Revista Rainha dos Apostolos - janeiro 2012

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ano 88 nº 1040 janeiro e fevereiro | 2012 Bem-aventuranças de Ano Novo Ela Fez a Diferença Joana d’Arc Especial Folia de Reis A Sagrada Eucarístia na última ceia

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Publicação Mensal da Sociedade Vicente Pallotti - Santa Maria (RS)

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ano 88 • nº 1040janeiro e fevereiro | 2012

Bem-aventuranças de Ano Novo

Ela Feza Diferença

Joana d’Arc

EspecialFolia de Reis

A Sagrada Eucarístia na última ceia

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Pe. Judinei José vanzeto, sac

Expediente

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não expressando necessariamente a opinião da Revista Rainha dos Apóstolos.

Caro leitor, inicia-se mais um novo ano que o Senhor nos dá em sua bondade. Por isso, desejo que você viva bem cada dia, cada semana e mês e que sua vida seja “para a infinita glória de Deus”.

Nesta primeira edição de 2012, você irá perceber algumas mudanças no layout da Revista, bem como novas seções e novos colaboradores. Houve também aumento no número de páginas e modificações no encarte da Turma da Mia, pois muitos leitores solicitaram que fosse possível destacá-lo para facilitar seu uso pelas crianças. A Mia é dedicada aos leitores mirins e traz estímulos à leitura, à cultura, à catequese e ao entretenimento.

No Momento Palotino, chamo a atenção para o Jubileu de Ouro de Canonização de São Vicente Pallotti. O Pe. Ângelo Lôndero, por sua vez, ficou responsável por uma série de artigos, ao longo deste ano, abordando vida, obra, carisma e espiritualidade do nosso Fundador.

Além disso, há outras novidades, como as seções Mundo Sustentável, Direitos Humanos e Vida em Família. Também o Evangelho em sua Vida passa a ser parte integrante da Revista, e não mais um encarte como até aqui.

A seção Galeria ganha uma página a mais, em função do grande número de leitores que enviam cartas e fotos para serem publicadas. Busco assim, com toda nossa equipe, valorizar a interação com você, que é a razão de nosso apostolado pela boa imprensa.

Já na próxima edição aguarde mais novidades, mas antes disso curta suas férias junto a familiares e amigos, com a leitura da revista Rainha e a presença amorosa de Deus.

A você, pois, um feliz e abençoado 2012 com muita paz, saúde e harmo-nia em seu viver, pois Ano Novo é Vida Nova! Boa leitura!

Editorial

Publicação mensal da Sociedade Vicente Pallotti Província N. Sra. Conquistadora Padres e Irmãos Palotinos

REdAçãO E CEntRAl dE AtEndimEntO AO AssinAntE Av. Assis Brasil, 1768 - 91010-001 Porto Alegre/RS - Fone: 0800 516633 (51) 3021-5008 / 3021-5010 [email protected] www.pallotti.com.br/rainha

supERiOR pROvinCiAl Pe. Lino Baggio, SAC

diREtOREs Pe. Judinei José Vanzeto, SAC e Pe. Jadir Zaro, SAC

pROjEtO gRáFiCO E diAgRAmAçãO Juarez Rodolpho dos Santos

tuRmA dA miA Textos: Benedita Pinto de Souza Ilustrações: Aline Reis

REvisãO Maria Burin Cesca

AssEssOR dE COmuniCAçãO Carlos Alberto Veit

AssinAtuRAs E ExpEdiçãO Bianca K. B. da Silva, Dênia G. Franz Danelon e Juliana S. da Silva

impREssãO E ACAbAmEntO Gráfica Editora Pallotti Rua Ivo Afonso Dias, 297 Fone: (51) 3081-0801 São Leopoldo – RS

Ano Novo, Vida Nova!

3RAINHA DOS APÓSTOLOS JANEIRO E FEVEREIRO • 2012

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PE. judinEi josé vanzEto, sacEspecial

Uma das mais

tradicionais festas

populares do nosso

país é a Folia de Reis.

Conheça a sua origem,

tradição e forma de

manifestação.

Ela acontece entre o

Natal e 06 de janeiro.

Tradição e fé na

Folia de Reis

Folia de Reis é um ato público de cunho religioso, sagrado e, ao mesmo tempo, folclórico, que faz parte da cultura

popular tradicional. Ela representa a história da viagem dos três Reis Magos à gruta de

Belém, onde encontraram o Menino Jesus. Um grupo caracterizado segue em procissão e vai de casa em casa adorar o Menino Deus no presépio montado pelas famílias.

Os componentes do grupo, de modo individual e coletivo, improvisam os ensinamentos bíblicos passados

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de geração em geração, de acordo com cada região do país. Com base nos fatos bíblicos, a Folia dá início à sua caminhada no dia de Natal até a Solenidade da Epifania do Senhor, conhecida como Dia de Santos Reis. Um gru-po entre catorze e quinze devotos caminha doze noites com entusiasmo e fé anunciando a chegada do Salvador Jesus Cristo ao mundo.

Sua origemA Folia de Reis tem sua origem no termo “mago”

aplicado aos sacerdotes da antiga religião persa formada por uma casta coesa e poderosa. Os magos eram sábios possuidores de dons divinos. Dedicavam-se à astronomia e às práticas astrológicas. Devido a esse prestígio, eram escolhidos para preceptores dos príncipes persas.

Na Bíblia, o termo “reis magos” se refere aos três ilustres personagens que vieram do Oriente, orientados por uma estrela, visitar o recém-nascido no povoado de Belém, na Judeia (cf. Mt 1-12). Esse relato bíblico inspirou as primeiras comunidades cristãs, que atribuíram nomes e outras particularidades ao fato. No texto bíblico, não aparece o nome dos magos, mas a piedade e a imagina-ção os chamaram de Melquior, Gaspar e Baltasar. Além disso, as pinturas das catacumbas e alguns escritores do I século da era cristã sugerem um grupo maior de reis magos. Acredita-se que o número de três se tenha fixado para representar todas as cores de peles humanas: branca, amarela e negra.

No BrasilA Folia de Reis foi trazida pelos colonizadores por-

tugueses e espanhóis nos primórdios do descobrimento do Brasil. A Festa de Reis, 06 de janeiro, veio da Europa católica. E ficou conhecida como o Dia de Reis. Confor-me a tradição é o dia de dar e receber presentes, com encontros regados a comida, bebida, dança e orações cantadas em várias vozes.

No Brasil, ela é festejada em diversas regiões, sobretu-do no centro sul. Em geral são grupos que percorrem casas mais abastadas, pedindo presentes e ofertas. Aí acontece

a união de famílias que se propõem realizar um serviço voluntário em prol da comunidade, entretenimento, fomentação da tradição e a religiosidade popular local.

A festa é anual, quando as famílias abrem suas ca-sas para que os foliões entoem louvores ao Salvador da humanidade. Os moradores enfeitam as janelas e o interior das residências com toalhas, flores e imagens para receber os foliões. Muitas oferecem alimentação e doações para realizar a grande festa no Dia de Reis.

A Solenidade da Epifania No Dia de Reis, celebra-se a Epifania do Senhor, que

conclui as festividades do ciclo natalino. A solenidade da Epifania significa a manifestação do Messias a todos os povos. “Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois,

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abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 11).

Os reis vieram visitar, adorar e presentear o Menino Jesus. Cada presente ofertado tem um significado: o ouro simboliza a realeza daquele que se tornaria o Rei do Uni-verso, o incenso corresponde à divindade do Menino e a mirra simboliza a Paixão e morte de Jesus, pois era uma substância utilizada naquele tempo pelos judeus para perfumar o corpo no sepultamento.

A bandeiraA maioria dos grupos de Folia de Reis é encontrada no

centro sul brasileiro. Os grupos são formados por músicos e cantores trajados de ternos brancos com lenços colori-dos. Utilizam uma bandeira colorida que é um símbolo importante na procissão. Ela é adornada e colocada em

local de destaque, pois simboliza a estrela-guia que foi à frente dos magos. A cada visita, um representante da família segura a estrela-guia durante a apresentação do grupo. A bandeira, com o desenho dos três Reis Magos e do Menino Jesus, toda enfeitada com fitas e flores coloridas, representa a alegria.

Os personagens No grupo há os personagens: mestres, contrames-

tres, palhaços e foliões. Os mestres conduzem a Folia, cantam e declamam os versos nas chegadas às casas. Os contramestres representam os reis magos na busca pela estrela que os levará ao Menino Jesus.

Os palhaços representam os soldados de Herodes disfarçados, que perseguiam os Reis Magos, a fim de informá-lo onde estava o menino. Ao encontrá-lo, entre-tanto, eles se arrependeram e se ajoelharam em adoração. Na procissão, os palhaços acompanham a Folia de longe, atrás, para não serem percebidos.

Os palhaços, normalmente, duelam entre si, com trovas e versos cantados. Na tradição, eles também re-presentam os guardiões da bandeira, os que pedem as ofertas e levam alegria às famílias visitadas.

No final dos doze dias de Folia, já na igreja, os pa-lhaços revelam sua identidade, tirando suas máscaras. Os foliões são as pessoas que seguem o grupo em pro-cissão.

Preservação da culturaO esforço realizado pelas famílias festeiras para manter

a tradição da Festa de Reis, passado e ensinado de forma oral voluntária aos filhos, parentes, vizinhos e comuni-dades, é uma bela preservação cultural da religiosidade popular brasileira.

Essa obra abaixo é de Angela Oskar.

Artista plástica, bonequeira e Produtora Cultural.

Contatos: (11) 6944-7850

http://angelaoskar.blogspot.com

http://bacuri-arte.blogspot.com

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AnOjubilAR

50º AnivERsáRiO dACAnOniZAçãO dE

sãO viCEntE pAllOttiFundador da União

do Apostolado Católico – UAC(Padres, Irmãos, Irmãs e Leigos)

20 de janeiro de 1963 a 20 de janeiro de 2013

Relato de Folias de Reis no oeste do Paraná A festa em honra aos três Reis Santos, na Capela São

Miguel, localizada na comunidade de Longuinópolis, município de Braganey (PR), teve início no ano 2000, a partir de uma promessa feita pelo senhor Juventino Domingues Ferreira, que não pôde ser cumprida por ele devido ao seu falecimento. Antes de partir, porém, Juven-tino revelou a seu filho o que havia prometido. Sebastião Domingues, filho de Juventino Ferreira, prometeu a seu pai que tornaria realidade o desejo paterno.

A promessa feita seria uma caminhada de doze dias com um grupo de cantadores denominados Companhia de Reis, que visitariam famílias, pedindo ofertas que seriam destinadas à realização de uma grande festa para toda a comunidade.

Em busca do cumprimento de tal promessa, o senhor Sebastião relatou o fato ao seu sobrinho Nelsinho de Oli-veira, muito conhecido na região como Nelsinho da Viola, que, juntamente com o senhor Arzeu de Oliveira, devoto dos três Reis Santos, decidiu reunir uma companhia e dar início à caminhada.

Essa teve início no dia 25 de dezembro de 2000, na casa de um devoto que os acolheu com uma oração diante de um presépio. Ali pediram proteção para a caminhada e seguiram em frente. Após doze noites de visitas às famílias, o término foi realizado na capela São Miguel, com uma missa de ação de graças. Em seguida, realizou-se a chegada da Companhia, em procissão, até um presépio vivo composto por pessoas que represen-tavam alguns personagens bíblicos como: Jesus, Maria, José, Reis Magos, Rei Herodes, profetas, anjo Gabriel, Isabel, pastores e milícia de anjos. Finalizaram com um almoço de confraternização com as famílias que nesse dia de devoção se reuniram para agradecer e festejar com as ofertas arrecadadas ao longo da caminhada. Esse primeiro evento deu certo, e o grupo continua até hoje com a Folia de Reis.

Percebe-se que as famílias visitadas sentem uma grande alegria e emoção, pois as mensagens, através dos versos cantados, transmitem paz, amor e se transformam em grande fé e devoção popular.

Durante a visita, geralmente à noite, a maioria das fa-mílias já está esperando a Companhia, pois todos os anos é feito o mesmo percurso. Muitas casas estão preparadas

com enfeites, p r e s é p i o s , lanches ou até mesmo c o m u m a janta, aco-lhendo com muito cari-nho todos os

foliões. São quinze integrantes e mui-tas vezes é feito um revezamento, pois a caminhada é muito longa.

As músicas são produzidas pela própria Companhia, e a letra é improvisada pelo em-baixador da mesma conforme a situação proposta no momento, sem fugir do contexto bíblico.

Os instrumentos usados são: violino, violas, violões, pandeiro, caixa, chocalho e cavaquinho. O segredo da afinação é o entrosamento do grupo. A festa é grandiosa, com milhares de pessoas e muita fartura, pois todos os alimentos são compartilhados gratuitamente.

O gosto pela Folia de Reis é algo que já está no co-ração de cada folião, pois a maioria dos integrantes é de famílias devotas da tradição. Quando vai se aproxi-mando a época, todos se reúnem e se preparam para dar início a uma nova jornada. O mais gratificante, contudo, é a amizade, a alegria e o respeito construído a cada ano.

O autor, colaborador desta Revista, é padre palotino em Porto Alegre (RS)

Colaboração: Nelson de Oliveira

Companhia São Vicente PallottiA criação da Companhia de Reis em Palotina (PR) era

um sonho antigo e no dia 24 de dezembro de 2006, com a colaboração de um grupo de companheiros, fundamos a Companhia São Vicente Pallotti, iniciando suas atividades já nesse dia. A saída da bandeira aconteceu no dia 24 de dezembro de 2006, logo após a Santa Missa, às 22horas.

A chegada aconteceu no dia 07 (sete) de janeiro de 2007, no Parque de Exposições João Leopoldo Jacomel, numa festa de grande repercussão no município de Pa-lotina, inclusive firmando-se no calendário municipal de eventos.

A chegada da bandeira foi às 10h30min com apre-sentação de todo o cerimonial. Ao meio dia foi servido almoço para cerca de mil e quinhentas pessoas. À tarde teve variada programação, inclusive uma matinê com a animação do MG Som e Show.

Doações, brindes e ofertas arrecadadas durante o giro da companhia foram doadas a três associações de moradores e famílias carentes.

Colaboração: Rubens da Silva Oliveira

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PE. ângElo lôndEro, sacMomento Palotino

AnOjubilAR

50º AnivERsáRiO dACAnOniZAçãO dE

sãO viCEntE pAllOttiFundador da União

do Apostolado Católico – UAC(Padres, Irmãos, Irmãs e Leigos)

20 de janeiro de 1963 a 20 de janeiro de 2013

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São Vicente Pallotti

icente Pallotti, o santo apóstolo de Roma, o pai dos pobres como o denominaram os seus

contemporâneos, nasceu no dia 21 de abril de 1795, no coração de Roma.Seus pais eram Pedro Paulo Pallotti e Maria Madalena

de Rossi. Pedro Paulo não era romano, pois nasceu em São Jorge de Cássia, na Úmbria, centro da Itália, como São Francisco

de Assis e Santa Rita. Seus pais eram pequenos agricultores. Em busca de trabalho, juntamente com o irmão Luís, foi para Roma aos dezesseis anos. Empregou-se num pequeno negócio de produtos coloniais. Conquistou a confiança do patrão, a ponto de ser nomeado seu herdeiro testamentário. Pedro Paulo ampliou a mercearia, acrescentando os queijos, salames, salgados e outros comestíveis. Mais tarde, comprou o negócio dos her-deiros e abriu outra loja não longe da via del Pellegrino, onde morava. A mãe Madalena nasceu em Roma.

Pedro Paulo era um homem muito religioso e Madalena gozava de fama de santidade. Teve grande influência na formação humana e espi-ritual de Vicente Pallotti. Quando outras pessoas se admiravam do que Pallotti fazia, costumava repetir: “Isto eu aprendi de minha mãe”. Sua

Este artigo, o primeiro de uma série sobre

a pessoa e a obra de São Vicente Pallotti,

abre esta página comemorativa do Ano

Jubilar, no qual serão recordados os

50 anos de sua canonização. A seguir,

serão apresentados alguns dados

biográficos do fundador

da União do Apostolado Católico.

filho e apóstolo de Roma

RAINHA DOS APÓSTOLOS

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virtude se revelou principalmente nos muitos sofrimentos que teve que suportar. Em três anos, o seu corpo foi se tornando uma chaga só: boca e estômago ulcerosos, chagas em toda a superfície da pele. Enquanto Pedro Paulo passava a maior parte do dia atrás do balcão, Madalena conduzia a vida familiar com sua presença. O padre Vicente lembrou-a “sempre solícita em recomendar o marido a Deus, sempre fiel, sempre atenta em assisti-lo”. Pôs muito cuidado na educação dos filhos e os mantinha ocupados em praticar o bem, em fazer as orações, em estudar e trabalhar. Tinha em casa imagens e estátuas de Jesus e de Nossa Senhora e mandou montar um pequeno altar numa das peças da casa. Compreende-se bem porque o padre Vicente, mais tarde, pôde dizer aos primeiros companheiros: “O Senhor deu-me pais santos”. Foi este o ambiente familiar em que Vicente veio ao mundo.

Os filhos são uma expressão original e inconfundível dos próprios pais, pois são profundamente marcados por eles no plano biológico, psíquico e espiritual. Assim, o conheci-mento dos pais facilita a compreensão dos filhos.

Admiramos a grandeza e a riqueza de São Vicente Pallotti. Sem dúvida, era uma pessoa dotada de muitas qua-lidades humanas e cristãs. Mas esta riqueza não caiu do céu, nem pode ser atribuída toda ao seu inegável esforço pessoal, mas deve-se também, em grande parte, à influência positiva e generosa dos seus pais.

Maria Madalena de Rossi morreu em 1827, com 62 anos, e Pedro Paulo Pallotti em 1837, com 89 anos.

O casal Pallotti teve dez filhos, cinco dos quais morreram na infância. Os sobreviventes eram todos homens, nenhum deles contraiu matrimônio, de sorte que, hoje, não existem descendentes diretos do casal.

No dia seguinte ao do nascimento, o pai, mais alguns parentes e amigos, levaram o bebê à igreja de S. Lorenzo in Damaso, para batizá-lo. Na realidade, três nomes de santos, de reconhecidas virtudes, foram dados ao bebê: Vicente (penitência), Luís (pureza) e Francisco (pobreza). Essas virtudes brilharam intensamente na vida de Vicente Pallotti.

Vicente foi crismado aos 6 anos e aos 10 fez a primeira comunhão. Por ser um menino muito piedoso, foi-lhe permi-tido comungar todos os dias, desde que não fosse na mesma igreja. A comunhão muito frequente era então um privilégio muito raro. Assim, comungar diariamente, na mesma igreja, podia despertar estranheza e suspeita. No caso do pequeno Vicente, o privilégio se justificava porque, desde a infância, ele teve o dom do amor de Deus.

Vicente aprendeu as primeiras letras numa pequena escola do bairro. Frequentou, a seguir, o famoso colégio de São Pantaleão. Nele fez parte dos seus estudos secundários. Concluiu-os no Colégio Romano, o grande estabelecimen-to educacional da Companhia de Jesus, em Roma. Nesse estabelecimento, começou os seus estudos filosóficos que concluiu na Universidade de Roma, a “Sapienza”, onde começou também os estudos de teologia.

Vicente, já na sua mais tenra juventude, mostrava interes-se especial pelas coisas da religião. Com 12 anos colocou-se sob a direção espiritual de um santo sacerdote chamado

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O autor, colaborador desta Revista, é padre palotino e Mestre em Teologia em Santa Maria (RS)

Notas Palotinas

Bernardino Fazzini, que foi seu confessor até o seu faleci-mento, e que exerceu grande influência, tanto para a escolha da vocação como da fundação da obra de Vicente Pallotti.

Mas as vocações não se fabricam. É Deus quem as dá. Aos homens, pais, mestres e diretores espirituais somente incumbe o seu cultivo. Esta foi a grande tarefa de Bernar-dino Fazzini.

Chegou um momento em que Vicente Pallotti sentiu-se fortemente atraído pelos grandes ideais e pelas austeridades da grande Ordem Franciscana Capuchinha. Pensou, seria-mente, se devia ingressar nela ou não. Buscou o conselho do seu diretor espiritual, cuja opinião foi decisiva. Baseava-se esta em duas considerações: a primeira era a saúde de Vicente, incapaz de suportar as austeridades de uma vida de convento; e a segunda era a vocação especial que Vicente deveria desempenhar, não no convento, mas no mundo. Esse conselho foi aceito sem vacilações por Vicente. Conservou, contudo, sua estima e veneração pela Ordem Franciscana Capuchinha, durante toda a vida, e obteve inclusive licença

de usar, à noite, o hábito da mesma, o que fez por muitos anos. Esse hábito conserva-se entre as relíquias no Museu Pallotti, em Roma.

Aos quinze anos, em 1810, Vicente tomou a decisão de começar os estudos preparatórios à ordenação de padre. Ficou morando com os pais, porque os seminários tinham sido fechados pela Revolução Francesa. Foi ordenado padre no dia 16 de maio de 1818, com 23 anos de idade, na Basílica de São João do Latrão, em Roma.

LEIA MAIS...Acesse nosso site http://www.pallotti.com.br/rainha

no link colunistas/pe. angelo e tenhamais informações sobre este tema.

11RAINHA DOS APÓSTOLOS JANEIRO E FEVEREIRO • 2012

Coordenador de Pastoralda Juventude Palotina

Para reforçar a colaboração no âmbito da Pastoral da Juventude Palotina em nível internacional e para

promover a identidade palotina dos jovens em nossas paróquias, escolas e outros campos apostólicos, o Reitor Geral da SAC, Pe. Jacob Nampudakam, criou uma Co-missão que cuidará do setor Juventude Palotina. O Pe. Daniel Rocchetti, SAC, da Região do Rio de Janeiro (RJ), é o presidente desta Comissão.

Para facilitar o trabalho da nova Comissão, cada Província e Região indicou um confrade para animar a Juventude Palotina na sua jurisdição. Da Provín-cia Nossa Senhora Conquistadora foi nomeado o Pe. Alexsandro Miola, SAC, para este trabalho.

Faculdade Palotina entre as melhores do país

A Faculdade Palotina (FAPAS) dos Padres e Irmãos Palotinos da Província Nossa Senhora Conquistadora,

de Santa Maria (RS) está entre as 8 melhores Faculdades do país, conforme referência da Revista Veja, do dia 9 de novembro de 2011, nas páginas 158 e 159.

Parabéns aos Palotinos!

Parabéns à direção,professores,

funcionários e alunos.

Encontro Provincialdos Padres e Irmãos Palotinos

De 02 a 06 de janeiro de 2012 os membros da Província Nossa Senhora Conquistadora, de Santa

Maria, tradicionalmente reunem-se em Vale Vêneto (RS) para refletir, partilhar as alegrias e esperanças em espírito comunitário palotino.

Que o Espírito Santo ilumine o encontro pela inter-cessão de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos e São Vicente Pallotti.

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Mundo SustentávelMarisE jalowitzki

Ecologia e Fé

Para se poder afirmar que uma boa semente produz frutos, é preciso acompanhar o crescimento da plantinha, regar, tirar o inço e reforçar com adubo. Só então é que se pode pensar em colheita

ssim também acontece com a Campanha da Fraternidade, que a CNBB lança todos os anos com um tema diferente. A Campanha da Frater-

nidade de 2012 é SAÚDE PÚBLICA.A Campanha com que trabalhamos no ano passado

destacou a questão das mudanças climáticas com o tema Fraternidade e a Vida no Planeta. O lema “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22) fez muita gente refletir sobre como está a Terra e o que estamos fazendo para tornar a nossa atual morada terrestre um lugar o mais aprazível para todos.

Em uma analogia com a nossa própria casa, sabemos que quanto mais limpa ela estiver, quanto menos lixo, menos entulho, mais bem conservada, quanto mais as coisas esti-verem na proporção exata, sem desperdício, sem consumo exagerado, melhor os que nela moram vão se sentir. Sentir-se bem tem a ver com ESTAR BEM. O que é SAÚDE! Em um mundo onde há tantas doenças devido a venenos, contaminação, poluição e pesticidas, descaso e atendimento médico especializado bastante escasso para muitos, quanto mais cada um cuidar PREVENTIVAMENTE de si e dos que convivem com ele melhor para todos!

Consciência ambiental e saúde estão diretamente rela-cionadas. Isso é ecologia! É importante praticar a conscien-tização de todas as comunidades e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do momento presente. Devemos estar cientes do que significa aquecimento global, degelo dos polos, mudanças climáticas. Essa consciência deve estar atrelada com ação. CADA UM precisa saber o que pode fazer para preservar e melhorar as condições de vida no

Por que tratar de Ecologia na Igreja?

planeta. Mesmo atrasados, no mínimo uns cinquenta anos, ainda há muita coisa possível de se fazer.

Hoje não há dúvida que a ecologia precisa estar presente nas religiões, fazendo parte da agenda pastoral das igrejas – de todas as igrejas, grupos comunitários e sociedade em geral. Segundo Pilato Pereira, Coordenador da Pastoral da Ecologia-RS e membro da CPT-RS, “o discurso e a prática ecológica são muito recentes, mas, tendo o Amor Crístico como bandeira, todos os cristãos deveriam já estar mais comprometidos e desafiados para cuidar e preservar a vida antes mesmo de se ouvir falar em crise ecológica”.

Mudanças que atingem a todosA questão ecológica na Igreja surge a partir dos pobres.

O mesmo sistema que exclui os pobres é o que destrói a natureza. As pessoas excluídas e os restos da natureza se encontram na opção pelos pobres (Ir. Marista Antonio Cechin em 2004).

Embora o olhar para os desprovidos seja uma prática necessária e sempre renovada, a questão ecológica pega a todos nós. Hoje já não adianta dizer que o problema atinge apenas as periferias, os recicladores, os moradores de rua, os que vivem distantes das metrópoles ou, justamente, os que vivem em meio ao caos urbano. Não! O ar tóxico des-preendido pelas fábricas entra nas casas de todos, por vezes a centenas de quilômetros de onde foi originada a emissão.

Muitos gases poluentes não têm cheiro ou são masca-rados em queimas misturados com outros gases. A água e o solo contaminados por chorume, necrochorume, agro-tóxicos e pesticidas podem receber o veneno de distâncias muito grandes, já que, por vezes, devido à construção de uma simples latrina ou poço artesiano irregular, feito sem acompanhamento da Emater, um lençol freático (rio sub-terrâneo) pode ser atingido, empestando a água e o solo que produz os alimentos de centenas e milhares de pessoas, influenciando desde a água que bebemos até o alimento que temos sobre a mesa.

Assim, nunca o “Orai e Vigiai” de Jesus foi tão im-portante para estar em todos os nossos atos. Fazer a SUA

“E o semeador saiu a semear”

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parte e alertar, esclarecer e orientar quem esteja perto é compromisso geral.

Como preconiza o Papa Bento XVI: “Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação”.

Já em 1990, a Ecologia recebeu de João Paulo II um relevante enfoque em sua mensagem no Dia Mundial da Paz e foi nesse mesmo ano que o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) realizou um encontro mundial para tratar do tema, contando hoje com diversos projetos concretos, importantes debates e reflexões. Percebemos que a ecolo-gia proposta, assumida e vivenciada pelo CMI vai além do

ecumenismo, ela está também inter-relacionada com todos os temas que abarcam a necessidade de justiça social, direi-tos humanos, não violência e a tão sonhada paz mundial”, lembra Pilato Pereira.

Melhorar a SUA vida, portanto, é melhorar a vida de todos os habitantes do planeta, já que constituímos uma imensa comunidade planetária.

Vamos arregaçar as mangase fazer a nossa parte?

Restos de óleo de cozinha NÃO PODEM descer pelo ralo nem ser despejados no

pátio de casa. Seja pelos canos do esgoto (ralo) ou levado pela água da chuva (enterrar o óleo no pátio), o óleo descartado acaba chegando nos rios, contaminando a água. Você sabia que cada litro de óleo jogado no ralo contamina 1 milhão de litros de água? É o que você utiliza de água durante 14 anos!

A decomposição do óleo de co-zinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, que con-tribui para o aquecimento da terra.

Quando o óleo de cozinha é despejado no ralo da pia, acaba chegando no oceano pelas redes de esgoto. Em contato com a água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que resultam em emissão de metano.

Muito já se ouviu falar sobre a reciclagem do óleo, mas o reapro-veitamento, ainda hoje, não chega a 35%! O ideal é guardar os restos do óleo que sobrou das frituras em um vidro (ou mesmo uma garrafa pet) onde você vai despejando o óleo usa-do. Quando atingir uma quantidade significativa, você pode levar até um dos postos de recepção e reciclagem perto de sua casa; também é possível mobilizar seu condomínio para uma coleta conjunta. Ou pode, você mesmo(a), transformá-lo em sabão.

Dicas Domésticas Óleo De cozinha

Envolvendo a comunidadeem geração de rendaOs condomínios urbanos e os

centros comunitários podem se mobilizar para criar grupos de gera-ção de renda, utilizando o óleo de cozinha usado no fabrico de sabão, sabonetes e sachês.

Um dos projetos vitoriosos é o “Reciclagem de Resíduos de Óleo Vegetal: Estimulando a Cidadania e a Preservação Ambiental”, que foi premiado em outubro de 2011, durante a III Mostra de Extensão pro-movida pelo IFF – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense.

Professores e alunos, liderados pela professora Juliana Vidigal, es-tudaram as técnicas, escolheram a melhor formulação e avaliaram os consumidores de sabão. Escolhi-da a melhor fórmula, a receita foi apresentada para uma comunidade constituída por quinze famílias, capacitando-as para a produção de sabão e, com isso, para ter uma fonte de renda. A comunidade passou a guardar seu óleo de cozinha usado e a coletar o dos vizinhos. Hoje o

Em nosso site, encontra-se o passo a passo para fazer sabão através

do oléo de cozinha reciclado.

www.pallotti.com.br/rainha

negócio, que funciona como uma cooperativa, auxilia a todos no orça-mento doméstico.

“Temos esse desafio de resga-tar essas famílias em um primeiro momento, sempre considerando a questão ambiental. Aproveitaremos o óleo, que é poluente, e que, na maio-ria das vezes, é descartado pelos ralos de cozinha, prejudicando o sistema de tratamento”, disse a professora.

Para levar o Projeto Geração de Renda para sua comunidade, contate

com a Professora Juliana Gonçalves: [email protected]

A autora, colaboradora desta Revista, é escritora, especialistaem Desenvolvimento Humano,

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Você já tem consciência eco-lógica? Conte o que você está fazendo, envie textos, fotos, que publicaremos!

Lembre-se que uma ação vale mais que mil palavras!

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13RAINHA DOS APÓSTOLOS JANEIRO E FEVEREIRO • 2012

Page 12: Revista Rainha dos Apostolos - janeiro 2012

Catequese, vocação e missãobEnEdita Pinto dE souza

Maria, “mãe de Deus” e mensageira da paz

Em nossa reflexão de novembro, vimos que ali se iniciou (27/11) o ano novo litúrgico com a chegada do Advento, acontecimento que antecipa o ano civil. Hoje a sociedade se volta para o recomeço de um novo ano, e a Igreja para a comemoração central na vida da Virgem Maria como Theotókos (no grego “mãe de Deus”), festa na qual se celebra a solenidade de “Santa Maria mãe de Deus”, no primeiro dia do ano civil. Também nesta data é comemorado o Dia Mundial da Paz.

16 RAINHA DOS APÓSTOLOSJANEIRO E FEVEREIRO • 2012

Page 13: Revista Rainha dos Apostolos - janeiro 2012

A autora, colaboradora desta Revista, é teóloga e escritora

essencial para os catequistas, e todos os cristãos, lembrar que tal título lhe foi con-

ferido pelo fato de seu filho ser o Filho de Deus. Neste acontecimento se destaca a ín-

tima relação entre sua divindade e nossa humanidade, representada por Maria.

O honroso título como “mãe de Deus” foi refletido e definido no solene Concílio de Éfeso no ano 431. A partir desta data, na Igreja se manifesta com exatidão a perfeita unidade entre divindade e humanidade revelada pela encarnação de Jesus no seio de Maria. O povo que já a amava, agora pode reconhecer nela os traços do rosto feminino e materno de Deus.

A partir deste momento Maria é reconhecida como participante do grande “Projeto de Deus”, implantado desde a criação, mas que só se torna decisivo com a en-carnação de Jesus, que por vontade de seu Pai, e nosso Pai, veio ao mundo para nos redimir, nos salvar e nos permitir definitivamente construir com Ele o Novo Reino.

Como nos diz São Marcos (evangelista deste ano), a característica principal deste fato é a grande novidade, a “Boa Nova”. Deus nos faz conhecer sua vontade de nos trazer a vida plena, a libertação total, a força necessária para nos livrarmos definitivamente do que nos encarcera interna e externamente, isto numa relação de amor e humildade, na pessoa de uma jovem simples e pobre de Nazaré. Desta forma, entre centenas de moças da sua região, Ela foi a escolhida para cooperar com a nossa História da salvação.

Deus, para tornar ciente à humanidade seu plano inusitado, elege pobres e excluídos pastores, para os quais envia um de seus anjos com a mensagem que naquele dia a salvação e a liberdade total chegara ao mundo. Até o nome da criança, Jesus (em hebraico significa Salvador ou Deus é a salvação), foi um sinal para que todos com-preendessem aquele acontecimento. Mais uma vez Maria é privilegiada em relação ao Filho de Deus. Quis o Pai que este nome fosse conhecido em primeiro lugar por ela (Lc 1,21) e depois por todo o mundo, pois era uma mensagem de “Boa Nova” para o povo que esperava há séculos por sua liberdade, salvação e paz.

O povo, desde o tempo de Moisés (século XIII a.C.) sonhava um dia ter paz e tranquilidade (Nm 6,22-26), e isso só foi possível com o projeto do Pai que incluía a vinda do Salvador em forma humana. É neste momento que Maria se torna a mãe do filho de Deus, ou a mãe de Deus e do príncipe da paz.

A Igreja, desde 1º de janeiro de 1968, sugere ao mun-do celebrar, junto com a festa de Maria como mãe de

Deus, o Dia Mundial da paz e da Fraternidade Universal. Embora criado pelo Papa Paulo VI, não teve a pretensão de ser qualificada como exclusivamente religiosa ou ca-tólica. Ele pretendia apresentar ao mundo conturbado os dons de Deus para à humanidade. Dizia ele que o início do calendário é o período certo de dizer a humanidade que está surgindo um novo início “que mede e traça o ca-minho da vida humana no tempo em que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro”.

Segundo o Papa Bento XVI, Lucas é o evangelista que fala da “maternidade de Maria a partir do Filho, daquele menino envolto em panos, porque é Ele – o Verbo de Deus (cf. Jo 1, 14) – o ponto de referência, o centro do acontecimento que se está a cumprir e é Ele quem faz com que a maternidade de Maria seja qualificada como divina”.

Por isso, o início do ano civil (1º de janeiro) ficou co-nhecido como o Dia mundial da paz. Podemos entender que a Virgem Maria também foi corresponsável pela paz no mundo. Essa paz que Jesus nos trouxe é diferente, disse ele: ”Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como o mundo a dá...” (Jo 14,27). Esta paz até hoje é a inspiração para todos do Universo, sejam cristãos ou não.

Assim, meus amigos e amigas catequistas, a cada ano que se inicia devemos deixar de lado, esquecer tudo de ruim que passou, vamos zerar e reiniciar. Este é o momen-to de nos abraçarmos, nos perdoarmos, nos alegrarmos, esta é a verdadeira condição para a paz. O mundo vive neste momento guerras, incompreensões, intolerâncias, há tanta desigualdade, injustiças, descaso com a pessoa humana, mas como cristãos podemos e devemos tentar fazer tudo diferente e melhor este ano. O chavão às vezes funciona, lembram de “Ano novo, vida nova”?

Neste início de ano, peçamos ao Senhor uns pelos outros, como bem disse São Tiago: “Orai uns pelos ou-tros, para vos salvardes. Muito pode a oração do justo” (Tg 5,16). Semelhante pensamento nos vem do apóstolo Paulo: “Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias dai graças porque esta é a vontade do Pai e de Jesus Cristo”. (1Tess 5,17s).

Portanto, queridos catequistas, neste princípio de ano celebremos juntos com fervor a festa de Nossa Senhora, como também desejemos a paz uns aos outros, sejamos fraternos, pacientes e mais compreensivos nestes dias e meses que nos esperam.

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37O EvANgELHO EM SuA vIDA JANEIRO E FEVEREIRO • 2012

O Evangelhoem sua Vida

Ano B • JAneiro e fevereiro 2012

TExTOS DESTA EDIçãO: JANEIRO - PE. AguINELO BuRIN, SACFEvEREIRO - PE. JuLIANO DuTRA, SAC

COORDENAçãO: Pe. Edgar xavier Ertl, SAC

No dia de Natal, nossa atenção e nosso olhar se con-centravam no Menino recém-nascido, porque Ele é o Messias, o Salvador. E, no oitavo dia após o Natal,

a Liturgia dirige seu olhar especialmente para a Mãe desse Menino. Neste dia celebramos Maria, na sua missão de Mãe de Jesus, que é Deus. Por isso: Maria, Mãe de Deus.

Encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura.

Paulo na Car ta aos Gálatas nos testemunha a fé da Igreja nascente, que Jesus é homem verdadeiro, “nascido de mulher”. Para Paulo, também não há dú-vida de que Jesus é Filho de Deus. Portanto, com toda razão chamamos Maria Mãe de Deus porque Jesus é uma Pessoa só: Homem-Deus.

Quando prestamos essa homenagem a Maria, louva-mos a Deus Pai por esta maravilha: Ele nos enviou seu Filho, que se submeteu a toda condição humana, desde a concep-ção no útero de uma mulher, passando por todas as fases do nascimento, crescimento e morte de todos os seres humanos, menos o pecado.

Por outro lado, admiramos a grandeza dessa mulher em que se realiza a grande promessa da Encarnação do Filho de Deus. É a maior grandeza de Maria, por graça do Pai, é claro, como ela o confessa no seu cântico, em casa de Isabel: “O Poderoso fez em mim maravilhas”.

Quando dirigimos nosso olhar para Maria e lhe prestamos culto, não estamos adorando uma criatura, mas reconhecen-do a condescendência de Deus, que confia tal missão à sua criatura. Deus mesmo valoriza sumamente os instrumentos humanos que Ele chamou para uma missão particular. Por isso, honrando Maria estamos reconhecendo a grandeza e a bondade de Deus que eleva simples criaturas para colaborar com Ele na instalação do seu Reino. Deus Pai eleva essa sim-ples jovenzinha à dignidade de Mãe de seu Filho. E a cumula de todos os dons. Quando o anjo, em nome do Pai, lhe anun-cia que será a Mãe do Messias, a chama de “cheia de graça”.

01 de janeiro de 2012

sAntA mARiA, mãE dE dEus

1ª leitura: Nm 6,22-27

Salmo: Sl 66(67),2-3.5.6.8 (R/. 2a)

2ª leitura: GI 4,4-7

Evangelho: Lc 2,16-21

Branco | ofício solene

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Viva MelhortarcÍsio aMbos danElon

Ao percorrer o caminho que leva ao Cristo Res-suscitado, todos os anos os cristãos católicos são convidados a viver a Campanha da Fraternidade

(CF). Ela é promovida desde o ano de 1964 pela Confe-rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para que se viva intensamente o período da Quaresma.

Neste ano de 2012 a CF tem como tema: A Frater-nidade e a Saúde Pública e como lema: Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8). A saúde já havia sido o tema da CF do ano de 1981 (“Fraternidade e Saúde”, lema “Saúde para Todos”). A busca pela saúde integral é uma das principais preocupações e reivindicações da po-pulação brasileira, especialmente dos mais necessitados. A Igreja deseja sensibilizar a todos sobre a dura realidade das pessoas que não têm acesso à assistência de saúde pública condizente com suas necessidades e dignidade.

A ação evangelizadora da CF propõe como objetivo refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comu-nitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde. O ideal de vida saudável, tão presente na cultura contemporânea, não encontra nas ciências uma resposta definitiva, pois a vida, a saúde e a doença são realidades profundas que envolvem uma harmonia entre o corpo e o espírito para serem compreendidas, aceitas e plenamente integradas na existência.

O Evangelho está repleto de relatos de Jesus curando os doentes e resgatando as pessoas para o meio da sociedade, porque a doença significava uma exclusão social. Lemos em Mateus: “Jesus percorria toda a Galileia ensinando nas sinagogas deles, anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade” (Mt 4,23). Muito significativa é também a parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Nela aparece a condição da fragilidade humana, a dimensão da solidariedade e a importância do cuidado quando o samaritano não mede esforços para cuidar do viajante. Cuidar do outro é dar-lhe força e esperança; mais que vencer a enfermidade, sig-nifica vencer a solidão e a exclusão. Dedicar-se ao outro, deixar os interesses pessoais para socorrer o próximo, eis um desafio que exige coragem, desprendimento e amor. Socorrer o ser humano é um dever.

O nosso contexto cultural, marcado pelo hedonismo, apresenta a realidade do sofrimento como de difícil acei-tação, algo negativo. Não combina com felicidade. Enten-

der o sofrimento sempre foi um problema. O fato é que o ser huma-no, ao se deparar com ele, preci-sa desenvolver a compreensão necessária, den-tro de um ponto de vista fraterno e solidário, para não se desesperar e perder o sentido do existir. Cristo, com sua paixão e morte na cruz, é solidário com o sofrimento humano e o insere definitivamente na perspectiva do amor e da doação. A fé cristã, inspirada no testemunho de Cristo, desde os primórdios entende que a prática da caridade faz com que se conheça a angústia e as lágrimas, mas também o milagre da alegria, que brota do amor e do cuidado.

A CF almeja construir uma sociedade justa e igualitária que estimule a solidariedade coletiva. A saúde não pode ser reduzida a um negócio, ser regulada pelas leis do mercado. O direito básico à saúde pública, conquistado pela constituição, precisa se tornar uma realidade para a população. Essa realidade acontecerá a partir da conscien-tização e da educação para a cidadania. Nesse contexto, é essencial a missão da Pastoral da Saúde.

A Pastoral da Saúde conta com 80 mil agentes volun-tários. É uma entidade de ação social, vinculada à CNBB como sociedade cívico-religiosa sem fins lucrativos, reco-nhecida oficialmente desde 1986 como Pastoral Social. Tem como objetivos promover, educar, prevenir, cuidar, recuperar, defender e celebrar a vida. Além de cuidar dos doentes, empenha-se em educar para a saúde e trabalha para mudar as estruturas políticas e sociais desiguais.

A ênfase da CF 2012 está na responsabilidade humana. A saúde é um dom de Deus confiado ao ser humano, que precisa cuidar bem da vida. A ética do cuidado é um imperativo que ultrapassa os limites da saúde, estende sua reflexão para os valores da justiça, da equidade e da soli-dariedade, que fundam a sociedade, os quais não devem permitir a aceitação das desigualdades e injustiças.

Campanha daFraternidade 2012

O autor, colaborador desta Revista, é professor de Ensino Religioso em Porto Alegre (RS)

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Page 16: Revista Rainha dos Apostolos - janeiro 2012

Culináriareceitas testadas Por cesar buffet cesarbuffet.com.br

[email protected]: (51) 3341-4188

INGREDIENTES

MASSA6 gemas6 claras em neve1 colher de chá de açúcar1 colher de chá de sal3 colheres de sopa de amido de milho3 colheres de sopa de farinha de trigo1 colher de chá de fermento em pó

RECHEIO3 colheres de sopa de óleo1 cebola picada4 tomates sem pele e sem sementes picados4 colheres de extrato de tomate ou purê2 latas de atum em pedaços na água (reserve pedaços para decorar)Sal a gosto1 vidro pequeno de maionese

INGREDIENTES500gr de filé de frango2 colheres de sopa de azeite de oliva2 xícaras de espinafre cozido e picado1 copo de requeijão de 200gr2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado

MODO DE PREPAROTemperar o frango com sal e pimenta do reino. Grelhar o frango com

1 colher de azeite de oliva e reservar. Refogar o espinafre com o restante do azeite, mexer até desmanchar. Juntar o requeijão e o queijo ralado, misturar bem, colocar o frango em travessa e cobrir com molho, servir em seguida.

roCambolede atum

Filé de Frango ao molho de espinaFre

MASSABater bem as gemas com

o sal e o açúcar. Juntar o amido de milho, a farinha e o fermento.

Adicionar delicadamente as claras em neve. Despejar em uma assadeira untada e enfa-rinhada. Levar ao forno médio por 10 min, retirar a massa e, virando sobre um pano úmido, enrolar e deixar esfriar.

RECHEIOAquecer uma panela, colocar o óleo e em seguida

a cebola, refogar. Acrescentar os tomates e o extrato de tomates, deixar apurar. Adicionar o atum e sal, deixando o molho bem espesso.

MONTAgEM

Abrir o rocambole e espalhar o recheio. Enrolar e cobrir com maionese. Decorar a gosto.

MODO DE PREPARO

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Page 17: Revista Rainha dos Apostolos - janeiro 2012

INGREDIENTES500gr de massa folhada pronta1 receita de creme de confeiteiro1 lata de pêssego (pode ser de abacaxi, figo ou outra fruta)Açúcar de confeiteiro Creme de confeiteiro1 litro de leite2 ovos inteiros2 gemas2 xícaras de açúcar6 colheres de sopa de farinha de trigobaunilha a gosto2 colheres de sopa de manteiga (reservar)

torta mil Folhas Com Frutas

MODO DE PREPAROCreme de confeiteiroBater bem no liquidificador todos os ingredientes

(menos a manteiga). Levar ao fogo mexendo sem parar até engrossar. Retirar do fogo, juntar a manteiga e mis-turar bem. Deixar esfriar.

TortaAbrir a massa folhada e cortar em 5 retângulos. Fazer

furos nas massas com um garfo. Forrar uma assadeira com papel manteiga, colocar uma massa de cada vez, cobrir com papel manteiga e por cima uma tábua de corte de madeira para que não estufem. Levar ao forno preaquecido a 210 ºC por 10 min, retirar e deixar esfriar. Escorrer os pêssegos, cortar em tiras finas, reservar um para decoração.

Montagem da tortaColocar um retângulo de massa em uma travessa,

cobrir com um pouco do creme de confeiteiro e alguns pêssegos em tiras, repetir o processo até terminar as massas, finalizar com massa. Pulverizar com açúcar de confeiteiro e o pêssego inteiro.

INGREDIENTES 1 limão com casca e sem semente, picado2 folhas de couve cortada1 litro de água bem gelada

MODO DE PREPAROBater no liquidificador o limão e couve, coar.Adicionar a água e adoçar a gosto. Servir bem gelado.

suCo de Couve Com limão

suCo de açaí Com iogurte

INGREDIENTES 2 xícaras de chá de suco de açaí1 colher de chá de mel1 copo de yogurte desnatado1 banana média

MODO DE PREPAROBater todos os ingredientes no liquidificador.Servir bem gelado.

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Page 18: Revista Rainha dos Apostolos - janeiro 2012

Artesanatorosa PolEtto

Colagens com EVAMaterialFolhas de EVA da cor de sua preferênciaCaderno do tamanho desejadoTesouraAutoadesivos (usamos borboletas)Aplicações de EVA do motivo desejado Cola quente ou qualquer cola EVA

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Modo de Fazer

1 - Recortar o EVA do tamanho da capa do caderno2 - Colar em cima da capa o EVA já recortado3 - Fazer as aplicações do modo que desejar (as autoadesivas não precisam de cola)4 - Quando for aplicações do próprio EVA, colar com cola.

A autora Rosa, colaboradora desta Revista, é artesã

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