Revista Vox Otorrino - Nº 142

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Edição 142 | Ano XX | julho/agosto 2014 www.aborlccf.org.br Páginas Azuis Profª Dra. Jadete Barbosa Lampert, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica Profissão Professor Os desafios de formar novos médicos O ensino da Medicina passa por mudanças Resolução do Governo Federal determina que os cursos de medicina permaneçam com 6 anos de duração, mas estipula estágio obrigatório no SUS e avaliação periódica dos estudantes. Estamos preparados? A Lição de Anatomia do Dr. Tulp Rembrandt, 1632

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Julho/Agosto 2014

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1Revista VOX OTORRINO |julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

Editoria

Edição 142 | Ano XX | julho/agosto 2014www.aborlccf.org.br

Páginas AzuisProfª Dra. Jadete Barbosa Lampert, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica

Profissão ProfessorOs desafios de formar novos médicos

O ensino da Medicina passa por mudançasResolução do Governo Federal determina que os cursos de medicina permaneçam com 6 anos de duração, mas estipula estágio obrigatório no SUS e avaliação periódica dos estudantes. Estamos preparados?

A Lição de Anatomia do Dr. Tulp Rembrandt, 1632

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Editoria

I CURSO DE CIRURGIAS ENDOSCÓPICAS NASOSSINUSAIS

D O B Á S I C O A O A V A N Ç A D O

LOCAL DO EVENTO: Centro de Convenções CBC

Rua Visconde Silva, 52 - 3º andar - Botafogo - Rio de Janeiro

w w w. a b o r l c c f . o r g . b r / e n d o r i o n a s a l 2 0 1 4

E 0403 DE OUTUBRO

DE 2014

DEPARTAMENTO DE EVENTOS DA ABORL-CCF

Sede São Paulo/SP:Tel.: (11) 5053-7502

Fax: (11) 5053-7512

Escritório Salvador/BA:Tel.: (11) 2104-3477

Fax: (11) 2104-3434

E-mail: [email protected]

PresidenteDr. Fernando GanançaDr. João Teles Jr. PresidenteR E A L I Z A Ç Ã O :

Ricardo Carrau

Aldo Cassol Stamm / Alexandre Felippu Neto / Richard Louis Voegels

Médicos Otorrinolaringologistas, Residentes ou Especializandos em ORL

Neurocirurgiões, Residentes ou Especializandos em Neurocirurgia

PÚBLICO-ALVO

CONVIDADO DE HONRA INTERNACIONAL

Carlos Diógenes Pinheiro Neto

CONVIDADO INTERNACIONAL

CONVIDADOS DE HONRA NACIONAIS

As inscrições poderão ser feitas pelo site até o dia 03/09/2014.Após esta data, somente no local do congresso, a partir das 7h do dia 03/10/2014.

Para efetuar sua pré-inscrição on-line, acesse: www.aborlccf.org.br/endorionasal2014.

As opções de pagamento on-line são através de boleto bancário.cartão de crédito ou

Para mais informações, acesse:

NO LOCALDO EVENTO

DE 11/07/14

ATÉ 03/09/14

ATÉ

10/07/14DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA COMPROVAÇÃOCATEGORIAS

Médico Associado ABR / ABORL-CCFQuite 2014

Médico / Residente ABR / ABORL-CCFNão Quite

Médico / Residente ABR / ABORL-CCFNão Sócio

Acadêmico de Medicina

Residente Associado ABR / ABORL-CCFQuite 2014

Conferido pelo sistema

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Comprovante de matrícula fornecido por órgãocredenciado da instituição de origem

Declaração da instituição onde trabalha datada,carimbada e assinada, e comprovante de sócio quite

com a anuidade de 2014 (conferido pelo sistema)

R$350,00

R$600,00

R$600,00

R$150,00

R$200,00

R$400,00

R$690,00

R$690,00

R$170,00

R$230,00

R$500,00

R$800,00

R$800,00

R$200,00

Médico Associado ABORL-CCFRemido

Comprovante de sócio remido ABORL-CCF R$0,00 R$0,00 R$0,00

R$270,00

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5

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75

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100

�n� ncio Endorio

segunda-feira, 9 de junho de 2014 14:05:30

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Mensagem do Presidente

Dr. Fernando Ganança

Presidente da ABORL-CCF

DIRETORIA 2014

Dr. Fernando Ganança - São Paulo/SPPresidente

Dr. Sady Selaimen Costa - Porto Alegre/RSDiretor Primeiro Vice-Presidente

Dr. Domingos Tsuji - São Paulo/SPDiretor Segundo Vice-Presidente

Dra. Francini Grecco de M. Pádua - São Paulo/SPDiretora Secretária Geral

Dra. Renata Cantisani Di Franceso - São Paulo/SP Diretora Secretária Adjunta

Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo/SP Assessora Diretora Secretária Geral

Dr. José Eduardo de Sá Pedroso - São Paulo/SPDiretor Tesoureiro

Dr. Felippe Felix - Niterói/RJDiretor Tesoureiro Adjunto

Dr. Paulo Saraceni Neto - São Paulo/SPAssessor do Diretor Tesoureiro

Dr. Edilson Zancanella - Indaiatuba/SP Presidente da Comissão de Comunicações

Dra. Eulália Sakano - Campinas/SPPresidente da Comissão do BJORL

Dr. Fabrízio Ricci Romano - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Eventos e Cursos

Dr. José Alexandre Medicis da Silveira - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Residência e Treinamento

Dr. Leonardo Haddad - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Título de Especialista

Dr. Márcio Fortini – Belo Horizonte/MGPresidente da Comissão de Defesa Profissional

Dr. Otavio Marambaia Santos - Salvador/BAPresidente da Comissão de Ética e Disciplina

Dr. Renato Roithmann - Porto Alegre/RSPresidente da Comissão de Educação Médica Continuada

Caro associado,

A educação médica passa por mudanças, não apenas as determinadas pelo Governo, mas as necessárias à adaptação da categoria às novas demandas da sociedade. A Medicina é uma profissão dinâmica e em evolução. Constan-temente, temos de nos adaptar às tecnologias, às descobertas científicas, aos desafios trazidos por mudanças políticas, socioeconômicas e culturais brasi-leiras. A capa desta edição da VOX Otorrino ilustra esse movimento. Desde as “Lições de Anatomia do Dr. Tulp”, retratadas pelo pintor holandês Rembrandt, em 1632, até as aulas de educação à distância, via internet, e as cirurgias reali-zadas por intermédio de um robô, vivemos um salto surpreendente em nossos métodos diagnósticos e terapêuticos.

Com a necessidade de cumprir as novas diretrizes do ensino médico, temos um desafio à frente: seremos capazes de atender a estas exigências? A so-ciedade será beneficiada? A formação médica será prejudicada? Ainda é cedo para avaliar o impacto destas novas exigências no ensino médico, mas é se-guro que teremos de encontrar meios de atendê-las. Contamos com a mente privilegiada, a dedicação e a paixão dos nossos professores de Medicina.

A Educação Médica não se resume a normas e resoluções, mas ao desejo e à necessidade de transmitir informação, de formar novas gerações de profissio-nais, de perpetuar o conhecimento humano adquirido até aqui, de compartilhar descobertas e buscar novidades. Ensinar é um ato extremamente nobre!

Forte abraço.

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br4 | Revista VOX OTORRINO

06 Páginas AzuisDra. Jadete Barbosa Lampert, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica

28 GestãoPlanejamento estratégico

EducaçãoNovas diretrizes em tempos de Mais Médicos10

Medicina do SonoOtorrinos ganham o direito de realizar exames de polissonografia pelo SUS

39

CarreiraProfissão de fé: a opção pela docência32

Defesa ProfissionalDepartamento Jurídico ABORL-CCF fecha parceria

26

22 44º Congresso BrasileiroPlaneje sua agenda durante o congresso

24 ParceriasAproveite os descontos em produtos e serviços com o cartão fidelidade

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Cartaao Leitor

O mês de junho foi marcado pela publicação da Resolução 03/2014, que estabelece novas diretri-zes curriculares para o ensino médico. Sem dúvida, nossa preocupação é a qualidade da formação para novos médicos e a repercussão no atendimento à população. Não podemos compactuar com esta falta de clareza e nem com o caráter massificante e minimalista! Para expor essas mudanças, trou-xemos a Dra. Jadete Barbosa Lampert, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, nas Páginas Azuis. Ainda sobre o tema, trazemos uma matéria que traça um comparativo da formação do médico no Brasil e em alguns outros países. Tam-bém temos uma reportagem sobre a opção pela docência, suas dificuldades e glórias.

Além disso, falamos sobre planejamento estratégi-co, ferramenta de gestão fundamental para planejar o futuro profissional. E, para garantir uma carreira dentro da lei, a ABORL-CCF estabeleceu uma par-ceria com um escritório de Advocacia para auxiliar o associado em questões legais.

E ainda, a inclusão dos otorrinos para realização de Polissonografia pelo SUS, as notícias do Congresso Brasileiro e da Academia Americana.

Boa leitura!

Educação Médica em foco

Dr. Edilson Zancanella

Presidente da Comissão de Comunicações

EXPED

IENTE

Vox Otorrino

Diretor de Comunicação: Edilson Zancanella

Comissão de Comunicações: Marcelo Piza

Fabio de Rezende PinaJoão Vianney B. de Oliveira

Paulo Roberto LazariniRicardo Jacob Macedo

Allex Itar OgawaMarco Antônio Corvo

Maria Dantas C.L. GodoyVinícius Magalhães Suguri

Renato Marinho Correa

Coordenadora de Comunicação da ABORL-CCFAdriana Santos

Editora-chefe: Eliana Antiqueira / MTB: 26.733

Reportagem: Sheila Godoi e Kelviane Lima

Fotos:Vicent Sobrinho /

Dreamstime / Acervo

Coordenação de Publicação e Diagramação: Julia Candido

Produção: Estação Brasil Produção Editorial

Fone: 11 3542-5264/0472

Impressão: Eskenazi Indústria Gráfica

Periodicidade: Bimestral

Tiragem:6.000 exemplares

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Av. Indianópolis, 1.287CEP 04063-002 | São Paulo/SP

Fone: 11 5053-7500Fax: 11 5053-7512

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco.

[email protected]

ESPAÇO LEITOR

Dúvida “Gostei muito da edição 141. Só fiquei em dúvida quanto a uma palavra que li no artigo sobre burnout: medicalização. Existe? Sei que é uma dúvida insignificante, mas já ouvi uma jornalista da CBN falar em medicalizar e achei muito estranho, uma vez que medicar é mais simples, mais fácil.” Dra. Erika Fukushima 

Olá, doutora. Medicalizar e medicar não são sinônimos. Medicar significa dar medicamento ou tratamento a um doente, é uma ação. Medicalização é um conceito sobre problemas não médicos transformados em questões médicas. Especificamente sobre a Síndrome de Burnout, o termo é aplicado porque o distúrbio nasce de uma série de elementos que culminam numa situação patológica (depressão, sintomas físicos), mas não é uma doença na concepção cartesiana.

Páginas Azuis “Excelente a entrevista com o Prof. Mario Sérgio Cortella na última edição da VOX. A abordagem de temas filosóficos e seus conceitos são mais comuns à prática médica do que imaginam a maioria dos colegas. Parabéns a toda equipe!” Dr. Paulo Saraceni Neto

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PáginasAzuis

A Professora Doutora Jadete

Barbosa Lampert, diretora presidente

da Associação Brasileira de

Educação Médica, defende um ensino

mais humanizado da medicina e

aponta que criar um sistema de avaliação

que alie qualidade à quantidade é

o grande desafio da docência na

atualidade.

Como a senhora avalia o ensino médico no Brasil hoje? Em rela-ção a quem estamos atrasados ou adiantados?

O ensino médico no Brasil, hoje, no que se refere aos seis anos do cur-so de graduação, busca adequar-se as Diretrizes Curriculares Nacionais (MEC, 2001), com mudanças na concepção dos Projetos Pedagógi-cos, e na busca de novos cenários para o ensino da prática médica, além das do hospital de ensino. No entanto, apresenta claras dificulda-des quanto à captação de novos docentes e na capacitação destes para desenvolver metodologias ati-vas de ensino-aprendizagem e para trabalhar o ensino, a pesquisa e a assistência. Em relação a quem estamos atrasados ou adiantados, cada país tem peculiaridades que os coloca de forma singular no compromisso de buscar alternativas e estratégias para melhor respon-der às suas demandas internas em saúde. Diria que estamos atrasados conosco mesmos. Precisamos nos adiantar com presteza, eficiência,

eficácia, efetividade para alcançar o impacto desejado junto das popula-ções quanto à assistência em saúde no âmbito nacional com equidade, qualidade e resolução na prestação de serviços. Isso quer dizer avançar com políticas de expansão e capa-citação de recursos humanos de forma planejada.

Nos últimos anos, têm crescido o número de cursos de medicina no país. Isso é benéfico? Essa de-manda é absorvida?

Existem necessidades de saúde não atendidas ou mal atendidas no nos-so vasto território brasileiro. Estas não estão apenas na dependência da existência de cursos de medicina ou de médicos, mas também de uma gama de outros cursos e profissio-nais, assim como de estruturas que proporcionem boas condições de trabalho no atendimento em saúde. A necessária integração de cursos deve se ampliar em todas as áreas do conhecimento, além da medicina, para dar conta da complexidade da assistência à integralidade em saú-

O ensino médico na berlindaAs novas diretrizes do ensino médico determinadas pelo Governo Federal trazem à tona a discussão sobre a necessidade de mais investimentos na formação do médico e na capacitação do corpo docente para atender as mudanças previstas

Por Eliana Antiqueira

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PáginasAzuis

de, acompanhando o aumento da população brasileira e as demandas decorrentes do avanço científico e tecnológico nos aspectos de pro-moção, prevenção, diagnóstico, tra-tamento e reabilitação. Percebe-se melhor este contexto quando temos o entendimento de que saúde é qua-lidade de vida, e, portanto, temos que batalhar por estruturas e desen-volvimento de processos para assis-tir o ser humano no seu ciclo de vida, para além de somente diagnosticar e tratar doenças. Portanto, a clientela do profissional médico se ampliou, não é somente a pessoa que adoe-ce, mas todo o ser humano, da sua concepção a sua morte.

O ensino da medicina incorporou a tecnologia ou persistem os mé-todos tradicionais? É possível aliar essas duas vertentes de ensino?

As duas vertentes podem se aliar em um equilíbrio de transição de um modelo tradicional de exposição de conteúdos para um modelo di-nâmico de construção de conheci-mentos, frente à colocação didática de situações-problema para serem analisadas, e formuladas questões que nortearão as buscas, a relação e a aplicação de conhecimentos. O ensino da medicina tem incorporado os avanços científicos e tecnológi-cos da área por meio das disciplinas ministradas por especialistas, ainda na graduação, e de forma fragmen-tada. No entanto, de um modo ge-ral, conserva o método tradicional de transmissão de conhecimentos em aulas expositivas, quando se tem claro, na atualidade, que o volu-me de conhecimentos é de tal mon-ta que se tornou impossível fazê-lo no tempo e nos espaços disponí-veis. Há a exigência de que o futuro profissional tenha habilidade para construir o próprio conhecimento, e que, devidamente orientado e tendo o professor como facilitador, deve dominar a técnica de “aprender a aprender” frente a situações-proble-

mas, competência esta que deverá desenvolver e exercitar em qualquer campo de atuação no cotidiano do exercício profissional.

Em junho entrou em vigor a reso-lução 3/2014, que determina as novas diretrizes curriculares na-cionais dos cursos de medicina. Como as faculdades de medicina se preparam para essa mudança? Houve tempo suficiente para isso?

A ABEM defendeu que as diretrizes curriculares de 2001 são adequadas para a construção de mudanças que se deseja na formação e no exercício da profissão médica, nos dias atuais. As escolas avaliadas pela ABEM, no método da roda (CAES/ABEM) mos-tram evidências de mudanças neste sentido, embora, em muitas delas, com ações ainda muito pontuais. O importante é entender que mu-danças de conceitos e de métodos fazem parte de um processo que vai do entendimento, compreensão e assimilação do quê e porque se propõe, até o momento de efetivar diferentes ações, constituindo a mu-dança de modelo, a mudança de paradigma. As faculdades de medi-cina têm dificuldades para promo-ver as mudanças, identificadas na pouca valorização institucional das atividades de ensino. Nas avaliações do corpo docente das escolas, os órgãos públicos responsáveis usam critérios que supervalorizam as titu-lações e as publicações em periódi-cos nacionais e internacionais, em relação às atividades didáticas no curso de graduação. Na construção das mudanças, o tempo é nosso aliado e será suficiente desde que com prévio e adequado planejamen-to, com acompanhamento avaliativo dos passos traçados, que propor-cionem ajustes e aprimoramento. Instalar mudanças acompanhadas de um sistema avaliativo com indica-dores quali-quanti é o maior desafio, pois ainda não temos uma cultura de avaliação construtiva e formativa.

“O ensino médico no Brasil apresenta claras dificuldades quanto à captação de novos docentes e na capacitação destes para desenvolver metodologias ativas de ensino-aprendizagem e trabalhar ensino, pesquisa e assistência.”

A senhora crê que esta resolução possa estancar a abertura desen-freada de escolas de medicina ob-servada nos últimos anos?

O número de escolas de medicina que estão abrindo, assim como a ampliação das vagas nas escolas já existentes, deverá ter um limite. Ou-tros cursos deverão acompanha-los, seguindo a necessidade do atendi-mento em saúde como trabalho em equipe. Devem se instalar, em âmbito nacional, mecanismos de controle e acompanhamento destas instituições de ensino e dos profissionais forma-dos e em atividade no mercado, atra-vés de programas de acreditação e certificação, respectivamente, para que se tenha maior domínio da oferta quantitativa e qualitativa dos serviços.

Com estas novas normas, o que muda para o corpo docente das faculdades? Os professores têm de passar por algum tipo de reci-clagem ou aperfeiçoamento?

Com certeza, os professores pre-cisam ser capacitados, avaliados e valorizados como modelo, como eixo formador responsável pelo desempe-nho da instituição de ensino superior na formação dos profissionais. As mudanças exigem que o corpo do-

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PáginasAzuis

cente se capacite para uso de me-todologias que demandam preparo didático-pedagógico para orientar e facilitar os estudantes nas ações de construção do próprio conhecimen-to. Para isso, deve haver o entendi-mento institucional da necessidade de contar com carga horária docente para este trabalho, que é dinâmico, e deve ser construído num continuum. As escolas necessitam de programas permanentes de desenvolvimento docente para o estudo e o desen-volvimento de planos e estratégias, além do preparo do sistema e de instrumentos de avaliação de conhe-cimentos, habilidades e atitudes do estudante durante o curso de gradu-ação. Isso envolve auto-avaliação e meta-avaliação de forma construtiva e formativa, segundo os princípios do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), docu-mento oficial desde 2004.

Entre as mudanças exigidas, está a obrigatoriedade de está-gio obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS) por dois anos. Há profissionais preparados para essa preceptoria?

Ao aumentar as escolas de medici-na vemos a importância de termos serviços estruturados, com profissio-nais médicos prestando assistência de boa qualidade e em condições de atuarem como preceptores junto dos estudantes. Com certeza, ainda não dispomos nem de corpo docente e nem de preceptores preparados o suficiente, em quantidade e qualida-de, para as demandas dos cursos de medicina. A ABEM possui pro-grama de capacitação pedagógica para preceptores e docentes com potencial multiplicador para se alas-trar no âmbito nacional. Além deste programa, está desenvolvendo uma gama de outros, como estratégias de aproximação e acompanhamento das escolas nas atividades de forma-ção profissional, graduação, pós-gra-duação e educação permanente. A

ABEM já tem projetos com resultados reconhecidos como a avaliação do estudante pelo Teste de Progresso, que poderá auxiliar na aplicação da prova a cada dois anos; Avaliação Ins-titucional, método da roda, da CAES, indutor de construção das mudanças que busca complementar e auxiliar as escolas e avaliações construídas pelo INEP/MEC. Outros projetos mais re-centes se integram no Planejamento Estratégico da ABEM com descen-tralização para seus oito Conselhos e Congressos Regionais de Educação Médica. São eles o ensino da urgên-cia e emergência nos cursos de gra-duação; as Diretrizes Nacionais da ABEM para o internato no curso de graduação em medicina; a avaliação de habilidades e atitudes do estudan-te e o desenvolvimento de habilida-des de comunicação. As atividades da ABEM têm tido base em políticas, que por serem indutoras de mudan-ças, devem ter caráter permanente.

como o ponto relevante da formação dos profissionais médicos. O curso de graduação de medicina tem custo alto para a sociedade, é o mais lon-go dos cursos superiores, mas tem apresentado grande fragilidade na formação médica. No território na-cional, é surpreendente verificar a ex-pansão de cursos preparatórios para ingressar nas residências médicas, pagos e freqüentados pelos estudan-tes de medicina. Também, observam--se estudantes, durante a graduação, organizando e freqüentando cursos paralelos, que chamam de “ligas aca-dêmicas”, para suprir deficiências do curso de graduação ou por interesses particulares. Esta realidade não tem provocado nenhum tipo de mobili-zação nas instituições responsáveis. Não se pode negar que a residência médica é necessária na continuidade da formação profissional para apro-fundar conhecimentos em determina-dos campos e áreas do saber, como especialidades, e para ampliar o atendimento qualificado das diferen-tes demandas em saúde. Cada mo-mento da formação profissional tem seu papel na aquisição e aperfeiçoa-mento de competências para prestar serviços em saúde de forma integra-da. A distorção se dá mais pela pre-cariedade das condições de trabalho, da escassez de recursos humanos capacitados e disponíveis para a do-cência e preceptoria, do que a ligação obrigatória entre graduação e os dois primeiros anos da vida profissional com residência médica em medicina geral de família e comunidade.

A exigência de estágio no SUS pode colaborar para haver uma melhor distribuição de médicos no país?

Sim, desde que o SUS esteja estru-turado e dando conta da assistência em saúde nos diferentes níveis (pri-mário, secundário e terciário) com mecanismos de referência e contra referência, em rede de atenção à saú-de, onde os profissionais se situem e

“As faculdades de medicina têm dificuldades para as mudanças, identificadas na pouca valorização institucional das atividades de ensino.”

Todos os anos, milhares de médi-cos entram no mercado de traba-lho sem terem passado pela resi-dência. A resolução 03/2014 pode corrigir esta distorção?

Acho equivocado jogar para a resi-dência médica (RM) a responsabili-dade pela qualificação do profissional formado na graduação que sai para o mercado de trabalho. Enxergo a qualidade dos cursos de graduação

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sintam-se realizados e valorizados ao integrarem-se ao sistema e ao intera-gir com a comunidade.

As últimas diretrizes, em vigor des-de 2001, tomaram dez anos de discussão para chegar ao formato final. As atuais diretrizes levaram apenas seis meses para ficarem prontas. Ao que a senhora credita essa urgência na liberação da re-solução?

A discussão das diretrizes de 2001 foi realizada com ampla participação das escolas e seu formato foi dado até o momento de ser aprovada e entrar em vigor. Daí se partiu para a implan-tação destas diretrizes e as escolas começaram a construir seus projetos pedagógicos e a se estruturar para novas tarefas na formação médica. As atuais diretrizes trouxeram deta-lhamento de competências na área de atenção, gestão e educação em saúde. A urgência na liberação faz parte da crítica feita a tornar urgente o que não era urgente. A consulta e a escuta às instituições ficou tremenda-mente prejudicada, fragilizou a demo-cracia ao desconhecer os espaços de reflexões críticas com senso de construção e formação de cidadãos.

A exigência de estágio no SUS concorre para a formação maciça de clínicos gerais em detrimento à formação de especialistas?

Não entendo assim. A formação geral do médico sempre foi mui-to importante e, cada vez mais, se torna relevante para abordar o ser humano sem perder de vista o seu conjunto, por mais que ele esteja precisando de cuidados pontuais de um determinado es-pecialista. A boa relação entre clí-nicos gerais e especialistas passa por estes últimos possuírem uma boa formação geral, que é dada na graduação. A lei quer reforçar a formação com mais dois anos de residência médica geral de saúde e comunidade. Interpreto este fato como a confirmação da fragilida-de do curso de graduação, que se encontra esvaziado com fuga de docentes e discentes para outras atividades paralelas.

Os projetos pedagógicos das faculdades de medicina passam pela avaliação da ABEM?

Os projetos pedagógicos das fa-culdades não passam pela ava-liação da ABEM, como regra. Apenas temos o conhecimento dos projetos das escolas que par-ticipam por adesão espontânea ao nosso programa de avaliação institucional.

Estas novas diretrizes podem impac-tar também na educação continuada (pós-graduação, mestrado...)? Como?

Sim, da mesma forma que há impac-to do ensino de primeiro e segundo graus no ensino superior. O ponto mais crítico, no caso da formação do profissional médico, é o teor humanís-tico da formação que ficou em dema-sia técnico, com sérias deficiências na forma de se comunicar e atuar de forma perceptiva e sensível com pes-soas, em contextos diversos e na bus-ca da melhor solução e abalizamento do custo-benefício em situações-pro-blema. Quanto mais bem preparados em cada etapa de ensino, há sempre maior chance de melhor aproveita-mento no passo seguinte. Chega-se sempre no ponto comum de relevância maior na base dos problemas sociais: a educação como política prioritária de Estado, com investimento maciço, que os governos não têm correspon-dido na intensidade desejada.

Em sua opinião, em quanto tempo será possível avaliar se a resolução 03/2014 foi bem-sucedida?

Quase que imediatamente, à medida que se acompanhar os indicadores que sinalizaram a necessidade desta resolução. Temos que trabalhar na mo-nitoração dos processos desencadea-dos e dos resultados alcançados, tanto no âmbito da formação profissional quanto no da prestação de serviços na assistência em saúde da população.

“O ensino da medicina tem incorporado os avanços científicos e tecnológicos da área... No entanto, de um modo geral, conserva o método tradicional de transmissão de conhecimentos em aulas expositivas, quando se tem claro, na atualidade, que o volume de conhecimentos é de tal monta que se tornou impossível fazê-lo no tempo e nos espaços disponíveis.”

“O ponto mais crítico, no caso da formação do profissional médico, é o teor humanístico da formação que ficou em demasia técnico e com sérias deficiências na forma de se comunicar e atuar de forma perceptiva e sensível com as pessoas...”

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br10 | Revista VOX OTORRINO

Educação

Em 23 de junho, o Diário Oficial da União publicou a Resolução 3/2014, que determina as novas dire-trizes curriculares nacionais dos cursos de medici-na. As escolas de medicina terão até dezembro de

2018 para implantar as mudanças. No entanto, nas turmas abertas a partir do segundo semestre de 2014, o novo cur-rículo terá um ano para ser colocado em prática.

Entre as principais mudanças está o estágio obrigatório no Sis-tema Único de Saúde (SUS), na atenção básica e no serviço de urgência e emergência. Pela resolução, o estágio deve ter a du-ração mínima de dois anos, com 30% da carga horária cumprida nas áreas de Atenção Básica, Urgência e Emergência do SUS.

Novas diretrizes em tempos de Mais MédicosEm junho, entraram em vigor as novas diretrizes curriculares para o ensino de medicina aprovadas pelo MEC. O que são e o que muda para os estudantes e as faculdades.

Por Eliana Antiqueira

Além disso, os estudantes serão avaliados pelo governo a cada dois anos. A avaliação será obrigatória e o resultado fará parte do processo de classificação para os exames dos programas de residência médica. A prova será elabo-rada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-cacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável por avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Inep tem dois anos para começar a aplicar a avaliação.

As diretrizes curriculares para cursos de medicina vigentes até agora eram de 2001, mas a reformulação estava pre-vista desde 2013, na ocasião do lançamento do Programa Mais Médicos. Pela nova resolução, o curso de graduação

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Educação

de medicina continuará com seis anos de duração e não oito, como se havia cogitado anteriormente.

A expectativa é que sejam abertas 11.447 vagas em cursos de medicina até 2017 — 3.615 em universidades federais e 7.832 em instituições particulares. Na residência, deverão ser ofertadas 12.372 novas vagas no mesmo período.

O aumento no número de vagas, porém, não é novidade. Uma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, em julho, aponta que, nos últimos anos três anos e meio, houve um aumento expressivo no número de cursos de medicina liberados. Desde 2011, foram 44. Nos oito anos do governo Lula foram 58, e, nos oito do governo Fer-nando Henrique Cardoso, 27. As vagas abertas na atual gestão se dividem em 15,7% no Centro-Oeste, 23% no Sudeste, 7,4% no Sul, 7,9% no Norte e 46% no Nordeste.

Para o Conselho Federal de Medicina, essa abertura de-senfreada de novas turmas resulta em má formação pro-fissional. Segundo Desiré Callegari, primeiro secretário do CFM, “as faculdades estão colocando no mercado profissionais com formação de médio para baixo”. Para comprovar sua afirmação, recorda o alto índice de repro-vação de recém-formados no exame Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp): 59,2% em 2013 e 54,5% em 2012.

O CFM também crítica o pouco tempo aplicado na criação das novas diretrizes do ensino médico. O órgão aponta que as dire-trizes lançadas em 2001, e em vigor até então, foram objeto de discussão por dez anos até se chegar ao formato final, e que as novas foram elaboradas em apenas seis meses. A crítica é que a discussão foi feita às pressas, sem o debate necessário com as entidades médicas, academias e a sociedade. O Conselho Federal de Medicina esclarece ainda que o país não apresenta estrutura física, hospitalar e de preceptoria, para criação de 12 mil novas vagas de graduação e, por consequência, de resi-dência médica.

Para Dr. Geraldo Pereira Jotz, membro da Comissão de Re-sidência e Treinamento da ABORL-CCF e da Câmara Técnica da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC), em um primeiro momento, a resolução pode ser benéfica aos formandos em medicina que desejariam fazer especialização na área de otorrinolaringologia. “Como a nossa especialidade tem um link muito grande com a atenção básica, em virtude do grande número de afecções otorrinolaringológicas que estão envolvidas neste cenário, acredito ser positiva esta experiência em relação à vivência da nossa especialidade vista por outros profissionais - médicos de família e comunidade, clínicos e pe-diatras.”

No que diz respeito à exigência da realização de mais um ano de residência médica na área de otorrinolaringologia, sendo que este primeiro ano seria exclusivamente em Medicina de Família, Dr. Geraldo explica que as instituições precisarão se preparar para o caso da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) decidir-se pela implantação deste primeiro ano curricular. “Os programas passarão a ter quatro anos de du-ração e não mais três. Isto se for colocado apenas um ano de Medicina de Família, pois a lei faculta até dois anos. Obviamen-te que caberá à Câmara Técnica, à qual a nossa especialidade ficar vinculada, sugerir sobre esta questão e levar ao plenário da CNRM, a quem caberá votar pela manutenção do que te-mos hoje ou pelo acréscimo de um ou dois anos ao nosso programa”, esclarece.

Outro ponto levantado pelo Dr. Jotz é a precariedade no aten-dimento a esta demanda. “Os hospitais precisarão estar prepa-rados, e provavelmente, subsidiados pelo governo, para aten-der às exigências dos mais diversos programas de residência médica no SUS. Hoje, faltam profissionais especializados para atender, imagine ter especialistas que se voltem também para o ensino especializado na modalidade de residência médica, onde precisaremos ter condições básicas e avançadas? Esta é uma resposta técnica que tem um impasse político. Se tiver-mos investimentos substanciais na área da saúde, que permi-tam adequar os cenários de atendimento em instituições de ensino especializado, acredito que possamos enxergar uma luz no fim do túnel. Agora, sem investimentos na ordem de bi-lhões , não acredito que o Brasil estará preparado para a de-manda exposta nesta lei dos Mais Médicos”, conclui.

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Cuba (6,7 médicos/mil hab*) O estudante de medicina em Cuba precisa realizar um exame admissional para entrar no curso, que dura seis anos. Os cin-co primeiros anos de estudos são divididos entre sala de aula e acompanhamento de consultas e plantões em hospitais. O sexto funciona como um trainee, onde o estudante trabalha em um hospital supervisionado pelos professores e médicos da uni-versidade, e no qual pode ser reprovado. Para exercer medicina no País, é preciso passar por um exame estatal, o Examen Es-tatal Externo Nacional, composto por um exame prático e outro teórico, e ser aprovado no trainee. As faculdades de medicina cubanas são gratuitas, e a Escuela Latinoamericana de Medicina (ELAM) oferece bolsas para os estudantes latino-americanos.

Educação

Como é lá fora?Saiba como é a formação do médico no exterior

EUA (2,8 médicos/mil hab) Antes de entrar numa escola de medicina nos Estados Unidos, o estudante precisa se graduar bacharel em alguma área que abranja os ciclos básicos de biologia, física, química e matemática da uni-versidade norte americana. Essa formação dura quatro anos. Traba-lhos extracurriculares na área de saúde também são diferenciais na hora da avaliação para ser aceito em curso de medicina. No teste de admissão para a faculdade, o MCAT (sigla em inglês), são avaliados conhecimentos de biologia, química e física. O curso de medicina dura mais quatro anos, divididos em atividades em salas de aula, e, no final, em trabalhos em hospitais, em diversas especialidades, com a supervisão de médicos. Para fazer a residência e se especia-lizar, os estudantes precisam passar por outro exame na faculdade escolhida, e o curso pode durar de três a oito anos, dependendo da instituição e da área. Antes de serem reconhecidos como médicos, os estudantes precisam obter a licença passando em um exame, o U.S. Medical Licensing Examination.

Argentina (3,2 médicos/mil hab*) O sistema de formação de médicos na Argentina parece com o atual modelo brasileiro. A duração do curso de graduação é de seis anos. Para se especializar, o recém-formado estudante precisa passar por uma nova avaliação para entrar no curso de residência escolhido. O curso varia de dois a quatro anos de duração, depen-dendo da área de estudos.

Canadá (2,1 médicos/mil hab*) No mesmo modelo que os EUA, a maioria das escolas de medicina do Canadá exigem uma graduação de ba-charel em uma área com matérias avançadas de química, biologia e física, que dura de dois a quatro anos no País, além da aprovação no MCAT para ingressar no curso. A faculdade de medicina dura quatro anos e, ao seu final, o estudante precisa passar por um teste do Conselho Mé-dico do Canadá para exercer a profissão. Os cursos de residência no País podem durar de quatro a oito anos.

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Inglaterra (2,8 médicos/mil hab) Os estudantes ingleses de medicina, após passar pela faculdade por cinco anos, precisam ser aprovados em um programa de trainee remunerado com dois anos de duração, o Foundation Programme. No primeiro ano, que tem no mínimo três meses de prática de clínica geral, os estudantes atendem ao público do sistema de saúde público inglês, supervisionados por médicos-professores. A partir do segundo ano, com uma licença pro-fissional provisória, eles já passam a atender os pacientes sozinhos. Du-rante o segundo ano, um exame do equivalente ao Conselho Federal de Medicina (o General Medical Council) avalia se o estudante pode receber o seu CCT (Certificado de Conclusão do Trainee, em tradução livre) e en-tão serem reconhecidos como clínicos gerais. O exame também pode ser realizado até um ano após o treinamento. Depois, os estudantes podem seguir para especializações, que podem durar de 3 a 8 anos.

Espanha (4 médicos/mil hab*) Para entrar nas faculdades espanholas, os estudantes precisam primeiro passar por uma seleção no modelo do Enem brasileiro, na Prueba de Acceso a la Universidad. O estudante pode se inscrever nos cursos e universidades de acordo com a nota obtida no teste. Após completar os seis anos da faculdade de medicina, o estudante precisa pres-tar o exame para se tornar um Médico Interno Residente (MIR). De acordo com a nota obtida, o estudante poderá escolher em qual área da medicina e a instituição em que fará sua especialização, que pode durar de três a cinco anos. Durante o período como interno até se tornar espe-cialista, os estudantes de medicina trabalham nos hospitais vinculados às universidades em que estudam.

Suíça (4,1médicos/mil hab*) O curso de medicina é o único que exige um exame se-letivo para os estudantes suíços, por conta do número li-mitado de vagas oferecidas anualmente. A duração mé-dia da formação de um médico suíço é de 10 anos, dos quais seis anos são em sala de aula e, nos outros quatro de sua formação, o profissional trabalha como médico assistente. Não existe residência nos moldes como é no Brasil. Os sistemas de saúde e de formação médica na Suíça são complexos, e o atendimento é estruturado em médicos da família que fazem o primeiro contato com o paciente, que só depois é encaminhado para as outras especialidades. Não são todos os serviços públicos de saúde que são gratuitos.

Educação

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Eleiçõesgerais

O Colégio Eleitoral da ABORL-CCF divulga a lista dos inscritos conforme ordem de sor-teio realizado em 28/07/14, às 10h, com presença da Tríade Auditores Indepen-

dentes, na figura de David Martins, dos membros do Colégio Eleitoral, Dr. Lídio Granato e Dr. Arthur

Relação dos Inscritos para as Eleições Gerais da ABORL-CCF 2015

Diretor Segundo Vice Presidente - 2015> Wilma Terezinha Anselmo de Lima

Minicurrículo: Graduação em Medicina pela UFTM; Mestrado e Doutorado pela FMRP-USP; Pós-Doc pela UCL Medical School-Inglaterra; Professora Titular em ORL - FMRP/USP

Plataforma: Atuação dinâmica junto à Presidência no crescimento e administração da ABORL-CCF. Defesa da excelência e do exercício profissional do ORL no Brasil

Comissão de Ética e DisciplinaNão houve Inscritos

Representante Distrital - Comissão de Ética e DisciplinaRegião Sudeste> Regina Maria Marquezini ChammesMinicurrículo: Graduação e Residência Médica em Otorrinolaringologia no HC FMRP-USP, ex delegada superintendente do CREMESP de Araçatuba; de 2008 a 2013.

Plataforma: Colocar minha experiência de cinco anos de trabalho no CREMESP à disposição da Associação e dos associados nos assuntos referentes à Ética Médica

Não houve inscritos para as demais regiões

Augusto e, via Skype, do Dr. Godofredo Borges e Dr. Luiz Lavinsky. Além de Vania Rosa Moraes, do Departamento Jurídico da ABORL-CCF, de Carlos Roberto da Silva, Diretor Executivo da ABORL-CCF e Adriana Santos, do Departamento de Comunica-ção da ABORL-CCF.

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Eleiçõesgerais

Comissão de Residência e Treinamento> Rafael Rossel MalinskyMinicurrículo: Responsável pelo ambulatório de Ronco e Apneia do Sono no Serviço Otorrinolaringologia e CCP da ULBRA, Doutor em Ciências Médicas pela FRMP-USP.

Plataforma: Fortalecer e inovar, aprimorando o passado, tendo em vista um crescimento futuro do ensino da Otorrinolaringologia.

> Silvio Antonio Monteiro MaroneMinicurrículo: Coordenador dos Serviços de ORL do Hosp. da PUC de Campinas-S.P do Hosp.Santa Marcelina-S.P.e da Clínica Otorhinus-S.P. Prof. FM PUC Campinas e FM USP.

Plataforma: Avaliar e orientar quanto ao ensino teórico, treinamento clínico, cirúrgico, equipamentos, preceptores, instrutores e comportamento ético.

> Ali MahmoudMinicurrículo: Pós graduando (doutorado) no FMUSP médico assistente do Hospital do Servidor Público Estadual médico preceptor da Clínica Otorhinus -SP.

Plataforma: Contribuir com a formação e melhora dos serviços credenciados à ABORL-CCF.

> Francisco Polanski CordeiroMinicurrículo: Graduação UFPR/2003, residência no Hospital Angelina Caron, mestrado em curso pela UNIFESP, preceptor da residência médica do Hospital Angelina Caron.

Plataforma: Discussão dos requisitos mínimos para a residência médica e integração do residente em múltiplos serviços de excelência para complementar a formação.

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> Carlos Takahiro ChoneMinicurrículo: Professor Doutor Departamento de Otorrinolaringologia Cabeça e Pescoço UNICAMP Coordenador de Residência Médica em Otorrinolaringologia há 15 anos.

Plataforma: Fortalecimento do programa de residência médica em otorrinolaringologia frente às demais especialidades médicas com melhora assistencial e científica.

> Flavio SerafiniMinicurrículo: Medicina-UNIFESP 1985-1990 Especialização em ORL-UNIFESP 1993-1995 Mestrado-UNIFESP 1997-1999 Doutorado-UNIFESP 2000-2004.

Plataforma: Padronizar Currículo Básico dos cursos pelo país prova anual para R1, R2 e R3 pela ABORL- CCF Sistema de créditos por cursos em outras instituições.

Representante Distrital - Comissão de Residência e TreinamentoRegião Nordeste> Adriano Sérgio Freire MeiraMinicurrículo: Otorrinolaringologista Coordenador do serviço de especialização em Otorrinolaringologia do SOS Otorrino - Joao Pessoa - Paraíba.

Plataforma: Ser um elo mais efetivo entre a comissão de residência e treinamento e os estados do norte e nordeste.

Não houve inscritos para as demais regiões

Eleiçõesgerais

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17Revista VOX OTORRINO |julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

Comissão de Defesa Profissional> Paulo Saraceni Neto Minicurrículo: Colaborador da Disciplina de Rinolaringologia da UNIFESP. Fellowship e Residência Médica pela UNIFESP. MBA em Gestão Executiva em Saúde pela FGV.

Plataforma: Fomentar a qualificação do associado da ABORL, enquanto formador de opinião e gestor, visando à revalorização da Medicina e da Otorrinolaringologia.

> Carlos Augusto Correia de CamposMinicurrículo: Professor Instrutor da Santa Casa de São Paulo.

Plataforma: Trabalhar pela contínua valorização de nossa especialidade. Especialmente por melhor remuneração e condições de trabalho aos novos especialistas.

> Reginaldo Raimundo FujitaMinicurrículo: Professor adjunto Unifesp-Escola Paulista de Medicina Comissão de titulo de especialista desde 1995, Comissão de Defesa Profissional de 1995 a 2004.

Plataforma: Trabalhar para fornecer ao SUS pesquisa econômica que mostre a necessidade de aumentar honorários médicos em atendimento e cirurgia ORL.

Representante Distrital - Comissão de Defesa ProfissionalRegião Sudeste> Bruno Almeida Antunes RossiniMinicurrículo: Graduação em Medicina Humana pela UNESP- Faculdade de Medicina de Botucatu Residência médica em Otorrinolaringologia pela UNESP- Faculdade Medicina.

Plataforma: Trabalhar para continuar a resolver os problemas de nossa especialidade ajudando nossos associados a atingir seus objetivos.

Não houve inscritos para as demais regiões

Eleiçõesgerais

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Comissão de Titulo de Especialista> Fernando Danelon LeonhardtMinicurrículo: Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Unifesp-EPM. Assistente do Departamento de ORL-CCP da Unifesp-EPM.

Plataforma: Membro voluntário da Comissão do Título de Especialista há quatro anos, com participação ativa nas últimas provas do Título de Especialista.

> Rodolfo Alexander ScaliaMinicurrículo: Coordenador da residência médica da FCMSCSP

Plataforma: Transparência e respeito aos colegas que buscam aprovação como especialistas pela ABORL

> Edson Ibrahim MitreMinicurrículo: Formado pela FMUSP, Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Vice-Presidente Soc. Paulista de ORL / Depto ORL APM.

Plataforma: Contribuir para a valorização do Título de Especialista e aprimorar o trabalho já desenvolvido, tornando a avaliação cada vez mais objetiva.

> José Fernando PolanskiMinicurrículo: Mestre e Doutorando pela UNIFESP/EPM Professor Assistente de ORL da Faculdade Evangélica do Paraná Médico do Ambulatório de ORL do HC-UFPR.

Plataforma: Participar dos processos de melhora da formação e avaliação dos jovens otorrinos. Colaborar com o aumento da participação dos associados ABORL-CCF.

Eleiçõesgerais

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> Romualdo Suzano Louzeiro TiagoMinicurrículo: Médico dos Serviços de Otorrinolaringologia do HSPE e do HSPM de São Paulo. Mestrado em ORL-CCP e Doutorado em Ciências pela UNIFESP.

Plataforma: Contribuir com a contínua valorização do Título de Especialista em Otorrinolaringologia.

> Bruno Borges de Carvalho BarrosMinicurrículo: Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP, fellow em otologia pela UNIFESP, pós graduando pela UNIFESP, orientação cirúrgica para residentes.

Plataforma: Pretendo auxiliar na organização de uma prova de título com enfoque na prática e nos conhecimentos necessários para o exercício da profissão.

> Guilherme Carvalho de AlmeidaMinicurrículo: Formação otorrinolaringológica e Fellow no Instituto Felippu de Otorrinolaringologia SP. (2006-2010) - Atuação ORL Rio de Janeiro - (2010).

Plataforma: Colaborar com a presente comissão

> Roberto Miquelino de Oliveira BeckMinicurrículo: Especialista em Eletrofisiologia da Audição pela FMUSP - Doutorando da FMUSP - Médico-assistente HC-FMUSP.

Plataforma: Manter o trabalho já iniciado como Membro Colaborar desta comissão. Foco na formação completa do residente e avaliação ampla dos conceitos.

> José Ricardo Gurgel TestaMinicurrículo: Prof. Adjunto ORL CCP da UNIFESP/EPM; Titular de ORL do H Câncer de SP, Coord. do Serviço de Especialização em ORL do Hospital Paulista de ORL.

Plataforma: Estimular a participação de novas lideranças nas comissões da associação, valorizando do título de especialista.

Eleiçõesgerais

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Representante Distrital Comissão de Titulo de EspecialistaNão houve inscritos para nenhuma das regiões

Comissão de ComunicaçõesNão houve Inscritos

Representante Distrital - Comissão de ComunicaçõesNão houve inscritos para nenhuma das regiões

Comissão de Eventos e Cursos> Luciano Rodrigues NevesMinicurrículo: Professor Afiliado do Departamento de ORL/CCP (UNIFESP-EPM) Coordenador do Programa de Educação Continuada em ORL/CCP (UNIFESP-EPM)

Plataforma: Trabalhar para o aprimoramento dos eventos da ABORLCCF. Fomentar cursos eficientes e sustentáveis.

> Vitor Guo ChenMinicurrículo: Pós-graduando pelo Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UNIFESP/EPM Fellowship em Otorrinolaringologia Pediátrica.

Plataforma: Trazer a ABORL-CCF para o cotidiano do otorrinolaringologista.

Representante Distrital - Comissão de Eventos e CursosNão houve inscritos para nenhuma das regiões

Eleiçõesgerais

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Comissão de Educação Médica Continuada> Thiago Freire Pinto BezerraMinicurrículo: Otorrinolaringologista. Doutorado em Otorrinolaringologia pela FMUSP. Ex-Professor Substituto da UFPE. Médico assistente do IMIP. Pós-doutorando FMUSP.

Plataforma: Interatividade. Cursos de Instrução Online com Material Didático Gratuito. Todo mês um tema escolhido pelo voto e outro pela comissão.

Representante Distrital - Comissão de Educação Médica ContinuadaNão houve inscritos para nenhuma das regiões

Comissão do BJORL> Heloisa Juliana Zabeu Rossi CostaMinicurrículo: Graduação, Residência Médica, Mestrado e Doutorado pela FCM da Santa Casa de São Paulo, Pós-doutorado pela FMUSP.

Plataforma: Contribuir para tornar o BJORL uma revista de cada vez mais impacto internacional, com importante produção da comunidade científica brasileira.

> Joel LavinskyMinicurrículo: Médico (UFRGS) otorrinolaringologista (UFCSPA). Mestrado em Cirurgia (UFRGS/HCPA) e Doutorando (University of Southern California/UFRGS).

Plataforma: Contribuir para a expansão do reconhecimento científico internacional e a promoção do crescimento do fator de impacto do BJORL.

Representante Distrital - Comissão do BJORLEstatutariamente não há representantes distritais para a Comissão do BJORL

Eleiçõesgerais

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CongressoBrasileiro

Informação de qualidade, progra-mação variada, debates, painéis e mesas redondas. O 44º Con-gresso Brasileiro de Otorrinolarin-

gologia e Cirurgia Cérvico-Facial é uma das mais importantes fontes de conhecimento da especialidade. Não perca a chance de aperfeiçoar seu talento.

Instrua-se!Após o sucesso em 2013, o 44º Con-gresso Brasileiro irá manter os cursos de instrução em sua grade científica, se-guindo o modelo já aplicado em grandes congressos promovidos por instituições de referência em Otorrinolaringologia, como a American Academy of Otolaryn-gology Head and Neck Surgery.

Os cursos serão ministrados no período da tarde, com 45 minutos de duração e até três instrutores em cada sessão, o que permite uma imersão completa no assunto.  Os resumos enviados foram avaliados pela Comissão Julgadora de Cursos, de acordo com as regras pré--estabelecidas, a experiência dos pales-trantes no tema sugerido, o impacto e a atualização do assunto.

Conheça os temas aprovados:

http://www.aborlccf.org.br/44cbo/imagens/Cursos_aprovados2.pdf

Prestigie o Pré-Congresso!Sucesso consolidado, o Pré-Con-gresso aborda temas de interesse dos otorrinos que vão além do co-nhecimento acadêmico e científico. O Pré-Congresso acontece em 12 de novembro, das 8h às 18h. Cada sala será destinada a um tema ou espe-cialidade. Confira.

Acesse a grade completa:

http://www.aborlccf.org.br/44cbo/imagens/PROGRA-MA_PARA_SITE-12-11.pdf

Novidade: Painel e Mesa Redonda de EletrofisiologiaAnote aí: 13 de novembro, das 14h às 15h30

14h - Painel Eletrococleografia com eletrodo per-timpânico Palestrante: Signe Schuster Grasel (SP)

Surdez Palestrante: Alberto Alencar Nudelmann (RS)

Avaliação eletrofisiológica frequência-especifica: Respostas auditivas de estado estável ou PEATE com tone bursts? Palestrante: Roberto Miquelino de Oliveira Beck (SP)

A utilização do CHIRP nos potenciais evocados auditivos Palestrante: Marcelo Ribeiro de Toledo Piza (SP)

14h45 - Mesa Redonda Desafios no diagnóstico otoneurológico: como os potenciais evocados auditivos e vestibulares podem fazer a diferença Moderador: Pedro Luis Cóser (RS), Marco Aurélio Rocha Santos (MG), Mariana Lopes Fávero (SP), Roberta Ribeiro de Almeida (SP), Karen de Carvalho Lopes (SP)

Palavra do especialista “O painel de eletrofisiologia visa a trazer as atualizações nos diversos exames que a prática engloba. Por muito tempo, a eletrofisiologia ficou restrita a um número relativamente pequeno de otorrinos, mas, nos últimos anos, temos visto um interesse crescente, principalmente dos mais jovens, em aprender e discutir as possibilidades de diagnósticos que podem ser feitos utilizando estes exames.”

Dr. Marcelo Toledo Piza, coordenador do Comitê de Eletrofisiologia da ABORL-CCF

Trabalhos científicos: apresentação e premiação A comissão de avaliação de trabalhos científicos selecionará os melhores trabalhos durante o congresso. Os trabalhos aprovados para apresentação oral serão avaliados no local pela banca examinadora. Desses, 10 serão selecionados para reapresentação, concorrendo à seguinte premiação:

1º Lugar: 10.000,00 2º Lugar: 5.000,00 3º Lugar: Inscrição e Hospedagem para o 45º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringo-logia e Cirurgia Cérvico-Facial em Fortaleza – CE

14/11 - apresentação dos trabalhos orais

15/11 - apresentação dos 10 finalistas 

E-pôster Os trabalhos aceitos como pôster serão expostos na forma eletrônica (e-pôster). A Comissão Avaliadora selecionará os melhores trabalhos para uma rápida apresentação de 5 minutos durante o Congresso. Os 5 melhores trabalhos serão premiados com um Tratado de ORL e uma inscrição para o 45º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial em Fortaleza (CE).

13 e 14/11 - exposição

14/11 - apresentação

 Os premiados serão anunciados na festa de encerramento.

Congresso Brasileiro

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Acadêmico

Um pôster científico é uma ilustração resumida de uma pesquisa e um bom jeito de atingir uma grande audiência. Clareza, objetividade e boa visualização são o segredo do sucesso.

Por Eliana Antiqueira

Congressos, conferências, simpó-sios e afins. Esta será, para sem-pre, a rotina de um otorrino em busca de aperfeiçoamento cons-

tante. Às voltas com pesquisa e desenvol-vimento, eventualmente, a elaboração de um pôster vai surgir como tarefa a ser de-senvolvida. Originalmente publicado no site Medscape (www.medscape.com), o artigo “Como fazer um pôster científico”, traz dicas preciosas otimizar o trabalho. Reunimos as principais.

IntroduçãoUm pôster de sucesso captura a atenção dos espectadores e comunica os pontos-chave de forma clara e sucinta. Informações ordena-das, fontes de texto com tamanho adequado para leitura a média distância e objetivos da pesquisa facilmente detectáveis são critérios de avaliação de um pôster bem-feito.

LayoutDez segundos. Este é o tempo médio que os espectadores gastam diante de um pôster, a uma distância de cerca de 3 metros. Para garantir boa visualização, opte por diagra-mas, tabelas, fotografias e letras grandes. Conduza a leitura do observador de uma informação para outra de forma lógica, sem-pre da esquerda para a direita, com a infor-mação mais relevante no alto, à esquerda. Quebre seu pôster em seções, assim como num artigo científico. Nomeie todas as se-ções com títulos.

Texto e fonte É importante escrever de forma clara e fácil de entender. Prefira o discurso direto, use linguagem simples e sentenças curtas. Evite jargões e academicismo, assim como o uso de letras maiúsculas em mais de uma frase, porque se torna difícil de ler. Deixe seu texto o menor possível. Use texto com marcadores, ao invés de blocos de frases e deixe espaço em branco em torno do texto e do pôster.

Dica: Use fontes como Arial, Helvética ou Times New Ro-man, que geralmente são consideradas legíveis para pôste-res. Use pelo menos 85 pontos no título, 56 pontos para os nomes dos autores, 36-44 pontos para subtítulos, 24-34 pontos para o corpo do texto, e 18 pontos para legendas.

TìtuloEm geral, o título deve ressaltar o assunto principal, mas não precisa mostrar todas as suas conclusões. O título deve ter entre 10 e 12 palavras, e a fonte deve ser grande. Se as palavras não cabem, encurte o título e

não reduza o tamanho da fonte. Lembre-se: títulos em letras maiúsculas são difíceis de ler. Use o padrão Ab.

CoresUse cores que atraiam a atenção, organize, e use ênfases, mais não exagere. Use no máximo duas ou três cores e considere que as pessoas podem ter dificuldades para di-ferenciar as cores. Letras pretas com fundo branco são uma prática padrão, e fundos com figuras devem ser usados com cautela.

SoftwareMicrosoft Power Point é fácil de usar e a maioria das pessoas tem acesso. Faça seu pôster em um único slide. Existem muitos outros programas que podem ser usados para fazer o design do pôster: QuarkXPress, InDesing, LaTex e Scribuss (download gratui-to). Esses programas permitem controlar a quebra automática de texto em torno de ima-gens e fluxo de texto entre os blocos de texto associados. Há ainda um programa especi-ficamente projetado para edição de pôsteres científicos: PosterGenius.

CréditosO autor que mais se envolveu com o projeto é citado primeiro e o mais velho (o mais expe-riente) é citado por último. Alguns pôsteres têm as instituições a que os autores são afiliados.

Informações geraisPara um estudo incluindo pessoas, você deve declarar explicitamente se o estudo foi retrospectivo ou prospectivo, e se houve randomização. Suas análises de dados e estatísticas também devem ser descritas, incluindo qual o valor você utilizou pra indicar diferenças significativas.

Selecione os resultados mais importantes para suportar sua mensagem. Imagens e grá-ficos dizem mais do que palavras. Tabelas e figuras podem ser usadas para ilustrar os re-sultados de seu estudo, e devem ser claras, seguras, explanatórias e não complicadas. Elas devem ser numeradas, e referidas pelo número no texto – por exemplo, “veja figura 1”.

Referências devem ser limitadas a cinco, e o tamanho da fonte deve ser menor do que o texto principal.

Escreva uma seção curta de agradecimen-tos a quem ajudou a completar sua pesqui-sa, assim como seu grupo de pesquisa ou patrocinador. Qualquer conflito de interesse deve ser explicitado.

Você sabe fazer um pôster?

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br24 | Revista VOX OTORRINO

Fidelidade

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Page 25: Revista Vox Otorrino - Nº 142

25Revista VOX OTORRINO |julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

Fidelidade

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br26 | Revista VOX OTORRINO

DefesaProfissional

A ABORL-CCF estabeleceu, em junho, uma parceria com o escritório M.A. Machado. Com o acordo, o associado

terá acesso à assessoria jurídica con-sultiva empresarial societária, tributá-ria e trabalhista, além de consultoria relativa às cooperativas e à má práti-ca médica e assessoria contenciosa (processual) – quando for necessário acionar um advogado para defesa em eventual processo. Conforme convê-nio firmado entre ABORL-CCF e M.A Machado Advocacia, o pagamento dos honorários será de responsabi-lidade dos associados e os valores são baseados na Tabela de Honorá-rios Advocatícios – 2014 da Ordem dos Advogados do Brasil, que é o piso para o mercado.

Isso significa que o associado estará am-parado se precisar de consultoria jurídica em determinada situação. “Temos tido uma relação muito proveitosa e salutar com a ABORL-CCF em nível institucional e de proteção aos direitos de seus asso-ciados desde janeiro de 2006”, explica o Dr. Marco Antônio Machado. “E, com isso, viemos a compartilhar inúmeros pa-receres abordando aspectos jurídicos das dificuldades enfrentadas pelos otorrinos, notadamente em questões de cunho cor-porativo e profissional”.

O escritório tem uma longa trajetória na área do Direito Civil, Comercial e Adminis-trativo, e, ao longo dos anos, se deparou com questões envolvendo médicos nes-sas três esferas. “São questões ligadas a processos de ordem civil – ações inde-nizatórias, declaratórias, obrigacionais e

Fale com nossos advogadosParceria com escritório de advocacia amplia assessoria jurídica aos associados

Por Sheila Godoi

Consulte!O primeiro atendimento aos associados quites será feito pela Dra. Vania Rosa Moraes por meio do te-lefone (11) 5053-7500, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, ou via e-mail ([email protected]).

26 | Revista VOX OTORRINO

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DefesaProfissional

ordinárias em geral –, tanto em nível de direito privado ou em situações presentes nas rotinas de trabalho. Aliado a isso, te-mos ainda a esfera do Direito Comercial e Administrativo, a qual nos permitiu atuar em casos envolvendo o Código de Defe-sa do Consumidor e defesas perante o CRM e CFM”, esclarece o advogado, que acrescenta ainda a experiência em Direito Societário com contratos e questões ad-vindas da formação de sociedades médi-cas, cooperativas e associações.

Dra. Vania Rosa Moraes, advogada res-ponsável pelo Departamento Jurídico da Associação desde 2006, acrescenta que, nos dias de hoje, é cada vez mais impor-tante a presença e a atuação da asses-soria jurídica na defesa dos interesses da entidade e da especialidade.

O Departamento Jurídico tem atuado for-temente e estrategicamente no dia a dia da Associação, com a emissão de pare-ceres aos associados, diretoria, comis-sões, comitês e departamentos; na ma-nutenção e regularidade dos contratos; na aplicabilidade das regras estatutárias, e na atuação frente aos órgãos governa-mentais em prol da especialidade. “A am-

Banco de pareceresNo banco de pareces, muitas dúvidas em comum aos médicos ficam disponíveis para consulta. Acesse e faça sua busca:

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pliação da assessoria jurídica representa o crescimento da entidade, e mais um im-portante serviço em prol dos associados”, explica a advogada.

Afaste o riscoNão são poucos os casos de processos judiciais enfrentados por médicos no Brasil. Apesar da ausência de números concretos ou de um levantamento do ju-diciário, esse é um assunto que assusta os profissionais. Mas nem tudo é motivo para noites sem dormir.

O fato é que o paciente é, perante a le-gislação brasileira, consumidor do servi-ço de saúde. E isso lhe confere direitos e deveres. A dúvida paira no limite entre um e outro. As decisões judiciais que ne-gam a ocorrência de erro técnico, mas condenam o médico em razão da au-sência do termo de consentimento, são exemplos que têm se tornado cada vez mais frequentes. Outro ponto sempre em discussão é a demanda ética, em que o médico acaba adotando condutas que ele considera adequadas, sem consultar um especialista, como a manifestação nas sindicâncias por conta própria.

Seja nas questões contratuais que envolvem o profissional ou a empresa médica, a prevenção e a ação orien-tadas pelo especialista são sempre muito importantes. O objetivo é que todas as medidas necessárias e ade-quadas sejam adotadas antes que o associado venha sofrer qualquer tipo de reclamação, seja de pacientes, seja de colaboradores.

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br28 | Revista VOX OTORRINO

Gestão

Planejamento estratégico é um conceito crucial do empreendedorismo que auxilia na definição de objetivos e estratégias usando recursos de forma eficiente.

Por Eliana Antiqueira

O planejamento estratégico é uma ferramenta da administração que consiste em um conjunto de decisões que uma orga-

nização toma com o intuito de garantir o sucesso empresarial. Esta é a definição cartesiana do conceito. No dia a dia, o planejamento estratégico se resume a ga-rantir a sobrevivência do negócio ao longo prazo, manter um crescimento sustentado e a capacidade de inovação.

Para um otorrino que pensa em abrir seu consultório, expandir sua clínica, mudar de cidade ou mesmo fazer uma especia-lização fora, o planejamento estratégico é o mapa da mina. “Qualquer decisão deve ser embasada numa análise de diversos fatores, entre eles, os objetivos pessoais e profissionais, aliados à observação dos ambientes em que se atua”, explica Dr. Paulo Saraceni Neto, que está finalizando seu MBA em Gestão Executiva em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas.

Erro comum entre as pessoas que se ar-riscam no empreendedorismo é acreditar que o planejamento é apenas uma etapa na construção do seu negócio e deve ser abandonado assim que a meta inicial for cumprida. “O planejamento estratégico não pode ser entendido como trabalho

adicional. Pelo contrário, dever ser assi-milado como um novo olhar e uma nova forma de realizar os trabalhos”, esclarece o consultor Adilson Coutinho, do Sebrae. “Ele dá o norte para que a organização aproveite novos espaços e evite riscos, gerindo recursos com maior eficiência, eficácia e efetividade e com qualificação no atendimento das demandas da socie-dade.”

Quando um negócio é iniciado, passa por uma fase extremamente necessária que é a de projetar o futuro da empresa de modo que se torne lucrativa com o passar dos anos. Porém, isso só poderá se tornar realidade se houver uma orga-nização coerente com todos os desejos da empresa e uma estratégia pronta para manter tudo de pé e sustentado em caso de crise. E este planejamento passa, ob-viamente, por dinheiro. Sim. Saber quanto se tem no banco, se os investimentos são suficientes para cobrir os custos iniciais

Planeje seu sucesso!

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29Revista VOX OTORRINO |julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

Gestão

e por quanto tempo terá fôlego financei-ro para bancar o negócio é fundamental para a sobrevivência de qualquer projeto.

Um estudo publicado pelo Sebrae, englobando apenas o estado de São Paulo, apontou que 10% das microem-presas não completam um ano de vida, justamente por falta de planejamento estratégico e financeiro. “Ser empre-endedor no Brasil não é nada fácil e, por consequência, o risco de quebra nos primeiros anos é bastante razoá-vel”, afirma Marcus Mattos, planejador financeiro pessoal. “Do ponto de vista pessoal, é muito importante que esta necessidade de investimento não po-nha em risco a saúde financeira fami-liar, ou seja, não faça com que a família tenha que se endividar para conseguir viver ou ponha em risco algum objetivo de curto prazo”, alerta.

Para evitar que o patrimônio pessoal seja dilapidado, Marcus aconselha ter duas contas bancárias distintas e fazer com que as despesas da empresa se-jam pagas com o caixa da empresa. “Se alguma despesa pessoal passar pela Pessoa Jurídica, esta deve estar muito bem gerenciada para que o fluxo finan-ceiro, e consequentemente o resultado da empresa, não deixe de ser claro”. Ele também alerta para a necessidade de estabelecer um planejamento financei-ro da empresa em separado ao da vida pessoal. “No plano pessoal não ter dívi-das e, por consequência, não pagar ju-ros é uma grande vantagem. Já no mun-do empresarial, se você tem um negócio bem rentável faz sentido se alavancar, ou seja, tomar recursos emprestados a uma taxa de juros inferior ao retorno do negó-cio e aumentar o seu tamanho.”

Planejar é decidir antecipadamente o que fazer, como fazer, quando fazer e com quais recursos. Todos têm uma missão, valores e visão de futuro, só que muitas vezes não colocam isso no papel, o que torna tudo muito abstrato. Ao fixar es-tes conceitos, todas as decisões futuras têm o seu direcionamento embasado. “A maioria dos médicos, principalmente os jovens, sai pela manhã para trabalhar e não sabe responder a simples questões como onde quer estar em 5, 10 ou 20 anos? Qual o patamar profissional quer al-cançar? Quantos filhos deseja ter? Deseja criá-los na capital ou no interior? Aspira à carreira acadêmica? Já pensou em fazer um estágio no exterior? As respostas para estas perguntas, a princípio não parecem ter relação, mas são cruciais nas decisões que o profissional venha a tomar”, conclui Dr. Paulo Saraceni Neto.

Os sete passos do planejamento estratégico

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

Fonte: Sebrae

Visão e Missão A visão deve refletir as aspirações da empresa e suas crenças. Já a missão define a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e sua natureza.

Análise do ambiente externo Conheça o ambiente que precisa monitorar para atingir as metas, considerando as condições sociais, econômicas, culturais e definição do mercado consumidor, concorrência e fornecedores.

Análise do ambiente internoConheça as qualidades de sua empresa e o que precisa ser feito para melhorar a qualidade do serviço oferecido.

Análise da situação atual Identificar os pontos fortes e fracos, analisar as oportunidades e ameaças ao negócio para obter a matriz FOFA (fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças).

Objetivos e MetasIdentificar, de forma clara e precisa, o que a empresa deseja e pretende alcançar. As metas existem para monitorar o progresso da empresa. Para cada meta deve haver um plano operacional.

Implantação de estratégia Adotar programas de apoio detalhados com responsáveis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos.

Resposta e ControleRastrear os resultados e monitorar o desenvolvimento dos ambientes interno e externo. Alguns ambien-tes mantêm-se estáveis de um ano para outro.

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br30 | Revista VOX OTORRINO

TRATADO DE

O toR inoL aringologiae Cirurgia Cérvicofacial

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Artigo

Os desafios da educação médica continuada

Por Dr. Renato Roithmann

Presidente da Comissão de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF

A importância da Educação Médica Continuada (EMC) na vida de todos nós, tanto no meio acadêmico

como no não acadêmico, é muito grande. Isto ninguém discute. A evolução do conhecimento médico é rápida. O que parece ser mentira ou verdade hoje, não é mais ama-nhã, e é obrigação dos médicos conhecer e saber valorizar ou não estes avanços para melhor tratar seus pacientes.

Este processo de contínua atualiza-ção parece simples para os médicos que circulam no meio acadêmico. Estes, para realizar suas pesquisas e poder passar uma formação de qualidade aos seus alunos, quer seja na graduação ou na pós-graduação, necessitam de atualização perma-nente. Isto faz parte da vida diária do médico no meio acadêmico. Os desafios são maiores para os mé-dicos do meio não-acadêmico, ou seja, a maioria.

Qual foi o último artigo que você leu na íntegra, do Laryngoscope ou do Otolaryngology Head and Neck Sur-gery (“the white journal”, assim cha-mado pela sua cor)? Bem, as res-postas podem ser surpreendentes. Não seria incomum ouvir a seguinte: “nem tenho acesso a estas revistas”. A mesma pergunta poderia ser feita em relação à leitura de diretrizes, e até à participação em um congresso, em um curso ou a uma aula magistral na associação médica local.

São muitos os fatores que podem ex-plicar respostas negativas às pergun-tas acima e dentre eles destacamos:

1) A falta completa de tempoHoje o médico para sobreviver dig-namente, precisa trabalhar em vá-rios locais e chega exausto em casa, quando não sai de um plantão para outro trabalho diretamente.

2) Os custos da EMCAssinatura de revistas médicas, solici-tação de artigos pela internet, partici-pação presencial em congressos, etc.

3) O volume de informação científicaAs dificuldades em selecionar as fontes confiáveis e o que é ou não relevante.

4) A Copa do Mundo, a Fórmula 1, o torneio de tênis de Wimbledon, a academia de ginástica...Poucos exemplos, das inúmeras ativi-dades que competem para ocupar o escasso tempo livre que todos temos.

O meio acadêmico e as associa-ções médicas têm estas questões como missão primordial. Felizmente, a ABORL-CCF e as associações re-gionais se empenham ao máximo na realização de atividades educacionais para manter, desenvolver ou melhorar o conhecimento e as habilidades dos otorrinos. Exemplos? A nossa revis-ta, VOX Otorrino tem uma sessão chamada “O que há de novo?”, a qual traz, de forma bastante resumida,

atualização comentada por colegas de ponta do meio acadêmico. Estes pequenos artigos estão também dis-poníveis no site da ABORL para os as-sociados. Diretrizes são realizadas de forma periódica e estão ao alcance do toque do teclado do computador, ta-blet ou celular, assim como congres-sos presenciais e à distância (realiza-mos este ano o 3° Congresso On line, que está disponível na íntegra no site da associação). Sem falar no Brazilian Journal of Otorhinolaryngology e inú-meros cursos teóricos e práticos em todos os cantos do país.

Programas da Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com as associações de especialidades, vi-sam a também vencer os desafios da EMC como a criação da Comissão Nacional de Acreditação (CNA), que instituiu o Certificado de Atualização Profissional para os portadores dos títulos de especialista (detalhes em www.cna-cap.org.br), o programa de diretrizes e de educação médica à distância, entre outros.

Finalizando, é importante ressaltar ou-tro desafio que vem sendo bastante discutido atualmente, que é o modelo pedagógico empregado para a EMC. Ações educativas visando à constru-ção reflexiva e crítica do conhecimen-to, assim como avaliações das ativi-dades realizadas devem se associar ao modelo tradicional de aulas teóri-cas expositivas. Nosso dever, então, é seguir buscando e oferecendo as melhores ferramentas que permitam a todos atualização qualificada, de pon-ta e permanente, e que resulte no final das contas, no melhor manejo possí-vel de nossos pacientes.

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br32 | Revista VOX OTORRINO

EditoriaCarreira

Ser professor no Brasil não é das tarefas mais fáceis, mas ser professor de Medicina ganha contornos mais dramáticos devido à baixa remuneração, às muitas horas de trabalho, à falta de estrutura dos hospitais universitários e de programas de incentivo governamentais. Ainda assim, o chamado vocacional fala mais alto e quem se dedica à docência exalta a alegria em transmitir conhecimentos e formar as novas gerações.

Por Eliana Antiqueira

Mudanças estão em curso no ensino médico. Novas diretrizes, novas exigên-cias, mas a figura central

que mantém o processo em evolu-ção, o professor, continua o mesmo. Sua paixão, dedicação e vocação são o moto-contínuo que perpetua

os rumos da profissão. Enquanto o mundo muda, permanece intacta a motivação que leva um profissional a se dedicar à docência: o prazer de ensinar.

Com um salário médio de R$ 6.940,12 (IPEA, 2013) e carga horária

Profissão de fé!

de cerca de 42,03 horas semanais em expediente - fora o tempo usado em casa para a revisão e prepara-ção de aulas ou de trabalhos - , há ainda a escassez de mão-de-obra, o que acaba sobrecarregando os profissionais na ativa. “Falta uma vi-são da educação como gestão estra-

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Carreira

tégica para um país verdadeiramente equilibrado, o que vai nos tornando progressivamente impotentes e sim-ples peças em um jogo onde influên-cias políticas e ideológicas acabam prejudicando a formação de nossos futuros médicos”, aponta Dr. Otávio Piltcher, Professor Adjunto do Depar-tamento de Oftalmologia e Otorrino-laringologia da Faculdade de Medici-na da UFRGS.

Essa falta de visão, porém, não é no-vidade. “Historicamente, a docência tem sido assumida como profissão genérica e não como ofício, por ser considerada socialmente uma ‘se-miprofissão’, com alguns traços ca-racterísticos, como o predomínio do conhecimento objetivo, ou seja, o conteúdo específico de disciplinas”, explica a Dra. Nilce Maria da Silva Campos Costa, autora do artigo “Do-cência no ensino médico: por que é tão difícil mudar?”, publicado na Re-vista Brasileira de Educação Médica, em 2007.

Outras queixas engrossam o coro: falta de condições ideais de trabalho, pouco investimento em laboratórios, falta de políticas de incentivo à conti-nuidade na formação... Mas, mesmo diante deste cenário, os professores têm genuíno orgulho de seu traba-lho. “Ser professor é motivar o aluno para que ele perceba a importância do que pretende fazer. Mais do que

isso, é mostrar a importância do que vai fazer no futuro: identificar e ten-tar resolver problemas apresentados por uma interação de fatores, em indivíduos diferentes, em momentos diferentes”, defende Dra. Wilma Te-rezinha Anselmo Lima, Professora Associada e Chefe do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Estudar, estudar, estudar!O desafio diário da docência está não apenas em estimular o aluno, mas também em manter-se atualizado e motivado na carreira. A educação do professor começa antes mesmo de sua formação acadêmica e prosse-gue durante toda a vida profissional. Para Dr. Piltcher, aos que buscam se-guir carreira como docente é impor-tante estabelecer, desde cedo, uma formação acadêmica sólida, passan-do pela pós-graduação, não só em nível de doutorado, mas também em nível de mestrado. “O mestrado é, provavelmente, ainda mais impor-tante para o desenvolvimento de um professor. Sem esses predicados não adianta só ter vontade caso algu-ma oportunidade apareça. Mas, sem a percepção da importância desse

papel e da felicidade em fazer parte desse contexto não vejo a docência como um caminho gratificante”.

Para Dra. Nilce, a docência médica deve ser vista em um continuum que só cessa ao final da vida profissional. “Seria desejável que todos os profes-sores – sejam os que se dedicam à pesquisa, sejam os que se preocu-pam com o ensino – juntassem for-ças para o seu desenvolvimento per-manente”.

“Os professores são diariamente cobrados a acompanhar um volu-me imenso de informações que nos chegam e, a todo o momento, se modificam”, afirma Dr. Marcos Ra-belo de Freitas, professor adjunto e coordenador da disciplina de Otorri-nolaringologia da Universidade Fede-ral do Ceará. “Além disso, a carreira no magistério, como qualquer ou-tra, tem suas regras para ascensão profissional. A titulação, a produção científica e intelectual e as atividades de extensão são importantes para al-cançar progressão funcional horizon-tal e vertical.”

A exigência de formação contínua às vezes esbarra em alguns empecilhos burocráticos que inibem a busca por uma complementação acadêmica. “Existe um estímulo indireto nas ins-tituições públicas que é a necessi-dade de titulação para a progressão funcional. Diante disso, nos momen-tos em que precisei me afastar para me aperfeiçoar não tive dificuldades, mas, em conversas informais com colegas docentes de outras uni-versidades públicas, já ouvi relatos de problemas com a aquisição de bolsas de estudo, inviabilizando o aperfeiçoamento, principalmente no exterior”, conta Dr. Rabelo.

Para Dr. Marcos Mocellin, professor e chefe do Serviço ORL da Universida-de Federal do Paraná, de atualmen-te há um relativo desinteresse das entidades governamentais na quali-ficação do médico. “A ideia é formar médicos generalistas e não especia-listas”, explica. A percepção do médi-co paranaense não está equivocada.

“Art. 26 O Curso de Graduação em Medicina terá projeto pedagógico, a ser construído coletivamente, centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador e mediador do processo, com vistas à formação integral e adequada do estudante, articulando ensino, a pesquisa e extensão, esta última, especialmente por meio da assistência”. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br34 | Revista VOX OTORRINO julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br34 | Revista VOX OTORRINO

Carreira

Segundo Hêider Pinto, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saú-de, as novas diretrizes do ensino mé-dico buscam orientar o curso de me-dicina para uma formação generalista, com a qual o médico possa lidar com os problemas mais comuns e possa resolver até 80% dos problemas de saúde dos pacientes que o procuram.

Conquistas e desafios fazem parte do cotidiano nas salas de aula. Dr. Mocellin cita sua frustração por ficar de mãos atadas durante as greves que acontecem no hospital universi-tário, o que prejudica os residentes e pacientes, mas ressalta seu orgulho

em fazer do serviço de ORL da UFPR um dos mais bem conceituados do Brasil, ao promover uma boa forma-ção aos otorrinos que passam por lá.

Dr. Otávio Piltcher se entristece quan-do não consegue despertar em to-dos os alunos a mesma alegria pela escolha da docência, mas sente-se realizado com a perspectiva de um mundo melhor ao formar profissio-nais éticos e obstinados pela luta na diminuição do sofrimento alheio.

Dr. Marcos Rabelo de Freitas ressen-te-se de não conseguir se dedicar exclusivamente à carreira docente, “a parte mais prazerosa de minhas ativi-dades profissionais”, mas comemora ao ver a grande procura da otorrino-

laringologia como especialidade para os recém-formados, cada técnica ci-rúrgica apreendida pelos residentes, cada dissertação e tese que são pro-duzidas na área.

Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima destaca que, durante suas décadas de docência, teve o privilégio de fa-zer grandes amizades e de partici-par da formação dos alunos de gra-duação e médicos residentes. “Ter e aproveitar a oportunidade de formar profissionais bem treinados, líderes e atuantes, de forma integrada na sociedade é um privilégio. Vale a pena!” A cada um, uma motivação, mas, em todos, o mesmo sentimen-to: o amor pela docência.

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35Revista VOX OTORRINO |julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

Editoria

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br36 | Revista VOX OTORRINO

EducaçãoContinuada

N Engl J Med 2013 Jun 20; 368 (25): 2366-76, Marcus CL, Moore RH, Rosen CL, et al.

Artigo comentado por Dr. José Faibes Lubianca Neto, MD, PhD. Professor Associado do Departamento de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

O que há de novo?

Caro colega, a adenoamigdalectomia é, certamente ainda, um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados pelo otorri-nolaringologista em crianças. Evidências fortes que favoreçam a sua realização no tratamento da síndrome da apneia--hipopneia obstrutiva do sono em crianças são de extrema importância para nossa prática do dia a dia. Quando ensaios clínicos randomizados bem delineados e executados levam a conclusões como as do artigo comentado a seguir, nossas

decisões de consultório se tornam bem mais simples. Os maiores beneficiados serão nossos pacientes. Boa leitura.

Dr. Renato Roithmann

A Randomized Trial of Adenotonsillectomy for Childhood Sleep Apnea.

Base Teórica Resumida do Estudo

A síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) na infância está associada com diversos desfechos negativos na saúde da criança. Entre as repercussões estão as neuropsicológi-cas como a própria alteração no sono e distúrbios na cognição e déficits compor-tamentais; musculoesqueléticas como déficit de crescimento pôndero-estatural; cardiovasculares variando de hipertensão da artéria pulmonar isolada até cor pul-monale, entre outras, todas culminando numa menor qualidade de vida.

Entre as consequências mais conhecidas e preocupantes ranqueadas pelos pais, estão os potenciais efeitos cognitivos e comportamentais. Tal conhecimento é baseado em estudos experimentais de-monstrando déficit de aprendizado em ratos jovens submetidos à hipoxemia tran-sitória, estudos de ressonância magnéti-ca com emissão de pósitrons mostrando alterações que se traduzem em déficits neuronais no hipocampo e córtex pré--frontal, não presentes em crianças con-troles sem SAHOS e, por fim, em estudos

clínicos transversais e de caso-controle, demonstrando em sua maioria a maior prevalência de transtorno de hiperativida-de e déficit de atenção (TDAH), além de má performance em atividades escolares, em crianças com SAHOS comparativa-mente às controles.

Uma vez demonstrada potencial associa-ção entre SAHOS e repercussões neu-ropsicológicas, o passo seguinte seria demonstrar que a intervenção na SAHOS modificaria os desfechos neuropsicológi-cos. Em crianças, o tratamento mais di-fundido para o tratamento da SAHOS é a adenotonsilectomia, já que é a hiperplasia adenotonsilar a principal causa da obstru-ção. É esse raciocínio fisiopatológico base-ado na observação clínica não sistemática que embasa a maioria das intervenções cirúrgicas otorrinolaringológicas. Há um déficit facilmente identificável de estudos científicos com metodologia adequada com alto grau de evidência, que embasem a tomada de decisão terapêutica. Até a publicação do CHAT (Childhood Adeno-tonsillectomy Trial) não havia nenhum ensaio-clínico randomizado controlado (aqui no caso pela observação viagiada e

não pelo placebo) e cego (aqui uni-cego, somente os avaliadores-chave eram cega-dos, por motivos óbvios) avaliando o efeito da adenotonsilectomia nas repercussões neuropsicológicas e nos parâmetros polis-sonográficos da SAHOS em crianças.

O estudo propriamente dito (deli-neamento, desfechos e seus ins-trumentos de medida, seleção da amostra e cálculo do tamanho amostral e do poder estatístico, con-trole do erro aleatório e resultados): Em relação ao delineamento, foi realiza-do um ensaio-clínico randomizado mul-ticêntrico, envolvendo 464 crianças com SAHOS sem dessaturações prolongadas de oxihemoglobina de sete diferentes centros norte-americanos. As crianças foram alocadas aleatoriamente na pro-porção de 1:1, para um dos dois grupos: intervenção com adenotonsilectomia pre-coce (cirurgia dentro de quatro semanas da randomização no estudo) e grupo controle com a estratégia de observação vigiada (watchful waiting).

O desfecho primário analisado foi a va-riação no escore de atenção e de função executora no NEPSY (Developmental

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37Revista VOX OTORRINO |julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

EducaçãoContinuada

Neuropsychological Assessment), teste com propriedades psicométricas bem estabelecidas que media três tarefas (construção de torre, atenção visual e atenção auditiva), executado por psi-cometrista. Desfechos 2ários incluíram graduações dadas pelos cuidadores ou professores quanto ao comportamento, compreendendo labilidade emocional e agitação-impulsividade, em outros dois questionários padronizados que avalia-vam também função executora, medidas de regulação de comportamento e me-tacognição. Como desfechos secundá-rios também foram avaliados: sintomas de SAHOS, medidos por meio de ques-tionário (PSQ-SRBD); sonolência avalia-da pela escala de Epworth; qualidade global de vida (PedsQL); qualidade de vida doença-específica (OSA-18); funcio-namento intelectual generalizado (DAS-II) e os índices polissonográficos.

Todos os instrumentos de medida men-cionados acima, incluindo polissonografia com interpretação centralizada em um la-boratório do sono, testagens cognitivas e comportamentais e outras avaliações clí-nicas e laboratoriais, foram executados no início do estudo e sete meses após a ran-domização. Em ambas as fases de exame, cuidados completaram os questionários e foram enviadas via correio para os profes-sores as avaliações comportamentais.

Em relação à população estudada, defini-ram-se como critérios de inclusão no estu-do: idade entre cinco e nove anos, SAHOS com índice de apneia obstrutiva-hipopneia (IAH) de dois ou mais eventos por hora ou índice de apneia obstrutiva (IAO) de um ou mais eventos por hora. Os critérios de ex-clusão foram IAH de mais de 30 eventos/hora, IAO de mais de 20 eventos/hora, ou saturação arterial de oxihemoglobina me-nor que 90% por 2% ou mais do total do tempo de sono. Além disso, crianças com faringotonsilite recorrente, escore z base-ado no índice de massa corporal de três ou mais, uso de medicação para TDAH ou que os responsáveis não assinaram consentimento informado também foram excluídas. Estimou-se que seriam neces-sárias 400 crianças para demonstrar uma diferença de 0,32 (32%) ou mais para o desfecho primário, para conferir um poder estatístico de 90% ao estudo.

No controle do erro aleatório foi utilizada análise de covariância com ajustes para os fatores de estratificação como idade, raça, peso corporal e sede do estudo. Análises adicionais pré-especificadas in-cluíram ajustes para outros fatores e res-trições para certos subgrupos. Modelos estatísticos analisando a possível modifi-cação no efeito do tratamento de acordo com a raça, obesidade, escore de AIH e idade foram testados através da inclusão de termos para interações entre os dois grupos e pelo efeito de cada um desses fatores em cada um dos desfechos. Foi feita análise de sensibilidade com o uso de múltiplas imputações para acessar o efeito de valores faltantes no desfecho primário.

Quanto aos resultados, resumidamen-te, os autores não conseguiram refutar a hipótese de nulidade para o desfecho primário, pois não houve diferença signi-ficativa entre os grupos cirúrgico precoce e de observação nas variações dos esco-res obtidos no NEPSY (embora houvesse certa tendência de melhores escores no grupo de intervenção precoce), um domí-nio que se demonstrou sensível em estu-dos prévios em detectar consequências da hipoxemia intermitente relacionada à SAHOS no comportamento e função executora das crianças. Já nos desfe-chos secundários neurocomportamen-tais, houve diferença significativa em favor da adenotonsilectomia precoce, principal-mente quando avaliadas respostas dos cuidadores. Ressalte-se que tais questio-nários que foram preenchidos pelos pais e cuidadores digam respeito a atividades mais do dia-a-dia da criança, em ambien-te não muito artificializado, como o que ocorreu com um psicometrista avaliando a criança em ambiente fechado.

Todos os instrumentos que analisaram os sintomas de SAHOS, sonolência diária, qualidade de vida geral e ligada à doença, demonstraram uma redução significati-vamente maior de sintomas no grupo da cirurgia precoce do que no de observa-ção. Quanto aos parâmetros polissono-gráficos, o IAH melhorou em ambos os grupo, mas significativamente mais no grupo da adenotonsilectomia precoce. Resultados semelhantes ocorreram no ín-dice de dessaturação de O2 e no nível de hipercapnia. O grupo da cirurgia precoce

teve diminuições maiores no índice de acordares e no percentual de tempo de sono no estágio N1. Entretanto, não hou-ve alterações no estágio N3 ou no sono REM. Normalização polissonográfica da SAHOS (redução do IAH para menos do que dois eventos e do IAO para menos do que um evento/hora) foi mais comum no grupo da adenotonsilectomia precoce do que no grupo de observação vigiada (79% X 46%, P < 0,001).

Em relação às características presentes na linha de base do estudo, a melhora relativa do grupo intervenção em relação ao controle foi similar em subgrupos defi-nidos de acordo com a idade ou status de obesidade. Entretanto, melhoras relativas com a cirurgia foram significativamente menores entre as crianças negras do que entre as outras raças em várias escalas. Entre as crianças com escores de AIH mais graves, àquelas randomicamente designadas para o grupo intervenção ti-veram uma maior melhora no AIH do que àquelas do grupo de observação.

Na análise de subgrupos, houve subs-tanciais diferenças no que diz respeito à normalização dos achados polissonográ-ficos dentro do grupo intervenção. Inde-pendentemente do grupo ao qual foram randomizadas, a normalização dos acha-dos polissonográficos foram menos fre-quentes em crianças negras do que nas de outras raças, em crianças obesas do que em crianças não obesas e em crian-ças com IAH acima da mediana do que nos abaixo da mediana.

Quanto aos efeitos adversos, houve 15 eventos sérios após a randomização, seis dos quais ocorreram no grupo interven-ção e nove no grupo de observação. No total, oito eventos foram associados com complicações perioperatórias, três dos quais ocorreram em crianças randomi-zadas para o grupo de observação, mas que após foram submetidas à cirurgia. Houve nove falhas de tratamento, todas no grupo de observação.

Análise crítica do estudo:

O estudo tem muitos méritos. O grande tamanho amostral, a padronização das medições e a escolha dos acurados ins-trumentos de medida, o cegamento das pessoas chaves, a larga representação

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EducaçãoContinuada

geográfica e racial e os altos índices de seguimento, todos apontam para um estudo muito bem planejado e executa-do. O ponto mais forte, no entanto, é o delineamento de pesquisa escolhido. O ensaio-clínico randomizado é o estudo mais poderoso para avaliar eficácia de uma intervenção, superior inclusive a de-terminadas metanálises que avaliam da-dos de estudos não randomizados, como os quase experimentais e os demais observacionais (coortes, caso-controles, transversais, etc.). Em relação às revi-sões sistemáticas, então, a superioridade do ensaio-clínico é incontestável. Aliás, encontra-se na literatura otorrinolaringo-lógica muita confusão quanto à gradua-ção da evidência desses estudos, como esses dois últimos estudos ranqueados como nível IA, embasando recomenda-ções terapêuticas em grandes consensos como os de rinite alérgica e de rinossinu-site. Na verdade, somente as metanálises de grandes ensaios-clínicos randomiza-dos homogêneos têm maior poder do que o ensaio-clínico individual bem deli-neado e executado.

Não existe estudo perfeito, no entanto. Limitações são identificáveis em todas as investigações. Talvez a maior desse estu-do esteja na seleção dos pacientes, a qual repercute diretamente na sua validade ex-terna, ou seja, na extrapolação de seus resultados para a população de nosso consultório. Chama a atenção a não in-clusão de crianças menores do que cinco anos (faixa etária em que já se diagnos-ticam crianças com sintomas obstrutivos e grandes hiperplasias adenotonsilares), gravemente obesas, usando medicações para TDAH e, principalmente, aquelas gravemente afetadas pela SAHOS, com índices polissonográficos mais graves do que os considerados na inclusão desse estudo. Talvez a dúvida quanto à eficácia da adenotonsilectomia nas característi-cas comportamentais e executoras em grupos mais gravemente afetados pela SAHOS seja insaneável, na medida em que eticamente seria difícil incluir crianças graves em um ensaio-clínico com chance de ser randomizada para um grupo de observação. Fica, no entanto, a lembran-ça aos colegas de que crianças menores de cinco anos com indicação obstrutiva, as muito obesas, as que já têm repercus-

sões neuropsicológicas e as gravemente afetadas pela SAHOS pela polissonogra-fia são potencialmente cirúrgicas, mesmo que não haja estudos bem delineados que justifiquem inteiramente tal conduta. Nesses casos, a análise individual (a “arte” da medicina) baseada na melhor evidên-cia disponível, embora não ideal, perma-nece como a melhor base para tomada de decisão terapêutica.

Outra crítica pertinente diz respeito ao tempo de observação dos pacientes. Será que sete meses é tempo suficiente para mostrar a resposta total à cirurgia? Os dados longitudinais são insuficientes para determinar-se quando ocorre a re-cuperação máxima. É possível, como os autores salientam, que as sequelas rela-cionadas ao mal dormir resolvam rapida-mente, enquanto aquelas relacionadas à hipoxemia podem resultar de dano neuro-nal e levar mais tempo para se resolver. É um campo aberto para pesquisa.

Chamam a atenção também as múltiplas comparações realizadas pelos autores, perfazendo um total de 200 testes de in-teração (com 23 interações sendo signifi-cativas). Quanto mais testes de associa-ção entre variáveis são realizados, maior a chance de se obter resultados significati-vos explicados pelo simples acaso, chan-ce essa que pode ser calculada. Nesse caso, poder-se-iam esperar 10 interações ocorrendo somente pelo acaso, principal-mente nas análises secundárias de sub-grupos. Não há citação por parte dos au-tores se foi feito o controle estatístico para múltiplas comparações, através de testes universalmente aceitos e conhecidos.

Por fim, resultado relativamente inespe-rado foi o que mostrou normalização po-lissonográfica do IAH em quase 50% do grupo controle (46%). Ilustra bem para o não iniciado em metodologia científica o porquê da necessidade de realizarem--se ensaios-clínicos randomizados (ou mais simplesmente o porquê de um gru-po controle) inclusive na mensuração do efeito de cirurgias comumente realizadas. Muitas doenças têm sua história natural que ocorre a despeito do médico. Isso é mais facilmente identificável em doenças agudas, autolimitadas na sua maioria, como por exemplo, a maioria dos casos de otite média aguda e rinossinusite agu-

da, com taxas de melhora em metanálises no grupo placebo de 80% e de 40 a 60%, respectivamente. Em doenças crônicas, como asma e rinite alérgica, cujo curso clínico evidencia melhoras e pioras cícli-cas, o ensaio-clínico controlado por pla-cebo com grupos em paralelo é mais fun-damental ainda para estabelecer eficácia de tratamento. O inesperado, nesse caso, foi o curto espaço de tempo (sete meses) já resultar em melhora tão significativa, o que pode colocar dúvida sobre a precisão diagnóstica inicial da causa da hiperpla-sia adenotonsilar. Entre outras prováveis explanações estão o crescimento da via aérea ou a regressão do tecido linfoide, o cuidado médico intensivo ou a regres-são à média (tendência estatística de re-sultados extremos voltarem à média em medidas repetidas). De qualquer forma, a melhora no grupo controle justifica que se aguarde o efeito por determinado tempo (não superior a três meses, no entanto) de medicações sabidamente eficazes em reduzir a hiperplasia adenoidiana, como o corticoide tópico, por exemplo, em crianças não gravemente afetadas pela SAHOS ou se postergue a cirurgia em crianças com alguma limitação para a mesma, como a baixa idade ou intercor-rências clínicas sobrepostas.

Conclusão:

A adenotonsilectomia precoce está in-dicada em escolares maiores de cinco anos com SAHOS sem dessaturações prolongadas de oxihemoglobina, mesmo que não se tenha conseguido demonstrar o efeito na melhora da função executora e atenção em um teste formal aplicado no início e sete meses à cirurgia. Conse-guiu-se, no entanto, evidenciar melhoras significativas em vários outros testes neu-rocomportamentais, com tamanho de efeito de moderado a grande e por isso considerado clinicamente significativo, in-cluindo achados polissonográficos.

Esse ensaio-clínico randomizado é um marco. Finalmente surgiu uma evidência de nível Ia para justificar a adenotonsilec-tomia (talvez a cirurgia otorrinolaringológi-ca mais realizada em todos os tempos) em crianças com SAHOS. Que seja bem--vinda a medicina baseada em evidências de alto nível à otorrinolaringologia!

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Medicinado Sono

A polissonografia foi incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do médico otorrinolaringologista, permitindo a realização do procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Por Eliana Antiqueira

Uma vitória para os otorrino-laringologistas e uma con-quista para os pacientes, vítimas de distúrbios do

sono. A polissonografia foi incluída na Classificação Brasileira de Ocupa-ções (CBO) do médico otorrinolarin-gologista, o que permite a realização do procedimento pelo Sistema Único de Saúde.

A aprovação se deve à solicitação conjunta do Departamento de Me-dicina do Sono e do Departamento Jurídico da ABORL-CCF ao Minis-tério da Saúde, em dezembro do ano passado. Essa decisão atu-aliza a Portaria GS/SAS/165, de 23 de setembro de 1998, que não contemplava os otorrinolaringo-logistas como profissionais com-petentes para atuar nesse tipo de procedimento, causando prejuízos aos mesmos. “Na verdade, está se corrigindo um erro histórico. O exame de polissonografia já existe pelo SUS, em geral em centros uni-

versitários de alta complexidade. O que ocorria era que, até então, os otorrinos não estavam credencia-dos para realizar o exame, apenas outras especialidades. Até mesmo dentistas!”, explica Dr. Edilson Zan-canella, especialista em Medicina do Sono e coordenador do curso de Iniciação à Medicina do Sono promovido pela ABORL-CCF.

O envolvimento do Departamen-to Jurídico foi fundamental para garantir aos otorrinos o direito a proceder à realização dos exames. “Constatamos que a Portaria do Ministério da Saúde confrontava com as resoluções do Conselho Federal de Medicina, que reconhe-ce a Medicina do Sono como área de atuação da otorrinolaringologia, pneumologia e tisiologia , neurolo-gia, psiquiatria e, recentemente, da clinica médica”, explica Dra. Vania Moraes. “Fundamentamos o pedi-do com base nas Resoluções do Conselho Federal de Medicina, e assim os nossos argumentos fo-ram acolhidos pelo Ministério da Saúde com a inclusão do otorri-nolaringologista como profissional habilitado a realizar a polissono-grafia pelo SUS.”

Dr. Edilson ressalta que, apesar de qualquer otorrino solicitar o exame de polissonografia, apenas aque-les habilitados em Medicina do Sono deveriam emitir laudo.

Polissonografia pelo SUS

Dr. Edilson Zancanella: qualquer otorrino pode solicitar o exame de polissonogafia, mas apenas os especialistas em Medicina do Sono deveriam emitir o laudo.

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AcademiaAmericana

O encontro anual Academia Americana de Otorrino-laringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço é um

evento indispensável aos profissio-nais da área. Mais de 5.500 dos mais brilhantes e talentosos espe-cialistas de todo mundo se reunirão para esta oportunidade anual de compartilhar conhecimento prá-tico e avançar na especialidade. A preocupação da Academia Ame-ricana é a de conceber o evento de

O encontro, este ano, será na Flórida!O Congresso de ORL da Academia Americana, o mais importante do gênero no mundo, acontecerá de 21 a 24 de setembro, em Orlando, Flórida.

forma abrangente para atender aos cirurgiões de cabeça e pescoço e associados, pesquisadores em otor-rinolaringologia, professores univer-sitários e chefes de departamento, profissionais comunitários, socieda-des internacionais, companheiros em treinamento e residentes. Com faixas educacionais direcionadas às diferen-tes necessidades e oportunidades de networking para expandir perspecti-vas, o congresso oferece a possibi-lidade de voltar para casa com novas habilidades para aplicação imediata.

Agende-se!Programação social do AAO-HNSF 2014

Sábado 20/09

17h30 às 18h30 Recepção e orientação aos congressistas Orange County Convention Center

Domingo 21/09

8h30Cerimônia de abertura Palestra do Dr. John Conley sobre Ética Médica Orange County Convention Center

13h30 às 15h30 Fórum do Comitê de Esforços Humanitários

18h às 19h30 Recepção do Presidente

A OTO Expo sedia o a recepção presidencial aos congressistas. Um dos eventos mais populares do Annual Meeting & OTO EXPO, aberto a todos, esta recepção presta homenagem ao presidente que se despede e é uma oportunidade para explorar com calma o centro de exposições. O uso de crachás é obrigatório.

Segunda-feira 22/09

12h às 12h55 Almoço Mulheres na Otolaringologia (WIO)

Orange County Convention Center13h às 14h Assembleia Geral Mulheres na Otolaringologia (WIO)

14h30 às 16h30 Assembleia geral de residentes e fellows em treinamento

17h às 19h Assembleia Geral Board of Governors (BOG)

17h30 às 19h30 AAO-HNS Career FairHotel Hyatt Regency Orlando

18h30 às 20h30Recepção da Sociedade Histórica de Otolaringologia (OHS)*

Terça-feira 23/09

7h às 8h Café da manhã para a apresentação dos pôsteresSeção interativa na qual os presentes podem se atualizar sobre avanços em pesquisas, compartilhar experiências e tirar dúvidas.

10h30 às 11h50 Cerimônia de entrega do prêmio CORE ResearchOrange County Convention Center

15h às 17h Assembleia Internacional

18h30 às 20h Recepções Alumni Informe-se com seu grupo sobre o local

20h às 22h Recepção Internacional (apenas para convidados)

O presidente da Academia Americana, Dr. Richard W. Waguespack, vai rece-ber as delegações dos países convidados – República Dominicana, Equador, Arábia Saudita e Reino Unido. Solicita-se aos visitantes internacionais que usem pins ou roupas que identifiquem seus países de origem.

Domingo a quarta-feira 21/09 a 24/09

ENT Careers Live! OTO Expo – estande 1671

os ingressos podem ser adquiridos até às 14h do dia 22/09

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AcademiaAmericana

Dez razões para não perder o 2014 Annual Meeting & OTO EXPO!Relacionamento: Não há nada como passar o tempo com as pessoas que compartilham seus interesses.

Conhecimento: Mais de 300 aulas de educação continuada trazem novas técnicas para colocar em prática imediatamente.

Esclarecimento: Oportunidade para tirar dúvidas com os melhores especialistas da comunidade otorrinolaringológica.

Experimentação: Participe de demonstrações práticas de novos produtos e tecnologias na OTO Expo.

Precisão: As aulas são organizadas para fornecer as informações mais benéficas para as necessidades específicas do pro-fissional em cada etapa de sua carreira.

Compartilhamento: Divida experiências, ideias e perspectivas com profissionais talentosos que podem ajudá-lo a ter sucesso.

Defesa Profissional: Na AAO-HNSF, você pode encontrar-se com o pessoal da Academia de Direito para saber as últimas atualizações legislativas que impactam o futuro da otorrinolaringologia.

Inspiração: Conheça o que há de mais moderno em tecnologia, pesquisas e tratamentos.

Lazer: Orlando é um destino reconhecido por suas atrações turísticas para toda a família.

Crescimento: O encontro anual da Academia Americana é o mais importante evento da área e proporciona novas perspectivas pessoais e profissionais.

Serviço:2014 Annual Meeting & Oto Expo Data: 21 a 24 de setembro Local: Centro de Convenções de Orange County 9800 International Drive Orlando, Flórida (EUA) http://www.entannualmeeting.org

Apoio:

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Gauchão

Em sua 8ª edição, pela primeira vez o Congresso Gaúcho de ORL foi sediado fora do Brasil, na cidade uruguaia de Punta Del Leste. O evento ocorreu paralelamente ao III Conesul de ORL nos dias 16 e 17 de maio.

Por Kelviane Lima

Dentre as características de um congresso bem-suce-dido estão a qualidade na organização, a presença de

palestrantes competentes, uma boa localização e a integração dos partici-pantes. O VIII Gauchão de Otorrinola-ringologia, organizado pela Associa-ção Gaúcha de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ASSOGOT), pôde usufruir de todo esse sucesso, contando com a presença de mais de 180 participantes.

O evento ocorreu entre os dias 16 e 17 de maio simultaneamente ao III Conesul de ORL, englobando países como Argentina, Paraguai e Chile, além de Brasil e Uruguai. O objetivo da parceria foi ampliar fronteiras e proporcionar ainda mais oportunida-des para a troca de experiências e atualização profissional.

Graças às suas belas praias, aos seus grandes resorts e clubes no-turnos sofisticados, Punta Del Les-te é conhecida como a ST. Tropez uruguaia. O local está entre os dez balneários de luxo mais famosos do mundo e é um dos mais charmosos da América Latina. Com tantas qua-lidades, fica fácil entender porque ela foi escolhida como a primeira cidade a sediar o encontro fora do Brasil.

“Os uruguaios disseram que em toda história da ORL do país não tiveram um evento com tanto sucesso. É impor-tante considerar que o Uruguai é um território pequeno e o número de otor-rinos é menor que o do Estado do Rio Grande do Sul”, explica o Presidente da ASSOGOT, Dr. Marcelo Zanini.

Durante o evento, os médicos par-ticipantes puderam assistir mais de 40 palestras ministradas por profis-sionais de diversos lugares do Brasil, do Uruguai e de Portugal em parce-ria com especialistas do Conesul. Dr. Aldo Stamm foi o palestrante de hon-ra do Gauchão.

Medicina do Sono, Cirurgia da Ponta Nasal, Cirurgia endoscópica funcio-nal, Estenose de Laringe, Técnicas Cirúrgicas para o Tratamento do Sur-do Severo e Profundo, Tratamento da Otite Média com Efusão na Infância, foram alguns dos temas abordados no encontro.

De acordo com o Dr. Zanini, que tam-bém é Vice-Presidente do 44º Con-gresso Brasileiro de ORL e Cirurgia Cérvico-Facial, “a repercussão foi extremamente positiva, tanto aqui como no Uruguai, com envios de feli-citações e cumprimentos por um en-contro tão produtivo cientificamente, quanto nas atividades sociais”.

ORL sem fronteirasCongresso reuniu especialistas de diversos países do Mercosul Jantar de confraternização: momento de encontrar os colegas

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Cariocão

Os estados de Minas Gerais e Espírito Santo foram convidados de honra do Cariocão 2014, que permitiu a interação entre otorrinos, geriatras e infectologistas.

Por Kelviane Lima

fosse bem-sucedido. “O Dr. Fernan-do Ganança e a atual diretoria pro-moveram o Cariocão e foram sempre motivadores da ideia. Isso dá muito mais tranquilidade a quem organiza”.

Pela primeira vez, o Cariocão rece-beu oficialmente dois estados como convidados de honra, Minas Gerais e Espírito Santo, público que compare-ceu em peso ao evento. O encontro também permitiu o intercâmbio com as especialidades de geriatria e in-fectologia em dois simpósios.

A fim de oferecer experiências de co-nhecimento diversas aos profissionais participantes, o evento contou com quatro palestrantes internacionais. O médico venezuelano Enrique Iturriaga apresentou estudos avançados de fi-siopatologia da rinossinusite.   Jesus Franco Anzola, também da Venezuela, trouxe conhecimentos no campo da cirurgia endoscópica da orelha média. Já o italiano Giorgio Pereti falou sobre a aplicação de novas tecnologias em laringologia, e Robson Capasso, bra-

sileiro radicado nos EUA, abordou os problemas do ronco.

Para o presidente do congresso, a participação de especialistas estran-geiros, em eventos como esse, en-riquece ainda mais o conhecimento científico adquirido pelos otorrinos brasileiros. “Experiências internacio-nais geralmente estão associadas a custos mais elevados, como des-locamento e hospedagem, para os colegas que vão buscá-las no ex-terior. Na medida em que trazemos especialistas internacionais para cá, reduzimos muito o custo do acesso a esse conhecimento”, afirma.

Dentre a programação científica pro-movida pelos mais de cem palestran-tes, estavam os minicursos de “Polis-sonografia” e de “Técnica simultânea aberta e fechada na cirurgia do co-lesteatoma”, a mesa-redonda “Cirur-gia estética e funcional da face” e a conferência “Rinoplastia: como con-quistar sua clínica privada”.

Intercâmbio de conhecimento

O VIII Congresso da Socie-dade de Otorrinolaringo-logia do Estado do Rio de Janeiro, ou simplesmente

Cariocão 2014, ocorreu entre os dias 15 e 17 de maio, com o apoio da ABORL-CCF, e proporcionou expe-riências marcantes para os otorrinos que lá estiveram. O encontro ocorreu no Hotel Atlântico Búzios Convention & Resort, em Búzios.

O presidente do congresso, Dr. Ge-raldo Augusto Gomes, comemora o sucesso da edição e a escolha do local: “A organização da agenda do congresso, iniciando mais tarde e aca-bando mais cedo, porém utilizando um número maior de salas durante o expe-diente, permitiu que todos frequentas-sem as atrações diurnas e noturnas de Búzios, numa época de ótimas condi-ções climáticas na região. Acho que quem foi não se arrependeu!”

Quanto ao apoio da ABORL, Dr. Ge-raldo explica que foi uma colabora-ção importante para que o evento

Aula: especialistas renomados Exposição: espaço para novidades

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julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br44 | Revista VOX OTORRINO

Campanha ABOPe

De 12 a 14 de setembro, acontecerá a Campanha Na-cional Otorrino Pediátrica, no Parque Ibirapuera, em São

Paulo. Apoiada pela ABORL-CCF, a campanha tem o objetivo de chamar a atenção da população para as prin-cipais doenças otorrinolaringológicas que possam interferir no desenvolvi-mento físico e cognitivo das crianças.

“A campanha é nacional, fruto de muito empenho de nossa diretoria e confiança de seus membros. Nossa academia colhe, hoje, frutos das di-retorias anteriores que tanto se esfor-çaram para que ela se consolidasse. Graças ao grande apoio da ABORL--CCF estamos concretizando esta etapa”, diz Dra. Renata Di Francesco, presidente da ABOPe.

Serão abordados quatro temas: audição, otites e perda auditiva,

Estreia nacionalPela primeira vez, a Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica lança uma campanha para alertar sobre riscos de doenças na infância.

Dra. Renata Di Francesco: expectativas positivas

distúrbios do equilíbrio e apneia obstrutiva do sono, com ênfase no papel do otorrinolaringologista como o único especialista habili-tado para o diagnóstico precoce e intervenção médica.

Voltada para pais e filhos, o evento vai dispor de diversas atrações lú-dicas e educativas. A ocorrência de apneia obstrutiva do sono, proble-mas de equilíbrio e audição, além da obstrução nasal serão aborda-dos na Estação Otorrino Kids, es-paço com jogos e brincadeiras para a interação da família.

A campanha também vai ganhar re-forço nas redes sociais, com divul-gação intensiva, cobertura de mídia e site exclusivo. Também serão rea-lizadas ações com grupos de mães em blogs e bate-papos virtuais em âmbito nacional.

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45Revista VOX OTORRINO |julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

EditoriaPerfil

Centro de Convenções FIERGS

Av. Assis Brasil, 8787 Porto Alegre/RS

Coordenação: Departamento de Eventos da ABORL-CCF

Informações: (71) 2104-3477 / (71) 2104-3434 / (11) 5053-7500 / (11) 5053-7512

Agosto 23 de agostoCurso Itinerante de RinologiaCoordenação: Dr. Renato Roithmann  Local: AMRIGS - Associação Médica do Rio Grande do Sul - Av. Ipiranga, 5.311 - Porto Alegre/RS Informações: (11) 5053.750/[email protected]    22 e 23 de agostoCurso de Atualização em LaringeCoordenação: Dr. Shiro Tomita  Local: Auditório Alice Rosa - Rua Prof. Rodolpho Paulo Rocco, 255 - 12º andar - Cidade Universitária  - Rio de Janeiro/RJInformações: (21) 2518-4088 Fax: (21) 2518-4088/[email protected] 

26 a 30 de agostoII Curso Teórico e Prático de Formação e Treinamento para Otorrinolaringologistas em Implantes CoclearesCoordenação: Dr.Francisco de Biase, Dra. Mariana Leal e Dr. Silvio Caldas Local: Rua Auriz Coelho, 235 - 2º andar - Lagoa Nova - Natal/RNInformações: (84) 8829-6975/(84) 8829-6976 (Danielle Penna Lima ) Fax: (84) 3206-0273 [email protected] 27 a 29 de agostoCurso Teórico-Prático de Cirurgia Endoscópica Nasal e da Base do CrânioCoordenação: Dr. Eduardo Macoto Kosugi, Dr. Rodrigo de Paula Santos e Samuel Tau Zymberg  Local: Johnson & Johnson Medical Innovation Institute - Rua Agostinho Cantú, 240 - Butantã - São Paulo/SP Informações:  (11) 5080-4933 (Silvana ou Izabel) /[email protected] 

28 a 30 de Agosto XLIV Curso de Cirurgia Funcional e Estética do NarizCoordenação: Prof. Dr. José Eduardo Lutaif Dolci / Prof. Dr. Ivo Bussoloti Filho  Local: Santa Casa de São Paulo - Depart. Otorrino - Rua Cesário Mota Jr. 112 - Vila Buarque São Paulo/SP Informações: (11) 2176-7235 (Zelia) [email protected] 

29 a 31 de Agosto V Jornada de Otorrinolaringologia nas MontanhasCoordenação: Giulliano Enrico Ruschi e Luchi  Local: Aroso Paço Hotel - Pedra Azul /ES-Brasil  E-mail: [email protected]  Informações: (27) 3324-1333 (Vanessa ou Larissa)

Setembro4 a 5 de Setembro XVIII Workshop em EstroboscopiaCoordenação: Dra. Adriana Hachiya e Dra. Saramira C. Bohadana  Local: Anfiteatro do Hospital Paulista - Rua Dr. Diogo de Faria, 780, 1º andar - Vl Clementino - São Paulo/SPInformações: (11)3083-7009 (Juliana Kato)[email protected] 

6 de setembro Sonoendoscopia - Indicações e TécnicasCoordenação: Dr. José Antonio Pinto  Local: Hospital São Camilo - Unidade Pompeia - São Paulo/SPInformações: (11) 3677-4513 (Patricia Veras) [email protected] 

6 de setembroCurso de articulação têmporo-mandibular: o tratamento feito pelo otorrino Coordenação: Dr. Diderot ParreiraLocal: ABORL-CCF - São Paulo/SPInformações: (11) 5053-7502 [email protected]

10 a 11 de setembro III NOSE - Cirurgias Endoscópicas Endonasais ao VivoCoordenação: Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, Prof. Dr. Richard Louis Voegels e Dr. Fábio de Rezende Pinna  Local: Anfiteatro da Disciplina de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da FMUSP - São Paulo/SPInformações: (11) 3068-9855 (Roberta)[email protected]  11 a 13 de setembroNarigão VICoordenação: Prof. Dr. Marcos Mocellin  Local: Bourbon Curitiba Convention Hotel - Centro de Eventos e Convenções - Curitiba/PR Informações: (41)3329-0715/(41)3209-3133 (Mary)[email protected] 

12 a 14 de setembro2º Congresso Sabará de Especialidades PediátricasCoordenação: Dra. Fátima Rodrigues Fernandes  Local: Hotel Maksoud Plaza - São Paulo/SPInformações:  (11) 2155-9317 (Daniela Oliveira) / (11) 2755-0259 (Poliana Araújo)[email protected] 

12 a 13 de setembro Cursos Teórico-Práticos no Tratamento da SAOS em 2014 - Técnicas Básica de Cirurgia Esquelética em SAOS - ATMCoordenação: Dr. José A. Pinto e Dr. Nelson Colombini  Local: Núcleo de Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Medicina do Sono de São Paulo - São Paulo/SPInformações: (11) 5573.1970 (Elisângela)[email protected] 

13 de setembroI Workshop em Otorrinolaringologia Pediátrica Coordenação: Dra. Renata Di Francesco, Dra. Melissa Avelino e Dra. Fabiana ValeraLocal: ABORL-CCF - São Paulo/SPInformações: (11) [email protected]

19 a 20 de setembro Paralisia Facial Periférica: Conceitos e AtualidadesCoordenação: Dr. Jose Ricardo Gurgel Testa e Dr. Felipe Costa Neiva  Local: Hotel Travel Inn Live Lodge Ibirapuera - Rua Borges Lagoa, 1209 - São Paulo/SP  Informações: : (11) 5080-4933(Silvana/Izabel) [email protected]

21 a 24 de setembro AAO-HNSF Annual Meeting & OTO EXPOSMCoordenação: American Academy of Otolaryngology - Head and Neck Surgery (AAO-HNS)  Local: Orange County Convention Center - 9800 International Drive - Orlando/ Flórida (EUA)Informações: Paul Bascomb Program Manager, Exhibits Phone: 703-535-3778 [email protected] www.entannualmeeting.org/14 

25 a 27 de setembroPotenciais Evocados Auditivos: BERA, ECOG,VEMPs,MLR,LLR,P300,PAEECoordenação: Dr. Pedro Luis Cóser  Local: Clinica Cóser de Otorrino - Rua Duque de Caxias, 1668 - 403 - Centro - Santa Maria/RS  Informações:  (55) 3027-3656 (Jesiane ou Marlize )[email protected]

26 a 27 de setembroCurso Internacional sobre Endoscopia do Sono Hospital das Clínicas da FMRPUSPCoordenação: Profa. Dra. Fabiana Cardoso Pereira Valera; Dr. Daniel Salgado Küpper, Dr. Fábio Rabelo, Dr. Eric Thuler  Local: CEAPS - HC - Ribeirão PretoRibeirão Preto/SPInformações:  (16) 3602-2863 / (16) 3602-2864 (Rita Amancio Diegues ) Fax: (16) 3602-2860  [email protected]

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Cursos BJORL

Durante dois dias, alunos e palestrantes discutiram a importáncia desses aspectos para a melhorar as citações dos artigos científicos

Meta-análise e revisão sistemática

Nos dias 25 e 26 de julho, o auditório da ABORL--CCF recebeu o curso Revisão Sistemática e Me-ta-Análise – O que o otorrino precisa saber para ler e escrever, promovido pela Comissão Organi-

zadora do BJORL, formada pelas doutoras Wilma Terezi-nha Anselmo-Lima, Eulalia Sakano e Mariana de Carvalho Leal Gouveia.

“Nosso objetivo foi dar oportunidade para quem não tem acesso a um curso sobre o assunto, ou não faz pós-gra-duação, a aprender a escrever um artigo sobre revisão sistemática ou meta-análise. A publicação desse artigo é importante, porque ele é um dos mais acessados nas re-vistas, gerando, consequentemente, mais citações, tanto para o autor, como para a própria revista que o publicou. Acredito que alcançamos êxito.”, comemora Dra. Wilma.

Os dois dias de curso explorou, de forma detalhada, os dois temas. A revisão sistemática é uma revisão plane-jada para responder a uma pergunta específica e utiliza métodos explícitos e sistemáticos para identificar, sele-cionar e avaliar criticamente os estudos incluídos nessa revisão. A meta-análise é o método estatístico utilizado na revisão sistemática.

Dr. Rui Imamura, otorrino com formação e participação contínua na Universidade de Harvard sobre o tema, foi um dos principais colaboradores da grade do curso. O médico explicou que o curso revisou os principais erros presentes nos artigos.

“Desenvolvendo o senso crítico necessário para o ade-quado consumo da literatura, discutimos sobre o passo a passo da elaboração de uma revisão sistemática ou me-ta-análise. Apesar do progresso vivenciado nos últimos anos, ainda encontramos inúmeros equívocos nos artigos científicos. Sugere-se que apenas 10% dos artigos publi-cados sejam cientificamente corretos e clinicamente rele-vantes. Entre os erros mais comuns estão a escolha de desenho inadequado para responder à questão proposta, amostra não representativa ou insuficiente, diversos tipos de vieses (amostragem, seleção, detecção), efeito inde-sejável sobre a relação de causa-efeito, além de erros de interpretação dos resultados devido a não-consideração da possibilidade de resultados falso-positivos e falso-ne-gativos”, conta Dr. Rui.

O curso contou ainda com aulas do Dr. Ronaldo Frizzarini, do Dr. Fabio Rezende Pinna e da Dra. Cristiane Rufino Macedo.

1) Dra. Wilma: objetivos alcançados

2) Dr. Rui Imamura: colaboração com a Universidade de Harvard

3)Dr. Ronaldo Frizzarini: qualidade dos estudos em análise

4) Dr. Fábio Rezende Pinna: métodos estatísticas

5) Dra. Cristiane Rufino Macedo: estratégias para buscas de dados

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CursosBJORL

Visando as dificuldades relatadas por médicos na produção científica, a ABORL-CCF promoveu, no dia 7 de junho, o curso “Como Redigir um Artigo Científico”, ministrado pelo Dr. Maurício Gomes Pereira.

Por Kelviane Lima

A produção de artigos científicos pode ser um processo assus-tador para algumas pessoas. Dificuldades em escolher o

tema, o foco ou a metodologia, por exem-plo, são motivos de muita dor de cabeça. Para atender essa demanda, a ABORL--CCF promoveu, no dia 7 de junho, o curso “Como Redigir um Artigo Científico”, ministrado pelo professor titular da Fa-culdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) e doutor em Medicina pela Columbia University, de Nova York, Dr. Maurício Gomes Pereira.

De acordo com a coordenadora do cur-so e editora chefe do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL), Dra. Wilma Terezinha Anselmo-Lima, o objetivo é dar oportunidade aos associados e aos revi-sores dos artigos da BJORL a aprende-rem a escrever um artigo de qualidade.

Para o Dr. Maurício, “cursos como esse que a ABORL-CCF está promovendo são importantes porque a gente mostra um caminho, uma estrutura para facilitar a redação, porque esses médicos têm um material formidável. Às vezes, um pouquinho de tempo e uma certa orga-nização já são suficientes”.

O professor, que também é autor do livro “Artigos Científicos - Como Redigir, Pu-blicar e Avaliar”, revela que algumas das maiores dificuldades relatadas por médi-cos são como definir tipos de estudos, como apresentar resultados em tabelas e gráficos e como interpretar análises mais complexas, dando como exemplo, o efeito do acaso nos resultados. Dra. Wil-ma ainda complementa: “Os erros mais comuns são a falha no delineamento do estudo e conclusões que não correspon-dem aos objetivos. Na verdade, falta en-tendimento, conhecimento, metodologia.”

Cerca de 40 profissionais, associados e não-associados, participaram do curso. Dentre eles, a Dra. Taciane Brinca Soa-res Saliture, mestranda pela Santa Casa em Validação do Questionário Diagnós-tico do Refluxo na Laringofaringe, que está em fase de redação do mestrado. “O curso soma a opinião de alguém que não seja meu orientador no proje-to, trazendo a experiência da produção de artigos científicos e a objetividade no tratamento dos assuntos”, pondera.

Já a Dra. Rosa Carrieli Rossi, que é dentista, doutoranda pela Universi-dade Federal de São Paulo (Unifesp) e professora de metodologia científi-ca, já estava mais familiarizada com o conteúdo abordado. “Tenho bastante conhecimento, mas é muito bom pro-mover essa troca de informações e ex-periências. As revistas científicas têm

Você sabe escrever um artigo científico?

mudado e é importante ver se o nosso conhecimento está atualizado”.

Para o Dr. Maurício, a produção cien-tífica voltada para a medicina no Brasil está melhorando com a presença de boas revistas brasileiras de circulação internacional, dando, como exemplo, a BJORL. O médico ainda destaca a importância da publicação ser em in-glês. “Se cada um publicasse na sua própria língua, quem iria ler o chinês, por exemplo?”

Dentre os benefícios concedidos pela produção científica brasileira em ORL, Dra. Wilma conclui: “O envio e a publica-ção de bons artigos na BJORL permitem que o nosso associado tenha ciência do que está acontecendo no Brasil, aprovei-tando a aplicabilidade clínica dessas pes-quisas para melhorar o seu conhecimento e  fazer mais pelo paciente”.

Dr. Maurício, ao lado da Dra. Wilma, elogiou a iniciativa da ABORL em realizar o curso

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EditoriaHumORL

Quando nos reunimos para falar de coisas sérias, hu-mor por exemplo, citamos obrigatoriamente Zé Antô-

nio Patrocínio cuja memória – com todo o respeito – é de elefante. Não conheço ninguém assim tão privile-giado. A seguir, mais uma do mineiro. Deixemos que ele conte:

“Certa vez, Marcos Mocellin e eu fo-mos convidados para dar aulas no Congresso Argentino.

Como todo mundo sabe, a Argentina vem enfrentando, há tempos, proble-mas econômicos que acabam se refle-tindo na Sociedade de Otorrino local.

Bem, chegamos de noitão e nos co-locaram num hotel próximo do centro, chamado Uilton. Isto mesmo, Uilton!

Era uma cópia paraguaia muito mal fei-ta do Hilton, dentro de uma galeria, em que você tinha que subir uma escada para chegar à recepção, no primeiro andar. Concluindo, um horror de hotel!

E, por incrível que possa parecer, o congresso seria no Sheraton! Por economia, nos deixaram, os convi-dados Vips estrangeiros - inclusive o Armando Gonzáles, do México - na-quela espelunca.

Acontece que mais tarde, de madru-gada, chegou um famoso rinologista brasileiro com esposa e tudo e os co-locaram no mesmo Uilton.

Combinamos, eu, o Marcos e o Arman-do e no outro dia, durante o congresso, comentamos numa rodinha, no mo-mento em que ele estava presente:

Congresso Argentino — Rapaz, em que suíte me colocaram aqui no Sheraton! Inacre-ditável! Estes argentinos são educa-dos mesmo!

Respondeu o Marcos, como estava no script:

— E a minha! Tem até hidro-massagem!

Quase arrancando os cabelos, o co-lega vociferou:

— P*** que pariu! É porque vocês são da Plástica! Tem dinheiro! A mim colocaram numa m* de hotel chamado Uilton, 10 quarteirões daqui! Minha mulher está reclamando. Vou me queixar com estes argentinos!

Enquanto isto fomos saindo de fininho.”

José Seligman

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