Revista TECCIDADE

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fabricada por ONG a partir de lixo eletrônico pág. 3 Mark Zuckerberg fala sobros boatos mentirosos do WhatsApp pág. 18 Mark Zuckerberg fala sobre os boatos mentirosos do WhatsApp pág. 18 Novembro de 2015 Ano I n º 1

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Edição número 01 da revista TECCIDADE, produzida como Projeto Integrador dos alunos Mônica Indig, Rodrigo Soares e Leonardo da Costa. Fotos: Mônica Indig

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IMPRESSORA 3Dfabricada por ONG a partir de lixo eletrônico

pág. 3

Mark Zuckerberg fala sobros boatos

mentirosos do WhatsApppág. 18

Mark Zuckerberg fala sobre os boatos

mentirosos do WhatsApppág. 18

Novembro de 2015 Ano I nº1

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SUMÁRIO04A ONG Programan-do o Futuro constrói uma impressora 3D só com resíduos de eletroeletrônicos.

12Ericsson processa Samsung por que-bra de patentes e a ação corre no tribunal norte ame-ricano do Texas.

TECNOLOGIA

RADAR

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SUMÁRIO04

18Começou a se es-palhar um boato dizendo que uma nova atualização do WhatsApp irá notificar usuários quando a tela for printada.

É mentira.

15Estão abertas as inscrições para o

Congresso de Inova-ção, Tecnologia e Sustentabilidade

Nesta segunda edição. O congresso contempla quatro temáticas: Pes-quisa, Desenvolvimento e Inovação na Produção, Prospecção de Cenários Tecnológicos, Redes de Cooperação para Inova-ção, Educação para a o Consumo Sustentável e Tecnologias Sociais.

20Começou a se es-palhar um boato dizendo que uma nova atualização do WhatsApp irá notificar usuários quando a tela for printada. É mentira.

Começou a se es-palhar um boato dizendo que uma nova atualização do WhatsApp irá notificar usuários quando a tela for printada. É mentira.

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12ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia terá mais de 900 atividades pág. 20

CIDADÂNIA ENTREVISTA

NEWS

Sumário

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Tecnologia

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Subtítulo

Tecnologia

ONG cria impressora 3D a partir de lixo eletrônico

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55Ano I no 1 - novembro de 2015

A ONG Programando o Futuro trabalha com reciclagem de lixo eletrônico e construiu deste material, uma impressora 3D além de outros equipamentos de alta tecnologia para uso coletivo e solidário

Em Valparaíso de Goiás a Organização Não Governamental

(ONG) Programando o Fu-turo recicla lixo eletrôni-co, e a partir deste de-senvolveu equipamentos de alta tecnologia uma impressora 3D, máquina de fliperama, óculos para

filme tridimensional entre outros aparelhos.

Criada em 1984 pelo americano Chuck Hull, a impressora vem ganhando espaço em indústrias e na economia com confecção de próteses, instrumen-tos musicais, peças de in-dústria e até brinquedos.

Conhecido por ser um equipamento sofisticado e de valor expressivo a im-pressora 3D é uma má-quina que custa hoje em torno de mil dólares e é de difícil acesso, mas vem se tornando cada vez mais popular, As primeiras im-pressoras do tipo Wche-

Impressora 3D fabricada com lixo eletrônico reciclado

Fotos:Mônica IndigReportagem: Mônica Indig, Rodrigo Soares e Leonardo da Costa

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garam a custar, no final dos anos oitenta, cerca de um milhão de dólares.

A impressora, apesar do nome, não utiliza tin-ta. Através de um sof-tware de desenho e cál-culo como AutoCad envia para ela o objeto que será construído em três dimensões. A peça ou es-cultura criada é feita de um plástico que também é produto de reciclagem da ONG.

A ONG Programando o Futuro, utilizando de pro-gramas abertos, criou essa impressora 3D, e seu uso beneficiará uma comunidade que de ou-tra forma dificilmente teria chance de conhe-cer um equipamento tão complexo como esse.

O professor de robó-tica Refael Aguilar que a construiu junto com seus alunos explica: “Essa im-pressora é um projeto aberto. Ela vem sendo

desenvolvida há um certo tempo por uma comuni-dade mundial, que deci-diu criar uma impressora que fosse de baixo custo e de acesso ilimitado.”

Com o grande avanço da tecnologia e da infor-mática nos tempos atu-ais, o consumo de eletrô-nicos tornou-se uma “bola de neve” gerando uma quantidade de eletrônicos descartáveis de muito vo-lume. Esse lixo se trans-formou em um grande pro-blema para a sociedade.

Segundo o 26º Relató-rio Anual de Tecnologia da Informação o Brasil con-ta com três aparelhos ligados a internet (com-putadores, tablets ou te-lefones inteligentes) para cada dois habitantes.

De acordo com a ONU, só no Brasil foram1,4 milhões de toneladas de lixo eletrônico descarta-das em 2014.

Os números são im-pressionantes e por conta disso ONGs como a Programando o Futu-ro tem a preocupação social de reciclar e tor-nar esse lixo de utilidade para o meio ambiente.

Com a criação de uma impressora 3D feita com lixo reciclável a um custo baixíssimo e ainda usando essa mesma im-pressora para construir as próprias peças de uma nova, a ONG divulga uma tecnologia de ponta que até bem pouco tem-po era restrita a gran-des empresas de alta tecnologia.

Professor de robótica Refael Aguilar, e sua principal criação dentro da ONG Programando o Futuro

Antigo galpão abandonado e ponto de criminalidade, hoje revitalizado e transformado em centro comunitário e sede da ONG Programando o Futuro

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7Ano I no 1 - novembro de 2015

Criada em 1999 como OSCIP (Organização da So-ciedade Civil de Interesse Público) e seis anos depois transformada em ONG com seu próprio CNPJ, ela hoje aos 16 anos, trabalha com várias atividades cida-dãs beneficiando não só a comunidade, mas também a sociedade.

A ONG além da reci-clagem promove eventos culturais, onde o ingresso é sempre doação de lixo eletrônico, e divulga novos talentos locais.

Outros trabalhos são as aulas que ministra de ensi-no a distância de informáti-ca, recupera equipamentos e cria novos notebooks e computadores.

As aulas sem fins lucra-tivos ministrados na pró-pria ONG são de: informá-tica básica, manutenção de computadores, eletrônica, robótica e edição de áudio.

Os locais mais beneficia-dos por estes trabalhos

História da ONG

de reuso de equipamen-tos são órgãos de iniciati-va de inclusão digital sem fins lucrativos ou gover-namental: as prefeituras do entorno, escolas públi-cas e creches.

A ONG hoje recebe 120 alunos a cada dois meses,

que é o tempo de duração dos cursos.

Os alunos aprendem profissões que hoje são indispensáveis no mundo digital. Fábio Alvez, es-tudante de montagem e configuração, explica: “Acho que é um curso bem legal e em dia pra quem não tem condições para pagar. Para eu fazer esse curso particular fica difícil porque um curso como os que têm aqui custa mais de cem reais lá fora.”

O trabalho também já beneficiou a comunidade de Valparaíso transfor-mando o local que era re-duto de viciados em cra-que e ambiente perigoso, em hoje sua sede local onde a comunidade tem um espaço de lan house, estudo e fomenta proje-tos sociais.

Maquete do Congresso Nacion-al criada com a impressora 3D:

também o seu plástico é produzido a partir de lixo eletrônico reciclável

de monitores

(Da esquerda para direita) professor Refael, Vilmar Nascimento, diretor e presidente da ONG, e Lincoln Bruno, promotor de eventos culturais que completam a diretoria

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O trabalho da ONG se es-tende também a outros ti-pos de equipamentos, como: máquinas de fliperama, ócu-los 3D além de montar no-vos notebooks, computado-res e pendrives.

Ela vive da venda de al-gumas peças para empre-sas e segundo um de seus fundadores, Vilmar Nasci-mento, tem uma ideologia totalmente voltada para o equilíbrio sustentável e de preservação do meio am-biente “Além de termos a metodologia de separação do lixo eletroeletrônico, vendemos os resíduos para as empresas. Por exemplo: placas, mas só vendemos para quem tem licença am-biental e certificado inter-nacional de destinação, en-tão de vinte empresas que querem, nós só vendemos para duas. Preocupação com a parte ambiental e

Consciência sustentável

sustentável é nossa priori-dade.” afirma Vilmar.

Essa preocupação di-funde-se na atualidade por todo o planeta, com o imen-

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Júlio Car-los Afonso, além de metais valiosos existentes nes-se lixo, há também muitos componentes tóxicos, o que torna este resíduo pe-rigoso e não biodegradável na natureza. “O primeiro impacto do lixo eletroele-trônico não é o descarte do mesmo, mas sim a sua produção, a qual consome de forma desproporcional recursos naturais não re-nováveis” diz professor Jú-lio.

Os danos à natureza e ao ser humano são imensos. As partes tóxicas podem ser encontradas em vários componentes dos compu-tadores, como: chumbo, cádmio e outros metais no monitor; lítio, manganês, mercúrio e chumbo nas pi-lhas e baterias e também metais nobres como nas placas de circuito impres-so: cromo, níquel, prata, ouro, berílio.

so número de lixo eletro-eletrônico que empresas e pessoas despejam por dia, torna-se prioridade de que forma se descartará esse lixo. Segundo o professor do Instituto de Química da

Preocupação com a parte ambiental e sustentável

é nossa prioridade.

Vilmar NascimentoDiretor da ONG

Depósito de lixo eletrônico parareciclagem da ONG Programando o Futuro

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9Ano I no 1 - novembro de 2015

Esses metais podem pro-vocar as seguintes doen-ças: o chumbo causa danos ao sistema nervoso e san-guíneo; o mercúrio danos cerebrais e ao fígado; o cá-dmio envenenamento, danos aos ossos, rins e pulmões; arsênico, doenças de pele, prejudica o sistema nervo-so e pode causar câncer no pulmão e o berílio câncer no pulmão. Os retardantes de chamas (BRT) causam de-sordens hormonais, nervo-sas e reprodutivas e o PVC, se queimado e inalado, pode causar problemas respira-tórios, segundo os dados do Greepeace e eWaste Guide.

Para uma boa reciclagem é preciso:

Máquina de fliperama construída por professor

e alunos de robótica

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A Lei n° 12.305/10 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, já é uma forte ferramenta con-tra o descaso para o perigo do descarte do lixo eletrôni-co. Ela coloca a responsabi-lidade daqueles que produ-zem tal lixo pondo em risco à natureza e a saúde humana.

A analista ambiental da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urba-no do Ministério do Meio Ambiente, Marília Moreira Viotti relata que um dos maiores problemas atuais é o manejo despreparado e errado para o lixo eletrô-nico. Várias ONGs de re-ciclagem e coletas de lixo, os lixões, e até mesmo os aterros recebem uma quan-

Governo

tidade muito volumosa que além de poluírem o ambien-te significam um grande desperdício de metais no-bres como ouro e prata por

exemplo. “O problema de você não fazer o gerencia-mento correto do material é que primeiro você está desperdiçando dinheiro e por outro lado tem elemen-tos perigosos como retar-dantes de chamas que em combustão são neurotó-xicos, assim como os que têm cloro são altamente cancerígenos quando tam-bém são queimados”, decla-ra Marília.

Diante de uma situação tão complexa como esta, a ONG Programando o Fu-turo dá o exemplo do ma-nuseio correto e recicla-gem para este tipo de lixo, transformando-os em no-vos aparelhos com tecnolo-gia de ponta.

Asa SulAvenida das Nações, wpróximo à CAESB(61) 3213-0193

Asa NorteSGAIN QD 05, Lote 23(61) 3213-0194

GamaAvenida Contorno, Área Es-pecial Lote 1/2 – Setor Norte(61) 3556-1442

TaguatingaQNG 47, Área Especial nº 9 – Taguatinga Norte(61) 3354-3140

SobradinhoÁrea Especial para Indústria

nº 3, Lotes 4 a 6(61) 3591-6723

BrazlândiaÁrea Especial nº 2, Lotes I,J,K,L – Setor Norte(61) 3391-1206

CeilândiaQNN 29, Módulos G a K, Área Especial – Ceilândia Norte(61) 3585-2711

SamambaiaÁrea Especial S/N QS 302 – Centro Urbano – Samambaia Sul(61) 3358-2414

Paranoá e ItapoãQuadra 05, Área Especial

“D”,Lotes 1 e 2(61) 3369-4595São SebastiãoQuadra 305, Conjunto 14 – Área Especial(61) 3335-9038

PlanaltinaÁrea Especial Norte, Lotes 11 e 12(61) 3389-1018

Recanto das EmasAvenida Vargem da Benção, Chácara nº 3(61) 3333-3733

Santa MariaQR 409 Bloco “A” Área Es-pecial 1– Santa Maria Sul(61) 3392-1298

13 pontos de coleta de lixo eletrônico no DF

Marília Viotti, analista ambiental

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