Robert Murray Mcheyne - Faça o que puder

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Algumas Citações deste Sermão

“Muitos parecem pensar que ser crente é ter certos sentimentos e experiências; esquecendo todo

o tempo que estes são apenas as flores, e que a fruta deve sucedê-las. O enxerto do ramo é bom,

o influxo da seiva é bom, mas o fruto é o objetivo almejado. Assim também a fé é boa, e paz e

alegria são boas, mas o santo fruto é o fim para o qual somos salvos.”

“Se nós fomos salvos por Cristo, devemos derramar nossos melhores sentimentos sobre Ele. É

bom amar os Seus discípulos, amar os Seus ministros, amar o pobre, mas o melhor é amar a Ele

mesmo. Não podemos agora chegar à Sua cabeça abençoada, nem ungir Seus pés sagrados,

mas podemos cair aos Seus pés e derramar nossas afeições sobre Ele. Não era pelo unguento

que Jesus se importava, o Rei da Glória se importaria com um pouco de unguento? Porém foi o

coração amoroso derramado aos Seus pés; é a adoração, louvor, amor e orações do coração

contrito de um crente, com o que Cristo se importa. O novo coração é o vaso de nardo que Jesus

ama.”

“A santidade do crente é como o mais precioso perfume. Quando um crente santo anda pelo

mundo, cheio do Espírito Santo, feito mais que vencedor, o perfume enche o lugar, ‘como se um

anjo balançasse suas asas’”.

“Se vocês realmente foram levados a Cristo e salvos, então vocês sabem que há um inferno,

vocês sabem que todos os não-convertidos ao seu redor estão correndo velozmente para ele;

vocês sabem que há um Salvador, e que Ele está estendendo Suas mãos todo o dia para os

pecadores. Vocês não poderiam fazer mais nada para salvar os pecadores do que vocês fazem?

Vocês fazem tudo que vocês podem? Você diz que ora por eles; mas não é hipocrisia orar e não

fazer nada? Será que Deus ouve essas orações? Você não teme que as orações sem labores só

estejam provocando a Deus? Você diz que não pode falar, que não é erudito. Será que essas

desculpas subsistirão no Juízo? É preciso muito conhecimento para contar aos seus compa-

nheiros pecadores que eles estão se perdendo? Se a sua casa estivesse pegando fogo você

precisaria de muito conhecimento para acordar a quem estivesse dormindo?”

“Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores. Ninguém tem maior amor do que este

Homem. Toda a Sua vida, entre a manjedoura de Belém e a cruz do Calvário, foi gasta em

trabalhos e sofrimentos infinitos para nós. Tudo o que precisávamos sofrer, Ele sofreu; tudo o que

precisávamos obedecer, Ele obedeceu. Ele se esvaziou de toda a Sua glória por nós. Ele sempre

vive para interceder por nós. Ele é o Cabeça sobre todas as coisas para nós, Ele faz tudo em

todos os mundos contribuírem juntamente para o nosso bem. É quase inacreditável o que cada

Pessoa da Trindade tornou-se por nós para ser nosso. O Pai diz: ‘Eu sou o teu Deus’; o Filho:

‘Não temas, porque eu te remi’; o Espírito Santo nos torna um templo: ‘Neles habitarei e entre eles

andarei’. E, portanto, devemos fazer tudo o que pudermos para Ele, não devemos nos entregar

Àquele que se entregou por nós?”

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“Você está muito enganado se pensa que ser Cristão é apenas ter certos pontos de vista e

convicções, e deleites espirituais. Isto tudo é bom; mas se isto não te leva a uma vida dedicada,

eu temo, que seja tudo uma ilusão. Se alguém está em Cristo, nova criatura é.”

“Eles zombaram de Maria, chamaram-lhe de desperdiçadora e extravagante; e ainda, Cristo disse

que ela fez bem. Então, se você faz o que pode o mundo rirá de você, mas você vai ter o sorriso

de Cristo. Eles zombaram de Cristo, quando ele estava cheio de zelo; eles disseram que ele

estava louco, que tinha demônio. Eles zombaram de Paulo, e disseram que ele estava louco; e é

assim com todos os membros vivos de Cristo. ‘Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das

aflições de Cristo’ [1 Pedro 4:13]; ‘Se sofrermos, também com ele reinaremos’ [2 Timóteo 2:12].”

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Faça o Que Puder

Por Robert Murray M´Cheyne

“Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura” (Marcos 14:8)

Doutrina. Faça o que puder.

A partir do Evangelho de João (11:2) ficamos sabendo que esta mulher era Maria, irmã de

Lázaro e Marta. Nós já aprendemos que ela era uma crente eminente, que ela: “assen-

tando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra” (Lucas 10:39). O próprio Jesus

disse a ela: “Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” [Lucas 10:42]. Agora,

é interessante ver essa mesma eminente Maria de outra maneira, não só como uma

crente contemplativa, mas como uma crente ativa.

Muitos parecem pensar que ser crente é ter certos sentimentos e experiências; esque-

cendo todo o tempo que estes são apenas as flores, e que a fruta deve sucedê-las. O

enxerto do ramo é bom, o influxo da seiva é bom, mas o fruto é o objetivo almejado. As-

sim também a fé é boa, e paz e alegria são boas, mas o santo fruto é o fim para o qual

somos salvos.

Eu confio que muitos de vocês, no Sabath passado, eram como Maria, sentados aos pés

do Redentor, e ouvindo a Sua palavra. Agora eu irei persuadi-los a ser como Maria, em

fazer para Cristo o que você pode. Se você foi comprado por um preço, então glorifique a

Deus no vosso corpo e no espírito, que são dEle. Rogo-vos, pela misericórdia de Deus.

I. Estas são as coisas que podemos fazer.

1. Podemos amar a Cristo, orar e louvar mais. O que essa mulher fez, ela fez a Cristo.

Jesus tinha salvado sua alma, tinha salvado seu irmão e irmã, e ela sentiu que não podia

fazer muito por Ele. Ela trouxe um vaso de nardo puro, muito valioso, e quebrando o vaso

o derramou sobre a Sua cabeça. Não há dúvida de que ela amava seus discípulos, o

santo João e o franco Pedro, mas amava ainda mais a Cristo. Não há dúvida de que ela

amava a pobreza de Cristo, e muitas vezes era gentil para com eles, mas ela amava mais

a Jesus. Em Sua cabeça abençoada, que brevemente seria coroada de espinhos; em

Seus pés abençoados, que tão logo seriam perfurados com pregos, ela derramou o nardo

precioso. Isto é o que devemos fazer. Se nós fomos salvos por Cristo, devemos derramar

nossos melhores sentimentos sobre Ele. É bom amar os Seus discípulos, amar os Seus

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ministros, amar o pobre, mas o melhor é amar a Ele mesmo. Não podemos agora chegar

à Sua cabeça abençoada, nem ungir Seus pés sagrados, mas podemos cair aos Seus

pés e derramar nossas afeições sobre Ele. Não era pelo unguento que Jesus se impor-

tava, o Rei da Glória se importaria com um pouco de unguento? Porém foi o coração a-

moroso derramado aos Seus pés; é a adoração, louvor, amor e orações do coração

contrito de um crente, com o que Cristo se importa. O novo coração é o vaso de nardo

que Jesus ama.

Oh, irmãos, vocês não poderiam fazer mais disto? Vocês não poderiam dedicar mais

tempo para derramar o seu coração a Jesus, quebrando o vaso de alabastro e enchendo

a sala com o perfume de seu louvor? Vocês não poderiam orar mais do que vocês fazem

para serem cheios do Espírito Santo, para que o Espírito seja derramado sobre os

ministros, e o povo de Deus, e em um mundo não-convertido? Jesus ama as lágrimas e

gemidos de um coração quebrantado.

2. Nós podemos viver vidas mais santas. A Igreja é, assim, descrita no Cântico dos

Cânticos: “Quem é esta que sobe do deserto, como colunas de fumaça, perfumada de

mirra, de incenso, e de todos os pós dos mercadores?” [Cânticos 3:6]. A santidade do

crente é como o mais precioso perfume. Quando um crente santo anda pelo mundo, cheio

do Espírito Santo, feito mais que vencedor, o perfume enche o lugar, “como se um anjo

balançasse suas asas”. Se o mundo fosse cheio de crentes ele seria como uma cama de

especiarias; mas, oh! Quão poucos crentes carregam este perfume do céu consigo.

Quantos de vocês poderiam ser meios de salvação, se vocês vivessem uma vida de

constante santidade, se vocês evidenciassem um sacrifício sobre o altar de Deus. As es-

posas, assim, poderiam, sem a palavra, ganhar seus maridos, quando elas seguissem

sua vida casta, em temor; os pais podem, desta forma salvar seus filhos, quando eles

vissem vocês santos e felizes; crianças, muitas vezes, desta foram salvam seus pais.

Servos, adornem a doutrina de Deus seu Salvador em todas as coisas; resplandeçam a

vossa luz diante dos homens. Os mais pobres podem fazer isso, assim como os mais

ricos, o mais jovem, bem como o mais velho. Oh, não há nenhum argumento como uma

vida santa.

3. Você poderia buscar a salvação dos outros. Se vocês realmente foram levados a Cristo

e salvos, então vocês sabem que há um inferno, vocês sabem que todos os não-

convertidos ao seu redor estão correndo velozmente para ele; vocês sabem que há um

Salvador, e que Ele está estendendo Suas mãos todo o dia para os pecadores. Vocês

não poderiam fazer mais nada para salvar os pecadores do que vocês fazem? Vocês

fazem tudo que vocês podem? Você diz que ora por eles; mas não é hipocrisia orar e não

fazer nada? Será que Deus ouve essas orações? Você não teme que as orações sem

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labores só estejam provocando a Deus? Você diz que não pode falar, que não é erudito.

Será que essas desculpas subsistirão no Juízo? É preciso muito conhecimento para

contar aos seus companheiros pecadores que eles estão se perdendo? Se a sua casa

estivesse pegando fogo você precisaria de muito conhecimento para acordar a quem

estivesse dormindo?

Comece em casa. Você não pode fazer mais pela salvação dos de sua casa? Se houver

crianças ou funcionários, você fez todo o possível por eles? Você já fez tudo o que podia

para trazer a verdade diante deles, para trazê-los sob um ministério vivo, para levá-los a

orar e renunciarem ao pecado?

Você faz o que pode por seus vizinhos? Você pode passar por seus vizinhos por anos

juntos, e vê-los no caminho largo, sem avisá-los? Você faz um uso completo de folhetos,

dando os adequadamente àqueles que deles necessitam? Você persuade os profanado-

res do Sabath a irem para a casa de Deus? Você faz qualquer coisa na Escola Domini-

cal? Você não poderia dizer às criancinhas o caminho da salvação? Você faz o que pode

pelo mundo? O campo é o mundo.

4. Alimentando os pobres de Cristo. Estou longe de pensar que os pobres ímpios devem

ser preteridos, mas os pobres de Cristo são os nossos irmãos e irmãs. Você faz o que

pode por eles? No Grande Dia, Cristo dirá aos que estiverem à sua direita: “Vinde,

benditos, pois eu estava com fome e não me destes de comer” [Mateus 25]. Eles estão no

lugar de Cristo. Cristo não mais necessita do unguento de Maria ou da sua hospitalidade,

ou de beber a água da Samaritana. Ele está além do alcance destas coisas, e nunca mais

precisará delas; mas Ele deixou muitos de Seus irmãos e irmãs por este mundo, alguns

doentes; alguns coxos; alguns, como Lázaro, todo coberto de chagas; e Ele diz: O que

vocês fizerem a eles farão a mim. Você vive modestamente, a fim de ter mais para poder

dar? Você afasta a vaidade e roupas extravagantes, para que você seja capaz de vestir o

despido? Você é parcimonioso na gestão do que você tem, não dado ao desperdício?

II. Razões pelas quais devemos fazer o que pudermos.

1. Cristo fez o que pôde por nós. Isaías 5:4: “Que mais se podia fazer à minha vinha, que

eu lhe não tenha feito?” Ele pensou que nada mais poderia ter sido feito para sofrer por

nós. Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores. Ninguém tem maior amor do que

este Homem. Toda a Sua vida, entre a manjedoura de Belém e a cruz do Calvário, foi

gasta em trabalhos e sofrimentos infinitos para nós. Tudo o que precisávamos sofrer, Ele

sofreu; tudo o que precisávamos obedecer, Ele obedeceu. Ele se esvaziou de toda a Sua

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glória por nós. Ele sempre vive para interceder por nós. Ele é o Cabeça sobre todas as

coisas para nós, Ele faz tudo em todos os mundos contribuírem juntamente para o nosso

bem. É quase inacreditável o que cada Pessoa da Trindade tornou-se por nós para ser

nosso. O Pai diz: “Eu sou o teu Deus”; o Filho: “Não temas, porque eu te remi”; o Espírito

Santo nos torna um templo: “Neles habitarei e entre eles andarei”. E, portanto, devemos

fazer tudo o que pudermos para Ele, não devemos nos entregar Àquele que se entregou

por nós?

2. Satanás faz tudo o que pode. Ás vezes, ele vem como um leão. O diabo vosso adver-

sário anda ao derredor rugindo como um leão buscando a quem possa tragar; às vezes

como uma serpente, “como a serpente enganou Eva” [2 Coríntios 11:3], às vezes como

um anjo de luz [2 Coríntios 11:14]. Ele faz tudo o que pode para tentar e enganar os san-

tos, levando-os para longe por falsos mestres, injetando blasfêmias e pensamentos

poluídos em suas mentes, lançando dardos inflamados em suas almas, despertando o

mundo para os odiar e perseguir, incitando pai e mãe contra os filhos, e irmão contra

irmão. Ele faz tudo o que pode para levar os homens ímpios cativos, cegando suas

mentes, não permitindo que eles ouçam o evangelho, embebendo-os em banhos de

concupiscências, levando-os ao desespero. Quando ele sabe que seu tempo é curto, ele

se enfurece ainda mais. Oh, não devemos fazer tudo o que pudermos, se Satanás faz

tudo o que pode?

3. Nós fizemos tudo o que podíamos em nosso estado não-convertido. Esta foi uma das

grandes motivações de Paulo para fazer tudo o que podia: “Dou graças ao que me tem

confortado, a Cristo Jesus Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério;

a mim, que dantes fui blasfemo, e perseguidor, e injurioso” [1 Timóteo 1:12-13]. Ele nunca

poderia esquecer como ele havia perseguido a Igreja de Deus, e prejudicado; e isso o fez

tão diligente em edifica-la, e chamar homens e mulheres a Cristo. Ele pregou a fé que

antes destruía. Assim, com Pedro: “Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais

mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Porque

é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em

dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idola-

trias” [1 Pedro 4:2-3]. Assim, como disse John Newton: “Como pode o velho blasfemador

Africano ficar em silêncio?” Assim, com muitos de vocês; vocês correram avidamente

buscando o pecado; vocês empregavam grande esforço e custo, e não poupavam saúde,

dinheiro nem tempo para obter alguma gratificação pecaminosa. Como você pode agora

ter má vontade em algo por Cristo? Tão somente sirva a Cristo tão zelosamente como

você já serviu ao Diabo.

4. Cristo reconhecerá e recompensará o que fazemos. O trabalho que Cristo abençoa é

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labor em fé. As flechas de Deus não são palavras de sabedoria humana, mas palavras de

fé, A palavra de uma pequena empregada foi abençoada na casa de Naamã, o Sírio.

“Segue-me”, foi a seta preparada para perfurar o coração de Mateus. Porque para Deus é

fácil salvar, seja com muitos ou com os que não têm poder. Se você fizesse tudo que que

pode, a cidade seria cheia com a fragrância. Cristo vai recompensá-lo. Ele defendeu o

labor de amor de Maria, e disse que isso deveria ser anunciado por todo o mundo, e ainda

será dito no julgamento. Um copo de água fria não ficará sem recompensa. “Muito bem,

servo bom e fiel”.

5. Se você não fizer tudo o que puder, como você pode provar a si mesmo que é um

Cristão? “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as

viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” [Tiago 1:27]. Você

está muito enganado se pensa que ser Cristão é apenas ter certos pontos de vista e con-

vicções, e deleites espirituais. Isto tudo é bom; mas se isto não te leva a uma vida dedi-

cada, eu temo, que seja tudo uma ilusão. Se alguém está em Cristo, nova criatura é.

III. Vamos responder às objeções.

1. Todo o mundo zombará de nós. Resposta: Isto é verdade. Eles zombaram de Maria,

chamaram-lhe de desperdiçadora e extravagante; e ainda, Cristo disse que ela fez bem.

Então, se você faz o que pode o mundo rirá de você, mas você vai ter o sorriso de Cristo.

Eles zombaram de Cristo, quando ele estava cheio de zelo; eles disseram que ele estava

louco, que tinha demônio. Eles zombaram de Paulo, e disseram que ele estava louco; e é

assim com todos os membros vivos de Cristo. “Mas alegrai-vos no fato de serdes partici-

pantes das aflições de Cristo” [1 Pedro 4:13]; “Se sofrermos, também com ele reinaremos”

[2 Timóteo 2:12].

2. O que eu posso fazer, eu sou uma mulher? Maria era uma mulher, mas ela fez o que

pôde. Maria Madalena era uma mulher, e ainda assim ela foi a primeira a ir ao sepulcro.

Febe era uma mulher, mas foi uma auxiliadora de muitos, e de Paulo também. Dorcas era

uma mulher, contudo ela fez túnicas e roupas para os pobres em Jope. “Eu sou uma

criança”, da boca de pequeninos e crianças de peito Deus suscita o perfeito louvor. Deus

tem usado frequentemente crianças na conversão de seus pais.

3. Eu tenho poucas graças para ser bom. “A alma generosa prosperará e aquele que

atende também será atendido” [Provérbios 11:25] “Porque foi do agrado do Pai que toda a

plenitude nele habitasse” [Colossenses 1:19]. Há pleno suprimento do Espírito para lhe

ensinar a orar, uma provisão completa de graça para matar seus pecados e vivificar as

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suas graças. Se você usar as oportunidades de falar aos outros, Deus lhe dará muito. Se

você der muito aos pobres de Deus, você nunca deixará de ser ricamente suprido. “Deus

é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo,

toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra” [2 Coríntios 9:8]. “Trazei todos os

dízimos à casa do tesouro... e depois fazei prova de mim nisto” [Malaquias 3:10]. “Honra

ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; e se

encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” [Provérbios 3:9-10].

26 de abril de 1812.

Glorioso Deus! Oramos para que, pelo Teu Espírito Santo aplique o que de Ti há nestas palavras aos

nossos corações e nos corações daqueles que lerem estas linhas, por Cristo para a glória de Cristo.

Ore para que o Espírito Santo use estas palavras para trazer muitos

ao Conhecimento Salvador de Jesus Cristo, pela Graça de Deus. Amém.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria !

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Fonte: Books.Google.com.br │ Título Original: Do What You Can

As citações bíblicas desta tradução são da versão ACF (Almeida Corrigida Fiel)

Tradução e capa por William Teixeira │ Revisão por Camila Almeida

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Uma Biografia de Robert Murray M’Cheyne

A Vida de M’Cheyne (1813 - 1843), por Rev. Innes MacRae

Pode certamente haver poucos volumes fora da Sagrada Escritura que tiveram tão poderosa

influência para o bem do povo de Deus, como o tem feito a obra clássica de Andrew Bonar:

“The Memoir and Remains of Robert Murray M’Cheyne” [A Memória e Relíquias de Robert

Murray M’Cheyne]. Muitos milhares de cópias deste singular clássico devocional foram

vendidos e eles têm encontrado o seu curso em inúmeros países. É um livro ainda estimado

por crentes de discernimento em todos os ramos da verdadeira igreja. Eu devo a esta obra,

eu mesmo, uma dívida incalculável. Uma cópia antiga que pertenceu à minha avó tornou-se a

minha leitura regular de Sabbath assim que eu me tornei vitalmente interessado no evan-

gelho, enquanto eu ainda estava na escola. E eu creio que não há nenhum livro, além da

Bíblia, que tem sido uma bênção maior em minha própria experiência Cristã. Esse livro conti-

nua sendo a nossa principal fonte de informação em qualquer estudo sobre a vida e ministério

de M’Cheyne. Há outras obras, como a biografia do Dr. Alexander Smellie, publicado em 1913

no centenário do nascimento de M’Cheyne. Mesmo úteis como são essas obras, elas nunca

podem substituir “Memória e Relíquias”.

Proponho-me dar um resumo da vida de M’Cheyne, e em seguida, tentar destacar as princi-

pais características de sua vida piedosa e ministério.

Robert M’Cheyne nasceu em 21 maio de 1813, em Dublin, Rua 14, na zona sul de Edim-

burgo. Seus pais vieram para a capital de Dumfries-shire. Seu pai, Adam M’Cheyne, era um

advogado – um escritor para o Signet – e ele era claramente um homem de recursos

consideráveis. Quando Robert, que era o caçula de cinco, tinha seis anos de idade, a família

se mudou para Rua Queen, 56. Aqueles de vocês que conhecem esta famosa rua de

Edimburgo perceberão imediatamente que seu pai deve ter sido um homem de considerável

riqueza, pois os pobres não adquirem casas na Rua Quee. Embora os próprios M’Cheyne´s

parecem ter sido pessoas piedosas, eles eram ligados a mais de uma igreja de Edimburgo,

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em que a terrível praga do moderatismo [1] estava negando ao povo o verdadeiro Evangelho.

Depois que saiu de casa, Robert M’Cheyne pediu frequentemente aos pais que procurassem

um ministério completamente Evangélico. Eventual-mente, eles se estabeleceram em São

Lucas, onde se beneficiaram do ministério fiel de Alexander Moody Stewart. Nessa congre-

gação Adam M’Cheyne tornou-se um Presbítero.

A infância de Robert Murray M’Cheyne foi feliz. Em 1821 ele entrou para o famoso High

School of Edinburgh, onde ele realizou bem os seus estudos. Ele mudou-se para a Universi-

dade de Edimburgo, em 1827, onde, mais uma vez, ele mostrou-se um aluno capaz e dili-

gente. Ele tinha muitos dons, escrevia poesia, ele era um artista talentoso, ele cantava bem e

foi um bom ginasta. Ele sempre levou uma vida exteriormente correta, mas ele passou a

considerar esses dias como dias de mundanismo e impiedade. Ele tornou-se como um fariseu

moderno, confiando em sua própria moralidade exterior. Ele tinha um irmão mais velho

chamado David, que seguiu os passos de seu pais e ingressou na profissão de advogado.

David era um cristão devoto e profundamente exercitado, que muitas vezes falou com seu

irmão mais novo sobre a sua necessidade espiritual. Ele iria recomendar Cristo a ele.

E oh! Lembrar da expressão de fé sincera,

Com que este olho investigará a página

Que nos fala sobre o ofendido Deus apaziguado

Por meio do terrível sacrifício na cruz

Do Calvário – que nos convida a deixar um mundo

Imerso nas trevas e morte, e buscar

Um país melhor. Ah! quantas vezes este olho

Poderia voltar para mim, com o mais terno olhar de piedade,

E, em apenas meia-repreensão, ordena-me a fugir

Dos ídolos vãos do meu coração de menino!

Havia uma relação muito estreita entre David e Robert M’Cheyne; mas David morreu em julho

de 1831. Robert tinha 18 anos na época e ficou profundamente angustiado. No propósito

soberano de Deus, a morte de seu irmão foi usada para trazê-lo à preocupação de sua

própria alma. Ele não havia experimentado de uma vez a terrível e angustiante convicção de

pecado, mas a partir do dia da morte de seu irmão seus amigos notaram uma nova seriedade

nele. Em 8 de julho de 1842, ele escreveu em uma carta: “Neste dia, há onze anos, eu perdi

meu amado e amoroso irmão, e começei a buscar um Irmão que não pode morrer”.

Ele mesmo acreditava que isso foi “A Suma do Conhecimento Salvífico”, que está muitas

vezes vinculado com a Confissão de Fé, que deu-lhe uma compreensão clara do caminho da

___________

[1] Do original: Moderatism, uma moderação nas doutrinas ou opinões, especialmente na polícia e religião [Fonte:

TheFreeDictionary.com]

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salvação: “a obra que eu acho que primeiramente operou uma mudança salvadora em mim” é

a forma como ele se referiu a esta a algum tempo depois.

No final de 1831 ele ingressou em Divinity Hall, em Edimburgo, onde o Dr. Thomas Chalmers

era um de seus professores. Ocasionalmente, no entanto, ele ainda retornou aos caminhos

mundanos. Sua consciência o perturbava sobre isso. Em 10 de março de 1832, ele escreveu:

“Eu espero nunca jogar cartas novamente”. Um mês depois, ele escreveu: “abstive-me da

dança; censuras difíceis de suportar. Mas devo tentar carregar a cruz”. Ele estava aprenden-

do a repudiar os prazeres do mundo em favor dos deleites superiores que ele estava

encontrando no Senhor Jesus Cristo.

Com seu amigo, Alexander Somerville, ele participava regularmente da Igreja do Norte, onde

havia um ministério verdadeiramente Evangélico. Ele foi se tornando mais e mais consciente

da corrupção do seu coração, ainda em 7 de maio de 1832, ele poderia escrever: “Muita paz.

Olhe para trás, minh´alma, e veja o ânimo que pertencia a ti, apenas há doze meses,

minh´alma, o teu lugar é no pó!”. M’Cheyne passou quatro anos em Divinity Hall. Foram anos

de crescimento espiritual; anos de estudo diligente e anos de trabalho evangelístico ativo. Em

seu diário, ele escreveu no Sabath, 23 de fevereiro: “Levantei cedo para buscar a Deus, e

encontrei Aquele a quem ama a minha alma. Quem não gostaria de levantar cedo para

encontrar tal companhia?”. Ele estava cultivando esses hábitos disciplinados de estudo

devocional da Palavra de Deus, da oração secreta fervorosa, de buscar o auto-exame e do

esforço incessante por santidade pessoal, que seriam tão marcante característica dos sete

anos e meio de seu ministério.

Ele iniciou seus labores ministeriais em novembro de 1835, quando se tornou assistente do

Rev. John Bonar, em Larbert e Dunipace. Ele passou 10 meses ali. Frequentemente ele

pregou três vezes no Sabath. Ele era meticuloso em sua visita sistemática na industrializada

Larbert e na rural Dunipace. Havia 710 famílias, cerca de 6.000 almas a serem alcançadas, e

o piedoso Sr. Bonar e seu jovem e sério assistente trabalharam mui diligentemente. M’Chey-

ne era escrupulosamente cuidadoso com o cultivo de sua própria alma antes de pregar ou

visitar. Ele levantava-se cedo para cantar um salmo, estudar a Palavra e orar. Ele tinha um

intenso desejo de conhecer melhor as Escrituras. Seu biógrafo diz: “Desde o começo, ele

alimentou os outros com aquilo que ele próprio estava alimentando-se. Seu ensinamento foi

de uma forma o desenvolvimento da experiência da sua alma. Este brotava de sua vida

interior. Ele amava subir dos pastos em que o Supremo Pastor o encontrava, para liderar o

rebanho confiado aos seus cuidados aos lugares aonde ele encontrou alimento”.

M’Cheyne foi ordenado e empossado à responsabilidade de São Pedro, Dundee, em 24

novembro 1836. São Pedro era uma nova igreja construída como parte do Sistema de

Extensão da Igreja. Ela deveria atender a uma paróquia de cerca de 4.000 pessoas trabalha-

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doras, muitas das quais nunca cruzaram o limiar de qualquer igreja. Em seu primeiro Sabath,

ele pregou a partir de Isaías 61:1-3.

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim para pregar boas novas”, etc. Esse primeiro

sermão foi abençoado para a salvação de muitos. Esse sempre foi o seu texto no aniversário

de sua ordenação. Ele considerava a sua vocação, com uma seriedade terrível. As pessoas

eram afetadas pela sua própria aparência antes mesmo que ele abrisse os lábios. Nunca

houve qualquer leveza na sacristia, antes que ele entrasse no púlpito. Ele era extremamente

gentil e gracioso, mas, ninguém pôde deixar de observar sua reverência solene em seu

trabalho público.

Seus primeiros anos em Dundee foram anos de crescimento notável em sua própria alma.

Embora fosse extremamente ocupado, ele deu atenção exigente ao alimento de sua própria

alma. Ele acordava cedo, e fez de sua regra invariável buscar a face de Deus antes mesmo

de ele visse o rosto do homem. Ele lia pelo menos três capítulos da Palavra de Deus, antes

do café. Às vezes ia para as ruinas da igreja em Invergowrie para meditação silenciosa. Ele

estava sempre preocupado com seu estado espiritual e desejava estar desfrutando de Deus

todo o dia.

Desde o início de seu ministério, ele teve 1.100 ouvintes em seus serviços. Muitos vinham de

outras partes da cidade. Sua pregação era extremamente lúcida e direta. Ele declarava

fielmente as doutrinas da depravação pela Queda, da redenção pelo sangue, e da regenera-

ção pelo Espírito. Sua pregação sempre dirigia os pecadores ao próprio Cristo. “É estranho”,

escreveu ele, “quão doce e precioso é pregar diretamente sobre Cristo em comparação com

todos os outros assuntos da pregação”. Havia uma unção peculiar em sua pregação. Sua

preocupação com a salvação do seu povo era evidente aos olhos de todos, e muitos eram

seus apelos afetuosos com eles para apegarem-se a Cristo. Ele sempre encorajou aqueles

que estavam preocupados com suas almas a visitá-lo, e ele lidava muito clara e diretamente

com eles. Para uma mulher, ele disse antes que ela o deixasse: “Você é um verme miserável

e vil; é uma maravilha que a terra não abra sua boca e engula você”. Suas palavras foram

usadas para trazê-la à profunda convicção de pecado, o que continuou por três meses, até

que ela encontrou a paz quando Deus abençoou a ela um dos próprios sermões de M’Cheyne.

Muitos foram convertidos naqueles primeiros anos, e o povo de Deus foi revigorado e

conduzido no caminho da santidade. Ele iniciou uma reunião de oração nas noites de quinta-

feira, que algumas vezes atraia cerca de 800 pessoas. Ele tinha classes para os jovens, e

para aqueles que tencionavam a admissão à Mesa do Senhor. Ele procurou visitar todas as

casas da paróquia. Muitas vezes, depois de visitar doze ou mais casas, ele voltaria à noite e

falava com as pessoas em algum lugar em que elas se reuniam, ou alguma porção de

propriedade coletiva, na parte externa. Ele pregou em muitas outras paróquias, quase nunca

recusando um convite para pregar em uma noite de semana. Ele também teve de suportar

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muita afronta de ministros não-Evangélicos, e notoriamente ímpios. Até o final de 1838, ele

esteve mui gravemente doente, e, eventual e relutantemente, teve que voltar a Edimburgo

para um período de descanso.

Foi o Dr. Candlish que primeiro concebeu a ideia de mandá-lo para a Palestina com alguns

outros ministros em uma missão de reconhecimento para uma missão entre os Judeus.

Esperava-se que uma expedição seria benéfica para sua saúde, e que uma grande quanti-

dade de informações úteis seria acumulada. Ele estava, de qualquer forma, profundamente

interessado no trabalho missionário e particularmente preocupado com a evangelização dos

Judeus. Assim, M’Cheyne e seu amigo Andrew Bonar, acompanhados por dois ministros mais

velhos, o Dr. Keith e o Dr. Black, deixaram Londres ruma à Palestina, em março 1839, e

voltaram para casa em novembro. O relato da expedição é fascinante. Foi uma investigação

extremamente útil e levou a um trabalho entre o povo Judeu, que continua até hoje.

M’Cheyne estava, claro, preocupado que o evangelho puro fosse pregado ao seu povo,

enquanto ele estivesse no exterior e convidou William C. Burns, o filho do ministro de Kilsyth,

para ocupar o púlpito em sua ausência. O jovem William Burns era um pregador profunda-

mente devoto e mui sério. Por temperamento, ele e M’Cheyne eram muito diferentes, mas

eles eram semelhantes em sua incessante busca por santidade pessoal e em seu ardente

desejo pela salvação das almas.

Em julho, Burns estava ajudando seu pai na Temporada de Comunhão, em Kilsyth. Nada

muito incomum ocorreu nos serviços do fim de semana. Tal era o desejo do jovem, no entan-

to, pela salvação dessas pessoas entre as quais ele havia crescido, que ele anunciou que

pregaria para eles novamente na manhã de terça-feira. Isso foi em 23 de julho, uma manhã,

estabelecida desde toda a eternidade nos conselhos de Jeová como uma época na história

da redenção. Deus abençoou a pregação do jovem ministro de uma forma maravilhosa

naquele dia. O reavivamento veio a Kilsyth.

Não poderia haver nenhuma questão sobre Burns voltar naquela noite para Dundee. Nos dias

que se seguiram muitos foram levados à grande preocupação espiritual, irrompendo em lágri-

mas e lamentos, enquanto procuravam a paz com Deus. Muitos entraram em paz e liberdade

evangélicas. Era o início de um período de bênção maravilhosa em muitas partes da Escócia.

Burns voltou para Dundee, no dia 8 de agosto. Na reunião de oração da noite quinta-feira, ele

falou sobre as obras maravilhosas do Senhor em Kilsyth e convidou que permanecessem

aqueles que estavam preocupados com suas almas. Cerca de 100 pessoas permaneceram.

Eu cito: “Na conclusão de um discurso solene às suas almas ansiosas, de repente, o poder de

Deus pareceu descer, e todos foram banhados em lágrimas”. Houve uma grande bênção em

um serviço na noite seguinte, e assim o avivamento continuou dia após dia.

A igreja tornou-se pequena demais para as congregações que se reuniam e os serviços

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tiveram que ser realizados ao ar livre. Às vezes, trinta ou quarenta vinham a Burns, no mesmo

dia, perguntando sobre o caminho da salvação. O Reavivamento tinha vindo à congregação

em que M’Cheyne havia trabalhado tão diligentemente e para a qual ele pleiteou tão constan-

temente, e quando ele chegou, ainda não sabia de nada. Ele estava repousando, gravemente

doente, com febre, no sopé do Monte Líbano, e de fato, em sua posterior viagem a Esmirna,

estave às portas da morte. Isso não demonstra o trabalho soberano do Altíssimo? Ele mesmo

escolhe os instrumentos através dos quais Ele concederá a bênção. Sua glória Ele não dará a

outrem. Quando M’Cheyne e Bonar chegaram a Hamburgo, na viagem de volta, é que

ouviram as primeiras notícias sobre o avivamento na Escócia.

Em novembro M’Cheyne retornou a Dundee. Seu coração estava cheio de gratidão a Deus

pela bênção dada em sua ausência. Ele estava totalmente livre de qualquer sentimento de

inveja ou ciúme. “Eu não tenho nenhum desejo, senão a salvação de meu povo, por qualquer

instrumento”, disse ele. Na noite do mesmo dia em que ele chegou a Dundee, um serviço mui

memorável foi realizado em São Pedro. Ele pregou ao seu povo a partir de 1 Coríntios 2:1-4.

“A Questão, a Forma e o que Acompanhava a Pregação de Paulo”. Todos os assentos

estavam ocupados. As pessoas ocuparam as passagens e os degraus do púlpito. Muitos

ainda estavam sob convicção. Era um serviço mui memorável. Ele escreveu para o seu pai,

“eu nunca preguei a tal audiência, tantos chorando, tantos à espera das palavras de vida

eternal. Eu nunca ouvi tal canto doce em qualquer lugar, tão terno e comovente, como se as

pessoas sentissem estar louvando a um Deus presente. Quando sai, pela primeira vez, todo o

caminho para igreja estava cheio de velhos e jovens, e eu tive que apertar as mãos de vinte

de cada vez. Uma multidão seguiu à minha porta, de modo que eu tinha que falar com eles

novamente antes de despedi-los. Há, evidentemente, uma grande mudança sobre as pessoas

aqui, e embora seja de se esperar que muitos estão despertados e entusiasmados apenas de

forma natural, ainda assim, eu vejo muitos em que eu me sinto confiante que estejam salvifi-

camente transaformados”.

O fluxo da bênção continuou a fluir enquanto M’Cheyne pregava ao seu povo. O transbor-

damento do rio diminuiu, porém muitos ainda estavam ansiosos para aprender e experimentar

a salvação de Deus. Em um de seus cadernos, ele registra que pelo menos 400 pessoas o

visitaram entre 1839 e 1843 preocupados com suas almas. Ele tornou-se muito atento e

exigente ao lidar com os inquiridores. Enquanto ele era sempre muito compassivo, ele era

muito consciente de que as pessoas poderiam ser enganadas por seus próprios corações. Ele

não queria que ninguém tivesse uma falsa paz. E assim, Robert Murray M’Cheyne continuou

com seus trabalhos incessantes em Dundee e em muitos outros lugares, até que ele

sucumbiu ao Tifo. No sábado, 25 de marco de 1843, ele partiu para estar com o seu Amado

naquela terra que é mais clara do que o dia.

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Gostaria agora de destacar algumas das principais características da vida e do ministério

deste homem notável:

Em primeiro lugar, há o anseio por santidade. Isso, eu diria, é a característica mais proemi-

nente de sua vida Cristã. Ele sempre foi desejoso de ser mais santo. Em cartas a amigos

íntimos, ele contava quão frequentemente ele orou: “Para ser feito tão santo quanto um

pecador perdoado pode ser”. Muitas de suas cartas revelam suas aspirações por santidade.

Andrew Bonar nos diz que ele, Bonar, foi muitas vezes repreendido naquela expedição à Ter-

ra Santa pela inabalável atenção de seu amigo pela santidade pessoal. Considere estas

palavras tiradas de seu próprio coração e vida, escritas não muito tempo antes de morrer, e

intituladas Reformação: “Eu devo examinar os meus sonhos, meus pensamentos flutuantes,

minhas predileções, minhas ações muitas vezes recorrentes, os meus hábitos de pensa-

mento, sentimentos, fala e ação; as calúnias de meus inimigos e as reprovações e até mesmo

gracejos de meus amigos, para descobrir traços de meu pecado prevalecente, e isto como

uma questão de confissão. Eu devo estabelecer um dia de confissão, com jejum, digamos,

uma vez por mês. Eu devo ter um número de registros destacados, para trazer o pecado à

lembrança. Eu devo fazer uso de toda a aflição física, tribulações domésticas, carrancas da

Providência sobre mim mesmo, casa, paróquia, igreja ou país, como apelos de Deus para

confessar o pecado”. Quando você lê essas palavras, pode se maravilhar que seus compa-

nheiros preferidos eram Samuel Rutherford, Jonathan Edwards e David Brainerd? Ele era de

mesma natureza. Oh, que tivéssemos tais aspirações intensas por conformidade com a

semelhança do Senhor Jesus!

M’Cheyne teve um intenso amor pela Palavra de Deus. Ele tinha um desejo insaciável por

uma maior familiaridade com a Palavra escrita. No entanto, era para o bem da sua alma que

ele tão diligentemente estudava. Ele jamais a estudava tendo em vista a preparação de

sermões, até que ele tivesse alimentado a sua alma em suas ricas pastagens. Para Mrs.

Thaine que, se ele tivesse vivido, poderia muito bem ter sido a sua sogra, ele enviou uma

nota agradecendo-lhe por uma Bíblia que ela lhe enviou antes de partir para a Palestina.

Nessa carta, ele escreveu: “Todas as minhas ideias sobre paz e alegria estão ligadas com a

minha Bíblia, e eu não daria as horas de conversa secreta com ela por todas as outras horas

que eu gasto neste mundo”. Qualquer coisa que o ajudasse a compreender melhor a Escri-

tura, ele valorizava muito. Ele levava consigo, na viagem ao Mediterrâneo, algumas anota-

ções que Andrew Bonar fizera em Levítico. Notas estas que, sem dúvida, serviram de base

para os comentários de Bonar sobre esse livro. Você, eu, temos tanto apetite pelas Escrituras?

Grande era a devoção de M’Cheyne. Todas as suas manhãs começavam com oração secre-

ta. Após o café da manhã, havia a oração em família. Lemos sobre o seu tempo tomado após

o chá para a oração. Ele orava em segredo e ele orava com seus amigos. Ele e vários de

seus colegas ministros concordavam com uma combinação de oração. Eles passariam tempo

em oração uns pelos outros, todos os Sábados à noite. Quando uma vez lhe foi perguntado

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se a pressão do trabalho alguma vez fez com que ele negligenciasse o período de oração, ele

respondeu que não estava ciente de isto já houvesse acontecido.

Quanto mais santificado um crente se torna, mais ele se torna consciente de sua própria

pecaminosidade. Quanto mais ele se aproxima da Luz, mais esta Luz mostra a sua própria

escuridão. Em uma carta a uma alma em busca de Jesus, M’Cheyne cita outro alguém que

diz: “Eu não sei como expressar melhor o que os meus pecados me parecem senão amonto-

ando infinito sobre infinito, e multiplicando infinito sobre infinito”. Ele confessou que seu

próprio coração era como um abismo de corrupção. Seu senso de indignidade apenas fazia

de Jeová Tsidkenu, o Senhor sua Justiça, mais precioso para ele.

Uma das características mais tristes do atual evangelicalismo é a sua prontidão para se

comprometer com o mundo. Muito cedo em sua vida Cristã, M’Cheyne percebeu que deveria

haver separação do mundo. Muitos de vocês se lembrarão das linhas que ele escreveu em

1832, quando ele ouviu falar sobre um relato de alguém havia determinado manter-se no

mundo:

Ela escolheu o mundo,

E sua multidão insignificante,

Ela escolheu o mundo,

E uma mortalha sem fim!

Ela escolheu o mundo,

Com seus prazeres ilusórios,

Ela escolheu o mundo,

Em vez dos tesouros próprios do céu.

Ela, porém, lançou seu barco

No mar vertiginoso da vida,

E ela está completamente à deriva,

Pela eternidade.

Mas a estrela de Belém

Não está à sua vista,

E seu objetivo está distante

Do porto verdadeiro.

Ao escrever para uma alma despertada, insistindo que ela se apartasse d o mundo, ele disse:

“Você não viveu tempo suficiente no prazer? Venha experimentar os prazeres de Cristo: o

perdão e um novo coração. Eu não estive em um baile ou quaisquer diversões mundanas por

muitos anos, e ainda assim eu creio que eu tive mais prazer em um único dia, do que você

teve em toda a sua vida”.

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A paixão que consumia a vida de Robert Murray M’Cheyne era Cristo Jesus. Cristo era tudo

para ele. Cristo era a sua justiça; Cristo era a fonte de sua santidade. “Não há nenhuma

santidade verdadeira neste mundo, senão a que brota dEle”, diz ele em um sermão em

Cantares de Salomão. “Um Cristo vivo é a fonte da santidade para todos os Seus membros.

Enquanto nós O abraçamos, e não O deixamos partir, a nossa santidade está segura”, disse

ele. Ele estava sempre em busca de um conhecimento mais profundo com Cristo, e incitando

os outros a um conhecimento maior dEle. Todo sermão seu levava a Ele. “Para cada olhar

para si mesmo”, escreveu a um amigo em Belfast, “olhe dez vezes para Cristo. Ele é total-

mente desejável”. Foi seu amor por Cristo que o levou tantas vezes para o Cântico dos Cânti-

cos. Ele pregou em quase todos os versos desse amável livro. Foi por causa de seu amor por

Cristo que ele quase diariamente virava-se para as Cartas de Samuel Rutherford. Vivia

sempre apoiado em seu Amado. Esse, certamente, é o segredo de uma vida santa.

Quão grandemente M’Cheyne amou o dia de Sabath. Ele não acreditava que alguém pudesse

ser um verdadeiro cristão e não amar o Dia do Senhor. Ele guardava o dia exclusivamente

para o gozo da comunhão com o Senhor. Levantava-se cedo e ficava até tarde, para desfrutar

de um longo dia com o Senhor. Bonar fala da indignação que ardia em seu semblante quando

seus assistentes Árabes insistiam em sua passagem da aldeia Egípcia onde estavam, ao

invés de permanecerem ali sob algumas palmeiras. Nada prevaleceria sobre ele para

continuar a viagem. O descanso de Sabath é tão necessário no deserto Egípcio quanto na

ocupada Dundee. Oh, que os Cristãos atuais tão rigorosamente e tão alegremente santificas-

sem o Santo Dia de Deus!

Ao longo de sua vida Cristã M’Cheyne teve um profundo interesse pelo trabalho missionário.

Manteve-se bem informado e orou pela obra missionária em outras terras. De particular

interesse para ele era a evangelização de antigo povo de Deus, os Judeus. Essa era uma das

grandes paixões de sua vida. Ele viajou mais de uma vez para a Irlanda para promover o

interesse desta obra. Ele acreditava que uma Igreja que estivesse levando o evangelho para

os Judeus, ela mesma, em grande medida, desfrutaria a bênção do Senhor: “Prosperarão

aqueles que te amam” [Salmos 122:6].

Outra preocupação constante de M’Cheyne era sua determinação em se aperfeiçoar em meio

às aflições. Ele conheceu muitas aflições de vários tipos em sua própria experiência. Ele era

de uma constituição muito delicada e estava frequentemente doente. Ele via todas as suas

aflições como vindas da mão de um Pai amoroso, e estava sempre procurando aprender com

as lições que o seu Deus estava lhe ensinando nelas. Suas cartas instam outros santos aflitos

à humilde submissão, para que pudessem obter o máximo benefício a partir de um lidar do

Pai Celestial com eles em Sua providência. Ele amava a Resolução de Edwards, “Resolvi pro-

gredir em aflição ao máximo” [Provavelmente este é um resumo da resolução de número 67]

Poucos homens podem alguma vez ter tido uma grande paixão pelas almas, como teve

Robert Murray M’Cheyne. Ele era mui escrupuloso sobre o uso de todas as oportunidades

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para recomendar o Salvador aos seus companheiros pecadores. Ele nunca excluiria de um

sermão algum um ensinamento projetado para mostrar o caminho da salvação. Para W. C.

Burns, ele escreveu: “Eu sinto que há duas coisas que seja impossível desejar com ardor sufi-

ciente: a santidade pessoal, e a honra de Cristo na salvação das almas”. Esse anseio pela

salvação dos perdidos significava que ele servia a Cristo com um zelo ardente e santo. Ele

estava convencido de que não viveria por muito tempo, e ele, portanto, fez o máximo em cada

oportunidade.

Ele pregou poderosamente sobre a soberania de Deus. Para os Cristãos crentes, ele diz em

um sermão: “Amem a Deus para todo o sempre, porque Ele vos escolheu de volutariamente.

Adorem a Jesus, que passou por milhões e morreu por vocês. Adorem o Espírito Santo, pois

Ele veio por livre e soberana misericórdia, e despertou-lhes. Isso será um tema de louvores

por toda a eternidade”.

Entretanto, ninguém enfatizou mais apaixonadamente a gratuidade do Evangelho. Leia o

sermão Nº 5, de “Memória e Relíquias”: “A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos

filhos dos homens” (Provérbios 8:4). “Se não houvesse outros textos em toda a Bíblia”, diz

ele, “para incentivar os pecadores a virem livremente a Cristo, este único poderia persuadi-

los. Não há assunto mais mal compreendido por almas não-convertidas do que a gratuidade

de Cristo. Tão pequena ideia temos naturalmente da livre graça, que não podemos acreditar

que Deus oferece um Salvador para nós enquanto estamos em uma condição ímpia, mere-

cedora do inferno”.

“Oh”, diz ele, “é triste pensar como os homens argumentam contra a sua própria felicidade, e

não crerão na própria Palavra de Deus”.

Sua compaixão e ternura foram muito marcantes. No entanto, ele alertou para o inferno nos

termos muitíssimo claros. Em um sermão sobre a corrupção do coração humano, ele diz para

os não-convertidos: “Todos os dias tenho visto vocês irem para cada vez mais longe da santi-

dade; para longe de Deus e para mais perto do inferno. Vocês estão entesourando ira para o

Dia da Ira. Oh, que tesouro! Amontoando combustível para queimá-los por toda eternidade”.

Sua preocupação amorosa pelos pecadores fez com que ele falasse claramente.

E ele tinha um interesse amoroso pelos pecadores. Ele foi terno e carinhoso em seus apelos

a eles. Quando Andrew Bonar lhe disse em uma ocasião que ele esteve pregando sobre o

texto: “Os ímpios serão lançados no inferno”, ele imediatamente perguntou-lhe: “Você foi

capaz de pregá-lo com ternura?”. Em outra ocasião, ele disse: “O homem que fala do inferno

deve fazê-lo com lágrimas nos olhos”. Um de seus Presbíteros, William Lamb, escreveu:

“Quão belamente afetuosas eram as pregações de M’Cheyne, ele atria você a Cristo”. Outro

escritor disse: “Sua solicitude pela salvação dos seus ouvintes o fez afetuoso, até mesmo

além da sua ternura natural”. Não é esta ternura uma qualidade que precisamos readquirir em

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nossa pregação hoje? As grandes doutrinas da Redenção devem ser proclamadas sem

concessões. Elas também devem ser proclamadas de forma cativante.

Sua visão sobre o Santo Ministério é bem expressa em sua observação no momento do

licenciamento em 1835. Quando já estava licenciado, ele disse: “um pregador do evangelho:

uma honra que eu não posso nomear outra igual”. Ele tinha um enorme senso da neces-

sidade de santidade de vida nos ministros do Evangelho. Para um colega ministro, ele

escreveu: “Não são os grandes talentos que Deus abençoa tanto quanto grande semelhança

com Jesus. Um ministro santo é uma temível arma nas mãos de Deus”. Ele amava pregar. Ele

tinha o mesmo constrangimento sobre ele, como tinha Philip Henry, o pai do grande

comentarista, Matthew Henry. Philip Henry disse que ele suplicaria a semana toda, se isso

significava que ele poderia pregar no dia de Sabath. M’Cheyne escreveu: “A grande obra do

ministro, na qual ele deve empenhar toda a força do corpo e da mente é a pregação. Fraca e

tola quanto possa parecer, este é o grande instrumento que Deus colocou em nossas mãos

pelo qual os pecadores são salvos...”.

Muitos foram levados a uma compreensão clara da verdade como ela é em Jesus. M’Cheyne

diz em algum lugar: “que uma marca da realidade da graça em um filho de Deus é o seu

senso de pecado”. Em uma carta que escreveu a um pecador despertado, ele conta como, ao

escrever essa carta, ele foi interrompido por uma menina pequenininha, que estava chorando

abundantemente. Ela chegara a perguntar: “O que eu devo fazer para ser salva?”. Desde que

uma colega lhe contara sobre seu ser despertada, ela havia procurado Cristo com todo seu

coração. Ele escreveu um tratado para os jovens em sua congregação, intitulado “Para os

Cordeiros do Rebanho”. Nele, ele falou mui claramente: “Eu poderia chorar quando penso que

muitos de vocês viverão uma vida de pecado, e morrerão uma morte de horror, e passarão a

eternidade no inferno”. E, novamente: “A juventude é um tempo para ser salvo. Vocês não

são jovens demais para morrer, nem muito jovens para serem julgados, e, portanto, também

não são jovens demais para serem levados a Cristo. Não se contentem em ouvir sobre Cristo

de seus professores. Ore para que Ele seja revelado a vocês”. Crianças foram convertidas no

avivamento. No final de 1839, alguns solicitavam admissão à Mesa do Senhor, quatro que

tinham apenas quatorze anos, e três que tinham quinze ou dezesseis anos.

Profundamente comovente é o seu relato da experiência espiritual de James Laing, intitulado

“Another Lily Gathered” [Outro Lírio Reunido]. De vez em quando o menino mostrava alguma

preocupação, mas depois passou como a nuvem da manhã e o orvalho que cedo passa.

Enquanto em Glams, em 1841 (ele tinha treze anos na época), ele ficou profundamente

comovido sob um sermão que ouviu em uma reunião. Ele gostaria de ter ido ouvir seu próprio

ministro, M’Cheyne, pregar; ele estava no bairro na época, mas ele estava muito fraco para

fazer a viagem para lá. Ele era muito sensível e estava em Glams para o bem da sua saúde.

Em outubro, ele estava muito doente e ansioso com a sua alma. “Oh, Jesus, salve-me! Salva-

me!”, ele clamava. Depois de uma visita de M’Cheyne, que lhe falou muito claramente sobre

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Jesus ter vindo ao mundo para salvar os pecadores, ele passou o resto de seus dias de

joelhos, clamando por misericórdia. Naquela noite, ele encontrou misericórdia. As palavras:

“quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós”, tornaram-se particularmente preci-

osas para ele naquela noite. Muitas vezes M’Cheyne visitou o menino moribundo, expondo-

lhe alguma passagem da Escritura. Ele adquiriu uma compreensão bastante notável da Ver-

dade em um tempo muito curto. Ele estava com muita dor, mas quando pensou que o Senhor

Jesus sofreu por ele, isso trouxe alívio para sua dor. “A minha dor não é nada em relação a

que Ele sofreu”, disse ele. Ele tinha uma grande preocupação pela salvação dos outros. Ele

falou com as crianças da Escola Dominical que foram à sua casa para vê-lo pouco antes de

morrer. Ele exortou-os a irem para o Cristo que o salvou e ele os advertiu sobre o inferno:

“Considerem, Ele está disposto, e Oh, sejam sinceros. Vocês não O obterão, a menos que

vós sejais sinceros!”. Ele lamentou a seu ministro que, embora permancesse convidando-os a

Cristo, “eles não querem vir!”. Ele estava constantemente pedindo àqueles que vinham vê-lo

para buscarem a Cristo. No dia 11 de Junho de 1842, há poucas semanas do seu décimo

quarto aniversário, ele adormeceu em Jesus. Devemos buscar a salvação das crianças, e não

tenham medo de colocar as verdades bíblicas claramente diante delas. Ninguém nunca

entenderá a menos que o Espírito Santo lhes conceda o entendimento. Ele é capaz de fazer

isso para uma criança, como para um adulto.

M’Cheyne era um homem de espírito universal – católico, no verdadeiro sentido do termo. Ele

realmente amava o povo de Deus, qualquer que fosse o seu rótulo denominacional. Ele era

claro em sua mente em relação aos seus próprios princípios. Ele cria que os encontrou na

Bíblia, e se agarrou a eles tenazmente. Mas, tinha prazer de desfrutar da comunhão com

outras pessoas que ele acreditava serem vitalmente unidas a Cristo. Ele não teve nenhuma

dificuldade em participar da Ceia do Senhor em um cenáculo em Jerusalém, apesar de ter

sido dispensado, de acordo com a prática dos Episcopais. Ele cita com aprovação, o comen-

tário de Calvino ao Arcebispo Cramner, que atravessaria dez mares para sentar-se com ele à

mesa do Senhor. Este catolicidade de espírito mostrou-se, em seu ter ministros dissidentes

ocupando o púlpito na ocasião, quando ele estava doente. Quanto a isso, ele foi perguntado

por um correspon-dente de um jornal de Dundee. Em resposta, ele de forma calma, mas

vigorosa afirmou que ele cria ser a base bíblica de livre comunhão ministerial entre os

ministros de Cristo. Seu princípio era de que, se um ministro era um verdadeiro servo de

Cristo, chamado para o ministério, são na doutrina, sóbrio em sua vida, e submisso a Deus

em sua pregação, ele poderia recebê-lo em seu púlpito, embora suas crenças e as deles

diferissem sobre questões não-fundamentais. Ele ressalta que Calvino reconhecia Lutero

como um servo de Cristo, mesmo quando ele estava enfadando-o com abuso; e que Samuel

Rutherford teve o Bispo Usher ocupando o púlpito de Anworth. Ele detestou o Ato de

Assembleia de 1799, que impediu piedosos ministros ingleses, como Charles Simeon de

Cambridge, de pregarem nos púlpitos da Igreja da Escócia. Essa lei, aprovada num momento

em que os Moderados estavam em ascensão foi revogada quando os Evangélicos se

tornaram mais influente. M’Cheyne se alegrou com a sua revogação. Ele jamais permitiria a

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pregação infiel em São Pedro, ele apenas amava ouvir a mensagem do Evangelho sendo

proclamada por homens fiéis de Deus de vários ramos da Igreja de Cristo.

Como um clérigo, Murray M’Cheyne foi um membro fiel da Igreja da Escócia. Ele foi mais

fortemente contrário à intrusão, por patronos leigos, de ministros indesejados em igrejas

paroquiais. Ele acreditava apaixonadamente na independência espiritual da Igreja. Quando,

em 7 de março de 1843, a causa da Igreja foi debatida na Câmara dos Comuns, ele escreveu:

“Foi uma noite agitada no Parlamento Britânico! Uma vez mais o Rei Jesus está em um

tribunal terreno, e eles não O conhecem!”. Se tivesse vivido mais algumas semanas, ele teria

deixado São Pedro para se juntar a outros 474 ministros da Igreja na separação a partir do

Estabelecimento.

Em conclusão, deixe-me referir novamente a paixão de Robert Murray M’Cheyne pela santi-

dade. Ele nunca esteve satisfeito com a seu próprio porgresso na vida santa, e esteve sempre

buscando uma maior semelhança com o seu Mestre. Por isso, ele deixou uma impressão no

crente e no descrente. Uma senhora em um hotel em Alexandria, no Egito, estava recla-

mando altamente que Cristãos professos nada mais são do que hipócritas: “Você nunca, em

toda sua vida, viu um seguidor do Senhor Jesus em quem você acreditou?”, perguntou

alguém que ouviu o seu discurso. Houve uma pausa. Mais calma, ela então disse: “Sim, eu vi

um,.. um homem, um ministro neste hotel. Um homem alto e magro da Escócia, ele era um

homem de Deus, eu o vi e senti que ele era um Cristão genuíno. Seu próprio olhar fez-me

bem”. Sua vida santa deixou uma impressão em alguém que lhe era totalmente desconhe-

cido. Oh, que hoje nós obtivéssemos uma paixão pela santidade como a dele.

“A tal santidade eu nunca poderei alcançar”. É isso o que você disse? Certamente é impor-

tante ser humilde. No entanto, devemos lembrar que não era Robert Murray M’Cheyne que

fez a si mesmo o homem santo que ele se tornou. A graça de Deus fez dele o homem que ele

era. Em uma carta, depois de lamentar a sua própria corrupção, ele declarou: “Eu muito anelo

ser livre do eu, do orgulho e da impiedade. E eu sei para onde ir, pois todas as promessas de

Deus são Sim e Amém em Cristo Jesus”. Esta graça, se você e eu somos filhos de Deus, está

operando em nós. Que possamos anelar por santidade; a desejemos, como o fez M´Cheyne.

M’Cheyne reconheceu sua dívida para com o ilustre Jonathan Edwards. Você fará de sua

resolução aquela de Edwards? “Sobre a suposição de que nunca haverá apenas um indivíduo

no mundo, a qualquer tempo, que foi propriamente um Cristão completo em todos os aspec-

tos de um correto posicionamento, tendo o Cristianismo sempre brilhado a sua luz verdadeira,

e evidenciando excelência e amabilidade de onde quer que surja, ou sob quaisquer

características contempladas; resolvi, agir exatamente como eu faria se eu empenhasse com

toda a minha força, para ser este único que viveria em meu tempo”.

__________

♦ Fonte: Reformation-Scotland.org.uk

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10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne

Agonia de Cristo – Jonathan Edwards

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina

da Eleição

Cristo É Tudo Em Todos – Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel

Doutrina da Eleição, A – Arthur Walkington Pink

Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne

Excelência de Cristo, A – Jonathan Edwards

Gloriosa Predestinação, A – C. H. Spurgeon

Imcomparável Excelência e Santidade de Deus, A –

Jeremiah Burroughs

In Memoriam, A Canção dos Suspiros – Susannah Spurgeon

Jesus! - Charles Haddon Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon

Livre Graça, A – C. H. Spurgeon

Paixão de Cristo, A – Thomas Adams

Plenitude do Mediador, A – John Gill

Porção do Ímpios, A – Jonathan Edwards

Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon

Reforma – C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta – R. M. M'Cheyne

Salvação Pertence Ao Senhor, A – C. H. Spurgeon

Sangue, O – C. H. Spurgeon

Semper Idem – Thomas Adams

Sermões de Páscoa – Adams, Pink, Spurgeom, Gill, Owen e

Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) –

C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A – J. Edwards

Tratado sobre a Oração, Um – John Bunyan

Verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, O – Paul D. Washer

Livros que Recomendamos:

A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES

Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por

John Bunyan – Editora Fiel

Um Guia Seguro Para o Céu, por Joseph Alleine –

Editora PES

O Peregrino, por John Bunyan – Editora Fiel

O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo

Cristão

O Diário de David Brainerd, compilado por Jonathan

Edwards – Editora Fiel

Os Atributos de Deus, por A. W. Pink – Editora PES

Por Quem Cristo Morreu? Por John Owen (baixe

gratuitamente no site FirelandMissions.com)

Quem Somos

O Estandarte de Cristo é um projeto cujo objetivo é proclamar a Palavra de Deus e o Santo

Evangelho de Cristo Jesus, para a glória do Deus da Escritura Sagrada, através de traduções

inéditas de textos de autores bíblicos fiéis, para o português. A nossa proposta é publicar e

divulgar traduções de escritos de autores como os Puritanos e também de autores posteriores

àqueles como John Gill, Robert Murray M’Cheyne, Charles Haddon Spurgeon e Arthur

Walkington Pink. Nossas traduções estão concentradas nos escritos dos Puritanos e destes

últimos quatro autores.

O Estandarte é formado por pecadores salvos unicamente pela Graça do Santo e Soberano,

Único e Verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o testemunho das

Escrituras. Buscamos estudar e viver as Escrituras Sagradas em todas as áreas de suas vidas,

holisticamente; para que assim, e só assim, possamos glorificar nosso Deus e nos deleitar-

mos nEle desde agora e para sempre.

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A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES

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John Bunyan – Editora Fiel

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O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo

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Edwards – Editora Fiel

Os Atributos de Deus, por A. W. Pink – Editora PES

Por Quem Cristo Morreu? Por John Owen (baixe

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Deus é Soberano, por A. W. Pink – Editora Fiel

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Agonia de Cristo – Jonathan Edwards

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2 Coríntios 4 1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não

desfalecemos; 2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando

com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à

consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3

Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4

Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não

resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque

não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos

vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse que das trevas

resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do

conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém, este tesouro

em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo

somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 Persegui-

dos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10

Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se

manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos

também, por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos

ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de

graças para glória de Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem

exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e

momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.