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------------ ---- este fato ser interpretado como o desenvolvimento de processos de trocas químicas incipientes (restrito grau de contaminação do material básico pelo magma ácido). As feições de campo e petrográficas observadas sugerem que os magmas se T~TYn\!jiv~m sob condres contrastantes de temreratura e comrOSfO. As trocas termais são mais rápidas do que as trocas mecânicas ou químicas, este fato somado aos diferentes estágios de cristalização em que se encontravam os magmas, provavelmente promoveram o congelamento do sistema, não permitindo um avanço nas trocas químicas e a evolução do processo para uma situação de magma mixing. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. BARBARIN, B. 1988. Field evidence for successive mixing and mingling between the Piolard Diorite and the Saint-Julien-Ia-Vêtre monzogranite (Nord-Forez, Massif-Central, France). Can J. Earth Sei., 25: 49-59. BARBARIN, B. & Didier, J. 1992. Genesis and evolution of mafic microgranular enclaves through various types of interaction between coexisting felsic and mafic magmas. Transactions of the Royal Society of Edinburgh: Earth Sciences, 83, 145-153. HIBBARD, M. J. 1995. Petrography to Petrogenesis. Prentice Ha/l Ed, 587p. MEDEIROS, S.R. 1993. Geologia, petrologia e geoquímica do Complexo Intrusivo de Várzea Alegre, ES. Tese de Mestrado, IGEO/UFRJ, 143p. WIEDWMANN,C.M., Medeiros, S. R., Mendes, J.C. 1994. Diversidade geoquímica do polidiapirismo tardi-brasiliano no Cinturão Móvel Atlântico - Exemplo do Complexo Intrusivo de Várzea Alegre - Es. In: Cong. Bras. Geol., 38. Balneário Camburiu,SC, 1994. Boletim de Resumos Expandidos...SBG. Vol.!, p.129-131. ROCHAS DE AFINIDADES ALNOíTICAS E SíLICO-CARBONATíTICAS PERIFÉRICAS AO MACiÇO ALCALINO DE POÇOS DE CALDAS (MG-SP) Silvio RF Vlach, Mabel NC Ulbrich, Horstpeter HGJ Ulbrich & Guilherme AR Gualda1 Departamento de Mineralogia e Pelrologia, IG-USP, (1) PIBIC-CNPq E-mail: [email protected] Rochas ultramáficas lamprofíricas e sílico-carbonatíticas afloram perto do limite seten- trional do maciço alcalino Poços de Caldas. São intrusivas em quartzo mangeritos neoproterozóicos leucocráticos intensamente deformados e foram encontradas nas pare- des S e SW da frente de lavra exposta em Março-Abril de 1996 da pedreira Minaspedra. As ocorrências têm dimensôes reduzidas e incluem um dique principal (direção 5-100 NE, mergulho 45-580 W, espessura ca. 1,80-2,00 m), um dique menor (irregular, direção 128 PETROLOGIA

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este fato ser interpretado como o desenvolvimento de processos de trocas químicasincipientes (restrito grau de contaminação do material básico pelo magma ácido).

As feições de campo e petrográficas observadas sugerem que os magmas se

T~TYn\!jiv~msob

condrescontrastantes de temreratura e

comrOSfO.As trocas

termais são mais rápidas do que as trocas mecânicas ou químicas, este fato somado aosdiferentes estágios de cristalização em que se encontravam os magmas, provavelmentepromoveram o congelamento do sistema, não permitindo um avanço nas trocas químicase a evolução do processo para uma situação de magma mixing.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

BARBARIN, B. 1988. Field evidence for successive mixing and mingling between the Piolard Diorite and theSaint-Julien-Ia-Vêtre monzogranite (Nord-Forez, Massif-Central, France). Can J. Earth Sei., 25: 49-59.

BARBARIN, B. & Didier, J. 1992. Genesis and evolution of mafic microgranular enclaves through various typesof interaction between coexisting felsic and mafic magmas. Transactions of the Royal Society of Edinburgh:Earth Sciences, 83, 145-153.

HIBBARD, M. J. 1995. Petrography to Petrogenesis. Prentice Ha/l Ed, 587p.

MEDEIROS, S.R. 1993. Geologia, petrologia e geoquímica do Complexo Intrusivo de Várzea Alegre, ES. Tesede Mestrado,

IGEO/UFRJ, 143p.

WIEDWMANN,C.M., Medeiros, S. R., Mendes, J.C. 1994. Diversidade geoquímica do polidiapirismotardi-brasiliano no Cinturão Móvel Atlântico - Exemplo do Complexo Intrusivo de Várzea Alegre - Es. In:Cong. Bras. Geol., 38. Balneário Camburiu,SC, 1994. Boletim de Resumos Expandidos...SBG. Vol.!,p.129-131.

ROCHAS DE AFINIDADES ALNOíTICAS ESíLICO-CARBONATíTICAS PERIFÉRICAS AO MACiÇO

ALCALINO DE POÇOS DE CALDAS (MG-SP)

Silvio RF Vlach, Mabel NC Ulbrich, Horstpeter HGJ Ulbrich & Guilherme AR Gualda1Departamento de Mineralogia e Pelrologia, IG-USP, (1) PIBIC-CNPq

E-mail: [email protected]

Rochas ultramáficas lamprofíricas e sílico-carbonatíticas afloram perto do limite seten-trional do maciço alcalino Poços de Caldas. São intrusivas em quartzo mangeritosneoproterozóicos leucocráticos intensamente deformados e foram encontradas nas pare-des S e SW da frente de lavra exposta em Março-Abril de 1996 da pedreira Minaspedra.As ocorrências têm dimensôes reduzidas e incluem um dique principal (direção 5-100 NE,mergulho 45-580 W, espessura ca. 1,80-2,00 m), um dique menor (irregular, direção

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variável, da ordem de 45-500 NW no mesmo nível do dique principal, mergulho 80-850SW, espessura ca. 0,60 m), e uma zona de brecha (com limites irregulares a subverticaise espessura aparente de ca. 12-15 m). Veios carbonatíticos (um irregular, direção NE 900,mergulho 650 S, com até 10 cm de espessura e diversos menores e menos espessos)com associações minerais variadas (e.g., calcita, calcita+fluorita, calcita+magnetita+flo-gopita+apatita) cortam as rochas lamprofíricas e as suas encaixantes. A situação geológicae as características petrográficas sugerem idades comparáveis com ocorrências hipoabis-sais ultramáficas do interior do maciço (ca. 76 Ma; e.g., Shea, 1992).

As rochas ultramáficas reúnem quatro facies principais. Duas delas são típicos lam-prófiros ultramáficos (Rock, 1991), ricos em micas (1-2 mm). A primeira, laminada,ocorre nas zonas de contato dos diques com as encaixantes; tem estrutura orientada,marcada por finas bandas carbonatíticas anostomosadas, persistentes, de espessuramilimétrica (ou mais fina), intercaladas com bandas micáceas, mais espessas. A segunda,que aparece geralmente na parte interna dos diques, mostra estrutura mosqueada dadapor ocelos carbonatíticos e macrocristais geralmente pseudomorfoseados, de dimensõesmilimétricas, imersos em matriz escura rica em mica. A terceira variedade, maciça, temgranulação fina, macrocristais de mica (até 10 mm) com contornos arredondados sãoraros; segregações e venulações carbonatíticas são comuns. A última variedade é abrecha ignea, com fragmentos milimétricos a decimétricos da encaixante mangerítica,evidenciando diversos graus de reação; a matriz ora é a facies lamprofírica, ora a variedademais fina, ambas variavelmente contaminadas.

As bandas escuras da facies laminada estão compostas por flogopita (50% vol.),calcita «10%) e relictos de egirina (5%); apatita, espinélios, ilmenita, pirita e titanita sãoacessórios. A textura é porfirítica, com megacristais de mica (até 2 mm, 10%) com núcleosflogopíticos muito pleocróicos (laranja a marrom-avermelhado) e bordas e veios detetra-ferriflogopita (amarelo-alaranjada com pleocroísmo invertido). Na matriz ocorremdiminutas flogopitas pouco pleocróicas (amarelo-laranja ou amarelo esverdeado), idiomór-ficas, associadas com calcita. Os cristais maiores de calcita englobam flogopitas e apatitasidiomórficas. A egirina forma grãos incolores, límpidos, intercrescidos/manteados por pirita,e também cristais mais sujos, manteados por egirina verde clara límpida. Pseudomorfos(clinopiroxênio?) com ca lcita , mica, opacos e egirina, rodeados por flogopita laminar sãoraros. Nas bandas carbonatíticas ocorrem mosaicos de calcita, titanita idiomórfica,espinélio e alguma pirita.

Nas facies mosqueadas, os macrocristais reliquiares correspondem a Ti-salita. Osmacropseudomorfos são de dois tipos: uns mostram micas de pleocroismo esverdeado ealguma calcita e representam substituição total da salita; outros, têm contorno típico deolivina e apresentam prismas de clinopiroxênio cálcico incolor a esverdeado em massa deanfibólios incolores, com alguns opacos, micas e calcita. Os ocelos são mosaicos de calcitacontendo titanita, melanita e mica verde-amarela, mais concentradas nas bordas. Namatriz, os grãos maiores de mica têm núcleos pleocróicos marrons e bordas esverdeadas.Intersticialmente, aparecem granadas melaníticas zonadas (núcleos marrons, bordasamareladas), em parte associadas com micas menores e calcita, em parte com agregados

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de titanita, perovskita e minerais opacos, ou com apatita e espinélios. São observadostambém raros veios finos e segregações com calcita e alguma f1uorita.

A variedade maciça contém fenocristais de perovskita « 0,2 mm, %) e pseudomorfos

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fina com textura orientada. A perovskita, zonada (núcleos violeta, bordas amarelo-acas-tanhadas); por vezes está total ou parcialmente substituída por agregados de leucoxênioe carbonatos. Os pseudomorfos tabulares são formados por agregados incolores deminerais não identificados, com disposição parecida à peg structure, sugerindo substi-tuição de melilita. A matriz, rica em calcita (20-50%), está composta por pseudomorfosprismáticos alongados contendo material pulverulento e opacos, nos quais sâo encontra-dos alguns relictos de clinopiroxênio verde claro; estes pseudomorfos são ocasionalmentemanteados por agregados de opacos e melanita. Nesta matriz, a calcita ocorre como grãosmaiores poiquilíticos, associada a mica esverdeada diminuta, a agregados de melanita, àapatita acicular-prismática e ou a diopsídio. Nas áreas mais ricas em calcita e nassegregações, a calcita ocorre junto a grãos maiores de micas, clinopiroxênio, melanita,titanita e apatita.

Lamprófiros ultramáficos, em parte similares aos descritos, ocorrem na Mina OsamuUtsumi, Poços de Caldas, e representam provavelmente as derradeiras manifestaçõesmagmáticas no distrito, e.g., Ulbrich & Ulbrich (1992). Schorscher et el. (1991) atribuiramafinidades lamproíticas para estas ocorrências. A associação íntima entre rochas ultramáfi-cas alnoíticas e magmatismo carbonatítico, tal como se apresenta na ocorrência oradescrita, é bem conhecida na literatura (e.g., Rock, 1991) e abre novas perspectivas parao estudo de magmatismo carbonatítico em Poços de Caldas. Rochas carbonatíticas nãosão conhecidas até o presente no interior do maciço, mas sua existência já foi invocadapara explicar a origem dos diques de magnetita e das anomalias muito marcadas de Th eETR encontradas na região do Morro do Ferro (e.g., Shea, 1992).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROCK, N.M.S. 1991. Lamprophyres. London. Blackie. 285 p.

SCHORSCHER, H.D.; Garda, G.M.; Shea ME & Waber, N. 1991. Lamprophyre dikes from the Utsumi UraniumMine, Poços de Caldas (MG), Brazil. In: Teixeira, w.; Emesto, M. & Oliveira E.P. (Comp.), INT. SYMP. ONMAFIC DIKES, São Paulo, 1991. Extended Abstracts...São Paulo, p. 116-124.

SHEA,.ME 1992. Isotopic characterization of se/ected nephe/ine syenites and phonolites from the Poços deCaldas alkaline complex, Minas Gerais, Brazil. Joumal of Geochemical Exploration, 45: 173-214.

ULBRICH, H.H. & UIbrich, M.N.C. 1992. O maciço alcalino de Poços de Caldas, MG-SP: caracteristicaspetrográficas e estruturais. In: CONGR. BRAS. GEOL., 37. São Paulo, 1992. Roteiro de Excursão...SãoPaulo, SBG. 64 p.

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