revista produtor rural 35

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VII - Nº 35 - Fev/Mar 2013 Distribuição gratuita JG Martini Fotografias

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revista produtor rural 35 fev. e março

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índice Royalties

Faep orienta produtores rurais sobre acordo com Monsanto

Manchete Raça Crioula:Crescimento a “galope”

Política César vai priorizar a agricultura familiar

Imprensa Expedição Safra em Guarapuava

Feijão O avanço do feijão em Guarapuava e região

Hortifruticultura Aposta no Tomate

Código Florestal Programa de Desenvolvimento Florestal encerra 2012 com sucesso

Balança Comercial Economista da Faep analisa as exportações do agronegócio

Ovinocultura I Ovinotec atrai produtores 135 produtores em busca de informação técnica sobre ovinocultura

Marketing Rural Marketing rural eficiente é sinônimo de sobrevivência no mercado

Universidade Uma feira agroecológica

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[expediente]

ISSN 1984-0004

Os artigos assinados não expressam, neces-sariamente, a opinião da REVISTA DO PRO-DUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodu-ção de matérias, desde que citada a fonte.

O fechamento dessa primeira edição do ano foi bastante movi-mentado. Primeiro, porque retornamos do recesso de final de ano com um trabalho intenso dos departamentos de jorna-

lismo e comercial da revista, visando a renovação dos contratos de anúncios publicitários e também a cobertura de eventos técnicos na região. Aliás, temos que agradecer imensamente a todos os anun-ciantes de 2012 que renovaram os contratos e também às novas empresas que agora fazem parte da família da Revista do Produtor Rural e, desta forma, ficarão mais próximas do Sindicato, sua direto-ria, sócios e colaboradores.

Em fevereiro foram realizados diversos dias de campo em nos-sa região e a REVISTA DO PRODUTOR RURAL esteve presente em todos, passando para o papel as novidades tecnológicas apresen-tadas nos eventos.

No Sindicato Rural, o movimento foi intenso, de produtores rurais solicitando informações sobre o acordo da Monsanto. Acompanha-mos de perto o excelente trabalho da nossa Federação da Agricultura - a FAEP - e da nossa Confederação, a CNA, em prol do produtor rural.

Ainda no fechamento dessa edição, FAEP, CNA e outras federa-ções reuniam-se com a Monsanto para tratar desse acordo.

Ao mesmo tempo, internamente, trabalhávamos em cima do processo eleitoral do Sindicato Rural, cumprindo o que determina o nosso Estatuto. Registramos uma chapa visando dar continuidade ao trabalho que iniciamos há quase três anos e convidamos todos os associados a participarem das eleições de 27 de março.

Também já iniciamos os trabalhos de negociação salarial com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarapuava (Convenção Coletiva).

Ainda no primeiro bimestre do ano, participei, a convite da Pioneer Sementes, de evento técnico DuPont Pioneer Outlook Conference no México, onde foram discutidos assuntos importantes sobre a cultura.

Início de ano agitado, com muito trabalho pela frente. Por falar em trabalho, iniciamos há pouco as colheitas de verão. Nesse ensejo, quero desejar, a todos os produtores, safras generosas em termos de produtividade e qualidade. Que em cada propriedade, a terra mais uma vez recompense a dedicação e esmero de cada um, com uma colheita de sucesso!

Estamos a disposição de você, nosso leitor e associado. Conte sempre conosco!

A todos, uma ótima leitura!

Em tempo: acordo Monsanto, eleições e convenção coletivaDIRETORIA:

Presidente:Rodolpho Luiz Werneck Botelho1º Vice presidente:Anton Gora1º Secretário:Roberto Hyczy Ribeiro2º Secretário:Gibran Thives Araújo1º Tesoureiro:João Arthur Barbosa Lima2º Tesoureiro:Herbert SchlafnerDelegado Representante:Anton GoraConselho Fiscal:Luiz Carlos Colferai, Lincoln Campello, Ernesto StockSuplentes:Luiz Carlos Sbardelotto, Nilcéia Veigantes, Denilson Baitala

Endereço:Rua Afonso Botelho, 58 - TrianonCEP 85070-165 - Guarapuava - PRFone/Fax: (42) 3623-1115Email: [email protected]: www.srgpuava.com.br

Extensão de Base CandóiRua XV de Novembro, 2687Fone: (42) 3638-1721

Extensão de Base CantagaloRua Olavo Bilac, 59 - Sala 2Fone: (42) 3636-1529

Editora:Luciana de Queiroga Bren(Registro Profissional - 4333)

Redação:Helena Krüger BarretoLuciana de Queiroga BrenManoel Godoy

Fotos:Assessoria de Comunicação SRG / Luciana de Queiroga Bren / Helena Krüger Barreto / Manoel GodoyFoto capa: JG Martini Fotografias

Projeto Gráfico e Diagramação:Roberto NiczayPrêmio|Arkétipo Agência de Propaganda

Impressão:Midiograf - Gráfica e Editora

Tiragem: 3.400 exemplares

Rodolpho Luiz Werneck BotelhoPresidente do Sindicato Rural de Guarapuava

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[Caixa de Entrada]

Para: Revista do Produtor Rural do Paraná e Sindicato Rural de GuarapuavaDe: Ms. Luigi Chiaro, Prof. Adj. Faculdades Guarapuava e Campo Real, Presidente da As-sociação dos Moradores e Produtores Rurais do Guairacá (AMPRG)“O número da Revista de Nov/Dez 2012 fe-chou com chave de ouro o ano: comemoração dos 45 anos de fundação do Sindicado e 5 da Revista. Esta, com apenas 34 edições, já se destaca no cenário nacional como meio de informação e formação pela qualidade dos artigos e reportagens que ampliam o leque das discussões no delicado hemisfério da produção de alimentos e a preservação dos recursos naturais. Já o Sindicado vem pres-tando, com profissionalismo auxílio ao Agro-negócio com a marca do equilíbrio, própria de quem vive a vocação pela terra. À Revis-ta, que já nasceu grande, o augúrio para que possa continuar marcando presença na mesa dos grandes debates para uma agricultura cada vez mais voltada para o crescimento e o bem estar da sociedade. Com o orgulho de quem usufrui dos valiosos serviços tanto do Sindicado bem como da Revista, parabenizo a diretoria e as equipes que pensam e reali-zam tão relevante trabalho”.

Para: Revista do Produtor Rural do ParanáDe: Josnei Augusto da Silva Pinto, Engº Agrônomo A Revista do Produtor Rural, como sem-pre muito bem elaborada, produzindo uma boa leitura da primeira a última pá-gina. Parabéns a toda a equipe da edição.

ERRata:Na última edição, na página 110, invertemos fotos dos cursos do Senar realizados em Candói e Cantagalo.

Para: Sindicato Rural e Revista do Produtor RuralDe: Salete Ribas Martins Marcondes, pro-dutora rural de Guarapuava/PR

“O Sindicato Rural de Guarapuava vive um grande momento investindo na capacita-ção dos produtores com qualidade e efici-ência. Ao longo desses 45 anos nos enche de orgulho fazer parte dessa família.Com a criação da Revista do Produtor Rural estrei-tou o relacionamento com a classe produ-tora, contribuindo para melhoria da vida no campo, com informações nas mais diversas atividades. Parabéns e que 2013 possamos crescer ainda mais”.

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[Artigo]

anton Gora

Produtor rural, presidente do Núcleo Regional dos Sindicato Rurais do Centro do Paraná, vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, diretor suplente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e presidente do Conselho Fiscal da Cooperativa Agrária

Eleições no Sindicato

No final de março teremos eleições no Sindicato Rural de Guarapuava, um momento muito impor-tante, pois vai definir o futuro do Sindicato e de todos os produtores rurais. A história confirma isso.

O Sindicato foi fundado por um agropecuarista idealista, que já sabia, naquele tempo, a importân-cia do sindicalismo e a necessidade de termos um órgão representativo. Esse foi Ruy Virmond Marques, um homem bem humorado, agropecuarista, sindicalista, meu professor de ciências e dentista.

A ele se seguiram vários outros presidentes, impossível citar todos nesse curto espaço, e todos dei-xaram o seu legado, alguns mais e outros menos. Ávio Bittencourt Ribas, que deu o nome ao anfiteatro do Sindicato, foi uma daquelas pessoas que fizeram os seus ideais virar realidade. Cláudio Marques de Azevedo, neto de Ruy, e sua esposa Adriane, transformaram o Sindicato.

A entidade é hoje uma das instituições mais importantes de Guarapuava e se destaca em nível nacional, sendo chamado até de “Mini Federação”. Esse é o resultado de um trabalho sério, honesto e competente.

Hoje, o nosso presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho está dando continuidade a esse trabalho. A nova filosofia de trabalho profissional e visão implantados no sindicato tiveram repercussão nacio-nal, influindo em decisões da Federação e da Confederação da Agricultura, trazendo resultados diretos aos produtores, através de políticas formuladas pelo Governo pela influência do Sistema Sindical Rural.

Hoje, podemos dizer que a política agrícola nos atende em grande parte, temos juros baixos, cré-dito suficiente, um insipiente seguro agrícola, melhorou a segurança jurídica, os Sem Terra perderam credibilidade, o Código Florestal foi aprovado dentro das nossas expectativas, entre outras conquistas.

É claro que há muitos problemas ainda a serem resolvidos: a questão indígena, os quilombolas, preço mínimo adequado, política para as culturas de inverno, seguro agrícola, competição desigual com subsídios de outros países, infraestrutura, etc. Enfim, desafios ainda enormes, mas só vamos vencê-los se continuarmos a ter pessoas responsáveis e capazes a frente do nosso Sindicato, Federação e Confe-deração. São os Sindicatos que elegem os dirigentes das Federações e esses da Confederação.

O Sindicato precisa e deve ainda participar mais das políticas municipais. Penso que, com o novo prefeito César Silvestri Filho, o diálogo vai ficar mais fácil e produtivo.

Por isso, é de fundamental importância a próxima eleição do Sindicato Rural. Todos que tiverem es-pírito sindicalista e de sacrifício (os cargos do sindicato não são remunerados) devem participar dessa eleição, como eleitores ou como candidatos.

Na minha visão, essa concorrência não pode ser ideológica e muito menos de interesse pessoal. Não podemos dividir a classe, precisamos mantê-la unida, para que continue fortalecida. Devem, isso sim, concorrer idéias, prioridades, visões. Por isso, penso que devemos conversar, compor chapas den-tro do espírito de classe e evitar, de todas as formas, divisão da classe, por qualquer motivo.

A agropecuária é a nossa fonte de renda de sobrevivência. É a nossa atividade que sustenta o país, a região e o município, e todas as políticas devem convergir para que essas conquistas sejam preserva-das e ampliadas. Vamos colocar os nossos interesses coletivos acima dos interesses pessoais.

Juntos seremos fortes, divididos seremos engolidos.

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[Sindicato Rural]

Começa o período para pagamento da anuidade

O Sindicato Rural de Guarapuava já enviou aos associados o boleto da anuidade sindical. No valor de

R$ 100,00, a taxa, até o dia 11 de mar-ço, pode ser paga em qualquer agência bancária, casas lotéricas, ou ainda por meio de transferência eletrônica, para conta no Banco do Brasil ou Sicredi.

No setor de atendimento ao asso-ciado, Murilo Lustosa Ribas ressaltou que, para os associados, manter-se em dia com a anuidade significa contar com vários serviços prestados pelo sindi-cato e por suas extensões de base em Candói/Foz do Jordão e Cantagalo. Um deles é a orientação para o preenchi-mento do formulário do Imposto Terri-torial Rural (ITR). “Todo ano, o imposto tem modificações, novidades. Noventa dias antes do início do preenchimento, nosso pessoal vai à Federação da Agri-cultura (FAEP), em Curitiba, participar de treinamento de atualização sobre o ITR”, comentou. Com isso, a equipe se torna apta a orientar o agricultor no momento dele prestar as informações solicitadas.

Entre outros serviços, conforme Ribas, estão a emissão de documentos importantes para o dia a dia no campo, como o Certificado de Cadastro de Imó-vel Rural (CCIR), o Ato Declaratório Am-biental (ADA), exigido pelo IBAMA, além de certidão negativa para o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). “Nós temos um convênio com o IAP e isso agiliza o trâmite”, explicou. Ribas completou que outro documento emitido pela entidade é a Declaração de Aptidão para o PRO-NAF (Dap), que o agricultor encaminha ao banco para solicitar financiamento daquele programa governamental. No dia a dia, ele recordou que o sindicato rural tem outro papel de destaque, rea-lizando a gestão das folhas de pagamen-to das propriedades rurais de vários de seus associados, e oferecendo ainda as-sessoria jurídica voltada para questões trabalhistas e previdenciárias. A aposen-

tadoria rural no regime familiar é outro tópico de relevância. Ribas informou que funcionários do sindicato estão par-ticipando de curso, junto à Previdência, para que a entidade possa se capacitar a alimentar o sistema previdenciário com informações de cada produtor associa-do. A vantagem disso, segundo explicou, é que, no momento de requerer sua aposentadoria, o agricultor terá todas as suas informações já no sistema da Previ-dência, o que visa contribuir para tornar os processos mais ágeis.

Ele sublinhou também que, entre os serviços oferecidos pelo sindicato, estão as palestras técnicas (em torno de 30, em 2012) promovidas pela própria entidade, com o objetivo de difundir in-formações que ajudem os associados a fortalecer seu negócio, seja na rentabili-dade ou na tecnologia.

Acesso à sala do produtor rural, no

sindicato (espaço para a leitura de jor-nais, revistas e conexão com a Internet) e o recebimento gratuito da Revista do Produtor Rural (publicação bimestral do sindicato, abordando temas da agrope-cuária) completam o rol dos benefícios oferecidos. Ribas ressaltou também o projeto Identidade Sindical. Com a car-teira de sócio, o produtor rural tem des-contos em produtos e serviços junto a mais de 50 empresas de Guarapuava. O responsável pelo atendimento ao asso-ciado concluiu recordando que, neste ano, o sindicato realiza nova eleição de diretoria e que, por isso, quitar a anui-dade se torna ainda mais importante. “De acordo com o estatuto, é necessá-rio estar em dia para o associado poder participar da votação”, disse. A eleição acontecerá no próximo dia 27 de março, indicando presidente e diretoria para um novo mandato de três anos.

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[Equinos]

Cavalo crioulo:Paixão que ganha força e conquista excelência

Criadores da região atestam o desenvolvimento da raça em Guarapuava. No entanto, ressaltam que o real valor do cavalo crioulo está na convivência e amizade que o animal proporciona.

Para os criadores de cavalo crioulo, a raça carrega um sentido e represen-ta muito mais do que uma ativida-

de econômica ou um mero hobby, criar o cavalo envolve paixão e uma parceria no campo, como expressa o verso da canção “O valor do Cavalo Crioulo”, do músico tradicionalista Joca Martins: “ca-valo crioulo um tesouro do pago, tu és o atavismo que nunca tem fim, que embala a tropilha dos sonhos que trago, na alma crioula que há dentro de mim!”.

Em várias cabanhas do país, a mesma paixão pela raça une criadores de todo Bra-sil no desenvolvimento do Cavalo Crioulo, o que define o experiente criador Cezar Roberto Oliveira Krüger como a cultura universal do cavalo. Krüger, que cria a raça há 32 anos, destaca o valor sentimental de se criar o cavalo. Segundo ele, é este valor que motiva a alcançar o desenvolvimento e melhoramento da raça.

Pesquisa elaborada pela Escola Su-

perior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), encomendada pela Associa-ção Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), dimensiona o impac-to econômico do Cavalo Crioulo no país, mostrando a relevância da raça para a economia brasileira, que antes era vista por muitos apenas como uma atividade de lazer. A raça movimenta hoje mais de 1,28 bilhão, com um plantel de 315 mil animais, gerando 238 mil empregos dire-tos e indiretos. De acordo com o estudo, o cavalo é responsável por movimentar, por ano, R$ 4.065,83 e em termos de em-prego, gerando 0,76 postos de trabalho (0,15 direto e 0,61 indireto).

Segundo o presidente do Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo de Guarapu-ava (NCCCG), Rodrigo Córdova, a pesquisa comprovou a importância do cavalo para agropecuária no país, mas também refor-çou a evolução da raça a nível regional. “Em Guarapuava, além de cabanhas de

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criação, temos mais de 15 propriedades que são classificadas como centros de treinamentos, doma e preparo, que geram emprego e aumentam a renda no campo”.

O crescimento do cavalo crioulo, tan-to de criação para melhoramento genéti-co quanto para lazer e esporte, mostrou--se bastante significativo, de acordo com Córdova. Em 2010, o Núcleo possuía, for-malmente, 15 criadores sócios; hoje são cerca de 50. “Em relação aos proprietários de cavalos da raça crioula é difícil ter um número exato, mas sabemos que Guara-puava possui o maior número de proprie-tários de cavalos crioulos do Paraná”.

O presidente ressalta que o desen-volvimento vai além de uma evolução estatística. “É notório o crescimento de criadores, além da significativa melhoria genética como um todo”.

História e mudança de perfil do criador

Krüger transita no universo da raça crioula no país, sendo um dos criadores mais experientes, é referência nacional em conhecimento sobre a raça. O cria-dor relata como foi o desenvolvimento da criação do cavalo crioulo na região e destaca que Guarapuava tem tradição na raça. “O precursor da raça no município Guarapuava foi o General Diogo Branco Ribeiro, na década de 60, e só mais tar-de, na década de 80, houve a ascensão da raça e começaram a surgir novos criado-res. A partir dessa época, passamos a ter uma participação importante em nível nacional. Neste período, tivemos vários animais competindo e ganhando na maior exposição do Crioulo da América Latina,

que é a Expointer”.De acordo com Krüger, a partir da

década de 90 houve uma mudança no perfil do usuário do cavalo, que antes era objeto de compra e venda entre os cria-dores. Hoje o perfil do mercado é o uso do cavalo para esporte e lazer, devido a criação de modalidades equestres que a raça implementou. “Guarapuava, perante o Paraná, possui um plantel expressivo e é um centro importante da raça no Esta-do, sendo um celeiro de grandes cavalos e de seleção genética”, afirma o criador.

Com tal evolução, a busca por quali-dade morfológica, funcionalidade e gené-tica é o que rege o desenvolvimento da raça, segundo o médico veterinário Carlos Álvaro Gonçalves da Silva, que presta as-sistência técnica para a Cabanha Ribeirão Bonito, de propriedade de Roland e Arison Jung. “A intenção é desenvolver 100% do potencial do animal. É uma associação de várias coisas, e até mesmo um tanto de conhecimento campeiro para se produzir um cavalo bonito e funcional”.

Marcelo Cunha, criador há 10 anos, relata que acompanhou o crescimento e o desenvolvimento da raça nesses anos, tanto no aspecto econômico quanto em inovações tecnológicas e melhoramento genético. “Acredito que nos últimos anos houve um desenvolvimento significativo em todos os setores do ramo”. A empresária e criadora de cavalos, Isabela Bach Lustosa comenta que nos dois anos que possui uma loja agropecuária na cidade, observou uma demanda grande no comércio e prestação de serviços relacionado a cavalos. “A exi-gência por rações, pastagens e suplemen-tos de alta qualidade é cada vez maior, além de diversos outros produtos. Acredito que o mercado equino está numa crescente”.

Roland Jung

Rodrigo Córdova, presidente do NCCCG

Marcelo Cunha

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Provas e esporteSegundo Krüger, as modalidades

equestres como laço comprido, enduro, marcha de resistência, movimento a la renda, vaquejada e freio de outro são exemplos de provas que movimentam e incentivam o desenvolvimento da raça. Ele afirma que atualmente, Guarapuava é destaque nas classificatórias da prova oficial do Movimento a La Renda. “Na Expointer de 2012, 30% dos participan-tes eram daqui da região e aqui temos o maior centro de prática da modalidade, isso em função da atuação do Núcleo, que incentiva a prática desse esporte”.

Tecnologia e genética Os três criadores, Cunha, Álvaro e Krü-

ger falaram sobre a importância da tecno-logia para o melhoramento genético da raça. “Nos últimos 30 anos tivemos uma evolução muito grande no cavalo, e em termos genéticos ele foi melhorado e se aproximou do modelo de cavalo de sela mundial, que é universalmente aceito”, explica Krüger.

O veterinário fala sobre a importân-cia no investimento em reprodução, para desenvolver o potencial reprodutivo do animal. “Um exemplo é a realização do controle folicular nas éguas, que detecta o momento da ovulação, permite uma pre-cisão no momento da reprodução. Enfim, toda a tecnologia evoluiu muito, alguns dos avanços importantes é o ultrassom, o Raio-X digital, entre outros”, afirma Álvaro.

Krüger comenta que, muitas vezes, no momento da seleção é necessário não se ater apenas ao fenótipo, ou seja, às carac-terísticas morfológicas e físicas. Ele desta-ca a importância de se analisar o genótipo e promover uma seleção mais criteriosa em termos genéticos.

Carlos Álvaro G. da Silva - Médico Veterinário da Cabanha Ribeirão Bonito

Provas realizadas na Expointer em Esteio - RS

“Há uma certa exigência do fenótipo, e com isso está havendo uma concentra-ção genética. A única maneira de avançar é introduzir outros caracteres genéticos que essas linhagens genéticas não têm. É preciso resgatar a tipicidade”, explica.

Cunha comenta sobre a preocupa-ção em manter o padrão e características essenciais do cavalo crioulo. “Houve um melhoramento genético, mas devemos nos preocupar em não perder as caracte-rísticas padrão da raça”. Devemos nos

preocupar em não perder as características padrão da raça.

Marcelo Cunha

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Animais Grandes Campeões(ãs) e Registro de Mérito criados ou revelados em Guarapuava

Viragro Rio Tinto Grande campeão da Expointer, FICCC, Bagé, finalista do Freio de Ouro (Revelado)

BT Bravo Grande Campeão da Expointer e Registro de Mérito. (Revelado)

CRT Guapo Grande Campeão na Expointer, Grande Campeão da FICCC e pai do Viragro Rio Tinto. (Revelado)

Destaque da Tradição Grande Campeã da Expointer e na FICCC (Revelada)

Dama de Honra do Rio das Pedras

FICCC e Expointer (Criada)

OK Juruna Grande Campeão na Expointer e Registro de Mérito (Criado)

OK Andariega Reservada Campeã na Expointer e Registro de Mérito (Criada)

OK Atalaia Registro de Mérito (Criado)

OK Buenaço Registro de Mérito (Criado)

OK Crioula Essência Registro de Mérito (Criado)

OK Mandrake Registro de Mérito (Criado)

Na história da criação da raça, a cidade criou ou revelou grandes campeões e ani-mais destaque. Um deles, no momento, é de propriedade de Arison Jung, que pos-sui em sociedade com outras cabanhas, o cavalo Viragro Rio Tinto. Segue ao lado alguns deles, segundo Cezar Krüger:

Animais Grandes Campeões(ãs) e Registro de Mérito criados ou revelados em Guarapuava

Viragro Rio tinto

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Fascínio pelo cavaloA expressão do sentimento de grati-

dão parece nortear a relação de amizade e companheirismo entre cavalo e criador. Álvaro confessa que desde criança pos-sui um vínculo muito forte com o cavalo crioulo, e, por isso, é apaixonado pelo trabalho nessa área e por prestar assistên-cia. “Eu tenho uma vida ligada ao cavalo, o gosto e a paixão vem desde a infância. O animal fica seu amigo e, sempre digo, o cavalo e o cavaleiro são realmente um conjunto e só vão ter um desempenho máximo se houver entrosamento”.

NCCCG O Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo de Gua-rapuava (NCCCG-PR) existe oficialmente desde 2010 e tem como objetivo fomentar a raça na região, pro-mover eventos como palestras técnicas e assessoria técnica para pequenos criadores.

Cunha fala sobre o que representa o Núcleo para os criadores. “Ele é o coração da entidade e os cria-dores são as veias que fazem com que todos sejamos unidos como uma família.”, diz.

Krüger afirma que a cidade tem uma boa repre-sentação na raça. “O Núcleo é muito bem adminis-trado e atuante, mas o mais importante é que reúne muitos criadores e usuários. Sem dúvida, ele o é ele-mento essencial e é a partir dele que emana toda a expansão da raça”.

Cezar Krüger

Krüger comenta que o cavalo vem atraindo muitos adeptos pelo fato do ani-mal envolver muita gente, e proporcionar um envolvimento e uma relação de parce-ria. “Acredito que o cavalo exerce sobre o ser humano, desde os primórdios, uma es-pécie de fascínio ou uma grande atração. Eu não conheci até hoje alguém que me dissesse que não gosta de cavalo. Ele, sem dúvidas, é um animal emblemático para a humanidade”, opina o criador.

Além disso, Krüger destaca a impor-tância do cavalo na sua vida pessoal e para a região. “Para mim, o cavalo crioulo é muito importante. Foi ele que me aju-

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dou a dar um rumo para minha vida, pois me fez reencontrar amigos, me ajudou no relacionamento com a minha família como um todo. Com certeza, o animal me abriu muitas portas, eu só tenho a agrade-cer ao cavalo crioulo, me considero uma pessoa muito feliz em virtude do cavalo. E na região, apesar de não serem muitos criadores, em números, acredito que a raça desempenha uma função muito im-portante na vida social da cidade”.

“Não importa onde eu estiver, me identifico com pessoas que também cul-tuam a cultura do cavalo, e assim me sinto em casa. Estive na Hungria, por exemplo, e não falo húngaro, mas me entendia com os criadores. É o que chamo de uma lin-guagem e cultura universal do cavalo”. Krüger comprova o que diz os versos da canção de Joca Martins. “Se houver cavalo crioulo, na terra mais diferente, se houver cavalo crioulo, é feito a casa da gente”.

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Em tempo

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[Royalties]

Monsanto apresenta solução para os agricultores enquanto o prazo da patente de Soja RR1 é discutido na justiça

São Paulo, 26 de fevereiro – A Monsanto trabalhou com diversas lideranças do setor rural do Brasil para estabelecer um caminho no que diz respeito à soja RR1 no país. Em consequência, a empresa adiará a cobrança de royalties da soja RR1 no Brasil, até que haja decisão final da justiça.

A companhia pretende continuar documentando e mantendo as informações co-merciais relativas àqueles que usam a soja RR1 durante este período de adiamento na cobrança.

No Brasil, a soja RR1 é protegida por vários direitos de propriedade intelectual, inclusive patentes. De acordo com a legislação brasileira, a Monsanto busca corrigir o prazo de uma de suas patentes brasileiras para essa tecnologia até 2014. Esse assunto ainda está pendente de decisão judicial e a Monsanto recorreu da recente decisão do Superior Tribunal de Justiça. Após manifestação final do STJ, a decisão definitiva ficará a cargo do Supremo Tribunal Federal.

Os agricultores que preferirem uma solução imediata e definitiva podem fazê-lo por meio de uma versão simplificada do termo de quitação geral. Os agricultores que assinaram a primeira versão desse termo poderão mantê-la, encerrá-la ou substituí-la pelo novo documento que está disponível no site: www.monsanto.com.br

A Monsanto e as lideranças rurais reconhecem que a biotecnologia tem um im-portante papel na agricultura brasileira ao proporcionar maior eficiência no campo e aumento de produtividade. Também reconhecem que a propriedade intelectual e o pagamento das tecnologias a cada uso viabilizam a inovação. A Monsanto continua aberta ao diálogo com os agricultores e seus representantes de forma a pavimentar o caminho para novas tecnologias na agricultra brasileira.

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[Prefeitura]

Novo secretário municipal de Agricultura visita Sindicato e Regional do Senar

Recuperação Emergencialdas Estradas Rurais de Guarapuava

No dia 14 de janeiro, o Sindicato Ru-ral de Guarapuava e a Regional do Senar receberam a visita oficial do

novo secretário municipal de Agricultura, Itacir José Vezzaro. Ele foi recebido pela gerente do Sindicato Rural, Luciana de Queiroga Bren e pelo supervisor do Se-nar, Aparecido Ademir Grosse.

Vezzaro falou sobre as expectativas que o agricultor tem em relação à nova

No dia 26 de fevereiro, o prefeito Ce-sar Silvestri Filho lançou o REERG (Recupe-ração Emergencial das Estradas Rurais de Guarapuava). Representantes de entida-des, sindicatos e cooperativas ligadas ao setor agropecuário, da agricultura familiar e do transporte escolar participaram do evento, além da vice-prefeita Eva Schran, vereadores e secretários municipais.

O trabalho em campo começou no dia 27, logo após a vistoria das máquinas, no Parque de Exposições Lacerda Werneck. O programa vai atuar em seis frentes, com seis patrulhas, compostas de patrola, rolo, retroescavadeira e caminhão. “Essas pa-

Secretaria e as principais demandas da agricultura no município. “Tenho sentido que a liderança dos agricultores espera uma mudança e que haja trabalhos prá-ticos para o desenvolvimento da agrope-cuária na região”.

O novo secretário citou algumas de suas metas à frente da Secretária. “Agre-gar valor em cima da produção, trabalhar com as propostas de governo, mas, princi-palmente, estruturar a secretaria, de todas as formas, com profissionais, estrutura fí-sica, enfim para conseguirmos atender as necessidades e demandas do agricultor”.

O ex-chefe do núcleo da Secreta-ria de Agricultura e do Abastecimento (SEAB) em Guarapuava enfatizou a im-portância de se trabalhar a base dos pro-blemas, e se ter uma visão social acerca dos problemas da agricultura, para que se possa promover a fixação do homem do campo. “Nós acreditamos que dentro de pouco tempo já teremos resultados. Queremos dar oportunidade para que os agricultores fiquem na sua proprieda-de, mas para isso é importante levar, por

exemplo, a habitação, entre outras ques-tões básicas”.

Vezzaro também comentou que pre-tende realizar um trabalho intenso para o aumento da regularização fundiária das propriedades, pois sem o documento da terra o pequeno agricultor não consegue ter acesso a políticas públicas que po-dem assegurar sua permanência no cam-po. “Queremos trazer o Instituto de Ter-ras, Cartografia e Geociências (ITCG) para Guarapuava, para que de perto possa tra-tar a questão da regularização. Se o pro-dutor tiver o documento da terra na mão, em um primeiro momento, a propriedade vai dobrar o valor, em um segundo mo-mento, ele vai acessar as políticas públi-cas, como o Pronaf”.

Por fim, o secretário destacou a ne-cessidade de a gestão municipal trabalhar com parcerias, no setor agropecuário, por exemplo, com o Sindicato e outras entida-des. “A intenção é que todas as entidades ligadas ao setor agropecuário, como sin-dicatos, cooperativas, associações, traba-lhem juntamente conosco”.

trulhas vão trabalhar emergencialmente nos locais com atoleiros, por isso o caráter emergencial. Precisamos dar condições de trafegabilidade de forma imediata”, afirma o prefeito Cesar Filho.

Guarapuava possui 3.600 quilôme-tros de estradas rurais. A proximidade de uma excelente colheita, com recorde de produção, necessidade de escoamento dos produtos da agricultura familiar e o período letivo, tornam o REERG uma necessidade. As patrulhas foram terceiri-zadas. Na frota da prefeitura, há apenas duas patrolas estão em condições de uso, que serão utilizadas em serviços na

sede ou dar suporte para as patrulhas. A expectativa da prefeitura é con-

cluir o trabalho em três ou quatro sema-nas. O trabalho será coordenado por Ga-binete de Monitoramento, composto por integrantes da Surg, secretarias de Obras e Agricultura, Câmara de Vereadores, co-operativas, sindicatos e entidades.

O presidente da Sociedade Rural, Johann Zuber Junior, parabenizou a pre-feitura pela iniciativa. “Também nos co-locamos à disposição em ajudar nesse trabalho, pois quem vive o dia a dia das estradas sabe o quanto está difícil garan-tir o escoamento da safra”, destaca.

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[Política]

César Silvestri Filho vai priorizar a agricultura familiar

RPR: Nesse começo de gestão, quais são as prioridades do governo?

César Filho: A prioridade, no início, é o diagnóstico. Antes de nos apres-sarmos a executar nosso plano de go-verno, é importante ter um domínio da máquina municipal, da estrutura, das condições de infra-estrutura, desde equipamentos de informática, veículos, condições de trabalho, a própria reali-dade orçamentária geral e também por pasta. No caso específico da agricultu-ra, a determinação que eu dei ao Itacir (Vezzaro - secretário municipal da pasta) é ter um foco voltado muito especial-mente à agricultura familiar, visando a qualificação dos pequenos produtores rurais, o fortalecimento das associações

e auxiliar na estrutura de equipamen-tos, para que eles tenham condições de se emancipar. Também determinamos a estruturação de uma equipe de técni-cos, para que a gente possa, em parceria com outras instituições, como a Emater, por exemplo, oferecer aos pequenos produtores uma rede de assistência técnica.

RPR: Como que o prefeito encon-trou o custeio da máquina pública?

César Filho: O custeio aqui é mui-to pesado, mas esse não é um privilégio de Guarapuava. O custeio é um proble-ma em todos os municípios, o que sobra para investimento livre é muito pouco, perto do que se arrecada. Por isso, pre-

Em entrevista exclusiva cedida à Revista do Produtor Rural no dia 24 de janeiro, o prefeito eleito de Guarapuava, César Silvestri Filho, falou sobre as prioridades do governo, as ações previstas para o desenvolvimento da agropecuária e sobre grandes projetos, como de um Centro de Eventos que substitua o Parque de Exposições Lacerda Werneck. Confira:

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cisamos trabalhar a capacidade de ob-tenção de recursos de outras fontes. Daí a necessidade de se ter boa relação política, capacidade de articulação para se obter convênios e parcerias com o governo do estado e federal. E isso, antes de assumir, já vim articulando no final do ano passado com os deputa-dos federais recursos de emendas para

vários segmentos, mas também para agricultura, princi-palmente para aqui-sição de patrulhas mecanizadas e equi-pamentos para a ca-deia leiteira. Como deputado estadual, também apresentei emendas voltadas à agricultura, focadas sempre na aquisição de equipamentos para a agricultura fa-miliar. Agora, quero fazer uma boa par-ceria com o gover-

no do Estado, com o governador Beto Richa, para formamos em Guarapuava um projeto piloto de pavimentação com pedras irregulares para elimina-ção de pontos críticos. Outra parceria muito importante com o governo do Estado e que tem uma relação direta com a agricultura é o programa das pa-trulhas rodoviárias. Guarapuava formou um consórcio junto com o município de Guamiranga, porque é o menor municí-pio da região e como Guarapuava é o maior, fizemos um bom consórcio, mui-to vantajoso para nós, porque a malha de Guamiranga é menos de 10% que a malha de Guarapuava. Isso vai permitir que a gente tenha esses equipamen-tos a nossa disposição de uma forma bem equilibrada e também será muito bom para Guamiranga, por não ter que dividir entre outros municípios. Esse programa da patrulha rodoviária vai ser um marco na qualidade das estradas rurais do Estado, que nos últimos 30 anos não tiveram a devida atenção. Os municípios gastam muito dinheiro para manter essas estradas. Guarapuava tem mais de 3,6 mil quilômetros de estradas rurais. Portanto, esse apoio do governo

veio em ótima hora, porque é um patru-lha nova, totalmente equipada. Vai ser um marco, pois vai ajudar tanto na agri-cultura, no escoamento da produção, como no transporte escolar, enfim, mais qualidade de vida para quem mora no interior do município.

RPR: A cidade precisa de obras de grande porte, investimentos, quais são os projetos nesse sentido?

César Filho: Inicialmente, a grande prioridade é a saúde. Claro que precisa-mos sempre trabalhar em cima de bons projetos, que permitam ao município se desenvolver, se estabilizar nas mais di-versas áreas. Nesse primeiro momento o meu foco tem sido a melhoria da ges-tão da saúde. Vamos focar na ampliação de investimentos, para que a gente possa oferecer à população uma saúde de mais qualidade. Entre os grandes projetos, está o do Hospital Regional e o centro de especialidades. Nossa meta é começar a construir ainda no primeiro semestre desse ano. O primeiro passo é encontrar uma área e, em parceria com o governo do Estado, iniciar a constru-ção imediata, para oferecer uma con-dição de saúde melhor, principalmen-te no atendimento especializado, que hoje é muito precário.

RPR: Dentro desses grandes pro-jetos está inserido o Parque de Exposi-ções ou Centro de Eventos?

César Filho: Sim. Esse é outro pro-jeto de envergadura, mas que ainda demanda uma capacidade financeira melhor e uma discussão mais ampla com a sociedade. O Parque de Expo-sições é um assunto que eu sei que tem toda relevância para o Sindicato Rural e toda comunidade envolvida. Esse é um projeto que eu quero que seja discutido plenamente com a so-ciedade, porque é um investimento grande, que não pode ficar restrito à questão agrícola, porque um centro de eventos, na minha opinião, tem que ser uma alavanca para o desenvolvimento da economia do município como um todo, para o comércio, para a indús-tria, para eventos turísticos e também

“Sabemos que o grande produtor rural precisa ter uma administração que compreenda a importância dele dentro da economia, dentro do desenvolvimento do município, oferecendo estradas decentes, parcerias em eventos e planejamento, mas quem mais precisa do poder municipal é o pequeno produtor. Então, esse vai ser o nosso foco”.

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para eventos voltados à agricultura. É uma discussão sobre um novo espaço. É quase consenso que o Lacerda Wer-neck não comporta mais um parque de exposições para essa finalidade, pela questão sanitária, vizinhança e uma sé-rie de outras razões. Só que isso custa bastante. Temos que discutir a viabili-dade, qual a participação do municí-pio, até onde o município pode inves-tir, qual a participação da Sociedade Rural, o que ela está disposta a dar, de que forma ela quer empreender. Enfim, penso que o ideal seria nós fazermos um grande centro de eventos e quando falo em um centro de eventos, penso em um lugar destinado às cavalhadas, um lugar destinado à realização de eventos de automobilismo como o Ar-rancadão, competições de som e todos os demais eventos. É preciso que esse espaço tenha ocupação o ano todo e que seja sustentável, na medida em que vai concentrar todos os grandes eventos do município.

RPR: Qual é a estrutura e equipe que a Secretaria Municipal de Agricul-tura possui hoje?

César Filho: Eu já autorizei à Secre-taria a fazer o chamamento de algumas pessoas do concurso, para melhorar nosso quadro próprio e a contratação de outros profissionais para complementar essa equipe. A agricultura é, para nós, prioridade, é uma decisão política. Já pedi para o Itacir fazer o levantamento da estrutura e, dentro de uma lógica de racionalidade, vamos otimizar recursos e pessoal, para que a gente possa im-plementar as propostas visando quali-ficação, diversificação, organização e associativismo.

RPR: Em resumo, o que os produ-tores rurais podem esperar desta ad-ministração municipal?

César Filho: Em primeiro lugar, uma relação, uma administração aberta ao produtor rural, muito respeito ao pro-dutor e à agricultura. Acho que o maior exemplo disso foi o fato da escolha do Itacir, que é do ramo, é da área, traba-lhou com agricultura familiar a vida

“O Parque de Exposições é um projeto que eu quero que seja discutido plenamente com a sociedade, porque é um investimento grande, que não pode ficar restrito à questão agrícola, porque um centro de eventos, na minha opinião, tem que ser uma alavanca para o desenvolvimento da economia do município como um todo, para o comércio, para a indústria, para eventos turísticos e também para eventos voltados à agricultura”

toda como técnico da Emater. Sabemos que o grande produtor rural precisa ter uma administração que compreenda a importância dele dentro da economia, dentro do desenvolvimento do municí-pio, oferecendo estradas decentes, par-cerias em eventos e planejamento, mas quem mais precisa do poder municipal é o pequeno produtor. Então, esse vai ser o nosso foco.

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[Informe Publicitário]

Dacoregio traz inovação na prestação de serviços automotivos em Guarapuava

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Em 2013, o projeto “Diário do Carro Dacoregio” vai ser lançado para os clientes terem um controle online das revisões e da manutenção do seu veículo.

Em 23 de março de 1994, a Dacoregio Automotivo, então Círio Pneus, foi fun-dada com a pretensão de se tornar em

Guarapuava referência na oferta de servi-ços de qualidade a veículos da cidade.

Nestas quase duas décadas a em-presa se modernizou e hoje está consoli-dada como o maior autocenter da região, por unificar em um espaço diversos ser-

viços, além de trazer novidades, tecnolo-gia e inovação no mercado automotivo, desde manutenção até som de alta po-tência. Com equipe de 18 colaboradores especializados, a loja cresceu e possui 1500 m2.

Os serviços prestados estão relacio-nados à suspensão, alinhamento, balan-ceamento computadorizado com rampa

em sistema bluetooth; cambagem; freios; escapamento; isufilm; envelopamento au-tomotivo, personalização da pintura; insta-lação de som automotivo e acessórios.

Segundo o gerente Thiago Lima, ou-tro diferencial da empresa diz respeito ao atendimento especializado para carros de grande porte, como camionetes que por serem veículos antes de tudo de trabalho,

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Equipe Dacorégio

temos assistência técnica diferenciada e a intenção é aprimorar o pós-venda. Fazemos check-up da suspensão que é muito importante para as camionetes, por exemplo

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e estarem no campo e em estradas de chão exigem mais do carro, consequen-temente, como destaca Lima, precisam de um cuidado especial. Assim, a Daco-regio presta um serviço diferenciado em relação a revisões, troca de óleos e tem a disposição do consumidor os melhores lubrificantes nacionais e importados.

O gerente comenta que Guarapuava e região precisa de um autocenter que preste uma assistência de alto padrão para estes veículos, já que pelo fato da cidade ser essencialmente agropecuária, há uma grande frota de camionetes que precisam de um local especializado. “Temos assis-tência técnica diferenciada e a intenção é aprimorar o pós-venda. Fazemos check--up da suspensão que é muito importante para as camionetes, por exemplo”.

Além disso, a Dacoregio possui tec-nologia de equipamentos e ferramentas especiais. Lima enfatiza que a loja tem disponibilidade imediata de estoque de pneus de alta qualidade, marcas como Yokohama, Michelan e rodas Momo, Zinik, Foose, Dub entre outras, além de óleo das marcas Motul francês, Mobil e Castrol.

Uma novidade no pós-venda é a criação do “Diário do Carro Dacoregio”, em que o cliente terá um cadastro com o usuário, senha e terá acesso via site da Dacoregio ao diário do seu automóvel, onde constatará todos os serviços já rea-lizados, com objetivo de fazer o controle de manutenção. “Com o Diário do Carro Dacoregio a pessoa não vai mais esque-cer quando colocou óleo, trocou o pneu, ou quando está na época certa de fazer a revisão”.

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[Aposentadoria rural]

Da obtenção de benefícios previdenciários pelo Trabalhador Rural

Decker, De Rocco Bastos advogados associados

Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745)tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655)Vivian albernaz (OAB/PR nº41.281)Maybi F. P. Brogliatto Moreira (OAB/PR nº 40.541)

A atividade rural é caracterizada pela in-formalidade do trabalhador e, segun-do a CONTAG – Confederação Nacional

dos Trabalhadores na Agricultura, existem mais de três milhões de pessoas que traba-lham sem carteira assinada no campo, den-tre esses pequenos produtores.

Tal fato acarreta a dificuldade de obten-ção de benefícios previdenciários. Vez que a legislação prevê a necessidade de que haja in-dício de prova material, ou seja, o trabalhador depende de documentos para comprovar sua atividade agrícola.

Importante frisar que nos termos do art. 195 §8º da Constituição Federal, o trabalha-dor rural é: o produtor, o parceiro, o meeiro, os arrendatários rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exer-çam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, con-tribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e fará jus aos benefícios nos termos da lei.

Nesse diapasão, o trabalhador rural se distingue dos demais segurados e de pessoa física exploradora de atividade agropecuária pela existência do regime de “economia fa-miliar” que é característica fundamental de sua qualidade.

Assim, o trabalhador rural será classifica-do como segurado especial se observados os seguintes requisitos:

a) Exercício de atividade em regime de econo-mia familiar; onde, seu trabalho e os mem-bros de sua família são indispensáveis a sua subsistência; sendo exercício em condição de mútua independência e cooperação, sem

o auxílio de empregados onde estejam ob-servadas características trabalhistas como a remuneração e subordinação;

b) O grupo familiar será composto pelo côn-juge ou companheiro, pelo filho maior de 14 anos, enteado, tutelado ou equiparado, menor de 21 anos declarado junto ao INSS, desde que não possua bens para prover seu próprio sustento ou educação;

c) Não é exigida contribuição mensal, mas, a comprovação da realização da atividade ru-ral nos moldes citados, ainda que esta seja de forma descontinuada, desde que haja período de carência.

Frise-se ainda que não será considerado segurado especial qualquer membro do grupo familiar que possua outra fonte de rendimen-to, seja do exercício de atividade remunerada, arrendamento rural (ser o arrendador) ou apo-sentadoria em qualquer regime.

O trabalhador rural terá direito a aposen-tadoria, desde que, conforme já mencionado, exerça atividade rural em regime de economia familiar, tenha no mínimo de 60 anos, se for homem, e 55 anos, se for mulher, e comprove o efetivo exercício de atividade rural nos mol-des do artigo 143 da lei 8.213/91.

O benefício pode ser solicitado nas Agên-cias da Previdência Social, sendo facultada a assistência por meio de advogado, mediante o cumprimento das exigências cumulativas e a apresentação dos documentos solicitados com a finalidade de comprovar tais exigências.

Em muitos dos casos, mesmo havendo o indeferimento do pedido junto ao INSS, pode--se pleitear a análise através de ação judicial, interposta por meio de advogado a Justiça Fe-deral, que decidindo pela procedência deter-minará os pagamentos mensais do beneficio desde a data do pedido administrativo.

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[Meteorologia ]

Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses

Luiz Renato LazinskiMeteorologista - INMET/MAPA

O mês de janeiro apresentou chuvas abaixo da média histórica em todo o centro-sul do Brasil, com exceção do centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as precipitações ficaram ligeiramente acima da média. Seguindo

o padrão de dezembro passado, as chuvas também apresentaram uma irre-gularidade muito grande na sua distribuição, intercalando períodos curtos de muita chuva com períodos maiores, de até 15 dias ou mais, sem precipitação. Os baixos volumes observados e a irregularidade das chuvas ocasionaram uma diminuição da umidade no solo e consequente deficiência hídrica em boa parte dos solos da Região Sul. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas também ficaram abaixo da média ao sul destas regiões. Nas demais áreas os valores observados ficaram dentro do esperado para a época do ano. Nas áreas produtoras de grãos do Nordeste a estação das chuvas também vem mantendo os volumes normais, favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras na maior parte das regiões Sudeste, Centro-oeste e Nordeste.

As temperaturas mantiveram-se entre a média e ligeiramente abaixo da média em janeiro, em todo estado do Paraná e centro-sul do Brasil, comportamento muito diferente de dezembro passado, onde observamos temperaturas muito acima da média histórica para a época do ano. Nas Regiões Sudeste, Centro-oeste e Nordeste as temperaturas mantiveram--se dentro dos valores normais.

As anomalias das temperaturas superficiais da água do mar, no Oceano Pacífico Equatorial, durante o mês de janeiro, continuam refletindo as condi-ções de “Neutralidade Climática”. Na maior parte da região central do Pací-fico foram observadas temperaturas das águas superficiais entre a média e levemente abaixo da média, mantendo o mesmo padrão do mês anterior. As anomalias negativas estão sendo observadas nas áreas mais a leste, próximas à costa da América do Sul, conforme podemos observar na figura 01. Estas condições observadas, aliadas a outras variáveis climatológicas, continuam indicando uma situação de neutralidade climática (nem “El Nino” e nem “La Nina”). Os prognósticos dos modelos climáticos globais continuam mantendo a tendência do último mês, ou seja, a continuidade de uma situação de neu-tralidade no decorrer dos próximos meses, conforme podemos observar nas figuras de 02 a 05.

Para os próximos meses, os modelos de prognóstico climáticos conti-nuam com tendência de precipitações com volumes ligeiramente abaixo da média para região centro-sul do Brasil, porém, vale ressaltar que estas preci-pitações devem continuar seguindo o mesmo padrão de janeiro, apresentan-do uma distribuição irregular, intercalando períodos curtos com muita chu-va com períodos mais longos com pouca ou nenhuma precipitação, devido a continuidade de uma situação de neutralidade climática. Para as regiões Centro-oeste, Sudeste e áreas produtivas do Nordeste, as chuvas devem con-tinuar seguindo este padrão normal, com chuvas bem distribuídas e dentro da média, na maior parte destas regiões.

Com relação às temperaturas, os prognósticos indicam que devemos continuar observando temperaturas levemente abaixo da média no centro--sul do Brasil e as massas de ar mais frias devem chegar a partir de abril em diante. Nas outras regiões, as temperaturas devem se comportar dentro da normalidade para a época do ano.

Figura 01Anomalia da temp. da superfície do mar, durante o período de 18.11.2012 a 24.11.2012.(Fonte: CPC/NOAA).

Figura 02Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar – Fevereiro/2013.(fonte: CPC/NOAA).

Figura 03Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar – Março/2013.(fonte: CPC/NOAA).

Figura 04Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar – Abril/2013.(fonte: CPC/NOAA).

Figura 05Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar – Maio/2013.(fonte: CPC/NOAA).

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[Opinião]

“Novos tempos,tempos de PRECISÃO na agricultura”

Sem dúvida alguma, o campo se transformou num complexo tecno-lógico fabuloso, onde máquinas mo-

dernas, sementes geneticamente modifi-cadas, defensivos e adubos específicos; e pessoas capacitadas convivem de ma-neira simbiótica todos os dias, durante todo o período de safra.

Paralelo a este grande pacote tecno-lógico e no sentido contrário, as pragas e doenças teimam em tentar reduzir o “teto produtivo” das cultivares. Cada vez mais agressivos; estes gargalos do campo exigem atenção redobrada e ação con-tundente do empresário rural.

Dentro da porteira, uma das etapas de grande importância é a APLICAÇÃO DOS DEFENSIVOS. A pulverização de maneira correta, eficaz, além de ser uma prerrogativa econômica, também é uma exigência ambiental. Daí a necessidade de treinamento constante e do uso de equipamentos e produtos de qualidade.

Eis que surge no seio da grande mí-dia informações a respeito do uso inde-vido de agroquímicos e de modelos de tecnologia de aplicação, por exemplo, o avião, transformando de certa maneira o agronegócio e a aplicação aérea em pon-

Jeferson Luis Rezende

Foi piloto agrícola. É especialista em agronegócios e consultor em tecnologia de aplicação.

RTV da INQUIMA.

tos negativos do processo produtivo. Isso como se fosse possível dispensar o uso destas ferramentas para garantir produti-vidade e alimentos disponíveis.

Cabe neste contexto, fazermos um parêntese no sentido de ratificar que o Brasil realmente lidera o uso de defensi-vos porque produz o ano todo, e em pra-ticamente todo o seu território; ao con-trário da América do Norte e da Europa que tem seus campos cobertos por neve uma boa parte do tempo.

Também é preciso esclarecer que al-gumas moléculas em uso no nosso terri-tório, que deixaram de ser pulverizadas em países dos blocos mencionados, ain-da são importantes porque o nosso clima e a nossa biodiversidade assim exigem.

De qualquer maneira, a questão mais relevante diz respeito ao fundamento da “precisão” na agricultura, como estraté-gia para se alcançar boas produtividades, com custos compatíveis, respeitando o meio ambiente.

Não é necessário reiterar que esta nova missão foi inserida no modo opera-cional da maioria dos empresários rurais. Daí a explicação do sucesso do agrone-gócio brasileiro.

Dentro da porteira, uma das etapas de grande importância é a aPLICaÇÃO DOS DEFENSIVOS.

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[Batata ]

Palestra alerta bataticultores sobre os riscos da nova espécie da Pinta Preta

No dia 7 de fevereiro, a Associação Brasileira de Batata (ABBA) e a Ze-agro preocupada em trazer infor-

mação sobre a existência de uma nova espécie do fungo causador da doença Pinta Preta, promoveu uma palestra téc-nica para esclarecer as dúvidas e alertar os bataticultores sobre os perigos da ins-talação dessa doença.

O pesquisador convidado foi o enge-nheiro agrônomo e professor doutor do Departamento de Fitopatologia da Univer-sidade Federal de Viçosa (UFV), Eduardo S. G. Mizubuti, que realizou a descoberta de uma nova espécie, a Alternaria grandis, que é muito mais agressiva e de difícil controle que a conhecida Alternaria solani.

O diretor de Batata Semente da As-sociação Brasileira de Batata, Edson Mas-sakazu Asano falou sobre a iniciativa e a

importância de trazer o pesqui-sador para a cidade. “O pro-

blema é sério para todos os produtores, então nós, como dirigentes, preocu-pados com essa doença fizemos o possível para viabilizar a palestra, as-sim a presença da Asso-

Eu acredito que o manejo deve ser preventivo.

Eduardo Mizubuti

ciação nessa região é muito importante para colaborar para que o problema da doença seja resolvido”.

Segundo o pesquisador, a doença Pinta Preta, até então reconhecida por ser causada pelo fungo A. solani apre-sentou modificações em relação ao pa-

tógeno. Foi verificado pelas pesquisas que a nova espécie A. grandis apresenta índices de agressividade muito maiores do que a espécie até então conhecida.

O que assusta os produtores é a di-ficuldade de se identificar a campo, pelo fato dos sintomas na folha serem muito

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semelhantes. Assim, segundo os pro-dutores da região, não se sabe qual é a espécie que se instala, ou seja, qual Alter-naria está causando a Pinta Preta nas áre-as, já que, de acordo com o engenheiro agrônomo da Zeagro, Valdir Reccanello, há uma incidência grande da patologia em Guarapuava e região.

As pesquisas de Mizubuti iniciaram por volta do ano 2000, porém com avan-ço mais expressivo em 2004, e registro oficial no Ministério da Agricultura em 2009. “A A. grandis é muito mais severa e difícil de controlar e tem demandado mais atenção por parte dos produtores para controlar. Temos um problema sério de epidemias”.

Controle e manejo preventivo Para o pesquisador, o patógeno da

Pinta Preta precisa da mesma atenção que ocorreu há alguns anos com a temida requeima, e comenta sobre a necessidade de atentar para cuidados preventivos com

a cultura. “Tudo é muito pre-liminar, mas já sabemos, por exemplo, que o produtor não deve usar a mesma área sucessivamente. Isso é sinal de alerta para a epidemia, então a rotação de culturas é imprescindível. Eu acre-dito que o manejo deve ser preventivo, deve-se impedir a instalação porque uma vez instalada o desenvolvimen-to é muito rápido e os pro-dutos utilizados no manejo normalmente não tem res-pondido bem depois de um estágio de desenvolvimento da doença”.

Mizubuti ainda alerta que o tem-po de permanência do fungo no solo também é preocupante. “O fato mais curioso é que ela vem tranquila e, aos poucos, a epidemia explode de forma assustadora. Além disso, o tempo que os esporos sobrevivem no solo é muito grande, cerca de 270 dias, ou seja, 8 a 9 meses, em média”.

Outro fator que exige muita atenção dos produtores é em relação ao mau uso dos fungicidas sistêmicos. A diminuição da sensibilidade da Alternaria já aparece nas pesquisas de Mizubuti com princí-pios de uso comum na produção da bata-ta. “Foram analisados princípios de Tebu-conazole e Azoxistrobina e se observou que, em condições de uso inadequado, um número significativo de esporos in-sensíveis, o que é preocupante, porque se o produtor utilizar de maneira errada pode iniciar muitos focos de resistência”.

Em relação aos estudos, o pesquisa-dor explica a necessidade de mais pes-quisas sobre o caso, para que haja um controle mais eficaz e entendimento da ação do patógeno, como epidemiologia comparativa, eficiência de controle quí-mico e, principalmente, monitoramento da resistência de fungicidas. “Estamos com um grupo de pesquisas na Universi-dade desenvolvendo trabalhados envol-vendo o agente da doença, porém tudo é muito recente”.

Outra informação que Mizubuti des-taca é que não se pode afirmar que não haja mais a ocorrência da A. solani, por-tanto não se trata de uma mutação da es-pécie, porém, durante a pesquisa, ela não foi encontrada nas amostras do fungo. Valdir Raccanello, Eduardo Mizubuti, Edson asano e José Massamitsu Kohatsu

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[Notas ]

Eleições no Sindicato Rural

Convenção Coletiva de Trabalho

Produtores de Guarapuava em Moçambique

No dia 27 de março, às 8 horas, o Sindicato Rural de Guarapuava realiza a Assem-bléia Geral Ordinária (AGO) de prestação de contas de 2012 e proposta orçamentária para 2013. No mesmo dia também ocorre a eleição da nova diretoria da entidade (triênio 2013-2016), das 8 às 11h30 e das 13 às 17h30, no anfiteatro.

As eleições vão definir a composição de diretoria, conselho fiscal e delegados representantes do Conselho da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), a qual a entidade é filiada, bem como seus suplentes.

O registro de candidatura da chapa única, encabeçada pelo agropecuarista Ro-dolpho Luiz Werneck Botelho, candidato à reeleição, foi feito no dia 26 de março.

Para votar, o associado deve estar com a anuidade 2013 em dia e ter mais de seis meses de filiação. Mesmo sendo chapa única, a atual diretoria, espera que os associados compareçam à entidade. Haverá duas cabinas de votação e duas urnas de lona.

Nos dias 20 e 21 de fevereiro foi publicado no Jornal Diário de Guarapuava o edital de convocação, conforme prevê o Estatuto da entidade.

Teve início no dia 20 de feverei-ro, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarapuava, a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria no município. Na convenção, realizada todos os anos, Sindicato dos Trabalha-dores, representando os funcionários de propriedades rurais, e Sindicato Rural, representando os empregado-res rurais, tratam de uma pauta de assuntos, que inclui tópicos como reajuste salarial. Os debates podem se estender por algumas rodadas. Ao primeiro encontro, estiveram presen-tes, entre outros representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o presidente da entidade, José Altair de Souza; e pelo Sindicato Rural, Lincoln Campello, Manfred Majowski e Murilo Lustosa Ribas, ao lado de outros re-presentantes da categoria patronal. Advogados das duas partes também participam da Convenção Coletiva.

Produtores rurais de Guarapua-va, entre eles o presidente do Sindi-cato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, participaram da viagem técnica à Moçambique, de 23 de fevereiro a 3 de março.

O objetivo foi conhecer o cená-rio agrícola da região, empresas e instituições agropecuárias de reno-me, bem como avaliar o potencial da agricultura no país.

A viagem chamada de Missão Moçambique 2013 foi organizada pela empresa Terra Nova Turismo (TNT), de Londrina, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava.

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[História]

No dia 1º de fevereiro, o Instituto Histórico de Guarapuava (IHG) pro-moveu a cerimônia de posse de

16 profissionais, entre eles o vice-presi-dente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora. Durante o evento, também foi realizada uma homenagem à família de Renato Küster e uma palestra sobre a história da devoção à Nossa Senhora de Belém, ministrada pelo Padre Acácio Evêncio de Oliveira.

Gora é produtor rural, mas também é escritor, autor do livro “Dos campos nati-vos ao agronegócio”, obra que aborda te-mas como a história de desenvolvimento de Entre Rios e da Cooperativa Agrária,

Anton Gora é empossado no Instituto Histórico de GuarapuavaO vice-presidente do Sindicato Rural recebe posse junto com mais 15 novos sócios, que passam a integrar o Instituto que desenvolve pesquisas em prol do resgate da memória do município e da região.

desenvolvimento sustentável, tecnologia e política agrícola.

O presidente do IHC, Armando Ho-locheski falou que o evento foi realiza-do nessa data por anteceder o feriado municipal de homenagem à Nossa Se-nhora de Belém. “Estamos recebendo 16 novos associados. Foi uma grata sur-presa a quantidade de pessoas que nos procuraram para fazer parte do Instituto. Li a biografia de todos e eles têm um potencial muito grande. Há um trabalho imenso por fazer, Guarapuava é extre-mamente rica em documentação, e é importante e preciso interpretar, traba-lhar essa história, por isso a vinda deles é muito importante”.

Ao falar sobre a entrada de Gora, o presidente comentou que, pela origem do novo sócio, ele poderá contribuir muito com o resgate da memória de Entre Rios e de Guarapuava. “A vinda de Anton Gora tem um aspecto muito próprio, em função de sua origem, que é suábia. E também pelos dons pessoais dele. Ele tem esse ótica de analisar e ob-servar os fatores que contribuem ou não para o sucesso”.

O vice-presidente do Sindicato dis-se estar feliz com a admissão no IHG e que pretende colaborar e desenvolver ações com objetivos comuns ao Instituto. “É mais uma meta atingida. Acredito que a história é a coisa mais importante da humanidade. Tudo o que se aprendeu e desenvolveu vem de um processo histó-rico, e a história serve para dar um rumo para nós. Eu gosto muito de pesquisar e ler, então posso contribuir com a história de Guarapuava, Entre Rios e também do Sindicato Rural”, diz Gora.

anton Gora, vice-presidente do Sindicato Rural e armando Holocheski, presidente do IHC

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[Feijão]

Em meio aos altos e baixos dos preços e do clima, e numa região como o centro--sul do Paraná, que há vários anos é

conhecida por cultivos como milho e soja, a cultura do feijão vem, no entanto, regis-trando evolução. No campo, o produtor que busca reunir mais condições para comer-cializar seu produto, aposta em tecnologia; entre os cerealistas que beneficiam e re-vendem o grão, a qualidade vem se tornan-do cada vez mais um caminho para angariar as preferências e consolidar suas marcas, junto aos supermercados e ao consumi-dor final. O resultado é um segmento que vem se tornando mais e mais competitivo. Afinal, se em nichos como o da fruticultura a busca por determinadas características é uma linha mestra da pesquisa e da co-mercialização, na produção de feijão essa exigência não é diferente. Quem não gosta de obter, por um preço justo, um produto que proporcione rápido cozimento e quali-dades como um caldo espesso e um sabor marcante? Mas para chegar a este ponto, a opção por um alto padrão tem de começar no plantio e se manter no beneficiamento. Quem afirma é Rafael Mendes de Araújo, proprietário e gerente da Cerealista Galo, de Guarapuava. Com o conhecimento de quem produz em torno de 60% do feijão que comercializa, o empresário comenta que “hoje em dia, se o produtor não alcan-çar a qualidade, não tem para quem vender (a safra)”. E enfatiza: “A qualidade começa já

Qualidade:base para sustentarcomercialização

as três marcas da Galo estão nas prateleiras dos supermercados de Guarapuava, Pinhão, Cascavel, União da Vitória, Irati, Ivaiporã, Curitiba e Rio de Janeiro

Tel. (42) 3629-4847Rua Bertoldo Sauer, s/nºDist. Industrial Atalaia - Guarapuava - PR

E-mail: [email protected]

na escolha da semente”. No cultivo próprio, em 300 hectares localizados nas regiões de Goioxim e Candói, se utiliza aminoácidos, visando a maciez do grão no cozimento. Na aquisição de produto em Guarapuava, Ponta Grossa, Lapa e Castro, ele conta que dá preferência às variedades de feijão pre-to e carioca que apresentem, entre outras características, tempo de cozimento de 30 a 40 minutos. No beneficiamento, em sua empresa, no Parque Industrial Atalaia, em Guarapuava, tem continuidade aquela bus-ca por um alto padrão: o empresário, que há um ano iniciou a venda do produto em pa-cotes para o varejo, conta que investiu num equipamento para a seleção eletrônica de grãos, a fim de eliminar a mistura de varie-dades de feijão, ou a presença de grãos de outros cereais. “Se (o feijão) não tiver qua-lidade, não é nem empacotado”, resume. Com esta posição, Rafael, que só na região de Guarapuava adquire o produto junto a cerca de 100 fornecedores, entre agricul-tores e outras cerealistas, vem conseguin-do consolidar a família de marcas da Galo: Araújo, Safra Nova e o Te Ama. Atualmente, segundo relata, a empresa vende não só para os principais supermercados locais, também em estabelecimentos em Pinhão, Cascavel, União da Vitória, Irati, Ivaiporã, Curitiba e até no Rio de Janeiro. E para aju-dar a alavancar a visibilidade das marcas, o empresário observa que a Galo decidiu in-vestir em publicidade: de acordo com ele,

em breve, anúncios na televisão começarão a ser veiculados.

Apesar do setor ser bastante sensível a oscilações de preço e de clima, olhando para o presente, Rafael vê um bom mo-mento: “Nos anos anteriores, o preço (saca de 60 kg) caiu, com R$ 60,00 a R$ 80,00, no máximo, mas, neste ano, voltou a ser bom para o produtor, com R$ 120,00 a R$ 130,00”. Para o período de abril a junho deste ano, ele acredita que a cotação deva cair, em função da safrinha que chegará ao mercado.

Rafael Mendes de araújo, proprietário da cerealista

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[Formação]

A Associação de Pais e Amigos dos Ex-cepcionais de Guarapuava (Apae) possui o projeto Apae Rural, que oferece diferentes vivências práticas de aprendizado para que os alunos tenham contato com realidades cotidianos da vida no campo, como horti-fruticultura, jardinagem e criação de ani-mais de pequeno porte.

A Apae Rural atende 120 alunos por-tadores de múltiplas deficiências, do 1º e 2º ano do ensino fundamental e Educação para Jovens e Adultos (EJA). Segundo a di-retora, Elisandra Aparecida Schroeder, os alunos têm atendimento pedagógico, cur-sos e atividades relacionadas à agropecu-ária e marcenaria.

“Desenvolvemos projetos diretamente para área rural, os alunos têm acesso a con-teúdos vinculados a terra, como plantio de feijão, cultivo de frutas, entre outros”.

Ao todo, a Apae possui 133 colabo-radores entre professores, técnicos da saúde, funcionários administrativos e ser-viços gerais. A Associação também conta com voluntariado, mas é mantida por con-vênios com o governo federal, estadual e municipal.

Além da parte de ensino, a instituição oferece assistência social e à saúde. “A Apae é mantenedora da Escola Anne Sulli-van Rural e sede, na modalidade especial. E na área de saúde, temos atendimentos com psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médico psiquiatra e enfermeiro, assim como assis-tência social. Temos dois profissionais que atendem as famílias”.

Os alunos não são os únicos assistidos, a equipe da Apae oferece apoio aos fami-liares por meio de projetos como o Clube de Mães. “Enquanto os filhos são aten-didos, as mães têm um espaço onde são ofertados cursos para aumentar a renda fa-miliar, já que, muitas vezes, os pais deman-dam de muito tempo para cuidar dos filhos. Além das capacitações, são oferecidos mo-mentos de terapias para as famílias”.

Apae Rural desenvolve habilidades dos alunos no campoa entidade proporciona desenvolvimento educacional, profissional e social aos alunos excepcionais por meio de projetos na área de agropecuária e marcenaria.

A Apae Rural é uma entidade filantrópica de Guarapuava, que atende crianças, jovens e adultos com múltiplas deficiências. A diretora comenta que o apoio da comunidade é essencial para manter e aprimorar a prestação de serviços na insti-tuição que atua na área de educação especial e saúde. Interessados em doar ou em conhecer mais sobre a Associação podem entrar em contato pelo telefone (42) 3623 2544, pelo email: [email protected]. A conta bancária da Apae é 80.011-2 e agência: 0299-2.

Além disso, a pessoa física ou jurídica que tiver intenção destinar parte do seu imposto de renda a projetos sociais, a Apae é uma das dez instituições inscritas no COMDICA de Guarapuava para receber parte da destinação do imposto de renda.

Colabore com a Apae Rural Guarapuava

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[Empresas]

Num evento que reuniu diretores, co-laboradores e clientes, a Tratorsolo inaugurou, no último dia 25 de ja-

neiro, sua sede própria em Guarapuava. Localizada na rua Iguaçu, nº 101, no bairro Conradinho, a loja, concessionária da Stara, oferece, em seus mais de 2.700m², serviços como venda de peças, de máquinas agrí-colas e assistência técnica. Além da equi-pe com 42 profissionais e do proprietário

Tratorsolo: um novo espaço para a concessionária Stara

Ataíde Lycenko, o evento contou com a presença dos clientes, amigos e do Diretor Comercial da Stara Fernando Trennepohl.

O novo espaço proporciona mais co-modidade para clientes, parceiros e amigos. Um avanço que consolida uma história de 15 anos de sucesso: a Tratorsolo deu início às suas atividades no ano de 1998.

Em 2009, veio um passo importante: a parceria com a Stara – a Tratorsolo tor-

nou-se revendedor autorizado. Em 2012, a empresa alcançou o patamar de conces-sionária Stara.

Nesta nova etapa, que acaba de ter início, um propósito permanece: conti-nuar prestando aos clientes o melhor atendimento possível, comercializando e prestando assistência técnica para uma das mais renomadas marcas de equipa-mentos agrícolas.

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[Homenagem]

Câmara Municipal concede moção de aplausos e congratulações ao Sindicato Rural e à Revista do Produtor Rural

Na noite de 18 de dezembro de 2012, o Sindica-to Rural de Guarapuava e a Revista do Produtor Rural de Guarapuava foram homenageados pela

Câmara Municipal de Guarapuava com duas moções de aplausos e congratulações, aprovadas por unanimidade pelos vereadores no dia 11 de dezembro.

A moção foi proposta pelo vereador Thiago Córdo-va, que durante a solenidade de entrega falou sobre o histórico e a importância da entidade, como represen-tante da classe produtora rural da região e da revista, como o principal veículo de comunicação do setor agro-pecuário da região.

A moção de aplausos e congratulações é ofere-cida a pessoas ou entidades que se destacam na re-gião. Assim, as duas moções foram dedicadas aos 45 anos do Sindicato e ao 5º aniversário da Revista do Produtor Rural.

O Sindicato Rural de Guarapuava, entidade que se dedica ao fortalecimento e crescimento da consciência patronal rural, presta, há 45 anos, serviços ao homem do campo, representando o produtor rural nas esferas municipal, estadual e federal. Além disso, o Sindicato promove capacitação destinada a trabalhadores e pro-dutores rurais por meio de cursos e palestras, e também através do convênio com o Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural (Senar).

A Revista do Produtor Rural do Paraná, publicação bimestral do Sindicato Rural, foi lançada há cinco anos e já se destaca como importante veículo de comunicação especializado em agropecuária, sendo responsável por difundir informação técnica ao setor.

A moção foi recebida pelo presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho e pela editora-chefe da revista, Luciana de Queiroga Bren. Durante a solenidade de entrega, estavam presentes colaboradores e direto-res do Sindicato Rural de Guarapuava.

Botelho afirmou que a homenagem é uma forma de estímulo para que o Sindicato continue lutando em prol da classe produtora rural. “Agradeço imensamente essa moção. É um incentivo para nós continuarmos tra-balhando pelo setor produtivo e defendendo os inte-resses da agropecuária”.

Ao falar sobre homenagem, a editora-chefe da re-vista agradeceu a Casa de Leis e também a todos os colaboradores e diretores do Sindicato Rural. “A revista fez cinco anos e essa é a primeira homenagem que ela recebe. Com certeza, isso nos deixa muito feliz. A Mo-ção entra para a história da Revista do Produtor Rural do Paraná”.

Rodolpho Luiz Werneck Botelho e thiago Córdova

Luciana de Queiroga Bren e thiago Córdova

Representantes do Sindicato Rural e Vereadores

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Revista do Produtor Rural 35

Joair Mendes Pereira Junior

[Bovinocultura de corte]

Manejo em pastagens para obter bons resultados

A criação de bovinos, tradicional na região de Guarapuava, continua sendo, até hoje, uma opção para

vários agropecuaristas. Quem vive neste ramo tem buscado inovar para acompa-nhar os novos tempos. É o caso de um agropecuarista que afirma estar registran-do bons resultados na bovinocultura de corte, graças à forma de conduzir a criação dos animais na propriedade, a Fazenda La-geado Grande, situada no distrito de Pal-meirinha. E o melhor: ele conta o que tem feito para alcançar o êxito. Desde sempre na atividade, e há 3 anos engordando no-vilhas (gado tipo cruzamento industrial), Joair Mendes Pereira Junior, mais conheci-do como Junior Pereira, revela que baseia seu negócio em vários fatores. No verão, o plantel é direcionado para pastagens de verão, na região de Candói. No inverno, ele utiliza o que considera como um dos pontos principais para a sustentabilida-de de sua atividade: o rebanho é trazido à Palmeirinha, para pastagens de inverno compostas de aveia e azevém. Junior Pe-reira diz que a combinação das duas cul-turas resiste bem ao frio e proporciona ao gado uma rápida engorda. “Sempre colo-co novilhas com média de 270 quilos e te-nho tirado com um mínimo de 390 quilos,

num período de 3,5 a 4 meses”, informa, detalhando que utiliza uma densidade de animais de 6 cabeças por alqueire. “Mas isso varia muito” – pondera –, “pois de-pendemos do nosso clima ser favorável, de um bom plantio (das pastagens), do manejo que é feito com o gado, principal-mente rodízios, e de gado com genética de qualidade”. E qualidade, para Junior Pereira, significa obter a melhor genéti-ca pelo preço mais viável. Ele conta que, por isso, vem optando por adquirir os ani-mais sempre em leilões, junto a empresas como a Gralha Azul. “Ali, eu consigo achar (animais de boa genética) com mais faci-lidade”, completa. Já a comercialização, junto a frigoríficos do Paraná, de acordo com o agropecuarista, vem corresponden-do às expectativas.

Satisfeito com a atividade, ele com-para a pecuária baseada em pastagens de inverno com as tradicionais culturas das épocas frias do ano: “Frente às lavouras de inverno, o gado tem menos risco”.

Mas isso não significa que o agrope-cuarista não estaria disposto a diversificar, se lançando a uma atividade ainda mais exigente. Ao contrário. Junior Pereira rela-ta que, no começo deste ano, deu início a mais uma frente de trabalho: a pecuá-

ria leiteira. Ele faz questão de frisar que a criação ainda é pequena, mas está con-fiante que a escolha da raça holandesa contribuirá para obter, também aqui, bons resultados. Certeza baseada num senti-mento que, relembra, o acompanha desde sempre: o gosto pela lida do campo. “É o que sempre falo: para ser agropecuarista, não basta apenas querer – primeiro, (a pessoa) tem que gostar do que faz. E en-tão, tudo dá certo”. E resume este espírito que conjuga tradição e modernidade, com o orgulho de fazer a terra produzir, afir-mando: “Eu fico muito satisfeito de poder produzir alimento para o Brasil”.

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[Imprensa]

Expedição Safraem Guarapuava

O Sindicato Rural de Guarapuava recebeu, dia 4 de fevereiro, a vi-sita da Expedição Safra – projeto

jornalístico anual da Gazeta do Povo que, nesta edição, percorre 14 estados brasileiros, além de outros países, para levantar e divulgar a situação de vá-rias commodities agrícolas. O jornalista José Rocher, o fotógrafo Christian Rizzi e o engenheiro florestal José Hess, da FAEP, acompanhados de Fábio Ruas Pe-rura, da Caixa Econômica Federal, con-versaram com o presidente do sindica-to, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Os principais temas do contato foram mi-lho, soja e a logística da região. À tarde, a Expedição esteve na propriedade de Botelho, para ver de perto lavouras de verão e investimentos em armazena-gem. A matéria da Expedição Safra em Guarapuava, onde o grupo visitou tam-bém a Cooperativa Agrária, foi publica-da no caderno Caminhos do Campo.

A Revista do Produtor Rural traz aqui algumas das expectativas do presidente do sindicato sobre a safra (2012/2013) no centro-sul paranaen-se. Para ele, hoje, tão importante quan-to pensar em tecnologia e preço dos produtos, é a evolução das condições de transporte da produção que vem

do campo. Como necessidades urgen-tes, Botelho enumera a duplicação da BR 277, no trecho entre Três Pinheiros (região de Candói) e Irati, tarifas de pe-dágio mais competitivas e maior utili-zação de ferrovias para escoamento de safras ao Porto de Paranaguá.

Feijão

Segundo Rodolpho Luiz Werneck Botelho, a saca de 60kg de feijão preto apresentava cotação (posição em feve-reiro) de R$ 120,00 a R$ 130,00. Já o carioca, em torno de R$ 180,00. “Mas em Guarapuava, é pouco”, complemen-tou, referindo-se à presença daquela cultura. Ele observou ainda que “a se-mente de feijão está difícil de achar e o preço (daquele insumo) está alto”.

Soja

A expectativa é de produtividade média em torno de 3.000 kg/ha. O pre-sidente do Sindicato Rural de Guara-puava considerou que a antecipação no plantio, tanto de soja quanto de milho, na safra de verão (2012/2013), pelo uso de variedades precoces e/ou o plantio de feijão em 10% a 15% de algumas áreas, “é um nicho de mer-cado com risco”. Por outro lado, ele opinou que, na época da entrevista, a soja semeada mais cedo apresentava melhor aspecto.

Milho

Rodolfo Luiz Werneck Botelho co-mentou que a área de milho vem cain-do na região de Guarapuava – justa-

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Revista do Produtor Rural 37

mente onde o cultivo é conhecido em todo o Brasil por suas elevadas produ-tividades. Para ele, um dos motivos é o custo de produção por hectare: cerca de R$ 3.000,00, contra R$ 1.500,00 na soja, fator que levou a uma eleva-ção da área da oleaginosa. O presi-dente do sindicato rural recordou que, apesar disso, no ano passado, o Brasil exportou em torno de 20 milhões de toneladas de milho. O agropecuarista considerou que a cultura “vai se tor-nar uma commodity interessante se o país resolver o problema da logística – Isso daria liquidez (às safras)”. Mas ele também afirmou ver a necessidade de verticalização já no interior, nas áreas produtoras. “O milho, em Guarapuava, tem uma das maiores produtividades do país, mas quase tudo é exportado”, analisou, completando que “precisa-mos que as indústrias venham mais para o interior”. Em relação à comer-cialização das safras de milho e soja 2012/2013, o presidente do sindicato rural disse acreditar que a melhor es-tratégia é o agricultor vender a produ-ção “aos poucos”, procurando aprovei-tar repiques de preço. Conforme frisou, o importante é ter o foco em conseguir boas cotações na média, no longo pra-zo, como forma de manter a sustenta-bilidade financeira da propriedade.

Trigo

Para o presidente do sindicato rural, o trigo deve ter neste ano um aumento de área no Paraná. Mas com uma ressalva: “Só onde não tem a sa-frinha de milho”. Por outro lado, ele destacou que o produto é uma cultura

de risco, precisando de um preço de pelo menos R$ 600,00 a tonelada para tornar-se economicamente viável. Em contrapartida, Botelho defendeu que “o trigo tem que fazer parte do sistema produtivo”, já que, quando cultivado num sistema de rotação de culturas, traz benefícios para os demais cultivos.

Logística

Ao conversar com a Expedição Safra, o presidente do sindicato rural considerou que maior rapidez na du-plicação de rodovias e intensificação do uso de ferrovias, entre a região de Guarapuava e o Porto de Paranaguá, além de contribuir para o fortaleci-mento da agropecuária do Estado, se-ria “um investimento em salvamento de vidas”. Botelho sublinhou que o trecho da BR 277 entre a localidade de Três Pinheiros e o município de Irati, ainda não duplicado, registra, em época de safra, intenso movimento de caminhões pesados, o que, em sua opinião, aumenta o risco de acidentes. Ele explicou que aquele segmento da rodovia é um dos caminhos para es-coamento de safras de lugares como o próprio município de Guarapuava, além das regiões centro-oeste, sudo-este e central do Paraná e até de es-tados do centro-oeste brasileiro. Para desafogar o tráfego, ele sugere o início imediato da duplicação daquele trecho e, ao mesmo tempo, maior a utilização de trens de carga. “Se tivesse logística (adequada), o Brasil estaria ‘nadando de braçada’”, resumiu.

Armazenagem

Interligada com a logística e com o calendário das safras de verão e in-verno, a dinâmica de armazenagem de grãos é outro ponto que, para o presi-dente do sindicato rural, vem se modi-

ficando também na região de Guarapu-ava. Botelho lembrou que, nos últimos anos, produtores começaram a utilizar variedades mais precoces de soja, cul-tura de verão que, no centro-sul e cen-tro-oeste paranaenses, normalmente encontra-se em rotação com o milho. Com isso, alterou-se a antiga prática de colher boa parte do milho em março e da soja em abril – as duas safras, agora, se concentram, ao mesmo tempo, em março. É maior demanda por espaço nos silos, sem falar na urgência de agi-lidade na recepção de grãos, nas unida-des armazenadoras, a fim de se evitar as filas de caminhões. O presidente do sindicato contou à Expedição Safra que, neste novo quadro, produtores e coo-perativas que têm condições decidiram construir mais silos em suas fazendas ou entrepostos. Botelho mostrou aos jornalistas que, por iniciativa própria, ele mesmo está instalando novos equi-pamentos na unidade de armazenagem de uma de suas propriedades em Gua-rapuava. E não é só espaço que está em jogo, mas dois outros pontos: a se-gregação de variedades de cereais por silo e a manutenção da qualidade dos grãos estocados. Segundo detalhou, hoje, alguns estão buscando condições de armazenar as culturas separando-as por cultivar. O objetivo é fornecer uma matéria-prima específica, apostando numa melhor remuneração na hora da venda (embora admita que isso nem sempre aconteça, a decisão pode ser, às vezes, uma alternativa viável). No que tange à qualidade, Botelho enfatizou que vem ganhando importância o maior cuidado, por exemplo, com a aeração e a regularidade de temperatura no inte-rior dos armazéns. Tudo isso, para dar conta dos padrões de qualidade exigi-dos pela agroindústria. Porque, confor-me opinou, “os investimentos públicos (em armazenagem) são poucos”.

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[Viagem técnica]

Sindicato Rural de Guarapuava levou 185 pessoas ao Show Rural 2013

Viveiros Pitol expôs mudas e produtos

Cinco caravanas organizadas pelo Sindicato Rural de Guarapuava, com o apoio da Federação da

Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), levaram 185 pessoas, entre produtores rurais, técnicos, agrônomos e acadê-micos de Agronomia e Veterinária ao Show Rural da Coopavel, em Cascavel,

Do dia 04 a 08 de fevereiro, a empresa gaúcha de Anta Gorda re-ferência em mudas de nogueira pecã e de produtos derivados da noz, Viveiros Pitol, esteve presente em um dos maiores eventos agrícolas do país, o Show Rural, promovido pela Coopavel.

Durante a exposição, o proprietário do Viveiros Pitol, Luizinho Pitol, comentou que a feira é uma oportunidade de demonstrar para um grande público a qualidade das mudas e explicar porque a no-gueira pecã é uma ótima opção de diversificação nas propriedades.

No estande da empresa, os visitantes também puderam ter aces-so a informações a respeito do cultivo das mudas e observaram a possibilidade de comercialização para a Pitol Agroindústria, que ven-de produtos derivados da noz pecã.

nos dias 04 e 06 de fevereiro.Na segunda-feira, 04, os parti-

cipantes tiveram a oportunidade de acompanhar a abertura do evento e a cerimônia de entrega de 29 retroes-cavadeiras adquiridas por meio da se-gunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) a municípios

paranaenses, com a participação da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

As caravanas saíram de Guarapua-va, Candói, Cantagalo e Foz do Jordão. Os participantes visitaram estandes das empresas do setor agropecuário. O Show Rural terminou dia 08 de fe-vereiro.

Caravana de Guarapuava - 04/02 Caravana de Guarapuava - 06/02

Caravana de Candói - 06/02 Caravana de Cantagalo - 06/02 Caravana de Foz do Jordão - 04/02

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[Programa vacinal]

ClostridiosesAs Clostridioses são

um grupo de doenças causadas por bactérias

do gênero Clostridium, ou suas toxinas. Algumas das principais enfermidades Clostridiais causadas por essas bactérias são: carbúnculo sintomático (manqueira), gangrena gasosa, enterotoxemias, botulismo e tétano. Bactérias clostridiais provocam grandes perdas econômicas em bovinos e ovinos. Para conseguir um adequado controle deste grupo se faz necessário um programa vacinal completo.As clostridioses causam doenças basicamente por dois mecanismos: produção de toxinas e invasão de tecidos. Os clostrídios penetram no organismo na forma esporulada, através de alimento contaminado, feridas ou por inalação. As toxinas são produzidas no organismo do animal ou são ingeridas pré-formadas, como no caso de intoxicação botulínica. Conheça um pouco mais sobre essas enfermidades:

Carbúnculo sintomático

Causado pelo Clostridum chau-voei, é também conhecida como manqueira, apresenta um índice de mortalidade elevado em bovi-nos, sendo que muitos vão a óbito em cerca de 12 a 36 horas após o aparecimento dos sinais, outros no entanto morrem antes mesmo de apresentarem sinais clínicos. Aco-mete principalmente animais dos 6 meses aos 2 anos de idade. A infec-ção inicia-se em locais de lesão te-cidual, que são ambientes propícios para multiplicação do agente e pro-dução de toxinas, sendo estes resis-tentes ao calor e frio, de modo que podem permanecer durante muito tempo no pasto.

Gangrena gasosa(edema maligno)

É uma doença causada por um ou mais microrganismos associa-dos como: C.septicum, C. chauvoei,

C. perfringens, C. novyi ou C. sordellii. A doença é semelhante ao carbún-culo, porém afeta principalmente o tecido subcutâneo, em geral, a musculatura esquelética e tecido subcutâneo apresentam extenso edema crepitante associado à ocor-rência de hemorragia e necrose, exalando acentuado odor rançoso, podendo variar conforme a associa-ção dos microrganismos envolvidos, a mortalidade é alta devido ao rápi-do curso da doença.

Enterotoxemia

O Clostridium perfringens é clas-sificado em cinco tipos (A,B,C,D e E), com base na produção de qua-tro principais toxinas, devido à im-portância sanitária e econômica é descrito principalmente a doença causada pelo C. perfringens D, o qual encontra-se distribuído no solo, nas fezes e no intestino de animais sa-dios. Mudanças bruscas na alimenta-ção e dietas ricas em carboidrato e proteína propiciam a germinação do

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esporo, multiplicação e a produção de toxinas levando o animal a óbito rapidamente.

Botulismo

O botulismo é uma das princi-pais doenças que acometem bovinos adultos. É uma doença causada pelo Clostridium botulinum, caracteriza-da principalmente pela paralisia da musculatura esquelética. Em regiões com acentuada deficiência de fósfo-ro e suplementação mineral inade-quada, os bovinos tendem a mastigar ossos ou restos de cadáveres, desta maneira podem ingerir as toxinas botulínicas presentes nestas carca-ças. Esse comportamento é um dos principais fatores predisponentes para a doença. Bovinos confinados também podem ser contaminados com a doença quando alimentados com silagem, feno ou ração mal con-servados, que contenham matéria orgânica em decomposição ou carca-ças de pequenos mamíferos e aves, que acidentalmente possam ter sido incorporados ao alimento no mo-mento da preparação. Os principais sinais apresentados pelos animais incluem inicialmente, dificuldade para se locomover devido à paralisia dos membros posteriores, evoluindo para os membros anteriores, o que faz com que os animais permaneçam a maior parte do tempo deitados. Com a progressão da doença o animal apresenta paralisia flácida progressi-va dos músculos, culminando com insuficiência e parada respiratória. O botulismo é uma doença que causa grande mortalidade e não existe tra-tamento prático e economicamente viável para o animal infectado.

Tétano

O tétano é uma doença infeccio-sa altamente letal, produzida pelo Clostridium tetani. A infecção acon-tece quando, a partir do solo ou fe-zes contaminadas, o esporo invade a pele (através de lesões) e encontra condições de anaerobiose favoráveis

para germinar e se multiplicar, pro-duzindo a toxina que é responsável pelos sinais clínicos característicos da doença, tais como rigidez muscu-lar (posição de cavalete) espasmos localizados, dificuldade de engolir, entre outros.

A melhor forma de evitar essas doenças no rebanho é através da prevenção, através de melhoria das condições ambientais e sanitárias como:

• Eliminação de fontes de conta-minação;

• Manejo adequado; cuidados em relação à antissepsia da pele e materiais a serem utili-zados durante procedimentos vacinais, punções venosas e intervenções cirúrgicas;

• Aporte nutricional adequado (correção da deficiência de fósforo nas pastagens e suple-mentação mineral permanente dos animais) associado a um esquema de vacinação.

Deve-se considerar o fato de que a maioria dessas doenças é altamen-te letal e o tratamento é economica-mente inviável e ineficaz.

A aplicação correta da vacina influencia no resultado e garante a saúde do rebanho. Uma boa resposta vacinal depende da qualidade da va-cina e resposta imune do animal. O processo de vacinação deve ser feito corretamente.

Em animais primovacinados (va-cinados pela primeira vez) a dose e reforço são muito importantes para obter ótimos níveis de proteção. Preconiza-se vacinar os animais a partir de 2-3 meses de idade sendo o reforço realizado após 30 dias. Para animais já vacinados recomenda-se revacinação anual ou a critério do médico veterinário.

A Biogénesis-Bagó possui den-tro da sua linha de vacinas a BIO-CLOSTRIGEN J5, uma vacina poliva-lente que irá proteger seu rebanho contra as principais enfermidades causadas por Clostridioses em bovi-nos e ovinos.

a aplicação correta da vacina influencia no resultado e garante a saúde do rebanho.

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[Sindicato Rural de Pitanga]

2013: prosseguir açõespara fortalecer o produtor rural

Prosseguir fortalecendo o produtor rural da região central do Paraná: esta continuará sendo a missão

do Sindicato Rural de Pitanga para este ano. Em entrevista à Revista do Produtor Rural, dia 1º de fevereiro, o secretário executivo, Antônio Adir de Lara, antecipou algumas das me-tas principais da entidade que, desde 2012 presidida por Luiz Carlos Zam-pier, conta atualmente com cerca de 1.500 associados, entre agricultores, pecuaristas e agropecuaristas. O obje-

tivo maior é apoiar o homem do cam-po numa região que, ao lado da soja e do milho, tem na produção de leite um de seus pontos fortes. “A diretoria está ampliando o atendimento na área ad-ministrativa das propriedades rurais”, comentou o secretário executivo, re-cordando que o sindicato já ajuda em torno de 120 propriedades na realiza-ção de seus trâmites trabalhistas.

A declaração de imposto de renda, que começa em março, é outra ques-tão importante, para a qual o sindicato

pretende se preparar a fim de atender bem aos associados. “Vamos enviar funcionários à FAEP (Federação da Agricultura do Paraná), para que eles se capacitem a ajudar o produtor ru-ral no preenchimento da declaração 2013”, acrescentou.

Cumprindo outro papel de desta-que, o sindicato continuará difundindo informações atualizadas sobre temas relevantes. Entre eles, conforme an-tecipou o gerente executivo, o novo Código Florestal, que vem chamando a

Equipe do Sindicato Rural de Pitanga (antônio adir, à direita)

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Excursão promovida pelo Sindicato Rural de Pitanga e FaEP para o Show Rural 2013

atenção de todo o setor da agropecuá-ria nacional. Em datas a serem defini-das e informadas, Antônio Adir contou que serão promovidas palestras sobre aquele e outros tópicos, não só na pró-pria sede do sindicato, em Pitanga, mas também nas extensões de base, nos municípios de Boa Ventura de São Ro-que, Santa Maria do Oeste, Mato Rico e Nova Tebas.

A capacitação dos produtores rurais é outro ponto na pauta das ati-vidades. O gerente lembrou que a 9ª regional do SENAR, que em Pitanga funciona junto ao sindicato e abrange 25 municípios, prosseguirá promoven-do diversos cursos durante 2013.

Ao ressaltar o papel institucional do Sindicato Rural, ele informou que a entidade também prosseguirá soman-do forças com a FAEP, representando e defendendo os agropecuaristas. “Vamos participar das comissões mu-nicipais. Eles têm várias comissões,

como suinocultura, agricultura, etc”, exemplificou, explicando que nelas é possível apresentar as necessidades e reivindicações de cada setor do cam-po. “Temos de dar condições para que o agricultor permaneça na atividade”, afirmou, analisando que “o produtor rural é especialista (no que faz) dentro da porteira, mas fora, depende do au-xílio das cooperativas e dos sindicatos para resolver questões que não depen-dem só dele”.

Ao lado destas ações institucio-nais, em Curitiba, outras devem com-pletar a programação das atividades, como a reunião de diretoria, toda pri-meira sexta-feira do mês, além de pa-lestras e visitas técnicas de associados a encontros de tecnologia agropecu-ária de destaque regional, estadual e nacional. Dia 6 de fevereiro, o sindicato fretou um ônibus para levar associados a um dos mais importantes eventos da agropecuária do Paraná, o Show Rural

da Coopavel, em Cascavel. Também em fevereiro, a entidade levou produtores ao evento que, de acordo com Antônio Adir, é um dos maiores da região cen-tral do Paraná em termos de tecnolo-gia rural, o Produshow, realizado pela Produtécnica. Em setembro do ano passado, o sindicato já havia promo-vido viagem técnica de associados à exposição rural de Esteio, no Rio Gran-de do Sul. O gerente comentou ainda que a divulgação dos trabalhos do sin-dicato é mais um ponto que merecerá atenção. Mencionando que sindicatos rurais como o de Guarapuava têm na comunicação uma ferramenta impor-tante para demonstrar o trabalho e o significado do segmento rural, Antônio Adir opinou que a difusão das notí-cias contribui para que os associados possam dimensionar cada vez melhor o papel da contribuição sindical e dos sindicatos rurais no apoio ao desenvol-vimento da agropecuária.

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Revista do Produtor Rural44

[Economia Rural]

O avanço do feijão em Guarapuava e região

O desenvolvimento tecnológico e de pes-quisas para melhoramento genético também chegou a cultura do feijão, que

ao longo dos anos vem se profissionalizando e atraindo mais produtores interessados em investir no grão.

Na região de Guarapuava, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), observa-se um avanço nos últimos 10 anos na produção da cultura, não apenas em aumento de área plantada, mas principalmen-te em produtividade.

O pesquisador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), que coordena as culturas de cevada e feijão, Noemir Antoniazzi comenta sobre o atual contexto da cultura do feijão em Guarapuava e região. “Há duas questões que estão associadas a esse desen-volvimento e que colaboraram para o au-mento de área, uma delas é a melhoria da genética, com a disponibilidade de materiais mais adaptados e a outra são as técnicas de manejo que também se aperfeiçoaram. Ainda existe outro fator, que é a profissionalização da cultura, que

deixou de ser culti-vada apenas

pelo pe-que-

no produtor e ganhou grandes áreas, com produtores mais tecnificados”.

Em relação ao investimento em tec-nologia, o pesquisador destaca que o fa-tor mais importante foi à mecanização da colheita. “Eu diria que este é um ponto importantíssimo, pois assim o produtor teve a possibilidade de depender cada vez menos de mão de obra e isso passou a ser um atrativo. Assim, com tecnologia e genética, o feijão pode competir de igual pra igual com soja em termos de renta-bilidade. É uma cultura que está sendo atraente para diversificação e rotação de culturas, por exemplo”.

Segundo Antoniazzi, a demanda por um feijão de mais qualidade também foi observada dentro das casas. “A genética visa um produto melhor, um feijão mais bonito e nutricionalmente melhor em termos qualitativos”.

O crescimento da cultura do feijão, segundo o pesquisador da FAPA, é um panorama que se desenvolveu principal-mente no Paraná e no Centro-Oeste. “O Paraná já é, tradicionalmente, um grande produtor de feijão, e o Centro-Oeste saiu na frente com essas possibilidades de ir-rigação e tecnologia, maior estabilidade de produção, controle de doenças, com

fungicidas eficientes. Foram questões que evoluíram junto com a cultura e

que hoje o Paraná acompanha. As-sim, o grande produtor se interes-sou para diversificar com soja”.

De acordo com Antoniazzi, essa mudança de perfil enqua-dra o feijão em uma cultura mais profissional e mecanizada e pode ser observada, de forma mais significativa, há cerca de cinco anos.

Segundo o Deral – Núcleo de Guarapuava, que envolve 12 municípios, o aumento nas áreas

de feijão na 2º safra na região de

Guarapuava é observado, principalmen-te, a partir de 2002. Em 2001, a produ-ção foi em cima de 4.020 hectares. No próximo ano, foi registrado um salto de 13.580 hectares em área plantada. Nos anos seguintes, observa-se uma conti-nuidade e aumento desse número, com uma média de área plantada entre 2002 e 2012 de 18.833 hectares na regional.

Em Guarapuava, o aumento é mais significativo na 2ª safra, que entre 1995 e 2005, teve média de 408 hectares e a partir de 2008 a 2012 cresceu para 1.236 hectares. Com isso, houve um aumento na produção em toneladas e a média aumen-tou bastante. De 1995 a 2005 a média no município de Guarapuava era de 523 to-neladas e entre 2006 e 2012 esse núme-ro cresceu para 1.946 toneladas.

Outro dado significativo é a evolu-ção da produtividade do feijão na 1ª e 2º safra, que demonstra que fatores como tecnologia e genética foram importan-tes. A partir de 2002 até 2012, também observa-se o crescimento, com uma mé-dia de 1.028 kg/ha; e entre 1995 e 2001 era de 765 kg/ha. Na segunda safra, os números também atestam o mesmo fe-nômeno. De 2002 a 2012, 1.064 kg/ha e no período anterior, de 1995 a 2001, a média era de 755 kg/ha.

Com o desenvolvimento da cultura nos últimos anos, a demanda por tecnologia e agroindústrias cresceu. Nos últimos anos, empresas para atender o setor foram criadas na cidade.

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Noemir antoniazzi - Pesquisador Fapa

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Com o samba-enredo “A Vila canta o Brasil celeiro do mundo – água no fei-jão que chegou mais um”, o Grêmio

Recreativo de Escola de Samba Unidos de Vila Isabel conquistou o 1º lugar do desfile do grupo especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Com patrocínio da BASF, a Escola levou ao Sambódromo carioca na madrugada do dia 12 de feve-reiro (terça de carnaval), aproxidamente quatro mil integrantes que desfilaram na pista da Marquês de Sapucaí cantando o samba-enredo sobre a vida dos agricul-tores brasileiros, com letra e melodia de Martinho da Vila, Arlindo Cruz e outros nomes do samba brasileiro.

O patrocínio da BASF faz parte de

uma estratégia maior da companhia em ações de valorização do produtor rural nacional. Desde o anúncio da parceria com a Escola de Samba a empresa tem recebido apoio de diversos setores e, assim, tem cumprido o objetivo de levar a mensagem da importância da agricul-tura a toda a sociedade civil, especial-mente aos centros urbanos. “Parabéns à Escola e a toda a comunidade da Vila Isabel pela conquista! Mesmo se não ti-véssemos ganhado a ação já teria sido muito válida. Isso porque conseguimos levar nossa mensagem à uma audiên-cia enorme, já que todo o País volta seus olhos ao desfile carioca“, afirmou Maurício Russomanno, vice-presidente

[Carnaval 2013]

Desfile da Vila Isabel, patrocinado pela BASF, conquista o 1º lugar no carnaval cariocaEnredo baseado na vida do agricultor brasileiro prestou uma grande homenagem à agricultura nacional, agradando público e crítica

Divulgação BASF

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Revista do Produtor Rural46

da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF logo após a apuração realizada hoje na capital fluminense.

A escolha da BASF pela Vila não se deu à toa: a Escola figura entre as mais tradicionais, representativas e criativas do grupo especial. “Vale lembrar que nos últimos 10 anos a Vila esteve no desfile das campeãs em nove oportunidades. O resultado reforça a posição de destaque da Escola no carnaval carioca”, reforçou Russomanno.

Já a Escola viu na temática uma oportunidade de abordar uma mensa-gem relevante para a sociedade, que tratou na Avenida de uma forma lúdica e acessível a todos os públicos. “Estamos muito emocionados com a conquista, que resulta de um esforço enorme de toda uma comunidade apaixonada pelo carnaval como acontece com a Vila Isa-bel. Nada disso seria possível sem a par-ceria com a BASF que, assim como nós, acreditou na ideia desde o princípio e não mediu esforços para contribuir com a construção de um carnaval vitorioso como o que fizemos“, afirma Wilson da Silva Alves, presidente da Unidos de Vila Isabel.

Carnaval e planejamento – A indústria do samba

Para que se tenha uma ideia da di-mensão e todo esforço aplicado para a realização deste desfile é importante ressaltar alguns números. De abril a julho de 2012, por exemplo, foi feita a pesqui-sa para o enredo, anunciado em julho daquele ano. Em setembro teve início a produção dos figurinos, carros alegóricos e os ensaios na quadra da Escola, locali-zada no bairro homônimo de Vila Isabel. “Acompanhei, muitas vezes pessoalmen-

te, cada fase do projeto. Tivemos todo cuidado em auxiliar a Escola na busca por informações sobre a realidade do agricultor e também por facilitar o con-tato entre eles e os pesquisadores da Vila, numa espécie de laboratório - uma forma de que pudessem compreender de maneira realista a rotina, anseios e dicul-dades enfrentadas pelos agricultores”, afirmou Russomanno.

Para que tudo isso tenha entrado em perfeita harmonia na avenida como se viu, houve o envolvimento de histo-riadores, gestores de arte, engenheiros e outros profissionais que somam mais de 130 funcionários fixos da Vila e ou-tros 250 contratados de forma tempo-rária para a reta final dos trabalhos, dis-tribuídos nos sete mil metros quadrados do barracão da Vila Isabel na Cidade do Samba, onde também são construídos os carros alegóricos.

“Eu nunca tinha participado de nada relativo a carnaval. A festa é muito maior e mais vibrante do eu imaginava, foi mui-to gratificante! Hoje, diferente do que se pensava tempos atrás, é mais evidente a

nossa contribuição para a sociedade. O carnaval reforçou a relevância do nosso setor para a vida das pessoas“, afirmou emocionado Franke Djikstra, produtor de soja, trigo, milho e feijão da região de Ponta Grossa, no Paraná (PR) logo após o desfile, que fez parte de um grupo de mil convidados da BASF para acompanharem o desfile. “Sabemos que as ações de va-lorização do agricultor não podem e não vão parar por aqui. Porém, estamos ex-tremamente satisfeitos com esse resul-tado. Os produtores rurais sentiram-se reconhecidos com esta homenagem, o que era umas de nossas principais pre-ocupações. Outros setores da sociedade também avaliaram positivamente a ideia, traduzida com grande habilidade pela Vila Isabel. Creio que o grande público também tenha aprovado nossa ideia. Pelo menos o público na Marquês de Sa-pucaí e as pessoas que acompanharam o desfile pela TV puderam comprovar a importância do setor agrícola e dos pró-prios agricultores. E isso já valeu todo o nosso esforço”, finalizou o vice-presiden-te da BASF.

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Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de controle de doenças/pragas/plantas infestantes (ex.: controle cultural, biológico etc) dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Para maiores informações referentes às recomendações de uso do produto e ao descarte correto de embalagens, leia atentamente o rótulo, a bula e o receituário agronômico do produto. Produto temporariamente restrito no Estado do Paraná, não podendo ser recomendado/receitado. Produto registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob nº 9210.

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Revista do Produtor Rural48

[Interatividade]

Sindicato Rural RespondeProdutor rural pergunta

Em quais casos o produtor rural enquadra-se no regime de apo-sentadoria especial (ou familiar)?

Qual a época ideal para a poda da erva-mate?

Aposentadoria Especial ou em regime familiar:1. Ter ou teve uma área de até o máximo 72 ha, para as regiões de Guarapuava/

Candói/Cantagalo.

2. Ter 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres.

3. Bloco de Notas do Produtor ou comprovação de vendas através de notas fiscais de entrada no mínimo 15 notas pode ser uma por ano.

4. Não possui empregado fixo, somente temporário com o prazo 120 dias/ano.

5. Documentos que o INSS, solicita para comprovação: matrícula da área rural, INCRA, ITR e os documentos pessoais, há outras formas de comprovações, conforme a situação de cada produtor rural.

“A época ideal para a poda dos ervais é a partir de maio até agosto. Porém, na região de Guarapuava/PR, a colheita vem sendo muito precoce. Os meses de fevereiro, março e abril são inadequados para a poda e podem causar sérios prejuízos a planta, além de extrair um produto que não está na época certa.

Além disso, há alguns outros fatores preocupantes na cadeia produtiva da erva-mate na região, como a existência de “atravessadores”, ou seja, pessoas que intermediam a compra entre produtor e a indústria; a pesagem incorreta na hora da entrega e mão de obra inadequada para realizar a colheita.

Por isso, é importante que nós (produtores) trabalhemos de forma associa-tivista, que haja união, pois assim é a única forma de garantirmos um mercado mais seguro e rentável. O ideal seria produzirmos por meio de condomínios ou consórcios agrários para que possamos ser competitivos e para que sobreviva-mos na atividade”.

Respondido pelo assessor previdenciário do Sindicato Rural de Guarapuava, Murilo Ribas.

Respondido pelo produtor de erva-mate e associado do Sindicato Rural de Guarapuava, Waldemar Geteski.

Associado:

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O Grupo AG Teixeira comemorou mais um ano, juntamente com colabo-radores, familiares, forne-cedores e clientes. Foram sorteados vários brindes e entregue cestas de natal aos colaboradores. O even-to contou também com o sorteio de uma moto 0 km.

[Confraternização de final de ano]

Grupo AG Teixeira realiza confraternização e sorteia moto entre seus colaboradores

IniciativaO GRUPO AG TEIXEIRA lança nessa primeira quinzena de 2013 o Programa AG TITUDE, essa

iniciativa pretende desenvolver projetos voltados para produção sustentável, saúde, segurança no trabalho, treinamentos técnicos e educação no trânsito. O objetivo é reduzir impactos ambientais, prevenir acidentes de trabalho através de medidas antecipadas, preocupando-se com integridade fí-sica e com a saúde dos colaboradores e seus familiares. O programa fornecerá treinamentos técnicos, orientações profissionais e sociais voltadas para todas as áreas e segmentos de atuação do grupo.

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[Candói]

Dia de Campo da Coacan apresenta híbridos e cultivares

Dezenas de produtores rurais parti-ciparam, no último dia 15, do Dia de Campo da Coacan (Cooperativa

Agrícola Candói). Com enfoque em milho e soja, o evento desta vez reuniu empre-sas e instituições produtoras de semen-tes na Fazenda Nossa Senhora de Belém, nas proximidades da sede do município. O clima chuvoso, na véspera, não afastou o interesse dos agricultores em visitar as estações e ouvir o que os integrantes de cada empresa tinham a dizer sobre os no-vos materiais que chegam ao mercado. E quando as mini palestras começaram, por volta das 16h, os participantes mais uma vez ampliaram seus conhecimen-tos técnicos, tiveram a oportunidade de fazer perguntas, ver de perto as novas variedades – em ensaios implantados no local – e, numa confraternização que encerrou a programação, puderam trocar idéias sobre o que viram. apesar do clima chuvoso, foi boa a presença de produtores no evento

Em várias estações, empresas apresentaram o que têm de mais modernoem termos de híbridos ou cultivares

Apoiadores demonstramsuas tecnologias

Participaram do Dia de Campo da Coacan as empresas:

• Agroceres• Agroeste• Basf• Bayer CropScience• BioGene• Dekalb• Dow AgroScience• Du Pont• Fundação Pró-Sementes• Guerra Sementes• Milenia• Morgan Sementes e Biotecnologia• Pioneer• Syngenta

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Maurício Mendes de araújo

Em entrevista, o presidente da Coacan, Mauro Mendes de Araújo, comentou sobre sua expecta-tiva para a safra de verão 2012/2013 na região de Candói. Ele rememorou que ano passado, na soja, a produção não foi muito elevada, porque houve seca. “Mas este ano está prometendo muito – tanto na soja, quanto no milho. Mauro disse esperar, para a oleagi-nosa, uma produtividade média oscilando entre 55 e 60 sacas por hectare. Para o milho, algo em torno de 200 sacas por hectare.

Mauro, presidente da Coacan

Presidente da Coacan comenta sua expectativa para a safra

O presidente da Coacan, Mauro Men-des de Araújo, resumiu a importância do dia de campo lembrando que a coo-perativa foi fundada há 12 anos e que o evento já está em sua sexta edição, ten-do se tornado, ao longo do tempo, uma das mais importantes formas de levar aos mais de 30 cooperados, e a agricultores parceiros, informação técnica para uma agricultura eficiente. Ele sublinhou ain-da um detalhe: “As lavouras (semeadas especialmente para o dia de campo) são plantadas do mesmo jeito que é planta-do (pelos cooperados) aqui”, o que tam-

bém ajuda a dar uma idéia precisa do de-senvolvimento dos híbridos e cultivares apresentados. Como resultado prático, o dirigente recordou que “vários dos mate-riais apresentados em edições anteriores já estão nas lavouras dos cooperados e isso é de grande valia”.

Proprietário da fazenda onde ocor-reu o dia de campo, Maurício Mendes de Araújo contou à Revista do Produtor Rural que todo ano os cooperados se revezam na tarefa de disponibilizar es-paço em suas propriedades para sediar o evento e se mostrou feliz em ser o an-

fitrião da edição 2013. Conforme relatou, a importância de receber o encontro é ter, na propriedade, vários materiais ge-néticos, de todas as empresas que estão participando. “Estamos aí com um grande número de ensaios, de soja e de milho, e hoje vamos conhecer um pouco destes materiais. No final, vamos avaliar. Quan-do chegar a colheita, vamos saber quais os que melhor se comportam, para que nos ano que vem possamos usar em nos-sas propriedades”, antecipou. É o que de-finiu como teste de São Tomé: “Ver para crer”, finalizou com descontração.

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[Comemoração]

Agroboi – 40 anos de incentivo à agropecuária de Guarapuava

“Dedicação e cumprimento da obrigação profissional sempre nortearam minha vida. Hoje

repasso isso aos meus filhos, focando no comprometimento com a atividade”. Com essas palavras o médico veterinário e um dos fundadores da Agroboi, Romualdo Prestes Kramer, expressa os valores que fazem com que uma das lojas agropecu-árias mais antigas da cidade tenha uma história de sucesso e de realizações.

Em 2013, a Agroboi comemora os 40 anos de fundação, marcados por tradição e compromisso com a prestação de servi-ços e com o desenvolvimento da agrope-cuária em Guarapuava e região.

A loja foi fundada no ano de 1973 por três veterinários recém-formados, que ti-nham a intenção de abrir uma loja e uma clínica veterinária referências em Guara-puava e região. Envolvido no projeto am-bicioso estava o então jovem veterinário, Kramer, que havia se formado em Curitiba na Universidade Federal do Paraná, e na época se viu entusiasmado em abrir sua própria empresa e com vontade de exer-cer a Medicina Veterinária. Foi nessa épo-ca que começou a história da loja, desde o início com espírito empreendedor e a paixão pela profissão. “Entramos com uma filosofia de fazer a empresa crescer, gerir um negócio que pudesse dar continuida-de e que graças a Deus estamos aqui até hoje. Toda a minha vida quis empreender e desde o começo tudo que realizei posso dizer que foi feito com seriedade”, diz o proprietário da Agroboi.

Foco em Guarapuava

No começo, a empresa tinha filiais nos municípios da região, como Pinhão e Laranjeiras do Sul. Com o passar do tempo, os outros sócios venderam a parte para Kramer, que aos poucos de-cidiu centralizar a matriz da empresa em Guarapuava.

aliando tradição e história baseada em valores, a loja foi pioneira em diversos serviços na cidade e hoje oferece inovação e modernidade com a integração entre a agropecuária, petshop e clínica veterinária.

Nessas quatro décadas, a Agroboi cresceu e outros membros da família passaram a trabalhar no negócio, a es-posa Noeli Kramer e mais tarde, os filhos que também são veterinários Kleyton e a esposa Danieli Cristine Scheur Kramer e Karen Kramer. Com a vinda dos filhos, o empreendimento expandiu tanto na sua estrutura física quanto na prestação de

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serviços, como atendimento veterinário, as vendas de produtos agropecuários e a atuação do laboratório de anemia para equinos.

Em 1997, a família decidiu apostar no ramo de petshop, tornando-se pionei-ra na prestação desse serviço na cidade. “Foi algo que deu muito certo, consegui-mos aproveitar a oportunidade de uma tendência de mercado que viria alguns anos”, diz o médico veterinário.

Kramer, que também é membro do Rotary Club de Guarapuava, conta que ser rotariano também contribuiu para o seu sucesso profissional, pois aprendeu, entre outras coisas, a desenvolver a lide-rança. “Dentro do clube aprendi o signi-ficado dos diferentes tipos de liderança. Minha esposa, Noeli, possui essa capaci-dade e a exerce de forma incrível”.

Modernização

Ao longo de 40 anos, a empresa de-senvolveu e segundo o filho de Kramer, Kleyton, que atua no setor administra-tivo da empresa, a Agroboi a cada ano pretende modernizar e trazer inovação tanto para os clientes quanto para cola-boradores. Kramer também destaca que o desenvolvimento da loja se deu em

boa parte pelo investimento na área de gestão. “Saber gerenciar uma empresa hoje é básico, sem administração eficien-te não tem empreendimento que sobre-viva”, opina o veterinário.

Um marco na história da Agroboi, além do pet shop, foi a reforma em 2010, que teve como objetivo ampliar a loja e oferecer um estacionamento. “A intenção é deixar a loja mais moderna para maior satisfação e bom atendimento ao clien-te”, diz Kleyton.

Além de comerciantes, a família Kra-mer também cria gado de corte, o que é uma vantagem, de acordo com Kleyton, pois muitos dos produtos que são adqui-ridos na loja são testados na propriedade deles, o que faz com que o cliente confie na qualidade do que se vende na Agroboi. “Como também somos produtores, além de comerciantes, nos colocamos no lugar do cliente, assim a intenção é foco na qua-lidade do atendimento, equipe qualifica-da, e acima de tudo, união familiar”.

Quanto à modernização do empre-endimento, Kleyton comenta sobre a im-portância das parcerias com empresas para conseguirem ter alcançado pros-peridade na loja. “Temos que agradecer nossos parceiros, que nos ajudam a pro-porcionar um produto de qualidade a nossos clientes”.

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Crescimento daagropecuária

Ao contar a trajetória da Agroboi, Kra-mer não esquece de destacar que atuou em diversas entidades para contribuir com o desenvolvimento agropecuário da região. “Acompanhamos o crescimento e a modernização da pecuária em Guara-puava, estive sempre ligado às entidades que representam o setor na cidade, como o Sindicato Rural”.

Ao citar a expansão da agropecuária em Guarapuava, Kleyton relata que ob-serva uma mudança no perfil do peque-no produtor, que também passa a investir em tecno-logia e em produ-tos para aprimo-rar a lavoura ou a pecuária. “Todos querem aumentar a produtividade, e passaram a ob-servar que não se vê aumento sem investir. Acredi-to que o pequeno, principalmente, está buscando mais alternativas, apesar do Paraná ter reduzido o rebanho, o pecu-arista tem que otimizar sua produção, com menos produzir mais, então aquela resistência que existia antigamente com a utilização de tecnologia diminuiu mui-to, pois o produtor passou a enxergar os resultados”, opina.

Kleyton fala também sobre o futuro da loja. Ele acredita que seus filhos vão querer trabalhar na Agroboi. “Meu filho já pede para vir ao trabalho junto comigo. Além dele, as duas filhas de Kramer, Ka-ren e Cristiane, também tem dois filhos.

A família Kramer diz que o segredo é o comprometimento com a qualidade e a prestação de serviços. “Amamos o que a gente faz e acreditamos em Guarapuava. O importante é gerir com harmonia as ati-vidades. Agora até os netos já dizem que querem trabalhar aqui. Acho importante que haja essa transição. Agora é a vez dos meus filhos. Eu já fiz a minha parte”, diz o fundador da Agroboi, Kramer.

“Acho importante que haja essa transição. Agora é a vez dos meus filhos. Eu já fiz a minha parte”, diz o fundador da Agroboi, Kramer.

Kleyton e Danieli Cristine Scheur Kramer

Noeli Kramer e a equipe do petshop

Depoimento de clientes:Nivaldo Krüger:

“a agroboi é um exemplo marcante na vida empresarial de Guarapuava. Em-presa concebida e fundada pelo veterinário Romualdo Kramer, fundamentada em quatro alicerces: esperança, persistência, competência e confiabilidade. O Dr. Romualdo herdou do seu progenitor Kramer os valores morais que emba-sam seu caráter e seu empreendimento. Parabéns! É assim que se constrói uma cidade com o valor de seus homens e suas mulheres!”.

Vilson Cunha:

“a agroboi é muito importante para a cidade. Sou produtor rural e trabalho com leiteria, então a loja nos presta assistência técnica e também oferece pro-dutos de qualidade. a agroboi é muito especial, espero que tenha muitos anos de sucesso pela frente”.

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FC Lavouras e Feijão Rancho Brasil – novas opções para o produtor e consumidor de feijão em Guarapuava

[Agroindústria]

No final de 2012, dois novos empre-endimentos vinculados à produção de feijão nasceram em Guarapua-

va. Um deles, a empresa FC Lavouras, ce-realista que presta serviços relacionados à beneficiamento e secagem de grãos e o outro, a criação da marca comercial de feijão Rancho Brasil.

A Cerealista presta serviços de se-cagem de grãos, limpeza, classificação, compra e venda. Na etapa de secagem, a FC Lavouras tem um secador a gás que possui um diferencial, pois tem a vanta-gem de proporcionar um produto com mais qualidade, pelo fato de não reter aroma de fumaça no produto embalado.

A empresa investiu em tecnologia nas máquinas, adquirindo um equipa-mento chamado Celetron que classifica o feijão pela cor, separando o feijão pre-to do carioca e vice e versa, bem como

outras impurezas no meio do feijão como grãos soja, milho,etc. que durante a co-lheita podem ter se misturado.

Em relação ao setor de vendas, por meio da FC Lavouras o feijão pode ser comercializado em diferentes embala-gens: saco, granel e empacotado. Após a chegada do produto direto da lavoura, observa-se a umidade, se for necessário é feita a secagem, e em seguida, é feito o beneficiamento que envolve várias etapas: pré e pós-limpeza, catapedra, po-lidor, mesa densimétrica, celetron, que são procedimentos de classificação do grão por tamanho e por cor, para, no fim do processo, ter um feijão com mais qua-lidade podendo assim ser empacotado em embalagens de 1 quilo.

Em Guarapuava, existia uma deman-da tanto para beneficiamento quanto para distribuição da produção de fei-

jão na cidade. Devido ao aumento do interesse dos produtores pela cultura e, consequentemente, de mais uma empresa que atendesse essa demanda, a FC Lavouras investiu nesse mercado como mais uma opção para o produtor e, com a marca Rancho, o produtor pode vender o feijão na cidade mesmo e ga-nhar mais dinheiro, pois agrega valor ao produto.

A ideia da criação de uma marca de feijão surgiu em 2012 e concretizou-se no final do ano passado. Hoje, Rancho Brasil é um fornecedor exclusivo e é uma empresa que pode facilitar a comerciali-zação de feijão na região.

O feijão do Rancho é comercializado como tipo 1, de alta qualidade nutricio-nal e preço acessível. A marca já está a venda nos principais supermercados de Guarapuava e região e também em ou-tros estados como Rio Grande do Sul e Rio de janeiro.

O guarapuavano Sávio França Denar-di é consumidor do feijão Rancho Brasil. Ele adquiriu o produto em supermerca-dos da cidade e aprovou o feijão.“Fiquei muito satisfeito, além da qualidade excelente, o preço também é bom. Ter um produto daqui é importante para o desenvolvimento do comércio regional. Além disso, em casa o Rancho Brasil foi muito elogiado por quem cozinha”.

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Embrapa inicia estudo inédito de bactéria para controle de parasitas na pecuária

[Sanidade animal]

O pós-doutorado de uma das pes-quisadoras da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) nos Es-

tados Unidos colocará a Embrapa en-tre as instituições pioneiras no Brasil nos estudos de controle biológico por meio de bactérias e insetos que se re-lacionam por simbiose, especialmente as bactérias do gênero Wolbachia. Es-ses organismos infectam alguns dos principais parasitas dos animais rumi-nantes, como a mosca-dos-chifres, a mosca-das-bicheiras e os carrapatos de bovinos.

Nos Estados Unidos, a pesqui-sadora Lea Chapaval irá estudar a in-festação de mosquitos da malária por Wolbachia, foco do trabalho de sua orientadora, a cientista Sara Lustig-man, Ph.D. em parasitologia molecu-lar. Segundo Lea, o objetivo é trazer as

técnicas utilizadas lá e adaptá-las para carrapatos e moscas no Brasil. Com essa caracterização inicial será possí-vel identificar no futuro linhagens pro-missoras de Wolbachia para o controle de parasitas na pecuária e definir no-vas estratégias de controle integrado.

Durante três meses, a partir de fe-vereiro, a pesquisadora será orientada por Sara em uma parceira entre o The Johns Hopkins Hospital e o New York Blood Center (Centro de Sangue de Nova York). Fundado em 1889, o Johns Hopkins é um dos hospitais mais reno-mados nos EUA, e foi pioneiro na com-binação de atendimento a pacientes, pesquisa e ensino.

A identificação da relação entre a Wolbachia e o parasita pode con-tribuir para o desenvolvimento de novas estratégias de controle parasi-

tário que minimizem a utilização de pesticidas nos sistemas pecuários de produção. Garantindo, assim, alimen-tos mais seguros para a população, com menos resíduos, e diminuindo as barreiras sanitárias determinadas pela presença de contaminantes pesticidas nos alimentos de origem animal.

Apesar de possuir o maior reba-nho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de cabeças de gado, o Brasil enfrenta problemas de acei-tação de sua carne em outros países, principalmente por fatores ligados à sanidade dos animais. “A presença de endo e ectoparasitas está ligada ao menor ganho ou à perda de peso, além da predisposição a outras doen-ças. Tudo isso gera perdas econômicas, que podem ser evitados com o controle de verminoses”, afirma Lea.

Larissa Morais

Embrapa Pecuária Sudeste

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[Maquinário]

A força da TratorCase no Show Rural 2013

Rodrigo Moura, gerente de arapoti; andré Savoldi, gerente de Guarapuava; Eduardo Pereira, gerente de vendas e Sérgio Luiz Valentim (Biro), diretor em Ponta Grossa

Case, a marca de máquinas agrícolas que mais cresceu no ano de 2011/2012, apresentou todo o portfólio de maquinários de tecnologia de ponta no Show Rural, em Cascavel.

FONE: (42) 3629-8900Rua Antônio Gaudi, 85 - BR 277

Km 341,7 - Guarapuava - PR

A TratorCase, uma das principais con-cessionárias da Case IH no Paraná, esteve na 25ª edição do Show Rural

e apresentou a ampla variedade e a alta tecnologia dos maquinários agrícolas da marca. O estande da Case IH reuniu boa parte da rede de concessionários do sul do país, com demonstrações de maqui-nários e novas tecnologias e superou as expectativas de vendas durante o evento.

A Case IH apresentou no Show Rural cinco linhas de produtos, desde a linha de veículos utilitários Scout, tratores Maxxum BR, Magnum, colheitadeiras Axial – Flow até as plantadeiras. Um dos destaques no estande foi a exposição dos tratores Farmall, que comemoram 90 anos, para isso a Case IH trouxe para a fei-ra o primeiro trator da categoria, de 1923.

Segundo o gerente de vendas da TratorCase, Eduardo Pereira, a intenção da Case IH é mostrar tecnologia para o cliente, trazer inovações. “Os negócios são consequência desse trabalho. Quere-

mos mostrar aqui o que a Case IH é capaz de fazer pelo cliente, ou seja, oferecer um produto diferenciado no mercado e com a melhor relação custo benefício”.

Pereira comenta sobre as vendas durante o evento. “O Show Rural é uma grande oportunidade, porque o produ-tor, muitas vezes, programa a compra no evento, já que existem os diferen-ciais, como a questão de preço, prazos, a aprovação cadastral menos burocrática, enfim, com certeza o cliente acaba ten-do vantagem em adquirir o produto”. O gerente comenta que a feira surpreen-deu em relação a números de negócios concretizados ou que iniciaram durante o Show Rural. “A nossa expectativa de vendas já foi superada no segundo dia, então creio que a estimativa de vendas superou de 50 a 60%”.

O gerente de vendas explica que a empresa possui um sistema de vendas que é adequado ao perfil do cliente. Além disso, ele destaca que o pós-venda

é também um dos diferenciais na presta-ção de serviços. “A filosofia da Case IH e da TratorCase é atender o cliente o mais rápido possível, com máximo de eficiên-cia, para que ele fique o mínimo de tem-po possível com equipamento parado”.

Sobre o crescimento da marca, a Case IH foi a única empresa de máqui-nas que cresceu no mercado entre 2011 e 2012, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). Foi constatado um aumento de 2% na participação de mercado em tratores e 1,2 em colheitadeiras.

O gerente da TratorCase de Gua-rapuava, André Savoldi também falou sobre o crescimento da marca e da atu-ação da empresa na região. “Neste ano, o investimento foi alto no pós-venda com a contratação de novos mecânicos, pois a população de máquinas da marca au-mentou bastante em Guarapuava e com isso ampliamos a estrutura. Posso dizer que estou à frente da loja para mostrar ao agricultor a força da Case IH e a sua qualidade de atendimento”. Exposição do trator Farmall que comemora 90 anos

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[Hortifruticultura]

Aposta no tomateCom a crescente necessidade de

diversificação nas propriedades rurais, o produtor rural Harry Mayer relata que prefere arriscar em novas culturas para ter a possibilidade de alcançar maiores rendimentos por hectare. Ele conta que escolheu o tomate como uma grande aposta no campo.

“Quanto mais alto o risco, maior a possibilidade de mais lucro, e é claro tam-bém pode ser a queda, mas só arriscando para saber. Eu acredito que tenho esse es-pírito de arriscar, também gosto muito de jogar baralho”, brinca o jovem produtor.

Mayer planta tomate há três anos. Começou, em 2010, com 15 hectares, em 2011 passou para 25 hectares e no final de 2012 foram 20 hectares. “Esse ano resolvi reduzir a área, porque ano passado foi uma safra de muito prejuízo, mas a expectativa é grande que o preço não caia tanto, pois diminuiu significati-vamente a área de plantio de tomate no país após a quebra”.

Mayer é produtor também de ba-tata, feijão e culturas de verão (soja e milho) e de inverno (trigo e cevada). No

tomateiro, ele possui uma produção mé-dia em torno de 2 mil a 3 mil caixas por hectare. Ele acredita que é uma produ-tividade que o produtor precisa buscar para que valha a pena o cultivo. “É pre-ciso ter essa média para ser viável. No entanto, para isso, é preciso empregar tecnologia”, relata.

O ciclo do tomateiro é de cerca de 80 a 100 dias e o cultivo não é de di-fícil manejo, porém de altos custos“. Cada planta de tomate pode dar de 80 a 120 frutos, em média, e de diversos ta-manhos. Durante o plantio, o espaçamen-to utilizado é de 1,5 entre linhas e 36 cm entre plantas, que dá uma população de 18 a 19 mil plantas por hectare. Porém, o custo é, em média, 20 mil reais por hec-tare, além do investimento em irrigação, de cerca de 4 mil por hectare”.

Ele fala com convicção que, para ser produtor, o ato de arriscar está ligado a também, saber a hora certa de inves-tir, ou comparando com o poker saber o momento “de apostar todas as fichas”. Ao mesmo tempo, Mayer diz que é uma aposta planejada, pois investe com base

em conhecimento técnico e, em especial, em tecnologia, que garante a qualidade.

Assim, o produtor destaca que é pre-ciso muito profissionalismo durante o cul-tivo. “Possuo uma lavoura com assistência técnica competente, fiz seguro e tenho metas de qualidade”. Mayer conta alguns dos fatores de sucesso para o cultivo do tomateiro. “Entre os fatores estão o clima, investimento em irrigação e manejo”.

O produtor conta que, para a próxi-ma safra, a intenção é investir em uma nova cultura de inverno para diversificar. “A novidade para ano que vem é a cebola. Será um novo desafio”.

TECNOLOGIA

O que diferencia os resultados na produção de Mayer é a disponibilidade para investir em tecnologia para se pro-duzir um tomate de ótima qualidade. “Na verdade, é uma cultura que se não adotar alta tecnologia, o retorno é muito baixo. Então é preciso investir, por exemplo, na correção de solo, em adubação pesada,

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Revista do Produtor Rural 59

no manejo frequente de herbicidas e fungicidas, maquinário e irrigação. Já que a cultura é de alto custo é importante que se invista para valer a pena. Real-mente não dá para querer economizar”. O produtor comenta que após a criação do projeto de diversificação proposto pela assistência técnica da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa), da Cooperativa Agrária, o cultivo do to-mate foi facilitado. “Com o apoio e assis-tência técnica da Cooperativa ficou mais fácil de viabilizar a produção, além do que ficamos mais tranquilos”.

IRRIGAçÃO, uM DOS SEGREDOS DO SuCESSO

No tomateiro, um investimento vi-ável e que tem resultado, segundo o produtor, é a irrigação por gotejamento. A opção se torna determinante para ter um incremento de produtividade, me-nor gasto de água comparado a outro tipo de irrigação, e principalmente, por-que a umidade direta nas folhas provoca um aumento significativo no número de doenças, como bacterioses. Além disso, este tipo de procedimento é interessan-te, de acordo com Mayer, pois se pode aliar a fertiirrigação, ou seja, realizar a fertilização e aplicar adubos que tragam nutrientes importantes para a planta ao mesmo tempo em que se irriga.

“Apesar do custo não ser baixo, em média 4 mil por hectare, o investimento vale a pena, pois se tem mais qualidade e assim atendemos o mercado com um produto melhor”.

De acordo com o produtor, é preciso atentar para a qualidade da implantação do sistema de irrigação, para que não haja tanto entupimento dos emissores. Além disso, Mayer lembra que é preciso renovar o sistema a cada dois anos.

O PRINCIPAL ENTRAVE: COMERCIALIzAçÃO

Uma informação importante para quem pretende investir no tomate é a dificuldade de comercializar o produto. Mayer comenta que é preciso conhecer o mercado, que tem uma característica muito informal. Ele explica que o principal comprador é o Ceasa de São Paulo, porém até chegar ao comprador há pelo me-nos dois ou três intermediadores. Assim, Mayer possui uma parceria com o empre-

sário Osmar Kloster, que intermedia todo o processo de venda, o que dá mais segu-rança ao produtor.

“O grande mercado é São Paulo. Ven-demos cerca de cinco ou seis caminhões que saem por dia. Na minha produção, vendo de 30 a 40 mil caixas de tomate”.

Em relação à rentabilidade, o produ-tor destaca que é muito relativo, pelo fato da grande oscilação de preço da cultura. “Depende muito do preço, que oscila de-mais e em dois anos anteriores meu pico de preço foi 40 reais a caixa e o menor foi R$ 2,00. Só o custo para colher foi de 2,50 para mão de obra por hectare, e o custo geral da produção varia de 11 a 12 reais, mas não se dá para querer ganhar todo ano, o importante é fazer uma boa média”.

CONTROLE DE DOENçAS e plantas daninhas - CuIDADOS POR éPOCA

O produtor comenta que como em qualquer cultura, o tomate possui algu-mas particularidades. Em relação ao con-trole de doenças e pragas, a mais comum e que exige mais cuidado, segundo o produtor, são as bacterioses. “A pior é a mancha bacteriana, ocasionada devido ao clima quente e úmido e também é importante cuidar das doenças fúngicas”.

Assim Mayer afirma que é importan-te não ter medo de investir no controle e em adubação. O ideal para o tomatei-ro são temperaturas amenas, nem muito baixas nem muito altas, o que ajuda a não proliferação de tantas doenças. Ou-tro cuidado que o produtor deve atentar

é, principalmente, na colheita, pois os frutos amadurecem rápido e com o ca-lor é perigoso que se perda boa parte da produção. “Pode queimar e dar escalda-dura. Isso prejudica muito a comercializa-ção”, destaca.

Ele também fala que o clima da ci-dade é propicio para requeima e para bacteriose, por ser quente durante o dia e frio à noite. “O produtor pode perder tudo em três ou quatro dias com essas doenças”.

Mayer explica que, a cada momen-to, é preciso atentar para alguma praga ou doença. Antes da florada, quando o tomate estiver pequeno é preciso ve-rificar a invasão de plantas daninhas, devido à aplicação de adubos na etapa seguinte. Em seguida, é preciso cuida-do com o manejo na época de florada, pois a intenção é que a planta produza muitas flores. “Nesse momento, é im-portante aplicar produtos que possuam boro e cálcio, e que contribuem nesse desenvolvimento. Para o crescimento do fruto é bom aplicar potássio”.

Ao falar da necessidade de aduba-ção, o produtor faz a ressalva em rela-ção à quantidade. “Não se pode aplicar adubo em excesso, pois é possível que a planta cresça demais e dessa forma difi-culte o controle de doenças”.

E por fim, a partir do crescimen-to do fruto, ele conta que começam a surgiu pragas como a lagarta da broca, por exemplo. “O cuidado nesse período deve ser frequente. Eu aplico fungicidas e adubos foliares. Então quase todo dia utilizo os pulverizadores. Mas, faz parte. Estou no começo, então, aos poucos, vou descobrindo alguns segredos do cultivo”, confessa Mayer.

Harry Mayer

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[Prestação de contas]

Sicredi Terceiro Planalto inicia rodada de AssembleiasO início foi marcado pela reunião com os coordenadores de núcleos da cooperativa

A cooperativa Sicredi Terceiro Planal-to iniciou a rodada de Assembleias com uma reunião com os coordena-

dores de núcleos no dia 19 de fevereiro. Os coordenadores são os representantes dos associados eleitos pela maioria para representar os interesses do quadro so-cial junto a cooperativa.

Na reunião conduzida pelo presiden-te Adilson Primo Fiorentin foram apresen-tados os principais números da institui-ção, o balanço patrimonial e as principais conquistas do exercício de 2012 e dos úl-timos 4 anos de mandato do atual conse-lho de administração. Com destaque para o crescimento de 179% nas operações de créditos disponibilizados aos associa-dos que alcançou a marca de R$ 116,8 milhões. Outro número que merece des-taque é o de associados, que em 2008 fe-chou com 5.767 e em 2012 com 10.355, crescimento de 79%. As sobras da coo-perativa também tiveram um crescimento considerável, 67% no período de 4 anos, fechando com R$ 4,4 milhões em 2012.

Além dos números e crescimento fo-

ram apresentadas as chapas para eleição dos novos conselhos de Administração e Fiscal, e também os novos diretores exe-cutivos, cargos que serão instituídos na cooperativa a partir do novo mandato. Os diretores que assumirão os cargos depois de eleitos são: Valmir Dzivielevski – Di-retor Executivo; Iara Bellan Arruda – Di-retora de Operações; e Jardiel Cherpinski – Diretor de Negócios.

A rodada que iniciou no dia 20 de fevereiro vai até o dia 25 de março, quando serão reunidos novamente os coordenadores de núcleos e trarão para a Assembleia Geral da cooperativa as de-cisões votadas em cada núcleo.

“Este modelo torna a Assembleia muito mais participativa e transparente, pois proporciona que o associado vote nas matérias do edital na sua própria cidade, sem ter que se deslocar para exercer o seu direito de dono. Na Sicredi Terceiro Planalto estamos experimentan-do este modelo desde 2010 e tem sido muito positivo”, afirmou o presidente da cooperativa Adilson Primo Fiorentin.

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Revista do Produtor Rural 61Sicrediagro

As soluções financeiras do Sicredi cooperam para o produtor rural colher grandes resultados.

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[Trigo]

OR Melhoramento escolheuGuarapuava para promoversua primeira reunião técnica no PR

Encontro apresentou vários aspectos da cultura do trigo

A OR Melhoramento realizou, dia 21 de fevereiro, no anfiteatro do Sin-dicato Rural de Guarapuava, sua

primeira reunião técnica no Paraná. No encontro, a empresa, além de apresentar três novas cultivares de trigo, trouxe no-mes de destaque para abordar várias das questões hoje consideradas relevantes para o segmento. Além dos palestrantes, estiveram presentes convidados de orga-nizações de referência no setor, como a própria diretora da OR Sementes, Ama-rilis Labes Barcellos; o diretor geral da Sementes Mutuca, Ely de Azambuja Ger-mano Neto; o coordenador da Fundação

Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA/Cooperativa Agrária), Leandro Bren; e o diretor técnico e administrativo da Fun-dação Pró-Sementes, José Hennigen. O evento foi destinado a produtores rurais, acadêmicos de cursos ligados à agricul-tura e técnicos.

A Revista do Produtor Rural conver-sou com palestrantes e participantes. João Paulo Oliboni, presidente do Sin-dicato Rural de Laranjeiras do Sul, dis-se que veio à reunião para levar a sua região o conhecimento adquirido no evento. Avaliando o trigo em sua região, ele opinou que a cultura se apresenta

produtiva, mas o que faltaria ao produ-tor é uma garantia por parte do governo. “O trigo varia muito: num dia (o preço) está alto, no outro, está baixo”, comen-tou. Para ele, um preço mínimo seria ne-cessário para que o agricultor pudesse de antemão calcular se a cultura será ou não rentável.

Adalberto Roque, da Assistência Técnica Coamo de Guarapuava, afirmou considerar o encontro importante para conhecer mais sobre o que está aconte-cendo no presente e o que vai ocorrer, no futuro, na cultura do trigo. Ele co-mentou que o debate em torno da qua-

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José Hennigen, diretor técnico e administrativo da Fundação Pró-Sementes

João Paulo Oliboni, presidente do Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul

adalberto Roque, assistência técnicaCoamo de Guarapuava

amarilis, proprietária da OR

lidade é especialmente importante em Guarapuava, já que na região a colheita coincide com um período de chuvas.

Para o agricultor Vinícius Virmond Abreu, da região de Guarapuava, o en-contro foi interessante por apresentar novos materiais. Como triticultor com 10 anos de tradição nesta cultura de in-verno, ele disse que também considera qualidade como um ponto importante. “É preciso plantar com mercado definido, porque depois correr atrás disso (a co-mercialização), é difícil”. Embora opinan-do que “o trigo não é a melhor das op-ções”, ele ponderou que, na região, onde o clima não permite safrinha, continuará a apostar no cereal. “Hoje, o preço está bom, mas é muito cíclico, você não tem segurança”, analisou.

É preciso plantar com mercado definido, porque depois correr atrás, é difícil.

Vinícius Virmond Abreu - Produtor Rural

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agricultores e interessados na cultura do trigo compareceram ao evento

Rodrigo OliboniNovas cultivares

Responsável pelo programa de me-lhoramento de trigo na OR Melhoramen-tos, Rodrigo Oliboni, falou sobre as três novas cultivares que a empresa apresen-tou no evento e que, conforme destacou, já se encontram à disposição do produtor rural no Paraná para a safra de inverno 2013. Os materiais são diferentes entre si, no que diz respeito a ciclo e resistên-cia a doenças. Ametista apresenta ci-clo precoce, com média de 127 dias, da emergência à maturação. O material, con-forme Oliboni, tem “certa resistência à ferrugem da folha e a manchas foliares”, mas, na região de Guarapuava, requer que o agricultor adote os procedimentos necessários à prevenção e combate à gi-berela. Topázio é de ciclo intermediário, com maturação de três a cinco dias após a maturação de Ametista. Resistente a mancha foliar e moderadamente resis-tente a giberela, o material exige atenção para a ferrugem da folha. Jadeíte11 com-

pleta seu ciclo numa média de 140 dias. A cultivar, segundo Oliboni, apresenta resistência a ferrugem da folha e a ger-minação na espiga – problema que surge às vezes em regiões onde coincidem as épocas de pré-colheita e chuvas fortes. Mas a cultivar exige atenção para man-chas foliares.

Lucas zanloreseMercado de Trigo e Legislação

Lucas Zanlorese, da Moageira Irati, que na Reunião Técnica do Trigo da OR falou sobre Mercado de Trigo e Legisla-ção, considerou que, hoje, a segregação do trigo (armazenagem separada, por tipo de trigo, ou por vezes até por cul-tivar), mais do que uma tendência, já é uma exigência de mercado. Os únicos que ainda encontram dificuldades para a segregação seriam unidades armaze-nadoras mais antigas, enquanto nas mais novas é maior a facilidade para aquele processo.

Para o produtor que possui silos na fazenda, a prática de segregar também seria possível. Zanlorese contou que, no caso da empresa em que trabalha, o pro-dutor é orientado a já plantar trigos de perfil semelhante para a moagem, que possam ser misturados na armazenagem. Já no quesito qualidade, relatou que a empresa considera melhor o produtor a priorizar os altos padrões, vendo como preferível utilizar no inverno apenas 30% ou 50% de sua área, mas aplicar na lavoura de trigo a tecnologia necessá-ria para alcançar a qualidade industrial. Tanto na entrevista antes de sua palestra quanto no evento, ele ressaltou a neces-sidade de integração da cadeia tritícola, com maior contato entre produtores e moinhos.

Rudolf GerberSegregação do trigo

“Hoje, muitos produtores perdem negócio por não segregarem o trigo” – com esta afirmação, em entrevista antes de sua palestra, Rudolf Gerber, coorde-nador do moinho da Cooperativa Agrá-ria, de Guarapuava, resumiu o perfil do mercado tritícola atual. Segundo ele, que está à frente de uma indústria que tra-balha cada vez mais em sintonia com os cooperados, utilizando trigo segregado, o produtor que misturar vários tipos do cereal, ao armazenar já na fazenda, terá dificuldade de comercializar. E explicou o ponto de vista dos moageiros: “A gente precisa saber o que está comprando. É difícil quando se tem uma mescla e não sabe se esse trigo é para panificação ou se é para biscoito”. Gerber assinalou que “trigo, não é tudo igual”, já que algumas cultivares são mais apropriadas para al-guns tipos de produtos. “Hoje, o Brasil exige cada vez mais esta diferenciação – A gente fala que o mercado não está andando, não está comprador. Não está comprador para este tipo de trigo que

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Ivo Claudino - Diretor técnico da Mutuca

você não sabe o que é”. O coordenador do moinho revelou que, atualmente, o trigo soft, próprio para biscoitos, está em falta no país. “Inclusive há moinhos pro-curando já importar este tipo de cereal”.

Luis Carlos GutkoskiDON e a Qualidade Industrial

Professor da Universidade Federal de Passo Fundo, Luis Carlos Gutkoski abordou um assunto que abrange toda a cadeia pro-dutiva do trigo: DON e a qualidade indus-trial. Ele explicou o significado das novas normas de qualidade (Resolução nº 7 da Anvisa, de 2011).“Para o produtor, o im-portante é seguir todas as recomendações, dos obtentores (dos materiais cultivados) e dos fornecedores de insumos, visando atender à legislação”, disse. E completou: “Eu, como consumidor, gostaria de ter um alimento livre deste metabólito – a preo-cupação não é você consumir um produto que tenha até o limite permitido pela legis-lação, a preocupação é que o meu produto tenha zero (de micotoxinas). Essa deve ser a nossa meta”. Ele detalhou que, para o DON, o limite, desde janeiro de 2012, é de 2 mil microgramas por quilograma, e que, a partir de 2014, o rigor será ainda maior, com 1750 microgramas por quilograma, estando previsto um índice de 1500 para o ano de 2016. A ideia – acrescentou – é o Brasil se adequar e até superar parâmetros como os da União Europeia, para que possa eventualmente abrir um mercado naquela região do globo. “Na União Europeia, o nú-mero é de 1750. O Brasil está atento a isso, justamente para ter um trigo que possa ser exportado e ofertado à população de for-ma inócua e segura”, esclareceu. O profes-sor contou que, nesse cenário, o triticultor deve considerar que no mercado será cada vez maior a exigência por qualidade. Como principal forma de evitar o DON, no campo, o especialista elencou o combate à gibe-rela, lembrando que na pós-colheita e nos

moinhos também existem mecanismos para separar os grãos com boa qualidade.

Ely de Azambuja Germano NetoSementes Mutuca

Diretor geral da Sementes Mutuca, produtora de sementes que multiplica materiais da OR, Ely de Azambuja Ger-mano Neto disse considerar que a im-portância da reunião foi discutir a triti-cultura, o que ajuda os participantes a ter um posicionamento sobre a situação atual da cultura e sobre as cultivares nas quais devem investir. “A gente aju-da nos ensaios de manejo da OR e na multiplicação de linhagens, até chegar nas cultivares que são os lançamentos”, explicou, referindo-se ao trabalho con-junto com os organizadores do evento. Sobre os materiais apresentados na pa-lestra do diretor técnico da Mutuca, Ivo Claudino, Germano Neto lembrou que são trigos melhoradores, considerando--os bons para a panificação.

De acordo com o Deral, do escritório da Secretaria de Estado da Agricultura em Guarapuava, uma estiagem marcou a mais recente safra de trigo em 12 municípios da região. A área de 44,5 mil hectares proporcionou produtividade média de 2,6 mil kg/hectare e um volume total de 115.700 toneladas. O Deral lembra que os números são preliminares e que pode haver pequenas alterações no cálculo final.

Números da safra de trigo 2012 na região de Guarapuava

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[Ferrugem Asiática]

Experiências de campo reconfirmam vantagens do novo fungicida da Cheminova no controle da ferrugem

Sem efeito juvenoide. Sinergia perfeita pela mistura de dois ingredientes ativos.

O problema da ferrugem da soja

A ferrugem da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, foi relatada pela primeira vez no Brasil em 1947, em Minas Gerais, ficando, no entanto, restrita a pequenas áreas. No ano de 2001, foi observada no Pa-raguai e em Mato Grosso. Hoje, a do-ença se encontra em maior ou menor intensidade em todas as importantes regiões produtoras de soja no Brasil.

A chegada da ferrugem da soja fez com que alguns agricultores amargassem grandes perdas em suas lavouras. Imaginar que uma doen-ça que ataca de forma geral na área

possa levar a 80% de perdas é mui-to difícil de acreditar. Após esta dura etapa, apesar de ter causado grandes danos a lavoura de soja, estimulou o sojicultor a ter algumas mudanças de atitude. Os agricultores passaram a ter mais atenção com sua lavoura, au-mentando a frequência de visitas aos campos de cultivo, o monitoramento das condições climáticas e com isso houve, naturalmente, um incremen-to tecnológico, já que muitos outros problemas foram identificados. O sal-do destas mudanças foi pacotes tec-nológicos mais robustos adotados e significativos incrementos na produ-tividade das lavouras de soja.

Controle X rotação de produtos

O manejo incorreto da lavoura pode causar, entre outros proble-mas, a evolução da resistência do alvo biológico. A medida que deter-minado alvo recebe sucessivas do-ses de substâncias químicas, há uma tendência à resistência, ou seja, a habilidade de determinada espécie suportar essas doses. Há uma pré--adaptação em cada geração, fazen-do com que sejam selecionados os genes responsáveis pela resistência, encontrados em poucos indivíduos.

Uma estratégia já conhecida e cada vez mais recomendada por pes-

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quisadores para prevenir ou retardar a evolução da resistência a agrotóxi-cos é a rotação de produtos químicos, que se baseia no princípio de que a frequência de indivíduos resistentes tende a diminuir durante a aplicação de outros produtos alternadamente. Sendo assim, recomenda-se que o produto ou o grupo de produtos não seja usado repetidas vezes.

Há no mercado algumas mistu-ras disponíveis para o tratamento de ferrugem da soja, porém a maioria delas oferece combinações pareci-das de ingredientes ativos, desfavo-recendo a rotação de produtos.

Lavoura mais saudável emais produtiva

A Cheminova mantém linhas de desenvolvimento olhando para os problemas que os produtores enfrentam em suas lavouras, bus-cando as melhores alternativas para auxiliar na solução deles. Hoje a Cheminova traz uma importante fer-ramenta para ajudar os produtores no controle de doenças da soja, al-

godão, café e trigo. Esta nova ferra-menta é o Authority (Azoxistrobina e Flutriafol), novo fungicida com ca-racterísticas muito importantes para o manejo das doenças.

Para a ferrugem da soja, o Au-thority apresenta a grande vanta-gem de ser uma combinação de ingredientes ativos de grande ca-pacidade de redistribuição na área foliar e não causa efeito juvenoide nas plantas, ou seja, não segura o crescimento da planta tratada. Com esta ação, o Authority assegura que a planta manterá seu desenvolvi-mento pleno, refletindo em ganhos de produtividade. Algumas mistu-ras do mercado, após algum tempo de aplicação, podem causar na soja esse retardo no crescimento.

O diferencial de Authority deve--se à combinação da estrobilurina Azoxistrobina, que apresenta a maior velocidade de absorção e a maior ca-pacidade de movimentação via xile-ma dentre as opções no mercado, e ao flutriafol que apresenta a maior siste-micidade entre os triazóis. O efeito si-nérgico desta combinação permite ao

Authority ser um produto diferencia-do, que na safra 2011/2012 apresen-tou em mais de 300 áreas demons-trativas de farming test, na cultura da soja, excelentes resultados de contro-le e produtividade, possibilitando ao sojicultor comprovar os benefícios de Authority com relação aos principais produtos do mercado para o mane-jo das doenças da soja, com foco no principal problema, que é a ferrugem da soja.

Em algumas regiões do Cerrado, como a da BR 163, em que os sinto-mas da ferrugem da soja atingiram 100% de severidade nas lavouras, e poderia ter causado 80% de per-das, consolidou Authority na safra 2011/2012. O produtor Mauro Riedi, por exemplo, proprietário de fazen-da em Sorriso, Mato Grosso, testou os efeitos de Authority em sua lavoura e chegou a quase 5 sacas a mais por hectare, se comparado a outros pro-dutos do mercado. São resultados que aumentam a confiança em uma nova mistura, registrada pelo MAPA, que trará mais produtividade para as lavouras brasileiras.

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[Noz Pecã ]

O desenvolvimento da Nogueira Pecãem GuarapuavaProdutores relatam estar satisfeitos com as mudas e contam quais cuidados tiveram desde o plantio até o momento.

Passaram-se alguns meses do plan-tio das mudas de nogueira pecã em Guarapuava e os 40 produtores que

apostaram na cultura relatam que o de-senvolvimento das mudas está dentro das expectativas e esperam que a planta con-tinue com o mesmo ritmo de crescimento.

Em julho e agosto do ano passado, após meses de planejamento com várias reuniões, visitas técnicas e preparação da propriedade para receber as mudas, os produtores da região realizaram o plantio da nogueira pecã. Ao todo, foram 2.267 mudas plantadas na região, de três variedades diferentes, cada uma com épocas distintas de maturação.

O incentivou ao cultivo da cultura na região aconteceu através do Progra-ma de Desenvolvimento Florestal e da parceria entre o Sindicato Rural de Gua-rapuava e o Viveiros Pitol, empresa de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, que há mais de 40 anos desenvolve variedades e experiências com a nogueira pecã. O programa uniu produtores interessados em uma Comissão Técnica de Nozes Pecã e, durante meses, foram ofertadas infor-mações para tirar dúvidas relacionadas à produtividade, comercialização, rentabi-lidade, manejo, entre outras para o me-lhor conhecimento da cultura.

As mudas do Viveiro Pitol tem como características alta precocidade, fácil adaptação em diferentes solos da região Sul e Sudeste, além de serem resistentes às principais doenças. Também possui amêndoa ideal para industrialização e longevidade de produção, podendo che-gar até 200 anos.

Um dos produtores que diz estar feliz e satisfeito com o investimento na nogueira é o produtor rural Valdir Cesar de Moraes Lima, que plantou 100 mudas. Lima possui uma propriedade de 70 hec-tares, e atua basicamente no setor flores-tal, com reflorestamento de eucalipto e pinus, com isso decidiu inserir a nogueira no seu sistema produtivo para diversifi-car e otimizar a área que possui. “A maio-ria das mudas está muito bonita e vingou. A princípio, estou muito satisfeito e está tudo certo com 98% das mudas”.

Lima fala sobre o manejo com as mudas desde o início do plantio e aler-ta os produtores sobre possíveis pragas que precisam de cuidado imediato. “Com um espaçamento de 12x12, utilizei al-guns cuidados como adubação orgânica e química. Mantive a área limpa, apliquei inseticida para a lagarta e com duas pul-verizadas resolvi o problema. O controle foi tranquilo”.

Produtor Luis Paulo Gomes

Sucesso no consórcio com lavoura e ovinos

O produtor que mais investiu na no-gueira pecã na região foi Luis Paulo de Oliveira Gomes Filho, que adquiriu 480 mudas. Ele planejava, há mais de um ano, o plantio que aconteceu com o consórcio na lavoura de soja (em curvas de nível) e com a pecuária ovina da raça Texel.

Em uma área de 96 ha, Gomes Filho plantou as mudas em 12 hectares e diz que pretende aumentar ainda mais. “A expectativa foi grande para o plantio,

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preparamos tudo o que foi necessário. Foram feitos berços em espaçamento de 60x60x120, adubado com esterco de carneiro. O solo foi corrigido, amostras de solo, calagem, adubo foliar, o equilíbrio do pH, em resumo foi um ano de planeja-mento antes das mudas chegarem”.

Gomes Filho conta que a ideia do plantio da nogueira surgiu após sua par-ticipação nas palestras do engenheiro Pe-dro Francio Filho, durante o Programa de Desenvolvimento Florestal. “No início, eu pensei em investir em eucalipto, mas com o curso fiquei interessado pela cultura. A partir disso, passei a vir a todas as reuni-ões organizadas pelo Sindicato Rural e fiz a viagem técnica para Anta Gorda, para conhecer a realidade da cultura. Foi lá que tive certeza, pois vi como funcionava na prática o consórcio da nogueira com ovi-nos. Isso foi o que mais me atraiu”.

O produtor relata que precisou to-mar alguns cuidados antes da implanta-ção da nogueira, como mudar a raça de ovinos, incluindo mais o sangue Texel no rebanho e diminuindo a Santa Inês, além de precisar vender o seu rebanho de ca-prinos. “Após o plantio, a vantagem é que aliei os cuidados que tive com a soja na nogueira, como fungicidas, inseticidas,

adubo foliar e irrigação”. Ele relata que houve certa dificuldade durante a apli-cação de glifosato. “Foi necessário fazer capas para todas as mudas e colocar uma a uma para proteger a planta”.

Em relação ao acompanhamento cedido pelo Viveiros Pitol, o produtor diz que não tem o que reclamar. “Foi ótimo, desde o início do plantio, o Sr. Luizinho Pitol me prestou um atendimento perso-nalizado e me deu muitas dicas, entre elas sobre a necessidade de colocar estacas mais altas de madeira ao lado de cada muda, para que aves não pousassem na planta e prejudicassem a apical da muda”.

Outra dificuldade, segundo Gomes Filho, foi o besouro conhecido popular-mente como metaleiro, que tem coloração verde metálica e ataca as folhas da planta. Seu controle deve ser com inseticida de contato do grupo químico piretroide.

“Acredito que o plantio deu certo e o investimento valeu a pena. É claro que estamos no começo, mas a intenção é ampliar a área plantada com mais 520 mudas para fechar a minha meta que é 1000 pés, porém vou mudar o espaça-mento para 12 x12”.

O produtor também enfatizou a im-portância da parceria entre o Viveiros Pi-

tol e o Sindicato Rural. “Acho excelente a iniciativa do Sindicato, queria que todos as entidades sindicais rurais do Paraná fossem como a de Guarapuava. Realmen-te eles prestam um serviço diferenciado, apresentam novas tecnologias e novida-des para o produtor”.

Gomes disse apostar no desenvolvi-mento da noz pecã na região, e que es-pera que Guarapuava se torne referência na produção da cultura. “Creio que pode-mos ser um pólo de Noz Pecã no Paraná, já consigo vislumbrar agroindústrias e o desenvolvimento da nogueira por aqui. Acredito que esse caminho será trilhado com o apoio do Sindicato que tem a ca-pacidade de união dos produtores”.

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[Soja ]

Produtores de sementecriam nova associação do setor

Luiz alberto Benso, de Major Vieira representa Santa Catarina na associação; para ele é preciso que o setor tenha mais representatividade

Produtores e multiplicadores de se-mentes de soja de todo o Brasil se reuniram em Brasília para criar a

Associação Brasileira de Produtores de Sementes de Soja (ABRASS). O objeti-vo da nova associação é abordar temas relevantes ao setor e melhorar o rela-cionamento entre governo, obtentores, produtores de sementes e produtores de grãos. Um dos fundadores da Asso-ciação é o produtor de sementes Luiz Alberto Benso, de Major Vieira, que representa o Estado de Santa Catarina. Segundo ele, a ABRASS foi criada ten-do em vista a importância econômica da soja como commodity de maior re-levância no mercado agrícola. “Devido a isso, a soja merece uma atenção es-pecial , com uma associação específica para os assuntos do setor.”, enfatiza.

Benso, que criou a primeira variedade de soja do Estado de Santa Catarina, diz que a preocupação da associação é que os produtores de sementes na-cionais fiquem a mercê das empresas multinacionais que dispõe de alta tec-nologia para a criação de transgênicos.

RelevânciaPara ele, é necessário que o setor,

melhor organizado, tenha a participa-ção nas tomadas de decisões políticas de comercialização e no direciona-mento do sistema de produção para que haja a proteção dos interesses dos produtores de sementes brasilei-ros. “A evolução da tecnologia está cada vez mais rápida. Nos últimos anos os eletrônicos são um exemplo disso. Isso faz com que as máquinas

Ellen Colombo

MaJOR VIEIRa

tenham dado um salto muito gran-de de tecnologia. Os produtores têm acesso a máquinas, mas ao mesmo tempo tem resistência ao uso de se-mentes certificadas”, explica comen-tando que muitos produtores ainda guardam suas sementes no paiol, pois nas máquinas conseguem ver a tecnologia, já na semente, não. Segun-do ele, a solução para isso seria fazer campanhas de conscientização para o incentivo ao uso de sementes certifi-cadas e de alta qualidade “O governo deve instigar o produtor a participar do processo adquirindo a semente certi-ficada, remunerando assim o setor de pesquisa que encontrará estrutura e terá condições de fazer mais pesqui-sas resultando em sementes de soja de ainda mais qualidade”, argumenta.

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Fonte: Jornal Correio do Norte, Canoinhas-SC. - Matéria publicada em 14 de dezembro de 2012. / Jornalista: Ellen Colombo

Benso acredita que é preciso uma in-tervenção do governo na legislação para coibir o uso de sementes pró-prias, que geram produtividades mais baixas, baixando assim os estoques mundiais de grãos, contribuindo para a carência de alimentos no mundo. “É preciso aumentar a produção, com o aumento, todo sistema vai ganhar, in-clusive o governo em impostos”, des-taca. De acordo com ele, a permissão para o uso de sementes próprias deve ser mantida para a agricultura familiar que se utiliza de sementes crioulas.

“Contudo, é preciso que o grande produtor entenda a necessidade de investir em qualidade para que tenha mais produtividade”, destaca. Outra bandeira da ABRASS são reivindica-ções para fazer com que o banco de germoplasma de soja brasileira este-ja disponível para os pesquisadores nacionais. Nesse sentido, Benso res-salta a participação da Empresa Bra-sileira de Pesquisa (Embrapa) como aliada, podendo contribuir para for-necimento de material genético para os pesquisadores brasileiros.

RepresentatividadeA ABRASS representa 60% dos

produtores de sementes de soja do Brasil de todas as regiões do País e tem sua sede na Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em Brasília – DF. “Nossa intenção é criar condições para deliberar sobre o que é de interesse do sistema de produção, beneficiando produtores de sementes, agricultores, consumidores e o governo e lutar para que o sistema de produção não seja prejudicado, combatendo a pirataria que é tão prejudicial a todos.

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[Campanha Produtor Solidário]

Sindicato Rural doou kits de material escolar O Sindicato Rural de Guarapuava doou 220 kits de material escolar para crianças do setor rural, arrecadados durante a

Campanha de Natal Produtor Solidário, em dezembro de 2012.Em Guarapuava, as entregas foram feitas para Associação dos Moradores e Produtores Rurais do Guairacá (AMPRG) e

APAE Rural; para Associação Comunitária de São Roque, em Candói, e para Escola Municipal Rural do Cavaco, em Cantagalo. O kit de material escolar era composto por quatro cadernos, uma caixa de lápis de cor, três canetas, uma borracha, um

apontador, uma cola e uma régua. A campanha contou com a parceria das Papelarias Encape e Marechal.

Entrega feita para aMPRG

Entrega para apae Rural

Entrega para Escola Mun. Rural do Cavaco, em Cantagalo

Entrega para associação Comunitária São Roque, Candói

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Linhas de financiamentopara sistemas de armazenagem

[Silos]

Engº. Marcio Geraldo Schä[email protected]

Paraná Silos Representações Ltda.

Neste início de ano, tempo de colher a safra de verão, fazer contas e projetar investimentos, vamos elencar as linhas de finan-ciamento vigentes mais viáveis para os investidores em armazenagem no Paraná.

FINAME PSI

• BeneFiCiÁRias: Produtores Rurais (pessoa física e jurídica) e suas cooperativas. • nível de participação: Entre 90 e 100% com PRAZOS DE PAGAMENTO DE: Até 120 meses. • tX de juros Fixa de 3% a.a. Financiando apenas equipamentos. (Nota: esta linha

é a mais usada, mas sua taxa de juros está crescendo a cada semes-tre, sendo projetada para 3,5% a.a a partir de Julho/13.

MODERINFRA

• BeneFiCiÁRias: Produtores Rurais (pessoa física e jurídica individuais ou em grupo)

e suas cooperativas. Sendo que a capacidade de armazenagem deve ser proporcional à produção agropecuária do beneficiário.

• nível de participação: Até 100% com PRAZOS DE PAGAMENTO DE: Até 144 meses. • tX de juros Fixa de 5,5% a.a. Financiando equipamentos, obra civil, montagem,

reformas/ampliações.

CARTÃO BNDES

• BeneFiCiÁRias: Pessoas Jurídicas.• nível de participação: Até 1 milhão por Banco Emissor, com PRAZOS DE PAGAMENTO DE:

Até 48 meses. • tX de juros Variável 0,91% a.a. ITENS FINANCIÁVEIS: Equipamentos, refor-

mas, ampliações e peças de reposição.

PRODECOOP

• BeneFiCiÁRias: Cooperativas de produção agropecuária, agroindustrial, aquícola ou

Pesqueira.• nível de participação: Até 90% do projeto, limite financiável até 100 milhões por grupo

econômico, com PRAZOS DE PAGAMENTO DE: Até 144 meses. • tX de juros Fixa de 5,5% a.a. Financiando todo projeto de investimento e refor-

mas ou ampliações.

Resumidamente, estas são as linhas mais usuais ao investidor em armazenagem no Paraná. Para informações adicionais sobre as li-nhas de investimento um material orientativo específico pode ser solicitado por e-mail. Os interessados ainda podem acessar o site www.bndes.gov.br, aprofundando seu entendimento e esclarecendo dúvidas sobre as linhas, suas exigências e a documentação necessária.

Na próxima oportunidade pretendemos tratar especificamente do assunto licença ambiental, item importante para obter su-cesso no processo de financiamento de sua unidade armazenadora.

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[Instituto Nacional de Propriedade Industrial ]

Estabelecer a identidade peran-te terceiros tem sido, desde os tempos remotos, uma meta in-

cansável. Neste processo, o mais an-tigo de todos os métodos de iden-tificação é o nome, utilizado pelo homem para reconhecer seus se-melhantes e tudo o que o circunda. Posteriormente, veio o processo do ferrete, que se baseava no uso de um instrumento de ferro aquecido para marcar criminosos, escravos e animais. Na Índia, as leis de Manu costumavam aplicar o talião simbó-lico, marcando com ferro em brasa, a face do culpado, que ficava, para o resto da vida, com o símbolo indi-cativo de seu crime. Na França, até 1562, os criminosos eram marcados com um ferrete em forma de flor de lis. Desse período até 1823, as au-toridades francesas imprimiam nas costas dos delinquentes as letras V,

W, GAL e F, conhecidas como “letras do fogo”, que significavam, respecti-vamente, os ladrões primários, rein-cidentes, criminosos condenados às galés e os falsários.

Antes da Revolução Industrial, os senhores feudais já utilizavam o ferrete para distinguir seu gado e seus escravos. No gado, a tradi-ção do ferrete teve seu apogeu nas Américas, como os cowboys e reis do gado, e continua até hoje, com a finalidade de oferecer segurança ao comprador, uma vez que, por meio dessa marca é possível identificar o histórico, alimentação, vacinação, produção, entre outros detalhes relacionados ao animal e sua cria-ção. A marcação de gado é extrema-mente necessária para distinção de propriedade. “Todo criador de gado deve adotar esse procedimento. So-mente dessa forma sua criação será facilmente visualizada por outro criador. É importante salientar que o ferrete é uma marca, e como toda marca, é passível de registro com ex-clusividade.

O Instituto Nacional de Proprie-dade Industrial concede registros de marcas com exclusividade, confor-me o termo utilizado. A definição se haverá ou não essa exclusividade depende exclusivamente da própria marca e do segmento atuante. Quan-

to mais a marca for descritiva ou uti-lizar termos técnicos da área em que atua, menos exclusividade terá, de acordo com a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, a qual regula os direi-tos e obrigações relativos à proprie-dade industrial. Por exemplo: uma fábrica de sapatos decide registrá-la como “Shoes”. A palavra shoes sig-nifica sapato em inglês, logo o INPI não pode conceder a exclusividade dessa palavra para ninguém nesse segmento.

No caso do gado, muitos criado-res marcam o boi com ferrete, mas não tem o costume de registrá-lo de-vidamente. A única forma de reque-rer proteção é registrar a marca no INPI. Com essa ação, é possível impe-dir que outro criador utilize uma mar-ca de ferrete idêntica ou semelhante, ou que faça lembrar ou parecer com a sua criação.

Antes de realizar o depósito de qualquer marca junto ao INPI, é reco-mendável fazer uma análise prévia da viabilidade do pedido após uma busca de anterioridade, feito por profissional qualificado, no registro do próprio Instituto. Essa busca ini-cial é necessária para evitar o depó-sito de uma marca que mais tarde poderá ser considerada inviável por colidir com outra já depositada ou concedida.

O registro de gado vale a pena?

Dra. Maria Isabel Montañes

Advogada da Cone Sul Assessoria Empresarial

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[Tecnologia ]

A Coamo Candói, com intuito de tra-zer novas tecnologias e informa-ção técnica aos seus cooperados,

promoveu pela segunda vez, O Encontro Tecnológico de Candói (ENTEC), no dia 9 de fevereiro.

O evento, promovido pelo Departa-mento técnico do Entreposto Candói, foi realizado na propriedade Fazenda Tape-ra, do cooperado Aldir Antonio Goldoni, na comunidade Lagoa Seca e contou com a presença de mais de 180 pessoas, en-tre cooperados e familiares e 18 empre-sas parceiras da Coamo.

A ideia do evento, segundo o enge-nheiro do Detec da Coamo de Candói, Diorgenes Leonam Modernel da Silveira, foi realizar um Dia de Campo com as no-vas opções de variedades de soja e milho.

O Entec começou com a apresenta-ção dos híbridos das culturas de verão e dos portfólios dos lançamentos tam-bém na área de defensivos. Além da exposição, o Detec da Coamo de Can-dói promoveu a palestra técnica com o engenheiro agrônomo, Udney de Souza Filho, sobre o manejo correto da trípli-ce lavagem de agrotóxicos e como pro-ceder na devolução de embalagens de agrotóxico. A palestra, segundo Silveira, mostra a intenção da Coamo em promo-ver uma conscientização sobre a impor-tância do cuidado ambiental em relação a agroquímicos e em trazer informações atualizadas sobre uma agricultura mais sustentável.

2º Encontro Tecnológico da Coamo apresenta inovações em híbridos de soja e milho

Outra palestra que foi realizada du-rante o encontro foi com o médico vete-rinário, Danilo Marques Bordinique, que falou sobre herbicidas para pastagens.

De acordo com Silveira, o evento mostrou as novidades tecnológicas que podem ser usadas pelos cooperados da região e destacou a importância dos co-operados aplicarem em suas proprieda-des as informações técnicas repassadas nestes eventos. “Cabe a eles utilizar o co-nhecimento da forma mais correta para que, assim, possam obter um aumento de produtividade em suas propriedades”, comenta o agrônomo.

O gerente da Coamo Candói, Anto-nio Cezar Gomes falou sobre o evento e a preocupação da Cooperativa em viabili-zar a atividade agropecuária aos associa-dos, contribuindo com o desenvolvimen-to do ramo na região.

Durante os 14 anos de instalação da Coamo no município de Candói, a gran-de preocupação da Diretoria da coope-rativa é tornar a atividade agrícola dos associados cada vez mais viável, tanto do ponto de vista técnico com financeiro. Portanto, esse evento tem como propósi-to ir de encontro com a política definida pela nossa Diretoria e, certamente, é bem aceita pelo nosso quadro de cooperados, prova disto é a expressiva participação dos produtores”, disse Gomes.

As empresas que apoiaram o even-to e estiveram presentes no Dia de Campo foram Brasmax Sementes, Basf, Syngenta, Bayer CropScience , Arysta Life Science, Dupont, Spraytec , Mulchin Six, Ihara Pioneer, Sementes Agroceres, Dekalb Sementes, Nidera, Coodetec, Stoller, Biogene Sementes, TMG Semen-tes, FT Sementes.

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[Nutrição animal]

união para uma silagem de qualidade

Com o crescimento de uma pecu-ária cada vez mais profissional, que demanda a otimização de

áreas e altas produtividades, a pro-dução de uma silagem de qualidade é um dos fatores chave para se alcançar tais resultados.

Dessa forma, a Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão (Co-operaliança), DuPont Pioneer e a Uni-versidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) se uniram em prol de um projeto que vai trazer resultados so-bre qual o melhor híbrido de milho para produzir silagem na região.

A intenção de promover a difusão de tecnologias para a produção regio-nal de silagem uniu a cooperativa, a empresa e a instituição de ensino, pois os três têm interesse em desenvolver a cadeia produtiva de carne e leite.

Assim para concretizar tal coope-ração, no dia 05 de fevereiro foi reali-zado um Dia de Campo que já trouxe informações técnicas ao produtor rural referentes à silagem. Durante o even-to, foi promovida uma palestra com o agrônomo e professor Dr. Mikael Neu-mann, da Unicentro e a DuPont Pioneer conduziu a parte prática com intuito de mostrar o porfólio de híbridos da em-presa para a produção de silagem.

O Dia de Campo foi na proprie-dade Santa Izulina, de Johann Zuber Filho, uma das três áreas que serão utilizadas para colher experimentos.

De acordo com Neumann, a parce-ria é muito importante para a produção de uma bovinocultura de corte e de leite de qualidade. “Na palestra, abor-damos os aspectos de implantação e manejo de lavoura, que representa o

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sucesso para obtenção de uma silagem barata e alta concentração de nutrien-te. Também falamos da produção de silagem e discutimos detalhes desde o ponto de colheita até a abertura do silo, procedimentos, muitas vezes, sim-ples, mas que fazem a diferença, por exemplo, o uso de inoculantes, o pon-to de colheita, tamanho de partículas, grau de compactação, higiene e tempo para abrir e fechar o silo, entre outros.

O professor destaca também que não adianta ter uma boa lavoura e um ótimo processo de armazenamento, sem que haja um fornecimento adequa-do de silagem aos animais, por exemplo.

Para Neumann, algumas infor-mações são de extrema importância como adequar o tamanho dos silos à

Dr. Mikael Neumann Roberto Hyczy Ribeiro

produção e capacidade de colheita diária do produtor. “Deixar o silo aber-to pode trazer muitos prejuízos, com isso você começa a perder muito, e o mais sério é que os piores danos não são visíveis, mas estão diminuindo a qualidade de nutrientes que vão para o animal”, explica.

O gerente Paraná da DuPont Pio-neer, Roberto Hyczy Ribeiro falou so-bre a parceria e destacou o papel da empresa em promover melhoramento genético em prol do desenvolvimen-to da agropecuária.“O Dia de Campo atendeu a nossa expectativa, que é iniciar um trabalho em conjunto com a Unicentro e a Cooperaliança para discutir alternativas de híbridos para uso de silagem. O negócio da Dupont Pioneer é voltado 100% para o me-lhoramento e produção de híbridos de milho, embora não exista um programa específico para silagem. E sim, progra-mas para híbridos de alto rendimento que são bons para silagem. É muito importante este projeto, vamos avaliar produtividade, análise bromatológica e depois discutir quais são as melho-res opções.

Neumann falou ainda sobre a re-alidade de silagem na região de Gua-rapuava. Segundo ele, na região existe uma das melhores condições de solo e de clima para a cultura do milho, as-sim, consequentemente, é um local que já produz bem silagem, perante outras regiões do Brasil. No entanto, o agrôno-

não adianta ter uma boa lavoura e um ótimo processo de armazenamento, sem que haja um fornecimento adequado de silagem aos animais.

Dr. Mikael Neumann

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Fabrício Passini, Engº agrônomoda DuPont Pioneer

Equipe DuPont Pioneer - Roberto Ribeiro, Macelo Mayer, Sergio Rovedo, Ricardo Baltuilhe e Cyrano Yasbek

mo comenta que a região tem potencial para produzir mais. “Assim, surge a ne-cessidade de promover dias de campo, para discutirmos e buscar quais são os gargalos e entraves, e assim, observar o que está impedindo o produtor de ex-plorar o máximo da cultura”.

Ao discutir a relevância do projeto para o desenvolvimento da pecuária, o presidente da Cooperaliança, Edio San-der destacou que o trabalho será im-portante tanto para Cooperativa quanto para a produção regional, para que haja um incremento de produtividade e de rentabilidade. “Essa é mais uma parce-ria da Unicentro com a Cooperaliança na área de engorda de bovinos. Nesse ano, surgiu a ideia de trazer a DuPont Pioneer para colaborar com o melho-ramento da lavoura para a produção de silagem de alta qualidade, então é interessante que haja profissionais da área nos orientando sobre as técnicas adequadas para se produzir um milho e uma silagem melhor. A iniciativa é boa para os cooperados e também para re-gião, pois os produtores estão cada vez mais em busca de novas tecnologias e avanços para que haja mais rentabilida-de. Assim, a utilização dessas tecnolo-gias é de extrema importância”.

Para o engenheiro agrônomo da DuPont Pioneer em Guarapuava, Cyra-no Yasbek, o Dia de Campo foi muito positivo, pois divulga um trabalho iné-dito e que terá continuidade por algu-mas safras. “É uma satisfação divulgar

esse projeto. A parceria é produtiva em termos de repasse e geração de infor-mações, além do que todos são bene-ficiados: o produtor, a empresa pela di-fusão de dados e a região”. Em relação às opções de híbridos para silagem, o engenheiro fala que são muitas as va-riedades, e que nesta pesquisa serão avaliados sete híbridos de ciclos, com-portamentos e de várias características agronômicas diferentes.

De acordo com o engenheiro agrô-nomo de vendas da DuPont Pioneer e coordenador técnico do projeto, Fa-brício Passini, a expectativa é muito grande porque nunca foi realizado um ensaio aqui em Guarapuava visando especificadamente a produção de si-lagem. “Serão analisadas três áreas distintas em relação a altitude, uma em Guarapuava, outra em Pinhão e outra no distrito de Entre Rios. Com isso, a análise vai dar muita segurança para os técnicos que vão recomendar qual é o híbrido que mais vai responder e vai gerar mais carne ou litros de leite por hectare”, comenta.

O professor especialista em pro-dução de silagem resume o objetivo da parceria. “A intenção do projeto e do Dia de Campo é trazer informação para evitar perdas e produzir silagem de qualidade, para que esse alimento chegue para o consumo do animal de forma que esteja muito similar ao dia da colheita. Esse é o desafio”, opina Neumann.

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Fazer uma agricultura cada vez mais sustentável, aliando altas produtivi-dades com preservação do meio am-

biente é o desafio que o novo Código Flo-restal propõe aos produtores brasileiros.

No dia 12 de dezembro, o Sindica-to Rural de Guarapuava reuniu mais de 75 produtores para o encerramento do Programa de Desenvolvimento Florestal 2012 com a palestra “Desvendando o Novo Código Florestal”, que pretendeu esclarecer as principais dúvidas dos produtores rurais da região.

O vice-presidente do Sindicato Ru-ral, Anton Gora, abriu o evento e falou sobre a importância da conquista do novo Código para agricultura brasileira. “Apesar do Código não ser perfeito, a reformulação dele era uma necessidade, então esta palestra é uma oportunidade para todos nós tirarmos as dúvidas que ainda existem”.

A palestrante e engenheira agrôno-ma da Unisafe Agronegócios, Mary Silvia Cobra Ferro, abordou as principais mu-danças no novo código, e demonstrou que há possibilidades legais de explo-ração econômica da Reserva Legal, além de explicar conceitos que os produtores

ainda não estão muito familiarizados. “Eu abordei como é que ficam as Re-servas Legais dentro das propriedades, as metragens das Áreas de Preservação Permanente (APP) e possibilidades de exploração dessas áreas”. Ela destaca que o Novo Código favorece o pequeno produtor e faz com que áreas que eram proibidas de serem exploradas passem a ser utilizadas de forma sustentável. “Eu mostrei como a Reserva Legal é positiva tanto no aspecto ambiental quanto no sentido de geração de renda. Acredito que a lei melhorou, não é perfeita, mas vamos tentar usar o que há de bom nes-sa nova lei”.

Outra mudança importante, segun-do a engenheira, é o conceito de área consolidada, que são espaços que já eram cultivados antes de 2008 e esta-vam na ilegalidade, em muitos casos, essas áreas vão poder continuar sendo aproveitadas se atividade estiver sen-do realizada de forma que não agrida o meio ambiente. “A grande vantagem é que o produtor vai enxergar a preser-vação como uma forma de ganhar mais dinheiro”, opina.

Mary falou sobre o embate e as po-

lêmicas que aconteceram durante a vo-tação do código aprovado em maio des-te ano. “Dizer que ruralista é desmatador é mentira, mas dizer que ambientalista só pensa no papagaio do bico dourado, também é mentira. Acredito que o novo código vai facilitar o caminho para uma agricultura mais sustentável, e aproxi-mar o produtor do meio ambiente”.

No final da palestra, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Ro-dolpho Luiz Werneck Botelho enfatizou a importância da participação dos par-ceiros do Programa de Desenvolvimento Florestal e falou sobre o papel do Sindi-cado Rural em trazer informações técni-cas ao produtor rural.

Foram quatro módulos e um Dia de Campo Florestal durante o Programa de Desenvolvimento Florestal 2012 que abordaram diversos temas sobre o ciclo da produção da floresta.

São parceiros do programa coorde-nado pelo Sindicato Rural de Guarapua-va: Cooperativa Agrária, Golden Tree Re-florestadora, Santa Maria Cia. de Papel e Celulose, Fertilizantes Heringer, Uni-centro, Zico Motosserras, Reflorestadora Schram, Syngenta e Viveiros Pitol.

[Código Florestal]

O último módulo do programa esclareceu dúvidas dos produtores sobre o novo Código Florestal.

Programa de Desenvolvimento Florestal 2012 encerra com sucesso

Mary Silvia Cobra Ferro, Engenheira agrônoma

Representantes da Unisafe agronegócios e Santa Maria Papel e Celulose com Rodolpho Luiz Werneck Botelho

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A Golden Tree Reflorestadora, que já é referência em produção de mudas florestais como eucalipto e

pinus, passa a investir também na comer-cialização de mudas de hortaliças.

A empresa, que atua há mais de uma década no mercado, pretende apostar na diversidade de mudas de olerículas, com objetivo de oferecer mudas de alto padrão de qualidade ao produtor rural, lojas agropecuárias e revendas interes-sadas na comercialização do produto.

São 11 espécies de olerículas entre elas: alface (crespa, americana e lisa), be-terraba; pepino; abobrinha; salsinha; ce-bolinha; brócolis; couve-flor e almeirão.

Segundo a gerente da Golden Tree, Ana Vanessa Peplinski, o projeto partiu de uma ideia de diversificação da ativi-dade e, também para ampliar a área de atuação da empresa. “Estamos atenden-do também uma demanda de mercado de Guarapuava e região, colocando a dis-posição do produtor guarapuavano mu-das diferenciadas”. Ela também destaca a qualidade da origem dessas mudas,

[Olericultura]

a empresa aplica a mesma qualidade e padrão de manejo das mudas florestais de olerículas. a Golden pretende elevar a qualidade genética das mudas plantadas na região.

que são sementes híbridas e melhoradas geneticamente. “A semente, sem dúvida, é a base para o bom desenvolvimento da muda. As sementes são adquiridas da empresa Sakata Seed Sudamerica, que é tradicional no mercado”.

Em relação ao manejo, ela explica que a mesma estrutura utilizada para as mudas florestais foi inteiramente aplica-da também para a de hortaliças. “Todo o manejo realizado nas mudas florestais foi colocado em prática nas novas mudas, com a supervisão de técnicos e cuidados com a planta”, explica Ana Vanessa.

O sócio-gerente da Golden Tree, Luis Carlos Valtrin fala sobre o novo investi-mento. “Com a experiência que temos de 13 anos de produção, desde 1999 ofere-cendo produtos de qualidade, a intenção agora é diversificar os viveiros e trazer o know-how que temos adquirido ao longo dos anos com as mudas de pinus e euca-lipto para as hortaliças. A empresa está trazendo para o mercado, produtos de alta qualidade, com o padrão Golden Tree”.

Valtrin explica que a empresa não

Golden Treeinveste em mudasde hortaliças

produz apenas mudas de hortaliças, mas tecnologia. O que, segundo ele, deve contribuir para o desenvolvimento da economia local. “Os clientes da região vão poder elevar o padrão de qualida-de das hortaliças. Vamos atender uma necessidade do produtor, que muitas vezes precisa ir a Curitiba em busca de mudas melhores. Agora ele não vai mais precisar disso, pois terá um viveiro na própria cidade, atendendo os mais va-riados gostos”.

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Presidente do Sindicato Ruralparticipa de evento técnico no México

Rodolpho Luiz Werneck Botelho foi um dos15 produtores brasileiros que estiveram na DuPont Pioneer Outlook Conference, em San Jose del Cabo.

[Reunião Técnica]

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Wer-neck Botelho, participou da Du-

Pont Pioneer Outlook Conference, de 15 a 17 de janeiro, na cidade de San Jose del Cabo, no México.

O evento, que está em sua 13ª edi-ção, teve como objetivo gerar interação e troca de informações entre os maiores produtores de grãos da América do Norte e América Latina.

Botelho falou sobre a importância e da dimensão do evento. “O Outlook Conference foi muito interessante. Parti-ciparam 100 americanos, 10 canadenses, 10 argentinos e 15 brasileiros, além de profissionais da DuPont Pioneer mundial. Participamos de discussões com grupos de agricultores de diferentes países so-bre perspectivas agrícolas mundiais. Os produtores participantes representavam quase 2.000.000 hectares de plantio”.

A programação do evento envolveu apresentações e palestras sobre mercado agrícola no mundo; influência e impacto das políticas e legislações sobre o merca-do agrícola; apresentação da liderança de

negócios da DuPont Pioneer sobre os de-safios e oportunidades para os negócios agrícolas no mercado global e nas regiões; liderança de Pesquisa da DuPont Pioneer sobre as tecnologias atuais e os investi-mentos da empresa; grupos de discussão entre os agricultores. O tema central das discussões foi: “Quais os dois principais aspectos do negócio que são de maior relevância e preocupação no momento atual? e “O que estes agricultores vêem como os dois maiores desafios para suas operações nos próximos 10-20 anos?”.

Segundo o Diretor de Negócios do Norte do Brasil (Business Director - Nor-thern Brazil) da DuPont Pioneer, Dantas Carneiro Junior, os agricultores presentes são importantes representantes da pro-dução agropecuária dos seus países de origem. “A qualidade das instalações do Resort e a organização do evento foi um ponto alto do evento. Tanto os participan-tes quanto seus acompanhantes tiveram a oportunidade não somente de trocar ideias, sugestões e entender os importan-tes problemas agrícolas de outras regiões do mundo”.

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[Boletim AEAGRO]

Responsabilidade Técnica

Todo profissional quando exerce o seu direito de atuar nas áreas de suas atribuições, o faz com o consentimento da sociedade expressa em lei federal, portanto todos os nossos atos devem ser para o bem da sociedade e para que fosse garantido esse preceito foram cria-dos órgãos fiscalizadores, denominados conselhos profissionais, que no âmbito das engenharias e agronomia é repre-sentado pelo CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.

Quando é emitida uma ART – Ano-tação de Responsabilidade Técnica, o profissional assegura que a obra a ser executada não trará riscos a sociedade, pois ele por meio dos seus conhecimen-tos adquiridos na graduação, acompa-nhará a execução, controlando todos os processos. A partir desse documento, o CREA começa a fiscalizar o profissional, por isso a importância da sociedade exigir a ART.

Nesta edição trazemos alguns da-dos referentes à fiscalização.

Boa leitura.

O que é? Para o que serve?Documento emitido por profissional registrado no CREA-PR. Sendo um documento emi-tido por órgão público e por um profissional habilitado e também assinado pelo contra-tante dos serviços, ele tem força de contrato de trabalho e, principalmente, caracteriza quais as responsabilidades que estão sendo assumidas pelo técnico e pelo contratante.

Quem pode emitir?Somente profissionais habilitados junto ao CREA.

Qual o custo?Depende do valor da obra ou serviço a ser executado. Abaixo a tabela de taxas de ART para 2013:

FaiXa VALOR DO CONTRATO taXa

01 até 8.000,00 60,00

02 8.001,00 até 15.000,00 105,00

03 acima de 15.001,00 158,08

Obras fiscalizadas em 2012O CREA-PR fiscalizou cerca de 60 mil obras e, em parceria com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), mais 650 obras públicas paralisadas.

Palavra do Presidente

www.aeagroguarapuava.com.br

José Roberto PapiPresidente da AEAGRO

ART? ?

? ?

?

?

?

?

?

26,26%

21,42%

15,96%

9,66%

12,18%

14,46%

Problemas na fase de planejamento

Durante a execução contratual

Obra incompatível com o interesse público

Motivo não informado

Falta de recurso próprio

Ausência ou atraso na liberaçãode recurso de convênio

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Revista do Produtor Rural84

[Solos]

Sem medo de Gesso!José a. Malucelli

Engenheiro agrônomo

Ao contrário do que muitos acredi-tam, em solos ácidos, a deficiência de cálcio não ocorre apenas na ca-

mada superficial. O problema é consta-tado também abaixo dos primeiros 20 centímetros do solo, e, nesses casos, a calagem não corrige de forma satisfatória a acidez e a deficiência de cálcio. A apli-cação do gesso supre o solo com cálcio e enxofre, e reduz a toxidez do alumínio até as camadas mais profundas. Dessa forma, ela favorece o aprofundamento das raízes e permite que as plantas superem o vera-nico e utilizem com mais eficiência a água e os nutrientes do solo.

A tecnologia do uso do gesso agrí-cola, denominado sulfato de cálcio, é um composto químico representado por CaSO4, portanto recomendado também para suprir deficiências de enxofre, pre-sentes na maioria dos solos.

O sucesso dessa tecnologia se deve ao fato de o produto reduzir as perdas

em produtividade das plantas quando ocorrem os veranicos e ao aumento da eficiência de uso dos fertilizantes adicio-nados ao solo.

A amostragem do solo para as aná-lises químicas deverá ser feita na pro-fundidade de 20 a 40 cm para culturas anuais e de 40 a 60 cm para culturas pe-renes. Nesses casos, é recomendado que o teor de argila seja determinado.

Se os resultados das análises indica-rem que a saturação de alumínio é maior do que 20% ou o teor de Cálcio menor que 0,5 cmolc/dm3 e níveis de enxofre abaixo do exigido, o gesso deve ser apli-cado ao solo.

DOSES A SEREM RECOMENDADAS DE GESSO AGRÍCOLA:% de argila x 50 = kg/ha(para culturas anuais)

Fonte: Boletim Técnico 32 – Embrapa (1997)

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Revista do Produtor Rural 85

Recomendação de gesso agrícola em função da classificaçãoda textura do solo para culturas anuais e perenes.

Textura do solo

Arenosa (<15% argila) 700

1200

2200

3200

Font

e: S

ouza

et a

l., 1

996.

1050

1800

3300

4800

Média (16% a 35% argila)

Argilosa (36% a 60% argila)

Muito Argilosa (> 60% argila)

Dose de gesso agrícola

Culturas anuais Culturas perenes

- kg/ha -

A gessagem é uma tecnologia rela-tivamente barata, o maior custo é o do frete. A distribuição do produto pode ser feita por Uberaba (MG), Cubatão (SP) e Cajati (SP), muitas vezes distante das propriedades rurais, mas se compararmos com outros insumos como fertilizantes, por exemplo, como Ureia ou KCl, apenas 3 sacas de 50 destes produtos equivalem a 1 tonelada de gesso posto na proprie-dade. Também é possível comprar o gesso nos estados da região nordeste do país.

É cada vez maior a adesão dos agricul-tores ao uso do gesso agrícola (sulfato de cálcio) em suas propriedades, o uso deste insumo, cresce cerca de 20 % ao ano.

Recentemente, julho de 2011, o ges-so agrícola foi tema de reportagem no programa Globo Rural, apresentando tra-balhos conduzidos por anos, em culturas de café, onde se usou grandes quantida-des (bem mais de 20 t/ha), sem prejuízos para o solo e a planta.

Não devemos ter medo de utilizar este importante insumo. Nós observa-mos, ao logo de estudos e experiências,

que o gesso agrícola tem sido muito be-néfico para a agricultura.

O uso deve ser feito com recomen-dação técnica, embasada no histórico da área, em uma boa análise de solo, enfim, com recomendação agronômica.

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Revista do Produtor Rural86

Em um segmento há tempos marcado por uma crescente presença de tecno-logia, como o da agricultura, tornou-se

automático pensar nos insumos como uma parte inseparável do sistema de produção.

No entanto, uma entidade de origem japonesa, a Fundação Mokiti Okada, pre-sente também no Brasil, vem divulgando outra forma de pensar e praticar a produ-ção agrícola: a chamada agricultura natu-ral – que pressupõe focar na qualidade do solo como base para a sanidade das plan-tas, visando dispensar o uso de agroquími-cos. “Se um organismo está saudável, não vai pegar doenças”, disse, em entrevista à Revista do Produtor Rural (em 14 de de-zembro), Douglas Yoshimi Harada, da filial da fundação em São Paulo, resumindo a linha mestra daquele tipo de cultivo.

Ele vai mais longe, afirmando que, ao contrário do que se pensa em geral, agri-cultura natural não resultaria em frutas ou hortaliças “feias”, diferentes do aspec-to “estético” que se tornou o modelo de produto buscado pelo consumidor nas prateleiras de supermercado – vegetais de cores vivas, sem qualquer falha em sua formação. Segundo Harada, a técnica po-deria ser utilizada inclusive para a produ-ção em escala comercial de commodities internacionalmente importantes, como milho e soja.

Preconizada pelo japonês Mokiti Oka-da (1882-1955), estudioso de diversos campos do conhecimento, a filosofia da agricultura natural visa, de acordo com Harada, levar o produtor a espelhar-se nos exemplos da natureza. “A gente aprendeu na faculdade: ‘Se não usar (agroquímico), não produz (alimentos de origem vegetal)’”,

Solo rico + pensamento positivo= planta bem nutrida e saudável

[Agricultura natural]

destacou. “Pegue como exemplo uma mata (natural). Ninguém aduba. E no entanto, ela continua se desenvolvendo”, comparou.

Harada observou que “o básico, dentro da agricultura natural, é melhorar o solo, porque é dali que a planta vai tirar todo o nutriente”. Ele chama a atenção, no entan-to, para o fato de que não dá para passar de um sistema convencional para um natural “do dia para a noite”. Segundo disse, pri-meiro, é necessário “criar esse processo da força do solo, principalmente com matéria orgânica”. Desta forma, se disponibilizaria os nutrientes dos quais as plantas preci-sam. Conforme frisou, quanto mais matéria orgânica, melhor. Quanto à sanidade das plantas, ele informou que, para a agricultu-ra natural, o foco da ação é mais preventivo, dentro de um conceito: solo rico em matéria orgânica fornece boa nutrição para a plan-ta; planta bem nutrida se mantém saudável. “Todo mundo tem o receio de pragas e do-enças (na lavoura). Mokiti Okada já coloca que pragas e doenças só dão em indivíduos que estão com algum tipo de desequilíbrio. Pode ser nutricional, ou estresse hídrico, e assim por diante”, ressaltou.

Outro ponto importante seria respeitar a aptidão agrícola de cada lugar. Ele subli-nhou que, nas várias regiões do Brasil, em que agricultores estão experimentando a agricultura natural, se considera questões básicas como o clima. Com isso, de acor-do com Harada, tem sido possível cultivar, inclusive, produtos como morango, feijão, hortaliças, soja e milho.

O membro da Fundação Mokiti Okada relatou que a técnica também não descon-sidera a viabilidade econômica. Ao contrá-rio: “tem que ter rentabilidade. Não adianta o produtor ter altas produções e baixa ren-tabilidade. Não é porque ele não vai usar praticamente nada (de agroquímicos, na agricultura natural) que vai ter uma renta-bilidade menor”.

Mas ele acrescentou que a filosofia daquela técnica inclui outros fatores, como a própria atitude mental do agricultor: “se a gente fica só pensando negativo, é um problema. A planta, em termos filosóficos, também é viva. Ela sente”. Mencionando a percepção de que algumas pessoas pare-cem ter uma “mão boa” para plantas, Hara-da indicou que a explicação está no pen-

samento: “a planta responde também de acordo com o que a gente pensa”.

Com o objetivo de prosseguir difundin-do a agricultura natural, a fundação trouxe o conceito para Guarapuava. Um projeto teve seu início, em 2012, em cinco escolas mu-nicipais. Ainda segundo Harada, o objetivo, acima de tudo, é demonstrar aos alunos a viabilidade daquela técnica de produção. Ele apontou que outra meta é conscientizar os jovens sobre o valor do produtor rural: “Hoje, todo mundo fica naquela relação de consumo. Ninguém agradece ao produtor. O que a gente tem, normalmente, é só a pessoa que reclama: ‘o produto está feio, pequeno, caro’. Mas não se vê o esforço que um produtor tem para colocar o produto na mesa (do consumidor)”.

Participando da iniciativa, a agrônoma Luzia Vanessa Marceniuk Iareke, comentou que, no município, a agricultura natural foi incluída no projeto Aguarapuava, da prefei-tura, e que a intenção é estendê-la a todas as 43 escolas municipais. Ela explicou que alunos serão orientados sobre como prati-car o cultivo natural de hortaliças. “Neste ano, está sendo feito o processo de implan-tação dessas hortas, o preparo do solo”, re-latou, observando que a produção propria-mente dita terá início a partir de 2013. Nas escolas que já possuíam hortas, ela contou que o cultivo está sendo adaptado para a agricultura natural. “Algumas escolas que-rem fazer hortas comunitárias, levar isso para os pais das crianças”, complementou a agrônoma.

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Hortas em escolas: objetivo é mostrar a viabilidade de uma agricultura natural

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Douglas e Vanessa: fortalecer o solo para fortalecer a lavoura

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Revista do Produtor Rural 87

[Colheita da safra]

Os benefícios para o produtor com a terceirização da colheita

O agricultor já administra e investe muitos recursos em uma série de equipamentos para o pre-paro da terra, plantio, aplicação de defensivos. E todos esses equipamentos tem um custo de aquisição, custo de manutenção, custo de defasagem, custo com capacitação e atualização

dos seus operadores e em algumas propriedades, o custo do seguro do maquinário agrícola.A terceirização ou outsourcing é uma prática que visa a redução de custo e o aumento da quali-

dade do serviço. No caso da colheita de grãos é uma estratégia muito interessante para o produtor, pois de todos os equipamentos utilizados na propriedade as colheitadeiras estão entre os mais caros, comprometendo grande parte dos recursos e sendo responsáveis por altos valores finan-ciados, porém a sua utilização está restrita ao período de colheita, que ocorre geralmente de duas a, no máximo, três vezes ao ano. Com a terceirização da colheita, o produtor concentra os seus re-cursos no plantio e cultivo da lavoura, e foca no seu objetivo maior que é o aumento da produção.

A maior parte das propriedades do Brasil terceiriza ao menos parte da colheita de grãos, atra-vés da contratação de prestadores de serviço, com máquinas novas e bem revisadas, funcionários especializados e que se mantém em constante atualização, proporcionando muito mais rendimen-to, pois uma máquina nova mal operada e mal regulada não dá o rendimento esperado, além de gerar perdas, “jogando” grãos e diminuindo a vida útil das peças, “quebrando” com frequência.

Assim, os prestadores de serviço se dedicam especificamente a esse fim e conseguem realizar a colheita com maior eficiência e o agricultor consegue ter mais agilidade e eficiência na colheita com a contratação de máquinas geralmente novas e revisadas e com operadores mais habituados a realizar as regulagens finas para o melhor rendimento do equipamento, já que trabalham durante o ano todo em diversas condições.

A colheita de soja deve ser planejada com antecedência, e mesmo quando a propriedade tem colheitadeiras deve-se pensar na parceria, pois devemos nos atentar ao fato que o tempo de rea-lização da colheita é altamente influenciado pela clima, chuvas, e levando em conta que quanto mais rápida e eficiente a colheita for feita, diminui-se os riscos, permitindo assim o plantio da pró-xima cultura com agilidade, aumentando o aproveitamento da terra.

O planejamento da colheita dá segurança ao produtor, que não fica a mercê da chuva, pois atualmente ele é, acima de tudo, um empresário rural bem preparado, que sabe calcular riscos e custos, e não gosta de ficar desesperado procurando máquinas em cima da hora, colocando em risco todo seu trabalho.

Os valores cobrados pela colheita variam de acordo com a cultura e a região, e podem ser con-tratados por porcentagem de produção ou por área colhida. Temos ainda alguns prestadores que se especializam na colheita de uma determinada cultura, como é o caso da Ribas Colheitas, que se especializou na colheita de feijão e soja.

Podemos destacar o feijão, que é uma cultura de colheita delicada, pois poucas colheitadeiras podem realizar esse serviço com alta qualidade, devido a precisão da sua parte industrial. Para a colheita do feijão, a máquina sofre algumas adaptações importantes, chamadas de instalação do quite de feijão, como o aumento no número de dedos ao molinete, a colocação da chamada tercei-ra peneira, dentre outros equipamentos. Tudo isso para reduzir as perdas de grãos, reduzir o índice de quebra do grão, manter a cor do feijão, cuidado que reflete na melhora da classificação do feijão e a obtenção de melhor preço.

Para dúvidas e maiores informações, entrar em contato pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone (44) 9998-9912.

Pricila Ribas Caldas

administradora

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Revista do Produtor Rural88

Economista da FAEP analisa as exportações do agronegócio paranaense em 2012

[Balança comercial]

O Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio (MDIC) divulgou os dados de exportações de 2012. As

exportações paranaenses de 2012 somaram 17,7 bilhões, com crescimento de 1,81% so-bre o ano de 2011 quando alcançaram US$ 17,3 bilhões. Já as importações assinalaram um crescimento de 3,30% ou seja, passaram de US$ 18,7 bilhões para US$ 19,3 bilhões. Com isso, o saldo comercial foi negativo em US$ 1,67 bilhão.

5,38 bilhões. O volume comercializado foi de 10,2 milhões de toneladas. As exportações de soja em grão somaram US$ 3,23 bilhões e preço médio de US$ 515,90 US$ 483,70 por tonelada em 2011. Já o volume comer-cializado passou de 6.982 mil para 6.427 mil toneladas. As exportações de farelo de soja alcançaram US$ 1,4 bilhão, em função do pre-ço praticado, apesar do menor volume expor-tado. A comercialização de óleo de soja (bruto e refinado) totalizou US$ 655 milhões contra US$ 717 milhões em 2011.

Complexo Carnes - O agregado carnes (bovina, aves, suína e outras) teve expor-tações de US$ 2,4 bilhões, com pequeno decréscimo em relação ao ano de 2011 quando a receita foi de US$ 2,3 bilhões. As receitas de carne de frango foram o carro chefe do setor com receita de US$ 1,91 bilhão. As exportações de carne bovina so-maram US$ 62 milhões, com um aumento de 17% em relação ao ano de 2011 (US$ 52 milhões). As exportações de carne suína registram queda na receita de 13% , alcan-çando US$ 132 milhões contra US$ 153 milhões em igual período de 2011.

Complexo Sucroenergético - O comple-xo sucroenergético (açúcar e álcool), que ocupa a terceira posição (12% do total) nas exportações do agronegócio paranaense somou US$ 1,56 bilhão, com decréscimo de 5% sobre mesmo período de 2011 (US$ 1,64 bilhão). As exportações de açúcar (bru-

to e refinado) foram de US$ 1,43 bilhão. As exportações de álcool caíram de US$ 158 milhões para US$ 129 milhões.

Complexo Produtos Florestais – A recei-ta obtida em 2012 totalizou US$ 1,26 bilhão, configurando um aumento de 6,7% relativa-mente ao ano de 2011 (US$ 1,18 bilhão).

Milho - As exportações de milho em grão pelo porto de Paranaguá aumentaram 160%, passando de US$ 426 milhões para US$ 1,10 bilhão, resultado da janela de mercado aberta para o produto brasileiro em razão da quebra de safra norte-ameri-cana. Já o volume comercializado passou de 1.527 mil para 4.217 mil toneladas. O Paraná respondeu por 21% do volume ex-portado pelo Brasil (19.775 mil toneladas).

Café - As exportações de café passa-ram de US$ 324 milhões para US$ 477 milhões.

Mercados - Em 2012, as vendas exter-nas concentraram-se, principalmente, em mercados como Ásia e União Europeia, res-ponsáveis em conjunto por 49,7% do total exportado pelo agronegócio paranaense. Por bloco econômico, a Ásia (33%) e a União Europeia (16%) são os principais mercados, com o Mercosul em terceiro lugar, com 15%. As exportações para a União Europeia como resultado da crise econômico-financeira ca-íram 12%, passando de US$ 3,23 para US$ 2,84 bilhões. Já as exportações para a Ásia, passaram de US$ 5,42 para US$ 5,90 bilhões. O mercado chinês tem uma participação de 18% nas exportações totais paranaenses.

O Paraná ocupa a terceira posição nas exportações brasileiras do agronegócio, com uma participação de 14,3%, ou seja, US$ 13,0 bilhões, com um crescimento de 3% sobre 2011 (US$ 12,6 bilhões). As ex-portações brasileiras do agronegócio soma-ram US$79,4 bilhões. Já a participação das exportações do agronegócio paranaense no total do Estado é de 73%.

Os cinco principais agregados expor-tados em 2012 somam 90% do total do agronegócio paranaense, sendo: complexo soja, carnes, sucroenergético, produtos flo-restais e as exportações de milho, resultado da janela de mercado aberta para o produto brasileiro, a partir da quebra de safra nos Estados Unidos.

Complexo soja - As exportações do com-plexo soja em grão apontam um decréscimo de divisas de 1,18%, em função do menor volume exportado. A receita total foi de US$

Elaborado por: Gilda Bozza, economista da FAEP. ([email protected])

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Revista do Produtor Rural 89

Importância da silagem para o incremento da produtividade leiteira

[Bovinocultura de leite]

No dia 22 de fevereiro, a Cooperativa Agropecuária Mista de Guarapuava (Coamig), a Biogene e o pesquisa-

dor e zootecnista João Ricardo Pereira, da Universidade Estadual de Ponta Gros-sa, apresentaram os resultados do proje-to “Qualidade Total na Silagem”, que tem como meta promover o melhoramento da silagem, principalmente para bovino-cultura de leite.

O projeto iniciou ano passado, com a parceria das três instituições que cole-taram 120 amostras na regiões de Gua-rapuava, Pinhão, Candói e Campina do Simão, para se avaliar a qualidade da silagem. O evento foi promovido no Sin-dicato Rural de Guarapuava e segundo o engenheiro agrônomo da Biogene, Pedro Campos, o objetivo foi traçar um perfil e fazer um diagnóstico real da silagem na região. “A ideia de hoje é trazer as res-postas para os produtores para que sai-bam como está a sua própria produção de silagem”, afirma.

O gerente da Coamig, Luis Arthur Silvestri falou sobre a importância da par-ceria e que a intenção da cooperativa é justamente que se produza uma silagem melhor para que, consequentemente, haja um incremento de produtividade no leite.

Segundo Pereira, o trabalho come-çou ano passado. Em uma primeira eta-pa foi promovida uma palestra para os produtores, depois a Coamig e a Biogene coletaram amostras de silagem em 120 propriedades. “Nós avaliamos, basica-mente, os critérios que o produtor usa na escolha do híbrido. A atenção que ele

dá para lavoura, o momento de corte, a prestação de serviço, se é próprio ou terceirizado, e então organizamos essas informações para fazer uma análise deta-lhada das amostras. Hoje estamos apre-sentando todo esse trabalho”.

Resultados

O zootecnista explica que a pes-quisa foi realizada na UEPG, em parceria com alunos do grupo de pesquisa “Zoo-tecnia no campo”. Pereira resume quais foram os principais entraves observados na produção de silagem na região. “Ficou evidente que o produtor precisa dar uma atenção diferenciada para a lavoura. Ele tem que entender quanto melhor a la-voura mais qualidade da silagem”. Outro grave problema, segundo o pesquisador, que compromete a silagem, é o momento de corte. “Muitas vezes, o híbrido esco-lhido é inadequado, mas a maior dificul-dade é que em busca de precocidade, se retira a silagem antes do ponto, ou seja, ainda verde”. Ele ressalta que estes são problemas relacionados ao planejamen-to da lavoura e à escolha do híbrido. “Foi observado que a falta de treinamentos tem comprometido e muito a qualidade da silagem deles. São problemas de im-pacto grande do ponto de vista econômi-

co, mas com soluções simples. Só precisa de treinamento e informação”.

No entanto, Pereira comenta que a expectativa é de avanço, pois a partir do momento em que o produtor tiver a cons-ciência do problema específico da sua silagem, ele vai buscar soluções. “Certa-mente, o projeto vai gerar bastante im-pacto na qualidade. A expectativa é essa: de um trabalho contínuo. Com certeza, o resultado vai ser positivo. E, normalmen-te, se percebe que a partir do segundo ano após as mudanças, há um salto de qualidade é bastante significativo”.

O técnico da Coamig, Celso Antonio Peplisnki também falou que a intenção é que este trabalho se expanda para a maioria dos cooperados, fazendo com que a Cooperativa possa dar cada vez mais assistência aos produtores.

Luis arthur Silvestri e Celso Peplisnkida Coamig

O zootecnista, João Ricardo Pereira

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Revista do Produtor Rural90

[Pecuária de corte]

Análise conjuntural do mercado doboi gordo no estado do Paraná

Guilherme WolffGustavo Schnekenberg

Paulo Rossi JuniorJoão Batista Padilha Junior

Centro de Informação do Agronegócio da UFPRwww.ciaufpr.com.br

Diferentemente do ano de 2011, quando a pecuária paranaense vi-venciou fortalecimento da cotação

da arroba do boi gordo, o ano de 2012 foi marcado por uma intensa queda do valor real da arroba, de acordo com o indicador LAPBOV calculado pelo Centro de Infor-mações do Agronegócio da UFPR.

Em 2011, a cotação média anual real foi de R$ 105,82 por arroba, com uma variabilidade de preços da ordem de R$ 2,46, significando um período de recupe-ração para o pecuarista paranaense em relação aos anos anteriores, mas, mesmo assim, no ano, observou-se queda real de 3,1% nas cotações.

No ano de 2012, a situação se in-verteu, com a pecuária paranaense pas-sando por um ano de fortes quedas nas cotações da arroba do boi gordo. Como o preço é a variável mais significativa para a pecuária de corte, refletindo di-retamente na renda do produtor, houve acentuada descapitalização. Em 2012, a cotação média anual real foi de R$ 98,26 por arroba, com os preços apresentando variação de R$ 2,86 reais. Assim, os pre-ços se apresentaram mais baixos e com maior volatilidade quando comparados com 2011. Para piorar, verificou-se que-da de 5,8% nas cotações.

Ainda no ano de 2012, evidenciam--se os resultados positivos das exporta-ções de carne bovina, que, mesmo com a suspensão da comercialização por 12 paí-ses no último mês do ano devido à detec-ção de um caso atípico de vaca louca no estado do Paraná, revelaram um recorde

Gráfico 1. Comportamento dos preços médios mensais reais da arroba do boi gordo (Indicador LAPBOV) para a média Paraná, 2011, 2012 e 2013.

histórico, somando US$ 5,769 bilhões, um aumento de 7,33% em relação ao ano an-terior, de acordo com os dados da Associa-ção Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC). “O resultado poderia ter sido ainda melhor, mas a conjuntura ma-croeconômica de recessão provocou uma ligeira redução no preço médio da carne exportada”, disse a ABIEC em nota.

Contrastando com este ponto, de-zembro foi um mês atípico, em que os preços não atingiram o esperado pelos

especialistas, mesmo com o caracterís-tico aumento da demanda que ocorre nesta época do ano. O preço médio da arroba do boi gordo no mês de dezembro foi de R$ 97,01, de acordo com o indica-dor LAPBOV. Comparando o final do mês com o começo, houve uma pequena que-da de 0,74%, com uma variação máxima de R$ 2,66 ao longo do período, onde o pico foi de R$ 98,02, no dia 04/12, e o valor mínimo foi de R$ 95,36, no dia 13/12. O preço médio da arroba da vaca

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Revista do Produtor Rural 91

Gráfico 2. Comportamento dos preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda em dezembro de 2012 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR

Gráfico 3. Comportamento dos preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda em janeiro de 2013 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR

no mesmo período foi de R$ 88,33. O preço máximo atingido foi de R$ 90,36, no dia 06/12 e o valor mínimo registrado foi de R$ 86,36, no dia 14/12, uma varia-ção de R$ 3,98. Ao longo do mês, houve uma desvalorização de 0,07%.

Com relação ao preço do bezerro, observou-se uma valorização de 1,85%, atingindo um pico de R$ 727,89, duran-te a segunda semana do mês e um valor mínimo de R$ 699,72, ainda na primeira semana.

O novilho precoce desvalorizou 0,31% ao longo do mês de dezembro. Na primeira semana, o preço do novilho era R$ 103,10 e chegou a R$ 99,95 na sema-na de 21 a 27 de dezembro, e a média mensal foi R$101,99. O preço da novi-lha precoce também teve queda 0,30%, saindo de R$ 98,83 no início do mês para R$ 95,31 na última semana, e a média no período foi de R$ 96,73,

Já em janeiro os preços do boi se mantiveram praticamente estáveis, regis-trando um aumento de 1,3% ao longo do mês. O preço médio da arroba do boi no mês foi de R$ 97,47, uma redução da co-tação em 5,8% quando comparada com o valor real observado em janeiro do an-terior (deflacionada pelo IGP-DI da FGV, com base janeiro/2013 = 100). A maior cotação, de R$ 98,54, foi observado no dia 15/01, e a menor de R$ 96,11, no dia 02/01. Já o preço da vaca gorda oscilou bastante ao longo do mês, e fechou no dia 31/01 a R$ 89,82, uma valorização

de 2,22% em relação aos primeiros dias do mês. O valor médio da arroba da vaca foi de R$ 89,25, sendo o preço máximo atingido no período de R$ 90,76, e o mí-nimo de R$ 87,87. Em janeiro geralmente há um recuo nos preços do boi e da vaca gorda, em relação ao mês anterior. Neste ano, porém, houve uma estabilidade nos preços ao longo do mês. O boi gordo teve uma variação máxima de apenas R$ 2,43, e a vaca R$2,89.

O Bezerro iniciou o mês de janei-ro com alta de 11,30%, saindo de R$ 712,64 por cabeça na primeira semana, e chegando ao maior preço do período, de R$ 793,17 na segunda semana. Ao longo do mês houve grande oscilação, passan-do por R$ 740,49 na terceira semana, e fechando o mês a R$ 786,84 por cabeça, uma valorização de 10,41% em relação ao início do mês.

Iniciando o período a R$ 103,58, o novilho precoce não atingiu maior va-lor, e fechou janeiro a R$ 101,72 , uma queda de 1,83%. Já a novilha precoce iniciou o mês a R$ 96,10, e chegou a atingir R$ 98,17 na semana de 11/01 a 17/01. Nas semanas seguintes uma for-te desvalorização fez com que os preços chegassem a R$ 94,55, fechando o mês com uma queda de 1,64% em relação ao início do mês.

Para 2013, com os insumos em alta, duas coisas devem ocorrer. Vai haver um menor número de cabeças suplementa-das e confinadas, pois, na maioria das situações com a arroba no valor que está não dará para cobrir os custos de produção. Isso poderá reduzir um pouco a oferta o que pode levar a um aumen-to de preço. A expectativa da abertura dos mercados para exportação de nossa carne também é grande. Se exportarmos mais há uma chance também do preço subir. Isso poderá ser acompanhado aqui nas próximas análises de conjuntura ao longo do ano.

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[Universidade]

Uma feira livre, que traz produtos agrícolas livres de agrotóxicos, pode ser visitada em Guarapuava:

a Feira Agroecológica, que acontece duas vezes por semana, sempre a partir das 7h30 – às terças-feiras, no bairro Santa Cruz, em frente à Unicentro; e, às quintas, no Cedeteg. Entre as opções oferecidas por produtores da agricultura familiar em suas barraquinhas, é possível encontrar hortaliças, legumes e frutas produzidos sem defensivos. Pro-jeto idealizado pela universidade (Diretoria de Extensão e Departa-mento de Agronomia), a iniciativa tem dois objetivos: tornar os produtos agroecológi-cos conhecidos junto à comunidade, e, para os produtores deste tipo de alimento, abrir um espaço em que possam realizar a venda direta ao consumidor – “A universidade é um tripé: ensino, pesquisa e extensão. E nessa par-te de extensão, é extremamente impor-tante que a gente envolva a comunidade com a universidade”, explicou, à Revista do Produtor Rural, Deonísia Martinichen, professora do curso de Agronomia e chefe da Divisão de Extensão do Cam-

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uma feira agroecológicapus Cedeteg. Observando que os itens vendidos não são orgânicos, Deonísia comentou que os produtores rurais que comercializam na feira, contudo, estão participando de um projeto da Unicentro voltado a certificar a produção de ali-mentos orgânicos no âmbito da agricul-tura familiar (embora longo, o processo resultará, para os que alcançarem aquele padrão, na licença para utilizar o selo de produto orgânico). Nesse objetivo, con-

forme acrescentou a chefe da Divisão de Extensão do Campus Cedeteg, os participantes são assessorados por técnicos, para conhecerem e apli-carem na lavoura todas as exigên-cias da chamada

agricultura orgânica – um nicho no qual hortaliças, legumes e frutas tendem a al-cançar preços mais altos do que aqueles obtidos pelos produtos da agricultura convencional.

No caso da Feira Agroecológica, no en-tanto, os preços, pelo menos por enquanto, ainda não refletem aquele diferencial. Se para o produtor isso significa esperar pelo amadurecimento de um mercado promis-

“Não é só um local em que você vai para comprar verduras, mas onde pode fazer seu lanche”

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Revista do Produtor Rural 93

Deonísia Martinichen

sor, para o consumidor, é vantagem: “Às ve-zes, é mais barato comprar na feira do que no mercado”, relatou Deonísia.

Mas ela reconhece duas dificulda-des: uma é que, em sua opinião, ainda não seria comum entre os guarapuava-nos o hábito de ir à feira livre; outra, é a necessidade de maior divulgação da Feira Agroecológica. “Muitas pessoas não sabem que ela existe”, revelou. Na Santa Cruz, até o momento, Deonísia avaliou que o fato da feira acontecer na rua tem atraído mais pessoas do que no Cedeteg, onde o projeto acaba atingindo mais o público interno, a comunidade universi-tária. Por outro lado, no campus, vai se formando aos poucos uma clientela fixa. Hoje cerca de 40 clientes assíduos con-

tam com uma prática que tem agradado: sacolas preparadas previamente pelos produtores rurais, contendo a feira da semana.

Coordenadores do projeto, surgido há dois anos, gostariam de ver crescer também o total dos agricultores parti-cipantes. Por esta razão, a universidade continua aberta à inscrição de novos interessados. Para informações, os pro-dutores rurais devem procurar a Divisão de Extensão, no Cedeteg. Porém vale lembrar que, para participar na venda de hortaliças, legumes e frutas, é ne-cessário praticar o cultivo agroecológi-co. A regularidade do comparecimento à feira é igualmente importante. Ainda segundo relatou Deonísia, outro critério é a diversidade de oferta de produtos. A comissão que coordena o projeto cuida para que as barraquinhas apresentem produtos diferentes entre si. Outros atrativos também podem ser encontra-dos pelo público, como bolos prepara-dos por participantes da Unati, o projeto Universidade Aberta da Terceira Idade, produtos de panificação e artesanato. “Não é só um local em que você vai para comprar verduras, mas onde pode fazer seu lanche”, disse a chefe da Divisão de Extensão do Campus Cedeteg, enfati-zando a possibilidade de a comunidade vivenciar tudo como um espaço voltado também ao encontro.

Alegria de cativaruma clientela fixa

Ao conversar sobre a Feira Agro-ecológica em entrevista para a Re-vista do Produtor Rural, na manhã do dia 19 de fevereiro, a produtora Zuleica Mendes Lima se mostrou fe-liz com a aceitação da feira por parte daqueles que já conhecem o proje-to. De acordo com ela, a produção de tudo o que vende se realiza sob orientação do curso de Agronomia da Unicentro, na chácara da família, onde as culturas são conduzidas sem agrotóxicos. A clientela vem da pró-pria universidade, como professores e estudantes, além de moradores do bairro Santa Cruz e até do centro. Entretanto, ela opinou que, na cida-de, ir à feira livre ainda não faz parte da rotina da maioria das pessoas, o que faz com que poucos conheçam a Feira Agroecológica. “Guarapuava, você sabe, não tem o hábito de feira. A gente tem uma certa dificuldade exatamente por isso. Eles (os con-sumidores) acham mais fácil com-prar (hortaliças, legumes e frutas) no mercado”. Por outro lado, Zulei-ca responde com um sorriso quan-do perguntada se já conquistou um clientela cativa ao longo do tempo: “Sim, nós temos os clientes fiéis!”.

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[Nutrição de plantas]

Adubação potássica em cobertura na soja

A soja consolida cada vez mais seu papel de relevância e importância no agronegócio brasileiro, através

de pesquisas, desenvolvimento de tec-nologias, infraestrutura e cadeias produ-tivas. Assim, além da produção de soja ser umas das principais responsáveis pela difusão do conceito de agronegócio brasileiro, tal mercado está atrelado ao processo constante de modernização e tecnificação que se encontra a agricultu-ra brasileira.

Na safra 2011/12 a produção brasi-leira de grãos de soja atingiu aproxima-damente 66,38 milhões de toneladas, sendo estimado um aumento de 24,5% para a safra 2012/13, alcançando aproxi-madamente 82,68 milhões de toneladas,

ander Vinícius Possan

Assistente Técnico Comercial – Agrícola [email protected]

assim conquistando a liderança mundial, tanto na produção como exportação des-ta commodity (CONAB).

Em relação à exigência nutricional da cultura da soja, após o nitrogênio, o potássio é o nutriente quantitativamen-te mais absorvido e o que se apresenta em maiores concentrações nos tecidos (Tanaka & Mascarenhas, 1992), possuin-do grande mobilidade no solo, apresen-tando lixiviação para camadas subsu-perficiais.

O cloreto de potássio é a fonte mais barata e utilizada. Devido ao alto teor de cloro, não é recomendado seu uso em altas doses em culturas sensíveis ao ex-cesso desse elemento. No entanto, esta restrição não se aplica à maioria das es-

pécies (Boletim Técnico 100). A absorção de potássio é altamente

seletiva e estritamente relacionada com a atividade metabólica. Ele é caracteri-zado pela alta mobilidade, tanto no solo como na planta, em todos os níveis den-tro das células, tecidos e no transporte de longa distancia, via xilema e floema (Manejo da Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, 2010).

O período de maior exigência do po-tássio ocorre no estádio de crescimento vegetativo da soja, apresentando a velo-cidade de absorção máxima do nutriente nos trinta dias que antecedem ao flores-cimento (Bataglia & Mascarenhas, 1977).

O potássio tem grande mobilidade no perfil do solo, causando perda por

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Revista do Produtor Rural 95

(42) 3629-1366 / [email protected]

Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

ander Vinícus Possan

lixiviação, principalmente em solos are-nosos e sujeitos a altos níveis de precipi-tação pluviométrica, reduzindo a dispo-nibilidade para a planta. Para compensar as perdas por lixiviação são aplicadas doses elevadas de KCl (Folini & Rosolem, 2008). Porém, deve-se tomar cuidado para evitar o fenômeno da salinização do solo, com o consequente sintoma de queima das folhas.

Segundo trabalho desenvolvido, em que foi utilizado na adubação de plan-tio 380 kg/ha da fórmula 02-15/26-20 (composto por 26% P2O5, sendo 15% de P2O5 solúvel em água e 11% tendo como fonte fosfato natural), a aplicação de potássio em cobertura atingiu uma produção máxima de grãos quando se aplicou 100 kg/ha de K2O, acrescentan-do aproximadamente 33,16% na produ-ção em comparação a testemunha. No entanto, pensando em custo/benefício na quantidade de K2O aplicado por hec-tare e produção máxima de grãos de soja, a aplicação de 60 kg ha de K2O, propor-cionou acréscimo de 30,42% em relação à testemunha (Kalixto Ukenn de Oliveira Luchese et al. 2011).

A alta resposta da soja à adubação

potássica deve-se à intensa lixiviação deste nutriente em condições de solos arenosos (Werle et al., 2008), além do potássio atuar como regulador osmótico da planta (Taiz&Zieger, 2004), contri-buindo para uma melhor utilização da água pela cultura (Kalixto Ukenn de Oli-veira Luchese et al. 2011).

Logo, para um melhor desempenho e produtividade da cultura, torna-se inte-ressante e satisfatório o parcelamento da adubação potássica na cultura, visando à aplicação nos estádios vegetativos finais (V5, V6... Vn) de K2O em cobertura à lanço, utilizando cloreto de potássio como fonte.

Quando observados os valores da soja no mercado, somado à quebra na safra passada nos EUA e indícios de frustração da safra argentina devido à estiagem, bem como o baixo estoque a nível nacional e internacional, a perspec-tiva de que o bom preço da commodity se mantenha é uma realidade. Com isso, é de fundamental importância um bom manejo, utilizando as melhores técni-cas e fertilizantes, aplicando-os de uma maneira eficiente de modo a aumentar a produtividade, maximizando os lucros do agricultor.

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Revista do Produtor Rural96

[Ovinocultura]

Além de produzir carne de qua-lidade com regularidade, trazer informação técnica ao produtor e

fomentar a ovinocultura no estado são novas metas que vem sendo colocadas em prática pela Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão (Cooperalian-ça) nos últimos anos. A realização da I Ovinotec é uma dessas iniciativas que tem como principal objetivo manter o ovinocultor informado.

O evento foi realizado durante todo o dia 13 de dezembro, no anfiteatro Ávio Bittencourt Ribas do Sindicato Rural de Guarapuava. A I Ovinotec atraiu 135 pessoas, entre produtores, técnicos e acadêmicos de 20 municípios da região que vieram em busca de conhecimento específico sobre ovinocultura.

A programação incluiu quatro pa-lestras técnicas, sobre sistemas de pro-

I Ovinotec atrai 135 produtores em busca de informação técnica sobre ovinocultura

O evento promovido pela Cooperaliança abordou sistemas de produção e manejo sanitário atraiu pessoas de 20 municípios da região.

dução intensivo/extensivo e manejo sanitário. A vice-presidente da Coope-raliança e coordenadora do projeto ovi-nos, Adriane Araújo Azevedo abriu o a Ovinotec falando sobre a importância de se realizar eventos técnicos. “Tenho certeza que vocês vão levar para casa hoje muita informação e isso significa uma motivação para nós produtores e também um aumento de produção, já que uma vez motivados nós queremos produzir mais”.

De acordo com Adriane, o objetivo do encontro também foi fomentar aos demais produtores que ainda não são cooperados, uma produção de carne de qualidade.“Para nós da Cooperaliança, desde o início, exatamente no dia 12 de dezembro de 2007, duas palavras que nasceram na Cooperativa e ainda conti-nuam conosco são: aumento e produção”.

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A primeira palestra da Ovinotec foi com o professor da Universidade Estadu-al de Ponta Grossa, Izaltino Cordeiro dos Santos, que há quase 15 anos desenvolve na Fazenda Escola “Capão da Onça” um sistema intensivo de produção de cordei-ros. O médico veterinário abordou diver-sos temas sobre a produção ovina duran-te a palestra entre eles: o diagnóstico do rebanho; condições sanitárias e corporais dos animais, flushing, diagnóstico da com-posição do rebanho; cronograma reprodu-tivo e a escolha do reprodutor.

Santos atentou a alguns fatores im-portantes no sistema produtivo intensi-ficado. “É importante que se tenha pasta-gem de qualidade, se for possível manter silagem o ano todo e suplemento de ra-ções para fazer o creep-feeding”.

O professor explica os benefícios do sistema intensivo e afirma que a ten-dência do Paraná é intensificar a produ-ção em virtude do desenvolvimento da agricultura. “Aqui temos uma vocação es-sencialmente agrícola e o mercado está muito bom para soja e para o milho, por exemplo. Então hoje é difícil o produtor querer liberar áreas extensas, que são caras, para fazer criação, por isso que o sistema intensificado é o que mais vai se adaptar no Paraná. Dessa forma, com áreas menores fazemos a suplementação a cocho, e consegue-se explorar a ativi-dade e aumentar a escala de produção e a qualidade”.

Santos exemplifica com alguns da-dos o que seria um desempenho ideal para cordeiros inserido no sistema inten-sivo. “A precocidade para primeiro parto para as fêmeas é de 15 meses, já o peso médio de nascimento dos cordeiros deve ser de 4 kg e após 30 dias o peso ade-quado é que esteja com 15 kg e com 60 dias, que é a desmama,o ovino deve estar com cerca de 25 kg. E assim, entre 70 e 90 dias o ideal é que o cordeiro esteja pronto para o abate com 35 kg”.

Sistema Extensivo – Manejo de Pastagem

Para abordar o sistema extensivo, a Ovinotec trouxe o zootecnista professor da Universidade de Marília (Unimar), Cle-dson Augusto Garcia que é doutor pela Unesp e possui toda sua especialização na área de ovinocultura, e hoje atua, tam-bém, como consultor. Durante a palestra, ele abordou a importância do manejo de pastagem e conservação de forragens, o pesquisador também destacou alguns dos cuidados básicos que o produtor deve ter neste tipo de sistema.

“É importante se ter baixa rotação animal, deve se criar cerca de 15 a 30 animais por hectare, mais que isso inten-sifica o problema de verminoses. O siste-

Prof. Izaltino Cordeiro dos Santos - UEPG

Prof. Cledson augusto Garcia,zootecnista - Unimar

Octaviano - Norvatis animal

Prof. Ivo alexandre Leme da Cunha, médico veterinário

ma extensivo, ou animal criado a pasto, é a maneira mais barata de se produzir carne hoje. Deve ser feito o pastejo rota-cionado e o creep-feeding, que é usado na fase que o cordeiro está mamando, para que ele tenha um maior ganho de peso ao desmame, consequentemente, diminua a idade de abate”.

Garcia comenta sobre a vantagem desse sistema. “Se você tiver um pasto de boa qualidade você reduz o custo com alimentação e mão de obra. Então se o animal aprende a colher seu próprio ali-mento você reduz o custo e, consequen-temente, aumenta a renda do criador”.

Em relação ao manejo de pastagem ele explica. “É importante ter uma boa genética, trabalhar com uma raça espe-cífica de carne. Além de coisas básicas para trabalhar com animais de pastejo, que é fazer uma análise química do solo, calagem e adubação e depois plantar um capim que seja produtivo, para que você tenha uma maior lotação por hectare, en-tão você fica mais competitivo no merca-do de carne de cordeiro”.

O pesquisador destacou durante a palestra exemplos de sucesso realizados

na ovinocultura de ponta que é produzi-da na Nova Zelândia, o maior exportador de ovinos do mundo. “Na Nova Zelândia eles são muito organizados e tradicionais na ovinocultura e exportam para 53% do mundo. O segredo deles é genética, nutrição e animais em pastejo, ou seja, baixo custo de produção. Outro fator im-portante é trabalhar com cão de pasto-reio e realizar a adubação de pasto, algo que poucos fazem no Brasil”.

Manejo sanitário - parasitoses e tratamentos

O cuidado com a sanidade pautou grande parte das discussões durante a Ovinotec, o gerente técnico de bovinos da Norvatis Saúde Animal, Octaviano Alves Pereira Neto foi o segundo pa-lestrante do encontro e falou sobre as principais parasitoses nos ovinos, como o haemonchus contortus que é uma das patologias mais comuns nos pequenos ruminantes. Ele também abordou o im-pacto dessas verminoses nos sistemas como um todo.

Ao tratar sobre o tema, Pereira Neto realizou o lançamento oficial no Paraná de um produto da Norvatis destinado a combater parasitas resistentes por meio de uma nova molécula que apresenta um modo inovador de ação. “Abordei os problemas parasitoses gastrointestinais dos ovinos, o impacto que ela causa da

Sistema Intensivo de produção

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A Cooperaliança

produtividade, afetando ganho de peso, reprodução, sobrevivência e, principal-mente, a economicidade do sistema como um todo, trazendo quais são os pontos críticos e como se deve agir para contornar”.

Durante a palestra do médico veterinário e professor da Universidade Estadual do Centro Oeste, Ivo Alexandre Lema da Cunha também foi abordado manejo sanitário, porém, sua palestra apresentou um caráter mais didático ao repassar aos produtores informações de como funciona o mecanismo de ação dos parasitas nos animais e também aler-tou sobre a toxoplasmose em ovinos. “A maioria dos produtores ainda não tem muito conhecimento sobre como os pa-rasitas agem nos ovinos, a intenção foi dar como se fosse uma aula mesmo. E eu decidi falar sobre a toxoplasma, pois é uma preocupação minha, já que essa doença que vem sendo relatada desde 2009 no Brasil, e hoje é a principal causa de aborto em ovinos”.

O evento além de proporcionar informação técnica sobre ovinos também fomentao consumo da carne de cordeiro

A Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão (Cooperaliança) foi criada em 2007 e possui 93 cooperados nos projetos ovinos e bovinos. De acordo com a Adriane, a cooperativa contribuiu para o desenvolvimento da ovinocultura na região. “Temos visto nesses cinco anos de trabalho, que o avanço na cadeia produtiva não tem volta, é uma crescente. A ovinocultura é uma atividade firme, segura e rentável”.

O gerente técnico de bovinos da Norvatis, Pereira Neto comentou sobre a realização do evento. “A ideia é que a Ovinotec siga sendo um expoente dentro da ovinocultura”. Afinal, as palestras vêm ao encontro da demanda dos produtores, tanto na parte de produção mais intensiva quanto na criação a pasto. Como primeiro evento foi um sucesso absoluto”. O professor da Uepg também parabenizou a cooperativa pela I Ovinotec.

a ovinocultura é uma atividade firme, segura e rentável

a ideia é que a Ovinotec siga sendo um expoente dentro da ovinocultura

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[Cooperativismo]

Cooperaliança festeja 5 anos de êxito!

Cooperaliança Cordeiro GuarapuavaRua Vicente Machado, 777 - TrianonGuarapuava - PR(42) 3622-2443

Cooperaliança Novilho PrecoceAl Baden Württemberg - Vitória, 952 Entre RiosGuarapuava - PR (42) 3625-1889

Uma festa para comemorar o coope-rativismo em uma de suas melhores expressões. Assim foi o jantar alusi-

vo aos cinco anos de trajetória e êxito de uma cooperativa que já provou que união, empenho e qualidade organizam a produ-ção, melhoram os produtos, abrem portas no mercado e consolidam uma marca. Cooperados e dirigentes, parceiros co-merciais e amigos da Cooperaliança, ce-lebraram, dia 14 de dezembro, num dos pavilhões do Parque Exposições Lacerda Werneck, em Guarapuava, as realizações alcançadas até o momento e agradece-ram a todos aqueles que, de alguma for-ma, contribuíram para que todos chegas-sem a seu atual significado econômico no Município e no Estado.

No protocolo do encontro comemo-rativo, a vice-presidente da Cooperalian-ça, Adriane Araújo Azevedo, agradeceu a todos os cerca de 300 participantes, lembrou o início da cooperativa e fez questão de chamar à frente, além dos diretores, sócios-fundadores, chefes de entidades públicas voltadas à agricultu-ra, como Seab, Emater e Sindicato Rural, além parceiros da indústria e do varejo e amigos que há anos encorajam a coope-rativa. Ela se disse feliz ao ver, que entre as pessoas homenageadas, estava repre-sentada toda a cadeia produtiva da car-ne. Em entrevista, Adriane agradeceu aos cooperados e parceiros e destacou que uma das características marcantes da Co-operaliança é ter conseguido organizar-se

a ponto de poder oferecer, ao mercado, carne de qualidade com regularidade. Para 2013, ela estimou um cenário positi-vo e desejou aos cooperados que seja um período de novos avanços em termos de produção.

O presidente da Cooperaliança, Edio Sander, também em entrevista, lembrou que o início da cooperativa exigiu um trabalho difícil. Mas classificou como gra-tificante verificar, ao final de cinco anos, que a entidade se estruturou e conquis-tou um patamar de consolidação para os

produtos de seus associados – um qua-dro hoje em torno de 90 pecuaristas. “O importante – resumiu Sander – é que são todos cooperados que entraram na coo-perativa com o objetivo de somar, de me-lhorar a rentabilidade de suas proprie-dades e que participam ativamente dos negócios da cooperativa”.

Do total de associados – conforme detalhou –, cerca de metade se dedica à bovinocultura e a outra metade à ovi-nocultura. Na criação de bovinos, se nas últimas duas décadas predominaram

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na região as raças zebuínas e europeias, Sander sublinhou que nos últimos cinco anos ganharam força raças britânicas, com destaque para o angus. “Hoje a Coopera-liança produz a carne de angus certifica-da, através do Aliança Angus Premium, e estamos conquistando um mercado muito importante, que valoriza e remunera esta produção”, informou, referindo-se à ade-são ao Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus. Guara-puava, oeste do Paraná e região metropo-litana de Curitiba estão entre os principais destinos daquelas carnes nobres.

Na ovinocultura, a raça mais impor-tante é a Íle-de-france. Aqui também, marca é importante e os trabalhos vêm sendo realizados para divulgar o Cordei-ro Guarapuava – uma carne diferenciada em qualidade e sabor. Ponderando que a atividade “estava meio desacreditada”, o presidente da Cooperaliança exaltou o trabalho dos integrantes da cooperativa no sentido de conquistar associados para aquele setor, mostrando que a esta moda-lidade de pecuária pode ser rentável. “O futuro é bem promissor. O mercado é mui-to bom”, acrescentou Sander, explicando que o mercado para ovinos se encontra nas mesmas regiões em que a cooperativa comercializa carne bovina. “Estamos acre-ditando no que estamos fazendo, sempre

pensando no bem-estar e na prosperida-de dos cooperados”, finalizou.

Qualidade: um conceito para consolidar espaço no mercado

A Cooperaliança vem apostando em qualidade como forma de consolidar espaço no mercado. Para isso, em 2009, visando atender às exigências dos consu-midores, a cooperativa começou a dire-cionar seus rebanhos e parceiros para a produção de animais de genética angus. Em 2012, por meio de uma parceria com a Associação Brasileira de Angus, lançou no mercado a marca Aliança Angus Pre-mium, com padrão de qualidade atestado por meio do selo Carne Angus Certificada. A distinção é concedida pela Associação Brasileira de Angus, no âmbito de seu Programa Carne Angus Certificada. Cria-do pela associação, em 2003, o programa tem por objetivo a integração da cadeia produtiva e a valorização da qualidade da carne dos animais angus e de suas cruzas. Também na ovinocultura, a Cooperaliança tem se pautado pela evolução constante na qualidade. Eventos como o I Ovinotec (leia mais em matéria nesta edição), em dezembro, contribuem para difundir tec-nologias entre os ovinocultores.

Desde o início, uniãomarcou cooperativa

De acordo com seu site (www.co-operalianca.com), a Cooperaliança teve sua origem na Aliança Mercadológica No-vilho Precoce, que surgiu em setembro de 2000. Segundo a página eletrônica, pecuaristas estavam então insatisfeitos com a baixa remuneração de suas ati-vidades. A Aliança, mais tarde, agregou projetos de produção de ovinos. Em de-

Ovinos: projetos iniciais se tornaram um dos pilares da cooperativa

Evento destacou a importância de todos os elos da cadeia produtiva

Edio Sander: hoje, qualidade consolida mercado no Paraná

adriane: lembrando o início da Cooperaliança

Bovinos angus: carne nobre, com a chancela de um importante selo de qualidade

zembro de 2007, foi oficialmente fundada a Cooperaliança, reunindo então as duas modalidades de pecuária: bovinocultura e ovinocultura. Após o cumprimento de formalidades legais, a nova cooperativa começou a operar em setembro de 2008. Tecnologia, melhoramento genético, sani-dade, manejo racional, alimentação segu-ra e bem-estar dos animais são diretrizes que orientam os trabalhos. Atualmente, a marca da Cooperaliança já é vista com em supermercados e restaurantes. Even-tos promovidos pela cooperativa, como o Festival Gastronômico (neste ano, no último dia 16 de novembro, no Parque La-cerda Werneck), têm divulgado as carnes produzidas como alternativas não apenas para a alimentação no dia a dia, mas tam-bém como opção para quem, em ocasiões especiais, exige alta qualidade, para uma gastronomia sofisticada.

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O marketing rural chegou para ficar. Crescendo a cada ano, a atividade ganha destaque nas empresas e

cooperativas, porque além de contribuir para aumentar a lucratividade, ele con-solida marcas. As multinacionais foram as primeiras empresas a investirem na área.

Grandes empresas têm praticado o marketing rural de forma competente, no entanto, ainda há um grande número de empresas e cooperativas com visão tradi-cional que não se atentaram para a impor-tância deste investimento.

O coordenador do curso de Marke-ting para Cooperativas da Universidade Positivo, em parceria com o SESCOOP-PR, Ricardo Pimentel, explica que o marketing é uma filosofia de atuação e um conjun-to de estratégias e ferramentas de ação, cuja premissa é conhecer profundamente o mercado e a partir desse conhecimento, desenvolver produtos e serviços, estabe-lecer política de preços, de distribuição e de comunicação que sejam capazes de agregar valor para o cliente e lucra-tividade para a empresa. “Em linhas ge-rais, marketing é marketing em qualquer setor, evidentemente com adaptações para as peculiaridades de cada setor e de cada mercado. Assim, o crescimento do marketing no setor rural é, na verdade, o reflexo do crescimento desse setor e de sua importância na economia nacional e global. A inserção e importância do Brasil no mercado internacional e o papel do agronegócio nessa mudança explicam o aumento da utilização das estratégias e ferramentas de marketing”, comenta.

No Brasil, a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMR&A) tem como proposta reconhecer e difundir as boas práticas do marketing aplicadas nas atividades do agronegócio, e des-ta forma, contribuir para o aumento da percepção sobre a importância do agro-negócio para sociedade brasileira. “Entre as contribuições da ABMR&A para o de-senvolvimento para o marketing do agro estão a pesquisa de perfil comportamen-

Maurício Mendes, presidente da aBMR&a: “Quem não acompanhar vai ficar para trás, seja o pequeno ou grande player deste mercado. O investimento e a profissionalização do marketing é fundamental”.

Prof. Ricardo Pimentel, coordenador do curso de Marketing para Cooperativas da Universidade Positivo: “Marketing é um esforço contínuo e planejado para satisfazer as necessidades, desejos e expectativas dos clientes, proporcionando a eles o máximo de benefícios, e garantindo a sobrevivência e o crescimento das empresas e organizações”.

[Marketing rural]

Marketing rural eficiente é sinônimo de sobrevivência no mercado

tal e hábitos de mídia do produtor rural, o congresso e a mostra de comunicação. Também são realizados fóruns específicos sobre temas de interesse do setor, reuni-ões de trabalho para troca de experiên-cias, parcerias com universidades, entre outras”, explica o presidente da ABMR&A, Maurício Mendes.

Segundo ele, o marketing é uma fer-ramenta de gestão indispensável para qualquer atividade e tipo de empresa ou entidade. “Muitas das atividades que a administração de uma entidade, no caso as cooperativas, praticam são atividades de marketing, porém não se dão de uma forma organizada e planejada que aten-dam os princípios do marketing enquanto ferramenta. Trabalhar para a melhoria da produção, a busca pela produtividade, pela qualidade do produto final, a ativida-de de armazenamento da produção, a dis-tribuição, a disputa pelo mercado, a divul-gação do estoque e finalmente a venda, são as atividades que o marketing propõe planejar, organizar e estabelecer critérios de elaboração e avaliação, visando a ren-tabilização de resultados, a construção da imagem da empresa/entidade e o me-lhor relacionamento com o mercado. Nas cooperativas, esse trabalho começa com a implantação destas atividades junto a seus cooperados, passa por seus fornece-dores e vai até seus clientes. A cada dia, consumidores pesquisam de onde vem os produtos que consomem; quem planta, quem industrializa. Querem saber se este elo respeita as regras de sustentabilidade ambiental, social e econômica e por isso o marketing é indispensável para sobrevi-vência e crescimento das empresas, coo-perativas e entidades”, observa.

Para o professor Ricardo Pimentel, de forma geral, a grande importância das cooperativas trabalharem suas estratégias de marketing é que pela natureza delas, o valor de suas marcas têm uma chance maior de se diferenciar tendo em vista que trazem uma característica de respon-sabilidade social em seu DNA.

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Caminhosem volta

De acordo com a ABMR&A, a pes-quisa que existe sobre investimento em comunicação não detecta o volume real de investimento no setor agro porque esta pesquisa é feita considerando-se os grandes veículos de comunicação enquanto os investimentos da área são, na sua maioria, em veículos e meios dirigidos ao agro. “Não saberia afirmar quanto das cooperativas estão estrutu-radas para as atividades de marketing e comunicação, mas percebemos cla-ramente que já há interesse pelo mar-keting. Isso leva um tempo, mas é um caminho sem volta”.

Entre as poucas cooperativas que possui estrutura de marketing, está a Cooperativa Agrária. Localizada no dis-trito de Entre Rios, Guarapuava/PR, a Agrária possui uma equipe de profissio-nais cria planos de marketing focados para cada um de seus negócios.

De acordo com o coordenador de marketing da Cooperativa Agrária, Ari-val Ribas Cramer, em uma cooperativa o marketing existe por causa de seus co-operados, colaboradores e seus clien-tes. “As estratégias de marketing visam proporcionar aos cooperados mais rentabilidade e sustentabilidade em seu negócio, aos colaboradores maior envolvimento com as estratégias e aos clientes proporciona produtos e servi-ços relevantes e com valor agregado”. Para atingir os objetivos esperados em marketing, de acordo com Cramer, um dos principais pontos a serem entendi-dos é que o marketing não é feito ape-nas pelo departamento que leva este nome, ele é feito por todos os colabo-radores. “O marketing está na logística, no atendimento, na produção, enfim, em todas as atividades da organização. Por isso, dizemos que o marketing é responsabilidade de todos”, observa o coordenador.

Essa mesma tese é defendida pelo professor Ricardo Pimentel. “Dentro da ideia de que marketing é uma filosofia e uma estratégia, cada funcionário deve conhecer e difundir essa filosofia. Do contrário temos a contradição e a ima-gem de enganação”.

Para o analista de marketing da Co-

Equipe do Departamento de Marketing da Cooperativa agrária

operativa Agrária, Rodrigo Roman, ainda falta informação sobre o assunto. “Em várias organizações - urbanas ou ru-rais, o marketing rural ainda não é com-preendido. Muitos o confundem com propaganda e até o utilizam de forma pejorativa – como sinônimo de enga-nação. Entendendo ou não o que o ma-rketing realmente significa, o fato é que as organizações que não utilizam suas ferramentas estarão em desvantagem no concorrido mercado contemporâ-neo. Elas correm o risco de sucumbirem diante das rápidas mudanças no com-portamento dos consumidores”, alerta.

Pimentel acredita que essa falta de informação melhorou muito nas duas últimas décadas. “Marketing, como já

dito, é estratégia e requer pesquisa, estudo, mensuração para projeção e avaliação de resultados. A propaganda é importantíssima, mas é apenas o final do processo quando se coloca o pro-duto no mercado. Quanto à questão de achar que é enganação, é preciso dizer que as empresas muitas vezes são as culpadas por esse preconceito. Quan-do uma empresa diz que eu posso falar um outra língua em 30 horas, ou que um produto vai me fazer mais feliz, ela também está passando a ideia de que enganar é a melhor estratégia”.

O presidente da ABMR&A explica que grandes empresas do setor tem in-vestido no que há de mais atual na ges-tão de marketing, a criação de setores

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Marketingé estratégia de negócio

específicos de inteligência de mercado, relacionamento com fornecedores e clientes, enfim, constantes pesquisas. “Tudo que se pratica nas empresas de bem de consumo e serviço pessoal está se aplicando no mercado rural. Isso vai refletir no setor todo e quem não acom-panhar vai ficar para trás, seja o peque-no ou grande player deste mercado. O investimento e a profissionalização do marketing é fundamental”.

Para difundir informação sobre a importância do marketing rural, a ABMR&A contribui com a pesquisa e com as demais atividades. “A tecnolo-gia também está chegando com novas ferramentas, a internet, os celulares, o satélite, as diversas formas de comuni-cação, a evolução dos meios de comuni-cação de uma forma geral, mas ainda há muito o que se fazer e para isso é que a ABMR&A vem trabalhando”, finaliza.

Segundo o professor Ricardo Pimentel, marketing é um esforço contínuo e planeja-do para satisfazer as necessidades, desejos e expectativas dos clientes, proporcionando a eles máximo de benefícios, e garantindo a sobrevivência e o crescimento das empresas e organizações. Nesse sentido, a estrutura-ção de um departamento de marketing é de fundamental importância, pois significa que esse esforço passa a ser feito de forma sis-temática, constante e profissional. “Só assim é possível conhecer o negócio e o mercado, estabelecer estratégias e ações adequadas, obter resultados e ampliar o conhecimento por meio da experiência adquirida. Marke-ting é um processo que deve ser contínuo e evolutivo. No entanto, a estruturação do de-partamento de Marketing só faz sentido se a empresa está realmente voltada para essa filosofia. Se for para apenas cuidar da comu-nicação e propaganda, é melhor contratar uma agência de publicidade. Marketing é estratégia de negócio e não apenas propa-ganda”, afirma.

arival Ribas Cramer, coordenador de Marketing da Cooperativa agrária

arival Ribas Cramer

As estratégias de marketing visam proporcionar aos cooperados mais rentabilidade e sustentabilidade em seu negócio, aos colaboradores maior envolvimento com as estratégias e aos clientes proporciona produtos e serviços relevantes e com valor agregado

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[Especial Senar]

Curso ensina produtores a reaproveitar o leite

Reaproveitar o leite e desenvolver subprodutos de qualidade é a pro-posta do curso “Produção Artesanal

de Alimentos - Derivados de Leite”, que capacita comunidades rurais, entre traba-lhadores, produtores rurais e familiares. O treinamento foi realizado nos dias 14 e 15 de janeiro, em Guarapuava, na chácara São Francisco de Paula, distrito de Guairacá, e reuniu 13 alunos para aprender a utilizar o excedente de leite nas propriedades.

O curso, que foi promovido pelo Se-nar e pelo Sindicato Rural de Guarapuava, tem como objetivo, segundo o instrutor Sérgio Kazuo Kawakami, desenvolver pro-dutos derivados do leite com técnicas de

O curso, segundo o instrutor, contribui até mesmo para incentivar uma produção mais técnica e comercial, e pode ser uma forma de diversificar a renda dos peque-nos produtores aproveitando o leite.

Márcio Gomes de Oliveira e Sirlei Valeria Rak são pequenos produtores que residem no Guairacá e contam que é o segundo curso que participam do Senar. “Foi muito bom para nós, porque neste momento o leite que temos na pro-priedade é muito para nós, mas pouco para vender”, conta Oliveira.

Luciane Nunes, professora do ensi-no fundamental, participou do curso pela primeira vez e diz ter se interessado em fazer outros. “Achei fantástica a proposta de ensinar as pessoas a não desperdiçar o leite e saber utilizá-lo para outras for-mas de alimento”.

produção com boas práticas de higiene. Entre os conteúdos abordados es-

tão: alimentação do animal, qualidade do leite; condições gerais do ordenhador; qualidade da água; controle integrado de pragas; preparo dos alimentos; higie-nização, cocção dos alimentos e resfria-mento; cuidados básicos no preparo de produtos derivados do leite entre outros.

Durante o curso, os participantes produziram diversos subprodutos do lei-te, entre eles o queijo mussarela, queijo tipo minas frescal, requeijão cremoso, io-gurte, “petit suisse”, doce de leite, leite condensado, doce de leite pastoso, doce de leite pastoso com uva, bebida láctea fermentada e patê de ricota.

O instrutor que já atua há 8 anos no Senar, fala que sempre teve paixão por cozinhar e desistiu do curso que se formou, Comércio Exterior, para atuar na área de culinária. Kawakami ministrou o curso pela primeira vez em Guarapuava e diz ter gostado muito da turma e que a dedicação dos participantes facilitou o ensino. “O mais importante é a troca de experiências com a comunidade, apren-demos muito nesses cursos”.

O professor Luigi Chiaro, que ofereceu sua propriedade para realizar o treinamen-to, ajudou a mobilizar a comunidade para fazer a capacitação e conta que ele e sua

Márcio Gomes de Oliveira e Sirlei Valeria Rak

mulher, Rosalinda Chiaro, pretendem trans-formar a Chácara numa espécie de Centro de Formação para ajudar a desenvolver a comunidade local. Chiaro também falou sobre a importância da atuação do Senar nas localidades rurais. “O Senar ajuda não só no desenvolvimento sócio econômico, mas também no humano. E este primeiro curso aqui foi maravilhoso, com certeza al-cançou o objetivo, pois todos já querem se inscrever para o próximo”.

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Senar

As perdas da produção agrícola bra-sileira ocorrem na colheita, trans-porte e, também, se observam pre-

juízos significativos durante o processo de armazenamento. Segundo números da Aprosoja, o Brasil desperdiça cerca de 12,5 % da produção de soja desde a pré-colheita até o transporte longo. Es-timativas que alertam para necessidade de investimentos desde a área de infra-estrutura até profissionalização da mão de obra.

Com intuito de capacitar profissio-nais para realizar a armazenagem e seca-gem dos grãos de forma adequada, sem evitar desperdícios, o curso do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) promove treinamento de Armazenista. Em Guarapuava, o treinamento foi reali-zado nos dias 22 a 26 de janeiro, na Fa-zenda Capão Redondo.

Segundo o instrutor que ministrou a capacitação, Pedro Felipe Kastel, o objetivo é executar com desempenho, qualidade e segurança o armazenamento e conservação de grãos. “Esse curso for-nece informação técnica para aprimorar o serviço dos trabalhadores rurais, do operador das máquinas dos secadores, no setor de classificação ou recebimento do produto dentro de uma unidade”. Ele

comenta sobre a abordagem do curso: “os alunos tem contato com conteúdos desde o recebimento do produto de uma unidade, a pesagem, a coleta de amostra, classificação, pré- limpeza, termometria, enfim todos os ajustes e regulagens”.

O instrutor fala sobre os riscos à pro-dução com uma conservação mal feita.“É muito importante a utilização de técni-cas para manter a qualidade do produto, caso contrário, o secador, por exemplo, pode danificar o produto que vem da lavoura, se não tiver atenção sempre resulta em perdas e prejuízo. Assim, trabalhamos também com os cuidados da fornalha, para buscar a qualidade do produto e também uma eficiência desse equipamento para que tenha uma maior produtividade e uma maior vida útil”.

Kastel destaca a importância do curso na profissionalização da mão de obra para evitar desperdícios e perdas na produção. “Até poucos anos não se tinha tanta preocupação com a quali-ficação da mão de obra que atuava na armazenagem, porque muitos não ti-nham consciência das perdas dentro do processo. Hoje, dados estatísticos

dizem que se perde cerca de 10% da produção. São números maiores do que na lavoura, assim acredito que a partir disso, tenha se aumentado a procura por melhores profissionais capacitados”.

O produtor rural José Ernani Lustosa também está há meses procurando pro-fissionais com experiência em secagem de grãos e destaca a importância da ca-pacitação dos trabalhadores rurais. “Hoje há muita oferta de mão de obra, mas pou-ca qualificada. Não é só no caso de arma-zenagem e secagem”.

Um dos alunos do curso de Armaze-nagem, Matheus de Almeida, já atua na área de armazenamento há quase um ano e acredita que o curso pode abrir portas para sua vida profissional. “. Observei que muitas vezes não fazíamos da melhor for-ma, e agora temos essa informação”.

Outro participante do curso, Marcos de Oliveira Rodrigues, comenta que se interessou pelo curso pelo fato da família ter a intenção de implantar uma unida-de de armazenamento em sua fazenda. “Vim em busca de aprimoramento da propriedade. Aprendi sobre o funciona-mento do aparelho e a conservar melhor o produto dentro do silo. Foi o primeiro curso que fiz do Senar e aprovei”, relatou o produtor Rodrigues.

Demanda no mercado de trabalho

Armazenagem e seca gem de grãos

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Aplicação de agroquímicos e meio ambiente

Segurança alimentar, preservação do meio ambiente e maiores produtivi-dades são alguns dos objetivos que

norteiam o curso “Trabalhador na Aplica-ção de Agrotóxicos - costal manual” ofere-cido pelo Serviço Nacional de Aprendiza-gem Rural (Senar).

Nos dias 16 a 18 de janeiro, o Sin-dicato Rural de Guarapuava em parceria com Senar promoveu uma capacitação de aperfeiçoamento desse curso para traba-lhadores que atuam no setor de aplica-ção de agrotóxicos em eucalipto e pinus da Reflorestadora Schram.

Segundo o instrutor e engenheiro florestal, Daniel Giorno Nascimento a intenção é ensinar como deve se aplicar agroquímicos com pulverizador costal manual de forma precisa e consciente. “O curso faz com que os trabalhadores se conscientizem em relação à seguran-ça e aprendam técnicas para melhorar a aplicação”. Ele também cita algumas das técnicas e conhecimentos que são re-passados durante a capacitação. “Desde questões climáticas, utilização do equi-pamento adequado, tipo de ponta con-dizente a aplicação, conceitos de toxici-dade, manutenção de equipamentos e legislação referente a agrotóxicos, entre outros”.

O instrutor ainda enfatiza que é pre-ciso que tanto o trabalhador quanto o produtor rural se conscientizem de que a aplicação correta tem relação direta com a produtividade, pois assim terá eficiên-cia no controle de pragas e doenças. “A utilização correta vai resultar em uma quantidade menor de agrotóxicos, o que vai acarretar em uma melhor eficiência e qualidade da aplicação”.

O curso ensina o trabalhador a fa-zer aplicação de agroquímicos com o pulverizador costal manual. O conteúdo programático envolve temas como: apre-sentação e manuseio do equipamento; cuidados gerais na pulverização, aquisi-ção de produtos fitossanitários; tríplice lavagem e destinação final de embala-gens de agrotóxicos.

De acordo com Nascimento muitos dos alunos já tinham contato com as téc-

nicas, mas eles ressaltam que a capacita-ção foi muito importante para relembrar os conhecimentos como forma de reci-clagem. “Sempre se aprende algo novo”, afirmam. Valdir dos Santos Lima é um dos trabalhadores mais experientes em apli-cação de agrotóxicos da empresa. Ele atua há 22 anos no ramo, e relata que o curso do Senar foi muito importante para sua profissão. “O curso me ajudou com muita coisa, aprendi bastante foi muito bom”.

A importância do Senar no treina-mento pode ter repercussão até mesmo no controle sanitário que monitora o teor de agrotóxicos em alimentos, realizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária. Além disso, o curso orienta o trabalhador a cuidar do meio ambiente e da própria saúde. Dessa forma, a capaci-tação enfatiza a necessidade do receituá-rio agronômico para que se saiba aplicar a dosagem ideal para cada cultura.

“O produtor fica mais vulnerável aos perigos dos agrotóxicos e com a do-sagem correta a aplicação se torna mais eficiente e com custo menor. Em relação a saúde, muitas vezes o trabalhador não entende os riscos e o funcionamento dos produtos e o curso repassa tudo isso”, co-menta o instrutor.

Nivaldo Ribeiro da Silva, que tam-bém participou do curso, trabalha na área de agrotóxicos na Reflorestadora e co-menta que já fez quatro cursos do Senar. “Sempre aprendo muito, o interessante é que o curso é gratuito e se torna um di-ferencial no currículo, até porque hoje é uma exigência das empresas que se te-nha cada vez mais informação”.

Nivaldo R. da Silva e Valdir Lima

Simulação da preparação do agrotóxico

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SenarCurso de Equideocultura em Guarapuava atraiu participantes de outras regiões do Paraná

a acadêmica da UEL, Elisa C. Weiss, aproveitou as férias para fazer cursos do Senar em Guarapuava e sair mais preparada para o mercado de trabalho.

O Curso de Equideocultura – ferra-geamento e casqueamento em Guarapuava atraiu no mês de ja-

neiro uma aluna de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina (UEL), do município de Mandaguari, nor-te do Estado do Paraná.

A capacitação que aconteceu nos dias 23 a 26 de janeiro reuniu 12 alu-nos, entre eles a acadêmica do último ano de veterinária da UEL, Elisa Couto Weiss, que conta que encontrou no Se-nar Guarapuava uma oportunidade de realizar o curso pelo qual há tempos se interessava.

Ela conta que além de acadêmica, o pai é produtor rural e que tem inten-ção de colocar em prática os conheci-mentos adquiridos tanto na proprieda-de familiar quanto na vida profissional. “Encontrei o curso pela Internet. Na minha cidade, não poderia fazê-lo de-

vido à data e horário agendados, então aproveitei as férias para fazer o curso em Guarapuava. O curso foi exatamente o que eu buscava, valeu muito a pena. Além disso, gostei muito da cidade”.

Elisa relata que possui interesse em atuar na área de animais de grande por-te, e fazer sua especialização com equi-nos e bovinos. “Acho importante o ve-terinário saber para poder orientar, por mais que não seja para aplicar realmen-te a técnica, o profissional precisa saber como funciona”. É o primeiro curso do Senar que a acadêmica realiza e ela elo-gia a atuação do Senar. “O trabalho do Senar e do Sindicato é muito legal e im-portantíssimo, porque sempre aprimora a mão de obra, achei ótimo”.

Os instrutores Paulo Schwab Filho e Juliano Antunes da Silva ministraram o curso de Equideocultura. Schwab co-menta que com a alteração, em 2011,

o curso adquiriu uma característica mais técnica, relacionada a avaliação de aprumos, a conformação a estrutura anatômica no sentido que ele se torna funcional e corrigindo a dificuldade que o cavalo apresenta. Segundo o instrutor, isso passou a ser mais uma atrativo para quem desejava fazer o curso. “Tanto para quem já havia feito o curso, esse novo formato passou atrair pessoas da área técnica, como da própria veteriná-ria. Criadores que não tem o hábito de trabalhar com o casqueamento ou fer-rageamento, mas querem com o curso conhecer o trabalho, saber monitorar e aprimorar e até exigir uma qualidade de mão de obra mais elevada”.

No final da capacitação, o Sindica-to Rural de Guarapuava sorteou brin-des aos participantes, cedidos pelas empresas parceiras da entidade ProBi-cho, Equus e Agropantanal.

a acadêmica da UEL, Elisa C. Weiss, aproveitou as férias para fazer cursos do Senar em Guarapuava e sair mais preparada para o mercado de trabalho.

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Aumento da produtividade no gado de leite

a capacitação promovida pelo Sindicato Rural de Guarapuava e Senar ensinou técnicas de casqueamento na bovinocultura de leite nos dias 28 e 29 de janeiro.

O curso “Trabalhador na Bovinocul-tura de Leite - Casqueamento de bovinos de leite”, realizado na segunda e terça--feira, 28 e 29, foi promovido pelo Sindi-cato Rural de Guarapuava e Serviço Na-cional de Aprendizagem Rural (Senar), no Parque de Exposições Lacerda Werneck, reuniu interessados em aumentar a pro-dutividade leiteira.

O treinamento, ministrado pelo instrutor Itamar Cousseau, ensinou a 14 pessoas, entre produtores e trabalha-dores rurais, técnicos e acadêmicos da área como executar o casqueamento de bovinos de leite prevenindo e corrigindo possíveis anomalias.

O curso, com carga horária de 16 horas, abordou temas como contenção em bretes fixos, móveis e no solo; exa-mes e partes anatômicas do casco, cas-queamento corretivo e pedilúvios para animais entre outros.

Segundo Cousseau, o objetivo é ensi-nar o aluno sobre a importância de se tratar o casco dos animais. “Com frequência ani-

mais na propriedade vão apresentar ano-malias no casco e tal problema que não parece tão sério vai interferir na produ-ção, reprodução e na taxa de descarte da propriedade, então, às vezes, o problema é muito maior do que realmente o produ-tor enxerga”.

Durante a capacitação, o instrutor relaciona problemas de casco com a nu-trição, a genética e o ambiente da criação. “Ensinamos como deve ser o trabalho de correção. Mas eles aprendem além, como técnicas de prevenção como uso de pe-dilúvio, por exemplo”.

O produtor rural e associado do Sindicato Rural, Gilberto Gonçalves Souza comenta que decidiu fazer o curso, pois notou a necessidade de ad-quirir mais conhecimento sobre o tema. “Acredito que não há como um produ-tor que não busca novas informações e capacitação continuar obtendo êxito na produção”.

Souza há 6 anos atua na área de bovinocultura de leite e diz que o treina-mento é muito bom, sobretudo, porque é prático. “A aplicação do curso é ime-diata, saímos daqui já pondo em prática

amanhã, pois ele é bem específico. Com isso, vi como é necessário o cuidado com o casco, sanidade. Além disso, se o casco não vai bem o resto também não”.

O produtor que também é enge-nheiro agrônomo comenta que já reali-zou outros cursos de bovinocultura de leite, o de manejo e inseminação, assim o produtor relata que terminou os cur-sos básicos sobre a atividade. “A Sanida-de, Genética e o Manejo são os tripés da pecuária, nas três áreas o Senar oferece cursos, eles realmente vêm de encontro com a necessidade do produtor. Então a parceria do Sindicato Rural atua como uma forma de assistência técnica ao produtor, pois sem informação o produ-tor não consegue atingir seus objetivos, como aumentar a produtividade”.

Durante o intervalo do curso, na tarde de segunda-feira, foi realizado o sorteio de brindes aos alunos partici-pantes. A entrega foi feita pela gerente do Sindicato Rural e editora da Revista do Produtor Rural, Luciana de Queiro-ga Bren. Os brindes foram oferecidos pelas empresas parceiras da entidade Agroboi e Agropantanal. Itamar Cousseau e Paulo Schwab Filho

alunos do curso de casquemento no chalé do Sindicato Rural no Parque Lacerda Werneck

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SenarEmpreendedorismo rural para detentos do CRAG

Mais do que a função de promover capacitação a família rural, o Ser-viço Nacional de Aprendizagem

Rural e o Sindicato Rural de Guarapuava exercem também um papel social rele-vante ao levar também qualificação a outros setores da sociedade, como aos presos do Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava (CRAG).

Nos dias 04 a 06 de fevereiro, com objetivo de incentivar o espírito empre-endedor rural entre os detentos foi pro-movido o curso “Trabalhador em Turismo Rural – turismo rural e oportunidades de negócios”. A intenção do curso é fazer com que alunos percebam que a ativida-de turística no meio rural pode ser uma oportunidade de negócios.

O instrutor que ministrou a capaci-tação foi José Rivaldo dos Santos, que abordou em 24 horas de curso temas como definição de turismo no meio rural; serviços turísticos; motivos dos desloca-mentos no meio rural; conceito e abran-gência da Política Nacional de Turismo no Meio Rural; benefícios e problemas da atividade de Turismo no meio rural (sociais, culturais, ambientais e econô-micos); análise da situação do mercado turístico da região entre outros.

A pedagoga do CRAG, Maxcimira Car-lota Zolinger falou sobre o regime semia-berto e explicou como funciona o sistema, que nestes casos, prioriza pela capacitação e o aprendizado dos detentos. “A ideia da Secretaria de Justiça é que as prisões se transformem em grandes escolas, e que esse tempo dentro da execução penal seja um momento produtivo, por isso que tra-balhamos muito na formação pedagógica e profissional desse cidadão, nesse contexto temos como um parceiro o Senar”.

Os quinze presos que participaram do curso, de acordo com a pedagoga, a maioria tinha alguma relação com a vida no campo e com agropecuária, e isto foi utilizado como critério de seleção, pois

O curso repassou conhecimentos sobre turismo rural e levou novas visões de empreender na vida para presos do Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava

muitos dos detentos estavam interessa-dos em realizar o curso. “Tivemos que optar por aqueles que já tinham algu-ma atividade profissional voltada para agricultura, ou já possui alguma chácara, pois quem já tem a propriedade terá um incentivo para tirar maior proveito como empreendedor rural”.

O instrutor comenta que a experi-ência de ministrar o curso foi única em sua vida, pela vivência humana e não só profissional que o Senar proporciona. “Foi muito gratificante. A recepção foi interessante porque conseguimos visua-lizar que uma grande maioria dos partici-pantes é de filhos de produtores rurais, inclusive muitos deles puderam refletir sobre as suas propriedades”.

Santos destaca a atuação do Senar em promover os cursos. “A grande im-portância do Senar realizar esse treina-mento é porque ele está oportunizando e olhando para o ser humano e para que haja inclusão social. O Senar está aju-dando o cidadão a se reconciliar com si próprio, e a ver sentido nas coisas e, prin-cipalmente, em prepará-lo para o futuro”.

Maxcimira também fala sobre o pa-pel social da entidade em oferecer capa-citação. “Essa questão social que o Senar desempenha é fundamental, a preocupa-ção com a formação social do cidadão. E os alunos particularmente gostam muito dos cursos, principalmente, do trabalho

realizado pelos instrutores, posso dizer que eles são muito bem selecionados, e têm o diferencial para fazer a pedagogia social, que é olhar o ser humano, trata--lo com dignidade e respeito que é o que todos merecem, e é por meio da via da educação que essa valorização humana acontece”.

O Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava faz parte do sistema peni-tenciário brasileiro e tem capacidade máxima para 320 presos, no momento estão com 310. A pedagoga Maxcimira relata que dentro do regime há incentivo a educação e ao trabalho. “Oferecemos a escola formal, como o ensino médio via Ceebeja, cursos técnicos e também oferecemos 10 vagas para o curso su-perior de Arte e Educação ofertado pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), a intenção é adequar a ne-cessidade de cada aluno”. Em relação ao desenvolvimento profissional, 160 dos 310 detentos atuam nos chamados canteiros de trabalho, que são parcerias com empresas do munícipio que ajudam na reinserção profissional do preso.“Uma das vias da ressocialização é o trabalho, e eles são beneficiados com a redução de pena e o salário para família, isso faz parte dos três pilares do tratamento pe-nal, que são a disciplina, o trabalho e a educação”, explica Maxcimira.

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[Extensões de base do Sindicato Rural de Guarapuava]

Recentes cursos realizados em Candói Os cursos promovidos pelo Sindicato e Senar nos meses de janeiro e fevereiro de 2013

Curso: Segurança no Trabalho - Primeiros SocorrosData: 05 e 06 de fevereiro de 2013Local: Auditório AG TeixeiraInstrutora: Martila Verenka GalvesParceria: AG Teixeira

Curso: Produção artesanal de alimentos – panificação

Data: 25 e 26 de janeiro de 2013Local: Extensão de Base CandóiInstrutor: Sergio Kazuo KawakamiParceria: Agrícola Casa Verde

Curso: Trabalhador na Operação e na Manu-tenção de Colhedoras Automotrizes

Data: 04 e 05 de fevereiro de 2013Local: Sindicato Rural Instrutor: Pedro Felipe Kastel Parceria: Coacan

Curso: Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes

Data: 24 de janeiro de 2013Local: CoamoInstrutor: Domingos Carlos BassoParceria: Coamo

Curso: Trabalhador na Olericultura Básica Data: 04 a 05 de Fevereiro de 2013Local: Sindicato dos Trabalhadores RuraisInstrutora: Karina Calil Caparroz

Curso: Produção Artesanal de Alimentos - conservação de frutas e hortaliças

Data: 23 e 24 de janeiro de 2013Local: Comunidade de Cachoeira Instrutor: Sérgio Kazuo Kawakami

Curso: Trabalhador na Olericultura Básica - Informações Gerais

Data: 06 e 07 de fevereiro de 2013Local: Comunidade Santa MarthaInstrutora: Karina Calil Caparroz

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Curso: Segurança no Trabalho - Primeiros SocorrosData: 05 e 06 de fevereiro de 2013Local: Auditório AG TeixeiraInstrutora: Martila Verenka GalvesParceria: AG Teixeira

Curso: Qualidade de Vida - Família RuralData: 18 de fevereiro de 2013Local: Auditório AG TeixeiraInstrutora: Denise BubniakParceria: AG Teixeira

Senar em Cantagalo

Curso: Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas (tratorista agrícola)

Data: 07 e 08 de fevereiro de 2013Local: Fazenda São Pedro Instrutor: Rubens Gelinski

Curso: Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes - regulagem de colhedoras automotrizes

Data: 15 de fevereiro de 2013Local: Sede Arcan Instrutora: Domingos Carlos BassoParceria: Coamo

Curso: Trabalhador na Olericultura Básica Data: 14 e 15 de fevereiro de 2013Local: Comunidade Rio NovoInstrutora: Karina Calil Caparroz

Curso: De Olho na Qualidade Data: 08 de fevereiro a 05 de abril de

2013Local: Sindicato Rural - Extensão de Base

CandóiInstrutora: Joseane Luzia Granemann

Curso: Qualidade de Vida - Família Rural Data: 19 de fevereiro de 2013Local: Assentamento de Matas do CavernosoInstrutora: Denise BubniakParceria: Cresol

Curso: Segurança no Trabalho - Primeiros SocorrosData: 07 a 08 de fevereiro Local: Auditório AG TeixeiraInstrutora: Martila Verenka GalvesParceria: AG Teixeira

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[Profissionais em Destaque]

CyranoYasbek, representante comercial da Pioneer Sementes

Leonar Trombini, coordenador de mercado - Marketing DuPont

João Fernando Rattie, Supervisor Técnico da Fertilizantes Heringer

João Edilson de Campos, Ágide Meneguette, Presidente da FAEP e Raquel de Fátima dos Santos

Marcelo Mayer, Representante Comercial - Pioneer Sementes

Vinicius Pavoski, Representante comercial - DuPont

Diego Araújo Lemos, Desenvolvimento de Mercado da Bayer CropScience Ponta Grossa

Gustavo Radaelli, analista de desenvolvimento de mercado DuPont

José Augusto Ramos, repre-sentante técnico comercial da Arysta Life Science

Parabéns para Sr. Garcia!

Rogério Modesto, Supervisor Comercial da Fertilizantes Heringer

José Garcia da Luz completou 75 anos no dia 22 de setem-bro de 2012. Ele trabalha há 60 anos com transporte de gado, portanto é figura conhecida entre a comunidade rural, inclusive foi homenageado por essa publicação em dezembro de 2010, na edição 22, p. 86 (O tradicionalismo que mantém famílias), como um dos fundadores do Movimento Tradicionalista Gaúcho do Pa-raná (MTG). Sr. Garcia continua fazendo frete de boi (boaideiro) para todo o País. Orgulhoso, ele fala da família e da profissão de cada um. “Sou casado com Jucilene e tenho quatro filhas - Jane (engenheira química), Nadia (pedagoga), Matilde (pedagoga) e Glaucia (assistente social), mais 9 netos: Davi (dentista), Thiago (médico), Ligia (médica), Herbert (dentista), Emanuela (engenhei-ra de alimentos), Juliana (advogada), André (engenheiro eletrôni-co), Pedro (engenheiro de computação). A pequena Alicia tem 1 aninho”, comemora.

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Nelson Batista de almeida

Pedro Vilso Padilha da Rosa

Brigite Kreuscher Marlene araújo Naiverth

Sandra terezinha Bochnia

Sergio de Moraes Joair Mendes Pereira Junior

[Novos Sócios]

• Walter Stoetzer Junior• L. t. Invest administração e Participações Ltda.• Zeagro Comercial agrícola Ltda.

Confira as fotos das empresas que deram um brinde para os participantes durante cursos.

Emanuele, filha de Juciane eCarlos Eduardo Ribas

Envie sua foto para o E-mail: [email protected]

[EspaçoRuralKids &Teens]

[Entrega de Brindes – Cursos Senar ]

agostinho Liphaus Bartus Marius Voorluys Marcelo Weckl

agroboi Coamig

Galpão do Boiadeiro Pro BichoEquus Caballus

agropantanal

[Produtores em Destaque]

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[Aniversariantes]M

arço

Abr

il 01/04 Josef Siegfrid Winkler02/04 Hermann Weigand03/04 Alaor Sebastião Teixeira03/04 Alfredo Bernardini03/04 Arnaldo Stock Junior03/04 Joair Mendes Pereira Júnior03/04 Josef Pfann Filho03/04 Stefan Buhali04/04 Eduardo Vollweiter04/04 Hermine Leh05/04 Adelaide Ap. Penteado Zanona05/04 Carla Renata Araújo Lustosa05/04 Francisco A. Caldas Serpa05/04 Luiz Carlos Schwarz05/04 Ricardo Marcondes Teixeira06/04 Ana Maria Lopes Ribeiro06/04 Celso Carlos Carollo Silvestri06/04 Luciana Vargas06/04 Roberto Keller06/04 Roberto Korpasch07/04 Carlos Eduardo Martins Ribas07/04 Rafael Majowski08/04 Gunther Gumpl08/04 Paulo Cesar Muzzolon08/04 Roberto Cesar M. de Araujo09/04 Martin Heiser09/04 Nelson Batista de Almeida09/04 Romeu Felchak

01/03 Amantino José de Macedo Taques01/03 Dario Cebulski01/03 Dilceia Maria Araújo Espinola01/03 Eros Milla de Queiroz01/03 Janete Aparecida Honório Sprotte01/03 Josef Zimmermann02/03 Edegar Leh03/03 Alessandro Illich03/03 Carlos Eduardo Rickli03/03 Joana Lopes de Araújo03/03 Teofilo Martin03/03 Valdomiro Kava04/03 Albert Korpasch04/03 Eugenia Paczkowski04/03 Johann Geier04/03 Maria de Jesus Rocha Cordeiro04/03 Nanci Aparecida Martins05/03 Hugo Martinazzo05/03 Jorge dos Santos05/03 Jose Massamitsu Kohatsu05/03 Josef Karl05/03 Marcos Francisco Araújo Martins05/03 Natascha Abt06/03 Herminio Minoru Kaneko06/03 Joceli Vetorassi08/03 Nezio Toledo09/03 Fabio Roberto Lustosa09/03 Luiz Lechackoski09/03 Wienfried Matthias Leh10/03 Diovani Silvestrin10/03 Ines Maria Cleto Pacheco10/03 Wendelin Hering

10/04 Amarilio A. de Oliveira Kruger10/04 Herbert Keller11/04 Ciro Cezar Mendes Araújo11/04 Maria das Graças M. Teixeira11/04 Sidnei Ferreira da Silva12/04 Andreas Milla I12/04 Rozendo Neves12/04 Valdomiro Kaveski13/04 Alberto Tokarski13/04 Guilherme Gonçalves Lustoza Araújo13/04 Guilherme Illich13/04 Ricardo Martins Kaminski13/04 Rodrigo Castelini14/04 Adelcio Granemann Fritz14/04 Onair Rodrigues de Bairros15/04 Anton Annas15/04 Roland Jung15/04 Valdir Antoninho Dezingrini15/04 Wolfgang Mullerleily16/04 Harald Korpasch16/04 Helmut Keller16/04 Helmuth José Seitz17/04 Moyses Kaminski18/04 Anton Fassbinder Júnior18/04 Carlos Bodnar18/04 Edio Sander18/04 Fernando Ruiz Dias Junior18/04 Heinrich Siegmud Stader

11/03 Armando Virmond de Abreu11/03 João Sebastião Stora11/03 Nelson Mugnol12/03 Rafael Dautermaann Berling12/03 Roman Keller13/03 Rodolpho Tavares de J. Botelho14/03 Gabriel Gerster14/03 Gerhard Josef Wilk15/03 Cláudio Marath15/03 João Luiz Schimim16/03 Celia Regina Carollo Silvestri16/03 Graziela Gerster16/03 José Acyr dos Santos16/03 Mathias Zehr17/03 Cláudio Virmond Kiryla17/03 Dario Caldas Serpa17/03 Mail Marques de Azevedo18/03 Adriano Pereira Subira19/03 Dirceu Fabrício19/03 Hermann Josef Scherer19/03 José Amoriti Trinco Ribeiro19/03 Wiliam Rickli Siqueira20/03 Jackson Fassbinder20/03 Lorival Hirt20/03 Neiri Lopes de Almeida20/03 Nelvir de Jesus Gadens21/03 Ana Hertz21/03 Giovane Ivatiuk22/03 Hildegard Abt Roth22/03 Horst Schwarz23/03 Adolf Duhatschek23/03 Erich Scheschowitsch

23/03 Laury Luiz Kunz23/03 Renato Augusto T. de Macedo Cruz23/03 Solange Ribas Cleve23/03 Vanderlei Ramires24/03 Diego Luiz Begnini24/03 Ernest Milla24/03 Helga Reinhofer Illich24/03 João Adalberto Moss24/03 Lincoln Campello24/03 Pedro Konjunski Sobrinho25/03 Anton Keller I25/03 Bruno Reinhofer25/03 Daniela Baitala Polli Losso Kluber25/03 Jose Ewaldo Fagundes Schier25/03 Ladir Zanella25/03 Marielle Martins Marcondes26/03 Rafael Marcondes Trombini27/03 Alex Franz Oster27/03 David Kluber27/03 Erika Hildegard Duch Illich27/03 Evald Zimmermann27/03 Marcos Martins Antonio Thamm27/03 Vaterlo Haeffmer28/03 Adilson Karam Junior28/03 Celso Marcelo Maciel28/03 Odilon Casagrande28/03 Pellisson Kaminski29/03 Milton Luiz Do Prado30/03 Aristeu Vuicik30/03 Francisco Armando Martins Lima30/03 Luiz Carlos Colferai31/03 Jaciel do Valle

18/04 José Szemanski Filho18/04 Morel Lustosa Ribas19/04 Josef Schwemlein20/04 Dalton Cezar Martins Queiroz20/04 Manfred Stefan Spieler20/04 Romancite José Silverio21/04 Carlos Eduardo Ribas de Abreu21/04 José Henrique Cordeiro Lustosa21/04 Leonidas Ferreira Chaves Filho22/04 Garcia de Matos Cardoso22/04 Hermann Karly23/04 Estefano Kich23/04 José Martyn23/04 Paulo Henrique Chaves Klopfleisch23/04 Ralf Karly23/04 Serlei Antonio Denardi23/04 Stefan Gerster Filho23/04 Wilson Carlos Haas24/04 Gunter Reichhardt24/04 Otavio Batista26/04 Sebastião dos Santos27/04 Priscila Zanatta28/04 Huberto José Limberger28/04 Moacir Kenji Aoyagui28/04 Walter Wilk30/04 Acyr Loures Pacheco Filho30/04 Eliton Ferreira Roseira30/04 Jairo Luiz Ramos Neto

Dia de Campo de Verão 2013 – Cooperativa Agrária 06 e 07 de marçoFAPA – Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária - Distrito de Entre RiosGuarapuava - PR www.agraria.com.br / (42) 3625-8035

Expoumuarama 2013 07 a 17 de marçoUmuarama -PRhttp://www.expoumuarama.com.br/site/

Eleições e Assembleia Geral Ordinária (AGO) Sindicato Rural de Guarapuava 27 de março - A partir das 8 horasSindicato Rural de Guarapuava Guarapuava – PR

1º Módulo Programa de Desenvolvimento Florestal Palestra Código Florestal com Mary Silvia Cobra Ferro 24 de abril - 8h30Anfiteatro Sindicato Rural de Guarapuava - PR(42) 3623-1115

Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina - ExpoLondrina201304 a 14 de abrilLondrina –PRhttp://www.expolondrina2013.com.br/

Dia da Mulher Agropecuarista – Stand-up comKim Archetti 20 de março – 14hAnfiteatro Sindicato Rural de Guarapuava Inscrições: (42) 3623-1115Entrada: 1 ovo de Páscoa

Confira a agenda de eventos agropecuários:

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