Revolução industrial

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1760 – 1860) Professor: Anderson História Escola Japão

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1760 – 1860)

Professor: Anderson

História

Escola Japão

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INGLATERRA: BERÇO DA REVOLUÇÃO (1760-1840)

• PIONEIRISMO BRITÂNICO, PORQUÊ?

1. SISTEMA ECONÔMICO LIBERAL INGLÊS - > Desde as revoluções do século XVII, a burguesia inglesa estava aliada ao Estado constitucional. Desta forma, estes apoiaram com medidas políticas e econômicas favoráveis ao desenvolvimento do capitalismo

A agricultura inglesa já era dominada pelos capitalistas: proprietários de terras que as utilizavam para aumentar a produção, criando excedentes a serem comercializados para as cidades e fornecer um mecanismo de acúmulo de capital (dinheiro) para investir nas nascentes indústrias.

Com o avanço do capital nos campos, os pequenos proprietários rurais viram-se obrigados a abandonar suas terras Mão-de-obra em potencial para as indústrias nas cidades.

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INGLATERRA: BERÇO DA REVOLUÇÃO (1760-1840)

2. DOMÍNIO COLONIAL E COMERCIAL INGLÊS

Além do domínio no interior inglês, os capitalistas locais também tinham o controle do comércio mundial: as exportações de produtos têxteis (especialmente o algodão) ajudavam a enriquecer os comerciantes britânicos, a partir da lógica de conseguir a matéria-prima a um preço baixo, a partir das colônias e vendê-los por um preço alto lucro mecanização da produção têxtil enfraquecimento do sistema doméstico de produção

O Sistema Doméstico caracterizava-se pela produção manufaturada e/ou, em pequenas quantidades, com pouca margem de lucro e feita de forma artesanal. Lembrando sempre que antes da Revolução, não havia um mercado consumidor de produtos baratos, o que surgirá com as colônias!

Os principais compradores dos ingleses: EUA, Portugal, Espanha e Índia. No caso dos europeus, a Inglaterra acabou com suas influências políticas e os transformou em dependentes do capital britânico.

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INGLATERRA: BERÇO DA REVOLUÇÃO (1760-1840)

2. DOMÍNIO COLONIAL E COMERCIAL INGLÊS

Os lucros garantiam aos capitalistas o investimento em novas invenções tecnológicas que aprimoravam ainda mais as indústrias: Máquina de Fiar, Tear movido a água, tear a motor, etc.

Máquina de Fiar

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2º FASE DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1840-1860)

1. FERRO, AÇO E CARVÃO: ABUNDÂNCIA EM BENS DE CAPITAL bens necessários para a produção das máquinas.

Para que se pudesse produzir em grande escala, eram necessárias máquinas maiores e mais capazes de trabalhar em grande quantidade, além de ser necessária energia para fazê-las funcionar. Daí a importância do desenvolvimento das indústrias de bens de capital: o carvão, fundamental para a produção de energia; e o ferro e aço, importantes para as montagens das máquinas, mas também para o surgimento das ferrovias, símbolo da segunda fase da Revolução Industrial.

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2º FASE DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1840-1860)

2. AS FERROVIAS

A Ferrovia foi o símbolo desta segunda fase: começaram a ser construídas com o excedente de capital dos industriários e auxiliou o desenvolvimento das indústrias

• Meio de transporte eficaz auxiliava no carregamento de carvão entre as minas e as indústrias. Assim como permitia o contato mais rápido.

• Meio de Comunicação Contato mais rápido e eficiente entre diferentes regiões da Inglaterra

• Expansão Mundial Tecnologia exportada para o resto do mundo,a brindo a industrialização em outras regiões e países.

• Mudança de Mentalidade das elites econômicas as antigas elites nobres certamente gastariam os excedentes em roupas ou construções sem retornos financeiros. A elite burguesa optou por investir esse dinheiro em novos tipos de produção e em enriquecer mais ainda.

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O TREM: LOCOMOTIVA A VAPOR

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SPINNING JENNY: Roda de fiar

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MOTOR A VAPOR: Energia gerada pela queima de carvão

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TEAR MECÂNICO: Mecanização da tecelagem com aplicação do motor a vapor

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• A VIDA PRÉ-REVOLUÇÃO

1. VIDA NO CAMPO- > Até o boom da Revolução Industrial, a maioria da população inglesa vivia no campo, como proprietária das suas terras e produzindo o suficiente para viver e o pouco excedente para vender em mercados próximos – ou mesmo viver apenas da própria produção.

A produção era basicamente familiar e comunitária: ou seja, a própria família tinha seu instrumentos de trabalho e era a própria mão-de-obra, não havendo necessidade de trabalho assalariado. Em alguns casos, um membro da comunidade poderia ter uma pequena fábrica, mas que empregava apenas poucos funcionários assalariados.

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• A VIDA PRÉ-REVOLUÇÃO

2. TRADIÇÕES RELIGIOSAS-COMUNITÁRIAS E RITMO PRÓPRIO DE TRABALHO O Ritmo de trabalho no campo também era diferente: ordenado pela natureza. Ou seja, o trabalho era feito de acordo com o ritmo da natureza e das tradições da comunidade. A ideia de que o fim-de-semana era sagrado era respeitada, além disso, quem fazia os horários de trabalho era a própria família: se quisessem o sábado de folga, era dada para que se pudesse acompanhar uma missa, para descansar, para sair com amigos, etc. Enfim, o ritmo de trabalho era felxível, não havia obrigações a cumprir rigorosamente. Mas tudo muda com as indústrias...

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DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE PRODUÇÃO

Características:-Trabalho manual- Sem divisão de tarefas- O artesão é o dono das ferramentas (dos meios de produção)

Características:- Trabalho manual-Começa a divisão de tarefas- O dono da oficina é também é dono dos meios de produção- Surge o trabalho assalariado

Características:-Trabalho mecanizado (com máquinas)- Trabalho assalariado- O dono dos meios de produção é o empresário capitalista

NÃO SIGNIFICA DIZER QUE A INDÚSTRIA ACABOU COM OS MODOS ARTESANAIS-DOMÉSTICOS E MANUFATUREIROS!!!!!!!!

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• DO CAMPO PARA AS CIDADES

1. ÊXODO RURAL Nas cidades, as indústrias começam a desenvolverem-se e precisam de mão-de-obra para realizar os duros trabalhos. Como convencer o camponês a deixar sua produção para vender sua força de trabalho?

• Política de Cercamentos: O governo inglês resolve delimitar os campos e colocá-los em mãos dos grandes capitalistas. Com isso, só resta duas opções ao camponês: submeter-se a vender sua força de trabalho ao novo proprietário, ou ir para a cidade tentar a sorte nas fábricas. A Maioria optou pela segunda.

• Promessas de melhores condições de vida nas cidades Os industriais garantiam subsídios e bons salários para os novos moradores da cidade para trabalharem nas fábricas.

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• A (DIFÍCIL) VIDA NA FÁBRICA E NAS CIDADES

1. O TRABALHO Tudo mudou para os camponeses

• Ritmo de trabalho disciplinado: o tempo de trabalho era regulado, tendo que cumprir horas a fio o horário de trabalho, diferente do campo, onde o trabalhador fazia seu próprio tempo;

• Punições: Os trabalhadores eram castigados caso não cumprissem as horas de trabalho e para que obtivessem um renda razoável, tinha que trabalhar mais de 10 horas por dia!

• Emprego de crianças e mulheres: na vida camponesa, não era incomum mulheres e crianças trabalharem, no entanto, no ritmo industrial, tal situação era muito pesada. Mas muitos empregadores preferiam estes trabalhadores por serem mais baratas e menos hostis como eram os homens adultos.

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• A (DIFÍCIL) VIDA NA FÁBRICA E NAS CIDADES

2. O COTIDIANO: CONSUMO ALIMENTAR

• TRIGO E BATATA: A Batata passa a ser o consumo diário do trabalhador, que não tem acesso ao pão pelo seu alto custo.

• CARNE: Pouco consumida também pelo custo, além disso, os trabalhadores – vindos do campo e acostumados a eles próprios abaterem o gado – não confiam nas carnes vendidas na cidade.

• CERVEJA: Também o custo prejudicava o seu consumo, que era visto pelos trabalhadores – principalmente do carvão – viam seu consumo como um “estimulante.No entanto, a maioria tinha que contentar-se com o substituto pobre: o chá.

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• A (DIFÍCIL) VIDA NA FÁBRICA E NAS CIDADES

2. O COTIDIANO: CONSUMO ALIMENTAR

“ Em 50 anos de Revolução Industrial, a participação da classe operária no produto nacional provavelmente decresceu em relação à participação das classes proprietárias e profissionais. O trabalhador “médio” permaneceu muito próximo a um nível de subsistência, numa época em que se via rodeado por evidências acerca do aumento da riqueza nacional, transparentemente gerada, em boa parte, pelo seu trabalho, um fruto que passava, por vias igualmente transparentes, para as mãos dos seus patrões.” (THOMPSON, 1987, p. 184).

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• A (DIFÍCIL) VIDA NA FÁBRICA E NAS CIDADES

2. O COTIDIANO: MORADIAS E VIDA

1. Moradias geminadas, cortiços, enfim, áreas inteiras de pequenos casebres, próximas das fábricas, em condições subumanas de vida:

• Falta de água ou água impura para consumo, de saneamento básico, superpopulação, sujeira e mau-cheiro.

• Causa: a industrialização, sem dúvida, mas também a ganância dos grandes proprietários industriais, que viviam em regiões melhores e não davam assistência aos seus empregados enquanto os trabalhadores tivessem condições de gerar lucros, estava tudo bem... Para os patrões.

• Aumento da natalidade; aumento das doenças físicas e mortes por excesso de trabalho, dificuldades de se atingir a velhice morria-se antes dos 40 anos devido as péssimas condições de trabalho

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• A (DIFÍCIL) VIDA NA FÁBRICA E NAS CIDADES

2. O COTIDIANO: MORADIAS E VIDA

“ Um operário pode ser facilmente reconhecido quando caminha nas ruas. Algumas das suas juntas muito provavelmente estarão afetadas. Se suas pernas não forem tortas. Terá os tornozelos inchados, ou um ombro mais baixo que outro, ou os ombros projetados para frente, ou peito-de-pombo, ou qualquer outra deformação.” (Relato de um operário aleijado. IN: THOMPSON, 1987, p. 196-197)

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• A (DIFÍCIL) VIDA NA FÁBRICA E NAS CIDADES

Relatório médico de mortes de trabalhadores no Distrito de Leeds, na Inglaterra, entre 1837 e 1842. Faleceram, em 5 anos, mais de 11 mil trabalhadores, incluindo crianças.

Fonte: THOMPSON, 1987, p.192.

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• A (DIFÍCIL) VIDA NA FÁBRICA E NAS CIDADES

2. O COTIDIANO: INFÂNCIA

• Intensificação do trabalho infantil: não era uma novidade, pois na economia comunitária, as crianças também trabalhavam, mas dividiam seu tempo também com brincadeiras e jogos. Nas fábricas, a crianças só trabalham, trabalham e trabalham...

• A criança tinha que ajudar a sustentar a família com seu salário.• Alguma atenção de grupos de elites as situações vividas pelas crianças nas

fábricas, mas a grande maioria pouco se preocupava ausência de humanitarismo

• Somente na virada dos séculos XIX para o XX é que as crianças começam a ser retiradas das fábricas e colocadas nas escolas. Muito deve-se aos movimentos operários em defesa da redução da jornada de trabalho e extinção das mesmas para os jovens.

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• A (DIFÍCIL) VIDA NA FÁBRICA E NAS CIDADES

Relato sobre a chegada de crianças para o trabalho:

“ Um vizinho me sugeriu que recomendasse ao Comitê passar pela ponte de Leeds, às 5:30 da manhã, quando estão chegando as crianças pobres da fábrica, o que lhes permitiria recolher, numa única hora, mais evidências do que em sete anos de pesquisas. Vi algumas crianças correndo para a fábrica, com lágrimas nos olhos, levando um pedaço de pão nas mãos, seu único alimento até o meio-dia, chorando por medo de estarem muito atrasadas.”

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• DIVISÃO SOCIAL CLÁSSICA (MAS NÃO SÃO AS ÚNICAS CLASSES PÓS-REVOLUÇÃO!)

FONTE: PROJETO ARARIBÁ 8, 2007, p. 71.

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• DESENVOLVIMENTO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA INGLESA

FONTE: PROJETO ARARIBÁ 8, 2007, p. 83.

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A INGLATERRA DURANTE A REVOLUÇÃO: Aumento populacional nas grandes cidades como Londres e Manchester.Áreas concentram indústrias de açõ, carvão, ferro e têxtil, além de Londres e Liverpool serem cidades portuárias.

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O Trabalho em uma fábrica de sapatos.

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O trabalho do proprietário: controlar e contabilizar os ganhos da sua fábrica

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Interior de uma tecelagem

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Trabalhadores de uma mina de carvão.

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A Revolução Industrial inaugurou a especialização e a divisão de tarefas entre os empregados.

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Uma pintura representando um bairro operário: é possível notar que o artista buscou representar a pobreza extrema, a superpopulação e as moradias precárias.

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Exemplo de Cortiço: moradia comum na Inglaterra do século XIX, local com casebres pequenos em que moravam mais de 6 pessoas, com um pátio onde havia o convívio social entre os trabalhadores quandso não estavam na fábrica.

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Representação do êxodo Rural.

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Vista aérea de uma típica cidade industrial inglesa.

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Crianças nas fábricas.

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A criança em uma mina de carvão.

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CONCLUINDO...A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL SÓ É ASSIM CHAMADA PORQUE REPRESENTOU UMA MUDANÇA RADICAL NAS FORMAS DE PRODUÇÃO: NÃO SE FABRICA MAIS POUCO, E PARA POUCOS: A POSSIBILIDADE DE PRODUZIR ALGO DE FORMA QUASE ILIMITADA É A MARCA DA NOVA ECONOMIA CAPITALISTA. E TAIS MUDANÇAS AINDA SEGUEM. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, PENSADA COMO FORMA DE PRODUÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS CONSTANTE AINDA EXISTE. DEVEMOS, NO ENTANTO, NOS QUESTIONAR QUANTO AOS SEUS CUSTOS HUMANOS, QUANTO AO SUOR DE MILHARES DE PESSOAS QUE RECEBERAM MUITO POUCO EM TROCA PELO SEU TRABALHO EM FAVOR DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DO MUNDO.

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BIBLIOGRAFIA

HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008 (1977).PROJETO ARARIBÁ. Ensino fundamental de nove anos: oitavo ano. São Paulo: Moderna, 2007.SILVA, K.; SILVA, M. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2010.THOMPSON, E.P. A Formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Vol. II: A maldição de Adão.