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MODELAGEM NUMÉRICA DE UMA ESCAVAÇÃO PROFUNDA ESCORADA COM PAREDE DIAFRAGMA Roberta Alves Mendes do Vale TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL. Aprovada por: ___________________________________________________ Prof. Francisco de Rezende Lopes, Ph.D. ___________________________________________________ Prof. Marcus Peigas Pacheco, Ph.D. ___________________________________________________ Prof. Maria Cristina Moreira Alves, D.Sc. ___________________________________________________ Prof. Fernando Artur Brasil Danziger, D.Sc. ___________________________________________________ Prof. Dirceu de Alencar Velloso, L.D. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL ABRIL DE 2002

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  • MODELAGEM NUMRICA DE UMA ESCAVAO PROFUNDA

    ESCORADA COM PAREDE DIAFRAGMA

    Roberta Alves Mendes do Vale

    TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAO DOS

    PROGRAMAS DE PS-GRADUAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

    FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

    NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM CINCIAS EM

    ENGENHARIA CIVIL.

    Aprovada por:

    ___________________________________________________

    Prof. Francisco de Rezende Lopes, Ph.D.

    ___________________________________________________

    Prof. Marcus Peigas Pacheco, Ph.D.

    ___________________________________________________

    Prof. Maria Cristina Moreira Alves, D.Sc.

    ___________________________________________________

    Prof. Fernando Artur Brasil Danziger, D.Sc.

    ___________________________________________________

    Prof. Dirceu de Alencar Velloso, L.D.

    RIO DE JANEIRO, RJ BRASIL

    ABRIL DE 2002

  • ii

    DO VALE, ROBERTA ALVES MENDES

    Modelagem Numrica de uma Escavao

    Profunda Escorada com Parede Diafragma

    [Rio de Janeiro] 2002

    VIII, 142 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,

    Engenharia Civil, 2002)

    Tese - Universidade Federal do Rio de

    Janeiro, COPPE

    1 - Modelagem Numrica

    2 - Escavao Escorada

    I - COPPE/UFRJ II - Ttulo (srie)

  • iii

    DEDICATRIA

    A Deus acima de tudo por ter me dado a

    vida, aos meus pais Roberto e Irina e ao meu

    irmo Sergio pelas palavras e gestos de incentivo.

    Ao amor, carinho e compreenso do meu esposo

    Eric. Aos meus sogros Joeber e Rosa. E em

    especial a memria dos meus tios: Joel, Penha e

    Syrlene.

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Ao professor e orientador Francisco R. Lopes pelo apoio, amizade e dedicao a

    esta tese. A Digna Maria F. Mariz, engenheira fiscal da obra do Tanque Ocenico, pela

    ajuda no acompanhamento das instrumentaes de campo e ensaios in situ e por seu

    companheirismo.

    Ao engenheiro Ronaldo L. Lima pelos esclarecimentos relacionados obra e ao

    tcnico Jomar D. Rodrigues pela amizade e incentivo. A todo o pessoal da Terrae

    Engenharia, e em especial aos engenheiros Marcos B. Mendona e ao Jairo pela ajuda

    nos desenhos de CAD, ao desenhista Cludio e ao estagirio Flvio. Aos bolsistas de

    Iniciao Cientfica Rodrigo D. Fernandes e Katharine S. Klein, pelo auxlio nos

    ensaios de laboratrio, de campo, e na elaborao de planilhas, grficos e desenhos.

    A todos os funcionrios do Laboratrio de Geotecnia da COPPE-UFRJ, em

    especial ao Carlinhos, pela amizade, ao Ricardo Gil e ao Edu. Ao doutorando Marcos

    M. Futai, pela ateno dispensada nos ensaios de laboratrio.

    Ao engenheiro Guilherme Leone pelo esclarecimento do programa SEEPW. Aos

    bolsistas de Iniciao Cientfica Rosane e em especial ao Alexandre Pacheco pelo

    auxlio na realizao dos ensaios triaxiais. Ao Daniel pela ajuda nos desenhos.

    A todos os professores da rea de Geotecnia da COPPE-UFRJ e, finalmente,

    CAPES pelo apoio financeiro oferecido para elaborao desta tese.

  • vResumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios

    para a obteno do grau de Mestre em Cincias (M.Sc.)

    MODELAGEM NUMRICA DE UMA ESCAVAO PROFUNDA

    ESCORADA COM PAREDE DIAFRAGMA

    Roberta Alves Mendes do Vale

    Abril/2002

    Orientador: Francisco de Rezende Lopes

    Programa: Engenharia Civil

    A presente tese apresenta a modelagem numrica atravs do Mtodo dos

    Elementos Finitos da escavao escorada do Tanque Ocenico, parte do Laboratrio de

    Tecnologia Ocenica (Lab Oceano) da COPPE-UFRJ. A escavao apresenta uma rea

    de 30 m 50 m e 11 m de profundidade, que foi contida atravs de paredes diafragmas

    escoradas por meio de vigas tirante ligadas a cavaletes de estacas. O subsolo escavado

    apresentou, inicialmente, uma espessa camada de aterro, seguida de um depsito de lixo

    e argila mole e, finalmente, solo residual. Os parmetros adotados na anlise numrica

    foram estimados atravs de correlaes obtidas na literatura e a partir de ensaios de

    campo e de laboratrio. A simulao da escavao levou em considerao as etapas

    executivas do Tanque Ocenico. Foram feitas duas modelagens numricas: uma anlise

    de percolao atravs do programa SEEPW e uma anlise tenso-deformao elstica

    linear e no linear, usando o programa PROGEO. Os resultados obtidos na modelagem

    numrica foram compatveis com os observados no campo, em especial os resultados da

    modelagem de percolao. Na modelagem tenso-deformao os recalques obtidos ao

    redor do tanque foram compatveis com os de campo, enquanto os deslocamentos

    horizontais da parede diafragma foram inferiores aos obtidos nas medies de campo,

    em virtude do efeito tridimensional.

  • vi

    Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Science (M.Sc.)

    NUMERICAL MODELLING OF A DEEP EXCAVATION

    SUPPORTED BY DIAPHRAGM WALL

    Roberta Alves Mendes do Vale

    April/2002

    Advisor: Francisco de Rezende Lopes

    Department: Civil Engineering

    This thesis presents a numerical modelling through the Finite Element Method

    of a deep excavation for the Ocean Basin, part of the Ocean Engineering Laboratory of

    COPPE-UFRJ. The excavation dimensions are 30x50 m in area and 10 m in depth. The

    excavation was supported by diaphagm walls by means of strut beams connected to

    batter piles. The local subsoil shows a thick layer of the fill followed by a rubish

    deposit, soft clay and residual soil. The paramters used in the numerical modelling were

    chosen through correlations published in the literature and from field and laboratory

    tests. The excavation simulation in finite elements considerated the construction stages

    of the Ocean Basin. Two numerical modelling were carried out: a seepage analysis, with

    the program SEEPW and a stress-strain analysis (elastic linear and no linear), with the

    program PROGEO. The results obtained in the numerical modelling were compatible

    with field observations; for example, the results of the seepage simulation matched the

    settlements of the stress-strain analysis. The horizontal displacements of the diaphragm

    wall was preticted in a plane-strain analysis were less than the field measurements, due

    to tridimensional efects.

  • vii

    NDICE

    CAPTULO 1 INTRODUO .....................................................................................1

    CAPTULO 2 INVESTIGAES GEOTCNICAS DE CAMPO, ENSAIOS DE

    LABORATRIO E PROVA DE CARGA ......................................................................4

    2.1 SONDAGENS PERCUSSO SPT ......................................................4

    2.2 ENSAIO DE PIEZOCONE CPT ............................................................11

    2.3 LEVANTAMENTO GEOFSICO ............................................................12

    2.4 ENSAIOS DE LABORATRIO ...............................................................17

    2.4.1 Ensaios de Caracterizao ...........................................................17

    2.4.2 - Ensaios Triaxiais na Argila Orgnica ..........................................20

    2.5 - PROVA DE CARGA EM ESTACA RAIZ ...............................................25

    CAPTULO 3 - ESTIMATIVA DE PARMETROS PARA AS ANLISES .............293.1 - CORRELAES DISPONVEIS NA LITERATURA .............................29

    3.1.1 - ngulo de Atrito ..........................................................................293.1.2 - Resistncia No-drenada (Su) de Solos Argilosos .......................353.1.3 - Coeficiente de Poisson .................................................................413.1.4 - Mdulo de Young (E) ..................................................................41

    3.2 - RESULTADOS DAS CORRELAES APLICADAS AOS SOLOS DAOBRA E DO ENSAIO DE LABORATRIO ...................................................44

    3.2.1 - ngulo de Atrito dos Solos Granulares .......................................443.2.2 - Resistncia No-drenada da Argila Orgnica Mole ....................463.2.3 - Coeficiente de Poisson .................................................................473.2.4 - Mdulo de Young ........................................................................47

    3.3 - RESUMO DOS PARMETROS DE REISTNCIA EDEFORMABILIDADE USADOS NAS ANLISES PELO MEF ...................48

    CAPTULO 4 - FASES DE EXECUO DO TANQUE OCENICO .......................49

    4.1 - 1a FASE DE EXECUO .........................................................................49

    4.2 - 2a FASE DE EXECUO .........................................................................50

    4.3 - 3a FASE DE EXECUO .........................................................................52

    4.4 - 4a FASE DE EXECUO .........................................................................53

    4.5 - 5a FASE DE EXECUO .........................................................................53

    CAPTULO 5 - MODELAGEM DA CONSTRUO DO TANQUE OCENICO POR

    MTODO NUMRICO .................................................................................................70

  • viii

    5.1 - MODELO DE ANLISE EM ELEMENTOS FINITOS ..........................70

    5.1.1 - Introduo ....................................................................................70

    5.1.2 - Anlise Tenso-deformao pelo MEF .......................................71

    5.1.3 - Modelos de Comportamento ........................................................76

    5.1.4 - Algoritmos Utilizados ..................................................................81

    5.1.5 - Simulao pelo MEF de eventos em Geotecnia ..........................85

    5.2 - ANLISE DE PERCOLAO .................................................................88

    5.2.1 - Introduo ....................................................................................88

    5.2.2 - Formulao de Fluxo Estacionrio ..............................................88

    5.2.3 - Analogia do Problema de Percolao com Problemas Tenso-

    deformao ..............................................................................................90

    5.3 - MODELAGEM NUMRICA DA PERCOLAO DO TANQUE

    OCENICO ........................................................................................................91

    5.4 - MODELAGEM NUMRICA DO COMPORTAMENTO TENSO-

    DEFORMAO DO TANQUE OCENICO ...................................................95

    5.4.1 - Rede de Elementos Finitos e Etapas da Simulao .....................95

    5.4.2 - Modelagem Elstica Linear .........................................................97

    5.4.3 - Modelagem No-Linear ...............................................................99

    CAPTULO 6 - COMPARAO DA INSTRUMENTAO DE CAMPO COM A

    MODELAGEM NUMRICA EM ELEMENTOS FINITOS ......................................125

    6.1 - INSTRUMENTAES DE CAMPO ......................................................125

    6.2 - COMPARAO COM AS ANLISES NUMRICAS .........................126

    CAPTULO 7 - CONCLUSES E SUGESTES PARA PESQUISAS FUTURAS ..135

    7.1 - CONCLUSES ........................................................................................135

    7.2 - SUGESTES PARA PESQUISAS FUTURAS ......................................136

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .........................................................................137

  • 1CAPTULO 1

    INTRODUO

    Escavaes profundas escoradas so freqentemente utilizadas na engenharia,

    como, por exemplo, em subsolos de edifcios, metrs, etc. A anlise deste tipo de

    soluo complexa, exigindo dos projetistas conhecimentos abrangentes a respeito do

    aspecto construtivo de cada etapa de execuo da obra, alm das caractersticas de

    deformabilidade e resistncia dos materiais existentes no subsolo.

    Uma modelagem numrica em elementos finitos de escavaes escoradas dever

    ser capaz de simular os seguintes aspectos do sistema de escavao:

    a) a heterogeneidade e a no linearidade do comportamento dos solos;

    b) o comportamento estrutural do sistema de escoramento;

    c) o processo construtivo de escavao e do sistema de escoramento;

    d) a ao da gua subterrnea, cujo regime alterado pela escavao (como por

    exemplo, rebaixamento do lenol fretico).

    Nesta tese foi feita a modelagem numrica em elementos finitos (plano-

    deformao) de uma escavao escorada envolvendo argila mole, buscando conhecer

    seu comportamento nas diferentes etapas construtivas, verificando a segurana do

    sistema de escoramento e do solo sua volta. O objetivo foi verificar a capacidade de

    mtodos numricos de uso corrente, como o Mtodo dos Elementos Finitos, por meio de

    programas comerciais e de suporte de projeto (e no programas mais sofisticados para

    pesquisa) a fim de prever o comportamento de uma obra que apresenta alguns aspectos

    arrojados.

    A escavao estudada refere-se ao Tanque Ocenico, parte do Laboratrio de

    Tecnologia Ocenica (Lab Oceano) da COPPE-UFRJ, situado no Parque Tecnolgico,

    Cidade Universitria, Ilha do Fundo. A escavao foi suportada por paredes

    diafragmas escoradas por vigas-tirantes ligadas a cavaletes de estacas raiz (inclinadas,

    funcionando trao e compresso). A profundidade de escavao foi de 11 m e as

    dimenses aproximadas do tanque so de: 30 m x 50 m. Foram encontradas no subsolo

    duas camadas de solo pouco resistente: turfa com lixo e argila mole cinza escura com

  • 2conchas. Estas camadas so precedidas por uma camada de aterro de entulho e de areia

    fina. Abaixo das camadas de solos fracos encontrado solo residual silto-argilo-

    arenoso, e a cerca de 17 m encontrada alterao de rocha (gnaisse).

    Inicialmente, no Captulo 2, so apresentadas as investigaes geotcnicas

    realizadas no campo (sondagens a percusso, ensaio de piezocone e levantamento

    geofsico) para determinao dos materiais existentes. Alm disso, so apresentados os

    ensaios de laboratrio realizados e os resultados da prova de carga de uma estaca raiz

    piloto.

    O Captulo 3 apresenta a estimativa dos parmetros de resistncia e

    deformabilidade dos solos existentes no subsolo para a modelagem numrica. Esta

    determinao de parmetros foi feita atravs de correlaes existentes na literatura

    tcnica, dos resultados das investigaes geotcnicas de campo e dos ensaios de

    laboratrio.

    O Captulo 4 apresenta as fases construtivas do Tanque Ocenico com os

    aspectos mais relevantes da obra, referentes s etapas simuladas na modelagem

    numrica.

    A modelagem numrica em elementos finitos apresentada no Captulo 5, onde,

    inicialmente, feita uma pequena reviso das anlises tenso-deformao e de

    percolao. A modelagem numrica em elementos finitos foi dividida em 2 partes

    principais: uma modelagem de percolao em torno do Tanque Ocenico, devida ao

    rebaixamento do lenol fretico, atravs do programa SEEPW, e uma modelagem

    tenso-deformao com anlise elstica linear e no linear utilizando o programa

    PROGEO.

    A comparao das medidas de campo com os resultados da modelagem

    numrica em elementos finitos feita no Captulo 6, onde h a apresentao dos

    resultados dos piezmetros, do medidor de nvel dgua, dos recalques e dos

    deslocamentos horizontais da parede diafragma. So apresentados, ainda, os

    deslocamentos horizontais da parede diafragma do Tanque Ocenico, atravs da anlise

    axissimtrica, que leva em considerao o efeito tridimensional do problema.

  • 3E finalmente, no Captulo 7 so apresentadas as concluses e sugestes para

    pesquisas futuras.

  • 4CAPTULO 2

    INVESTIGAES GEOTCNICAS DE CAMPO, ENSAIOS DE

    LABORATRIO E PROVA DE CARGA

    Este captulo apresenta as investigaes geotcnicas de campo realizadas no

    local de construo do Tanque Ocenico, que consistiram de sondagens a percusso

    (SPT) e de um ensaio de piezocone (CPTU), alm de um levantamento geofsico.

    Apresenta, ainda, os ensaios de laboratrio e uma prova de carga em estaca raiz.

    2.1 SONDAGENS PERCUSSO - SPT

    Os ensaios de SPT (Standard Penetration Test) foram realizados em duas

    campanhas de sondagens. A primeira campanha de sondagens consistiu de 9 furos como

    pode ser observado na Figura 2.1. A segunda campanha de sondagens, com a disposio

    dos furos, pode ser vista na Figura 2.2.

    Figura 2.1 - Planta de localizao da primeira campanha de sondagens.

  • 5Figura 2.2 - Croqui de localizao da segunda campanha de sondagens.

    Nas Figuras 2.3 a 2.5 encontram-se a planta do Tanque Ocenico e os perfis

    geotcnicos com a indicao da estrutura do tanque, bem como os resultados dos SPT's

    das duas campanhas de sondagens. Com a observao dos perfis das Figuras 2.4 e 2.5,

    nota-se certa homogeneidade horizontal do subsolo, o que permite apresentar um perfil

    geotcnico aproximado, que ser usado no desenvolvimento deste trabalho, como

    mostrado na Figura 2.6.

    O perfil da Figura 2.6 mostra uma camada de aterro de entulho lanada nos

    ltimos 2 anos e a seguir uma camada de areia fina. A terceira camada, inicialmente

    classificada como turfa, se revelou ser um antigo aterro sanitrio, conforme documentos

    da poca da criao da Cidade Universitria (Fotos 2.1 e 2.2). A camada de areia fina

    marinha muito provavelmente um aterro hidrulico, destinado a cobrir o lixo. A seguir

    observa-se uma camada de argila orgnica cinza com conchas, que a primeira camada

    de solo natural, seguida de solo residual. A primeira camada de solo residual maduro

    argilo-arenoso e a segunda camada de solo residual jovem um silte argilo-arenoso.

  • 6Figu

    ra 2

    .3 -

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  • 7Figu

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    2.3

    .

  • 8Figu

    ra 2

    .5 -

    Perf

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    e ao

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    B d

    a Fi

    gura

    2.3

    .

  • 9Figura 2.6 - Perfil do subsolo no local do Tanque Ocenico utilizado neste trabalho,

    com a espessura das camadas e o peso especfico (natural ou saturado) de cada solo.

    Como se sabe, o SPT muito utilizado para investigao do subsolo em nosso

    pas. Como principal vantagem e caracterstica deste ensaio, destaca-se a possibilidade

    de penetrao em solos resistentes, como o caso dos solos residuais encontrados no

    perfil geotcnico da obra em questo. Alm disso, o ndice N do SPT serve, atravs de

    correlaes, para determinar parmetros de resistncia e de deformabilidade dos solos.

    N.A.(-2,50m)

    aterro de entulho

    areia fina

    argila orgnica cinza escuro com conchas

    argila arenosaSolo residual maduro

    silte argilo arenosoSolo residual jovem

    rocha

    3,00m

    2,00m

    4,00m

    2,00m

    10,00m

    6,00m

    turfa /lixo

    = 16 kN/m3

    = 18 kN/m3

    = 15 kN/m3

    = 16 kN/m3

    = 18 kN/m3

    = 18 kN/m3

  • 10

    Foto 2.1 - Vista area da Ilha do Fundo, Cidade Universitria, na dcada de 50.

    Foto 2.2 - Vista com o Centro de Tecnologia da Cidade Universitria no primeiro plano

    e o local das futuras instalaes do Tanque Ocenico ao fundo.

  • 11

    2.2 ENSAIO DE PIEZOCONE - CPTU

    O ensaio de piezocone (CPTU Cone Penetration Test com medida de poro-

    presso) foi realizado pelo Laboratrio de Geotecnia da COPPE-UFRJ prximo ao furo

    SPT 02 da primeira campanha de sondagens. O objetivo deste ensaio foi caracterizar

    com maior preciso as primeiras camadas, mais fracas, do subsolo do Tanque Ocenico.

    A Figura 2.7 mostra o resultado do ensaio realizado; cabe ressaltar que o ensaio

    de piezocone, no foi iniciado na cota 0,00 como mostrado na Fig. 2.6 e sim na cota -

    2,00 m. Ou seja, na ocasio do ensaio, a camada de entulho indicado na Fig. 2.6 j havia

    sido retirada. Observa-se na Fig.2.7 que nos primeiros 2 metros de ensaio (profundidade

    de 1 a 3 m, ou melhor cota -3,00 m a -5,00 m) a resistncia de ponta foi grande e o atrito

    lateral tambm foi considervel, indicando se tratar de um solo resistente como, por

    exemplo a areia, com sua existncia j indicada no ensaio SPT. J nas profundidades

    entre 3 m e 7 m foi encontrada a turfa/lixo, pois este material no ofereceu resistncia

    de ponta, nem aumento considervel das poro-presses. Nas profundidades entre 7 m e

    9 m observa-se valores de resistncia de ponta e de atrito lateral bem pequenos, em

    contrapartida com o aumento das poro-presses revelando assim a argila mole.

    Finalmente, a partir da profundidade de 9 m (ou cota -11,00 m), observado o solo

    residual argilo arenoso, com aumento da resistncia de ponta, atrito lateral e poro-

    presses.

    O ensaio de piezocone, alm de fornecer com maior preciso a passagem de uma

    camada para outra, serve para a estimativa de parmetros geotcnicos. A Figura 2.8

    apresenta os trs ensaios de dissipao realizados, onde se interrompeu a cravao do

    piezocone em profundidades pr-estabelecidas e monitorou-se a variao das poro-

    presses ao longo do tempo. Vale ressaltar, entretanto, que as dissipaes deveriam ter

    sido feitas a profundidades menores, como 3 a 8 m, pois foram nestas profundidades

    que se observou a presena das camadas menos resistentes.

    Um dos parmetros que podem ser obtidos atravs do ensaio de dissipao o ch(coeficiente de adensamento horizontal), atravs da seguinte equao (DANZIGER e

    SCHNAID, 2000):

  • 12

    tITR

    c rh*2

    = (2.1)

    em que: R o raio do piezocone

    T* o fator tempo

    Ir o ndice de rigidez (=G/Su)

    t o tempo de dissipao do adensamento

    Aplicando a Equao 2.1, nos trs ensaios de dissipao realizados, com a poro-

    presso medida na base do cone (u2) e com R = 1,78 cm, T* = 0,245 (posio do filtro

    na base do cone, DANZIGER e SCHNAID, 2000) e Ir = 80 (ORTIGO, 1980), tem-se:

    Tabela 2.1 - Resultado dos ensaios de dissipao realizados atravs da

    cravao do piezocone no subsolo do Lab Oceano.

    Ensaios de dissipao (profundidade) t50% (s) ch (cm2/s)

    8,04 m 20 3 x 10-1

    9,20 m 900 8 x 10-3

    12,37 m 3000 2 x 10-3

    2.3 LEVANTAMENTO GEOFSICO

    Um levantamento geofsico foi realizado a fim de verificar sua contribuio para

    a construo de perfis e para caracterizao da rocha s, pois na parte central do tanque

    a escavao atinge 20 m de profundidade devido a presena de um poo com 5 m de

    dimetro e 10 m de profundidade.

    O mtodo usado no levantamento geofsico foi o da eletroresistividade, tendo

    sido feito um Caminhamento Eltrico e uma Sondagem Eltrica Vertical. Os resultados

    das investigaes executadas encontram-se nas Figuras 2.9 e 2.10.

  • 13

    Figu

    ra 2

    .7 -

    Gr

    ficos

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    endo

    uo

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    ro-p

    ress

    o h

    idro

    stt

    ica.

  • 14

    Figu

    ra 2

    .8 -

    Gr

    ficos

    de

    diss

    ipa

    o a

    div

    ersa

    s pro

    fund

    idad

    es

    (u1

    a

    poro

    -pre

    sso

    med

    ida

    na p

    onta

    do

    cone

    e u

    2

    a po

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    ress

    o m

    edid

    a na

    bas

    e do

    con

    e).

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    110

    100

    1000

    1000

    0

    tem

    po (s

    )

    u (kPa)

    u2 (p

    rofu

    ndid

    ade

    8,04

    m)

    u1 (p

    rofu

    ndid

    ade

    8,04

    m)

    u2 (p

    rofu

    ndid

    ade

    9,20

    m)

    u1 (p

    rofu

    ndid

    ade

    9,20

    m)

    u2 (p

    rofu

    ndid

    ade

    12,3

    7 m

    )

    u1 (p

    rofu

    ndid

    ade

    12,3

    7 m

    )

  • 15

    Figu

    ra 2

    .9 -

    Inte

    rpre

    ta

    o do

    Per

    fil G

    eol

    gico

    e G

    eofs

    ico

    do C

    amin

    ham

    ento

    El

    trico

  • 16

    Figu

    ra 2

    .10

    - Per

    fil G

    eol

    gico

    obt

    ido

    pelo

    Cam

    inha

    men

    to E

    ltri

    co

  • 17

    2.4 - ENSAIOS DE LABORATRIO

    Para melhor determinao das propriedades dos materiais que compem o

    subsolo do Tanque Ocenico foram realizados ensaios de caracterizao e ensaios

    triaxiais na argila orgnica mole.

    2.4.1 - Ensaios de Caracterizao

    Foram realizados trs ensaios de caracterizao completa dos materiais

    encontrados no subsolo do Tanque Ocenico. Os ensaios foram realizados no

    Laboratrio de Geotecnia da COPPE-UFRJ e as curvas granulomtricas da argila

    orgnica, da areia fina e do solo residual podem ser vistas nas Figuras 2.11, 2.12 e 2.13,

    respectivamente. Alm disso, na Figura 2.14 observa-se o resultado do Limite de

    Liquidez bem como os valores do Limite de Plasticidade e do ndice de Plasticidade da

    argila orgnica, cuja amostra foi retirada a 9 m de profundidade, com amostragem do

    tipo bloco indeformado, parafinado. Aps a coleta, a amostra foi levada cmara mida

    do Laboratrio de Geotecnia da COPPE-UFRJ, para realizao dos ensaios.

    A Tabela 2.2 mostra os valores encontrados para a densidade real dos gros dos

    solos ensaiados.

    Tabela 2.2 - Densidade real dos gros dos solos do Tanque Ocenico

    TIPO DE SOLO DENSIDADE REAL DOS GROS (GS)

    Argila orgnica cinza escura com conchas 2,48

    Areia fina 2,65

    Solo residual jovem amarelado 2,71

  • 18

    Figura 2.11 - Granulometria da argila orgnica do Tanque Ocenico.

    Figura 2.12 - Granulometria da areia fina do Tanque Ocenico.

    0.001 0.01 0.1 1 10 100

    DIMETRO DAS PARTCULAS (mm)

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    POR

    CEN

    TAG

    EM

    PAS

    SAN

    DO

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    POR

    CEN

    TAG

    EMR

    ETI

    DA

    270 200 100 60 40 30 20 10 4 3/8 1/2 3/4 1 11/2 2 3

    FINA MDIA GROSSASILTEPEDREGULHOAREIA

    FINO MDIO GROSSOARGILAABNTPENEIRAS:

    0.001 0.01 0.1 1 10 100

    DIMETRO DAS PARTCULAS (mm)

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100P

    OR

    CEN

    TAG

    EMPA

    SSA

    NDO

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    POR

    CE

    NTA

    GEM

    RE

    TID

    A

    270 200 100 60 40 30 20 10 4 3/81/2 3/4 1 11/2 2 3

    FINA MDIA GROSSASILTEPEDREGULHOAREIA

    FINO MDIO GROSSOARGILAABNTPENEIRAS:

  • 19

    Figura 13 - Granulometria do solo residual jovem do Tanque Ocenico

    Figura 2.14 - Limite de Liquidez da argila orgnica do Tanque Ocenico

    10

    100

    130,0 135,0 140,0 145,0 150,0 155,0 160,0

    Umidade, %

    Nm

    ero

    de G

    olpe

    s

    LL=147,0%LP= 45,3%IP=101,7%

    0.001 0.01 0.1 1 10 100

    DIMETRO DAS PARTCULAS (mm)

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    POR

    CE

    NTA

    GEM

    PAS

    SAN

    DO

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    POR

    CEN

    TAG

    EM

    RET

    IDA

    270 200 100 60 40 30 20 10 4 3/8 1/2 3/4 1 11/2 2 3

    FINA MDIA GROSSASILTEPEDREGULHOAREIA

    FINO MDIO GROSSOARGILAABNTPENEIRAS:

  • 20

    2.4.2 - Ensaios Triaxiais na Argila Orgnica

    Alm dos ensaios de caracterizao, houve a necessidade da realizao de

    ensaios triaxiais na argila orgnica cinza escura com presena de conchas. Estes ensaios

    foram feitos quando do incio da escavao no interior do Tanque Ocenico, a fim de se

    determinar a resistncia no drenada (Su) deste material, parmetro importante no

    projeto da escavao. Para tanto, foram realizados dois ensaios triaxiais: um ensaio

    triaxial CIU - Consolidated Isotropic Undrained (ensaio adensado e no drenado) e um

    ensaio triaxial UU - Unconsolidated Undrained (ensaio rpido).

    Ensaio Triaxial CIU

    Neste ensaio foi utilizada uma tenso de adensamento de 65 kPa, tenso

    estimada na amostra de solo no campo, ver Fig. 2.6, ou seja, o ensaio foi realizado nas

    condies de tenso in situ. As Figuras 2.15 a 2.18 mostram os grficos obtidos neste

    ensaio. A descontinuidade do grfico nas Figuras 2.17 e 2.18 est associado a leituras

    que deixaram de ser realizadas no fim de semana quando da execuo do ensaio.

    A Tabela 2.3 traz as informaes do corpo de prova utilizado neste ensaio, em

    que se observa o Grau de Saturao de 54%, no representando a condio de saturao

    completa da amostra in situ. A perda de umidade da amostra est associada ao fato da

    escavao ter ficado exposta quando da retirada da mesma

    Na Figura 2.15, mais precisamente nos valores de deformaes especficas 6% e

    7,5%, observa-se certa anomalia, provavelmente causada pelas engrenagens da prensa

    do ensaio triaxial; isso tambm se reflete na Figura 2.16, em que se percebe um "lao"

    na trajetria de tenses p q. A resistncia no-drenada (Su) observada na Fig. 2.16 de

    aproximadamente 35 kPa.

  • 21

    Tabela 2.3 - Dados do corpo de prova usado no ensaio triaxial CIU da argila orgnica

    Dimetro do corpo de prova (cm) 5,08

    Altura do corpo de prova (cm) 9,10

    ndice de vazios inicial (eo) 4,66

    Grau de Saturao (So, %) 54

    Umidade natural mdia (%) 102,3

    Peso especfico aparente seco (s, kN/m3) 6,65

    Figura 2.15 - Grfico tenso desvio deformao especfica do ensaio triaxial CIU

    Alm do valor da resistncia no-drenada (Su), o ensaio triaxial CIU, a partir dos

    grficos de tempo versus deformao, fornece o valor de cv (coeficiente de adensamento

    vertical) atravs da Equao:

    %90

    %902

    tTHc dv = (2.2)

    em que: Hd a distncia de drenagem no ensaio de adensamento

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    40,0

    45,0

    50,0

    55,0

    60,0

    65,0

    70,0

    75,0

    80,0

    0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

    deformao especfica ( % )

    tens

    o d

    esvi

    o (

    kPa

    )

  • 22

    T90% o fator tempo a 90%

    t90% o tempo correspondente a 90 % de adensamento

    Usando o processo de Taylor para obteno do t90% (Figura 2.17) e aplicando a

    Equao 2.2, tem-se:

    ( )min/108,5

    min55

    848,02

    10,923

    2

    2

    cm

    cm

    cv=

    = (2.3)

    Figura 2.16 - Grfico p q do ensaio triaxial CIU

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    40,0

    45,0

    50,0

    55,0

    60,0

    65,0

    70,0

    75,0

    0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100

    p (kPa)

    q (k

    Pa)

  • 23

    Figura 2.17 - Grfico raiz quadrada do tempo deformao do ensaio triaxial CIU

    Figura 2.18 - Grfico logaritmo do tempo deformao do ensaio triaxial CIU.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0

    Raiz T (minutos)

    Def

    orm

    ao

    (%)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    0,1 1 10 100 1000 10000

    Log t (minutos)

    Def

    orm

    ao

    (%)

  • 24

    Ensaio Triaxial UU

    O ensaio triaxial UU foi realizado a uma tenso confinante de 50 kPa. A Figura

    2.19 mostra que a resistncia obtida foi de, aproximadamente, 35 kPa, confirmando,

    portanto o mesmo valor encontrado para a resistncia no-drenada (Su) do ensaio

    triaxial CIU. O aumento de resistncia observado no grfico aps o valor de 5% de

    deformao especfica devido presena de grande quantidade de conchas no interior

    do corpo de prova ensaiado. A Tabela 2.4 mostra as informaes do corpo de prova

    utilizado neste ensaio. O Grau de Saturao de 56% explicado pelo fato da amostra ter

    perdido umidade quando da sua extrao em campo.

    Tabela 2.4 - Dados do corpo de prova do ensaio triaxial UU

    Dimetro do corpo de prova (cm) 5,04

    Altura do corpo de prova (cm) 9,10

    ndice de vazios inicial (eo) 4,34

    Grau de Saturao (So, %) 56

    Umidade natural mdia (%) 97,3

    Peso especfico aparente seco (s, kN/m3) 7,29

    Figura 2.19 - Grfico de tenso desvio deformao especfica do ensaio triaxial UU.

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    40,0

    45,0

    50,0

    55,0

    60,0

    65,0

    0 5 10 15 20 25 30 35deformao especfica ( % )

    tens

    o d

    esvi

    o (

    kPa

    )

  • 25

    2.5 - PROVA DE CARGA EM ESTACA RAIZ

    Uma prova de carga foi realizada nos dias 05 e 06 de fevereiro de 2001. Foi

    ensaiada uma estaca raiz vertical piloto, ou seja, no pertencente ao estaqueamento da

    obra, com as seguintes dimenses: = 400 mm e 24 m de comprimento. A sondagem

    percusso mais prxima estaca piloto foi a correspondente ao furo SP 08 da primeira

    campanha de sondagens.

    Resultados da Prova de Carga

    A prova de carga realizada foi esttica trao, com carregamento lento, at

    uma carga mxima de trao de 150 tf, seguida de descarregamento e recarregamento

    rpido at 165 tf. Esta carga mxima foi determinada como limite de segurana para que

    no houvesse ruptura das cordoalhas. A carga de trabalho trao das estacas era de 85

    tf. O resultado da prova de carga se encontra na Tabela 2.4.

    A fim de se determinar a carga de ruptura, a curva carga-recalque foi extrapolada

    pelo mtodo de Van der Veen, usado quando a prova de carga no levada at a ruptura

    ou a um nvel de recalque que caracterize a ruptura. A extrapolao por Van der Veen

    confivel se o recalque mximo atingido na prova de carga for de pelo menos, 1% do

    dimetro da estaca (VELLOSO E LOPES, 1997).

    Foi feita uma extrapolao da curva carga-recalque utilizando-se os resultados

    da prova de carga com carregamento lento at 150 tf e dois pontos do segundo

    carregamento, correspondentes a 160 tf e 165 tf. Como pode ser observado na Figura

    2.20, a assntota da funo de Van der Veen corresponde carga de ruptura (Qult) de

    202 tf. As Fotos 2.3 a 2.6 mostram a realizao da prova de carga.

  • 26

    Tabela 2.4: Resultados da prova de carga da estaca raiz piloto do Tanque Ocenico.

    Carga (tf) Tempo (h) Deslocamento(mm)

    0 09:45 0,0020 09:46 0,40

    10:01 0,4440 10:18 0,93

    10:48 0,9660 10:51 1,78

    10:21 1,8980 11:27 3,03

    11:57 3,25100 12:03 4,90

    12:33 5,10120 12:48 6,48

    12:18 6,64140 13:22 7,94

    13:52 8,04150 13:55 8,80

    1o carregamento

    07:55 9,36160 11,73

    2o carregamento 165 12,28

    Figura 2.20 - Curva carga deslocamento ascendente

  • 27

    Foto 2.3 - Estaca raiz piloto e viga de coroamento das estacas de reao

    para a prova de carga.

    Foto 2.4 - Macaco colocado no topo da estaca piloto para realizao da prova de carga.

  • 28

    Foto 2.5 - Equipamento da prova de carga de estaca piloto,

    mostrando o esquema de reao.

    Foto 2.6 - Extensmetros fixados no topo da estaca piloto.

  • 29

    CAPTULO 3

    ESTIMATIVA DE PARMETROS PARA AS ANLISES

    Este captulo apresenta uma reviso de correlaes disponveis na literatura

    tcnica e a estimativa de parmetros para as anlises realizadas nesta tese.

    3.1 - CORRELAES DISPONVEIS NA LITERATURA

    Os parmetros utilizados na anlise pelo MEF (Mtodo dos Elementos Finitos)

    foram obtidos a partir de ensaios in situ e de ensaios de laboratrio. Inicialmente sero

    apresentadas as correlaes entre ensaios in situ e parmetros de resistncia e

    deformabilidade de solos. Estas correlaes foram tiradas, principalmente, dos trabalhos

    de KULHAWY E MAYNE (1990) e de VELLOSO E LOPES (1997).

    3.1.1 ngulo de Atrito

    ngulo de Atrito de Solos Granulares

    Alguns valores tpicos de ngulos de atrito de solos granulares obtidos em

    ensaios de compresso triaxial ('tc) esto indicados na Tabela 3.1.

    Tabela 3.1 - Valores cartersticos de ngulo de atrito de Solos Granulares

    (TERZAGHI E PECK, 1967)

    tc (graus)Tipo de Solo Fofa Compacta

    Areia, gros arredondados, uniformes 27.5 34

    Areia, gros angulares, bem graduada 33 45

    Mistura pedregulho-areia 35 50

    Areia siltosa 27 a 33 30 a 34

    Silte inorgnico 27 a 30 30 a 35

  • 30

    Os ensaios in situ que do correlaes mais satisfatrias so o CPTU, seguido do

    SPT (KULHAWY E MAYNE , 1990).

    (a) Correlaes do ngulo de atrito de solos granulares a partir do SPT

    Essas correlaes so comumente feitas diretamente atravs da Tabela 3.2, ou

    atravs das Figuras 3.1 e 3.2.

    Tabela 3.2 - Correlao do ngulo de atrito com o ndice N do SPT

    (a) PECK, HANSON E THORNBURN (1974) e (b) MEYERHOF (1956)

    tc aproximado (graus)Valor N Densidade Relativa (a) (b)

    0 a 4 Muito fofa < 28 < 30

    4 a 10 Fofa 28 a 30 30 a 35

    10 a 30 Mdia 30 a 36 35 a 40

    30 a 50 Compacta 36 a 41 40 a 45

    > 50 Muito compacta > 41 > 45

    Figura 3.1 - Grfico que relaciona ngulo de atrito com a densidade relativa

    e o ndice N do SPT (PECK, HANSON E THORNBURN, 1974)

  • 31

    Figura 3.2 - Grfico que relaciona ngulo de atrito e o ndice N do SPT

    (DE MELLO, 1971)

    As correlaes ainda podem ser feitas atravs de equao aproximada que

    correlaciona o ndice N do SPT e tc como uma funo no nvel da tenso efetiva

    geosttica vertical, como segue (KULHAWY E MAYNE, 1990):34,0

    0'

    1'

    8,202,12tan

    +

    A

    vtc

    p

    N

    (3.1)

    onde: N o nmero obtido do ensaio SPT

    vo a tenso efetiva geosttica vertical

    pa a presso atmosfrica, cujo valor : 101,3 kN/m2

    KULHAWY E MAYNE (1990) dizem que esses resultados so conservativos e

    no devem ser usados em pequenas profundidades (como de 1 a 2 m).

    Nas correlaes utilizadas neste trabalho no foi considerada a correo de

    energia do ensaio SPT.

    (b) Correlaes do ngulo de atrito de solos granulares a partir do CPT

  • 32

    As correlaes para obteno do ngulo de atrito a partir de resultados do ensaio

    de CPT podem ser feitas pela Tabela 3.3.

    Tabela 3.3 - Correlao entre o ngulo de atrito e o ensaio CPT

    (MEYERHOF, 1956)

    Resistncia de ponta normalizada (qc/pa) Compacidade relativa tc aprox. (graus)< 20 Muito fofa < 30

    20 a 40 Fofa 30 a 35

    40 a 120 Mdia 35 a 40

    120 a 200 Compacta 40 a 45

    > 200 Muito compacta > 45

    As correlaes tambm podem ser feitas pela Figura 3.3 ou pela Equao 3.2.

    +

    vo

    ctc

    q'

    log38,01,0tan' 1

    (3.2)

    Figura 3.3 - Correlao entre ngulo de atrito de areias, resistncia de ponta do cone e

    tenso efetiva: (a) vertical (ROBERTSON E CAMPANELLA, 1983) e

    (b) horizontal (HOULSBY E WROTH, 1989)

  • 33

    Pode-se, ainda, correlacionar qc (resistncia de ponta do cone) com nvel de

    tenso, fatores de forma e histria de tenso para descobrir tc, como mostra a Figura

    3.4. MARCHETTI (1985) props a Figura 3.5, onde correlaciona qc/vo e Ko com tc a

    partir dos resultados da Figura 3.4.

    Figura 3.4 - Correlao do ngulo de atrito com a resistncia de ponta do cone do ensaio

    CPT, com nvel de tenso, fatores de forma e histria de tenso

    (VILLET E MITCHELL, 1981)

    Figura 3.5 - Correlao do ngulo de atrito com Ko e a figura 3.4 (MARCHETTI, 1985)

  • 34

    Por meio de uma grande quantidade de dados, levando-se em considerao a

    mineralogia, a forma da partcula, a compressibilidade e a percentagem de finos

    KULHAWY E MAYNE (1990) chegaram Figura 3.6 com a Equao 3.3:

    += 5,0'

    log0,116,17'

    a

    vo

    a

    c

    tc

    p

    pq

    (3.3)

    Figura 3.6 - Relao do ngulo de atrito com o ensaio do CPT

    (KULHAWY E MAYNE, 1990)

    ngulo de atrito de solos argilosos

    As correlaes do ngulo de atrito de solos argilosos so estimadas de duas

    maneiras:

  • 35

    - ngulo de atrito para solos normalmente adensados (OCR overconsolidation ratio

    igual a 1): tc (traixial compression) cv (critical void ratio)

    - ngulo de atrito residual: r (residual)

    No h nenhuma correlao satisfatria para estimar o ngulo de atrito de pico

    de argilas sobreadensadas (OCR > 1) como funo do OCR ou de outros parmetros.

    Nem existe correlao com ensaios in situ, como no caso dos solos granulares.

    Pesquisas tm mostrado que a frao de argila e a mineralogia so importantes

    para determinao de r, como se segue (KULHAWY E MAYNE, 1990):

    Se a percentagem de argila for menor que 15%, o solo tem comportamento no

    plstico, r > 250 e no difere muito de cv

    Se a percentagem de argila for maior que 50%, o solo argiloso e r < cv

    Se a percentagem de argila estiver entre 15% e 50%, o solo tem comportamento de

    transio, como na Figura 3.7.

    Figura 3.7 - Correlao do ngulo de atrito com solos argilosos

    que contenham certa frao de areia (SKEMPTON, 1985)

    3.1.2 Resistncia no drenada (Su) de solos argilosos

    A resistncia no drenada (Su - undrained shear strength) uma propriedade

    tpica de solos argilosos. O Su mede a resposta do solo mediante um carregamento no

  • 36

    drenado em que se admite no haver variao de volume. Em laboratrio, o ensaio

    utilizado para medida do Su o ensaio de compresso trixial do tipo UU (unconsolidated

    undrained). A resistncia no drenada depende de alguns fatores, entre eles a velocidade

    de carregamento, no levado em considerao neste trabalho.

    JAMIOLKOWSKI ET AL. (1985) propuseram a relao de Su com OCR pela

    Equao:

    8,0

    0)04,023,0(

    'OCRS

    v

    u =

    (3.4)

    Para solos normalmente adensados tem-se a seguinte relao, baseada na Teoria

    dos Estados Crticos:

    0'25,0 vuS (3.5)

    Correlao de Su a partir do SPT

    Essas correlaes so fracas e podem ser observadas na Tabela 3.4, na Figura

    3.8 e na Equao 3.6 (KULHAWY E MAYNE, 1990):

    NpS

    a

    u 06,0= (3.6)

    Tabela 3.4 - Correlao de Su com o ndice N do SPT e a consistncia de solos argilosos

    (TERZAGHI E PECK, 1967)

    Valor de N Consistncia Valor aproximado de a

    upS

    0 a 2 Muito mole < 1/8

    2 a 4 Mole 1/8 a 1/4

    4 a 8 Mdia 1/4 a 1/2

    8 a 15 Rija 1/2 a 1

    15 a 30 Muito rija 1 a 2

    > 30 dura > 2

  • 37

    Na Figura 3.9 observa-se que no h nenhuma relao clara entre Su e N, a partir

    de muitos resultados. Uma das razes pode ser devido aos ensaios no obedecerem o

    mesmo nvel de energia, ou seja, no h uma energia padronizada. A sensibilidade

    tambm varia com o SPT. Alm disso, a penetrao durante o ensaio do SPT causa um

    excesso de poro-presso temporria que reduz a tenso efetiva nas proximidades da

    amostra, resultando num valor aparentemente menor de N (KULHAWY E MAYNE,

    1990).

    Figura 3.8 - Relao de Su com o ndice N do SPT e consistncia de solos argilosos

    (U.S. NAVY, 1986)

    A Figura 3.10 d uma Equao melhor pois, neste caso, o equipamento de

    sondagem, o procedimento do SPT e a resistncia de referncia (ensaio triaxial UU)

    empregados so os mesmos, logo

    72,029,0 NpS

    a

    u = (3.7)

  • 38

    Figura 3.9 - Relao de Su com o ndice N do SPT (DJOENAIDI, 1985)

    Figura 3.10 - Relao de Su com o ndice N do SPT (HARA ET AL., 1974)

  • 39

    Correlaes de Su a partir do CPT

    O Su est correlacionado com qc atravs da Equao 3.8 (KULHAWY E

    MAYNE, 1990):

    qc = NkSu + vo (3.8)

    em que Nk o fator de capacidade de carga do cone. A aplicao da teoria clssica da

    plasticidade para problemas de capacidade de carga sugere Nk da ordem de 9 para

    modelo geral de cisalhamento. A teoria de expanso de cavidade d Nk crescente na

    faixa de 7 a 13 para valores crescentes do ndice de rigidez (Ir).

    Ir = G/Su (3.9)

    em que G o mdulo de elasticidade transversal. A teoria prev uma faixa estreita de

    Nk entre 14 e 18 para uma larga faixa de Ir, a teoria de expanso de cavidade de VESIC

    (1977) prope:

    Nk = 2,57 + 1,33 (ln Ir + 1) (3.10)

    BOWLES (1988) sugere que:

    250

    5,513 += IpNk (3.11)

    em que Ip o ndice de plasticidade. RAD E LUNNE (1988) ainda propem que Nk seja

    relacionado com OCR.

    O valor de Nk deveria ser determinado experimentalmente por comparao com

    uma resistncia de referncia. Muitas vezes o ensaio de palheta usado como

    referncia.

    Para as argilas moles brasileiras NKT (fator que emprega a resistncia de ponta

    corrigida qT, em substituio `a resistncia de ponta qc medida no CPT) varia de 10 a 16

    (DANZIGER e SCHNAID, 2000).

  • 40

    Corrrelaes de Su a partir do CPTU (ensaio de piezocone)

    O ensaio de piezocone permite corrigir a resistncia de ponta qc, para qt, atravs

    da Equao 3.12 (VELLOSO E LOPES, 1997):

    qt = qc + ub(1-a) (3.12)

    em que ub a poro-presso medida na base do cone e a a razo entre a rea da base do

    cone e a rea da seo da clula de carga aps o anel de vedao:

    8,05,0;222 2

  • 41

    3.1.3 Coeficiente de Poisson

    Para condies em que o carregamento drenado alguns valores tpicos do

    coeficiente de Poisson () podem ser obtidos atravs da Tabela 3.5, ou atravs da

    Equao 3.16 (KULHAWY E MAYNE , 1990):

    d 0,1 + 0,3 rel (3.16)

    em que

    00

    0

    254525'

    = tcrel (3.17)

    com (0 rel 1), rel o ngulo de atrito usado na aproximao do estado de densidade

    do solo. J para condies de carregamento no drenado, u = 0,5.

    Tabela 3.5 - Correlao do coeficiente de Poisson com diferentes tipos de solos

    (KULHAWY E MAYNE, 1990)

    Solo Coeficiente de Poisson drenado (d)

    Argila 0,2 a 0,4

    Areia compacta 0,3 a 0,4

    Areia fofa 0,1 a 0,3

    3.1.4 Mdulo de Young

    O mdulo de Young ou Mdulo de Elasticidade Longitudinal (E) pode ser

    obtido atravs de correlaes com ensaios in situ como mostrado a seguir.

    Mdulo de Young para solos granulares

    A condio de carregamento no drenado em solos granulares, se existente,

    bastante breve, pois devido alta permeabilidade o excesso de poro-presso gerada

  • 42

    rapidamente dissipado. A Tabela 3.6 mostra alguns valores de Ed secante (mdulo de

    Young drenado) para solos granulares.

    Tabela 3.6 - Valores tpicos de Ed para solos granulares (POULOS, 1975)

    Ed/pa (normalizado)Compacidade

    Tpico Dado de estacas

    Fofa 100 a 200 275 a 550

    Mdia 200 a 500 550 a 700

    compacta 500 a 1000 700 a 1100

    Para o modelo hiperblico (DUNCAN E CHANG, 1970) o mdulo tangente

    drenado dado por:

    ( )( )( )

    2

    3

    31

    'sen'2'''sen1

    1

    =

    tc

    tcfit REE

    (3.18a)

    e

    n

    aai p

    KpE

    = 3

    ' (3.18b)

    em que:

    - 1 e 3 so as tenses efetivas principais maior e menor;

    - K, n e Rf so os mdulos hiperblicos drenados. Segundo KULHAWY E MAYNE

    (1990) esses parmetros podem ser estimados a partir da Tabela 3.7.

    Tabela 3.7 - Valores de parmetros hiperblicos para solos granulares

    (KULHAWY ET AL., 1983)

    Classificao unificada de solo K n RfGW 300 a 1200 1/3 0,7

    GP 500 a 1800 1/3 0,8

    SW 300 a 1200 1/2 0,7

    SP 300 a 1200 1/2 0,8

    ML 300 a 1200 2/3 0,8

  • 43

    TRAUTMANN E KULHAWY (1987) sugerem ainda que K seja obtido como:

    K 300 + 900 rel (3.19)

    Mdulo de Young para solos argilosos

    Sabe-se que (KULHAWY E MAYNE, 1990):

    )1(2 +=

    EG (3.20)

    em que G o mdulo de elasticidade transversal, E o mdulo de elasticidade

    longitudinal e o coeficiente de Poisson . Na condio no drenada,

    Eu = 3G (3.21)

    Como Ir = G/Su (3.22)

    tem-se Eu = 3SuIr (3.23)

    comum adotar para argilas sedimentares, a Equao 3.24

    Eu = 500Su (3.24)

    A Tabela 3.8 d alguns os valores do mdulo de Young no drenado secante.

    Tabela 3.8 - Valores tpicos de Eu para solos argilosos (KULHAWY E MAYNE, 1990)

    Consistncia Eu/pa (normalizado)

    mole 15 a 40

    mdia 40 a 80

    rija 80 a 200

    Para o modelo hiperblico, KULHAWY ET AL. (1969) sugerem um mdulo de

    Young no drenado tangente de:

  • 44

    ( ) 2312

    1

    =

    SuR

    pKpE f

    n

    a

    caut

    (3.25)

    em que: c a tenso de confinamento isotrpica (para ensaios UU, c = 3)

    K, n e Rf so os mdulos parmetros hiperblicos no drenados, dados na

    Tabela 3.9.

    Mdulo de Young para solos residuais

    SANDRONI (1991) usou resultados de provas de carga em solos residuais de

    gnaisse com a finalidade de obter E para estes solos, como mostrado na Figura 3.12.

    Mais simplificadamente, o mdulo de elasticidade para solos residuais pode ser dado

    atravs da Equao 3.26

    E = 2,5N (MPa) (3.26)

    em que N o ndice do ensaio SPT.

    Tabela 3.9 - Valores de parmetros hiperblicos para solos argilosos

    (KULHAWY ET AL., 1983)

    Classificao unificada de solo K n RfCL 100 a 200 1 0,9

    CH 100 a 300 1 0,9

    3.2 RESULTADOS DAS CORRELAES APLICADAS AOS SOLOS DA

    OBRA E DO ENSAIO DE LABORATRIO

    3.2.1 ngulo de Atrito dos Solos Granulares

    ngulo de Atrito a partir do SPT

    (a) Areia fina

  • 45

    Com o valor do ndice N igual a 22, obtido nas Figuras 2.4 e 2.5, referente

    camada de areia fina, foram obtidos os seguintes valores para o ngulo de atrito (): a

    partir da Figura 3.1, =33,7o e pela Figura 3.2 tem-se =43o. Utilizando a Equao

    3.1, (com o valor de vo calculado no meio da camada de areia, Fig. 2.6) encontra-se

    para um valor de 44,1o. Foi adotado neste trabalho o valor de 35o para o ngulo de

    atrito da areia fina, valor intermedirio dos obtidos, j que necessrio no superestimar

    o valor de , visto se tratar de um importante parmetro de resistncia.

    Figura 3.12 - Relaes de E para solos residuais (SANDRONI, 1991)

    (b) Solo residual

    Neste trabalho no foi feita distino entre os dois tipos de solo residual como

    visto na Figura 2.6, porque, apesar de estarem em processos de formao diferentes,

    apresentam caractersticas de resistncia e deformabilidade parecidas. Logo, foi

    considerado para o ndice N do SPT um valor de 20, obtendo-se valores de para o

    solo residual pela Figura 3.1 de =33,4o e pela Figura 3.2 de =40o. A partir da

    Equao 3.1, foi encontrado =27.1. O valor considerado para o ngulo de atrito do

    solo residual foi de 30o.

  • 46

    ngulo de Atrito a partir do CPT

    (a) Areia fina

    Alm do ndice N do SPT, foi utilizado neste trabalho o ensaio de piezocone

    para obteno do ngulo de atrito da areia fina. O valor mdio da resistncia de ponta

    obtido no meio da camada de areia fina foi de 20.000 kPa (Figura 2.6). Com este valor,

    tem-se pela Figura 3.3(a), =45,5o, pela Figura (b), =49,5o e pela Fig. 3.5 (com

    Ko=0,5), =43,7o. A partir da Equao 3.2, =46,3o e pela Equao 3.3, =43,9o.

    Entretanto, como estes valores obtidos foram superiores aos valores encontrados atravs

    do SPT, como j mencionado, foi considerado para o ngulo de atrito da areia fina um

    valor de 35o, valor um pouco a favor da segurana.

    3.2.2 - Resistncia no-drenada da Argila Orgnica Mole

    O valor da resistncia no-drenada (Su) de argilas normalmente adensadas

    obtido atravs da Equao 3.5. Com o valor de vo obtido no meio da camada de argila

    mole, o valor de Su foi de 21 kPa.

    Su a partir do SPT

    Utilizando um valor de N=2 para a argila (Figuras 2.4 e 2.5), foram obtidos

    atravs da Equao 3.6, Su=12 kPa, pela Figura 3.8, Su=25 kPa e pela Equao 3.7,

    Su=48 kPa. Observa-se, portanto, uma grande disperso.

    Su a partir do CPT

    Utilizando-se a Equao 3.8 e os valores de NkT=13, vo=160 kPa (Figura 2.6) e

    qT (Figura 2.7), obtm-se para Su um valor aproximado de 23 kPa.

    Su a partir dos Ensaios Triaxiais

  • 47

    Conforme o item 2.4.2, o valor obtido para a resistncia no-drenada (Su) da

    argila orgnica cinza escura com conchas do Tanque Ocenico nos ensaios triaxiais foi

    de 35 kPa. Como houve perda de umidade da amostra no campo, foi tomado o valor de

    Su=30 kPa para ser utilizado neste trabalho.

    3.2.3 - Coeficiente de Poisson

    Os valores adotados para uso no MEF (Mtodo de Elementos Finitos) se

    situaram na faixa de 0,2 a 0,5 e sero detalhados no item 3.3.

    3.2.4 - Mdulo de Young

    Mdulo de Young de Solos Granulares

    (a) Areia fina

    A partir da Classificao Unificada na Tabela 3.7, a areia fina pode ser

    classificada como SP (poorly graded sands). Tomando-se para K o valor de 500 e para n

    o valor de 0,5, o valor obtido para Ei atravs da Equao 3.18b de 36.000 kPa, com o

    valor de vo tomado no meio da camada de areia fina (Figura 2.6). O valor do mdulo

    de Young da areia fina utilizado neste trabalho foi de 30.000 kPa, considerando que

    haver alguma reduo da tenso confinante em relao ao valor inicial por causa da

    escavao.

    (b) Solo residual

    De acordo com a Tabela 3.7, o solo residual pode ser classificado como ML

    (silty or clayey fine sands with slight plasticity).Tomando-se K=500 e n=0,7, tem-se

    pela Equao 3.18b, Ei=60.000 kPa, com vo calculado no meio da camada do solo

    residual (Figura 2.6) . Para este trabalho, foi considerado um valor para o mdulo de

    Young do solo residual de 50.000 kPa, considerando que haver alguma reduo da

    tenso confinante em relao ao valor inicial por causa da escavao.

    Mdulo de Young para a Argila Orgnica

  • 48

    Atravs da Equao 3.24, o valor de Eu encontrado foi de 17.500 kPa. A melhor

    classificao para a argila orgnica do Tanque Ocenico OH (organic clays of medium

    to high plasticity). Utilizando os valores da Tabela 3.9, tem-se, para K=200 e n=1,

    Eui=17.000 kPa, com o valor de vo calculado no meio da camada de argila orgnica

    (Figura 2.6). Foi tomado neste trabalho o valor do mdulo de Young para a argila

    orgnica igual a 15.000 kPa, considerando que haver alguma reduo da tenso

    confinante em relao ao valor inicial por causa da escavao.

    3.3 - RESUMO DOS PARMETROS DE RESISTNCIA E

    DEFORMABILIDADE USADOS NAS ANLISES PELO MEF

    Alm dos solos analisados no item 3.2 (areia fina, argila orgnica e solo

    residual) foram estimados os parmetros do aterro de entulho (com caractersticas mais

    prximas s da areia fina) e da turfa/lixo (com caractersticas semelhantes a da argila

    orgnica). A coeso das camadas granulares (aterro de entulho e areia fina) foi estimada

    em 5 kPa devido a suco. Para o solo residual foi estimada uma coeso de 20 kPa

    devido a cimentao. Os parmetros utilizados na anlise no Mtodo de Elementos

    Finitos neste trabalho esto presentes nas Tabela 3.10 e 3.11.

    Tabela 3.10 - Valores dos parmetros de resistncia e deformabilidade usado no MEF

    Parmetro Aterro Areia fina Turfa Argila orgnica Solo residual

    Ei (kPa) 25.000 30.000 15.000 15.000 50.000

    0,3 0,3 0,2 0,49 0,45

    ' (graus)

    c' (kPa)

    30

    5

    35

    5

    25

    1

    0

    30

    30

    20

    Tabela 3.11 - Parmetros hiperblicos usados no MEF

    Parmetro Aterro Areia fina Turfa Argila orgnica Solo residual

    K 100 750 100 100 750

    n 0,5 0,5 1 1 0,7

    Rf 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8

  • 49

    CAPTULO 4

    FASES DE EXECUO DO TANQUE OCENICO

    A obra do Tanque Ocenico teve incio em novembro de 2000 e ainda se

    encontra em andamento, com previso de concluso para abril de 2002. A execuo do

    Tanque Ocenico pode ser dividida em cinco etapas ou fases principais, as quais sero

    descritas a seguir.

    4.1 - 1a FASE DE EXECUO

    A 1a fase consistiu na realizao das seguintes atividades:

    (a) Montagem do canteiro de obras e limpeza da rea.

    (b) Seis sondagens percusso complementares realizadas em novembro de 2000, uma

    para cada parede do tanque, uma furo no centro e outra para o Bench Mark (Foto 4.1).

    (c) Execuo de jet-grouting, com a finalidade de facilitar a escavao do poo central.

    Esta tcnica consiste em melhorar o solo por meio de jet-grout, cujo esquema da

    disposio das colunas de consolidao se encontra na Figura 4.1.

    (d) Execuo da parede diafragma, que teve incio com a execuo das muretas guias.

    Durante as escavaes foram encontradas e retiradas peas de concreto armado e estacas

    de madeira. As paredes diafragmas foram executadas pelas empresas Franki e Fundesp.

    A execuo das paredes diafragma teve incio em janeiro de 2001, e seguiu as seguintes

    etapas: 1) montagem da "gaiola" de armao do painel, 2) escavao da lamela por meio

    de clamshell, com preenchimento de lama bentontica, 3) ensaios com a lama

    bentontica para aferio da qualidade da mesma dentro da lamela com a realizao dos

    seguintes testes: teor de areia na lama, viscosidade, pH e espessura do cake, 4)

    colocao da chapa espelho (face interna do tanque) e chapas juntas, 5) colocao da

    gaiola de armadura na lamela, 6) insero do tubo tremonha e lanamento do concreto,

    7) retirada da chapa espelho e chapas junta (Fotos 4.2 a 4.5). As alturas das lamelas

    variaram de 15,20 m a 16,30 m.

  • 50

    (e) Escavao geral interna e externa at -2,50 m (cota de arrasamento prevista para as

    paredes) para execuo das estacas-razes, das vigas-tirantes, dos blocos de coroamento

    das estacas e da viga moldura e para instalao do sistema de rebaixamento do lenol

    d'gua, com retirada de material imprprio. Foi feito o arrasamento da parede atravs

    de rompedores manuais e chegou-se at o nvel de -2,50 m para que o topo de concreto

    da parede diafragma ficasse na mesma cota da viga moldura.

    A Figura 4.2 apresenta as atividades realizadas na 1a etapa de execuo do

    Tanque Ocenico.

    4.2 - 2a FASE DE EXECUO

    A 2a fase de execuo da obra consistiu nas seguintes atividades:

    (a) Execuo das estacas de fundao, do tipo raiz. As estacas razes foram dos

    seguintes tipos: inclinadas com = 400 mm e verticais de = 400 mm e de = 250 mm

    (Fotos 4.6 e 4.7). A partir dos resultados da prova de carga e dos perfis de sondagens

    geotcnicas foram definidos os comprimentos para as estacas de acordo com a Tabela

    4.1. Em fevereiro de 2001 foi iniciada a execuo das estacas raiz. As empresas

    responsveis foram a Fundesp e a Franki. A execuo das estacas raiz segue as

    seguintes etapas: 1) perfurao da estaca por meio de ponta cortante unida a uma

    sucesso de tubos de revestimento at atingir a cota pr-determinada, com auxlio de

    gua, 2) colocao da armadura, 3) injeo, de baixo para cima, de calda de cimento no

    interior do tubo de revestimento at uma determinada altura, com expulso da gua

    contida neste trecho, para garantir o cobrimento de todo o fuste com argamassa, 4)

    preenchimento do tubo com argamassa de cimento-areia, 5) retirada dos segmentos dos

    tubos, um a um, com a complementao de argamassa, caso necessrio, 6) aplicao de

    ar comprimido.

    (b) Execuo dos blocos de coroamento, das vigas tirante e da viga moldura da parede

    diafragma e aterro destas estruturas de escoramento da escavao do Tanque Ocenico

    (Fotos 4.8 a 4.9).

  • 51

    Tabela 4.1 - Comprimento das estacas inclinadas de acordo com a localizao

    Localizao das

    estacas

    Comprimento das

    estacas

    Inclinao das

    estacas

    Esforo determinante

    para o comprimento

    Externa: 24 m 25o CompressoLado leste (SP2)

    Interna: 22 m 25o Trao

    Lado sul (SP3) 20 m 25o Trao

    Externa: 22 m 25o CompressoLado norte (SP4)

    Interna: 21 m 25o Trao

    Lado oeste (SP5) 22 m 17o Trao

    (c) Rebaixamento do lenol fretico, iniciado em fevereiro de 2001, com 28 poos de

    20 m de profundidade, 18 m a partir da cota -2,00m e com = 400 mm. Os poos foram

    executados de acordo com a sequncia: 1) abertura do poo com perfuratriz rotativa e

    lavagem do furo, 2) retirada da perfuratriz e insero do tubo do poo, que ranhurado

    e envolto com tela de nylon nos 16m inferiores e liso nos 2m superiores, com =

    150mm, 3) preenchimento com areia lavada, entre o furo do poo e o tubo ranhurado,

    com a funo de servir como elemento de filtrao, 4) instalao de bicos injetores e

    ligao dos poos com os tubos coletores e com o sistema de bombas, como pode ser

    visto na Figura 6.1. Os injetores dos poos foram regularmente trocados e os tubos

    lavados para retirada de finos da argila (referente camada do solo residual), que

    colmatavam os bicos e impediam a passagem de gua (Fotos 6.4 a 6.8).

    (d) Instalao de 4 piezmetros tipo Casagrande com 18 m de comprimento (1 em cada

    lado da parede diafragma) e 1 medidor de nvel d'gua com 6 m de comprimento, para

    acompanhamento do rebaixamento do lenol d'gua, instalados conforme Figura 6.1.

    Posteriormente, 4 novos piezmetros com 8,50 m de profundidade (com filtro abaixo da

    cota -6,00 m) foram instalados, para verificao do nvel do lenol d'gua suspenso

    sobre a camada de argila orgnica, que confirmou a presena deste. Com a confirmao

    do lenol suspenso, foi decidido instalar um sistema de rebaixamento complementar em

    ponteiras alcanando a cota -7,00 m. Devido limitao do sistema de ponteiras quanto

    altura do rebaixamento, as mesmas foram instaladas no fundo de uma trincheira de

  • 52

    forma a alcanar uma cota mais baixa. O sistema de ponteiras foi instalado na lateral

    norte, pelo fato de estar mais prxima do mar, fonte principal de recarga do aqfero.

    Foram instaladas 15 ponteiras espaadas de 2,00 m entre si. Foram instalados, ainda,

    drenos nas paredes internas do Tanque Ocenico, a fim de diminuir a presso de gua.

    Entretanto, a abertura destes drenos provocou o carreamento de uma quantidade de solo,

    principalmente no canto nordeste, onde foi observada maior presena de gua.

    A Figura 4.3 apresenta as atividades realizadas na 2a etapa de execuo do

    Tanque Ocenico.

    4.3 - 3a FASE DE EXECUO

    A 3a fase de construo consistiu na realizao de:

    (a) Escavao interna do tanque at a cota -10,70 m. Nesta etapa, devido presena do

    lenol suspenso, que implicava em solicitaes de empuxo maiores do que as adotadas

    em projeto, tomou-se o cuidado de realizar a escavao deixando junto parede bermas,

    que foram retiradas quando da execuo da laje de fundo em trechos (Fotos 4.10 a

    4.12).

    (b) Estacas-razes de trao com = 400mm e comprimentos de 12m e 13m, a fim de

    combater a sub-presso na laje de fundo. Foram executadas 138 estacas-razes nesta

    fase e a empresa executora foi a Fundesp (Fotos 4.13 e 4.14). Antes do incio da

    execuo dessas estacas, foi feita a concretagem de regularizao do fundo da

    escavao (concreto magro com espessura de 10 cm) at a cota -10,60 m .

    (c) Incio de execuo do poo central, com escavao manual at a cota -15,50 m. A

    concretagem foi feita em etapas de aproximadamente 2 m em 2 m.

    (d) Tratamento das juntas da parede diafragma nos locais onde foi encontrado concreto

    de m qualidade, consistindo de: retirada do concreto ruim com rompedores manuais;

    colocao de uma armao de reforo "costurada" armao j existente no local e

    concretagem dos trechos tratados.

  • 53

    A Figura 4.4 apresenta as atividades realizadas na 3a etapa de execuo do

    Tanque Ocenico.

    4.4 - 4a FASE DE EXECUO

    A 4a fase de execuo da obra compreendeu as seguintes etapas:

    (a) Ligao da parede diafragma com a laje de fundo, mediante os seguintes

    procedimentos: escarificao da parede diafragma junto ao fundo com rompedores

    manuais at alcanar a armadura da parede; execuo de furos transversais na parede;

    colocao de adesivo estrutural "Compound" da Otto Baumgart no interior do furo e,

    finalmente, colocao das barras de ao de ligao da laje de fundo com a parede

    diafragma (Foto 4.15).

    (b) Execuo da laje de fundo em quatro etapas. Para a ligao das estacas laje de

    fundo foi feito o arrasamento da cabea das estacas e colocao de uma armao

    complementar de ancoragem (emendada com luva) no topo da armao das estacas

    (Fotos 4.16 e 4.17).

    (c) Desligamento do rebaixamento do lenol d'gua em dezembro de 2001. No item 6.1

    encontra-se a Figura 6.3 com os grficos dos nveis d'gua obtidos por meio de

    medies realizadas em campo em 8 piezmetros e um medidor de nvel d'gua entre os

    meses de junho e dezembro de 2001.

    A Figura 4.5 apresenta as atividades realizadas na 4a etapa de execuo do

    Tanque Ocenico.

    5a FASE DE EXECUO

    A 5a fase de execuo constou de:

    (a) Execuo do restante das lajes internas para gerao do sistema de ondas e

    correnteza.

  • 54

    (b) Terraplenagem final para atender s cotas de arquitetura.

    (c) Execuo do restante do prdio.

    (d) Enchimento do tanque.

    A Figura 4.6 apresenta as atividades realizadas na 5a etapa de execuo do

    Tanque Ocenico.

  • 55

    Figu

    ra 4

    .1 -

    Col

    unas

    de

    jet-g

    roun

    ting

    para

    mel

    hora

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    gio

    do

    poo

    cen

    tral.

  • 56

    Figu

    ra 4

    .2 -

    Prim

    eira

    eta

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    e ex

    ecu

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    o Ta

    nque

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    .

  • 57

    Figu

    ra 4

    .3 -

    Segu

    nda

    fase

    de

    exec

    uo

    do

    Tanq

    ue O

    cen

    ico:

    inst

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    con

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    te.

  • 58

    Figu

    ra 4

    .4 -

    Terc

    eira

    fase

    de

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    -10,

    70 m

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  • 59

    Figu

    ra 4

    .5 -

    Qua

    rta fa

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    fund

    o.

  • 60

    Figu

    ra 4

    .6 -

    Qui

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    fase

    de

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    uo

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    ue O

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    ante

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    ue e

    enc

    him

    ento

    do

    tanq

    ue.

  • 61

    Foto 4.1 - Topo do Bench Mark instalado na rea do Lab Oceano.

    Foto 4.2 - Escavao do painel da parede diafragma com clamshell.

  • 62

    Foto 4.3 - Colocao da armao num painel da parede diafragma.

    Foto 4.4 - Concretagem com tubo tremonha de um painel da parede diafragma.

  • 63

    Foto 4.5 - Topo do painel da parede diafragma concretada.

    Foto 4.6 - Execuo de estaca raiz inclinada.

  • 64

    Foto 4.7 - Topo das estacas raiz inclinadas e escavao

    para execuo dos blocos de coroamento.

    Foto 4.8 - Vigas tirante concretadas.

  • 65

    Foto 4.9 - Compactao com rolo liso do aterro at a cota 0,0 das estruturas

    de escoramento do Tanque Ocenico.

    Foto 4.10 - Vista interna do Tanque Ocenico pouco antes do incio

    da escavao at a cota -10,70 m.

  • 66

    Foto 4.11 - Escavao interna do Tanque Ocenico, acima parte da parede

    do tanque moldada convencionalmente (cota 0,00).

    Foto 4.12 - Vista superior do Tanque Ocenico com a quase finalizao da escavao.

  • 67

    Foto 4.13 - Execuo da estaca raiz de trao para combate

    sub-presso na laje de fundo.

    Foto 4.14 - Vista do concreto magro com a locao das estacas.

  • 68

    Foto 4.15 - "P" da parede diafragma sendo ligado laje de fundo atravs

    das barras de ao de ligao com o adesivo "Compound".

    Foto 4.16 - Incio da primeira etapa de armao da laje de fundo.

  • 69

    Foto 4.17 - Concretagem da primeira etapa de execuo da laje de fundo.

  • 70

    CAPTULO 5

    MODELAGEM DA CONSTRUO DO TANQUE OCENICO

    POR MTODO NUMRICO

    Este captulo, inicialmente, faz uma reviso do Mtodo dos Elementos Finitos

    aplicado Geotecnia. Em seguida, traz a modelagem da percolao da gua junto ao

    Tanque Ocenico, utilizando o programa SEEPW. Finalmente, apresenta a modelagem

    numrica tenso-deformao do Tanque Ocenico mediante duas anlises: elstica

    linear e no-linear, utilizando o programa PROGEO.

    5.1 - MODELO DE ANLISE EM ELEMENTOS FINITOS

    5.1.1 - Introduo

    Os mtodos numricos utilizados em engenharia so: Mtodo das Diferenas

    Finitas (MDF), Mtodo dos Elementos Finitos (MEF) e Mtodos dos Elementos de

    Contorno (MEC). O Mtodo dos Elementos Finitos o mais usado em Geotecnia pela

    facilidade com que pode tratar problemas heterogneos e no lineares (Lopes, 1995).

    Na soluo de um problema pelo MEF divide-se o domnio do problema em

    elementos, que possuem comportamento facilmente definido em funo da sua

    geometria e propriedades. Os elementos so conectados apenas em alguns pontos

    (pontos nodais) atravs dos quais interagem entre si. Com este mtodo, pode-se analisar

    uma geometria complexa e, alm disso, cada elemento pode ter propriedades prprias

    (caso de meios heterogneos). O MEF utilizado em problemas no lineares

    (elasticidade no linear e plasticidade) e dependentes do tempo (viscosidade e

    adensamento) (LOPES, 1995).

    Resoluo de um problema pelo MEF

    Resumidamente, o procedimento para soluo de problemas pelo MEF :

  • 71

    1) diviso do domnio do problema em um nmero finito de elementos ligados entre si

    atravs de "pontos nodais" ou "ns";

    2) a distribuio da varivel a qual se deseja conhecer no interior do elemento

    aproximada por uma funo particular, "funo de interpolao";

    3) a partir da funo de interpolao relaciona-se o valor da varivel nos ns de cada

    elemento, dando como resultado o sistema de equaes do elemento, que pode ser

    representado de forma matricial, com a matriz dos coeficientes denominada "matriz

    de comportamento do elemento";

    4) atravs dos ns associam-se as equaes dos elementos, gerando um sistema global

    de equaes para soluo do problema;

    5) introduo das condies de contorno (valores conhecidos da varivel do problema);

    6) resoluo do sistema de equao global com a obteno dos valores da varivel do

    problema nos ns;

    7) determinao de variveis secundrias por meio de clculo complementar.

    ENTRADA DE DADOS

    MONTAGEM DAS MATRIZES ELEMENTARES

    MONTAGEM DA MATRIZ GLOBAL

    MONTAGEM DO VETOR DE CARGAS

    INTRODUO DAS CONDIES DE CONTORNO

    RESOLUO DO SISTEMA DE EQUAES

    OBTENO DAS VARIVEIS SECUNDRIAS

    Figura 5.1 - Operaes principais realizadas em um programa de MEF (LOPES, 1995).

    5.1.2 - Anlise tenso-deformao pelo MEF

    Para a soluo de um problema tenso-deformao, devem ser satisfeitas duas

    condies: equilbrio das foras (e de suas derivadas, as tenses) e compatibilidade dos

  • 72

    deslocamentos (e de suas derivadas, as deformaes), alm de obedecer as leis tenso-

    deformao. Pelo enfoque variacional, dois princpios devem ser satisfeitos: Princpio

    da Energia Complementar Mnima e Princpio da Energia Potencial Mnima.

    Matriz de Rigidez de um Elemento Finito

    A seguir so mostrados os passos a serem seguidos para determinao da matriz

    de rigidez de um elemento finito para o problema tenso-deformao, em que as

    variveis nodais so os deslocamentos e as foras (LOPES, 1995):

    { }e

    1 {} 2 {} 3 {} 4 { }Fe

    condies cinemticas condies fsicas condies estticas

    em que:

    { }e

    : vetor de deslocamento nodal do elemento

    {}: vetor de deslocamento de um ponto genrico no interior do elemento

    {}: vetor das deformaes no interior do elemento

    {}: vetor das tenses no interior do elemento

    { }Fe

    : vetor de foras nodais do elemento

    O 1o passo relaciona o deslocamento de um ponto qualquer no interior do

    elemento com os deslocamentos nodais por meio de:

    { } [ ]{ }e

    N = (5.1)

    em que [N] a matriz das funes de deslocamento ou de forma.

    No 2o passo, sendo a deformao a derivada dos deslocamentos, tem-se:

    { } [ ]{ }e

    B = (5.2)em que [B] a matriz das primeiras derivadas das funes de deslocamento.

  • 73

    No 3o passo a relao entre tenso e deformao dada por:

    { } [ ]{ } = D (5.3)

    em que [D] a matriz de propriedades do material.

    Ento:

    { } [ ][ ] { } = D Be

    (5.4)

    O 4o passo estabelece uma relao entre as foras externas (ns) e as tenses no

    interior por meio do Teorema dos Trabalhos Virtuais:

    { } { } { } { } * *

    int

    Te e

    v

    TF dv

    trabalho externo trabalho erno

    = (5.5)

    Como

    { } { } [ ] **

    T eT

    TB= (5.6)

    ento,

    { } { } { } [ ] { } e T e e

    v

    TTF B

    * *= dv (5.7)

    { } { } { } [ ] { } e T e e T T

    vF B dv

    * *= (5.8)

    { } [ ] [ ] [ ]{ }F B D B dve T e

    v= (5.9)

    O vetor { }e

    pode ser passado para fora da integral, ficando

    { } [ ] [ ] [ ] { }F B D Be T

    v

    e= dv (5.10)

    ou

    { } [ ] { }F Ke e e

    = (5.11)

    em que [K] a matriz de rigidez do elemento.

  • 74

    Elementos Isoparamtricos

    Quando os problemas apresentam geometria curva, devem ser utilizados

    elementos mapeados, dos quais os mais utilizados so os elementos isoparamtricos

    (visto que elementos triangulares e retangulares no acompanham bem o problema

    proposto).

    O elemento mapeado aquele que num dado sistema de coordenadas apresenta

    forma simples, mas que pode ser transformado (maneado) para uma forma distorcida

    em outro sistema de coordenadas.

    O elemento isoparamtrico utiliza a mesma funo de interpolao (usada para

    representar os deslocamentos no interior do elemento em funo dos deslocamentos

    nodais) para representar a geometria do elemento em funo das coordenadas nodais.

    Existem elementos isoparamtricos unidimensionais (barras), planos (2-D) e slidos (3-

    D). Quanto funo de interpolao, existem a linear, a quadrtica e a cbica.

    A Figura 5.2 tem como sistema de coordenadas locais:

    ax= e

    by= (5.12)

    Figura 5.2 Mapeamento de um elemento (LOPES, 1995)

    (-1,1)

    (-1,-1) (1,-1)

    (1,1)

    y

    x

    b

    a

  • 75

    Como pode ser observado, um elemento de forma distorcida pode ser mapeado

    como um elemento retangular. A funo de interpolao de deslocamento pode ser:

    { }{ }enNNvu ...1=

    (5.13)

    e as coordenadas de um ponto genrico se relacionam com as coordenadas dos ns pelas

    mesmas funes de interpolao:

    { }uv N Nxyn

    e

    =

    1 ... (5.14)

    As funes de forma sero, neste caso, funes de e . Para se obter derivadas

    em relao ao sistema x e y necessrio estabelecer uma relao entre as derivadas dos

    dois sistemas:

    N Nx

    x Ny

    y

    N Nx

    x Ny

    y

    = +

    = + (5.15)

    ou

    [ ]

    N

    N

    x y

    x y

    NxNy

    J

    NxNy

    =

    =

    (5.16)

    em que a matriz [J], chamada Jacobiano, relaciona as derivadas dos dois sistemas.

    Quando [J] for conhecida, as derivadas das funes de interpolao em relao a x e y

    sero obtidas por:

    [ ]

    NxNy

    J

    N

    N

    i

    i

    i

    i

    =

    1 (5.17)

    Para a transformao da regio de integrao utiliza-se

    [ ] ddJdxdy det= (5.18)Assim,

  • 76

    [ ] [ ] [ ][ ] [ ] [ ][ ] [ ]K B D B t B D B Je

    v

    T T= =

    dv d d1

    1

    1

    1det (5.19)

    Isto porque, devido aos elementos serem irregulares, a integrao numrica

    torna-se necessria. Dentre os processos de integrao numrica mais utilizados est o

    de Gauss-Legendre, que para o caso bidimensional :

    f d w w fi j i ij

    n

    j

    n( , ) ( , ) d

    == =1

    1

    111

    1 (5.20)

    Neste processo so adotados pontos no interior do elemento, como mostra a

    Figura 5.3, cujas coordenadas locais (i , i) e fatores de ponderao (wi) esto naTabela 5.1.

    Figura 5.3 Elementos quadrilaterais com a) 22, b) 33 e c) 55

    pontos de integrao (LOPES, 1995)

    5.1.3 - Modelos de Comportamento

    Os modelos estudados podem ser classificados em:

    1) Modelos Lineares ou Modelos Elsticos Lineares

    a) Modelo com Mdulo de Young (E) e Coeficiente de Poisson (), usado nas anlises

    preliminares deste trabalho.

  • 77

    Este modelo baseado na Lei de Hooke para 3 dimenses. No caso de material

    isotrpico os parmetros so:

    1

    1

    =E e

    1

    r= (5.21)

    Tabela 5.1 Valores de coordenadas locais e de fatores de ponderao

    para integrao numrica de Gauss-Legendre (LOPES, 1995)

    b) Modelo octadrico, Mdulo Cisalhante (G) e Mdulo Volumtrico (K)

    A relao tenso deformao

    oct

    oct

    oct

    oct

    KG

    =

    00

    (5.22)

    onde ( )vEG

    vEK

    +=

    =

    1221, (5.23)

    c) Modelo de Lam com GLam, Lam. Neste modelo os parmetros so:

  • 78

    vEGGLam +

    ==1

    2 e ( )vGLam

    Lam 21 = (5.24)

    2) Modelos No-lineares

    Nesta categoria esto os modelos pseudo-elsticos ou elsticos no-lineares e

    os modelos elasto-plsticos. No primeiro grupo esto:

    (a) Modelo Elstico bilinear ou linear com condio limite.

    (b) Modelo Elstico multilinear.

    (c) Modelos que adotam uma funo matemtica para a relao tenso-deformao.

    Este ltimo foi utilizado na anlise definitiva do Tanque Ocenico. Os modelos

    elsticos no-lineares com funo matemtica podem adotar:

    (c1) No-linearidade do Mdulo de Young

    Neste modelo, o Mdulo de Young varia com o nvel de tenso cisalhante e

    com o nvel de tenso confinante. Usa-se com freqncia o Modelo Hiperblico de

    KONDNER (1963) para relacionar o Mdulo de Young com o nvel de tenso

    cisalhante, como pode ser observado na Figura 5.4, por meio da Equao 5.25:

    ( )E Et i ult=

    1 1 31 3

    2

    (5.25)

    em que Et e Ei so, respectivamente, os Mdulos de Elasticidade Tangencial e Inicial.

  • 79

    DUNCAN E CHANG (1970) modificaram a equao acima fazendo com que a

    assntota da hiprbole no coincidisse com o patamar limite da curva tenso-deformao

    (Figura 5.4 c):

    ( )E E Rt i f f=

    1 1 31 3

    2

    (5.26)

    em que Rf a razo entre o patamar da curva (resistncia) e a assntota da hiprbole

    (determinada experimentalmente) (Figura 5.4 b).

    Para a dependncia do nvel de tenso confinante (Figura 5.4 d), DUNCAN E

    CHANG (1970) utilizaram a seguinte equao de JAMBU (1963):

    E K ppi atm atm

    n

    =

    3'

    (5.27)

    em que: 3' a tenso confinante

    K e n so parmetros determinados experimentalmente (Figura 5.4 e)

    patm a presso atmosfrica

    Descarregamento e recarregamento

    Para o caso de descarregamento e recarregamento, DUNCAN E CHANG

    (1970) consideraram o comportamento elstico e adotaram Eur, como o mdulo de

    descarregamento-recarregamento, ao invs de Et (Figura 5.4 c), dado por,

    E Fur ur i= E (5.28)

    em que Fur um fator de descarregamento-recarregamento (prximo de 1,0), uma vez

    que Eur prximo de Ei , ou

    E Kpur ur atm atm

    n

    =

    p

    3'

    (5.29)

  • 80

    em que Kur o fator K da equao de Jambu, porm tirado em descarregamento-

    recarregamento. Assim, possvel introduzir a irreversibilidade de deformaes num

    modelo elstico no-linear.

    Figura 5.4 - Modelos Elsticos No-lineares (LOPES, 1995)

  • 81

    (c2) No Linearidade do Coeficiente de Poisson

    CLOUGH E WOODWARD (1967) propuseram para a no-linearidade do

    Coeficiente de Poisson:

    4

    12

    811

    +

    =B

    E

    v

    t

    t (5.30)

    em que

    ( )( ) 2112EB

    += (5.31)

    KULHAWY, DUNCAN E SEED (1969) utilizaram o Coeficiente de Poisson

    como dependente da tenso confinante, como pode ser observado por meio da Equao

    5.32 e da Figura 5.4 f).

    =

    atm

    i pfg

    '3log

    (5.32)

    em que: g = i a patm (Figura 5.4 g)

    f = decrscimo de i para cada acrscimo de 10 vezes em '3

    e propuseram o Coeficiente de Poisson dependente do nvel de deformao por meio da

    relao hiperblica, Equao 5.33 (Figura 5.4 h).

    ( )

    t

    i

    d=

    1 12 (5.33)

    5.1.4 - Algoritmo Utilizado

    Os principais tipos de algoritmos utilizados numa modelagem em elementos

    finitos so (LOPES, 1995):

  • 82

    1) Incremental

    - Rigidez tangente (ou Euller-Cauchy)

    - 2 (dois) passos por incremento (Runge-Kutta)

    2) Iterativo

    - Rigidez constante

    - Rigidez varivel

    3) Misto ou incremental-iterativo

    O algoritmo incremental divide a carga em parcelas ou incrementos, aplicados

    um de cada vez e os resultados de cada incremento so somados. Aps aplicado cada

    incremento, h modificao da matriz [D] para que haja acompanhamento do modelo.

    O algoritmo iterativo, tambm chamado de algoritmo de "foras ou cargas

    equivalentes", aplica a carga de uma s vez e iteraes so feitas para satisfazer o

    modelo em cada ponto. Nas iteraes so aplicadas foras equivalentes s tenses no

    equilibradas - resduos - decorrentes da violao do modelo. Neste algoritmo o

    processo termina aps o desaparecimento dos resduos a menos de uma tolerncia

    especificada.

    O algoritmo misto aplica a carga em incrementos, fazendo iteraes a cada

    incremento (Figura 5.5).

    Nas anlises realizadas neste trabalho foram utilizados algoritmos

    incrementais, que so de dois tipos:

    (a) Algoritmo Incremental de Rigidez Tangente (ou Euller-Cauchy)

  • 83

    Neste algoritmo as propriedades de deformao para um incremento so tiradas

    pela tangente curva no nvel de tenses existentes no final do incremento anterior

    (Figura 5.6 a).

    Figura 5.5 Principais algoritmos (LOPES, 1995)

    (b) Runge-Kutta de 2a ordem (2 passos)

    Neste tipo de algoritmo incremental, tm-se as seguintes operaes:

    (i) o incremento de carga aplicado com as propriedades tiradas da reta tangente

    curva no nvel de tenses ao final do incremento anterior, obten