RI 0130061-82.2010.8.05.0001 - BONUS

5
QUARTA TURMA - CÍVEL E CRIMINAL 4ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS RECURSO INOMINADO PROCESSO Nº: 0130061-82.2010.8.05.0001 (n° antigo: 032.2010.010.977-9) RECORRENTE: TNL PCS S/A RECORRIDO(A): PAULO DE OLIVEIRA ROCHA RELATOR(A): JUIZ(A) MARTHA CAVALCANTI SILVA DE OLIVEIRA EMENTA: RECURSO INOMINADO. RELAÇÃO DE CONSUMO. TELEFONIA MÓVEL. PLANO CONTROLE. BÔNUS DIÁRIO NÃO CONCEDIDOS COM REGULARIDADE. RECLAMAÇÕES ADMINISTRATIVAS DO CONSUMIDOR SEM RESULTADO. MENSAGEM DE TEXTO OFENSIVA ORIGINADA DO AUTO ATENDIMENTO DA EMPRESA DEMANDADA. EMPRESA DEMANDADA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS PREVISTO NO INC. II, ART. 333, CPC. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL IN RE IPSA. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA DEVIDA. QUANTUM FIXADO EM SINTONIA COM OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. 1. Não obstante a empresa demandada alegar que os “bônus diários” reclamados pelo consumidor tinham prazo de validade, conquanto se tratar de oferta promocional, a mesma não se desincumbiu de tal prova, não juntado contrato ou sequer o respectivo encarte promocional, razão pela qual a condenação da empresa de telefonia à disponibilização dos créditos e bônus a que o consumidor faz jus em virtude do plano Oi Controle deve ser mantida. 2. Nos termos do art. 14 do CDC, resta configurado o defeito na prestação do serviço. Processo n° 0130061-82.2010.8.05.0001 Página 1 de 5 Data: 19/12/2013

description

S

Transcript of RI 0130061-82.2010.8.05.0001 - BONUS

  • QUARTA TURMA - CVEL E CRIMINAL

    4 TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

    RECURSO INOMINADO

    PROCESSO N: 0130061-82.2010.8.05.0001 (n antigo: 032.2010.010.977-9)RECORRENTE: TNL PCS S/ARECORRIDO(A): PAULO DE OLIVEIRA ROCHARELATOR(A): JUIZ(A) MARTHA CAVALCANTI SILVA DE OLIVEIRA

    EMENTA: RECURSO INOMINADO. RELAO DE CONSUMO.

    TELEFONIA MVEL. PLANO CONTROLE. BNUS DIRIO NO

    CONCEDIDOS COM REGULARIDADE. RECLAMAES

    ADMINISTRATIVAS DO CONSUMIDOR SEM RESULTADO.

    MENSAGEM DE TEXTO OFENSIVA ORIGINADA DO AUTO

    ATENDIMENTO DA EMPRESA DEMANDADA. EMPRESA

    DEMANDADA QUE NO SE DESINCUMBIU DO NUS PREVISTO

    NO INC. II, ART. 333, CPC. DEFEITO NA PRESTAO DO

    SERVIO. DANO MORAL IN RE IPSA. COMPENSAO

    FINANCEIRA DEVIDA. QUANTUM FIXADO EM SINTONIA COM

    OS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.

    1. No obstante a empresa demandada alegar que os bnus dirios reclamados pelo consumidor tinham prazo de validade, conquanto se tratar

    de oferta promocional, a mesma no se desincumbiu de tal prova, no

    juntado contrato ou sequer o respectivo encarte promocional, razo pela

    qual a condenao da empresa de telefonia disponibilizao dos crditos

    e bnus a que o consumidor faz jus em virtude do plano Oi Controle deve

    ser mantida.

    2. Nos termos do art. 14 do CDC, resta configurado o defeito na prestao do servio.

    Processo n 0130061-82.2010.8.05.0001 Pgina 1 de 5 Data: 19/12/2013

  • QUARTA TURMA - CVEL E CRIMINAL

    3. Consoante se verifica dos autos, alm do descaso com relao s reclamaes administrativas do consumidor, o recorrido ainda foi ofendido

    com palavra de baixo calo ao buscar to somente a correta prestao do

    servio que havia contratado. Portanto, trata-se da hiptese de dano moral

    in re ipsa, passvel de compensao financeira.

    4. O quantum fixado pelo Juzo a quo a ttulo de compensao por danos morais pode ser excepcionalmente revisto to somente nas hipteses em

    que a condenao revelar-se irrisria ou exorbitante, distanciando-se dos

    padres de razoabilidade e proporcionalidade, o que no se verifica no

    presente caso em que foi fixado em R$ 6.000,00 (seis mil reais).

    5. Sentena mantida pelos seus prprios fundamentos. Recurso CONHECIDO e NO PROVIDO.

    Dispensado o relatrio nos termos do artigo 46 da Lei n. 9.099/95.

    Trata-se de recurso inominado interposto por TNL PCS S/A, em face da r.

    sentena prolatada nos autos do processo em epgrafe, no qual litiga com PAULO DE

    OLIVEIRA ROCHA.

    A sentena hostilizada julgou o pedido parcialmente procedente (evento n

    75), consoante se verifica na transcrio abaixo:

    Isto posto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE A AO, para:

    a) determinar que a R disponibilize para o Autor os crditos e bnus a que este faz jus em virtude do plano Oi Controle;

    b) condenar a indenizar a parte autora na importncia de R$ 6.000,00 (seis mil reais), que dever ser pago no prazo de 15 dias, sob pena de multa de 10%, valor esse a ser devidamente acrescido de juros de 1% e correo monetria, da data impressa abaixo.

    A empresa recorrente ofereceu suas razes recursais no evento n 90, Processo n 0130061-82.2010.8.05.0001 Pgina 2 de 5 Data: 19/12/2013

  • QUARTA TURMA - CVEL E CRIMINAL

    enquanto que a parte recorrida apresentou contrarrazes no evento n 92.

    Preparados e sorteados coube-me a funo de Relatar, cujo voto ora

    apresento, fundamentando-o de forma sucinta, conforme a regra legal acima referida.

    V O T O

    Presentes as condies de admissibilidade do recurso, dele conheo.

    A sentena incensurvel, e por isso merece confirmao pelos seus

    prprios fundamentos. Em assim sendo, servir de acrdo a smula do julgamento,

    conforme determinao expressa do art. 46, da Lei n 9.099, segunda parte, in verbis:

    O julgamento em segunda instncia constar apenas da ata, com a indicao suficiente do processo, fundamentao sucinta e parte dispositiva. Se a sentena for confirmada pelos prprios fundamentos, a smula do julgamento servir de acrdo. (Grifei)

    Com essas consideraes, e por tudo mais constante dos autos, voto no

    sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso para manter a sentena atacada pelos seus prprios fundamentos.

    Custas e honorrios de sucumbncia pela recorrente, os ltimos fixados em

    20% (vinte por cento) sobre o valor da condenao.

    como voto.

    Salvador/BA, 19 de Dezembro de 2013.

    MARTHA CAVALCANTI SILVA DE OLIVEIRAJUZA RELATORA

    Processo n 0130061-82.2010.8.05.0001 Pgina 3 de 5 Data: 19/12/2013

  • QUARTA TURMA - CVEL E CRIMINAL

    COJE COORDENAO DOS JUIZADOS ESPECIAIS

    TURMAS RECURSAIS CVEIS E CRIMINAISAv. Manoel Dias da Silva, 2177 - Pituba, Salvador/BA

    QUARTA TURMA - CVEL E CRIMINAL

    PROCESSO N: 0130061-82.2010.8.05.0001RECORRENTE: TNL PCS S/ARECORRIDO(A): PAULO DE OLIVEIRA ROCHARELATOR(A): JUIZ(A) MARTHA CAVALCANTI SILVA DE OLIVEIRA

    EMENTA: RECURSO INOMINADO. RELAO DE CONSUMO. TELEFONIA MVEL. PLANO CONTROLE. BNUS DIRIO NO CONCEDIDOS COM REGULARIDADE. RECLAMAES ADMINISTRATIVAS DO CONSUMIDOR SEM RESULTADO. MENSAGEM DE TEXTO OFENSIVA ORIGINADA DO AUTO ATENDIMENTO DA EMPRESA DEMANDADA. EMPRESA DEMANDADA QUE NO SE DESINCUMBIU DO NUS PREVISTO NO INC. II, ART. 333, CPC. DEFEITO NA PRESTAO DO SERVIO. DANO MORAL IN RE IPSA. COMPENSAO FINANCEIRA DEVIDA. QUANTUM FIXADO EM SINTONIA COM OS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. 1. No obstante a empresa demandada alegar que os bnus dirios reclamados pelo consumidor tinham prazo de validade, conquanto se tratar de oferta promocional, a mesma no se desincumbiu de tal prova, no juntado contrato ou sequer o respectivo encarte promocional, razo pela qual a condenao da empresa de telefonia disponibilizao dos crditos e bnus a que o consumidor faz jus em virtude do plano Oi Controle deve ser mantida. 2.

    Processo n 0130061-82.2010.8.05.0001 Pgina 4 de 5 Data: 19/12/2013

  • QUARTA TURMA - CVEL E CRIMINAL

    Nos termos do art. 14 do CDC, resta configurado o defeito na prestao do servio. 3. Consoante se verifica dos autos, alm do descaso com relao s reclamaes administrativas do consumidor, o recorrido ainda foi ofendido com palavra de baixo calo ao buscar to somente a correta prestao do servio que havia contratado. Portanto, trata-se da hiptese de dano moral in re ipsa, passvel de compensao financeira. 4. O quantum fixado pelo Juzo a quo a ttulo de compensao por danos morais pode ser excepcionalmente revisto to somente nas hipteses em que a condenao revelar-se irrisria ou exorbitante, distanciando-se dos padres de razoabilidade e proporcionalidade, o que no se verifica no presente caso em que foi fixado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). 5. Sentena mantida pelos seus prprios fundamentos. Recurso CONHECIDO e NO PROVIDO.

    ACRDO

    Realizado Julgamento do Recurso do processo acima epigrafado, A QUARTA TURMA, composta dos Juzes de Direito, MARTHA CAVALCANTI SILVA DE OLIVEIRA, MARY ANGLICA SANTOS COELHO e CAROLINA ALMEIDA DA CUNHA GUEDES, decidiu unanimidade dos votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso para manter a sentena atacada pelos seus prprios fundamentos. Custas e honorrios de sucumbncia pela recorrente, os ltimos fixados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenao.

    Salvador/BA, Sala das Sesses, em 19 de Dezembro de 2013.

    JUIZ(A) MARTHA CAVALCANTI SILVA DE OLIVEIRA Presidente / Relatora

    Processo n 0130061-82.2010.8.05.0001 Pgina 5 de 5 Data: 19/12/2013

    V O T O