RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA

PETRÓLEO E GÁS

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AGOSTO/2015

Com a terceirização de partes do processo produtivo, a logística torna-se uma peça chave para as empresas que atuam na cadeia de Petróleo & Gás, evitando atrasos, perdas e garantindo a qualidade do produto e ser-viço entregue. Nesse contexto, o Relatório de Inteligência deste mês aborda como acontecem as atividades envolvidas na cadeia de P&G, explorando as estruturas de redes logísticas, a logística offshore e a apresenta-ção de uma empresa que obteve sucesso na prestação de serviços logísticos.

ATIVIDADES LOGÍSTICAS ENVOLVIDAS NA INDÚSTRIA DE P&G

ONSHOREOFFSHORE

As empresas que prestam serviços de logística são responsáveis pela gestão de suprimentos, armazenagem e movimentação de produtos, participando ativamente do processo e garantindo a qualidade das atividades listadas abaixo:

LOGÍSTICA NA CADEIA DE P&GUm grande desafio para o setor

Fontes: DONATO, V., Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis: Estudo das Redes Logísticas Estruturadas para atuarem em Sistemas Complexos de Produção, Editora Érica Ltda. (2012, p. 20-22); e ARES, G., Logística de Apoio Offshore – Integração e Sincronização da Cadeia de Atendimento às Unidades Marítimas, ILOS (2013).

Logística

Pontualidade de entrega

Armazenamento Verificação de rotas

Aquisição Redução de custos

Distribuição Controle e gerenciamento de informações

e serviços

As atividades logísticas são consideradas complexas, pois a

entrega de insumos e materiais em plataformas instaladas em alto-mar ou em terra, por exemplo, envolvem operações logísticas sensíveis e bem estruturadas. Podem ser divididas em offshore (acontecem no mar)

ou onshore (acontecem em terra).

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As MPE fluminenses estão incluídas na cadeia produtiva da indústria de P&G, que envolve desde a descoberta dos campos até a transformação em produtos para utilização do consumidor. É uma cadeia extensa e complexa. Nesse sentido, é importante conferir o caminho percorrido pelo petróleo e analisar as oportunidades de negócios logísticos que ele pode oferecer para as micro e pequenas empresas.

O CAMINHO DO PETRÓLEOCadeia de P&G

Fontes: Do Poço ao Posto - Por Dentro da Tecnologia Petrobras, ThePetroWorld - Youtube (2012); DONATO, V., Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis: Estudo das Redes Logísticas Estruturadas para atuarem em Sistemas Complexos de Produção, Editora Érica Ltda. (2012, p. 169-190); Artérias do Sistema Petrobras, Transpetro (2013);

O caminho do petróleo, Portal History (2015); e Entenda o caminho do petróleo, Fatos e Dados Petrobras (2015).

Terrestre(onshore)

Estações detransferência

Terminais marítimos¹ Refinarias² Distribuição Posto¹ armazenam o petróleo em

tanques, de onde é escoado por navios ou oleodutos.

² passa por processos industriais, onde é transformado em diversos derivados (diesel, gasolina, GLP, entre outros).

Marítimo(offshore)

Terminais em terra¹ Destinos internacionais² ou refinarias³

Distribuição Posto¹ por navios ou oleodutos o petróleo é transportado

para as refinarias. ² parte do petróleo cru é exportado.

³ passa por processos industriais onde é transformado em diversos derivados (diesel, gasolina, GLP, entre outros).

FASES OPERACIONAIS DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS DA INDÚSTRIA DE P&GAs atividades produtivas da indústria de petróleo são divididas em três fases distintas:

UpstreamCorresponde às atividades de exploração e produção (E&P), tanto onshore quanto offshore.

MidstreamSão as atividades de refino e produção dos derivados

de petróleo, e normalmente ocorrem onshore.

DownstreamDizem respeito às atividades

de armazenagem e distribuição dos derivados de petróleo.

CAMINHO DO PETRÓLEO

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As atividades logísticas estão presentes em toda a cadeia produtiva de P&G, desde a extração até a distri-buição. Suas principais atividades são o transporte e distribuição, a movimentação e a armazenagem. É importante que a MPE fique atenta às atividades que serão apresentadas, observando que muitas delas são passíveis de atuação. Para facilitar o entendimento, as atividades estão organizadas em “redes logísticas”, que são compostas por cadeias de apoio, cadeias de suporte e cadeias de utilidades.

Na etapa de E&P de petróleo & gás, o apoio logístico acontece tanto offshore quanto onshore, conforme abaixo:

Offshore – o apoio acontece nas plataformas de petróleo, em alto mar. Pode ser realizado pelo ar ou pelo mar. É feita por meio de bases de apoio próximas ao litoral, com cais para atracação.

Onshore – o apoio acontece em terra e pode ser feito pelo ar, pelos rios ou por terra. É realizado por meio de bases próprias das empresas de serviços e /ou operadores logísticos.

APOIO LOGÍSTICO NAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO (E&P)

ESTRUTURAS DE REDES LOGÍSTICASOportunidades para as MPE

Cadeias de apoio logísticoEstão compreendidas iniciativas de apoio às atividades fins da cadeia de abastecimento, e têm caráter permanente e repetitivo. A obtenção de material pode ser composta, por exemplo, pelos seguintes serviços:

� gestão de estoques;

� movimentação de materiais;

� aquisição (materiais e serviços);

� armazenagem de petróleo;

� recebimento de materiais, conferência e inspeção de recebimento;

� transporte de materiais inbound e outbound, e de pessoas (funcionários).

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Fontes: DONATO, V., Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis: Estudo das Redes Logísticas Estruturadas para atuarem em Sistemas Complexos de Produção, Editora Érica Ltda. (2012, p. 169-190); ARES, G., Logística de Apoio Offshore – Integração e Sincronização da Cadeia de Atendimento às Unidades Marítimas, ILOS (2013).

São operações que utilizam serviços indiretos, podendo ou não ser permanentes e contínuas. Elas atendem às necessidades das cadeias de apoio, manutenção e operação:

São procedimentos, atividades e técnicas utilizadas para atender às necessidades dos usuários, e que não estão enquadradas nas ativida-des de apoio e suporte. Nelas, estão os serviços de gestão de espaço físico e disponibilidade de serviços, como:

� disponibilização de água (potável e de serviço);

� disponibilização de combustível (para geração de energia);

� disponibilização de rede;

CADEIAS DE SUPORTE LOGÍSTICO

CADEIAS DE UTILIZAÇÃO LOGÍSTICA

gestão de transporte e pessoas;

protocolo, recepção e distribuição de documentos;

serviço de bordo (alojamento);

serviços especiais (programação de equipamentos

para pesquisa sísmica, estimulação de poços e suporte a atividades de

mergulho, entre outros).Segundo Maurício

Pacheco, consultor de Oil&Gas da BR Union, em entrevista ao Sebrae

Inteligência Setorial, os principais desafios das atividades logísticas de P&G consistem em atender a tempo as demandas vindas das pla-taformas, além de manter o nível de excelên-

cia dos serviços dentro das rígidas normas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde

(SMS) das empresas internacionais e nacionais.

� destinação de efluentes e resíduos;

� gestão de patrimônio e manutenção predial;

� gestão de serviço de ferramentaria.

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No Brasil, as operações de apoio logístico de E&P acontecem, em sua grande maioria, offshore (com destaque para a Bacia de Campos) e podem apresentar oportunidades de negócios para as MPE. Para atender às neces-sidades de transporte, armazenamento e movimentação de equipamentos, insumos e pessoas, os serviços de apoio logístico estão classificados em:

TIPOS DE OPERAÇÕES DE APOIO LOGÍSTICO OFFSHORE

LOGÍSTICA OFFSHORECaracterísticas e necessidades

Fontes: DONATO, V., Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis: Estudo das Redes Logísticas Estruturadas para atuarem em Sistemas Complexos de Produção, Editora Érica Ltda. (2012, p. 169-190); ARES, G., Logística de Apoio Offshore – Integração e Sincronização da Cadeia de Atendimento às Unidades Marítimas, ILOS (2013).

MarítimoConectam o continente à plataforma de exploração

por meio de embarcações.

AéreoTem foco no transporte de pessoas da plataforma

para o continente (vice-versa), compreendendo basicamente serviços de táxi aéreo e aeroportuários de suporte.

LOGÍSTICA DE CARGAS

LOGÍSTICA DE PASSAGEIROS

SERVIÇOS

Responsável pela movimentação de carga necessária às operações de E&P das unidades marítimas. As cargas podem ser:

� carga geral – é uma carga diversificada (tubos, rancho, materiais químicos, ferramentas, equipamentos submari-nos, entre outros), que são enviadas por barcos para as unidades marítimas;

� granéis sólidos e líquidos – são armazenados em plantas nos portos de atendimento offshore, e depois enviadas às plataformas por embarcações do tipo Platform Supply Vessels (PSV). Compreende cargas como cimento, baritina, bentonita, fluido de poços, água, entre outros;

� óleo diesel – é enviado às unidades marítimas, principalmente por embarcações PSV.

Transporte de pessoas entre continente e unidades marítimas. Geralmente é realizada por helicópteros para “troca de turmas”.

Atividades executadas por embarcações, que prestam serviços para as unidades de produção e perfuração, como movimenta-ção de âncoras, combate aos incêndios ou vazamento de óleos, entre outros.

Além disso, são necessários estrutura de apoio logístico rodoviário (caminhões e carretas) e cais para atracação de supply boats e almoxarifado / galpões de montagem, sendo essencial uma área aberta para estoque de containers. Vale ressaltar que as MPE podem atuar em diversas atividades logísticas, tanto nas onshore quanto nas offshore, e quanto mais especializada no setor, mais chances tem de concorrer com as grandes empresas.

De acordo com Marcos D´Élia, sócio executivo de P&G do ILOS, em entrevista ao Sebrae Inteligência Setorial, a movimentação e conservação das cargas ainda são pontos críticos do segmento logístico de P&G, e causam prejuízos devido a perdas com incidentes e má conservação dos materiais.

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Fundada em 2012, e localizada em Macaé/RJ, a Lamm Offshore é especializada no fornecimento de materiais para içamento de cargas e oferece serviços que podem servir de exemplo para as MPE que pretendem aumentar ou direcionar o seu negócio para a logística de P&G.

SERVIÇOS OFERECIDOS PELA EMPRESA

CASO DE SUCESSOLamm Offshore

Fontes: Portal Lamm Offshore, 2015.

Prezando pela qualidade dos serviços prestados, a empresa segue as normas NBR 11900 e da NBR 13541, IMO MSC/Circ. 860 EN 12079-2 e EN 13414-1, para fabricação e recertificação de lingas para operações de elevação e movimentação de carga. Essas são consideradas as normas nacionais e internacionais mais seguras para confecção de laços de cabos de aço.

Investir em qualidade, segurança e buscar sempre oferecer as melhores soluções para o setor de movimentação e elevação de cargas são suas principais metas, o que a coloca entre as principais empresas do segmento, suprindo necessidades específicas da área industrial do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. Catálogo Lamm Offshore (p.9, 2015)

Fabricação e recertificação de lingas (aparelho para içamento de objetos pesados);

Serviços de teste de tração em acessórios e equi-pamentos para elevação e movimentação de carga;

Rebobinamento de cabos de aço;

Revenda de equipamentos e acessórios para iça-mento e movimentação de carga, como: cabos de aço, camisas de puxamento, cintas, soquetes, amar-ras, correntes, dentre outros, todos em conformida-de com todas as normas aplicáveis.

Ensaios não-destrutivos;

Qualificação

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Gerência de Conhecimento e CompetitividadeGerente: Cezar KirszenblattGestor do Programa Sebrae Inteligência Setorial: Marcelo AguiarAnalista de Inteligência Setorial: Mara GodoyDisseminação Empresarial: Rafael SimãoConteudista: Fernanda BichelsEspecialistas: Mauricio Pacheco e Marcus D´Elia

Entre em contato com o Sebrae: 0800 570 0800

Fique atento em como a maioria das empresas que estão no mercado adaptaram serviços logísticos de outros setores. O diferencial de uma pequena empresa que queira entrar no setor de logística de P&G é conseguir criar a qualificação no grupo que trabalhará com ela, para poder competir com as grandes empresas e oferecer um serviço especializado;

Busque a profissionalização na área para suprir necessidades do mercado. O segmento logístico offshore ainda carece de profissionais especializados, principalmente, em movimentação de carga específicas (tubos longos e cargas muito pesadas, por exemplo) e recebimento técnico (requer verificação técnica na chegada do produto no armazém, avaliar certificados, especificações de metrologia, composição de materiais, detalhamento mecânico, entre outros). Como dica, o ILOS oferece alguns cursos focados no setor;

Procure o Sebrae/RJ para obter mais informações e conheça as iniciativas sobre o segmento de logística. Entre em contato pelo email petroleoegas@rj.sebrae.com.br.

Fique atento aos eventos do setor logístico, como a Brasil Log, a Intermodal South America e outros eventos que podem ser consultados no Sistema de Exposições e Feiras do Governo Federal;