Revista Segunda Guerra Mundial

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Trabalho Conclusão de Curso. FACULDADE: I.N.A.P - INSTITUTO DE ARTE E PROJETO.

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Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mun-dial foi um conflito bélico ocorrido no Século XX, envolvendo as forças ar-madas de mais de setenta países, opondo os Aliados às Potências do Eixo.A guerra começou em 1 de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha e as subsequen-tes declarações de guerra da França e da Grã-Breta-nha, prolongando-se até 2 de setembro de 1945.Em estado de guerra total,

mobilizou mais de 100 milhões de militares, e causou a morte de, apro-ximadamente, setenta mi-lhões de pessoas (cerca de 2% da população mundial da época), a maioria das quais civis. Foi o maior e mais sangrento conflito de toda a história da Huma-nidade.As principais nações que lutaram pelo Eixo foram: Alemanha, Itália e Japão. As que lutaram pelos Alia-dos foram, principalmen-

te: Grã-Bretanha, França, União Soviética, Estados Unidos e China.A guerra se encerrou com a rendição das nações do Eixo, seguindo-se a cria-ção da ONU (Organiza-ção das Nações Unidas), o início da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética (que emergiram do conflito como super-potências mundiais) e a aceleração do processo de descolonização da Ásia e da África.

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Antecedentes da guerra

A TAL GUERRAA Primeira Guerra

Mundial - “fei-ta para pôr fim a todas as guerras”

- transformou-se no pon-to de partida de novos e irreconciliáveis conflitos, pois o Tratado de Versalhes (1919) disseminou um for-te sentimento nacionalista, que culminou no totalitaris-mo nazi-fascista. As contra-dições se aguçaram com os efeitos da Grande Depres-são. Nesse cenário, surgi-

ram e se consolidaram vários regimes totalitários na Euro-pa. O germânico de origem austríaca Adolf Hitler - líder do Partido Nazista, que se tor-nara o Führer do Terceiro Rei-ch - defendia que a Alemanha necessitava mais conquistá-lo na Europa Oriental (políti-ca que, ao lado da contrapo-sição ideológica, o levaria, cedo ou tarde, ao confronto com a URSS). Valendo-se da Política de apaziguamento, praticada pela Grã-Bretanha

(do Primeiro-ministro Nevil-le Chamberlain) e secunda-da pela França (do presiden-te Édouard Daladier), Hitler conseguiu, inicialmente, con-cretizar uma série espantosa de conquistas incruentas: re-militarizou a Renânia, anexou a Àustria, e incorporou os Sudetos, destruindo a Tche-coslováquia. Mas quando avançou sobre a Polônia, os ingleses e franceses reagiram, iniciando-se a Segunda Guer-ra Mundial.

Hitler na rota da Expansão

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Hitler na rota da Expansão

Logo após o abando-no da Liga das Na-ções (que já se res-sentia da ausência dos Estados Unidos

e URSS) pelo Japão, foi a vez da Alemanha retirar-se. Anun-ciando a saída da representação germânica, Hitler declarou que o não desarmamento das outras nações obrigava a Alemanha àquela forma de protesto. Embo-ra na realidade ele simplesmente desejasse furtar-se às peias que a Liga das Nações poderia opor à sua polí-tica mi-litarista, o Führer teve o cuidado de rei-terar os propósi-tos pa-cifistas de seu gover-no. Ali-ás, nos anos se-guintes, Hitler proclamaria suas intenções con-ciliatórias em várias oportuni-dades, como meio de acobertar objetivos expansionistas.O nazismo fortalecia-se rapida-mente na Alemanha. Hitler pre-cisava do apoio de Reichswehr para realizar o rearmamento alemão, mas a maioria dos ge-nerais mantivera-se até então numa atitude de expectativa

em relação ao novo governo. A pretensão da SA, manifestada por seus chefes em múltiplas ocasiões, de se transformarem em exército nacional, horrorizava os militares profissionais, educados na Escola von Seeckt. Parecia-lhes um ab-surdo entregar aquela pequena, mas eficientíssima máquina, que era Reichswehr, nas mãos dos tur-bulentos “camisas pardas”, acostu-mados apenas a combates de rua. Hitler inclinava-se a dar razão aos

generais, o que vinha contra os in-teresses dos membros da SA mais radicais. Em alguns círculos da mi-lícia nazista, já se falava na neces-sidade de uma segunda revolução que restituísse ao Partido o ímpeto inicial.O capitão Ernst Röhm, grande influenciador das tropas de cho-que nazistas, a SA, passou então a não só se mostrar mais radical ao

Führer, mas ainda a incentivar a deposição de Adolf Hitler e fazer então um novo Putsch. Heinrich Himmler, chefe da SS, que na épo-ca era apenas uma subdivisão da SA, entregou a Hitler provas dos planos elaborados por Röhm - uma tentativa de assassinato a todos os grandes nomes do partido nazista, que, segundo os próprios planos, seria conhecido como Noite das facas longas.Por ordem expressa do Führer, foram realizadas execuções su-

márias, rea-lizadas pela SS e pela SD, na noi-te de 29 para 30 de Junho de 1934. Por ironia, Adolf Hitler deu às execuções o próprio nome idealizado por Röhm, Noite das Fa-cas Longas. Quase todos os líderes da SA, a come-çar por seu chefe, o Ca-pitão Ernst Röhm, foram

passados pelas armas, juntamen-te com alguns políticos oposicio-nistas e o General von Schleicher (Kurt, 1882-1934), que era o maior opositor a Hitler no seio da Rei-chswehr. Tal decisão provocou a morte de algumas centenas de pes-soas, muitas das quais eram fiéis do Partido, desde longa data.Com essas execuções, o Führer atingiu um duplo objetivo: extin-

guiu os gérmenes da rebelião entre os SA, desde então redu-zidos a um papel meramente decorativo, e deu aos generais uma sangrenta garantia de que pretendia conservá-los na dire-ção da Reichswehr. O expurgo fora levado a cabo pela SS, tro-pas de elite do Partido, ligadas a Hitler por um juramento es-pecial. Esse corpo de homens selecionados, formando uma verdadeda do regime, iniciou naquele dia a ascensão que iria le-lo, sob a ch de Heinrich Himmler, ao controle total da vida alemã, em nome de Hitler. A Noite das Facas Longas fez a Reichshr c fileiras em torno de Hitler, que, reforçado por tal sustentáculo, pode então se de-dicar a seus planos longamente acalentados.A primeira tentativa expansio-nista do III Reich fracassou. Desde sucensão ao poder, Hitler vinha incentivando o desenvol-vimento nazista austríaco, como base para uma posterior anexao da Áustria à Alemanha. Nessa época, os austríacos vam sob o governo ditatorial do chanceler católico Engelbert Dollfuss, inquebrantável defensor inde-pendência de seu país. Em 27 de Julho de 1934, Dollfuss foi assassinado em Viena, por um grupo de nazistas sublevados. Mussolini, temendo que os alemães ocupassem a Áustria, enviou tropas para a fronteira, enquanto a Europa era sacudida por um frêmito de indignação contra a Alemanha. Hitler, po-rém, recuou, negando qualquer conivência com os conspira-dores austríacos. Dollfuss foi sucedido por von Schuschnigg (Kurt Edler, n. 1897), que con-tinuou a política conservadora e nacionalista de seu antecessor.

Em 1945, quase um milhão de homens tinha envergado o uni-forme negro com a insígnia da caveira, partindo de um núcleo

que em 1929 contava com apenas 280 elementos.

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Em 13 de janeiro de 1935, o nazis-mo obteve seu primeiro sucesso internacional. O

Sarre era um antigo território alemão que tivera suas jazidas exploradas pelos franceses, durante 15 anos, como parte das reparações de guerra esta-belecidas pelo Tratado de Ver-salhes. Agora, um plebiscito junto à população decidia, por maioria esmagadora, a rein-corporação do Sarre ao Reich. Logo em seguida, em março, Hitler abalava a Europa com duas declarações retumbantes: No dia 9, anunciou a criação da

Luftwaffe (Força Aérea) e, no dia 16, o restabelecimento do serviço militar obrigatório, elevando ime-diatamente os efetivos de Wehr-macht (Força de Defesa, novo nome das forças armadas alemãs), de 100.000 para 500.000 homens. Ambas as declarações foram feitas em sábados, para que seu impacto internacional fosse amortecido pe-los feriados dos fins-de-semana.As potências, alarmadas com o re-armamento germânico, decidiram, na Conferência de Stresa (abril de 1935), formar uma frente antiale-mã, condenando o repúdio unilate-ral de qualquer tratado de fronteiras na Europa e garantindo a indepen-dência da Áustria. Observe-se, po-

rém, que a declaração de Stresa, subscrita pela Grã-Bretanha, Fran-ça e Itália, não proibia a alteração de fronteiras fora da Europa, não impedindo a Mussolini a conquista da Etiópia.Em represália às decisões de Stre-sa, Hitler denunciou, em 21 de maio de 1935, todas as cláusulas militares do Tratado de Versalhes. Manifestando, como sempre, seus objetivos pacíficos, o Führer res-tituía à Alemanha a liberdade de ação no campo dos armamentos.O governo inglês, preocupado com um possível desenvolvimento da marinha de guerra germânica, iciações secretas com os alemães, sem qualquer consulta à França.

Reincorporação do Sarre

Em 18 de junho de 1935, a Eu-ropa soube, estarrecida, que Londres permitia aos nazistas a co de uma frota de alto-mar, equivalente a 1/3 da marinha britânica, com uma proporção ainda maior de submarinos. Tal acordo equiparava a força naval alemã à francesa.A notícia provocou em Paris uma profunda irritação contra os britânicos, que haviam agi-do em função esses exclusivos e abandonado a França, dian-te de uma Alemanha cada vez mais poderosa. Ressentidos com os britânicos, os franceses procuraram então se aproximar da Itália, como um meio de

barrar o caminho à Alemanha. O principal propugnador dessa nova orientação política da França foi o Primeiro-ministro francês Pierre Laval.Mussolini aceitou com entusiasmo a mão que a França lhe estendia, o que vinha servir seus planos impe-rialistas. O fascismo consolidara-se internamente, e a população italia-na atingira um nível de prosperi-dade material a alcançado. Fiume fora definitivamente incorporada à Itália, mediante a concordância iugoslava. Satisfaziam-se assim as reivindicações nacionalistas italia-nas.Entretanto, a própria psicologia do fascismo obrigava os dirigentes

a estimularem constantemente o povo, conservando-o sempre exci-tado, a fim de manter o prestígio de Mussolini. O Dh queria pro habituasse à rotina, diminuindo o apoio ruidoso que lhe prestava e que afagava sua volúpia de po-der. Devido a seu temperamento, ee de atos igualmente grandiosos, para alimentar sua enorme vaida-de. Embora houvesse feito uma administração de incontestável va-lor na Itália, isso não lhe bastava. Sua concepção histórica impelia-o a imitar Júlio César, fazendo-o en-trar, também, para a galeria dos grandes homens, sob o tríplice ró-tulo de administrador, estadista e conquistador.

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O início

Em 1936, o governo japonês assinou com a Alemanha o Pacto Anti-Komintern (anti-comunista) com o ob-

jetivo de combater o comunismo soviético, sendo a URSS a princi-pal liderança comunista da Europa e Ásia. Devido a cultura militarista do Japão, um país de poucos re-cursos, eles planejaram conquistar todos os territórios da Ásia, o que incluía, a Coréia, a China e as ilhas do Pacífico. Porém o Tratado de Versalhes impedia as ambições ja-ponesas, o que eles consideravam uma traição por parte das potências vencedoras da 1ª Guerra, pois o Ja-pão ficou do lado delas, então eles se aliaram a Alemanha, cuja políti-ca expansionista ia ao encontro das ambições japonesas de conquistas territoriais.A Guerra Sino-Japonesa pode ser dividida em dois períodos:

O INÍCIO DA SEGUNDAGUERRA MUNDIAL

Primeiro Período 1937-1941

em oferecer-lhes uma resistência efetiva e coerente.Mesmo assim Chiang Kai-shek e Mao Tse-tung assinam um acordo em 22 de setembro de 1937, pelo qual os comunistas abandonam seu projeto de um governo revolucio-nário e passavam a designar sua área de domínio como Governo Autônomo da Região Fronteiri-ça, enquanto o Exército Vermelho mudou seu nome para ser o Exér-cito Revolucionário Nacional, re-nunciando a insurgir-se contra o governo de Chiang Kai-shek que, pelo seu lado, comprometeu-se a

seguindo os ditames do “Memorial Tanaka”. Numa audaciosa opera-ção de desembarque, ocuparam mais ao sul Cantão, uns anos de-pois Hong Kong (que era colônia inglesa) e partes de Macau, nome-adamente Lapa, Dom João e Mon-tanha. Os invasores tiveram seu caminho facilitado por encontra-rem pela frente uma China politi-camente desorganizada, onde a ri-validade militar entre nacionalistas e comunistas havia sido suspensa a contra gosto, vendo-se ainda sub-dividida em várias “autoridades lo-cais”, que se mostraram relutantes

A guerra sino-japonesa divide-se em dois grandes períodos: o primeiro deles, denominado de período crítico, teve seu início em julho de 1937 quando os ni-pônicos lançam sua ofensiva-re-lâmpago sobre as províncias do Norte e Leste (Hopei, Shantung, Shanxi, Chamar e Suyan) com o objetivo de separá-las da China,

suspender as operações anticomu-nistas.A estratégia japonesa baseava-se em sua mobilidade, fruto do de-senvolvimento industrial do país. A ofensiva-relâmpago deles rapi-damente ocupou Pequim em 8 de agosto de 1937, em seguida capi-tularam Tientsin e Shangai. Depois de quebrarem a encarniçada resis-tência das tropas chinesas, que lhes resistiram por três meses numa ba-talha nas ruas de Shangai, os japo-neses marcharam para dentro do continente e, logo depois, em 13 de dezembro de 1937 entram em Nanquim.

Invasão de NanquimNanquim, era a antiga capital im-perial, e também ex-sede do go-verno nacionalista de Chiang Kai-shek. Os soldados japoneses sob o comando do general Iwane Matsui realizaram a partir de dezembro de 1937 a invasão de Nanquim, onde a população foi submetida à mais extrema barbaridade. Um ano de-pois de terem tomado a ofensiva, os nipônicos controlam amplas margens do Mar da China, ocu-pando uma boa parte da costa, na tentativa de isolar o país de qual-quer auxílio ocidental. Apesar da simpatias americanas e britânicas inclinarem-se para os chineses, devido à rivalidade colonial que tinham com os nipônicos pela he-gemonia sobre a Ásia, nada podem fazer de prático para ajudá-los.Este período de seguidos triunfos japoneses chegou ao seu clímax com a invasão de outras partes da Ásia pelo Exército e pela Marinha Imperial (Indochina, Indonésia, Malásia, Filipinas e Birmânia), seguida da desastrosa decisão do Micado de estender a guerra aos

Estados Unidos.O ataque japonês à base naval americana de Pearl Harbour em 7 de dezembro de 1941, obrigou o império do Sol Nascente a espalhar os seus recursos militares pelo Pa-cífico Ocidental, declinando como conseqüência disso as atividades bélicas no fronte da China.

Segundo período da guerra sino-japonesa

1941-1945No segundo período, que vai de dezembro de 1941 até agosto de 1945, os Estados Unidos assumem a tarefa de derrotar os japoneses, enquanto os exércitos nacionalistas chineses atuam apenas em peque-nas escaramuças visando à fixação e ao desgaste do inimigo.Consciente da sua absoluta inferio-ridade militar e estratégica, Chiang Kai-shek após sete meses de infru-tífera resistência, ordenara a ado-ção da política de “vender espaço para ganhar tempo”, que implicava na renúncia de enormes extensões territoriais chinesas. Ao mesmo tempo em que recuavam, as tropas nacionalistas dedicaram-se à tática

da destruição sistemática da infra-estrutura rural e urbana das regiões que fatalmente seriam ocupadas pelos invasores, tal como a explo-são de diques do Rio Amarelo, que provocou a inundação de milhares de quilômetros quadrados de terras aráveis, arrasando e arruinando por muitos anos as propriedades cam-ponesas, mas que somente atrasou o japoneses em três meses, ou o in-cêndio precipitado de Changsha, a capital de Hunan (fruto do pânico das tropas chinesas em debanda-da).Mas havia outro motivo para Chiang Kai-shek evitar confrontar-se com os japoneses. Ele desejava preservar suas forças militares (e as armas que recebia dos Estados Unidos) para lutar contra o Exér-cito Popular de Mao Tse-tung, na guerra civil que certamente eclo-diria, após a expulsão dos japone-ses. Foi uma decisão que acabou se revelando equivocada, pois en-quanto os nacionalistas recuavam, o Exército Popular continuou fus-tigando os japoneses, granjeando a simpatia e o apoio dos camponeses chineses (apoio que se mostraria decisivo na guerra civil).A estratégia de “luta de longa dura-ção” contra os japoneses, adotada por Mao, fez crescer o número de camponeses que aderiram à guerri-

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general (Tenente-General) Erwin Rommel, que posteriormente se tornaria uma figura legendária sob a alcunha de “A Raposa do Deser-to”. Foram enviadas a África duas divisões alemãs em auxílio aos Italianos, a 5a. Divisão Ligeira e a 15a. Divisão Panzer. Os Alemães, sob o hábil comando de Rommel, conseguiram reverter a iminente derrota italiana e empreenderam uma ofensiva esmagadora contra as forças britânicas enfraquecidas (muitos efetivos britânicos haviam sido desviados para a campanha da Grécia, então sob pressão do Eixo) empurrando-as de volta à fronteira egípcia. Após uma sucessão de ba-

talhas memoráveis como El Aghei-la, El Mechili, Sollum, Gazala, To-bruk e Marsa Matruh os alemães e italianos são detidos por falta de combustível e provisões na linha fortificada de El Alamein, uediter-râneo encontrava-se sob domínio da marinha britânica. Finalmente, a Outubro de 1942, após 4 meses

ta a dominar o canal de Suez e de-pois atingir as reservas petrolíferas do Iraque, também sob domínio britânico.Os efetivos ingleses destacados no norte da África e que compunham o então designado XIII Corpo de Exército, comandado pelo Gene-ral Wavell, após alguns reveses iniciais realizaram ddffuma espe-tacular contra-ofensiva contra as forças italianas que, apesar defffff sua superiffforidade numérica fo-ram empurradas por 1200 km de volta à Líbia, perdfffendo toossdos os territórios anteriormente con-quistados. Esta derrota hiter boma custou aos italianos a destruição de 10 divi-sões, a perda de 130.000 homens feitos prisio-neiros, além de 390 tan-ques e 845 ca-nhões.Como a situação que sur-gia na África era crí-tica para as forças do Eixo, Adolf Hitler e o Oberkommando der Wehr-macht (OKW) decidiram enviar tropas alemãs a fim de não per-mitir a completa desagregação das forças italianas. Cria-se dessa forma em Janeiro de 1941 o Afri-ka Korps (Corpo Expedicionário Alemão na África), cujo comando foi passado ao então Leutenant-

de preparação os Britânicos contra-atacaram na Segunda Batalha de El Alamein, sob o comando do Gene-ral Montgomery. Rechaçadas pelas bem supridas forças britânicas, as tropas ítalo-alemãs iniciaram um grande recuo de volta à Líbia de forma a encurtar suas linhas de su-primento e ocupar posições defen-sivas mais favoráveis. Entretanto, dias depois, a 8 de Novembro, as forças do Eixo recebem a notícia de que estão a ela quase ganhabdi agyera de cruzeiro esport clbe hi-tler nao t sendo cercadas pelo oeste por forças norte-americanas do 1o. Exército Aliado que haviam de-sembarcado em Marrocos através

da Opera-ção Tocha. Pelo les-te, o 8o. Exército Britânico continua o seu avanço, empurran-do as for-ças ítalo-alemãs para a Tunísia. Finalmen-te, cerca-do pelos exércitos americano e britâni-co e sem a guia de seu audacioso coman-dante, pois

Rommel havia sido hospitalizado na Alemanha, o “Afrika Korps” e o restancontingente italiano na África do Norte, totalizando mais de 250 mil homens e reduzidos à inatividade pela falta de suprimen-tos e de apoio aéreo, se rendem aos aliados na Tunísia em maio de 1943, dando fim à guerra na Áfri-

lha, enquanto nas zonas controla-das pelo Kuomintang, eles se mos-travam arredios em colaborar, pois além da brutal repressão japonesa, calcada nos “três tudo - “matar tudo, queimar tudo, destruir tudo” (Sanko Sakusen) -, o exército na-cionalista cometia saques, confis-cos e conscrições forçadasAlém disso, ao optar por evitar o combate, Chiang tornou desconfor-tável a ajuda que recebia tanto dos estadounidenses quanto da URSS, que também era sua aliada, apesar do Exército Popular ser dirigido pelo Partido Comunista Chinês.

Início da guerra na Europa

O plano de expansão do governo envolvia uma série de etapas. Em 1938, com o apoio de parte da po-pulação austríaca, o governo na-zista anexou a Áustria, episódio conhecido como Anschluss. Em seguida, reivindicou a integração das minorias germânicas que ha-bitavam os Sudetas (região monta-nhosa da Checoslováquia). Como esta não estava disposta a ceder, a guerra parecia iminente, foi então convocada uma conferência inter-nacional em Munique. Na confe-rência de Munique, em setembro de 1938, ingleses e franceses, se-guindo a política de apaziguamen-to, cederam à vontade de Hitler, concordando com a anexação dos Sudetos.Às 4h45 da madrugada de 1 de Setembro de 1939, os canhões do cruzador alemão Schleswig-Hosl-tein abriram fogo sobre as posi-ções polacas em Westerplatte, na então cidade livre de Danzig, hoje Gdansk.O exército alemão lançou uma

forte ofensiva de surpresa contra a Polónia, com o principal objecti-vo de reconquistar seus territórios perdidos na Primeira Guerra Mun-dial e com o objetivo secundário de expandir o território alemão.As tropas alemãs conseguiram der-rotar as tropas polacas em apenas um mês. A União Soviética tor-nou efetivo o acordo (Ribbentrop-Molotov) com a Alemanha nazi e ocupou a parte oriental da Polónia. A Grã-Bretanha e a França, res-ponderam à ocupação declarando guerra à Alemanha mas, apesar dos compromissos que haviam as-sumido para com a Polônia, nada fizeram para ir em socorro do país, limitando-se a formar uma linha defensiva para enfrentar um possí-vel ataque alemão a oeste. A Itália, nesta fase, declarou-se “país neu-tro”.

Ausência de entusiasmo

Contrastando com o que aconteceu em 1914, quando trens ou com-boios de soldados par-

tiam para a guerra enfeitados de flores e sob aplausos da multidão, os povos das nações que iniciaram a Segunda Guerra Mundial não de-monstraram euforia com o reinício da matança na Europa.

Quando Hitler anunciou no Reichtag, em 1 de setembro de 1939, a guerra contra a Polô-

nia, as ruas de Berlim se mantive-ram mortalmente silenciosas. As pessoas estavam sisudas, oprimi-das pela preocupação com o que futuro. Aceitaram o que estava acontecendo com resignação pací-fica, como uma fatalidade que não podiam evitar, mas sem nenhum entusiasmo.

A guerra relâmpagoA 10 de Maio de 1940, após um período de ausência de hostilida-des - a “Falsa guerra” - o exército alemão lançou uma ofensiva con-tra os Países Baixos, dando início à Batalha da França. Os alemães visavam a contornar as poderosas fortificações francesas da Linha Maginot, construídas anos antes na fronteira da França com a Alema-nha. Com os britânicos e franceses julgando que se repetiria a guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial, e graças à combinação de ofensivas de pára-quedistas com rápidas manobras de blindados em combinação com rápidos desloca-mentos de infantaria motorizada (a chamada “guerra-relâmpago” - Blitzkrieg, em alemão), os alemães derrotaram sem grande dificuldade as forças franco-britânica, destaca-das para a defesa da França. Nesta fase, ocorre a famosa retirada das forças aliadas para a Inglaterra por Dunquerque. O Marechal Pétain assumiu então a chefia do gover-no na França, que ficou conhecido como o governo de Vichy, assinou um armistício com Adolf Hitler e começou a colaborar com os ale-mães. Aproveitando-se da situação, a Itália fascista, de Benito Musso-lini, declarou guerra aos franco-britânicos e ordenou a invasão do sul da França (Batalha dos Alpes)

A guerra na África e Afrika Korps

A Setembro de 1940, após a toma-da da França pelas forças alemãs, as tropas italianas destacadas na Líbia sob o comando do Marechal Graziani, uma vez livres da amea-ça das forças francesas estaciona-das na Tunísia iniciaram uma série de ofensivas contra o Egito, então colônia da Grã-Bretanha, com vis-

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Malta decide o desti-no da África do

NorteO calcanhar de Aquiles de Rom-mel na África do Norte era o re-abastecimento. Os homens da Marinha mercante partiam para a África para proverem as tropas de alimentos, roupas, água, armas, munições e combustível. Atrás de cada batalha travada sempre deve-ria existir um sistema de logística eficiente. O transporte das tropas e suprimentos italianos e alemães era feito por mar. Os navios mercantes deveriam, então, empreender uma jornada de quinhentos quilôme-tros da Sicília, no sul da Itália, até a Tripolitânia, no norte da África. Mas, para que a guerra do deserto fosse vencida pelo Eixo, o domí-nio marítimo do Mediterrâneo era um fator prepoderante. Para isso, o Eixo enfrenta um grande proble-ma: a Marinha Real.Em 22 de julho de 1941,o carguei-ro alemão Preussen parte da Itália rumo à África do Norte. No cami-nho, é afundado por um ataque de Bristol-Blehein (Bombardeio da RAF). Com ele afundam 200 dos 650 soldados e tripulação a bordo. Além de perdas humanas, foram também perdidas mil toneladas de alimentos, seis mil toneladas de munições, mil toneladas de gaso-lina e 320 tanques e caminhões de transporte, que seriam usados pe-las tropas do Eixo. Muitos outros navios como o Arta, o Aegina, o Iserlohn, o Samos, o Larissa, o Bir-mânia, o Arcturus, o Citá di Bari, dentre outros, tiveram o mesmo destino do Preussen, pois o Medi-terâneo tornou-se um cemitério de homens e máquinas que tentavam chegar à África.A fonte de todos esses desastres era a ilha de Malta, principal ponto de apoio das forças aéreas e navais

britânicas no Mediterâneo. Mal-ta foi tomada do domínio francês pelos britânicos em 1800 e, desde então, faz parte da Coroa Britâni-ca, sendo uma base Naval da Mari-nha Real. Se os italianos fossem os japoneses, a tê-la-iam tomado em junho de 1940, quando as fortifica-ções da ilha ainda eram muito fra-cas. Porém, quando os britânicos perceberam a importância da ilha, tornaram-na cada vez mais fortifi-cada, e sua tomada pelos italianos cada vez mais improvável. Apesar dos bombadeios alemães e italia-nos, Malta resistia, e com as pesa-das perdas sofridas pelos alemães na tomada da ilha de Creta, Hitler decidiu não mais arriscar suas tro-pas para tomar Malta. Essa decisão acabou acarretando o afundamento de até 77% dos navios do Eixo que cruzaram o Mediterrâneo. Com as tropas mal supridas, a derrota dos italianos e do Afrika Korps foi ine-vitável.

A invasão da URSS

Em 22 de julho de 1941,o carguei-ro alemão Preussen parte da Itália rumo à África do Norte. No caminho, é afundado por um ataque de Bris-tol-Blehein (Bombardeio da RAF).

Em 22 de Junho de 1941, os exércitos do eixo lançaram-se à conquista do territó-rio soviético, com a

chamada Operação Barbarossa. Os exércitos do eixo contavam com 180 divisões, entre tropas alemãs, italianas, húngaras, romenas e finlandesas, num total de mais de três milhões e meio de soldados. A estes se opunham 320 divisões so-viéticas, num total de mais de seis milhões de homens; porém apenas 160 destas divisões estavam situ-adas na região de fronteira com a Alemanha Nazi. Grande parte das tropas soviéticas estavam estacio-nadas na região leste do país, na fronteira com a China ocupada, an-tecipando a possibilidade de mais um ataque japonês contra a União

Soviética, conforme acontecera em março de 1939.A ofensiva era amplamente espera-da, pois a invasão da União Sovi-ética fazia parte do discurso nazis-ta desde o surgimento do partido, tendo sido fortemente pregada por Adolf Hitler em seu livro “Mein Kampf” e estado presente em di-versos de seus pronunciamentos políticos anteriores até mesmo ao início da guerra. Relatórios de serviços secretos davam conta da iminência da invasão, partindo não somente da espionagem soviética mas também de informações ob-tidas pelos ingleses e norte-ame-ricanos. A mobilização de grande número de tropas alemãs para a região de fronteira também foi percebida. Os soviéticos já vinham tomando medidas contra a invasão

desde a década de 1930, aumen-tando exponencialmente o contin-gente de seu exército.Apesar de tudo isto, a invasão co-meça a 22 de junho de 1941 veio como uma surpresa, pois não se esperava que a Alemanha atacas-se a URSS antes que a Inglaterra se retirasse da guerra, conforme se previa. O resultado disto foi uma enorme vantagem tática para as tropas alemãs nos primeiros dias da guerra, o que permitiu o envol-vimento de grande número de divi-sões do exército vermelho e a des-truição de grande parte dos aviões soviéticos ainda nas suas bases, antes mesmo que conseguissem le-vantar vôo.As tropas do eixo foram divididas em três grupos de exércitos: norte, central e sul. O grupo norte atra-

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vessou os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) e marchou con-tra Leningrado , que foi atacada ao mesmo tempo pelos finlandeses, mais ao norte. A cidade foi com-pletamente cercada a 8 de setem-bro de 1941; a partir de então só foi possível abastecê-la pela rota que atravessava o lago Ladoga, constantemente vigiada pelos avi-ões alemães. O resultado foi uma grave crise de fome, que segundo as estimativas teria vitimado por volta de um milhão de civis. A partir de 20 de novembro de 1941, foi possível estabelecer uma rota segura para Leningrado através do lago congelado, devido à recaptura do eixo ferrovi-ário na cidade de Tikhvin, o que permitiu a evacuação de civis, melhoran-do a situação da cidade. O cerco de Leningrado só foi comple-tamente levan-tado em Janeiro de 1944.O exército cen-tral foi o que progrediu mais rapidamente, tendo conquistado completamente a cidade de Minsk a 29 de junho de 1941, operação que resultou na captura de 420 mil soldados do exército vermelho. A ofensiva prosseguiu com o grupo central marchando através da Bielorússia até atingir a cidade de Smolensk, penetrando finalmente no território da Rússia propriamente dita. Aqui o avanço das tropas alemãs foi in-terrompido pela primeira vez, dada a forte resistência oposta pelas tro-pas soviéticas, porém a cidade foi conquistada a 16 de julho.O exército sul prosseguiu mais

vagarosamente do que os outros dois, sendo forçado a combater no terreno dos pântanos Pripet, o que reduzia a velocidade dos avanços. Apesar disso, conseguiu empurrar o grupo sul do exército vermelho até a cidade de Kiev, onde seu avanço foi interrompido. Aprovei-tando-se do fato de que o exército central havia avançado muito mais adiante, os alemães deslocaram boa parte desse segundo grupo de exércitos para o sul, conseguindo assim envolver um enorme grupo de divisões no que ficou conhecido como o bolsão de Kiev. O resulta-do foi a captura de 700 mil solda-dos soviéticos, o que resultou pra-

ticamente na destruição do grupo sul do exército vermelho. A luta pela captura da capital da Ucrânia prosseguiu até 26 de setembro.Após esta operação, o grupo sul do exército lançou-se à captu-ra da península da Criméia. Esta operação seria concluída a 30 de outubro, com o cerco da cidade de Sebastopol que, no entanto, só foi capturada em Julho de 1942. A ci-dade de Odessa, sitiada por tropas romenas desde os primeiros dias da guerra, só foi tomada em setem-bro. Após capturar o território da Criméia, os alemães voltaram-se

para o Cáucaso, chegando a tomar Rostov a 21 de novembro. Entre-tanto, a cidade foi retomada pelos soviéticos poucos dias depois, a 27 de novembro.As tropas do exército central uni-ram-se a várias unidades do grupo norte e iniciaram a operação que tinha por objetivo envolver a ci-dade de Moscou, a 30 de setembro de 1941. Inicialmente as tropas do eixo prosseguiram com velocidade, capturando Bryansk, Orel e Vyaz-ma, numa batalha em que foram cercados e capturados 650.000 ho-mens, no que seria o último grande envolvimento em 1941. As tropas alemãs continuaram avançando

até capturarem a ci-dade de Tula, a 165 quilômetros da capi-tal russa, que passou a sofrer bombardea-mentos aéreos. En-tretanto, o avanço do exército alemão foi barrado, e as pinças norte e sul do ataque não puderam se en-contrar, fechando o cerco. Apesar das gi-gantescas perdas que o exército vermelho havia sofrido, os so-viéticos conseguiram

formar novas divisões de conscri-tos, trazendo também para a frente oeste tropas anteriormente locali-zadas na região leste do país, re-pondo suas perdas e conseguindo dar combate aos alemães.No dia 6 de dezembro, em pleno inverno, começou a contra-ofen-siva dos russos, chefiada pelo ge-neral Georgy Zhukov. Utilizando equipamentos novos como os tan-ques T-34 e os morteiros foguetes Katyusha, o exército vermelho conseguiu retomar uma quantida-de significativa de território, afas-tando definitivamente a ameaça

que pairava sobre sua capital.Em 1942, o exército alemão já não se encontrava em condições de tentar uma nova ofensiva contra Moscou, que também seria dema-siadamente previsível. A Wehrma-cht voltou-se então contra a região do Cáucaso, de grande importância econômica e militar devido a seus recursos petrolíferos (reservas de petróleo soviéticas no Mar Cás-pio), industriais e agrícolas. Além disso, a conquista da região permi-tiria bloquear o rio Volga. A ope-ração de captura do Cáucaso foi chamada de operação Azul e teve início em 28 de junho de 1942. No final do mês de julho os alemães já haviam avançado até a linha do rio Don e começaram os preparativos para o envolvimento da cidade de Stalingrado, defendida pelas tro-pas do General Chuikov. A cidade sofreu pesados bombardeamentos aéreos.No fim de Agosto, a cidade foi cer-cada ao norte e no 1.º de setembro as comunicações ao sul também foram interrompidas. A partir de então, as tropas que combatiam na cidade só puderam ser abasteci-das através do rio Volga, constan-temente bombardeado pelos ale-mães. A batalha pela cidade durou três meses, conhecendo avanços e recuos de ambas as partes, com lutas sangrentas pela conquista de simples casas, prédios ou fábricas. O tipo de terreno resultante das ru-ínas da cidade arrasada favorecia o combate de infantaria, impedindo a utilização eficiente de tanques. Milhares de civis aprisionados no interior da cidade foram vitima-dos, principalmente em conseqü-ência dos bombardeamentos. Em novembro, os alemães haviam al-cançado a margem do rio Volga, impedindo o abastecimento das tropas soviéticas.Em novembro de 1942, os sovié-

ticos iniciaram seu contra-ataque, batizado de Operação Urano, que tinha o objetivo de envolver as divisões alemãs em Stalingrado. Em 19 de novembro, as tropas do general Vatutin, que formavam a pinça norte do ataque, irromperam contra o flanco dos exércitos do Eixo, enquanto ao sul as tropas de Konstantin Rokossovsky faziam o mesmo. Os alemães foram cerca-dos pelo Exército Vermelho e as tentativas de abastecê-los através de uma ponta aérea não tiveram sucesso. Uma tentativa de rom-per o cerco foi feita pelas tropas do General Erich von Manstein, numa operação chamada de Tem-pestade de Inverno, porém as tro-pas cercadas no interior da cidade já estavam sem abastecimento há um bom tempo e não tiveram con-dições de colaborar com as demais tropas alemãs. Os soviéticos con-tinuavam seu contra-ataque (agora a Operação Saturno), ameaçando envolver os exércitos de Manstein, que foi forçado a abandonar sua tentativa de salvamento e retirar-se. A 2 de fevereiro de 1943, os alemães remanescentes na cidade rendem-se. Mais de 800 mil solda-dos do eixo, entre alemães, húnga-ros, romenos e italianos, além de dois milhões de soviéticos, morre-ram nas operações que envolveram

Stalingrado e todo o restante do 6º Exército alemão, comandado pelo Generalfieldmarschall (Marechal-de-Campo)Friedrich Von Paulus, que obedeceu até o fim as ordens de Hitler de não romper o cerco, sendo feito prisioneiro junto com o seu exército. A batalha de Sta-lingrado dura cinco meses. Dos trezentos mil soldados alemães en-curralados no cerco, noventa mil morrem de frio e fome e mais de cem mil são mortos nas três se-manas anteriores à rendição. De-vido às rigorosas dificuldades do inverno nesse ano, que dificultava a subsistência até da população lo-cal, um grande número dos solda-dos alemães, sem proteção contra o frio nos campos de prisioneiros, não sobreviveu, sendo que poucos retornaram a sua terra natal após a guerra. Após a tomada de Stalin-grado, as tropas soviéticas continu-aram avançando e em fevereiro de 1943 retomaram Kursk, Kharkov e Rostov, retomando completamente a região do Cáucaso. A 20 de feve-reiro, os alemães retomaram Kha-rkov, formando uma saliência no front soviético em Kursk, o que te-ria importantes conseqüências nos meses seguintes.Os generais alemães e o próprio Hitler, após a queda de Stalingra-do, tinham noção que esse quadro

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de desestabilização geral estava ocorrendo, e começaram a planejar medidas para reduzir seus efeitos. Muitos oficiais preferiam esperar uma ofensiva soviética e contra-atacar – a “ação de retaguarda” proposta por Manstein – buscan-do paralisar os russos com contra-ataques locais; outros militares de-fendiam que uma ofensiva deveria ser desfechada o quanto antes para incapacitar os soviéticos e depois esperar pelos ataques dos aliados ocidentais. Essa tática acabou sen-do a escolhida por Hitler, resultan-do na “Operação Cidadela”, cog-nome do ataque contra a cidade de Kursk, onde estavam concentra-das grandes forças russas que de-veriam ser cercadas e destruídas. Foi uma operação perdida desde o início para os alemães, pois os so-viéticos tinham superioridade em artilharia, tanques, homens e avi-ões, o que talvez não fizesse tanta diferença se também não tivessem as informações sobre os planos de ataque alemães – obtidas atra-vés da rede de espiões comunistas “Orquestra Vermelha” na Alema-nha – e contassem com defesas em profundidade largamente prepara-das na região. A culminância dessa malfadada operaçnde os alemães sofreram uma grande derrota e fo-ram recuando até saírem da URSS e as forças soviéticas avançando em direção à Alemanha.Embora o significado das batalhas entre Alemanha e URSS tenha sido enormemente relativizado no mun-do capitalista pós-guerra, por conta de questões ideológicas próprias da Guerra Fria (quando não era mais conveniente ressaltar qualidades positivas do antigo aliado sovié-tico…), o chamado fronte orien-tal foi onde aconteceram as mais ferozes batalhas, com as maiores perdas civis e militares da história, e mostrou excepcionais tenacida-

de e capacidade de reorganização e aprendizado do Exército Verme-lho frente à Wehrmacht. Apesar de imensas perdas humanas e maté-rias, a URSS foi a única nação da guerra a ser invadida territorial-mente pela Werhmacht (então o maior, melhor treinado, mais bem equipado, e mais eficiente exército do mundo, cujos vários feitos em eficiência e versatilidade em cam-po permanecem inigualados até hoje) a ser capaz de se reorganizar, e, sem rendição ou acordos cola-boracionistas (como o do “Gover-no de Vichy”, na França), resistir, combater, e efetivamente rechaçar as forças alemãs para fora de seu território sem tropas externas atu-ando em seu território (como na re-cuperação da França, por exemplo, precisou da ajuda maciça de tropas americanas e britânicas), e, mais importante, seguir um curso de vitórias até a capital da Alemanha - terminando, na prática, a guerra: poucos dias depois do suicídio de Hitler na Berlim já completamente ocupada pelo Exército Vermelho, as forças alemãs assinaram sua rendição incondicional.

A

A partir de meados 1943, os exér-citos aliados foram recuperando território passo a passo. Enquanto na frente principal, os soviéticos obtinham a rendição dos alemães em Stalingrado em fevereiro e, em agosto tomavam a iniciativa dos combates após terem derrotado no mês anterior a última grande ofensiva alemã realizada à Les-te, em Kursk; anglo-americanos e franceses livres, tomaram à partir de julho, Sicndo tanto a queda do gabinete de Benito Mussolini, e a prisão deste, que foi resgatado por comandos alemães; quanto a ren-dição e a adesão formal da Itália à causa aliada em setembro.A 6 Junho de 1944, no chamado

Dia D (D-Day), os Aliados efectu-aram um desembarque nas praias da Normandia (Operação Over-lord), em que paito Americano (lu-tando ese (lue Chatas pelo Exérci-to Americano para osdaram. Já o Exército britânico não teve muitas baixas em Gold e Sword, pois seus tanques blindados e especializados (em cortar trincheiras e explodir minas) conseguiram ultrapassar. Era o início da Batalha da Nor-mandia. Apesar da inferiodade aé-rea, e submetida a constantes bom-bardeios aéro-navais, os alemães resistiram durante mais de mês an-tes que os aliados tomeados rque

aliado no sul da França no final de agosto, fo de Paris, seguiu-se em Setembro de 1944 a libertação de parte da Bélgica, incluindo sua ca-pital e a operação Market Garden que tinha como um dos objectivos libertar os Países Baixos. Esta ope-ração foi superior à Overlord no que respeita ao número de pára-quedistas envolvidos, mas resultou num enorme fracasso, contando-se cerca d6500 britânicos foram fei-tos prisioneiros. O objectivo dos Aliados era conquistar uma série de pontes nos Países Baixos, o que lhes permitiria atravessar o rio Reno.

Após a libertação de Paris, se-guiu-se em Setembro de 1944 a libertação de parte da Bélgica

reconquista da Europa

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A derrota do Eixo

Apesar da evidente superiorida-de militar aliada, as tropas alemãs resistiram tenazmente, até porque Hitler alimentava a esperança de que as contradições internas entre os aliados, especialmente a pers-pectiva de ocupação da Europa Oriental pelos soviéticos, levaria os anglo-americanos a firmarem uma paz em separado com a Ale-manha. Afinal, como ele disse aos seus generais: “Jamais houve, em toda a história, uma coalizão com-posta por parceiros tão heterogêne-os quanto essa de nossos inimigos. Estados ultra-capitalistas de um lado e um estado marxista do ou-tro” [7]. Foi dentro desse objetivo estratégico de ganhar tempo até que ocorresse a “reviravolta política”, que Hitler ordenou, em Dezembro de 1944, uma inesperada investi-da na Bélgica - a contra-ofensiva das Ardenas -, cujo objetivo tático era tomar Liège e Antuérpia, para se apropriar dos enorme depósi-tos de suprimentos dos aliados ocidentais, sobretudo petróleo, do qual a Wehrmacht e a Luftwaffe já careciam seriamente. Apanhadas de surpresa, as forças anglo-ame-ricanas sofreram pesadas baixas. Além disso, a infiltração de solda-dos alemães, disfarçados de solda-dos americanos, em áreas contro-ladas pelos aliados, causou sérios transtornos, como mudança de caminhos de divisões inteiras, mu-danças de placas, implantações de minas, emboscadas. Estes soldados alemães, os primeiros comandos, estavam sob o comando do Oberst (Coronel) Otto Skorzeny, que já

libertara Mussolini, entretanto aprisionado em Itália. Finalmente, a ofensiva fracassou, por falta de combustível e de reservas. Na Itá-lia, embora contando com tropas de qualidade inferior, a habilidade do general alemão, Kesselring, tornou lento e penoso o avanço dos ingle-ses e norte-americanos (aos quais agregou-se a Força Expedicionária Brasileira) ao longo da península. Apenas em abril de 1945 é que as forças alemãs se renderam.Antes mesmo de findar a guerra, as grandes potências firmaram acor-dos sobre seu encerramento.O pri-meiro dos acordos foi a Conferên-cia de Teerã, no Irã, em 1943.Em Janeiro de 1945, Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt e Josef Stalin reúnem-se novamente em Ialta, Ucrânia, já sabendo da inevitabilidade da derrota alemã, para decidir sobre o futuro da Eu-ropa pós-guerra. Nesta conferên-cia, definiu-se a partilha da Europa, cabendo à União Soviética o pre-domínio sobre a Europa Oriental,

enquanto as potências capitalistas prevaleceriam na Europa Ociden-tal. Acertou-se também a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), a participação da URSS na guerra contra o Japão, e a divisão da Coréia em bases diferentes das da Liga das Nações. Definiu-se, ademais, a partilha mundial, ca-bendo incorporando os territórios alemães a leste e definindo a par-ticipação da URSS na rendição do Japão, com a divisão da Coréia em áreas de influência soviética e nor-te-americana. Assim, lançavam-se as bases para a Guerra Fria.Entretanto, o avanço das tropas aliadas e soviéticas chegou ao ter-ritório alemão. Previamente, havia já sido estabelecido o avanço dos dois exércitos, ficando a tomada de Berlim a cargo do Exército Ver-melho. Esta decisão, tomada pelas esferas militares, foi encarada com apreensão pela população, pois era conhecido o rasto de pilha-gens, execuções e violações (es-tupro), que os soldados soviéticos deixavam atrás de si, em grande parte como retaliação pela mortes causadas pelos soldados alemães na União Soviética (o país com o maior número de baixas civis e mi-litares de toda a guerra, cerca de 20 milhões). A 30 de Abril de 1945,

Adolf Hitler suicidou-se, quan-do as tropas soviéticas estavam a exatamente dois quarteirões de seu bunker.A 07 de Maio, o seu sucessor, o almirante Dönitz, assinou a capi-tulação alemã. A 14 de Agosto de 1945, o general Tojo do Japão ren-deu-se incondicionalmente.

A guerra no Pacífico

Por volta de 1940, o Japão, tinha já ocupado vários territórios no Pacífico, e tentava agora aumen-tar a sua influência no Sudoeste

Asiático e no Pacífico.

Em Junho de 1941, o Japão, invade a Indochina. O governo dos Esta-dos Unidos da América, indigna-do, impõe sanções económicas ao Japão. Como represália, a 7 de De-zembro de 1941, a aviação japo-nesa atacou Pearl Harbor, a maior base norte-americana do Pacífico. Em apenas duas horas, os pilotos japoneses conseguiram inutilizar todos os navios ancorados no por-to, cinco navios de guerra e outros 15 foram afundados ou destruídos.No dia seguinte os Estados Unidos declaram guerra ao Japão, dando

início à guerra do Pacífico.Apenas duas horas após o ataque que deu início oficial à guerra do Pacífico, o ataque a Pearl Harbor, os japoneses iniciaram a inva-são de vários territórios da Ásia e do Pacífico. Em Maio de 1942, o Japão, tinha já conquistado es-ses vastos territórios; controlando Hong Kong, a Malásia, Singapura — a qual a Grã-Bretanha abando-nou a 15 de Fevereiro de 1942, a Indonésia, as Filipinas, a Birmânia e outras ilhas no Pacífico.

O sucesso dos japoneses, devia-se à adaptação do conceito de Blit-zkrieg às condições da geografia da Ásia e Pacífico; a utilização de um relativamente pequeno número de tropas em relação ao inimigo, altamente treinadas, motivadas e protegidas por um poder naval que logo derrotou os aliados no mar e por uma força aérea que tinha como trunfo principal, tanto defen-sivamente (servindo de escolta dos bombardeiros japoneses) como ofensivamente, o avião caça mais moderno na época, o Mitsubishi Zero que, em combates individu-ais, demonstrou não ser superado nem mesmo pelo lendário Spitfire britânico. Em terra, os conflitos decisivos foram efetuados por di-visões de infantaria utilizando-se pontualmente de tanques e blin-dados leves e carregando peças de artilharia compacta facilmente desmontáveis e tranportáveis. No entanto, esse mesmo material que dava agilidade e leveza na movi-mentação, portanto uma vantagem ofensiva, se tornaria obsoleto se transformando em desvantagem quando no decorrer dos anos se-guintes, o exército imperial viu-se

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obrigado a defender as posições conquistadas sem a vantagem da cobertura aeronaval que dispunha durante a ofensiva e sem poder contar com a reposição por mar deste armamento mais leve por um mais pesado e, dentro daquelas condições, apropriado à defesa.Já em meados 1942 a guerra na Ásia e Pacífico começava a progre-dir mais devagar para os japoneses, que não mantinham o ritmo inicial da campanha. Ao mesmo tempo que a aviação de caça das forças aliadas, ainda em inferiorida-de técnica começava a se utilizar de técnicas de combate aéreo que compensa-vam tal des-nível. Com o impasse causado pela Bata-lha do Mar de Coral em maio da-quele ano, resultando em vitória estratégi-ca para os aliados, devido aos japoneses, por não terem uma ideia precisa do real poder aeronaval dos aliados na região, terem sido induzidos a desistirem de desembarcar em Port Moresby na Nova Guiné; a derrota em Midway no mês seguinte resul-tando, por parte dos japoneses, na perda de 4 porta-aviões e de gran-de número de tripulantes e pilotos altamente experientes; somado ao desembarque e estabelecimento em terra dos americanos em Gua-dalcanal em agosto; fizeram com

que os japoneses passassem à defensiva no Pacífico já no últi-mo trimestre daquele ano.Com a vitória americana em Guadalcanal em fevereiro de 1943, após meses de intensos combates aéreos, marítimos e terrestres que resultaram em grandes perdas humanas e ma-teriais para ambos os lados, o rumo do conflito naquele teatro de operações virou definitiva-mente em favor dos aliados.O sucesso da guerra submari-

na irrestrita levada a cabo pela marinha americana que priva-va o Japão das matérias primas essenciais, necessárias não só para levar a cabo seu projeto ex-pansionista, como para manter a própria indústria e economia in-ternas em pleno funcionamento, bem como o abastecimento da população por um lado e; a ca-pacidade do complexo militar-industrial americano de repor não apenas suas perdas humanas e materiais mas também as per-

das materiais de seus aliados num ritmo muito acima das do Japão; resultou que, a partir de meados de 1943, americanos e seus aliados no Pacífico se mantivessem na ofen-siva ininterruptamente, e ade trio-pas adavançando de complexo em complexo de ilhas rumo ao Japão. Ao mesmo tempo que a chega-da em grande número à frente de combate de novos modelos de avi-ões-caça, que se equiparavam ou superavam em performance o Mit-subishi Zero, fazia com que mes-

mo a relativa vantagem que o Japão dispunha no ar também fosse anula-da.Nos territó-rios ocupa-dos durante a ofensiva do primeiro semestre de 1942, com exceção das Filipinas, num primei-ro momen-to as forças japonesas foram rece-bidas como libertadoras

pelas populações nativas ressen-tida da colonização europeia. Po-rém, em poucos meses devido às duras condições impostas pelos novos governos militares japone-ses que recrudesceram a opressão e a repressão sobre as populações locais, a exemplo do que já faziam na China e Coreia; o sentimen-to dessas populações ocupadas passou da simpatia à hostilidade, fomentando movimentos de resis-tência que cedo encontraram apoio material dos anglo-americanos.

O fim da guerra

Em Março de 1944, as forças japonesas que ocupavam a Birmâ-nia, deram início a um ataque contra a Índia,

mas acabaram por ser derrotadas em Impanhal. No Norte da China, as forças japonesas, começaram a enfrentar as forças comunistas de Mao Zedong. A Guerra Sino-Japo-nesa, que mobilizava mais de um milhão de homens, gastava mais recursos que a Campanha do Sul. Em agosto de 1944, depois de lan-çada a última ofensiva em Ichi Go, o Império japonês, tomou grande parte do Sul da China Central, es-tabelecendo uma ligação terrestre com a Indochina e inviabilizando o território chinês como base para que os aviões caça aliados pudes-sem escoltar os bombardeiros em direção ao Japão.No entanto, as forças Aliadas do Pacífico já haviam chegado perto do arquipélago nipónico. Após to-mar as ilhas Marianas em Junho-Julho de 1944, os americanos ob-tiveram sucesso em uma série de batalhas aeronavais em Luzon, nas Filipinas, desembarcando nas mes-mas no final de Outubro. No iní-

cio de 1945, a instalação de bases aéreas nas ilhas de Iwo Jima (em Fevereiro) e Okinawa (em Abril), mesmo antes da tomada comple-ta das mesmas pelos Americanos, trouxeram o Japão para dentro do alcance dos caças de escolta de longo alcance (principalmente os P-51 Mustang), o que viabilizava a partir de então os ataques aéreos e navais, começando assim os bom-bardeamentos incendiários contra as principais cidades japonesas. As escoltas executadas pelos ca-ças mantinham ocupada, além de debilitar ainda mais a já comba-lida aviação de guerra japonesa, então na defensiva, fazendo com que os ataques aéreos, principal-mente os executados pelos aviões-bombardeiros norte-americanos B-29 pudessem, a partir do final de fevereiro de 1945, ser feitos com perdas aceitáveis para as forças atacantes. Ao final de junho, quan-do se conclui a tomada de Okina-wa, tais bombardeamentos que em certo momentos eram realizados sem oposição, já haviam causado a destruição completa de 69 cida-des japonesas e a morte de mais de 393 000 civis. Durante este mesmo

período, os comunistas recomeça-vam a avançar na China; a maior parte das ilhas Filipinas era reto-mada pelas forças americanas e guerrilha nativa; enquanto os Bri-tânicos recuperavam por completo a Birmânia, ao mesmo tempo que avançava uma rebelião contra as forças japonesas no Vietnam.Em meados de Julho o Imperador Hirohito, verificando as elevadas perdas e a deterioração da situação nos últimos meses, autorizou que o embaixador japonês na União Soviética contactasse Estaline para apresentar uma rendição do Japão. Estaline recebeu a mensagem al-gumas horas antes da conferência dos Aliados na Alemanha, apre-sentando assim a proposta de ren-dição japonesa a Harry Truman. Os Aliados ocidentais pediam ao Japão uma rendição incondicio-nal, contudo o Japão decidiu não responder devido aos termos de rendição dos Aliados não especi-ficarem o futuro do Imperador — visto como um deus para o povo japonês — tal como o sistema im-perial. Harry Truman, após a sua chegada à conferência, recebeu uma mensagem que indicava que o

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teste da bomba atómica “Trinity” tinha sido bem sucedido; decidi-do a ganhar a guerra utilizando o projecto Manhattan e demonstrar o poder de força da nova arma ao aliado russo, deu indicações a Es-taline que ignorava a mensagem japonesa.Em meados de Julho o Imperador Hirohito, verificando as elevadas perdas e a deterioração da situa-ção nos últimos meses, autorizou que o embaixador japonês na União Soviética contactasse Esta-line para apresentar uma rendição do Japão. Estaline recebeu a men-sagem algumas horas antes da con-ferên-cia dos Aliados na Ale-manha, apresen-tando assim a proposta de ren-dição ja-ponesa a Harry Truman. Os Aliados ocidentais pediam ao Japão uma rendição incondicional, contudo o Japão decidiu não responder devido aos termos de rendição dos Aliados não especificarem o futuro do Im-perador — visto como um deus para o povo japonês — tal como o sistema imperial. Harry Truman, após a sua chegada à conferência, recebeu uma mensagem que indi-cava que o teste da bomba atómi-ca “Trinity” tinha sido bem suce-dido; decidido a ganhar a guerra

utilizando o projecto Manhattan e demonstrar o poder de força da nova arma ao aliado russo, deu in-dicações a Estaline que ignorava a mensagem japonesa.A 6 de Agosto, a bomba atómica, “Little Boy”, foi lançada sobre Hiroshima do B-29 “Enola Gay”, matando, instantaneamente, 75 mi-lhares de pessoas. Destaque-se que não havia quartéis, nem aeroportos militares, nem indústrias bélicas na cidade, cuja população era ex-clusivamente civil, composta por crianças, mulheres e idosos, uma

vez que os homens jovens haviam sido recrutados para as forças ar-madas japonesas. Era também essa a condição de Nagasaki, a cidade sobre a qual, três dias depois, 9 de Agosto, foi lançada a segunda bomba, a “Fat Man”, pelo B-29 “Bock’s Car”.Entre os que morreram no mo-mento das explosões e aqueles que pereceram nos dias seguintes, por conta da radiação atômica, a quan-tidade de vítimas se elevou a mais de 250 mil pessoas, constituindo

esse episódio o maior massacre de civis de toda a história da humani-dade.Para satisfazer a opinião pública do país (e de outras nações), as au-toridades norte-americanas justifi-caram a sua decisão afirmando que uma invasão do Japão teria custos muito elevados em termos de vidas de militares estado-unidenses, ten-do em conta a disposição dos japo-neses de resistir.A 8 de Agosto de 1945 a União So-viética declarou guerra ao Japão, como tinha concordado na confe-

rência, e lançou uma invasão (Operação Tempestade de Agos-to, August Storm) em grande escala à Man-chúria, que se encon-trava ocupada pelo Japão.Com seu país cerca-do, suas principais ci-dades em escombros (duas delas atingidas por engenhos nuclea-res), sua indústria ar-rasada, e tendo agora que enfrentar outro inimigo poderoso (a URSS), não restou ao imperador do Japão, Hirohito, senão acei-tar a rendição incon-

dicional exigida pelos aliados. No dia 15 de Agosto fez um anúncio público pelo rádio, apelando ao exército japonês a cessação da luta. Para os aliados, este foi o ``Dia da Vitória´´ - V Day em inglês.Em 2 de setembro, no mesmo dia em que na Indochina Ho Chi Minh proclamava a independência viet-namita, o Japão assinava formal-mente diante dos representantes das nações aliadas no oriente a rendição a bordo do USS Missou-ri, na baía de Tóquio pondo fim a Segunda Guerra Mundial.

Brasil na Guerra

Embora estivesse sendo comanda-do por um regime ditatorial simpá-tico ao modelo fascista (o Estado novo getulista), o Brasil acabou participando da Guerra junto aos Aliados. Isto porque, muito antes que a pressão popular se fizesse sentir em 1942, porque a partir de Fevereiro de 1942 submari-nos alemães e italianos iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália, segundo relatado nos diários de Goebbels, à adesão por parte do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático ao lado de qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potência extra-continental); de fundamental importância para que o governo brasileiro paulatina-mente se alinhasse com os Estados Unidos e consequentemente a cau-sa aliada a partir de Pearl Harbor, igual e respectivamente foram: as tentativas veladas de ingerência nos assuntos internos brasileiros por parte da Alemanha e Itália, es-pecialmente a partir da implanta-ção do Estado Novo; a progressiva impossibilidade a partir do final de 1940 de manter relações comerciais estáveis e efetivas com estes países devido a pressão naval britânica e posteriormente americana exerci-

da contra os mesmos e a chamada política de boa vizinhança levada a cabo pelo então presidente Roo-sevelt, que entre outros incentivos econômicos e comerciais financiou a construção de uma gigantesca si-derúrgica, a CSN (Companhia Si-derúrgica Nacional).Também, durante o ano de 1942, em meio a incentivos econômicos e pressão diplomática, os america-nos instalaram bases aero-navais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira, sendo a base militar no município de Parnamirim, vizi-nho a capital Natal, no estado do Rio Grande do Norte, a principal dentre estas. Bases às quais os mi-litares brasileiros tinham acesso restrito e controlado. Tendo sido a de Parnamirim de especial im-portância para o esforço de guerra aliado antes do desembarque de tropas Anglo-Americanas no Nor-te da África em novembro de 1942 na Operação Tocha.Complexo de bases esse que foi popularmente apelidado na época de “Trampolim da Vitória”, devi-do à importante contribuição tática proporcionada para a frente norte africana. A partir da estabilização da frente italiana em fins de 1943 e do enfraquecimento da campanha submarina alemã, as bases ame-

ricanas em solo brasileiro foram sendo progressivamente desativa-das ao longo de 1944-45, embora na da ilha de Fernando de Noronha os americanos tenham permaneci-do até 1960.Somente devido à pressão popu-lar é que se deveu a declaração de guerra à Alemanha nazista e à Itália fascista em agosto de 1942, após meses de torpedeamento de navios mercantes brasileiros. Assim como a existência da Força Expedicioná-ria Brasileira, que teve sua forma-ção inicialmente protelada por um ano após a declaração de guerra e seu envio para a frente iniciado somente em julho de 1944, quase 2 anos após a declaração e mes-mo assim tendo enviado cerca de 25 000 homens de um total inicial previsto de 100 000.Mesmo com problemas na pre-paração e no envio, já na Itália, treinada e equipada pelos america-nos, a FEB cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado. No entanto, mal terminada a guerra, temendo uma possível capitalização políti-ca da vitória aliada por membros da FEB, dada a contribuição des-ta à mesma, mesmo que modesta, decidiu o governo brasileiro des-mobilizá-la oficialmente ainda em

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solo italiano.[14] A seus membros, no retorno ao país, foram impostas restrições, os veteranos não milita-res (que deram baixa ao retornar) foram proibidos de utilizar em pú-blico condecorações ou peças do vestuário expedicionário, enquan-to os (veteranos militares) profis-sionais foram transferidos para re-giões de fronteira ou distantes dos grandes centros.Assim, embora mais vigorosa que a participação na Primeira Guerra Mundial, considerando o jogo po-

lítico e diplomático travado entre americanos e alemães pelo apoio brasileiro e os números da real con-tribuição tática e estratégica que o país proporcionou comparados aos de outros países aliados (a FEB, por exemplo, era apenas uma entre 20 divisões aliadas na Itália, tendo atuado num setor, embora relati-vamente importante, secundário na frente italiana, num momento em que esta mesma frente se ti-nha tornado de menor importância para ambos os lados); a modesta

participação brasileira na Segunda Guerra pode no geral ser equipara-da à do Japão na Primeira Guerra Mundial. Se de um lado, em ter-mos numéricos e táticos, os brasi-leiros tiveram no segundo conflito mundial uma participação maior na causa aliada que os japoneses três décadas antes, por outro lado os nipônicos, entre as décadas de 1920 e 1930, souberam capitalizar melhor política e estrategicamente a nível internacional sua participa-ção no conflito de 1914-18.

No entanto, a participação do Brasil na guer-ra e a forma como a mesma se desenrolou contribuíram decisivamente para o fim do regime do Estado Novo, como já sinali-zava o Manifesto dos Mineiros em 1943.

Portugal na Guerra

Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal era go-vernado por uma ditadura de direi-

ta, designada por Estado Novo e chefiado por Salazar. Oficialmente Portugal declarou em 1939 a neu-tralidade, apesar da Aliança Luso-Britânica, tendo mantido o estado de neutralidade até ao final das hostilidades.O Estado Português, em Março de 1939, assina um Tratado de Ami-zade e Não Agressão com a Espa-nha nacionalista, representada pela Junta de Burgos e pelo Nuevo Es-tado dirigido por Franco, recusan-do o convite do embaixador italia-no, em Abril do mesmo ano, para aderir ao Pacto Anti-Komintern, aliança da Alemanha, Itália e Japão contra a ameaça comunista.Em Agosto de 1939, a Grã-Breta-nha assina um acordo de coopera-ção militar com Portugal, aceitan-do apoiar directamente o esforço de rearmamento e modernização das forças armadas portuguesas. Todavia, o acordo só começaria a ser cumprido a partir de Setembro de 1943.O embaixador Aristides de Sousa Mendes em França (1939-1940) ajudou dezenas de milhares de re-fugiados, nomeadamente judeus a fugir via Lisboa, para os Estados Unidos, emitindo vistos à revelia

do Governo de Salazar. Após a queda da França em Julho de 1940, foi detido em Lisboa, e proibido de exercer Advocacia, nunca foi per-doado por Salazar. Em 1966, Israel dá-lhe o título de “Justo entre as nações”. Após a revolução de Abril foi-lhe atribuída a título póstumo a Ordem da Liberdade em 1987, e a Cruz de Mérito em 1998.Logo após a invasão da França, Hitler emite com o nome de Ope-ração Félix, a directiva 18, cujo objectivo principal é a ocupação de Gibraltar, com ou sem apoio da Espanha. Os planos da operação contempla a invasão de Portugal, caso esteja iminente um desembar-que aliado na costa portuguesa.Para a invasão a Portugal estaria planeada ser usada uma divisão blindada alemã para tomar os por-tos de Setúbal e Lisboa, outra divi-são (espanhola) pela costa norte, e

uma outra divisão alemã de infan-taria motorizada pelo sul do país. Portugal não possuía qualquer corpo blindado, ou peças antitan-que para uma defesa com suces-so, especialmente contra a divisão blindada, e muito do equipamento estava obsoleto.A operação Félix não foi concre-tizada porque Espanha e Alema-nha não chegaram a acordo sobre as contrapartidas da participação espanhola. A Espanha teria de ser equipada pelo exército alemão porque apesar da superioridade numérica das divisões espanho-las em relação a Portugal, faltava equipamento, mobilidade e lo-gística às divisões espanholas. O exército alemão teria de defender uma maior faixa costeira de uma possível invasão aliada, e a priori-dade foi dada À Jugoslávia e Gré-cia, devido às preparações para a

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invasão da Rússia. O Plano ainda foi considerado se a Alemanha ob-tivesse uma vitória rápida na frente russa. Os acordos entre Portugal e Espanha, e a inteligência britânica poderão ter também influenciado a não concretização do plano. Ape-nas em 1943 a Grã-Bretanha hon-raria o acordo de 1939, e passaria a dispor equipamento militar moder-no a Portugal.Em 1941, o Japão invade Timor-Leste, e ocupa as ilhas de Lapa, São João e Montanha pertencen-tes à República da China e divide a administração com o Governo Português de Macau. As ilhas vol-tariam após o fim da guerra à sobe-rania chinesa.Com o virar da guerra e o conhe-cimento da proposta de Roosevelt em enviar tropas Brasileiras para ocupação das ilhas portuguesas no Atlântico, Churchill convence Por-tugal à assinar o Acordo Luso-Bri-

No dia 29 de Junho de 1940, Espanha e Portugal assinam um protocolo adicional ao Tratado de Amizade e Não Agressão.

tânico, em Agosto de 1943, conce-dendo à Grã-Bretanha, a base das Lajes nos Açores, e em 1944 aos Estados Unidos até actualmente.Comercialmente, Portugal expor-tava produtos para os países em conflito, como açúcar, tabaco, e volfrâmio. O volfrâmio cujo pre-ço subiu em flecha desde o início das exportações, sendo que para a

Alemanha, a exportação foi inter-rompida em 1944 por imposição dos Aliados. Até ao final da guerra as exportações para a Alemanha foram pagas com ouro canalizado via Suíça.Com o final da guerra, o governo de Salazar decretou luto oficial de três dias pela morte de Hitler aquando da sua morte, em 1945.

Consequências da Segunda Guerra Mundial

Desenvolvimento tecnológico

A tecnologia bélica evoluiu rapidamente durante a Segunda Guerra Mundial e foi crucial para determinar o rumo da guerra. Algumas das principais tecnologias fo-ram usadas pela primeira vez, como as bombas nucleares, o radar, sistemas de co-municação por micro-ondas, o fuzil mais rápido, os mísseis balísticos, e os proces-sadores analógicos de dados (computadores primitivos). Enormes avanços foram feitos em aeronaves, navios, submarinos e tanques. Muitos dos modelos usados no início da guerra se tornaram obsoletos quando a guerra acabou. Um novo tipo de navio foi adicionado aos avanços: navio de desembarque anfíbio (usado no Dia D).

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As estimativas para o total de vítimas da guerra va-riam, mas a maioria su-

gere que cerca de 72 milhões de pessoas morreram durante a guer-ra, incluindo cerca de 26 milhões de soldados e 46 milhões de civis. Muitos civis morreram devido à doenças, fome, massacres, bom-

bardeios e genocídio. A União So-viética perdeu cerca de 27 milhões de pessoas durante a guerra, cer-ca de metade de todas as vítimas da Segunda Guerra Mundial.[20] Do total de mortes na II Guerra Mundial, aproximadamente 85% estavam no lado dos Aliados (prin-cipalmente soviético e chinês) e

15% do lado do Eixo. Uma estima-tiva é que 12 milhões de civis mor-reram nos campos de concentração nazistas, 1,5 milhões por bombas, 7 milhões na Europa e 7,5 milhões na China devido a outros fatores. Os dados sobre o total de vítimas varia porque a maioria das mortes não foram documentadas.

Prisioneiros de guerraCom a derrota e posterior

separação da Alemanha, cerca de 3 mil civis ale-

mães viraram prisioneiros de guer-ra tendo que trabalhar em campos de trabalhos forçados no Gulag, na Rússia. Apenas em 1950, os civis poderam ter a sua liberdade e vol-tar para a Alemanha.Muitos dos prisioneiros de guerra

alemães e italianos foram trabalhar na reconstrução da Grã-Bretanha e da França. Cerca de 100 mil pri-sioneiros foram enviados para a Grã-Bretanha e foran ficando na-gris den nutruebtes e morreram isso mais cerca de 700 mil para a França. Além disso, os milhares de soldados presos pelos soviéticos continuaram em cativeiro, dife-

rentemente dos prisioneiros pelos aliados, que foram libertados entre 1945 e 1948.No início dos anos 1950, alguns prisioneiros alemães foram liber-tados pelos russos, mas somente em 1955, após a visita de Konrad Adenauer à URSS é que os restan-tes prisioneiros ainda vivos foram libertados e retornaram a sua terra

Mortes O Holocausto

Avalia-se em 50 ou 60 milhões o número de pes-soas que morreram em consequência da guerra. As perdas foram superiores na Europa Oriental: estimam-se 17 milhões de mortes civis e 12 mi-lhões de mortes militares para a União Soviética, 6 a 7 milhões para a Polónia (primariamente ci-vis), enquanto que na França o número rondaria

os 600 000.

O Holocausto comanda-do pelas autoridades nazistas - inclusive como parte da “solução

final” para o “problema judeu” - levaria ao genocídio, nos campos de concentração, de milhões de pessoas consideradas indesejáveis,

dentre as quais, principalmente, os judeus, mas também membros da etnia cigana, eslavos, homossexu-ais, portadores de deficiência, Tes-temunhas de Jeová e dissidentes políticos. Milhares de prisioneiros foram usados como cobaias em di-versas experiências, o que acarre-

tou a propagação de doenças como tifo e tuberculose. Após a guerra, o Movimento Sionista valeu-se do horror mundial diante da divulga-ção do holocausto judeu, para ob-ter a criação do Estado de Israel, na Palestina.

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Danos materiais

Os Aliados de-terminaram o pagamento de indenizações de guerra às nações derro-tadas para a reconstrução e indenização dos pa-íses vencedores, assinado no Tra-tado de Paz de Paris. A Hungria, Finlândia e Romênia foi ordenado o pagamento de 300 milhões de dólares (valor baseado no valor do

dólar em 1938) para a União Sovi-ética. A Itália foi obrigada a pagar o correspondente a 360 milhões de dólares de indenizações cobrados pela Grécia, Iugoslávia e União Soviética.No fim da guerra, cerca de 70%

da infra-estrutura européia estava destruída. Os países membros do Eixo tiveram que indenizar os países Aliados em mais de 2 bi-lhões de dólares.Com a derrota do Eixo, a

Alemanha teve expressivos recur-sos financeiros e materiais trans-feridos para os Estados Unidos e a União Soviética, além de ter as indústrias bélicas desmanteladas para evitar um novo rearmamento.

TerritoriaisAs transformações territoriais pro-vocadas pela Segunda Guerra co-meçaram a ser delineadas pouco antes do fim desta. A Conferência de Ialta (4-12 de Fevereiro de 1945) teria como resultado a partilha en-tre os Estados Unidos e a União Soviética de influência na Europa. Alguns meses depois a Conferên-cia de Potsdam, realizada já com a derrota da Alemanha, consagra a divisão deste país em quatro zonas administradas pelas potências ven-cedoras. No lado Oriental, ficaria a administração sob incumbência da União Soviética e, no lado Oci-dental, a administração ficaria sob

incumbência dos Estados Unidos, França e Inglaterra, tendo estas duas últimas desistido da incum-bência.A Itália perderia á todas as suas colónias; a Ístria acabaria por ser integrada na Jugoslávia, tendo também sofrido pelo território da nação polaca desloca-se para oes-te, integrando províncias alemãs (Pomerânia, Brandemburgo, Si-lésia), colocando a sua fronteira ocidental até aos cursos do Oder e do Neisse. A URSS progrediu igualmente para oeste, graças principalmente à reversão das perdas territoriais sofridas pelo

Pacto de Brest-Litovsk: houve a criação da República Socialista Soviética da Bielorússia (numa área de maioria étnica bielorussa, mas que havia sido concedida à Polônia), e também a ampliação da Ucrânia, que também havia perdi-do território, duas décadas antes, para a Polônia.O Japão teve que abandonar, de acordo com o estabelecido no acordo de paz de 1951 com os Es-tados Unidos, a Manchúria e a Co-reia, além dos territórios que havia conquistado durante o conflito. Nos anos 1970, os Estados Unidos devolvem Okinawa ao Japão

PolíticasNo plano político, a Segunda Guerra Mundial produziu, entre outros, os seguintes resultados:

.: O esmagamento dos imperialismos alemão, italiano e japonês;

.: O enfraquecimento dos imperialismos inglês e francês;

.: Ascensão dos Estados Unidos como potência imperialista hegemônica no mundo;

.: Ascensão da URSS como potência militar dominante na Europa Oriental;

.: Ascensão dos movimentos de libertação nacional nos países explorados pelo colonialismo europeu, em alguns casos combinando nacionalismo com revolução social (como na China);

.: Deflagração da Guerra Fria, como um teste de força entre os Estados Unidos e a União Soviética;

.: Fundação da Organização das Nações Unidas, em Junho de 1945, em substituição à Sociedade das Nações.

Uma das razões apontadas para o fracasso da Liga das Nações seria a igualdade entre países pequenos e gran-des, bloqueando o processo de tomada de decisões. Valendo-se desse discutível argumento, as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial reservaram-se um papel de destaque e domínio dentro da ONU, através de assento permanente no Conselho de Segu-rança, onde possuem direito de veto. Os outros mem-bros do Conselho são seis países eleitos rotativamente (sem poder de veto).

Herança humanaA herança de destruição deixa-da pela Segunda Guerra Mundial foi assombrosa. Além das mortes causadas, (fome e doenças), pelo conflito, dezenas de cidades foram arrasadas, inúmeras florestas desa-pareceram, e milhares de hectares de terras cultiváveis foram trans-formados em desertos, em propor-ções nunca vistas desde a Guerra

dos Trinta Anos.Mas o pior foi a devastação cau-sada ao comportamento humano. Violência bárbara e desrespeito generalizado aos mais elementa-res direitos humanos - sobretudo o direito à vida -, disseminaram-se numa escala bem maior do que se viu durante e depois da Primeira Guerra Mundial, e cujos exemplos

mais gritantes foram os Holocaus-tos nazistas, o Estupro de Nanquim e as bombas atômicas sobre Hi-roshima e Nagasaki.Recursos materiais volumosos, ca-pazes de alimentar, vestir e educar milhões de seres humanos, que vi-vem na linha da pobreza (ou abai-xo dela), foram desperdiçados para fins puramente destrutivos. [24]

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A Segunda Guerra na cultura popularGames

• Jogos Medal of Honor • Commandos• Wolfenstein 3D• Return to Castle Wolfenstein• Battlefield 1942• Battlefield 1943• Call of Duty• Call of Duty 2• Call of Duty 3• Call of Duty 5: World at War• Hidden Stroke 2• Brothers In Arms: Hell’s Highway• Company of Heroes• Day of Defeat• Day of Defeat Source• Hearts of Iron

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ReferênciasAlguns historiadores argumentam que, em sua frente asiática, a guerra começou em 7 de julho de 1937, com a inva-

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Texto obtido em “http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial”

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