Roberto Lobato

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REGIÃO: TRADIÇÃO GEOGRÁFICA Roberto Lobato Corrêa

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REGIÃO: TRADIÇÃO GEOGRÁFICARoberto Lobato Corrêa

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O termo região deriva do latim “regio” que refere-se a unidade político territorial em que se dividia o Império Romano;

O termo passou a designar uma porção da superfície terrestre que era diferente de uma outra;

Para os geógrafos é um conceito chave e tem sido empregado para por todos os cientistas sociais, além de ser uma linguagem do homem comum;

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I-TRADIÇÃO E PLURALISMO

O conceito de região tem se constituído em um dos conceitos chaves para a Geografia

Desde o final do século XIX quando a Geografia é institucionalizada como disciplina até os anos de 1970, três grande concepções de região foram estabelecidas;

A primeira está relacionada a “região natural”, conceito adotado pelos geógrafos físicos (1870-1920);

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A região natural é concebida como uma porção da superfície terrestre identificada por uma específica combinação de elementos da natureza como clima, relevo e vegetação (áreas de Cerrado e Floresta Equatorial);

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A segunda visão enfatiza a paisagem cultural (região paisagem), sendo entendida como resultado do processo de transformação da paisagem natural em social;

O arranjos dos campos, os sistemas agrícolas, os dialetos, os costumes constituem um conjunto cultural chamado de gênero de vida;

O período que se estende de 1920 a 1950 caracterizou-se, na História do pensamento geográfico, pela importância assumida pelo conceito “região-paisagem”

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A terceira visão (região como processo intelectual) surgiu na década de 1950 que foi influenciada pela escola quantitativa;

Nessa caso, a região é considerada a partir de dados específicos, sendo possível identificar regiões industriais, populacionais, climáticas, etc.;

Nessa visão poderia tantos tipos de regiões quantos forem os propósitos do pesquisador;

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Os procedimentos operacionais nesse caso são a estatística descritiva, as medidas de variabilidade, a análise fatorial e a análise de agrupamento;

Essa visão predominou nos anos de 1950, 1960 e 1970;

A vinculação entre essas numerosas regionalizações e o sistema de planejamento regional era muito nítida nos de 1960 e 1970;

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A partir de 1970, a Geografia crítica estabelece o conceito de região a partir do marxismo;

Ao mesmo tempo, o conceito de região despertou o interesse dos não-geógrafos;

Por isso novos conceitos de região são reproduzidos pelos geógrafos e não geógrafos;

Segundo Anne Gilbert três conceitos de região foram desenvolvidos após 1970:

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1) Visão Marxista (Geografia crítica)Refere-se á região como resultado dos

processos capitalistas numa organização do espacial dos processos econômicos e sociais (geografia crítica);

Nesse tipo de região entra o conceito de:1) Divisão regional e internacional do trabalho;2) Formação Sócio-espacial O livro “Por uma Geografia Nova” (Milton

Santos) foi a obra mais importante dessa corrente

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2) Visão cultural (Geografia humanista ou cultural)

Refere-se a região como foco de identificação entre um grupo humano e seus lugares particulares (relações culturais);

Duas têm sido as fontes dessa abordagem, uma é a da Geografia humanista que considera a região como um espaço vivido e a outra é a Geografia cultural renovada cuja origem remonta os estudos sobre paisagem cultural

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3) Visão Política (Geografia Política) Refere-se a visão política de região com base

na idéia de que uma dominação e poder constituem-se em fatores fundamentais para a diferenciação de áreas;

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II RAZÕES DO PLURALISMO

Os conceitos de região surgidos nos anos de 1970 tem em comum o fato de estarem ligados a idéia de diferenciação de áreas, não levando em consideração o fato de que o mundo está cada vez mais homogêneo;

A História de cada porção da superfície terrestre não é mais autônoma, mas depende em maior ou menor grau, de processos gerais;

A Globalização torna mais complexa ainda a fragmentação da superfície terrestre;

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A divisão territorial do trabalho atual é caracterizada por especializações produtivas;

A economia mundial e a globalização não geraram a homogeneização global, mas retificaram as diferenças que já existiam;

A fragmentação articulada que caracteriza a globalização é mais complexa, implicando na afirmação de múltiplos mosaicos que se acham superpostos;

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Hoje existem diferentes redes recobrindo a superfície terrestre, redes que são planejadas e espontâneas, formais e informais, materiais e imateriais;

As mudanças na organização espacial que a economia mundial provocou e que foi acelerada pela globalização econômica foram de um modo ou de outro percebidas pelos geógrafos

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III REGIÃO E A CATEGORIA DA PARTICULARIDADE

A diferenciação de áreas, resultante dos processos sociais e naturais é uma das razões de ser da Geografia, constitui-se a base do que pode ser considerada uma região;

Para o autor, a diferenciação de áreas não se associa a idéia de singularidade e sim particularidade (relação entre o global e o singular);

A particularidade é,no plano espacial, a região (resulta da ação dos processos globais e as características herdadas de um local);

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Com a globalização o caráter particular da região não é mais dotada de autonomia, sendo que, as múltiplas possibilidades de recortar a superfície terrestre tornam a categoria particularidade mais relevante;