Robert Murray Mcheyne - Não é razoável que pessoas não convertidas se alegrem
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Não é Razoável Que Pessoas
Não-Convertidas se Alegrem Robert Murray M'Cheyne
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Não é Razoável que Pessoas Não-Convertidas se Alegrem
Por Robert Murray M´Cheyne
“A espada, a espada está afiada e polida. Para grande matança está afiada, para
reluzir está polida. Alegrar-nos-emos pois? A vara de meu filho é que despreza todo
o madeiro” (Ezequiel 21:9-10).
A partir do segundo verso deste capítulo, aprendemos que esta profecia foi dirigida contra
Jerusalém: “Filho do homem, dirige o teu rosto contra Jerusalém, e derrama as tuas
palavras sobre os santuários, e profetiza sobre a terra de Israel” [Ezequiel 21:2].
Já lhes disse que Ezequiel, embora ainda jovem, foi levado cativo por Nabucodonosor, e
colocado, dentre um número de seus compatriotas, junto ao rio Quebar. Foi lá que ele
profetizou durante um espaço de vinte e dois anos. A profecia que eu li foi profetizada no
sétimo ano de seu cativeiro, e apenas três anos antes de Jerusalém ter sido destruída, e
o templo queimado. A partir do versículo 2, aprendemos que estas palavras foram
dirigidas contra Jerusalém, pois embora Deus tenha levado Ezequiel para longe para
ministrar aos cativos, junto ao rio Quebar, contudo, fez-lhe enviar muitas mensagens de
advertência e de misericórdia para sua amada Jerusalém. “Filho do homem, dirige o teu
rosto contra Jerusalém, e derrama as tuas palavras sobre os santuários, e profetiza sobre
a terra de Israel”.
Deus já havia cumprido muitas das palavras de Seus profetas contra Jerusalém. Ele tinha
cumprido a palavra de Jeremias contra um dos seus reis (Jeoiaquim). “Em sepultura de
jumento será sepultado, sendo arrastado e lançado para bem longe, fora das portas de
Jerusalém” [Jeremias 22:18-19]. Ele tinha cumprido a palavra do mesmo profeta levando
outro rei (Jeconias) para a Babilônia com todos os vasos preciosos da casa do Senhor.
Mas ainda assim, nem profecias nem julgamentos despertariam Jerusalém; de modo que
nos é dito em 2 Crônicas 36:12 que o próximo rei, Zedequias: “fez o que era mau aos
olhos do Senhor seu Deus; nem se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da
parte do Senhor”, v. 14 em diante: “Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo
aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos
gentios; e contaminaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado em Jerusalém. E o
Senhor Deus de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros,
porque se compadeceu do Seu povo e da Sua habitação. Eles, porém, zombaram dos
mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus profetas;
até que o furor do Senhor tanto subiu contra o Seu povo, que mais nenhum remédio
houve”.
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Foi em um momento de grande dureza e impenitência em Jerusalém que a profecia dian-
te de mim foi entregue, e apenas três anos antes da ira de Deus ter sido derramada sobre
eles até ao fim. (1) Tudo era alegria e sensualidade em Jerusalém. (2) Os falsos profetas
profetizavam paz, e as pessoas gostavam que isto fosse assim. (3) Não havia som, senão
aquele de festança no interior da devotada cidade. Mas no meio desse barulho e folia, o
profeta solitário à beira do rio Quebar ouviu o murmúrio do trovão distante. O fiel servo de
Deus viu Deus armando-Se como um homem poderoso para a guerra, e a espada
reluzente da vingança em Sua mão, e ele clama em alta voz, com trovões, para seus
conterrâneos, todos à vontade, despertarem: “A espada, a espada está afiada e polida.
Para grande matança está afiada, para reluzir está polida. Alegrar-nos-emos pois?”.
Meus amigos, aqueles de vocês que não são convertidos estão na mesma situação em
que Jerusalém estava. Nos anos que agora passaram, como as brumas da manhã,
quantas mensagens vocês tiveram da parte de Deus? Quantas vezes Ele enviou seus
mensageiros para vocês, madrugando e enviando-os? Sua Bíblia está em suas casas, um
silencioso, mas um poderosíssimo defensor de Deus; Sua providência tem estado em
suas famílias, na doença e morte, na abundância ou na pobreza, tudo, tudo rogando-lhes
a fugirem da ira vindoura; tudo, tudo suplicando-lhe para apegarem-se ao Senhor Jesus, o
único, o Salvador todo-suficiente. Todas estas mensagens têm vindo a vocês, e vocês
ainda permanecem não-convertidos, ainda mortos, ossos secos, sem Cristo e sem Deus
no mundo; e vocês estão dizendo, Alma, folgue, coma e beba, e seja feliz. Mas, meus
amigos, ouçam mais uma vez, pois Deus não quer que ninguém pereça. Eu tenho uma
palavra de Deus para ti, “a espada, a espada está afiada e polida. Para grande matança
está afiada, para reluzir está polida. Alegrar-nos-emos pois?”.
Doutrina. Não é razoável que pessoas não-convertidas se alegrem.
1. Não é razoável, porque eles estão sob condenação. A espada está afiada e polida. Ela
está afiada para fazer uma grande matança; está polida para reluzir. Deveríamos, então,
nos alegrar? Há uma ideia comum de que os homens estão em liberdade condicional,
como Adão estava, e que as pessoas sem Cristo não serão condenadas até o julgamento;
mas este não é o caso. A Bíblia diz: “Aquele que não crê já está condenado” [João 3:18].
“Aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”
[João 3:36]. “Maldito (“é maldito” e não “será maldito”) aquele que não confirmar as pala-
vras desta lei, não as cumprindo” [Deuteronômio 27:26]. Almas sem Cristo estão atual-
mente no poço horrível, toda a boca está calada, e elas são culpadas diante de Deus.
Elas estão na prisão, prontas para serem levadas para a execução. Portanto, quando
Deus nos envia a pregar às pessoas sem Cristo Ele chama isto de “pregar aos espíritos
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em prisão”, ou seja, que estão sob condenação. A espada não está somente desem-
bainhada, está afiada e polida. Paira sobre as suas cabeças.
Deveriam, então, alegrarem-se? Não é razoável a um malfeitor condenado, o alegrar-se.
Será que não assombra grandemente toda mente sensível, ver um grupo de homens
condenados à morte, reunidos alegrando-se, falando levemente e zombando, como se a
espada não estivesse sobre eles? No entanto, este é o caso daqueles de vocês que não
são convertidos e vivem vidas alegres. Você foi pesado na balança e achado em falta.
Você foi condenado pelo justo juiz. Sua sentença está lavrada. Você está agora em pri-
são, e não pode sair dela; a espada é incitada e atraída por você. E oh! não é mui irracio-
nal alegrar-se? Não é mui irrazoável ser feliz e contente consigo mesmo e com seus
amigos? Não é uma loucura cantar a canção do bêbado? “Comamos e bebamos, porque
amanhã morreremos” [Isaías 22:13; 1 Coríntios 15:32]”.
2. Porque os instrumentos destruidores de Deus estão todos prontos. As pessoas sem
Cristo já não estão apenas condenadas, mas os instrumentos de sua destruição estão
preparados e prontos. A espada da vingança está afiada e polida. Quando as espadas
estão guardadas no arsenal, são mantidas embotadas, para que a ferrugem não danifique
seu fio; mas quando o trabalho deve ser feito, e elas são levadas para fora para a ma-
tança, então elas são amoladas e afiadas, tornando-se agudas e brilhantes. Assim é com
a espada do carrasco; quando não estiver em uso, ela é mantida sem corte; mas quando
o trabalho deve ser feito, está afiada e preparada. Ela está aguda e polida, pouco antes
do golpe ser desferido, nitidamente cortante. Assim é com a espada da vingança de Deus.
Não está embainhada e sem corte, está afiada e polida, está completamente pronta para
fazer o seu trabalho, está bastante preparada para uma grande matança. A doença pelo
qual cada homem não-convertido morrerá está completamente pronta, talvez esteja em
suas veias, neste exato momento. O acidente pelo qual ele deve ser lançado na eterni-
dade está completamente pronto, todas as partes e meios disso já estão arranjados. A
seta que deve lhe ferir não está no arco, talvez tenha deixado a corda, e esteja mesmo
agora voando em sua direção.
O lugar no inferno está completamente pronto para todas as almas não-convertidas.
Quando Judas morreu, as Escrituras dizem: “ele foi para o seu próprio lugar” [Atos 1:25].
Este era seu lugar antes de ir para lá, estando mui preparado e pronto para ele. Como
quando um homem se retira à noite ao seu quarto de dormir, diz-se que ele se foi para
seu próprio quarto, assim, um lugar no inferno está completamente pronto para todas as
pessoas sem Cristo. Este é o seu próprio lugar. Quando o homem rico morreu e foi
sepultado, ele foi imediatamente para seu próprio lugar. Ele encontrou tudo pronto. Ele
levantou os olhos no inferno, estando em tormentos. Então, o inferno está completamente
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pronto para todas as pessoas sem Cristo. Foi preparado, há muito tempo, para o diabo e
seus anjos. As chamas estão todas prontas, e totalmente inflamadas, ardendo.
Ah! Deverão, então, almas sem Cristo alegrarem-se? Um malfeitor pode, talvez, dizer que
ele seria feliz, desde que o patíbulo não fosse erigido para que ele morresse. Mas se lhe
fosse dito que o patíbulo estava pronto, que a espada foi afiada e que o carrasco está
pronto, oh! não seria loucura se ele se alegrasse? Ai! esta é a sua loucura, pobre alma
sem Cristo. Você não está apenas condenada, mas a espada está afiada e pronta para
ferir a sua alma; e você ainda pode ser feliz, e sonhar passar os seus dias e noites em
prazeres que perecem pelo uso. A doença está pronta, o acidente está pronto, a seta está
no arco, o túmulo está pronto, sim, o próprio inferno está pronto, o seu próprio lugar está
preparado; e você ainda pode alegrar-se!? Você pode jogar e divertir-se em companhias.
Quão verdadeiramente o seu riso é como o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela:
uma chama flamejante, e então a escuridão das trevas para sempre!
3. A espada pode vir a qualquer momento. As pessoas sem Cristo já não estão apenas
condenadas, e não somente a espada da vingança está completamente pronta, mas a
espada pode vir a qualquer momento. Não é assim com malfeitores; seu dia é determi-
nado e anunciado a eles, para que eles possam contar seu tempo. Se eles têm muitos
dias eles se alegram hoje, pelo menos, e ficam sérios amanhã. Mas não é assim com as
pessoas sem Cristo; seu dia está determinado, mas não é dito para elas. Pode ser neste
exato momento. Ah! eles devem, então, alegrarem-se?
Alguns malfeitores foram encontrados muito duros de coração até o fim. Muitos já recebe-
ram a sua sentença com muita indiferença, e com um semblante determinado. Alguns têm
até mesmo ido para o patíbulo mui impassíveis; alguns até mesmo levemente, com o
espírito descuidado. Mas quando a cabeça está posta sobre cepo, quando os olhos são
cobertos, e pescoço desnudado, quando a espada reluzente é suspensa, e pode descer a
qualquer momento, este é um momento terrível de suspense. Seria muito horrível ver um
homem tranquilamente e de espírito descuidado, naquele momento. Oh! Não seria uma
loucura estar feliz naquele momento!? Ai! esta é a sua loucura, pobre alma sem Cristo.
Você não está apenas condenada, e não somente a espada está pronta, mas pode cair
sobre você a qualquer momento. Sua cabeça está, por assim dizer, no cepo. Seu pescoço
está exposto diante de Deus, e a espada afiada está aguçada sobre você; e você ainda
pode alegrar-se? Você pode entreter a sua mente com os negócios e as coisas do
mundo, buscando riqueza, construindo e plantando, e se nesta noite a sua alma for
requerida de você? Você pode preencher o seu tempo com jogos e diversões, livros tolos
e companheiros divertidos? Você pode preencher suas horas depois do trabalho com a
conversa fiada e comportamento lascivo, acrescentando pecado a pecado, entesourando
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ira para o dia da ira, quando você não sabe a que hora a ira de Deus pode vir sobre você
finalmente? Você pode ir para sua cama à noite sem oração, com sua mente cheia de
imaginações sombrias e horríveis que nem sequer podem ser mencionadas; você não
poderia estar no inferno antes do amanhecer? A espada, a espada, está polida!
4. Porque Deus não fez nenhuma promessa para almas sem Cristo de deter a Sua mão
nem por um só momento. Todas as promessas de Deus são sim e amém; ou seja, elas
são verdadeiras. Ele sempre cumpre Suas promessas. Mas a mesma Bíblia diz que eles
são “sim e amém em Cristo Jesus” [2 Coríntios 1:20]. Todas as promessas de Deus são
feitas a Cristo e aos pecadores que se unem a Cristo. Eu acredito que é impossível, pela
natureza das coisas, que Deus fizesse uma promessa a um homem não-convertido.
Dessa forma, todas as promessas de Deus são feitas a Cristo, e a cada pecador que se
une a Cristo. Mas as pessoas não-convertidas são aquelas que nunca vieram a Cristo;
por conseguinte, não há promessas feitas para elas [...] Ele não promete em nenhum
lugar mantê-los um momento sequer fora do inferno. “Alegrar-nos-emos pois?”
Deixe-me falar com pessoas que estão sem Cristo, à sua própria vontade. Sei que muitos
de vocês que me ouvem estão sem Cristo; e ainda assim vocês percebem que vocês
estão à vontade e felizes. Por que isso é assim? Isso é porque vocês esperam serem
levados a Cristo antes de morrer. Vocês dizem, “outro dia servirá também, e eu te ouvirei
novamente sobre esta questão”, e assim vocês se acomodam agora. Mas isso é muito
irrazoável. Não é digno da racionalidade aquele que age desta forma. Em nenhum lugar
Deus prometeu trazê-lo a Cristo antes de morrer. Deus não colocou-Se sob nenhum tipo
de obrigação para com você. Ele não prometeu em nenhum lugar que você verá o
amanhã, ou que você ouvirá outro sermão. Há um dia à mão quando você não mais verá
o amanhã. Se este não for o último, há ainda um sermão a ser pregado, que será o último
que você ouvirá.
Deixe-me falar com as pessoas sem Cristo que estão preocupadas em relação suas
almas. Alguns que me ouvem sabem que eles estão sem Cristo, e isso os preocupa, e
ainda deve-se temer que alguns estão perdendo essa ansiedade, e agora voltando para
as alegrias do mundo. Por que isso? Isto é o mais irrazoável. Se você ainda está fora de
Cristo, embora tenha ficado preocupado por causa disto, lembre-se que Deus não fez
promessas para salvar você. A espada ainda está mui polida e afiada sobre você. Ah!
Então não se alegre. Esforce-se para entrar pela porta estreita. Tome o reino dos céus
pela força. Porfie por ele. Nunca descanse até que você esteja nos laços da aliança.
Depois, seja tão feliz enquanto o dia durar.
5. Há uma grande matança, “A espada! a espada!”
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Em primeiro lugar, grande porque será sobre todos os que estão sem Cristo. O horror do
massacre em Jerusalém foi que todos foram mortos, tanto velhos como jovens. A ordem
que o profeta ouviu foi: “Passai pela cidade após ele, e feri; não poupe o vosso olho, nem
vos compadeçais. Matai velhos, jovens, virgens, meninos e mulheres, até exterminá-los;
mas a todo o homem que tiver o sinal não vos chegueis” (Ezequiel 9:5-6). Tal é a grande
matança que espera as almas não-convertidas. Todas as pessoas sem Cristo perecerão,
jovens e velhos. Deus não poupará nem se apiedará o Seu olho. Pensem nisso, pessoas
idosas e de cabelos brancos, que viveram em pecado, e nunca vieram a Cristo: se vocês
morrerem assim, certamente perecerão na grande matança. Pensem nisso, você, pesso-
as de meia-idade, comerciantes e trabalhadores, que ganham dinheiro, mas não vendem
tudo pela pérola de valor. Pensem nisso: oh Martas, que são estão ansiosas e afadigadas
com muitas coisas, mas que se esquecem de uma coisa que é necessária, você também
cairá na grande matança. Pensem nisto, jovens, que vivem sem oração, mas em alegria e
jovialidade; que se reúnem para zombar e se alegrar nas noites de Sabath, você que
anda na vista de seus próprios olhos, você também cairá na grande matança. Pensem
nisso, filhinhos, vocês que são o orgulho do coração de sua mãe, mas que se desviaram
desde o ventre, falando mentiras [Salmos 58:3]. Filhinhos, que gostam de seus brinque-
dos, mas não gostam de aproximarem-se de Jesus Cristo, que é o Salvador de crianças
pequenas, a espada virá sobre vocês também. Oh! é um massacre dolorido, que não
poupará o jovem, nem o belo, nem o amável; nem a mãe gentil e a criança carinhosa;
nem a viúva e seu único filho. Então você deve alegrar-se? Famílias não-convertidas,
quando vocês se encontram à noite para gracejos e jogos uns com os outros, façam esta
pergunta, deveríamos nos alegrar? É a sua alegria, razoável? É digna de seres racionais?
Companheiros não-convertidos, que se encontram tantas vezes para regozijo e diversão,
vocês devem juntamente se alegrarem quando vocês estão em tal caso? Ah! quão triste
será o contraste quando Deus disser: “Atai-os em molhos para os queimar” [Mateus
13:30]
Em segundo lugar, grande matança, porque a espada é a espada de Deus. Se fosse ape-
nas a espada do homem que é polida e afiada para a matança, não seria muito terrível.
Mas é a espada de Deus Todo-Poderoso, e por isso é muito terrível. “Não temais os que
matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis
temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos
digo, a esse temei” [Lucas 12:4-5]. Se fosse a espada do homem, ele poderia atingir ape-
nas o corpo; mas, ah! é a espada de Deus, e o ferro entra na alma. É a mesma espada
que apareceu no jardim do Éden. “Uma espada inflamada que andava ao redor, para
guardar o caminho da árvore da vida” [Gênesis 3:24]. É a mesma espada que perfurou o
lado de Jesus Cristo em sua agonia. “Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra
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o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos. Fere ao pastor, e
espalhar-se-ão as ovelhas” [Zacarias 13:7]. É a espada de que Cristo fala, quando diz: “E
cortá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de
dentes”. [Mateus 24:51 – versão KJV]
Queridos irmãos, não são algumas feridas na carne que essa espada fará. Ela cortará em
pedaços, será um golpe mortal; morte eterna. Esta é a morte do corpo, mas a alma estará
sempre morrendo, ainda assim, nunca morrerá.
1. Permita-me falar com o Idoso. Pode haver algum me ouvindo em quem estas três
coisas se encontram, a saber, ele está velho, sem Cristo e cheio de alegria. Oh! se houver
um tal a me ouvir, considere seus caminhos; considere se a sua alegria pode ser digna de
um ser racional. Eu lhe mostrei claramente a partir das Escrituras o que o seu caso é: (1)
Que já estás condenado. (2) Essa espada de Deus está pronta. (3) Ela pode vir a
qualquer momento. (4) Que Deus não te fez nenhuma promessa para refrear a Sua mão.
E (5) isso será uma grande matança. Considere, então, se é razoável acreditar em uma
mentira para enganar sua própria alma e dizer: Paz, paz, quando não há paz. Segundo o
curso normal das coisas, você deve em breve seguir o caminho de todos os viventes,
você deve ser recolhido aos seus pais; e, em seguida, será cumprido tudo o que eu disse.
Então você alegrar-se-á? Você está cambaleando à beira do inferno, e ainda vivendo sem
oração e sem Cristo, e divertindo-se com ninharias, falando o repetido conto da juventude,
e rindo nas brincadeiras costumeiras? Ai! Que profundidade de significado há ali na
palavra de Salomão! “Ao riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta? Até no
riso o coração sente dor e o fim da alegria é tristeza” [Eclesiastes 2:2; Provérbios 14:13]
2. Deixe-me falar com o Jovem. Pode haver muitos a me ouvir em quem estas três coisas
se encontram: são jovens na idade, distantes de Cristo e ainda assim cheios de alegria.
Agora, meus queridos amigos, peço que vocês considerem se a vossa alegria é razoável.
A espada está afiada para uma grande matança. Então, vocês se alegrarão?
Objeção 1. Juventude é o momento de alegria.
Resposta. Eu sei bem que a juventude é o tempo para a alegria. O jovem cordeiro é uma
criatura feliz enquanto salta no pasto verde. O jovem garoto salta de rocha em rocha com
a mais animada alegria. O potro lança seus saltos no ar, cheio de vida e atividade.
Contudo, eles não têm nenhum pecado, e você tem; eles não têm o inferno, e você tem.
Se você se achegar a Jesus Cristo agora, e for liberto da ira, ah! Então, você encontrará
que a juventude é o tempo para a alegria; a juventude é o tempo para desfrutar da doce
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paz no peito, e da mais vívida comunhão com Deus, e das mais resplandecentes
esperanças de glória.
Objeção 2. Você queria que fôssemos melancólicos e tristes.
Resposta. Deus me livre. Tudo o que eu afirmo é que, até que vocês venham a Cristo,
sua alegria é louca e irracional. Se você vier a Cristo, então, serás tão feliz como quiser;
não há limites para sua alegria ali, pois você se alegrará em Deus. E quando você morrer,
você alcançará a plenitude da alegria em Sua presença; à Sua destra há delícias perpe-
tuamente.
Objeção 3. Se eu estiver sem Cristo, ficar triste não me trará a Cristo, então, portanto, eu
posso também ser feliz.
Resposta. É verdade, ficar triste não vai trazê-lo para Cristo; e ainda, se você estivesse
realmente despertado para clamar a Deus, porventura, Ele ouviria seu clamor. Se você
estivesse se esforçando para entrar, você pode encontrar entrada. Se você estivesse
porfiando pelo o reino, você, talvez, pudesse toma-lo pela violência. Buscai a mansidão,
buscai a justiça. Pode ser que sejais escondidos no dia da ira do Senhor. Se você ficar
onde está, esteja certo que estará perdido. Se você viver em segurança carnal, em alegria
e jovialidade, enquanto você estiver fora de Cristo, esteja certo de que perecerá.
“Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade,
e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por
todas estas coisas te trará Deus a juízo” [Eclesiastes 11:9].
Dundee, 1837
Glorioso Deus! Oramos para que, pelo Teu Espírito Santo aplique o que de Ti há nestas palavras aos
nossos corações e nos corações daqueles que lerem estas linhas, por Cristo para a glória de Cristo. Amém!
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria !
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Fonte: Books.Google.com.br │ Título original: It is Unreasonable in Unconverted Persons
to Make Mirth
As citações bíblicas desta tradução são da versão ACF (Almeida Corrigida Fiel)
Tradução e capa por William Teixeira │ Revisão por Camila Almeida
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Uma Biografia de Robert Murray M’Cheyne
A Vida de M’Cheyne (1813 - 1843), por Rev. Innes MacRae
Pode certamente haver poucos volumes fora da Sagrada Escritura que tiveram tão poderosa
influência para o bem do povo de Deus, como o tem feito a obra clássica de Andrew Bonar:
“The Memoir and Remains of Robert Murray M’Cheyne” [A Memória e Relíquias de Robert
Murray M’Cheyne]. Muitos milhares de cópias deste singular clássico devocional foram
vendidos e eles têm encontrado o seu curso em inúmeros países. É um livro ainda estimado
por crentes de discernimento em todos os ramos da verdadeira igreja. Eu devo a esta obra,
eu mesmo, uma dívida incalculável. Uma cópia antiga que pertenceu à minha avó tornou-se a
minha leitura regular de Sabbath assim que eu me tornei vitalmente interessado no evan-
gelho, enquanto eu ainda estava na escola. E eu creio que não há nenhum livro, além da
Bíblia, que tem sido uma bênção maior em minha própria experiência Cristã. Esse livro conti-
nua sendo a nossa principal fonte de informação em qualquer estudo sobre a vida e ministério
de M’Cheyne. Há outras obras, como a biografia do Dr. Alexander Smellie, publicado em 1913
no centenário do nascimento de M’Cheyne. Mesmo úteis como são essas obras, elas nunca
podem substituir “Memória e Relíquias”.
Proponho-me dar um resumo da vida de M’Cheyne, e em seguida, tentar destacar as princi-
pais características de sua vida piedosa e ministério.
Robert M’Cheyne nasceu em 21 maio de 1813, em Dublin, Rua 14, na zona sul de Edim-
burgo. Seus pais vieram para a capital de Dumfries-shire. Seu pai, Adam M’Cheyne, era um
advogado – um escritor para o Signet – e ele era claramente um homem de recursos
consideráveis. Quando Robert, que era o caçula de cinco, tinha seis anos de idade, a família
se mudou para Rua Queen, 56. Aqueles de vocês que conhecem esta famosa rua de
Edimburgo perceberão imediatamente que seu pai deve ter sido um homem de considerável
riqueza, pois os pobres não adquirem casas na Rua Quee. Embora os próprios M’Cheyne´s
parecem ter sido pessoas piedosas, eles eram ligados a mais de uma igreja de Edimburgo,
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em que a terrível praga do moderatismo [1] estava negando ao povo o verdadeiro Evangelho.
Depois que saiu de casa, Robert M’Cheyne pediu frequentemente aos pais que procurassem
um ministério completamente Evangélico. Eventual-mente, eles se estabeleceram em São
Lucas, onde se beneficiaram do ministério fiel de Alexander Moody Stewart. Nessa congre-
gação Adam M’Cheyne tornou-se um Presbítero.
A infância de Robert Murray M’Cheyne foi feliz. Em 1821 ele entrou para o famoso High
School of Edinburgh, onde ele realizou bem os seus estudos. Ele mudou-se para a Universi-
dade de Edimburgo, em 1827, onde, mais uma vez, ele mostrou-se um aluno capaz e dili-
gente. Ele tinha muitos dons, escrevia poesia, ele era um artista talentoso, ele cantava bem e
foi um bom ginasta. Ele sempre levou uma vida exteriormente correta, mas ele passou a
considerar esses dias como dias de mundanismo e impiedade. Ele tornou-se como um fariseu
moderno, confiando em sua própria moralidade exterior. Ele tinha um irmão mais velho
chamado David, que seguiu os passos de seu pais e ingressou na profissão de advogado.
David era um cristão devoto e profundamente exercitado, que muitas vezes falou com seu
irmão mais novo sobre a sua necessidade espiritual. Ele iria recomendar Cristo a ele.
E oh! Lembrar da expressão de fé sincera,
Com que este olho investigará a página
Que nos fala sobre o ofendido Deus apaziguado
Por meio do terrível sacrifício na cruz
Do Calvário – que nos convida a deixar um mundo
Imerso nas trevas e morte, e buscar
Um país melhor. Ah! quantas vezes este olho
Poderia voltar para mim, com o mais terno olhar de piedade,
E, em apenas meia-repreensão, ordena-me a fugir
Dos ídolos vãos do meu coração de menino!
Havia uma relação muito estreita entre David e Robert M’Cheyne; mas David morreu em julho
de 1831. Robert tinha 18 anos na época e ficou profundamente angustiado. No propósito
soberano de Deus, a morte de seu irmão foi usada para trazê-lo à preocupação de sua
própria alma. Ele não havia experimentado de uma vez a terrível e angustiante convicção de
pecado, mas a partir do dia da morte de seu irmão seus amigos notaram uma nova seriedade
nele. Em 8 de julho de 1842, ele escreveu em uma carta: “Neste dia, há onze anos, eu perdi
meu amado e amoroso irmão, e começei a buscar um Irmão que não pode morrer”.
Ele mesmo acreditava que isso foi “A Suma do Conhecimento Salvífico”, que está muitas
vezes vinculado com a Confissão de Fé, que deu-lhe uma compreensão clara do caminho da
___________
[1] Do original: Moderatism, uma moderação nas doutrinas ou opinões, especialmente na polícia e religião [Fonte:
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salvação: “a obra que eu acho que primeiramente operou uma mudança salvadora em mim” é
a forma como ele se referiu a esta a algum tempo depois.
No final de 1831 ele ingressou em Divinity Hall, em Edimburgo, onde o Dr. Thomas Chalmers
era um de seus professores. Ocasionalmente, no entanto, ele ainda retornou aos caminhos
mundanos. Sua consciência o perturbava sobre isso. Em 10 de março de 1832, ele escreveu:
“Eu espero nunca jogar cartas novamente”. Um mês depois, ele escreveu: “abstive-me da
dança; censuras difíceis de suportar. Mas devo tentar carregar a cruz”. Ele estava aprenden-
do a repudiar os prazeres do mundo em favor dos deleites superiores que ele estava encon-
trando no Senhor Jesus Cristo.
Com seu amigo, Alexander Somerville, ele participava regularmente da Igreja do Norte, onde
havia um ministério verdadeiramente Evangélico. Ele foi se tornando mais e mais consciente
da corrupção do seu coração, ainda em 7 de maio de 1832, ele poderia escrever: “Muita paz.
Olhe para trás, minh´alma, e veja o ânimo que pertencia a ti, apenas há doze meses,
minh´alma, o teu lugar é no pó!”. M’Cheyne passou quatro anos em Divinity Hall. Foram anos
de crescimento espiritual; anos de estudo diligente e anos de trabalho evangelístico ativo. Em
seu diário, ele escreveu no Sabath, 23 de fevereiro: “Levantei cedo para buscar a Deus, e
encontrei Aquele a quem ama a minha alma. Quem não gostaria de levantar cedo para
encontrar tal companhia?”. Ele estava cultivando esses hábitos disciplinados de estudo
devocional da Palavra de Deus, da oração secreta fervorosa, de buscar o auto-exame e do
esforço incessante por santidade pessoal, que seriam tão marcante característica dos sete
anos e meio de seu ministério.
Ele iniciou seus labores ministeriais em novembro de 1835, quando se tornou assistente do
Rev. John Bonar, em Larbert e Dunipace. Ele passou 10 meses ali. Frequentemente ele
pregou três vezes no Sabath. Ele era meticuloso em sua visita sistemática na industrializada
Larbert e na rural Dunipace. Havia 710 famílias, cerca de 6.000 almas a serem alcançadas, e
o piedoso Sr. Bonar e seu jovem e sério assistente trabalharam mui diligentemente. M’Chey-
ne era escrupulosamente cuidadoso com o cultivo de sua própria alma antes de pregar ou
visitar. Ele levantava-se cedo para cantar um salmo, estudar a Palavra e orar. Ele tinha um
intenso desejo de conhecer melhor as Escrituras. Seu biógrafo diz: “Desde o começo, ele
alimentou os outros com aquilo que ele próprio estava alimentando-se. Seu ensinamento foi
de uma forma o desenvolvimento da experiência da sua alma. Este brotava de sua vida
interior. Ele amava subir dos pastos em que o Supremo Pastor o encontrava, para liderar o
rebanho confiado aos seus cuidados aos lugares aonde ele encontrou alimento”.
M’Cheyne foi ordenado e empossado à responsabilidade de São Pedro, Dundee, em 24
novembro 1836. São Pedro era uma nova igreja construída como parte do Sistema de
Extensão da Igreja. Ela deveria atender a uma paróquia de cerca de 4.000 pessoas trabalha-
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doras, muitas das quais nunca cruzaram o limiar de qualquer igreja. Em seu primeiro Sabath,
ele pregou a partir de Isaías 61:1-3.
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim para pregar boas novas”, etc. Esse primeiro
sermão foi abençoado para a salvação de muitos. Esse sempre foi o seu texto no aniversário
de sua ordenação. Ele considerava a sua vocação, com uma seriedade terrível. As pessoas
eram afetadas pela sua própria aparência antes mesmo que ele abrisse os lábios. Nunca
houve qualquer leveza na sacristia, antes que ele entrasse no púlpito. Ele era extremamente
gentil e gracioso, mas, ninguém pôde deixar de observar sua reverência solene em seu
trabalho público.
Seus primeiros anos em Dundee foram anos de crescimento notável em sua própria alma.
Embora fosse extremamente ocupado, ele deu atenção exigente ao alimento de sua própria
alma. Ele acordava cedo, e fez de sua regra invariável buscar a face de Deus antes mesmo
de ele visse o rosto do homem. Ele lia pelo menos três capítulos da Palavra de Deus, antes
do café. Às vezes ia para as ruinas da igreja em Invergowrie para meditação silenciosa. Ele
estava sempre preocupado com seu estado espiritual e desejava estar desfrutando de Deus
todo o dia.
Desde o início de seu ministério, ele teve 1.100 ouvintes em seus serviços. Muitos vinham de
outras partes da cidade. Sua pregação era extremamente lúcida e direta. Ele declarava
fielmente as doutrinas da depravação pela Queda, da redenção pelo sangue, e da regenera-
ção pelo Espírito. Sua pregação sempre dirigia os pecadores ao próprio Cristo. “É estranho”,
escreveu ele, “quão doce e precioso é pregar diretamente sobre Cristo em comparação com
todos os outros assuntos da pregação”. Havia uma unção peculiar em sua pregação. Sua
preocupação com a salvação do seu povo era evidente aos olhos de todos, e muitos eram
seus apelos afetuosos com eles para apegarem-se a Cristo. Ele sempre encorajou aqueles
que estavam preocupados com suas almas a visitá-lo, e ele lidava muito clara e diretamente
com eles. Para uma mulher, ele disse antes que ela o deixasse: “Você é um verme miserável
e vil; é uma maravilha que a terra não abra sua boca e engula você”. Suas palavras foram
usadas para trazê-la à profunda convicção de pecado, o que continuou por três meses, até
que ela encontrou a paz quando Deus abençoou a ela um dos próprios sermões de M’Cheyne.
Muitos foram convertidos naqueles primeiros anos, e o povo de Deus foi revigorado e
conduzido no caminho da santidade. Ele iniciou uma reunião de oração nas noites de quinta-
feira, que algumas vezes atraia cerca de 800 pessoas. Ele tinha classes para os jovens, e
para aqueles que tencionavam a admissão à Mesa do Senhor. Ele procurou visitar todas as
casas da paróquia. Muitas vezes, depois de visitar doze ou mais casas, ele voltaria à noite e
falava com as pessoas em algum lugar em que elas se reuniam, ou alguma porção de
propriedade coletiva, na parte externa. Ele pregou em muitas outras paróquias, quase nunca
recusando um convite para pregar em uma noite de semana. Ele também teve de suportar
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muita afronta de ministros não-Evangélicos, e notoriamente ímpios. Até o final de 1838, ele
esteve mui gravemente doente, e, eventual e relutantemente, teve que voltar a Edimburgo
para um período de descanso.
Foi o Dr. Candlish que primeiro concebeu a ideia de mandá-lo para a Palestina com alguns
outros ministros em uma missão de reconhecimento para uma missão entre os Judeus.
Esperava-se que uma expedição seria benéfica para sua saúde, e que uma grande quanti-
dade de informações úteis seria acumulada. Ele estava, de qualquer forma, profundamente
interessado no trabalho missionário e particularmente preocupado com a evangelização dos
Judeus. Assim, M’Cheyne e seu amigo Andrew Bonar, acompanhados por dois ministros mais
velhos, o Dr. Keith e o Dr. Black, deixaram Londres ruma à Palestina, em março 1839, e
voltaram para casa em novembro. O relato da expedição é fascinante. Foi uma investigação
extremamente útil e levou a um trabalho entre o povo Judeu, que continua até hoje.
M’Cheyne estava, claro, preocupado que o evangelho puro fosse pregado ao seu povo,
enquanto ele estivesse no exterior e convidou William C. Burns, o filho do ministro de Kilsyth,
para ocupar o púlpito em sua ausência. O jovem William Burns era um pregador profunda-
mente devoto e mui sério. Por temperamento, ele e M’Cheyne eram muito diferentes, mas
eles eram semelhantes em sua incessante busca por santidade pessoal e em seu ardente
desejo pela salvação das almas.
Em julho, Burns estava ajudando seu pai na Temporada de Comunhão, em Kilsyth. Nada
muito incomum ocorreu nos serviços do fim de semana. Tal era o desejo do jovem, no entan-
to, pela salvação dessas pessoas entre as quais ele havia crescido, que ele anunciou que
pregaria para eles novamente na manhã de terça-feira. Isso foi em 23 de julho, uma manhã,
estabelecida desde toda a eternidade nos conselhos de Jeová como uma época na história
da redenção. Deus abençoou a pregação do jovem ministro de uma forma maravilhosa
naquele dia. O reavivamento veio a Kilsyth.
Não poderia haver nenhuma questão sobre Burns voltar naquela noite para Dundee. Nos dias
que se seguiram muitos foram levados à grande preocupação espiritual, irrompendo em lágri-
mas e lamentos, enquanto procuravam a paz com Deus. Muitos entraram em paz e liberdade
evangélicas. Era o início de um período de bênção maravilhosa em muitas partes da Escócia.
Burns voltou para Dundee, no dia 8 de agosto. Na reunião de oração da noite quinta-feira, ele
falou sobre as obras maravilhosas do Senhor em Kilsyth e convidou que permanecessem
aqueles que estavam preocupados com suas almas. Cerca de 100 pessoas permaneceram.
Eu cito: “Na conclusão de um discurso solene às suas almas ansiosas, de repente, o poder de
Deus pareceu descer, e todos foram banhados em lágrimas”. Houve uma grande bênção em
um serviço na noite seguinte, e assim o avivamento continuou dia após dia.
A igreja tornou-se pequena demais para as congregações que se reuniam e os serviços
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tiveram que ser realizados ao ar livre. Às vezes, trinta ou quarenta vinham a Burns, no mesmo
dia, perguntando sobre o caminho da salvação. O Reavivamento tinha vindo à congregação
em que M’Cheyne havia trabalhado tão diligentemente e para a qual ele pleiteou tão constan-
temente, e quando ele chegou, ainda não sabia de nada. Ele estava repousando, gravemente
doente, com febre, no sopé do Monte Líbano, e de fato, em sua posterior viagem a Esmirna,
estave às portas da morte. Isso não demonstra o trabalho soberano do Altíssimo? Ele mesmo
escolhe os instrumentos através dos quais Ele concederá a bênção. Sua glória Ele não dará a
outrem. Quando M’Cheyne e Bonar chegaram a Hamburgo, na viagem de volta, é que
ouviram as primeiras notícias sobre o avivamento na Escócia.
Em novembro M’Cheyne retornou a Dundee. Seu coração estava cheio de gratidão a Deus
pela bênção dada em sua ausência. Ele estava totalmente livre de qualquer sentimento de
inveja ou ciúme. “Eu não tenho nenhum desejo, senão a salvação de meu povo, por qualquer
instrumento”, disse ele. Na noite do mesmo dia em que ele chegou a Dundee, um serviço mui
memorável foi realizado em São Pedro. Ele pregou ao seu povo a partir de 1 Coríntios 2:1-4.
“A Questão, a Forma e o que Acompanhava a Pregação de Paulo”. Todos os assentos
estavam ocupados. As pessoas ocuparam as passagens e os degraus do púlpito. Muitos
ainda estavam sob convicção. Era um serviço mui memorável. Ele escreveu para o seu pai,
“eu nunca preguei a tal audiência, tantos chorando, tantos à espera das palavras de vida
eternal. Eu nunca ouvi tal canto doce em qualquer lugar, tão terno e comovente, como se as
pessoas sentissem estar louvando a um Deus presente. Quando sai, pela primeira vez, todo o
caminho para igreja estava cheio de velhos e jovens, e eu tive que apertar as mãos de vinte
de cada vez. Uma multidão seguiu à minha porta, de modo que eu tinha que falar com eles
novamente antes de despedi-los. Há, evidentemente, uma grande mudança sobre as pessoas
aqui, e embora seja de se esperar que muitos estão despertados e entusiasmados apenas de
forma natural, ainda assim, eu vejo muitos em que eu me sinto confiante que estejam salvifi-
camente transaformados”.
O fluxo da bênção continuou a fluir enquanto M’Cheyne pregava ao seu povo. O transbor-
damento do rio diminuiu, porém muitos ainda estavam ansiosos para aprender e experimentar
a salvação de Deus. Em um de seus cadernos, ele registra que pelo menos 400 pessoas o
visitaram entre 1839 e 1843 preocupados com suas almas. Ele tornou-se muito atento e
exigente ao lidar com os inquiridores. Enquanto ele era sempre muito compassivo, ele era
muito consciente de que as pessoas poderiam ser enganadas por seus próprios corações. Ele
não queria que ninguém tivesse uma falsa paz. E assim, Robert Murray M’Cheyne continuou
com seus trabalhos incessantes em Dundee e em muitos outros lugares, até que ele
sucumbiu ao Tifo. No sábado, 25 de marco de 1843, ele partiu para estar com o seu Amado
naquela terra que é mais clara do que o dia.
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Gostaria agora de destacar algumas das principais características da vida e do ministério
deste homem notável:
Em primeiro lugar, há o anseio por santidade. Isso, eu diria, é a característica mais proemi-
nente de sua vida Cristã. Ele sempre foi desejoso de ser mais santo. Em cartas a amigos
íntimos, ele contava quão frequentemente ele orou: “Para ser feito tão santo quanto um
pecador perdoado pode ser”. Muitas de suas cartas revelam suas aspirações por santidade.
Andrew Bonar nos diz que ele, Bonar, foi muitas vezes repreendido naquela expedição à Ter-
ra Santa pela inabalável atenção de seu amigo pela santidade pessoal. Considere estas
palavras tiradas de seu próprio coração e vida, escritas não muito tempo antes de morrer, e
intituladas Reformação: “Eu devo examinar os meus sonhos, meus pensamentos flutuantes,
minhas predileções, minhas ações muitas vezes recorrentes, os meus hábitos de pensa-
mento, sentimentos, fala e ação; as calúnias de meus inimigos e as reprovações e até mesmo
gracejos de meus amigos, para descobrir traços de meu pecado prevalecente, e isto como
uma questão de confissão. Eu devo estabelecer um dia de confissão, com jejum, digamos,
uma vez por mês. Eu devo ter um número de registros destacados, para trazer o pecado à
lembrança. Eu devo fazer uso de toda a aflição física, tribulações domésticas, carrancas da
Providência sobre mim mesmo, casa, paróquia, igreja ou país, como apelos de Deus para
confessar o pecado”. Quando você lê essas palavras, pode se maravilhar que seus compa-
nheiros preferidos eram Samuel Rutherford, Jonathan Edwards e David Brainerd? Ele era de
mesma natureza. Oh, que tivéssemos tais aspirações intensas por conformidade com a
semelhança do Senhor Jesus!
M’Cheyne teve um intenso amor pela Palavra de Deus. Ele tinha um desejo insaciável por
uma maior familiaridade com a Palavra escrita. No entanto, era para o bem da sua alma que
ele tão diligentemente estudava. Ele jamais a estudava tendo em vista a preparação de
sermões, até que ele tivesse alimentado a sua alma em suas ricas pastagens. Para Mrs.
Thaine que, se ele tivesse vivido, poderia muito bem ter sido a sua sogra, ele enviou uma
nota agradecendo-lhe por uma Bíblia que ela lhe enviou antes de partir para a Palestina.
Nessa carta, ele escreveu: “Todas as minhas ideias sobre paz e alegria estão ligadas com a
minha Bíblia, e eu não daria as horas de conversa secreta com ela por todas as outras horas
que eu gasto neste mundo”. Qualquer coisa que o ajudasse a compreender melhor a Escri-
tura, ele valorizava muito. Ele levava consigo, na viagem ao Mediterrâneo, algumas anota-
ções que Andrew Bonar fizera em Levítico. Notas estas que, sem dúvida, serviram de base
para os comentários de Bonar sobre esse livro. Você, eu, temos tanto apetite pelas Escrituras?
Grande era a devoção de M’Cheyne. Todas as suas manhãs começavam com oração secre-
ta. Após o café da manhã, havia a oração em família. Lemos sobre o seu tempo tomado após
o chá para a oração. Ele orava em segredo e ele orava com seus amigos. Ele e vários de
seus colegas ministros concordavam com uma combinação de oração. Eles passariam tempo
em oração uns pelos outros, todos os Sábados à noite. Quando uma vez lhe foi perguntado
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se a pressão do trabalho alguma vez fez com que ele negligenciasse o período de oração, ele
respondeu que não estava ciente de isto já houvesse acontecido.
Quanto mais santificado um crente se torna, mais ele se torna consciente de sua própria
pecaminosidade. Quanto mais ele se aproxima da Luz, mais esta Luz mostra a sua própria
escuridão. Em uma carta a uma alma em busca de Jesus, M’Cheyne cita outro alguém que
diz: “Eu não sei como expressar melhor o que os meus pecados me parecem senão amonto-
ando infinito sobre infinito, e multiplicando infinito sobre infinito”. Ele confessou que seu
próprio coração era como um abismo de corrupção. Seu senso de indignidade apenas fazia
de Jeová Tsidkenu, o Senhor sua Justiça, mais precioso para ele.
Uma das características mais tristes do atual evangelicalismo é a sua prontidão para se
comprometer com o mundo. Muito cedo em sua vida Cristã, M’Cheyne percebeu que deveria
haver separação do mundo. Muitos de vocês se lembrarão das linhas que ele escreveu em
1832, quando ele ouviu falar sobre um relato de alguém havia determinado manter-se no
mundo:
Ela escolheu o mundo,
E sua multidão insignificante,
Ela escolheu o mundo,
E uma mortalha sem fim!
Ela escolheu o mundo,
Com seus prazeres ilusórios,
Ela escolheu o mundo,
Em vez dos tesouros próprios do céu.
Ela, porém, lançou seu barco
No mar vertiginoso da vida,
E ela está completamente à deriva,
Pela eternidade.
Mas a estrela de Belém
Não está à sua vista,
E seu objetivo está distante
Do porto verdadeiro.
Ao escrever para uma alma despertada, insistindo que ela se apartasse d o mundo, ele disse:
“Você não viveu tempo suficiente no prazer? Venha experimentar os prazeres de Cristo: o
perdão e um novo coração. Eu não estive em um baile ou quaisquer diversões mundanas por
muitos anos, e ainda assim eu creio que eu tive mais prazer em um único dia, do que você
teve em toda a sua vida”.
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A paixão que consumia a vida de Robert Murray M’Cheyne era Cristo Jesus. Cristo era tudo
para ele. Cristo era a sua justiça; Cristo era a fonte de sua santidade. “Não há nenhuma
santidade verdadeira neste mundo, senão a que brota dEle”, diz ele em um sermão em
Cantares de Salomão. “Um Cristo vivo é a fonte da santidade para todos os Seus membros.
Enquanto nós O abraçamos, e não O deixamos partir, a nossa santidade está segura”, disse
ele. Ele estava sempre em busca de um conhecimento mais profundo com Cristo, e incitando
os outros a um conhecimento maior dEle. Todo sermão seu levava a Ele. “Para cada olhar
para si mesmo”, escreveu a um amigo em Belfast, “olhe dez vezes para Cristo. Ele é total-
mente desejável”. Foi seu amor por Cristo que o levou tantas vezes para o Cântico dos Cânti-
cos. Ele pregou em quase todos os versos desse amável livro. Foi por causa de seu amor por
Cristo que ele quase diariamente virava-se para as Cartas de Samuel Rutherford. Vivia
sempre apoiado em seu Amado. Esse, certamente, é o segredo de uma vida santa.
Quão grandemente M’Cheyne amou o dia de Sabath. Ele não acreditava que alguém pudesse
ser um verdadeiro cristão e não amar o Dia do Senhor. Ele guardava o dia exclusivamente
para o gozo da comunhão com o Senhor. Levantava-se cedo e ficava até tarde, para desfrutar
de um longo dia com o Senhor. Bonar fala da indignação que ardia em seu semblante quando
seus assistentes Árabes insistiam em sua passagem da aldeia Egípcia onde estavam, ao
invés de permanecerem ali sob algumas palmeiras. Nada prevaleceria sobre ele para
continuar a viagem. O descanso de Sabath é tão necessário no deserto Egípcio quanto na
ocupada Dundee. Oh, que os Cristãos atuais tão rigorosamente e tão alegremente santificas-
sem o Santo Dia de Deus!
Ao longo de sua vida Cristã M’Cheyne teve um profundo interesse pelo trabalho missionário.
Manteve-se bem informado e orou pela obra missionária em outras terras. De particular
interesse para ele era a evangelização de antigo povo de Deus, os Judeus. Essa era uma das
grandes paixões de sua vida. Ele viajou mais de uma vez para a Irlanda para promover o
interesse desta obra. Ele acreditava que uma Igreja que estivesse levando o evangelho para
os Judeus, ela mesma, em grande medida, desfrutaria a bênção do Senhor: “Prosperarão
aqueles que te amam” [Salmos 122:6].
Outra preocupação constante de M’Cheyne era sua determinação em se aperfeiçoar em meio
às aflições. Ele conheceu muitas aflições de vários tipos em sua própria experiência. Ele era
de uma constituição muito delicada e estava frequentemente doente. Ele via todas as suas
aflições como vindas da mão de um Pai amoroso, e estava sempre procurando aprender com
as lições que o seu Deus estava lhe ensinando nelas. Suas cartas instam outros santos aflitos
à humilde submissão, para que pudessem obter o máximo benefício a partir de um lidar do
Pai Celestial com eles em Sua providência. Ele amava a Resolução de Edwards, “Resolvi pro-
gredir em aflição ao máximo” [Provavelmente este é um resumo da resolução de número 67]
Poucos homens podem alguma vez ter tido uma grande paixão pelas almas, como teve
Robert Murray M’Cheyne. Ele era mui escrupuloso sobre o uso de todas as oportunidades
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para recomendar o Salvador aos seus companheiros pecadores. Ele nunca excluiria de um
sermão algum um ensinamento projetado para mostrar o caminho da salvação. Para W. C.
Burns, ele escreveu: “Eu sinto que há duas coisas que seja impossível desejar com ardor sufi-
ciente: a santidade pessoal, e a honra de Cristo na salvação das almas”. Esse anseio pela
salvação dos perdidos significava que ele servia a Cristo com um zelo ardente e santo. Ele
estava convencido de que não viveria por muito tempo, e ele, portanto, fez o máximo em cada
oportunidade.
Ele pregou poderosamente sobre a soberania de Deus. Para os Cristãos crentes, ele diz em
um sermão: “Amem a Deus para todo o sempre, porque Ele vos escolheu de volutariamente.
Adorem a Jesus, que passou por milhões e morreu por vocês. Adorem o Espírito Santo, pois
Ele veio por livre e soberana misericórdia, e despertou-lhes. Isso será um tema de louvores
por toda a eternidade”.
Entretanto, ninguém enfatizou mais apaixonadamente a gratuidade do Evangelho. Leia o
sermão Nº 5, de “Memória e Relíquias”: “A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos
filhos dos homens” (Provérbios 8:4). “Se não houvesse outros textos em toda a Bíblia”, diz
ele, “para incentivar os pecadores a virem livremente a Cristo, este único poderia persuadi-
los. Não há assunto mais mal compreendido por almas não-convertidas do que a gratuidade
de Cristo. Tão pequena ideia temos naturalmente da livre graça, que não podemos acreditar
que Deus oferece um Salvador para nós enquanto estamos em uma condição ímpia, mere-
cedora do inferno”.
“Oh”, diz ele, “é triste pensar como os homens argumentam contra a sua própria felicidade, e
não crerão na própria Palavra de Deus”.
Sua compaixão e ternura foram muito marcantes. No entanto, ele alertou para o inferno nos
termos muitíssimo claros. Em um sermão sobre a corrupção do coração humano, ele diz para
os não-convertidos: “Todos os dias tenho visto vocês irem para cada vez mais longe da santi-
dade; para longe de Deus e para mais perto do inferno. Vocês estão entesourando ira para o
Dia da Ira. Oh, que tesouro! Amontoando combustível para queimá-los por toda eternidade”.
Sua preocupação amorosa pelos pecadores fez com que ele falasse claramente.
E ele tinha um interesse amoroso pelos pecadores. Ele foi terno e carinhoso em seus apelos
a eles. Quando Andrew Bonar lhe disse em uma ocasião que ele esteve pregando sobre o
texto: “Os ímpios serão lançados no inferno”, ele imediatamente perguntou-lhe: “Você foi
capaz de pregá-lo com ternura?”. Em outra ocasião, ele disse: “O homem que fala do inferno
deve fazê-lo com lágrimas nos olhos”. Um de seus Presbíteros, William Lamb, escreveu:
“Quão belamente afetuosas eram as pregações de M’Cheyne, ele atria você a Cristo”. Outro
escritor disse: “Sua solicitude pela salvação dos seus ouvintes o fez afetuoso, até mesmo
além da sua ternura natural”. Não é esta ternura uma qualidade que precisamos readquirir em
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nossa pregação hoje? As grandes doutrinas da Redenção devem ser proclamadas sem
concessões. Elas também devem ser proclamadas de forma cativante.
Sua visão sobre o Santo Ministério é bem expressa em sua observação no momento do
licenciamento em 1835. Quando já estava licenciado, ele disse: “um pregador do evangelho:
uma honra que eu não posso nomear outra igual”. Ele tinha um enorme senso da neces-
sidade de santidade de vida nos ministros do Evangelho. Para um colega ministro, ele
escreveu: “Não são os grandes talentos que Deus abençoa tanto quanto grande semelhança
com Jesus. Um ministro santo é uma temível arma nas mãos de Deus”. Ele amava pregar. Ele
tinha o mesmo constrangimento sobre ele, como tinha Philip Henry, o pai do grande
comentarista, Matthew Henry. Philip Henry disse que ele suplicaria a semana toda, se isso
significava que ele poderia pregar no dia de Sabath. M’Cheyne escreveu: “A grande obra do
ministro, na qual ele deve empenhar toda a força do corpo e da mente é a pregação. Fraca e
tola quanto possa parecer, este é o grande instrumento que Deus colocou em nossas mãos
pelo qual os pecadores são salvos...”.
Muitos foram levados a uma compreensão clara da verdade como ela é em Jesus. M’Cheyne
diz em algum lugar: “que uma marca da realidade da graça em um filho de Deus é o seu
senso de pecado”. Em uma carta que escreveu a um pecador despertado, ele conta como, ao
escrever essa carta, ele foi interrompido por uma menina pequenininha, que estava chorando
abundantemente. Ela chegara a perguntar: “O que eu devo fazer para ser salva?”. Desde que
uma colega lhe contara sobre seu ser despertada, ela havia procurado Cristo com todo seu
coração. Ele escreveu um tratado para os jovens em sua congregação, intitulado “Para os
Cordeiros do Rebanho”. Nele, ele falou mui claramente: “Eu poderia chorar quando penso que
muitos de vocês viverão uma vida de pecado, e morrerão uma morte de horror, e passarão a
eternidade no inferno”. E, novamente: “A juventude é um tempo para ser salvo. Vocês não
são jovens demais para morrer, nem muito jovens para serem julgados, e, portanto, também
não são jovens demais para serem levados a Cristo. Não se contentem em ouvir sobre Cristo
de seus professores. Ore para que Ele seja revelado a vocês”. Crianças foram convertidas no
avivamento. No final de 1839, alguns solicitavam admissão à Mesa do Senhor, quatro que
tinham apenas quatorze anos, e três que tinham quinze ou dezesseis anos.
Profundamente comovente é o seu relato da experiência espiritual de James Laing, intitulado
“Another Lily Gathered” [Outro Lírio Reunido]. De vez em quando o menino mostrava alguma
preocupação, mas depois passou como a nuvem da manhã e o orvalho que cedo passa.
Enquanto em Glams, em 1841 (ele tinha treze anos na época), ele ficou profundamente
comovido sob um sermão que ouviu em uma reunião. Ele gostaria de ter ido ouvir seu próprio
ministro, M’Cheyne, pregar; ele estava no bairro na época, mas ele estava muito fraco para
fazer a viagem para lá. Ele era muito sensível e estava em Glams para o bem da sua saúde.
Em outubro, ele estava muito doente e ansioso com a sua alma. “Oh, Jesus, salve-me! Salva-
me!”, ele clamava. Depois de uma visita de M’Cheyne, que lhe falou muito claramente sobre
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Jesus ter vindo ao mundo para salvar os pecadores, ele passou o resto de seus dias de
joelhos, clamando por misericórdia. Naquela noite, ele encontrou misericórdia. As palavras:
“quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós”, tornaram-se particularmente preci-
osas para ele naquela noite. Muitas vezes M’Cheyne visitou o menino moribundo, expondo-
lhe alguma passagem da Escritura. Ele adquiriu uma compreensão bastante notável da Ver-
dade em um tempo muito curto. Ele estava com muita dor, mas quando pensou que o Senhor
Jesus sofreu por ele, isso trouxe alívio para sua dor. “A minha dor não é nada em relação a
que Ele sofreu”, disse ele. Ele tinha uma grande preocupação pela salvação dos outros. Ele
falou com as crianças da Escola Dominical que foram à sua casa para vê-lo pouco antes de
morrer. Ele exortou-os a irem para o Cristo que o salvou e ele os advertiu sobre o inferno:
“Considerem, Ele está disposto, e Oh, sejam sinceros. Vocês não O obterão, a menos que
vós sejais sinceros!”. Ele lamentou a seu ministro que, embora permancesse convidando-os a
Cristo, “eles não querem vir!”. Ele estava constantemente pedindo àqueles que vinham vê-lo
para buscarem a Cristo. No dia 11 de Junho de 1842, há poucas semanas do seu décimo
quarto aniversário, ele adormeceu em Jesus. Devemos buscar a salvação das crianças, e não
tenham medo de colocar as verdades bíblicas claramente diante delas. Ninguém nunca
entenderá a menos que o Espírito Santo lhes conceda o entendimento. Ele é capaz de fazer
isso para uma criança, como para um adulto.
M’Cheyne era um homem de espírito universal – católico, no verdadeiro sentido do termo. Ele
realmente amava o povo de Deus, qualquer que fosse o seu rótulo denominacional. Ele era
claro em sua mente em relação aos seus próprios princípios. Ele cria que os encontrou na
Bíblia, e se agarrou a eles tenazmente. Mas, tinha prazer de desfrutar da comunhão com
outras pessoas que ele acreditava serem vitalmente unidas a Cristo. Ele não teve nenhuma
dificuldade em participar da Ceia do Senhor em um cenáculo em Jerusalém, apesar de ter
sido dispensado, de acordo com a prática dos Episcopais. Ele cita com aprovação, o comen-
tário de Calvino ao Arcebispo Cramner, que atravessaria dez mares para sentar-se com ele à
mesa do Senhor. Este catolicidade de espírito mostrou-se, em seu ter ministros dissidentes
ocupando o púlpito na ocasião, quando ele estava doente. Quanto a isso, ele foi perguntado
por um correspon-dente de um jornal de Dundee. Em resposta, ele de forma calma, mas
vigorosa afirmou que ele cria ser a base bíblica de livre comunhão ministerial entre os
ministros de Cristo. Seu princípio era de que, se um ministro era um verdadeiro servo de
Cristo, chamado para o ministério, são na doutrina, sóbrio em sua vida, e submisso a Deus
em sua pregação, ele poderia recebê-lo em seu púlpito, embora suas crenças e as deles
diferissem sobre questões não-fundamentais. Ele ressalta que Calvino reconhecia Lutero
como um servo de Cristo, mesmo quando ele estava enfadando-o com abuso; e que Samuel
Rutherford teve o Bispo Usher ocupando o púlpito de Anworth. Ele detestou o Ato de
Assembleia de 1799, que impediu piedosos ministros ingleses, como Charles Simeon de
Cambridge, de pregarem nos púlpitos da Igreja da Escócia. Essa lei, aprovada num momento
em que os Moderados estavam em ascensão foi revogada quando os Evangélicos se
tornaram mais influente. M’Cheyne se alegrou com a sua revogação. Ele jamais permitiria a
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pregação infiel em São Pedro, ele apenas amava ouvir a mensagem do Evangelho sendo
proclamada por homens fiéis de Deus de vários ramos da Igreja de Cristo.
Como um clérigo, Murray M’Cheyne foi um membro fiel da Igreja da Escócia. Ele foi mais
fortemente contrário à intrusão, por patronos leigos, de ministros indesejados em igrejas
paroquiais. Ele acreditava apaixonadamente na independência espiritual da Igreja. Quando,
em 7 de março de 1843, a causa da Igreja foi debatida na Câmara dos Comuns, ele escreveu:
“Foi uma noite agitada no Parlamento Britânico! Uma vez mais o Rei Jesus está em um
tribunal terreno, e eles não O conhecem!”. Se tivesse vivido mais algumas semanas, ele teria
deixado São Pedro para se juntar a outros 474 ministros da Igreja na separação a partir do
Estabelecimento.
Em conclusão, deixe-me referir novamente a paixão de Robert Murray M’Cheyne pela santi-
dade. Ele nunca esteve satisfeito com a seu próprio porgresso na vida santa, e esteve sempre
buscando uma maior semelhança com o seu Mestre. Por isso, ele deixou uma impressão no
crente e no descrente. Uma senhora em um hotel em Alexandria, no Egito, estava recla-
mando altamente que Cristãos professos nada mais são do que hipócritas: “Você nunca, em
toda sua vida, viu um seguidor do Senhor Jesus em quem você acreditou?”, perguntou
alguém que ouviu o seu discurso. Houve uma pausa. Mais calma, ela então disse: “Sim, eu vi
um,.. um homem, um ministro neste hotel. Um homem alto e magro da Escócia, ele era um
homem de Deus, eu o vi e senti que ele era um Cristão genuíno. Seu próprio olhar fez-me
bem”. Sua vida santa deixou uma impressão em alguém que lhe era totalmente desconhe-
cido. Oh, que hoje nós obtivéssemos uma paixão pela santidade como a dele.
“A tal santidade eu nunca poderei alcançar”. É isso o que você disse? Certamente é impor-
tante ser humilde. No entanto, devemos lembrar que não era Robert Murray M’Cheyne que
fez a si mesmo o homem santo que ele se tornou. A graça de Deus fez dele o homem que ele
era. Em uma carta, depois de lamentar a sua própria corrupção, ele declarou: “Eu muito anelo
ser livre do eu, do orgulho e da impiedade. E eu sei para onde ir, pois todas as promessas de
Deus são Sim e Amém em Cristo Jesus”. Esta graça, se você e eu somos filhos de Deus, está
operando em nós. Que possamos anelar por santidade; a desejemos, como o fez M´Cheyne.
M’Cheyne reconheceu sua dívida para com o ilustre Jonathan Edwards. Você fará de sua
resolução aquela de Edwards? “Sobre a suposição de que nunca haverá apenas um indivíduo
no mundo, a qualquer tempo, que foi propriamente um Cristão completo em todos os aspec-
tos de um correto posicionamento, tendo o Cristianismo sempre brilhado a sua luz verdadeira,
e evidenciando excelência e amabilidade de onde quer que surja, ou sob quaisquer
características contempladas; resolvi, agir exatamente como eu faria se eu empenhasse com
toda a minha força, para ser este único que viveria em meu tempo”.
__________
♦ Fonte: Reformation-Scotland.org.uk
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Indicações de E-books de publicações próprias.
Baixe estes e outros gratuitamente no site.
10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne
Agonia de Cristo – Jonathan Edwards
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina
da Eleição
Cristo É Tudo Em Todos – Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel
Doutrina da Eleição, A – Arthur Walkington Pink
Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne
Excelência de Cristo, A – Jonathan Edwards
Gloriosa Predestinação, A – C. H. Spurgeon
Imcomparável Excelência e Santidade de Deus, A –
Jeremiah Burroughs
In Memoriam, A Canção dos Suspiros – Susannah Spurgeon
Jesus! - Charles Haddon Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon
Livre Graça, A – C. H. Spurgeon
Paixão de Cristo, A – Thomas Adams
Plenitude do Mediador, A – John Gill
Porção do Ímpios, A – Jonathan Edwards
Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon
Reforma – C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta – R. M. M'Cheyne
Salvação Pertence Ao Senhor, A – C. H. Spurgeon
Sangue, O – C. H. Spurgeon
Semper Idem – Thomas Adams
Sermões de Páscoa – Adams, Pink, Spurgeom, Gill, Owen e
Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) –
C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A – J. Edwards
Tratado sobre a Oração, Um – John Bunyan
Verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, O – Paul D. Washer
Livros que Recomendamos:
A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES
Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por
John Bunyan – Editora Fiel
Um Guia Seguro Para o Céu, por Joseph Alleine –
Editora PES
O Peregrino, por John Bunyan – Editora Fiel
O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo
Cristão
O Diário de David Brainerd, compilado por Jonathan
Edwards – Editora Fiel
Os Atributos de Deus, por A. W. Pink – Editora PES
Por Quem Cristo Morreu? Por John Owen (baixe
gratuitamente no site FirelandMissions.com)
Quem Somos
O Estandarte de Cristo é um projeto cujo objetivo é proclamar a Palavra de Deus e o Santo
Evangelho de Cristo Jesus, para a glória do Deus da Escritura Sagrada, através de traduções
inéditas de textos de autores bíblicos fiéis, para o português. A nossa proposta é publicar e
divulgar traduções de escritos de autores como os Puritanos e também de autores posteriores
àqueles como John Gill, Robert Murray M’Cheyne, Charles Haddon Spurgeon e Arthur
Walkington Pink. Nossas traduções estão concentradas nos escritos dos Puritanos e destes
últimos quatro autores.
O Estandarte é formado por pecadores salvos unicamente pela Graça do Santo e Soberano,
Único e Verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o testemunho das
Escrituras. Buscamos estudar e viver as Escrituras Sagradas em todas as áreas de suas vidas,
holisticamente; para que assim, e só assim, possamos glorificar nosso Deus e nos deleitar-
mos nEle desde agora e para sempre.
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A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES
Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por
John Bunyan – Editora Fiel
Um Guia Seguro Para o Céu, por Joseph Alleine –
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O Peregrino, por John Bunyan – Editora Fiel
O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo
Cristão
O Diário de David Brainerd, compilado por Jonathan
Edwards – Editora Fiel
Os Atributos de Deus, por A. W. Pink – Editora PES
Por Quem Cristo Morreu? Por John Owen (baixe
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Deus é Soberano, por A. W. Pink – Editora Fiel
..... Indicações de E-books de publicações próprias.
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10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne
Agonia de Cristo – Jonathan Edwards
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina
da Eleição
Cristo É Tudo Em Todos – Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel
Doutrina da Eleição, A – Arthur Walkington Pink
Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne
Excelência de Cristo, A – Jonathan Edwards
Gloriosa Predestinação, A – C. H. Spurgeon
Imcomparável Excelência e Santidade de Deus, A –
Jeremiah Burroughs
In Memoriam, A Canção dos Suspiros – Susannah Spurgeon
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Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon
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2 Coríntios 4 1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
desfalecemos; 2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando
com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à
consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3
Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4
Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque
não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos
vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém, este tesouro
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo
somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 Persegui-
dos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10
Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se
manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos
também, por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos
ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de
graças para glória de Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.