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Érika Olivier Vilela Bragança DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE QUESTIONÁRIO ESPECÍFICO PARA A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM FIBRILAÇÃO ATRIAL Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Título de Doutor em Ciências. São Paulo 2009

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Érika Olivier Vilela Bragança

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE QUESTIONÁRIO

ESPECÍFICO PARA A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

EM PACIENTES COM FIBRILAÇÃO ATRIAL

Tese apresentada à Universidade

Federal de São Paulo para obtenção

do Título de Doutor em Ciências.

São Paulo 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA

Orientador:

Prof. Dr. Braulio Luna Filho,

Livre Docente Doutor da Disciplina de Cardiologia do

Departamento de Medicina da Universidade Federal de

São Paulo.

Co-orientador:

Prof. Dr. Angelo Amato Vincenzo de Paola,

Professor Titular da Disciplina de Cardiologia do

Departamento de Medicina da Universidade Federal de

São Paulo.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA

Chefe do Departamento:

Prof. Dr. Angelo Amato Vincenzo de Paola,

Chefe da Disciplina de Cardiologia:

Prof. Dr. Antonio Carlos Carvalho

Coordenador do Programa de Pós-graduação:

Prof. Dr. Valdir Ambrósio Moisés,

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Dedicatórias

Ao meu querido avô – Eliseu Vilela Xavier (in

memoriam), pessoa mais maravilhosa que já conheci, dedico

este trabalho com muita saudade e ternura.

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Ao Fabiano José Reis Larangeira, meu amado marido, pela

incomensurável paciência nos momentos mais difíceis, pelo enorme

incentivo e compreensão, sem os quais este trabalho não seria possível e,

se o foi, devo isso a você, o esposo e pai que superou todas as minhas

expectativas.

Ao Gabriel Olivier Bragança Larangeira, meu filho tão

amado, menino iluminado que veio preencher a minha vida. Inteligente e

muito espirituoso, com seu carinho, admiração e doçura me deu ainda mais

força para continuar.

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Agradecimentos

A Deus, que me deu a chance de estar aqui neste momento e poder

usufruir grandes oportunidades.

Aos meus pais, Daisy Olivier Vilela e Elcino Monteiro Bragança, pela

confiança que depositaram em mim, pela liberdade de escolhas que sempre me

deram e por me ensinarem a valorizar a vida e a felicidade.

Aos meus irmãos, Renata Olivier Vilela Bragança e Bruno Olivier Vilela

Bragança, pela amizade e pelas lembranças maravilhosas da nossa infância.

A minha avó, Aracy Dielle Vilela Xavier, pelo seu exemplo de coragem

e alegria e por sempre ter acreditado no meu potencial.

Aos meus avós (in memoriam), Elcino Lopes Bragança e Ana Maria

Monteiro Bragança, por me fazerem sentir eternamente “sinhazinha”.

Aos meus sogros, José Reis Larangeira e Nilza Codreansky

Larangeira, por me acolherem como filha e por seu enorme carinho.

As minhas tias Eloísa Monteiro Bragança, Elcie Bragança Carvalho

França, Estela Maria Bragança Pacheco, e aos meus tios Ulisses Carvalho

França (in memoriam) e Fausto Pacheco, que mesmo à distância sempre

torceram muito por mim.

As minhas tias Sheila Olivier Vilela, Sônia Cecília Etore Vilela e Miriam

Basílio Paulinelli Vilela e aos meus tios Dirceu Olivier Vilela, Denis Olivier Vilela

(in memoriam), Julio Olivier Vilela e Regis Olivier Vilela (in memoriam), pelo apoio

e carinho que sempre me deram.

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A todos os meus familiares e amigos que de alguma forma

contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional.

Ao Prof. Dr. Bráulio Luna Filho, Livre-docente da Disciplina de

Cardiologia da UNIFESP-EPM, meu querido orientador. Recebeu-me no setor de

Eletrocardiografia, recém-chegada a São Paulo, ainda estagiária da Cardiologia e

surpreendeu-me profundamente com seus conhecimentos sobre a medicina e o

mundo. Extremamente culto e inteligente, tratou-me sempre com cordialidade e

respeito. Agradeço-lhe pela disponibilidade, pelo incentivo às atividades

científicas e pelos bons momentos que passamos na elaboração deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Ângelo Amato Vincenzo de Paola, Titular da Disciplina de

Cardiologia da UNIFESP-EPM, pela formação em Eletrofisiologia e pelo privilégio

da convivência tão enriquecedora. Sem dúvida, um workaholic, um conhecedor

dos mais diversos tipos de pessoas e suas necessidades. Sou-lhe grata pelo

carinho, incentivo e compreensão.

Ao Prof. Dr. Antônio Carlos Carvalho, Titular da Disciplina de

Cardiologia da UNIFESP-EPM, pela maneira cordial que sempre me tratou, pela

postura serena e exemplar. Acreditou neste trabalho e me fez acreditar ainda

mais.

Ao Prof. José Bocanegra Arroyo, Titular da Disciplina de Cardiologia da

UNIFESP-EPM por me acolher na Disciplina de Cardiologia da UNIFESP-EPM,

pelo carinho frequente e pelos eletrocardiogramas difíceis, frutos de anos de

trabalho, que aprendi a admirar.

Ao Prof. Dirceu Vieira dos Santos (in memoriam), com muita saudade,

a quem devo o privilégio do aprendizado da semiologia cardíaca. Não houve um

só paciente que eu tenha visto no ambulatório de válvula que o Dr. Dirceu não

tenha, pessoalmente, revisto toda a anamnese e o exame físico. Sem dúvida

nenhuma, foi um aprendizado enriquecedor.

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Ao Prof. Dr. Valter Correa de Lima, Adjunto da Disciplina de

Cardiologia da UNIFESP-EPM, responsável pelo setor de hemodinâmica da

UNIFESP-EPM, competente e organizado. Agradeço pela paciência e

compreensão em um momento profissional delicado e pela maneira cortês com

que me mostrou o melhor caminho para o meu êxito profissional e pessoal.

A Dra. Rozana Mesquita Cicconelli, que gentilmente me atendeu no

momento inicial deste trabalho, apresentou-me a tradução do questionário SF-36

– enorme contribuição para comunidade científica brasileira – ajudou-me na

compreensão e nos cálculos de sua pontuação.

Ao Dr. Almino Rocha Neto, que me despertou para este trabalho,

quando recém-chegado da França em 1998, trazendo as novidades sobre a

ablação da fibrilação atrial e em algum momento citou o termo “qualidade de

vida”.

Ao Dr. Henrique Horta Veloso, meu conterrâneo e árduo defensor de

suas opiniões. Escreveu sua tese de doutorado com muita propriedade, sendo

fonte de grande inspiração.

Ao Dr. Luiz Roberto Leite da Silva, pelo incentivo em um momento

crucial, quando acreditou neste trabalho e não me deixou desistir.

Ao Dr. Guilherme Fenelon, por sua prestimosa contribuição neste

trabalho e sugestões de extrema pertinência. Nem tudo tinha caído por terra...

A todos os colegas do Setor de Eletrofisiologia Clínica. Fátima Dumas

Cintra e Rinaldo Carvalho Fernandes, dupla harmoniosa e exemplos de

perseverança. Cezar Eumman Mesas, Aloyr G. Simões e Petrônio Rangel, pela

paciência, amizade, ensinamentos, os muitos chopps que tomamos e as muitas

risadas que demos juntos. Patrícia Hitomi Kuga, minha sempre companheira na

Eletrofisiologia e nas ótimas viagens que fizemos juntas. Elerson Arfelli e Paulo

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Cezar Tostes, pelo convívio e pela troca de conhecimentos sempre tão

enriquecedora. Jefferson Jaber, Alberto de Paula Junior e André Zanatta, também

aprendi muito com vocês meninos!

À Enfermeira Sônia Schutzer, que com seu jeito particular de ser aos

poucos me conquistou e reforçou a idéia de que tudo na vida depende de um

ponto de vista. Agradeço-lhe de coração pela aproximação e por tantas idéias que

pudemos trocar.

À psicóloga Daniela Levy, pessoa doce e que teve participação

essencial na aplicação de muitos questionários deste trabalho.

A todos os professores, médicos assistentes, pós-graduandos,

residentes, estagiários e alunos da UNIFESP-EPM, com os quais tive a

oportunidade de convivência.

A todos os colegas nos mais diversos hospitais com quem já tive a

oportunidade de trabalhar, dividir conhecimentos e noites sofridas de plantão.

A minha colega e grande amiga, Dra. Aurélia Mussi, por sua amizade e

apoio constantes. É, sem dúvida, exemplo de mulher guerreira.

Às enfermeiras, auxiliares de enfermagem, pessoal da limpeza,

recepção e técnicos do Setor de Hemodinâmica da UNIFESP-EPM, pelo carinho

e respeito com que sempre me trataram.

Às secretárias da Disciplina de Cardiologia, Sra. Edileuza da Silva

Cunha e Sra. Vânia Sabino, pelas tão prestimosas orientações e atenção a mim

dispensada.

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À secretária da Pós-graduação da Disciplina de Cardiologia, Sra. Maria

Christina Corrêa Meyer Campos de Almeida, que com seu jeito firme e ao mesmo

tempo carinhoso me conquistou.

Às funcionárias do Setor de Eletrofisiologia Clínica da UNIFESP – EPM

Sra. Gersina Bispo de Barros Pacheco, Sra. Valnísia Sena, Sra. Zélia Pimenta da

Silva, Sra. Floricéia Alves da Rocha, Srta. Vanessa Alcântara Lopes e Srta. Roseli

da Silva, pelo carinho e atenção a mim e a minha família nesses anos de tão

intenso convívio. Agradeço a paciência que sempre tiveram comigo, mesmo nos

dias em que eu estava “1000%” estresse. Vivemos ali tantos momentos difíceis e

felizes que jamais serão esquecidos.

Ao Dr. Eduardo Rodrigues Bento Costa, que após terminada minha

formação em Eletrofisiologia, convidou-me para trabalhar em São José dos

Campos e me deu a oportunidade de realizar meu sonho profissional. Por sua

enorme amizade e por tantos ensinamentos, meus sinceros agradecimentos.

A minha grande amiga, a biomédica da CardioRitmo – São José dos

Campos, Andreza Chaguri, por sua enorme amizade, minha irmã de coração.

Às funcionárias da CardioRitmo- São José dos Campos, Adriana

Marques Batista, Andréa Marques Antônio e Maria Neide de O. Santos, pelo

incrível carinho que me receberam e pelos bons momentos que temos passado

juntas.

Aos médicos e colegas do Hospital Belo Horizonte, onde fui muito bem

recebida e tive a oportunidade de realizar meu internato médico de volta à cidade

da minha adolescência.

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A todos os professores e colegas do Curso de Medicina das

Faculdades Integradas Severino Sombra. Agradeço de coração o apoio e os

ensinamentos que recebi de muitos professores, em especial do Prof. Dr. Pedro

Paulo Franco Mexas, pela ajuda em momento tão difícil. Trago na alma a

saudade daqueles tempos, a saudade daquela felicidade.

A minha grande amiga-irmã, Sâmia Sasdelli Hetti... Passe o tempo que

for, estejamos separadas pela distância que for, estaremos sempre unidas pela

nossa eterna amizade de infância.

À Sra. Maria Nilce Pereira, professora de português, por sua ajuda na

revisão do texto e, principalmente, por sua dedicação e carinho.

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Agradecimentos Especiais

A todos os pacientes portadores de fibrilação atrial que tão

gentilmente e tão humildemente responderam aos questionários tornando este

trabalho possível. Os meus sinceros agradecimentos, a consciência da minha

dívida e do muito que ainda há de ser feito.

À Sra. Maria de Lourdes Costa Oliveira, secretária da Disciplina de

Cardiologia, pessoa serena, cordial, discreta e atenciosa com todos e em todos os

momentos. Sou-lhe muita grata pelas palavras de incentivo e pelo carinho com

que sempre me tratou.

À minha grande amiga, Veruska Hernandes Campos Maria,

Enfermeira responsável pela Eletrofisiologia da UNIFESP-EPM, por quem tenho

um enorme carinho e admiração. Extremamente capacitada, dinâmica e amiga,

sou-lhe muito grata pela importante contribuição para a realização deste trabalho.

Indubitavelmente, sem a sua presença, este trabalho não seria possível.

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“Quem passa por nós, nunca vai só, nunca nos deixa sós,

deixa sempre um pouco de si, leva sempre um pouco de nós”

(Charles Chaplin)

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1. INTRODUÇÃO

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Introdução

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1.1 Aspectos epidemiológicos

A fibrilação atrial (FA) é a arritmia sustentada mais comum na prática

clínica e está associada a significante aumento na morbimortalidade de seus

portadores (Katz, Pick, 1956; Kannel et al., 1982). Sua prevalência é estimada em

0,4% a 1% da população geral, aumentando para 8% naqueles com mais de 80

anos. Estima-se que 2,3 milhões de pessoas nos Estados Unidos e 4,5 milhões

de pessoas na Europa tenham FA paroxística ou persistente (Go et al., 2001).

No Brasil, a FA foi observada em 4,8% dos 1.021 eletrocardiogramas

analisados de pacientes com idade entre 66 e 87 anos (De Carvalho Fo. et

al.,1994; Feinberg et al, 1995). Setenta por cento dos pacientes com FA têm entre

65 e 75 anos de idade. Sua prevalência ajustada pela idade é maior no sexo

masculino, mas cerca de 60% dos pacientes afetados com mais de 75 anos, são

mulheres (Kannel et al., 1983; Furberg et al., 1994; Feinberg et al, 1995; Lévy et

al.,1999). Além disso, a FA relaciona-se estreitamente com a presença de

insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e cardiopatia valvar, sendo mais

prevalente com a maior gravidade destas condições (Fuster et al., 2001). Por

outro lado, a prevalência da FA isolada é muito variável, podendo ser encontrada

em 3 a 30% de todos os casos (Kopecky et al., 1999; Lévy et al.,1999; Murgatroyd

et al., 1999).

1.2 Manifestações clínicas

O impacto clínico dessa arritmia pode variar do indivíduo totalmente

assintomático àquele extremamente limitado por sintomas. A primeira

manifestação clínica pode ser um evento embólico ou a exacerbação da

insuficiência cardíaca. Ao contrário do que se poderia imaginar, a ausência de

sintomas não é totalmente benéfica. Os episódios de FA intermitentes e com

duração variável levam ao remodelamento atrial, pela diminuição nos períodos

refratários atriais, propiciando a perpetuação da arritmia. Além disso, podem

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Introdução

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provocar alterações no metabolismo do miocárdio ventricular e o desenvolvimento

de taquicardiomiopatia (Lévy et al., 1998).

Nos pacientes sintomáticos, são frequentes as palpitações, a dispneia,

a dor no peito, a tontura e a fadiga. A síncope, embora incomum, está associada

à maior gravidade.

O evento embólico é a complicação mais temida nos pacientes com FA

e está diretamente relacionado à presença de doença cardiovascular. O risco de

acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes com FA é de 3 a 8% ao ano,

dependendo da associação com fatores de risco. Idade avançada, disfunção

ventricular, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, doença coronariana

e, principalmente, evento embólico prévio são fatores de risco independentes para

o tromboembolismo na FA não-reumática (Atrial Fibrillation Investigators, 1994;

Hart et al., 1999a).

Alguns esquemas clínicos para estratificar os pacientes portadores de

FA e risco para evento embólico foram avaliados. Dentre eles, o CHADS2

(“Cardiac failure, Hypertension, Age, Diabetes, Stroke”) estratifica de forma

simples, demonstrando correlação de valores acima de 2 pontos com maiores

taxas de AVC (Gage et al., 2001). A taxa de AVC para pacientes com FA isolada

em uso de aspirina pode chegar a 3,3% ao ano, mesmo na ausência de doença

cardíaca estrutural (Hart et al., 1999b).

Com relação à taxa de mortalidade, os pacientes com FA apresentam o

dobro de risco em relação àqueles em ritmo sinusal e há uma forte associação

com a gravidade da doença cardíaca subjacente (Kannel et al., 1983; Flegel et al.,

1987; Krahn et al., 1995).

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Introdução

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1.3 Classificação da fibrilação atrial

A classificação atualmente recomendada utiliza os termos primeiro

episódio, paroxística, persistente e permanente, com a intenção de torná-la

simples e clinicamente relevante. Se o paciente tem dois ou mais episódios, a FA

é considerada recorrente. Se a arritmia termina espontaneamente é designada

paroxística e, quando sustentada, é chamada de persistente. O termo permanente

é usado para FA de longa duração (mais de um ano), ou quando a cardioversão

não foi indicada ou houve insucesso na reversão (Fuster et al., 2006).

1.4 Opções terapêuticas

O manuseio ótimo da FA permanece incerto, mesmo nos dias atuais. O

arsenal de condutas composto por anticoagulação, controle do ritmo, controle da

frequência ventricular, técnicas ablativas e cirúrgicas, marcapasso, desfibrilador

atrial, entre outros, parece insuficiente diante de tal arritmia (Fuster et al., 2006;

Wyse et al., 2002; Jaïs et al., 2002a).

1.4.1 Anticoagulação

Para a maioria dos pacientes, a anticoagulação oral é recomendável,

devido à inequívoca eficácia na redução do AVC, mesmo quando o ritmo sinusal é

restabelecido (Wyse et al., 2002; Opolski et al., 2004). A ocorrência de AVC sofre

redução do risco relativo de aproximadamente 62% com o uso do warfarin quando

comparado ao placebo. O uso da aspirina reduz o risco do AVC em 22% e

quando comparados warfarin e aspirina a redução no risco relativo de AVC é de

36%. (Hart et al., 1999b).

No estudo AFFIRM (Wyse et al., 2002) a taxa de AVC isquêmico foi de

aproximadamente 1% ao ano em cada grupo (controle do ritmo vs controle da

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Introdução

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frequência cardíaca) e a maioria deles ocorreu naqueles que descontinuaram a

anticoagulação ou estavam com os níveis de Razão Normatizada Internacional

(RNI) subterapêuticos.

1.4.2 Controle do ritmo vs controle da frequência cardíaca

Durante muitos anos, o controle do ritmo, com reversão e manutenção

do ritmo sinusal, foi a estratégia terapêutica preferencial (Brodsky et al., 1996;

Hohnloser et al., 2000). Acreditava-se que o restabelecimento do ritmo sinusal

propiciaria uma condição mais fisiológica, com redução dos sintomas, melhora da

tolerância ao exercício, diminuição do risco de AVC, melhora da qualidade de

vida, extensão da sobrevida e, eventualmente, a descontinuação da terapia

anticoagulante (Waldo, 1999; Falk, 2001). Entretanto, nenhum dos presumíveis

benefícios foi alcançado quando comparado ao controle da frequência cardíaca

(Hohnloser et al., 2000; Wyse et al., 2002; Gelder et al., 2002; Carlsson et al.,

2003; Opolski et al., 2004; Roy et al., 2008).

Atualmente a opção pela reversão para o ritmo sinusal é baseada no

controle dos sintomas, na restauração do ritmo em um primeiro episódio de FA e

na prevenção da disfunção ventricular (De Paola et al., 2003; Fuster et al., 2006).

A manutenção do ritmo sinusal pode ser alcançada com taxa de

sucesso variável com o uso das diversas drogas antiarrítmicas. A amiodarona é o

fármaco antiarrítmico mais eficaz para prevenção de recorrências de FA (Roy et

al., 2000; Wyse et al., 2002; Opolski et al., 2004), exceto naqueles com doença

cardíaca isquêmica, onde não há diferença significativa quando comparada ao

sotalol (Singh et al., 2005). O que limita o seu uso é o risco de efeitos colaterais

extracardíacos (cerca de 20 a 40% dos casos) (Fuster et al., 2006). A despeito de

repetidas cardioversões e uso de drogas antiarrítmicas, a taxa de manutenção do

ritmo sinusal foi de 56% (PIAF), 39% (RACE), 38% (STAF), 63,5% (HOT-CAFE) e

73% (AF-CHF) no grupo controle de ritmo ao final dos estudos (Hohnloser et al.,

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Introdução

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2000; Gelder et al., 2002; Carlsson et al., 2003; Opolski et al., 2004; Roy et al.,

2008). No AFFIRM (Wyse et al., 2002), a prevalência do ritmo sinusal em

pacientes no grupo controle do ritmo foi decrescente com o passar dos anos,

sendo de 82,4%, 73,3% e 62,6% em um, três e cinco anos de seguimento,

respectivamente.

O controle da frequência cardíaca pode ser considerado estratégia

inicial no tratamento da FA e o controle do ritmo pode ser abandonado

precocemente se não for totalmente satisfatório, visto que ambas as estratégias

não apresentam diferença nas taxas de mortalidade e AVC (De Denus et al.,

2005).

1.4.3 Ablação da fibrilação atrial

As veias pulmonares de pacientes com FA exibem propriedades

eletrofisiológicas distintas daqueles sem tal arritmia, o que potencialmente explica

sua arritmogenicidade (JAÏS et al., 2002a). A terapia curativa desenvolvida por

cirurgiões através de atriotomias e, posteriormente utilizada por eletrofisiologistas

pela criação de lesões lineares atriais com aplicação de radiofrequência por

cateter, interrompe as frentes de onda, mas não impede os batimentos

deflagradores capazes de induzir a FA (Shah et al., 1999).

No entanto o mapeamento cuidadoso desses focos venosos e a

ablação com o isolamento das veias pulmonares pode curar a FA paroxística

(Chen et al., 1999; Scanavacca et al., 1999; Haïssaguere et al., 2000 a;

Haïssaguere et al., 2000 b).

A eficácia na ablação da FA é bastante variada e complicações

maiores foram relatadas em cerca de 6% dos procedimentos. (Cappato et al.,

2005). A grande variação nos resultados deve-se às diferenças nas técnicas

empregadas, nos tempos de seguimento, na definição de sucesso, nas drogas

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antiarrítmicos e nos níveis de experiência dos centros realizadores. (Calkins et al.,

2007).

1.5 Qualidade de vida

A eficácia terapêutica da FA é avaliada, predominantemente, segundo

critérios objetivos, como morbidade e mortalidade. Nos dias atuais, tais objetivos

expandem-se para a redução dos sintomas e a prevenção das complicações

provocadas por essa arritmia, com consequente melhora da qualidade de vida de

seus portadores (Luderitz, Jung, 2000). A qualidade de vida dos pacientes com

FA sofre impacto considerável, sendo significantemente pior do que a de

pacientes pós-infarto do miocárdio, com insuficiência cardíaca ou com outros tipos

de arritmias (Bubien, 2000).

1.5.1 Importância da avaliação da qualidade de vida

Muitos fatores têm influenciado o crescente interesse pelas medidas de

qualidade de vida. Tais medidas auxiliam em tomadas de decisão, principalmente

em pacientes com condições crônicas, diferenciam fatores que afetam a escolha

do tratamento e facilitam as informações, tornando os pacientes participantes na

terapêutica, além de proverem dados de relevância às autoridades reguladoras

para aprovação de novas drogas e dispositivos (Luderitz, Jung, 2000). Também

fornecem descrições valiosas das experiências de uma determinada população

de pacientes, comparam diferentes grupos ou subgrupos de doentes, ajudam a

predizer o curso da doença, o processo de recuperação, a resposta ao tratamento

e a necessidade de serviços específicos (Devon, Ferrans, 2003).

A avaliação da qualidade de vida é tão importante quanto medidas

tradicionais que afetam as doenças. Desde o início dos anos 70 tem havido um

aumento exponencial no uso da qualidade de vida como desfecho em pesquisas

clínicas. Um levantamento do registro de ensaios clínicos controlados da

Colaboração Cochrane mostrou que os estudos mais relacionados com a

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Introdução

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avaliação de qualidade de vida são aqueles referentes aos cânceres (29%) e às

doenças cardiovasculares (26%) (Engelmann, Pehrson, 2003).

Em contraste com arritmias com risco de vida, a fibrilação atrial pode

até parecer benigna, todavia revelará seus efeitos deletérios com a passar dos

anos. Além disso, os pacientes com FA experimentam sintomas significantes

durante os episódios de arritmia, incluindo palpitações, dispneia, tontura, dor no

peito e fadiga. Os pacientes com FA persistente ou permanente, frequentemente

relatam sensação geral de doença, baixa tolerância aos exercícios, irritabilidade,

déficit de concentração e distúrbios do sono (Bubien, 2000).

O manuseio dessa arritmia é complexo e multifacetado, pois envolve a

anticoagulação em combinação com drogas antiarrítmicas e com terapias não-

farmacológicas (cardioversão, ablação por cateter, marcapasso, desfibrilador

atrial, cirurgia). O impacto dessas terapias na morbidade e na mortalidade não

está claro. Por conseguinte, a redução de sintomas e a melhora na qualidade de

vida são as principais razões para tratar esses pacientes (Bubien, 2000;

Engelmann, Pehrson, 2003).

1.5.2 Definição de qualidade de vida

O conceito de qualidade de vida é inerentemente subjetivo e de

definição muito variada. No entanto existe um consenso geral de que a qualidade

de vida é uma construção multidimensional e pode ser avaliada com base nos

quatro principais componentes: condição física, bem-estar psicológico, atividades

sociais e atividades diárias (Louise, Bubien, 1996; Luderitz, Jung, 2000;

Engelmann, Pehrson, 2003).

A capacidade funcional tem relação estrita com a manutenção do status

social e inclui a habilidade da pessoa em realizar suas atividades diárias e

cuidados próprios, bem como funções intelectuais, emocionais e sociais. A

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Introdução

9

presença ou ausência de sintomas, sua frequência e intensidade estão inseridas

na saúde física e mental das dimensões de qualidade de vida (Bubien et al.,

1996). Miettinem (1987) definiu a qualidade de vida como a “Sensação íntima de

conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de suas funções físicas,

intelectuais e psíquicas dentro da realidade da sua família, do seu trabalho e

dos valores da comunidade a qual pertence”.

1.5.3 Instrumentos de medida de qualidade de vida

No processo de avaliação da qualidade de vida é interessante

transformar medidas subjetivas em objetivas, capazes de serem mensuradas de

forma quantitativa. A acurada quantificação da qualidade de vida tem sido

proposta por meio de questionários ou instrumentos e existem dois tipos básicos:

os questionários genéricos e os questionários doença-específicos (Bubien et

al.,1996, Luderitz, Jung, 2000; Engelmann, Pehrson, 2003).

Os questionários genéricos são aplicáveis a qualquer condição de saúde e

doença, não sendo utilizados especificamente para uma doença ou uma

população suscetível; são mais proveitosos na avaliação de saúde geral e na

comparação entre as doenças (Luderitz, Jung, 2000; Engelmann, Pehrson, 2003).

Por isso não são capazes de detectar determinados aspectos particulares ou

específicos da qualidade de vida dos pacientes (Guyatt et al., 1989).

Atualmente, o SF-36 (The Medical Outcome Study Short-Form Health

Survey, SF-36) (anexo 1) é o questionário genérico validado mais utilizado na

literatura, existindo cerca de 4 mil publicações sobre esse instrumento (Turner-

Bowker et al, 2002). Traduzido em mais de 50 países, inclusive no Brasil

(Ciconelli et al.,1999), é composto por 36 questões, agrupadas em oito domínios,

os quais refletem aspectos de saúde mental e saúde física. A pontuação de cada

domínio varia de zero a 100 pontos, sendo que quanto maior a pontuação, melhor

a qualidade de vida. (Ware, Sherbourne, 1992; McHorney et al, 1993, 1994).

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Introdução

10

Um questionário específico é um instrumento capaz de avaliar de forma

individual e específica determinados aspectos da qualidade de vida (Guyatt,

1995). Geralmente foca-se nos domínios mais relevantes da doença ou condição

em estudo e nas características dos pacientes, onde a condição é prevalente. Por

esse motivo, são mais apropriados para ensaios clínicos que avaliam

intervenções terapêuticas específicas (Luderitz, Jung, 2000; Engelmann, Pehrson,

2003). As principais vantagens desse tipo de instrumento referem-se à inclusão

de dimensões relevantes para os pacientes. As desvantagens incluem a perda de

comparação dos resultados com outros grupos de doenças e a possibilidade de

perda de informações de domínios que não foram incluídos (Fletcher et al., 1992).

Os questionários de medida de qualidade de vida, sejam eles

genéricos ou específicos, envolvem uma complexa coleção de itens, questões e

domínios. Um item é uma pergunta única e o conjunto de itens forma uma

determinada questão. Um domínio ou dimensão identifica um foco particular de

atenção e se compromete a responder um único item ou vários itens

relacionados. O instrumento é a coleção de itens usados para obter os dados

desejados e pode conter uma questão global única ou múltiplos itens que, por sua

vez, podem ou não ser categorizados em questões e domínios separados

(Luderitz, Jung, 2000).

1.5.4 Propriedades psicométricas dos questionários de qualidade de vida

A seleção de um instrumento apropriado de medida de qualidade de

vida é afetada por vários fatores. A escolha deve se basear na capacidade do

instrumento em avaliar de forma adequada a situação pretendida. O instrumento

deve ter formato simples, de fácil aplicação e compreensão; seus componentes

devem ser claros e o tempo de administração apropriado (Bell et al., 1990;

Luderitz, Jung, 2000).

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Introdução

11

As propriedades psicométricas ou de medida são os pré-requisitos

fundamentais às medidas da qualidade de vida, sejam elas questionários

genéricos ou específicos. Tais propriedades incluem a validade, a

reprodutibilidade, a responsividade, a sensibilidade e a utilidade prática do

questionário em questão (Luderitz, Jung, 2000; Devon, Ferrans, 2003;

Engelmann, Pehrson, 2003).

A validade é a estimativa da extensão para qual o instrumento de

medida reflete o que se tem a intenção de medir, ou seja, se os resultados de

uma aferição correspondem ao estado verdadeiro dos fenômenos medidos. Um

instrumento válido é aquele com um acúmulo de evidências sobre medidas

repetidas, não podendo ser interpretado como tudo ou nada. A validade não está

presente ou ausente. É possível construir evidências a favor ou contra a validade

de uma escala, nas condições em que ela é usada. Existem três formas de

validade: de conteúdo, de critério e de construto. A validade de conteúdo avalia

se os itens de um instrumento preenchem a variação de conteúdo sobre o que se

pretende estudar. Embora o endosso de tal validade seja subjetivo, a revisão da

literatura, a comparação com modelos existentes, entrevistas à população alvo e

a opinião de especialistas dão suporte aos instrumentos específicos. A validade

de critério existe na medida em que as aferições correlacionam-se com alguma

outra variável diretamente observável. Por exemplo, um teste sobre o uso próprio

de nitrato sublingual pode ser validado pela contagem do número de comprimidos

tomados no blister e o número de episódios de angina anotados pelo paciente em

um diário. A validade de construto provê um elo entre a teoria e a conceituação

do instrumento, ou seja, ele deve medir convincentemente o que se propõe. Isso

pode ser realizado de duas maneiras: por meio da validade de construtos

convergente e divergente. Assume-se que existe validade de construto

convergente quando dois métodos independentes levam a resultados similares e

validade de construto divergente quando são identificados grupos diferentes em

uma mesma medida (Fletcher et al., 1996; Devon, Ferrans, 2003).

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Introdução

12

Na definição de reprodutibilidade, medidas de um fenômeno estável –

repetidas por pessoas e instrumentos diferentes em momentos e lugares distintos

– alcançam resultados semelhantes. A medida reprodutível é aquela que é

consistente e estável ao longo do tempo ou em mensurações repetidas. Por isso

é também denominada confiabilidade ou precisão. É necessária em um

instrumento de medida, mas não é um componente suficiente de validade. Essa

medida é composta por dois elementos: a verdadeira pontuação (ou pontuação

real) e o erro de mensuração causado por distúrbios aleatórios. Existem quatro

métodos de avaliação da reprodutibilidade de um instrumento: o teste-reteste, a

forma alternativa, a divisão em partes iguais e a consistência interna.

O teste – reteste é apropriado para medir características estáveis ao

longo do tempo. A avaliação estatística é calculada pela comparação da

pontuação inicial com a do teste subsequente. O coeficiente de correlação de

Pearson, comumente utilizado, não é adequado para medidas repetitivas, pois

não reflete diferenças sistemáticas e randômicas. O coeficiente de correlação

intraclasse é o índice de escolha para quantificar a reprodutibilidade pelo teste-

reteste, já que reflete diferenças randômicas e sistemáticas (Bartko, 1966;

Kramer, Feinstein, 1981). A forma alternativa requer a construção de um novo

teste paralelo, o que pode ser difícil, até mesmo impossível se o conteúdo for

limitado ou se existirem muitos itens para serem testados. A técnica de divisão

em partes iguais (split-halves) pode ser considerada uma substituta da forma

alternativa e uma forma de reprodutibilidade de consistência interna. Os itens são

divididos ocasionalmente em dois grupos, a pontuação de cada metade é

correlacionada e a fórmula de Spearmn-Brown é aplicada para estimar a

reprodutibilidade do teste como um todo (Brown, 1999). O método de

consistência interna avalia quão bem os itens de um instrumento se encaixam

conceitualmente e deve ser sempre aplicado para avaliar a reprodutibilidade,

mesmo quando outros métodos forem utilizados. A consistência interna é

mensurada por meio do coeficiente alfa de Cronbach, adequado para medidas

repetitivas (Cronbach, 1950).

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Introdução

13

Um instrumento é internamente consistente se todos os seus itens são

medidas de um mesmo atributo. O coeficiente alfa estima a reprodutibilidade por

computar a média de correlação inter - item entre todos os itens do teste. Um

valor alfa maior ou igual a 0,70 tem sido recomendado para comparação de

grupos. A precisão na análise da pontuação individual de um paciente requer um

coeficiente alfa maior ou igual a 0,90. Tais valores são considerados excelentes

para esta análise. (McHorney et al., 1994; Fletcher et al., 1996; Devon, Ferrans,

2003).

A responsividade é a medida da associação entre as mudanças

observadas na pontuação e o verdadeiro valor do construto, ou seja, os

resultados encontrados pelo questionário mudam de acordo com as mudanças

nas condições clínicas dos pacientes. Vários métodos estatísticos têm sido

propostos para avaliar a responsividade. Um deles é o teste t pareado da

pontuação dos questionários pré e pós - tratamento.

As diferenças significantes indicam que o questionário é responsivo às

mudanças no estado clínico do paciente. Um instrumento é sensível quando é

hábil em detectar pequenas, porém importantes mudanças ou diferenças na

qualidade de vida (Fletcher et al., 1996; Luderitz, Jung, 2000; Devon, Ferrans,

2003; Engelmann, Pehrson, 2003).

Para que uma medida tenha utilidade prática, além de ser válida,

reprodutível e responsiva, deve ser simples e rápida de aplicar, ter uma

pontuação fácil e prover dados de valor clínico (Engelmann, Pehrson, 2003).

1.5.5 Questionários de qualidade de vida em estudos com fibrilação atrial

Na década de 90, vários estudos avaliaram a qualidade de vida em

pacientes com FA. No entanto, a maioria desses trabalhos foi realizada com um

número pequeno de pacientes. Alguns utilizaram os formatos de entrevista e

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Introdução

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relato de sintomas, e poucos incluíram métodos validados para análise da

qualidade de vida (Louise, Bubien, 1996; Luderitz, Jung, 2000).

A partir do ano 2000, estudos sobre FA empregaram métodos mais

adequados para avaliar a qualidade de vida dos pacientes (quadro 1). Os estudos

PIAF (Grönefeld et al.,2003) e STAF (Carlsson et al.,2003) ainda utilizaram o

formato de relato de sintomas que não preenche os pré-requisitos necessários

para instrumento de medida de qualidade de vida. Os questionários Symptom

Checklist (SCL – anexo 3) e Atrial Fibrillation Severity Scale (AFSS – anexo 2)

tiveram suas validações inseridas no ensaio clínico (Bubien et al., 1996, Dorian et

al., 2002). Dessa maneira a validação faz parte do resultado, originando aquilo

que em lógica chama-se de raciocínio circular - o resultado do ensaio valida o

instrumento e vice-versa. O questionário Quality of Life Index (QoL version IV –

anexo 4), teve sua validação publicada em revista de menor impacto e é

classificado como questionário genérico com componente doença cardíaca-

específico (Ferrans, Powers, 1985). Os questionários Duke Activity Status Index

(anexo 5) (Hlatky et al., 1989) e Specific Activity Scale (Goldman, 1981) são

questionários genéricos e avaliam a capacidade funcional. No entanto sabe-se

que nem sempre uma melhor tolerância ao exercício se traduz em melhor

qualidade de vida (Hohnloser et al., 2000; Opolski et al., 2004).

O instrumento University of Minnesota Living with Heart Failure

Questionnaire (anexo 6) (Rector et al., 1987) é um questionário específico para

avaliar a qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca.

A maioria dos estudos, entretanto, utilizou o questionário genérico SF-

36 na avaliação da qualidade de vida dos pacientes com FA que, todavia, não

aborda as manifestações específicas dessa arritmia (Grönefeld et al., 2003;

Dorian et al., 2002; Carlsson et al., 2003; Hagens et al., 2004; The AFFIRM

Investigators, 2005; Wazni et al., 2005; Singh et al., 2006).

Paradoxalmente, considerando sua importância clínica, encontramos

três questionários descritos como específicos para a FA: AFSS - University of

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Introdução

15

Toronto Atrial Fibrillation Severity Scale; AFQLQ – Quality of Life Atrial Fibrillation;

AFQoL-18 – Atrial Fibrillation Quality of Life (Dorian et al.,2002; Tsuneda et al.,

2006; Badia et al.,2007). No entanto eles apresentam fragilidades metodológicas

que dificultam suas aplicações.

O primeiro, o AFSS (anexo 2), a avaliação de suas propriedades

encontra-se inserida no ensaio clínico e não há publicação prévia de validação do

instrumento (Dorian et al., 2002). Além disso, restringe os seus itens à avaliação

exclusiva da palpitação. O segundo, o AFQLQ, teve as publicações de sua

apresentação e validação em 2003 e 2005 em japonês (Tsuneda et al., 2006). O

terceiro deles, o AFQoL-18 (anexo 7), foi publicado em revista eletrônica e

desenvolvido inicialmente com 40 itens, sofrendo reduções até 18 itens. Não há

dados de avaliação prospectiva ou de responsividade deste às manifestações

evolutivas da FA (Badia et al., 2007).

Também foi encontrado na literatura um questionário, Symptom

Severity Questionnaire (anexo 8), aplicado em estudo randomizado para ablação

de FA que nos parece arritmia - específico. Todavia não foi validado e não há

publicação referente ao seu desenvolvimento (Oral et al.,2006).

Por conseguinte, consideramos relevante a construção de um

instrumento específico para avaliação da qualidade de vida em pacientes com

fibrilação atrial que aborde as principais manifestações clínicas dessa arritmia e

que tenha suas propriedades de medida adequadamente testadas.

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Introdução

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Quadro 1. Estudos clínicos, a partir de 2000, que avaliaram a qualidade de vida

de pacientes com FA. Descrição dos instrumentos de medida utilizados e

caracterizações.

ESTUDOS DE QUALIDADE DE VIDA

MEDIDAS DE QUALIDADE DE VIDA

TIPOS DE QUESTIONÁRIOS

Estudos com Drogas Antiarrítmicas

CTAF (2002)

SF-36

Genérico

DASI

Genérico

SCL

Arritmia - específico

AFSS

FA - específico

SAFE-T (2006)

SF-36

Genérico

SCL

Arritmia – específico

SAS

Genérico

AFSS

FA - específico

Estudos Controle do Ritmo vs Controle da Frequência Cardíaca

PIAF (2003)

SF-36

Genérico

Relato de sintomas NA

STAF (2003)

SF-36 Genérico

Relato de sintomas NA

RACE (2004)

SF-36 Genérico

SF-36 Genérico

AFFIRM (2005)

QoL - IV Genérico com componente doença cardíaca-específico

SCL Arritmia – específico

SF-36 Genérico

AF-CHF (2008)

SCL Arritmia – específico

AFSS FA – específico

Minnesota IC – específico

Estudos randomizados de ablação por cateter Wazni et al (2005) SF-36 Genérico

Oral et al (2006) Symptom Severity Questionnaire NA

Estudo Controle de Frequência Cardíaca

Tsuneda et al (2006) AFQLQ FA - específico QoL – IV: Quality of Life Index - Cardiac Version IV; SCL: Symptom Checklist: Frequency and Severity; AFSS: University of Toronto AF Severity Scale; Minnesota: University of Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire; DASI: Duke Activity Status Index; AFQLQ:Quality of Life of Atrial Fibrillation; SAS: Specific Activity Scale; NA: não se aplica.

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2. OBJETIVOS

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Objetivos

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1. Desenvolver um questionário específico para avaliação da qualidade de

vida em pacientes com fibrilação atrial.

2. Validar o questionário por meio da análise de suas propriedades de

medida: validade, reprodutibilidade e responsividade.

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3. MÉTODOS

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Métodos

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O estudo Desenvolvimento e Validação de um Questionário

Específico para Avaliação da Qualidade de Vida em Pacientes com

Fibrilação Atrial foi elaborado e realizado no Setor de Eletrofisiologia Clínica,

Disciplina de Cardiologia, Departamento de Medicina da Escola Paulista de

Medicina – Universidade Federal de São Paulo. O trabalho foi realizado de janeiro

de 1999 a maio de 2002 e foi dividido em três fases.

3.1 Fase inicial – Desenvolvimento do questionário

Em janeiro de 1999 iniciamos o desenvolvimento de um questionário

para avaliação da qualidade de vida em pacientes com FA, nomeado QVFA -

Qualidade de Vida em FA. Com este intuito foram realizadas sessões de painel

com especialistas em arritmia. Inicialmente, os especialistas determinaram quais

seriam as manifestações clínicas mais importantes dessa arritmia. Foi elaborado

um modelo de questionário onde as manifestações clínicas compuseram os

domínios. As questões e os itens de cada domínio foram novamente discutidos

com os especialistas, de acordo com sua relevância. A linguagem empregada

objetivou a simplicidade, a clareza e a facilidade de compreensão. A definição da

pontuação foi estabelecida por consenso entre os eletrofisiologistas que

atribuíram valores maiores ou menores, de acordo com a importância do item,

questão e domínio no contexto clínico. Optamos por valores maiores para aqueles

itens considerados piores para a FA. Finalmente, esse modelo foi aplicado

inicialmente em um pequeno grupo de pacientes - fase piloto. Após esta fase,

observamos que o tratamento empregado para essa arritmia era relevante e, por

conseguinte, foram incluídos no questionário três domínios sobre teste tema. A

definição da pontuação também foi feita por meio de consenso em sessão de

painel.

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Métodos

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3.2 Fase intermediária – Seleção e aplicação

3.2.1 Seleção dos pacientes

Foram considerados elegíveis para este estudo:

1. Pacientes portadores de FA documentada em ECG de 12 derivações;

2. FA de qualquer etiologia;

3. FA de qualquer classificação;

4. Pacientes sintomáticos ou não;

5. Pacientes com FA em acompanhamento no ambulatório de FA no

Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Paulo;

6. Pacientes alfabetizados ou não, devendo eles próprios responder aos

questionários.

A escolha da terapêutica era decisão do médico que assistia ao

paciente nas consultas regulares e não consistia em critério de inclusão ou

exclusão.

Foram considerados critérios de exclusão:

1. Pacientes que não concordassem em participar do estudo por qualquer

motivo;

2. Pacientes com déficit importante de memória;

3. Pacientes com algum grau de demência.

Também foram excluídos os pacientes que só responderam aos

questionários na visita inicial (drop out), sem nenhuma outra avaliação

subsequente por qualquer motivo.

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Métodos

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Uma vez satisfeitos os critérios de inclusão e exclusão os pacientes

foram informados detalhadamente sobre os objetivos do estudo e os

procedimentos aos quais seriam submetidos, conforme as recomendações da

Organização Mundial de Saúde e Declaração de Helsinque de 1975 para

pesquisas biomédicas, envolvendo seres humanos. O termo de consentimento

livre e informado foi assinado e iniciada a pesquisa.

3.2.2 Aplicação dos questionários

Foram aplicados de forma prospectiva e simultânea os questionários

SF-36 e QVFA aos pacientes elegíveis. A forma escolhida para responder aos

questionários foi a entrevista. Para padronização da entrevista foram treinados

três observadores e as perguntas foram feitas de acordo com a forma escrita, não

existindo explicação de qualquer palavra ou questão. A compreensão deveria ser

exclusiva do entrevistado. Antes ou após a consulta ambulatorial, foram aplicados

os questionários aos pacientes em ambiente tranquilo e com medição do tempo

despendido sem a percepção do paciente. Os acompanhantes podiam

permanecer na sala e foram orientados a não ajudar na compreensão das

perguntas ou nas respostas.

No período de fevereiro a novembro de 1999 foi realizado um projeto

piloto que consistiu na aplicação simultânea dos questionários SF-36 e QVFA em

32 pacientes elegíveis na visita inicial e após três meses.

No período de fevereiro de 2001 a maio de 2002, os questionários SF-

36 e QVFA foram aplicados simultaneamente a pacientes elegíveis na visita

inicial, aos três, seis, nove e 12 meses. Todos os pacientes tiveram as suas

informações clínicas inseridos em um banco de dados (Quadro 2).

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Métodos

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Quadro 2. Dados clínicos registrados a cada avaliação.

Dados Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses Data de Nascimento X Escolaridade X Idade X Sexo X Classificação FA X X X X X Ritmo X X X X X Duração da FA X N de CVE X X X X X DAA X X X X X Terapia antitrombótica X X X X X Arritmias concomitantes X X X X X Evento embólico X X X X X Evento hemorrágico X X X X X DM X Tireoideopatia X DPOC X MP/ causa X HAS X Doença Cardíaca* X FEVE X X AE X X CF (NYHA) X X X X X Fc média X X X X X N= número; CVE= cardioversão elétrica; DAA= droga antiarrítmica; DM= diabetes mellitus; DPOC= doença pulmonar obstrutiva crônica; MP= marcapasso; HAS= hipertensão arterial sistêmica; FEVE= fração de ejeção do ventrículo esquerdo; AE= átrio esquerdo; CF= classe funcional; Fc= frequência cardíaca.*Doença cardíaca: doença arterial coronariana, valvar não-reumática, valvar reumática, miocardiopatia dilatada idiopática, miocardiopatia Chagásica, cardiopatia congênita.

3.3 Fase final – Validação

Para validação do questionário QVFA analisaram-se as seguintes

propriedades de medida: a validade, a reprodutibilidade e a responsividade.

Foram analisadas as validades de conteúdo e construto. Para a

validade de conteúdo consideram-se aspectos valorizados na literatura, a opinião

de especialistas e entrevistas com a população-alvo. Para validade de construto

convergente, simultaneamente ao QVFA, foi aplicado o questionário genérico SF-

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Métodos

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36. A escolha desse instrumento fundamentou-se em sua importância na literatura

e por ser um questionário validado e traduzido para a língua portuguesa.

A reprodutibilidade foi testada por meio do método de teste-reteste

(coeficiente de correlação intraclasse de Bartko), pela consistência interna

(coeficiente alfa de Cronbach – α) e pela análise da concordância inter e

intraobservadores. Dois observadores treinados na aplicação do questionário

aplicaram 40 QVFA em pacientes com FA, em momentos e locais distintos da

seguinte maneira:

1. Reprodutibilidade interobservadores: O observador 1 aplicou dez questionários

QVFA pela manhã em dez pacientes com FA no ambulatório de

anticoagulação. No mesmo dia à tarde, o observador 2 aplicou o questionário

QVFA nos mesmos dez pacientes no setor de arritmias. Em outro dia os

observadores fizeram o oposto: o observador 2 aplicou o questionário QVFA

pela manhã em outros dez pacientes no ambulatório de anticoagulação e o

observador 1 aplicou o questionário QVFA nesses mesmos pacientes no

período da tarde no setor de arritmias.

2. Reprodutibilidade intraobservadores: um observador aplicou 20 questionários

QVFA em 20 pacientes com FA no período da manhã no ambulatório de

anticoagulação e repetiu a aplicação nestes pacientes no período da tarde no

setor de arritmias.

A evidência de responsividade foi analisada pela mudança na

pontuação dos domínios do QVFA no período de seguimento, indicando se

mudanças clínicas puderam determinar diferenças significativas nos valores

obtidos.

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Métodos

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3.4 Análise estatística

Os resultados da pontuação dos domínios do SF-36 e do QVFA, a

pontuação total do QVFA, o tempo despendido para a aplicação dos

questionários, assim como as variáveis clínicas foram agrupados em um banco de

dados utilizando-se o programa SPSS 10.0 para ambiente operacional Windows

XP Service Pack 3 . Os cálculos estatísticos foram realizados pelo mesmo

programa anteriormente citado. Para a construção dos gráficos e das figuras

utilizou-se o Microsoft Excel que faz parte do Microsoft Office 2000 Premium e

também o programa SPSS 10.0 para ambiente operacional Windows XP Service

Pack 3. As tabelas foram construídas no Microsoft Excel e no Microsoft Word,

ambos do Microsoft Office 2000 Premium.

Inicialmente foi realizada a estatística descritiva das condições

demográficas e clínicas dos pacientes, obtendo-se a distribuição das frequências

absolutas e relativas das variáveis qualitativas e quantitativas. As variáveis

contínuas foram apresentadas como média ± desvio-padrão.

3.4.1 Validade de construto convergente

Os valores encontrados para cada domínio do SF-36 e para o total do

QVFA, quando comparado ao SF-36, foram expressos em média ± desvio-

padrão.

Realizamos a correlação entre as médias dos domínios do SF-36 (X) e

do total do QVFA (Y) para testar a validade de construto convergente e fornecer

evidência de validade. No caso de X e Y apresentarem variações no mesmo

sentido, diz-se que entre elas existe correlação positiva; quando as variações de

X e Y são em sentido contrário, trata-se de correlação negativa; finalmente

quando a variação de X não está relacionada com a variação de Y, não há

correlação (BERQUÓ et al, 1981).

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Métodos

24

3.4.2 Reprodutibilidade

Para estimar a reprodutibilidade foram calculados o coeficiente de

correlação intraclasse de Bartko e o coeficiente alfa de Cronbach nas médias de

cada domínio do QVFA e no total desse questionário. Também foram calculados

os coeficientes para a média de tempo despendido na aplicação do questionário

QVFA.

Para a realização do coeficiente de correlação intraclasse de Bartko, de

acordo com as orientações sugeridas por Fleiss (1986), utilizamos a seguinte

fórmula:

R = N (PMS – SEM)

N x PMS + (K-1) RMS + (N-1) x (K-1) x SEM

Os elementos constituintes desta fórmula (PMS, RMS, SEM, N e K) são

extraídos da análise de variância por repetição e expressos como:

PMS = quadrado médio por paciente;

RMS = quadrado médio por observador;

EMS = quadrado médio dos erros;

N = número de eventos analisados;

K = número de observadores.

Eles expressam a variabilidade que pode ocorrer entre cada

mensuração realizada pelos observadores, além de aquela resultante do erro

aleatório. A estatística R pode variar de –1 a +1, significando discordância e

concordância respectivamente.

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Métodos

25

Para o cálculo do coeficiente alfa de Cronbach (Bland, Altman, 1997), a

fórmula é:

α = kkkk ( 1- ΣΣΣΣs2i )

k k k k – 1 s2T

Os elementos da fórmula são expressos como:

α = número de itens;

s2i = variação de cada item;

s2T = variação da pontuação total formada pela soma de todos os itens

Um valor maior ou igual a 0,70 tem sido recomendado para ambos os

coeficientes. A precisão na análise da pontuação requer um coeficiente de 0,90,

sendo um valor de 0,95 desejável e considerado excelente (Nunnally, 1978;

Devon, Ferrans, 2003).

3.4.3 Responsividade

Os valores encontrados para os domínios do QVFA e a pontuação total

desse questionário foram expressos em média ± erro-padrão e comparados o

momento inicial e 12 meses, utilizando-se o teste t de student (Gosset). As

diferenças significativas devem indicar que o questionário é responsivo às

mudanças no estado clínico do paciente.

Para rejeição da hipótese de nulidade, utilizamos a probabilidade de

significância p < 0,05 (5%). Os intervalos de confiança foram calculados com a

probabilidade de 95%.

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4. RESULTADOS

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Resultados

30

4.1 Questionário

O questionário desenvolvido foi chamado de QVFA – Qualidade de

Vida em Fibrilação Atrial (anexo 6).

O formato do questionário contou com o título acima centralizado,

seguido de um cabeçalho de identificação com dados relevantes sobre o

paciente, a data da aplicação e o número da avaliação, já que foram cinco

avaliações em um ano de seguimento.

O QVFA foi formatado em sete domínios, 27 questões e 83 itens. Os

domínios foram numerados sequencialmente de I a VII, em algarismos romanos,

e foram compostos pelas principais manifestações clínicas da FA (palpitação,

Dispneia, precordialgia e tontura) e pelas intervenções habituais nesta arritmia

(medicação, cardioversão elétrica e ablação). As questões que contêm itens que

pontuam foram sequencialmente numeradas de 1 a 22 em algarismos arábicos.

As questões com resposta sim ou não de transição para as questões do domínio,

não foram numeradas e nem pontuadas. Os itens não foram numerados e para

cada um deles foi atribuída uma única resposta em forma de letra para evitar a

sugestão tanto do investigador quanto do paciente. Números maiores poderiam

sugerir melhor qualidade de vida.

Na fase piloto, o QVFA foi composto até o domínio V (Medicação). Os

domínios VI (Cardioversão Elétrica) e VII (Ablação) foram inseridos após esta

fase.

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Resultados

31

Figura 1. Questionário QVFA – Qualidade de Vida em FA.

QVFA Avaliação de Qualidade de Vida em Paciente com Fibrilação Atrial

Identificação Data:__________Nº:______ Nome:____________________________________________________ RG:__________Sexo:_______Data de Nasc.:__________Idade:______ Natural:_____________Proced.:___________Profissão:____________ Endereço:____________________________________Tel:__________ QUESTIONÁRIO: I. PALPITAÇÃO Tem palpitação (batedeira no peito)? ( ) Sim ( )Não 1) A palpitação é : � Diária........................................................................................ e � Semanal................................................................................... d � Quinzenal................................................................................. c � Mensal...................................................................................... b � > 30 dias................................................................................... a 2) A palpitação aparece com: � Repouso................................................................................... c � Estresse emocional ................................................................. b � Atividade comum (trabalho ou casa)........................................ a 3) Qual é a duração da palpitação?

� < 1 minuto................................................................................. a � Minutos..................................................................................... b � Horas........................................................................................ d � Contínua (direto)...................................................................... e 4) Quando começou a última palpitação? � < 48 horas................................................................................ c � > 48 horas a uma semana....................................................... k � > uma semana até um mês...................................................... b � > um mês até seis meses........................................................ l � > seis meses até um ano......................................................... a � > um ano.................................................................................. m 5) A palpitação atrapalha o seu dia-a-dia? � Muito........................................................................................ d � Médio....................................................................................... c

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Resultados

32

� Pouco....................................................................................... b � Nada......................................................................................... a II. DISPNEIA Tem falta de ar? ( ) Sim ( ) Não

6) A falta de ar é em: � Repouso................................................................................... f � Esforço: . pequeno...................................................................... e . médio.......................................................................... d . grande........................................................................ b 7) Junto com a falta de ar tem: � Palpitação................................................................................ b � Tosse....................................................................................... a � Tontura..................................................................................... b � Outros...................................................................................... a � Nenhum sintoma...................................................................... z 8) A falta de ar atrapalha o seu dia-a-dia? � Muito........................................................................................ h � Médio....................................................................................... f � Pouco....................................................................................... d � Nada......................................................................................... a

III. PRECORDIALGIA Tem dor no peito? ( ) Sim ( ) Não

9) A dor no peito começou ao mesmo tempo em que a palpitação? Sim...c Não...z 10) A dor no peito aparece com: � Repouso................................................................................... d � Estresse emocional ................................................................. c � Atividade comum (trabalho ou casa)........................................ b � Outros...................................................................................... a 11) Junto com a dor no peito tem: � Nenhum sintoma...................................................................... z � Sudorese.................................................................................. b � Náuseas e/ou vômitos.............................................................. b

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Resultados

33

� Irradiação................................................................................. a � Outros...................................................................................... a

12) A dor no peito atrapalha o seu dia-a-dia: � Muito........................................................................................ g � Médio....................................................................................... e � Pouco....................................................................................... c � Nada......................................................................................... a

IV. TONTURA Tem tontura? ( ) Sim ( ) Não

13) Qual é o tipo de tontura? � Sensação momentânea de desequilíbrio................................. c � Movimento rotatório seu ou do ambiente................................. c � Sensação de desmaio.............................................................. d � Desmaio................................................................................... f 14) Junto com a tontura tem: � Palpitação................................................................................ b � Visão embaçada...................................................................... b � Ansiedade................................................................................ a � Fraqueza.................................................................................. a � Outros...................................................................................... a � Nenhum sintoma...................................................................... z 15) A tontura atrapalha o seu dia-a-dia: � Muito........................................................................................ g � Médio....................................................................................... e � Pouco....................................................................................... c � Nada......................................................................................... a V. MEDICAÇÃO

Faz uso de medicação? ( ) Sim ( ) Não

16) É para o tratamento da arritmia? Sim...b Não...z

17) Depois que começou a medicação: � Ficou do mesmo jeito............................................................... a � Melhorou.................................................................................. z

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Resultados

34

� Piorou....................................................................................... c 18) Tomar a medicação atrapalha o seu dia-a-dia: � Muito........................................................................................ e � Médio....................................................................................... d � Pouco....................................................................................... c � Nada......................................................................................... z

VI. CARDIOVERSÃO ELÉTRICA 19) Já recebeu choque no peito? Sim...b Não...z

20) Depois do choque: � Ficou do mesmo jeito............................................................... a � Melhorou.................................................................................. z � Piorou....................................................................................... c

VII. ABLAÇÃO 21) Já fez ablação (tratamento com cateteres nas veias para arritmia)? Sim...b Não...z 22) Depois da ablação: � Ficou do mesmo jeito............................................................... a � Melhorou.................................................................................. z � Piorou....................................................................................... c

4.1.1 A Pontuação do questionário do QVFA

Para cada item foi atribuída uma única resposta em forma de letra. Cada

letra recebeu um valor numérico como mostrado no quadro abaixo.

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Resultados

35

Quadro 3. Valor numérico dos itens do questionário QVFA

a 1,0 h 8,0

b 2,0 i 9,0

c 3,0 j 10,0

d 4,0 k 2,5

e 5,0 l 1,5

f 6,0 m 0,5

g 7,0 z 0,0

Os domínios de I a IV pontuam 20, cada um deles. Os domínios V, VI e

VII pontuam 20 conjuntamente. A pontuação do QVFA é obtida pela soma da

resposta numérica de cada um dos 22 itens, o que provê uma pontuação total que

varia de zero a 100 pontos. Pontuações maiores significam uma pior qualidade de

vida.

Quadro 4. Pontuação do QVFA

Domínio Questões Pontos I

1 5,0 2 3,0 3 5,0 4 3,0 5 4,0

II

6 6,0 7 6,0 8 8,0

III

9 3,0

10 4,0 11 6,0 12 7,0

IV

13 6,0 14 7,0 15 7,0

V

16 2,0 17 3,0 18 5,0

VI 19 2,0 20 3,0

VII 21 2,0 22 3,0

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Resultados

36

4.2 Resultado da fase piloto de aplicação do questionário QVFA

Inicialmente, o questionário QVFA foi aplicado simultaneamente com o

SF-36, em 32 pacientes portadores de FA em seguimento ambulatorial que

preencheram os critérios de inclusão e exclusão. A idade média dos pacientes foi

de 59 ± 12 anos e 59% deles eram do sexo masculino.

Foram comparados os domínios do SF-36 e o valor total do

questionário QVFA no momento inicial e aos três meses. O QVFA nessa fase não

possuía os domínios Cardioversão Elétrica e Ablação, que foram adicionados

após essa fase.

Ambos os questionários mostraram melhora da qualidade de vida nesse

período de seguimento, com diferença estatisticamente significante nos domínios

Capacidade Funcional, Aspectos Sociais e Saúde Mental do SF-36 e no total do

QVFA.

Tabela 1. Resultados dos domínios do SF-36 e do total do questionário QVFA –

fase piloto - no momento inicial e aos três meses.

Domínios do SF-36 Inicial 3 meses p*

Capacidade Funcional 64,8 ± 30,1 76,7 ± 26,0 0,002

Aspectos Físicos 56,2 ± 41,2 71,1 ± 38,7 0,084

Dor 63,1 ± 28,4 63,8 ± 27,6 0,845

Estado Geral de Saúde 63,2 ± 22,8 65,1 ± 29,1 0,611

Vitalidade 61,4 ± 23,1 67,0 ± 27,3 0,127

Aspectos Sociais 74,0 ± 22,3 85,6 ± 24,6 0,034

Aspectos Emocionais 64,4 ± 37,0 71,7 ± 38,0 0,367

Saúde Mental 66,2 ± 22,6 72,5 ± 21,0 0,044

Total QVFA 34,2 ± 20,1 26,0 ± 20,0 0,006

Valores expressos em média e desvio-padrão. * teste t de Student pareado (p<0,05).

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Resultados

37

A análise dos domínios do QVFA mostrou melhora na qualidade de vida

em todos os domínios, com diferença estatisticamente significante, nos domínios

Dispneia e Tontura.

Tabela 2. Resultados do questionário QVFA – fase piloto – no momento inicial e

aos três meses.

Domínios do QVFA Inicial 3 meses p*

Palpitação 9,4 ± 1,3 7,8 ± 1,3 0,170

Dispneia 6,6 ± 1,1 3,6 ± 1,2 0,009

Precordialgia 4,4 ± 1,0 3,4 ± 1,0 0,300

Tontura 5,6 ± 0,9 3,4 ± 0,7 0,007

Medicação 8,6 ± 0,8 7,9 ± 0,6 0,442

Total QVFA 34,2 ± 3,5 26,0 ± 3,5 0,006

Valores expressos em média e erro-padrão. * teste t de Student pareado (p<0,05).

4.3 Amostra dos pacientes

Inicialmente 87 pacientes preencheram os critérios de inclusão e

exclusão do estudo sendo administramos ambos os questionários. Vinte e quatro

desses foram excluídos, por não completarem nenhuma das avaliações

subsequentes. Sessenta e três pacientes foram avaliados no momento inicial, aos

três, seis, nove e 12 meses no período de fevereiro de 2001 a maio de 2002.

Trinta e seis pacientes (57,1%) eram do sexo masculino e 27 (42,9%)

do sexo feminino. A idade variou de 32 a 85 anos com média de 62,9 ± 12,2 anos

(figura 2).

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Resultados

38

Cinquenta e seis pacientes (90,4%) apresentavam baixa escolaridade e

1 paciente (1,6%) era analfabeto (figura 3).

34

19

10

0

5

10

15

20

25

30

35

< 65 anos 65 - 75 anos > 75 anos

54%

30,2%

15,9%

Número de Pacientes

Figura 2. Distribuição dos pacientes em números absolutos (acima das barras) e

relativos (inseridos às barras) por faixas etárias. Os limites etários correspondem

às idades de baixo, médio e alto riscos para evento tromboembólico,

respectivamente (Fihn et al.,1996).

1,6%

69,4%

21,0%

4,8%1,6% 1,6%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Número de Pacientes

Analfabeto 1 GrauIncompleto

1 GrauCompleto

2 GrauCompleto

SuperiorIncompleto

SuperiorCompleto

Grau de Instrução

Figura 3. Distribuição do grau de instrução dos pacientes estudados.

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Resultados

39

4.3.1 Duração da fibrilação atrial

A data de início da arritmia foi determinada pelo primeiro registro

médico ou eletrocardiográfico encontrado no prontuário do paciente (tabela 3).

Tabela 3. Distribuição dos pacientes de acordo com o tempo de início da FA

Tempo de início da FA Número de pacientes %

< 48 horas 1 1,6

< 1 ano 4 6,3

1 – 5 anos 37 58,7

> 5 – 10 anos 8 12,7

> 10 anos 13 20,6

4.3.2 Doença cardíaca subjacente

Tabela 4. Distribuição dos pacientes de acordo com a condição cardíaca

subjacente

Doença Cardíaca Número de pacientes %

HAS 38 60,3

Valvar não - reumática 9 14,3

MCP dilatada idiopática 9 14,3

DAC 6 9,5

MCP Chagásica 3 4,8

Valvar reumática 2 3,2

Cardiopatia congênita 2 3,2

HAS= Hipertensão Arterial Sistêmica; MCP= Miocardiopatia; DAC= Doença Arterial Coronariana.

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Resultados

40

4.3.3 Outros fatores associados

Tabela 5. Distribuição dos pacientes de acordo com outras condições associadas

Outras Condições Número de pacientes %

Hipotireoidismo 8 12,7

DM 7 11,1

DPOC 6 9,5

Hipertireoidismo 3 4,8

DM= Diabetes Mellitus; DPOC= Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

4.3.4 Arritmias associadas

Seis pacientes (9,5%) eram portadores de marcapasso definitivo, sendo

a indicação do implante por bloqueio atrioventricular total em 2 (3,2%), doença do

nó sinusal em 1 (1,6%), ablação do nó atrioventricular em 1 (1,6%), bradicardia

em 1 (1,6%) e desconhecida em 1 (1,6%).

O flutter atrial estava presente em 12 (19%) pacientes, a taquicardia

ventricular não sustentada em 9 (14,3%) e a taquicardia atrial em 6 (9,5%). Não

foram observadas outras taquicardias nessa população de pacientes.

4.3.5 Eventos embólicos e hemorrágicos

Tabela 6. Distribuição dos pacientes de acordo com os eventos embólicos

Eventos Embólicos Número de pacientes %

AVCI 5 7,9

AIT 1 1,6

Embolia esplâncnica 1 1,6

Total 7 11,1

AVCI= Acidente Vascular Cerebral Isquêmico; AIT= Acidente Isquêmico Transitório.

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Resultados

41

Tabela 7. Distribuição dos pacientes de acordo com os eventos hemorrágicos

Eventos Embólicos Número de pacientes %

AVCH 1 1,6

HDA 1 1,6

Hematoma MI 1 1,6

Hematúria 1 1,6

Total 4 6,3

AVCH=Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico; HDA= Hemorragia Digestiva Alta; MI=Membro Inferior.

4.3.6 Cardioversão elétrica e ablação

Trinta pacientes (47,6%) foram submetidos à cardioversão elétrica

variando de uma a quatro cardioversões por paciente (figura 4).

A ablação da fibrilação atrial foi realizada em 1 (1,6%) paciente e a

ablação de flutter atrial em 2 (3,2%) pacientes.

1.6%4.8%9.5%

31.7%

52.4%

0 1 2 3 4

NÚMERO DE CVE

Figura 4. Porcentagem de pacientes submetidos à cardioversão elétrica (CVE)

distribuída de acordo com o numero de cardioversões.

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Resultados

42

4.3.7 Parâmetros ecocardiográficos

O tamanho do átrio esquerdo avaliado pelo ecocardiograma

transtorácico em 58 (92%) pacientes variou de 30 a 67 mm, com média de 44,5 ±

8,1 mm; 44 (76%) pacientes tinham o átrio esquerdo maior ou igual a 40 mm.

A fração de ejeção do ventrículo esquerdo determinada pelo método de

Teicholz em 55 (87%) pacientes variou de 31 a 88%, com média de 69 ± 10%. Em

oito pacientes a fração de ejeção não foi calculada; 7 (13%) pacientes tinham a

fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 60%.

Consideramos válidos os resultados dos ecocardiogramas até um ano

antes e seis meses depois da avaliação inicial.

4.3.8 Drogas antiarrítmicas

Identificamos as drogas antiarrítmicas utilizadas pelos pacientes nos

cinco momentos do seguimento. O betabloqueador foi a droga mais utilizada em

todos os momentos, exceto aos 12 meses. A amiodarona foi a segunda droga

antiarrítmica mais utilizada, seguida pela digoxina e pelo antagonista do canal de

cálcio. O sotalol, a propafenona e a quinidina foram drogas menos utilizadas

(figura 5).

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Resultados

43

03

69

12

Quinidina

Propafenona

Sotalol

Ant. Canal de Cálcio

Digoxina

Amiodarona

Betabloqueador

42

3840

34

26

3134

2826

31

24

21

2624

29

7 97

13

19

2 42

0

52 2 2 3

22

00

00

0

10

20

30

40

50

Porcentagem de Pacientes (%)

Tempo de Seguimento (meses)

Figura 5. Distribuição das drogas antiarrítmicas utilizadas nos cinco momentos da

avaliação deste estudo. O eixo Z corresponde à porcentagem de pacientes, o eixo

X ao tempo de seguimento em meses e o eixo Y às drogas antiarrítmicas. Os

valores acima das barras correspondem ao número absoluto de pacientes.

4.3.9 Ritmo

O ritmo cardíaco dos pacientes foi determinado em cada momento da

avaliação através de eletrocardiograma de 12 derivações (figura 6).

Os pacientes que se encontravam em ritmo outro eram: 1 (1,6%) paciente

em flutter atrial, 1 (1,6%) em taquicardia juncional e 6 (9,5%) em ritmo de

marcapasso.

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Resultados

44

26

27

6

15

24

4

15

24

2

13

24

3

15

20

3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Porcentagem de Pacientes(%)

0 3 6 9 12Tempo de Seguimento (meses)

Sinusal FA Outro

RITMO

Figura 6. Distribuição do ritmo cardíaco dos pacientes em cada um dos cinco

momentos de seguimento deste estudo. O eixo Z corresponde à porcentagem de

pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de seguimento em meses. Os valores

nas barras correspondem ao número absoluto de pacientes.

4.3.10 Frequência cardíaca

A frequência cardíaca dos pacientes foi avaliada através de holter de

eletrocardiograma de 24 horas (figura 7). Consideramos válidos os resultados do

Holter até um mês antes da avaliação.

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Resultados

45

Figura 7. Distribuição das frequências cardíacas médias ao Holter de ECG de 24

horas no período de seguimento.

4.3.11 Classificação da fibrilação atrial

Observamos a classificação da FA a cada avaliação, de acordo com o

julgamento do médico que atendeu ao paciente (figura 8).

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Resultados

46

24

20

19

20

11

15

15

14

14

10

14

16

14

10

15

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Porcentagem de Pacientes(%)

0 3 6 9 12

Tempo de Seguimento (meses)

Paroxística Persistente Permanente

CLASSIFICAÇÃO DA FA

Figura 8. Distribuição do número de pacientes de acordo com a classificação da

FA em cada momento do seguimento. O eixo Z corresponde à porcentagem de

pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de seguimento em meses. Os valores

nas barras correspondem ao número absoluto de pacientes.

4.3.12 Terapia antitrombótica

Relatamos o uso de anticoagulante oral e antiagregante plaquetário em

cada momento do seguimento (figura 9).

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Resultados

47

2625242940

89131213

0

10

20

30

40

50

60

70

0 3 6 9 12

Tempo de Seguimento (meses)

Porcentagem de Pacientes (%)

Anticoagulante oral Antiagregante plaquetário

TERAPIA ANTITROMBÓTICA

Figura 9. Distribuição do número de pacientes em uso de anticoagulante oral e

antiagregante plaquetário em cada momento do seguimento. O eixo Z

corresponde à porcentagem de pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de

seguimento em meses. Os valores nas barras correspondem ao número absoluto

de pacientes.

4.3.13 Classe funcional

Avaliamos em cada consulta a classe funcional dos pacientes de

acordo com a classificação da New York Heart Association (figura 10). A maioria

dos pacientes se encontrava em classe funcional I ou II em todos os momentos

avaliados.

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Resultados

48

71

25

22

70

21

7

2

61

30

9

0

61

26

10

3

62

33

50

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Porcentagem de Pacientes (%)

0 3 6 9 12

Tempo de Seguimento (meses)

I II III IV

CLASSE FUNCIONAL (NYHA)

Figura 10. Distribuição do número de pacientes de acordo com a classe

funcional, segundo a NYHA, nos cinco momentos do seguimento. O eixo Z

corresponde à porcentagem de pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de

seguimento em meses. Os valores nas barras correspondem ao número absoluto

de pacientes.

4.4 Qualidade de vida – Propriedades de medida

4.4.1 Validade

A validade de construto pode ser observada por meio da comparação

simultânea dos resultados obtidos com os questionários SF-36 e QVFA. Foram

aplicados 462 questionários (231 SF-36 e 231 QVFA) nos momentos inicial, três,

seis, nove e 12 meses.

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Resultados

49

Houve melhora em todos os domínios do SF-36 ao final de um ano,

com diferença estatisticamente significante nos domínios Capacidade Funcional,

Dor, Estado Geral de Saúde e Aspectos Sociais, quando comparados ao

momento inicial.

Também houve melhora estatisticamente significante no total do QVFA

ao final do período de seguimento, quando comparado ao momento inicial (tabela

8).

Tabela 8. Resultados dos domínios do SF-36 e o total do QVFA no momento

inicial, aos três, seis, nove e 12 meses.

Domínios do SF-36 Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses Capacidade Funcional 66 ± 28 69 ± 27 65 ± 27 67 ±31 73 ± 29* Aspectos Físicos 59 ± 39 58 ± 41 55 ± 44 50 ± 44 65 ± 43 Dor 61 ± 28 72 ± 27 64 ± 29 72 ± 30 76 ± 30* Estado Geral de Saúde 62 ± 26 73 ± 23 71 ± 23 71 ± 25 78 ± 19* Vitalidade 59 ± 24 67 ± 27 59 ± 28 59 ± 25 64 ± 21 Aspectos Sociais 73 ± 30 76 ± 32 73 ± 35 81 ± 31 85 ± 27* Aspecto Emocional 72 ± 38 72 ± 40 80 ± 36 80 ± 38 79 ± 38 Saúde Mental 66 ± 26 73 ± 25 71 ± 24 67 ± 29 70 ± 26 Total QVFA 24 ± 18 20 ± 18 19 ± 15 14 ± 11 13 ± 11* Valores expressos em média e desvio-padrão. * p < 0,05. * teste t de Student pareado momento inicial e aos 12 meses.

Na figura 11, as linhas mostram uma tendência similar entre os

domínios do SF-36 e o total do QVFA. Isto é especialmente verdadeiro para os

domínios Vitalidade, Estado Geral de Saúde, Aspectos Físicos, Capacidade

Funcional, e Dor.

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Resultados

50

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 3 6 9 12

Tempo de Seguimento (meses)

Pontuação dos questionários(médias)

Vitalidade Aspectos Físicos Aspectos Sociais

Saúde Mental Aspectos Emocionais Capacidade Funcional

Estado Geral de Saúde Total QVFA Dor

SF-36

QVFA

DOMÍNIOS DO SF-36 E TOTAL DO QVFA

Figura 11. Distribuição das médias encontradas nos domínios do SF-36 e do total

do QVFA a cada três meses no período de um ano. O eixo Z corresponde às

médias da pontuação dos domínios do SF-36 e do total do QVFA. O eixo X

corresponde ao tempo de seguimento em meses. Os marcadores nas linhas

correspondem às médias dos questionários no momento inicial, aos três, seis,

nove e 12 meses

O número de pacientes que responderam aos questionários no período

de um ano variou de 63 no momento inicial para 39 aos 12 meses (figura 12).

Houve perda de seguimento em 38% dos pacientes ao final do seguimento.

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Resultados

51

394043

46

63

0

10

20

30

40

50

60

70

Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses

Momentos de Avaliação

Número de Pacientes

Figura 12. Distribuição do número de pacientes que responderam aos

questionários a cada três meses no período de um ano. O eixo Z corresponde ao

número absoluto de pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de seguimento

em meses. Os valores nos marcadores da linha correspondem ao número

absoluto de pacientes no momento inicial, aos três, seis, nove e 12 meses.

A validade de construto convergente pode ser observada pela

correlação entre as médias dos domínios do SF-36 e do total do QVFA. As figuras

13 a 16 mostram uma correlação negativa entre os domínios do SF-36 e o total do

QVFA. Vê-se que os valores mais altos dos domínios do SF-36 tendem a ocorrer

em conjunto com os menores valores do total do QVFA. Em última análise os dois

questionários possuem uma relação inversa. No entanto, ambos os questionários

expressam o mesmo resultado de qualidade de vida. Para o SF-36, quanto maior

a pontuação, melhor a qualidade de vida e para o QVFA, quanto menor a

pontuação, melhor a qualidade de vida.

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Resultados

52

Total QVFA

50403020100-10

Capaci

dade F

unci

onal

120

100

80

60

40

20

0

Figura 13. Correlação entre o domínio Capacidade Física do SF-36 e o total do

QVFA aos 12 meses. Os pontos correspondem às médias dos questionários e a

linha representa a regressão linear.

Total QVFA

50403020100-10

Vita

lidade

120

100

80

60

40

20

0

-20

Figura 14. Correlação entre o domínio Vitalidade do SF-36 e o total do QVFA aos

12 meses. Os pontos correspondem às médias dos questionários e a linha

representa a regressão linear.

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Resultados

53

Total QVFA

50403020100-10

Saúde M

enta

l

120

100

80

60

40

20

0

Figura 15. Correlação entre o domínio Saúde Mental do SF-36 e o total do QVFA

aos 12 meses. Os pontos correspondem às médias dos questionários e a linha

representa a regressão linear.

Total QVFA

50403020100-10

Est

ado G

era

l de S

aúde

120

100

80

60

40

20

0

Figura 16. Correlação entre o domínio Estado Geral de Saúde do SF-36 e o total

do QVFA aos nove meses. Os pontos correspondem às médias dos questionários

e a linha representa a regressão linear.

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Resultados

54

A validade de conteúdo pode ser confirmada por meio da revisão da

literatura e da opinião de especialistas em arritmia. Os domínios utilizados na

construção do QVFA estão de acordo com as principais manifestações clínicas da

FA e com a abordagem terapêutica habitualmente empregada nesta arritmia.

4.4.2 Reprodutibilidade

As reprodutibilidades inter e intraobservadores podem ser

demonstradas pela obtenção de coeficientes precisos (≥ 0,90) na análise da

pontuação total do QVFA. Também foram encontrados ótimos coeficientes em

alguns domínios deste questionário.

O coeficiente alfa das médias do tempo despendido para aplicação do

questionário foi bom na análise interobservadores (0,77) e excelente na análise

intra-observadores (0,95) (tabela 9).

Tabela 9. Análise da reprodutibilidade do tempo despendido na aplicação do

QVFA. Observa-se o tempo utilizado por observadores distintos (Obs 1 e Obs 2)

na análise interobservadores e pelo mesmo observador (Obs 1) nos dois

momentos da avaliação (Manhã e Tarde).

Interobservadores Intraobservadores

Obs 1 Obs 2 Obs 1 – M Obs 1 - T

Tempo

(minutos)

02:15 ± 01:17 02:49 ± 01:17 01:22 ± 00:30 01:21 ± 00:28

Α 0,77 0,95

Obs = observador; M= manhã; T= tarde.

Encontramos altas taxas de reprodutibilidade interobservadores,

tanto na análise global quanto para os domínios do QVFA. Os coeficientes

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Resultados

55

encontrados pelos métodos de consistência interna e teste–reteste (Cronbach

0,98 e Bartko 0,95, respectivamente) para o valor Total do QVFA são

considerados excelentes (tabela 10).

Os domínios Dispneia e Cardioversão Elétrica também obtiveram

coeficientes alfas precisos e considerados excelentes. Os demais domínios,

exceto Medicação, alcançaram coeficientes com valores bons (≥ 0,70). Tais

resultados obtidos pelo método da consistência interna demonstraram que o

QVFA é um instrumento altamente reprodutível entre observadores treinados.

Pelo método do teste-reteste encontramos um coeficiente de correlação

intraclasse excelente nos domínios Cardioversão Elétrica e Dispneia. O

coeficiente foi considerado bom nos domínios Precordialgia e Tontura. Diante

desses resultados, o QVFA apresentou boa estabilidade entre o período da

manhã e o da tarde, quando aplicado por observadores treinados distintos.

Tabela 10. Resultados dos métodos de consistência interna (Coeficiente alfa de

Cronbach) e teste-reteste (Coeficiente de Correlação Intraclasse de Bartko) para

demonstração da reprodutibilidade interobservadores do questionário QVFA.

QVFA Cronbach* Bartko**

Palpitação 0,70 0,53

Dispneia 0,97 0,94

Precordialgia 0,89 0,81

Tontura 0,88 0,78

Medicação 0,58 0,41

Cardioversão Elétrica 0,99 0,98

Ablação NC NC

Total 0,98 0,95

* Coeficiente alfa, ** Coeficiente de Correlação Intraclasse; CVE = Cardioversão Elétrica; NC = não calculado.

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Resultados

56

Na análise da reprodutibilidade intraobservadores (tabela 11), os

domínios Palpitação, Tontura e CVE obtiveram coeficientes alfas excelentes. Os

demais domínios alcançaram coeficientes com bons valores (≥ 0,70). Tais

resultados obtidos pelo método da consistência interna demonstraram que o

QVFA é um instrumento altamente reprodutível pelo mesmo observador.

Pelo método do teste-reteste encontramos coeficientes de correlação

intraclasse excelentes nos domínios Palpitação, Tontura e CVE. O coeficiente foi

considerado bom nos domínios Dispneia e Precordialgia. Esses resultados

demonstram que o QVFA apresentou boa estabilidade entre o período da manhã

e o da tarde, quando utilizado pelo mesmo observador.

Os coeficientes encontrados pelos métodos de consistência interna e

teste –reteste (Cronbach 0,96 e Bartko 0,91, respectivamente) para o valor Total

do QVFA são considerados excelentes.

Tabela 11. Resultados dos métodos de consistência interna (Coeficiente alfa de

Cronbach) e teste-reteste (Coeficiente de Correlação Intraclasse de Bartko) para

demonstração da reprodutibilidade intraobservadores do questionário QVFA.

QVFA Cronbach** Bartko*

Palpitação 0,99 0,98

Dispneia 0,88 0,78

Precordialgia 0,88 0,78

Tontura 0,99 0,99

Medicação 0,81 0,68

Cardioversão Elétrica 0,97 0,94

Ablação NC NC

Total 0,96 0,91

* Coeficiente alfa, ** Coeficiente de Correlação Intraclasse; CVE = Cardioversão Elétrica; NC = não calculado.

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Resultados

57

4.4.3 Responsividade

Observamos diferenças significantes entre os indivíduos ao longo do

período de seguimento. Tais diferenças indicaram que o questionário QVFA foi

responsivo às mudanças no estado clínico desses pacientes (tabela 12).

Os domínios Palpitação, Dispneia e Medicação apresentaram diferença

estatisticamente significante no momento inicial e aos 12 meses, enquanto o

domínio Tontura apresentou uma tendência a significância estatística. O total do

QVFA foi responsivo na medida em que apresentou diferença estatisticamente

significante quando comparados o momento inicial e aos 12 meses.

Tabela 12. Médias da pontuação do questionário QVFA no momento inicial, aos

três, seis, nove e 12 meses. Análise da responsividade no período de um ano e

aplicação de teste estatístico no momento inicial e aos 12 meses.

Domínios do QVFA

Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses p*

Palpitação 7,5±0,9 6,1±1,1 5,8±1,0 4,9±1,0 3,7±0,9 0,019 Dispneia 4,7±0,8 4,5±0,9 5,1±1,0 2,5±0,7 2,3±0,7 0,001 Precordialgia 1,5±0,5 1,3±0,6 1,6±0,6 0,4±0,3 0,5±0,3 0,251 Tontura 5,2±0,8 3,8±0,8 2,4±0,6 2,6±0,6 3,2±0,7 0,061 Medicação 2,7±0,2 2,5±0,3 2,6±0,3 2,0±0,2 1,9±0,1 0,014 CVE 1,3±0,2 1,4±0,2 1,4±0,2 1,2±0,2 1,3±0,2 0,412 Ablação 0,4±0,1 0,4±0,2 0,5±0,2 0,4±0,1 0,4±0,1 1,000 Total 23,6±2,3 20,3±2,7 19,0±2,4 14,1±1,8 13,3±1,8 0,002 * teste t pareado inicial e aos 12 meses (p<0,05). Valores expressos em média e erro-padrão.

4.4.4 Propriedades de medidas

Analisamos criteriosamente as propriedades psicométricas do QVFA.

Os resultados encontrados forneceram evidências de validade, reprodutibilidade e

responsividade para este instrumento. Tais resultados podem ser vistos

resumidamente no quadro 5.

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Resultados

58

Quadro 5. Demonstração dos resultados encontrados para as propriedades

psicométricas analisadas do questionário QVFA.

Evidências

de

Validade

Evidências

de

Reprodutibilidade

Evidências

de

Responsividade

Conteúdo

Confirmada pela literatura

e a opinião de

especialistas em arritmia.

Construto Convergente

Confirmada pela

correlação entre os

domínios do SF-36 e o

total do QVFA.

Consistência Interna

Interobservadores

α ≥ 0,70 em todos os

domínios, exceto Medicação

(0,60).

Total QVFA α = 0,98

Intraobservadores

α ≥ 0,70 em todos os

domínios.

Total QVFA α = 0,96

Mudanças na pontuação

(p < 0,05)

Palpitação

Dispneia

Medicação

Total QVFA

Tontura (p = 0,06)

4.5 Tempo de aplicação dos questionários

Calculamos as médias do tempo em minutos despendido na aplicação

dos questionários SF-36 e QVFA no momento inicial, aos três, seis, nove e 12

meses. Também foi calculada a média geral de tempo para ambos os

questionários (tabelas 13 e 14). A média geral do tempo utilizado na aplicação do

questionário SF-36 foi de 9:25 ± 1:14 minutos, enquanto para o QVFA foi de 3:08

± 0:33 minutos (p < 0,001).

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Resultados

59

Tabela 13. Médias do tempo utilizado na aplicação do questionário SF-36 no

momento inicial, aos três, seis, nove e 12 meses e a média geral de tempo no

período de um ano. Também o número de pacientes em que o tempo foi aferido e

a média geral do número de pacientes no período de um ano.

Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses Geral

SF-36 11:27±3:14 9:39± 3:10 9:04± 1:45 8:40± 2:16 8:15± 2:37 9:25± 1:14

N 63 46 43 40 38 46 ± 10

N= número de pacientes. Tempo em minutos; valores expressos em média e desvio-padrão.

Tabela 14. Médias do tempo utilizado na aplicação do questionário QVFA no

momento inicial, aos três, seis, nove e 12 meses e a média geral de tempo no

período de um ano. Também o número de pacientes em que o tempo foi aferido e

a média geral do número de pacientes no período de um ano.

Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses Geral

QVFA 4:02± 2:03 2:54± 1:22 3:14± 1:34 2:56± 1:28 2:35± 1:28 3:08± 0:33

N 63 46 42 39 35 45±11

N= número de pacientes. Tempo em minutos; valores expressos em média e desvio-padrão.

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5. DISCUSSÃO

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Discussão

59

A construção do questionário doença-específico QVFA – Qualidade de Vida

em Fibrilação Atrial (figura 1 e anexo 9) - prestigiou a fibrilação atrial como um todo, ou

seja, formulou questões que abordam as principais manifestações clínicas e as

possibilidades de tratamento habitualmente empregadas para esta arritmia. Igualmente

importante e fundamental, testamos as propriedades psicométricas e demonstramos a

validade, reprodutibilidade e responsividade deste questionário.

Validade

Observamos a validade do QVFA quando este foi comparado externamente

a outro instrumento de medida já validado e amplamente utilizado, o questionário SF-

36 (anexo 1) (Ware, Sherbourne, 1992). Embora o questionário SF-36 não seja capaz

de detectar aspectos particulares ou específicos da qualidade de vida, é proveitoso na

avaliação da saúde geral e instrumento confiável para tal comparação (Guyatt et al.,

1989; Luderitz, Jung, 2000; Engelmann, Pehrson, 2003).

A análise simultânea de um número significativo de questionários (231

questionários SF-36 e 231 questionários QVFA) no período de seguimento de um ano

demonstrou melhora na qualidade de vida dos pacientes, tanto pelo SF-36 quanto pelo

QVFA (tabela 8 e figura 11). Tal resultado confirma que os valores encontrados pelo

QVFA foram capazes de refletir a qualidade de vida que se tinha intenção de medir, já

que o SF-36 é um instrumento válido e capaz de corresponder ao estado verdadeiro do

fenômeno medido. Quando as médias encontradas nos cinco momentos avaliados por

ambos os questionários são plotadas em linhas (figura 11), observamos uma tendência

a comportamento similar entre o SF-36 e o QVFA. Além disto, demonstramos uma

importante correlação entre as médias de ambos os instrumentos (figuras 13 a 16). A

relação inversa dos valores encontrados expressa a mesma expectativa de qualidade

de vida, já que quanto maior o valor encontrado para o SF-36 melhor a qualidade de

vida, e para o QVFA, quanto maior o valor, pior a qualidade de vida.

Embora o SF-36 seja bastante empregado e considerado um questionário

curto e de rápida aplicação (5 a 10 minutos), pareceu-nos um questionário extenso com

itens de difícil compreensão e um sistema de pontuação complicado (Ware et al, 1993).

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Discussão

60

Os pacientes se sentiam cansados após a aplicação desse instrumento e muitas vezes

não entendiam as perguntas. No momento inicial, despendemos um tempo (11:27 ±

3:14 min) significantemente maior (p<0,001) na aplicação do SF-36 do que nos demais

momentos deste estudo (Tabela 13). O tempo de aplicação no momento inicial também

foi significantemente maior do que o tempo de aplicação descrito na literatura para este

questionário. Acreditamos que quando utilizado na forma de entrevista, o entrevistador

necessita de treinamento específico para se habituar às perguntas e formatos. Só após

longo treino e dezenas de aplicações, alcançamos um tempo de aplicação comparável

àquele descrito na literatura (tempo médio SF-36 aos três, seis, nove e 12 meses 8:53

± 2:38 minutos).

Já em relação ao QVFA, o tempo de aplicação do questionário foi

significantemente menor, com diferenças estatísticas e também de ordem prática (3:08

± 0:33 min, p<0,001 – tabelas 13 e 14). Isto possibilita a incorporação deste

instrumento na rotina ambulatorial dos pacientes com fibrilação atrial.

A análise da validade de conteúdo do questionário QVFA mostrou que tal

instrumento preencheu a variação do conteúdo que se pretendia estudar. Os domínios,

as questões e os itens selecionados receberam o endosso de eletrofisiologistas e

encontram-se de acordo com as principais manifestações clínicas e abordagem

terapêutica dessa arritmia na literatura. Na medida em que utilizamos o questionário

SF-36 para validação externa, também pudemos traçar um paralelo entre ambos os

questionários, comparando, ainda que de forma subjetiva, a capacidade de

compreensão de conteúdo desses instrumentos.

O questionário QVFA mostrou-se de fácil compreensão para todos os

pacientes. Mesmo um paciente analfabeto e outro com primeiro grau incompleto e

portador de hipoacusia não demonstraram dificuldade no entendimento das perguntas

e escolhiam com rapidez as respostas. A facilidade de compreensão do questionário

QVFA esteve fortemente relacionada à utilização de uma linguagem simples, direta e

de questões relacionadas ao cotidiano da doença. A abordagem de sintomas quase

sempre experimentados pelos pacientes – palpitação, falta de ar, dor no peito e tontura

- tornou os pacientes participantes e colaborativos nas respostas.

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Discussão

61

Por outro lado, o questionário SF-36 utiliza palavras ou termos como

“esportes árduos”, “ligeiramente”, “moderadamente”, “extremamente”, “dor grave”,

“vigor”, “energia”, “esgotado”, entre outras, de difícil compreensão para os pacientes.

Mesmo um paciente com nível superior completo teve dificuldade para entender alguns

termos do SF-36. Também observamos dificuldade na compreensão deste questionário

em algumas questões em particular (questões 9 e 11 – anexo 1). As opções de

respostas às vezes não são claras e muitas vezes são complexas. Na última questão

do SF-36 (questão 11) existe uma opção de resposta - “não sei” -, que nesta altura da

entrevista parecia ser um alívio aos pacientes escolhê-la como resposta, tamanho

cansaço apresentavam.

O sistema de pontuação criado para o QVFA objetivou a simplicidade, a

praticidade e a rapidez. Atribuímos uma pontuação individualizada para cada domínio

e, ainda, um valor total para o questionário pela soma dos valores encontrados para

cada domínio. Isso permitiu-nos avaliar a qualidade de vida tanto domínio a domínio

quanto de forma global. Pudemos mensurar o que mais interfere na qualidade de vida

desses pacientes: se os sintomas e qual deles, se a terapêutica e qual delas ou se

ambos. A escolha da variação do valor global do questionário de zero a 100 baseou-se

nos mesmos valores atribuídos a cada domínio do SF-36. Diferentemente deste último,

no questionário QVFA, valores maiores foram atribuídos aos itens de maior relevância

clínica; consequentemente, quanto maior a pontuação pior a qualidade de vida.

Os domínios de I a IV referentes às manifestações clínicas (I- Palpitação, II-

Dispneia, III- Precordialgia, IV- Tontura) pontuaram 20 cada um deles. Os domínios de

V a VII referentes à terapêutica (V- Medicação, VI- Cardioversão Elétrica e VII-

Ablação) pontuaram 20 conjuntamente. A escolha deste sistema de pontuação foi

amplamente discutida com eletrofisiologistas e os valores escolhidos sempre levaram

em consideração a importância no contexto clínico. Aos itens de cada questão

preferimos atribuir letras e não números, com o intuito de evitar que os pacientes

ficassem sugestionados por números maiores, significando uma melhor resposta.

Acreditamos que desta forma foi possível criar um sistema de pontuação simples e que

demonstrou ser válido na medida que encontrou resultados comparáveis àqueles do

questionário SF-36 ao final do seguimento (tabela 8).

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Discussão

62

Quando observamos o sistema de pontuação do questionário SF-36 (anexo

1), deparamo-nos com um sistema não tão simples. Para compreendê-lo, contamos

com a colaboração da médica responsável pela tradução desse instrumento para o

português (Ciconelli et al, 1999). No corpo do questionário é atribuído um determinado

número para cada item. De acordo com a primeira tabela da pontuação, esses

números são transformados nos mesmos valores (ex.: 1 vale 1) ou em valores

contrários (ex.:1 vale 5 ou 6, dependendo se existem 5 ou 6 itens na questão, 2 vale 4

ou 5, 3 vale 3 ou 4 e, assim, sucessivamente). Depois de determinado o valor de cada

questão, estas são agrupadas de acordo com o domínio ao qual correspondem. É

então aplicada uma fórmula e o valor do domínio é obtido.

Para nossa comodidade e agilidade criamos um sistema de cálculos no

programa Microsoft Excel (anexo 10) para encontrar a pontuação final de cada domínio

desse questionário. Além disso, o sistema de pontuação do SF-36 não permite um

valor global para a qualidade de vida. A pontuação é calculada para cada um dos oito

domínios na variação de zero a 100 e a interpretação deve ser feita de domínio a

domínio. Quanto maior o valor, melhor será a qualidade de vida. Foram realizadas

transformações lineares na pontuação de cada domínio do questionário SF-36 para

determinar os valores de referência para a população geral nos Estados Unidos (Ware

et al, 1994). Entretanto tais valores não existem para a população geral brasileira.

Validade de conteúdo - outros questionários específicos

Analisamos o conteúdo de outros questionários que avaliaram a qualidade de

vida de pacientes com fibrilação atrial utilizados nos grandes estudos clínicos, como o

Symptom Checklist – Frequency and Severity, o Quality of Life Index Versão IV e o

Atrial Fibrillation Severity Scale (Dorian et al, 2002; The AFFIRM Investigators, 2005;

Singh et al., 2006; Roy et al., 2008).

O questionário Quality of Life Index Versão IV ou Cardíaca (anexo 4) utilizado

no AFFIRM, é um questionário genérico com componente doença cardíaca-específico

(Ferrans, Powers, 1985). À versão genérica original foram incorporados três itens

específicos sobre doença cardíaca (angina, dispneia e mudança de estilo de vida). Esta

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Discussão

63

versão também é utilizada em pacientes submetidos à angioplastia, cirurgia de

revascularização, terapia antiarrítmica, implante de desfibriladores, reabilitação

cardíaca e angina estável (Devon, Ferrans, 2003). O componente doença cardíaca-

específico aborda dois sintomas que participam das manifestações clínicas da FA.

Entretanto, acreditamos que para essa arritmia não pode faltar um item ou mesmo

vários itens que abordem o impacto das palpitações na qualidade de vida dos seus

portadores.

Outro instrumento bastante utilizado, o Symptom Checklist – Frequency and

Severity (anexo 3) aplicado nos estudos Canadian Trial, SAFE-T, AFFIRM e AF-CHF é

um questionário arritmia-específico, formatado em uma lista de sintomas que serão

quantificados pela sua frequência e severidade (Bubien et al., 1996). Esta lista de

sintomas é composta por sintomas gerais (dificuldade para dormir, náusea, fraqueza

etc.) e cardiovasculares (dispneia, taquicardia, coração palpitando etc.). Alguns

sintomas desta lista, por exemplo, dor de cabeça ou pouco apetite, podem coincidir

com um quadro arrítmico, mas não são sintomas específicos da fibrilação atrial.

O questionário FA - específico, o Atrial Fibrillation Severity Scale (AFSS)

(anexo 2) foi desenvolvido pela Universidade de Toronto e empregado para medir a

qualidade de vida de pacientes com FA dos estudos Canadian Trial, SAFE-T e do AF-

CHF (Maglio et al, 1998; Dorian et al, 2002). Este questionário é composto por 14 itens

que abordam a frequência, a duração e a severidade dos episódios de FA, o número

de cardioversões elétricas, de idas ao pronto socorro, de hospitalizações e de visitas ao

especialista. O único sintoma abordado por este questionário é o “ritmo cardíaco

irregular”. Outras manifestações clínicas importantes como dispneia, precordialgia e

tontura não são consideradas em nenhum dos itens do AFSS. Embora, este seja o

questionário específico mais utilizado nos grandes estudos, esse instrumento avalia a

qualidade de vida de pacientes com FA baseado, exclusivamente em um único

sintoma. O sistema de pontuação deste questionário fornece um valor para a carga

(burden) total da FA pela soma dos valores encontrados para frequência, severidade e

duração dos episódios de “ritmo cardíaco irregular”. Existe ainda um item único que

avalia o bem - estar global como sendo “a vida a pior ou a melhor possível”. O número

de cardioversões não recebe pontuação e o número de visitas ao pronto socorro,

hospitalizações e visitas ao especialista são pontuadas individualmente.

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Discussão

64

A análise da pontuação não é clara pela descrição do questionário, que se

encontra inserida no ensaio clínico, nem tão pouco pela explicação fornecida pelo autor

ou pela visibilização da tabela de pontuação (Dorian et al., 2002).

Durante o desenvolvimento deste trabalho, surgiram outros dois

questionários específicos para fibrilação atrial: AFQLQ – Quality of Life Atrial Fibrillation

e AFQoL-18 – Atrial Fibrillation Quality of Life (Tsuneda et al., 2006; Badia et al., 2007).

O questionário FA-específico Quality of Life Atrial Fibrillation (AFQLQ)

desenvolvido pela Sociedade Japonesa de Eletrocardiologia, avaliou a qualidade de

vida de pacientes com FA no estudo Quality Of Life and atrial Fibrillation – QOLAF

(Tsuneda et al., 2006). Consiste em três subescalas: questões 1 a 6 refletindo a

variedade e frequência dos sintomas (0-24 pontos); questões 7 a 12, a severidade dos

sintomas (0-18 pontos) e questões 13 a 26, limitações de atividades diárias e

ansiedade relacionadas a FA (0-56 pontos). Quanto maior a pontuação, melhor é a

qualidade de vida. Este questionário, desenvolvido e publicado em japonês, não se

encontra disponível em outras línguas, até o momento. Por conseguinte, não temos

condições de tecer analise critica nem fazer comentários sobre seu valor científico.

Mais recentemente, foi publicado o questionário Atrial Fibrillation Quality of

Life (AFQoL-18)(anexo7) desenvolvido pelo grupo espanhol (Badia et al., 2007). Este

avalia a qualidade de vida de pacientes com FA por meio de uma lista de 18 perguntas

ou itens, divididos em dois domínios: psicológico e físico. Formulado, primariamente,

pela seleção de 286 itens extraídos de entrevistas de pacientes com FA e com endosso

de especialistas em arritmia, sofreu uma redução inicial para 40 e depois para 18 itens.

É um questionário que ainda necessita complementação da reprodutibilidade por meio

do teste-reteste, validade de construto pela comparação com método já validado e

testar sua responsividade, como explicitado pelos autores. Além disso, parece-nos

mais um questionário genérico ou, quiçás, específico para arritmias em geral, pois não

aborda questões próprias da FA.

A FA é uma arritmia complexa tanto nos seus sintomas quanto na sua

abordagem. O impacto que causa na qualidade de vida de seus portadores envolve

suas manifestações clínicas e formas de tratamento. Por conseguinte, a avaliação da

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Discussão

65

qualidade de vida desses pacientes deve considerar todos estes aspectos. Os

questionários descritos para essa avaliação não nos pareceram adequados, tanto

clínica como cientificamente.

Reprodutibilidade

Igualmente importante para um instrumento de medida, embora não seja um

componente suficiente de validade, a reprodutibilidade, confiabilidade ou precisão é

necessária. Não basta o instrumento medir o que se pretende; deve também reproduzir

os resultados encontrados quando utilizado por outras pessoas, em momentos e

lugares distintos.

A nossa primeira observação foi em relação à reprodutibilidade do tempo de

aplicação do questionário QVFA, quando aplicado pelo mesmo observador ou por

observadores distintos (tabela 9), pelo método da consistência interna (Coeficiente Alfa

de Cronbach). Demonstramos que a média de tempo despendido na aplicação do

questionário por um observador, quando comparado com ele mesmo, em momentos e

locais distintos, alcançou um excelente coeficiente alfa (0,95). E, quando comparamos

a média de tempo de observadores distintos, encontramos um bom coeficiente alfa

(0,77). Os coeficientes encontrados na análise da reprodutibilidade do tempo

despendido para a aplicação do questionário QVFA são considerados adequados. Um

coeficiente alfa melhor na análise intraobservadores é condição sine qua non inicial

para a validação de um teste. Todavia a tendência à concordância entre observadores

diferentes é o que fundamenta as condições de interobjetividade científica para a

validação de um instrumento.

Quando analisamos a reprodutibilidade dos resultados inter e

intraobservadores em relação às médias encontradas para o total do QVFA (tabelas 10

e 11), observamos excelentes coeficientes tanto pelo método da consistência interna

(Cronbach 0,98 e 0,96, respectivamente) quanto pelo teste-reteste (Bartko 0,95 e 0,91,

respectivamente). Tais resultados conferem uma confiabilidade excelente ao

questionário QVFA, demonstrando que ele é altamente reprodutível. A análise da

reprodutibilidade inter e intraobservadores de cada um dos sete domínios do

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Discussão

66

questionário QVFA, pelos dois métodos, também demonstrou ótimos resultados, com

coeficientes de reprodutibilidade excelentes para a maioria dos domínios. No entanto

encontramos coeficientes um pouco mais baixos para os domínios Medicação

(Cronbach 0,58 e Bartko 0,41) e Palpitação (Bartko 0,53) na análise interobservadores.

Acreditamos que a adesão ao uso de medicamentos seja o fator de confusão

no domínio Medicação (Lip, Beevers, 1997). Os pacientes podem informar a um

observador que fazem uso de medicação para sua arritmia, enquanto ao outro

observador confessam que não tomam medicação. Isso faz com que não encontremos

coeficientes de reprodutibilidade tão altos para esse domínio.

No domínio Palpitação também observamos um valor mais baixo do

coeficiente de correlação intraclasse de Bartko, embora o coeficiente alfa seja

adequado (0,70). A análise de reprodutibilidade pelo método da consistência interna

(Cronbach 0,70) demonstrou que tal domínio é reprodutível entre observadores

distintos. O método do teste-reteste mede características estáveis ao longo do tempo.

A palpitação é um sintoma dinâmico que representa a variação da frequência e

intensidade de uma arritmia; apresenta grande interferência cognitiva e ainda pode

tornar-se imperceptível ao paciente com o aumento do tempo de FA devido à

adaptação hemodinâmica. Diante disso, torna-se importante determinar o quão bem as

questões de um domínio se encaixam juntas, conceitualmente, pelo método da

consistência interna. A estabilidade não será um determinante de reprodutibilidade para

um domínio que possui “instabilidade”, ainda que entre o período da manhã e o da

tarde.

Responsividade

Não bastasse o questionário QVFA medir o que se pretende, por pessoas

diferentes em momentos e locais distintos, também demonstrou capacidade na

detecção de mudanças no status clínico dos portadores de FA. Quando analisamos a

responsividade do questionário ao longo do tempo, ele mostrou-se responsivo na

proporção que encontramos diferenças estatisticamente significantes nas médias dos

domínios, particularmente nos domínios Palpitação, Dispneia, Tontura e Medicação e

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Discussão

67

principalmente no Total do questionário, comparando-se os momentos inicial e final do

seguimento (tabela 12). A capacidade deste instrumento em captar variações nas

condições clínicas dos pacientes com fibrilação atrial torna-o ainda mais interessante,

já que tal arritmia possui sintomas dinâmicos.

Limitações

Uma limitação deste estudo foi não realizar entrevista para validade de

conteúdo coma a população alvo. Embora citada quando se trata de avaliação de

qualidade de vida, esta abordagem raramente é realizada nos estudos. Além de

aspectos valorizados na literatura e da opinião de especialistas no assunto, saber se as

questões e os itens selecionados correspondem às expectativas dos doentes reforça a

evidência de validade de conteúdo. Entrevistamos cinco pacientes com FA e ficamos

surpresos com as respostas obtidas. Para todos, o pior sintoma relacionada à arritmia é

o medo e prolongar a vida foi considerado mais importante do que melhorar as

manifestações da doença. Mesmo considerando que essas opiniões não sejam

especificas da FA, não deixa de ser um ponto de interesse para pesquisas futuras.

Considerações finais

Considerando a complexidade da FA e o arsenal terapêutico que a envolve,

construímos um instrumento capaz de captar o impacto desta arritmia na qualidade de

vida de seus portadores. Para tanto, desenvolvemos um questionário com substancial

conteúdo clínico, o que o torna intuitivo para aqueles profissionais que estão em

contato com esses pacientes. A utilização de uma linguagem simples e direta permite

ao questionário QVFA ser aplicado aos pacientes com qualquer nível de escolaridade.

O sistema de pontuação de fácil aplicabilidade, fornece o resultado sobre a qualidade

de vida do paciente de forma rápida. Além disso, para aplicação desse instrumento

necessitamos apenas três minutos, o que possibilita sua incorporação na consulta de

rotina do paciente com fibrilação atrial.

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Discussão

68

A análise meticulosa das propriedades de medida do questionário QVFA

demonstrou evidências consistentes de validade, reprodutibilidade e responsividade

(quadro 5). A validade de conteúdo foi confirmada pela literatura e pela opinião de

especialistas e a validade de construto convergente estabeleceu-se por meio da

comparação do questionário QVFA com o questionário mais utilizado na literatura - o

questionário SF-36. Os coeficientes alfas encontrados para o questionário QVFA na

análise interobservadores e intraobservadores foram excelentes (0,98 e 0,96,

respectivamente), comprovando que o QVFA é confiável e altamente reprodutível. As

mudanças nas condições clínicas dos pacientes foram também observadas pelas

variações significantes na pontuação ao longo do tempo. Por conseguinte, o

questionário QVFA preencheu os critérios de aplicabilidade clínica necessários para

este tipo de instrumento e, consequentemente, acreditamos que seja adequado na

avaliação da qualidade de vida de pacientes com fibrilação atrial.

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6. CONCLUSÕES

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Conclusões

Os resultados deste estudo permitem chegar às seguintes conclusões:

1. O QVFA – Qualidade de Vida em Fibrilação Atrial – é um questionário

específico que aborda as principais manifestações clínicas da fibrilação

atrial e as terapêuticas empregadas para essa arritmia. Neste contexto este

questionário não tem similar na literatura médica;

2. É um questionário de fácil compreensão e de rápida aplicação - em média

três minutos - o que possibilita sua incorporação na avaliação ambulatorial

ou de consultório nos pacientes com essa arritmia;

3. Finalizando, o questionário QVFA é um instrumento apropriado para avaliar

a qualidade de vida dos pacientes com fibrilação atrial, porque demonstrou

validade, reprodutibilidade e responsividade, propriedades fundamentais

para seu reconhecimento científico.

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7. ANEXOS

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Anexos

72

ANEXO 1. The Medical Outcome Study Short-Form Survey – SF-36

SF-36 PESQUISA EM SAÚDE

Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações

nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz de

fazer suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a

resposta como indicado. Caso você esteja inseguro em como responder, por

favor tente responder o melhor que puder.

1. Em geral, você diria que sua saúde é: (circule uma)

.Excelente..............................................................................................1

.Muito boa.............................................................................................2

.Boa.......................................................................................................3

.Ruim.....................................................................................................4

.Muito ruim...........................................................................................5

2. Comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde geral, agora?

(circule uma)

.Muito melhor agora do que a um ano atrás.........................................1

.Um pouco melhor agora do que a um ano atrás..................................2

.Quase a mesma de um ano atrás .........................................................3

.Um pouco pior agora do que a um ano atrás.......................................4

.Muito pior agora do que a um ano atrás..............................................5

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Anexos

73

3.Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente

durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para fazer

essas atividades? Neste caso, quanto?

(circule um número em cada linha)

Atividades Sim.

Dificulta

Muito

Sim.

Dificulta

um pouco

Não. Não

Dificulta

de modo

algum

a. Atividades vigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos

pesados, participar em esportes árduos

1 2 3

b. Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar

bola, varrer a casa

1 2 3

c. Levantar ou carregar mantimentos

1 2 3

d. Subir vários lances de escada

1 2 3

e. Subir um lance de escada

1 2 3

f. Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se

1 2 3

g. Andar mais de 1 quilômetro

1 2 3

h. Andar vários quarteirões

1 2 3

i.Andar um quarteirão

1 2 3

j. Tomar banho ou vestir-se

1 2 3

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Anexos

74

4. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade regular diária, como

consequência da sua saúde física?

(circule uma em cada linha)

Sim Não

a. Você diminuiu a quantidade de tempo que se

dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b. Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c. Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em

outras atividades?

1 2

d. Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras

atividades(p.ex: necessitou de um esforço extra?)

1 2

5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como consequência de

algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)?

(circule uma em cada linha)

Sim Não

a. Você diminuiu a quantidade de tempo que se

dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b. Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c. Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades

com tanto cuidado com geralmente faz?

1 2

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Anexos

75

6. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em

relação a família, vizinhos, amigos ou em grupo?

(circule uma)

. De forma nenhuma..........................................................................1

. Ligeiramente....................................................................................2

. Moderadamente...............................................................................3

. Bastante...........................................................................................4

. Extremamente..................................................................................5

7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

(circule uma)

. Nenhuma.........................................................................................1

. Muito leve.......................................................................................2

. Leve................................................................................................3

. Moderada........................................................................................4

. Grave..............................................................................................5

. Muito grave....................................................................................6

8. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora e dentro de casa)?

(circule uma)

. De maneira nenhuma.......................................................................1

.Um pouco.........................................................................................2

. Moderadamente...............................................................................3

. Bastante...........................................................................................4

. Extremamente..................................................................................5

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Anexos

76

9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido

com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma

resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente. Em relação as

últimas 4 semanas.

(circule um número para cada linha)

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a. Quanto tempo você tem

se sentido cheio de vigor, cheio de vontade, cheio de força?

1 2 3 4 5 6

b. Quanto tempo você tem

se sentido uma pessoa

muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c. Quanto tempo você tem

se sentido tão deprimido que nada pode animá-lo?

1 2 3 4 5 6

d. Quanto tempo você tem

se sentido calmo ou tranquilo?

1 2 3 4 5 6

e. Quanto tempo você tem

se sentido com muita

energia?

1 2 3 4 5 6

f. Quanto tempo você tem

se sentido desanimado e abatido?

1 2 3 4 5 6

g. Quanto tempo você tem

se sentido esgotado? 1 2 3 4 5 6

h. Quanto tempo você tem

se sentido uma pessoa

feliz?

1 2 3 4 5 6

i. Quanto tempo você tem

se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6

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Anexos

77

10. Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram com suas atividades sociais (como visitar

amigos, parentes, etc.)?

(circule uma)

. Todo o tempo.................................................................................1

. A maior parte do tempo.................................................................2

. Alguma parte do tempo.................................................................3

. Uma pequena parte do tempo........................................................4

. Nenhuma parte do tempo...............................................................5

11. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

(circule um número em cada linha)

Definiti-

vamente

verda-

deiro

A maioria

da vezes

verdadeiro

Não

sei

A maioria

da vezes

falso

Definiti-

vamente

falso

a. Eu costumo adoecer um

pouco mais facilmente que

as outras pessoas

1 2 3 4 5

b. Eu sou tão saudável

quanto qualquer pessoa

que eu conheço

1 2 3 4 5

c. Eu acho que a minha

saúde vai piorar

1 2 3 4 5

d. Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5

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Anexos

78

Pontuação do questionário SF-36

Questão Pontuação

01 1�5,0 2�4,4 3�3,4 4�2,0 5�1,0

02 Soma normal

03 Soma normal

04 Soma normal

05 Soma normal

06 1�5 2�4 3�3 4�2 5�1

07 1�6,0 2�5,4 3�4,2 4�3,1 5�2,2 6�1,0

08 Se 8�1 e 7�1----------------�6

Se 8�1 e 7�2 a 6------------�5

Se 8�2 e 7�2 a 6------------�4

Se 8�3 e 7�2 a 6------------�3

Se 8�4 e 7�2 a 6------------�2

Se 8�5 e 7�2 a 6------------�1 Se a questão 7 não for respondida, o escore da questão 8

passa a ser o seguinte:

1�6 4�2,25

2�4,75 5�1,0

3�3,5

09 a,d,e,h =valores contrários 1=6, 2=5, 3=3, 4=3, 5=2, 6=1 Vitalidade= a+e+g+i Saúde mental=b+c+d+f+h

10 Soma normal

11 a,c = valores normais

b,d = valores contrários 1=5, 2=4, 3=3, 4=2, 5=1

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Anexos

79

Cálculo do Raw Scale ( 0 a 100)

Questão Limites Score Range

Capacidade Funcional 3

(a+b+c+d+e+

f+g+h+i+j)

10,30 20

Aspectos Físicos

4(a+b+c+d) 4,8 4

Dor

7+8 2,12 10

Estado Geral de Saúde

1+11 5,25 20

Vitalidade

9(a+e+g+i) 4,24 20

Aspectos Sociais

6+10 2,10 8

Aspecto Emocional

5(a+b+c) 3,6 3

Saúde Mental

9(b+c+d+f+h) 5,30 25

Raw Scale:

Ex: Item = [ Valor obtido – Valor mais baixo ] x 100

Variação

Ex: Capacidade Funcional = 21 Ex: 21-10 x 100 = 55

Valor mais baixo = 10 20

Variação = 20

Obs.: A questão nº 2 não entra no cálculo dos domínios.

Dados perdidos: Se responder mais de 50% = substituir o valor pela média.

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Anexos

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ANEXO 2. Atrial Fibrillation Severity Scale – AFSS.

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Anexos

81

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Anexos

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Anexos

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ANEXO 3. Symptom Checkilist – Frequency and Severity

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Anexos

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Anexos

85

ANEXO 4. Questionário Quality of Life Index – Cardiac Version IV

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Anexos

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Anexos

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Anexos

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Anexos

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Anexos

90

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Anexos

91

ANEXO 5. Questionário Duke Activity Status Index

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Anexos

92

ANEXO 6. Questionário Minnesota Living with Heart Failure

MINNESOTA LIVING WITH HEART FAILURE QUESTIONNAIRE

The following questions ask how much your heart failure (heart condition) affected your life during the past month (4 weeks). After each question, circle the 0, 1, 2, 3, 4 or 5 to show how much your life was affected. If a question does not apply to you, circle the 0 after that question.

Did your heart failure prevent

you from living as you wanted during Very Very the past month (4 weeks) by - No Little

Much

1. causing swelling in your ankles or legs? 0 1 2 3 4 5 2. making you sit or lie down to rest during the day? 0 1 2 3 4 5

3. making your walking about or climbing stairs difficult? 0 1 2 3 4 5

4. making your working around the house or yard difficult? 0 1 2 3 4 5

5. making your going places away from home difficult? 0 1 2 3 4 5

6. making your sleeping well at night difficult? 0 1 2 3 4 5

7. making your relating to or doing things with your friends or family difficult? 0 1 2 3 4 5

8. making your working to earn a living difficult? 0 1 2 3 4 5

9. making your recreational pastimes, sports or hobbies difficult? 0 1 2 3 4 5

10. making your sexual activities difficult? 0 1 2 3 4 5

11. making you eat less of the foods you like? 0 1 2 3 4 5

12. making you short of breath? 0 1 2 3 4 5

13. making you tired, fatigued, or low on energy? 0 1 2 3 4 5

14. making you stay in a hospital? 0 1 2 3 4 5

15. costing you money for medical care? 0 1 2 3 4 5

16. giving you side effects from treatments? 0 1 2 3 4 5

17. making you feel you are a burden to your family or friends? 0 1 2 3 4 5

18. making you feel a loss of self-control in your life? 0 1 2 3 4 5

19. making you worry? 0 1 2 3 4 5

20. making it difficult for you to concentrate

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Anexos

93

or remember things? 0 1 2 3 4 5

21. making you feel depressed? 0 1 2 3 4 5

_________________________________________________________________________ ©1986 Regents of the University of Minnesota, All rights reserved. Do not copy or reproduce without

permission. LIVING WITH HEART FAILURE® is a registered trademark of the Regents of the University

of Minnesota.

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Anexos

94

ANEXO 7. Atrial Fibrillation Quality of Life – AFQoL-18

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Anexos

95

ANEXO 8. Symptom Severity Questionnaire

Questionário aplicado antes da randomização, 3, 6 e 12 meses; com pontuação máxima de 25 pontos e quanto maior a pontuação significa doença mais severa (Oral, 1996).

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Anexos

96

ANEXO 9. Questionário QVFA – Qualidade de Vida em Fibrilação Atrial

QVFA Avaliação da Qualidade de Vida em Paciente com Fibrilação Atrial

Identificação Data:__________Nº:______ Nome:____________________________________________________ RG:__________Sexo:_______Data de Nasc.:__________Idade:______ Natural:_____________Proced.:___________Profissão:____________ Endereço:____________________________________Tel:__________ QUESTIONÁRIO: I. PALPITAÇÃO Tem palpitação (batedeira no peito)? ( ) Sim ( )Não 1) A palpitação é : � Diária........................................................................................ e

� Semanal................................................................................... d � Quinzenal................................................................................. c � Mensal...................................................................................... b � > 30 dias................................................................................... a 2) A palpitação aparece com: � Repouso................................................................................... c � Stress emotional ..................................................................... b � Atividade comum (trabalho ou casa)........................................ a 3) Qual é a duração da palpitação? � < 1 minuto................................................................................. a � Minutos..................................................................................... b � Horas........................................................................................ d � Contínua (direto)...................................................................... e 4) Quando começou a última palpitação? � < 48 horas................................................................................ c � > 48 horas a uma semana....................................................... k � > uma semana até um mês...................................................... b � > um mês até uma semana...................................................... l � > seis meses até um ano......................................................... a � > um ano.................................................................................. m 5) A palpitação atrapalha o seu dia a dia? � Muito........................................................................................ d � Médio....................................................................................... c

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Anexos

97

� Pouco....................................................................................... b � Nada......................................................................................... a II. DISPNÉIA Tem falta de ar? ( ) Sim ( ) Não

6)A falta de ar é em: � Repouso................................................................................... f � Esforço: . pequeno...................................................................... e . médio.......................................................................... d . grande........................................................................ b 7) Junto com a falta de ar tem: � Palpitação................................................................................ b � Tosse....................................................................................... a � Tontura..................................................................................... b � Outros...................................................................................... a � Nenhum sintoma...................................................................... z 8) A falta de ar atrapalha o seu dia a dia? � Muito........................................................................................ h � Médio....................................................................................... f � Pouco....................................................................................... d � Nada......................................................................................... a III. PRECORDIALGIA Tem dor no peito? ( ) Sim ( ) Não

9) A dor no peito começou ao mesmo tempo em que a palpitação? Sim...c Não...z 10) A dor no peito aparece com: � Repouso................................................................................... d � Stress emotional ..................................................................... c � Atividade comum (trabalho ou casa)........................................ b � Outros...................................................................................... a 11) Junto com a dor no peito tem: � Nenhum sintoma...................................................................... z � Sudorese.................................................................................. b � Náuseas e/ou vômitos.............................................................. b � Irradiação................................................................................. a

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Anexos

98

� Outros...................................................................................... a 12) A dor no peito atrapalha o seu dia a dia:

� Muito........................................................................................ g � Médio....................................................................................... e � Pouco....................................................................................... c � Nada......................................................................................... a IV. TONTURA Tem tontura? ( ) Sim ( ) Não

13) Qual é o tipo de tontura? � Sensação momentânea de desequilíbrio................................. c � Movimento rotatório seu ou do ambiente................................. c � Sensação de desmaio.............................................................. d � Desmaio................................................................................... f 14) Junto com a tontura tem: � Palpitação................................................................................ b � Visão embaçada...................................................................... b � Ansiedade................................................................................ a � Fraqueza.................................................................................. a � Outros...................................................................................... a � Nenhum sintoma...................................................................... z 15) A tontura atrapalha o seu dia a dia: � Muito........................................................................................ g � Médio....................................................................................... e � Pouco....................................................................................... c � Nada......................................................................................... a

V MEDICAÇÃO

Faz uso de medicação? ( ) Sim ( ) Não

16) É para o tratamento da arritmia? Sim...b Não...z

17) Depois que começou a medicação: � Ficou do mesmo jeito............................................................... a � Melhorou.................................................................................. z � Piorou....................................................................................... c

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Anexos

99

18) Tomar a medicação atrapalha o seu dia a dia:

� Muito........................................................................................ e � Médio....................................................................................... d � Pouco....................................................................................... c � Nada......................................................................................... z

VI. CARDIOVERSÃO ELÉTRICA

19) Já recebeu choque no peito? Sim...b Não...z

20) Depois do choque: � Ficou do mesmo jeito............................................................... a � Melhorou.................................................................................. z � Piorou....................................................................................... c VII. ABLAÇÃO 21) Já fez ablação (tratamento com cateteres nas veias para arritmia)? Sim...b Não...z 22) Depois da ablação: � Ficou do mesmo jeito............................................................... a � Melhorou.................................................................................. z � Piorou....................................................................................... c

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Anexos

100

Pontuação do questionário

a 1,0 h 8,0

b 2,0 i 9,0

c 3,0 j 10,0

d 4,0 k 2,5

e 5,0 l 1,5

f 6,0 m 0,5

g 7,0 z 0,0

Domínio Questão Pontuação

I

1 5,0

2 3,0

3 5,0

4 3,0

5 4,0

II

6 6,0

7 6,0

8 8,0

III

9 3,0

10 4,0

11 6,0

12 7,0

IV

13 6,0

14 7,0

15 7,0

V

16 2,0

17 3,0

18 5,0

VI 19 2,0

20 3,0

VII 21 2,0

22 3,0

Domínios I a IV 20 ptos, V+VI+VII 20 ptos � Total 100 ptos

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Anexos

101

ANEXO 10. Cálculo da pontuação do questionário SF-36

Questão Pontuação Cálculo do Raw Scale

Pontos Final Domínios do SF-36

1 3,4 30 10 20 100 100 Capaciade Funcional 2 8 4 4 100 100 Aspectos Físicos 3 30 9,2 2 10 100 72 Dor 4 8 23,4 5 20 100 92 Estado Geral de Saúde 5 4 17 4 20 100 65 Vitalidade 6 5 10 2 8 100 100 Aspectos Sociais 7 4,2 4 3 3 100 33,3 Aspecto Emocional 8 5 22 5 25 100 68 Saúde Mental 9 17 22 10 5 11 20

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Anexos

102

ANEXO 11. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Universidade Federal de São Paulo

Escola Paulista de Medicina Hospital São Paulo

Serviço de Eletrofisiologia Clínica

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

1. Título do projeto: “Avaliação de Qualidade de Vida em Pacientes com Fibrilação Atrial :

Desenvolvimento e Validação de um Novo Questionário”.

2. Essas informações estão sendo fornecidas para a sua participação voluntária neste estudo,

que visa avaliar a qualidade de vida dos pacientes portadores de fibrilação atrial através de um

novo questionário específico.

3. Os procedimentos realizados durante o estudo serão a sua consulta ambulatorial de rotina e a

avaliação de qualidade de vida, especificamente, através de uma entrevista. Após sua

consulta ambulatorial de rotina, será certificado o seu diagnóstico de fibrilação atrial com o

médico que o atendeu. Se você se qualificar para o estudo e concordar em se inscrever, será

avaliado e acompanhado a cada 3 meses até o final do estudo em 1 ano. A primeira avaliação

será feita após a consulta ambulatorial e as subseqüentes poderão ser feitas antes ou depois

da sua consulta de rotina. Serão feitas perguntas a você através de dois questionários que

serão lidos por uma pessoa treinada para a aplicação deles. As perguntas são simples e não

poderão ser explicadas pela pessoa que o entrevistar, você deve responder de acordo com

aquilo que entender, sendo que caso não entenda imediatamente poderá pedir para que o

entrevistador repita quantas vezes forem necessárias as perguntas. Você precisará responder

somente o que lhe for perguntado, bastando, em algumas circunstâncias “sim” ou não”, não

sendo necessárias maiores explicações. Em algumas respostas você pode não encontrar as

palavras que você mais usa no seu dia a dia, tente escolher a resposta que mais se aproxime

daquilo que você entende. O primeiro questionário aplicado é um questionário geral que terá

perguntas sobre vários aspectos da sua vida. O segundo questionário aplicado é um

questionário específico que terá perguntas sobre os seus sintomas e o tratamento que está

fazendo. Em relação as medicações utilizadas não é necessário informar quais são os

medicamentos que toma, basta saber se são para sua arritmia ou não. Caso algum

acompanhante esteja com você na consulta ele pode acompanhar a entrevista dos

questionários, mas não poderá ajudá-lo no entendimento da pergunta e nem com as

respostas. O tempo de aplicação dos questionário também será monitorizado pelo

entrevistador, sem que isso interfira no seu entendimento das perguntas ou na sua avaliação.

Não precisa ficar preocupado em acertar as respostas, pois não são perguntas de errar e

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Anexos

103

acertar e, sim, sobre como você é no seu dia a dia, na sua casa junto da sua família, no seu

trabalho junto dos seus colegas e na sua vida social junto dos seus amigos.

4. Se você aceitar participar, não será necessário fazer qualquer exame específico ou outros

exames durante o estudo, exceto aqueles que sua condição clínica exigir, de acordo com a

avaliação médica nas consultas de rotina. Excepcionalmente, quando a avaliação de

qualidade de vida for feita em dia diferente da sua consulta, poderá ser necessária a

realização de um eletrocardiograma para certificação do seu ritmo cardíaco naquele momento.

5. A participação neste estudo prolongará suas consultas regulares ao médico em cerca de 20

minutos. Não existe nenhum risco para sua saúde em responder aos questionários. As

intercorrências no seu estado clínico, novos sintomas ou qualquer outro devem ser informados

ao médico que o atender nas consultas de rotina. Nas avaliações de qualidade de vida, não

haverá espaço além das perguntas padrões. Você deverá também avisar os médicos que o

tratam de que você está fazendo parte deste estudo.

6. Responder aos questionários deste estudo poderá ou não trazer-lhe benefícios adicionais

pessoais, mas as informações reunidas a partir do estudo serão muito importantes para a

descoberta de um novo questionário para avaliar a qualidade de vida dos portadores de

fibrilação atrial. Este novo questionário poderá trazer um melhor entendimento de o quanto as

manifestações clínicas da sua doença interferem no seu dia a dia, possibilitando auxílio nas

decisões terapêuticas, com melhora dos sintomas e um dia a dia mais satisfatório.

7. Não existe no momento nenhum outro questionário específico de avaliação de qualidade de

vida em português que possa ser utilizado e a única opção alternativa a essa avaliação será a

não participação no estudo.

8. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa

para esclarecimento de eventuais dúvidas. A principal investigadora é a Dra Érika Olivier Vilela

Bragança que pode ser encontrada à Rua Napoleão de Barros, 593 – Vila Clementino, São

Paulo/SP; telefone (0XX11) 5579-8255 ou fax (0XX11) 5573-3572. Se você tiver alguma

consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP) à Rua Botucatu, 572, 1º andar – cj 14, (0XX11) 5571-1062 ou fax (0XX11)

5539-7162.

9. É garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento e deixar de

participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade do seu tratamento na instituição.

10. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros pacientes, não sendo

divulgado a identificação de nenhum paciente.

11. O paciente tem o direito de acesso aos resultados da pesquisa que sejam do conhecimento

dos pesquisadores.

12. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase da pesquisa, incluindo

exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada a sua participação.

Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

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Anexos

104

13. Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos

propostos neste estudo (nexo casual comprovado), o participante tem direito a tratamento

médico na instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

14. É compromisso do pesquisador de utilizar os dados e o material coletado somente para esta

pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas

para mim, descrevendo o estudo “Avaliação de Qualidade de Vida dos Pacientes com

Fibrilação Atrial: Desenvolvimento e Validação de um Novo Questionário”. Eu discuti com a

Dra. Érika Olivier Vilela Bragança a minha decisão de aceitar essa avaliação. Ficaram claros para

mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos

e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro

também que a minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia de acesso a

tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e

poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem

penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou ao meu

atendimento neste serviço.

_____________________________________________________

Assinatura do Paciente/ Representante legal * Data ___/___/_____

_____________________________________________________

Assinatura da testemunha Data ___/___/_____

* para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de

deficiência auditiva ou visual.

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste

paciente ou representante legal para a participação neste estudo.

____________________________________________________

Dra. Érika Olivier Vilela Bragança CRM 83 944 Data ___/___/_____

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Anexos

105

ANEXO 12. Carta de Aprovação do Comitê de Ética

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8.REFERÊNCIAS

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Abstract

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Abstract

Background: Atrial fibrillation (AF) is the most common sustained arrhythmia in

clinical practice, and has major impact on health-related quality of life, thus, there

is a need for a specific instrument to asses AF symptoms and quality of life.

Methods: We developed and validated a specific questionnaire for quality of life in

AF patients (QLAF) based on clinical manifestations (palpitation, breathlessness,

dizziness and chest pain), and the usual treatments (medication, cardioversion

and ablation). For validation, the new questionnaire was compared with the

generic SF-36 questionnaire. Reproducibility was tested using 40 questionnaires

administered by two different observers at distinct times and places.

Responsiveness was evaluated based on variation of the QLAF score over time.

Results: There were a total of 462 questionnaires (231 SF-36 and 231 QLAF)

administered at baseline, 3, 6, 9 and 12 months. Construct validity was

demonstrated by the negative correlation between QLAF and SF-36 scores that

was observed over the follow-up period. Analysis of internal consistency for

reproducibility showed excellent Cronbach’s alpha coefficients (inter- and intra-

observer coefficients of 0.98 and 0.96, respectively). QLAF was responsive as

indicated by significant differences in mean domain scores from the beginning to

the end of follow-up. It took much less time to administer the QLAF than the SF-36

(3:08 ± 0:33 min vs. 9:25 ± 1:14 min, p<0.001). Conclusion: The QLAF

questionnaire is easy to understand and can be administered rapidly in the

outpatient setting. Furthermore, the QLAF score is valid and reproducible and

responsive to a change in clinical status.

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Apêndice

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Apêndice

View Letter

Date: Mar 22, 2009

To: "Erika Olivier Braganca" [email protected]

cc: [email protected]

From: "International Journal of Cardiology" [email protected]

Subject: IJC editorial decision on MS No. IJC-D-07-02599R2

Ms. Ref. No.: IJC-D-07-02599R2 Title: Validating a New Quality of Life Questionnaire Symptom Based for Atrial Fibrillation International Journal of Cardiology Dear Dr Braganca, I am pleased to inform you that your manuscript entitled "Validating a New Quality of Life Questionnaire Symptom Based for Atrial Fibrillation" has been accepted for publication in the International Journal of Cardiology. It will appear in the next available issue. Thank you for submitting your excellent article to the International Journal of Cardiology. Please note: Please do not enquire immediately about issue number and exact date of publication. You will be contacted by Elsevier regarding proofs in due course. At present it might take up to 4-5 months. If after this time you are still not contacted by Elsevier, please direct your queries to Author Support: [email protected]. Articles in Press are included in PubMed and published online through Science Direct. Yours sincerely, Prof. Andrew Coats Editor-in-Chief International Journal of Cardiology

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Apêndice

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Bibliografia Consultada

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Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients

Érika O.V. Braganca ⁎, Bráulio Luna Filho, Veruska H. Maria,Daniela Levy, Angelo A.V. de Paola

Universidade Federal de Sao Paulo, Brazil

Received 16 October 2007; received in revised form 19 February 2009; accepted 22 March 2009

Abstract

Background: Atrial fibrillation (AF) is the most common sustained arrhythmia in clinical practice, and has major impact on health-relatedquality of life, thus, there is a need for a specific instrument to assess AF symptoms and quality of life.Methods:Wedeveloped and validated a specific questionnaire for quality of life inAFpatients (QLAF) based on clinicalmanifestations (palpitation,breathlessness, dizziness and chest pain), and the usual treatments (medication, cardioversion and ablation). For validation, the new questionnairewas compared with the generic SF-36 questionnaire. Reproducibility was tested using 40 questionnaires administered by two different observers atdistinct times and places. Responsiveness was evaluated based on variation of the QLAF score over time.Results: There were a total of 462 questionnaires (231 SF-36 and 231 QLAF) administered at baseline, 3, 6, 9 and 12 months. Constructvalidity was demonstrated by the negative correlation between QLAF and SF-36 scores that was observed over the follow-up period.Analysis of internal consistency for reproducibility showed excellent Cronbach's alpha coefficients (inter- and intraobserver coefficients of0.98 and 0.96, respectively). QLAF was responsive as indicated by significant differences in mean domain scores from the beginning to theend of follow-up. It took much less time to administer the QLAF than the SF-36 (3:08±0:33 min vs. 9:25±1:14 min, pb0.001).Conclusion: The QLAF questionnaire is easy to understand and can be administered rapidly in the outpatient setting. Furthermore, the QLAFscore is valid and reproducible and responsive to a change in clinical status.© 2009 Elsevier Ireland Ltd. All rights reserved.

Keywords: Quality of life; Atrial fibrillation; Disease-specific questionnaire

1. Introduction

Atrial fibrillation (AF) is the most common sustainedarrhythmia observed in clinical practice and is associatedwith increased mortality and morbidity [1,2]. The clinicalimpact ranges from completely asymptomatic subjects toothers living extremely limited lives, the first manifestationbeing an embolic event or exacerbated cardiac failure [3].Common symptoms include palpitations, breathlessness, chestpain and dizziness or fatigue [4]. AF patients frequently report

general discomfort, low exercise tolerance, irritability, con-centration deficit and sleep disorder. The optimal clinicalmanagement for AF is still unclear. The therapeutic arsenal,which includes anticoagulation, rhythm control, rate control,surgical and catheter ablation, pacemakers and, defibrillators,appears to be insufficient [5–7]. As a consequence, symptomrelief and improving quality of life are often the primary goalsof treatment [8,9].

The definition of quality of life is inherently subjective;however, accurate quantification of quality of life has beenproposed based on the use of two basic types of questionnaires,generic and disease-specific [9–11]. An appropriate ques-tionnaire must evaluate a specific situation adequately, andbe easy to use and understand [12]. A basic prerequisite isanalysis of its validity, reproducibility and responsiveness interms of psychometric properties [9,10,13].

International Journal of Cardiology xx (2009) xxx–xxx

IJCA-11942; No of Pages 8

www.elsevier.com/locate/ijcard

⁎ Corresponding author. CardioRitmo, Av. Alfredo Ignácio NogueiraPenido, 255 sl 703 – Jd Aquárius, São José dos Campos, Cep 12246-000,Brazil. Tel./fax: +55 12 3941 3928.

E-mail address: [email protected] (É.O.V. Braganca).

0167-5273/$ - see front matter © 2009 Elsevier Ireland Ltd. All rights reserved.doi:10.1016/j.ijcard.2009.03.087

ARTICLE IN PRESS

Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/j.ijcard.2009.03.087

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Since 2000, a number of studies have evaluated AF patientquality of life using both generic and disease-specific in-struments, but the questionnaires are not fully satisfactory[6,14–19]. The generic SF-36 questionnaire has beenextensively used in the literature, but does not cover AF-specific manifestations. Despite the importance of AF, theUniversity of Toronto Atrial Fibrillation Scale is the onlyquestionnaire specifically designed for this arrhythmia, butcovers only the symptom of palpitations.

We sought to develop an instrument for assessing AFpatient quality of life that covered the main clinical manifesta-tions and treatments and had properly tested measurementproperties.

2. Methods

2.1. Initial phase

Three meetings were held with eight specialists certifiedby the Brazilian Society of Electrophysiology. First, the spe-cialists determined the most important clinical manifestationsof atrial fibrillation. To design the questionnaire it is usefulto understand the difference between items, questions anddomains, because quality of life is generally measured by acomplex collection of items, questions, domains, and instru-ments. An item is a single question, and the domain identifiesa particular focus of attention and may contain the responseto a single item or responses to several related items. Aninstrument is the collection of items used to obtain the desireddata [10]. A model questionnaire was developed in whichthe clinical manifestations corresponded to the domains. Thequestions and items of each domain were discussed with thespecialists according to their relevance. The definition of thescore was established by consensus among electrophysiolo-gists, who attributed higher or lower values according to theclinical importance of the item, question and domain. Thismodel questionnaire was initially administered to a smallgroup of patients during a pilot phase. After this phase, thetreatment used for this arrhythmia was found to be relevant,and three domains regarding this topic were therefore in-cluded in the questionnaire.

2.2. Intermediate phase — patient selection and application

Patients with AF of any etiology or classification wereeligible for enrollment as long as their AF was documentedby ECG. Patients could be either symptomatic or asympto-matic and were asked to respond to questionnaires and fol-lowed up at the AF outpatient clinic. The choice of treatmentwasmade by the attending physician andwas not an inclusionor exclusion criterion.

We excluded patients not agreeing to participate for anyreason, or havingmajor memory deficits, or dementia. Patientswere not required to be literate in order to participate in thestudy. Those responding to the questionnaire on their initialvisit but not on subsequent visits, for any reason, were

excluded. We initially administered both questionnaires to87 patients, but 24 patients were excluded because they didnot compete in any of the follow-up visits.

Patients were given details of the aims of the study andsigned an informed consent form prior to the study, whichwas authorized by the university's ethics committee.

SF-36 and quality of life symptom based for AF (QLAF)questionnaires were administered prospectively and simulta-neously at baseline, 3, 6, 9 and 12 months, and all clinical datawere collected. Patients responded through standardized inter-views. Two trained interviewers read each question as writtenwithout explaining words or questions. Questionnaires wereadministered in a quiet setting before or after the patient's am-bulatory visit. Completion time was recorded without patientsnoticing. Persons accompanying were allowed to remain in theroom but instructed not to help.

2.3. Final phase — validation

Measurement properties analyzed were validity, reprodu-cibility, and responsiveness.

Validity was tested by analyzing content and constructvalidity. Aspects validated in the literature and expert opin-ions were considered for analysis of content validity. Con-vergent construct validity was evaluated by simultaneousapplication of the QLAF questionnaire and the generic SF-36scale.

Reproducibility was estimated by analyzing inter- andintra-observer agreement using test–retest (Bartko's intraclasscorrelation coefficient) and internal consistency (Cronbach'salpha coefficient) methods. To evaluate the intra-observeragreement, 20 QLAF questionnaires were administered bythe same observer twice to the same patients at the AF out-patient clinic at a different time of the day. To evaluate inter-observer agreement, 40 QLAF questionnaires were adminis-tered by two observers in 20 patients at different times andlocations.

Responsiveness was analyzed on the basis of changesin QLAF domain scores during the follow-up period todiscover whether clinical changes lead to significant differ-ences in the domain scores.

2.4. The quality of life symptom based atrial fibrillationquestionnaire

The QLAF questionnaire consisted of seven domains,22 numbered questions and 83 items, or simple questionswhich made up the domains. Domains were numbered se-quentially (I-VII) covering the main clinical manifestations(palpitation, breathlessness, chest pain, and dizziness) andtherapeutic interventions (drugs, direct-current cardioversion,and ablation) (Appendix A). Questions containing items tobe scored were sequentially numbered 1–22. “Yes/no” ques-tions leading into domains were not numbered or scored.Items were not numbered and a single answer in letter formatwas attributed to each item to avoid suggestion from the

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researcher or patient. Higher numbers indicated a worsequality of life.

2.5. Statistical analysis

Descriptive statistical analysis was used to obtain thedistribution of absolute and relative frequencies of qualita-tive and quantitative variables. Continuous variables arereported as the mean±standard deviation. Scores from eachdomain of the SF-36 and the total QLAF score, as comparedto the SF-36, were expressed as mean±standard deviation.The correlation between the mean SF-36 domain scoresand the mean total QLAF score was determined to testconvergent construct validity and provide evidence ofvalidity.

To estimate reproducibility, Bartko's intraclass correla-tion coefficient [20] and Cronbach's alpha coefficient [21]were calculated for the mean scores of each QLAF domainand total score. We also calculated coefficients for the meantime taken to administer the QLAF.

QLAF domain scores and total were expressed as themean±standard error of the mean. A paired Student t-test(Gosset) was used to compare the results at baseline and12 months, with significant differences showing respon-siveness to changes in clinical conditions.

A significance level of pb0.05 (5%) was used to rejectthe null hypothesis. Confidence intervals were calculatedwith 95% probability.

3. Results

3.1. Clinical outcomes

Patients' clinical characteristics are shown in Table 1. Beta-blockers were the drug most frequently used by patients at alltimes during the study, except at 12 months, followed byamiodarone, digoxin and calcium antagonists. The drugs lessfrequently used at all times were sotalol, propafenone, andquinidine. ECG determined heart rhythm on each visit and arhythm other than AF or sinus were called “other”. Heart ratemonitoring with a 24-h Holter system, valid when performed upto onemonth before each assessment, showed a controlledmeanheart rate for each of the five periods analyzed. The attendingphysician classified AF for the patient at the time of assessment.About 60%of the patientswere anticoagulated at all times.Mostpatients were in New York Heart Association functional class Ior II for all periods analyzed (Table 2).

3.2. Quality of life

Detailed analysis of the QLAF's psychometric propertiesprovided evidence of its validity, reproducibility, andresponsiveness.

Construct validity was shown by comparing SF-36and QLAF results. A total of 462 questionnaires (231 SF-36and 231 QLAF) were administered at baseline and 3, 6, 9 and12 months. Improvement in all SF-36 domains was observed at

Table 1Demographic and associated conditions.

No. of patients at baseline 63Age (years) (mean±SD) 62.8±12.2Male (%) 57.1AF classification (%)

Paroxysm 24Persistent 20Permanent 19

Underlying heart disease (%)Hypertension 60.3Coronary heart disease 9.5Valvular (rheumatic) 14.3Nonrheumatic valvular 3.2Dilated cardiomyopathy 14.3Chagas' cardiomyopathy 4.8Congenital heart disease 3.2None 15.9Pacemaker 9.5

Prior events (%)Embolic 11.1Bleeding 6.3

Concomitant atrial tachycardia/flutter (%) 28.5Baseline transthoracic echocardiogram

LA size (mm) (mean mean±SD) 44.4±8.2LVEF (%) (mean±SD) 69±10

Prior current-direct cardioversion 47.6AF ablation (%) 1.6

AF = atrial fibrillation; VT = ventricular tachycardia; LA = leftatrium; LVEF =left ventricular ejection fraction.

Table 2Other associated conditions.

Baseline 3 months 6 months 9 months 12 months

Antiarrhythmic drugs (%)Beta-blocker 66.7 82.6 93.0 85.0 66.7Amiodarone 49.2 73.9 65.1 65.0 79.5Digoxin 38.0 45.6 60.5 60.0 74.4Calcium-channelblockers

11.1 19.6 16.3 32.5 48.7

Sotalol 3.2 8.7 4.7 0.0 12.8Propafenone 3.2 4.3 4.7 7.5 5.1Quinidine 3.2 0.0 0.0 0.0 0.0

Heart rhythm (%)Sinus 41.3 32.6 34.9 32.5 38.5AF 42.9 52.2 55.8 60.0 51.3Other 9.5 8.7 4.7 7.5 7.7

Heart rate (Holter)(mean±SD)

73±16 79±18 72±16 75±19 75±15

Classification of AF (%)Paroxysmal 38.1 43.5 32.6 25.0 35.9Persistent 33.3 23.9 32.6 25.0 28.2Permanent 30.2 34.8 32.6 37.5 38.5

Antithrombotictherapy (n)Oralanticoagulation

63.5 62.5 57 65 62.5

Aspirin 21 25 30 23 20.5NYHA class (%)

I and II 96 91 91 87 95III and IV 4 9 9 13 5

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the end of one year, with significant differences compared tobaseline for the following domains: Physical Capacity, BodyPain, General Health and Social Function. Significant improve-ment compared to baseline was also observed for the totalQLAF score at end of follow-up period (Table 3).

Convergent construct validity was demonstrated bynegative correlation between mean SF-36 domain scoresand total QLAF score. Higher SF-36 domain scores tendedto occur together with lower total QLAF scores in an inverserelationship, but expressing the same result (worst quality oflife indicated by high SF-36 scores were indicated by lowQLAF scores).

Literature review and arrhythmia specialists confirmedthe content validity. QLAF domains concur with the mainclinical manifestations and therapeutic approaches [13].

Inter- and intra-observer reproducibility was shown inprecise coefficients (≥0.90) for analysis of the total QLAFscore. The alpha coefficient for mean time taken to admin-ister the questionnaire was good for inter-observer (α=0.77)and excellent for intra-observer analysis (α=0.95).

Analysis of inter-observer reproducibility (Table 4)showed excellent precise alpha coefficients for Breath-lessness and Direct-Current Cardioversion. Good coeffi-cients (≥0.70) were obtained for other domains exceptDrugs. The internal consistency of the results show thatQLAF is highly reproducible across trained observers. Test–retest analysis revealed an excellent intraclass coefficient for

Direct-Current Cardioversion and Breathlessness, and goodcoefficients for Chest Pain and Dizziness. QLAF results werestable between morning and afternoon periods whenquestionnaires were administered by different trained obser-vers. Excellent coefficients were obtained for the total QLAFscore from internal consistency and test–retest methods(Cronbach=0.98 and Bartko=0.95, respectively).

Analysis of intra-observer reproducibility (Table 5)revealed excellent alpha coefficients for Palpitation, Dizzi-ness, and Direct-Current Cardioversion, and good coeffi-cients (≥0.70) for other domains. The internal consistencymethod showed high intra-observer reproducibility. Test–retest analysis showed excellent intraclass correlationcoefficients for Palpitation, Dizziness and Direct-CurrentCardioversion, and good coefficients for the Breathlessnessand Chest Pain domains. The results also demonstratedgood QLAF stability between morning and afternoonperiods when administered by the same observer. Thecoefficients obtained by the internal consistency and test–retest methods for total QLAF score were consideredexcellent (Cronbach=0.96 and Bartko=0.9).

Responsiveness was confirmed by significant differencesin QLAF domain scores throughout the follow-up period,indicating that the instrument was responsive to changes inclinical conditions (Table 6). Significant differences betweenbaseline and 12 months were observed for the Palpitation,Breathlessness, and Drugs domain, whereas the Dizzinessdomain showed a tendency toward statistical significance. Thetotal QLAF score was responsive as indicated by thesignificant difference between baseline and 12 months.

Table 3Mean and standard deviation of the SF-36 domains scores and the totalQLAF score.

SF-36 scale Baseline 3 months 6 months 9 months 12 months

Vitality 59±24 67±27 59±28 59±25 64±21Physical function 59±39 58±41 55±44 50±44 65±43Social function 73±30 76±32 73±35 81±31 85±27*Mental function 66±26 73±25 71±24 67±29 70±26Role-emotional 72±38 72±40 80±36 80±38 79±38Physical capacity 66±28 69±27 65±27 67±31 73±29*General health 62±26 73±23 71±23 71±25 78±19*Body pain 61±28 72±27 64±29 72±30 76±30*Total QLAF 24±18 20±18 19±15 14±11 13±11*

*pb0.05 for comparison between baseline and 12 months (Student t-test).

Table 4Interobserver reproducibility of the QLAF questionnaire.

QLAF Cronbach⁎ Bartko⁎⁎

Palpitation 0.70 0.53Breathlessness 0.97 0.94Chest pain 0.89 0.81Dizziness 0.88 0.78Drugs 0.58 0.41DCC 0.99 0.98Ablation NA NATotal 0.98 0.95Total 0.96 0.91

⁎Alpha coefficient; ⁎⁎Intraclass correlation coefficient; DCC = direct-currentcardioversion; NA = not applicable.

Table 5Intra-observer reproducibility of the QLAF questionnaire.

QLAF Cronbach⁎⁎ Bartko⁎

Palpitation 0.99 0.98Breathlessness 0.88 0.78Chest pain 0.88 0.78Dizziness 0.99 0.99Drugs 0.81 0.68DCC 0.97 0.94Ablation NA NATotal 0.96 0.91

⁎Alpha coefficient; ⁎⁎Intraclass correlation coefficient; DCC = direct-currentcardioversion; NA = not applicable.

Table 6Responsiveness of the QLAF questionnaire.

QLAF Baseline 3 months 6 months 9 months 12 months

Palpitation 7.5±0.9 6.1±1.1 5.8±1.0 4.9±1.0 3.7±0.9*Breathlessness 4.7±0.8 4.5±0.9 5.1±1.0 2.5±0.7 2.3±0.7*Chest pain 1.5±0.5 1.3±0.6 1.6±0.6 0.4±0.3 0.5±0.3Dizziness 5.2±0.8 3.8±0.8 2.4±0.6 2.6±0.6 3.2±0.7**Drugs 2.7±0.2 2.5±0.3 2.6±0.3 2.0±0.2 1.9±0.1*DCC 1.3±0.2 1.4±0.2 1.4±0.2 1.2±0.2 1.3±0.2Ablation 0.4±0.1 0.4±0.2 0.5±0.2 0.4±0.1 0.4±0.1Total 23.6±2.3 20.3±2.7 19.0±2.4 14.1±1.8 13.3±1.8*

*pb0.05 and **p=0.06 for comparison between baseline and 12 months.DCC = direct-current cardioversion.

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The results obtained (summarized in Table 7) providedevidence of the validity, reproducibility, and responsivenessof the QLAF questionnaire.

The mean overall time taken to administer questionnaireswas 9:25±1:14min for the SF-36, but only 3:08±0:33min forthe QLAF (pb0.001).

4. Discussion

The aim in developing a disease-specific QLAF was toassess the full range of AF, so we formulated questions coveringthe main clinical manifestations and treatments. Equally impor-tant, we tested the instrument's psychometric properties to showits validity, reproducibility, and responsiveness.

The QLAF questionnaire that we developed to evaluatethe quality of life of patients with AF showed good agreementwith the SF-36. However, in addition to requiring less timefor its application, this new questionnaire adds informationabout the status of the patients through objective questionsrelated to the main clinical manifestations of the disease. Inaddition, the new questionnaire had construct and contentvalidity. It was also validated by robust methodological andstatistical analyses: internal and external control, independentobservers, double-blind evaluation, analysis of reproducibilityand responsiveness, etc.

4.1. Validity

Simultaneous analysis of a significant number of ques-tionnaires (231 for the SF-36 and 231 for the QLAF) overa one-year follow-up period showed an improvement in qualityof life on both measures (Table 3). This result confirms thatQLAF scores reflected patients' quality of life since they werecomparable to the changes in SF-36, which is a validatedinstrument. Similar behavior was observed for the SF-36 andQLAF over time, thus supporting the validity of the QLAFinstrument. The inverse relationship between SF-36 and QLAFscores indicates the same expectation of quality of life, i.e. ahigher score means better quality of life on the SF-36, and alower score means worse quality of life on the QLAF.

The time required to administer the QLAF was sig-nificantly less than that for the SF-36 (3:08±0:33 min vs.

9:25±1:14 min, pb0.001), which is of practical relevancesince QLAF may be used to assess quality of life during apatient's routine visit.

Although we could not objectively evaluate a patient'scomprehension of content, we found that the QLAF question-naire was easily understood by all patients since the questionswere stated in simple language that related to everyday aspectsof the disease. Inclusion of symptoms almost always expe-rienced by patients — palpitation, breathlessness, chest painand dizziness — and the usual therapies — drugs, direct-current cardioversion and ablation — encouraged patients tocollaborate.

QLAF scoring aimed for simplicity, practicality, and speed.An individualized score was attributed to each domain and atotal score calculated by summing to provide an overall qualityof life number. We found the factors having most impact onquality of life for these patients, whether symptoms or types oftreatment (and which ones), or both. This scoring system wasfound to be valid since results were comparable to those fromSF-36 at end of follow-up (Table 3).

4.1.1. Content validity— other specific questionnairesAnother way of evaluating QLAF content is to compare

it with other similar questionnaires, especially those used inlarge studies such as the Atrial Fibrillation Follow-up Inves-tigation of Rhythm Management trial [6], Atrial Fibrillationand Congestive Heart Failure trial [15] and the CanadianTrial of Atrial Fibrillation [16]. The Quality of Life Index-Cardiac Version IV used in the AFFIRM trial is a genericquestionnaire with a disease-specific component [22]. Theoriginal generic version contains three heart disease-specificitems (angina, dyspnea, and lifestyle changes). The heartdisease-specific component includes two symptoms alsofound among the manifestations of AF; however, we believethat in the case of AF the omission of one or more itemscharacterizing the impact of palpitations on quality of life ofpatients is unacceptable since this is the most frequentlyreported symptom.

Another widely used questionnaire is the Symptom Check-list: Frequency and Severity used in the AFFIRM, AF-CHFand Canadian Trials, which is an arrhythmia-specific instrument[11]. Its list of symptoms to be quantified by frequency andseverity covers both general symptoms (difficulty sleeping,nausea,weakness, etc.) and cardiovascular symptoms (shortnessof breath, heart fluttering/skipping, heart racing, etc.). Somesymptoms, such as headache or poor appetite, may coincidewith the presentation of arrhythmia, whereas others such astrouble concentrating, sweating and nausea may accompanyarrhythmias but are not arrhythmia-specific symptoms.

The only AF-specific questionnaire in the literature isthe Atrial Fibrillation Severity Scale (AFSS), developed atUniversity of Toronto tomeasure quality of life of AF patientsin the Canadian Trial and the AF-CHF trial [15,16,23].Notwithstanding exhaustive efforts, however, we could notfind publication about its scientific validation. In addition,the AFSS evaluates the quality of life of patients with atrial

Table 7Psychometric data obtained for the quality of life symptom based atrialfibrillation (QLAF) questionnaire.

Evidence of validity Evidence ofreproducibility

Evidence ofresponsiveness

Content Change in scores(pb0.05)

Supported by the literatureand by expert opinions

Test–retest(total QLAF) Palpitation

BreathlessnessConstruct–convergent α=0.975 DrugsSupported by correlation betweenQLAF and SF-36 domains

(interobserver) Total QLAFα=0.955 Dizziness(intraobserver) (pb0.06)

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fibrillation based on the analysis of a single symptom, i.e., anirregular heart rhythm [16,23]. As an alternative, we con-structed a questionnaire that covers the main clinical mani-festations (palpitation, breathlessness, chest pain, and dizziness)and usual therapies for this arrhythmia (cardioversion, drugsand ablation). We compared our questionnaire with the SF-36,which is cited in more than 4000 publications and has beentranslated in more than 50 countries, with at least three publi-cations on its scientific validity [24,25].

AF is a complex arrhythmia in terms of both symptomsand therapeutic approach; its impact on quality of life involvesclinical manifestations and treatment modalities, so assessmentof patient quality of life must include these aspects. Therefore,the questionnaires used for this purpose in large trials are notsatisfactory.

4.2. Reproducibility

Analysis of reproducibility, reliability, or precision is anecessary but not sufficient part of instrument validation. Notonly should an instrument measure what it is supposed to, butresults must be replicable.

In the present study, the coefficients obtained in repro-ducibility analysis of time taken to administer QLAF wereadequate (intra- and inter-observer analysis alpha coefficientswere 0.95 and 0.77). A better alpha coefficient for intra-observeranalysis is an initial sine qua non condition for validating a testbut inter-observer agreement is the basis for scientific inter-objectivity [26].

On analyzing the reproducibility of inter and intra-observerresults usingmean total QLAF scores (Tables 4 and 5), excellentcoefficients were obtained with both methods — internal con-sistency (Cronbach=0.98 and 0.96,) and test–retest (Bartko=0.95and 0.91). Results show excellent reliability; theQLAF is highlyreproducible. Analyzing inter and intra-observer reproduci-bility for each of the seven QLAF domains by both methodsalso yielded very good results, with excellent reproducibilitycoefficients for most domains. However, we found slightlylower coefficients for Drugs (Cronbach=0.58 and Bartko=0.41)and Palpitation (Bartko=0.53) domains on inter-observer anal-ysis. We believe that compliance with drug use was a con-founding factor in the Drugs domain [27]. Patients may tell oneobserver they take their medications, and then confess they donot to another. This would explain the lack of a high repro-ducibility coefficient for this domain. A lower Bartko intraclasscorrelation coefficient was also obtained for the Palpitationdomain, although the alpha coefficient was adequate (0.70).Analysis of reproducibility by the internal consistency method(Cronbach=0.70) showed that this domain is reproduciblebetween distinct observers. The test–retest method measure-ments showed stable characteristics over time. Palpitation isa dynamic symptom, which represents the variation in fre-quency and intensity of an arrhythmia; it is affected by cog-nitive interference and due to hemodynamic adaptation may gounnoticed in chronic AF patients. Therefore, we must ask howwell questions in a domain fit together conceptually using the

internal consistency method. Stability is not a determinant ofreproducibility for a domain characterized by “instability”, evenbetween morning and afternoon periods.

4.3. Responsiveness

In addition to AF patient quality of life measured by differ-ent persons at distinct times and places, theQLAF also detectedchanges in clinical conditions. Analysis of responsivenessover time confirmed this property, with significant differencesinmean domain scores, particularly Palpitation,Breathlessness,Dizziness and Drugs, and total score on comparing baselineand end of follow-up (Table 6). The ability to detect variationsinAF patients' clinical conditions is evenmore interesting sincevariable symptoms occur almost randomly over time.

4.4. Limitations

One limitation of the present study was that we did notinterview the target population to determine content validity, anapproach rarely used but frequently citedwhen assessing qualityof life. In addition to the literature and expert opinions, con-firmation of questions corresponding to patient expectationswould be useful. Five AF patients interviewed surprisingly saidthat fear was the worst symptom and prolonging life was moreimportant than improving current health, which is an interestingtopic for future research.

The present study offers a reliable tool for quality-of-lifeassessment through different types of clinical interventions.Further studies involving a larger number of patients will benecessary for the separate analysis of different AF subgroups,as well as to measure final outcomes. Furthermore, separateanalysis of quality of life and hospitalization are needed fordirect-current cardioversion, ablation or changes in drug thera-py in order to obtain reliable responses.

4.5. Clinical implications

When evaluating quality of life, the SF-36 and QLAF com-plement one another since the generic questionnaire is importantfor the comparison with other health states and provides anoverall assessment of any health condition or disease, but isunable to detect certain particular or specific aspects related tothe quality of life associated with a specific disease.

Considering the complexity ofAF and its therapeutic arsenal,developing an instrument to capture quality of life is a challenge.The QLAF's substantial clinical content makes it intuitive forprofessionals and no other AF-specific questionnaire coveringthe main clinical manifestations and treatments is found inthe literature. Simple and direct language facilitates use withpatients of different educational levels, and easy-to-use scoringprovides quick results. Detailed analysis of measurement prop-erties showed consistent evidence for validity, reproducibility,and responsiveness. QLAF takes just three minutes and may beused as part of an AF patient's routine visit to provide overallassessment of the disease and individual.

6 É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxx–xxx

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Acknowledgement

The authors of this manuscript have certified that theycomply with the Principles of Ethical Publishing in theInternational Journal of Cardiology [28].

Appendix A. The QLAF — quality of life symptombased for atrial fibrillation — questionnaire.

7É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxx–xxx

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ARTICLE IN PRESS

Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/j.ijcard.2009.03.087

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