Revista Ter Nº14 Janeiro Abril de 2012

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1 ter destaque O que fomos. O que somos. O que seremos... Revista da Escola Profissional Amar Terra Verde N.º 14 janeiro - abril 2012

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Revista trimestral da Escola Profissional Amar Terra Verde, onde poderá encontrar notícias relacionadas com a escola e artigos sobre a temática "O que fomos. O que somos. O que seremos". Esta é a edição Nº14 que engloba o mês de Janeiro, Fevereiro, Março e Abril de 2012.

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destaqueO que fomos. O que somos. O que seremos...

Revista da Escola Profissional Amar Terra Verde N.º 14 janeiro - abril 2012

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índicePropriedadeEscola Profissional Amar Terra Verde, Lda.

DiretorJoão Luís de Matos Nogueira

Coordenador EditorialPaula Fernandes

Revisão de textosCarlos Barros

Conselho de RedaçãoAurélia BarrosCarla VelosoClara SáJosé Carlos DiasPaula FernandesSandra Araújo

Design Gráfico e LayoutFátima Pimenta

ColaboradoresAnabela TrindadeAntónio AraújoAntónio VilelaBárbara GonçalvesCarlos BarrosConceição GamaFabíola OliveiraGuilherme GanhoGlória LagoHélder Sá FernandesHelena SousaIvone RochaJoana GomesJoana Vilaverde RochaJoão MoraisJoaquim AzevedoJoaquim Cracel VianaJosé BarbosaJosé Carlos DiasJosé Carlos MacedoJosé Pedro MarquesJosé PintoJosé Manuel FernandesJosé VinagreManuel CostaMarco AlvesMargarida LopesMaria João CamposMelchior MoreiraRicardo CabralRosa MacielRui SilvaSónia Vilas Boas

CapaFotografia Eduardo PimentaIlustração Gen Design Studio

ImpressãoGráfica Vilaverdense - Artes Gráficas, Lda

PeriodicidadeTrimestral

Tiragem1500 exemplares

Distribuição Gratuita

[email protected]

Escrita segundo as regras do Novo Acordo OrtográficoOs artigos publicados são da responsabilidade dos seusautores e não vinculam a EPATV.

Editorial

Ter destaque O que fomos, o que somos e o que seremos...EPATV em Números... Ter opinião O abismo dos sentimentos Ter ambienteA Formação na “Green Economy” Ter florestaA escola e a floresta. Algo em comum!!

Ter turismoAlgumas notas sobre o impacto dos voos low cost no destino “Porto e Norte de Portugal” - (Entrevista conduzida por A. Sousa) Ter oportunidadeConciliar o Inconciliável

Ter voluntariado

Ter escolaAtividadesVisitas de Estudo Ter arte e engenhoPoesia e etc... Ter saúde“A Sexualidade na Escola” “Questões do bem estar e da saúde” “Tu Decides!!!” Facto, no Gerês, pela SAÚDE Ter sucesso“Nunca desistam da área que gostam!”“Quando se trabalha com gosto e naquilo que gostamos, surpreendemo-nos a nós próprios.” Ter pedagogiaO Técnico Humano

Ter tecnologiaA escola na terceira Revolução Industrial Ter culturaUm livro, um amigoum Galo com MoelaDeus Quer, o Homem Sonha e a Obra... Cresce.

Ter desporto“Entusiasmo é a inspiração de qualquer coisa importante. Sem ele, nenhum homem deve ser temido; e com ele, nenhum homem deve ser desprezado.”

Ter web Ter saborTER SABOR de MEMÓRIAS, de AVENTURA, de EVOLUÇÃO

Ter notícias

Ter cabeça

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editorial

Este editorial é um convite que faço a todos, para que juntos possamos compreender melhor a nossa missão.Existe uma EPATV visível que podemos facilmente identificar, sendo uma demonstração clara disso, esta edição nº14 da revista TER. E é

com esta visibilidade transparente, que pretendemos dar a conhecer - O que fomos; O que somos; O que seremos.Contudo, mesmo o que é visível, nem sempre os olhos de alguns alcançam...o que me leva a citar o ditado popular “ mais cego que o cego, é aquele que não quer ver”. Os edifícios, as oficinas, os laboratórios de informática, química e biologia, biblioteca, sala de estudo, salas de aula, cozinha, cantina, bar, sala dos Professores, auditório, secretaria, portaria, o site, a nossa revista, etc.; os mais de 2.800 alunos (jovens e adultos) diplomados e integrados no mercado de emprego, os mais de 5.000.000€ de orçamento, as enumeras atividades de voluntariado e de solidariedade para com os mais desprotegidos, completam uma parte visível da nossa missão, mas, apenas na base material do que necessitamos para melhorar a nossa execução.O essencial é o invisível aos olhos. Só podemos percebe-lo com a nossa inteligência, os olhos da alma.Alguém mais apressado, podia dizer “ ora a nossa missão é assistir às aulas, estudar, aprender uma profissão e ponto final” esta descrição sumária não me satisfaz, pois não revela o essencial.Não somos robôs, que alguém possa programar para o desempenho de uma função (profissão) e se alguém por engano, se comportar como tal, é bom saber que, mesmo antes de terminar o seu curso, a sua programação inicial já estará superada pela evolução contínua da ciência.Qual será então, a parte essencial da nossa missão, capaz de nos transformar em pessoas mais sensíveis, mais capazes, dignas de herdar o mundo e transforma-lo para melhor? É evidente que assistir às aulas, estudar muito para aprender uma profissão, é parte importante da nossa missão; mas ainda é muito pouco. É insuficiente. O essencial é sermos capazes de compreender, em profundidade, os valores eternos que não sofrerão modificação nos próximos 50 anos ou 50 séculos. Valores esses que governam a nossa escola e que deverão também governar as nossa vidas enquanto profissionais.SABER, ÉTICA, TRABALHO e PROGRESSO.SABER, vem do latim (supere, ter gosto) e, originalmente, o seu significado estava ligado ao paladar.O significado do saber ampliou-se e já não basta apenas o paladar para se saber sobre ciências, as emoções e a vida. É preciso colocarmo-nos por inteiro na busca do saber de corpo e alma.O saber é o sal do espírito, o gozo da alma, a consciência que o homem tem do mundo que o cerca e das diversas teorias criadas para explicar os mistérios que nos envolvem. O saber é a luz que nos permite enxergar a estrada.O homem cria o saber e este transforma o homem, propondo-lhe novos desafios.Na nossa vida, temos duas escolhas em relação ao saber. A primeira é apaixonar-se por ele, ser capaz de conviver com as suas dúvidas pessoais e fazer sempre mais perguntas. Se for esta a nossa escolha, nós viveremos as alegrias e os conflitos da eterna busca, e seremos seres com luz própria,

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capazes de mostrar novos caminhos. A segunda escolha é ter uma fraca relação com algum saber. Neste caso deveremos conformarmo-nos em caminhar sem rumo ou seguir o caminho que alguém eventualmente nos indicou.A revista TER nº13 exprime, de certa forma um exemplo disto.ÉTICA é o estudo dos juízos que fazemos sobre a conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal. Com tais juízos tomamos consciência do bem ou do mal que resultam das nossas ações em relação a nós mesmos e/ou aos nossos semelhantes.E incrível como em todas as nossas ações estamos sempre a praticar o bem ou o mal.Das ações mais simples, como fumar um cigarro, fazer exercício físico, comer ou beber em demasia ou na quantidade adequada, até às atividades mais complexas, como estabelecer uma relação afetiva, exercer uma atividade profissional ou atuar como líder político, estamos sempre a praticar o bem ou o mal, para nós ou para os outros.É preciso ter consciência ética de cada um dos nossos atos, buscar a própria felicidade, respeitando sempre a dos outros, ter virtudes, ter moral, eleger o bem como o valor a ser perseguido, em cada uma das nossa ações.O indivíduo ético não quer gozo nem riqueza a custo da infelicidade dos seus semelhantes.Toda a conquista humana sem ética tem o gosto amargo da ausência de mérito, do vazio de um mundo sem valor, construído com os tijolos da mentira, da pequenez, do desamor e da miséria.Ser ético é a condição sem a qual ninguém pode alcançar a grandeza, o saber, o progresso e, principalmente a felicidade.Creio que o mais antigo e importante preceito ético seja “amar o próximo como a si mesmo”. Da mesmo forma, acho que o tema da revista TER nº 9 é um pequeno exemplo de ética, assim como o progresso e a qualidade de vida de um país tem estreita relação com o padrão ético dos seus governantes.Nós somos os maiores governantes da nossa vida. Daí que a nossa felicidade tenha íntima relação com a nossa conduta ética.TRABALHO pode ser entendido de duas formas distintas. Se ficarmos com o radical grego “ergon”, devemos entender o trabalho como a aplicação das forças e faculdades humanas ( razão, sentimento, vontade), para alcançar determinado objetivo.Devemos ter em atenção que não estamos a trabalhar plenamente, se antes não escolhermos o objetivo a ser atingido e se não colocarmos nesse trabalho todas as nossas faculdades, do sentir ao fazer.O verdadeiro trabalho não se faz só com as mãos, mas também com a razão e o coração.O trabalho é mais que simples praxis. Há também uma origem para a palavra trabalho, que vem do latim vulgar (tripaliase), que significa martirizar com o tripalium (instrumento de tortura). De facto, o trabalho escravo, o trabalho sem objetivo, o trabalho de um homem que não escolheu fazê-lo, tudo isso, pode ser uma tortura ou um martírio.O nosso trabalho deve ser sempre ergon, do grego, força viva que transforma a natureza, a sociedade e, principalmente quem o executa. “Ganharás o pão com o suor do teu rosto”’ mas na verdade ganharás muito mais que o pão;

TER n.º 13

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ganharás dignidade e respeito por ti mesmo.Estudar, preparar-se é uma das muitas formas de trabalhar - nada melhor do que o exemplo da revista TER nº 2 .PROGRESSO é o movimento , marcha para a frente, avanço, evolução, melhoria.O nosso progresso e o progresso da nossa comunidade são indissociáveis.O progresso acontece com a acumulação de aquisições materiais e conhecimentos, objetivos capazes de transformar a vida social e de lhe conferir um maior significado.O progresso também pode ser entendido como civilização, desenvolvimento. O nosso progresso, o nosso caminhar pela vida, criará o progresso do nosso país. Se cada um de nós fizer a sua parte (seu progresso pessoal), o progresso de todos será muito mais fácil, ajudando os nossos colegas a progredir, pois ao fazê-lo estamos a progredir juntos.Por mais difícil que seja a situação momentânea do país, jamais nos curvaremos, temos que lutar sempre, com sabedoria, ética e trabalho pelo progresso comum.Entendo que o progresso está bem ilustrado nesta revista TER nº14.Quando pudermos ver os homens e as mulheres a respeitar a natureza e os seus semelhantes, criando progresso pelo seu trabalho, estaremos em posição de afirmar que estamos a cumprir a nossa missão imaterial.Espero ter contribuído para a construção de uma visão mais clara do invisível que nos conduz.

João Luís de Matos NogueiraDiretor Geral da EPATV

A capa da TER n.º 14emite um sentido evolutivo a partir de

uma espiral.Foram utilizadas imagens de estudantes da EPATV utilizando uma collage como

técnica de composição dos vários elementos, com texturas naturalistas numa mensagem de aspecto técnico e luminoso,

valorizando uma imagem rigorosa e científica, com registos que reforçam uma

disposição imaginativa e criativa da Escola.

fotografia Eduardo Pimenta

ilustração Gen Design Studio

TER n.º 2

ganharás dignidade e respeito por ti mesmo.Estudar, preparar-se é uma das muitas formas de trabalhar - nada melhor do que o exemplo da revista TER nº 2 .PROGRESSO  é  o  movimento  ,  marcha  para  a  frente,  avanço,  evolução, melhoria.O nosso progresso e o progresso da nossa comunidade são indissociáveis.O  progresso  acontece  com  a  acumulação  de  aquisições  materiais  e conhecimentos,  objetivos  capazes  de  transformar  a  vida  social  e  de  lhe conferir um maior significado.O progresso também pode ser entendido como civilização, desenvolvimento. O nosso progresso, o nosso caminhar pela vida, criará o progresso do nosso país. Se cada um de nós fizer a sua parte (seu progresso pessoal), o progresso de todos será muito mais fácil, ajudando os nossos colegas a progredir, pois ao fazê-lo estamos a progredir juntos.Por  mais  difícil  que  seja  a  situação  momentânea  do  país,  jamais  nos curvaremos, temos que lutar sempre, com sabedoria, ética e trabalho pelo progresso comum.Entendo que o progresso está bem ilustrado na revista TER nº 4.Quando pudermos ver os homens e as mulheres a  respeitar a natureza e os  seus  semelhantes,  criando  progresso  pelo  seu  trabalho,  estaremos  em posição de afirmar que estamos a cumprir a nossa missão imaterial.Espero ter contribuído para a construção de uma visão mais clara do invisível que nos conduz.

João Luís de Matos NogueiraDiretor Geral da EPATV

nsino profissionalRevista da Escola Profissional Amar Terra Verde N.º 4 Janeiro/Abril 2009

A epatv cresce e evolui sustentando

a excelência

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TER n.º 4

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Para os alunos e docentes e demais atores sociais diretamente envolvidos no projeto da Escola Profissional Amar Terra Verde escrevo este breve texto, em torno de algumas referências básicas acerca do que é o ensino profissional e acerca do seu futuro. A vossa Escola é um exemplo prático do que aqui apenas refiro. Que estas palavras sejam um estímulo para todos vós.

I. Um imperativo ético e outro modelo de ação políticaO ensino secundário profissional nasceu, antes de mais, por um imperativo ético. Ao concretizá-lo seguiu-se um caminho novo, uma outra política de educação. Passamos a explicar.As escolas profissionais nasceram como resposta a uma convocação social muito explícita e para procurar responder a muitas inquietações e angústias de muitas pessoas concretas, famílias, adolescentes e jovens. Convocaram-nos, em primeiro lugar, os muitos milhares de alunos que reprovavam consecutivamente no ensino básico e no ensino secundário geral e eram empurrados para o abandono escolar precoce, sem qualquer qualificação profissional, sem perspetivas de uma adequada inserção socioprofissional e com uma autoestima destroçada por uma instituição social tão poderosa que lhes dizia, dia após dia: tu não és capaz! Convocaram-nos muitos milhares de famílias que estavam atónitas e muito preocupadas, não sabendo que orientação dar aos seus filhos, a braços com a sua recusa da escola e com a falta de ferramentas sólidas de inserção

O Sucesso do ensino profissional: que futuro?

socioprofissional, num contexto social de desemprego crescente entre os jovens. Procurámos ainda agir perante as situações repetidas de falta de qualidade e competência técnica com que muitos serviços eram prestados, onde quer que nos dirigíssemos, em toda a sociedade portuguesa. As escolas profissionais poderiam constituir uma janela de esperança, um novo campo de oportunidades de orientação para a vida escolar e profissional e um trampolim para muitos adolescentes ganharem autoestima e capacidade de exercício de uma cidadania ativa e responsável, porque pessoas com direito a um rosto e a um futuro seu, no seio da comunidade. Para criar futuro para muitos adolescentes e jovens, bloqueados por soluções que os “excluíam”, impunha-se a ação política. Aceite o desafio, foi preciso construir outro modelo. O ensino secundário português não tinha de ser uma plataforma pública de sofrimento e abandono para perto de 50% das suas futuras gerações. Nós acreditávamos que era possível e necessário fazer algo diferente e isso implicou gizar outro modelo de política de educação e de ação pedagógica. Um outro modelo de escolas foi então pensado, sustentado numa fé pedagógica e num otimismo humanista: escolas próximas de cada adolescente e da sua família, na sua freguesia, no seu concelho, com diretores e professores que os conhecessem e acolhessem; escolas capazes de concitar energias e forças vivas locais para a promoção de um bem comum, como é

Joaquim AzevedoProfessor Catedrático da Universidade Católica Portuguesa

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o bem educacional; escolas capazes de acolher cada aluno e com todos construir os melhores caminhos para cada um, com inovação, sem medo, em liberdade pedagógica e educativa; escolas com diretores e professores responsáveis, capazes de debater e pensar os problemas e encontrar as melhores soluções para os seus alunos concretos, com autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira. Era preciso criar escolas dirigidas ao trabalho escolar e não ao consumo (ao “tem de ser”) e à passividade, onde se aprendesse ativa e permanentemente e onde ninguém pudesse ser deixado para trás, enrolado nas suas dificuldades e no seu insucesso.Foi com muita esperança e determinação que agimos e também com entusiasmo, entusiasmo este que foi partilhado por muitos cidadãos e instituições sociais, pois sabíamos: (i) que estávamos a responder a apelos concretos e tantas vezes dramáticos de pessoas concretas, (ii) que não há bloqueios escolares e sociais que sejam fatalidades sociais, que os volumes escandalosos de insucesso escolar e de abandono precoce podiam ser travados, desde que fosse possível gerar dinâmicas de cooperação e solidariedade interinstitucional e interprofissional, (iii) que a perfetibilidade e a educabilidade de cada ser humano são postulados pedagógicos partilhados por muitos educadores (Azevedo, 2008) e (iv) que o Estado não é o único construtor das inovações sociais, e que para ser capaz de construir respostas de qualidade àqueles apelos e ir de encontro às necessidades dos cidadãos, tem de contar com a dedicação, a ousadia e a coragem de muitos milhares de instituições sociais ativas e cooperantes, em todo o território. Fazer melhor é sempre possível e pusemos os pés ao caminho, percorrendo o país.Foi neste contexto que as escolas profissionais foram criadas, em Portugal, no ano de 1989, por iniciativa conjunta dos Ministérios da Educação e do Trabalho (embora rapidamente viessem a ficar sob responsabilidade apenas do Ministério da Educação). A inovação educacional teve origem na publicação de um normativo, no Diário da República (o Decreto-Lei n.º 24/89, de 21 de janeiro) e na mobilização simultânea de atores sociais da sociedade portuguesa, públicos e privados.

II. Uma inovação socialUm dos eixos centrais da inovação educacional que

o ensino profissional constitui, radica no regime de aprendizagem adotado: a janela aberta sobe um “ensino personalizado, diferenciado e apropriado por uma avaliação essencialmente formativa” (Silva et al.)A adoção do “sistema modular” nasceu da necessidade de adequar os ritmos de ensino e de aprendizagem às características e capacidades dos diferentes alunos, permitindo desenvolver percursos individuais diversificados, de modo a criar condições para que todos, no final, pudessem vir a obter níveis de desenvolvimento e de qualificação equivalentes e elevados.A implementação da Área de Integração e do Sistema Modular recebeu por parte do GETAP, o novo serviço central do ME, desde 1989, uma atenção muito particular. Foram desencadeados processos formativos em todo o país, quer com os diretores quer com os professores, e foram concebidos vários materiais de apoio e dinâmicas de difusão de boas práticas, alicerçando a inovação pedagógica e favorecendo a sua aplicação em cada escola e em cada turma. O sistema modular em que se organizaram os cursos profissionais correspondia a uma quádrupla aposta educativa, alicerçada numa perspetiva humanista e construtivista: (i) responsabilizar mais os alunos pelo desenvolvimento dos seus itinerários de aprendizagem e favorecer a aquisição de mais confiança e autonomia pessoal; (ii) inovar pedagogicamente, pois amplia-se imenso o campo de construção criativa

de soluções flexíveis e adequadas a cada escola e curso, e a cada caso individual, mobilizando todos os recursos disponíveis, na escola e na comunidade envolvente; (iii) potenciar o sucesso educativo, pois a avaliação e a progressão escolar sustentam-se em saberes e competências efetivamente adquiridos, incrementam a recuperação de quaisquer “atrasos” e evitam o arrastamento do insucesso; (iv) desenvolver nas escolas competências e ambientes pedagógicos fundamentados, autónomos, flexíveis e criativos (Orvalho, 2003).A organização modular representa, como dizíamos

O ensino secundário profissional nasceu, antes de mais, por um imperativo ético. Ao concretizá-lo seguiu-se um caminho novo, uma outra política de educação.

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em 1992 (NACEM, 1992, p. 15), um dos elementos matriciais do projeto educativo das escolas profissionais: “tratava-se de uma forma de centrar a aprendizagem sobre a pessoa do aluno; cada módulo identifica objetivos, meios e tarefas e propõe a avaliação; não há alunos deixados ‘por conta’, mas a todos se criam condições de progressão de um módulo a outro, reforçando-se de imediato eventuais lacunas; respeita-se a diversidade de ritmos e de situações de ensino-aprendizagem de cada educando; rendibilizam-se todas as aquisições feitas pelo aluno, consagrando tudo o que ele já sabe; desenvolve-se muito o sentido de responsabilidade individual e até a cooperação interalunos; perante as tarefas a realizar o aluno sabe o que fazer e torna-se claro que lhe cabe o principal papel na consecução da aprendizagem.”Visto o processo à distância de vinte anos, não tem sido fácil implementar esta inovação pedagógica, pois ela relaciona-se com a maior das dificuldades com que sempre se debateu a escola secundária tradicional e qualquer escola apostada em ser efetivamente aberta a todos: a flexibilização e diversificação dos percursos dos estudantes, o acompanhamento pedagógico personalizado e diferenciado (Perrenoud, 1998) e o primado da dimensão formativa na avaliação1. Mais fácil terá sido realizar uma articulação estreita com as organizações sociais e o mundo do trabalho, dados os alicerces territoriais destas escolas, a realização de estágios e contactos permanentes com as comunidades locais e, em particular, a realização das PAP – Provas de Aptidão Profissional, provas finais de conclusão da formação e alicerçadas na realização de projetos educativos intimamente articulados com a realidade sociocultural, económica e profissional envolvente.

III. Os principais elementos críticos do ensino profissionalO sucesso do ensino profissional, a despeito de não estar amplamente investigado (veja-se, apesar disso, Marques, 1994; Alves, 1996; Vieira, 2007), pode sustentar-se em cinco elementos centrais:

1. A dimensão de cada escola e a relação pedagógica que ela potencia: tal como se deixou claro no Quadro 2, a dimensão das escolas profissionais potencia um acompanhamento mais personalizado de cada um dos seus alunos, apoiando-os na sua progressão escolar,

no seu desenvolvimento humano e na sua inserção socioprofissional. Este acompanhamento é crucial para a prática de uma diferenciação pedagógica capaz de reforçar os princípios da perfetibilidade e educabilidade de cada ser humano;

2. O modelo pedagógico: entre outros aspetos, as escolas profissionais adotaram, consequentemente, um modelo de progressão por módulos e por ciclos de aprendizagem de três anos (Perrenoud, 2004), modelo este mais adaptado a uma progressão exigente e contínua, proposta em plena adolescência juvenil, com definição de tarefas claras, sequenciais e progressivas, que impede um aluno de “cair” ou “arrastar-se” num percurso de insucesso, por três, quatro ou mais anos, e abandonar a escola sem qualquer qualificação;

3. A ligação à comunidade local: estas escolas, de iniciativa local e comunitária, têm favorecido uma boa articulação com o contexto social e económico local, integrando os alunos na sociedade e colocando-os em estágios, experiências de trabalho, visitas de estudo, além de facilitarem a construção de projetos que interessam à comunidade, pois são obrigados a realizar Provas de Aptidão Profissional, trabalho de projeto com que todos têm de finalizar os seus cursos, defendendo estes projetos diante de um júri, que contém elementos externos às escolas. A chave de ouro chama-se compromisso local interinstitucional e interprofissional;

4. O regime de administração e gestão: estas escolas funcionam num regime de muito mais liberdade e autonomia do que as escolas secundárias, autonomia pedagógica, administrativa e financeira a que corresponde uma maior responsabilização e uma exigência contínua em termos de prestação de contas (basta lembrar a quantidade de vezes que as escolas profissionais têm sido fiscalizadas e auditadas, comparativamente com as escolas secundárias), prestação de contas esta que é realizada imediatamente à comunidade local e mediatamente aos serviços da administração educacional. O princípio básico chama-se confiança nos atores sociais e na sua capacidade de cooperação;

5. O regime de certificação: o diploma de técnico

1 Mais difícil se tornou levar por diante esta inovação, com o rigor e a fidelidade iniciais, sobretudo porque a hesitação e o relativo “abandono” a que o ensino profissional foi sendo conduzido fez deixar cair por terra o esforço permanente quer de reflexão conjunta por parte das equipas docentes das escolas quer a formação permanente e as redes de cooperação existentes interescolas.

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atribuído pelas escolas profissionais confere uma equivalência ao nível secundário (e consequentemente ao 12.º ano) e permite a cada aluno, além de uma procura de emprego, e se o pretender, candidatar-se a prosseguir os seus estudos, realizando para tanto, e adicionalmente, a preparação para os exames nacionais (aqui reside uma diferença importante face aos cursos tecnológicos, pois os alunos destes cursos têm sempre de realizar estes exames nacionais para concluírem os seus cursos técnicos de ensino secundário, numa espécie de dupla titulação).Os alunos são geralmente os primeiros a exprimir o seu contentamento com este tipo de cursos profissionais. Com base num estudo de Fonseca (1993), os jovens exprimem-se do seguinte modo: “ao longo deste ano tive uma experiência maravilhosa, de convívio e de aprendizagem, como nunca tive.” “ao contrário de outras escolas, sendo este um lugar pequeno, sou respeitado, dão-me atenção.” “nesta escola o contacto com os professores é muito aberto, o que facilita a aprendizagem e dá-nos segurança.” “este curso vai dar-me a oportunidade de tentar algo de melhor na minha vida.”A estes elementos podemos acrescentar o fator acompanhamento e monitorização permanentes que o GETAP proporcionou às escolas, nos primeiros seis anos da sua existência. As escolas profissionais foram organizações que se assumiram não apenas como organizações sociais de ensino, mas também como organizações aprendentes, com necessidades de reflexão-ação, de apoio e reforço de competências, nomeadamente por parte de outras escolas, em dinâmicas de cooperação, e de uma entidade externa e reguladora, que monitorizava permanentemente a evolução do novo sistema de ensino e formação.

IV. Riscos da importação de um modelo sem a inovação dos processosTendo como referência a enorme discrepância institucional que existe entre as escolas profissionais e as escolas secundárias, é mister procurar compreender o que se passa hoje com a abertura repentina e massiva de cursos profissionais em escolas secundárias. Importa salientar, em primeiro lugar, que a decisão política que subjaz a esta “explosão” do ensino profissional está imbuída de forte determinação e abre

inúmeros campos de possibilidades e novos horizontes de ação às escolas secundárias, circunstâncias que muitas delas estão a aproveitar, mudando lentamente o seu tradicional perfil institucional (que mais não fosse, pelo menos do ponto de vista da oferta educativa e das oportunidades educativas que oferecem aos jovens das áreas onde estão implantadas). Este enriquecimento institucional pode ser uma importante mais-valia para as escolas secundárias, resgatando-as de um perfil licealista e tornando-as mais próximas de todos os alunos e das complexidades sociais envolventes, constituindo ao mesmo tempo uma ocasião soberana quer para se rever o desaire dos cursos tecnológicos2

, quer para se reequacionarem e articularem redes locais de ensino e formação de nível secundário, acessíveis e atrativas para todos os jovens. Acolher todos os jovens e construir com cada um caminhos de desenvolvimento e de sucesso, fazendo do currículo um campo de oportunidades educacionais e não apenas um círculo de prescrições a cumprir, esse deveria continuar a ser o horizonte de atuação de cada escola, seja secundária seja profissional. Também é verdade que esta abertura torrencial de cursos do ensino secundário profissional não foi precedida nem acompanhada de um plano de acolhimento e desenvolvimento, pois tratou-se, regra geral, de uma medida política comunicada administrativamente à grande maioria das escolas. Esta não é uma questão menor, como ficou claro ao longo desta reflexão. A maioria destas escolas secundárias está longe de ter fomentado uma “cultura de ensino profissional” como a que habita as escolas profissionais, pois desenvolvem há décadas, como atividade nuclear, um ensino secundário geral, de “matriz liceal”, propedêutico de estudos superiores, com toda a carga simbólica que isso significa: relação de ensino-aprendizagem, massificação, seletividade escolar, preparação para a realização dos exames nacionais, hipervalorização do referencial universitário, encerramento dentro do “enclave escolar”, ausência de “cultura profissional” e de ligação à sociedade e ao mundo do trabalho.Além disso, como vimos antes, o ensino secundário ainda gera enormes caudais de insucesso e de abandono escolar. Persistem, aliás, como vimos, nos finais da primeira década do século XXI, os baixos níveis de escolarização da população com o nível secundário. Ora, neste contexto, a criação

2 O desaire, como sabemos, podia ter sido em boa medida evitado, desde 1995, como dissemos acima. Além disso, havia muitas escolas secundárias que tinham reconstruído e desenvolvido modelos de cursos tecnológicos com amplo sucesso local, circunstância que devia ser considerada na hora da mudança de política.

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administrativa de cursos de ensino secundário profissional nas escolas secundárias comporta um risco muito elevado de desvirtuar e descapitalizar o sucesso educativo alcançado pelo ensino profissional nas escolas profissionais. Se há escolas secundárias que se prepararam e continuam a preparar devidamente para responder a este novo desafio, com qualidade, já é visível, em muitas escolas secundárias, a canalização dos “meninos do insucesso” para os cursos profissionais, criando assim um novo tipo de “guetização” e uma nova “solução educativa” para os jovens que reprovam e que “não estão preparados para prosseguir estudos superiores”, o que era expectável num quadro institucional em que o ensino liceal é hegemónico. Deste modo, o momento em que o ensino profissional atinge o auge do seu desenvolvimento, chegando agora a todo o tipo de escolas, deixando a sua “marginalidade”, é o momento em que corre mais riscos de desaparecer como referencial positivo, como atenção à progressão de cada aluno, como oportunidade educativa alternativa e de sucesso, como construção local e autónoma de propostas educativas promotoras de boa inserção socioprofissional, como dinâmica socioeducativa sustentada na confiança social.Este passo agora dado, vinte anos depois da criação das escolas profissionais, pode constituir uma fonte de retrocesso até meados do século XX, em que o “ensino técnico” era estigmatizado, uma autêntica fonte de reprodução de desigualdades sociais e uma condenação para os alunos que obtinham insucesso na “via nobre” do ensino geral.Transferir uma inovação educacional de um tipo de escolas para outro, de escolas criadas especificamente para o desenvolverem para escolas criadas especificamente para não o desenvolverem, sem que, além disto, tivesse sido posto de pé um plano ousado de acolhimento e desenvolvimento dos cursos profissionais nas escolas secundárias, corresponde ao drama que consiste na transferência dos modelos sem cuidar de transferir os processos, os “caldos de cultura” apropriados à germinação destas iniciativas educacionais.A criação e o desenvolvimento das escolas profissionais não corresponderam à mera criação e desenvolvimento de uma nova modalidade de educação e formação. Esta é parte integrante de um novo paradigma de educação que precisa de fazer ainda muito caminho entre nós. Estamos ainda no início da sua concretização, ao fim de vinte anos, e corremos sérios riscos de, nesta mudança e neste

rápido crescimento do ensino secundário profissional, de modo desintegrado deste paradigma, perdermos de vista o mais importante, ou seja, o referencial político em que se inscreveu o ensino profissional no espaço público, em Portugal.Vemos esta situação, contudo, como um momento de enorme esperança. Ainda será possível introduzir medidas corretivas que permitam superar alguns destes dilemas e vir a oferecer reais oportunidades de desenvolvimento humano aos jovens, a todos os jovens, e de inserção socioprofissional ou prosseguimento de estudos, independentemente da sua origem sociocultural?

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Breve história da EPATV

Drª Conceição GamaDiretora da EPATV

1993-2007

A Escola Profissional Amar Terra Verde, foi criada com base no Decreto-Lei 70/93 através de um Contrato Programa celebrado entre o DES (Departamento do Ensino

Secundário) e as Câmaras Municipais de Vila Verde, Terras de Bouro e Amares, a ATHACA e o Instituto de Formação Permanente de Braga.Antecedentes:A frequência do Curso de Estudos Europeus da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra colocou em evidência o leque de oportunidades resultantes da adesão de Portugal, designadamente no âmbito da Politica Social e aplicabilidade do Fundo Social Europeu e Politica Regional com a componente FEDER- Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.No âmbito destas disciplinas abordou-se a importância dos recursos humanos qualificados no desenvolvimento das regiões. Do estudo dos vários Programas Comunitário criados no sentido de promover a articulação entre os sistemas de Ensino e Formação Profissional dos vários países bem como favorecer a transferência de Boas Práticas, resultou a apresentação de um projeto ao Programa HORIZON destinado a jovens que tinham abandonado o ensino sem completar a Escolaridade Obrigatória. O conteúdo da Ação de Formação centrava-se na “Transformação de Produtos Agrícolas”no sentido de alertar os jovens para a importância do desenvolvimento do potencial endógeno da região. A adesão foi grande, o que assegurou o funcionamento

de duas turmas. A componente FEDER atribuída ao projeto permitiu adquirir mobiliário escolar, material informático e algum equipamento de cozinha.Criou-se uma equipa coordenadora do projeto a que se associou um pequeno grupo de professores que foram sendo sensibilizados para as especificidades do ensino profissional.As instalações foram disponibilizadas pela Inforjovem sendo utilizada a cozinha da Câmara Municipal de Vila Verde.Estava assim criado o embrião da Escola…Em fevereiro de 1993 foi elaborada a candidatura para a criação da Escola Profissional, tendo sido assinado o Contrato Programa em 29 de julho 1993. Iniciou a sua atividade em setembro do mesmo ano, com os Cursos de Cozinha e Pastelaria que conferia equivalência ao 9º ano de escolaridade e um Diploma Profissional de nível II; O curso de Mecânica de Frio Climatização conferia equivalência ao 12º ano e um Diploma Profissional de nível III.A coordenação do Ensino Profissional e acompanhamento das Escolas Profissionais era efetuado pelo GETAP- Gabinete para o Ensino Tecnológico, Artístico e Profissional - do Ministério da Educação.Oportunamente foram apresentadas candidaturas às Iniciativas Comunitárias NOW (New Oportunities for Womem), EUROFORM e YOUTHSTART, contribuindo para aumentar o número de turmas em funcionamento, a criação de novas áreas de formação e a aquisição de melhores equipamentos.

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As parcerias estabelecidas com as outras Escolas no âmbito da transnacionalidade permitiram transferir metodologias e materiais pedagógicos bem como a realização de estágios de Alunos e Professores designadamente no âmbito dos Programas COMENIUS LINGUA e LEONARDO.Estas vivências criaram uma grande abertura da Escola ao meio, designadamente com as Empresas, quer para a realização de visitas de estudo, quer de estágios dos alunos, bem como um certo dinamismo no desenvolvimento de outras atividades pedagógicas como palestras e semanas abertas, a construção de KIT’s formativos, exposições de materiais e modelos realizados pelos alunos o que muito contribuiu para aproximação e melhoria das relações professor/aluno.Uma etapa marcante da vida da Escola foi a construção das instalações definitivas com o apoio do PRODEP e a comparticipação das Câmaras de Vila Verde, Amares e Terras de Bouro.O passo seguinte consistiu na criação dos pólos de Amares e Terras de Bouro com Cursos adaptados às especificidades de cada Concelho e, posteriormente, do Centro de Novas Oportunidades.Com a restruturação da Rede Escolar as Escolas Públicas passaram também a apresentar na sua oferta formativa Cursos Profissionais o que obriga a uma articulação entre as Escolas da mesma zona de modo a evitar a sobreposição dos cursos desenvolvidos.Considero que o futuro das Escolas Profissionais está necessariamente dependente da qualidade da formação desenvolvida associada ao reforço da articulação com o tecido empresarial de modo a antecipar as necessidades de formação bem como a promover a adaptação dos vários perfis profissionais de modo a contribuir para o desenvolvimento das competências correspondentes à evolução das profissões e simultaneamente realizar a atualização dos equipamentos oficinais.Devem ainda proporcionar o desenvolvimento das componentes sócio-cultural e científica, através da familiarização com os factos científicos que, alteram a nossa visão sobre o lugar que o homem ocupa na natureza, aumentam a capacidade de utilização responsável dos recursos naturais e permitem participar de forma inteligente na vida de cada época.

“No âmbito destas disciplinas abordou-se a importância dos recursos humanos qualificados no desenvolvimento das regiões.”

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EPATV revisitada, vista e projetada, na opinião dos Presidentes de Câmara dos concelhos que lhe deram nome e existência!Esta edição da revista TER homenageia a Escola Profissional Amar Terra Verde. Recorda e reflete sobre como nasceu e viveu até ao que é. Mostra o seu presente e projeta o futuro. Para isso foram recolhidos depoimentos que ajudam a conhecer a nossa História e a enriquecer o nosso Curriculum Vitae.

Reconhecemos o que fomos, Orgulhámo-nos do que somos e projetamos o que seremos com Entusiasmo.

Como pilares responsáveis pelo desenvolvimento e crescimento do projeto EPATV, será importante ler a opinião de todos os Presidentes de Câmara, anteriores e atuais, sobre a construção deste projeto tripartido, repleto de obstáculos e desilusões e também de todas as alegrias que resultaram de um esforço pessoal para um fim coletivo.Assim sendo, e certos do valioso contributo para a qualidade desta edição, convidamo-los, respeitosamente, a responder às seguintes questões:

Os textos que se seguem são, portanto, o contributo valioso que suas excelências, os Presidentes de Câmara, cordialmente, prestaram a esta edição da nossa revista. A todos, o nosso sincero e respeitoso agradecimento.

Como Presidente de Câmara de (Vila Verde/Amares/Terras de Bouro), faz parte da constituição jurídica da Escola Profissional Amar Terra Verde. O que pensa deste projeto de ensino e formação profissional?

Como tem sentido a evolução da EPATV, até à data?

Qual pensa ser o futuro da EPATV, face ao contexto sócio económico da atualidade?

Que outras considerações gostaria de transmitir para enriquecer o curriculum da EPATV?

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António AraújoPresidente da Câmara de Terras de Bouro

1979 - 2005

No início dos anos 80 todos os graus de ensino sofriam de grandes insuficiências. Os meios rurais eram, naturalmente, os mais afetados. Em Terras de Bouro, pelas suas características muito peculiares, os problemas eram mais notórios. Dispunha apenas de duas escolas pré-primárias muito rudimentares, as escolas primárias eram insuficientes e despojadas de meios que, na medida do possível, eram supridos pela competência e manifesta dedicação dos professores.Tinham surgido as tele-escolas que, pelo entusiasmo que despertara, haviam aberto o futuro a muitos jovens mas, infelizmente, passavam por uma fase de declínio que as levaria a extinção.Em todo o concelho havia apenas uma escola preparatória sem os acabamentos necessários e carecida das coisas mais elementares. Os alunos do Vale do Cavado eram obrigados a deslocar-se para Vieira do Minho em autocarros alugados pela Câmara Municipal de Terras de Bouro pelo preço que lhe era apresentado.O clamor permanente para que fosse construída uma escola preparatória no vale do Cávado só foi ouvido quando uma grave acidente arrastou um autocarro por um desfiladeiro e causou a morte a quatro alunos.O problema da emigração ainda não havia afetado de forma notória a população escolar que se havia desligado da agricultura e necessitava de construir um futuro.Com os parcos meios que dispunha a Câmara Municipal procurava, na medida do possível, atenuar as consequências dum notável e preocupante abandono escolar, promovendo toda a espécie de cursos de formação profissional que lhes abrisse caminho do futuro, pedreiros, carpinteiros, cozinheiros enfim todo os tipo de artes tradicionais que pudesse abrir portas do futuro a jovens e menos jovens.Essa iniciativa no que diz respeito, sobretudo aos jovens foi assumida, desde a primeira hora por uma senhora bondosa e dedicada que transformou Covide na capital das artes tradicionais (a Dª Maria Adelaide).Entretanto o governo decidiu financiar uma ocupação dos

tempos livres dos jovens (OTJ) e financiar outras iniciativas na área profissional para jovens vítimas do abandono escolar. Terras de Bouro e outras Câmaras Municipais procuraram aproveitar da melhor forma esses recursos. Com estas ações os jovens acabavam por ganhar coragem e procurar abrir caminho em qualquer direção.Foi nesta fase que o Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Prof. António Cerqueira (pessoa de inúmeras iniciativas), com o apoio e a enorme experiencia da Drª Conceição Gama, resolveu erguer em Vila Verde uma escola profissional que provocaria o retorno à escola não só dos jovens de Vila Verde mas também de Amares e de Terras de Bouro.Nessa perspetiva a escola foi financiada por Vila Verde em 50% por Amares 30% e por Terras de Bouro 20%.Em tempo recorde nasceu a Escola Profissional de Amar Terra Verde que em breve se tornou numa das melhores do Pais.Formaram-se muitos profissionais, estando alguns a trabalhar por conta de outrem e outros por conta própria. Abriram-se portas a jovens que de outra forma não teriam oportunidade de singrar na vida. Despertaram-se vocações, formaram-se técnicos intermédios de qualidade, com posturas profissionais, colmatando uma das principais carências da região, precisamente a falta de qualificação profissional. Além do aspeto formativo não podemos esquecer a vertente social. Com o modelo de ensino essencialmente prático, recuperaram-se muitos jovens, que, sem saída, encontraram aqui o caminho do mercado do trabalho. Este sucesso deve-se sobretudo à interligação entre os parceiros que constituem a entidade proprietária e o Ministério da Educação, bem como à dedicação da Direção e à qualidade do pessoal docente e administrativo, nos percursos quotidiano escolar.Ao longo de quase 20 anos todos aqueles que deram o seu contributo (Câmaras Municipais, Direção da Escola, Professores, funcionários, alunos, empresas) têm direito a compartilhar, um natural orgulho e a alegria de, percorrendo este País, encontrar muitos daqueles que conquistaram um futuro radioso na Amar Terra Verde.

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Joaquim Cracel VianaPresidente da Câmara de Terras de Bouroem funções desde 2009

Começo por salientar a importância do ensino profissional na formação dos jovens, alicerçado num conjunto de aspetos que formam o perfil adequado para as necessidades do mercado de trabalho, diferenciando-o, por isso, de outros modos de ensino. De facto, a preocupação dominante do ensino profissional é, por um lado, contribuir para a formação integral dos jovens, em pé de igualdade com os alunos do ensino tradicional e, por outro, facultar-lhes contactos com o mundo do trabalho e experiência profissional que lhes permita uma adequada inserção sócio profissional. Os cursos profissionais apresentam como objetivo primordial a abertura de horizontes num futuro próximo de inserção no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo e mutável, de forma empreendedora, ativa e criativa.O ensino em contexto de trabalho é muito importante e o principal aspeto que distingue este ensino do ensino tradicional é o dinamismo, o empenho e muita vontade de marcar a diferença por parte dos jovens que pretendem dar provas das suas competências e deixar a marca dos conhecimentos apreendidos no seu percurso de aprendizagem.Neste contexto, considero que a Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) é um projeto vencedor na formação dos jovens, tendo provocado uma profunda, significativa e promissora aposta no panorama educativo nos concelhos de Terras de Bouro, Amares e Vila Verde.A EPATV tem apresentado uma evolução significativa e meritória, reconhecida por agentes e responsáveis do ensino, em Portugal. A sua projeção já ultrapassou as fronteiras. Na verdade, muitas escolas estrangeiras procuram parcerias com a EPATV para poderem observar e aplicar as suas boas práticas na formação dos jovens.Como presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro e como terrabourense, lamento a perda progressiva de alunos da EPATV em Terras de Bouro, situação que nos preocupa. Compreendemos e aceitamos que as escolas tradicionais, que atualmente também oferecem cursos profissionais aos seus alunos, tenham vindo a retirar o protagonismo na

formação profissional à EPATV em Terras de Bouro. O contexto sócio económico atual é marcado por uma profunda crise. Há hoje uma consciência generalizada de que a escola tradicional não serve os interesses de todos os alunos, nem os prepara para a vida ativa a breve prazo. O ensino profissional pretende colmatar essa lacuna e contribuir para a realização pessoal dos jovens, proporcionando-lhes a preparação adequada para a vida ativa e o contacto com o mundo do trabalho e experiência profissional. Face a um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e em mudança contínua, estou certo de que a EPATV continuará atenta a esse mercado e, graças à sua experiência e projeção, será capaz de encontrar e de proporcionar aos seus alunos os melhores percursos de formação profissional.A EPATV tem como marca um valor muito importante na sua formação: os níveis de empregabilidade dos seus cursos. Este valor da empregabilidade demonstra que a EPATV está muito atenta à realidade e bem inserida no seu meio, o que implica quer a adequação dos seus cursos profissionais à realidade local, quer o envolvimento das autarquias, das empresas e outras organizações no processo formativo da Escola. Esta capacidade de prestar atenção às verdadeiras necessidades de formação permite uma seleção mais criteriosa de competências, conteúdos e estratégias. Na EPATV não se ministram cursos sem futuro, mas sim cursos vocacionados para as necessidades do mercado de trabalho. Este aspeto será dos mais enriquecedores do “curriculum” da EPATV.

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António VilelaPresidente da Câmara de Vila Verde

em funções desde 2009

A EPATV constitui uma via de ensino profissional da maior relevância para os jovens desta região, abrindo-lhes uma excelente oportunidade de acesso a uma formação sólida que os prepara para o ingresso no mundo de trabalho. A conciliação da formação teórica com o desenvolvimento de competências técnicoprofissionais é uma mais valia não só para os jovens como também para a economia local e regional, na medida em que o projeto da EPATV sempre se alicerçou no propósito de responder às efetivas necessidades do mercado de trabalho dos três concelhos (Amares, Terras de Bouro e Vila Verde) que serve, em particular, mas também de toda esta região onde se encontra inserida. Assim, uma vez que se encontra ao serviço das necessidades da economia local e regional e está muito atenta às dinâmicas da economia global, preparando os jovens para os desafios do futuro, a EPATV é uma aposta ganha e um grande valor acrescentado.

Como dizia, a EPATV está atenta às necessidades e às dinâmicas desta região e tem vindo a evoluir com base num projeto sustentado, ministrando um leque de cursos e de atividades diversificados e progressivamente ajustados às necessidades do setor empresarial. As excelentes instalações de que dispõe, a estabilidade do corpo docente e a abertura ao meio envolvente, através da realização de projetos e iniciativas de diversa natureza em parceria com outros agentes do desenvolvimento local e regional, contribuem para que esta escola seja considerada, pelas estruturas do Ministério da Educação, como uma das maiores e mais emblemáticas de Portugal.

A EPATV continua a ter uma grande procura por parte de uma crescente comunidade estudantil interessada num ensino com uma vertente mais pragmática, vocacionado para uma rigorosa e adequada preparação técnicoprofissional que habilite os jovens a serem capazes de desempenhar com eficiência uma atividade profissional. Irá manter um olhar atento às dinâmicas e tendências da economia,

desenvolvendo projetos pedagógicos bem estruturados e de relevante interesse para os jovens e respetivas famílias e que contribuam também para o desenvolvimento das potencialidades da região onde se insere. Não posso ainda deixar de referir a importância que a EPATV tem vindo a dar à vertente do empreendedorismo, despertando nos seus alunos a apetência para a realização de projetos de desenvolvimento pessoal e profissional que se revestem da maior importância como uma futura janela de oportunidades, particularmente na atual conjuntura de crise e desemprego que o país atravessa. Quero ainda sublinhar que a EPATV é um bom exemplo da grande aposta que tem vindo a ser feita, no Concelho de Vila Verde, em matéria de efetivas políticas de desenvolvimento da educação. A enorme afirmação que este estabelecimento de ensino tem tido na região e as elevadas taxas de empregabilidade que continua a patentear abrem excelentes perspetivas de realização profissional aos jovens que optam pela frequência desta modelar escola de formação profissional. Estou convicto de que a EPATV vai continuar a responder de forma pró ativa aos desafios de um mundo em permanente e vertiginosa mudança, valorizando o conhecimento, as competências técnicas e a capacidade de inovar enquanto fatores fundamentais para o sucesso. Os pólos de Amares, Terras de Bouro e Vila Verde vão continuar a funcionar numa lógica de complementaridade e assim responder às solicitações de uma área geográfica muito significativa.

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José Carlos MacedoPresidente da Câmara de Amares

1993 - 1997

A motivação para integrar este projeto como entidade municipal foi a necessidade que a câmara da altura e em concreto a minha equipa teve de intervir ao nível da formação profissional.Senti na altura que a aposta na formação profissional era essencial para o desenvolvimento do concelho uma vez que não existia uma instituição com possibilidade para promover a inserção profissional dos jovens no mundo do trabalho.Os principais obstáculos para a concretização do projeto EPATV foram ao nível burocrático; mas dada a forte articulação entre as câmaras municipais (Amares; Vila Verde e Terras de Bouro) futura direção da escola e ATAHCA foi possível a concretização deste projeto que tanto ansiávamos.Sendo responsável da câmara municipal da altura o sentimento que hoje a Escola Profissional Amar Terra Verde me transmite é o de dever cumprido, pois como dizia o poeta “o homem sonha e o mundo pula e avança” e foi exatamente o que aconteceu aqui. Graças a esta escola hoje no concelho de Amares muitos jovens podem sonhar com um futuro profissional mais promissor.Faço votos para que a EPATV continue a ser como até aqui uma escola que valorize a educação para a cidadania que esteja vocacionada para a formação integral dos jovens; permitindo-lhes a aquisição de competências profissionais, saberes e valores.

Penso que a Escola Profissional tem proporcionado aos jovens da região formação profissional adequada às suas expectativas e às necessidades do mercado de trabalho dos concelhos da área envolvente. A oferta formativa disponibilizada pela EPATV complementa a que é oferecida pelas escolas públicas existentes no concelho, acrescenta alternativas aos jovens e diversifica a qualificação dos recursos humanos existentes na região.Sou de opinião que a mesma tem contribuído para o desenvolvimento da educação sustentável da sociedade, procurando a formação transversal do aluno e o envolvimento da comunidade educativa.Considero que a EPATV tem um papel preponderante na preparação dos jovens para a vida activa e na formação de quadros intermédios. Acresce o facto do seu projecto educativo constituir, a meu ver, uma mais-valia no combate ao abandono escolar, ao insucesso e ao êxodo dos jovens.Nesta decorrência, face ao actual contexto sócio económico, penso que a escola profissional terá uma intervenção tendencialmente mais abrangente.Felicito a EPATV pelo papel activo que tem assumido ao nível da formação dos jovens e pelo enriquecimento que proporciona às estruturas que os acolhem.Desejo que continue a contribuir para a formação contínua de activos, com ofertas formativas inovadoras, capazes de acrescentar dinamismo ao território e potenciar o desenvolvimento local.

José Barbosa Presidente da Câmara de Amaresem funções desde 2001

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Rui SilvaVereador da Câmara de Vila Verde Presidente do Conselho de Gerência da EPATV

Seria muito fácil fazer a apologia biográfica da EPATV. Um passado difícil, mas cuja marca foi o empenho, a dedicação, a tenacidade, a imaginação, a segurança, um crescimento sustentado – O Sonhar. Um presente afirmativo, consolidado, de qualidade constante, de reconhecimento por todas as entidades, o ultrapassar fronteiras – O Ser. Um futuro certo, risonho, constante, experiente, sábio – O Ter.

Mas prefiro contar-vos uma “estória”, fundir a realidade com a ficção, entrar no devaneio, envolver-me na teia da criação, sentir-me um Lobo Antunes, cá do burgo.

Afinal falar sobre a EPATV é uma fonte constante de inspiração.

Terminadas as aulas, fim de Junho, Carlos não sabia como iria contar aos seus pais que não pretendia mais estudar.Nascido numa família de classe média, na freguesia de Coucieiro, concelho de Vila Verde, 17 anos, corpo grande, mas espírito de criança, estava numa encruzilhada. Fora sempre um fraco aluno, não porque a culpa fosse da escola ou dos professores, mas porque a sua mente era possuída pela aventura, pela facilidade, pelo sonho. Imaginava-se jogador de futebol, fazer levantar os estádios com os seus golos, ser tema de conversa à segunda-feira, levar uma vida de estrela. A realidade era apenas sonho, desculpem o paradoxo, afinal nem para o futebol tinha muito jeito.As suas preocupações aumentaram quando confrontado pelo pai sobre se iria matricular-se no Liceu Sá de Miranda, que ele frequentara nos seus tempos estudantis. Os pais já o viam engenheiro ou doutor, mas na sua leviandade, Carlos tinha uma certeza, doutor ou engenheiro nunca seria, mas ao contrário da canção, não tinha voz para cantar na telefonia.A solução veio-lhe através do presidente da junta, podia matricular-se na escola profissional, na EPATV, diziam que o curso de cozinha tinha boa saída. Os pais disseram logo que não, que para o ensino profissional só iam os alunos

mais fracos e mais pobres, que ele tinha de tirar um curso superior. A ideia ficou a martelar-lhe na cabeça, qual aço batido e retorcido na bigorna. Durante todas as férias foi queimado, torturado pelo que sentia; agradar aos pais, consciente que nunca seria o que eles almejavam, ou dedicar-se aos tachos, aos legumes, criar receitas, apresentar novas combinações gastronómicas. E foi a EPATV que lhe permitiu o primeiro grito de emancipação, um leve crescimento, uma simples maturação, como um fruto em Abril.Em Setembro, Carlos cruzou as portas da sua escola. Encontrou um edifício moderno, uma cozinha bem equipada, professores novos. A primeira impressão foi positiva. Inflamou-se de coragem e motivação. Iria conseguir.No fim do primeiro período, o rapaz de Coucieiro tinha a certeza que fizera a escolha certa. Professores empenhados e conhecedores fizeram-no apaixonar pela cozinha e não era novidade na família, o seu avô paterno fazia uns óptimos petiscos.No segundo ano do curso de cozinha, já todos falavam no talento excepcional do jovem cozinheiro. O chefe Vinagre vaticinava-lhe um futuro brilhante. As receitas, nas suas mãos eram superadas e inovadas. A escola permitia-lhe crescer profissionalmente. As condições eram magníficas, sempre prontos para a inovação, conciliando a tradição e modernidade.O que mais gostava era dos professores, sempre prontos a ajudar, de sorriso fácil, mas exigentes, num desafio constante das suas capacidades.O último ano foi de total afirmação. A prova de aptidão foi superada com maestria e distinção. A apresentação foi sóbria, sem recurso à haute cuisine, ou à cozinha de fusão, de Ferrán Adriá, tão em voga. Foi o renovar dos sabores minhotos, um cabrito assado, depois caramelizado com mel da região, bagas de zimbro e alecrim da nossa terra. Simples, mas uma combinação de sabores perfeita. O júri ficou siderado. Quando lhe perguntaram que

ESCOLA PARA AMAR TODA A VIDA

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palavras tinha para a sua escola, o rapaz de Coucieiro, usou três adjetivos: competência, paixão e saudade. Saudade, perguntaram admirados. Sim, saudade, porque foi aqui que me apaixonei, sonhei e aprendi a ser homem e chefe de cozinha.O mundo do trabalho acolheu-o com sofreguidão, era disputado pelos melhores restaurantes nacionais. O rapaz de Coucieiro, é, hoje, conhecido como o cozinheiro de Portugal, ostenta uma estrela Michelin. Continua simples no trato e no carácter, mas refinado no gosto e paladar. Não esqueceu a simplicidade dos sabores minhotos. E defende as teorias que nasceram na arquitectura “ The less is more “, “ o menos é o mais”. No seu programa de televisão, nas suas palestras, quando lhe perguntam onde aprendeu tudo isto e diz que foi numa escola profissional, em Vila Verde, na EPATV, todos reconhecem por ser uma escola de referência a nível nacional e internacional, pois lá nasceu a primeira Escola Superior de Gastronomia do país. Ah a EPATV!, exclamam, a Escola Profissional Amar Terra Verde. É, responde Carlos, na sua simplicidade, mas para mim é muito mais, é uma Escola Para Amar Toda a Vida. Escola

Para Amar Toda a Vida

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José Manuel FernandesEurodeputado

A Escola Profissional Amar Terra Verde é, incontestavelmente, uma instituição basilar do desenvolvimento sustentado da região onde se insere - os concelhos de Amares, Terras de Bouro e Vila Verde.São quase duas décadas de trabalho, em permanente evolução. Não apenas crescimento de infraestruturas, recursos técnicos e humanos, número de alunos e professores, mas também de alcance e intervenção socioeconómica e formativa, numa constante renovação de objetivos e superação de desafios. Os elevados índices de empregabilidade dos seus cursos são uma referência não só em Portugal, mas também no contexto europeu.Assume-se claramente como um polo dinamizador e promotor do desenvolvimento e qualificação da região e sua população, sobretudo os jovens. É importante perceber o contributo especial da Amar Terra Verde para a qualificação das novas gerações, e também para a valorização técnica das empresas e das potencialidades desta região, graças a um trabalho pioneiro que lhe merece o reconhecimento nacional e internacional da excelência dos seus serviços. Um reconhecimento ainda mais relevante face à sua capacidade de contextualizar a realidade do mundo rural e local, perante os desafios do mundo global e os impactos do fenómeno da globalização na vida quotidiana dos cidadãos desta região.É o resultado de uma ação que se conseguiu – e consegue – através de cursos que permitiram dar respostas às necessidades da região e do seu tecido empresarial, mas também preparar os jovens de forma a oferecer à região uma capacidade reforçada para responder aos novos desafios e lograr vencer no cada vez mais competitivo e exigente mundo global. O mais recente projeto da Amar Terra Verde - a criação da Escola Superior de Gastronomia - é um exemplo da atitude permanente de pioneirismo, a que se junta a internacionalização da sua intervenção, tanto no espaço europeu como nos PALOP.

- O futuro no contexto europeuA afirmação e o reconhecimento do sucesso da Amar Terra Verde revestem-se de uma importância redobrada para esta região do Vale do Homem nestes novos tempos de maiores dificuldades e necessidade de encontrar novas reformas para os desafios que hoje enfrentamos.A crise económica teve um forte impacto no desemprego, num cenário global extremamente exigente. É neste quadro que a formação profissional surge como uma aposta clara da União Europeia, com particular relevância para a promoção de um crescimento mais inteligente, inclusivo e sustentado, em que se fundamenta toda a Estratégia Europa 2020.Aumentar o nível das habilitações de jovens e adultos tornou-se um imperativo para satisfazer a procura de novas qualificações, numa Europa onde, apesar dos elevados índices de desemprego, os empregadores se queixam da falta de qualificação da mão de obra. Além disso, impõe-se fazer face à permanente e acelerada mutação do mercado de trabalho – também esta mais uma das consequências do fenómeno da globalização, marcado por novos desafios como o progresso tecnológico, as alterações climáticas, a escassez de recursos energéticos e matérias-primas, a aceleração do crescimento demográfico e o envelhecimento da população, entre outros.Numa altura em que se exige cada vez mais conhecimentos técnicos, quase um terço da população na Europa, na casa dos 25 a 64 anos, carece de qualificações ou tem qualificações de baixo nível, com percentagens bastante mais altas do que nos Estados Unidos, Canadá ou Japão. Mas os indicadores de Portugal são bem piores. Segundo dados do INE e do Eurostate, em 2010, Portugal tinha 31,9% da população entre os 25 e os 64 anos com pelo menos o ensino secundário completo, enquanto a média da União Europeia era de 72,7%. No que toca ao abandono escolar antes de atingir o ensino secundário, Portugal está nos 28,7%, enquanto a média da UE é de 14,1%. No âmbito dos objetivos para concretizar a estratégia Europa 2020, Portugal comprometeu-se a baixar este índice de abandono escolar

Valorização profissional mais inclusiva e inovadora

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para 10%. Assim como chegar aos 40% da população com 30 a 34 anos dotada de curso superior, quando atualmente tem apenas 23,5%. A estes acrescem os objetivos para aumentar o emprego, reduzir o número de pessoas em pobreza e exclusão social e reforçar os investimentos em investigação e inovação.Tendo em vista alterar este quadro e reforçar a capacidade de promover a coesão social e territorial do seu território, composto por 271 regiões, a União Europeia pretende aproveitar o ensino e formação profissional como um recurso atrativo para jovens e adultos acederem a uma aprendizagem de qualidade e mais adaptada às exigências do mercado de trabalho e às expectativas profissionais dos formandos.A produtividade laboral, a criatividade e espírito empresarial, a atualização permanente de conhecimentos e ferramentas e a mobilidade profissional – tanto em termos de atividade como de localidade ou país – são elementos que definem as exigências que se colocam ao ensino profissional, que se pretende cada vez mais estimulador para pessoas de todas as idades.Pela qualidade da formação e valorização de competências necessárias para o melhor desempenho de cada profissão, pela capacidade de preparação de formandos e trabalhadores para novas experiências no estrangeiro, pela sua abrangência e acessibilidade para as pessoas de diferentes estratos sociais – nomeadamente os mais desfavorecidos e trabalhadores migrantes – e pela oportunidade para promover criatividade, inovação e empreendedorismo, o ensino profissional pode assegurar um contributo determinante para uma Europa mais coesa e inclusiva.

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EPATV – “aprender emconjunto e com a experiência” Como é óbvio, associo-me com enorme gosto ao pedido da escola, onde o “aprender em conjunto” e o “aprender com a experiência” têm sido evidentes, ao longo dos 20 anos da sua existência.A escola tem sido uma história de sucesso e o balanço é francamente positivo. Acredito que o desenvolvimento do país terá que passar por ter pessoas profissionalmente qualificadas e que saibam fazer as coisas, pensamento sempre presente nesta instituição e nos testemunhos das empresas.Ainda, uma referência ao dinamismo e persistência dos seus diretores, professores e comunidade em geral, permitindo-lhe um crescimento harmonioso, equilibrado, com infraestruturas e equipamentos de qualidade e com tecnologia de ponta que dignificam a nobre missão de educar/formar jovens e adultos.Numa altura em que tanto se fala de crise económica e financeira, é necessário acreditar e partilhar o que de bom e bem se faz nas nossas escolas, como estímulo aos nossos jovens e às nossas empresas.O maior pilar da formação e ensino profissional é o da reciprocidade.É com sentimento de orgulho, vaidade e alguma emoção que presto este testemunho à EPATV, dizendo que “o amor tudo vence” e que se nisto acreditarmos, seremos capazes de cimentar projetos de vida mais felizes e dinâmicas sociais sustentadas.

Anabela Trindade,Técnica da DREN

Antes de mais, aproveito para felicitar a direção, os funcionários e alunos pelos 20 anos de grande sucesso da escola.A EPATV tem desenvolvido um grande trabalho de formação na região do Cávado, mas não só. A dimensão e qualidade do ensino já têm reflexo ao nível da Região do Minho e também a nível nacional. Quando entrevistámos, há cerca de dois anos, o diretor Dr. João Luís Nogueira, percebemos que a EPATV tinha, definitivamente, os olhos postos no futuro. A visão estratégica e empreendedora do diretor, aliada ao trabalho dos funcionários, garantem, todos os dias, o melhor ensino profissional do país.A escolha racional e diferenciada da oferta formativa, assim como as parcerias estratégicas estabelecidas e a constante inovação nos cursos, garantem aos alunos uma opção credível para prosseguirem os seus estudos, assim como boas perspetivas de empregabilidade no futuro. As parcerias estabelecidas EPATV/empresas permitem a formação profissionalizante do saber fazer que o país tanto precisa. E a EPATV tem e é exemplo!Espero, em nome da Revista SIM, que a escola possa continuar na senda do sucesso por muitos anos e que continue a formar alunos com a mesma qualidade de ensino, desenvolvendo o concelho de Vila Verde, a região do Minho e o país, mas também os países além fronteiras (nomeadamente, os PALOP’S), onde a EPATV estabelece, frequentemente, parcerias para o desenvolvimento do ensino.

Manuel Costa, Editor Revista SIM

Sob o olhar de...

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Perspicácia, dinamismo e exigência num mundo cada vez mais competitivoQuando o exercício a fazer passa por avaliar ou traçar uma opinião relativa a uma instituição de ensino profissional, julgo que a melhor atitude que se poderá adotar é a de olhar para o seu futuro e tentar perspetivar o potencial de crescimento que encerra.Falar do passado é importante para contextualizar o seu aparecimento, explicar as características do presente ou até fazer referência, como vem ao acaso, às milhares de colocações de jovens no mercado de trabalho. Mas será no futuro que todos nós viveremos, já daqui a uns segundos e é dele que importa falar.O tempo não para... e a EPATV também não. Só com base assente neste dinamismo constante e esforço de adoção de uma postura exigente, para si própria, a Amar Terra Verde tem conseguido conquistas assinaláveis ao longo dos quase 20 anos passados.Fruto dessa particular característica, a Escola Profissional Amar Terra Verde teve, há dias, uma excelente notícia: viu aprovada a doação da Antiga Escola Primária de Vila Verde para a criação e instalação de uma Escola Superior de Gastronomia, que aí ficará sediada.Depois de uma forte consolidação no seio dos três concelhos onde opera – Amares, Terras de Bouro e Vila Verde –, a EPATV parte agora para novos voos, que auguram um futuro ainda mais auspicioso que o passado ou o presente da instituição.Em tempos de crise, os seus dirigentes não baixam os braços, nem se resignam e preferem, pelo contrário, arriscar um pouco mais, com uma visão de futuro,

a todos os títulos, assinalável. Não fosse o Vale do Homem uma região fortemente apostada em vencer, afirmar-se e crescer pela área do turismo, da hotelaria e da rica gastronomia que possui.A EPATV é, por isso, um exemplo. Um exemplo de perspicácia, um exemplo de atenção ao mundo atual e às exigências do mercado. Com esta atitude está, uma vez mais, a proporcionar à região uma nova vertente formativa de relevante interesse para os jovens dos três concelhos mencionados.Quanto ao passado, já sabemos: anos de crescimento que resultaram num fundamentado reconhecimento, justificado pela elevada taxa de colocação de jovens no mercado de trabalho, em empresas de renome e com enormes perspetivas de crescimento.No presente, temos a certeza de estar perante uma instituição que se enraizou a nível regional, se conceituou a nível nacional e que dinamiza milhares de jovens estudantes no Vale do Homem.A EPATV revela-se, ainda, como um organismo vivo, atento e preocupado com as questões sociais e ambientais da região onde se insere. As sucessivas bandeiras verdes conquistas são provas disso mesmo, bem como os projetos de solidariedade social adotados. A interatividade e inserção na comunidade que abraça estende-se a vários níveis, ao ponto de, hoje, não haver na região quem não reconheça o valor desta escola profissional. Para tal, muito terá contribuído também a positiva e responsável postura adotada face aos meios de comunicação social da sua área de influência, assente numa cooperação constante, transparente e responsável.

Hélder Sá Fernandes,Diretor do jornal Terras do Homem

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José Pedro Marques

Jornalista da RTP;Docente da EPATV

O abismo dos sentimentosA cada instante que passa, somos atingidos com mais informações, com estatísticas, previsões, notações e outros palavrões que não estávamos habituados a ouvir. A ditadura da economia veio para ficar. É o que se chama uma inevitabilidade! Nem vale a pena contestar, isso a nada levaria, se não a uma perda de tempo e energia. Quem assim quis? Não sei. Mas que é um imperativo é. De repente, sinto-me perseguido por uma espécie de obsessão, de um delírio de escala global que nos penetra e impregna como um vírus. Há um sobressalto constante que nos impede de sentir. Somos máquinas, ainda por cima, imperfeitas, tão facilmente programadas para a indiferença. Alguém pensaria, há dois, três anos que alguns dos pilares mais básicos do Estado, poderiam ruir como um castelo de cartas? Poucos, diria eu. O chamado mundo ocidental sucumbiu ao sistema que ele próprio criou.Cada um de nós é agora um pequeno especialista dos números, procura soluções domésticas e preocupa-se com os problemas macro, com conexões e interferências de algo que acontece longe, mas que interfere substantivamente no bolso de cada um.Que eu ou os meus amigos não tenhamos a fórmula mágica para resolver a crise, que primeiro chamaram financeira e depois económica, não há nisso qualquer novidade. Agora, que os chefes de estado e de governo dos principais países da Europa assobiem para o lado e digam “austeridade é a solução”. Como, porquê? Bem sei a ladainha do costume - “gastaram mais do que deviam e agora é necessário pagar”. Gastei? Impossível! Faço uma gestão rigorosa do orçamento familiar, onde as saídas nunca são superiores às entradas e se alguma vez isso acontece, nos meses seguintes faz-se a devida correção. Está bem, também sei que é da crise soberana que se trata, mas dessa meus caros, não tenho qualquer interferência. Ninguém me perguntou se devíamos ou não construir novas autoestradas, fazer parcerias com privados para construir hospitais ou vender empresas públicas. Para isso elegemos governantes. Para decidir, para fazerem escolhas, para projetarem o futuro do país. Exijo dessas pessoas três coisas: honestidade, capacidade e bom senso. Ora é aqui que está de facto o

problema, se não vejamos, quem são os nossos políticos de hoje? Com as devidas e honrosas exceções, são gente que militou nas “jotas” que apreendeu as manhas rasteiras da política que sabe bem o que é o compadrio. Chega! O resultado está à vista! É preciso atrair para a política gente que dela não precise para subir na vida. O caminho deverá ser precisamente o contrário, primeiro dar provas nas diferentes áreas da sociedade e depois sim, chegar a essa nobre função imbuído de um espírito de missão, muitas vezes sacrifício pelo bem comum.Talvez estes tempos difíceis criem novas fórmulas, criem laços e uniões. Há alguns sinais disso, de quem não se conforma, de quem está disposto a dar a cara. Há tanto talento escondido, tanta vontade de mudança, de refundar, enfim, de acreditar.

opinião

ilustração Rui Fernandes, T. Desenho Digital 3D, 2º ano direção de arte Fátima Pimenta

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ambiente

Ivone Rocha

Advogada;Coordenadora do Departamento de

Ambiente e Energia da JPAB - José Pedro Aguiar-

Branco & Associados

produzir e consumir tem regras. Para isso, a educação/formação tem que liderar pelo exemplo, desenvolvendo modelos de negocio inovadores, social e ambientalmente sustentáveis; fomentar comportamentos sustentáveis quer nas opções de trabalho quer em questões tão simples como o uso de transportes públicos; incorporar os conceitos e elementos inerentes ao desenvolvimento de uma “ Green Economy” em todos os currículos e envolver todos os Stakeholders.Que assim se faça!

O conceito de “Green Economy” espalhou-se, rápida e espontaneamente, pelas diversas organizações internacionais. A “Green Economy” num contexto de desenvolvimento sustentável e irradicação da pobreza é tema central para a Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012 ( Rio 20 ) que terá lugar, em junho, no Rio de Janeiro.Apesar de vulgarmente usado, a sua determinação prática está, ainda, longe de ser uniforme. Com efeito, se como objetivo/meta a sua determinação é, se não uniforme, pelo menos consensual, a sua concretização, através da definição de prioridades e ações, varia de setor para setor da economia, de nação para nação e de nível para nível.Uma coisa parece inequívoca, a sua implementação tem que ser global e fruto de uma estreita cooperação entre todos, desde cada cidadão, a cada empresa, a cada organismo, a cada nação… Basta pensar nas ultimas catástrofes ambientais e facilmente percebemos que um ato individual tem efeitos globais, esta é a regra na realidade ambiental.A má noticia é que todos somos o problema, a boa é que todos somos parte da solução. Produção e consumo estão, necessariamente, interligados, ambos podem poluir ou não!Neste cenário, fácil é de perceber o papel da educação, nas suas diversas formas, como veículo de difusão de tão importante conceito e, acima de tudo de práticas conformadoras de uma “ Green Economy”.A formação profissional não pode ser exceção. A ela compete-lhe incluir a consciencialização do risco ambiental nas atividades em que dá formação, incentivando a sua redução. As melhores praticas ambientais, socialmente sustentáveis, devem entrar na consciência coletiva, de forma a que: a opção por soluções de redução do consumo de energia seja a regra, a redução de emissões um pressuposto de toda a atividade … no fundo

A Formação na “Green Economy”

“ the global move towards sustainable development and Green Economy is highly complex and challenging process for all actors in all societies across the globe” in ICC Green Economy Roadmap

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Fabíola Oliveira

Eng.ª Florestal

A escola e a floresta. Algo em comum!!Numa tarde feliz em que encontro uma amiga, encontro a oportunidade de fazer parte do elenco literário de uma revista escolar. Claro que aceitei, porque segundo percebi poderia escrever sobre a floresta, um assunto que me seduziu ao longo destes anos e me serviu para crescer no meu dia a dia.De repente estava a escrever o meu primeiro artigo da revista TER. Que surpresa de revista!!! Não a imaginava nada assim. Rica em temas, melhor ainda, rica em qualidade e em ações. É bom vermos escolas viradas para a comunidade e ver escolas partilhando experiências. Fiquei entusiasmada mas preocupada. Estaria eu à altura do meu antecessor??Só posso prometer que vou tentar, fazer o meu melhor.O entusiasmo é ver-me envolvida de novo por um ambiente escolar, ambiente que vivi há alguns anos atrás, em escola onde também se viam mudanças mas efémeras tradições e ambientes. Este ambiente fez-me pensar na floresta! A escola não é mais que um abrigo de jovens tal como a floresta um abrigo de seres vivos.Há jovens de todo o tipo, há os que crescem dia a dia, e que florescem grandiosamente, como flores grandes coloridas e cheirosas, outros vão crescendo como flores singelas, discretos mas de valor incalculável.Há jovens que se parecem com flores espinhosas, que por mais que se podem e amparem, lá vão espetando os seus espinhos. Há jovens que crescem timidamente, ano a ano e quando damos conta são árvores gigantes, com ramificações diversas constituindo uma copa grandiosa.Na escola temos relações. Temos aprendizagem, educação, amizade, amor. Temos responsabilidade, e vida social. Na floresta temos relações também, relações entre as componentes bióticas e abióticas ou seja entre os seres vivos e entre o meio físico de que se faz parte. Temos relação de ajuda entre espécies, simbiose, temos competição pela luz para sobreviver. Temos relações que mudam com o tempo. Na escola existe energia, há gargalhadas e

gritos elétricos dos alunos, temos as corridas e encontrões, os saltos e saltos. Temos a energia de cada um, com a vontade de saberem cada vez mais, a resistência e a vontade de ensinar dos professores, a energia que move um a um. Na floresta temos a energia que irradia do sol, que se transforma em fotossíntese, depois em O2, na celulose. Temos a força das árvores, o combustível vegetal. A escola é comunidade. Temos pessoas, mães, pais que são ali professores, filhos que são alunos. São pessoas da comunidade. Na floresta temos também os progenitores e os descendentes, temos famílias, temos hierarquia e temos comunidade.Na escola temos cantinhos específicos. Há a biblioteca com os marrões, há o campo de futebol com os desportistas, há um cantinho mais sossegado com os namorados. Há o bar, há o recreio principal, há as escadas e os bancos… Na floresta temos também “cantinhos”: o rio, com as espécies ripícolas e vegetação húmida, as clareiras de pedras e vegetação quente, temos os povoamentos com a sua sombra e proteção, os matos com o tojo e a urze, temos as plantações em fila que lembram as salas e as carteiras, temos árvores que se misturam, em caos como um recreio. Temos vida. Vida de uns e de outros, com características próprias de cada um. Infelizmente, também, temos coisas más, temos droga, temos o bullying, temos assédio sexual, temos racismo e violência. Na floresta, temos as invasoras, as pragas e doenças, temos os incêndios. Quase sempre ameaças conduzidas pela mão do Homem.Quer na escola quer na floresta precisamos de sustentabilidade, de equilíbrio. Fazer a escola funcionar exige política, gestão, meios e saber. Também a floresta precisa de tudo isso. Cada vez mais a escola tem um papel social, tem uma responsabilidade económica e ecológica. Precisamos dos alunos para se chegar aos pais e família, á sociedade. Também na floresta existe a parte social. Cada vez mais a floresta se aproxima do urbano, já vivemos com a floresta e não da floresta.

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Por tudo isto, orgulho-me de ter sido aluna, dos professores que tive e do que me ensinaram, do respeito que sentia e do prazer que tinha de inaugurar os cadernos novos com os desenhos e identificação. Orgulho-me de ser florestal, de poder gozar tudo o que descrevi, do ponto mais alto da serra. Poder parar e respirar o ar puro, onde o silêncio e o vento me embalam os pensamentos.Nem tudo está bem. Lá de cima vejo áreas ardidas, negras, mortas. Vejo acácias amarelas a sorrir e a dizerem vou invadir mais e mais. Nas escolas os professores têm avaliações, alunos difíceis, educação para dar, papeis e mais papeis. Mas a verdade é que a vida é assim: Uma luta constante! Por muito preta que esteja a floresta, não demora muito a surgir o primeiro rebento. Com essa ponta verde ergue-se a esperança.

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turismo

Melchior Moreira Presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal

Algumas notas sobre o impacto dos voos low cost no destino “Porto e Norte de Portugal” – (Entrevista conduzida por A. Sousa)Com a chegada dos voos de serviço lowcost ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o que é que fundamentalmente mudou para o destino “Porto e Norte de Portugal”? O PORTO E NORTE é hoje uma referência em termos nacionais e um destino turístico com uma “Marca” consolidada que vem ganhando, dia após dia, maior notoriedade junto do mercado externo. Para o efeito, muito tem contribuído vários fatores, sendo exemplo disso o aumento exponencial de voos através de companhias aéreas diversas que têm vindo a apostar em operações com partida

e chegada ao Porto, de entre as quais se destacam naturalmente as de serviço lowcost, com impacto num significativo aumento de passageiros, permitindo que em 2011, tenhamos atingido o fabuloso número de 6 milhões. Porém, não podemos entretanto esquecer o enorme contributo que o prestígio alcançado nos últimos tempos pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem prestado, nomeadamente, pela enorme transformação estrutural sofrida através de um arrojado projeto da autoria do Arqtº João Leal, permitindo-lhe não só melhorar significativamente, em termos qualitativos, o nível dos serviços e aumentar

a sua capacidade logística, como subir na tabela do ranking mundial, tendo-se posicionado já algumas vezes em lugares cimeiros, justamente premiados pelo ACI (Airports Council International).Deste modo, julgo que estamos em condições de

dizer que aumentaram as possibilidades de uma maior visibilidade do destino e deste se tornar mais apetecível, com o consequente crescimento da procura.Com a chegada dos voos lowcost, assistimos de facto a um crescente número de turistas, sobretudo à possibilidade de ser agora mais fácil tê-los por cá praticamente ao longo de todo o ano, em benefício da oferta global, com especial referência para a restauração e o alojamento, que vê diminuídos os efeitos de uma habitual e acentuada sazonalidade.Tendo em consideração a aposta de algumas companhias de aviação com serviço lowcost, bem como, a atual qualidade e as excelentes condições do Aeroporto Francisco Sá Carneiro referidas, a região ficou efetivamente mais acessível a um maior número de turistas, com especial destaque para aqueles que com alguma frequência procuram programas de curta duração, dando primazia aos City & Short Breaks – um dos produtos estratégicos eleitos pelo PENT para o destino Porto e Norte.Com especial referência naturalmente para a cidade do Porto, cujas transformações qualitativas em termos de oferta a tornam cada vez mais apelativa, não tendo ocorrido certamente por acaso a sua eleição como “Melhor Destino Europeu 2012”, são sobretudo as localidades de maior proximidade com o aeroporto que beneficiam mais facilmente desta nova realidade, tal como acontece com Vila Nova de Gaia e Matosinhos, a par de outras cidades, igualmente pertencentes à AMP. Julgo no entanto, que apesar de esta ser uma situação absolutamente normal, a chegada dos voos lowcost veio beneficiar a região no seu todo, permitindo-lhe obter maior notoriedade em termos internacionais e, sobretudo, incentivar mais ainda o trabalho que todos temos vindo a efetuar, em prol do desenvolvimento turístico deste fabuloso destino de férias.

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turismo

É possível traçar um perfil dos turistas que chegam ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, utilizando os voos de serviço lowcost?Não me parece que haja propriamente um perfil muito diferente do perfil do turista que viaja habitualmente com companhias de bandeira, usufruindo de um fullservice que é hoje cada vez mais residual. Excetuando o segmento de negócios cuja apetência para optar pelos voos normais é talvez maior, hoje em dia viajar nas companhias de serviço lowcost, prende-se não só com o baixo custo, como com a diversidade de destinos e a questão de haver um maior leque de horários. Para além disso, significa muitas vezes a possibilidade de poder gastar um pouco mais no destino, tirando maior partido da oferta e usufruindo de experiências que de outro modo não teria.Existe porém um aspeto particularmente interessante e cuja diferença é talvez mais evidente em relação aos restantes turistas que viajam utilizando voos normais, ou seja, o facto de através das companhias de serviço lowcost termos agora uma maior quantidade de gente muito jovem que até aqui dificilmente viajaria com a mesma facilidade que hoje tem. São mesmo muitos os jovens que têm vindo a viajar para o destino, especialmente aos fins de semana, pelas mais diversas razões.Efetivamente, com a vinda das companhias de aviação com serviço lowcost, surgiram novas oportunidades, não só para a região, como para os próprios passageiros, estrangeiros e nacionais, que podem agora viajar para o Porto a preços reduzidos, permitindo-lhes aproveitar mais e melhor o seu tempo de estadia na região, que embora possa ser curto ( c i t y -breaks/short-breaks), tem naturalmente reflexos no aumento das receitas.De acordo com dados recolhidos junto dos passageiros que viajam via Aeroporto Francisco Sá Carneiro (IPDT/TPNP-ER/ANA), embora continuemos com bastantes passageiros ligados ao segmento dos negócios que utilizam, também, os voos lowcost, a grande maioria dos passageiros que viaja para a região norte fá-lo por questões

de lazer. Estes, utilizando frequentemente os voos de serviço lowcost, viajam na sua maioria acompanhados, havendo no entanto os que preferem viajar sozinhos.Quanto às preferências em termos de atividades, a grande maioria dos turistas que chegam utilizando os voos de serviço lowcost, tal como os restantes turistas, distribuem-se por uma panóplia de produtos diversos, com especial destaque para as experiências gastronómicas, as visitas a museus ou monumentos, visita às caves do Vinho do Porto, cruzeiros de barco no Rio Douro e circuitos de autocarro, alguns desportos náuticos (especialmente surf), animação noturna, etc.

As ligações aéreas de serviço lowcost permitiram impulsionar os períodos de férias

mais curtos? Naturalmente que sim. Conforme referi,

saíram beneficiados os City & Short Breaks que têm agora um suporte

fundamental, não só pela

diversidade da oferta de voos, como pelo seu baixo custo,

incentivando o crescimento da procura deste tipo de programas.Não só aos fins de semana, mas também ao longo de toda a semana, é possível assistirmos à chegada de turistas, com uma frequência cada vez maior, muitas vezes motivados simplesmente pela possibilidade de descoberta do destino, outras vezes por um qualquer acontecimento especial, a ocorrer numa qualquer localidade do “Porto e Norte de Portugal”.

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turismo

Na sua maioria, qual é a origem dos turistas que chegam ao Aeroporto F. Sá Carneiro em voos de serviço lowcost?Embora com uma incidência maior nos países cuja proveniência é muitas vezes coincidente com alguns dos clássicos destinos que viajam para o Porto e Norte – França, Espanha, Reino Unido e Alemanha, há uma diversidade grande de países no conjunto dos destinos a partir dos quais as três companhias aéreas com serviço lowcost viajam (Ryanair c/ 31 destinos, Transavia c/ 3 e Easyjet com 7), trazendo muitas vezes até nós gente para quem o destino “Porto e Norte de Portugal” é simplesmente a sua primeira experiência.

Facto é que, efetivamente, a região tem vindo a receber voos de serviço lowcost de países diversos, fazendo com que a procura seja cada vez mais multicultural.Para além disso, até há relativamente pouco tempo, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tinha voos de/para 17 países, correspondendo a 61 destinos, através de 13 companhias aéreas, de entre as quais 3 de serviço lowcost (Ryanair, Easyjet e Transavia). Possui atualmente cerca de 41 destinos lowcost (representando 53,9% do total do tráfego aéreo deste aeroporto), de entre os quais 6 são habitualmente repartidos entre fullservice e lowcost. Destes, apenas 14 destinos são sazonais.Entretanto, em termos de mercado externo, a atual estratégia promocional contempla uma série de países considerados importantes para o Porto

e Norte, de acordo com os quais o número de voos lowcost e fullservice, nomeadamente

diretos, é considerado bastante bom. Estamos a falar sobretudo de um conjunto

de países distribuídos por mercados prioritários, nos quais se considera

ser importante continuar a apostar (Espanha, França, Reino Unido e Alemanha), mercados-alvo, cuja procura tem vindo gradualmente a crescer (Itália, Holanda e Bélgica) e mercados de aposta, cuja tendência da procura é a de um aumento significativo, face a transformações operadas no seio dos próprios países, especialmente no Brasil, acompanhando a evolução positiva da sua própria economia (Brasil e EUA) e que embora possa não parecer, são passageiros que utilizam, também, frequentemente

voos de serviço lowcost, já que essa é seguramente a forma de viajar com menor custo dentro da Europa.

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oportunidade

Centro Novas OportunidadesReconhecimento, Validação e Certificação de Competências

Nasci em Angola, num espaço de negros, mestiços e brancos, um universo que se desenvolveu sob a influência de duas culturas em contacto, a europeia e a africana. Dessa experiência urbana ou urbanizada construí a teia de compreensão de um processo que se pautava de acordo com os princípios postulados pelo luso-tropicalismo. Esta doutrina, cujo principal teórico era o sociólogo brasileiro Gilberto Freire que, a partir da década de 1950, afirmara que a missão portuguesa na África seria criar a fusão racial e difundir o cristianismo, produzindo uma nova e homogénea civilização como a do Brasil. Estava-se a criar, portanto, uma comunidade pan-Lusitana, unificada pela cultura portuguesa e pela ausência de racismo, estando o colonialismo justificado, já que não implantara a desigualdade racial. Doutrinação que já era difundida pelas autoridades portuguesas no território angolano, mormente na escola, já na década de 1930.Foi neste caldo de cultura que concluí o curso geral dos liceus, em 1970, na cidade de Luanda, de onde sou nado e criado. Naturalmente, apercebi-me da falsidade de tal doutrina, que não se conciliava com a realidade, mostrando o fraco conhecimento ou total desconhecimento de África. Tentou-se impor uma pedagogia única para o espaço português, com os mesmos métodos, de memória e repetição, divorciada do espírito crítico, e, pelo contrário, conducente a uma atitude mental e a um comportamento de passividade se não mesmo de subserviência. No entanto, justiça seja feita a muitos professores que fizeram um esforço individual extraordinário para suprir as deficiências da sua formação, introduzindo, discretamente, o estudo das realidades, dos problemas e das necessidades do território, no dia a dia e não só.Num território daquela extensão e com uma economia pujante, não havia, porém, uma universidade. E como o

CONCILIAR o INCONCILIÁVEL

Guilherme Alberto GanhoConcluiu a certificação do 12º ano através do processo RVCC

número de bolsas do Estado era limitado, é evidente que só as famílias abastadas, em regra brancas ou mestiças, podiam enviar os seus filhos a Portugal para fazer cursos superiores. Os mais necessitados teriam de contentar-se com um curso secundário, se nos locais de residência houvesse liceu ou escola técnica, o que sucedia em poucos centros de Angola. Assim, por um lado, a maior parte da juventude sentia-se revoltada; por outro, o território não dispunha dos quadros que o seu desenvolvimento económico exigia. Entretanto, as missões protestantes, algumas das quais antiportuguesas, iam concedendo bolsas a estudantes que engrossavam os movimentos contra a presença de Portugal no território…Tornava-se imperiosa a criação de uma universidade em Angola que se consumou em 1962! Entretanto, acelerou-se a formação de centenas de monitores rurais de ensino e a criação de livros escolares adaptados à população africana, profusamente ilustrados com motivos da ambiência natural dos alunos. Até então, nas zonas urbanas e nos meios rurais, onde viviam populações com línguas e culturas diferentes das portuguesas, o ensino era ministrado pelas missões religiosas, ação condicionada pela carência de meios humanos, materiais e financeiros. Paralelamente criaram-se cursos de regentes escolares, professores primários, escolas de magistério primário, novos liceus e escolas técnicas, escola de enfermagem e instituto de educação e serviço social. Para além da criação dos cursos superiores de engenharia, agronomia e medicina, iniciou-se a formação de professores de nível secundário. Por fim, o Ministério do Ultramar aprovaria, em 1964, a reforma do ensino primário elementar nas províncias ultramarinas, o qual tomou por base o sistema adotado em Angola, embora pondo o acento tónico nos regentes escolares. Foi a explosão tardia do ensino em Angola, na tentativa de criar, numa luta contra o tempo, uma elite angolana intimamente ligada a Portugal. Não

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oportunidade

esqueçamos o contexto de guerra e os chamados “ventos da história” que sopravam em África a favor dos movimentos emancipalistas!Em 1961 viajei para Lisboa, onde me foi dado ver, fora as especificidades próprias dos dois continentes, que a sociedade urbana da capital de Angola fora formatada e decalcada na da capital do Império, enraizada no ensino e cultura europeia. Por essa altura, com 16 anos, tomei consciência que tendo nascido português em África, pertencente á terceira geração de naturais de Angola, nada mais era que “ um emigrante “ na minha terra, que, mais tarde ou mais cedo, haveria de retornar ao continente de origem dos meus antecedentes, ao contrário do que pensavam a maioria dos seus residentes. Facto que se verificou em 1975, sem surpresa, aos 30 anos, com a natural integração na sociedade Bracarense!Os meus primeiros contactos com o ensino, após a revolução de abril, processaram-se através do meu emprego na livraria Vítor Sá, em Braga, que me possibilitaram um estreito contacto com professores e alunos, ajudando-me à compreensão do novo tempo da mudança. A sociedade portuguesa libertou-se mentalmente, levando o sistema educativo a ser intensamente debatido e criticado. Foram reformas atrás de reformas, manuais escolares de qualidade duvidosa, carências de toda a ordem, desde professores profissionalizados a um parque escolar funcional. Para além de tudo isto os desaires dos exames nacionais. Para culminar, uma das questões que mais preocupam os pais é a seguinte: Terão os filhos recebido um ensino de qualidade, irão eles sair da escola com as aptidões e os conhecimentos necessários para enfrentar o mundo cada vez mais competitivo que os espera? Os testes feitos ao nível de cultura geral dos jovens portugueses que completam o ensino secundário são, no mínimo, preocupantes. O que fazer para inverter esta situação? A solução deveria estar nas mãos de ministros da educação, que já foram professores, que se transformaram em meros contabilistas, fazendo tábua rasa do que escreveram. Esquecem a especificidade da sua profissão, degenerando a política da educação, que levam muitos professores e alunos a abandonar a escola. A política educativa tem de ser criativa, com uma docência de excelência, aliviando a carga horária, intensificando a relação professor-aluno, essencial para criar qualificação no trabalho e consciência democrática. O papel da escola é o de selecionar, organizar, preencher espaços vazios e criar espírito crítico.O aluno deverá ser previamente educado no diálogo,

solidariedade e respeito pelo outro, formando ideia clara do que é ser português e responsável pelo destino coletivo, interessado na participação cívica, partilhando um código próprio de valores que dão sentido à vida. Alguns métodos pedagógicos incitam à passividade dos jovens, que não atingem a maturidade intelectual, nem adquirem hábitos de trabalho autónomo. A ausência de hábitos de leitura provoca problemas de comunicação oral e escrita, dificuldades em analisar e interpretar informações e situações, em desenvolver o raciocínio e em alargar horizontes culturais.De modo que chegamos a uma situação – esta em que nos encontramos – na qual se acham mais predispostas para a mudança as pessoas que não estão intelectualmente comprometidas com o tipo de cultura da elite dominante. É essencial apurar o que fomos, o que somos e o que, com base nas pistas disponíveis, podemos vir a ser. O objetivo é dar resposta a um novo paradigma do conhecimento, apostando em valores distintos e fundamentais à vida em comunidade. A iniciativa Novas Oportunidades é um exemplo de um modelo e estratégia pedagógica a apoiar, contribuindo para a elevação do nível de conhecimentos da comunidade, libertando-a para escolhas mais racionais, tornando-a inconciliável com pedagogias tão persistentemente exercidas, nas escolas e na sociedade, sobre sucessivas gerações que acabou, em muitos casos, por selecionar pelo negativo os quadros mentais da sociedade portuguesa.O processo RVCC ajudou-me a libertar das dúvidas instaladas, após um ataque cardíaco, se as minhas capacidades intelectuais teriam sido afetadas. Além da oportunidade de ter ultrapassado mais uma etapa do meu percurso escolar, o ensino secundário, certificado na Escola Profissional Amar Terra Verde, de que muito me orgulho!

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voluntariado

EPA, grand’aJUDA!

EPAJUDA entra em ação “Por um Mundo Melhor”O grupo EPAJUDA foi parceiro da campanha promovida pela SIC Esperança- Gincana Rock in Rio, através da venda das pulseiras “Por um Mundo Melhor”. Os alunos conseguiram uma verba que foi encaminhada para bolsas de estudo de música para jovens do ensino básico e secundário, carenciados e em situação de risco. Estas bolsas, que terão 2 anos de duração, destinam-se ao ensino formal da música e à aquisição de instrumentos musicais para o acompanhamento destas aulas, numa lógica de estímulo da economia local. Esta atividade foi um sucesso pois todas aspulseiras entregues ao grupo EPAJUDA foram rapidamente trocadas por uma módica quantia de 1 euro. Os alunos motivados pelo espírito de solidariedade empenharam-se bastante na concretização do objetivo da campanha junto da comunidade escolar e local.

Grupo de Voluntariado da EPATV

CAMPANHA Papel por Alimentos“O seu papel é essencial na luta contra a fome!”Esta foi a máxima que moveu o grupo de voluntariado EPAJUDA a participar na campanha promovida pelos Bancos Alimentares “Papel por Alimentos”.Esta iniciativa ajusta-se claramente aos objetivos do grupo pois, para além de “ajudar” o ambiente, tem associada a solidariedade. O grupo conseguiu nesta primeira etapa angariar 1 831Kg (cerca de 2Toneladas), de papel (jornais, revistas, folhetos) que serão convertidos, posteriormente, pelo Banco Alimentar em produtos alimentares.A Campanha “Papel por Alimentos” não teve um “papel secundário” na nossa instituição pois a nossa escola, representada pelo grupo de voluntariado, coordenado pela professora Margarida Mota Lopes, incentiva ao voluntariado e à solidariedade, reforçada nesta iniciativa as questões ambientais que não podem ser descoradas, não fosse a EPATV uma Eco-Escola.

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voluntariado

Solidariedade, fora da quadra do Natal As necessidades, a precariedade, a fome, não são cíclicas, isto é, não acontecem uma vez por ano, numa época específica. O grupo de voluntariado EPAJUDA de Vila Verde, orientados pelas professoras Margarida Mota Lopes e Ana Cadete, contraria a ideia que as famílias carenciadas e a necessitaram de apoio carecem apenas de uma pequena ajuda pontual no ano. O grupo tem a real

Os nossos jovens voluntários empenharam-se e dedicaram-se à campanha com o intuito de conseguirem um peso “pesado” de papel na luta contra a fome.

noção das necessidades das famílias e deu mais dois contributos para minimizar as carências de alimentos mais básicos. Nos dias 22 e 23 de fevereiro e a 28 de março efetuou mais duas entregas de cabazes de alimentos a um grupo mais restrito mas casos verdadeiramente preocupantes de necessidade imediata.O grupo está a desenvolver esforços para alargar o apoio prestado à comunidade com a realização de mais uma recolha de alimentos nos hipermercados da comunidade local, com venda de caixas decorativas e “bolachas solidárias” durante a exposição Pintar a Páscoa, para angariar fundos de forma a concretizar alguns projetos de apoio na área social, nomeadamente a campanha dos recetores TDT a entregar a idosos e famílias carenciadas, entre outros projetos. As necessidades são muitas e constata-se que não param de aumentar face à atual crise do país, mas a vontade dos voluntários em dar auxílio e minimizar as dificuldades cresce em proporção no seio do grupo de voluntariado.

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A Escola Profissional AMAR TERRA VERDE lançou para o Dia dos Namorados, em edição limitada e em celebração ao amor romântico, os Sabonetes & Companhia. Com 45g e em forma de coração, o sabonete tem ainda uma fragrância fiel ao charme deste dia.Composto por uma emulsão rica com mel e manteiga de karité tem o intuito de hidratar e embelezar a pele. Borbulhada em óleo de amêndoas doces, prolonga-se essa hidratação, prevenindo os efeitos do stress. Envolvendo esta solução cremosa em azeite, introduzimos uma nota de efeito antirradicais livres e, conseqüentemente, os benefícios são maiores devido às propriedades antienvelhecimento.A companhia dos sabonetes são os Sais de Banho & Companhia resultantes da mistura obtida envolvida em sal marinho e sal amargo. O seu efeito borbulhante foi refinado usando um delicado sal espumante. Resultam assim, uma mistura de sais com propriedades hidratantes, exfoliantes e antisstressantes. Cada garrafa entrega 100 g de uma mensagem de puro relaxamento e efeito spa para um dia tão especial.É o desejo de partilhar esta suavidade com toque de veludo na nossa pele que constrói a razão desta linha. Finaliza-se desenhando o ambiente com delicadas fragâncias. As notas de cabeça mais disfarçadas e as notas de coração enebriantes florais para ela e marinhas para ele, desenhando uma praia com pétalas de flores. Feitos para AMAR… nesta TERRA de Vila VERDE…De salientar ainda que estes produtos criados pela turma de Técnico de Análise Laboratorial foram incluidos nos produtos Namorar Portugal.

Amor numa praia com pétalas de flores

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ECO-ESCOLAS:Ensinar os professores

para os alunos aprenderem mais

Os professores responsáveis pelo projeto Eco-Escolas da EPATV estiveram reunidos, com mais de 350 especialistas em Educação para o Desenvolvimento Sustentável, no Pax Julia- Teatro Municipal e na Escola do Ensino Básico e Secundário Diogo de Gouveia em Beja, durante o Seminário Nacional Eco-Escolas 2012, entre 3 e 5 de fevereiro.O Seminário Nacional do Programa Eco-Escolas constitui um dos mais importantes momentos de formação e troca de experiências entre os professores e entidades envolvidas no Programa Eco-Escolas. Este Programa desenvolvido em Portugal desde 1996, está orientado para a implementação da Agenda 21 local, visando a aplicação de conceitos e ideias de educação e gestão ambiental à vida quotidiana da escola, da família e da comunidade. Tem como objetivo encorajar ações, reconhecer e premiar o trabalho desenvolvido pela escola na melhoria do seu desempenho ambiental, gestão do espaço escolar e sensibilização da comunidade. Pode ser adotado por qualquer escola que se inscreva e que siga metodologia proposta que se esquematiza em sete passos: 1-Conselho Eco-Escolas; 2- Auditoria Ambiental; 3- Plano de Ação; 4- Monitorização e Avaliação; 5- Trabalho Curricular; 6- Informação e Envolvimento da Escola e Comunidade Local; 7- Eco-Código. O Seminário, que contou com a participação de mais de 30 oradores, visou a formação e enriquecimento da rede Eco-Escolas em especial dos professores e técnicos dos municípios envolvidos.

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projeto Comenius:Cooperação além fronteiras De 8 a 12 de fevereiro, a EPATV recebeu nas suas instalações vários parceiros europeus, Hungria, Polónia, Chipre, Espanha e Itália, para a 2ª reunião do projeto EARN – Entrepreneurship – A Richness from Nature, desenvolvido ao abrigo do Programa Comenius, no qual Portugal tem como representante da parceria a Escola Profissional Amar Terra Verde.O programa Comenius – parcerias multilaterais, tem como principal objetivo, reforçar a dimensão europeia através da promoção de atividades conjuntas de cooperação entre escolas da Europa. Os projetos proporcionam aos estudantes e professores de países diferentes, a oportunidade de trabalharem em conjunto um ou mais tópicos de interesse mútuo, assim como promovem a aquisição e melhoria de competências sociais e pessoais e de línguas estrangeiras. A comitiva é formada por 38 alunos e 21 professores, estando envolvidos também 5 alunos da EPATV e alguns professores que asseguraram o cumprimento dos objetivos, que se centram na promoção do empreendedorismo do azeite, do vinho e seus derivados, produtos endógenos dos países participantes.O primeiro dia de trabalho teve como agenda a receção pela direção da EPATV e visita à escola, seguindo-se palestras sobre empreendedorismo, criação de empresas e turismo asseguradas por docentes da escola.Nesse mesmo dia, a comitiva Comenius foi recebida pelo Município de Vila Verde, para uma sessão de boas vindas e apresentação promocional do concelho de Vila Verde, tendo terminado o dia com a realização, na escola, de um encontro para avaliação dos progressos do projeto.Nos dias seguintes, além de reuniões, foram realizadas visitas à estação de vinhos verdes, com palestra e prova de vinhos, à região demarcada do vinho alvarinho e às caves do vinho do porto. Visitou-se também o Palácio da Brejoeira, a zona histórica da Ribeira no Porto, e na cidade de Braga os visitantes puderam desfrutar, com muita alegria de atividades na rua, inseridas na programação da Capital Europeia da Juventude.Toda a comunicação nestes dias foi realizada em inglês, contribuindo para aperfeiçoar o domínio da língua estrangeira dos alunos e docentes da EPATV.No jantar de despedida todos efetuaram fortes elogios à EPATV, quer pela hospitalidade, quer pelo programa cultural e de mais valia para o projeto. A próxima reunião realizar-se-á na Hungria, de 21 a 25 de Abril de 2012.Mais fotos podem ser vistas na Galeria de Fotos em www.epatv.pt

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A fiel companhia do leitão à bairradaNo dia 10 de fevereiro, as turmas de Técnico de Restauração Restaurante/ Bar, 2.º ano, Cozinha/ Pastelaria, 2.º Ano e CEF de empregado de bar – 2.º ano, e a turma de Técnico de Recuperação do Património edificado, do 2.º ano, de Amares, realizaram uma visita de estudo às caves Aliança e Underground Museum e ainda ao Museu do Vinho em Anadia – zona da Bairrada. Os alunos e professores acompanhantes tiveram oportunidade de visualizar algumas formas de produção e processos de transformação da uva, até chegar ao copo que acompanha o famoso leitão da bairrada. A visita foi bastante gratificante tendo os alunos adquirido conhecimentos nas áreas da componente técnica que irão de certeza permitir uma maior consolidação dos conteúdos lecionados.

Teatro-Debate No dia 13 de fevereiro, realizou-se, no auditório da EPATV, pelas 10.30h uma sessão de teatro-debate com o tema (In)dependências, dirigida aos alunos. “O teatro-debate consiste na representação de uma peça em que são apresentadas determinadas situações suscetíveis de discussão a um público específico. É uma forma de teatro comunitário, destinado a levar as pessoas a refletir sobre os problemas com que se deparam e de as envolver na forma de os ultrapassar”. Esta iniciativa insere-se no programa CUIDA-TE do Instituto Português da Juventude em parceria com a Associação Usina e tem como principal objetivo trabalhar na área da saúde juvenil e na promoção de estilos de vida saudáveis. Participaram nesta atividade as turmas de 1º ano de Técnico de Mecatrónica Automóvel, Técnico de Frio e Climatização, Carpinteiro, Cabeleireiro e Técnico de Animação Sóciocultural 2º ano e o grupo de teatro da EPATV de Vila Verde.O balanço final foi bastante positivo quer por parte de alunos, quer de professores, considerando-se este tipo de atividades úteis para a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de competências junto das camadas mais jovens.

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EPATV é parceira do deus CupidoIntegrado no programa Namorar Portugal, a Escola Profissional Amar Terra Verde, proporcionou um momento de convívio e degustação a toda a comunidade escolar, aos alunos da APPCDM de Vila Verde que tiveram a gentileza de nos visitar e a todos os que quiseram desfrutar de um belíssimo “breakfast” preparado e servido pelos alunos do curso de Restauração.Estiveram também presentes responsáveis do Namorar Portugal, António Vilela, Júlia Fernandes e Manuel Barros e alguns responsáveis da comunicação social a quem desde já agradecemos a presença.Durante o “breakfast” foram realizados alguns Showcookings pelos alunos acompanhados pelo Chef Vinagre e apresentada uma mostra de produtos relacionados com o dia dos namorados – “gifts in love”, tais como o Sweet Kiss, o Licor dos Namorados, os Sabonetes e sais de banho.Ainda em termos de degustação foi servido um almoço com ementa dedicada ao Dia dos Namorados que enterneceu e adocicou todos os presentes.

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Do fabrico da cervejaÀ sede de CulturaNo dia 13 de fevereiro, as turmas do 11º e 12º dos Cursos Técnico de Restauração Cozinha/Pastelaria e Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar, acompanhados pelos professores Pedro Arantes, Gabriela Rodrigues e Manuela Caçador, realizaram uma visita de estudo à empresa de refrigerantes e cerveja - UNICER e à Capital Europeia da Cultura – Guimarães. Esta atividade foi muito profícua para os alunos uma vez que, puderem constatar todo o processo de receção, produção, conservação e engarrafamento da cerveja.Na parte da tarde, os alunos observaram e conheceram as atividades desenvolvidas na cidade de Guimarães – capital europeia da cultura.

Carnaval no Centro Escolar de Amares

Os alunos do curso Técnico de Animador Sociocultural, da delegação de Amares, da Escola Profissional Amar Terra Verde, participaram na comemoração do Carnaval, do Centro Escolar de Amares, no dia 15 de fevereiro.Com a manhã solarenga, os alunos prepararam-se a rigor para o desfile e acompanharam as crianças no percurso até à Câmara Municipal de Amares. A alegria e satisfação eram evidentes. Enquanto os pais se regozijavam a observar os filhos, os alunos iam brincando, saltando e cantado com as crianças.De regresso ao centro da vila de Amares, foi tempo de um pequeno lanche, seguido de uma animada sessão fotográfica.

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Contactos teatraisO grupo disciplinar de português da Escola Profissional Amar Terra Verde organizou, no dia 15 de fevereiro, uma visita de estudo ao Teatro Circo, em Braga, para assistir à peça “Auto da Barca do Inferno” levada a cabo pela CTB - Companhia de Teatro de Braga. Participaram na atividade os cursos de Cabeleireiro, Eletrónica de eletrodomésticos e Padeiro/Pasteleiro, acompanhados pelos professores Marco Alves, Susana Martins e Cátia Arantes.Este auto de Gil Vicente que retrata a maledicência, o orgulho, a usura, a concupiscência, a venalidade, a petulância, o fundamentalismo, a inveja, a mesquinhez, e o falso moralismo cristão, através dos diversos tipos de cómico, entusiasmou os alunos que, de uma forma bem evidente, se mostraram agradados. A visita teve como objetivos: fomentar o gosto pelo teatro; motivar para a leitura, criação de textos e sua representação; aprofundar o conhecimento de autores portugueses; relacionar os conteúdos programáticos com outras formas de manifestação artístico-cultural.

Teatro: “Episódios da vida romântica”O grupo disciplinar de português da Escola Profissional Amar Terra Verde convidou, no dia 22 de março, a Companhia de Teatro “Há Cultura” para a representação da peça “Episódios da Vida Romântica” no Auditório da EPATV. Os Episódios da Vida Romântica, que deram conteúdo e intriga a “Os Maias”, são o fio condutor do espetáculo sobre a sociedade, preconceituosa e boémia, de Eça de Queirós (1845-1900). Toda a ação gira em torno de Carlos da Maia e do contexto social de uma época (meados do séc. XIX). Com a sala repleta e uma constante interação com o público, os atores conseguiram apresentar a obra e o seu enredo capaz de motivar os alunos para a abordagem de uma forma mais atual, onde a atenção, por parte dos alunos, foi uma constante, ao longo da representação.Participaram na atividade todos os cursos a frequentar o 2º ano e teve como objetivos: fomentar o gosto pelo teatro; motivar para a leitura, criação de textos e sua representação; aprofundar o conhecimento de autores portugueses; relacionar os conteúdos programáticos com outras formas de manifestação artístico-cultural.

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Nos dias 16 e 17 de fevereiro, de 2012, realizou-se, no auditório da Escola Profissional Amar Terra Verde, as V Jornadas de Eletricidade e Eletrónica, cuja organização foi da responsabilidade do grupo de professores da área da eletricidade e eletrónica, Vítor Machado, José Pontes, Aurélio Machado e Ana cadete.Neste evento, os temas abordados foram automação industrial, sistemas de segurança, eficiências energéticas, TDT, domótica e micro laboratório, contando-se com a presença de representantes de várias empresas, a saber: Siemens, OMRON, OBO, Toshiba, Téleves, Legrand e ainda da Universidade do Minho. Entre os vários painéis, os alunos do 3º ano do Curso Técnico de Eletrotecnia serviram de guias, nas visitas efetuadas às oficinas quer pelos oradores convidados quer por alunos da Escola Secundária de Amares e do Instituto Politécnico Martins Sarmiento, Pontevedra, que se fez representar com duas turmas do ensino superior e uma do ensino secundário.

Os dias Elétricos e Eletrónicos da escola

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Mais um ano, mais uma vez a delegação de Amares da EPATV cria a sua horta biológica, cultivando os seus produtos e usando as plantas como plantas, não as contaminando com químicos. Na agricultura biológica só são utilizadas práticas que não afetam negativamente o ambiente e é esse o lema da nossa horta. A horta foi criada pelos alunos dos cursos de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Higiene e Segurança no Trabalho, Condução de Obra e Ótica Ocular, que trataram da terra, plantaram as várias plantas e continuam a cuidar diariamente. A seleção das plantas cultivadas foi feita recorrendo a um leque diversificado de culturas, e em muitos casos fornecidas pelos próprios alunos.A horta biológica enquadra-se no projeto Eco-Escolas 2011-2012, promovendo o desenvolvimento sustentável, pois tem em conta a qualidade de vida das gerações presentes e futuras.

A renovação biológica da Horta

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A delegação de Amares da EPATV continua a manutenção e requalificação do seu jardim de cheiros. Os alunos plantaram novas espécies, construíram novas placas indicativas das diversas plantas e renovaram a vedação. Esta ação está inserida no projeto Eco-Escolas 2011-2012 e é sempre com muito empenho e dedicação que os alunos abraçam estas atividades. Um jardim de cheiros é algo que se pode fazer com todos os alunos, adoram participar e saber o uso culinário ou terapêutico que se dá às várias plantas que cultivaram. Os alunos ficam responsáveis por todas as fases de concretização do jardim, desde a preparação do solo, a plantação e a manutenção. Só desta forma conseguem sentir-se parte integrante de todo o processo criativo do jardim, mexendo, fazendo crescer e cuidando.

Cheiros culinários e terapêuticos

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O CNE – Conselho Nacional de Educação, publicou mais um relatório sobre o Estado da Educação 2011, que se dirige a todos os portugueses, em particular, aos protagonistas da educação e parceiros educativos.Foi neste contexto, que a EPATV- Escola Profissional Amar Terra Verde, foi convidada para partilhar as suas experiências, surgindo nesta edição como um dos “casos de inovação e sucesso”, no capítulo “A Formação Profissional em Portugal – seis casos de inovação e sucesso” ( páginas 259 e 260).Este estudo de caso foi orientado e acompanhado pela investigadora Angelina Carvalho durante o ano de 2011. Além de ser uma honra fazer parte desta edição, é também um reforço da responsabilidade educativa da EPATV, sendo que, …a procura de melhoria contínua…é um dos lemas da Direção da escola.A Direção da EPATV agradece a todos os intervenientes que contribuíram para a colocação da EPATV neste nível de sucesso.- para visualizar a publicação “Estado da Educação 2011 – A qualificação dos portugueses”, consultar o site da EPATV www.epatv.pt – em downloads (pag. 259 e 260).

EPATV…um caso de inovação e sucesso!

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A 4ª edição da Escola Eletrão já está em pleno funcionamento na EPATV e este ano também integra a Gincana Rock in Rio, da qual já se desenvolveram diversas atividades.O objetivo principal deste projeto, no qual a EPATV tem participado em todas as suas edições, tem como principal objetivo promover boas práticas de sustentabilidade ambiental, sobretudo na temática dos Resíduos de Equipamentos Elétrico e Eletrónicos (REEE) e dos Resíduos de Pilhas e Acumuladores (RPA), promovendo a sua reciclagem e valorização.O projeto promove um amplo conjunto de atividades de natureza pedagógica, que podem ser trabalhados nos planos curriculares durante o ano letivo. Inserido nas atividades, realizou-se uma palestra de sensibilização para a temática promovida pelos alunos orientados pelos professores responsáveis, Adelino Costa e João Pedro Lançós, no passado dia 13 de janeiro, tendo como palestrante o Engº Guilherme Macão que muito interessou os alunos participantes.A fase de recolha de REEE´s na escola decorreu de 03-02-2012 a 28-02-2012 tendo sido recolhidos algumas tonelada de REE´s.Porque a defesa do Ambiente toca a todos…o Ambiente agradece!

EPATV em velocidade ELETRÃO

O Conselho Eco Escolas da EPATV colocou em curso uma recolha de inquéritos que servirão para compreender os hábitos e as opiniões da comunidade escolar, de forma a elaborar um plano de ação de acordo com as verdadeiras necessidades ambientais da escola, assim como efetuar a habitual auditoria ambiental à escola para implementar procedimentos de sustentabilidade e preservação ambiental.Este ano a gestão dos inquéritos foi feita on-line, graças à participação ativa do profº António Dantas neste projeto que nos permite continuar a ser uma Eco Escola com Galardão Bandeira Verde, visto a poupança em papel e tempo ser muito significativa.Os inquérito incluíram várias temáticas, desde a opinião geral da escola, até aos temas obrigatórios e do ano, tais como os resíduos, a biodiversidade, a água, energia.

Auditoria Ambiental on-line

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Cumprindo o profissionalismo que lhe é inerente, o novo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, Sargento-Mor José Lomba, acompanhado de um elemento da Direção, esteve na EPATV a fazer a apresentação institucional do seu novo cargo. O diretor geral, Dr. João Luís Nogueira fez as honras da casa, e, após uma visita às instalações, foi servido um almoço, com a equipa técnica do Sporting Clube de Braga, visita habitual, confecionado pelos alunos do curso de Restauração. Aos visitantes, a comunidade EPATV agradece toda a simpatia. Somos uma escola que presa quem cuida da segurança e quem dignifica o desporto nacional. Até breve!

Novo Comandante dos Bombeiros de Vila Verde e a equipa técnica do

Braga almoçaram na EPATV

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No dia 27 de fevereiro, o Grupo Disciplinar de Matemática, que tem como objetivo estimular nos alunos o gosto pela disciplina de Matemática, promoveu uma atividade de preparação para a participação da escola no III Torneio de Jogos Romanos de Tabuleiro, envolvendo os alunos dos cursos de educação e formação. Para este Torneio de Jogos Romanos de Tabuleiro foram selecionados, até à presente data, três jogos de tabuleiro, resgatados de uma panóplia mais vasta de jogos. Assim sendo, todo o evento se organiza segundo o eixo constituído pelo Jogo do Soldado (Latrunculi), Jogo do Moinho (Merelus), Jogo Tabula (Duodecim Scripta), pelo que o Grupo Disciplinar de Matemática, convidou o professor Paulo Morais, Coordenador do torneio, a fazer uma apresentação aos nossos alunos destes jogos. Esta apresentação superou as expectativas, envolvendo os alunos e os professores de matemática, nesta iniciativa que visa, não só estimular os nossos alunos para a disciplina de matemática, mas também potencializar elementos como a identidade cultural o património local e nacional. Para que os alunos pudessem participar neste Torneio foi necessário que, na escola, os professores se tornassem responsáveis pela divulgação dos Jogos, bem como pela organização da primeira fase do Torneio, ou seja, pela seleção dos três alunos, um por cada um dos jogos, que iriam representar o Estabelecimento de Ensino na final que se realizará em 25 de maio de 2012, integrada no evento “BRAGA ROMANA – REVIVER BRACARA AUGUSTA / 2012”. Deste modo, no dia 23 de março, realizou-se uma competição entre os vários alunos que aderiram a esta iniciativa, para se apurar os três vencedores. E foram eles, João Barros do 1º ano do curso de Empregado de mesa, no Jogo do Soldado, Carlos Lopes, do 1º ano do curso de Mecânico de Automóveis Ligeiros, no Jogo do Moinho, e Manuel Ferraz, do 2º ano do curso de Padeiro/ Pasteleiro, no Jogo do Tabula. Este torneio foi organizado ao pormenor, incluindo atividades paralelas como a construção de tabuleiros de jogo, com prémios atribuídos aos melhores, encenações várias com figurantes vestidos à época romana, números de percussão, dança, malabarismo e lutas romanas, numa sucessão de momentos de aprendizagem e de animação a cargo dos alunos dos cursos de animação sociocultural

EPATV matematicamente

ROMANA

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da Alfacoop.A escola inscreveu-se ainda numa destas atividades paralelas, no concurso “O Melhor Tabuleiro de Jogo”, que consiste na recriação de um dos três tabuleiros do torneio, que obedeça aos princípios da reutilização, reaproveitamento e reciclagem, em suporte que permita a sua manipulação e exposição, tendo ainda como critérios de avaliação e seleção, a criatividade, originalidade, funcionalidade e recriação histórica.Uma vez que o envolvimento dos alunos nestes jogos de tabuleiro foi além das expectativas, e foram muitos os que queriam representar a escola, os professores de matemática decidiram que no terceiro período realizar-se-á um novo torneiro entre os alunos dos cursos de educação e formação, premiando os vencedores. Inscreve-te junto do teu Professor!!!!

Em 28 de fevereiro, as turmas do curso Técnico de Análise Laboratorial e Técnico de Processamento da Qualidade Alimentar, acompanhadas pelas professoras Manuela Caçador, Gabriela Rodrigues e Glória Lago, visitaram os Lacticínios Marinhas, durante a manhã. Ao longo da visita, observaram o processo de fabrico de queijo e manteiga e conheceram o processo de controlo microbiológico no fabrico de laticínios. Durante a tarde, dedicaram-se a conhecer a biodiversidade fluvial e marinha no SeaLife. A professora Gabriela Rodrigues, como expert em Biologia, foi explicando a necessidade de preservar a vida fluvial que depende dos alunos desta escola. A importância de cada um dos seres vivos nos respetivos ecossistemas também não foi esquecida. Do rio Douro até ao Grande Oceano, dominado pelo Deus Neptuno, há cem espécies diferentes para apreciar.Acabaram a visita com o compromisso de um olhar mais eco no dia a dia.

Profissionais e ecologistas

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A convite da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, um grupo de alunos dos cursos de Restauração, Cozinha e Bar da EPATV, acompanhados dos seus formadores, coordenaram o espaço gourmet no âmbito do stand da referida Entidade Regional de Turismo, durante a BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorreu de 29 de fevereiro a 4 de março, no Parque das Nações, em Lisboa.Assim, todas as provas/degustações gastronómicas e provas de vinhos, que aí se realizaram numa promoção integrada dos 82 Municípios que compõem esta Entidade Regional, foram asseguradas pelo profissionalismo dos alunos da EPATV, aproveitando estes dias para promover a Escola Profissional Amar Terra Verde, como uma escola de Sucesso e Qualidade.Várias entidades ligadas á restauração/turismo manifestaram o seu “like” ao serviço e simpatia com que foram brindados por este grupo de alunos e professoras.

Profissionalismo com simpatia gourmet

Ao longo deste ano letivo, os alunos finalistas do Curso Técnico de Restauração têm acompanhado o Chefe Vinagre na elaboração e apresentação de pratos característicos dos municípios e que revitalizam a gastronomia regional.Trata-se de uma iniciativa dos municípios aderentes, da Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e

Turismo e, ainda, dos empresários do setor, com quem o Chefe Vinagre colabora.Cria-se assim mais uma oportunidade de os nossos alunos bem orientados fazerem treino de técnicas, conhecerem melhor os produtos de cada região e contactarem com o setor em ambiente de formação em contexto de trabalho.

Prove Guimarães, Prove Viana, Prove Caminha

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No dia 3 de fevereiro, as turmas de Técnico de Restauração Restaurante/Bar, 2.º ano, Cozinha/Pastelaria, 1.º Ano e CEF de empregado de bar – 2.º ano realizaram uma visita de estudo às caves do vinho do Porto Grahams e Sandeman, em Vila Nova de Gaia. Os alunos e professores acompanhantes tiveram oportunidade de visualizar algumas formas de produção e processos de transformação da uva até chegar ao copo que acompanha inúmeros aperitivos. A visita foi bastante gratificante tendo os alunos adquirido conhecimentos nas áreas da componente técnica que irão de certeza permitir uma maior consolidação dos conteúdos lecionados.

um Vinho de personalidade histórica

A delegação de Amares da EPATV, está a participar na campanha “Rolhas que dão folhas”, ação desenvolvida pelo Modelo Continente Hipermercados S.A. que é responsável pela recolha de cerca de 30 toneladas de rolhas de cortiça. A presente ação tem em vista a sensibilização das comunidades escolares, seus familiares e amigos para a reciclagem de rolhas de cortiça. Este ano pretende desenvolver a ação junto das escolas, em parceria com a QUERCUS, para que este número possa crescer significativamente. Por cada saco de rolhas entregue, o Continente entregará um vale, que servirá como comprovativo da entrega efetuada.As vantagens da reciclagem de rolhas de cortiça, é plantarem-se árvores no âmbito do Projeto “Floresta Comum” com o valor angariado com a entrega de rolhas para reciclagem.Os alunos dos cursos de Técnico de Condução de Obra, Técnico de Ótica Ocular e Técnico de Comunicação e Marketing, agarram o desafio, lançaram a campanha na escola, construíram um rolhão e esperam receber alguns vales para ajudarem a plantar várias árvores.

As “Rolhas que dão folhas”

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Nos dias 6 e 7 de fevereiro, os Cursos Técnico de Comunicação – Marketing, Relações Públicas e Publicidade - 3º ano e Técnico de Comércio 1º ano, realizaram uma visita de estudo à Exposalão na Batalha e a diferentes superfícies comerciais de grande dimensão designadamente, o “The Style Outlets” em Vila do Conde, o “Fórum” em Coimbra e o “Freeport” e “CC Vasco da Gama” em Lisboa, com os seguintes objetivos:- Visitar uma feira de dimensão internacional;- Analisar diferentes formatos comerciais;- Analisar o layout das superfícies comerciais.

Dias de Shopping

No dia 7 de março, a Escola Profissional Amar Terra Verde, Delegação de Amares, vestiu as cores da bandeira francesa e viveu ao ritmo francês. Alunos, professores, auxiliares e convidados mostraram-se solidários e deliciaram-se com os «gauffres» confecionados ao longo do dia pelas professoras de Francês, Natália Melo e Francisca Borges, auxiliados pelos alunos do curso de Técnico de Animação Sociocultural, 2º ano. Os alunos assistiram, no meio de imensas gargalhadas, à projeção do filme cómico «Le Gendarme et les Gendarmettes» com o ator Louis de Funés. Os lucros desta atividade reverteram totalmente a favor do grupo de voluntariado Epajuda O dia terminou com a expressão estampada no rosto de todos: «Para o ano há mais!».

O dia francês em Amares

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A 2ª fase do concurso patrocinado pelo Diário de Notícias, DNescolas, teve lugar na EPATV de Vila Verde, no dia 7 de março, pelas 14:30, com a presença do jogador do Sporting de Braga, Nuno Gomes.Esta iniciativa resulta do apuramento do concurso a que os alunos do curso de Técnico de Audiovisuais se candidataram, orientados pelo seu formador, José Pedro Marques, tendo por base a criação de um Editorial na área de Desporto, em que a personagem escolhida foi Nuno Gomes.A equipa do Jornal de Notícias esteve na EPATV, a acompanhar os alunos que efetuaram uma entrevista a Nuno Gomes, com reportagem de fotografia e vídeo para se candidatarem à final do concurso que será durante o mês de março.Para conhecer o Editorial, por favor consultar www.dnescolas.dn.pt e para ver mais fotos o site www.epatv.pt.

NUNO GOMES na equipa EPATV

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À semelhança do ano passado, e como tem sido tradição, o Dia do Francês foi assinalado com a confeção e venda dos crepes, convidando toda a comunidade escolar a sentar-se à mesa para saborear um crepe recheado e partilhar um agradável momento de convívio.Paralelamente, a gastronomia continuou em destaque com a elaboração de uma ementa “à francesa”, que apresentou como entrada, a suculenta quiche Lorraine, seguida do prato principal, com a deliciosa “Tranche de merlu en court bouillon accompagné de purée aux olives et ratatouille de légumes” e o gostoso “Rôti de porc farci aux pruneaux”, e para finalizar, a tão esperada sobremesa, a “Fôret Noir” e o “Paris-Brest”. O Dia do Francês integrou ainda a sessão de cinema francês, dedicado à comédia, com a habitual série dos “Gendarmes de Saint-Tropez”, em especial, com a personagem humorística, o polícia Cruchot. Houve em simultâneo a exposição criativa e original de alguns trabalhos alusivos à emblemática Tour Eiffel e ao Museu do Louvre, de um receituário de pastelaria tipicamente francesa, realizado pelas turmas de Restauração e Audiovisuais, 2.º ano e de trabalhos finais do 3.º ano de Restauração, com temas da área da culinária do país em questão. Pelo trabalho desenvolvido, um forte agradecimento aos alunos participantes, nomeadamente às turmas de Restauração/ Cozinha e Bar da Escola por se terem entregue a esta atividade com responsabilidade, gosto, entusiasmo e afinco. Parabéns! O grupo disciplinar de Francês aproveita, também, para agradecer a todos os alunos, colegas, auxiliares e, especialmente, às Dr.ª Maria João Campos e Olga Martins e ao chefe Cozinha, a grande ajuda na concretização do dia do Francês.A todos, muito obrigada por terem colaborado de forma exemplar!

ratatouille de cultura francesa

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Nos dias 7 e 8 de março, as turmas do 1º e 2º ano de Cabeleireiro, participaram em duas importantes iniciativas a comemorar o Dia da Mulher. No dia 7, realizou-se a atividade “Salão Aberto à Comunidade” em parceria com a Associação Valoriza. Esta teve lugar no Pólo de Amares da Escola Profissional Amar Terra Verde e proporcionou às quase cinquenta idosas vindas das diversas freguesias do Concelho de Amares experiências únicas. Durante todo o dia, as alunas arranjaram os cabelos, maquilharam e fizeram a manicura a estas simpáticas senhoras. Era notável o empenho e motivação das alunas, e isso via-se no carinho e atenção que foram dispensando ao longo de todo o dia às idosas. Foi uma experiência única para todas, tanto para as alunas como paras as idosas. No final as idosas eram presenteadas com um doce e uma pequena lembrança elaborada pelo Curso Animador Sociocultural- 2º Ano.No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, algumas das alunas do 1º e 2º ano deslocaram-se à Galeria de Informação, Arte e Turismo na freguesia de Ferreiros a convite das Unidades do ACES Cávado II - Gerês/Cabreira, UCC Amares e UCSP Viver Mais a promoverem uma ação intitulada: Sou Mulher! Foi com grande empenho e profissionalismo que as alunas executaram diferentes tipos de trabalhos, tais como: caracóis, cabelos esticados com prancha, tererés, tranças, maquilhagem, manicura, … Todas as mulheres saíam com um sorriso e isso devia-se tanto ao seu novo visual, como ao carinho e atenção dispensado pelas alunas e Formadoras. Estas atividades não seriam possíveis sem a colaboração da Coordenadora do Pólo de Amares, a Dra. Clara Sá, o Enfermeiro Pinto da UCC de Amares e as Formadoras, Conceição e Carminda, que prepararam as alunas para as duas iniciativas. Além desta participação, o Curso Animador Sociocultural levou a palco uma dança sobre o Dia da Mulher.A turma do 2º ano de Animação Sociocultural, também assinalou este dia 8 de março, com a entrega a todas as mulheres, alunas, professoras e Auxiliares de Ação Educativa, da Delegação de Amares da EPATV uma flor, elaboradas com material reciclado. Em homenagem às mulheres da EPATV/Delegação de Amares, a turma realizou uma exposição de fotografias referentes à infância destas. A iniciativa foi um sucesso, na medida em que todos procuraram descobrir quem estaria por detrás dos rostos de criança, expostos nas paredes da Escola.Este tipo de atividades vem enriquecer a ligação Escola- Comunidade local e permite às alunas desenvolver inúmeras competências práticas ligadas à sua futura profissão. Para além disso, a motivação e empenho de todos os alunos nestas atividades cresce em larga medida. Estão de Parabéns pelo excelente trabalho demonstrado.

Dia da Mulher X 2

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O dia 7 de março foi um dia extraordinário para os alunos de Audiovisuais, Multimédia e 3D. Em frente ao planeta EPATV, em Vila Verde, sob um sol ainda frio e dormente, estacionou uma nave espacial. Com os passageiros a bordo, chegou a tripulação, que além do comandante, era composta por seis assistentes, Lúcia Lopes, Elizabete Brandão, Fátima Pimenta e Ricardo Cabral, António Cunha, Carlos Barros.Reatores ligados, verificados os passaportes dos viajantes, voaram em marcha segura e tranquila. Com o sono a mandar na hora primeira, seguiram espaço fora, até chegarem ao oásis de Serralves. Trata-se de um cantinho do espaço onde o silêncio das árvores convida à reflexão, onde a arte interroga e estimula a discussão crítica do gosto. Chegou a hora do almoço na galáxia, o sol ganhou força, foram todos almoçar dentro de uma estação espacial, que além de comida, tem muitas outras ofertas, vestuário, calçado, joias, livros… Quando saíram da estação, o sol estava em brasa. Rumaram até ao Planeta Música.Depois de um percurso labiríntico e quente, por estreitos galácticos, chegaram ao Planeta Música. Entraram, foram convidados a sentar-se e a participar num ritual que festeja a música, conduzido simpática e profissionalmente por Luísa Barbosa. Esse ritual é depois reproduzido através de uma das televisões mais espantosas da galáxia, a RTP1. Pena que chegue ao nosso planeta só à 1:30 da madrugada de Sábado.Durante a estadia no Planeta Música, a Luísa apresentou e falou com os músicos de duas bandas, os BALLA e os THE DOUPS, que tocaram para todos, com propostas distintas, a mais calma de uns contrastou com a mais agitação de outros. Houve ainda tempo para conhecer, em conversa com Álvaro Costa e Luísa Barbosa, o SLIMMY, cujo nome faz jus ao seu corpo esguio. Enquanto tudo isto ia acontecendo, havia muitas luzinhas a piscar, multicolores, eram as máquinas a gravar o som e a imagem que compunham o ritual. Tudo tinha de ser feito a seu tempo! Com direito a repetição, sem exageros.O sol já andava longe do Planeta EPATV, quando a nave, os viajantes e toda a tripulação chegaram seguros e tranquilos.

VIAGEM GALÁTICA

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No Dia Internacional da Mulher, todos os elementos, colaboradores e alunos, da EPATV/Delegação do Gerês, foram convidados, pela psicóloga Joana Rocha, a participar numa atividade lúdico pedagógica alusiva a esta data. Para a sua concretização, foi previamente lançada uma proposta a todas as representantes do género feminino desta Delegação: “remexerem nos seus baús de memórias” com o intuito de trazerem de lá uma fotografia da sua infância. O objetivo desta iniciativa foi num primeiro momento identificar os retratos expostos, como uma espécie de viagem ao passado, para que num segundo momento, já apelando ao presente, cada um dos participantes selecionasse e registasse o nome, num mural preparado para o efeito, de uma Mulher que admirasse!No final, partilhou-se um poema de Madre Teresa de Calcutá, que retrata bem o desafio que é SER MULHER! Para os mais curiosos, deixamos aqui ficar uns pequenos excertos do poema:” Tem sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos… Mas o que é importante não muda; a tua força e convicção não têm idade…”, ”…. Atrás de cada conquista, vem um novo desafio. Enquanto estejas viva, sente-te viva.Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo. Não vivas de fotografias amarelecidas…”.

SPO da Delegação do Gerês da EPATV

MULHER: «a tua força e convicção não têm idade…»

O dia do inglês comemorado no dia 8 de março, este ano dedicado à Austrália, é sempre um dia pautado pela boa disposição e entusiasmo de toda a comunidade escolar. No período da manhã todos puderam deliciar-se com o saboroso “english breakfast” composto pelos tradicionais “scones”, “English cake” e “tea”. Ao almoço não faltou o prato mais típico do dia a dia quer dos britânicos quer dos australianos, o famoso “Fish n’ Chips” com “ketchup” e o “Australian barbecue with gravy sauce”. Para finalizar, nada melhor do que um apetitoso “bownie”. Este serviço

English Day na EPATV

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excecional foi possível graças ao trabalho e empenho dos alunos de Cozinha/Pastelaria e Restaurante/Bar e dos seus formadores. De tarde, decorreu o terceiro concurso de Inglês “A Question of English III” este ano com perguntas relativas à Austrália. Participaram 12 turmas, cada uma representada por uma equipa de dois alunos. A turma vencedora deste ano foi Técnico de Cozinha/Pastelaria 1º ano que levou consigo uma pen usb para cada membro da equipa. No intervalo do concurso, duas alunas do curso de fotografia do 1º ano presentearam a plateia com a interpretação de dois belos temas musicais, o primeiro “Someone like you” de Adele e o segundo “Allelluja” de Alexandra Burke. A celebração do dia do inglês permite que toda a comunidade escolar aprofunde os seus conhecimentos acerca da cultura de um dos muitos países de língua inglesa, podendo ao mesmo tempo regalar-se com as delícias gastronómicas dessa nação.

Quinta-feira, 8 de março, pelas 10:45 soou o alarme da escola… O que se passa? Era a pergunta que se impunha.Toda a escola veio para a rua após ser dada ordem de evacuação, estávamos em pleno simulacro. Na sequência da PAP de alguns alunos do Curso Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente havia a necessidade de testar os meios de emergência da escola e como tal durante algumas semanas estes alunos estudaram afincadamente o Plano de Emergência de forma a perceber se havia algo a melhorar. Após tirarem as suas conclusões passaram à fase de testar, planearam um simulacro e, com a autorização da Coordenadora Dra. Clara Sá, avançaram.Para que tudo fosse o mais real possível contaram com a colaboração dos Bombeiros Voluntários de Amares que responderam prontamente ao pedido de ajuda para pôr em prática

A manhã do Simulacro

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o simulacro. Os bombeiros deslocaram-se uma primeira vez à escola para verificar o que lhes parecia que poderia não correr tão bem e depois no dia encontravam-se 2 bombeiros dentro do edifício para darem algum apoio às alunas responsáveis.Após a chamada efetuada para os bombeiros, estes avisados que era um simulacro testaram-se a eles próprios pois este exercício foi tão produtivo para estes alunos como para a Corporação de Bombeiros. Para dar mais realismo ao exercício os Bombeiros fizeram-se deslocar num carro Bomba e com uma Ambulância preparada para Emergência e com marcha assinalada.Todos os alunos, professores e funcionários se dirigiram para o Ponto de Encontro, uns mais ordenados que outros, e aí permaneceram enquanto os Bombeiros revistaram todas as divisões e compartimentos da escola de forma a garantir que ninguém se encontrava no interior.Terminado o simulacro realizou-se uma reunião onde os alunos expuseram as suas dúvidas e os Bombeiros partilharam informação.No fim do trabalho realizado ficou a sensação de mais uma etapa cumprida na medida que se materializaram temas desenvolvidos nas aulas técnicas.Fica um agradecimento especial aos Bombeiros Voluntários de Amares e ao Chefe Macedo.

Nos dias 8 e 9 de março, o curso Técnico de Ótica Ocular realizou uma visita de estudo a Lisboa tendo a oportunidade de interagir no Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva com uma série de realidades que são discutidas no dia a dia, na comunidade escolar, através de conteúdos programáticos. Vimos a importância do Mar na exposição “ o mar é fixe mas não é só peixe”, onde os alunos tiveram a oportunidade de interagir com atividades que demonstram o papel importante do mar no desenvolvimento da Humanidade. Visitamos a exposição baseada na “Física no dia a dia” onde a interatividade vai para além de um simples botão. Utilizando

Dois dias repletos de aprender

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objetos do quotidiano, foram explicados inúmeros princípios da física clássica, trazendo uma nova visão ao mundo que nos rodeia, uma exposição surpreendente pela sua simplicidade. No “Explora” foi uma “verdadeira floresta de fenómenos naturais”, esta exposição está dividida em cinco áreas temáticas: a luz, visão perceção, ondas e sistemas complexos.No dia nove, na visita à Essilor, os alunos tiveram a oportunidade de acompanhar o processo completo da fabricação das lentes oftálmicas desde que o pedido chega à Essilor até à fase de expedição, passando por todas as etapas, tais como surfaçagem das lentes, polimento, marcação laser, coloração e tratamentos. Esta visita decorreu durante todo o dia, tendo sido uma oportunidade única para os alunos observarem “in loco” todo o percurso. Elementos da administração fizeram questão de acompanhar toda a visita, desde a apresentação de novos produtos passando por um “coffee break” e almoço.

No dia 9 de março, a turma de Técnicos de Design Gráfico, acompanhada pelas professoras Sara Pimenta e Fátima Pimenta, visitou a Capital Europeia da Cultura 2012 e a Factory Business Center & Cowork. Estas visitas obedeceram aos projetos de PAP, algumas propostas dos alunos relacionam-se com a ilustração e com a criação de “marcas”, trabalhos desenvolvidos pelo Designer Gráfico.De manhã, na Capital Europeia da Cultura 2012, observaram e apreciaram ilustrações no espaço público de vários artistas convidados, subordinadas ao tema “Cartografias da Memória e do Quotidiano”. No espaço CAAA - Centro para os Assuntos da Arte

Designer Gráfico com capital cultural

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e Arquitetura, estava em fase de montagem a exposição de “Cage… conceptualizing Cage now”, construída por séries de módulos. Esta exposição abordava um conjunto crucial das partituras mais influentes de música indeterminada de Cage e explorava o seu impacto nas primeiras estratégias compositivas pós-Cage, nos anos 1960. A terminar a nossa passagem pela Capital da Cultura, fomos à Sala Museu José de Guimarães, no Paço dos Duques de Bragança. Momento para reviver um pouco da história do nascimento de Portugal e ficar a conhecer José de Guimarães, considerado um dos principais artistas plásticos portugueses de Arte Contemporânea. Com uma obra notável, particularmente na pintura. Depois do almoço, dirigimo-nos à Factory Business Center & Cowork, em Braga. A principal premissa deste espaço é proporcionar um ambiente de trabalho onde as pessoas se sintam bem a exercer a sua função, fornecendo serviços que vão ao encontro das necessidades dos seus utilizadores com o estabelecimento de parcerias numa perspetiva win win.O dia caminhava para o fim quando chegamos à EPATV. A sensação era boa porque foi um dia repleto de aprendizagens que, com certeza, serão úteis no desenvolvimento das Provas de Aptidão Profissional dos nossos alunos.

No dia 9 de março, decorreu nas instalações EPATV/Delegação de Amares, uma exposição/concurso de fotografia denominada “Olhares”, com o objetivo de sensibilizar a comunidade escolar e local para a estigmatização de pessoas portadoras de doença mental, incapazes de participar ativamente e com dignidade, em inúmeros aspetos da vida em sociedade. Participaram no concurso, vários fotógrafos das mais variadas zonas do nosso país, considerando o júri vencedora a fotografia de Marisa Gonçalves, residente em Braga. A organização desta iniciativa foi da responsabilidade dos alunos finalistas do Curso “Técnico de Comunicação-Marketing, Relações Públicas e Publicidade” da EPATV, Bruna Vieira, Liliana Veloso e Patrícia

Olhar fotográfico sobre o estigma social da doença mental

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O grupo técnico responsável pelo projeto de criação da ESG – Escola Superior de Gastronomia promovido pela EPATV visitou, no mês de março, alguns parceiros institucionais na área da Gastronomia, no sentido de preparar o suporte técnico científico da ESG.Uma vez que foram identificados projetos congéneres já em funcionamento na vizinha Espanha, foram agendadas reuniões com os responsáveis da ESHG –Escola Superior de Hotelaria da Galiza em Santiago de Compostela e com a direção do inovador Culinary Basque Center, em San Sebastian.Face ao interesse manifestado pelos responsáveis destas entidades, estão a ser desenvolvidos protocolos de parcerias para o arranque da ESG, em Vila Verde, que será a primeira escola superior de gastronomia do país.Paralelamente estão a decorrer contactos e reuniões com Chef´s portugueses de elevado conceito gastronómico, assim como com instituições do ensino superior que se manifestem interessados em colaborar de forma ativa neste projeto inovador e ainda deverá acontecer proximamente uma digressão ao Brasil onde predominam algumas das melhores universidades de gastronomia do mundo.

EPATV visita entidades do

ensino superior de Gastronomia

Castro no âmbito do desenvolvimento do seu projeto de PAP.Em complementaridade à exposição realizaram-se duas palestras da responsabilidade da Associação Famílias e da Abraço, que gentilmente acederam ao convite da organização.

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De 12 a 16 de março, realizou-se uma semana dedicada à interação ativa entre os investigadores do Domínio das Neurociências do ICVS (Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde) e as escolas. Assim, no dia 14 de março, a EPATV recebeu o Professor Doutor Armando Almeida.A dor foi vista de uma perspetiva diferente! Os alunos visualizaram modelos de cérebros de vários animais para perceber melhor a nossa anatomia. Adicionalmente, conheceram mais sobre como funciona a dor, quantos tipos de dor existem e porque é positiva. O Doutor Armando mostrou ainda que a depressão e a ansiedade potenciam a intensidade de dor sentida. Na palestra, aprenderam como são testados os analgésicos antes de se tornarem medicamentos humanos e, no final, na plateia, era geral a ternura para com os ratinhos “apresentados”. Inicialmente estava prevista a participação do Curso Técnico de Análise Laboratorial, mas juntaram-se-lhe os cursos técnicos de Auxiliar de Saúde, Processamento e controlo da Qualidade Alimentar, Multimédia, Audiovisuais e Energias Renováveis.No final, ficou um esclarecimento, o melhor para vencer a dor é a felicidade e pudemos ajudar os nossos que padecem de dor crónica com muito amor e carinho… assim “dói” menos.

o olhar da ciência sobre a DOR

No dia treze de março, os deputados eleitos pela escola, Francisco Amorim, Joana Silva e Sara Cerqueira participaram na sessão distrital do Parlamento dos Jovens, no Instituto Português da Juventude em Braga, onde defenderam o projeto de recomendação eleito pelos alunos das turmas envolvidas. Esta assembleia permitiu o debate de ideias e opiniões sobre o tema, Redes Sociais: Participação e Cidadania, e possibilitou que os deputados pudessem manifestar a capacidade de argumentação, de defesa e crítica das propostas apresentadas. Uma atividade que muito agradou aos alunos envolvidos é um excelente exemplo de democracia e de debate de ideias.

Parlamento dos Jovens: exemplo democrático

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No âmbito dos conteúdos programáticos da disciplina de português, referentes ao módulo 10 - textos épicos, foi proposto pelo professor Marco Alves aos cursos de Comunicação, Condução de Obra, Sistemas Informáticos, e Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente a realização de trabalhos sobre a “Mensagem” de Fernando Pessoa.Intitulada “A minha Mensagem”, esta iniciativa permitiu a abordagem da obra de variadas formas por parte dos alunos, assim como o respetivo aprofundamento, após a seleção de um dos poemas que constituem a obra, através da madeira, vidro, cartão, couro, massa de piza, metal, tela, áudio, vídeo, website, entre outros.

A minha Mensagem

No dia 14 de fevereiro, no Pólo de Amares da Escola Profissional Amar Terra Verde, os alunos trocaram entre si mensagens de amor e amizade. O amor não tem um dia específico mas o “dia dos namorados” é sempre uma boa desculpa para recebermos mensagens de carinho e apreço. A escola foi decorada pela turma do segundo ano do curso Técnico de Animação Sociocultural, com artigos alusivos ao dia e um “correio” foi colocado entre os dias 10 e 13 de fevereiro para todos os alunos, professores e funcionários colocarem as suas mensagens e “abraços” sentidos. No dia 14 de fevereiro, a turma do primeiro ano do Curso Técnico de Comércio fez a distribuição das mesmas o que suscitou muitos sorrisos e abraços. Desde já o nosso “abraço” sentido para todos.

Nunca é demais celebrar o AMOR

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No sentido de promover a partilha de ideias e experiências entre os jovens, todos os anos a Júnior Achivement organiza um conjunto de eventos que junta alunos e professores num contexto nacional e europeu. A Escola Profissional Amar Terra Verde participou este ano nesta iniciativa, com uma equipa formada por alunos do Curso Técnico de Comunicação – Marketing, Relações Públicas e Publicidade, cujo projeto implica a criação de uma empresa denominada “Bluemarket”.O projeto em causa foi uma das candidaturas selecionados a nível nacional, para a “Feira Ilimitada”, evento integrado no âmbito da “Futurália – Salão de Oferta Educativa, Formação e Empregabilidade” que decorreu nas instalações da Feira Internacional de Lisboa (FIL) de 14 a 17 de março. A Escola contou com um stand informativo da oferta formativa e apresentação do projeto “Bluemarket”. Parabéns!

Empreendedorismo – na onda da Junior Achievement

No dia 15 de março, o curso Técnico de Termalismo, da delegação de Terras de Bouro realizou uma visita de estudo às Termas do Luso, na Mealhada. Durante a manhã, fez-se uma visita ao centro histórico de Aveiro, nomeadamente à Ria e os seus famosos Barcos Sargaceiros. Após o almoço, dirigimo-nos para o Luso. Chegados às termas, os alunos foram recebidos por um dirigente das termas, o qual conduziu uma visita pormenorizada às termas durante a qual os alunos observaram várias técnicas de tratamento com águas termais até então desconhecidas para eles, nomeadamente vaporizações. Esta visita de estudo constituiu uma mais-valia para os alunos da área do termalismo, uma vez que permitiu uma articulação entre o mundo do trabalho e os conhecimentos adquiridos na sala de aulas.

Vaporizações de conhecimento

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Com o fim de encontrar um destino sustentável para “lixo” que todos produzimos, a EPATV/Delegação de Amares decidiu, no presente ano letivo, construir o seu compostor. Muitas vezes, o envio dos resíduos para um aterro sanitário torna-se a maneira mais prática de solucionar a questão. Mas esta via nem sempre se mostra a mais económica, a mais segura ou a melhor escolha no aspeto ambiental.A compostagem é um processo de decomposição controlada de matéria orgânica (ramos, folhas, restos de alimentos, etc...) feita através de micro organismos (fungos e bactérias). Os resíduos que podem e devem ser compostados são, normalmente, classificados em “Verdes” e “Castanhos” conforme o teor de humidade e a proporção de nutrientes. A compostagem doméstica é um processo que não requer conhecimentos técnicos, é simples, é economicamente e ecologicamente sustentável. Como tal os nossos alunos deitaram mãos à obra e construíram o seu próprio compostor. Futuramente, através da sua transformação num composto fertilizante, poderá ser usado como nutriente e corretivo do solo dos nossos jardins e horta.

Fazer comida para plantas

Os alunos da turma de Técnico de Recuperação do Património- 2º Ano, realizaram a construção de pequenos ecopontos, para papel e embalagens, com o objetivo de serem colocados em todas as salas de aula. Com esta atividade a turma pretendeu reforçar a prática da separação dos lixos e da reciclagem, executando-os com recurso a materiais reciclados e tornar a prática da separação dos lixos um comportamento mais enraizado e provendo condições para que toda a comunidade escolar o possa adotar, visto que somos uma Eco- Escola.No âmbito da campanha “Papel por alimentos”, foi elaborado um outro ecoponto para a recolha de papel, que depois será trocado por alimentos no âmbito do Epajuda. Nesta campanha, por cada tonelada de papel recolhido, serão doados 100 € em alimentos. “O seu papel é essencial na luta contra a fome”.

Ecopontos Solidários

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Os alunos dos cursos de Técnico Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho, preocupados com o pouco conhecimento dos alunos na separação do lixo, construíram um “Embalão” para depósito de embalagens de plástico e metal, onde todos devem colocar as embalagens de cartão para alimentos líquidos ou tetra pack (leite e sumos).Esta iniciativa teve como objetivo esclarecer a comunidade escolar sobre os materiais que se devem ou não depositar no embalão. Desta ação fica o esclarecimento de que não se deverá depositar: embalagens com gordura; embalagens que tenham contido produtos tóxicos ou perigosos e objetos de metal que não sejam embalagens.Reciclar é criar um novo ciclo de vida, aproveitando ao máximo o que a natureza nos dá e reduzindo sempre que possível.

O nascimento do Embalão

Realizou-se de 19 a 23 de março, uma semana dedicada à Epidemia Científica do ICVS (Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde) e a população civil em geral. Assim, no dia 19, a turma do curso Técnico de Análise Laboratorial visitou a Escola de Ciências da Saúde da Universidade acompanhadas pelas professoras Manuela Caçador e Magda Gomes. Os anfitriões foram os doutores Carlos Brito e Nuno Osório que já nos tinham visitado, no ano letivo anterior.Durante a visita, foi explicada a forma de contágio de algumas doenças infeciosas, as zonas geográficas onde têm incidência, formas de prevenção e tratamento. Os alunos acolheram de forma entusiasmante esta palestra e compreenderam a necessidade da irradicação desta doença.

Semana da Epidemia Científica

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Na tarde do dia 20 de março, realizou-se mais uma das atividades agendadas no âmbito da iniciativa solidária, Cabaz dos Afetos, organizada e dinamizada por um grupo de alunos do Curso de Termalismo da Delegação do Gerês da EPATV sob a orientação da psicóloga, Joana Rocha. Desta vez destacaram-se cinco elementos, mais especificamente, a Carina Peixoto, a Carla Azevedo, a Patrícia Monteiro, o André Silva e o Carlos Teixeira.O objetivo desta tarde solidária, foi a recriação de um espaço com jogos tradicionais, dos quais fizeram parte as cartas, o dominó, as latas e um jogo sénior “Quem sabe, sabe” com questões de várias áreas de cultura geral. Deste modo pretendeu-se proporcionar aos idosos o envolvimento em experiências divertidas, mas que simultaneamente ajudam a desenvolver a concentração, a destreza motora, o respeito pelas regras e a capacidade de se relacionarem uns com os outros, seja a competir ou a colaborar. Estas iniciativas podem assumir-se indubitavelmente como um veículo de transmissão da herança cultural da geração com mais anos de vida, aos mais jovens, aqui representados pelos nossos alunos. Mas por outro lado, também contribui significativamente para a estimulação e atualização dos idosos através dos mais novos. Por hoje é tudo, não percam os próximos episódios desta “aventura” que tem sido fazer parte do Cabaz dos Afetos!

SPO da Delegação do Gerês da EPATV

Cabazes de afetos no Gerês

No âmbito dos conteúdos lecionados na disciplina de História da Cultura e das Artes, foi proposta pela docente responsável, Margarida Mota Lopes, uma visita de estudo ao Museu de Arte Contemporânea da Fundação Serralves e Casa da Musica para a turma do curso Técnico Desenho Digital 3D, 2ºano. Esta atividade realizou-se, no dia 20 de março, e a turma mencionada foi acompanhada pela docente responsável e a professora Raquel Pinto. A parte da manhã foi promotora de um encontro com a música e, simultaneamente, com a arte associada à arquitetura e decoração dos espaços. A visita guiada procurou promover e valorizar o património da Casa da Música enquanto equipamento cultural de relevância no Norte, os discentes conheceram as diversas componentes do edifício, assim como interagiram com os diversos equipamentos/instrumentos existentes nos espaços

com (a) arte

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públicos.De tarde, encantaram-se com a obra de Eduardo Batarda intitulada “Outra vez não. Eduardo Batarda”. Esta, segundo o autor, “assume-se como um desafio: como interpretar a pintura e as suas imagens, referências e comentários?”. Foi uma excelente ocasião para conhecer melhor o trabalho de um pintor singular, desde as primeiras obras da década de 1960 até aos quadros realizados em 2011. Os alunos assimilaram com interesse os conhecimentos transmitidos durante a visita guiada e expressaram grande entusiasmo na visualização das diversas formas da arte expostas nas duas instituições.

Os alunos das duas turmas do curso Técnico de Eletrotecnia realizaram uma visita de estudo a Espanha, nos dias 20 e 21 de março.Esta atividade teve o objetivo de conhecer o Instituto de Ensino Superior Martins Sarmiento, em Pontevedra, e o Parque Eólico de Sotavento.No primeiro dia, o grupo de alunos e professores iniciaram a jornada com a visita à Escola Martins Sarmiento, uma escola de ensino profissional de nível médio e superior que abrange áreas como Cuidados de Beleza, Saúde, Construção Civil e Eletricidade. Para além das salas específicas dos vários cursos e laboratórios, os professores daquela instituição guiaram-nos pelas oficinas de eletricidade e eletrónica onde explicaram, pormenorizadamente, os projetos desenvolvidos pelos alunos, os equipamentos usados e métodos de utilização. Este primeiro dia terminou com a visita à catedral de Santiago de Compostela e o respetivo museu que muito contribui para aprofundar conhecimentos adquiridos nas aulas das disciplinas da componente sociocultural.No dia 21, o destino foi o Parque Eólico de Sotavento que consiste num parque experimental, criado em 1997, com o objetivo de se desenvolver um novo conceito de parque eólico, apresentando uma diversidade de tecnologias eólicas usadas na Galiza. Este espaço forma uma plataforma ideal para a investigação, formação e divulgação das energias renováveis.

De Espanha, bons ventos e boas parcerias

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As alunas do 2º ano de Cabeleireiro da Escola Amar Terra Verde (Pólo de Amares), nos dias 20 e 21 de março, participaram na Mostra Novas Oportunidades que se realizou na Escola EB/ S Vieira de Araújo, em Vieira do Minho. Foi com enorme entusiasmo e profissionalismo que as alunas executaram diferentes tipos de trabalhos, tais como: tererés, frufrus (cabelos frisados), brushing (liso e caracóis), tranças, diferentes penteados, maquilhagem, manicura… No total atenderam cento e vinte e cinco clientes (professoras, alunas, funcionárias e visitantes) que foram saindo com satisfação e que iam elogiando o trabalho das alunas e Professoras Conceição Oliveira e Carminda Araújo responsáveis. Esse sorriso devia-se, tanto ao seu novo visual, como ao carinho e atenção dispensado pelas alunas. Nesta atividade também esteviveram presente as alunas do Curso Animador Sociocultural que com a sua delicadeza e boa disposição, ao longo dos dois dias, foram pintando as caras larocas que pelo stand iam passando…Mais uma vez, este tipo de iniciativa vem permitir que as alunas desenvolvam inúmeras competências práticas ligadas à sua futura profissão. Foi notável o empenho e a motivação que demonstraram ao longo dos dois dias. Um bem-haja aos alunos e Professoras!

Quarta Mostra Novas Oportunidades

– uma Beleza!

No dia 21 de março, a Delegação de Amares da EPATV assinalou o dia da árvore plantando árvores de fruto, uma tangerineira, uma pereira e uma nespereira. O ambiente e as questões, que em seu torno gravitam, ocupam, cada vez mais, um papel central, na educação dos nossos alunos.Foi com bastante entusiasmo que os alunos assinalaram a data, demonstrando as suas preocupações ambientais.Em conjunto com esta ação foi também assinalado o dia da Terra refletindo-se a insustentabilidade e os principais problemas relacionados com o ambiente.De encontro a estas preocupações foi inaugurada a horta biológica, o jardim de cheiros e fornecida informação sobre compostagem.

da Árvore e da Terra

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A equipa técnica do curso de Técnico de Frio e Climatização levou a efeito, no dia 21 de março de 2012, a realização de mais uma proveitosa Jornada Técnica, tratando temas da atualidade, nomeadamente a Eficiência Energética dos sistemas de Frio e Climatização e a Regulamentação sobre os Gases Fluorados DL 56/2011, aplicável ao setor. Esta jornada foi uma chamada de atenção para a utilização racional da energia, teve preocupação ecológica, foi jornada de contacto e partilha com empresas aquém e além fronteiras. Para tal, foram convidados especialistas sobejamente reconhecidos nas matérias a tratar.O primeiro tema abordado, eficiência energética dos permutadores de calor, foi apresentado de forma clara pelo engenheiro José Lopes, da Direção Técnica da Centauro, fábrica de permutadores de calor. O tema seguinte, a importância das soldaduras na prevenção de fugas de gases fluorados, foi, gentil e profissionalmente, apresentado pela engenheira Arantxa Nuñez, Gestora de Produto da Castolin, Espanha. O engenheiro Carlos Simões, Diretor de Produto da Daikin, apresentou com competência o terceiro tema, novos produtos e soluções para refrigeração comercial e industrial.Os destinatários privilegiados, aqueles que usufruíram dos conhecimentos transmitidos, nesta Jornada, foram a turma de Técnicos de Climatização de Frio, como não podia deixar de ser, e as de Técnicos de Energias Renováveis, de Gás, de Manuntenção Industrial e Eletromecânicos de Reparação de Eletrodomésticos.

Jornada do Frio aquece a EPATV

No dia 22 de março, as turmas do curso Técnico de Análise Laboratorial e Técnico de Processamento da Qualidade Alimentar acompanhadas pelas professoras Manuela Caçador, Gabriela Rodrigues e Cláudia Marques visitaram os laboratórios da Biogerm, durante a manhã. Ao longo da visita, observaram o controlo microbiológico de alimentos. Durante a tarde, dedicaram-se a conhecer a biodiversidade existente na Fundação Serralves. Serralves é uma referência singular no património da paisagem em Portugal, sintetizando e simbolizando uma aprendizagem e um conhecimento das condições de transformação do território, no espaço e no tempo, num contexto cultural. A importância de cada um dos seres vivos nos respetivos ecossistemas também não foi esquecida. Os alunos chegaram ao fim do dia cansados mas com uma bagagem de aprendizagens efetuadas.

Um dia a preencher

a bagagem da aprendizagem

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A Escola Profissional Amar Terra Verde, em parceria com as Câmaras Municipais de Vila Verde, Amares e Terras de Bouro promoveu mais uma Exposição de Ovos de Páscoa, enquadrado no projeto “Pintar a Páscoa”. Esta atividade congregou as escolas e agrupamentos de escolas dos três concelhos e diversas Instituições de Solidariedade Social, bem como diversas Associações Sociais e Culturas e até empresas privadas, cuja participação encheu de cor os jardins públicos das sedes de concelho com Ovos de Páscoa de diferentes tamanhos, tonalidades e motivos. A exposição está a decorrer de 21 de março a 9 de abril.A exemplo do ano anterior a vigilância da exposição está a cargo do grupo de voluntariado da EPATV, bem como dos agentes de autoridade locais.Os prémios a atribuir serão os seguintes, a cargo de um júri que terá um número impar de membros e será constituído por membros da Escola Profissional Amar Terra Verde, das Câmaras Municipais, representantes de outras instituições e comunicação social. A análise incidirá sobre a criatividade, originalidade e impacto visual e de comunicação.1º Classificado – uma câmara de filmar;2º Classificado – uma máquina fotográfica;3º Classificado – uma impressora multifunções.A entrega dos prémios será feita em cerimónia pública a organizar para o efeito.A par da atribuição destes prémios também será atribuído um prémio do público ao ovo mais votado. Em Amares a inauguração ocorreu no dia 21 de março, pelas 11:00, com a participação de aproximadamente duas dezenas de instituições.Em Terras de Bouro a inauguração ocorreu igualmente no dia 21 de março, pelas 15h00, com a presença do Sr. Presidente do Município,

Criatividade fecunda e colorida

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Um conjunto de Ovos, de diferentes formatos e cores produzidos em diferentes materiais deram mais brilho e mais cor à época que se aproxima que é a Páscoa.Os alunos do 1º ano, dos Cursos Técnico Auxiliar de Saúde; Cabeleireiro; Carpinteiro de Limpos e do 2º ano dos Cursos Técnico de Recuperação do Património Edificado; Animador Sociocultural; Cabeleireiro; Técnico de Ótica Ocular, participaram na atividade de elaborar um Ovo decorativo alusivo a esta quadra.É uma atividade do agrado dos alunos, que apela à criatividade e ao espírito de grupo. Toda a construção dos ovos foi pautada pela boa disposição e pela vontade em realizar o melhor trabalho possível.A esta iniciativa aderiram várias entidades/ instituições/associações, envolvidas no mesmo espirito de participar, o que culminou com um total de vinte e um ovos. Parabéns a todos que tanto se empenharam na realização desta atividade.

Páscoa sem ovos? Não seria a mesma coisa.

Dr. Joaquim Cracel, com a participação de mais de duas dezenas de instituições.Em Vila Verde a inauguração ocorreu no dia 22 de março, pelas 15h00, com a presença da Sr.ª Vereadora da Educação, Cultura e Ação Social, Dr.ª Júlia Fernandes, e contou com a participação de mais de três dezenas de instituições.A todos os participantes, colaboradores e responsáveis pela realização deste evento a Direção da EPATV agradece e felicita todo o empenho e trabalho de qualidade que estas exposições evidenciam.

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Da saudade da chuva à importância da água

As alunas do 2º ano de Cabeleireiro da Escola Amar Terra Verde (Pólo de Amares), nos dias 20 e 21 de março, participaram na Mostra Novas Oportunidades que se realizou na Escola EB/ S Vieira de Araújo, em Vieira do Minho. Foi com enorme entusiasmo e profissionalismo que as alunas executaram diferentes tipos de trabalhos, tais como: tererés, frufrus (cabelos frisados), brushing (liso e caracóis), tranças, diferentes penteados, maquilhagem, manicura… No total atenderam cento e vinte e cinco clientes (professoras, alunas, funcionárias e visitantes) que foram saindo com satisfação e que iam elogiando o trabalho das alunas e Professoras Conceição Oliveira e Carminda Araújo responsáveis. Esse sorriso devia-se, tanto ao seu novo visual, como ao carinho e atenção dispensado pelas alunas. Nesta atividade também esteviveram presente as alunas do Curso Animador Sociocultural que com a sua delicadeza e boa disposição, ao longo dos dois dias, foram pintando as caras larocas que pelo stand iam passando…Mais uma vez, este tipo de iniciativa vem permitir que as alunas desenvolvam inúmeras competências práticas ligadas à sua futura profissão. Foi notável o empenho e a motivação que demonstraram ao longo dos dois dias. Um bem-haja aos alunos e Professoras!

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À semelhança de anos anteriores, a EPATV proporcionou a toda a comunidade escolar um momento verdadeiramente de Páscoa com a realização de uma missa, às 9:30, na delegação de Amares, e, às 11:30, em Vila Verde.Esta é uma tradição da escola vocacionada para a reflexão valorizada pela comunidade escolar, especialmente pelos finalistas de curso no presente ano letivo pois, nesta, têm um papel mais ativo e dinamizador.A cerimónia prende-se com o facto de ser um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade, pois celebra-se a Ressurreição de Jesus Cristo e, de se terminar mais um período de aulas. Toda a Missa decorreu com uma enorme envolvência por parte dos alunos, traduzindo-se numa agradável vontade de se continuar com esta prática. No fim, os alunos puderam assistir à visualização de um filme e em simultâneo realizaram jogos didáticos nas salas de aula. Foi um momento muito partilhado, tendo um grupo de alunos e professores da delegação de Amares alegrado a assistência com um magnífico coro musical e no momento do Ofertório um aluno de cada curso elevou a Deus um elemento simbólico da sua área de formação, cabendo, este ano, ao diretor geral, transportar o símbolo institucional da Escola.

Celebração pascal reforça tradição de

convívio

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No final, quer em Amares, quer em Vila Verde, os alunos dos cursos de restauração serviram a toda a comunidade escolar um almoço com várias iguarias e doçarias.A direção agradeceu ao Padre Rodrigues e ao Padre Avelino Mendes e a todos os colaboradores, desejando uma Feliz Páscoa e recuperação de forças a todos os alunos.

“Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.” (Heb.10,24)

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arte e engenho

poesia e etc...Eu não te amo por um dia

Nem por uma semana

Amo-te por toda a vida

Ou o coração m’engana

Se te amo levo guerra

Se te deixo tenho dor

Mais vale viver em guerra

Que te deixar meu amor

Com pena peguei na pena

Com pena escrevi um S

Com pena mandei dizer

Ao meu amor que viesse

Quem ama sofreQuem sofre senteQuem sente lutaQuem luta vence.

Andreia Silva ,

Curso: Animação Sociocultural

por Nuno Gonçalves, Técnico de Frio

O Ser Humano, Sempre Humano?

Seremos nós, ser humano, sempre humanos? Será verdade que ao longo da nossa vida desempen-

hamos corretamente o nosso papel? É certo que o Homem é um ser imperfeito, mas será desculpa

para todos os seus erros?

Desde os primórdios da humanidade que muitos se questionam sobre a nossa consciência, mente

e comportamento. Filósofos, psicólogos estudam o ser humano para percebe-lo e assim poder

explicar todas as suas ações. Afirmam, então que o comportamento humano é influenciado por

cinco fatores: antropológicos ou culturais, sócio – económicos, biológicos ou fisiológicos, ambientais

e psicológicos. É verdade que a cultura onde estamos inseridos influencia, de facto, o nosso vestuário, a língua;

que a nossa situação financeira importa, pois sermos pobres ou ricos muda a nossa forma de vida;

que a nossa condição física e todo o nosso património genético é também responsável pela nossa

maneira de agir; o ambiente, quer seja o clima quer seja tudo o que esteja à nossa volta, bem como a

nossa personalidade são muito importantes para o nosso comportamento.

Mas será que estes fatores são definitivos, ou apenas apontam alguns caminhos?

Quando em pequeno, o ser humano começa por construir uma personalidade de acordo

com todos os valores e aprendizagens transmitidas pela família, mas ao longo da sua vida vai

transformando-a e modificando-a.

Mas, e a nossa mente, como funciona? Podemos afirmar também que o nosso comportamento é

fruto da ação da nossa própria mente? Compreenderemos todas as ações dos seres humanos?

Com certeza não haverá justificação credível para todos os atentados terroristas, para todos os

comportamentos dos criminosos, para todas as violências cometidas, para todo o desrespeito mútuo.

Então: ‘’Se os males da civilização foram causados pela inabilidade do homem em compreender

os motivos que jazem atrás do seu comportamento destruidor, por que durante todos estes anos não

fizeram alguma coisa?’’. É uma questão à qual todos podemos responder de diversas maneiras,

mas não chegaremos a uma que seja definitiva.

Apesar de cada vez mais procurarmos formas para mudar comportamentos, a verdade é que não

conseguimos mudar consciências.

O mal continuará a existir e não haverá maneira de por fim a tanta maldade. O Homem será

para sempre um ser imperfeito.

Haverá sempre pessoas que passam fome, pessoas sem-abrigo, pessoas violentas, pessoas que

morrem inocentemente!O Mundo será sempre um lugar cheio de diferenças e INJUSTIÇAS!

Elisabete Macedo, Curso: Animação Sociocultural

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arte e engenho

Ao melhor pai do mundo!

“São 6 da manhã, tu pegas na tua mala.

ainda nem partiste e o coração já estala,

com tanta saudade e ainda nem saíste,

lágrimas escorrem por quem te despediste.

Agarras na mala, limpas a tua cara

Dizes adeus aos vizinhos e fazes-te à estrada

Numa viagem a que a vida te obrigou,

deixando para trás o sitio que te criou.”

Lembro-me todos os dias do dia em que voaste e cá fiquei… Sei que precisaste de muita

força e coragem, mas nunca, em momento algum eu duvidei que fosses capaz. És um

homem determinado e com personalidade, inteligente e com o sorriso mais lindo de todos,

aquele que me transmite paz e segurança. A tua força interior é capaz de tanto meu pai,

meu Herói. Devo-te um milhão de obrigados, sabias? Por tudo, por me ensinares a ser o que sou,

por me dares a mão quando não sei para onde ir, tu sabes guiar-me pelo caminho mais

correto, sabes dizer-me se devo ou não, se é melhor ir ou ficar. Se cair eu sei que estás

lá para me levantar, eu sei que consegues sempre, de uma forma que mais ninguém

consegue, por isto e por muito mais, entre algumas asneiras e desilusões eu sei que não

perdes o orgulho em mim, nem por um milhão de razões.

És único e especial, tens uma forma tão genuína de ser, que te faz ir mais alem, con-

segues tornar as coisas mais simples em coisas mágicas, e transformas pormenores em

grandes valores.Sei que por mais longe que estejas nunca te esqueces de mim, eu sei, porque eu sinto.

Conheces-me muito bem, sabes ver se estou bem ou mal, e para isso eu não preciso de dizer

uma única palavra e por falar em silêncio, foi contigo que aprendi a “falar em silên-

cio”, dizes que muitas vezes não falas porque estás a ouvir, e isso eu aprendi contigo,

aprender a ouvir sem ter que falar, e tu és também o melhor ouvinte que eu conheço. Como

dizes o silêncio pode dizer tudo e em momentos vale mais que todas as palavras, e eu sei

que se tivesses a olhar para mim agora saberias o que te queria dizer, e melhor, saberias

também o que vai dentro da minha mente e do meu coração.

Eu sei que todos os filhos babados

dizem isto, mas eu é que sei, por isso

digo-te que és o melhor pai do Mundo!

Beijinho da tua Mia.

Sem mais palavras, Obrigada!

Mariana Almeida Faria,

Curso: Técnico de Comunicação e Marketing,

Relações Públicas e Publicidade

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Mariana Almeida Faria,

Curso: Técnico de Comunicação e Marketing,

Relações Públicas e Publicidade

saúde

“A Sexualidade na Escola”

Tal como em anos anteriores, a UCC de Vila Verde colaborou com a Escola Profissional Amar Terra Verde, no âmbito da Educação para a Saúde e especificamente na área da Sexualidade, na realização de ações de formação regulares e apoio individual aos alunos de vários cursos profissionais e cursos de educação e formação, nas instalações da Escola.

Esta colaboração efetivou-se pela disponibilização, uma manhã por semana, de uma Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica, durante o ano letivo 2010/2011, para:• Reuniões com os professores.• Atendimento presencial em gabinete.• Ações de formação com os alunos.

Os objetivos gerais que se pretendiam obter com esta colaboração eram:• Transmitir aos alunos conhecimentos sobre a sua sexualidade e dos processos a ela ligados;• Incutir conhecimentos, princípios e valores que ajudem os alunos a prepararem-se para uma vida sexual ativa e responsável na comunidade e a fazerem escolhas infor-madas e conscientes;• Promover atitudes e comportamentos saudáveis e responsáveis que ajudem a prevenir as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), a precocidade das relações sexuais e a gravidez na adolescência;• Criar um espaço aberto e sigiloso para que os alunos possam, individualmente, escla-recer as suas dúvidas e procurar soluções para os seus problemas, de forma a intervir e encaminhar sempre que necessário.

Os temas abordados em cada sessão foram:• O aparelho sexual e a sexualidade;• Saúde sexual;• Planeamento familiar;• Gravidez na adolescência;• Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs);• Rastreio do cancro do testículo, do colo do útero e da mama;• Valores, atitudes e comportamentos.A população alvo desta ação de formação foi: alunos do 1º ano dos cursos profissionais e dos

CEF da Escola, num total de 244 alunos, dos quais 183 (≈75 %) estiveram presentes nas ações de formação e cerca de dois terços (140) foram escolhidos para responder a questioná-rios de avaliação (≈76,5 % das presenças). A distribuição etária foi relativamente homogénea, 83,6 % (117), dos alunos tem entre 16 e 18 anos, com uma idade média 16,85 anos e a variação

máxima entre os 14 e os 25 anos, com cerca de ¾ de rapazes (103 contra 37 raparigas).

Na ação de formação usaram-se vários métodos, nomeadamente os métodos expositivo, interrogativo e demonstrativo, recorrendo a várias técnicas como por exemplo a exposição, a formulação de perguntas, a discussão em grupo e a demonstração prática de algumas técnicas.

Rosa Maciel

Enfermeira;UCC de Vila Verde

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saúde

A avaliação da ação decorreu após as ações formativas e consistiu na apresentação de um questionário, de preenchimento voluntário e anónimo, estruturado em 6 temas, composto por 6 questões de respostas fechadas (do tipo “1-Insuficiente”, “2-Suficiente”, “3-Bom”, “4-Muito Bom” ou “4-Sim”, “1-Não”) e 2 de respostas abertas.Globalmente, e tendo em conta a soma das percentagens de respostas “3-Bom” e “4-Muito Bom” a todas as perguntas do inquérito, as respostas situaram-se entre 72,9% e 80,0% ou seja cerca de ¾ dos alunos como se pode observar no gráfico ao lado. Pode-se considerar, por isso, que as ações de formação foram bem sucedidas e apreciadas pelos alunos.Numa retrospetiva no final do ano letivo de 2011, considero que o projeto foi muito posi-tivo pela recetividade observada nos alunos e nos professores, confirmada pela apreciação expressa nos questionários de avaliação das ações de formação, consistentemente centrada nas respostas “Muito Bom” e “Bom”.A reforçar esta apreciação, surge a frequência com que aparece a referência, nos comen-tários de sugestão de melhorias, à necessidade de aumentar o nº sessões / tempo disponível: cerca de 15% das respostas. É muito gratificante e revelador do interesse despertado pelos temas abordados.Com base na avaliação pessoal do projeto e na análise dos resultados das respostas aos inquéritos respondidos, dar continuidade ao projeto no novo ano letivo pareceu ser claramente a opção a seguir. Tal foi efetivamente possível, graças à renovação da cooperação entre a UCC e a Escola, e assim esta ação está em curso de novo neste ano letivo com algumas alterações nomeada-mente no aumento da duração das sessões de formação, com mais espaço para debate.

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As questões do bem-estar e da saúde da população juvenil adquirem um relevo particular e suscitam, por parte dos serviços de saúde, o desenvolvimento de mecanismos de resposta mais adaptados a novos contextos de vida nos planos socioeconómico, político, cultural e ambiental. A promoção da saúde juvenil pode e deve constituir um investimento significativo em termos de ganhos em saúde, no plano individual

e coletivo, contribuindo para o desenvolvimento e bem-estar das populações. Os problemas de saúde ligados aos estilos de vida e aos comportamentos dos jovens justificam a necessidade de desenvolver estratégias mais esclarecidas de abordagem das questões ligadas à saúde nestas faixas etárias, uma vez que a multifactorialidade das determinantes dos comportamentos juvenis não se compadece com interpretações redutoras. A metodologia adotada na

EPATV – Polo de Amares pela UCC Amares em parceria com o Serviço de Psicologia e Orientação, enquadra-se neste paradigma onde procuramos disponibilizar as ferramentas necessárias aos jovens para a consciencialização sobre as atitudes que podem influenciar o seu estado de saúde, e para a tomada de decisão no momento em que são chamados a escolher. É fundamental o apoio dos professores na orientação dos alunos para que mantenham uma linha orientadora e sintam que a seu esforço é valorizado.Nos trabalhos bem como nas tertúlias temos encontrado espaço para a troca de ideias, dúvidas e experiências, onde cada um pode expressar a sua visão. A criatividade de cada um, potenciada pelo grupo e pelas especificidades de cada curso dão um cunho único a cada momento que proporcionam um debate saudável e construtivo capacitando os alunos para uma vivência baseada em hábitos de vida saudáveis.

saúde

José Pinto

Enfermeiro;UCC de Amares

“Questões do bem-estar e da saúde”

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“Tu Decides!!!”Prevenção das Toxicodependências na AdolescênciaO consumo de drogas é atualmente uma realidade cada vez mais presente nos contextos escolares. Apesar de já existir muita informação disponível

acerca das drogas e das suas consequências prejudiciais, os adolescentes continuam a adotar atitudes benevolentes e comportamentos de risco nesta área. A adolescência é por si só uma fase do desenvolvimento repleta de descobertas, mas por vezes com alguns vazios, dúvidas e inseguranças. Nesta etapa os jovens procuram uma maior autonomia em relação à família, privilegiando assim, as influências do grupo de pares. A ideia de que só consome drogas quem tem problemas não passa de um mito, pois são vários os motivos que levam os jovens de hoje a interessar-se por este tipo de substâncias, nomeadamente, a curiosidade, o desejo de testar limites e transgredir regras, o desejo de afirmação, a pressão dos pares e a informação incorreta. A investigação tem apontado a existência de alguns fatores de risco associados a comportamentos aditivos, identificando-se cinco áreas: comunidade (privação económica e social); família (história de consumos); escola (comportamentos oposicionais precoces e insucesso escolar); pares (influência de amigos/colegas que consomem drogas); e personalidade (baixa autoestima, níveis elevados de ansiedade, impulsividade). Apesar de ser importante conhecer os

fatores que predispõem os jovens para este tipo de conduta, é também de extrema importância

conhecer quais os fatores protetores dessa mesma condição. A este nível, destacam-se as relações familiares pautadas por proximidade e afetuosidade, as competências de autoeficácia e autoestima, as competências sociais adequadas e o envolvimento com a comunidade.Quando se fala do consumo de substâncias podem identificar-se três tipos: o consumo experimental, o consumo recreativo e a dependência. O primeiro refere-se ao contacto inicial com a substância, podendo limitar-se apenas a uma experiência ou evoluir para um consumo esporádico ou habitual, com um caráter meramente recreativo. Porém, a partir desta fase a probabilidade do consumo se tornar uma necessidade aumenta, passando a tornar-se uma dependência.Como forma de reduzir a incidência do consumo de drogas nos jovens, a prevenção surge como uma estratégia fundamental. Esta permite intervir precocemente ao nível do treino de competências emocionais, cognitivas e comportamentais, com o objetivo de diminuir os fatores de risco associados ao consumo de substâncias. Convém salientar a existência de diferentes tipos de prevenção, nomeadamente a prevenção primária (pretende evitar ou retardar a experimentar do uso de drogas), a prevenção secundária (visa atingir aqueles que já experimentaram drogas ou que as usam moderadamente, com a intenção de evitar que o seu uso mais frequente e nocivo) e a prevenção terciária (tem como objetivo intervir no processo de recuperação e reinserção de indivíduos que já têm problemas com o uso drogas ou apresentam dependência).

Foi com base nestes pressupostos que o Serviço de Psicologia e Orientação da EPATV desenvolveu e implementou um programa de prevenção, predominantemente secundária, intitulado “Tu Decides”. Para este efeito, realizou-se um levantamento de necessidades junto dos Diretores de Turma, no sentido, de selecionar as turmas que evidenciavam condições de risco em relação ao consumo de substâncias.

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85 terpor Joana Gomes e Joana Rocha, SPO da EPATV

FACTO, no Gerês, pela SAÚDE

A escola assume-se cada vez mais como um contexto privilegiado para a promoção e manutenção da saúde da comunidade educativa e da comunidade envolvente.Foi com base neste pressuposto que a Delegação Gerês da EPATV se comprometeu a desenvolver, desde o ano trasato, um programa de saúde escolar realizado através da parceria entre o SPO (Serviço de Psicologia e Orientação) e a equipa da USP (Unidade de Saúde Pública) do ACES Gerês – Cabreira, que é composta pelas Técnicas, Enfermeira Lurdes Gonçalves e Dr.ª Ivone Alves.Este programa, em linhas gerais, tem como principais objetivos a promoção e proteção da saúde e prevenção da doença na comunidade educativa, através do reforço de fatores de proteção relacionados com estilos de vida saudáveis, pela capacitação individual e coletiva nomeadamente da promoção da saúde oral, da alimentação saudável da prevenção dos consumos nocivos, da promoção da sexualidade saudável e ainda da vigilância da saúde.Com o intuito de assinalar o dia mundial da luta contra a sida, comemorado no dia 1 de dezembro, alguns alunos do curso de Técnico de Termalismo, apresentaram numa das sessões de saúde escolar, dois sketches, “diário de uma adolescente” e “riscos” alusivos às propostas de trabalho lançadas no ano letivo anterior, os quais se inserem na temática da prevenção de comportamentos de risco na sexualidade.

A criatividade e objetividade na forma como os conteúdos foram abordados, tornaram esta sessão numa oportunidade de desconstrução de crenças erradas, de aumento de conhecimentos e promoção de novas atitudes e comportamentos face a estas problemáticas.

Este programa é constituído por seis sessões com a duração de 90 minutos e periodicidade semanal. Com a implementação deste programa pretendeu-se promover nos alunos atitudes e comportamentos de resistência face ao consumo de drogas, mais especificamente através do fornecimento de informação acerca dos tipos de drogas, da reflexão sobre as consequências das suas ações e do incentivo a uma tomada de decisão consciente e responsável.

Sinais de alerta

• Instabilidade emocional;• Isolamento e secretismo;• Desinteresse e desmotivação em relação às

atividades em geral;• Quebra repentina no rendimento escolar;• Faltas e/ou atrasos frequentes na escola;• Dificuldade de concentração, memória e

raciocínio;• Insistentes pedidos de dinheiro ou

desaparecimento de objetos;• Posse de objetos estranhos (filtros de cigarros,

mortalhas, pratas queimadas, tubos de papel, comprimidos, etc.).

• Como atuar• Não emita juízos de valor;• Não ameace;• Mostre que notou mudanças no

comportamento do aluno;• Fale abertamente sobre o assunto;• Encaminhe para serviços especializados.• Recursos disponíveis• Linha Vida SOS Droga - 1414 (anónima,

gratuita e confidencial)• Instituto da Droga e Toxicodependência -

www.idt.pt

saúde

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86 ter

Catarina Leal SilvaCatarina Leal Silva terminou o curso de Técnico de Termalismo, na EPATV, no ano letivo de 2008/2009. Atualmente estuda Fisioterapia no Instituto Superior de Saúde do Alto Ave, e trabalha em Part-time na Empresa Termas e SPA do Gerês.O estágio universitário do 3º ano foi nas Termas de Caldelas. Em conjunto com a irmã, Juliana Leal Silva, teve como orientadora de estágio a Fisioterapeuta Sílvia Sousa, que foi coordenadora e formadora do curso de Termalismo.

“Nunca desistam da área que gostam!”

sucesso

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87 ter

sucesso

Acha que a formação recebida na EPATV foi adequada para o ingresso no ensino superior?Sim, sem dúvida. Muitos dos conteúdos dados, serviram como base para o meu atual curso universitário e ainda hoje as utilizo como guia de estudo. Eu tive ótimos professores, aprendi muito com eles e só tenho a agradecer todo o empenho e confiança que depositaram em mim. Sem dúvida que contribuíram para a minha formação.

Onde realizou o estágio profissional? Na Empresa Termas e SPA do Gerês. Porque decidiu prosseguir os estudos?Porque desejava trabalhar nesta área, foi algo que me interessou desde que iniciei o meu curso profissional. A partir daí foi sempre crescendo a vontade de querer mais.

Qual a instituição de ensino que frequenta e qual o curso?Instituto Superior de Saúde do Alto Ave (ISAVE) no curso de Fisioterapia.

Também sabemos que trabalha em part-time na área da sua formação. Onde trabalha e qual a periodicidade?Trabalho na Empresa Termas e Spa do Gerês alguns fins de semana e durante as férias de verão.

O facto de ter estudado na EPATV valorizou-a aos olhos da empresa onde trabalha em part-time? Sim, reconheceram de certa forma a minha formação e o meu trabalho. A EPATV preparou-me bem para o mercado de trabalho. E também o meu empenho durante o estágio foi decisivo para o reconhecimento nesta empresa.

Considera importante a formação contínua dostrabalhadores? Sim, acho que os trabalhadores devem apostar na formação, de forma a aperfeiçoar a qualidade de trabalho. Afinal, estamos em constante evolução e é essencial aprender e saber mais.

Sente que a sua formação é reconhecida pelos colegas de trabalho?Sim, os meus colegas de trabalho têm dado respostas bastante positivas acerca da minha formação. No início foi uma novidade, era um curso que era pouco conhecido, mas foi recebido com muitos elogios.

Quais as maiores dificuldades que encontrou a nível profissional? Não foram muitas as dificuldades, sempre fui muito empenhada a nível profissional, foi uma questão de me adaptar ao meio e interagir com outras pessoas, mas ao longo dos dias essas dificuldades foram sendo ultrapassadas. Tive bastante apoio por parte dos meus colegas de trabalho que sempre me ajudaram na integração ao grupo, o que me facilitou de certa forma a nível profissional. Quais as suas ambições futuras? Num futuro próximo, fazer uma especialização dentro da minha área.

Que conselhos daria aos alunos da EPATV que estão a terminar os seus cursos e vão ingressar no mercado de trabalho ou prosseguir os estudos? E em particular aos alunos que terminam o curso de Termalismo?Aconselho a nunca desistirem e a não abdicarem da área que gostam. Fazer o que realmente gostamos é fascinante. Para os que estão a terminar o curso de termalismo que não tenham medo de arriscar, que sejam inovadores e que acreditem em si próprios.

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“Quando se trabalha com gosto e naquilo que gostamos, surpreendemo-nos a nós próprios.”

Juliana Leal SilvaJuliana Leal Silva estuda Fisioterapia, no Instituto Superior de Saúde do Alto Ave, e trabalha em part-time na Empresa Termas e SPA do Gerês. O estágio do 3º ano universitário foi, nas Termas de Caldelas, no qual tive como orientadora de estágio a Fisioterapeuta Sílvia Sousa, que foi coordenadora e formadora do curso de Termalismo.

sucesso

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Qual o curso que terminou na EPATV? Em que ano? Terminei o curso de Técnico de Termalismo no ano lectivo 2008/2009.

Onde realizou o estágio profissional? Na Empresa Termas e SPA do Gerês.

Porque decidiu prosseguir os estudos?Quando entrei para o curso Técnico de Termalismo não imaginava para o que vinha, mas ao longo dos 3 anos fui vendo que encontrei uma área de trabalho fascinante, e que a cada dia que passava ia ganhando gosto por estudar e prosseguir em frente com os estudos.

Acha que a formação recebida na EPATV foi adequada para o ingresso no ensino superior?Sem dúvida alguma, aprendi muito ao longo daqueles 3 anos, os formadores foram fantásticos, cativavam-nos aula após aula, os conteúdos abordados no curso foram indispensáveis para poder aplicar a nível do trabalho como universitário.

Qual a instituição de ensino que frequenta e qual o curso?Frequento o curso de Fisioterapia no Instituto Superior de Saúde do Alto Ave.Também sabemos que trabalha em part-time na área da sua formação.

Onde trabalha e qual a periodicidade?Trabalho na Empresa Termas e SPA do Gerês alguns fins de semana e durante as férias de Verão.

O facto de ter estudado na EPATV valorizou-o aos olhos da empresa onde trabalha em part time? Eu penso que sim, a EPATV preparou-nos bem para o mundo do trabalho, e é bem reconhecida por isso, sendo uma das razões pela qual fui valorizada pela empresa, mas essencialmente pela minha prestação durante os estágios.

Considera importante a formação contínua dos trabalhadores? Sem dúvida alguma, estamos em constante renovação, novos métodos, novas técnicas, estamos sempre a evoluir, e é óbvio que não queremos parar no tempo. Devemos estar sempre a par das novidades, de modo a enriquecer o nosso trabalho.

Sente que a sua formação é reconhecida pelos colegas de trabalho?Sim, tiveram um feedback bastante positivo, tanto acerca

da minha formação, como o trabalho que tenho vindo a desenvolver na empresa.

Quais as maiores dificuldades que encontrou a nível profissional? Não tive grandes dificuldades, quando se trabalha com gosto e naquilo que gostamos, surpreendemo-nos a nos próprios, mas penso que inicialmente a maior dificuldade foi a adaptação ao ritmo de trabalho.

Quais as suas ambições futuras? Para já penso terminar o curso e depois arranjar trabalho na minha área, e é claro que não vou parar por aqui, penso em tirar uma especialização na minha área.

Que conselhos daria aos alunos da EPATV que estão a terminar os seus cursos e vão ingressar no mercado de trabalho ou prosseguir os estudos? E em particular aos alunos que terminam o curso de Termalismo?Aconselho a não desistirem e a lutarem por aquilo que querem, e se poderem que complementem com outras formações. Quanto ao curso Técnico de Termalismo, que se agarrem a este curso porque têm o futuro nas mãos, é um curso fascinante e com oferta de emprego.

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pedagogia

O Técnico HumanoEste número da revista TER dá especial atenção ao percurso que a Escola Profissional Amar Terra Verde já fez, está a fazer e fará. Reconhece-se que, ao longo dos 20 anos da sua existência, tem vindo a trabalhar no Ensino/Formação, com grande caráter profissional e humano. Trata-se de uma Escola que justifica, na atitude, o adjetivo Profissional, que muito tem feito pela formação técnica e humana dos seus alunos.Feita a minha homenagem à EPATV, com quem tenho vivido junto os últimos cinco anos letivos, passo a falar do assunto que me traz a este artigo e que justifica o título «O Técnico Humano». Como professor de Língua e Literatura portuguesa, não são raras as vezes que me confronto com o argumento que diz que o programa de Língua Portuguesa e Português está inadequado, é demasiado difícil, para o que se pretende de um aluno que frequenta um curso técnico. Para que precisam os soldadores ou padeiros de conhecer Gil Vicente, Camões, Padre António Vieira, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, entre outros, que escreveram numa língua portuguesa quase inacessível? Numa perspetiva imediatista e simplista, a resposta é fácil. Realmente, que necessidade pode um soldador ou um padeiro ter de um soneto do Camões ou de um poema de Caeiro, para exercer a sua profissão? Nenhuma. Tanto um pode fazer soldaduras limpas e seguras e o outro pão saborosíssimo e nutritivo, sem precisar de saber que Camões é um platónico renascentista e o Caeiro um poeta sensacionista moderno. Certo!Esse argumento, porém, perde consistência se pensarmos que a língua ainda é o melhor veículo para nos levar até ao conhecimento. Todos nós temos consciência da importância da palavra falada e escrita, desde tempos que já deram tempos. Se a palavra tem importância reconhecida

por todos, qual a melhor maneira de contactar com ela, se não por intermédio daqueles que melhor a souberam usar?Eu sou o primeiro a reconhecer, no entanto, a dificuldade de ler os autores que mencionei. Diz um poema Zen1 que «As palavras não fazem o homem compreender,/ é preciso fazer-se homem para entender as palavras». Ler Gil Vicente, Camões, Padre António Vieira, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa requer de nós vivência, maturidade, é certo, mas também uma prática persistente, até que estejamos preparados, para retirar daquilo que tão bem escreveram o melhor que tem, a humanidade rica, complexa, enigmática e sempre surpreendente do Homem.

Essa prática deve começar o mais cedo possível, para que criemos o hábito e nos acompanhe, no caminho sem fim do querer saber. O fácil vem sempre depois de aprendermos a ultrapassar o difícil! Gil Vicente, ainda hoje, satiriza os maus costumes da nossa sociedade, que o digam os Gato Fedorento. Os sonetos de Camões continuam a manter o bom gosto de dizer sobre o Amor. O Sermão de Santo António aos Peixes, continua a ter o vigor da verdade e da justiça que o fizeram surgir, na voz e na pena

do Padre António Vieira. O Eça estava cheio de razão, quando nos analisou como um povo, de «episódios de vida romântica», que resvala da euforia para a melancolia, do irascível para o pacato, em menos de nada por coisa nenhuma. O drama pessoano coloca-nos a todos, em frente a um espelho fragmentado que reflete dilemas psíquicos e filosóficos que ocupam o Homem, até o mais incauto entre os homens. Ler o que estes senhores escreveram, como outros de cá e de lá de fora, mais do que um sacrifício, mais que uma “seca”, é, sem dúvida,

1 Poema retirado do livro “Bebedor Nocturno – poemas mudados para português”, por Herberto Hélder, Assírio & Alvim, coleção “Gato Maltês”, outubro 2010.

Carlos Barros Licenciatura em Humanidades;Docente da EPATV

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pedagogia

um privilégio, um ato de aprendizagem que a nossa inteligência e sensibilidade agradecem, até porque, depois de nos esforçarmos para os compreender, podemos concordar ou discordar do que dizem. Eles levam-nos a aprender mais sobre o Homem, a aprender a conhecermo-nos melhor a nós mesmos, a sabermos distinguir o que em nós é a pessoa genuína daquilo que é a pessoa personagem. Em suma, aprendemos a pensar, pensando-nos. Apuramos e refinamos a nossa atitude crítica.Se é certo que devemos dar muita importância ao saber fazer, como conhecimento técnico, não devemos menosprezar – só porque não é tão visível, tão imediatamente “útil” - o saber fazer, como conhecimento intelectual. O ser humano vive no pensamento e na ação.Assim sendo, e porque atravessamos uma época histórica acusada de alimentar uma «crise de valores», cabe-nos a todos - e a EPATV, na área humanística, e não só, tem profissionais com os valores necessários - promover o

enriquecimento humanístico dos futuros técnicos, para que assumam um comportamento mais humanamente técnico, em que o bem-fazer prevaleça sobre o fazer-por-fazer e o fazer-pro-número, um comportamento que dê primazia à responsabilidade de ser pessoa individual na

2 Compagnon, Antoine, Para que serve a literatura?, (2010), Deriva Editores, pp. 42.

pessoa coletiva. Futuros técnicos que não queiram seguir as pegadas do “Sapateiro” trambiqueiro, do Auto da Barca do Inferno, e que saibam evitar os «Onzeneiros» salafrários. A par do espantoso e avassalador progresso tecnológico desta época histórica, impõe-se, mais do que nunca, cuidar do progresso humano. Termino com uma citação de Antoine Compagnon que, por sua vez, cita Italo Calvino e que diz: «Urge fazer novamente o elogio da literatura, protegê-la da depreciação, na escola e no mundo. «As coisas que a literatura pode investigar e ensinar não são muito numerosas, mas são contudo insubstituíveis», continuava Italo Calvino, «a forma de olhar o próximo e de olhar-se a si próprio, (…) de atribuir valor a coisas pequenas ou grandes, (…) de encontrar as proporções da vida, e nela o lugar do amor, e a sua força e o seu ritmo, e o lugar da morte, a forma de pensar nela ou não», e outras coisas necessárias e difíceis, como «a dureza, a compaixão, a tristeza, a ironia, o humor»»2 .

ilustração Curso Técnico de Desenho Digital 3D, 2º ano direção de arte Fátima Pimenta

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tecnologia

A escola na terceira Revolução IndustrialDurante o séc. XVIII, a paisagem industrial inglesa sofreu uma alteração que iria marcar para sempre o destino da humanidade. O desenvolvimento da máquina a vapor associado à indústria têxtil retirou a produção de artigos têxteis das mãos de grande número de artesãos, centrando-a num só espaço, mecanizando o processo de produção com recurso à tecnologia de vapor, e fez nascer a fábrica. A esta mudança de paradigma chamamos a primeira revolução industrial.Na primeira década do século XX, Henry Ford notabilizou-se por ter introduzido critérios de racionalidade objetiva no processo de produção, com a criação da linha de montagem, o que deu origem a uma era de produção em massa. Estávamos na segunda revolução industrial. A criação do modelo T, da Ford, cuja universalidade servia os interesses da empresa e a procura do público, foi um elemento determinante na evolução industrial, aliás a indústria automóvel é disso um caso paradigmático, veja-se o exemplo da Wolkswagen (literalmente “carro do povo”) e o seu modelo “beetle”. Este princípio de produção implica a realização de um sem fim de objetos todos semelhantes entre si, ou mesmo iguais, desta forma os custos de produção são diluídos ao longo do tempo de produção e os lucros aumentam. No entanto, o reverso da medalha tornou-se evidente nas duas décadas finais do século XX, o crescimento acelerado de fenómenos de poluição, a recusa dos consumidores em adotarem produtos que sejam indiferenciados, gerou uma expectativa de produtos específicos e diferenciáveis. Na segunda década do século XXI a revolução industrial entra numa terceira fase: a produção torna-se digital. Este aspeto é particularmente percetível na quantidade crescente de produtos “customizados”, sendo estes os produtos que possuem características escolhidas pelos compradores e feitas à medida destes. O que antes estava destinado ao mercado do luxo passou a estar disponível a qualquer consumidor e a um preço cada vez mais acessível. Uma série de tecnologias inovadoras estão a surgir e convergem para um mesmo ponto: a criação de novos processos de fabrico (por exemplo a

impressão 3D) e a criação de uma nova geografia da produção. Aliás, com o advento desta forma de realizar produtos as novas unidades industriais serão muito semelhantes às oficinas de artesãos, desaparecidas devido à primeira revolução industrial.A forma como os processos produtivos se apresentam atualmente, com a tipificação de comportamentos técnicos, será posta em causa num futuro muito próximo. Algumas das peças que compõem os produtos passarão a estar obsoletas, enquanto outras começam por ser feitas em materiais novos. A necessidade de uma melhor utilização dos recursos disponíveis tem levado ao desenvolvimento de um conjunto de novos materiais, muitos deles produzidos em fibras ou como compósitos, e com melhor desempenho que os materiais genericamente utilizados, temos como exemplo a utilização cada vez mais universal da fibra de carbono, que vai desde a indústria de lazer até à indústria aeronáutica.A impressão 3D representa o resolver de uma lacuna existente nos sistemas de produção, uma vez que toda a cadeia fabril está assente no conceito de produção massificada, esta situação retirou sempre espaço a que pequenas séries fossem realizadas, uma vez que não é viável interromper todo um processo produtivo para a produção de um só objeto. Claro que se nos referimos a um produto de decoração ou mesmo de deleite pessoal não atribuímos a esta situação a carga valorativa que faremos se pensamos por exemplo em produtos relacionados com a saúde, como as modernas próteses auditivas ou dentárias, cuja especificidade implica uma produção muito própria. Eis, portanto, um novo paradigma a despontar, alguns produtos mais complexos, como aviões a jato começam a ser facilmente reparados substituindo peças desgastadas por peças novas impressas no momento, a lógica de distribuição e armazenamento de produtos passará a parecer-nos cada vez mais longínqua. Tal como todas as tecnologias, esta há de disseminar-se e universalizar-se rapidamente, levando a uma reconfiguração evidente da paisagem fabril.Como todas as alterações de paradigma, esta há de gerar o medo do novo nos trabalhadores, desde

Ricardo Cabral Designer;Docente da EPATV

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logo porque estamos a falar de uma mudança no modo como a indústria vai abordar a produção. Como assistimos, na última década, na indústria da música e do audiovisual a mudança de paradigma foi muito rápida e em alguns setores foi altamente violenta, casos da fotografia tradicional e dos suportes de gravação áudio, consequentemente a não adaptabilidade de alguns dos intervenientes ditou o desaparecimento destes de cena.A fábrica do futuro não terá uma linha de montagem, antes será um conjunto de impressoras tridimensionais, comandadas eletronicamente, a funcionarem em rede e muito próximas do consumidor. As fábricas poderão estar localizadas em qualquer parte do globo sem os constrangimentos atuais, aliás esta nova possibilidade pode ser o grande aliado para o repovoamento de áreas desertificadas que assolam os países mais industrializados e menos ordenados geograficamente. Grande número de oportunidades de trabalho estará, não no chão da fábrica, mas antes em escritórios nas proximidades: especialistas em processos de fabrico, especialistas em design, especialistas em Tecnologias de informação, especialistas em tecnologias multimedia, em marketing e em logística. Este é o perfil do profissional fabril do futuro. É neste patamar que se encontram as oportunidades.Esta alteração gera a pergunta: que papel tem a escola neste mundo em mudança?Face a estas alterações a escola é o laboratório vivo em que se podem estudar todas estas mudanças, onde deve procurar-se toda a preparação possível para que os nossos jovens cheguem ao mercado de trabalho preparados para corresponder aos desafios que se lhes colocam, sobretudo a motivação para a aprendizagem e adaptabilidade ao longo da vida, e muitíssimo importante a perceção da mudança, e que esta mudança precisa de pessoas, urge incutir nos nossos alunos a noção que o mundo muda e eles devem ser sempre parte da mudança.Ciente desta alteração de cenário, a EPATV encontra-se a realizar em parceria com a Casa do Conhecimento (Câmara Municipal de Vila Verde) e com a associação Audiência Zero, uma atividade promotora desta nova forma de produzir. Os nossos alunos têm oportunidade de participar em diferentes workshops de realização de impressão 3D e na escola estão a construir uma “Graffitti Digital Wall”.

O grande conceito subjacente a esta aposta está na partilha de conhecimento e na formação de profissionais aptos a interpretar, lendo, e materializar, construindo, informação proveniente de diferentes fontes, saliente-se que toda a tecnologia e linguagem construtiva é “open source”, ou seja, é código livre. Este tipo de linguagem tecnológica é o equivalente às línguas comerciais de outrora, uma vez que possibilita o diálogo de forma escorreita entre diferentes intervenientes de proveniências distintas. Alguns dos nossos alunos já lidam diariamente com programas de modelação tridimensional completamente livres e participarão em projetos de amplitude mundial. O domínio desta linguagem permitirá aos nossos alunos adaptarem-se com facilidade a todo o conjunto de software que opera na área da modelação, e facilita a integração dos mesmos no mercado de trabalho, uma vez que o investimento em software acabava por ser um dos principais obstáculos a esta entrada.Imagine-se que possuímos em casa uma impressora 3D e que, estando com uma terrível dor de cabeça, em vez de nos deslocarmos à farmácia para adquirir uma embalagem de aspirinas, ligamo-nos à internet, baixamos a informação correspondente à produção daquela embalagem para o nosso computador e carregamos na tecla “imprimir”, neste momento a nossa impressora 3Destá a imprimir dois comprimidos para a nossa dorde cabeça. Ficção científica? Não, caro leitor! Esta possibilidade está a ser testada neste momento por investigadores da universidade de Glasgow.O mundo está a mudar, como sempre esteve, e a escola deve ser um dos motores dessa mudança, cabe à comunidade escolar promover nos alunos o espírito de motivação para a participação nesse mundo novo que se aproxima, na EPATV orgulhamo-nos de o estar a imprimir nos nossos alunos.

tecnologia

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94 terpor Marco Alves, docente da EPATV

Título: O Espião ImprovávelAutor: Daniel SilvaEditora: Bertrand Editora

Sinopse Em tempos de guerra», escreveu Winston Churchill, «a verdade é tão preciosa que deveria sempre ser acompanhada por um séquito de mentiras.» No caso das operações de contrainteligência britânicas, isto implicava encontrar um agente o mais improvável possível: um professor de História chamado Alfred Vicary, escolhido pessoalmente por Churchill para revelar um traidor extremamente perigoso, mas desconhecido. Contudo, os nazis também escolheram um agente improvável: Catherine Blake, a bela viúva de um herói de guerra, voluntária num hospital e espia nazi sob as ordens diretas de Hitler para desvendar os planos dos Aliados para o Dia D...

Título: Adeus PrincesaAutor: Clara Pinto CorreiaEditora: Clube do Autor

SinopseNuma vila alentejana uma rapariga do liceu, Mitó, é a principal suspeita da morte do seu namorado, um alemão da Base Aérea de Beja. Um jornalista e um fotógrafo de um jornal de Lisboa tentam, localmente, recolher informações, testemunhos e elementos sobre um caso que está longe de ser simples. Na verdade, cada um tem uma versão muito pessoal dos factos e os diversos pontos de vista revelam-se contraditórios. Os dois jornalistas acabam por ir inesperadamente ao encontro de uma história de amor e morte no coração do Alentejo.E se tudo isto parece estranhamente familiar e moderno, é porque o drama terrível que, em 1985, dizia estritamente respeito ao Alentejo se apoderou hoje do país inteiro.

Título: Anna KaréninaAutor: Lev TolstoiEditora: Relógio d’Água

SinopseEmbora seja uma das maiores histórias de amor da literatura mundial, Anna Karénina não é apenas um romance de aventura. Verdadeiramente interessado por temas morais, Tolstoi era um eterno preocupado com questões que são importantes para a humanidade em todas as épocas. Bom, há uma questão moral em Anna Karénina, embora não aquela que o leitor habitual possa crer que seja. Esta moral não é certamente o ter cometido adultério, Anna pagou por isso (num sentido vago pode dizer-se que é esta a moral do final de “Madame Bovary”). Não é isto, seguramente, por razões óbvias: se Anna ficasse com Karenin e escondesse do mundo o seu affair, não pagaria por isso primeiro com a felicidade e depois com a própria vida. Anna não foi castigada pelo seu pecado (podia muito bem ter-se safado deste) nem por violar as convenções da sociedade, muito temporais como aliás são todas as convenções e sem ter nada a ver com as eternas exigências da moralidade. Qual era então a «mensagem» moral que Tolstoi queria passar neste romance? Entendemo-la melhor se olharmos o resto do livro e compararmos a história de Lévin e Kiti com a de Vronski e Anna. O casamento de Lévin é baseado num conceito metafísico, não apenas físico, do amor, na boa vontade e no sacrifício, no respeito mútuo. A aliança Anna-Vronski é fundada apenas no amor carnal e é aqui que reside a sua ruína.»

Um livro, um amigoLer é a melhor forma de não estar sozinho. Através do livro, no meu quarto, na cozinha, no jardim, na escola, no hospital, no carro e em todo o lado, crio o meu mundo, vivo o real dentro do surreal e o irreal no concreto, chegando a um mundo do qual não quero sair.Quem não começou a ler duas páginas de um livro e não conseguiu parar?Quem não adormeceu, com a página marcada, com o livro encostado ao rosto?Quem não programa as férias e nunca se esquece do livro?Quem não emprestou um livro e, pela demora na entrega, com saudade, arranja uma desculpa para o reaver?Quem não leu o mesmo livro várias vezes?O livro é o passaporte para uma viagem sem fim, sem limites, o amigo sempre disponível, indissociável, a magia dos sonhos. Em cada enigma das suas palavras, no seu contexto, ele é a memória do passado e o mergulho no futuro.Ler é estar em liberdade. O rumo para a sabedoria. A fuga para o conforto e a satisfação. No livro encontro o meu professor, os meus pais e os meus amigos. Nas suas palavras encontro os conselhos e a razão.

cultura

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cultura

por Carlos Barros, docente da EPATV

um Galo com Moela 1

A vida no galinheiro começava com o despertar do Tenor, decorria em torno do cacarejar repetitivo das galinhas, que punham ovos, nos intervalos do esgaravatar o chão à procura de comida.O galo Tenor, de plumagem exuberante, gabava-se de acordar o sol com o seu cocorocó sonoro, de ser o senhor de um harém de galinhas submissas. Quando não estava a cantar ou a galar as concubinas, esgaravatava também o chão à procura de comida.Foi precisamente num desses momentos de procurar comida que, de repente, um brilho intenso brotou do chão. Espantou-se. De que se tratava? Deu umas bicadas no brilho e percebeu que tinha encontrado uma pedra preciosa. Alvoroçou-se e:-Uma pedra preciosa? Que brilho! Deve ter muito valor! Não me serve de nada! Quero lá saber do brilho e do valor! Apetece-me um grão de milho ou de arroz, por mais pequeno que seja! Roçou a asa no chão a bandarilheiro, ao redor de uma das frangas que começava a entrar no cacarejo, voou do galinheiro e foi trocar a pedra preciosa, por um grão de milho, com o primeiro homem que encontrou. Grão na goela, voltou ao galinheiro, onde era o Tenor, o galo do cocorocó sonoro.

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1 Esta fábula é uma recriação – e uma recreação! -que se inscreve na tradição cultural greco-latina à qual pertenço. Esopo (talvez de 620 – 560 AC) parece ser quem iniciou o género. Outros lhe deram continuidade, Fedro em Roma, La Fontaine em França, falando dos mais conhecidos. Bocage em Portugal, quase me esquecia! Sinto-me, portanto, além de respeitosamente preso à corrente dos que me antecederam no tempo, com vontade de manter viva uma forma de contar histórias, que já atravessou milénios, e ainda continua a manter o seu papel lúdico e pedagógico muito vincado.

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cultura

Tudo começou em 1993 e passados 19 anos, a EPATV continua ser uma escola de referência, uma aposta ganha, graças à dedicação e empenho incansável de várias pessoas que tudo fizeram/fazem para que este “projeto” seja RECONHECIDO (e tem sido), um ORGULHO e um ENTUSIASMO para continuar, mais e melhor, a lutar por algo que acreditamos… assim é, foi e será… Sempre…. a EPATV…

Nesta edição da revista TER, na rubrica TER Cultura, vamos partilhar exemplos do reconhecimento que a EPATV tem alcançado, pelo papel fundamental que tem desenvolvido como agente de socialização, económico, empreendedor no contexto social em que está envolvida.

Um dos grandes exemplos, entre inúmeros possíveis de selecionar, foi a inclusão da Escola Profissional Amar Terra Verde pelo Conselho Nacional de Educação num estudo que efetuou, intitulado ”Estado da Educação 2011- A qualificação dos Portugueses”. A EPATV foi um dos seis casos a nível nacional de inovação e sucesso em destaque…

“ Criada em 1993, a Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) é uma sociedade privada de utilidade pública, formada pelas Câmaras Municipais de Vila Verde, Amares e Terras de Bouro (sub-região do Cávado, Gerês), sob a tutela pedagógica e científica do Ministério da Educação. As principais fontes de financiamento são os programas estruturais europeus e as três autarquias detentoras.Situada num contexto eminentemente rural e empobrecido, a EPATV assume-se como centro de intervenção cívica e cultural, polo de desenvolvimento comunitário e de revitalização do tecido económico local. Assim, a escola funciona em quatro espaços físicos diferentes: a sede em Vila Verde, uma delegação em Amares e outra em Terras do Bouro, esta última dividida em duas localidades.O objetivo de trabalhar com a comunidade consubstancia-se num conjunto vasto de parcerias eProtocolos com: empresas e instituições, algumas delas que propiciam lugares de estágio e formação em contexto de trabalho; escolas públicas, de onde provêm os alunos; outras entidades formadoras que colaboram na melhoria dos cursos; várias instituições do ensino superior que reforçam as componentes científicas e pedagógica da formação.Para definir o seu plano de intervenção e apresentar uma oferta estratégica dos seus cursos, a escola realiza um

estudo de projeção do contexto económico e empresarial do distrito, sendo sensível igualmente às solicitações das empresas parceiras, ao interesse dos próprios alunos e às ofertas já existentes na rede escolar da região. Os cursos profissionais (3 anos, dupla certificação, nível 4) constituem a principal aposta da escola e têm conhecido um crescimento gradual, ascendendo no ano letivo 2010/11 a 712 alunos, distribuídos por 28 cursos. Funcionam simultaneamente na escola: cursos de educação e formação (CEF) para jovens no 3º ciclo de escolaridade; cursos de educação e formação de adultos (EFA) de nível 3 e 4; cursos de especialização tecnológica (CET) de nível 5; ações de formação interna; formação modular certificada externa; formação de ativos; reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) para adultos, no Centro Novas Oportunidades criado dentro da instituição.A escola aderiu ao Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), submetendo-se por isso às auditorias bienais da Empresa Internacional de Creditação (EIC). Realiza anualmente uma autoavaliação, centrada nos níveis de satisfação dos diversos atores envolvidos acerca dos vários elementos e protagonistas da escola. Foi objeto ainda de uma auditoria ambiental, pela sua adesão ao programa Eco-Escolas.Desenvolve ainda um follow-up dos alunos, dois anos depois de completarem a formação, de forma a analisar a evolução das taxas de empregabilidade (totais e na área de formação) dos seus cursos.O modelo pedagógico dos cursos profissionais privilegia a planificação flexível, a integração de diferentes áreas e práticas, bem como o respeito pelo ritmo de cada aluno. A ênfase é colocada na capacitação e qualificação para o mundo do trabalho, ainda que não se exclua a possibilidade de os alunos prosseguirem para o ensino superior. Exige-se que estes se impliquem nos processos, produzam, desenvolvam autonomia, tomem iniciativa e se responsabilizem. Busca-se sempre relacionar as aprendizagens com a sua aplicabilidade e potencialidade produtiva, numa lógica isomórfica entre a formação e o mundo do trabalho, o que dá sentido ao trabalho dos alunos. Predomina uma orientação estratégica de formação integral, segundo o princípio de que um bom profissional não apenas tem que saber fazer, mas também que saber estar e ser. Desenvolvem-se muitos projetos coletivos que implicam os alunos, dão coesão à instituição, envolvem a comunidade e promovem o fazer, o estar e o ser. Como exemplo, refira-se o projeto de voluntariado em que os formandos da escola realizam a título gratuito

Deus Quer, o Homem Sonha e a Obra... Cresce.

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algumas atividades úteis para a população local, no âmbito das suas áreas de formação, o que lhes permite consolidar competências técnicas e divulgar também a escola a nível local.As componentes técnicas dos cursos recorrem a equipamentos e instalações muito atualizadostecnologicamente, como oficinas e laboratórios especializados, e recriam as situações de trabalho e de produção, permitindo a simulação das situações da vida ativa. Existe um espírito de cooperação e de “migração” entre os quatro espaços da escola e também as empresas parceiras: se for necessário, os formadores e os formandos deslocam-se a outro espaço físico onde existe o equipamento mais adequado ao tema em estudo ou, quando possível, o equipamento é trazido para a sala onde estão a trabalhar.O estágio e a prova de aptidão profissional (PAP) são igualmente entendidos como dois elementos centrais na formação de todos os alunos, sendo acompanhados por um professor da escola. No caso do estágio, embora não seja a situação mais comum, procura-se criar condições para que os jovens tenham inclusive uma experiência noutra região do país ou no estrangeiro, ampliando assim os seus horizontes e não esgotando o tecido produtivo local, relativamente frágil. No caso da PAP, pretendesse que os formandos, ao longo do 3º ano do curso, vão sistematizando o conhecimento sobre um tema considerado original e relevante no contexto da sua formação e do seu território.A EPATV assume-se como uma “escola inclusiva”, pela sua preocupação premente em que todos tenham sucesso, de acordo com os ritmos e metas estabelecidos com cada um. A estrutura modular é valorizada por formadores e formandos, dado o seu caráter mais dinâmico, em que as avaliações vão ocorrendo ao longo de todo o curso, em vez de se concentrarem no final dos anos letivos. Os formadores estão muito presentes e próximos, procurando que os alunos nunca acumulem módulos em atraso, através de apoios individualizados nas áreas em que os alunos demonstram maiores fragilidades. Além do acompanhamento aos alunos e às famílias, por parte do diretor de turma, a escola conta com um serviço de psicologia e orientação que organiza muitas sessões, acompanha alguns estudantes e famílias com problemas específicos e apoia aqueles que pretendem ingressar no ensino superior”. Estado da Educação 2011- A qualificação dos Portugueses (páginas: 259,260 e 261):

O nosso sucesso, apenas, agora começou, temos um longo percurso para percorrer, mas sempre tentando proporcionar novas experiências (…) e respondendo às necessidades da realidade envolvente…EPATV: Um caso de INOVAÇÃO e SUCESSO…

http://www.youtube.com/watch?v=_yhrsSmWauc&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=-tyFV4zoYJ0&feature=relatedhttp://www.youtube.com/watch?v=hXcksPPPSko&feature=player_embedded#http://www.youtube.com/watch?v=_eJ7Quirs_k&feature=player_embedded

culturacultura

por Sónia Vilas Boas, docente da EPATV

CONTINUAR …Entusiasmo para

Reconhecimento,Orgulho e

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desporto

“Entusiasmo é a inspiração de qualquer coisa importante. Sem ele, nenhum homem deve ser temido; e com ele, nenhum homem deve ser desprezado.”

Definitivamente, é com este sentimento que voltamos a abraçar, neste ano de 2012, um novo projeto do desporto escolar.Com a pretensão de desenvolver o gosto pela prática regular das atividades físicas e instruir em todos os participantes um clima de boas relações interpessoais e espírito de equipa, este, é um projeto composto por atividades desportivas internas da escola, para a organização de grupos/equipas, através dos quais se processa a participação em quadros competitivos externos. Foi com bastante dedicação que nos entregamos, tendo sido necessárias várias horas de trabalho, de dinamismo, de cooperação e de esforço, por parte de todos, sem exceção.É para nós, naturalmente, um motivo de orgulho, e é com manifesta alegria que aqui expomos algumas das fotos relativas à participação dos nossos alunos nesses eventos desportivos.

Atividades Rítmicas Expressivas

No dia 18 de janeiro, duas alunas estiveram presentes na Formação de Juízes Árbitros do Desporto Escolar, realizados em Braga, na modalidade de Atividades Rítmicas e Expressivas.Foi com grande satisfação que estas duas alunas, Joana Silva e Sara Abreu (ambas do curso T. restauração, 3º ano), se consagraram Juízes de Prova, da Formação de Nível II, estando presentes em momentos competitivos de relevo.

O Grupo de Dança do Desporto Escolar representou (e muito bem!) a nossa Escola nos três Encontros de Atividades Rítmicas Expressivas realizados no âmbito do Desporto Escolar no decorrer deste ano letivo. Participou ainda, no Gym em festa’12, realizado na Universidade do Minho, com a presença de todas as escolas do distrito, estando ainda prevista a sua atuação em diversos eventos a decorrer durante os meses de abril, maio e junho. O trabalho desenvolvido pelo Grupo de Dança destacou-se pela recolha musical e criação coreográfica concebida pelos elementos que integram o Grupo de uma forma muito original, empenhada e talentosa, confirmando a capacidade criativa e artística dos nossos alunos.

Christian Nevell Bovee

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aproximar das respetivas partidas que se foram sucedendo por escalões e por género, sendo que mais uma vez os alunos participaram com grande entusiasmo e dedicação, tentando realizar a melhor prova possível dentro do número de voltas a que o seu escalão determinava. O grupo de Educação Física gostaria de agradecer a toda a Comunidade Educativa que se solidarizou com o evento e permitiu esta importante prática desportiva aos alunos.

De seguida são apresentados os resultados:

Esta competição também serviu para seriar os melhores corredores da Escola para a representarem, no Corta-Mato Distrital 2012 em Guimarães.

Parabéns a todos os participantes!!!

desporto

Realça-se a evolução dos alunos bem como o empenho e a dedicação perante a modalidade.

Parabéns!!!

Corta Mato EPATV

Dia 25 de janeiro, disputou-se o Corta-Mato EPATV, realizado no Polo de Amares, com a participação de 110 alunos. Foi claramente uma aposta ganha a todos os níveis, quer organizacional, quer ao nível da envolvência do espaço, pois este permitia aos alunos visualizar quase toda a prova. O dia começou cedo para a organização que às 08:00 da manhã já balizava o circuito e procedia a todos os preparativos para a prova, vencendo o muito frio que se fazia sentir. Antes de começar a prova propriamente dita, ainda existiu tempo para uma volta de reconhecimento do circuito de modo a não existirem equívocos. A partir desse momento sentia-se um nervosismo crescente no ar com o

Iniciados Masculinos1º lugar: Cláudio Veloso – T. Restauração, 1º ano2º lugar: José Luis Silva – T. Eletrotecnia, 1º ano3º lugar: Paulo Soares - T. Eletrotecnia, 1º anoJuvenis Masculinos1º lugar: Álvaro Afonso – T. Energias Renováveis, 2º ano2º lugar: Renato Machado – T. Restauração, 1º ano3º lugar: Vitor Rocha – Padeiro/PasteleiroJuvenis Femininos1º lugar: Ana Maria Martinho – T. Animação Sociocultural2º lugar: Ana Rita Barbosa – Emp. Bar, 2º ano3º lugar: Ana Martins - T. Auxiliar de Saúde, 1º anoJuniores Masculinos1º lugar: Nelson Barros – T. Rec. Pat. Edif.2º lugar: Leidinho Mendes – Eletromecânica, 2º ano3º lugar: Jorge Oliveira - T. Gás, 3º anoJuniores Femininos1º lugar: Marta Caldas – T. Animação Sociocultural2º lugar: Juliana Monteiro – T. Animação Sociocultural3º lugar: Carla Monteiro - T. Cabeleireiro

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100 terpor Bárbara Morais e Glória Lago, docentes da EPATV

desporto

CORTA-MATO ESCOLAR da CLDE Braga

Vinte e oito alunos foram selecionados para participarem no dia 7 de fevereiro no Corta-Mato Distrital Escolar disputado em Guimarães, no Parque da Cidade Desportiva, junto à Pista de Atletismo Gémeos Castro.O Corta-Mato Distrital Escolar traduziu-se num êxito e gerou grande entusiasmo nos participantes que, antes ou depois de competirem, permaneciam na condição de espectadores e acompanhavam todas as provas de forma bastante animada.Competição foi a palavra de ordem, com o empenho dos alunos bem patente, já que estes terminaram as provas bem ofegantes e cansados, mas cientes que deram tudo o que tinham.

Muito esforço, é certo, mas paralelamente, muito orgulho e contentamento.

Torneios Universidades do Minho - Desporto Escolar

Como já tem sido hábito, no dia 15 de fevereiro realizou-se o Torneio da Universidade do Minho, na modalidade de Badmington, no âmbito do Desporto Escolar. Dentro dos campos assistiu-se a boa qualidade dos jogos e sobretudo muito Fair Play por parte dos jogadores envolvidos.Os alunos envolvidos merecem um grande reconhecimento pela dedicação e excelente desempenho desportivo.

Parabéns pelo vosso desempenho, colaboração, responsabilidade e entusiasmo em relação às atividades desportivas em que se têm envolvido.

O Desporto Escolar agradece!

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101 terpor João Morais, docente da EPATV

PreziApresentações eletrónicas com outro nível!

Esta ferramenta inovadora permite criar apresentações eletrónicas com um efeito gráfico totalmente diferente do clássico Microsoft PowerPoint. Através de uma imagem base construa a sua apresentação eletrónica com efeitos zoom. Este serviço esta disponível online numa versão gratuita, para público em geral, mas também permite registo para estudantes e alunos com acesso a funções da versão profissional.

http://prezi.com/

DeposiphotosMilhões de imagens com alta qualidade

As imagens assumem um vasto mundo de novos descobrimentos da internet. A partilha de imagens alavancou um enorme “boom” da web e como vulgarmente se costuma dizer: “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Esta sítio na internet disponibiliza milhões de imagens de alta qualidade e assume-se como um repositório de imagens gigantesco em crescimento.

http://pt.depositphotos.com/

Mem Reduct Manter baixos os consumos de memória

Já é hábito a sugestão de aplicações na rubrica TER WEB. A aplicação Mem Reduct permite monitorizar os recursos de memória do computador, bastante útil para quem utiliza aplicações que exigem grandes recursos de memória. O Mem Reduct permite dar uma ajuda para controlar os consumos de memória e libertar sempre que se necessite e os seus consumos aumentam.

http://www.henrypp.org/?product=memreduct

web

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sabor

Maria João Campos

Gestora Hoteleira; Docente da EPATV, dos cursos de Restauração

TER SABOR de MEMÓRIAS, de AVENTURA, de EVOLUÇÃO (FUTURO, NOVOS SABORES??????)

Hoje vou ser subjetiva, possessiva e vaidosa. Falar e pensar a Escola desde o início é o sabor de falar de histórias da família ou de casa. Tal como a família ou lá em casa, a escola precisou de muito acompanhamento quando era criança, deu passos pequenos que se traduziam na disciplina de alunos indisciplinados, na motivação de alunos que queriam abandonar a escola, desenvolver competências em alunos que sempre sonharam ser cozinheiros como o pai ou o padrinho. Depois foi ganhando confiança com passos maiores e de autonomia e estriou-se em participações em feiras locais e concursos regionais e o reconhecimento de que o caminho era o certo, percebia-se pelos resultados e pela satisfação de todos. Os alunos já gostavam da escola e já ocupavam fins de semana em atividades. Esta família, com pai e mãe muito presentes, que acharam sempre que os filhos podiam ser os melhores e estiveram sempre atentos a novas oportunidades, formando um estilo desafiante para os alunos em que a exigência da formação era crescente, porque em cada aula prática contava já com um público a sério pelo funcionamento da cantina e, no final do ano, os estágios eram mais exigentes. Entretanto, os filhos crescidos e autónomos iam criando curriculum de bons profissionais e com percursos sustentados. A família cresceu com as áreas de padaria/pastelaria e restaurante/bar com ambiente de bem-vindos, tendo vindo reforçar a unidade e autenticidade do serviço de restauração.Agora, sabemos que precisamos continuar a apostar no esforço e na qualidade, sem

vedetismos, garantindo que cada salto tem que ter um retorno de saber. Os estágios profissionais internacionais, as participações e parcerias com instituições do turismo e hotelaria, a presença em congressos de profissionais do setor são as janelas abertas para o mundo do trabalho e para a realidade profissional tão dinâmica e com alterações profundas.Hoje, como todas as mães, preocupo-me com o futuro, porque o setor está a passar um período de provação e, por isso, sei que terão que ser os melhores, os mais empenhados e os mais atentos.

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Salada de ervas frescas com varias texturas e sabores a mar

ingredientesSalada biológicaManga em julianaRomã pevidesLimão caneladoTomate cereja com raminho tomilho limãoCamarão 30/40Salmão fumadoMostarda gravalaxRedução de chocolate com balsâmicoPasta de delicias do marCrocante de orégãosRedução de vinho do portoPrato stp , copo de schot e colher de suporte

confeçãoDispor a salada, sobrepor a manga e a romãDispor em contraste de sabores o camarão e o salmão Por em monte a mostarda e chocolate e fazer lagrimaCom saco e boquinha frisada deitar no copo em suspiro e altear com o crocante de orégãosFazer vaso com tomate cereja e tomilho de limãoTemperar a salada de vinagrete

Chef José Vinagre

Chefe de Cozinha dos Hotéis do Bom Jesus;Cozinheiro convidado do Sporting Clube de Braga;Docente da EPATV

sabor

Maça escondida em estaladiço folhado com gelado de baunilha e prova de frutos do bosque

ingredientesMaça pequenaMassa folhadaFrutos secosGelado baunilhaHortelãPetazetas neutrasArgola de massa areadaBolacha oreo

confeçãoDescascar a maçã e tirar o caroço , rechear com frutos secos e levar assarPrepara a massa folhada e fazer quadradosCentrar a maçã no meio e fazer uma trouxa levar ao forno 180ºFazer uma calda de açúcar juntar frutos do bosque Dispor no prato uma argola e sobrepor o gelado, colher de prova com frutos do bosque, sobrepor a bolacha oreo no gelado e a folha de hortelã o folhado de maçã deve sair quente e dispor em cima petazetas neutras

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notícias

junh

o

Feira Quinhentista - 18 de maiolocal: Vila Verde

Conferência “os verdes na poesia de Sá de miranda e outros renascentistas;Prova de vinhos verdes e sabores da época;Participação na ceia renascentista com a apresentação de uma dança;Participação na feira medieval com uma tendinha gastronómica.

julho

Jantar de Beneficência - Julholocal: Epatv- Vila Verde

Jantar de Beneficência

abril

maiojulho3º

perí

odo

abril

Noite Solidária - 21 de abrillocal: EPATV, Vila Verde

Espetáculo de dança e canto promovido pelos alunos da EPATV e com a participação de várias associações culturais e recreativas.

“EARN” - 21 a 25 de Abrillocal: Hungria

Participação da Epatv no 3º meeting do projeto Comenius “EARN” - Enterpreneurship o Richeness from nature.

dmdg - abrillocal: EPATV, Vila verde

Comemoração do Dia Mundial do Design Gráfico;Exposição de trabalhos.

maio

s/data - maiolocal: EPATV

Workshop de dança

Semana da Europa - 3 a 9 de maiolocal: EPATV, Vila Verde

Palestras com eurodeputados;Concursos.

Escola Aberta - 8 a 11 de maioEpatv- Vila verde

Visita e realização de experiências nos espaços laboratoriais e oficinais da escola; Atividades de animação.

Feira do Livro - 15 a 20 de maiolocal: Amares

Feira do Livro e mostra pedagogica.

Sprint de Interatividade - 17 de maiolocal: Biblioteca Municipal de Vila Verde

Sprint de Interatividade

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cabeça

enigmas

solu

ções

do

núm

ero

ante

rior

pala

vras

cru

zada

s

sudo

ku

por José Carlos Dias, docente da EPATV

O número escondido

Adivinha que número sou.• Estou entre o 4 000 e o 5 000;• o meu algarismo das dezenas é o 8;• tenho meia dúzia no algarismo das unidades;• os meus algarismos são todos diferentes, todos pares e não tenho o zero.

Os papagaios

Dois filhos e dois pais foram lançar papagaios. Cada um levou e lançou o seu. Mas só voaram 3 papagaios. Como é isto possível se nenhum papagaio se estragou?

A aula de código

A turma do João foi à escola de condução. Depois de terem falado sobre regras e sinais de trânsito, foram ao parque de treino. Uns são peões, outros andam de bicicleta e alguns andam de carrinho. Ao todo estão 34 rodas em movimento.a) Quantos carrinhos e quantas bicicletas estão a ser utilizados pelas crianças, sabendo que há mais um carro do que bicicletas.

Quadro mágicosCompleta os quadrados mágicos com os algarismos de 1 a 9, de forma que a soma em coluna, linha e diagonal seja sempre 15..

8

52

79

3

A multiplicação de símbolos Descobre os símbolos e resolve cada uma das operações.

5 3 6

5 7 24x

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Sede: Praça das Comunidades Geminadas, 1- Apartado 40, 4731-909 VILA VERDE Tlf.: 253 322016 Fax: 253 324275 e-mail: [email protected]ção de Amares: Lugar de Passos, Apartado 49, 4720-999 AMARES Tlf.: 253 995400 Fax: 253 995402 e-mail: [email protected]

Delegação de Terras de Bouro - Moimenta: Rua Dr. Domingos Mário da Silva, 4840-100 TERRAS DE BOURO Tlf.: 253 357119 Fax: 253 357121 e-mail: [email protected]ção de Terras de Bouro - Gerês: Av. Manuel Francisco da Costa, 4845-061 GERÊS Tlf.: 253 397036 Fax: 253 397038 e-mail: [email protected]