Revista Quartier

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E D I T O R A SE 7 E Quartier RAFINHA BASTOS Com seu humor ácido ele fala sobre sua maneira de fazer humor e descortina o Comedians 30 ANOS O clássico paulistano Ritz faz aniversário e permanece triunfante como um marco gastronômico HYPADOS Os produtos que você precisa saber que existem pela região (e de preferência ter) SURREAL O ENSAIO DE MODA DE KLAUS MITTELDORF INSPIRADO NAS OBRAS DE MAX ERNST ANO1 EDIÇÃO 1

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Primeira edição da revista Quartier da Editora Se7e

Transcript of Revista Quartier

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E d i t o r a

SE7Equartier

RafinhaBastos

Com seu humor ácido ele fala sobre sua

maneira de fazer humor e descortina o Comedians30 anos

O clássico paulistano Ritz faz aniversário e permanecetriunfante como um marco gastronômico

hypadosOs produtos que você precisa saber que existem pela região (e de preferência ter)

SurrealO enSaiO de mOda de KlauS mitteldOrf inSpiradO naS ObraS de max ernSt

ano 1 edição 1

Page 2: Revista Quartier

Uma seleção dasmelhores viagens do mundo.

Os cruzeiros mais divertidos do mundoDivirta-se nos 3 navios da Disney: Disney Magic, Disney Wonder e o Disney Dream, que será inaugurado em janeiro 2011 e conta com 72% das cabines com varanda além de uma montanha russa a bordo. Cruzeiros de 03, 04 e 07 noites. Saídas de Port Canaveral visitando as mais belas praias do caribe, inclusive a ilha particular Castaway Cay. Dentro dos navios os hóspedes tem todo entretenimento Disney com personagens e serviço exclusivo de rotação de refeições. Sinta a magia Disney no Mar do Caribe.

Hotéis de luxo DisneyHospede-se em um dos 8 hotéis de luxo que a Disney oferece: o Disney´s Animal Kingdom Lodge, o Disney´s Yacht Club Resort, e o Disney´s Grand Floridian Resort & Spa, entre outros. Com acomodações espaçosas, piscinas, maravilhosa gastronomia e detalhes impecáveis que conservam as facetas mais refinadas da tradição Disney, um deles com certeza é ideal para você e sua família. Deixe-se envolver pelos maravilhosos ambientese experimente o máximo em luxo e estilo.

2 0 1 1

PARKS

©DISNEY

Agaxtur. Operadora oficial Disney.

www.agaxtur.com.br SP: Shopping Cidade Jardim • Tel.: 11 3759-7900RJ: Shopping Downtown Barra • Tel.: 21 3505-7000

Tel.: 11 3067-0900SP: Av. Europa, 884 • São Paulo

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Uma seleção dasmelhores viagens do mundo.

Os cruzeiros mais divertidos do mundoDivirta-se nos 3 navios da Disney: Disney Magic, Disney Wonder e o Disney Dream, que será inaugurado em janeiro 2011 e conta com 72% das cabines com varanda além de uma montanha russa a bordo. Cruzeiros de 03, 04 e 07 noites. Saídas de Port Canaveral visitando as mais belas praias do caribe, inclusive a ilha particular Castaway Cay. Dentro dos navios os hóspedes tem todo entretenimento Disney com personagens e serviço exclusivo de rotação de refeições. Sinta a magia Disney no Mar do Caribe.

Hotéis de luxo DisneyHospede-se em um dos 8 hotéis de luxo que a Disney oferece: o Disney´s Animal Kingdom Lodge, o Disney´s Yacht Club Resort, e o Disney´s Grand Floridian Resort & Spa, entre outros. Com acomodações espaçosas, piscinas, maravilhosa gastronomia e detalhes impecáveis que conservam as facetas mais refinadas da tradição Disney, um deles com certeza é ideal para você e sua família. Deixe-se envolver pelos maravilhosos ambientese experimente o máximo em luxo e estilo.

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PARKS

©DISNEY

Agaxtur. Operadora oficial Disney.

www.agaxtur.com.br SP: Shopping Cidade Jardim • Tel.: 11 3759-7900RJ: Shopping Downtown Barra • Tel.: 21 3505-7000

Tel.: 11 3067-0900SP: Av. Europa, 884 • São Paulo

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6 Revista QuaRtieR

O que significa bairro para você, ou melhor, em nossa lin-guagem, Quartier? Quando pensamos em criar esta pu-blicação, logo surgiu um turbilhão de ideias e assun-tos que aqui poderiam ser abordados, como descobertas gastronômicas, lugares transados, grandes eventos, centros culturais, moda, estilo de vida, pessoas que circulam por aqui,

enfim, cantos da cidade que a gente gosta e curte, morando ou não na região.Eu diria que, de certa forma, fomos ambiciosos, não pelo fato de lançarmos uma publicação quando já existem tantas outras, mas por acreditarmos que Quartier tem uma visão ousada sobre o que as pessoas buscam e esperam do bairro onde vivem, trabalham ou frequentam. A começar pelo projeto gráfi-co. Com direção de arte de Douglas Marques e Rafael Costa, designers que trilharam suas carreiras pelas grandes editoras de São Paulo, a Quartier ga-nhou elementos modernos, cores, bossas que caracterizarão cada vez mais os trabalhos que forem desenvolvidos por nossa querida Editora Se7e que nasce, praticamente, junto com esta edição. Também pensamos em um projeto edi-torial que contemplasse a diversidade de assuntos que a região tem, como os mencionados acima. Claro, esse primeiro número ainda não traz tudo o que pretendemos abordar a cada edição, mas acreditamos estar no caminho certo.

Para trilhar este percurso, precisávamos de grandes amigos e parceiros, que cada um trouxe em sua bagagem profissional até aqui, e que nos ajudassem a realizar esse resultado que hoje você, meu caro leitor, tem em mãos. A começar pelo querido jorna-lista Carlos Costa, que brilhantemente emprestou seu talento às revistas como Play-boy e Elle, e que, atualmente, transmite seu conhecimento aos alunos de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. É dele a matéria que comemora os 30 anos do restaurante clássico paulistano Ritz. Para clicar nosso editorial de moda, contamos com o premia-díssimo fotógrafo Klaus Mitteldorf, que usou como pano de fundo o Parque Trianon e a nova Estação Paulista do metrô. Klaus nos deu um grande presente com seu olhar, criatividade e comprometimento. Junto dele se achegou Paulo Ávila, cabeleirei-ro e maquiador que já produziu dezenas de modelos hypadas, e, aos poucos, foram unindo-se a nós outros tantos profissionais que só enobreceram esta primeira edição.

Queremos que São Paulo saia para espairecer em nosso Quartier, que a cidade tenha mais cor e que juntos experimentemos culturas e novas maneiras de olhar o que está a nossa volta.

A NO 1 A geNte NuNcA esquece

Walquiria Botaro [email protected]

CaRta do editoR

Page 7: Revista Quartier

RedaçãoDiretora De reDação

WALQUIRIA BOTARO ([email protected])

Diretores De arte DOUgLAs MARQUes ([email protected])

RAfAeL cOsTA ([email protected])

eDitor especial cARLOs cOsTA

([email protected])

criatiVe retoUcHfURIA

Designers AnDReA gRIMALDI, gABRIeL nIeTO

e MARcO ALMeIDA

Jornalistas AnDReA ROMAnOV, nATháLIA henRIQUe, RenATA DIAs e RODRIgO fAVRe

assistente-execUtiVa TATIAnA AnDRADe

colaboraDores AnDReA PÉcORA, cAMILA BORBA, eDUARDO zAneLATO, ÊnIO cesAR,

fURIA, gUsTAVO MenDes, IgnORe POR fAVOR, JULIAnA BORBA, KLAUs MITTeLDORf, LeAnDRO chIALAsTRI, LeAnDRO TexeIRA, LUIz MAxIMIAnO,

PAULO áVILA, RenATA MAsseTTI e VITORIA BIRgIT

agraDecimentos gRUPO ccR

PublicidadeDiretor comercial

eDUARDO IsOLA([email protected])

execUtiVas De contaALessAnDRA OLIVIeR

heLOá BUenO DOs sAnTOs

para anUnciar LIgUe (11) 2614-4710 / 2613-6140

eMAIL ([email protected])

para se corresponDer com a reDação

([email protected])

gráfica VOx

Quartier é uma publicação trimestral da editora se7e (www.editorase7e.net) - av. paulista 2.006, cj. 1108, bela vista, são paulo (sp),

cep 01310-200 - tel. (11) 2614-4710impressa na Gráfica vox, r. dr. rubens meirelles, 71, são paulo (sp)

Diretor execUtiVoDOUgLAs MARQUes

Diretor comercial eDUARDO IsOLA

Diretor De criação RAfAeL cOsTA

Diretora eDitorialWALQUIRIA BOTARO

E d i t o r a

SE7EE d i t o r a

Revista QuaRtieR 7

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8 Revista QuaRtieR

sumáRio

MANUALAspiracionais: os produtos de nosso Quartier

Ensaio: surrealismo no Trianon e na Estação PaulistaMelhor Aposta: estilo sem neuras

DIVERSÃOMasp: para todos e muito bem frequentado

Z Carniceria: excentricidade e música eclética Cômicos: os atos da peça O Clã das Divorciadas

Lançamento: São Paulo Blues na Livraria Cultura

cONVERSARafinha Bastos

Apelidado de brutamontes do caixa 7, o comediante e apresentador fala sobre

carreira e o Comedians, casa de stand-up que abriu no Baixo Augusta

pERfILJuca de Oliveira

O poeta, artista e dramaturgo revela ainda outrapaixão: sua militância em defesa do meio ambiente

ISTO É cOOLEnquanto isso, em nossas andanças pela região...

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12➥GOURMETOs sabores dos quatro cantos do mundo, do Obá

A caipirinha de priprioca, do Dalva e DitoAs incríveis versões de hambúrgueres, do Prime Burger

Os cupcakes divertidos, da WondercakesPersonalidade: a arte do chef Carlos Ribeiro

Um dos ícones gastronômicos da região comemora 30 anos

cELEbRAçÃO

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K l a u s M i t t e l d o r fS Ã O PA U L O B L U E S

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João Carlos Furia, corintiano, carnívoro, trabalhador e normal, abandonou lápis, papel e pincel... Passou a brincar de tablet, monitor e mouse, pois acredita que só mudou a ferramenta e as mãos ficam mais limpas. Este morador da rua oscar Freire é fã da região, onde consegue estudar violino, assistir a bons filmes, dormir na livraria e estapear-se na academia. observa o ser humano com todas suas variações nas antropológicas calçadas da avenida Paulista - quando pode rabiscar tudo num bloquinho, para que as gerações futuras saibam que estranho era o mundo do vovô.

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ColaboRadoRes

Carlos robErto da Costa, licenciado em filosofia e teologia, é jornalista formado pela Cásper líbero. Mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela ECa- usP, foi diretor de redação das revistas Playboy, Elle e Quatro Rodas. É professor de História da Comunicação e coordenador de ensino no Curso de Jornalismo da Faculdade Cásper líbero. Edita as revistas Getulio, do programa de educação continuada GVlaw, da FGV, e Diálogos&Debates, da Escola Paulista de Magistratura.

o maquiador e hairstylist Paulo ÁVila é gaúcho, tem 38 anos e está em são Paulo desde 1995. Foi assistente do maquiador duda Molinos por dois anos, começou em salões como de la lastra e MG Hair, e, há oito anos, trabalha na agência blZ, de Carlos Carrasco. realiza campanhas de carros, bancos, mas são nos editorias de revistas, como TPM, TRIP, Playboy e VIP, que tem esbanjado seu talento, deixando as mulheres lindas, sensuais e charmosas. Na Quartier ele foi responsável pelo make/hair do editorial de moda.

Nascido em 1953, em são Paulo, Klaus MittEldorF passou

os primeiros anos de sua vida num apartamento na esquina da rua oscar Freire com a rua Padre João Manuel.

arquiteto, cineasta e fotógrafo, trabalhou na alemanha de 1988 a 1996. seus

trabalhos foram publicados em revistas como Vogue, Elle, Playboy, Photo, Zoom e

Graphis. Prêmios importantes: 1o lugar Prêmio Fundação Conrado Wessel de Fotografia (2001); overseas Prize do

Festival internacional de Fotografia de Higashikawa, Japão (2008), pelo livro O Último Grito. realizou 2 exposições

individuais na Pinacoteca do Estado de são Paulo e publicou 9 livros autorais.

seu 10o livro, São Paulo Blues, editora terra Virgem, será lançado na livraria Cultura

do Conjunto Nacional, no próximo dia 26 de janeiro. Klaus vive e trabalha em

são Paulo. klausmitteldorf.com

Com passagens pelo jornal O Estado de S. Paulo e pelas revistas Capricho, OUSE! e G Magazine,

Eduardo ZaNElato escreve sobre variedades e comportamento há mais de uma década

e já colaborou para publicações como Loveteen, Quem Acontece, CARAS, TAM Magazine, Chiques & Famosos e UMA. Paulistano que adora buenos aires

mantém um blog dedicado à cultura pop (http://popaocubo.blogspot.com) desde 2007 e não vive sem televisão nem música. Nesta edição, assina a

entrevista com o polêmico rafinha bastos.

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Rua Haddock Lobo, nº1416 - São Paulo - Tel.: (011) 3897 0666 - www.zuccorestaurante.com.br

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DIVERSIFICADO

PRIMEIRA CHAMADA Conhecido pelo seu ambiente acolhedor e colorido, o Obá reserva uma paleta de aromas

e sabores advinda dos quatro cantos do mundo POR Walquiria Botaro

Que tal fazer uma viagem gastronômica pela tailândia, México, Itália e por algumas regiões do Brasil, sem sair de São Paulo? essa é a proposta do restaurante Obá. Instalado em uma casa co-lorida e aconchegante, aqui os sabores são visitados por meio de uma alquimia de temperos típicos. Nosso ponto de partida é o prato tailandês chu chii pla, peixe assado na folha de bananeira com um toque de creme de coco e curry vermelho acompanhado de arroz jasmim e relish de pepino, carro-chefe da casa. O México é nossa próxima parada, que chega à mesa representado por seus tacos de carnitas, de carne de porco desfiada com salsita e guacamole. Dali, vamos diretamente para a Itália apreciar o penne com asparagi freschi. a massa vem com um delicioso creme de limão siciliano e prosciutto, típico presunto italiano curado a seco, envelhecido e temperado. e quando bate a saudade do gostinho brasileiro, a pedida certa é o picadinho tradicional, servido com delicadas lascas de carne com arroz, feijão e farofa de banana. Durante o almoço o restauran-te oferece ainda o prato do dia, que vem acompanhado de entradinhas especiais, refeição principal e sobremesas que surpreendem diariamente os visitantes. Para os apreciadores não só da boa mesa, mas também de decoração, os sócios Hugo Delgado, Carlos tavares e Diego lopez garimparam, durante algumas de suas viagens, inúmeros adornos que vão desde máscaras de cavalhadas até es-culturas. ainda estão expostas obras da galeria brasiliana, especializada em arte popular do país, à venda no local. / Obá Restaurante | R. Melo Alves, 205 | Tel. (11) 3086-4774

Gourmet➥ d o c e r i a s / / c a f é s / / r e s tau r a n t e s / / Ba r e s / / pa da r i a s

Chu chii pla, prato tailândes, carro-chefe do Obá

DOlCE VItA

Guloseima LúdicaFoi no Reino Unido que os deliciosos cupcakes surgiram. Por lá, sem-pre foram conhecidos como fairy cakes, ou melhor, bolo das fadas, tradicionalmente servido no clás-sico chá das cinco. De acordo com a The Oxford Encyclopedia of Food and Drink in America o nome cup-cake tem um duplo sentido, já que a receita do bolo é medida em cups (xícaras) e assadas nelas mesmas, pela facilidade de cozimento. Essa divertida guloseima ganhou fama em terras nacionais e foi então que as sócias Paula Kenan e a chef Mar-cella Lage criaram a Wondercakes. Preocupadas em desenvolver sa-bores originais e que caíssem no gosto dos brasileiros, as proprietá-rias afirmam que “o diferencial de seus bolinhos está na escolha dos ingredientes, como o chocolate belga com teor 70% de cacau e no uso de apenas frutas frescas e de época”. Os cupcakes podem ser comprados ou degustados na pró-pria loja ou então levados para casa em caixinhas especiais. / WondercakesR. Augusta, 2.542 – Loja 1Tel. (11) 3063-1209

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VERSÕES A GOSTO POINt BURGUER

SãO PelaS surpreendentes variações de hambúrgueres que o General Prime Bur-ger tem se tornado na região o point dos apreciadores desse sanduíche. Há as versões de cordeiro temperado com hortelã, servido no pão de hambúrguer tradicional; de picanha recheado com mussarela de búfala, empanado e crocante, com folhas de rúcula e tomate, servido no ciabatta. Para os vegetarianos, de feijão fradinho, arroz branco, abobrinha, shimeji, shitake, champignon, cebola, pimentão, espinafre e salsinha, servido no pão tra-dicional. Para fechar com chave de ouro, dentre os carros-chefes da casa está o hambúr-guer de salmão defumado com cream cheese, lemon pepper, alface frisee, molho de raiz forte e limão, no pão ciabatta redondo. Para saborear toda essa diversidade gastronômica, foi em Nova York que o arquiteto Otávio de Sanctis buscou inspiração para garantir ao ambiente do Prime, amplitude e modernidade. a casa conta com um terraço que per-mite refeições ao ar livre, em meio a um charmoso jardim de ervas rústicas, planejado pela paisagista Daniela Sedo. Por ser instalado na Oscar Freire, o estabelecimento quis acompanhar todo o estilo fashionista que a rua transpira e, por isso, teve os uniformes de seus funcionários repaginados pela jornalista e consultora de moda Regina Guerreiro. De acordo com Paulo Kress, sócio da rede, “o General Prime Burger quis trazer para a região o conceito de ‘prime’, juntando um time de primeira para conceber um projeto diferenciado e com novos ares”. / General Prime Burger | R. Oscar Freire, 450 | Tel. (11) 3060-3334

O barmen Maurício Quadros, do restaurante Dalva e Dito, desenvolveu um drinque pra lá de refrescante: a caipirinha priprioca. Encontrada somente na casa, inaugurada há um pou-co mais de um ano, a bebida leva cachaça, maracujá, limão-cravo, hortelã e a típica raiz da amazônia, priprioca, que dá origem ao nome do drinque. O restaurante, do chef alex ata-la, é de comida típica brasileira e traz pratos inspirados nos livros de receitas das mães, avós, tias e sogras. / Dalva e Dito | R. Padre João Manuel, 1.115 | Tel. (11) 3068-4444

FRESh

Para Bebericar

Unanimidadea salada fattouch do restaurante arábia é a mais pedida em todas as unidades dessa rede de cozinha libanesa. À primeira vista, o prato que leva essência e sementes de romã, tomate, pepino e rabanete, parece comum aos olhos de quem ainda não provou essa iguaria. Mas o segredo da chef Leila Kuczynski está no summac - pó avermelhado e ácido extraído das frutas da planta sumagre –, e também no zahtar – tempero granulado de sabor pican-te e salgado, composto por gerge-lim, coentro, orégano, manjerona, sal refinado, colorífico e acidulante ácido cítrico. Refrescante e exóti-ca, a fattouch é servida ainda com pão árabe frito ou torrado. ao final da refeição, o aromático e digestivo chá quente de hortelã substitui, de uma forma mais saudável, o tradi-cional cafezinho. / Restaurante Arábia | R. Haddock Lobo, 1.397 | Tel. (11) 3061-2203

IGUARIA EXótICA

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VEDETE DO bAIRROeSQueça tudo o que você conhece sobre o conceito de padaria. aqui, na Bella Paulista, o cafezinho e o pão francês passam a ser meros coadjuvantes, já que a variedade de produtos não passa despercebida. Sempre movimentada, a padaria, que funciona 24 horas, começa o dia oferecendo um estupendo café da manhã com frutas selecionadas, ovos mexidos, pães diversos, inclusive os recheados - como o de calabresa -, bolos caseiros, além de iogurtes, chás e waffles. Se estiver precisando de uma boa injeção de ânimo logo cedo, prove o café expresso com leite vaporizado, doce de leite, paçoca, pó de guaraná e ginseng, uma verdadeira explo-são de energia. Já no horário do almoço, o local, que conta com aconchegantes sofás confe-rindo uma refeição com mais conforto, abre espaço para um bufê com mais de 50 itens, entre saladas, carnes, peixes, massas e risotos. após o almoço ou até mesmo durante um passeio nas tardes quentes de verão, faça um pit stop na gelateria que dá acesso tanto para quem está no interior da padaria quanto aos passantes da rua. Bancos de madeira recebem os visitantes ávidos por um momento de relax. além disso tudo, a casa de pães oferece queijos nacionais e importados, lanches, pizzas, hort-fruit, adega de vinho e uma centena de doces, a começar pelo brownie, receita exclusiva que faz gente grande lamber os dedos. / Bella Paulista Casa de Pães | R. Haddock Lobo, 354 | Tel. (11) 3214-3347 POR Nathália Henrique

BOêmIA

Para quem está criando o hábito de tomar vinhos, opte pelos frutados e menos encorpados, mais fáceis de beber. Antonio Aurimar de Castro, gerente do Baretto

8 milcAFés esPRessOs

sãO TiRAdOs,

POR Mês, sOMenTe

nO sAnTO GRãO

dA OscAR FReiRe.

Gourmet

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Receita de famíliaO ambiente de bom gosto, com paisa-gismo elegante e luzes indiretas, com a suave música do piano de cauda ao fundo, completa o cenário agradável da pizzaria veridiana. O cardápio conta com mais de 30 tipos de coberturas de pizzas, mas é a Do Nonno, com rúcula, tomates assados na brasa e temperados com alcaparras, alho e especiarias sobre camada de mus-sarela, que conta um pouco sobre as raízes da casa. Roberto Loscalzo, sócio-fundador, é o primeiro pizzaiolo da família e criou a redonda em home-nagem ao avô, que adorava tomates no sol ou na chapa de ferro - preparação comum na itália -, acompanhados de pão. / Pizzaria Veridiana | R. Maria José Lisboa, 493 | Tel. (11) 3559-9151

REDONDA

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8 milcAFés esPRessOs

sãO TiRAdOs,

POR Mês, sOMenTe

nO sAnTO GRãO

dA OscAR FReiRe.

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Gourmet PERsONaLiDaDE

O Pé DO FOGãO era praticamente o lugar preferido da infância do paraibano Carlos Ribeiro, 51, onde ficava a observar o que seus pais estavam a preparar. aos 12 anos, se atreveu, pela primeira vez e de forma bem sucedida, a fazer um arroz indiano que aprendeu assistindo às dicas da Ofélia, uma das primeiras culinaristas da tV brasileira, nos anos de 1960. ainda em João Pessoa, Carlos come-çou sua trajetória rumo à carreira de chef. Realizou cursos breves, leu muitos livros e tornou-se um grande observador. No decorrer dos anos, pegou gosto pela gastronomia contemporânea, e por meio de autores como Néstor García Canclini, antropólogo argentino, e Renato Ortiz, sociólogo, passou a refletir sobre a conversão das culinárias existentes no mundo. “é gratificante mostrar que a co-zinha se faz com cultura, com diferenças e semelhanças entre os povos, e muito estudo das raízes e heranças culturais”, diz Ribeiro.

em meio a essa miscelânea, pôde levar um pouco da cozinha brasileira para outros países, como espanha, Porto Rico e Japão, onde foi professor visitante e palestrante. em sua opinião, a culinária do Brasil se difere das demais por ser muito vasta e rica, devido à miscelânea de etnias que o país sofreu. e é no restaurante Na Cozinha, um espaço gastronômico despretensioso, mas com pratos e sabores ambiciosos, que o chef exerce seu delicioso ofício. aqui, a cozinha brasileira é fantástica e pode ser apreciada a qualquer horário, dia ou noite. Para Carlos, cozinhar é uma mistura de dom, amor e talento, com boas doses de dedicação. O prato que o chef chama de seu é o Mexidinho da Paraíba, uma combinação incrível de carne suína, cachaça e manteiga de garrafa. e, se fosse para definir em uma única frase a paixão que Ribeiro nutre pela gastronomia, seria: “Cozinhar todos os dias, não só para alimentar as pessoas, mas para ter o prazer em vê-las felizes”. / Na Cozinha | R. Haddock Lobo, 955 | Tel. (11) 3063-5377

OFÍCIO SAbOROSO POR Walquiria Botaro FOTO Ênio Cesar

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Hambúrguer de Gorgonzola

com onion rings e bolinhos de arroz:

“Deus está nos detalhes”

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CelebRação

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➥O Ritz

faz 30 anOs

Um bom motivo para comemorar, nUma cidade em

qUe a perenidade é exceção

POR Carlos Costa fOtOs Ênio Cesar

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ode até parecer lugar comum, mas São Paulo tem o forte lado autofágico da cidade que se destrói para construir coisas novas. Ou, como dizia Caetano, “a força da grana que ergue e destrói coisas belas”. Ao contrário de outras grandes capitais do mundo, em que entra ano, sai ano, alguns restaurantes continuam no mesmo lugar, com a mesma equipe de cozinheiros e garçons, em São Paulo são poucos os lugares que ganham a força da perma-nência. Nem estou pensando no El Botín, fundado em Madri, em 1725, como uma casa de comidas, e é hoje considerado o mais antigo restaurante de que se tem notícia. Mas 30 anos é um bom começo...

Quando encontro amigos dos velhos tempos, a conversa qua-se sempre se torna saudosa, se o assunto é restaurante: como não lembrar do velho Kakuk, ali no começo da Alameda Glete? O lu-gar tinha nobreza de origem, criado pelos mesmos donos do Bar Brahma. Alguns de seus cozinheiros e garçons tinham vindo a bordo do Windhuk, o navio que deu origem a outro restaurante alemão, que ainda hoje se mantém com força em Moema, na Ala-meda dos Arapanés, 1.400. O Kakuk tinha uma série de “cabines” privativas, forradas de madeira escura, isolando as mesas em que se degustava a farta comida alemã e o chope bem tirado.

Uma noite, há poucos anos, ao passar pela Rua Gabriel dos Santos, em Higienópolis, levei outro susto: no lugar do casarão que abrigara por décadas o Elio, restaurante italiano onde comemora-ra aniversários em família e anúncios de noivado de meus filhos, havia uma placa da “Demolidora Diez”. Mais um dos marcos gas-tronômicos da cidade iria dar lugar a um prédio de apartamentos.

Por isso, é uma boa notícia a de que o Ritz irá completar trinta anos neste 2011, naquele mesmo cantinho da Alameda Franca, 1.088. E, hoje, os jovens garçons exibem, nas costas da camiseta, a frase “Desde 1981”. O Ritz resiste e, com o tempo, não perdeu o encanto. Pelo contrário, é hoje um clássico paulistano, pela simpli-cidade de sua proposta.

O bar e restaurante começou como uma alternativa do Bar San-duíche, que ocupava a esquina da Rua Oscar Freire com a Rua Bela Cintra. Sempre foi comandado por um grupo de sócios. No começo eram Maria Helena e Arthur Guimarães, com Guaracy Mirgalo-wska, mulher notável e musa de publishers e pintores. A casa, inspi-rada em um bar londrino, foi desenhada pelo artista Wesley Duke Lee. A porta giratória vermelha ficou como uma de suas marcas. A decoração, mesmo utilizando cores fortes, como o vermelho da porta de entrada, e misturando mármore com madeira e espelhos,

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CelebRação

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CelebRação

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criava um espaço confortável e descontraído, ao contrário do que era o gosto de São Paulo na época, com os barroquismos dos en-dereços comandados por outra trinca famosa naqueles tempos, o Zé Victor Oliva, Giancarlo Bolla e Gugu di Pace. O ambiente do Ritz, ao contrário, ia na contramão com sua simplicidade, lem-brando os cafés europeus, com os ventiladores refrescando o local, a bancada de mármore, espelhos rebaixados e o mezzazino ao fundo.

Em pouco tempo, o lugar se tornou point das pessoas que acon-teciam na cidade, de Caetano Veloso a Rita Lee, de Vânia Toledo a Ruy Castro, estilistas e jornalistas, modelos e a turma antenada. Depois vieram Adriana Galisteu, Ciro Gomes e Patrícia Pilar. Muitas das pautas ou contratações da revista Playboy, nos tempos de seu grande diretor e criador Mario Escobar de Andrade, foram decididas ali, enquanto se provavam a famosa torta de frango com salada ou o hambúrguer de gorgonzola, um clássico da casa, com dois acompanhamentos: fritas e onion rings, sempre a mesma co-manda do criativo Mario. Ele comentava que a simplicidade dos pratos tinha a distinção das coisas bem feitas, relembrando a má-xima modernista de “Deus está nos detalhes”.

A vida seguiu em frente: Sergio Kalil, Lygia Lopes e Otavio Hor-ta entraram na sociedade nos anos de 1990. Quatro anos depois, Ser-gio Kalil, Maria Helena Guimarães, Lygia Lopes e José Guilherme Meirelles inauguraram outro restaurante, o Spot, na Alameda Mi-nistro Rocha Azevedo, 72, numa pracinha com fonte rodeadas pelo conjunto de prédios a meia quadra da Paulista. Como por osmose, o Spot também se tornou outro point da cidade, com filas quase todas as noites, espraiando-se pelos bancos contíguos pracinha adentro. Publicitários, artistas, modelos e jornalistas são vistos nas anima-das noites do restaurante. No horário do almoço, é frequentado por executivos da região, por juízes e advogados, dada a proximidade do fórum da Justiça Federal, em busca de ambiente descontraído e uma pausa para uma seção de networking ou lobby. Além de um cardápio sempre fiel à proposta da simplicidade do “bem feito”, o ar descom-plicado dos jovens garçons, em sua maioria estudantes universitários.

Mas voltemos ao Ritz. Alguns de seus pratos sempre prepara-dos no capricho são a salada do chef, penne mediterrâneo e a truta com amêndoas e aspargos. Outro belo prato é o linguine com ca-marão e abobrinha, numa combinação feliz e equilibrada, como a dos outros pratos dos restaurantes tocados pelos sócios liderados por Sergio Kalil e Maria Helena Guimarães.

Nos fins de semana a casa fica lotada, com gente interessante, conversas em francês ou inglês rolando nas mesas ao lado. Sempre um bom pretexto para quem quer praticar o networking enquanto saboreia um bom hambúrguer. Há quem vá para pedir, como Má-rio de Andrade, sempre os mesmos pratos, como a torta de frango em sua terrina que sai quente do forno, ou bife à milanesa ou o penne mediterrâneo. Na sobremesa, o destaque pode ser um combinado de frutas da estação com creme de baunilha ou a torta de maçã servida quente com sorvete de creme. Para as noites de verão uma boa indi-cação é a frozen marguerita, especialidade entre os drinques. De en-trada, os bolinhos de arroz, sequinhos e bem recheados, são a pedida.

O Ritz fica em nosso Quartier, na Alameda Franca, 1.088, te-lefone (11) 3062-5830.

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P

Rafinha Bastos faz sucesso na inteRnet, nos palcos e na televisão gRaças ao seu jeito polêmico de seR

Por Eduardo Zanelato fotos Ênio Cesar Creative retouCh Furia

Pioneiro no uso da internet para se promover, expoente do stand-up no país, apre-sentador dos programas CQC e A Liga (Band), e fenômeno no Twitter (são mais de 1,4 milhão de seguidores), Rafinha Bastos, gaúcho radicado em São Paulo, não tem papas na língua nem deseja que todos o adorem. “Minha comédia sempre foi sarcástica, agressiva, nunca foi a coisa da balada, da galera, da curtição”, diz. “No dia em que me censurar, eu paro! As pessoas gostam do meu trabalho porque sou assim”. Conhecido pelo apelido de brutamontes do caixa 7 quando ainda trabalhava em um supermercado de Porto Alegre, o jornalista e comediante de 34 anos não leva a sério o status de galã. “Qualquer um que está na televisão é bonitão: o Tiririca, o Tom Cavalcante. A visibilidade tem um aspecto sensual, o que é uma bobagem absurda”, diverte-se. Com a carreira consolidada, ele acaba de gravar seu primeiro DVD, A Arte do Insulto, que será lançado em 2011, e se associou ao colega Danilo Gentili e ao empresário Ítalo Gusso para abrir um bar dedicado ao humor, o Comedians. Além de receber outros talentos, o espaço no Baixo Augusta serve de labo-ratório para o dono. “É ótimo ter um lugar para me apresentar quando quiser, falar o que quero, testar material e poder evoluir”. Rafinha abriu as portas da sua casa de comédia e nos recebeu para responder algumas perguntas, outras ficarão para um próximo bate-papo.

ame-o oudeiXe-o

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CONveRsa

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24 Revista QuaRtieR

CONveRsa

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Como descobriu seu talento para o humor?Na verdade não sabia se tinha talento. Queria fazer humor, fui tentando e, graças ao sucesso do meu trabalho, consegui mi-grar do jornalismo para a comédia.

Você sempre quis ser artista?Nunca tive vontade em ser artista. É uma consequência do sucesso. Queria ser co-mediante e poder pagar as contas fazendo o que gostava. As pessoas acham que os comediantes devem ser engraçados o tempo todo. Como lida com isso?Não me sinto pressionado por isso. Sou pro-fissional da comédia, não palhaço. Só faço questão de brilhar no palco, na televisão. De que maneira a formação em jornalismo o ajuda como humorista? O jornalista aprende a ficar atento ao que acontece, a descrever ambientes, situações, e isso migrou para comédia porque eu tra-to do cotidiano. A faculdade também me ajudou na redação – escrevo tudo o que levo para o palco.

O que tem a dizer para quem o considera mal-humorado, antipático ou grosseiro? Não espero que todo mundo me ame. Não gosta de mim? Continue não gostando, mas não encha meu saco também. Seus colegas do CQC pegam no seu pé por você ser o mais popu-lar e comandar outro programa?O mais popular? Longe disso. O Marco Luque é superpopular, as pessoas o param de 5 em 5 minutos quando ele sai na rua. Comigo não é assim. Mas é considerado o mais influente no Twitter...Eu, por exemplo, acho o Rafael Cortez um dos mais engraçados do CQC, mas não o sigo no Twitter. Ranking é uma coi-sa meio complicada, não dá para confiar. Nem em ibope dá para confiar.

Eu e o Danilo fomos para os Estados Uni-dos este ano e ficamos maravilhados com a coisa do comedy club americano. A gente já passou por muita dificuldade para se apre-sentar em diferentes lugares e achamos que São Paulo precisava de um local assim. O que está achando da experiência como empresário da noite?Ainda estou começando, tenho muito que aprender, mas me orgulho de as coisas es-tarem dando certo. Por que o Baixo Augusta foi escolhido para abrigar a casa?É uma região jovem, que está crescendo e de fácil acesso. Queríamos que fosse um lugar bom e surgiu esse espaço. Então, foi meio sorte também. E você costuma frequentar a região?Eu morei na Frei Caneca de 2006 a 2009, e co-nheço a região desde que cheguei a São Paulo.

Quais são seus locais favoritos?Eu vou ao Café Caravaggio, no meio da Frei Caneca, e frequento o próprio shop-ping. Gosto bastante da região. Que conselho daria para quem se espelha em você e quer tentar a sorte no meio artístico?Não faça isso, não perca tempo comigo, vai se espelhar no Rodrigo Santoro. Siga outra opção que dê mais dinheiro. Procure um exemplo melhor...Procure um exemplo melhor. Excelente essa frase!

Não rola uma sacaneada por causa dessa sua popularidade?Nunca rolou! Um não vive a vida do ou-tro. Eu adoro todos, mas a maioria não faz parte do meu dia a dia, eu não faço parte do dia a dia deles, e pensando bem, acho bom que fique assim.

O que o diferencia de outros humoristas de sua geração?Minha característica é não ter censura, gosto de falar de temas que ninguém toca, que não seriam motivos para comédia. Não sei se isso me diferencia, mas as pes-soas me conhecem por isso. Quem você admira?O Fabio Porchat, no Rio, Danilo Gentili, Marcelo Mansfield, que é meu padrinho nessa história, a Marcela Leal, que é uma grande colega, e o Oscar Filho, em Sam-pa. A galera que começou a fazer o Clube da Comédia tem um bom material, você pode confiar em qualquer um.

Você tem vontade de fazer outros trabalhos como ator que não estejam ligados ao humor?Agora não é o momento. Não sei até que ponto as pessoas conseguiriam desvincu-lar a figura que já conhecem de um per-sonagem. Adoraria fazer, mas é algo que deve ser pensado com calma. Você costuma se assistir?Não! É um processo muito doloroso para mim. Tenho uma autocrítica muito grande, sofro com o conteúdo que estou apresen-tando, quero que seja o melhor! O público pode gostar, mas não é suficiente. Acho uma masturbação maluca ficar se olhando.

Como surgiu a ideia deabrir um clube de comédia?

MiNha CaRaCteRístiCa é não ter censura, gosto de falar de temas que ninguém toca

/ Comedians Comedy Club | R. Augusta, 1.129 | Tel. (11) 2615-1129

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Page 26: Revista Quartier

SandáliaS MeliSSa

Galeria MelissaR$ 90 (cada)

Manual➥M o da & ac e s s ó r i o s / / c a s a & d e c o r aç ão / / B e M -v i v e r

soho brasileiroDespojados, úteis e fúteis. Tem de tudo no elegante Quartier, basta estar aberto para

excelentes descobertas que... Voilà POR Nathália Henrique e Walquiria Botaro

Escolha

do editor❦

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26 ReVista QuaRtieR

Page 27: Revista Quartier

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ReVista QuaRtieR 27

Page 28: Revista Quartier

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28 ReVista QuaRtieR

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Page 29: Revista Quartier

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ReVista QuaRtieR 29

Page 30: Revista Quartier

poesia futurista

Por Klaus Mitteldorf

30 Revista QuaRtieR

Manual ensaio

Page 31: Revista Quartier

Vestido, brincos e

braceletes, NeoN

Page 32: Revista Quartier

colete, bermuda e sapatos, João PimeNta

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Page 33: Revista Quartier

Óculos, body e pulseiras, NeoNsapatos, ChristiaN LouboutiN

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Page 34: Revista Quartier

body armaduras, samueL CirNaNsCkpanties, Ligia&NaNibrincos, CLaudia marisguia

Vestido Vermelho com branco, samueL CirNaNsCkbrincos, Lázara desigNbraceletes, NeoNterço, Lázara desigN

34 Revista QuaRtieR

Page 35: Revista Quartier

body branco, Ligia&NaNisaia, amaPôcinto, b&sbrincos, CLaudia marisguiapulseiras, LiNo ViLLaVeNtura

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Page 36: Revista Quartier

calça, NeoN

tênis, reserVa

Page 37: Revista Quartier

body e panties, Ligia&NaNybraceletes, NeoN sandálias, samueL CirNaNsCk

maiô tomara-que-caia, skinbikinimeia, LiNo ViLLaVeNturabrincos, NeoNbracelete, maria doLoressandálias, ViVieNNe WestWood Para meLissa

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Page 38: Revista Quartier

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Page 39: Revista Quartier

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Page 40: Revista Quartier

PRodução de moda: JULIANA E CAMILA BORBA BY SISTAMODÉ

Beleza: PAULO ÁvILA E LEANDRO ChIALASTRI

PRodução executiva: RENATA MASSETTI

assistentes de fotogRafia: LEANDRO TExEIRA E GUSTAvO MENDES

agRadecimento: LINhA AMARELA DO METRô (GRUPO CCR)

40 Revista QuaRtieR

Page 41: Revista Quartier

siMBiose urBaNaAssumi são PAulo definitivAmente.

não dá mais para resistir ao mundo surreal que nós mesmos criamos e nunca conseguimos admitir. Hoje, tenho certeza que

moramos na metrópole do futuro: um caos urbano cada vez mais atraente e inspirador, que cresce vorazmente ao nosso redor... neste editorial, eu quis explorar esta nova cara de são Paulo, futurista e andrógina, que vive de contrastes e contradições.

Para ressaltar esses valores, escolhi como cenários o Parque trianon, com sua mata atlântica milenar, e a nova estação Paulista do metrô.

deles, surgiram personagens irreverentes e decididos, que deram forma e conteúdo à moda apresentada neste ensaio.

Como referência para a produção de moda e o styling dos cabelos, usamos as obras surrealistas de max ernst, um dos meus ídolos.

nos anos de 1950, ainda garoto, aos domingos, eu costumava ir com meu avô ao Parque trianon. lembro-me muito bem como aquela

selva em meio a cidade me impressionava. Havia macacos e bichos-preguiça nas árvores e, na saída para a Avenida Paulista,

ficava uma fila de charretes, aguardando por um passeio pela avenida.esses pequenos detalhes podem ter mudado,

mas o parque permanece lá, verde e luminoso. e mesmo após tanto tempo, ele segue me inspirando.

KlAus mitteldorf

Klaus, na Paulista, realizando o editorial inspirado nas obras de Max Ernst e, ainda criança, em 1954, no jardim da casa dos avós na Rua Peixoto Gomide

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Page 42: Revista Quartier

Com a chegada do verão os tecidos ficam mais leves, e as cores vibrantes se revezam com as mais sóbrias e clássicas. Aproveite a estação mais quente do ano para investir em looks estilosos e confortáveis.Por Vitoria Birgit

ElaPernas de fora têm tudo a ver com o verão. Se usado com os acessórios certos, o pretinho deixa de ser básico para ganhar mais charme e bossa. Com ombros e cinturas sinalizados, o vestido chama a atenção para o tronco, afinando instantaneamente a silhueta. Tanto as mais magrinhas quanto as curvilíneas podem, e devem, usar o modelo. Óculos de sol, anéis e brincos fazem parte do time de comple-mentos que conferem atitude e versatilidade ao visual. o tropicalismo vem na combinação da bolsa tipo sacola de tricô e do lenço flo-ral, que pode ser usado amarrado na bolsa, no pescoço ou no cabelo. Para arrematar, uma sandália rasteira. Mais conforto, impossível!

EleEstilo e praticidade são as palavras de or-dem desta estação. o jeans, hoje e sem-pre, é aposta certa. A peça cumpre a pro-posta despojada na cidade, na praia ou no campo. Aproveite para investir nas lavagens mais claras, que esquentam menos e têm aquele ar mais clean. o toque moderno vem com a pegada 80’s dos ócu-los Wayfarer, e com a cami-sa xadrez de linho, que pode ser usada aberta, acompa-nhando uma t-shirt básica, ou fechada em versão solo. Nos pés, conforto absolu-to. o tênis de lona faz jus ao posto. o relógio cromado complementa e leva um ar de sobriedade à produção.

TEMPORADA HOT

42 Revista ConviveR

Manual MElhor APoSTA

Calça JeansDiesel

BrinCo de pérola

Morana

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Com elastanoCalvin Klein

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accessorize

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Maria Bonita

➥sandÁlia de Couro

arezzo

Camisa de linho

Gant

ÓCulos Wayfarer

Raybanpara Ótica Dax

tênis riVa lona

Couro peixeosklen

relÓgio de metalversace para

Joalheria Buirette

Page 43: Revista Quartier

onde eSTÁ

Manual / ComprasAdriana Barra Tel. (11) 2925-2300Blanc Brinquedos Tel. (11) 3545-4848Carmin Tel. (11) 3062-8543Casa Granado Tel. (11) 3061-0891Chilli Beans Tel. (11) 3129-8569Coletivo Amor de Madre Tel. (11) 3061-9384Espaço Santa Helena Tel. (11) 3087-5890Galeria Melissa Tel. (11) 3083-3612H.Stern Tel. (11) 3068-8082Hering Tel. (11) 3284-5197Livraria Saraiva Tel. (11) 3082-9415Lojas Americanas Tel. (11) 3082-5078MiCasa Tel. (11) 3088-1238Osklen Tel. (11) 3083-7977Ótica Sella Tel. (11) 3083-4855Pilão Tel. (11) 3289-2766PulePuxe Tel. (11) 2507-2263Quiosque Oi Tel. (11) 3266-3367Relojoaria Nova Pamplona Tel. (11) 3283-4627

Renner Tel. (11) 2102-6800Rimowa Tel. (11) 3062-0226Sala Tel. (11) 3081-3184Scandinavia Designs Tel. (11) 3081-5158Spicy Tel. (11) 3062-8377TNG Tel. (11) 3083-7350Tommy Hilfiger Tel. (11) 3063-0499Vivara Tel. (11) 3085-3887

Manual / EnsaioAmapô Tel. (11) 3063-4206B&S Tel. (31) 3378-8696 Christian Louboutin Tel. (11) 3032-0233Claudia Marisguia Tel. (31) 3281-9455Galeria Melissa Tel. (11) 3083-3612João Pimenta Tel. (11) 3034-2415Lázara Design Tel. (31) 3488-6889Ligia&Nanny Tel. (11) 3088-1346Lino Villaventura Tel. (11) 3083-5937Maria Dolores Tel. (41) 3026-1302Neon Tel. (11) 3666-2909Reserva Tel. (11) 3032-8722Samuel Cirnasck Tel. (11) 3891-1733Skinbikini Tel. (11) 3063-4206

Manual / Melhor ApostaAccessorize Tel. (11) 3061-5136Arezzo Tel. (11) 3081-4929Calvin Klein Tel. (11) 3817-5702 Diesel Tel. (11) 3081-7500Gant Tel. (11) 3083-3574 Joalheria Buirette Tel. (11) 3081-5689 Maria Bonita Tel. (11) 3062-6433Momussk Jewellery Tel. (11) 3146-5900Morana Tel. (11) 3253-7292Osklen Tel. (11) 3083-7977Ótica Dax Tel. (11) 3062-4130

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Page 44: Revista Quartier

Diversão➥ E x p o s i ç õ E s / / C a s a s N o t u r Na s / / t E at ro s / / s h ow s / / E v E N t o s

PARA TODOS

MASP eM verSãoConteMPorâneAO museu tem se aprimorado para atrair cada vez mais públicos de interesses diferentes POR Walquiria Botaro

“Bacante Adormecida” (1833) obra do escultor Valério Villareale,

durante exposição Deuses e Madonas - A Arte do Sagrado

No auge dos seus 63 anos, o Museu de arte de são Paulo (Masp), um dos cartões-postais da cidade, idealizado por assis Chateaubriand, empresário e jornalista, e Pietro Maria Bardi, jornalista e crítico de arte italiano, tem atraído cada vez mais a atenção do público brasileiro e estrangeiro com suas exposições e mostras diversificadas. aqui, em seus 11.000 metros quadra-dos divididos em 5 pavimentos, há espaço para todos os tipos de arte, como gravuras, fotografias, desenhos, arqueologia, tapeça-ria e artes decorativas europeias, pinturas, entre outras atrações. Na cidade de são Paulo, que abriga uma etnia singular, cabe um olhar especial para todo o acervo que o Masp tem, e é isso que José

Roberto Teixeira Coelho, curador nomeado em 2006 pela direto-ria do museu, tem feito. ao promover um recorte inédito no acervo que antes estava dividido somente por obras clássicas, Teixeira criou novos públicos por meio de exposições contemporâneas. Pegou mais de 300 peças e fez uma releitura por temas, dando origem a uma nova estrutura de exposições, como Olhar e Ser Visto; A Arte do Mito; e Romantismo: a arte do entusiasmo – que permaneceram em cartaz por cerca de dois anos e um ano, respectivamente –, com uma temática nova, onde não importava a cronologia das obras, mas, sim, as similaridades e aproximações de conteúdo, forma e maneira de apresentação. ainda na década de 90, o Masp tinha

44 Revista QuaRtieR

Page 45: Revista Quartier

8mil Obras abrigam O acervO dO masp

0reais É O custO da

visitaçãO aO museu às terças-feiras

59 mil visitantes

passam pelO museu pOr mês

2 milhões

de dólaresÉ em quantO

está avaliada a “ressurreiçãO

de cristO”, Obra dO artista rafael

uma visitação de 200 a 300 mil pessoas por ano, ficando atrás do Museu do Ipiranga e do Museu Nacional de Petrópolis. a reali-dade atual, porém, é outra! apenas no ano de 2009, recebeu mais 670 mil visitantes e, em 2010, somente a exposição Se Não Neste Tempo – Pintura Alemã Contemporânea recebeu 173 mil pessoas entre 19 de setembro e 10 de outubro. Há tempos, o Masp par-ticipa do circuito internacional das artes, recebendo exposições temporárias da europa e dos estados unidos, e promovendo al-gumas turnês mundiais. Também realiza em seus dois auditórios (500 e 80 lugares) apresentações de música, além de conferên-cias e palestras. Mais democrático e contemporâneo impossível! / Museu de Arte de São Paulo _ Masp | Av. Paulista, 1.578 | Tel. (11) 3251-5644

BATE-PAPO COM TEIXEIRA COELHOQual foi seu desafio ao assumir a curadoria do Masp? o maior deles está sendo encontrar as bases de apoio para a programação que quero fazer e que, em minha opinião, é algo relativamente claro e simples de organizar. o grande problema é transformar as ideias em algo efetivamente concreto, pois só posso conseguir isso com o apoio econômico adequado, que ainda não existe.

Quais são as características de sua gestão? antes de tudo, foi propor uma modificação da maneira de apresentar as obras da co-leção, que deixaram de ser vistas por época da história e por nação, para ser observadas por temas. Parece-me uma abordagem que permite a comparação mais fácil entre obras de diferentes estilos e momentos, sabendo que a comparação é o elemento que mais facil-mente permite a compreensão do significado de uma obra de arte.

Como são definidas as exposições que vêm para o museu e quais os critérios para estabelecer o que pode atrair o públi-co? a preocupação com o público existe, mas ela não é a única. Nós temos uma obrigação de mostrar aquilo que é bom, que tem qualidade, seja de contemporâneo, seja do tradicional. em se-guida, o que nós praticamos é um esforço de fazer com que as pessoas entendam, tenham acesso e estejam ao alcance daquilo que queremos mostrar. sabemos muito bem o que devemos levar aos nossos visitantes, no entanto, com os recursos econômicos atuais, nem sempre é possível.

Quais os planos para 2011 e para o prédio ao lado, que está passando por uma reforma para se transformar num anexo do museu? o prédio ao lado, altura do nº 1.510 da avenida Paulista, irá abrigar a parte administrativa do Masp, sobretudo as salas de aulas, os ateliers de restauração, o restaurante e a livraria, que ficará no nível da avenida. Basicamente, ele é um prédio para desafogar o atual. Quanto à programação, vamos ter eventos interessantes, como uma exposição de arte de plano internacional, uma mostra do artista francês Janus Bretton sobre a humanidade e os habitan-tes desse planeta, e o resto ainda está por definir, uma vez que 2011 parece que será um ano difícil para as artes.

DESCOLADA

Revista QuaRtieR 45

Paulistana por naturezaa galeria vermelho poderia estar em nova York, barcelona ou paris, metrópoles que respiram arte. mas é no nobre Quartier de higienópolis, em são paulo, que se encontra essa galeria, considerada um dos principais pontos de criação e divulgação de arte contemporânea no brasil, com ênfase em novas mídias. a vermelho, além de exposições individuais, tam-bém desenvolve há oito anos oficinas coletivas, algumas com curadores convidados, a fim de compartilhar o processo criativo entre artistas. democrática, ela já expôs mais de 50 projetos que incluem pinturas, colagens, escavações, projeções e prospecções, uma mistura de lingua-gens artísticas que resulta na criação de um novo público, mais abrangente e diversificado. catalisando o que há de recente e inovador na arte atual, a galeria representa uma lista dos grandes nomes da arte brasileira, entre eles rosângela rennó, marco paulo rolla, dias & riedweg, que estão lado a lado com a nova geração de artistas, como lia chaia, marilá dardot, angela detanico, rafael lain e fabiano marques. são 1000 metros de área expositiva, onde podem ser contempladas obras de acervo; no jardim externo, exposição de esculturas e instalações; e ainda o espaço tijuana, local destinado à apresentação e venda de livros, múltiplos, vídeos, cd etc./ Galeria Vermelho | R. Minas Gerais, 350 | Tel. (11) 3138-1520

MAsPEM

NúMEROs

Page 46: Revista Quartier

SoB A Lente De MItteLDorFKlaus MITTeldoRf dispensa apresentações e não há quem permaneça indiferen-te diante de sua arte. o conceituado fotógrafo, responsável pela brilhante moda de nossa pri-meira edição, entrega a são Paulo uma celebração do cotidiano por meio de suas fotografias no livro São Paulo Blues. Mitteldorf ganhou as ruas da metrópole para tratar do que lhe inte-ressa na cidade em que vive e observa, com uma linguagem fotográfica rápida, de fluxo e de confronto entre o que são aparências e o que é memória. Para enveredar pelos caminhos de sua obra, Klaus partiu do seu acervo pessoal, onde estão preservados mais de três décadas de sua história. São Paulo Blues, publicado pela Terra Virgem editora, trata desse experimen-to entre o que é perpétuo, virtual e tecnológico. em suas andanças pelas quebradas da ci-dade, aquelas que muitos que vivem “do lado de lá” sequer imaginam que verdadeiramente existem, o fotógrafo presenciou o povo do crack em seus recintos mais antigos, onde hoje há apenas escombros. observou também, numa visão de baixo para cima, os fios do Capão Re-dondo, o vai e vem dos passantes no Vale do anhangabaú, tapetes de fuxico, cadeiras de bar-beiro, uma mala de viagem na estação da luz... É esse emaranhado de motivos que dá iní-cio a obra, que tem lançamento previsto para 26 de janeiro, na livraria Cultura do Conjunto Nacional, com direito a autógrafos de Klaus, a partir das 19h. “este livro é minha primeira homenagem à mais caótica e apaixonante cidade do mundo… a minha são Paulo!”, diz. / Livraria Cultura | Av. Paulista, 2.073 | Conjunto Nacional | Tel. (11) 3170-4033

Clã Cômicoum grande sucesso dos teatros fran-ceses está em terras nacionais: O Clã das Divorciadas. O espetáculo em car-taz no teatro gazeta narra o cotidiano de três mulheres que encaram o divór-cio com muito bom humor. após se di-vorciarem, lulu (paula cohen), brigit-te (luiz salem) e lola (maíra charken) se juntam e passam a dividir um apar-tamento em são paulo. lulu é a con-sumista; brigitte, a amargurada por se achar fora dos padrões de beleza; e lola, uma jovem anglo-argentina, que gosta de poder e dinheiro. com a nova condição, colocam anúncios na pági-na de classificados de vários sites de relacionamento em busca de um novo parceiro, mas só surgem pretendentes fora do perfil desejado, criando situa-ções muito engraçadas e experiências inusitadas. com direção de alexandre reinecke, O Clã das Divorciadas é a versão brasileira de Le Clan des Di-vorcées, comédia francesa contem-porânea, escrita pelo dramaturgo alil vardar. em paris, o espetáculo supe-rou a marca de 3.000 apresentações e está entre as peças mais assistidas nos últimos tempos, já tendo atingi-do mais de 300.000 espectadores./ Teatro Gazeta | Av. Paulista, 900 | Tel. (11) 3253-4102 | Sexta, às 21h, Sábado, às 20h e Domingo, às 18hDuração 90 minutos | Preços: sexta e domingo: R$ 40 / sábado: R$ 50; 50% estudantes, aposentados, Porto Seguro e idosos | Censura 12 anos

CLiQUES

APLAUSOS

Diversão

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Charme Bizarrocom uma misturinha caprichada de músicas francesas, alemãs, rock e, porque não, angela maria, Ja-melão, tulipa ruiz e tatá aeroplano, o drosophyla tem sido um point dos modernosos paulistanos. lo-calizado numa casa dos anos de 1940, o descolado e contemporâneo bar, traz em seu ambiente uma decoração peculiar e exótica, como máscaras, cabeças de animais, flores de plástico, santos oriundos da américa central, garrafas de crush, entre outros souvenires que a proprietária, lili varella, trouxe de suas viagens pelo brasil e pelo mundo. O teto do bar ganha ares descontraídos com seus lustres custo-mizados com grandes escorredores de macarrão, deixando a iluminação intimista e, do lado de fora, o aprazível jardim oriental, com árvores frutíferas, reserva um canto convidativo. O drosophyla é frequen-tado por artistas, gente bonita da moda e da publicidade, e sempre oferece aos visitantes exposições, saraus de poesias, entre outros eventos. “muitos vêm ao drosophyla pelo prazer de estar num bar onde se pode conversar e ouvir música eclética. as pessoas que chegam aqui entendem a casa como uma experiência, e temos muito orgulho disso tudo, principalmente de nossas comidinhas e petiscos ela-borados com simplicidade, cheios de sabor e sem frescuras”, comenta lili. O lugar vale a visita por ser aconchegante e tão especial. / Drosophyla | R. Pedro Taques, 80 | Tel. (11) 3120-5535

BoM goSto exCêntrICoao CHegaR ao bar, antes mesmo de entrar, você já entende por que o Z Carniceria é tão autêntico e cheio de personalidade. as maçanetas das portas de entrada são dois cutelos e o espaço é fiel à estrutura original do imóvel que o recebe, um antigo açougue e matadouro da década de 50. Com um clima rock’n roll, o Z Carniceria traz uma programação musical diferenciada. aqui, dJ só entra para bebericar, pois o som que toca é das rádios on-line do mundo todo, como o blues e o bluegrass, o jazz de Nova orleans, o hibilly, psycobilli e a mú-sica latina. eclético, não? a ambientação, toda inspirada nos anos 1950 e 1970, é produzida com materiais brutos, crus, deixando aparentes pequenas imperfeições feitas pelo passar dos anos. Na carta de drinques, o especialíssimo Mad Butcher, bebida que leva licor de pêssego, vodca, suco de maracujá e tabasco. se o programa é sair com os amigos para conversar e dar boas risadas, opte pela casa até a meia-noite, depois disso o agito tem lugar certo./ Z Carniceria | R. Augusta, 934 | Tel. (11) 2936-0934

Para Badalarcom um conceito de “third space”, ou seja, um terceiro espaço além da casa e do traba-lho, é que o sonique, nome que faz referência à velocidade do som, abriu suas portas. O bar, com repertório musical eclético – tem dias de rock, pop, eletrônico e outros gêneros –, pos-sui um ambiente versátil que pode variar entre bar, galeria de arte, pista de dança ou espaço para shows, uma vez que o local recebe mos-tras, performances audiovisuais, apresenta-ções de dJs e bandas nacionais e internacio-nais, variando sazonalmente. a casa oferece ainda um serviço gratuito, chamado concier-ge bar, que disponibiliza transporte executivo ou comum, ingressos e reservas para clubes, exposições, filmes, shows, eventos e até res-taurantes. drinques não faltam por aqui! en-tre as apostas estão os martinis, que somam 12 variações, e as bebidas à base de vinho es-pumante. / Sonique | R. Bela Cintra, 461 | Tel. (11) 2628-8707

POP

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PERFIL

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Paulista de São Roque, nascido José de Oliveira Santos, o ator Juca de Oli-veira tem um currículo irretocável, em que frequentou os maiores nomes do teatro de todos os tempos (de Maquiavel e Shakes-peare a Arthur Miller e Gianfrancesco Guarnieri), sendo dirigido por Antunes Filho, Flavio Rangel, Bibi Ferreira ou Jô Soares. Na mocidade, chegou a estudar Direito, mas trocou-o pela Escola de Arte Dramática da USP. Fez carreira no Teatro Brasileiro de Comédia (O Pagador de Pro-messas e A Morte do Caixeiro-Viajante) e no Teatro de Arena (Eles Não Usam Black-Tie). A popularidade veio ainda nos anos de 1960, pela atuação em novelas como Nino, o Italianinho, de Geraldo Vietri. Mas há tempos o ator se tornou parcimonioso com a pequena tela, fazendo apenas par-ticipações em minisséries de TV. Como dramaturgo, Juca coleciona êxitos com seus textos críticos e indignados contra as reali-dades do cotidiano e da política. “Escrevo sobre coisas que me indignam, me ofen-dem. Por exemplo, a falta de escrúpulos, de caráter, da classe política brasileira, que deveria ser nossa liderança”, ele disse numa conversa que tivemos quando seu espetá-culo, Às Favas com os Escrúpulos, lotava o Teatro Raul Cortez (Fecomércio), locali-zado na Rua Dr. Plínio Barreto, 285, pa-ralela à Av. 9 de Julho, em nosso Quartier.

Atualmente vive na correria da ponte aérea, pois escreve uma sitcom para a Rede Globo, “Diversão.com”, cujo primeiro episódio está em fase de produção e deve ir

ao ar no final do ano. É uma série em que Juca explora a comédia e o humor, como sabe fazer como poucos. Mesmo com tanta ocupação, ele conseguiu tempo para falar de suas outras paixões, como a militância como ambientalista, à frente do projeto “Amazônia Para Sempre” (www.ama-zoniaparasempre.com.br), que luta pela preservação da floresta. “Grande parte do nosso objetivo foi alcançado com a entrega ao Congresso Nacional de 1.200.000 as-sinaturas clamando para que se cumpra a Constituição, com o Desmatamento Zero da Amazônia. Claro que a luta pela preser-vação do meio ambiente continua.”

O senhor é um otimista? “Dizem que, geralmente, quem escreve comédia não é otimista. (Risos.) Não sou muito, não. Mas ficou a herança da militância nos anos 1960, quando vivi algum tempo refugiado na Bolívia, dando aulas de interpretação. O sonho que permanece é o de transformar, melhorar o mundo. Afinal, qual é a função da arte? Para que se escreve, se representa teatro, se faz poesia, senão para transformar a sociedade? Para que ela se torne mais soli-dária, menos predadora, mais afetiva. Essa é a função da arte. Depois de assistir a um grande espetáculo, uma obra de Shakes-peare, Tchecov ou Sófocles, você sai outra pessoa. Agora (pausa), tenho alguns desen-cantos. Eu havia estado na Amazônia em 2003 quando fiz Mad Maria, minissérie sobre a construção da estrada de ferro Ma-deira–Mamoré. Depois voltei em 2006, para fazer Amazônia, da Glória Perez. É

notório: onde o homem tocou existe uma enorme devastação. Conhecendo a Ama-zônia como conheço, e assistindo à devas-tação da floresta, é chocante ver o que este-ve acontecendo durante todo esse tempo.”

Juca acredita que houve progresso no desenvolvimento da consciência ambien-talista: “A grande votação em Marina Sil-va atesta uma tomada de posição do povo brasileiro sobre a necessidade da defesa am-biental. Mas ainda há muito por fazer. Há sempre facções políticas e interesses parti-culares tentando minimizar a importância do Ministério do Meio Ambiente”. Ele faz um contraponto e, analisando a situação de nosso bairro (Juca mora há anos na Alameda Casablanca), é taxativo: “Ainda há um gran-de descaso pela arborização urbana. Falta um grande movimento para engajar a popu-lação de São Paulo numa verdadeira batalha pela arborização das calçadas. Os Jardins são um exemplo de que todos os anos perdemos preciosos espécimes sem a necessária re-posição. Tudo é pretexto para o corte inex-plicável e absurdo de árvores, muitas delas gigantescas. Há até quem solicite o corte de árvores frondosas a pretexto de que as raí-zes estão quebrando a calçada ou trincando o muro... E para não perdermos algumas ho-ras na restauração da alvenaria, abatemos um gigante vegetal de 80 anos de vida sem a me-nor piedade. Onde plantar e replantar? Nas calçadas, para tornarmos suportável a vida nos crescentes congestionamentos, mais amena, mais aprazível pela sombra, flo-res, pelo perfume e pelo canto das aves”.

Às vésperas da estreia da sitcom “Diversão.com” na TV Globo, Juca de Oliveira fala da luta ambientalista e de como gostaria de ver as alamedas dos Jardins arborizadas, “aprazíveis pela sombra, flores, pelo perfume e pelo canto das aves” Por Carlos Costa

O dramaturgO ambientalista

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Casa SuperverdeO jardim vertical, da paisagista Gica Mesiara, abriga

a Dream, loja da badalada estilista Adriana Barra./ Onde? Al. Franca, 1.243

Arte lá de cimaA obra “Padre Cícero”, inteiramente produzida com recortes em madeira policromada, é de autoria do pernambucano Tarcísio de Andrade e está em exposição no restaurante Obá. Ela mostra figuras, como o próprio Padre Cícero, o rei do cangaço e temido Lampião, Maria Bonita, entre outros ícones do Nordeste. / Onde? R. Melo Alves, 205

Inspiração RoqueiraGabriela Pegurier tomou posse da geladeira da década de 70 de sua avó e a transformou numa genuína relíquia para a Reverbcity, sua loja inspirada no rock, moda e estilo indie. O eletrodoméstico ganhou as cores da bandeira da Grã Bretanha, já que a ilha britânica é considerada o berço do rock n’ roll. Na lateral, há fotos da banda The Who, do cantor David Bowie, ímãs de geladeira de gêneros musicais à venda na loja e imagens de obras de arte expostas no Tate Modern, museu internacional de arte moderna e contemporânea de Londres./ Onde? R. Augusta, 2.171

Memórias e AlinhavosNa fachada do atelier A Modista, a máquina de costura, datada de 1950,

chama a atenção dos passantes. Ali, faz-se resgate de modelagens antigas, restauro de vestido de noiva de família, roupas personalizadas e exclusivas. As irmãs e proprietárias Gisele e Aline Dias, já ouviram muitas histórias curiosas de suas clientes desde quando inauguraram o espaço,

uma vez que máquinas de costura como a da fachada faziam parte do enxoval de muitas donzelas da década de 50.

/ Onde? Al. Tietê, 565

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isto é cool

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