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  • 1. 1664-ISSN 1664-5243 Varal do Brasil e voc:Uma amizade duradoura!3 anos JUNTOS, fazendoda literatura um caminho alegre e descontradoFELIZ ANIVERSRIO!

2. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012 1664- ISSN 1664-5243LITERRIO, SEM FRESCURAS Genebra, outono de 2012 No. 18FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO!FELIZ ANVIERSRIO! www.varaldobrasil.com3 3. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012EXPEDIENTERevista Literria VARAL DO BRASILNO. 18 - Genebra - CHCopyright Vrios AutoresO Varal do Brasil promovido, organizado e rea-lizado por Jacqueline AisenmanSite do VARAL: www.varaldobrasil.comBlog do Varal: www.varaldobrasil.blogspot.comTextos: Vrios Autores COMO PARTICIPAR DO VARALColunas: Solicitar o formulrio pelo nosso e-Clara Machadomail.Fabiane Ribeiro Enviar seus textos, fotos e/ou dese-Sarah Venturim Lassonhos acompanhados de uma foto ede uma minibiografia para o e-mailSheila Ferreira [email protected] TodaIlustraes: Vrios Autores participao gratuitaFoto capa: Anton Zabielskyi - Fotolia comFoto contracapa: Ruth Black - Fotolia comMuitas imagens encontramos na internet sem tero nome do autor citado. Se for uma foto ou um ESPECIAL NATAL E ANO NOVOdesenho seu, envie um e-mail para ns e tere- PARA DEZEMBROmos o maior prazer em divulgar o seu talento.Reviso parcial de cada autorA revista Varal convida voc paraReviso geral VARAL DO BRASIL falar de amor, de paz, de tudo o queComposio e diagramao: se possa desejar na poca natalinapara desta forma esperar o melhorJacqueline Aisenman em 2013!A distribuio ecolgica, por e-mail, gratuita. A Traga sua mensagem na forma querevista est gratuitamente para download em melhor encontrar! Pensamentos, tro-seus site e blog. vas, haicais, poemas, crnicas, con-tos, minicontos... Ou outra forma ain-Se voc deseja participar do VARAL DO BRASILda que houver ou mesmo que vocNO. 19 envie seus textos at 10 de dezembro deinventar!2012 para: [email protected] passar juntos o Natal e oO tema da edio no. 19 ser sobre o PlanetaAno Novo!Terra, sobre a vida, a natureza, os animais, o serhumano. Declare o seu amor pelo [email protected] 4. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012Obrigada a voc leitor, a vocescritor, que nos acompanha e participa conosco! www.varaldobrasil.com 5 5. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012 www.varaldobrasil.com 6 6. Varal do Brasil, literrio sem frescurasEstamos completando trs anos de existncia. Trs anos de participao ativa na literaturade Lngua Portuguesa. No estamos, claro, nos meios intelectuais. Mas estamos no coraode tanta gente que isto mais do que suficiente para afirmarmos que sim, conquistamos umespao na divulgao de nossa literatura! Afinal, entre a revista, blog, site, livros, muito maisde quinhentos autores j passaram pelo VARAL DO BRASIL.J editamos dois livros e estamos com as inscries abertas para a edio do terceiro volu-me. Com qualidade e respeito fazemos uma antologia que difere de todas as outras.J participamos de um dos maiores e melhores Sales Internacionais do Livro, o de Gene-bra, na Sua. Um sucesso total. Levamos para o meio internacional aproximadamente du-zentos ttulos de mais de cento e cinquenta autores! Quatorze escritores estiveram presen-tes para autografar seus livros vindos do Brasil, Sua, EUA, Itlia e Holanda. Fizemos atmesmo um especial sobre o cordel homenageando Jorge Amado com as participaes mui-to especiais de Valdeck Almeida de Jesus e Marcelo Candido Madeira.Se a Livraria Varal do Brasil fechou seu site e suas vendas diretas pela impossibilidade decontinuar com as portas abertas, assim mesmo estamos nos preparando para ir ao 27o. Sa-lo Internacional do Livro de Genebra que ocorrer em maio de 2013. Mais uma vez, commuita garra e muita vontade de mostrar ao mundo o que temos em nossa bela literatura.Abrimos inscries e l vamos ns novamente fazer a festa da literatura brasileira na Sua.O VARAL DO BRASIL isto: vontade de ir longe com voc, de mostrar seu talento, de unir oleitor com o escritor.Nestes trs anos foram vinte e oito revistas, dois livros e mais um em preparao. Forammais de mil publicaes em nossos blog e site; milhares de visitas no blog, site e pgina Fa-cebook. Inegavelmente, estamos juntos!Aqui, o agradecimento sincero pela fidelidade e pelo carinho sempre demonstrado! E siga-mos para mais um ano de sucesso e alegrias com os coraes unidos para mostrar o me-lhor de ns!Jacqueline AisenmanEditora-Chefe do VARAL DO BRASILwww.varaldobrasil.com 7 7. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! ALEXANDRA MAGALHES ZEINER ELIANE ACCIOLY ALICE LUCONI NASSIFELOISA PORAZZA AMELITA SOARES EVELYN CIESZYNSKI AMILTON MACIEL MONTEIROFABIANE RIBERO ANA ESTHER FELIPE CATTAPAN ANA ROSENROT FERNANDA DE F.FERRAZ ANAIR WEIRICHFLAVIA ASSAIFE ANDR V. SALES GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA ANGELA GUERRAGILMA LIMONGI BATISTA ANNA BACKGUACIRA MACIEL ANTNIO FIDLISHERNANDES LEO AUDELINA MACIEIRAHIPLITO FERRO BETO ACIOLIISABEL CRISTINA S. VARGAS CARLOS CONRADO IVANE LAURETE PEROTTI CAROLINE BRITO IVONE VEBBER CAROLINE BAPTISTA AXELSSON JACQUELINE AISENMAN CESAR SOARES FARIASJARDEL ELIAS CLARA MACHADOJOANA ROLIM CRISTIANE STANCOVIKJOS CAMBINDA DALA CRISTINA CACOSSI JOS CARLOS PAIVA BRUNO DANILO A. DE ATHAYDE FRAGA JOS HILTON ROSA DEANNA RIBEIRO JUAN BARRETO DHIOGO JOS CAETANOJULIA REGO DOMINGOS A. RICHIERI NUVOLARIJUVENAL PAYAYA DORA DUARTELCIA AMLIA BRULLHARDT EDIANE SOUZA LUNNA FRANK www.varaldobrasil.com8 8. Varal do Brasil, literrio sem frescuras MARCELO DE OLIVEIRA SOUZA WILSON DE OLIVEIRA JASA MARCOS TOLEDO YARA DARIN MARCOS TORRES MADDAL MARIA ANGELITA HEINZ MARIA SOCORRO MRIO OSNY ROSA MARIO REZENDE MERARI TAVARES NILZA ODENIR FERRO ODETE BIN OLIVEIRA CARUSO REGINA COSTA RENATA IACOVINO RODRIGO PEREIRA DOS SANTOS ROSSANDRO LAURINDO ROZELENE FURTADO DE LIMA SARAH VENTURIM LASSO SHEILA FERREIRA KUNO VALQURIA GESQUI MALAGOLI VARENKA DE FTIMA ARAJO VERA LUCIA PASSOS VINICIOUS LEAL M. DA SILVA VIVIANE SCHILLER BALAU WALNLIA CORRA PEDERNEIRASwww.varaldobrasil.com9 9. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!Ah! Se amar fossefcil...Por Amilton Maciel MonteiroAh! Se amar fosse fcil, minha amiga,No haveria gente mal amada,No teria no mundo tanta briga,Nem crianas largadas na calada! que amar bem rduo! E h at quem digaQue das fainas a mais sacrificada,Pois, alm de voc se dar, fadigaCom tanta incompreenso, sem dizer nada...ValoresContudo, sem amar, restam as tristezas...Por Ana Esther at pior que a dura incompreenso,Ou o que se sofre com indelicadezas;Valores?Pois fomos concebidos para o amor,Algum os viu?Que vive bem em nosso corao,Como disps o Sumo Criador! Louvados sejam... Oh, no... hoje em dia Renegados so!Esquecidos, abandonados,Sumiram do corao. Imagem: Delacorrwww.varaldobrasil.com10 10. Varal do Brasil, literrio sem frescurasVem amor!Amor em fugaVem amorAgora tanto faz o anseio s para tePor Audelina Macieira verEm paz e te d o que eu tenhoSombria alma minhaMeu amor, que nunca vai te deixarmaltratas este corpo que por ti chora Esse amor nossa casa nosso larSe vem para mim assim no quero Esse amor est em mim mas seuprefiro fugir dessa agoniaAmor no fuja de mimquando l na escurido internaVem logo, e arrependa-sedo semblante perdo Vem viver o amor.imploro por uma bebida quentepara esquecer dos seus lbiospara no lembrar dos seus abraospara que este algum onde estiverque partiu e deixou para depoiso infinito deste amorque solido que dorque fazes agora o meu coraoque sangraah! quando lembro que fugiu de mimlembro tambm do passarinho sem ni-nholembro que ao fugir de mimme deixou no choMeu amor aceite meu perdoe vem me d a moA fuga no o caminhoda doce ilusoA fuga destino de mortePara quem ficaE solido eterna para quem vai www.varaldobrasil.com11 11. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! Grito Existencial Por Beto AcioliGrita um silncio em meu gro deserto Faz-me arder ridos sentimentosPasso, deveras, longos maus momentos O sofrimento faz meu mundo inquieto O meu tormento passa-se em secretoExpilo prantos corao adentroNavalho cortes sanguinolentos Retalho a alma em perverso decretoA fundo peno com meus desatinos Sinto o profundo gosto do venenoMorrendo aos poucos a cada segundoDecerto seja o maldito mundoImpondo a vida pelo que devemosOu nos expondo sorte do destino www.varaldobrasil.com12 12. Varal do Brasil, literrio sem frescuras VARAL DO BRASIL NO SALO INTERNACIONAL DO LIVRO DE GENEBRA 2013O Varal do Brasil estar presente com um stand de 12m2 no prestigia-do Salo Internacional do Livro de Genebra em 2013.Esto abertas quinze vagas para sesses de autgrafo e trinta e cin-co vagas para exposio de livros. Todas as vagas sero preenchidasmediante a seleo de ttulos e pagamento de participao cooperati-va.As pessoas interessadas devero escrever para o [email protected] mail solicitando mais informaes.Adiantamos que as associadas da REBRA e os associados da LITERAR-TE, assim como os participantes regulares da revista VARAL DO BRA-SIL, recebero descontos especiais para suas participaes. www.varaldobrasil.com 13 13. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! LIA E SEU MUNDO Por Anair Weirich Chamava-se lia... e lia - ah! se lia! Tanto lia que seu nome era apologia leitura. E lia mesmo! lia outdoor, jornal, qualquer anncio a esmo. Levava a literatura muito a srio. Em cada aposento da casa havia um livro sendo lido, e cada histria com seu mistrio. Essa era lia... e como lia!www.varaldobrasil.com14 14. Varal do Brasil, literrio sem frescurasBOLO DE ANIVERSRIOFonte: http://mdemulher.abril.com.br/cIngredientes. 1 1/2 xcara (ch) de manteiga. 3 1/4 xcaras (ch) de acar. 14 ovos. 3 1/2 xcaras (ch) de farinha de trigo. 1 colher (sopa) de fermento em p. 250 g de ameixa seca. 1 3/4 de xcara (ch) de gua. 8 gemas. 200 g de chocolate amargoModo de preparo1. Prepare a massa: bata bem a manteiga com 1 1/2 xcara (ch) de acar. Junte 6 ovosinteiros e bata at ficar homogneo.2. Acrescente a farinha peneirada com o fermento e misture.3. Ponha numa forma de 30 cm de dimetro untada com manteiga e asse em forno, prea-quecido, at dourar.4. Deixe esfriar e desenforme. Repita a receita mais uma vez.5. Prepare o recheio: retire o caroo das ameixas. Cozinhe-as com 1/4 de xcara (ch) deacar e 3/4 de xcara (ch) de gua at ficarem macias.6. Bata as ameixas no liquidificador aos poucos. Corte os bolos e recheie.7. Prepare a cobertura: cozinhe 1 1/2 xcara (ch) de acar e 1 xcara (ch) de gua atobter ponto de bala dura. Bata 8 gemas.8. Junte a calda quente e bata at esfriar. Junte o chocolate e misture.9. Cubra o bolo e decore. www.varaldobrasil.com15 15. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!AMIZADE SUPREMA GRAA DE VIVERPor Eloisa Porazza Amizade suprema graa de viver! Verdadeiro tesouro da caminhada,Sentimento que expressa bem querer,Transmite harmonia e felicidade tambm.Devemos agradecer ao poderoso escultor Pelos Amigos forjados na forja do corao. Amizade um tipo especial de carinho, Que nasce na espontaneidade do viver. Consiste na grande satisfaoDe, com base na sinceridade, Dizer palavras apropriadas no estender da mo,Seja qual for situao.Amigo confessor Ouve calados os queixumes, Seca nossas lgrimas, Silencia a voz do prantoE faz-nos sorrir para um novo alvorecerAgasalho da hora certa que aquieta nosso ser, E na magia da existncia, retempera o corao. www.varaldobrasil.com16 16. Varal do Brasil, literrio sem frescurasqueno retrato, feio, manchado, avermelhado Herdeiros *como os retratos antigos so, ali estava Ana Rosenrot aquele sorriso deslumbrante, segurando umgrande beb de bochechas vermelhas eolhos inocentes, eu; naquele momento aqui-lo valeu mais que todo o ouro do mundo. Pararam de falar quando eu chegueime olharam com desprezo como se eu no Corro para pegar o retrato , alguns setivesse direito de estar ali, mas logo recome-assustam, pensando que eu estava tentandoaram a remexer nos objetos, falando alto e me apoderar de algum bem de valor, comodiscutindo o que caberia a quem. Se elesse l existisse isso, pego o retrato e todo umsoubessem que a nica coisa que eu queria mundo perdido volta a existir em minha men-daquela casa j no existe mais, no preci- te, ela agora se encontra do meu lado e eu asariam esconder furtivamente as coisas queouo falar, com voz suave, me ensinandoencontravam.coisas que em nenhum lugar eu poderiaaprender, enquanto penteia meus cabelos, Olho ansiosamente pelos desvos da ela me fala sobre a vida, a importncia dasala, na esperana de encontrar pelo menoscompaixo, de como devemos ser fortes nauma sombra do passado perdido e me depa-adversidade e nunca deixar que a maldade ero com o velho relgio na parede, amarelado a ganncia entrem em nosso corao; umpelo tempo, cheio de pontos de ferrugem e barulho de algo quebrando me chama aainda trazendo no visor um buraco bem re- ateno, vou ver e descubro que algum ha-dondinho perto do nmero oito, resultado de via derrubado da parede o relgio, que agorauma pedra mal atirada, como tive medo na- se tornou um monte de cacos, molas e en-quele dia de que ela brigasse comigo pela grenagens, vtimas e testemunhas da sanhafalta de cuidado, desobedecendo eternafamiliar por lucro, o silncio volta a reinar,ordem de brincar l fora, mas ela sorriu, co- como se o barulho os tivesse despertado demo sempre, com os lbios e os olhos e disse um pesadelo, todos param e se olham, olha-que o importante era que o relgio aindares vergonhosos se cruzam pelos cantos,marcava as horas, e que assim poderia seindo de um para o outro, como se assim pu-lembrar de mim toda vez que olhasse paradessem ver a si mesmos e vo largando oele, s que agora nada disso adianta. que haviam recolhido e guardado em bolsas Caminho da sala para a cozinha, os e sacolas, comeam a juntar os pedaos doolhos de todos me seguem em silncio, ven-relgio, unidos como nunca foram em ne-do com velado prazer que o grande mito fa-nhum outro momento de suas vidas.miliar era uma mentira, nunca entenderam Com o retrato nas mos, vou deixan-que algumas pessoas nasceram para correrdo a casa e aquele mundo para trs, maspelo mundo a procura de uma vida melhor,posso ouvir vindo da sala, que a conversaisso para eles era fuga, covardia, abandono agora amigvel, risos e comentrios sobreda famlia; somente ela, em todos os mo-momentos felizes e velhos retratos vo eco-mentos me apoiou, mostrando-se orgulhosaando pelos cantos, agora, como se ela es-com o to pouco ou quase nada que eu tinhativesse novamente ali e para mim ela sem-conseguido nunca me senti to s e miser-pre estar.vel como agora. No corredor examino tristeas portas fechadas, o que eu no daria para A nica herana que devemos guardarv-la sair de uma delas com seu eterno sorri- so as boas lembranas.so, to pequena, a alma to grande, sempreuma palavra boa a dizer, mas tudo acabous o que vejo e ouo so coisas sendo revi- *Conto vencedor do 2 Lugar no Trofu Ja-radas, roupas e lembranas jogadas no car 2010.cho, a eterna busca por algo valioso; quando eu vejo atirado ao cho por algumque no viu nenhum valor naquilo, um pe- www.varaldobrasil.com 17 17. Varal do Brasil, literrio sem frescurasREDEMOINHOPor Lcia Amlia BrllhardtIA Vida um redemoinhoQue roda com, precisoTendo o vento como artriadando vida ao coraoIINa roda desse moinhoEu quero me balanarNo quero ser Don QuixoteMontado em seu alazoLutou contra o moinhoPensando ser um dragoIIINo perco tempoEsperandoVendo a velhice chegarNa roda desse moinho quero me balanarIVSe verso, se rimaRepito tempo e lugarRepito que no moinhoEu quero me balanar ...www.varaldobrasil.com18 18. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!trabalhar direito, procurei novamenteShow Imperdvel o cartaz, para ver se encontrava algu-ma informao, mas como choveu for- Por Amelita Soareste durante a semana, todos os carta-zes tinham desaparecido; sem chegara uma soluo para o meu problema, NO PERCAM, NICA APRESENTA-resolvi ir ao show assim mesmo; quemO DE SARITA MELO, NESTE SBADOsabe algum desista de ltima hora eNO ESPORTE CLUBE MELINENSE.me venda o ingresso. No sbado, vesti meu melhor Quando vi este cartaz colado traje e fui para o Esporte Clu-num poste, fiquei to eufrico, enlou-beesperando por um milagre, fiqueiquecido de felicidade que nem conse-parado na porta, observando por umgui terminar de ler, tratei de ir rapida- longo tempo, at que um casal de na-mente a um caixa eletrnico e saqueimorados comeou a discutir, trocartudo o que tinha na minha conta oacusaes e cada um foi para um lado;dinheiro reservado para pagar o alu-percebi que o rapaz, aborrecido, dirigiaguel daquele ms, para comprar o -se para o carro com um ingresso nasingresso e assistir ao show da minhamos; corri at ele e pedi, sem ne-vida; nunca fui muito amigo de festas,nhum escrpulo pouco me importan-shows, nem passeios, sempre fui umdo com sua tristeza por brigar com ahomem muito caseiro, mas, por minha namorada, que ele me vendesse seuamada Sarita Melo a nica cantoraingresso. Ele parou, olhou-me descon-que gostei de ouvir em toda a minha fiado, deu a impresso de que iria mevida, sou capaz de fazer qualquerdizer alguma coisa, mas desistiu, pediuloucura.trezentos e cinquenta reais que pa-guei sem regatear e foi embora, com Peguei meu carro e literalmentea aparncia bem melhor do que antes.voei at o Esporte Clube, para comprarmeu ingresso antes que se esgotas-Realizado, transbordando de fe-sem; no consegui encontrar quem me licidade, entrei no salo e enquanto oatendesse; o clube estava deserto,show no comeava, fiquei observandomais parecia um tmulo. Comecei a fi- os cartazes com a foto de minha ado-car intrigado, ser que os ingressos j rada Sarita, que cobria as paredes; foitinham se esgotado? ento que pude ler o que dizia o res-tante do anncio: Patrocnio PrefeituraDesesperado, voltei pra casa eMunicipal de Melina Entrada Franca.pesquisei na Internet por horas, na es-perana de adquirir mesmo que maisFiquei to arrasado por ter sidocaro, um lugar, nem que fosse na l- enganado, que no consegui nem pres-tima fila, mas nada encontrei; corri attar ateno no show. Sa do Esportea cidade, perguntei a todo mundo, at Clube com uma certeza: informao aos cambistas, que ficavam na praa;tudo. J o aluguel deste ms, tornou-ningum sabia de nada; parecia que ose uma coisa incerta.nico interessado no show era eu.Derrotado, passei a semana to-da pensando num jeito de resolver omeu problema no conseguia nemwww.varaldobrasil.com19 19. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!www.varaldobrasil.com20 20. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! BOLO DA MAME(Rendimento: 25 fatias)Ingredientes:Massa- 5 ovos- 2 xcaras (ch) de acar- 1 xcara (ch) de leite quente- 2 xcaras (ch) de farinha de trigo- 1 colher (sobremesa) de fermento em pRecheio- 1 lata de leite condensado- 1 lata de creme de leite- 1/2 litro de leite- 3 gemas- 3 colheres (sopa) de farinha de trigoCobertura branca- 2 xcaras (ch) de acar- gotas de essncia de baunilha- 3 clarasCobertura de chocolate- 3 colheres (sopa) de acar- 3 colheres (sopa) de chocolate em p solvel- 1 colher (caf) de manteiga- 2 colheres (sopa) de leiteModo de Preparo:1. Massa: bata as claras em neve, junte as gemas, o acar e continue a bater at obterum creme leve e fofo. Despeje aos poucos o leite e bata mais um pouco. Misture leve-mente a farinha peneirada com o fermento. Asse em forma redonda (28 cm de dime-tro) untada e enfarinhada, em forno quente (200C) por 40 minutos.2. Recheio: bata todos os ingredientes no liquidificador. Leve ao fogo mexendo sempreat engrossar. Corte o bolo em 2 camadas e recheie com esse creme.3. Cobertura branca: faa uma calda em ponto de voar com acar, 1 xcara de ch degua e as gotas de essncia de baunilha. Bata as claras em neve na batedeira e vdespejando a calda fervente sobre elas, batendo at tomar consistncia. Cubra a tortacom uma camada bem farta.4. Cobertura de chocolate: leve ao fogo brando uma panela com o acar, o chocolateem p, a manteiga e o leite. Deixe ferver por 5 minutos, mexendo sempre. Passe a co-bertura sobre a torta e com uma colher faa movimentos circulares. Sirva gelado devspera.Fonte: livro O Doce Brasileiro do acervo culinrio Nestl* Receita enviada por Valquria Gesqui Malagoli, com foto que ilustrou o poema da foto da p-gina anteriorwww.varaldobrasil.com21 21. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! www.varaldobrasil.com22 22. Varal do Brasil, literrio sem frescurasHarry Potter, com Rowling. Declarao de amorInvestiguei, com Miss Marple ePor Angela GuerraPoirot, todos os crimes, seguindo asdicas de Agatha Christie! E, de repente, me vi barata, pe-Marquei presena, tambm, nalas mos de Kafka!... literatura de lngua espanhola, comCervantes, Borges e Llosa...Entrei num armrio, com Lewis,para descobrir outras Terras, cheias de No momento, me arrisco na itali-mistrios...ana, tentando descobrir o segredo dasflores, com Diffenbaugh. S no meVivi aventuras incrveis, com disseram que se tratava de uma tradu-Tolkien, em busca de um anel, parao quando o encomendei... Detestosalvar o mundo... tradues! Mesmo no compreendendo Depois, me perdi em Avalon, na tudo, s leio os originais, nos idiomasmagia de Bradley, em meio s bru- que aprendi/aprendo.mas...Faz-se mister mencionar, tam- Em seguida, me apaixonei pelobm, que me deliciei com a poesia devampiro romntico, de Meyer, e me Robert Frost e Emily Dickinson; com osencantei com os Anjos e Demnios, poemas e o teatro, de Shakespeare...de Brown... Ainda houve a pintura social, de Dic-kens...Acho que fui a nica, no meucurso de Letras (Portugus-Ingls porque voc deve estar estranhandotodos os meus exemplos, de literaturaestrangeira...), a ser perseguida porMoby Dick, do incio ao final da saga,com Hemingway...Viajei (nos dois sentidos meta-frico e virtual), com Bryson, nos seusrelatos das diferenas culturais experi-mentadas por ele nos EUA e na Ingla-terra... Sofri horrores de violncia em Afilha do General, cujo autor no me re-cordo, e me desesperei no Afeganis-to, na pele daquele pobre menino,com Hosseini... Todavia, a memria me falha,Mais tarde, escrevi minhas me-certamente, pois me lembro de muitasmrias de Geisha, com Golden, e lutei horas mais, esquecidas, em colquiocontra Voldemort, desde o incio de amoroso com alguma obra... www.varaldobrasil.com23 23. Varal do Brasil, literrio sem frescuras Meu Deus, como pude me esque- Como faz-lo, se no, emprestando-lhecer de Ea de Queiroz e Camilo Castelo aquele ma-ra-vi-lho-so livro, que aca-Branco, com que me maravilhei, na Fa-bamos de ler, ou reler?!...culdade! Propositalmente, no menci-ono autores brasileiros porque forammuitos, mas, em sua grande maioria,leitura indicada por algum professor,para realizar algum trabalho...Sempre fao questo de ler o li-vro antes de assistir ao filme, pois,apesar da capacidade criativa e tecno-lgica das equipes de efeitos especi-ais, no h nada to imbatvel como anossa imaginao, que fica limitadapelo que se v na tela, caso se invertaa ordem.... A saudvel convivncia da TV e Livro de Angela Guerrado computador (e seus desdobramen-tos), com o rdio, mais antigo, nos as-segura que o advento do E-book nonos forar a abdicar do livro de papel,ESPECIAL NATAL E ANO NOVOcujo manuseio nos proporciona tanto PARA DEZEMBROprazer, no virar de cada pgina, na co-locao de nosso marcador predileto,demarcando os limites do que j foi li- A revista Varal convida voc parado, no inalar de seu cheirinho carac- falar de amor, de paz, de tudo o queterstico... Para no falar da felicidade se possa desejar na poca natalina esuprema de poder selecion-lo, entreesperar para o 2013 que se aproxi-muitos a reler, na prateleira de nossama.prpria biblioteca domstica... ComTraga sua mensagem na forma queque amor vamos comprando, um amelhor encontrar! Pensamentos, tro-um, e enfileirando-os na estante; novas, haicais, poemas, crnicas, con-arrumados militarmente, por rea detos, minicontos... Ou outra forma ain-conhecimento, como nas bibliotecasda que houver ou mesmo que vocmaiores, mas por tamanho, cor etc inventar!vontade do fregus...Vamos passar juntos o Natal e o Ano Muitas pessoas so acusadas de Novo!no devolver os livros tomados em-prestados, e, por isso, talvez, se [email protected] o dito: Livro como escovade dentes: de uso pessoal e intransfe-rvel! Mas como gratificante estimu-lar no outro o gostinho pela leitura!www.varaldobrasil.com24 24. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! Infncia Esperana Os irmos, amigos e cmplices! Por Anna Back As peraltices eram sempre coletivas. Brincvamos soltos, aos saltos,Minha infncia h tanto vivida, Balano na rvore, pra l, pra c!Traz boca sabores diversos, contidos. Vida no stio, pomar ao lado,Gosto de saudade, de doces, pastel, Bichos, flores, crianas e frutas.suspiro. Vida impregnada de natureza,Do frescor das frutas, do p, na hora, Parece perfeita, melhor no h.colhidas.Carinho de avs, e o gosto de algo quelembro, Todavia, com tanto regalo,Mas que no sei o nome, nem se existe... Queria eu viver na cidade!Enfim, sentimentos variados, sonhados, Apesar da mesa farta, sortida,vividos! Pois quase tudo se fazia em casa. Goiabada, queijos, marmelada, Biscoitos, nata, requeijo...As descobertas do comeo da vida. Sentia falta, mais do que po,Vida em broto, desabrochando, s. Queria conforto, apesar da idade!Os causos dos mais velhos, vivncias.E l a encontro, no ba da saudade,De coque de grampos, culos e avental... Queria ler mais, ser professora!Meu anjo em forma de av. Ter luz em casa, gua encanada, Cor nas paredes, cama com vu. Tantos sonhos para uma criana!Meus pais amados, heris guerreiros, Conhecer o mar, passear nas ruas...Contra a pobreza, sempre lutaram. De uma infncia pobre em bens,Pensando nos filhos, e nunca em si Guardo as melhores recordaes.Mangas arregaadas, olhar no horizonte. Das coisas e das pessoas simples.Os vi trabalhar muito, chorar e sorrir. Um nome para ela?Com orgulho no peito, a quem quis, Posso cham-la de Esperana!Os filhos formaram!www.varaldobrasil.com25 25. Varal do Brasil, literrio sem frescuras_ No se bate assim no irmo, Carolina! A quarta neta A menina ficou mais vermelha que o tapa na Por Eliane Acciolybochecha do irmo, e sentida com a vov: Ela protege o Guilherme! Gosta mais dele que de mim! No zangou dele me arrastar. Quase chorou, mas no lugar das lgrimasEra uma vez a Carolina, uma menina de sete fechou o rosto, que ficou mais redondo. Aanos.boca de Carolina se abriu naquele rosto corXereta.de rosa e redondo, e falou para a vov:Perguntadeira.Desconfiada._Voc no manda em mim. S a minha me!Ciumenta.Vov ficou impertinente:Taurina e loira.Cabeuda, brava._ Av tambm educa, Carolina!Neta de alemes pelo lado paterno.E pelo materno, mineirinha de seiscentosE querendo ser engraadinha, vov continu-anos. ou:Uma mistureba._ E quando a neta v a v educar diz:Carolina gosta muito da vov Eliane, masObrigada, vov.acha que para a vov mineira, ela s aquarta neta, Que mico ser a quarta neta!, Carolina sentiu que era um balo e teve me-No sou mocinha como a Ana Luiza, nascido de estourar e virar pedaos de borracha.depois do Gianluca e do Guilherme, e nemNo um balo cheio de gs, um balo cheiosou a caula, como a Amanda, pensa. As de ira por causa da vov. At esqueceu ocoisas que Carolina mais detesta so: desaforo de ser puxada pelo Guilherme nafrente dos colegas. De novo a boca se abre1- Ser a quarta neta, nem a mais velha, nem no rosto redondo e diz:a caula.2- Quando o irmo, o Guilherme, um ano e_ No vou agradecer, vov! Sou diferente desete meses mais velho bate nela.toda criana! No quero mais ir para a casa3- E quando o Guilherme a arrasta e puxada vov.pela roupa no corredor da escola, na frentedos colegas! Uma vergonha!Mas, Carolina foi para a casa da vov. EraPor conta de uma arrastada Carolina deu um sexta feira, o dia de vov pegar Carolina e otapa merecido e estalado na cara do Guilher- Guilherme no colgio. Passam pelo Superme. O tapa fez plaft, e ficou grudado na bo- Mercado e compram salada. Carolina de bra-checha dele, escorrido, um tomate esborra- os cruzados finge que nem tem av, maschado. Vov Eliane no viu Guilherme arras- anda atrs dela, com medo de ficar perdida.tar a Carolina, s viu o tapa estampar a cara J ouviu contar de criana perdida, e achado neto, e desenhar um mapa, ouviu o plaft! uma coisa muito triste. Suspira: Vida de cri-E chiou:ana difcil! Chegam casa dos avs. Ca-rolina sente o cheiro de pastel.www.varaldobrasil.com26 26. Varal do Brasil, literrio sem frescurasAinda est zangada, mas, o cheirinho depastel... A menina come um monte de pastel _ No, meu amor. Agora cresci e tenho umade queijo, os que gosta. Vov pede para neta chamada Carolina, estou com ela aquiNia fritar tantos quantos a neta quiser. Para no meu colo.o Guilherme tem pastel de carne. Carolinapensa que inventou gostar de pastel de quei- _ Vov, voc viu o Guilherme me arrastar nojo, porque precisa ser diferente do Guilher-colgio?me. Graas a Deus a vov agrada ns dois,pensa a pequena mastigando um pastel cro- _ No vi. Foi por isso que voc deu o tapacante. Esto na mesa quatro pessoas, dois nele? Porque ele arrastou voc?adultos, vov e vov, e duas crianas, Caroli-na e o Guilherme. A raiva fica amarrada ao_ Foi.p da mesa. Carolina est feliz de no terexplodido como um balo. Continua inteira._ Ento, peo desculpas. Voc me desculpa,Toma sorvete de sobremesa e considera,Carolina?Quem sabe a quarta neta tambm tem lugarno corao da vov?. Mas, nesse pedao _ Desculpo, vov.Carolina fica muito triste, e comea a chorarde soluar. Vov senta a neta no colo e per-Diz Carolina, ainda sentada no colo da vov.gunta o que est acontecendo: Vov levanta de mos dadas com ela. Vopara o sof, e quando a quarta neta v, vov_ por causa da vov que voc chora? Eliane est contando uma histria:_ No, vov, por causa da mame e do pa- Era uma vez a Carolina, uma menina de se-pai. Mame viaja muito. Est na Venezuela e te anos:s volta amanh. Papai viaja muito, est em Xereta.Braslia, e volta hoje de noite. Eu fico muitoPerguntadeira.triste e tenho pesadelo.Desconfiada.Ciumenta._ Ah! A vov entende voc porque j fui cri-ana, tambm ficava triste quando meus pais a histria que Carolina acaba de viver. Asaiam de noite e eu ficava em casa. Me lem- menina se aconchega na av e pensa:bro at hoje, vejo agora quando voc fala Essa minha av! Sei no!!!!!!!!!!!!dos seus pais, como eu me sentia._ Voc quer ficar perto dos seus pais, vov?www.varaldobrasil.com27 27. Varal do Brasil, literrio sem frescurasAMORPor Caroline Baptista AxelssonUm cone de paixo que est de cara por arComo vaga-lume, acende e apaga, acende e apagaAs vezes pode ser visto, as vezes noO medo de perder encolhe a almaMas o corpo erguido se entregaPisando em terra firmebatida por rodas, sapatos e passos simplesmente desejo conservado em latae sem cheiro de nada www.varaldobrasil.com28 28. Varal do Brasil, literrio sem frescurasPoetaPor Renata Iacovino Ainda bem que recrioCada personagem dentro de mim Pois s assim sobrevivo Ao verdadeiro que grita Em meus escombrosE suaviza minha passagem Nessa incgnita estradaDe mudez assustada.www.varaldobrasil.com29 29. Varal do Brasil, literrio sem frescuras O VARAL DO BRASIL estar presente com um stand de 12m2 no prestigiado Salo In- ternacional do Livro de Genebra de 1 a 5 de maio de 2013. Esto abertas quinze vagas para sesses de autgrafo e trinta e cinco vagas para exposio de livros. Todas as vagas se- ro preenchidas mediante pagamento de participao cooperativa. As pessoas interessadas devero escrever para o e-mail [email protected] solicitando mais informaes. Adiantamos que as associadas da REBRA e os associados da LITERARTE, assim como os participantes regulares da revista VARAL DO BRASIL, recebero descontos es- peciais para suas participaes.www.varaldobrasil.com 30 30. Varal do Brasil, literrio sem frescuras saborear este fascinante e paradoxal senti-FINITUDE mento... Numa sofreguido h muito no experimen-Por Julia Rego tada, entregava meu corpo, despindo-me languidamente diante do meu algoz. Mas as horas, os minutos, os segundos cor- riam desesperadamente como a querer apa-Comecei a entender tudo muito tarde. gar as sensaes, o gosto e o cheiro do amor impregnados no meu ser.Estvamos no meio da madrugada a olhar osilncio que vinha da rua deserta, enquantoDespertei de susto, ou de medo, e quandotransbordvamos o pice extravasado. olhei para dentro de mim ele j caminhava, longe, sem sequer olhar para trs, sem cul- Ningum a nos espreitar, s o vento frio do pa, sem dor e sem lgrimas, por uma desco-final de agosto acariciava nossos ouvidos, nhecida estrada que insiste em levar emborafazendo-nos despertar das nossas divaga- os nossos amores.es. Senti o dia acordar rapidamente, sem que oComo pude entregar-me mais uma vez... meu corao pudesse planejar uma fuga.Ainda me recordo daquelas palavras doces, Eu no entendia que tudo deveria permane-invadindo e entorpecendo todo o meu ser, cer na fugacidade que insiste em tudo arras-ao tempo em que me envolvia numa aura tar, sem deixar marcas, e sofri!amorosa deliciosamente clida. A luz matinal j ofuscava o brilho dos olhos,Ao fundo, as notas de uma arrebatadora anunciando uma jornada angustiante decano arrastavam-nos para os encantos do descobertas e perdas.amor, fazendo-nos acreditar que o universo,naquele momento, deixaria de girar e, cm- Por que sempre teria que acabar assim...plice, aplaudiria o encontro de dois seresapaixonados. Ocorreu-me que nada foi tacitamente ajusta- do. incrvel como a msica tem o mgico po-der de transformar alguns encontros em his-Quem disse que as mos ficariam entrelaa-trias nicas e inesquecveis. das para sempre, quem disse que os lbios deveriam estar sempre vermelhos e molha-A bebida nos inebriava, despertando nossos dos, prontos para obedecer a um s chama-desejos mais recnditos num misto de torpordo...e prazer. Um nico e aprisionador chamado...Calma e surpreendentemente comeamos adanar num ritmo suave e frentico como se Comecei a entender tudo muito tarde...quisssemos seduzir a ns mesmos. Apenas quando a estrada que o levou em-No falvamos nada naquele momento, nobora acenou, sorrindo, para mim.precisava, os olhos e as batidas do coraofalavam por ns.Corpos colados pelo suor que se desprendiados nossos poros completavam o dilogoimprovisado do amor.Estava apaixonada e no sabia. E no que-ria.Mas o que seria a vida sem paixo? O queseria de ns se passssemos pela vida semwww.varaldobrasil.com31 31. Varal do Brasil, literrio sem frescurasNo aguentamos mais!! Por Marcelo de Oliveira Souza No aguento mais! Tiro na esquina Ferindo o rapaz,A noite se ilumina O claro da chacina Morre uma menina Chuva e choro De dia... noite tudo se repeteNada mais prevaleceA bala come o rosto, Rosto sofrido de dor Cado na vala, no esgoto Muita dor e agonia... Ningum sabe ningum viu O estouro da bomba deflagrada, Num flagrante da rapaziadaNo tem festa, no tem nadaO couro come na madrugada Choro, morte e mais nada... E mais um corpo despejadoNo quintal da estrada.No aguento mais Drama, grito e desesperoTudo pelo dinheiroO povo precisa de PAZ No cemitrio o povo Jaz... Sofrimento, ferida, rapazNo aguento maisNo aguentamos mais!Somwww.varaldobrasil.com32 32. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!AMOR SEM LIMITEPor Lunna FrankAo tocar seu amorA flor linda nasceu no jardimComeou a desabrocharQuando inesperadamenteFoi colhida com tanto carinhoTamanho era o seu amorO milagre aconteceuTeve vida e calor.E o pssaro felizNo parava de cantarVoando de flor em florPara seu nctar saborear.Hoje o pssaro e a flor esto juntinhosNum campo de jardins floridosProvando a todosQue a vida s tem sentido com amor.Quem tem uma s flor no jardimNunca pense que chegou ao fimComete um ledo enganoO pssaro e a florHoje vivem juntinhos livresCultuando as belezas naturais do amor e da vida www.varaldobrasil.com33 33. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012www.varaldobrasil.com34 34. Varal do Brasil, literrio sem frescuras batedeira e adicione o leite. Desligue e adi-BOLO DE ANIVERSRIOcione a farinha, as castanhas modas e oCOM DOIS RECHEIOSfermento e misture delicadamente. Despeje em forma redonda (28cm de dimetro), un- tada e polvilhada. Leve ao forno mdio-alto (200 preaquecido, por cerca de 30 mi-C), nutos. Retire do forno e espere amornar. Reserve. 1 recheio: Recheio de Chocolate: Em uma tigela, aquea o Creme de Leite NESTL em banho-maria e misture o Chocolate picado. Mexa at formar um creme homogneo. Reserve. 2 recheio: Recheio de Baba de Moa: Em uma pane- la, misture o LEITE MOA com o leite decoco e as gemas e leve ao fogo baixo, mexendo sempre. Assim que ferver cozinhe por cerca de 1 minuto, para engrossar. Re-INGREDIENTES tire do fogo e espere esfriar. Reserve.Massa8 ovos Cobertura:1 xcara (ch) de acar1 xcara (ch) de leiteEm uma panela, misture o acar com2 xcaras (ch) de farinha de trigomeia xcara (ch) de gua e leve para fer-1 xcara (ch) de castanha-do-par moda ver, sem mexer, at obter uma calda em1 colher (sopa) de fermento qumico em pponto de fio. Enquanto a calda se forma,manteiga para untarbata as claras em neve. No desligue a ba-farinha de trigo para polvilhartedeira e despeje a calda em fio quando1 recheio estiver no ponto. Bata at que a tigela da1 lata de Creme de leite Nest batedeira esfrie.1 tablete de chocolate meio amargo Montagem:2 recheio Desenforme e corte o bolo em trs partes1 lata de Leite moa iguais. Sobre uma das partes, espalhe o1 vidro de leite de coco (200ml) recheio de Chocolate e cubra com a outra4 gemasparte da massa. Espalhe o recheio de babaCoberturade Moa e cubra com a ultima parte da4 claras massa. Espalhe o marshmallow sobre todo1 xcara (ch) de acar o bolo e cubra com castanha-do-Par mo-castanha-do-par moda, para decorar da.Modo de Preparo Dica: Decore com morangos ou frutas vermelhas e hortel.MASSA: Fonte: http://www.nestle.com.brEm uma batedeira, bata os ovos at do-brarem de volume. Adicione o acar e ba-ta mais um pouco. Diminua a velocidade da www.varaldobrasil.com 35 35. Varal do Brasil, literrio sem frescurasLivroPor Jos Hilton Rosas vezes pensos vezes leios vezes procuros vezes relembros vezes deixo para depoiss vezes procuro na estantes vezes leio o que est sobre a mesaTanto tenho para lerUm livro me leva s vezes, para onde nunca estiveO livro me ensinaCom letras diferenciadas nas suas formasUma imagem nos deixa sem ter nenhuma figuraO livro a arte de aproximar as pessoasO livro o sinnimo do saber, de ser educadoO livro em qualquer lugar em que esteja, desperta-me o desejo de conhec-lo Na foto, o autor com um de seus livroswww.varaldobrasil.com 36 36. Varal do Brasil, literrio sem frescurasMeus Mestres e euPor Alexandra Magalhes ZeinerEm um dos momentos mais difceis da minha vida, tive a beno de conhecer meus mes-tres de yoga. Um casal de yogis e Sanyasis, ou seja, pessoas que abriram mo de tudo navida para se dedicar a pratica da yoga. Mathaji (pronncia Matagi) e Swameji (pronnciaSuamegi), seguiam os ensinamentos de Swami Satyananda Saraswati. Meu mestre apren-deu tudo diretamente com o Swami Satyananda Saraswati, iniciador da Escola Bihar deYoga, que possui centros no mundo inteiro. Mathaji era responsvel pelas lies de yoga.Sua mensagem foi clara desde nosso primeiro encontro em 2010, a prtica da yoga serviriacomo uma ferramenta, a cura viria atravs da disciplina e f que existia em cada um. Oamor e a simplicidade emanada deles me inspiraram profundamente desde o primeiro mo-mento. Os ensinamentos desta cincia milenar continuam a guiar pessoas, no mundo intei-ro, desde sua difuso.Passados dois anos desde o inicio da minha prtica diria ensinada pacientemente porMathaji, recebi a noticia que eles retornariam a Europa, para dar continuidade ao trabalhoiniciado no inicio do ano 2000. A coordenadora responsvel por eles na ustria me convi-dou para junto a ela organizar eventos na Alemanha, pois tnhamos mudado de Viena paraSul da Alemanha.Quando olho para trs vejo claramente o quanto os ensinamentos dos meus mestres setornaram parte essencial da minha vida. Aceitei o convite e propus a eles que se hospe-dassem no nosso apartamento em Viena, onde eu os acompanharia na semana que esti-vessem atendendo novos e antigos alunos.No aeroporto de Viena a organizadora estava bastante nervosa e me perguntava a cadainstante como eu conseguia manter a calma. Eu disse apenas que minha felicidade eramaior que o nervosismo. A viagem de Bangalore (Sul da ndia) at Viena foi longa, mesmoassim eles chegaram bem-dispostos para a idade avanada(ele j passava dos 80 e elabeirando os 80).www.varaldobrasil.com37 37. Varal do Brasil, literrio sem frescurasA semana seguinte foi intensa para todoso. Meu marido e meu filho tambm repeti-ns. Eles mal tiveram tempo de descansar eram as mesmas palavras.j tinham uma agenda cheia durante o diainteiro. Eu fazia minha parte, preparando re- Esta foi a ltima vez que vi Mathaji.feies, roupas e fazendo o trabalho dirio noapartamento. A convivncia foi maravilhosa, As semanas seguintes foram um pesadelocomo uma reunio de famlia. Notando a re-para todos ns. Depois de duas semanascuperao lenta dos dois, depois da longa Swameji adoeceu e foi hospitalizado. Mathajijornada, resolvi conversar com a organizado-ficou no pequeno hospital com ele, mas se-ra local para adiar a prxima viagem para o gundo o prprio Swameji me revelaria de-interior da ustria. Na minha opinio eles de-pois, parou de se alimentar. Entrou em comaveriam ficar em Viena por mais uma semana.e foi transferida para um hospital maior emInfelizmente ela no entendeu meu ponto deSalzburg, onde faleceu uma semana depois.vista e foi brusca, no havia opo neste ca- Enquanto Mathaji estava em coma, Swamejiso, e frisou que eu seria responsvel quandofoi liberado do pequeno hospital e fomos bus-eles estivessem na Alemanha.c-lo pessoalmente porque a coordenadoraComo ela organizou tudo anteriormente, re-da ustria no tinha nervos para lidar com asolvi aceitar a situao e manter certa distn- situao. Ele passou muito mal durante a via-cia. No entanto, sentia no peito algo estra-gem, preocupados telefonamos com urgncianho, que no conseguia explicar. Decidi con-para nosso medico, que ficou estarrecidoversar com eles e tentei colocar em palavrascom tudo que ouviu e viu ao examin-lo. Elea minha preocupao e meus sentimentosfoi imediatamente hospitalizado na nossa ci-sobre a viagem. Mathaji me respondeu: dade, e mesmo contra sua vontade sobrevi-- No se preocupe, j sabemos, nos adapta- veu. Depois ele me confessou j saber daremos, faz parte da nossa misso . partida de Mathaji dias antes, quando ela sedespediu dele durante uma meditao.Meu marido, sempre apaziguador, me pediupara ter pacincia, brincando com meus mes- Graas a contatos do meu marido, um jatinhotres, sugerindo horas extras no programa de ambulncia o levou de volta para Bangalore,yoga que eu seguia. Mas como eu poderia onde est se recuperando desde entonegar aquele sentimento no peito? S me Mathaji estar sempre presente no nosso co-restava insistir com eles, caso algo acontea,rao, eu j a reencontrei em sonhos Meuno sul da ustria, eles poderiam voltar aofilho de seis aninhos me pediu para parar deapartamento de Viena ou ir para o sul da Ale- chorar porque ela j est no cu.manha.A viagem at o povoado distante prximo asmontanhas, foi longa, mas impressionanteAgradeo a oportunidade de registrar minhapela beleza das paisagens da regio. Mathajiexperincia neste Varal Mgico, canal de ex-sempre ao meu lado, conversando alegre- presso para todos, especialmente para osmente sobre todas viagens feitas por este brasileiros residentes no exterior. Obrigadamundo, sempre levando os ensinamentos daJacqueline!yoga para gente de todas as idades e cren-as.Foi com o corao pesado que nos despedi-mos. No gostei do lugar nem da casa aluga-da pela coordenadora, consegui a muito cus-to evitar um conflito maior e tentei me com-portar na presena dos meus mestres. Elessabiam dos meus sentimentos e afagarammeus cabelos carinhosamente. Chorei, meajoelhei e confessei: eu os amava de cora- www.varaldobrasil.com38 38. Varal do Brasil, literrio sem frescurasrepetimos aos espelhos Vozesas crenas que j perdemosnas teses em que nos perdemos;Por Felipe Cattapansufocamos em pigarrosos derradeiros desejosA voz distantedos ltimos suspirosde um amigo de infnciasoluados com lirismome atinge metlica por telefone:na fumaa do romantismomonofnica divaga...dos cigarros ps-modernos;polifnica evoca... evocamos paixes contidasuma vaga pennsula itlica e distorcidasna nostalgia de uma Antiguidade em velhas gravaesesquecida... de canes antigasonde a poesia s era lidaquando declamadarelembrandocantadaem solitria litaniaexaltada- em uma desbotada boemia -- em voz alta vivenciada.que algo de saudoso se perdeu,que a melodia da nossa vozO passar dos sculos nos decantou...desapareceuamadurecidos, emudecemos:ao desencantarmos a poesia...a necrose do temponos sedando, nos silenciou - O mio bambino caro,- (o que algum dia foi cano Ne me quitte pas!...hoje abstrao ou mania).Afnicossem som nem saudadesem ritmo nem timbreproclamamos a liberdadevociferando-a em versos livres:cantamos sem vibratoas vibrantes aventuras que novivemose todas as outras que jamaisousaremos; www.varaldobrasil.com 39 39. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!Como o meu amorPor MaddalTe amo tantotantotanto...Como amar mais?Tu s meu ideal companheiro.Cmplice em todos assuntos.Meu apoio.Olhas nos meus olhosmergulhas no meu sere funde-se comigo nas profundezas do viver.Amo-te de qualquer jeitosem condiosem poremsem medida.Ah, meu amorcara metade...som que embala minha alegriapoesia que me fala ao coraoimagem que busco ver em toda parte.Onde anda voc? www.varaldobrasil.com40 40. Varal do Brasil, literrio sem frescuras MUSAPor Hernandes Leo L estava ela... como no sonho; estava maravilhosa!Era simplesmente, um exemplar nico, de uma be-leza estonteanteUma mulher inigualvel, de uma aparncia magnfi- ca e frondosaQue encantava, e nos fascinava; com um meroolhar exuberanteComo poderia ela, ostentar tanta magnitude e per- feccionismo de beleza? Seu rosto, com aquela tez alva, e olhos cor de es-meralda; me enfeitiava Sua boca, exibia lbios carnudos e sensuais; ao ob-serv-la, ficava excitado com certeza V-la pessoalmente, concretiza o sonho, e me deixa a comprovao, do que imaginava Seu corpo, era um misto de formosura e volpia empessoa; exalava um perfume suave e doce Sua voz, transparecia uma msica angelical de me-lodia inconfundvel; um canto de sereia...Que deixava-nos atnitos, prendendo nosso olhar quela Dama encantadora e precoceAt aquele momento, no divisava o futuro, deixava o barco deriva; mas agora tinha uma eclusaPassado a entropia, que deixava meu corao em ebulio de energiaPensei e percebi; que doravante, eu no poderia mais viver sem minha Musa...Poesia contida no livro: PAPIROS DALMA E OS PERGAMINHOS DO TEMPO em ho-menagem sua esposa. Imagem: normal_Jessica_Galbreth_FairyOfInspiration_Fairy_visions www.varaldobrasil.com 41 41. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012RazesPor Maria SocorroSemelhante den, efmero desumanoSegreda malcia nos olhos espiral encantoPremissa bela sombra seduz tantoAmor flutuante de complexo enganoDrama de razes oculta a grandezaDama graciosa clice do meu pecadoPermite sagaz antdoto amadoAlmscar as veias vcio de stil fraquezaSdito ao fascnio a beleza da almaPrlio desejo oprime lbios nativoAflige esvairado olhar que tua boca acalmaDivina razes a ti sou cativoPe-me prova... Sou plgio n"almaAmo-te em delrio meu amor sedativo.www.varaldobrasil.com42 42. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012 EMOESPor Mrio Rezende saltar e cair rolando de rir.Sentir emoo viver com pouco dinheiroe ter despesa de sobra.Sentir emoo dar leo quando jogou naSentir emoo chorar uma falta, cobra.dar a volta por cima e se achar.Sentir emoo botar pra fora,Sentir emoo cantar uma vitria, xingar, gritar, gargalhar e aplaudir. festejar uma glria.Sentir emoo engolir, calar, pensar eSentir emoo um chute na bola, chorar. o grito de gol. Sentir emoo chegar ao orgasmo.Sentir emoo corar de vergonha Sentir emoo tudo aquilo enfim,por deslize inesperado. que mexe, assim, de repente, com o nimo olhar nos olhos de algum da gente.e encontrar os teus. receber a criana que chega ese despedir de quem vai.Sentir emoo olhar ao redore encontrar todo mundo; amar o filho, o pai, a me, o irmo, ocnjuge, o amigo.Sentir emoo amar o que ainda nonasceue tambm o que j morreu.Sentir emoo ter amor no corao.Sentir emoo ganhar e perder.Sentir emoo dar topada, cantar no chuveiro.Sentir emoo puxar o peixe que vem nalinha, comer a toda hora, no ter o que comer.Sentir emoo ver o sol que brilha, brilhar sem ver o sol.Sentir emoo observar a chuva quechora, ter o universo aqui, ao alcance das mos.Sentir emoo despertar de um sonho, namorar, brigar, separar e reatar.Sentir emoo pisar na grama,www.varaldobrasil.com43 43. Varal do Brasil, literrio sem frescuras INTROSPECO Por Guacira Maciel Sou eu quem em mim mesma habita sou quem arde em abissais limitesquem transita em meus mistrios mergulhada sou quem me planta, rega e colhe sou quem por desgnio ou desdita sob a superfcie trilha labirintos sou quem perdida e sem certezasbusca e se agarra clida orvalhada sou o som e a escuta das pegadas na plida luz da madrugada sou quem ia velas como asas frgeis de cristal de porto em porto pairo entre os adeusesem busca da tepidez nmade da esperanamas sou quem me convence e surpreendea mim me reinventa e acendesou quem espanta o tdio das sombras sobre maro quem como a lagarta lenta, voraz, silenciosadevora e regurgita aquele amor vencido sou quem se envolve nas dobras frias do cetimardendo lentamente em fogo brandoquem me vela plida tez da luapelo acalanto da noite embaladaem frio e solitrio abrigo sou quem reacende a prpria chama... www.varaldobrasil.com 44 44. Varal do Brasil, literrio sem frescurasREGULAMENTOportuguesa, com tema livre, em for- mato A4, espaos de 1,5, fonte Ti- VARAL ANTOLGICO 3mes New Roman de tamanho 12 e que no ultrapassem quatro pgi- nas. Os textos devero vir acompanha- dos dos dados de inscrio (ver abai- DA SELEO E DA xo). PARTICIPAO 2.2. No sero aceitos textos que per-1.1. O Varal Antolgico promovidotenam ao universo de personagens jpelo VARAL DO BRASIL , revista lite-existentes criados por outro autor.rria eletrnica realizada na SuaTambm no sero aceitos textos poli-(ISSN 1664-5243). tica ou religiosamente tendenciosos,1.2 Sero consideradas abertas as ins- que expressem contedo racista, pre-cries a partir de 20 de julho at 20 conceituoso, que faam propagandade dezembro de 2012. Caso o nme-poltica ou contenham intolerncia reli-ro de participantes ideal seja atingido, giosa de culto ou ainda possuam car-as inscries podero ser encerradas ter pornogrfico. Tambm no seromais cedo. aceitos textos que possam causar da- nos a terceiros ou que divulguem pro-1.3. Podero participar da antologia to- dutos ou servios alheios.das as pessoas fsicas maiores de 18anos, ou menores com permisso do2.3 Os textos no devero ter ilustra-responsvel, de qualquer nacionalidade es ou grficosou residentes em qualquer pas, desdeque escrevam na lngua portuguesa. 2.4 Sero recusados os textos que no vierem na formatao requisitada, as-1.4. A coletnea ter tema livre e sersim como os textos que chegarem cola-composta por diversos gneros liter-dos no corpo do e-mail.rios, o escritor podendo enviar contos,poemas, trovas, haicais, sonetos e cr-2.5. Os textos recebidos sero exami- nados por uma banca formada pelanicas ou outros. equipe do VARAL DO BRASIL e al- guns escritores e/ou crticos convida- dos. A avaliao se dar com base nos DA ACEITAO DOS TEXTOS seguintes critrios: criatividade e origi- nalidade do texto, assim como a quali-2.1. Sero aceitos textos em lnguadade do mesmo.www.varaldobrasil.com 45 45. Varal do Brasil, literrio sem frescuras de acordo com as regras estabelecidas2.6 Os textos devero vir acompanha- neste regulamento, fornecer o formul-dos de uma pequena biografia. A bio- rio anexo preenchido.grafia, escrita na terceira pessoa, deve-r conter no mximo cinco linhas 3.3. S sero aceitas inscries atravs(A5, letra Times New Roman 12, espa- dos procedimentos previstos neste re-o 1.5). Lembre-se sempre que numa gulamento. Os dados fornecidos pelosbiografia, como em muito na vida, me- participantes, no momento das inscri-nos mais. es, devero estar corretos, claros e2.7. Os textos devidamente formatadosprecisos. de total responsabilidadedevero ser enviados para o e-mail:dos participantes a veracidade dos [email protected], juntamentedos fornecidos organizao da Anto-com os dados de inscrio e demais do- logia.cumentos de autorizao. 3.4. Todo autor proprietrio dos direi- tos autorais dos textos por ele enviados2.8. Ao se inscrever na Antologia o au- para publicao no livro e cuja autoriator autoriza automaticamente a veicu- seja comprovada pela declarao envi-lao de seu texto, sem nus para a ada;revista VARAL DO BRASIL nos meiosde comunicao existentes ou que pos- 3.5. Em caso de fraude comprovada, osam existir com a inteno de divulgara antologia. texto ser excludo automaticamente da antologia. Cada autor responder perante a lei por plgio, cpia inde- vida ou outro crime relacionado ao3) SOBRE AS INSCRIES direito autoral.PARA A SELEO: 3.6 Todo autor livre para divulgar,3.1. As inscries para a Antologia se-preparar lanamentos, noites de aut-ro abertas no dia 20 de julho 2012 egrafos, individuais ou em conjunto, doencerradas no dia 20 de dezembro delivro VARAL ANTOLGICO 3, desde que2012, podendo ser encerradas antes,se responsabilize por todas as despesascaso o nmero de textos recebidos e- preparativos para lanamento, custos administrativos e convites, compra deavaliados sejam aprovados antes da exemplares a mais do que os recebidosdata, no formato e padro j descritos.pela participao pertencendo tam-O livro ser publicado em 2013. As ins-bm ao participante o valor das vendascries s podero ser feitas pelo e-dos livros em questo. Para tanto, omail [email protected] participante apenas dever entrar em contato com a revista atravs do e-mailOS NOMES DOS SELECIONADOS [email protected] para que oRO DIVULGADOS: A PRIMEIRA nmero de exemplares lhe seja enviadoPARTE NO DIA 20 DE SETEMBRO DE mediante pagamento (preo da edito-2012 E A SEGUNDA PARTE NO DIAra / remessa), notando-se aqui a ante-10 DE JANEIRO DE 2013 POR E- cedncia requerida. O VARAL DO BRA- SIL reserva-se o direito de estar ouMAIL. no presente nos lanamentos organi-3.2. Para participar os candidatos deve- zados pelo autor.ro, alm de enviar um ou mais textoswww.varaldobrasil.com46 46. Varal do Brasil, literrio sem frescuras3.7. Os participantes concordam em autor.autorizar, pelo tempo que durar a anto-logia com a editora, que a organizao 4.4. O pagamento parcial do valor coo- perativo no d direito participaofaa uso do seu texto, suas imagens, no livro. Caso o autor no termine osom da voz e nomes em mdias impres- pagamento acordado, ser substitudosas ou eletrnicas para divulgao dapor outro participante e comunicadoAntologia, sem nenhum nus para os atravs de e-mail.organizadores, e para benefcio da mai-or visibilidade da obra e seu alcance4.5. No dia 27 de fevereiro de 2013junto ao leitor. considerar-se- o livro fechado. 4.6. O (s) depsito (s) dever (o) ser feito (s) em nome de: Informaes no e -mail: [email protected]) DO PAGAMENTO PELO SIS- TEMA DE COTAS 4.7. No haver prorrogao dos prazos de depsito em respeito a todos os par- ticipantes selecionados. Pequenos atra- sos podem ser considerados desde que avisados atravs do e-mail varaldobra-4.1. A participao se dar no sistema [email protected] e em acordo com a equi- pe organizadora.de cotas, sendo que cada autor dever 4.8. Os participantes recebero um to-proceder ao pagamento da seguintetal de 10 exemplares da Antologia porforma: participao.(a) Cada autor pagar o valor de R$O livro ter aproximadamente 250 p-550,00 (quinhentos e cinquenta reais)ginas no formato padro (14 x 21 cm)que podem ser pagos vista ou Capa nas medidas 14 x 21 cm fechado; Laminao BOPP Fosca (Frente);(b) em duas parcelas de R$ 290,00, Capa em Supremo 250g/m com 4 x 0sendo o primeiro pagamento at 31 de cores; Miolojaneiro de 2013 e o segundo e ltimo Fechado em Plen Soft 80g/m com 1 xpagamento at 25 de fevereiro de 1 cores Os servios prestados sero de editora-2012. o completa:(c) O pagamento dever ser feito noLeitura e seleocaso do autor receber comunicaoReviso Projeto grficocomprovando a aprovao do (s) criao de capaseu (s) texto (s)ISBN e ficha cartogrfica impresso4.2. A cada depsito o comprovante de-ve ser enviado para o e-mail varaldo- 4.9. A presente antologia ser [email protected] pela Design Editora com o selo editorial4.3. O recebimento do pagamento totalVaral do Brasil, ser registrada e rece-d ao autor a garantia de sua participa- ber ISBN , mas cada autor respons-o na coletnea. O no recebimentovel por registrar suas obras.de nenhuma parcela at o dia 27 de fe-vereiro de 2013 anula a participao dowww.varaldobrasil.com 47 47. Varal do Brasil, literrio sem frescuras4.10. A remessa dos exemplares da) e pelos correios em mdia vinte apara o endereo do autor que no trinta dias aps o lanamento (O autorse encontrar presente quando dose responsabilizar por pagar o fretelanamento do livro ser paga pelo caso deseje receber seus livros pelosmesmo, independente do valor pa- correios). Ser oportunamente discuti-go pela participao. A remessada uma noite de autgrafos organizadaacontecer aps o lanamento dopela revista VARAL DO BRASIL livro e o autor dever solicitar ovalor do frete pelo e-mail atendi- 5.7 Em caso de, por motivos de [email protected] maior, no puder ser realizado um lan- amento fsico do livro VARAL ANTOL- GICO 3, os livros podero ser requisi- tados pelos autores atravs do e-mail [email protected]) OUTRAS INFORMAESaps aviso por parte do VARAL DO BRASIL e um ou mais lanamentos5.1. Dvidas relacionadas a esta anto- virtuais podero ser realizados.logia e seu regulamento podero serenviados para o e- 5.8. Os livros ficaro disposio namail [email protected] editora para serem solicitados por TRS meses aps o lanamento e/ou5.2. Todas as dvidas e casos omissosaviso aos autores por parte do VARAL DO BRASIL . Aps esta data conside-neste regulamento sero analisados rar-se- que o autor no deseja rece-por uma comisso composta pela equi- ber os livros e os mesmos podero serpe organizadora e sua deciso ser ir- doados a alguma escola, biblioteca ourecorrvel.outros.5.3. Para todos os efeitos legais, o par-5.9. O frum para qualquer recurso ticipante da presente Antologia, decla-situado em Genebra, Sua.ra ser o legtimo autor dos textos porele inscritos, isentando os organizado-res e a editora de qualquer reclamaoou demanda que porventura venha aser apresentada em juzo ou fora dele.5.4. O VARAL DO BRASIL reserva-seo direito de alterar qualquer item destaAntologia, bem como interromp-la, senecessrio for, fazendo a comunicaoexpressa aos participantes.5.5. A participao nesta Antologia im-plica na aceitao total e irrestrita detodos os itens deste regulamento.5.6. A data prevista para a entregados exemplares do livro VARAL ANTO-LGICO 3 durante o lanamento domesmo em 2013 (data a ser agenda-Capa do volume 1 de 2011www.varaldobrasil.com 48 48. Varal do Brasil, literrio sem frescuras Abstrato da alma II Por Yara Darin Desmoronou o casteloSe desfez a magiaTudo se perdeu !Pra voc, foi s fantasia Pra mim, um amor sonhadoTo esperado!Restou em mim a nostalgia Adormeci no calor da dor Entristeceu o meu sonho de amorTo sincero ,no desejo de ter voc.Vou juntando os cacos do meu corao Este vazio em minhalma, no acalmaE dispersa no meu pensamento abstrato Me resta s a esperana de fato, De um dia te reencontrar. www.varaldobrasil.com49 49. Varal do Brasil, literrio sem frescuras Um Ser Amor Por Maria Angelita HeinzVoc veio inteiroVeio como o dia Livre como o vento Numa tarde friaCom o olhar brilhante Brilho de diamante Um corao quente Feito um vendaval em mimVarreu as nuvensDa minha solido E euMe apaixonei perdidamente por vocAgora souBem mais que seiUm ser amorAmar algum viajar pra terra onde ningum vaiAmar algum deixar fluir os sentimentos Ser capaz de amarAmar simplesmente www.varaldobrasil.com50 50. Varal do Brasil, literrio sem frescurasBOLO DE CHOCOLATE PARA ANIVERSRIOSFonte: http://www.almanaqueculinario.com.br/ingredientes Massa: 3 colheres (sopa) de manteiga 2 xcaras (ch) de acar 4 ovos1 xcara (ch) de leite1 xcara (ch) de farinha de trigo1 xcara (ch) de chocolate em p solvel1 colher (sopa) de fermento em pRecheio de Cobertura:200 gramas de manteiga sem sal8 colheres (sopa) de chocolate em p solvel3 colheres (sopa) de acar2 latas de creme de leitePara decorar:chocolate granulado cerejas.Modo de preparoMassa: Bata na batedeira, a manteiga, o acar e as gemas at obter um cremeMisture aos poucos o leite, a farinha de trigo, o chocolate e o fermentoMexa delicadamenteBata as claras em neve e incorpore massaUnte uma frma com manteiga e polvilhe farinha de trigo e despeje a misturaLeve para assar em forno pr aquecido.Recheio e cobertura: Bata a manteiga na batedeira at obter um cremeDespeje em um recipiente e misture o chocolate em p, o acar e o creme de leiteat obter uma massa homognea.Retire o bolo do forno, desenforme e depois de frio, corte-o ao meioRecheie o bolo e cubra com o creme de chocolate.Decore com chocolate granulado e cerejas.www.varaldobrasil.com 51 51. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!CANTO A DUAS VOZESPor Regina Costaflores jogadas no cholendas num carto postalchave largada no jarrocartas emboladaslenol de linho bordado dobrado de amor finitosufl de abbora com queijo no forno esbraseadoarmrios pela metadecds espalhados ...e um mamo partido ao meio...sua voz ressoa entre os mveis, talheres e taassem tempo, sem volta...tantas voltas nos voltaramtantas pautas nos ligarammomentos de alegria nos retratam espocadosjogo tudo fora seu pijama cor de cravo vinte anis de uma iluso chuva fina cai e chorarelgio marca o compassoamor equacionado no bilhete ao p da porta rebulio de palavraspor mais raras, fascinantesmagia lua amantevou seguindo adiante, com a viola em contracantoestou ralada de saudade.www.varaldobrasil.com52 52. Varal do Brasil, literrio sem frescurasNOITE DE LUAR POR SARAH VENTURIM LASSOEra uma noite de luar, e ela estava debruada em sua janelano terceiro andar.Estava com o olhar fixo na lua e sentia todo seu brilho pene-trando seu sua pele, em seus cabelos e em suas pupilas.Quem passava na rua, se contorcia de curiosidade sobre ospensamentos da bela menina da janela, que estava ali perdi-da em si mesma e no mundo.No viu o tempo passar nem as pessoas sarem da rua e es-ta ficar deserta.Quando estava cheia da luz do luar e com o corpo carregadode energia, se inspirou e saiu da janela.Foi escrever um conto. www.varaldobrasil.com53 53. Varal do Brasil, literrio sem frescurasNaquelaruaPor Vera PassosNaquela rua marquei os passos desta caminhadaOs primeiros amigos, a mangueira, o jardim...O caminho da escola, a praa, o cinema...O primeiro amor, a mais linda flor, o cheiro do jasmimNaquela rua olhei estrelas, pulei janela, segui a estradaCorri atrs do trem, quebrei a cabea, descobri meu bemSentei no batente, fiquei contente quando vi algumNaquela rua vi nascer, vi morrer, vi partirVi amigo chorar, outro sofrer e outro sorrirNaquela rua eu plantei uma flor e pus no meu cabeloAdocei a alma ouvindo estrias e lies de amorPulei corda, cantei cantigas de roda, joguei bolaConheci a escola, descobri nos livros, tantas emoesNaquela rua arranquei o vu, descobri o cu, empinando pipa...Pulei fogueira, rasguei bandeira, desatei a dorConquistei amigos, ganhei bombons, ganhei uma flor...www.varaldobrasil.com54 54. Varal do Brasil, literrio sem frescurasEles tinham que ter o olho aguado, HOMENS certeiro para conseguir abater a caa e tra-zer o alimento para a famlia. Inclusive sobpena de desmoralizao se no o fizessem.Em contrapartida, elas deveriam alimentar a Por Isabel C S Vargasprole, vestir, plantar, cuidar dos idosos, zelarpara que os remanescentes no local no seperdessem ou se afastassem enquanto oshomens estavam fora, considerando que umdescuido poderia resultar em um ataque deHomens e mulheres devem ser iguais noanimal feroz, captura por inimigo ou outrasdireito oportunidade de desenvolver plena-coisas desastrosas pelas condies inspi-mente suas potencialidades, mas, definitiva-tas dos lugares de outrora.mente no so idnticos nas capacidadesinatas.Aos homens cabia uma funo diferen-te das funes femininas o que implica, inva- Allan e Barbara Peaseriavelmente, em desenvolvimento de habili-dades diversas. Responsabilidades diferen-tes, porm no menos importantes.Quando discorremos sobre homensou mulheres, no raro comear a apontar O erro que persiste at a atualidade falhas, defeitos, ou ter atitudes discriminat- supervalorizar um em detrimento do outro erias. O que ocorre muitas vezes a falta deatribuir valores diferentes aos gneros.percepo ou no reconhecimento de carac-O ideal, o correto e justo igualdadetersticas prprias de cada um, que no im- nas diferenas. Isto implica em respeito.plicam em defeito ou sinal de menos inteli-gncia ou valor. Torna-se necessrio buscar Com a revoluo industrial, acesso aoas origens para tentarmos entender os fatos,mercado de trabalho pelas mulheres, divisoo aqui e o agora e estabelecermos uma per-de tarefas, a conduta masculina vem se mo-cepo que nos permita uma viso mais cla-dificando. Com isto j no se v mais as tpi-ra para no incorrermos em constantes erros cas e simplrias expresses: Isso coisaou falcias.de homem ou Isso coisa para mulheres. Valho-me de opinies de autores abali- Os homens deixaram de se enquadrarzados para fundamentar meu posicionamen-naquele esteretipo duro que no chora, eto. Os autores supra citados falam no uso outras tantas coisas tolas. Homem chorados hemisfrios para justificar diferenas b-sim, cuida de filho, troca fralda, faz mama-vias entre homens e mulheres. Um usa a ra-deira, vai ao parquinho, penteia cabelo dascionalidade, o outro a emoo.suas filhas, ouve suas reclamaes, contahistorinha, brinca de boneca ou de super- Iami Tiba os denomina de homem- heris e ainda encontra tempo para descan-cobra e mulher- polvo. Isto baseado nas ca- sar a armadura e andar de quatro no choractersticas inatas de cada um. J viram ho- para o filho montar em suas costas. Nos in-mens fazer mais de uma coisa ao mesmo tervalos entre a tarefa profissional, o ser paitempo? Nada excepcional. Coisas tipo cuidar e ser marido, ainda capaz de passar aspi-do almoo no fogo, colocar roupas na m- rador de p na casa, ir ao super ou fazer umquina de lavar, atender ao telefone e ainda churrasquinho no final de semana para alivi-olhar o tema da escola do filho que pede so-ar a esposa. H os que ainda levam flores,corro e ateno, tudo isto simultaneamente? chocolate ou perfume. Enfim, desenvolveramImpossvel no ? Mas no se trata de ma sensibilidade e as potencialidades femini-vontade, burrice ou falta de ateno com anas. Sem qualquer ironia ou gozao nisso,esposa ou companheira. preciso entender creio que as pessoas, independente de se-as caractersticas que ao longo dos sculos xo, quando amadurecem desejam viver bemse incorporaram gentica. e isso inclui despojar-se do egosmo natural. www.varaldobrasil.com 55 55. Varal do Brasil, literrio sem frescurasDa surge essa atitude de companheiris-mo e partilha.Evidentemente no somos tolos deachar que isto unanimidade, pois ain-da temos uns tantos brutamontes quese no tivessem um resqucio de temorda lei, ainda arrastariam as suas mulhe-res pelos cabelos como na poca dascavernas. H aqueles que em funo dolcool ou das drogas, espancam a cadabebedeira, namoradas, filhos, esposas,mes e pais idosos. Ora, racionalize-mos, ento. Bons e ruins, santos ou de-mnios, traioeiros ou fiis, crpulas ouhonestos so adjetivos que cabem emqualquer ser humano, independente degnero. Assim sendo, d para darmos umvoto de confiana aos homens, cuja co-tao no mercado feminino geralmentese encontra em alta. www.varaldobrasil.com56 56. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!LENDRIOS CNTICOSPor Gilma Limongi BatistaNa solido daqui de baixoRespirei estrelas l de cimaNo silncio chuvoso da rua desertaOs postes de ferro choravam amargurasCom folhas em douradasLgrimas de luzNa serenidade do lago em voltaEmudeci angstiasNo raio de luar sonhei subir e descerComo ndia naquela lenda transformar meNa aparncia e na essnciaPoder reinaugurar me na vida paraSerSVitria - rgia. www.varaldobrasil.com57 57. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! na primeira pginaA melodia da escritaQue deve surgir o cheiro e o gostoDas pginas seguintesPor Alice Luconi NassifSagrando o estimulo saborosoJamais o tdio nauseanteQue obriga a desistir no som da solidoDa magia da escritaQue ouo a cano(da pura essncia)Que me liberta dosCondicionamentosDaquela aparnciaQue me veste to mal.Esta msica venceOs espectros aleijadosDas linguagens enganosasDesviadas de vivnciasDiscursos falsos e vaziosDesprovidos de potnciaSo abissais e nada dizem.Nesta solido nascem as palavrasDo som das minhas sensaes(experincias fidedignas)Melodia legitimaDa minha autenticidade.E, www.varaldobrasil.com58 58. Varal do Brasil, literrio sem frescurasCaminharPor Jardel EliasMe escondo em sonhos errados;Sonhos nunca esperados.Chego a me jogar ao cho;me busco em um sentimentochamado solido.Onde est meu recomeo;procuro por minha atitudenem sei o que eu mereo.Ser que devo arriscar;que cho devo pisar.Na insegurana de um sonho;vivo em busca.Busca da felicidade;em cada esquinaem cada cidade.Penso que nada posso realizar;se longe Voc estar.J sei o que vou fazer;vou te encontrar;custe o que custarSegurar em Tua Mo;Na qual Voc me mostrar a direo.Sei que Contigo no amor;vou trilhar.E toda minha vida transformar. www.varaldobrasil.com59 59. Varal do Brasil, literrio sem frescuras partilhada.O Terreno Baldio Surgia tambm que os terrenos baldios despertavam certa funo em determinado grupos de garotos, o formato e a grandeza e a localizao, sua peculiaridade a sua vizi-Por Hiplito Ferro nhana tudo isso tem um papel determinante para o seu desenvolvimento ou sua extino e abandono, que pode ter uma variao mui-O quadro diante da parede lisa e brancato grande dependendo dos prprios garotos ou do dono ou locatrio que pode construirmoldava aquele espao que no aparentava algo para um determinado fim um jogo denenhuma vivacidade e tambm no havia na-turalidade, as pessoas passavam diante dafora entre o ldico o imaginrio coletivo e a concretizao do concreto de um projeto.moldura indiferente e apressadas devido aotrabalho em seus respectivos departamentos,Havia na pequena cidade quando o xodomas no notara nada mais que uma pea ex-rural, ainda mostrava-se seu germe de cres-posta. A fotografia do quadro de tamanho cimento lentamente e as aglomeraes demdio, era uma evoluo do registro de uma casas e as pessoas ainda eram esparsas, aimagem e o seu deslocamento por diversas liberdade de escolhas por parte dos garotospaisagens e ngulos diferentes e a criativida- para elegerem alguns terrenos baldios comode do homem para registrar fatos e aconteci- pontos verdadeiramente de crescimento emmentos, a foto do quadro era uma fotografiasuas pequeninas vida eram um triunfo e umarea de uma pequena cidade do interiortrunfo para os garotos em sua tenra idade emostrava as pequenas casas e os seus esta- energia de sobra para as suas realizaes.belecimentos, as ruas toda sua peculiaridadee seu traado, as cores e a suas diferenas eEntre as escolhas ou quando aparece es-tonalidades, a praa central, a igreja matrizpontaneamente um na paisagem como o l-uma pessoa ali ou acol o tempo estava mol-cus especifica adquire certo status entre osdado naquele retngulo, mas o que chamavagarotos, que pode algumas vezes formar cer-a ateno na foto para um determinado garo-ta e irregular hierarquia de valores que muitato, havia no meio daquele quadro pequenosdas vezes acaba adquirindo uma senha deespaos no preenchidos pela ao do ho- acesso entre eles seja pela fora fsica oumem, formavam pequenos pontos espalha- talento ou agilidade e ate certa malcia pordos diante da imagem. Eram os famosos ter- parte de alguns.renos baldios lugares abandonados que ain- Um terreno baldio localizava-se em umada no tinha um fim especifico. Com os anos esquina era um pouco elevado acima do n-a prpria urbanizao e a especulao imobi- vel da rua j asfaltada, naqueles tempos, per-liria preenchem essas lacunas que modela to do centro se que uma cidade pequena oos quadrculos de uma cidade. prprio centro ele mesma isso facilita a suaAcontece que havia no garoto e em seus auto comunicao; em um determinado per-amigos de fazer do terreno baldio pontos es- odo o terreno baldio foi lugar de passagemtratgicos para desenvolverem o seu lado de grupos de pessoas que desejavam facili-ldico, a formarem suas amizades e rivalida- tar o trajeto ou simplesmente mudar a suades, as suas marcas e as pegadas registra- rota, que com o passar dos calendrios anu-das no temporal, chamava popularmente oais formava trilhas estreitas, de acesso de umcho batido do terreno baldio, no seu saber edeterminado ponto ao outro, ser que a me-a fazer disso como autnticos ritos de passa-nor distancia entre dois pontos uma reta ougem de uma fase para outra na vida. Erauma trilha, o terreno tambm possua umauma instituio no oficializada entre eles os nostalgia natural e o microcosmo abundantegarotos de portas sempre abertas claro,de sua botnica era cercado de duas arvoresbastava estar presente ali e mostrar algum de porte magnfico chamada de figo de ben-talento ou outra coisa qualquer para ser com-jamim de folhas pequenas e a sua cor verde www.varaldobrasil.com60 60. Varal do Brasil, literrio sem frescurasescura, em que preenchia todo o seu tama-lha inicial que comeou em p por alguns mi-nho considervel e seus frutos de coloraonutos por alguns instantes modificou comple-diferente, em sua copa se produzia uma som-tamente mudando de direo, o comeo foibra reconfortante e de grandes propores eno nvel do terreno baldio, depois os dois es-dimenses e em seu tronco era visvel s si- tavam j estavam no solo ali comeou a foto-nalizaes em que o tempo foi o seu verda- grafia memorvel eles partiram um para cimadeiro escultor.do outro formando um s corpo estenderam na vertical e ali deslizaram e rolaram suave-Geralmente em locais de fcil acesso oumente entre as folhas secas de benjamim fi-mesmo distante de um centro de uma cidadecaram um longo tempo ali entres as folhasque produz um magnetismo nos garotos, para em que s vezes o que predominava eraproduzirem e desenvolverem sua imaginaoseus corpos ou muitas das vezes as folhasalm da previsibilidade dos adultos. Aconte- que cobriam uma parte de seus membros eceu que o encontro de vrios garotos no localcom isso uma alternncia constante entre odo terreno longe do olhares de seus pais ouhumano e a botnica, isso duraram entre oresponsveis; irrompeu ali cena memorvelcrepsculo da tarde e o comeo da noite, to-para que ficasse registrada nas terras daque-dos os restantes dos garotos j havia definiti-le cho. vamente embora ficando apenas os dois Ale-Em uma determinada tarde em que o si-xandres.lencio nas pequenas cidades em bem audvelNo outro dia correu um boato na pequenadevido ao fim da sesta e a morosidade de cidade, rapidamente a populao inteira ficouseus transeuntes, era o ms dos ventos e sabendo, que os dois garotos haviam desa-tambm a poca em que caem as folhas das parecido por algum tempo e no sabia o moti-arvores, no local as folhas do figo de benja-vo do desaparecimento cada um alegandomim eram de um tamanho colossal, formava-algo, mas sem saber o motivo principal e comse um tapete espesso de folhas secas j acu- isso as especulaes tomavam proporesmuladas dos anos anteriores que declinava ecatastrficas.caia suavemente ate o seu destino na rua aolado. Depois de suas atividades ldicas emSabe-se que com o tempo as pessoas re-que a energia dos garotos dissipada para lembram de um fato importante ou a amnsiaaquilo que esto fazendo e o seu objetivo de coletiva predomina em suas memrias, foi oapenas brincar e disputar alguma coisa. Ces- que aconteceu o esquecimento foi parcial emsado o jogo ldico naquela tarde, dois garotos um primeiro momento e com o tempo foi total.no havia gasto toda a sua energia no mo-mento da recreao entre eles.A vida continua sempre sua fora gera- dora por si mesma tem seu prprio mecanis-Ento o encontro foi fulminante e digno, osmo. Os terrenos baldios foram ficando cadadois possuam o mesmo nome de um impera- vez mais escassos por diversos motivos e odor da antiguidade Alexandre, um baixo decrescimento urbano predominante, poremcabelos liso e ralo o outro de altura maior enaquele terreno baldio em que havia duas ar-magro por gentica e de olhos penetrantes evores e dois garotos um dia que lutaram, tam-objetivo.bm havia desaparecido e tomara no seu lu- gar uma ampla casa de esquina de uma fam-A grande maioria j havia dispersado e lia.foram para as suas casas ou para outro terre-no baldio, ficaram apenas uns poucos garotosCerto dia um pequeno garoto do interiorpor ali toa ou vagueando nos seus pensa- viajou com uma excurso de sua escola paramentos. Com isso quando a sua energia ain- um centro urbano movimentado e atraenteda estava acumulada em seus corpos, os para os pupilos, e uma de suas visitas progra-dois Alexandres se trombaram e entreolha-mtica era uma visita em centro de exposioram por algum motivo desconhecido de natu- de artes um salo muito amplo e nobre e umreza que somente os garotos sabem e mais quadro de aquarelas com cores fortes mag-ningum. Devido altura ser desproporcional netizou o garoto a cena do quadro dois ho-o encontro corporal entre os dois a sua bata-mens lutando debaixo de uma imensa arvorewww.varaldobrasil.com61 61. Varal do Brasil, literrio sem frescurascom folhas espalhadas por todos os lados, o garoto ficou ali parado observando aquilo eao mesmo tempo fascinado enfim olhou e aproximou do quadro e viu um nome no cantointerior e abaixo a direita do quadro o nome: Alexander o nome do quadro da exposio:cena bblica quadro nmero 7: A luta de Jac.AGENDADOVARAL Desde primeiro de outubro estamos recebendo inscries para o Salo Internacional do Livro de Genebra (exposio de livros e sesses deautgrafos) 2013 At dez de novembro estaremos recebendo as colaboraes para a revistaespecial de Natal e Ano Novo At trinta de novembro estaremos recebendo os textos (prosa ou poesia) para o concurso orelha do livro Varal Antolgico 3 At dez de dezembro estaremos recebendo textos para a revista Varal dejaneiro (com tema Planeta Terra: fale sobre o planeta, sobre a natureza, os animais, os seres humanos, a vida) At vinte de dezembro estaremos recebendo textos para a seleo para o livro Varal Antolgico 3 Dia dez de janeiro sero anunciados os lmos selecionados para o livro VaralAntolgico 3 e tambm o vencedor do concurso da orelha do livro. www.varaldobrasil.com 62 62. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012 Cano IIPor Walnlia Corra Pederneiras O msico foi descobrindoaos poucos...O poeta tambm. Harmonia, convm.www.varaldobrasil.com63 63. Varal do Brasil, literrio sem frescurasBOLO COM CREME CROCANTEIngredientes. 7 ovos. 3 xcaras (ch) de acar. 5 1/2 xcaras (ch) de leite. 3 colheres (sopa) de margarina. 2 xcaras (ch) de farinha de trigo. 1 colher (sopa) de fermento em p. 3 colheres (sopa) de chocolate em p. 1/2 xcara (ch) de acar de confeiteiro. 4 colheres (sopa) de amido de milho. 1 xcara (ch) de gua. 1 1/2 xcara (ch) de amendoim tostado e sem pele. 4 colheres (sopa) de conhaque. Chantili a gostoModo de preparo1. Bata 4 claras em neve. Continue batendo e acrescente uma a uma as 4 gemas.2. Junte 1 xcara (ch) de acar, 1/2 xcara (ch) de leite, a margarina, a farinha de trigo e o fermen-to.3. Divida a massa em duas partes e em uma delas misture o chocolate em p.4. Coloque as massas em formas separadas de 20 cm de dimetro cada, untada com margarina eenfarinhada.5. Asse no forno, preaquecido, a 200 C at firmar, aproximadamente 25 minutos. Deixe amornar edesenforme.6. Prepare o creme: em uma panela, misture 3 xcaras (ch) de leite, 3 gemas passadas na peneira, oacar e o amido de milho.7. Leve ao fogo brando, mexendo sem parar at engrossar. Deixe esfriar.8. Prepare o crocante: em uma panela, misture 2 xcaras (ch) de acar, a gua e leve ao fogo bran-do, sem mexer, deixe ferver at formar uma calda em ponto de fio.9. Desligue o fogo e misture o amendoim.10. Espalhe sobre uma superfcie lisa untada com margarina.11. Deixe esfriar e desgrude com uma esptula. Pique o crocante e misture ao creme.12. Prepare a calda: misture 2 xcaras (ch) de leite e o conhaque.13. Corte os bolos ao meio e umedea com a calda.14. Em um aro, alterne camadas de bolo e creme. Leve a geladeira at firmar.15. Na hora de servir, retire do aro, cubra com chantili e decore com raspas de chocolate.Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/www.varaldobrasil.com 64 64. Varal do Brasil, literrio sem frescuras DEPRESSOPor Juvenal Payay A cachoeira traioeira,Astuta, arma uma arapucaE de repente o rio dolente Cai sobre a rocha bruta E a pedra lava, lixa e limpa As manchas turvas da estao;Apesar da queda livre, o rio No machuca o brao Nem sofre escoriao,O rio voa sem asa e penaTomando proveito na decida o rio no tem subida E o pulmo suspira o ar,O gs que sai da mata ciliar,Furtivo no perfume dela Canta, rola, rindo devagar; Depois da queda o rio outro,De fato, a vida do rio plena At receber o primeiro esgoto E cai em depresso pena!www.varaldobrasil.com65 65. Varal do Brasil, literrio sem frescuras!Despretensiosamente Por Caroline Brito Deixa eu viver de sonhosInsistir nas ilusesSer feliz de uns momentosEm despretenses Fingir toda a verdadeNas mentiras que criei No ser, pois a vida Converso de tudo que inventei?Segue, olha o horizonte Ao longe, na enseadaEdifica toda uma vida Nas areias, na estrada E cantar, vamos cantar... Baladas de verso e refroSeguir tal qual as belas msicasDas notas, ser composiowww.varaldobrasil.com66 66. Varal do Brasil, literrio sem frescuras! - Novembro/Dezembro 2012Por Fabiane RibeiroConto 6 - O veneno e o antdotobel nunca visitara o mar; mas, atravs do relato de Dalila, ela sentia que o oceano era um velho conhecido, que h muito tambm habitava seus prprios sonhos. Atravs das experincias compartilhadas na reunio, ela sentia que aprendera um pouco mais sobre si prpria... Lembrou-se de Jonatas e seu sonho com a priso. Maria Isabel quase se sentiu sufocada ao pensar no pesadelo do rapaz... Pesadelo que, como em toda existncia, tornara-se um lindo sonho, pois ele soube libertar-se... Ele ti- rou as prprias algemas e tornou-se uma guia, linda e dona de si, a voar pelo cu. Emocionante tambm havia sido o so- Prlogo: Ento, ela pegou um dos frascos por nho do rapaz com a rosa da noite escura... Ma- entre os dedos e, suavemente, ergueu-o no ar, ria Isabel lembrava-se de suas palavras: embriagando-se com o seu perfume... Aquela rosa parecia anunciar ao vento do de- serto, sob a luz do sol ou sob a escurido da noite fria, que qualquer jardim regado a dois Maria Isabel chegou em casa aquela noi- mais florido.te, sentindo um misto de emoes. A reuniosemanal do grupo de deficientes visuais queEra o amor, presente em cada sonho, emela comandava, havia sido muito produtiva. cada existncia. Sempre.Mais que nunca, ela sentia-se ligada aoEnto, Maria Isabel apanhou o livro emmundo. braile que possua, no qual havia a Lenda dos Olhos e da Saudade... Aquela lenda, mais queApesar da ausncia da viso, a mulhertudo, lhe comprovava que, no fim, sim, sem-gostava de manter sua casa sempre cheia de pre o amor...flores. O mosaico de cores em sua sala no lhepassava despercebido. E os perfumes ento...A causa... a razo de tudo... o pecado original, e a salvao. E foi em meio a seus vasos preferidos queela lembrou-se do primeiro relato da reunio O veneno e o antdoto.daquele dia. Havia sido o relato de Frederico aA mulher foi para seu pequeno laboratriorespeito de seu sonho com o cavalo branco. improvisado em casa.Ele havia percorrido gramados maravilhosos.Tudo, no sonho, saltava frente a seus olhos eEla ganhava a vida fabricando perfumes,um belo e calmo riacho percorria aquelas terrasa partir de extratos de suas plantas preferidas.infinitas, como se fosse um espelho de sua al- Comeara o trabalho apenas h alguns anos,ma.quando perdera a viso e sentira que os chei- ros podiam trazer um significado novo e especi-Ento, havia sido a vez da doce menina al para seus dias. Ainda tinha poucos frascosDalila, que compartilhara com o grupo seu so- fabricados, entretanto, cada um era especial,nho junto ao mar. Apesar da idade, Maria Isa- nico... www.varaldobrasil.com 67 67. Varal do Brasil, literrio sem frescurasEnto, ela pegou um dos frascos por entre os dedos e, suavemente, ergueu-o no ar, embria-gando-se com o seu perfume. Ela conhecia profundamente o segredo de cada um daquelesaromas. Cada um deles era como um antdoto para o veneno da amargura que quisera tomarconta de seu corao quando as luzes do mundo se apagaram a ela, h alguns anos... Elessalvaram a fabricante de perfumes. Eles, de certo, salvariam o corao daquele a quem seri-am destinados. Pois eram nicos.Eram o prprio amor.O prprio veneno.Acima de tudo... a salvao.O antdoto. Momentos de Prazer Por Flvia AssaifeQuando estou com voc... ... Corpos misturados... ...Sabores adocicados... Pensamentos apimentados...Sempre que o sorriso nasce em tua faceSempre que o brilho surge em teu olhosSempre que a lgrima rola faceira Quando a boca diz besteira!Voltamos infncia Com a pureza das crianas Voamos nas asas da imaginaoSendo guiados pelo corao... www.varaldobrasil.com68 68. Varal do Brasil, literrio sem frescurasOS GANSOS. AS RIPAS.ziguezague comandado e obedecido risca pelosgansos faceiros e barulhentos sob o comando queos protegia.Por Joana Rolim Era uma imagem indita, ofuscante pela belezado gansos e destreza do comando. Desciam emdireo lagoa, onde a gua lmpida? aguava aConj.2010 . Um balco, uma atendente em seu grama e ondeava a cada ganso que nela mergu-computador. Sala de paredes amarelas, desprovi- lhava.das de qualquer outro elemento. O colorido e oO Homem foi entrevistado. Por acaso um jorna-som da televiso me atraram, na falta de qual-lista por ali passava!quer outra opo de distrao, j que fechar osolhos e me envolver em pensamentos seria im- Eles produzem mais quando so levados a pas-possvel. sear pelas ruas. Nenhum foi atropelado!Um ardoroso graflogo. Uma apresentadora. UmEle disse. Est dito!texto para anlise . Nela todo o carter e a ndoleEssa imagem valeu! Guardei a imagem! Que ima-de um reprter se revelando na letra dele. Nadagem! Um homem, uma ripa e centenas de gansoscontra. Mas no me bate. Acabei aprendendo que poderiam ser milhares, no ser gansos, poderi-a letra o tem o poder de definir o esbanjador eam ser milhes ou bilhes de homens mulhereso po-duro. Uma vez detectada a anomalia nainclusas.letra, pode-se, simplesmente, inverter o adjetivoque imprime o perfil da pessoa, simplesmenteO homem poderia ser alguns homem ensandecidomudando o formato da letra. O esbanjador se tor-pelo poder, ou muitos, ou mfias, ou chefes dena po-duro e vice-versa. estado, conquistadores, terroristas, lderes enlou-quecidos pela ganncia e poder ou ... briga por Ah!Ah! Que fcil! comentei com a atendenteinveja, briga por dinheiro briga por poder, brigatambm atenta.pela sua prpria loucura. Gritos, balbrdia, mor-tos. A ripa balanava, agredia, machucava e ma-tava!Quebrando a sequncia do quadro, uma cena mecalou: gansos, centenas, enfileirados tal qual umaprocisso ou desfile, sob o comando de um ho-Uma ripa para centenas de gansos. Uma ripa, umamem e uma ripa comprida, larga, bem equili-arma, centenas de armas, centenas de balas, umabrada nas mos calejadas? que mantinham a mar-forca, instrumentos de tortura..