 14 anos ou mais de idade, para o Brasil, de 9%, valor praticamente estável em relação aos 8,9% do trimestre anterior. Para Santa Catarina, a pesquisa mostrou a menor taxa de desocupação para o mesmo período: 4,2%. No mesmo período de 2013, a taxa de desocu-pação era de 2,5%. A comparação com o passado recente preocupa. Porém, muito mais preocupante é a linha de tendência de alta da pesquisa e a impossibili-dade de reação das empresas perante o caos político que inibe investi-mentos e ameaça o emprego das famílias.O país assiste estupefato os tristes acontecimentos políticos. Por isso, os catarinenses, como em várias outras cidades do país, foram às ruas para manifestar seu descontentamento com o ambiente político contaminado que espalha seu vírus por toda a economia e paralisa as atividades empresariais. Há algum tempo as empresas reduziram seu ritmo de atividade por não sentirem confiança no atual ambiente de ne-gócios. O Brasil precisa traçar um programa que dê condições para as empresas aumentarem a produtividade, fundamental para que o país possa desenvolver de forma sustentável. As carências são muitas e co-nhecidas. Sobra a coragem do empreendedor catarinense que não se sente estimulado enquanto as reformas necessárias e urgentes não se efetivarem. O fato é que o Brasil tem pressa. O tempo para quem trabalha é o tempo real. As empresas não suportam mais ficar à espera de uma solução. Ou fazemos as reformas indispensáveis, ou a economia do Brasil ficará à deriva, sem perspectiva de recuperação e menos ainda de desenvol-vimento sustentável.

A Economia catarinense e o momento atual

RECUPERAÇÃOOPINIÃO

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73ANUÁRIO ABRIL, 2016

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OPINIÃO BARREIRAS HISTÓRICAS

Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da Fiesc

Mário Lanznaster

Muito além do Mercosul

Acredito que o Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um daque-les projetos listados com o selo de “fracasso” pela diplomacia brasileira. São 25 anos de esforços de aproximação e muito pouco avançamos na criação de um verdadeiro mercado co-

mum, na eliminação de barreiras, na simplificação de procedimentos, na homogeneização de tributos etc. Atravessar as fronteiras em opera-ções comerciais de importação/exportação ou em simples viagens de turismo ainda envolvem muita burocracia e documentação. De outra parte, nossos parceiros não são tão leais assim. Frequente-mente criam barreiras alfandegárias e não-alfandegárias, fixam co-tas, suspendem compras, internalizam como seus produtos de fora do bloco (há forte suspeita sobre o leite em pó). Enfim, o Mercosul é um mercado comum que não funciona, nem para os agentes econômicos, nem para os turistas. E o que é pior: nossos parceiros buscam acordos isolados com outros países, ignorando o Brasil que representa 90% do PIB do bloco.Temo pela perda de protagonismo do Brasil no mercado mundial, não só pela inoperância do Mercosul mas, principalmente, porque o país ficou fora do Acordo Transpacífico (TPP). Doze países participam do acordo de livre-comércio e essa aproximação entre os países-mem-bros, que representam 40% da economia global, pode dificultar o aces-so do Brasil a um mercado combinado de 800 milhões de habitantes. O tratado assinado entre os Estados Unidos, Japão, Austrália, Canadá, Chile, Cingapura, Brunei, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã prevê a derrubada de barreiras tarifárias, estabelecimento de padrões e normas de comércio, além de aumentar os investimentos entre os países. O acordo produzirá seus efeitos econômicos após a conclusão dos processos internos de aprovação (nos parlamentos nacionais), quando as mercadorias terão acesso preferencial aos mercados desse novo e promissor bloco.O que pede o setor produtivo nacional diante desse novo cenário do mercado mundial? Que a diplomacia brasileira atue no mercado exter-no para a eliminação integral dos subsídios às exportações nos demais países e para a redução dos picos tarifários de acesso aos novos mer-cados. É óbvio que a liberalização dos mercados agrícolas mundiais é fundamental não só para o setor primário nacional, mas para o futuro de toda a economia brasileira.O Brasil não participa desse acordo, por isso, precisa correr atrás do prejuízo e gerir novos acordos comerciais para a entrada de seus pro-dutos agropecuários nesses países. Precisamos acelerar a celebração de novas parcerias entre o Brasil e a União Europeia, União Aduaneira Euroasiática, China e Estados Unidos. Outra medida necessária é o for-talecimento da figura do adido agrícola em todas as embaixadas bra-sileiras instaladas em países cujos mercados inteirem ao Brasil, inte-grando ações dos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores. A associação de diplomatas com conhecimento na área e qualificados adidos agrícolas resultarão, na prática, na defesa mais efetiva do setor primário e da vasta cadeia produtiva do agronegócio. Isso representa um avanço na capacidade de negociação e intervenção mercadológica do Brasil. Precisamos pensar e agir muito além do Mercosul.

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75ANUÁRIO ABRIL, 2016

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OPINIÃO BOM SENSO

Milton Lourenço Presidente da Fiorde Logística Interna-cional e diretor do Sindicato dos Co-missários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística

A “guerra fiscal” em pratos limpos

Chama-se “guerra fiscal” a exacerbação de práticas competitivas entre Estados em busca de investimentos privados. Ou seja, para atrair investimentos, os governos estaduais oferecem aos contri-buintes determinados benefícios fiscais, como créditos especiais de

Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou empréstimos subsidiados de longo prazo. Também os municípios recorrem, muitas vezes, a essa prática, utilizando-se, na maior parte das vezes, de benefícios relati-vos ao Imposto sobre Serviços (ISS).

Mas, ao contrário do que a definição procura passar ao cidadão, a “guerra fiscal” em si não é uma prática nociva nem deve ser escorraçada das dis-cussões no âmbito do Congresso Nacional. Afinal, incentivos e subsídios existem exatamente para corrigir distorções e desvantagens comparativas entre regiões de um mesmo estado ou da União.

Não fossem os incentivos fiscais, muitos estados do norte, nordeste e do centro-oeste ainda estariam em condições piores em termos de desenvolvi-mento econômico. Foi, portanto, a política de incentivos que atraiu muitas empresas a esses estados, permitindo o nível de desenvolvimento que hoje exibem. E que, ainda que não seja o ideal, serve para impedir o crescimento de movimentos migratórios no próprio país, fixando o homem na terra.

Não se pode deixar de reconhecer também que foi o predomínio de São Paulo e Minas Gerais na condução das diretrizes econômicas do país que levou à reação dos demais estados em 1930 contra a chamada política do “café com leite”. E que, se hoje São Paulo detém mais de 30% do Produ-to Interno Bruto (PIB), é porque ficou com a maior parte dos recursos da União, que acabaram por financiar o seu desenvolvimento, assim como dos demais estados das regiões sul e sudeste.

Por isso, é preciso bom senso quando se discute a chamada “guerra fiscal”, pois, acima de tudo, é uma maneira de se corrigir distorções. É o caso da Medida Provisória (MP) nº 694, que, entre outras ações, isenta os portos do Espírito Santo do pagamento do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e renova esse benefício para as regiões norte e nordeste.

Não se questiona aqui a renovação do benefício aos portos do norte e nor-deste, mas não se pode concordar que seja extensivo ao Espírito Santo, que fica no sudeste, muito próximo aos grandes centros consumidores (São Paulo e Rio de Janeiro), pois isso significaria um tratamento desigual para uma mesma atividade, com sensíveis prejuízos aos demais portos da região, inclusive ao de Santos, que hoje é responsável por 27% do comércio exte-rior brasileiro. Se aprovada, a MP poderá instalar uma competição desigual entre os portos do sul e sudeste, afetando a isonomia e a livre concorrência.

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78 ANUÁRIO ABRIL, 2016

OPINIÃO NECESSIDADE DE IMPORTAÇÃO

José Zeferino PedrozoPresidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc)

Santa Catarina possui o mais avançado parque agroindustrial do Brasil, representado pelas avançadas cadeias produti-vas da avicultura e da suinocultura. Essa fabulosa estrutura gera uma riqueza econômica de mais de 1 bilhão de aves e

12 milhões de suínos por ano, sustenta mais de 150 mil empregos diretos e indiretos e gera bilhões de reais em movimento econômi-co.Um dos principais insumos para o funcionamento dessas gigantes-cas cadeias produtivas é o milho. Por isso, o sucesso ou o fracasso da cultura do milho reflete diretamente na economia catarinense.Em 2005, 106 mil produtores rurais catarinenses cultivavam 800 mil hectares com milho e colhiam entre 3,8 e 4 milhões de tonela-das. Nesses dez anos, a área plantada foi se reduzindo paulatina-mente e, em 2015, foram cultivados entre 250 mil e 300 mil hec-tares de lavouras para uma produção estimada em 2,5 milhões de toneladas. Esse quadro representa uma equação perigosa: para um consumo de 6 milhões de toneladas haverá uma produção interna de 2,5 mi-lhões e, portanto, uma necessidade de importação de 3,5 milhões de toneladas de milho. Insumo escasso representa encarecimento para os produtores rurais e para as agroindústrias. Por via de con-sequência, o alimento cárneo torna-se mais caro para o consumi-dor.A conjugação de uma série de fatores contribuiu para chegarmos a esse ponto, com redução tão drástica da produção. Os produtores migraram para a soja, um produto com grande liquidez no mercado de commodities, menor custo de produção e melhor remuneração final aos agricultores. Enquanto a saca de milho vale entre 35 e 40 reais, a de soja vale 70 reais. Outro fator é que 40% do milho que SC produz se destinam a silagem, portanto, não sai da propriedade e é utilizado na nutrição animal do gado leiteiro.No ano passado, os preços do milho não agradaram os produtores. Por outro lado, a atual situação cambial estimula a exportação de milho: o Brasil já embarcou 33 milhões de toneladas para o exte-rior (a produção nacional deve chegar a 85 milhões de toneladas), agravando ainda mais a situação interna. O sul do Brasil terá que importar milho da Argentina e do Paraguai. A Conab não dispõe de estoques para regular o mercado. Planos, programas e ações do Governo e das agroindústrias não tiveram sucesso na tentativa de estimular o plantio de milho em Santa Catarina e todos seguem refém desse grão que representa a principal fonte de nutrição de aves, suínos e gado leiteiro. Obter a autossuficiência catarinense é o desafio perseguido há décadas, seja via aumento da produtividade, utilização de sementes de alta tecnologia e calcário calcítico. Outro desafio adicional neste cená-rio é a armazenagem, pois, 30% da produção não têm estocagem. Enfim, o milho é um cereal profundamente vinculado à realidade catarinense.

A eterna equação do milho

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OPINIÃO DESENVOLVIMENTO

A corajosa decisão dos prefeitos da Associação dos Municí-pios da Foz Rio do Itajaí (Amfri) em levar a frente o projeto de inovação que apresentamos a esta associação no ano passado, representa o passo inicial de um processo de em-

poderamento de toda uma região com possibilidades reais de ala-vancagem do desenvolvimento econômico e social dos municípios partícipes no curto, no médio e no longo prazo.Digo corajosa decisão porque há uma cultura política arraigada que limita nos quatro anos de um mandato o horizonte administrativo dos governos, com a possibilidade de um segundo tempo de mais quatro anos, o que limita a visão de longo prazo que deveria nortear as políticas públicas para uma região, um estado e para o país.Alternativa a este contexto, o InovAmfri é um projeto com aborda-gem  Design Thinking  que integra as diferentes características de cada município e otimiza os resultados em seus diversos eixos, pro-jetando e planejando o futuro desta região. Com o apoio do governo do Estado, o InovAmfri já está rodando. Ele prevê ações imediatas, de curto e de médio prazo para tornar a re-gião atrativa e apta a receber novos investimentos que proporcio-nem geração de renda e empregos de qualidade.O InovAmfri  contempla em sua primeira fase ações de treinamento de gestores públicos e ações de mobilidade urbana, turismo e saúde com previsão de conclusão em dezoito meses. O programa define ainda as linhas de atuação do distrito e do centro de inovação que está sendo construído no bairro Itaipava. No longo prazo, a intenção é revolucionar a infraestrutura e transformar a região num centro de referência econômica para o Brasil e para o exterior.Vivemos hoje, no Brasil, uma crise política e econômica que é reflexo da falta de políticas públicas elaboradas com base em um processo de planejamento. Assim sendo, este é o momento em que devemos nos habilitar para dar o salto para o futuro e é isso que o InovAmfri propõe:  um programa integrado com soluções inovadoras que da-rão condições aos que vivem nessa região de ter serviços públicos melhores, preparação de gestores capacitados para a nova econo-mia e meios de atrair investimentos que criem empregos que remu-nerem bem a nossa mão de obra. Esse será o primeiro passo.O que nós propomos mais adiante é transformar a Amfri em uma agência de desenvolvimento regional capaz de atrair investimen-tos que possibilitem potencializar as riquezas da região, tornando-a mundialmente competitiva e capaz de distribuir os resultados ob-tidos em forma de serviços públicos eficientes prestados por con-sórcios ou sociedades de propósitos específicos que integrem os municípios de nossa região.O InovAmfri começa hoje a construir a metrópole em que viveremos num futuro próximo.

Paulo BornhausenPresidente do PSB de Santa Catarina

Semente da inovação

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OPINIÃO VALORIZAÇÃO

O mercado imobiliário é um setor que já se consolidou na eco-nomia brasileira, sendo considerado um dos fortes pilares econômicos do país, principalmente na geração de empregos. Apesar das incertezas dos investidores nacionais e interna-

cionais devido à insegurança causada pela crise política que estamos vivenciando, o setor imobiliário não desapontou em Santa Catarina. Focando nosso olhar no estado catarinense, observamos que grandes cidades apresentaram uma rápida evolução nos últimos cinco anos em função do aceleramento do setor imobiliário. O litoral catarinense é sem dúvida a região de grande destaque no segmento, pois alia o forte potencial da construção civil aos atrativos turísticos que as cidades oferecem. No entanto não podemos negar que o setor imobiliário se intensifica também em outras regiões do Estado, como a serra catarinense e oeste por exemplo. Recentemente o Departamento de Pesquisa do Secovi/SC realizou uma análise em algumas cidades do estado catarinense que apontou uma valorização acima de 10% nos imóveis ofertados na cidade de Lages. Essa valorização supera a inflação acumulada do ano de 2015, que foi de 10,7%. No litoral catarinense, principalmente na cidade de Balneá-rio Camboriú, também notamos uma forte valorização de acordo com uma pesquisa que realizamos em janeiro deste ano. Balneário Cam-boriú teve um aumento de 8,3% no valor do metro quadrado por área útil ofertado em 2015. Os grandes centros urbanos, como São Paulo, por exemplo, também mantiveram o mercado estabilizado, principalmente no iní-cio deste ano com as férias e demais festividades que impulsionam também o mercado de locações de imóveis. Recentemente o indica-dor Fipezap divulgou uma valorização de 2,5% nos imóveis ofertados em 2015 na capital paulista. Apesar de haver uma estagnação em novos lançamentos a partir de 2015. Esses números comprovam que, apesar do pessimismo econômico que assolou o país nos últimos meses, somando-se o fato do Brasil ter sua nota rebaixada por agências internacionais de clas-sificação de risco, os investidores continuam considerando o mercado imobiliário vantajoso. Outro fator que estará contribuindo para o aquecimento do setor é a recente divulgação feita pelo conselho que administra o FGTS, comunicando a liberação de 21,7 bilhões de reais para novos contratos de financiamento da casa própria. Tudo isto, não quer dizer que estamos vivendo um mar de rosas, mas a busca por uma melhor qualidade de vida e custo, tem proporcionado àquelas cidades mais preparadas um crescimento. Percebe-se, portanto que o setor continua promissor e nós enquanto profissionais que atuam diretamente no ramo carregamos a responsabilidade de colaborar para que o crescimento, que hoje tende a ser verticalizado, aconteça de forma responsável com bom aproveitamento do uso do solo, contribuindo com a sustentabilidade das cidades.

Sérgio Luiz dos SantosPresidente do Secovi Santa Catarina

Mercado imobiliário sem crise

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