Revista TI Inside - 54 - Janeiro/Fevereiro de 2010

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Ano 6 | nº 54 | janeiro/fevereiro de 2009 www.tiinside.com.br GOVERNO DIGITAL Setor público moderniza retaguarda e inova em serviços Anvisa irá rastrear medicamentos As tecnologias que vão mudar a cara da AL Brasil ganha posições no mercado offshore

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Ano 6 | nº 54 | janeiro/fevereiro de 2009 www.tiinside.com.br

governo digitalSetor público moderniza

retaguarda e inova em serviços

Anvisa irá rastrear medicamentos

As tecnologias que vão mudar a cara da AL

Brasil ganha posições no mercado offshore

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>editorial

Instituto Verificador de Circulação

Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski

EditorClaudiney Santos

RedaçãoJackeline Carvalho

(Comunicação Interativa)

ColaboradoresAlexandro Cruz e Claudio Ferreira

TI Inside OnlineErivelto Tadeu (Editor)

Pedro Canário (Repórter) Victor Hugo Alves (Repórter)

ArteEdmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe

(Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica);

Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores)

Departamento ComercialManoel Fernandez (Diretor)

e Francisco Cesar Jannuzzi (Gerente de Negócios); Marco Godoi (Gerente de Negócios Online)

e Ivaneti Longo (Assistente)

Gerente de Circulação Gislaine Gaspar

Gerente de Marketing Patricia Soderi

Gerente AdministrativaVilma Pereira

TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

SucursalSCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B -

Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 - Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF.

Jornalista ResponsávelRubens Glasberg (MT 8.965)

ImpressãoIpsis Gráfica e Editora S.A.

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização

da Glasberg A.C.R. S/A

CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

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REDAÇÃO (11) 3138-4600E-mail [email protected]

PUBLICIDADE (11) 3214-3747E-mail [email protected]

Ano 6 | nº 54 |jan/fev de 2010 | www.tiinside.com.br

Lições de eficiência na máquina pública

>sumário

O orçamento que a União reservou para aportar em soluções TIC ao longo deste ano é da ordem de R$ 7, 5 bilhões. A cifra que confere ao segmento Governo o 3º lugar

no ranking dos setores que mais investem em produtos e serviços nesta área, superado pelos Bancos e Seguradoras e pelo setor de Telecomunicações, este em momento delicado em função da revisão dos investimentos das operadoras e, portanto, passível de perder a segunda colocação.

A definição das prioridades do setor público na área de TIC, no entanto, ainda é algo bastante complexo e intrincado, que muitas vezes acaba no banco da Justiça. Mas está sendo simplificado para o bem do mercado e do próprio contribuinte, que quer transparência e informação para acompanhar os gastos da máquina administrativa, como nos ilustra a reportagem de capa desta edição.

Mas ainda há um longo caminho a percorrer até que a máquina pública atinja a maturidade e os níveis de qualidade e transparência que a sociedade almeja. O Governo está tentando cumprir sua parte, investindo na modernização tecnológica, nas redes de comunicação, no treinamento e capacitação de pessoal. Exemplo desta ação é o Rio Grande do Sul, mais especificamente a Procergs, que instituiu inclusive um sistema de meritrocacia para seus funcionários, a exemplo do que acontece com a iniciativa privada, em uma manobra para reter talentos.

Uma boa maneira para se entender os gastos e os investimentos do setor público em TIC é observando os movimentos a partir dos resultados. Há necessidades e ações na

área de relacionamento com o cliente (o contribuinte), traduzidas em portais de prestação de contas, de acesso a serviços e de consultas. Também é possível fazer uma leitura a partir das mudanças empreendidas na área administrativa, para melhorar a qualidade dos serviços, controlar os gastos e otimizar os recursos, como faz a iniciativa privada. Por fim, o governo também investe em TIC para oferecer serviços de ponta, como o Poupatempo, em São Paulo; o agendamento telefônico de matrícula escolar, em Brasília; ou mesmo a marcação de consultas e exames a partir de uma central de atendimento, projeto já empreendido em vários estados e municípios país afora.

É certo que ainda há muito o que ser feito até que o Governo seja percebido como um bom prestador de serviços, mas é igualmente correto abstrair que estas pequenas iniciativas dão sinais de inovação da máquina e, portanto, são exemplos a serem seguidos. Assim como empreendem as empresas brasileiras focadas na oferta de serviços de TI no exterior, o conhecido offshore, se espelhando no modelo indiano. Como cita a reportagem de Claudio Ferreira, primeiro vende-se o país para depois se estabelecer o negócio. Assim, a necessidade de eficiência extrapola a oferta de serviços do governo ao cidadão brasileiro, atingindo a imagem que País quer construir e explorar no mercado internacional e, conseqüentemente, exigindo que os investimentos sejam orientados a resultado, uma prática nova em se tratando do setor público.

Claudiney SantosDiretor/editor

[email protected]

Capa: EDITORIA DE ARTE/CONVERGE

NewS4 Erro de avaliaçãoSaP reconhece equívocos na política comercial

5 Sob controle55% das empresas brasileiras controlam acesso a redes sociais

GeStão6 arquivo digitalanvisa digitaliza histórico de medicamentos no País

8 Logísticaa ti na movimentação de mercadorias

tecNoLoGiA14 previsõesnasce a década das mudanças

iNfrAeStruturA24 VirtualizaçãoPopularização do conceito aquece mercado de thin clients

SerViÇoS26 OffshoreEmpresas nacionais ganham posições no mercado externo

eSPeciAL GeStão fiScAL29 avaliaçãonovas obrigações atestam nível de maturidade das empresas

e-BuSiNeSS36 Mobile marketingSetor define suas próprias regras

eSPeciAL GoVerNo18 CapaSetor público aposta em soluções de ti para aumentar eficiência

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>news

Depois de ter demitido o CEO Leo Apotheker, o presidente da SAP, Hasso Plattner, admitiu que ao longo

dos anos a empresa perdeu a confiança dos clientes. Em entrevista ao Financial Times, o executivo assumiu que a SAP cometeu alguns erros “técnicos e legais”, mas ressaltou que “nada disso pode ser colocado na conta de Apotheker”.

Ele reconheceu que fazer os clientes pagarem taxas de manutenção para os

produtos e a demora para lançar novos software foram erros estratégicos da companhia. “Nos perdemos aqui e ali em alguns momentos e agora preciso me comprometer com a equipe para revertermos esse quadro.”

Segundo o jornal britânico, Apotheker foi demitido após uma pesquisa de opinião com os funcionários da SAP, por meio da qual constatou-se que menos de 50% estavam satisfeitos com a gestão da

empresa, além de um número menor ainda ter declarado que não confiava no CEO.

Com a demissão de Apotheker, o conselho executivo da SAP optou por retomar a estrutura de co-CEO e anunciou a nomeação de Bill McDermott, chefe de organização de campo, e de Jim Hagemann Snabe, chefe de desenvolvimento de produtos, para ocuparem, juntos, o posto de presidente da multinacional alemã.

O Sintelmark, sindicato que reúne as empresas de telemarketing e marketing direto do estado de São Paulo, alega que as novas regras para pagamento do RAT geram aumento de alíquota, e o FAP (Fator

Acidentário de Prevenção), medida baixada na mesma data, aumentará a carga tributária das empresas que não cumprirem com a redução do número de acidentes de trabalho.

O Sindicato já formalizou o envio de ofícios para o Ministério da Previdência Social, Confederação Nacional de Serviços e para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O pedido de revisão da lei se baseia, segundo a entidade, no fato do setor de call center se diferenciar dos demais, uma vez que os acidentes ocorridos com os empregados das empresas prestadoras de serviço acontecem durante o trajeto de ida e volta do trabalho (acidentes de trânsito) e não pela execução da atividade em si.

“O setor não foi consultado e esse acréscimo vai impactar diretamente na folha de pagamento das prestadoras de serviço. Com contratos já fechados, elas terão de arcar com esse valor adicional”, explica Stan Braz, diretor presidente executivo do Sintelmark. Ainda segundo o dirigente, este será mais um fator que comprometerá o desenvolvimento do segmento que, atualmente, emprega 1 milhão de pessoas no

país. Somente no estado de São Paulo são 300 mil trabalhadores. Para este ano, a expectativa é de abertura de mais 125 mil novos

empregos, totalizando 425 mil empregados no setor no estado paulista, com ampliação de 8% sobre os R$ 4,2 bilhões faturados em 2009. No Brasil, o mercado deverá movimentar R$ 23,6 bilhões em negócios neste ano. Nos últimos dez anos, houve um crescimento nacional de 550% em contratação de profissionais para call center.

Legislação polêmica

A PepsiCo, empresa global do setor de alimentação e bebidas, implementará sistemas de telepresença da Cisco em seus principais escritórios em todo o

mundo. A tecnologia inclui os serviços gerenciados da BT, para maior eficiência na colaboração entre a PepsiCo e seus distribuidores e revendedores.

Os sistemas da Cisco vão proporcionar experiências de reuniões virtuais que se aproximam muito da realidade. A combinação de áudio e vídeo de alta definição constitui uma alternativa às reuniões presenciais.

“Esta nova estratégia de colaboração que implementamos com BT e Cisco vai transformar nossa maneira de trabalhar”, afirma Robert Dixon, CIO Global da companhia, para quem “as reuniões virtuais nos permitirão viajar menos - o que irá aumentar nossa produtividade e reduzir emissões de carbono. Este é um modo inteligente e atual de administrar nossos negócios”.

sindicato que reúne as empresas de telemarketing e marketing direto do estado de são Paulo pede suspensão das novas regras para o pagamento do rAT (riscos Ambientais do Trabalho), em vigor desde 1º de janeiro, para o setor de call center

SAP admite perda de confiança dos clientes

PePSico AdotA SiStemA de teLePreSeNÇA

Taxas de manutenção e a demora para lançar novos softwares foram erros estratégicos, admite principal executivo da companhia

“o setor não foi consultado e esse

acréscimo vai impactar

diretamente na folha de

pagamento das prestadoras de

serviço. com contratos já

fechados, elas terão de arcar com esse valor

adicional”stan Braz, do sintelmark

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Pesquisa realizada pela ASM – Applied Scientific Methods – identificou que o mercado brasileiro de outsourcing deve fechar este ano com uma receita de R$ 20,4 bilhões e evoluir para R$ 31,4 bilhões, em 2013. E pelo menos dois projetos anunciados em janeiro

e em fevereiro evidenciam esta tendência de forte crescimento da atividade no Brasil e na América Latina, onde Basf e Light definiram contratos que ressaltam itens identificados na sondagem da ASM como principais razões para a terceirização de serviços de TI: redução de custo (35%); foco do CIO no negócio (29%); qualidade dos serviços (18%); e acesso a inovações (16%).

A Light Serviços de Eletricidade firmou, segundo semestre de 2009, e anunciou recentemente um contrato com a Politec para a implantação do Sistema de Gerenciamento do Programa de Eficiência Energética (SGPEE), uma ferramenta de gestão, criada para padronizar as informações dos projetos em andamento, bem como as do histórico de referência dos projetos realizados pelo cliente.

Já a Basf contratou a Siemens IT Solutions and Services, divisão da Siemens especializada em outsourcing, como fornecedor sulamericano de serviços de TI, incluindo gestão dos ambientes de redes, data center, service desk e desktops, além de todas as aplicações SAP e legados. O contrato prevê atendimento à empresa no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Venezuela, Bolívia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai, e visa reduzir a complexidade da gestão de todo o ambiente.

O Gartner projetou um crescimento de 6% nos gastos em outsourcing de TI na América Latina no ano passado. Uma expectativa de crescimento que se contrapõe os dados globais, que indicam queda de 4,3% nos orçamentos das empresas para contratação de serviços de TI, incluindo BPO.

outsourcing avança entre as grandesContratos fechados pela Light e pela Basf contribuem para o avanço da terceirização de serviços de Ti o outsourcing na América Latina

Sob controle

As empresas brasileiras são as que exercem mais controle sobre o uso de mídias sociais no trabalho, segundo pesquisa da Manpower, empresa de recursos humanos que oferece serviços para todo o ciclo de negócios e de emprego das companhias, com

34 mil empregadores de 35 países. De acordo com o estudo, 55% das companhias no Brasil têm alguma política nesse sentido, contra apenas 20% na média global.

A pesquisa mostra que o setor de finanças é o que mais controla os empregados (81%), seguido de transportes (65%) e administração pública e educação (58%).

No mundo todo, o número de empresas que controlam as redes sociais é consideravelmente menor que no Brasil. As Américas apresentam uma média de 29% de instituições dizendo controlar as redes sociais: no México, 29%, Canadá, Costa Rica e Guatemala, 27%, Argentina e Peru, 26%, Colômbia, 25% e Estados Unidos, 24%. Na Ásia e no Pacífico, a média de empresas com políticas de comando fica em 25%: China, 33%, Nova Zelândia, 32%, Austrália, 31%, Hong Kong, 27%, Japão, 25%, Taiwan, 23%, Singapura, 14% e Índia 11%. Europa e África apresentaram a menor média de controle, apenas 11%. Na Polônia, apenas 1% das empresas têm políticas nesse sentido, na França, 2%, Áustria e República Tcheca, 4%, Alemanha e Suíça, 6%, Bélgica, Romênia e Suécia, 7%, Grécia, Itália e Espanha, 10%, Hungria e Noruega, 11%, Holanda, 13%, Irlanda, 15%, Reino Unido, 22%, e África do Sul, 40%.

Dos quase mil empregadores brasileiros entrevistados, 77% afirma que evitam a perda de produtividade com suas políticas de uso de mídias sociais. Para 32%, a regulamentação protege informações confidenciais das companhias. Outras razões citadas foram proteger a reputação da empresa (19%), e ajudar no recrutamento de pessoal (11%).

Pesquisa aponta que 55% das empresas brasileiras controlam o acesso a redes sociais em horário de trabalho

Por Que terceiriZAr?As principais razões para a terceirização de serviços de TI, segundo pesquisa

feita pela ASM

35%29%

18%

16%

redução de custo

foco do cio no negócio

qualidade dos serviços

acesso a inovações

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>gestão>gestão

Nacional de Controle de Medicamentos, uma ferramenta que permite rastrear os produtos.

Segundo Gabriel Rodrigues, diretor da Essence, empresa que oferece consultoria e outsourcing na área de TI, o objetivo da Lei 11.903/2009, de Rastreabilidade de Medicamentos, é diminuir o extravio e falsificação de remédios. “Para as empresas, no longo prazo, é certo que o investimento necessário no momento trará retorno. Reduzir a taxa de roubos e falsificação significa reduzir também os custos dos produtos e ganhar mercado. Sem falar na diminuição de eventuais dores de cabeça com processos legais”.

Rodrigues pondera que o número de remédios rastreados é muito grande, pois, abrange quase todos os compostos. “Além disso, o mercado pode ficar ainda maior, pois a Anvisa já sinalizou que outros mercados globais irão começar a rastrear produtos de consumo, como alimentos e bebidas; tabaco e higiene; e limpeza”, afirmou.

Desde a pré-história o homem procura registrar fatos importantes, seja na parede ou em pedras. No ano 105 D.C., o papel foi

inventado na China a partir de fibras de cânhamo trituradas e revestidas de uma fina camada de cálcio, alumínio e sílica, data depois da qual o registro ficou mais fácil sendo adotado por várias culturas.

Com o tempo, o papel perde a sua propriedade e se perde o que foi escrito. Por razões administrativas e históricas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu digitalizar um acervo com cerca de 52,6 milhões de documentos, com registros sobre medicamentos que circulam no Brasil. O arquivo tem quase um século de informações e ajuda a contar a história do tratamento médico no País.

Para garantir a integridade e qualificar o acesso dos técnicos a informações relevantes, o órgão contratou a Montreal Informática, especializada em gestão de documentos, para processar todo o acervo. O acordo foi fechado por R$ 12,4 milhões, e terá dois anos para terminar o projeto.

Segundo a integradora, o trabalho já começou e envolve 70 funcionários, todos alocados na infraestrutura montada em Brasília, respeitando a orientação de que nenhum dos documentos pode sair dos arquivos da Anvisa por questão de segurança.

O contrato inclui serviço de tratamento arquivístico (gestão de arquivamento do material em papel para possível consulta), digitalização,

fAuSto ferNANdeS

digitalização de acervo, rastreabilidade de medicamentos e procedimentos online estão entre as práticas adotadas pela Anvisa para otimizar serviços

História dos medicamentos vai para o computador

implantação do sistema de gestão eletrônica (GED) e leitura com certificação digital para os 1,7 mil funcionários credenciados pela instituição, além de treinamento.

O plano de trabalho prioriza a digitalização dos documentos mais antigos, mas inclui todo o histórico, inclusive os cerca de 540 mil novos documentos que a Agência recebe mensalmente e que também serão tratados, digitalizados e arquivados pela equipe da integradora.

Entre os benefícios gerados no proces so de digitalização de papéis estão a re dução de erros e de horas de trabalho humano, além da otimização da mão-de-obra.

Rastreabilidade Em complemento à digitalização uma

outra decisão da Anvisa está mobilizando todo o mercado de produção e distribuição de medicamentos. Desde janeiro as empresas que trabalham com produção, armaze namento, distribuição e venda de remédios estão obrigadas a informar à Anvisa o Identificador Único de Medicamentos (IUM), para o Sistema

Outra decisão da Anvisa, voltada ao uso de TIC para melhorar os serviços, coloca as farmácias no grupo de controle dos medicamentos. Desde o dia 1° de fevereiro de 2010, as petições relacionadas à Autorização de Funcionamento (AFE) de farmácias

e drogarias poderão ser encaminhadas à instituição por meio eletrônico. A medida pretende reduzir o tempo de análise dos processos e evitar o acúmulo desnecessário de papel. “O peticionamento 100% eletrônico não é obrigatório, mas recomendável, pois apresenta inúmeras vantagens. As solicitações realizadas online são tão seguras quanto a forma convencional de protocolização de documentos, além de garantirem a total rastreabilidade do processo e redução de impressões, juntamente com o fim do acúmulo desnecessário de documentos físicos”, diz Marcelo Vogler, gerente de inspeção e certificação de insumos, medicamentos e produtos da Anvisa.

desperdício nunca mais

2010 American Power Conversion Corporation. Todas as marcas são de propriedade da Schneider Electric Industries S.A.S, American Power Conversion Corporation ou de suas empresas afiliadas.E-mail: [email protected] - Al. Xingu, 850 - Barueri - São Paulo/SP – 06455-030 - www.apc.com/br

Ah claro, eles querem um outro servidor…

O Efficient Enterprise permite uma refrigeração previsível e reduz as despesas operacionais considerando:

Refrigeração acoplada à fonte de calorNossa inovadora arquitetura InRow permite uma refrigeração mais eficiente e precisa porque reduz a distância entre o pontode geração e remoção de calor.

Contenção de calorO sistema de contenção de calor da APC reduz os pontos decalor evitando a mistura de ar quente da carga com o ar frioda sala.

Gerenciamento da capacidadeO software de gerenciamento da capacidade inteligente eintegrado fornece dados em tempo real em suas demandas de energia e refrigeração.

Componentes eficientes e dimensionados corretamenteBeneficie-se da eficiência energética dimen-sionando corretamente sua infraestrutura,investindo somente no que você precisa. Os no-breaks Symmetra PX da APC oferecemalta disponibilidade para sistemas de diversas potências, são modulares, ocupam uma área compacta, e são fáceis e rápidos de instalar.Graças à baixa distorção de corrente deentrada, os cabos elétricos não precisam ser super dimensionados, resultando emeconomias consideráveis.

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...instalado amanhã,

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...sem saber se há capacidade de energia e refrigeração.

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Superaquecimento? Sobrecarga? Perda de redundância? Gerencie de maneira adequada a Capacidade de Alimentação e Refrigeração do seu Data Center. Faça já o download do White Paper # 150 da APC “Gerenciamento da Alimentação Elétrica e de Refrigeração para Data Centers”.

Quando se gerencia uma instalação por inteiro, há muito com o que se preocupar: segurança, iluminação, refrigeração, HVAC (Heating, Ventilating, and Air Conditioning). E todos esses itens são dinâmicos e necessitam de energia – especialmente o data center. Todos sabemos que o alto consumo da energia elétrica de um data center pode limitar o crescimento das empresas não apenas no que se refere aos ativos de TI, mas também ao seu fornecimento para outras dependências da instalação. Como implementar data centers de maneira rápida e fácil? Como garantir a total disponibilidade do ambiente? Existe uma formade reduzir seu atual consumo de energia?

Com o Efficient Enterprise™ da APC, você consegue tudo isso com resultados imediatos e mensuráveis.

A solução da APC oferece modularidade e escalabilidade para que você pague apenas o que utiliza; gerenciamento da capacidade para que você saiba onde colocar seu próximo servidor; e sistemas dedicados de contenção de calor e dispostos em racks que melhoram a previsibilidade térmica e de refrigeração. O Efficient Enterprise permite que você economize recursos através da eliminação previamente planejada do desperdício. Por exemplo, apenas pelo fato de trocar o sistema de refrigeração (de sala para racks), você economizará, em média, 35% do seu custo de eletricidade.

Use sua energia de maneira inteligente.

Com o Efficient Enterprise, você efetivamente irá eliminar incidentes de energia e pontos de calor, sendo mais ágil em atender às demandas de TI. Melhor ainda, você poderá evitar (ou pelo menos adiar) a construção de um novo data center porque suas instalações ocuparão um espaço mínimo. No final, tudo se resume a isso: você precisa ser o mais inteligente possível com sua energia. O que você precisa é do Efficient Enterprise.

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Relaxe, você pode fazer tudo isso com o Efficient Enterprise™.

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História dos medicamentos vai para o computador

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>gestão>gestão

para rever custos globais é preciso algo mais complexo, como rever a malha de distribuição como um todo”, explica João Mário Lourenço Filho, sócio diretor em supply chain management da IBM.

É interessante notar que estudos como o do Aberdeen Group apontam que os custos logísticos representam entre 5% a 10% do faturamento das empresas e a ineficiência nestas atividades podem implicar valores ainda maiores. Apenas a conta frete é responsável por cerca de 50% destes custos e por isso demanda das empresas uma especial atenção à gestão e aos indicadores. Apenas com o uso de automatização é possível reduzir essa conta em algo entre 8% e 12%.

O fator transportePara entender a estratégia

utilizada por empresas que alcançaram sucesso na gestão dos gastos logísticos no Brasil, a Webb – provedor com forte atuação no setor – consolidou a opinião de 85 executivos de empresas de grande e

Muitas corpora-ções, especializa-das em logística ou com uma área de porte, já saíram do

controle feito em prancheta ou Excel ao investirem em sistemas de ERP ou de controle específico. Enquanto um bom contingente ainda está nessa “arrumação da casa”, se fala na metade das empresas, os outros 50% estão em um chamado estágio 2 – quem já finalizou a informatização da infraestrutura – e partem para soluções que trazem maior controle de tráfego de mercadoria, como captura móvel de informações e uso de Wi-Fi, por exemplo, buscando obter maior performance, mais controle do processo e menor custo.

No entanto, os executivos dos fornecedores de solução admitem que ainda falta uma boa estrada para que o setor possa ser considerado maduro como um todo na utilização de TI, principalmente se comparado com o que acontece no exterior. “Lá fora existem mais empresas especializadas em tecnologia e as soluções são mais baratas, o que torna a tecnologia mais acessível. A própria infraestrutura de telecomunicações tem maior

o setor de logística tem ampliado seus investimentos em Ti nos últimos anos, mesmo com o baque em 2009 por conta da crise, em meio a diferentes estágios de desenvolvimento tecnológico no setor. Conheça quem investe, no que gasta e as soluções possíveis

A Ti na movimentação de mercadorias

consolidação e mais anos de janela”, garante Wagner Bernardes, diretor de marketing e vendas da Seal, que possui produtos para mobilidade e captura de dados.

No geral, como avalia Hilton Rocha, consultor de negócios e processos em supply chain da Infor – empresa global que trabalha em mais de 100 países e 70 mil clientes com especialização em soluções para a gestão de cadeias logísticas –, os investimentos totais do setor em TI no Brasil ainda são baixos. “Vem crescendo, mas ainda não atingiu um bom nível. As corporações que adquirem serviços logísticos, por exemplo, ainda se preocupam com o menor custo final e não com o valor agregado, e isto se reflete nos investimentos em automatização. Entre um servidor e uma empilhadeira, se investe no segundo. E TI ainda não é explorado da forma como deveria, até porque logística é vista como despesa em muitas empresas”, garante o executivo.

Uma saída é mostrar que as soluções de TI não fazem parte do custo e sim do investimento com retorno de médio ou mesmo longo prazo, e muitas vezes com avanços tangíveis e outros intangíveis. “Essa percepção está mudando, a crise ajudou nesse sentido. No entanto,

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médio porte de diversos segmentos. Ao longo do último ano, metade das empresas pesquisadas constatou aumento nos custos de transporte. Em resposta, as principais estratégias adotadas foram o aperfeiçoamento da análise dos gastos, seguido pela melhoria dos processos de contratação e execução da operação de transporte, citados respectivamente por 52%, 46% e 42% dos participantes.

Por outro lado, uma outra parcela das empresas pesquisadas (30%) se destacou por ter reduzido mais de 5% na proporção dos gastos com transportes sobre o faturamento em relação ao ano anterior. Tal redução deve-se à implantação de processos e ferramentas mais eficazes para análise de gastos, seleção, contratação e pagamento de serviços de transportes (veja mais no BOX: Para atingir o Nirvana).

Para se fazer uma comparação com o que acontece no mundo, outra pesquisa global da IBM, feita junto a 400 executivos de 29 verticais – excetuando a América Latina –

identificou quatro desafios no setor: a visibilidade das informações da cadeia de suprimentos (70%), o gerenciamento de riscos (60%), o aumento das demandas dos clientes (56%) e os custos do setor (55%). Portanto com questões bem mais amplas que o identificado localmente.

De acordo com Lourenço Filho, da IBM, no entanto, as empresas com a infraestrutura logística evoluída, mesmo no Brasil, também teriam as mesmas preocupações.

“Encontramos respostas para os quatro temas a partir do que chamamos de 3 “is” (interconectado, instrumentado e inteligente). Isso pode ser traduzido, no futuro, por termos todas as transações automatizadas, com uma alta interconexão entre os participantes da cadeia, assim como deve existir colaboração e ferramentas que

tragam inteligência ao processo, permitindo simulações e predições de cenários”, explica.

abrindo a carteiraNa fotografia do mercado, os

grandes provedores logísticos já atingiram um bom patamar de utilização da TI ao contrário dos pequenos e médios prestadores de serviço. Isso se deve à demanda dos clientes de porte, fazendo com que os provedores de serviço precisem ter

melhores práticas de controle, infraestrutura bem montada, sistemas confiáveis e grande visibilidade. Já as corporações que possuem áreas logísticas têm não apenas a questão do porte como definidor de investimentos como também a vertical em que atuam e mesmo o custo/benefício dos projetos. “De modo geral, empresas de bens de consumo

Veja a seguir os Dez Mandamentos para atingir a redução do custo de transporte (*) e aumentar a eficiência da cadeia produtiva.

para atingir o nirvana

1 Rede flexível: as decisões da cadeia de suprimentos e de produção influem na economia do transporte. Uma

compreensão completa da rede faz avaliar e redesenhar as cadeias de suprimento de tal modo que fornecedores, produtores, distribuidores e varejistas estejam alinhados às condições vantajosas de frete que reduzem custos e aprimoram o serviço.

2 Fixe orçamentos e meça o progresso: o velho ditado já diz que não se pode administrar o que não se pode medir.

Entenda seu orçamento de transporte e compare-o cautelosamente com os padrões do mercado. Controle desde linhas de produtos, taxas, serviços e modos, incluindo indicadores-chave de performance. Uma administração abrangente e cuidadosa garante maior visibilidade na rede, conforme mudanças vão ocorrendo.

3 Melhore as estratégias do processo: utilize as redes de transporte para intensificar o cross-docking e evitar

postergações, reduzindo os tempos de entrega e melhorando o capital de giro.

4 Negocie limitações de preço e capacidades a longo termo: equilibre o preço com a capacidade de

expansão do distribuidor, conforme se dê o crescimento de seus negócios.

5 Otimize o cumprimento de entrega: assegure-se de que suas despesas com frete estão adequadas. Exija o cumprimento

das guias de rotas para evitar despesas não orçadas com fretes.

6 Melhore o planejamento de transporte: se pagou pelo espaço, então use-o. Conhecer de perto os pontos de carga e

descarga, o tamanho e a natureza da mercadoria a ser transportada torna o uso de cada metro cúbico de espaço mais eficiente.

7 Aprimore a consolidação de saída: certifique-se de inserir o maior volume de carga possível em cada container e

verifique que todos os fretes e modos sejam otimizados.

8 Amplie a visão: desde a entrada do pedido até a entrega final, inteire-se do que se passa em todo o processo e

antecipe as ações a serem realizadas.

9 Melhore os processos de execução: apenas pague pelo que acordou em contrato. Audite constantemente os

carregamentos de forma a certificar-se de que todos os termos previamente consentidos estão sendo cumpridos.

10 Integração: enxergue os processos de transporte e comércio como algo integrado, a fim de compreender o

quanto um impacta no outro.

(*) Fonte: Infor

apenas com o uso de automatização é possível reduzir o custo logístico em algo entre 8% e 12%

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>gestão

opera no Brasil desde 1982 na distribuição para os mercados de food service e bebidas atendendo diversos hotéis e hospitais, assegurando o alto nível de qualidade e segurança alimentar. Atuante com uma cadeia ampla de clientes e fornecedores, a companhia investiu em processos logísticos e em dois sistemas, o Route Control System (RCS) e o Quality Management System (QMS), com o objetivo de aprimorar o controle da sua cadeia de valor. O primeiro atua como controle das atividades de frota e o QMS é um sistema de qualidade voltado para o gerenciamento de armazéns.

“A empresa sempre primou pela excelência em sua distribuição. Agora com essas inovações vamos

ter um controle remoto online de toda a operação e de tudo o que está acontecendo com os caminhões em qualquer parte do País. Sem contar que o controle dos produtos nos armazéns será aprimorado, trazendo melhora substancial na velocidade de resposta aos clientes, otimização do nível de serviço e redução de custos”, garante Ives Uliana, diretor de operações e supply chain da Martin-Brower. Com os novos sistemas será possível conseguir mais velocidade de resposta e redução de custos, pela melhoria na

agilidade dos processos. O RCS controla toda a telemetria

dos veículos, com dados da quilometragem, consumo de combustível, paradas e velocidade, entre outras amostragens, e é composto de um computador de bordo e um handheld carregado pelo motorista. As informações são capturadas automaticamente pelo computador de bordo e outras inseridas no handheld pelo motorista e com a utilização da tecnologia bluetooth e são transmitidas via rede sem fio, o que agiliza a obtenção e o processamento dos dados. Informações que geram relatórios de desempenho do veículo, dados gerais da viagem e das entregas e até da forma de dirigir do condutor. Além disso, há o monitoramento via satélite dos veículos, que podem ser acompanhados em tempo real por qualquer computador que tenha acesso à internet.

Já o QMS tem foco na qualidade dos produtos e serviços. E com ele a Martin aperfeiçoará a operação de seus cinco armazéns, com detalhes e controle dos lotes de produtos, desde a sua chegada até o carregamento e despacho aos clientes. “Isso é feito através de etiquetas e leitores de códigos de barras, dentro do JDE, nosso ERP”, explica o executivo. E torna possível a visualização da atuação da empresa como um todo, permitindo uma melhor integração entre compras, armazém e vendas.

Profissionais das áreas de TI e de operações da empresa estiveram envolvidos por meses no processo de aperfeiçoamento e atualização dos sistemas.

Saindo do papelOutra empresa que faz

investimentos pesados na área logística é a Suzano Papel e Celulose, que pretende automatizar todos os seus terminais marítimos e já fez importantes movimentos na área. Afinal, com a entrada em operação da Linha 2 da Unidade Mucuri, no extremo sul da Bahia, a

e varejo são os que mais investem. Muitos mercados se espelham neles, por terem mais giro. Por outro lado, os mais adormecidos são os de commodities”, aponta Gustavo Figueiredo, diretor de logística da Webb.

Nos últimos anos, como falamos, o investimento é crescente, mas a crise econômica bateu firme na dicotomia TI-logística. Muitos projetos foram engavetados e se a redução do dólar poderia servir como uma alavanca para baratear as soluções e equipamentos, também reduziu o lucro de setores de exportação, que movimentam uma boa parcela do tráfego de produtos.

A maior demanda do setor passa pela melhoria da infraestrutura, algumas vezes até em equipamentos básicos, evolui em alguns casos para a melhoria dos processos com maior automatização e ainda chegando à inteligência operacional. “Temos uma procura por redesenho da cadeia e em planejamento tático e operacional, desde malha viária até o uso de múltiplos modais (formas de transporte de cargas)”, garante Rocha, da Infor. Outras tecnologias emergentes já chegam a uma curva de aceitação importante como o uso de coletores de dados com uso de voz, RFID (identificação por radiofreqüência), uso de Wi-Fi (rede local sem fio) e rastreamento de veículos e cargas.

A visibilidade da cadeia também é um fator que preocupa localmente. “Ainda estamos na infância na questão de enxergar a cadeia como um todo. Precisamos avançar em sistemas de ECR (Efficient Consumer Response), por exemplo”, admite Mario Mohry, diretor de supply chain da Pepsico, que participou de evento da IBM sobre o tema. Como a companhia trabalha diretamente, entregando o produto nas cadeias de lojas para o consumidor final, as respostas podem e devem ser mais dinâmicas. “Vamos testar novas formas de venda para aveia e precisamos avaliar o feedback da nossa estratégia, algo que sem o ferramental apropriado seria impossível”, completa.

Investir é preciso Fundada há mais de 50 anos nos

Estados Unidos, a Martin-Brower

“Lá fora existem mais empresas

especializadas em tecnologia e as

soluções são mais baratas, o que

torna a tecnologia mais acessível. A

própria infraestrutura de

telecomunicações tem maior

consolidação e mais anos de

janela”

Wagner Ber-nardes, da Seal

a maior demanda do setor passa pela infraestrutura e evolui para a automação de processos

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>gestãocompanhia - maior exportadora de containers do tipo dry do País - praticamente triplicou sua capacidade de produção. Atualmente, o objetivo é a referência mundial em inovação e tecnologia logística. Uma forma de garantir competitividade no ambiente global.

A Suzano iniciou a implementação do projeto de automação dos terminais marítimos no exterior com o objetivo de integrar as áreas de negócios da empresa aos operadores logísticos. Desenvolvido em conjunto entre as áreas de logística, comercial e TI, o projeto tem como foco a visibilidade de todo o processo, bem como a integridade das informações.

Fruto da parceria com a Sisplan, o projeto possibilitou também automatizar processos que eram feitos manualmente pelos escritórios de vendas internacionais nos Estados Unidos e Europa, além de rastrear a mercadoria desde a sua fabricação até a entrega ao cliente final em qualquer parte do mundo. Em fase de implementação na Europa (em oito terminais), o projeto levou dois meses para ser concluído nos Estados Unidos (seis terminais), onde opera desde agosto do ano passado.

Gestão é a palavraUtilizando a TI como motor das

mudanças, tanto na gestão como operação, a empresa tem como meta desenvolver projetos de monitoramento de containers, automação de terminais, gerenciamento de abastecimento de madeira, insumos e escoamento de produtos acabado, entre outras iniciativas. Nos últimos dois anos, a Suzano implementou sistemas de gestão por indicadores para custos logísticos, performance e serviços, desenvolveu um projeto de benchmarking, padronizou com sucesso os procedimentos e sistemas operacionais nas unidades de Embu e Limeira, ambas em São Paulo. Outra iniciativa foi a criação da área de Inteligência Logística, que desenvolveu serviços sobre medida para seus clientes e adotou a metodologia 6 Sigma para direcionar os esforços da área para a maior produtividade com qualidade.

O tráfego de caminhões utilizados pela empresa chega a mil viagens por dia entre expedição e

entrada de insumos. E para controlar essa frota, a Suzano implantou o Cecol – Centro de Controle de Operações Logísticas, um sistema integrado de gerenciamento de abastecimento de madeira (Cecom), insumos (Cecoi) e escoamento de produtos acabados (Cecop). O projeto inovador, que otimizará e dará suporte à logística na Unidade Mucuri, utiliza os mais avançados recursos de tecnologia da informação e permitirá redução de custos da ordem de R$ 1,2 milhão ao ano. O sistema controla o abastecimento de madeira desde o carregamento até a

estudos como o do aBerdeen group apontam que os custos logísticos representam entre 5% a 10% do faturamento das empresas...

... a ineficiência nestas atividades podem implicar valores ainda maiores... apenas a conta frete é responsável por cerca de 50% destes custos

... com a automatização é possível reduzir essa conta em algo entre 8% e 12%

fábrica, rastreando os caminhões com sistema GPS.

Outro investimento em destaque é o monitoramento do transporte de containers, desenvolvido em parceria com a GT Nexus e a Multicom.net. Com a nova ferramenta é possível visualizar a posição de seus navios nos oceanos do mundo todo e emitir alertas sobre atrasos ou mudanças nos prazos de entrega, o que traz melhorias no atendimento aos clientes internacionais, podendo posicioná-los com antecedência e precisão sobre o prazo de entrega da carga.

a oferta agoraComo vimos, existe uma grande

diversidade de como os fornecedores estão trabalhando os novos projetos do setor. A Seal, por exemplo, acredita no corpo-a-corpo, com eventos e palestras para falar sobre os ganhos da tecnologia e disseminar o uso de seus equipamentos. “Em março teremos o nosso webinar, mostrando a experiência dos clientes, o que gera uma identificação de quem deseja investir. Acredito em uma demanda por soluções que saiam das quatro paredes, como mobilidade”, garante Bernardes.

Já a Infor se adequa à demanda do Brasil. “Em termos de tendências, acho que estamos até alinhados com o mundo, mas pelo gap de investimentos temos mais possibilidades de crescimento por aqui”, assegura Rocha. Falando em soluções, a empresa possui desde sistemas para o planejamento estratégico, indicando o tático e operacional, englobando todo o supply chain, até a venda de seu ERP integrado a ferramentas de SOA, além de outros sistemas de gestão, com foco no tema logístico.

Porém, existem os otimistas. “Queremos dobrar de tamanho nestas soluções este ano. O limite para os provedores de tecnologia será a capacidade de conseguir entregar e customizar os sistemas para os clientes”, explica Figueiredo, da Webb. O foco para conseguir estes resultados será no ciclo das empresas, com soluções que evoluem do pedido, passando pela integração aos sistemas de ERP, até a rastreabilidade e controle das cargas. (C.F.)

“de modo geral, empresas de

bens de consumo e

varejo são os que mais

investem. Muitos mercados se

espelham neles, por terem mais giro. Por outro lado, os mais

adormecidos são os de

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Gustavo Figueiredo,

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>tecnologia

seus negócios. Mobilidade, web 2.0 e otimização de hardware (cloud computing) estão entre os conceitos e tecnologias apontados pelas duas consultorias como prioridades para 2010.

De acordo com o estudo “Latin America Predictions 2010 – Recovery and Transformation” (Previsões 2010 para a América Latina - Recuperação e Transformação), feito pela IDC, a estimativa é que a região investirá, este ano, cerca de US$ 4 bilhões em projetos de infraestrutura wireless, com o consumo respondendo à oferta até chegar a 11,2 milhões em assinaturas de banda larga móvel.

Brasil e México receberão grandes ofertas de serviços triple-play (voz, vídeo e dados unificados), mas não ficarão apenas nisso. Outro destaque apontado pela consultoria será a consolidação de “rich collaboration”, a integração de soluções de comunicação em ofertas agregadas. Além disso, operações de cloud services devem crescer até 45%.

O transporte óptico, routing, switching, infraestrutura de vídeo e tecnologias de acesso da próxima geração (WiMAX e LTE) também terão destaque significativo em 2010. Com os gastos em TIC retornando a níveis de pré-crise, a IDC acredita que a transformação do investimento terá impacto positivo em todas as áreas da indústria. Além disso, o mercado assistirá à contínua maturação dos serviços de computação em nuvem (cloud services) e seu modelo de consumo.

Sim, janeiro já está na contabilidade do passado. E em 2010, segundo especialistas econômicos, a contagem do tempo

será mais rápida para compensar a lentidão de 2009, provocada pela crise econômica internacional. É fevereiro, Carnaval, e bom momento para rever planos e alinhar estratégias internas às tendências de mercado, ao menos para não estar em descompasso com a concorrência.

Segundo o Gartner, os gastos mundiais em tecnologia da informação chegarão a aproximadamente US$ 3,4 trilhões, algo 4,6% acima de 2009. Os países emergentes serão os líderes nesta retomada, tendo a América Latina como carro-chefe.

O crescimento das despesas de TIC em mercados emergentes (com exceção da Europa Central e Oriental e alguns do Golfo) tem foco na evolução. Por isso, os investimentos serão altos este ano, chegando a 9,3% na América Latina; 7,7% no Oriente Médio e África; e 7% na região Ásia/Pacífico. Já a recuperação na Europa Ocidental, Estados Unidos e Japão será mais lenta, com a Europa Ocidental chegando a 5,2%, os EUA 2,5% e no Japão 1,8% de aumento.

“Nesse início de 2010, vários fatores estão conspirando para moldar os padrões de gastos com TIC nos próximos anos”, diz Richard Gordon, vice-presidente de pesquisas do

Gartner. “No último trimestre de 2009, não esperávamos ver os gastos com TIC em uma recuperação para os níveis de 2008. Porém, agora, com a perspectiva de alta do dólar, estamos projetando uma despesa global de TIC próxima àquele ano”, completa.

Segundo Gordon, embora a recuperação seja lenta ao longo dos próximos 12 e 18 meses, o produto interno bruto (PIB) será projetado em sintonia com a confiança do consumidor, além da retomada da disponibilidade de crédito.

Falando em tecnologia...Na liderança dos investimentos em

TIC, as empresas da América Latina se destacam pela inovação que impõem aos

numa “tradução” das tendências econômicas para o universo TiC este ano, as grandes consultorias deste segmento – Gartner e idC – identificam tecnologias e destacam a América Latina como importante alavanca para os negócios mundiais

JAckeLiNe cArVALho

retrospectiva

Um balanço de 2009, feito pelo Gartner, aponta que os segmentos mais importantes

do setor TIC atingidos pela crise foram: hardware de computação; software; serviços de TI; telecom; e serviços de telecomunicações.

Os resultados mostram que o setor de hardware teve uma redução de 13,9% nos investimentos; software foi de menos 2,1%; as compras para o setor de telecom apresentaram uma queda de 3,6%; e a contratação de serviços de TI resultou em 3,5% negativos.

nasce a década das mudanças

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j A n e i r o / f e v e r e i r o d e 2 0 1 0 | T i i n s i d e 1 5

Gartner prevê mudanças no equilíbrio do controle e do poder em Ti

sob nova direção

O Gartner destacou as principais previsões que abrangem mudanças no enfoque das organizações e das pessoas sobre TI para

os próximos anos. Os tópicos abordados na lista deste ano falam sobre a mudança do equilíbrio do poder e do foco em TI.

“Ao mesmo tempo em que as organizações fazem planos para percorrer a recuperação econômica e se preparar para o retorno do crescimento, o foco de nossas previsões para 2010 está no impacto das mudanças críticas no equilíbrio do controle e do poder em TI. Com o maior cuidado financeiro e regulatório para todas as decisões de investimentos nesta área, poucas organizações não serão afetadas”, afirma o vice-presidente do Gartner, Brian Gammage.

O vice-presidente de pesquisas do Gartner, Daryl Plummer, destaca que, os desafios econômicos e orçamentários de 2009 levaram muitas organizações a importantes mudanças na governança geral das decisões de investimentos em TI, acelerando a tendência de uma maior prestação de contas e transparência.

“Com forte ênfase em justificativas para cada negócio, os diretores financeiros (CFOs) assumiram um papel mais ativo. Embora muitas organizações tenham entrado em 2010 preparando-se para o retorno do crescimento, é improvável que esse cuidado financeiro seja enfatizado tão logo. Para os líderes de TI, uma maior fluência na linguagem dos negócios tornou-se uma exigência”, completa Plummer.

O objetivo das previsões do Gartner é alertar os leitores a agirem e se posicionarem para aproveitar as vantagens das mudanças que se aproximam, e não serem prejudicados por elas. As principais previsões do Gartner para os próximos anos são:

CLOUD COMpUTINGaté 2012, 20% das empresas não

terão ativos de TIMuitas tendências interrelacionadas

estão impulsionando esse movimento de reduzir os ativos de hardware de TI, tais

como virtualização, cloud computing e profissionais usando sistemas de desktops e notebooks em redes corporativas.

A necessidade de hardware de computação, seja nos data centers ou nas mesas dos funcionários, não desaparecerá. Porém, se a propriedade do hardware passar para terceiros, então haverá mudanças maiores em cada faceta da indústria de hardware de TI. Por exemplo, os orçamentos empresariais de TI vão se contrair ou serão realocados para projetos mais estratégicos; a equipe de TI das empresas será reduzida ou reeducada para atender às novas exigências e/ou a distribuição do hardware terá que mudar radicalmente para atender às exigências dos novos pontos de compra de hardware de TI.

até 2012, as companhias de serviços de TI centralizadas na Índia vão representar 20% dos principais agregadores em nuvens do mercado (por meio de ofertas de serviços em nuvem)

O Gartner vê as companhias de serviços de TI centralizadas na Índia alavancando as posições de mercado e os níveis de confiança estabelecidos para explorar modelos de crescimento de receitas não lineares (que não estão diretamente correlacionados ao crescimento baseado no trabalho) e trabalhando com esforços de pesquisa & desenvolvimento (P&D) de interesse, especialmente na área de computação em nuvem. O trabalho coletivo dos fornecedores centralizados na Índia representa um segmento importante dos agregadores em nuvens do mercado, que oferecerão opções de terceirização que viabilizem nuvens (também conhecidos como cloud services).

WEB 2.0até 2012, o Facebook vai se tornar

o hub para integração de redes sociais e socialização web

Por meio do Facebook Connect e outros mecanismos similares, o Facebook vai dar suporte e terá um papel fundamental no desenvolvimento da web social distribuída e interoperável. Na medida em que o Facebook continua a

crescer e a superar outras redes sociais, essa interoperabilidade vai se tornar crítica para o sucesso e a sobrevivência de outras redes sociais, canais de comunicação e sites de mídia.

Outras redes sociais (incluindo o Twitter) vão continuar a evoluir, buscando maior adoção e especialização com áreas de comunicação e conteúdo, mas o Facebook representará um denominador comum a todas elas.

TI VERDEaté 2014, a maioria dos cases

de negócios de TI vai incluir os custos da correção do carbono

Hoje, a vitalização dos servidores e o gerenciamento da energia dos desktops demonstram economias substanciais nos custos com energia e essas economias podem ajudar a justificar os projetos. A incorporação dos custos do carbono nos negócios fornece mais uma medida das economias e prepara a organização para um maior exame do seu impacto de carbono.

As pressões econômicas e políticas para demonstrar responsabilidade pelas emissões de dióxido de carbono vão forçar mais empresas a quantificar os custos do carbono nos negócios. Os fornecedores terão que fornecer estatísticas sobre o ciclo de vida do carbono para seus produtos ou encarar a erosão de sua participação no mercado. A incorporação dos custos do carbono nos negócios vai apenas acelerar levemente os ciclos de substituição. Uma estimativa razoável para o custo do carbono em operações típicas de TI seria um ou dois pontos porcentuais dos custos gerais. Portanto, a prestação de contas sobre o carbono vai, provavelmente, alterar o market share, mas não o tamanho do mercado.

Em 2012, 60% das emissões de gases estufa na vida total dos pCs terão ocorrido antes que o usuário ligue a máquina pela primeira vez

O progresso no sentido de reduzir a energia necessária para montar um PC tem sido lento. Por todo o seu ciclo de

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1 6 T i i n s i d e | j A n e i r o / f e v e r e i r o d e 2 0 1 0

>tecnologiavida, um PC típico consome dez vezes seu próprio peso em combustíveis fósseis, mas cerca de 80% do uso energético total de um PC ocorre durante a produção e o transporte.

A maior consciência entre os compradores e aqueles que influenciam a compra, a maior pressão dos rótulos ecológicos (eco-labels), as crescentes pressões de custo e a pressão social alertaram a indústria de TI para o problema das emissões de gases estufa. Agora, os pedidos de oferta (RFPs) buscam critérios relacionados ao ambiente nos produtos e nos fornecedores. A consciência ambiental e a pressão legislativa vão aumentar o reconhecimento das emissões de dióxido de carbono na produção e nas atividades de uso. Os provedores de tecnologias devem prever que lhes será solicitado que forneçam dados sobre as emissões de dióxido de carbono para um número crescente de clientes.

e-MaRKETINGO marketing via internet será

regulamentado até 2015, controlando mais de US$ 250 bilhões em gastos mundialmente

Apesar dos esforços internacionais para eliminar “spams”, as “sujeiras” de marketing são abundantes em todos os canais de marketing. A pressão por uma maior prestação de contas significa que a reação de consumidores incomodados vai provavelmente direcionar a legislação para regulamentar o marketing pela internet. As companhias que focam a internet primariamente com objetivos de marketing deverão se ver impossibilitadas de comercializar com os clientes de forma eficaz, colocando-se em desvantagem competitiva quando as novas leis entrarem em vigor. Apesar do alto crescimento, os fornecedores que concentram-se unicamente e vendem pre dominante-mente soluções de marketing via internet vão se defrontar com um mercado em declínio, pois as companhias vão dirigir os fundos de marketing a outros canais para compensar.

MOBILIDaDEaté 2014, mais de 3 bilhões de

pessoas poderão efetuar transações eletronicamente via tecnologia de celulares ou internet

As economias emergentes verão rapidamente o crescimento da adoção de celulares e da internet até 2014. Ao mesmo tempo, os progressos nos

pagamentos, comércio e operações bancárias via dispositivos móveis estão facilitando as transações eletrônicas via celular ou Internet no PC. A combinação dessas duas tendências cria uma situação na qual uma maioria significativa da população adulta do mundo vai poder efetuar transações eletrônicas até 2014.

A pesquisa do Gartner prevê que, até 2014, haverá uma taxa de penetração de dispositivos móveis de 90% e 6,5 bilhões de conexões móveis. A penetração não será uniforme, pois continentes como a Ásia (excluindo-se o Japão) verão uma penetração de 68% e a África, 56%. Embora nem todas as pessoas que tenham um celular ou acesso à internet vão efetuar transações eletrônicas, cada uma delas poderá fazer isso. As transa-ções em dinheiro continuarão a ser dominantes nos mercados emergentes até 2014, mas as bases para as transa-ções eletrônicas estão em andamento para a maioria do mundo adulto.

até 2015, o contexto será tão influente para os serviços móveis de consumo e relacionamento quanto os mecanismos de busca são para a web

Enquanto a busca fornece a “chave” para organizar informações e serviços para a web, o contexto será a “chave” para oferecer experiências personalizadas por meio de smartphones ou qualquer interação que um usuário final tenha com a tecnologia da informação. Os sistemas de busca são centrados na criação de conteúdo que chame a atenção e possa ser analisado. O contexto vai se concentrar em padrões de observação, particularmente a localização, presença e interações sociais. Além disso, embora a busca tenha sido baseada em um conjunto de informações da web, os serviços enriquecidos com contexto vão, em muitos casos, pré-propagar ou extrair informações para os usuários.

A posição mais poderosa no modelo de negócios de contexto será a de um provedor de contexto. Provedores de Web, dispositivos, plataformas sociais, serviços de telecomunicação, fornecedores de software e fornecedores de infraestruturas de comunicação vão competir para se tornarem provedores de contextos significativos nos próximos três anos. Qualquer fornecedor da web que não se torne um provedor de contexto arrisca-se a ceder a proprie dade efetiva do cliente a outro provedor de contexto, que vai impactar os negó cios clássicos e móveis dos fornecedores.

até 2013, os telefones celulares vão ultrapassar os pCs como dispositivo mais comum para acesso à web

De acordo com as estimativas do Gartner, o número total de PCs em uso chegará a 1,78 bilhão de unidades em 2013. Até 2013, a base instalada combinada de smartphones e telefones equipados com navegadores vai ultrapassar 1,82 bilhão de unidades e, dali em diante, será maior do que a base instalada de PCs.

Tipicamente, os usuários de dispositivos móveis estão preparados para dar menos cliques em um site web do que os usuários que acessam em um PC. Embora um número crescente de sites e aplicações baseadas na web ofereça suporte para dispositivos móveis pequenos, muitos ainda não o fazem. Os sites que não forem otimizados para formatos de tela menores vão se tornar uma barreira de mercado para seus proprietários - muito conteúdo e muitos sites terão que ser reformatados/reconstruídos.

mapa do crescimento

a alta dos investimentos em tic em 2010 ocorrerá

primeiro para repor as perdas de 2009. a tendência

é de grandes aportes em inovação.

veja a projeção, por região, feita pelo gartner:

(PerceNtuAL de creScimeNto X reGião)

9,3%7,7%7,0%5,2%2,5%1,8%

América Latina

oriente médio e África

Ásia/Pacífico

europa ocidental

euA

Japão

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Destaque no Guia de Melhores MBAs do Brasil pelo8º ano consecutivo:

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Ti Inside pos 23,0x30,5:Layout 1 14/01/10 16:05 Page 1

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1 8 T i i n s i d e | j A n e i r o / f e v e r e i r o d e 2 0 1 0

ALeXANdro cruZ*

Quais foram os projetos de tecnologia implementados durante 2009 pelos governantes brasileiros? Apesar da crise que abalou o mundo, o País manteve seu programa de incentivo às melhorias operacionais com o advento tecnológico? Uma radiografia tirada pela TI Inside mostra o quê alguns setores do poder público fizeram para melhorar as roldanas desse engenho estatal no ano passado e quais as propostas para 2010

A Ti que move a máquina pública

Constantes melhorias no processo construtivo, redução de tempo e custos durante a produção e, principalmente, gerenciamento de tudo o

que acontece em uma empresa são alguns dos benefícios alcançados com investimentos maciços em soluções tecnologia da informação e comunicação (TIC). Com uma constatação mais do que notória, a máquina pública brasileira é a que mais segue à risca esse conceito, aplicando parte do orçamento na aquisições de novos recursos tecnológicos a fim de melhorar os serviços.

Até 2001, a cifra destinada a esses recursos não possuía detalhamento e, em casos como o do Ministério da Educação, a compra de equipamentos (computadores e impressoras) ou softwares se enquadrava à verba destinada à compra de material educacional. Assim como lembra o Secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna dos Santos, antes era difícil identificar a aplicação do dinheiro público, porque investimentos e despesas eram misturados e não tinham qualquer detalhamento. “Não aparecia uma classificação TI, e isso era um problema de contabilidade para a União”, recorda.

Foi quando, em 2002, o Orçamento Geral da União passou a disponibilizar informações sobre a quantia que os três poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário) pretendiam

gastar durante o ano com TIC. No primeiro ano pós-determinação, o repasse superou R$ 3 bilhões, aplicados exclusivamente na implantação e manutenção de sistemas informatizados.

Como antes o governo federal só tinha uma noção aproximada do volume de investimentos na área, com a nova regra, a previsão orçamentária tornou-se mais exata. “Ficou muito mais fácil identificar os gastos do governo federal, quer seja na manutenção da

infraestrutura de TI, já montada ao longo dos últimos anos, ou mesmo para identificar a direção dos aportes que se pretende fazer”, comenta o secretário.

Segundo Rogério Santanna, em 2009, incluindo a Câmara dos Deputados, Senado, Tribunal de Contas, Supremo Tribunal Federal, Tribunal de Justiça, Justiça Militar Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Ministério do Trabalho e Emprego, Previdência e

>especial governo

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mArcoS mAZoNi, do SerPro: oS SerViÇoS reALiZAdoS PeLo SerPro em 2009 focArAm AS meLhoriAS de todA iNfrAeStruturA como A rede utiLiZAdA PeLA receitA federAL, ALém dA AQuiSiÇão de hArdwAre, SoftwAre e eQuiPAmeNtoS iNterNoS, iNStALAdoS em São PAuLo e No rio de JANeiro

“Não Se PeNSA mAiS em ProceSSoS de GoVerNo Sem A utiLiZAÇão de tic. hoJe, tudo é BASeAdo em SiStemA de iNformAÇão tecNoLóGicA”, roGério SANtANNA doS SANtoS, SecretÁrio de LoGíSticA e tecNoLoGiA dA iNformAÇão do miNiStério do PLANeJAmeNto

todos os Ministérios, os números atingiram R$ 4.571.892.455. Lembrando que o valor total do OGU (Orçamento Geral da União), do ano passado, foi de R$ 1,658 trilhão.

Em sequência, as pastas públicas que mais investiram em TICs no ano passado foram: Ministério da Fazenda, com R$ 1,394 bilhão; Previdência Social, com R$ 518 milhões; Tribunal Superior Eleitoral, com R$ 405 milhões; Ministério da Educação, com R$ 335 milhões; e Ministério da Saúde, com R$ 232 milhões. “Isso inclui gastos com desenvolvimento de sistemas, contratação de empresas públicas ou privadas, toda parte de aquisição de hardware e software, consultoria, processamento de dados e serviços de terceirização”, complementa Santanna.

Para 2010, estima-se que o valor total do Orçamento da União chegue a R$ 1,860 trilhão, cabendo a TIC uma parcela de R$ 7.495.352.572. “Não se pensa mais em processos de governo sem a utilização de TIC. Hoje, tudo é baseado em sistema de informação tecnológica”, avalia o secretário.

Essas cifras mostram o grau de preocupação dos governos quanto ao desenvolvimento da máquina pública, auxiliado pela tecnologia da informação. Porém, muitos desses investimentos ainda são alinhados a gastos de outros setores, como o composto na área de educação.

Com o objetivo de obter informações detalhadas sobre como estão sendo empenhadas as verbas públicas em soluções tecnológicas, a TI Inside entrevistou alguns representantes das esferas federal, estadual e da União. Identificou projetos, tendências e resultados listados a seguir.

O papel do segundo setorO setor privado é o maior

desenvolvedor tecnológico, principal cliente e também provedor do Estado. Para o executivo Pedro Pedini, gerente de consultoria da PromonLogicalis no Brasil, por ser um grande consumidor de tecnologia, o governo precisa sempre de inovações em telecom e TI, para suprir necessidades reconhecidamente críticas. “Se pensar nos órgãos públicos, como Secretarias, Ministérios, todos precisam de telecomunicações de uma maneira similar a uma grande corporação. Eles possuem grandes bancos de dados e sistemas de

processamento (inclusive há as companhias de processamento que são prestadoras de serviços do próprio governo). Há consumo ostensivo de redes, data centers, aplicativos e assim por diante”, avalia o Pedini.

Já Antonio Ramos, executivo sênior da área de serviços públicos da Accenture, levanta outra tese sobre as constantes e crescentes aquisições de soluções TIC por parte do governo: “os cidadãos clamam por transparência nos gastos públicos, ‘vis-a-vis’ as ações públicas. Assim, é normal mais gastos em portais que informem como o próprio governo utiliza seu orçamento e em quais projetos”.

Em compensação, Ramos avalia que é igualmente importante haver uma melhora na qualidade dos serviços online. Para ele, hoje, “muitos portais do governo são mais informativos do que transacionais, com honrosas exceções como o envio da declaração de imposto de renda pela internet, da Receita

Federal, e parte da Previdência Social”. Pedro Pedini segue a mesma linha de raciocínio de seu colega e ressalta que “talvez o e-gov esteja um pouco represado e à medida que o acesso ocorrer em maior escala, esta oferta fará todo sentido”.

Quanto à assimilação governamental de novas plataformas, o executivo da PromonLogicalis diz que ainda não enxerga um movimento acentuado do governo em direção a iniciativas de

compras com este perfil, como é o caso do serviço em cloud computing ou do conceito de software como serviço (SaaS). “O cloud computing é um conceito muito novo, e o que se vê recentemente são investimentos em

infraestrutura própria para suportar o volume de informação”, diz Pedini.

Na visão de Ramos, internamente, a administração pública dá claros sinais de esforços no sentido de reduzir custos e melhorar a capacitação do tráfego em rede. Junto a isso, “há um processo de capacitação interna em outras áreas de suporte ao governo, como no RH, onde é fundamental investir, já que o servidor público carece de instrumentos de TI que permita gerenciar toda esta área de modo prático”, alerta.

Entranhas do primeiro setorContradizendo, em partes, a visão

de Pedini, da PromonLogicalis, Renato da Silveira Martini, diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), autarquia federal vinculada à Casa Civil da Presidência da República e cuja função é manter e avaliar todos os sistemas de certificação digital no Brasil, defende que grandes projetos de desenvolvimento tecnológico ocorreram nos últimos três anos.

“Em 2009, no entanto, houve um forte engajamento nosso ao Projeto RIC (Registro Único de Identidade Civil) que aguarda regulamentação”, diz. O decreto do RIC foi instituído pela Lei

o alto investimento do setor púBlico em ti e telecom revela uma grande preocupação com melhoria dos processos e prestação de serviços

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>especial governo9.454, em 07 de abril de 1997, e visa facilitar o cotidiano do cidadão brasileiro, substituindo todos os documentos por um cartão magnético.

Martini afirma que esse modelo de identidade facilitará o gerenciamento do Estado, porque uma pessoa terá cadastradas em uma central nacional de informações todas as suas informações datiloscópicas, fotografia 3x4, números de documentos (RG, CPF, título de eleitor, PIS/PASEP, carteira de trabalho e carteira nacional de habilitação) e também dados como altura e cor dos olhos. “É muito mais que um documento. Trata-se de um equipamento do brasileiro, que será um cartão eletrônico com certificado digital e de fácil acesso para a informação”, enfatiza.

Para as outras funções de responsabilidade do ITI, Martini diz serem projetos de anos anteriores e que, hoje, se resumem em um processo de desmaterialização do papel. “O uso do certificado digital como ferramenta de um processo mais amplo da sociedade como um todo. Nossa principal meta é gerar aplicações de certificação digital em todo o Brasil”.

Atualmente, o Instituto de Tecnologia da Informação possui 37 Autoridades Certificadoras, entidades responsáveis pela publicação de documentos reconhecidos pelo governo. No final de janeiro, a Casa da Moeda passou a compor este grupo, tendo o processo de certificação hospedado no Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados.

“Eles (Casa da Moeda) estão atentos ao processo de digitalização, principalmente em se tratando do dinheiro em forma de papel, que cada vez mais está sendo trocado por cartões magnéticos”, afirma Martini. Os registros do ITI mostram que, em 2009, o Brasil emitiu cerca de três milhões de certificados digitais.

Mesmo com os bons resultados, Martini descreve que o maior “gap” do ITI é o próprio cidadão. Segundo ele, é certo que hoje uma empresa não vive sem certificado digital, mas que a instituição pública deve chegar exclusivamente ao brasileiro no seu dia-a-dia. “Posso dizer que o RIC será uma ferramenta para isso, um facilitador da popularização do certificado”, defende.

Ele, no entanto, ressalta que o sucesso do projeto de digitalização com uso do certificado digital esbarra

em dois fatores: a pouca cobertura de internet e ainda restrita base instalada de computadores. “O nível de exclusão digital ainda é muito alto no País e isso é um desafio para a sociedade”, diz Martini.

O gigantismo do SerproVinculada ao Ministério da Fazenda,

o Serpro, presidido atualmente por Marcos Mazoni, foi criado com o objetivo de modernizar e dar agilidade a setores estratégicos da administração pública brasileira. “Atuamos em um pedaço do governo, onde a ocorrência de falhas nos sistemas é algo extremamente crítico. Por isso existe a necessidade de sempre atualizar as soluções de TI”, diz.

Trabalham no Serpro cerca de 11,5 mil funcionários, além dos terceirizados. Dentro da estrutura, há 2.500 profissionais ligados ao desenvolvimento de sistemas, e aproximadamente 700 cuidando de projetos específicos e homologações.

Segundo Mazoni, os serviços realizados pelo Serpro em 2009 estiveram focados nas melhorias de toda infraestrutura como a rede utilizada pela Receita Federal, além da aquisição de hardware, software e equipamentos internos, instalados em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O Macroprocesso do Crédito Tributário da União permeia todo o setor público, sendo a principal preocupação

do Serpro. Com esta plataforma, cada órgão público, seja estadual, municipal ou federal, enxerga de forma única os repasses da União, que por sua vez acompanha, com mais facilidade e de forma consolidada, informações sobre o destino de cada orçamento.

“No ano passado também começamos a investir na migração de toda a nossa documentação para cloud computing”, diz Mazoni. Isso para minimizar os gastos com infraestrutura computacional que, em 2009, alcançou R$ 90 milhões, cifra atípica em relação ao ano anterior, quando os gastos chegaram a R$ 180 milhões. “Não houve uma redução de gastos, mas uma mudança de investimentos. Antes, o valor era mais alto devido às aquisições de equipamentos e licenças. No ano passado os investimentos foram mais em upgrade das soluções que já estavam instaladas. Por isso o custo foi menor”, justifica o presidente do Serpro.

Mazoni afirma que a redução de investimentos em 2009 se deve também a uma grande força-tarefa empenhada na implementação do software livre, e relata que no mesmo período foram realizados mais trabalhos em parceria com instituições de pesquisa e ensino, para desenvolver soluções abertas.

Em 2010, a previsão é de aumento dos gastos, podendo se aproximar a R$ 120 milhões. “O nosso orçamento é remunerado por prestações de serviços, apesar de termos uma verba própria, que foi de R$ 2 bilhões em 2009, para a

aquisição de hardware, implementação de infraestrutura, melhorias no RH, compra, prestação de serviços e capacitação de profissionais”, esclarece.

Mas nem tudo são flores. Mazoni alerta sobre alguns problemas na máquina estatal, como a necessidade de se criar um modelo padrão de solução para que todos se comuniquem de forma única e que facilite o gerenciamento das contas.

a engrenagem paulista Além dos projetos realizados pelo

governo federal, os estados também possuem, dentro de suas demandas, necessidades específicas de investimento em TIC, para suportar os

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serviços já prestados e as novas ofertas feitas à população. Conhecedor da máquina pública do estado de São Paulo e, principalmente, dos meandros da área de tecnologia da informação, o deputado federal Júlio Semeghini (PSDB-SP) avalia que, no geral, os estados mantêm ativos os investimentos em novos recursos tecnológicos, além de se preocuparem com os sistemas e as soluções legados.

Em São Paulo, por exemplo, entre os investimentos realizados, a nota fiscal eletrônica e a nota fiscal paulista são os principais projetos na área administrativa. Criada há três anos, a primeira beneficiou o Estado no detalhamento sobre as transações financeiras entre as grandes corporações.

Segundo Álvaro Ribeiro Botelho Junqueira, diretor do Departamento de Tecnologia da Informação da Secretaria da Fazenda (DTI), em 2009, a nota eletrônica se consolidou no estado, tendo a inclusão de 50 mil grandes estabelecimentos. Para 2010, ele revela que o governo pretende cadastrar os outros modelos de comércio - atacado e indústria - e, com isso, chegar a mais de 190 mil estabelecimentos emitindo o documento digital, com um total de 240 mil corporações cadastradas.

No ano passado foram emitidas em todo o estado de São Paulo cerca de 250 milhões de notas eletrônicas. “Em 2010, nossa previsão é que ocorram de 30 milhões a 60 milhões de notas por mês, graças ao ingresso dos novos contribuintes”, espera Junqueira.

Semeghini afirma que tem ocorrido muito investimento em TI pelas empresas do estado paulista. Entre elas, na contabilidade anual, o Metrô é o maior investidor, tendo projetos envolvendo, por exemplo, a implementação de uma grande rede de dados, à qual todos os trens estão conectados em alta velocidade e recebem atualizações frequentes de informações sobre a situação das estações e de todo o trajeto do veículo.

Além dos aportes feitos pelo Metrô, São Paulo contabiliza o início da construção de um novo data center em Campinas, para suportar a demanda da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Para a implementação, segundo Semighini, o governo obteve financiamento internacional, e a escolha do município foi estratégica, já que a região está sobre um anel óptico. O projeto está orçado em

aproximadamente R$ 35 milhões.De acordo com o diretor do DTI, no

novo data center serão colocados servidores de processamento com o objetivo de suprir alguns serviços críticos da Secretaria da Fazenda. O serviço também será adaptado em um ambiente que realizará o cruzamento de informações para aumentar a fiscalização da receita. “Todos os serviços físicos que acontecem na capital continuarão, só que eles terão sua redundância em Campinas”, explica.

Entre as funções desenhadas para o novo data center, será realizada a manutenção dos sistemas críticos periodicamente, como é o caso da própria nota fiscal eletrônica e paulista. “O projeto teve início em 2009 e o seu funcionamento está previsto para o segundo semestre de 2010”, informa Semeghini.

A Secretaria também desenvolveu um site backup para todas as

informações geradas diariamente. Um projeto que, além de conferir maior segurança às informações, auxiliará o tráfego de dados do órgão, permitindo disponibilidade e capilaridade aos sistemas. Entre as funções, caso aconteça uma pane no canal principal, o site manterá o processo de geração digital ativo até o restabelecimento do sistema.

Em 2009, o governo estadual ampliou a rede de telefonia sobre IP na região e também iniciou o processo de implementação de comunicação unificada nas empresas e órgãos públicos, com a montagem de 40 salas de videoconferência. Outro investimento realizado foi a compra de 1500 notebooks para os fiscais da Fazenda, e cerca de 6 mil desktops. Hoje a Secretaria possui 11 mil micros em uso. “Os novos equipamentos servirão para otimizar a visão de comunicação unificada do governo”, diz Junqueira.

O total de manutenção da máquina, serviços e investimentos em equipamentos realizados pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo em 2009 foi de R$ 169.624.562. Para este ano, a previsão é que chegue a R$ 260.379.470.

a retaguarda de São pauloNa Secretaria de Gestão Pública de

São Paulo, entre os projetos realizados pelo órgão paulista, aconteceram investimentos no gerenciamento e ampliação do Programa Poupatempo, aumento dos serviços eletrônicos à Sociedade, via Portal do Cidadão (informações e acesso a serviços públicos eletrônicos, para agilizar atendimento à sociedade) e e-poupatempo (salas de atendimento presencial de inclusão digital para serviços públicos, instaladas nos postos Poupatempo).

De acordo com o Secretário Estadual de Gestão Pública, Sidney Beraldo, a meta do Plano de Expansão do Programa Poupatempo é aumentar em 50% a capacidade de atendimento dos postos neste ano, recebendo cerca de 141 mil pessoas diariamente. “Hoje, o estado possui cinco postos abertos e, até o início de 2011, pretendemos estar com 32 edifícios em funcionamento”.

Na área de segurança, durante o primeiro semestre de 2010 o governo paulista anunciou que quadruplicará o número de salas de videoconferências

Pedro PediNi, dA PromoNLoGicALiS: todoS oS órGãoS PúBLicoS PreciSAm de teLecomuNicAÇõeS de umA mANeirA SimiLAr A umA GrANde corPorAÇão, e hÁ um coNSumo oSteNSiVo de redeS, dAtA ceNterS, APLicAtiVoS, etc.

“os cidadãos clamam por transparência nos gastos públicos, ‘vis-a-vis’ as ações públicas. Assim, é normal mais gastos em portais que informem como o próprio governo utiliza seu orçamento e em quais projetos”,ANtoNio rAmoS, dA AcceNture

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>especial governo

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das ações realizadas pelo governo estadual para o setor de TIC foi a criação de uma área de comunicação, denominada Rede PE-Multidigital. Segundo os gestores do estado, com esse projeto, foi possível alcançar uma economia acumulada de R$ 13,6 milhões, referente ao período de 2007 a 2009.

A coordenação geral do Contrato da Rede PE-Multidigital é executada pela Secretaria Estadual de Administração, contratante principal. A Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI) é o órgão responsável pela hospedagem e gestão das soluções de uso compartilhado pelos usuários da rede. O projeto oferece uma prestação integrada de serviços de telecomunicações, o que permite o governo controlar os gastos nas áreas de tráfego de voz e de transferência de dados.

Os serviços de natureza convergente ainda permitem a

do estado para audiências criminais. Serão 50 novas salas em São Paulo, além da modernização das 16 atuais, realizada no final de 2009.

“Conforme Lei Orçamentária aprovada para 2010, a previsão de investimentos será de R$ 572.075.696, o que representa uma diferença maior de 33%, em relação ao ano passado. Em 2009, a verba aprovada para a Secretaria de Gestão foi de R$ 422.652.295”, informa Beraldo.

prodespOs projetos em Tecnologia da

Informação da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), autarquia estadual vinculada à Secretaria de Gestão, envolveram a implementação do uso de SMS nos serviços Poupatempo e Emprega São Paulo. Também houve a revisão da infraestrutura e operação de TI do IAMSPE - Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, a instalação dos terminais de Acessibilidade Universal e a criação do projeto-piloto Poupatempo em Movimento – que levou os serviços em escolas da rede estadual para emitir Carteiras de Identidade e de Trabalho a menores de 18 anos, alunos e moradores da comunidade do entorno.

Em julho de 2009, a companhia se tornou a centésima instituição do País a fazer parte do PTTMetro (Ponto de Troca de Tráfego), que interconecta os principais provedores de acesso à internet do País, racionalizando o uso dos recursos da web e otimizando a troca de tráfego entre eles.

A empresa aplicou R$ 64,8 milhões no desenvolvimento de projetos em TI, ao longo de 2009, e programou para este ano um aporte de 97% maior - R$ 127,7 milhões. Este montante será aplicado na implantação de 50 novas salas de teleaudiência, desenvolvimento do SIL – Sistema Integrado de Licenciamento, que colabora para a abertura simplificada de empresas; expansão do modelo de outsourcing para outras organizações; nova licitação da Intragov, para a continuidade operacional da rede IP multisserviços; e início da prestação de serviços ao mercado privado junto com o processo iniciado com o lançamento do programa Sintonia.

a voz de pernambuco sobre IpNo estado de Pernambuco, uma

realização de ligações entre os órgãos, sem custos de tráfego, uma vez que o contrato baseia-se na Tecnologia VoIP.

No ano passado, foram instalados 22.297 mil pontos de voz fixos e mais de 2.871 links de dados - Acessos Dedicados Convergentes, o que significa uma cobertura em todo o Estado. O resultado do projeto foi a ampliação em mais de 100% dos acessos à internet e uso dos serviços de telefonia fixa para todo o governo.

Também foram criadas salas de videoconferência, instaladas no Palácio das Princesas, no núcleo do Porto Digital e em mais nove municípios: Araripina, Arcoverde, Belo Jardim, Caruaru, Garanhuns, Nazaré da Mata, Palmares, Petrolina e Salgueiro.

Com o objetivo de democratizar o acesso à internet, a rede ainda disponibilizou no interior de Pernambuco unidades conhecidas como Espaço Cidadania onde a população conta com salas climatizadas, equipadas com computadores e impressoras. O projeto também está presente nas unidades do Expresso Cidadão que oferece serviços de órgãos públicos das esferas federal, estadual e municipal.

O Metrô sobre as linhas Ip em porto alegreO transporte ferroviário da capital do

Rio Grande do Sul teve um investimento de R$ 27,5 milhões para a atualização de toda a sua malha de rede IP. No ano passado, a Trensurb adquiriu novos equipamentos para conexão, gerenciamento e segurança de dados e voz na rede de comunicação, criando o Centro de Controle da Rede. De acordo com o governo gaúcho, com essa instalação, a infraestrutura da cidade estará pronta para a Copa de 2014.

Ter controle sobre o tráfego de rede e acabar com a instabilidade periódica que proporciona prejuízos e aumento de gastos com manutenção foi a meta que impulsionou a Companhia de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb). Entre as inovações, estão os planos de instalação de uma TV, rede sem fio e conexão à internet sem custo ao usuário.

De acordo com Valdinei Marques Nascimento, gestor do projeto de modernização da rede Trensurb, a malha da companhia tinha constantes problemas, ao ponto de ficar quatro dias fora do ar, prejudicando todo o controle das operações do transporte público.

Ademir miLtoN PiccoLi, dA

ProcerGS: umA dAS PriNciPAiS

mudANÇAS dA ProcerGS foi iNceNtiVAr e

motiVAr oS mAiS de 900 fuNcioNÁrioS,

uSANdo PrÁticAS de educAÇão GereNciAL

e GeStão de PeSSoAS, ALém de

eStABeLecer tAmBém um SiStemA de

meritocrAciA PArA PremiAr oS

fuNcioNÁrioS mAiS comPrometidoS

SidNey BerALdo, dA SecretAriA de

GeStão PúBLicA de São PAuLo:

metA do PLANo de eXPANSão do

ProGrAmA PouPAtemPo é

AumeNtAr em 50% A cAPAcidAde de

AteNdimeNto doS PoStoS NeSte

ANo, receBeNdo cercA de 141 miL

PeSSoAS diAriAmeNte

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desde sua implantação, a maior marca no mês de janeiro deste ano, superando o recorde de março de 2009 (171.788). Foram registrados 178.881 acessos ao site de informações www.tudofacil.rs.gov.br que disponibiliza serviços como atestado de antecedentes, acompanhamento processual do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, carteira de identidade, carteira do Trabalho e Previdência Social, contracheques do servidor público

estadual e alvará de folha-corrida, entre outros.

As mudanças estruturais implantadas na gestão da Procergs refletiram também na valorização dos Conselhos de Administração e Fiscal, e no melhor relacionamento com a Secretaria da Fazenda, apoiando as iniciativas de ajuste fiscal do governo estadual.

Como resultado, a Procergs conseguiu melhores condições de negociação com fornecedores e repassou as vantagens aos clientes, destinando recursos para infraestrutura e novos equipamentos, que aumentaram de R$ 6,3 milhões em

“Quando aconteceu essa pane, dos 33 switches que estavam instalados na rede, mais de 40% foram danificados. Perdemos o módulo de segurança e tivemos grandes danos no gerenciamento comercial”.

Agora, a Trensurb estuda realizar a instalação de uma rede wireless nos trens, com o objetivo de auxiliar os pilotos sobre algum incidente que tenha acontecido a 500 metros à frente do veículo. “Isso é uma forma de evitar a grande quantidade de suicídios que costumam acontecer nesse tipo de transporte”. Além das antenas de comunicação, também serão instalados monitores nas cabines dos pilotos.

Segundo Nascimento, todos os setores da Trensurb estão conectados por meio de um controle centralizado. Além disso, até hoje, apenas 20% da capacidade da rede foi utilizada e a projeção é para mais cinco anos de uso, tendo a capilaridade de aceitar novos aplicativos. “O nível de falha é praticamente zero e estaremos preparados para a Copa de 2014”, conclui.

Radicalizar para melhorarUm choque de administração.

Assim pode ser traduzida a estratégia adotada pela atual diretoria da Empresa Estadual de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul, a Procergs. Segundo seu presidente, Ademir Milton Piccoli, uma das principais mudanças foi incentivar e motivar os mais de 900 funcionários, usando práticas de educação gerencial e gestão de pessoas, além de estabelecer também um sistema de meritocracia para premiar os funcionários mais comprometidos.

Piccoli enfatiza que objetivos da Procergs, como qualidade reconhecida pelo cliente, incentivo à inovação, trabalhar com pessoas competentes e comprometidas dentro de um clima de abertura e participação, levaram a companhia a adotar recursos da web 2.0 e, em seu portal, criar o blog e o link para o Twitter.

De acordo com o executivo, esses aplicativos favoreceram a política pública e ações governamentais do Estado, com a criação de portais, sites e sistemas virtuais para serviços públicos, sendo disponibilizados ou aprimorados. Um exemplo, o portal de serviços ao cidadão TudoFácil Eletrônico atingiu,

2007 para R$ 15 milhões em 2009. O resultado levou a 32% de redução nos preços dos contratos. Para 2010, a previsão é de investir R$ 24 milhões, relata Piccoli no blog da estatal.

Está bom, mas pode ficar melhorApesar dos investimentos em TI na

máquina pública, o Brasil ainda demonstra algumas lacunas que necessitam de maiores atenções. Júlio Semeghini atenta que a falta de padronização entre as soluções de Tecnologia é problema sério. “É preciso existir padrões de utilização das soluções, como gravação de imagem, coleta de informação, impressão digital e de conectividade para que todas se comuniquem de forma rápida”.

Para o deputado federal, ainda existe uma falta de conversação e definição padronizada ampla entre o governo e todos os ministérios. “O governo tem que incentivar, seja com financiamento internacional ou nacional e, assim, garantir uma universalização de soluções. Caso contrário, não haverá avanços no País”.

Um exemplo que ocorre atualmente é a falta de comunicação entre os governos na hora de desenvolver soluções para o sistema de saúde. Muitas vezes é desenvolvida uma plataforma em um hospital estadual e outra solução totalmente diferente no hospital federal. Conforme avalia o deputado, é preciso existir um documento universal para qualquer unidade, onde todas devam

atender e ter as mesmas informações sobre o paciente”.

Outro problema de desinformação que acontece no governo é com o departamento de segurança pública. Nele, os cadastros dos presos não são padronizados, tornando difícil o serviço da justiça na hora de procurar alguma informação sobre o detento. “Sabemos da grandiosidade dos investimentos para realizar a padronização das soluções. Mas precisamos nos manter integrados e otimizar a troca de informações de forma precisa”, diz Semeghini.

* Colaboraram Claudiney Santos e Jackeline Carvalho

a nota fiscal eletrônica ajudou são paulo a acompanhar com detalhe os negócios entre grandes empresas.

gigantes por naturezaem sequência, as pastas púBlicas que mais investiram em tics no ano passado foram:

MInISTérIo dA FAzendA r$ 1,394 Bilhão PrevIdêncIA SocIAl r$ 518 milhõesTrIbunAl SuPerIor eleITorAl r$ 405 milhõesMInISTérIo dA educAção r$ 335 milhõesMInISTérIo dA SAúde r$ 232 milhões

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>infraestrutura

Muita tinta e papel já se gastou para falar dos thin clients ou PCs magros. Porém, é preciso dizer que eles nunca estiveram

tão em alta como agora. Não apenas no discurso como na prática. Em boa parte, esse momento é decorrente da aceleração de projetos de virtualização e da melhoria da infraestrutura de comunicação, que tornam viável uma série de projetos, como os apresentados aqui pela Zamprogna e Bunge.

Números do Gartner corroboram com isto, ao mostrar que o mercado de thin clients e softwares de acesso remoto estão em ascensão no mundo. As vendas globais do hardware aumentaram 38% no ano passado, atingindo quase 2,3 milhões de unidades – o maior índice de crescimento desse mercado desde 2000. E, de acordo com as previsões do Gartner, principalmente pela crescente aceitação do conceito de Server Based Computing nas empresas brasileiras, o crescimento projetado é de 25% ao ano, englobando a utilização de softwares de acesso remoto, como os de virtualização, e thin clients como terminais burros.

“É preciso entender que o thin client por si só não faz nada, virtualização é o tema principal, independente do dispositivo que está na mão do cliente final. O ambiente deve estar virtualizado, e a própria computação em nuvem (cloud computing) traz este conceito”,

os thin clients estão conquistando mercado agora que virtualização já é realidade. entenda os benefícios deste casamento a partir de casos reais mostrando que a opção pela plataforma está muito mais consolidada e com resultados que trazem mais que a simples economia de recursos e investimentos em Ti

cLAudio ferreirA

argumenta Edna Massuda, executiva de serviços direcionados ao usuário final da IBM. Ela explica que é possível mapear melhor o parque de máquinas com a virtualização, assim como trabalhar com aplicativos dentro desse conceito, até mesmo de ERP. Com os thin clients, as máquinas se tornam mais leves e trazem avanços adicionais como redução de consumo de energia, segurança centralizada e mesmo contingência ao ter os dados no data canter (veja mais no BOX: Perguntas elementares).

Para a executiva, quem investe em thin clients combina ou inicia essa ideia a partir da virtualização. “Muitos dos usuários estão em empresas que possuem bases e escritórios pulveriza dos. Bancos, redes de varejo e com panhias que trabalham com força de vendas remotas, que usam até mesmo netbooks inclusive como

forma de evitar o extravio dos dados. E agora até mesmo call centers, buscando facilitar a movimentação das pessoas den tro da infraestrutura e utilizando as facilidades do desktop virtualizado”, enumera.

Chão equalizadoUm caso de empresa com

capilaridade, três fábricas em diferentes cidades (Porto Alegre/RS, Campo Limpo e Guarulhos/SP), é o da Zamprogna, recém adquirida pela Usiminas, que implementou uma solução para aumentar o ciclo de vida dos ativos de TI, já que as três unidades industriais da companhia totalizam 90 mil m2.

Pesou na decisão o ambiente operacional da Zamprogna, considerado hostil para desktops, com calor, poeira e sujeira das plantas fabris, que poderia degradar rapidamente processadores, memórias, discos rígidos, fontes de alimentação e ventiladores das máquinas. Com isso, alguns sistemas de computadores precisavam ser substituídos periodicamente. E os computadores industriais, especialmente construídos para este ambiente, possuem um custo muito elevado.

Como parte de seu processo de automatização, a Zamprogna adquiriu a solução ApplicaServer/Thinworks, uma combinação de hardware e software que permite a diversos usuários acessarem o sistema simultaneamente em um único servidor, além de gerar melhoria no ciclo de vida dos ativos de TI da empresa.

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“É preciso entender que o thin client por si só não faz nada, virtualização é o

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A solução foi distribuída pela Ação Informática a partir de produtos da Applica e com implementação da Cimcorp. “Até 2007, nossos processos eram muito suscetíveis a erros humanos, pois nosso procedimento era basicamente manual. Com a implementação da solução da Applica temos mobilidade, robustez e resistência. Nossa estimativa é de que os equipamentos durem pelo menos seis anos. Enquanto antes da implementação nossos hardwares tinham de dois a três anos de vida útil”, comenta Daniel Guths, gestor de tecnologia da Zamprogna. A solução da Applica em conjunto com a plataforma móvel Thinworks formou uma combinação com desempenho, operação durável e de baixo consumo de energia, voltada para substituir os PCs que eram utilizados. Além disso, foi aberta a possibilidade de interligar as informações de cada filial permitindo o acesso a sua área de trabalho e aplicativos remotamente pela internet, rádio, celular ou smartphone, mesmo que a aplicação não esteja pronta para a web.

O ApplicaServer permitiu também que múltiplos clients remotos acessassem, do chão de fábrica, um único PC com sistema operacional Windows XP ou Windows Server 2003. Cada usuário pode acessar o

seu desktop e todos os softwares que estiverem no seu perfil de maneira simultânea e independente.

alimentando a plataformaNa Bunge, uma das principais

empresas de agribusiness e alimentos do País, o foco de seu projeto foi a padronização do parque de máquinas. Depois das primeiras instalações de sistemas Citrix em 1997, a companhia testou diferentes tecnologias baseadas na plataforma thin computing até se definir pelos terminais da Wyse.

Do segundo semestre de 2008 até o momento, a Bunge adquiriu cerca de 400 thin client do modelo

S10 da fornecedora. Eles estão instalados na área corporativa da companhia que envolve o departamento comercial, o administrativo e o financeiro, além de serem utilizados por usuários em geral que não necessitam de softwares/aplicativos específicos.

De acordo com Teresinha Welter, analista de infraestrutura e tecnologia da Bunge, o thin client em relação aos desktops tradicionais traz larga vantagem como agilidade na troca do equipamento – em poucos minutos – em caso de falha; ganho em segurança de dados pelos terminais não sofrerem ataques de vírus; maior segurança física devido às máquinas não trazerem peças removíveis; além de sensível redução de energia elétrica.

Mas será que a tecnologia de thin clients é indicada para todas as empresas? “Acho que sim, não importa o tamanho, se o usuário utiliza prioritariamente dois ou três sistemas pode ser interessante. A plataforma traz mais economia, a infraestrutura é mais dinamizada e a operação é mais controlada e garantida para os usuários. Para o usuário final não muda nada na operação, acho que os thins são o futuro, principalmente para quem possui filiais e precisa centralizar seus dados”, completa Fernando Alcazar Neto, diretor da Seteco.

“A plataforma traz mais economia, a infraestrutura é mais dinamizada e a operação é mais controlada e garantida para os usuários”ferNANdo ALcAZAr Neto, dA Seteco

Algumas proposições e a visão de mercado de Edna Massuda, executiva de serviços direcionados ao usuário final da IBM, empresa que não fabrica a plataforma, mas

implementa projetos de thin clients, pode ser interessantes. Tanto para quem deseja conhecer ou adquirir a plataforma, como para quem fabrica o equipamento. “A resistência a plataforma, que existia há dois anos, se dilui cada vez mais. O gestor de TI confia agora nos benefícios da tecnologia, como a atualização dos sistemas, melhor gerenciamento e economia de recursos”, garante.

Ela rebate a afirmação de que a diferença de custos na aquisição de PCs e thin clients caiu e dificulta projetos com as “máquinas magras”. “Existem pontos que precisam ser esclarecidos. É fato que os preços estão mais próximos e mesmo que os thins necessitam de investimento adicional em software e infraestrutura, porém o TCO (Total Cust Ownership) ou custo total de propriedade no final é favorável aos thins”, compara.

No entanto, ela se apressa em dizer que isto não representa no futuro a morte dos PCs. “Muita gente precisa de notebooks e alguns usuários precisam de PCs, assim como outros podem

trabalhar com netbooks, que acaba sendo um quase thin client ao trazer uma proposta de valor bem semelhante. Um caixa em uma rede de varejo, por exemplo, roda apenas um aplicativo e não tem a menor necessidade de trabalhar com um desktop”, explica.

A resistência, ela admite, está no usuário final, acostumado a transformar o seu desktop corporativo em algo semelhante ao que possui em casa. “O usuário gosta de flexibilidade e de colocar todos os seus aplicativos, porém com o thin ele vai trabalhar com o que ele precisa, não com o que deseja”, alerta.

A abordagem da IBM é mostrar como ficariam os ambientes, com e sem thin clients, e em paralelo entender quais os problemas e desafios enfrentados pelas corporações, do gerenciamento ao custo de propriedade das máquinas. “O cliente vê o TCO de uma forma mais clara hoje, as métricas são mais evidentes, já evoluímos das idéias de custo menor de hardware e menor energia consumida pelos thins, para algo muito mais abrangente”, completa. Entretanto, os custos têm sua importância. A partir de sua experiência, Edna acredita que a redução de custos propiciada pela plataforma pode chegar a 70% do que é gasto com PCs.

perguntas elementares de mercado

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>serviço

Ok, o mundo ainda consome grande parcela do offshore de TI – a exportação do setor – diretamente da Índia. Líder inconteste

do mercado, o país asiático deixa para os demais a disputa da vice-liderança, em uma batalha que tem o Brasil como uma de suas alternativas. Por aqui, os números são crescentes, saindo do patamar de US$ 800 milhões (2007) para algo, segundo estimativas da Brasscom (associação de empresas de TI voltadas para a prática), como US$ 3 bilhões em 2009. Valores que constam do relatório “Brasil TI-BPO Book”, divulgado no ano passado.

O presidente da Brasscom, Antonio Gil, divulgou ainda que o mercado offshore pode atingir a marca dos US$ 3,5 bilhões este ano. “A iniciativa privada e o governo brasileiro estão sintonizados em torno dos objetivos ambiciosos na direção de posicionar o País como um player global cada vez mais relevante e estratégico em TI e BPO. Aos poucos, as metas definidas pela Política de Desenvolvimento Produtivo, lançada em 2008 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, têm de ser cumpridas” explicou Gil. Uma das metas, devidamente recalculada ao longo dos anos, é chegar aos tais US$ 3,5 bilhões em 2010 (veja mais no Box: Brasil bem na fita?).

Mas além dos esforços do setor canalizados pela Brasscom e mesmo com o apoio do Governo, ainda existem arestas que precisam ser aparadas. E o maior esforço, claro, é das companhias

empresas brasileiras estão se fortalecendo na oferta de serviços para o mercado internacional, e conquistando posições em rankings que medem faturamento e qualidade de serviços. Conheça alguns nomes que se destacam no exterior e como isso pode mudar o outsourcing no Brasil

que fazem da exportação uma vocação. Uma dessas empresas é a CPM Braxis, listada em 22º lugar entre as mais de 4,8 mil empresas globais analisadas pela publicação The Black Book of Outsourcing 2009 (veja mais no Box: Livro do bem).

“Já temos um bom tempo de trabalho, mas há dois anos entramos com ainda mais força na modalidade. Quando exportamos, vendemos o Brasil e depois a empresa. Sabemos que perfil desejamos como provedores, e a exportação já representa 5% do nosso negócio. Começou como aplicação, que ainda é 2/3 do business, e agora a gestão remota de infraestrutura ganha muito espaço”, revela José Luiz Rossi, CEO da CPM Braxis. A perspectiva, ele adianta, é dobrar a base de negócios, cujos principais clientes está no setor financeiro.

Tá na listaJá a Tivit, empresa do Grupo

Votorantim, também traz credenciais como a de figurar no ranking “The 2009 Global Outsourcing 100”, publicado pela International Association of Outsourcing

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Uma das referências mundiais sobre gestão de outsourcing, o The Black Book of Outsourcing listou a CPM Braxis em 22º lugar entre mais de 4,8 mil provedores mundiais das mais variadas linhas de serviço e países. Criado em 2004, o estudo

anual é reconhecido como uma pesquisa independente de satisfação da indústria de serviços global. Nela, mais da metade dos respondentes é formada por executivos do C-level das principais companhias mundiais.

Novamente à frente de grandes e tradicionais multinacionais, a CPM Braxis figurou duas posições acima no ranking e ficou entre as 10% mais bem pontuadas nos critérios Comprometimento com o C-Level, Performance do Capital Humano, Direção Corporativa, Impacto de Liderança. Neste ano, o ranking considerou novos critérios como Contabilidade, Confiança e Transparência.

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>serviço

exceção de 2009 por conta da crise. E acredito que com a evolução da nossa joint venture com uma empresa japonesa alocada na China, teremos 50% do nosso faturamento vindo do offshore”, projeta Leonardo Mattiazzi, vice-presidente da Ci&T, que mora nos Estados Unidos há quatro anos.

Presente em diversas cidades brasileiras, com filial nos Estados Unidos e agora na China, o plano de negócios da empresa visa explorar a sinergia e os diferentes fusos horários dos seus centros de operação. “Nossa oferta é muito voltada para o desenvolvimento, e muito em plataformas web, portais, B2C e B2B, muito em SAP, inteligência de

negócios e manutenção de aplicativos (suporte e atendimento). Trabalhamos com clientes globais, como Coca-Cola, Johnson & Johnson, Yahoo e Google, e inclusive brasileiras como a Petrobras e a Embraer”, enumera Mattiazzi.

Mudanças e problemasAlgumas barreiras para o avanços

dos players brasileiros, como a falta de mão-de-obra especializada e a falta de profissionais que falem inglês é minimizada por Rossi. “Acho que o problema do número de profissionais não é tão grave assim, e podemos pegar pessoas que falam bem inglês e contratar para posições médias, não me preocupo tanto com a formação, até porque o nosso inglês é melhor que o da China e de muitos outros países”, compara.

Todos ressaltam o papel da Brasscom na avaliação e busca pela resolução dos problemas do setor, assim como o esforço do Governo por meio da Apex (órgão de fomento a exportação). Porém, existe uma unanimidade quanto a pressão que deve ser feita para a desoneração e desburocratização do setor visando a exportação, além de uma torcida para uma valorização do dólar internamente.

Outro reflexo positivo das gestões visando o crescimento do offshore é o de melhoria do trabalho junto as corporações locais. “Aprimoramos os processos e procedimentos para atuar globalmente e a melhoria dos serviços pode ser sentida também aqui, no Brasil, o cliente nacional se beneficia”, projeta Rossi.

Como plano futuro, o executivo da CPM garante que a empresa seguirá com a vocação de consolidar o setor, com novas aquisições, ao mesmo tempo em que quer sedimentar seu nome como um provedor global de serviços de TI. “Pensamos em abrir um escritório na Índia para ter a filosofia “follow the sun”, 24 horas por dia com gente operando. Isso não foi descartado, mas ainda não temos como abrir uma filial lá para fazer o mesmo que executamos por aqui. Prefiro insistir no Brasil como exportador de serviços porque temos alinhamentos mundiais”, aponta Rossi. (C.F.)

Professionals (IAOP). “Desde 2006 trabalhamos com subsidiárias de empresas globais no Brasil, e depois prospectamos o mercado externo, através de viagens, da participação na Brasscom, e em 2009 abrimos dois escritórios (Estados Unidos e França) para atendimento e prospecção. A presença no ranking da IAOP também traz visibilidade”, resume Edson Matsubayashi, diretor de desenvolvimento corporativo e relações com investidores da Tivit.

O foco é em desenvolvimento de sistemas, com evolução para a gestão de aplicativos. Um exemplo é um cliente na França que tem 20 plataformas cuidadas pela Tivit. “Temos muita presença em meios de pagamento e finanças lá fora. O nosso business está metade nos Estados Unidos e metade na Europa, mas acredito que somos mais competitivos na Europa. A demanda naquela região privilegia mais o que o Brasil pode exportar em termos de conhecimento de negócios, já os norte-americanos trazem demandas mais ‘mastigadas’”, compara.

Ainda mais voltada para o mercado externo que seus pares, a Ci&T contabiliza 40% do total dos seus negócios fruto das operações de offshore e também está no ranking da IAOP. “A demanda cresceu rapidamente, com o business praticamente dobrando ano a ano, com

“Quando exportamos,

vendemos o Brasil e depois a empresa.

sabemos que perfil desejamos

como provedores, e a exportação já

representa 5% do nosso negócio. Começou como aplicação, que ainda é 2/3 do

business, e agora a gestão remota de infraestrutura

ganha muito espaço”

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Como o País pode ser analisado no mundo quando se fala em offshore de TI? Com a palavra os executivos:

“O Brasil tem um grande trunfo que é o mercado interno desenvolvido. As empresas são sofisticadas e tiveram que agregar valor, esse é um diferencial. Principalmente ligado a práticas como o setor financeiro. Quando olhamos o crescimento de TI, o mercado cresce de 6 a 8%, e isso também é favorável ao nosso posicionamento, e não apenas de aplicativos mas de infra-estrutura de TI, o que nos coloca em vantagem quanto a Índia”, Edson Matsubayashi, diretor de desenvolvimento corporativo e relações com investidores da Tivit

“O Brasil tem qualificações, a começar pelo nosso fuso, entre Europa e Estados Unidos. E temos um melhor entendimento da cultura dessas localidades que o indiano, por exemplo. Temos uma estabilidade política e mesmo econômica importante. Poucos países, talvez a Índia e o México – pela proximidade com os Estados Unidos, mas que sofre com um mercado interno de TI menor que o nosso – possam competir conosco. Precisamos de uma estruturação melhor das empresas e uma taxa de câmbio favorável para evoluir ainda mais”, José Luiz Rossi, CEO da CPM Braxis.

“Era mais complicado vender o Brasil há sete ou oito anos, mas hoje pesquisas como as do Gartner e Forrester indicam que o país é um destino de destaque no offshore. E a economia em alta também nos favorece. Não precisamos mais explicar o que é o Brasil em termos de economia ou TI. Competimos com a Índia aonde entregamos mais valor”, Leonardo Mattiazzi, vice-presidente da Ci&T.

Brasil Bem na fita?

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>especialradar fiscal

A implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) avança no Brasil, promovendo forte mudança na gestão fiscal e tributária das empresas.

Mas é um processo que tem desdobramentos, com a inclusão de novas obrigações que colocarão à prova o grau de maturidade de cada uma delas nesse cenário de muitos desafios.

Na avaliação de José Othon de Almeida, (foto) sócio líder da Deloitte, no que diz respeito ao cumprimento e a observância do prazo de adequação ao SPED os avanços foram significativos.

“O projeto SPED é uma forma de integrar os contribuintes em uma mesma base. É como se fosse a implantação de um sistema de ERP”, compara Almeida, para quem a tendência é o nível de maturidade aumentar no decorrer dos próximos anos.

A Deloitte criou um grupo técnico formado por 70 pessoas e está promovendo eventos semestrais, com a participação de representantes da Receita Federal e dos coordenadores regionais do SPED, para acompanhar as empresas no esforço de adequação às exigências.

O último encontro foi realizado em dezembro, em São Paulo. O próximo está previsto para o mês de maio, também na capital paulista, e a expectativa é atrair cerca de 500 participantes Entretanto, além da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), da Escrituração

Fiscal Digital (EFD) e da Escrituração Contábil Digital (ECD), cuja implantação já está praticamente consolidada, outras obrigações contábeis, acessórias e tributárias exigirão a atenção das empresas a partir deste ano, envolvendo o tratamento de grande volume de informações que deverão ser enviadas ao Fisco, que certamente exigirá boa infraestrutura tecnológica.

Entre eles, figuram a adequação às normas contábeis do International Financial Reporting Standard (IFRS), o e-Lalur (versão eletrônica do Livro de Apuração do Lucro Real), o CIAP (Controle do Crédito do ICMS do Ativo Permanente).

O e-Lalur, por exemplo, é uma obrigação acessória que deve ser cumprida pelas empresas tributadas com base no Lucro Real. Através dela o Fisco recebe informações sobre todas as operações que influenciam a

composição da base de cálculos e o valor devido do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Entretanto, a entrega do primeiro e-Lalur está prevista para junho do próximo ano. A multa decorrente do não cumprimento da obrigação gira em torno de R$ 5 mil por mês calendário ou fração. Já o CIAP deixa de ser complementar, passando a integrar o SPED Fiscal, com previsão de entrega a partir de julho deste ano.

A questão é saber como as empresas irão se comportar frente a essas e outros obrigações que futuramente serão incluídas na agenda fiscal e tributária brasileira. (Inaldo Cristoni)

receita aprova nova versão do gerador do cNPJ

A Receita Federal informa que está em vigor a Instrução Normativa nº 1.006, que aprova as versões 3.0 e web do Programa Gerador de Documentos do Cadastrado Nacional da Pessoa Jurídica (PGD/CNPJ).

As duas versões adotam a Classificação Nacional de Atividades Economias (CNAE), do IBGE, como critério para codificação das atividades econômicas.

De acordo com a Receita Federal, os dois programas permitem a geração de documentos tais como Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ), Quadro de Sócios e Administradores, Ficha Específica (de interesse do órgão conveniente) e Documento Básico de Entrada (DBE) ou Protocolo de Transmissão da FCPJ.

Publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira, 8, a Instrução Normativa nº 1.006 aprovou, também, as versões web dos aplicativos Classificador do Objeto Social; Visualizador de Atos Cadastrais do CNPJ e das Juntas Comerciais; Consulta de Remessa; e Deferidor de Convenientes.

em curitiba, empresas aderem ao Boa Nota fiscal

Este ano entrou em vigor em Curitiba o programa Boa Nota Fiscal, que obriga prestadores de serviços a emitir nota fiscal eletrônica do Imposto Sobre Serviços (ISS). A Prefeitura fixou três datas para adesão voluntária dos contribuintes (5 de abril, 3 de maio e 1º de junho), para organizar o cadastramento. Mas os prestadores de serviços podem fazer a adesão imediata, avisa Luiz Eduardo Sebastiani, secretário municipal de Finanças.

A adesão é obrigatória para os prestadores de serviço com faturamento igual ou superior a R$ 240 mil reais por ano e opcional para aqueles cuja receita está abaixo deste valor.

Segundo a Prefeitura, 2,5 mil empresas de Curitiba deverão participar do programa. Desse total, 185 prestadores de serviços já fizeram a adesão e já foram registradas 581 emissões de notas fiscais eletrônicas.

O programa foi instituído para modernizar o recolhimento do ISS. Tem como grande apelo a concessão de benefícios aos consumidores que exigem a nota fiscal. No caso de pessoas físicas, crédito correspondente a 15% do valor do ISS pago pelo prestador de serviços para abater no IPTU. Já as empresas e condomínios recebem crédito de 5% do valor do imposto. A Prefeitura criou um selo para identificar os prestadores que já aderiram ao programa Boa Nota Fiscal

Novas obrigações atestam nível de maturidade das empresas

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>especial

Na década passada e na maioria das empresas, a responsabilidade principal do preenchimento e manutenção dos cadastros dos clientes e fornecedores era do

departamento comercial e compras, respectivamente. A partir desse cadastro, a área fiscal e contábil no

momento do faturamento e emissão dos documentos fiscais preocupava-se em checar se o preenchimento dos números como o CNPJ ou CPF (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica/Cadastro Pessoa Física) e IE (Inscrição Estadual) estavam corretos.

Por exemplo, se o nome da empresa (Razão Social) fosse impresso com diferenças de grafia, desde que o nome principal fosse respeitado ou identificável, não havia um impacto significativo na área contábil ou fiscal. Se o erro de preenchimento fosse referente aos dados de endereço da empresa (Logradouro, Número, Complemento, Bairro, CEP, Cidade, Estado), causaria transtornos na área de Logística, podendo aumentar os custos de transporte, perda de produtos perecíveis e atrasos desnecessários dependendo da informação incorreta.

Porém, naquela época, o mesmo “erro de cadastro” na área fiscal poderia ser corrigido com ações internas, por exemplo, de cancelamento, re-emissão ou correção, conforme o que a legislação ou regra determinasse para aquele evento, sem que essas operações resultassem em despesas adicionais significativas e nem sempre eram transparentes à organização.

Algum tempo depois, com a evolução da comunicação pela internet, a Receita Federal do Brasil passou a disponibilizar os serviços públicos de consulta dos cadastros PJ e PF através do seu portal e publicou instruções normativas estabelecendo nomenclaturas, padrões, layouts e a exigência na frequência da validação do status desses cadastros em seu ambiente, tanto quanto a freqüência das operações comerciais entre essas entidades jurídicas ou físicas fossem realizadas.

Em seguida, as Secretarias de Fazenda Estaduais seguiram o mesmo modelo, publicando as informações de cadastro das empresas atuantes em seu território e pertinentes as suas próprias características tributárias. É bom lembrar que, atualmente, essas informações são atualizadas, periodicamente, e que uma empresa consultada com status ativo e habilitado hoje, pode não estar na mesma situação amanhã, razão da exigência da consulta periódica.

Dessa época, lembro de um departamento comercial de uma multinacional que, para conseguir a liberação dos pedidos de vendas junto à área responsável pelo faturamento, eram exigidos que fossem acompanhadas por uma cópia da certidão online da Receita Federal

anexada no corpo do e-mail. Por ser um processo manual, a atualização e validação dos cadastros dentro do sistema de gestão eram de baixa confiabilidade e, caso o faturamento não ocorresse na mesma data do recebimento da cópia da certidão, deixava a empresa exposta a irregularidades.

Ainda assim, se a empresa conseguisse detectar lançamentos incorretos após o faturamento ou entrega dos produtos, poderia lançar mão de ações corretivas sem mesmo que o Fisco percebesse. Acredite, mas até pouco tempo atrás esse era um processo considerado normal na maioria das empresas.

A partir de 2007, com a iniciativa da criação do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), as empresas perceberam que não podiam deixar os

cadastros fiscais serem tratados num segundo plano. Os cadastros são a matéria-prima que alimentam o sistema e devem ser saneados e tratados respeitando os novos padrões de layout e inclusão de variáveis antes não exigidas, como por exemplo, código do município. A facilidade de detecção em tempo real de informações incorretas ou incompletas na emissão da NF-e pode causar desde o impedimento do faturamento até penalidades já previstas na legislação.

No final de outubro de 2009 foram aprovadas mudanças significativas para 2010, no que os especialistas estão chamando de “a segunda geração digital”. Entre elas, a inclusão de novas informações e uma exigência que envolve, diretamente, o controle sobre o cadastro de clientes e fornecedores - antes um cliente com a inscrição estadual não-habilitada poderia ter a situação da emissão da sua NF-e não autorizada pelo sistema. A partir do próximo ano, a emissão será permitida, porém tanto o cliente quanto o fornecedor estarão sujeitos a penalidades.

Quanto maior o volume de operações comerciais de uma empresa, maior será a sua exposição nas operações fiscais. Ou seja, a área fiscal passou a ser estratégica: não é prudente passar a responsabilidade principal de atualização das informações cadastrais para a área comercial, compras ou um staff secundário, nem confiar em processos manuais.

O ideal é delegar a missão a profissionais especializados e cercar-se de soluções informatizadas que minimizem qualquer possibilidade de erro. A empresa não vai querer ver seus lucros sendo impactados por riscos de autuações do Fisco a cada emissão ou recebimento das notas fiscais devido a descuidos com os cadastros dos clientes e fornecedores.

cadastros fiscais na era do SPedartigo

* Luiz Paulo Ferreira, consultor em Desenvolvimento de Sistemas e Gestão de Negócios da ZipCode.

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>especial

A oferta de software de emissão de Nota Fiscal Eletrônica como serviço está ganhando cada vez mais adeptos. A NFe do Brasil, que estruturou essa modalidade

no ano passado, conquistou clientes de diversos segmentos, como fabricantes de tintas e de equipamentos médico-hospitalares, comércio de automóveis e farmácias de manipulação, entre outros. Segundo Marco Zanini (foto), diretor-geral da empresa, eles perceberam a vantagem de contar com uma infraestrutura robusta para rodar uma solução crítica, como é a emissão de notas fiscais.

A vantagem do modelo baseado na oferta de software como serviço é que o cliente não precisa investir na montagem da infraestrutura. Um estudo realizado pela NFe do Brasil mostrou que para rodar a solução de emissão de Nota Fiscal Eletrônica em um datacenter, com recursos de segurança baseados no

padrão HSM (Hardware Security Modulo) e de contingência de máquinas, links e certificação digital, o cliente tem um gasto médio de R$ 100 mil.

O valor não engloba o custo da equipe para manter a infraestrutura em funcionamento. Na avaliação de Zanini, o serviço de terceirização da gestão da NF-e permite que as empresas paguem apenas de acordo com a quantidade de notas fiscais emitidas por mês. “O serviço é indicado para empresas com volume de até 1.000 notas por mês”, diz. Além disso, quando o cliente opta pelo serviço terceirizado, ele tem acesso a uma série de serviços adicionais como monitoramento, backup seguro, mecanismos de proteção e suporte técnico. Ou seja, ganha flexibilidade e agilidade para atender ao crescimento do negócio.

O único investimento necessário é na aquisição de um computador com acesso à internet, o que para a grande maioria das empresas, já faz parte da sua infraestrutura básica.

Nf-e como serviço ganha adeptosnf-e

A demanda por projetos de NF-e atingiu o pico no ano passado, quando boa parte dos setores da atividade econômica teve que se adequar às exigências do Fisco. Mesmo assim, a Neogrid espera repetir em 2010 a taxa de crescimento registrada no exercício passado, quando os negócios evoluíram 50%. A

NF-e tem uma participação importante no bom desempenho da empresa.“O mercado está demandando e nós temos capilaridade grande na indústria e no

varejo”, afirma André Ghignatti, Chief Executive Officer (CEO) da Neogrid. A empresa dispõe de um portfolio de soluções que atende clientes de todos os portes e diferentes setores da atividade econômica. Segundo André, boa parte das maiores redes de varejo e da indústria de bens de consumo é usuário da solução da Neogrid. Para o executivo, se no ano passado a demanda foi puxada pelo governo, que impôs prazos para adesão das empresas, em 2010 a necessidade de melhorar os processos de gestão fará com que as empresas tomem a iniciativa de contratar projetos de NF-e.

Mas o foco não será apenas na emissão, como tem ocorrido até o momento. “A tendência é que seja implementado o processo completo da NF-e, que inclui a recepção e a entrega garantida”, diz André.

A entrega garantida implica no uso de protocolos de transferência de arquivo que garantem a rastreabilidade do documento e o batimento (conferência) entre os pedidos e a NF-e, ou seja, a verificação se o que foi pedido está sendo efetivamente entregue.

Isso é importante para evitar inconsistência nas informações enviadas por meio eletrônico ao Fisco, que podem gerar problemas futuros. Esse mecanismo

é fundamental, também, para coibir prática de fraude e de evasão fiscal. Na avaliação do executivo, a inconsistência das informações enviadas ao Fisco em formato

eletrônico decorre muitas vezes da falha na implementação do projeto. Além da implantação do processo completo, o executivo da Neogrid recomenda atenção na

escolha dos parceiros. Isso porque, como a NF-e é um projeto de fácil implementação, não há uma barreira de entrada de fornecedores. E muitos se aproveitaram para explorar essa oportunidade de negócio. Ele considera fundamental a continuidade dos processos. Assim, a parceria deve funcionar bem e se manter sólida no futuro.

demanda por Nf-e continuará aquecida em 2010

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avanços neste período a postura das operadoras, mais flexíveis e adequadas às demandas dos anunciantes, e o surgimento de grandes projetos como os ligados aos televisivos Big Brother e Programa do Faustão.

O esforço local da MMA resultou inclusive em um padrão determinado pela associação, em consonância com as leis e regulamentações definidas pela Anatel, como a aprovação de campanhas por SMS pelo usuário de aparelhos celulares, o “aceite”. Em paralelo, a consolidação

A história do mobile marketing (MM) no País rende algo como um curtametragem experimental. A realização das primeiras campanhas

que podem fazer jus a esse nome é algo recente, o primeiro marco positivo pode ser situado no final de 2007. E o modelo era o SMS, usado pelas próprias operadoras. Desde então, as corporações começaram a estabelecer um diálogo com o MM, na expectativa de que a

experiência do curta vire um longametragem de algum sucesso.

“A chegada da Mobile Marketing Association (MMA) ao Brasil, para iniciar um trabalho de evangelização, e a realização do primeiro fórum do gênero contribuíram para melhorar a visibilidade da prática. Mas é algo bem novo por aqui se comparado com o resto do mundo”, garante Fernanda Magalhães, gerente da Mobext (agência de mobile marketing do grupo Havas) e integrante do board global da MMA. Ela destaca como possíveis

>e-business

Com a expansão da telefonia móvel e a evolução da cultura da transmissão de dados sem fio, a tendência é de queda dos obstáculos à modalidade, um deles a cultura corporativa. Mas como avançar em uma prática que tem barreiras legais complicadas e ainda esbarra no ceticismo do mercado?

Mobile marketing define suas próprias regras

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das operadoras com o processo de fusões também influiu positivamente.

O resultado na prática é mais agilidade nos processos das campanhas e um discurso único que reduziu o tempo de decisão dos projetos. Algo que respondeu bem ao dinamismo do mercado publicitário. As ações que antes poderiam ser inviabilizadas por prazo foram minimizadas. O que gera otimismo. “O mercado evolui continuamente. Os analistas achavam que seria mais lento, por conta da crise no ano passado, mas o endomarketing, o marketing dirigido e o promocional são mais rápidos e eficientes com o mobile para atingir os consumidores, principalmente no engajamento propiciado, assim como pela fidelidade dos relatórios. A Copa do Mundo e mais promoções que virão, assim como a ansiedade de notícias, vão gerar uma grande evolução”, aposta Rosana Moya, diretora de mobile marketing da Spring Wireless.

possibilidades à vistaO mesmo discurso é feito por Roberto

Saretta, diretor da 2Call, que acredita em

um crescimento do volume e no uso da ferramenta em paralelo à evangelização. “Acredito em novas verbas para um mercado que girou R$ 150 milhões em 2008, enquanto o mundo movimentou US$ 4,5 bilhões. Não chegamos nem a 1% do mercado publicitário, porém acho que podemos chegar a 2%. Na Europa a prática tem quatro anos de consolidação, e aqui um ano de maior utilização. As grandes agências ainda não possuem ações robustas de mobile”, compara. O executivo admite que é necessário evangelizar a partir de recursos como palestras e cursos.

Fernanda também aponta o potencial que pode aflorar. “Muitas marcas de peso ainda não utilizam o mobile. Mas quando elas descobrirem que as campanhas não têm caráter de spam e possibilitam grande interação com o usuário, isto vai mudar”, ensina. Ela ressalta que o 3G serviu para aprimorar ainda mais essa interatividade, assim como a disseminação dos iPhones, mesmo que ainda em baixa escala, gerou curiosidade e serviu para estabelecer a base de um novo consumo de dados e imagens.

Isto representa um avanço na cultura, mesmo que ainda tímido. “Existe uma certa miopia, o usuário do celular é bem parecido com o de web, ele não espera um manual, ele vai trabalhar por si, sozinho. É mais ou menos como andar de carro, ninguém lê o manual do veículo. O hábito e a formação do usuário são aguçados pela curiosidade. Ainda não estamos em um nível ótimo de cultura, mas estamos evoluindo”, garante Fernanda. Uma recente pesquisa da MMA mostrou que já existe um inicial consumo e volume de usuários, e que a barreira está no mercado publicitário.

Mão no bolsoPara se ter uma ideia do montante

fasto em uma campanha de MM, do total de investimentos que uma marca como a Bombril – que gastou algo como R$ 35 milhões em publicidade – foram canalizados R$ 700 mil, ou 2%, para investimentos conjuntos em web e mobile, como revela Saretta. Se fosse possível traçar um perfil dos aportes realizados, eles saíram do perfil de

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>e-business“ocasião”, em 2008, para começar no ano passado com maior constância. “Um bom exemplo é a Citroen, que em 2008 começou a trabalhar em mobile e em 2009 fez mais de 10 campanhas conosco”, relembra Fernanda.

Na visão da executiva da Mobext, além das ações das operadoras móveis, os bancos sempre investiram e continuam buscando maior interação com os seus correntistas, assim como o setor automobilístico. Bens de consumo, varejo e alimentícios, como cerveja e refrigerantes, também possuem investimentos, e agora artigos de luxo e beleza começam a entrar na prática. “As ações de MM saíram das classes A e B, deixaram de ser algo elitista, tanto vertical como em extrato econômico. Quem navega é A, B e agora C”, admite.

Por outro lado, quem ainda não investe, como enumera Rosana, da Spring, encontra barreiras, como muitas agências de publicidade. “A razão é que ainda existem limitações para SMS marketing, ainda existe um cenário nebuloso. Quando não se tem a identidade do consumidor, a Anatel e as operadoras inibem, e o usuário deve dar o seu ok. Acredito que essa burocracia

Especializada em soluções de MM e bluetooth marketing para o mercado corporativo, agências e veículos, a 2Call aposta na base instalada de cerca de 65 milhões de aparelhos com bluetooth para alavancar o seu modelo de

negócios, iniciado em 2008 e baseado em tecnologia desenvolvida pela própria empresa. “Com a infraestrutura desenvolvida no Brasil e a solução proprietária melhor adaptada ao perfil dos aparelhos usados aqui, é possível oferecer serviços customizados para cada cliente. Em uma ação via bluetooth marketing, por exemplo, nosso custo pode ser até 70% inferior ao que é habitualmente cobrado”, explica Roberto Saretta, diretor da 2Call.

Como apoio, a empresa acredita nos parceiros de sua rede de franquias espalhadas pelo Brasil para captação de projetos. “Era o melhor modelo para rápida expansão e os resultados vieram em passo acelerado. Já temos 15 franqueados e a estimativa para 2010 é duplicar esse número. O bluetooth marketing já representa 10% do mercado e deve virar um dos protagonistas”, contabiliza Saretta.

Recentemente, um franqueado da 2Call de São Luis, no Maranhão, promoveu uma ação de bluetooth marketing com o Fran’s Café. Um banner digital em formato JPEG fez parte dessa ação, presenteando quem ativasse o bluetooth do celular com o sorteio de um café da manhã completo – e do público presente de 1,1 mil pessoas, 491 banners foram aceitos. “Em média, o custo de uma ação é de R$ 0,50 por pessoa, com um grande retorno institucional”, explica Saretta. Como não utiliza papel, esse tipo de ação também é considerada por muitos como “ecologicamente correta”.

O plano da 2Call é estruturar uma rede de 5 mil pontos de hotspots de bluetooth nos próximos cinco anos. “Temos as credenciais, já que somos a empresa que mais fez ações de bluetooth marketing no País. Além disso, nosso modelo de gestão e de franquias também viabiliza uma forte presença comercial local”, lembra Saretta.

tudo azul

pode ser simplificada. Assim como as operadoras tem um billing específico para voz e agora os dados começam a ter alguma relevância. O modelo de negócios pode ser simplificado”, aponta a executiva.

Modo de usarEntre os modelos de atuação,

destacam-se o institucional e o de ativação de vendas no PDV. E algo como

80% dos projetos são feitos por meio de SMS ou short code, com menor atividade em mobile sites, torpedo de voz e no específico bluetooth marketing (veja mais no Box: Tudo azul), que garante retorno com um custo fixo por usuário, mesmo que se atinja 5 mil ou 500 mil pessoas. “Temos a modalidade de ‘promo’ que virou quase que ‘promo por SMS’, alavancada pela maior segurança, imediatismo e redução de controle e manuseio de material. Antes era preciso ter galpões de kit de promo, e com o SMS é diferente. E ainda inibimos as fraudes das ‘máfias’, com poucas pessoas que ganhavam diversos prêmios”, explica Rosana.

As agências ainda vêem o MM como uma extensão da web, mas já se vê um certo descolamento. O crescimento de campanhas com SMS com códigos impressos no produto passou a ser uma opção e existe uma tendência de montagem de lojas de aplicativos. “Mas o software não pode ser apenas uma plataforma, eles devem ser plurais em termos de modelos e com diferentes formas de distribuição. Os serviços de localização também serão ampliados. E a Copa pode acelerar novas formas de interatividade, como de realidade aumentada”, argumenta Fernanda.

O ano de 2010, depois do turbulento ano que passou, traz otimismo aos executivos. “Acredito em uma aceleração do amadurecimento, temos barreiras, mas existe muita demanda. Estamos trabalhando para a Copa, com um conteúdo relevante para o consumidor, como uma tabela direto no celular, de graça, e estamos buscando patrocinadores. Para a eleição, que é uma outra frente de negócios, queremos substituir a impressão de papel pelo santinho eletrônico. Não vamos fazer SMS, mas investir no bluetooth que pede a permissão”, revela Saretta.

algo como 80% dos projetos de moBile marketing são feitos por meio de sms ou short code

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