Revista Produtor Itambé

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Revista Produtor Itambé w ano 1 w número 2 w fevereiro de 2010 DA CAPINEIRA AO PASTEJO ROTACIONADO: mais qualidade de vida e redução dos custos DA CAPINEIRA AO PASTEJO ROTACIONADO: mais qualidade de vida e redução dos custos LEIA MAIS: O ano de 2010 che- ga com previsão de crescimen- to para a Itambé. PÁGINA 5 DESTAQUE: Conheça o traba- lho da cooperativa de Ferros- MG. PÁGINA 8 E AINDA: Filho segue os passos do pai e ajuda a manter viva uma tradição religiosa. PÁGINA 14 FOTO: GILSON DE SOUZA

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Publicação Mensal da Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR/Itambé)

Transcript of Revista Produtor Itambé

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Revista Produtor Itambé w ano 1 w número 2 w fevereiro de 2010

Da capineira ao pastejo rotacionaDo:mais qualidade de vida e redução dos custos

Da capineira ao pastejo rotacionaDo:mais qualidade de vida e redução dos custos

LEIA MAIS: O ano de 2010 che-ga com previsão de crescimen-to para a Itambé. PágIna 5

DESTAQUE: Conheça o traba-lho da cooperativa de Ferros-Mg.PágIna 8

E AINDA: Filho segue os passos do pai e ajuda a manter viva uma tradição religiosa.PágIna 14

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Transformação silenciosa

Aonde Seu Leite Chega

Cartas & Curtas

Giro Itambé

Análise

Com a Palavra, o Técnico

Cooperativa em Destaque

Nossa Gente

Produção Sustentável

Informativo da Qualidade

Balaio Cultural

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Revista Produtor Itambé Publicação mensal da Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas gerais (CCPR/Itambé).

Diretoria

Presidente: Jacques gontijo ÁlvaresVice-presidente administrativo: Marcos eliasVice-presidente Comercial:Valdinei Paulo de oliveiraVice-presidente de abastecimento:Carlos Batista alves de souza

Equipe Responsável

Paulo MartinsMônica salomão Priscila Martins

Colaboraram nesta edição

fernando Pinheiroarmindo José soares neto Ricardo CottaHenrique Quintão Brantleandro sampaiodorival lúcio de oliveiraantônio Magela da silvaadriano Rabelo

Jornalista Responsável

Mônica salomão – Mg 10543/JP

Diagramação

orozimbo souza Júnior–Mg 10654/JP

Tiragem

13.925 exemplares

Impressão

log & Print

Publicidade

Priscila Martinstel: (31) 2126-3417

E-mail:

[email protected]

www.twitter.com/proditambe

Telefone: (31) 2126-3418

Revista Produtor Itambé, ano 1, número 2, fevereiro de 2010

a atual gestão da CCPR/Itambé teve início em abril de 2008, num ambiente em que os concorrentes atuam numa velocidade jamais vis-ta, em busca de novos espaços que modifiquem o mapa nacional de cap-tação, processamento e distribuição de leite. Para a CCPR/Itambé, se re-posicionar diante deste novo e con-creto cenário de competição intensa passou a ser não apenas questão de definição de estilo da nova Direto-ria, mas questão de sobrevivência.

A atual Diretoria vem desenvolvendo ações concretas e audaciosas visando fortalecer não somente a CCPR/Itam-bé, mas o próprio cooperativismo de leite. Paralelamente, busca intensifi-car a relação com suas cooperativas e seus cooperados. Tudo isso ocorre sem alarde. Para entender a silencio-sa transformação em curso, fiquemos apenas no que se refere à comunica-ção com os cooperados.

Seis meses após o início desta gestão, numa ação inédita, a nova Diretoria adquiriu assinatura mensal da Revis-ta Balde Branco para cada cooperado. Dentro dela, pela primeira vez circulou uma comunicação chamada Itambé na Fazenda. nascia ali o embrião de uma nova forma de relacionamento.

Em poucos meses ficou evidente que o encarte criado era excelente, mas dei-xava sem cobertura o mundo da CCPR/Itambé, ou seja, os fatos vividos por seus cooperados. Então, o tempo mos-trou que era hora de trocar a linha edi-torial e o encarte passou a se chamar Produtor Itambé, descortinando um

imenso e rico universo, que é a vida interna das cooperativas vinculadas à CCPR/Itambé.

O projeto recebeu dois novos profis-sionais exclusivos: uma jornalista e uma profissional de relações públi-cas num momento em que demissões aconteciam na economia e ajustes eram implantados no próprio quadro de colaboradores da Itambé.

além disso, todos os jornalistas das cooperativas singulares participa-ram do primeiro workshop de co-municação Itambé, que contou com palestras do editor da Balde Bran-co, Nelson Rentero, do Diretor do site Milkpoint, Marcelo Carvalho, e do publicitário José Ricardo Rodri-gues. ali foi criada a Rede Itambé de Comunicação com o Cooperado.

Esta decisão estratégica viabilizou a criação do boletim semanal Produtor Itambé Online, disponível a todos os cooperados e colaboradores das coo-perativas que têm acesso à internet, cuja adesão cresce semanalmente. Também foi criado o Radar Técnico Itambé, um serviço inédito, com no-tícias do mundo do leite que não são encontradas na mídia especializada.

A Edição número 1 da Revista Produtor Itambé está sendo bastante festejada. Não é pra menos. Consolida a valorização do dia-a-dia de uma empresa que tem na solidariedade o seu principal combustí-vel, e na geração de emprego e renda seus principais produtos. Mais que isso, mostra os valores de quem a faz assim: você cooperado da CCPR/Itambé.

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Em Salvador, primeira capital do Brasil e principal cidade tu-rística da Baía de Todos os San-tos, são comercializadas, por mês pelo escritório de vendas da Itambé, mil toneladas de leite em pó e 400 toneladas de leite condensado.

no berço de poetas e artistas ilustres da cultura brasileira, como o escritor Jorge ama-do e os compositores Dorival Caymmi e Vinícius de Morais, a Itambé, marca mineira com 60 anos de tradição, é líder de

vendas do leite em pó sachê e do leite condensado, com, respectivamente, 62% e 67% de participação no mercado da capital da Bahia.

Em meio às estruturas seculares e prédios contemporâneos, ao acarajé borbulhante no azeite e às mais de 300 igrejas de Sal-vador, conhecida também por sediar uma das festas de carna-val mais animadas do mundo, está o supermercado atakadão atakarejo, ponto de venda dos produtos Itambé.

Itambé na Baía de Todos os Santos

Recebi com satisfação a primeira edição da Revista Produtor Itambé. agradeço a gentile-za e congratulo-me com o prezado Presiden-te pelo trabalho realizado e gostaria de re-ceber mais exemplares de sua publicação. Antônio do Valle RamosSuperintendente Federal de agricultura no Estado de Minas gerais

agradeço o recebimento da Revista Produ-tor Itambé, n°1, Janeiro de 2010. O encarte Produtor Itambé já era bom, porém a revista está excelente. Parabéns pelas constantes evoluções pelas quais vem se transformando a Itambé, principalmente neste último ano. Em se tratando de uma produção Itambé, é fácil prever que a Revista Produtor Itambé será um sucesso que veio para ficar.

CPD Educampo Leite

Em minhas mãos o exemplar da primeira edição da Revista Produtor Itambé, que re-ceberá de minha parte especial atenção e leitura. na oportunidade, agradeço a genti-leza do envio e parabenizo pela iniciativa. Marcos MontesDeputado Federal/DEM/MG

Tenho absoluto interesse em receber a re-vista. Lembro-me da CCPR dos anos 70, te-nho uma irmã que trabalhou na Coopera-tiva, na Rua Itambé, e pessoalmente vejo duas coisas que me mantém preso à Minas: requeijão Itambé e o Cruzeiro... isso após 30 anos morando em Brasília... Geraldo Moura

Louvável a iniciativa de abertura deste espaço de comunicação com o leitor da

revista Produtor Itambé e aproveito para enviar minha sugestão: Nos últimos anos, muito tem se falado sobre qualidade de leite; e não é para menos. Trata-se de um ponto de relevan-te importância a ser considerado pelo produtor, uma vez que exerce influência direta sobre o preço do leite pago pela Itambé. Portanto, uma publicação a res-peito na revista Produtor Itambe levará ainda mais conhecimento sobre o assun-to ao produtor de leite. Antecipadamente agradeço, José Mauro da Silva

Participe também. Envie suas críticas, elo-gios e sugestões para:[email protected]

Atakadão Atakarejo, ponto de venda da Itambé em Salvador-BA

foto: dIVulgação

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Superados os reflexos da crise finan-ceira mundial, a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas gerais (CCPR/Itambé) comemorou com entu-siasmo o crescimento de 17% em volu-me de leite processado e vendido no ano de 2009. a queda nas exportações, que chegou a representar até 30% da produção e venda de leite em 2008 e no ano passado caiu para 6%, exigiu da diretoria uma ação rápida.

“Quando percebemos que os preços das commodities estavam despencando no mercado internacional e, ao mesmo tempo, que o real estava valorizado frente ao dólar ficou claro a necessida-de de colocarmos toda a nossa produ-ção no mercado interno. Felizmente, essa urgência em dar um destino aos nossos produtos proporcionou à Itambé a oportunidade de ganhar mais visibi-lidade no país”, diz o vice-presidente comercial da CCPR/Itambé, Valdinei Paulo de Oliveira.

Sempre preocupada em inovar e aten-der as exigências dos consumidores, a Itambé incorporou ao seu portfólio do ano passado a linha de leites espe-ciais Premium, leite condensado car-tonado, creme de leite light e a linha de iogurtes Frutambé.

Diante da necessidade de ocupar todos os espaços de mercado, e melhorar a prestação de serviços aos clientes e a eficiência no processo de logística, a Co-operativa Central vai abrir, até o fim do ano, mais três Centros de Distribuição em São Luís (Ma), Campo grande (MS) e Porto alegre (RS). as expectativas são de continuidade do crescimento no mercado interno e reto-mada das exportações, como conta Oli-veira. “Em 2009, a Itambé chegou a 22

mil pontos de venda no varejo e neste ano queremos crescer mais 10% no país. Também estão previstas exportações mensais de 15 milhões de litros de leite para vários países do mundo”, adianta.

Para incorporar os novos clientes, a CCPR/Itambé está mapeando as regi-ões Centro-Oeste e Sudeste, com espe-cial atenção ao potencial dos maiores municípios, com capacidade de inten-sificação das vendas. “Nessas regiões, queremos aumentar a nossa partici-pação de mercado em 30% ”, afirma o vice-presidente comercial.

neste mês, será lançado o leite em pó modificado, um produto de preço mais acessível voltado para as classes C, D e E. na linha de refrigerados, está pre-visto aumento de 40% da produção para atender a demanda reprimida.

Para colocar todos os produtos no mer-cado, a Itambé conta com uma força de vendas com mais de mil colaboradores em todo o país, entre vendedores, su-pervisores, coordenadores e promoto-

res. “Temos uma equipe bem treinada, que conhece nossos produtos e nossos clientes. Sem dúvida, essa dedicação é fundamental para o sucesso dos negó-cios”, elogia Oliveira.

Para ocupar posição de destaque em mercados cada vez mais exigentes, o vice-presidente comercial diz que o di-ferencial da Itambé é a qualidade con-quistada ao longo de 60 anos de trabalho e estar atento para colocar o produto certo no lugar certo.

Diretoria comercial prevê crescimento para 2010foto: gIlson de souza

Diretor Comercial anuncia a abertura de três Centros de Distribuição para intensificar as vendas no mercado interno

NúmEROS DE 2009

Crescimento do volume de leite processado: 17%

Pontos de venda no varejo: 22 mil

PARtICIPAçãO NO mERCADO bRASIlEIRO:

Leite em pó: 21%

Leite condensado: 32%

Vendas de leite UHT: 110 milhões de litros

Equipe de vendas: 1.100 colaboradores

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Perspectivas do mercado lácteo para 2010

após as grandes oscilações ocorridas em 2009, dificilmente algum analista de sã consciência arriscaria uma projeção de produção e preço para 2010. Entretanto, já temos alguns claros indícios que nos podem ser úteis para alguma previsão.

Se começarmos pelo lado da oferta, tivemos praticamente um ano perdido em termos de crescimento produtivo em 2009, provocando uma quebra na tendência registrada nos últimos anos no Brasil. a grande ampliação produti-va apresentada no segundo semestre serviu apenas para anular o declínio do primeiro. no entanto, caso as oti-mistas previsões para os indicadores macroeconômicos brasileiros em 2010 se realizem com crescimento do PIb superior a 5%, teremos uma bela me-lhoria de demanda por produtos lácte-os. a ITaMBÉ está extremamente pre-parada para esta expansão, podendo contar com a entrada em operação da ampliação em refrigerados feita na Unidade de Pará de Minas.

Em 2009 este crescimento já fora ex-pressivo, devido à melhoria de renda da população e da queda nos preços relati-vos. Se esta tendência se confirmar em 2010, teremos mais um fator de susten-tação nos preços do leite ao produtor.

no front internacional as perspecti-vas também são boas. a recuperação da crise econômica e a recomposição dos estoques impactaram positiva-mente nos preços. Estes iniciam o ano cotados em torno de USD 3,500/ton. (três mil e quinhentos dólares ame-ricanos por tonelada), significando o segundo melhor preço da história. Se o câmbio desfavorável (Real fren-te ao Dólar) ainda não torna viável a exportação nacional, pelo menos deveremos ter menor pressão do pro-duto importado que nos incomodou duramente durante o ano passado.

Pelo lado dos custos, há tendência de estabilidade para o próximo ano. até o momento, tudo indica que a safra bra-sileira de grãos será muito boa, com produtividade elevada, uma vez que o clima vem se comportando dentro da normalidade. Isto deverá segurar os preços do milho e do farelo de soja.

Restando saber como se comportará o clima para a safrinha de milho.

Com estes fatos acima colocados, po-demos supor um bom ano para a cadeia láctea brasileira. agora, não podemos perder o foco na melhoria da gestão, uma vez que a concorrência tem se tor-nado cada vez mais acirrada, refletido em reduções subseqüentes de margens. assim, para se obter melhores resulta-dos, precisa-se de aumento contínuo de produtividade. Devemos esperar ainda um ano de movimentações significati-vas no ponto de vista da consolidação deste setor que ainda é extremamente pulverizado. Novas fusões, aquisições e aberturas de capital devem ocorrer.

a grande incógnita fica por conta das eleições de outubro e dos refle-xos que uma campanha presidencial pode ter, normalmente gerando ins-tabilidade na economia.

foto: dIVulgação

“Pelo lado dos custos, há tendência de estabilidade para este ano”.

Ricardo Cotta FerreiraMSc Economia e assessor de Relações

Institucionais da Itambé

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Existe uma característica marcante nas empresas que alcançam os melho-res resultados. Estas empresas plane-jam seu futuro e constroem seu suces-so, dia após dia.

Uma propriedade rural é uma empresa como qualquer outra e deve ser admi-nistrada com um planejamento deta-lhado, que envolva todos os aspectos ligados à atividade.

a produção de leite exige do produ-tor, além de muita dedicação e tra-balho, conhecimentos variados. Ele precisa ser um agricultor eficiente,

produzindo alimentação de alta qua-lidade, com o menor custo possível, empregar as melhores técnicas no manejo e no controle sanitário do re-banho, gerenciar pessoas, cuidar da qualidade do leite, etc.

Um bom planejamento deve tra-çar as metas que desejamos atingir para todos os setores da proprie-dade, com prazos definidos e com os planos para cumprir cada uma delas. Temos que saber com ante-cedência cada passo a ser dado e estar preparado para mudanças no caminho, pois quando elas ocorrem, temos que agir rápido.

Sabemos que existem dificuldades, pois alguns fatores, como o custo dos insu-mos e o mercado do leite, são de difícil previsão em longo prazo, e é exatamen-te aí que o planejamento faz a diferen-ça. no planejamento podemos prever, com antecedência, o que vamos fazer em várias situações e isso ajuda muito na hora de tomar as decisões.

Para aumentar a chance de acertar, a assistência técnica tem um papel fundamental no planejamento. O téc-

nico, conhecendo a realidade da sua propriedade, tem como identificar as soluções mais adequadas para o seu caso. Em se tratando de produção de leite, não existe “receita de bolo”. nem sempre o que deu certo na fa-zenda do vizinho é a melhor solução para o seu problema.

É muito importante que o produtor, depois de planejar, se preocupe com a execução dos planos conforme pla-nejado para garantir que os objetivos sejam alcançados.

nos dias de hoje, é muito comum as pessoas reclamarem que não têm tem-po pra nada. Em alguns casos, não conseguimos administrar bem nosso tempo justamente por falta de plane-jamento, e esta “armadilha” pode nos tirar do caminho certo.

“Se o homem não sabe aonde quer che-gar, qualquer direção parecerá certa”.

Por outro lado, se você quer ter bons resultados na produção de lei-te, comece construindo seu futuro hoje, com um bom planejamento. Mãos à obra!

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Planejar para vencer desafios

Revista Produtor Itambé, ano 1, número 2, fevereiro de 2010

Gerência de Suprimento de Leite: perspectivas para 2010

Em 2010, a gerência de Suprimen-to de Leite será reestruturada com o objetivo de melhorar a eficiência da coleta do leite e aumentar a pre-sença dos nossos técnicos no campo, junto aos produtores.

O transporte do leite receberá atenção especial. Já estamos em fase de tes-

tes para instalação de um sistema de rastreamento dos caminhões que nos permitirá acompanhar cada veículo em tempo real, garantindo o cumprimento das coletas e reduzindo custos.

Este controle será feito nas fábricas pelos gestores de transporte, o que permitirá que nossos técnicos tenham

mais disponibilidade para atender e vi-sitar os produtores.

O foco de todos os projetos previstos para 2010 é a garantia da transpa-rência e da eficiência em todos os processos da captação do leite, de forma a assegurar a satisfação dos nossos cooperados.

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Armindo José Soares NetoEngenheiro agrônomo e

gerente de Suprimento de Leite da CCPR/Itambé

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8 Revista Produtor Itambé, ano 1, número 2, fevereiro de 2010

Com 25 anos de existência, a Coopera-tiva agropecuária de Ferros (Cafel) de-sempenha, desde a sua constituição, um importante papel econômico e social na cidade mineira de mesmo nome. a Cafel, maior instituição de Ferros, atrás apenas da Prefeitura Municipal, conta com 675 cooperados, sendo 197 produtores de leite. a captação mensal da cooperati-va é de 800 mil litros de leite, advindos também dos municípios de Carmésia, Santa Maria de Itabira, Conceição do mato Dentro e Dores de Guanhães.

Em decorrência do falecimento de Fer-nando Soares de Carvalho, presidente da Cafel por seis mandatos e ex-con-selheiro fiscal da Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas gerais (CCPR/Itambé), em 2009 os cooperados voltaram às urnas para eleger a atual diretoria. O cargo de presidente foi as-sumido por Hélcio de Oliveira Quintão, diretor comercial por três mandatos, e em seu lugar foi empossado Fernando moraes de Carvalho, filho do ex-presi-dente. O diretor secretário, José alves de almeida, foi mantido.

Carvalho já era cooperado e decidiu fa-zer parte da diretoria para manter a tra-dição da família e realizar um desejo do pai, defensor ardoroso da Cooperativa agropecuária de Ferros. “Meu pai sempre teve muito amor pela cooperativa. Se al-guém falasse mal perto dele, era briga na certa”, revela o diretor comercial.

Há 12 anos na diretoria, Quintão, atu-al presidente da Cafel e ex-prefeito do município por duas gestões, conta que a coleta a granel foi um divisor de águas para a cooperativa. “Para o produtor foi um ganho porque ele deixou de pagar o frete do transporte, que passou a ser feito pela Itambé. Em contrapartida, perdemos arrecadação, o movimento do armazém caiu muito”, relembra.

Mas, seguindo a lógica dos grandes em-preendedores, ao invés de desanimar a diretoria fez do momento de dificuldade um trampolim para impulsionar os negó-cios. Com o fechamento do posto de re-cepção, a primeira ação foi alugar uma loja mais próxima do centro comercial do município e oferecer frete gratuito

de entrega para as compras realizadas no armazém. Em pouco tempo, o espaço ficou pequeno e foi preciso alugar um imóvel maior, que comportasse a de-manda que aumentava a cada dia.

mais uma vez de mudança, a Cafel se ins-talou em um terreno com mais de 600 m², que há três anos foi comprado pela coo-perativa. Lá trabalham 22 funcionários, divididos entre as áreas de escritório, ven-das, transporte e assistência veterinária. No armazém são comercializados mais de nove mil itens entre produtos alimentícios, utilidades domésticas, produtos de higiene e limpeza, rações, sementes, adubos, me-dicamentos veterinários e maquinário. O carro-chefe das vendas são as rações Itam-bé, que chegam a 230 toneladas/mês.

a arrecadação mensal de R$ 500 mil mostra que a diretoria da Cafel acertou na alternativa escolhida para superar a crise e dar a volta por cima. além das vendas, a outra fonte de renda advém do aluguel de parte do posto de recep-ção desativado, que abriga ainda o de-pósito de ração da cooperativa.

Cafel, compromisso com o desenvolvimento econômico e social

No Armazém da Cafel são comercializados mais de nove mil itens

fotos: gílson de souza

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Há dez meses, a Cafel contratou o médico veterinário Henrique Quintão Brant para oferecer assistência gratuita aos cooperados. além dos cuidados clí-nicos, o profissional presta orientações de reprodução do rebanho, que, segun-do ele, tem ocorrido cada vez mais por meio de inseminação.

a facilidade de acesso à inseminação é mais um serviço oferecido pela Cafel, por meio de uma parceria com a Prefei-tura, Sindicato Rural e Emater. O vete-rinário conta que há alguns anos, Ferros foi contemplada pelo Programa nacional de Fortalecimento da agricultura Fami-liar (Pronaf) com a quantia de R$ 60 mil por ano durante quatro anos. Entre

outras ações, essa verba possibilitou a criação do Programa de Inseminação, que permite aos produtores utilizar o serviço e pagar apenas R$ 17 por vaca com prenhês confirmada. “O programa tem tido muito sucesso devido à cons-tatação de melhoria do gado e aumento da produtividade”, ressalta Brant.

além do veterinário, os cooperados da Cafel também recebem assistência dos técnicos extensionistas da CCPR/Itambé Cleber de Paiva Macedo e alberto Car-valho Quintão. Quatro vezes ao ano, a cooperativa promove palestras sobre te-mas relacionados ao manejo do rebanho e qualidade do leite e oferece, ainda, a consultoria para elaboração de pro-

cessos aos cooperados interessados em obter o financiamento do Pronaf.

Responsabilidade socialDesde 2006, salas da Cafel são cedidas à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e à Sociedade Educacional de Ferros/FaCIg, onde são ministrados, respectivamente, os cursos normal Supe-rior e Técnico em Enfermagem. Mensal-mente, a cooperativa fornece alimentos ao asilo Recanto nossa Senhora apare-cida, que abriga cerca de 40 idosos, ao Centro Educacional Mariinha Matta Ma-chado e à Conferência São Vicente de Paula, além de contribuir ativamente para a realização de festas religiosas e serviços de apoio às escolas de Ferros.

Atenção ao cooperado

Diretoria Cafel: Fernando Moraes de Carvalho, José Alves de Almeida e Hélcio de Oliveira Quintão

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Em 1960 veio o casamento e com ele a responsabilidade de sustentar a esposa e os filhos que ainda viriam. Como o ofício na roça e o amor ao gado foram aprendidos ainda na infância, Juvenil Rodrigues, mais conhecido como ni, não pensou duas vezes e investiu suas eco-nomias na compra de quatro vacas para começar seu próprio negócio.

Com o apoio da companheira Maria Edel-vs de godoi Rodrigues, a Vica, o casal iniciou a produção de queijos, que mes-mo com muito esforço não ultrapassava 1 kg por dia. Com a abertura de uma co-operativa em um município próximo ao distrito de Santo Antônio da Fortaleza, onde moram, comprou mais dez cabeças e começou a produzir leite. Paralelo à produção, ni deu especial atenção à re-cria e em pouco tempo a multiplicação das vacas já somava 30 animais.

assim como a produção, a prole também prosperou e Ni e Vica tiveram cinco fi-lhos, três mulheres e dois homens. Com a necessidade de cuidar da educação dos filhos, Vica, que era professora, se

mudou com eles para Ipatinga. nessa época, ni já contava com 80 vacas, mas precisou vender 70 para comprar a casa que abrigaria a família. Com as dez ca-beças restantes, o produtor retomou os negócios para assegurar que não faltas-se nada à mulher e aos filhos.

Durante onze anos, o período das férias era esperado com ansiedade para que toda a família se reunisse na fazenda. “Sentia muita falta do meu marido, mas valeu à pena porque conseguimos cum-prir a missão de estudar os filhos. Agra-deço muito por tudo que construímos e se precisasse voltar no tempo faria tudo novamente”, declara Vica.

Próximos de completar 50 anos de casados, ni relembra o dia do “sim” em meio a risos. Na data escolhida, 5 de dezembro, chovia muito e o padre de Joanésia foi à Santo an-tônio da Fortaleza especialmente para ce-lebrar a cerimônia, depois de oito anos de namoro. Para comemorar a união, ni convi-dou vários amigos para almoçar em sua casa e à medida que as pessoas iam chegando, a prosa ficava cada vez mais animada.

Causo vai, causo vem e ao invés da noi-va se atrasar, quem atrasou, e por três horas, foi o noivo. “Sorte que o padre me esperou e deu tempo de casar”, conta ni. Quando perguntado sobre o segredo para manter uma união de quase meio século, ele responde em meio a gargalhadas: “graças ao amor e aos remedinhos”.

Há 32 anos Ni conseguiu realizar o sonho de comprar dos irmãos a pro-priedade que foi do pai, a fazenda “Bom Sossego”. Hoje com oito ne-tos, o casal diz que ter a casa sem-pre cheia com as constantes visitas da família e dos amigos é motivo de alegria e diversão. além dos famosos churrascos realizados na proprieda-de, ni e Vica não perdem a oportu-nidade de ir à Ferros dançar forró, uma de suas paixões.

Sempre na companhia dos filhos, eles também gostam de viajar pelo menos uma vez ao ano e contam com alegria que já conheceram Caldas novas, Vitó-ria, Porto Seguro e Fortaleza. Por mo-tivo de saúde, há três anos Ni passou a responsabilidade da lida para seus qua-tro funcionários. “Tirei leite dos 13 aos 72 anos, mas continuo a produção por-que me sinto realizado, gosto demais do que faço”.

50 anos de bom sossegofoto: gílson de souza

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“Tirei leite dos 13 aos 72 anos, mas conti-nuo a produção por-que me sinto realiza-do, gosto demais do

que faço”.juvenil rodrigues, o ni

Maria Edelvs de Godoi Rodrigues e Juvenil Rodrigues

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11Revista Produtor Itambé, ano 1, número 2, fevereiro de 2010

“Deixei de ser garçom das vacas e ga-nhei tempo para cuidar da minha produ-ção”. a frase do produtor José Roberto sintetiza o que, para ele, foi a maior vantagem desde que decidiu substituir a capineira pelo pastejo rotacionado. “Durante 19 anos, minha rotina foi di-vidida entre a ordenha, a alimentação das vacas no cocho e o trabalho na ca-pineira, sempre debaixo de sol forte e chuva”, relembra.

Sem tempo para cuidar dos outros afaze-res da fazenda São Cristovão, localizada em Cambaúbas, distrito de Funilândia-Mg, e com vontade de melhorar os negó-cios, em agosto do ano passado o produ-tor aderiu ao programa Educampo, uma parceria da CCPR/Itambé com o Sebrae-Mg. na primeira etapa do trabalho de substituição da capineira, além da coleta do solo para análise, foi medida a área necessária para o pastejo dos animais e feita a divisão do terreno em 21 piquetes de aproximadamente 600 m² cada.

a partir dos resultados das análises, a extensão de 1,13 hectares foi corrigida com calcário e adubada com cloreto de potássio, super-simples, sulfato de amô-nia e FTE-BR12. Em novembro passado, o gado começou a pastejar nos piquetes de capim Elefante, alternados a cada dois dias, e a diferença já causou im-pacto na produção e no bolso.

na comparação dos meses de novembro, dezembro (2008) e janeiro (2009) com o mesmo período de 2009/2010, a produ-ção média das vacas em lactação saltou de 13,4 para 14,1 litros/dia, ou seja, um aumento de 5,2% por animal. O cultivo do volumoso de maior valor nutritivo também proporcionou redução dos cus-

tos: o consumo de ração diminuiu em 2 kg por vaca ao dia.

E o aumento da economia só está come-çando. “Vamos fazer a análise da qualida-de do capim e existem grandes chances de que o consumo de concentrado diminua ainda mais”, avalia a médica veterinária do Educampo Pollyanna Delboni binow, que presta assistência a José Roberto.

Segundo a veterinária, a irrigação pre-vista para os próximos meses será um importante instrumento para reduzir o período da seca a três meses por ano. Para os produtores que querem investir no pastejo rotacionado, Pollyanna alerta que a previsão de volumoso para os me-ses sem chuva é fundamental. “Fizemos a projeção da produção e da quantidade necessária para alimentar o gado, e de-pois verificamos se a cana que foi cultiva-da seria suficiente. Essa precaução é in-dispensável para que não ocorram gastos inesperados com concentrado”, orienta.

Contente com o investimento, José Ro-berto pretende dobrar sua produção em dois anos. “Pela primeira vez pude dar férias para o meu vaqueiro e agora tenho tempo para sair, resolver os problemas e cuidar da recria que vai aumentar meu retorno financeiro”, conta satisfeito.

Produtor investe em piquete e ganha tempo para cuidar da propriedade

foto: gílson de souza

Vacas em lactação: 23Redução de 46 kg de ração/diaCusto médio do kg R$ 0,60

Total: R$ 1.240

Aumento da produção: 724 litrosPreço médio: R$ 0,60/litro

Ganho: R$ 434

Custo da adubação: R$ 165

Na ponta do lápis (período de 45 dias)

José Roberto acompanha com atenção as dicas de adubação passadas pela técnica

O produtor está ganhando R$ 434 e deixando de gastar R$ 1.075

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12 Revista Produtor Itambé, ano 1, número 2, fevereiro de 2010

Prezado produtor,a qualidade da água está relacionada a uma série de fatores que podem ser

trabalhados para se evitar contamina-ções. Este é um assunto que envolve as-pectos ambientais e sanitários, ou seja, não basta apenas preservar as fontes de água. É necessário também prevenir as possíveis contaminações por microrga-nismos, produtos químicos ou qualquer produto ou material que possa prejudi-car o consumo e utilização da água.

a água é um dos componentes do leite, desta forma o fornecimento de água para os animais deve ser feito de for-ma a garantir as necessidades dos ani-mais, tanto em quantidade como em qualidade. além disso, nas soluções para limpeza dos utensílios usados na produção de leite a água representa a

maior parte. a contaminação da água por matéria orgânica vai prejudicar a ação dos agentes químicos usados na limpeza e sanitização dos equipamen-tos de ordenha, resultando em prejuízo à qualidade do leite.

as ações para preservar a qualidade da água começam com a escolha adequada da fonte. após a escolha da fonte, vários cuidados devem ser adotados para a ma-nutenção da qualidade da água. neste informativo, os principais cuidados com a qualidade da água serão mostrados para que ações preventivas possam ser adotadas. Serão mostrados também os principais problemas envolvidos na ob-tenção de água com qualidade.

Preservação da Qualidade da Água

Identificar a fonte de água a ser utilizada, observando se a capa-

cidade de vazão atende a demanda e se a fonte não está sujeita a contamina-ções ambientais;

no caso de captação de águas superficiais (rios, córregos ou

represas) ou nos casos de nascentes difusas, é importante que a bomba para captação não fique muito próxi-ma das margens e do fundo do leito. Com isso, evita-se o excesso de ma-téria orgânica presente nas margens e na superfície;

as águas provenientes de fontes superficiais ou nascentes difusas

devem passar por um tratamento pre-liminar antes das etapas de filtração e cloração. Esse tratamento tem por objetivo remover a matéria orgânica e inorgânica e ganhar eficiência na filtra-ção e cloração;

no caso de fontes subterrâneas, como os poços artesianos e rasos,

alguns cuidados sanitários devem ser adotados, como a desinfecção inicial da água do poço. Para isso, deve ser usada uma dosagem de cloro mais elevada por um período de 12 horas, 10 dias depois se recomenda fazer o exame laborato-rial para atestar a qualidade da água;

ainda com relação aos poços, a perfuração dos mesmos não deve

ser feita em terrenos com excesso de matéria orgânica (currais, esterqueiras, lagoas de tratamento de dejetos) ou de adubo (horta e pomar) para evitar qual-quer possibilidade de contaminação;

no caso das nascentes de encos-ta, para assegurar a qualidade da

água é necessária a introdução de canos perfurados no interior do lençol e a pro-fundidade adequada para permitir um bom processo de filtração pelo solo. Com

isso, a captação pode ser feita de forma fechada até a caixa de armazenamento.

Evitar o uso excessivo de cloro para tentar corrigir eventuais

problemas na captação ou no tratamen-to preliminar da água;

a cada seis meses as caixas de ar-mazenamento devem ser limpas.

ações e cuidados para a preservação da Qualidade da Água

Fernando Ferreira PinheiroMédico Veterinário e analista de Captação da CCPR/Itambé

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O cuidado mais importante que todos devem estar atentos é a preservação e a manuten-ção dos mananciais de água doce. além de garantir a qualidade da água, um trabalho de preservação é uma ação muito importante no atendimento das legislações ambientais. Desta forma, alguns pontos são importantes de serem observados, destacam-se:

O tratamento dos resíduos da produção leiteira;

O manejo adequado dos ani-mais, plantas e solos para não

causar degradação ambiental;

Conservar as águas de chuva (maior infiltração no solo);

Proteger as nascentes, conser-vando as matas em seu entorno e

não permitindo o acesso dos animais.

a qualidade da água e sua pre-servação são temas importantes,

na atividade leiteira não é diferen-te. A correta utilização deste recurso será cada vez mais cobrada, portanto sempre que houver dúvidas busque a orientação de um profissional com co-nhecimento. O benefício retornará não apenas na qualidade do leite, mas na sustentabilidade de sua produção.

preservação e conservação dos Mananciais de Água Doce

Fonte e Fotos: Manual da Qualidade da Água, Processos de Captação e Tratamento, CCPR-MG Itambé, Acervo Itambé.

A qualidade da água é fundamental para garantir a saúde de pessoas e animais

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Por Adriano Rabelo Correspondente da Cooperbom

Um misto de folclore, religião e devo-ção ao santo protetor dos animais e das plantações. a Festa de São Sebastião é uma das celebrações da Igreja Católica mais tradicional do interior de Minas ge-rais. Realizada há mais de 80 anos no Bom Retiro, distrito com cerca de 500 habitantes, a 7 km de bom Despacho, esta tradição foi repassada, ao longo dos anos, de pai para filho.

Homem simples, trabalhador e conhecido produtor de leite da região, geraldo Ri-beiro gontijo, 74 anos, participa da festa desde criança. Segundo ele, seu avô e seu pai – o falecido João Ribeiro da Silva – eram devotos fervorosos do santo. “Meu pai par-ticipava das festividades, juntamente com a nossa família. Quando era garoto acom-panhava a folia de perto. graças ao exem-plo deixado por eles, resolvi dar seqüência nesta tradição. a Folia de São Sebastião está no meu sangue”, desabafou.

Casado há 50 anos, pai de cinco filhos e avô de nove netos, seu geraldo, como é conhecido por todos, disse que a tradi-ção continua viva em sua família. “Mi-nha esposa, meus filhos e meus vizinhos ajudam a preparar o almoço que é ofe-recido aos dançadores de folia. Monta-mos um fogão à lenha do lado de fora da casa e preparamos um verdadeiro ban-quete: arroz, tutu de feijão, macarrão, galinha caipira e salada”, revelou.

Devoto do santo desde criança, o produ-tor rural falou da alegria em participar, por mais um ano, da Festa de São Se-bastião. “a minha intenção é continuar participando desta tradição enquanto tiver força e saúde. Acredito muito no poder do santo e tenho certeza que ele protege a minha família”, afirmou.

Antônio Carlos Gontijo, 41 anos, é filho de seu geraldo. Ele conta que herdou do pai a devoção pelo santo. O produtor rural disse ainda que nenhum membro da sua família dançou folia. “Isto nunca

diminuiu nossa paixão pela festa. Meus irmãos e eu colaboramos todos os anos com as festividades em homenagem a São Sebastião. Damos esmola, ajudamos na montagem das barraquinhas e ofere-cemos o almoço”, explicou.

FestividadesA festa é realizada do dia 6 ao dia 20 de janeiro. Durante o período, aconte-ce na capela da Medalha Milagrosa, no Bom Retiro, a novena em honra ao san-to. Ao fim das comemorações, entram em cena as tradicionais barraquinhas com shows e leilões de bezerros, de ga-linhas e de comidas típicas preparadas pelas mulheres da comunidade.

Todos os produtos leiloados são doados pelos moradores do distrito. O dinheiro arrecadado é doado para a igreja. no dia 17 de janeiro, foi realizada a missa de encerramento da Festa de São Se-bastião. a celebração foi presidida pelo padre Vitório, da paróquia de nossa Se-nhora do bom Despacho.

Tradição mantida vivafoto: aRQuIVo Pessoal

Antônio Carlos e Geraldo Ribeiro Gontijo, devoção passada de pai para filho

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