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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA DO PEGUILADO DE ALBUMINA HUMANA Rodrigo Albuquerque da Costa Recife 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA DO

PEGUILADO DE ALBUMINA HUMANA

Rodrigo Albuquerque da Costa

Recife

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA DO

PEGUILADO DE ALBUMINA HUMANA

Rodrigo Albuquerque da Costa

Recife

2010

Dissertação submetida ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Farmacêuticas do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Pernambuco, como requisito parcial para obtenção

do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas na

Área de Concentração: Produção e Controle de

Qualidade de Medicamentos.

Orientador: Prof. Dr. Rui Oliveira Macedo

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Costa, Rodrigo Albuquerque da

Desenvolvimento e caracterização térmica do peguilado de albumina humana / Rodrigo Albuquerque da Costa. – Recife: O Autor, 2010.

79folhas: il., fig., tab.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Ciências Farmacêuticas, 2010.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Peguilação. 2. Análise térmica. 3. Estabilidade. 4. Caracterização. 5. Albumina humana. I. Título.

615.074 CDU (2.ed.) UFPE

615.19

CDD (20.ed.) CCS2010-124

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA

DO PEGUILADO DE ALBUMINA HUMANA

BANCA EXAMINADORA:

Membros Internos Titulares

Prof. Dr. Rui Oliveira Macêdo – UFPB

Profª. Drª. Beate Saegesser Santos – UFPE

Membro Externo Titular

Prof. Dr. Celso Amorim Camara – UFRPE

Membros Suplentes

Prof. Dr. Pedro José Rolim Neto – UFPE

Prof. Dr. Fábio Santos Souza – UFPB

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

REITOR

Prof. Dr. Amaro Henrique Pessoa Lins

VICE-REITOR

Prof. Dr. Gilson Edmar Gonçalves e Silva

PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Prof. Dr. José Thadeu Pinheiro

VICE-DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Prof. Dr. Márcio Antônio de Andrade Coelho Gueiros

CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Prof. Dr. Dalci José Brondani

VICE-CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Prof. Antonio Rodolfo de Faria

COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

Prof. Dr. Pedro José Rolim Neto

VICE-COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Profª. Drª. Beate Saegesser Santos

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DEDICATÓRIA

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dedicatória

Aos meus pais Geraldo Xavier e Lourdes Albuquerque, ao meu Irmão Zé Ricardo e a

minha inspiração Daniela Fernandes. A vocês, com muito amor.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Geraldo e Lourdes, pelo amor, carinho e dedicação depositados a mim

no decorrer da minha existência, minha fonte de energia, de inspiração para tudo o que

faço e pelo exemplo de vida e por terem me ensinado que as conquistas na vida só são

alcançadas por meio de muita fé, luta e honestidade.

Ao meu irmão Zé Ricardo pelas injeções de ânimo, quando pareciam que as coisas não

tinham mais jeito e por ser parte do que eu sou e junto com nossos pais configurarem

meu porto seguro.

A todos os meus familiares e amigos agradeço a força e as vibrações positivas para o

meu sucesso profissional, em especial aos tios José e Yzete partes integrantes e

essenciais da minha vida educacional e moral. Ao primo Yardan pelo carisma e espelho

de felicidade. Agradecimento especial aos tios Jayme, Clotilde, e Severina.

Agradecimento especial aos mais novos e abençoados amigos Angélica, D. Luisa e Léa.

Ao orientador, Prof. Dr. Fábio de Souza, pela orientação competente e pela amizade

demonstrada em cada ensinamento e conselho durante esta caminhada.

Ao meu amor, Daniela Fernandes Hermínio, luz da minha vida, pela cumplicidade,

amor e carinho incondicionais. Alguém que admiro e amo simplesmente por ela ser

quem ela é.

Aos meus colegas de laboratório que não mediram esforços em ajudar-me em especial a

Valdilanio pelo apoio, ensino e incentivo.

À Universidade Federal de Pernambuco

À Universidade Federal Rural de Pernambuco

À Universidade Federal da Paraíba

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A todos os professores do Mestrado, pelos ensinamentos.

Aos colegas de curso, companheiros e amigos, em especial ao amigo e colega de

graduação Augusto Souto, presentes nos momentos alegres e difíceis. Aos amigos do

L.T.F( muitas recordações alegres).

Ao meu orientador Rui Oliveira Macêdo, que além de brilhantemente conduzir o

trabalho, sempre esteve à disposição em todos os momentos. Muito obrigado!

À família Fernandes Hermínio que, desde o primeiro momento, me deu todo o apoio,

colaboração e carinho, me acompanhando cada dia, durante estes anos.

À batalhadora professora Tânia Maria Sarmento da Silva pela amizade e colaboração

com informações que auxiliaram na concretização deste estudo.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas de Pernambuco.

Ao CAPES pela bolsa fornecida durante o mestrado.

Agradecimento especial ao Prof. Dr. Celso de Amorim Câmara, pelo profissionalismo,

dedicação dada ao trabalho, compreensão e paciência no decorrer do projeto. Obrigado,

Celso, do fundo do meu coração! Muito obrigado!

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RESUMO

A instabilidade relacionada às proteínas, tanto estruturalmente quanto quimicamente,

compromete a sua utilização em formulações como um agente terapêutico, isto se deve

a um curto tempo de vida quando são submetidas a um estresse químico ou físico. Para

melhorar a estabilidade de fármacos de origem protéica foi desenvolvida uma

modificação química em aminoácidos e proteínas denominada peguilação. A

caracterização termoanalítica de proteínas bioativas e seus produtos peguilados tem

aplicação limitada na indústria farmacêutica em comparação com outras técnicas

analíticas. O presente trabalho realizou estudos de caracterização térmica da forma

natural e modificada por peguilação da albumina humana sérica (HSA). As técnicas

térmicas envolvidas foram: Termogravimetria (TG), calorimetria exploratória

diferencial (DSC) e calorimetria exploratória diferencial fotovisual (DSC fotovisual).

Os estudos termogravimétricos dinâmicos comprovaram que as formas peguiladas da

albumina humana sérica apresentaram uma melhor estabilidade térmica nas razões de

aquecimento de 10 oC/min, 20

oC/min, 40

oC/min. As curvas calorimétricas obtidas na

razão de aquecimento de 10 oC/min mostraram diferenças entre os produtos peguilados

e não peguilados em relação aos eventos endotérmicos e exotérmicos. A preparação da

albumina humana peguilada (HSA-PEG) (82-85% de rendimento) ocorreu através de

uma reação de substituição nucleofílica. A reação ocorre a partir do

metoxipolietilenoglicol Propionaldeído (75% rendimento) e o grupo alfa-amino do

aminoácido livre da HSA em meio ácido com o agente redutor hidreto de metal

complexo. Os intermediários peguilados foram caracterizados através de RMN1H e

RMN13

C.

Palavras-chave: Peguilação, análise térmica, estabilidade, caracterização, albumina

humana.

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ABSTRACT

The instability related protein, both structurally and chemically, compromises its use in

formulations as a therapeutic agent, this is due to a short life when subjected to a

chemical or physical stress. To improve the stability of protein drugs of origin was

developed a chemical modification of amino acids and proteins called

pegylation. Thermoanalytical characterization of bioactive proteins and their products

pegylated has limited application in the pharmaceutical industry compared with other

analytical techniques. The present work studies the thermal characterization of natural

and modified by pegylation of human serum albumin (HSA). The thermal techniques

were involved: Thermogravimetry (TG), differential scanning calorimetry (DSC) and

fotovisual differential scanning calorimetry (DSC fotovisual). Thermogravimetries

dynamic studies have shown that pegylated forms of human serum albumin showed

better thermal stability in the grounds of heating 10°C/min, 20°C/min,

40°C/min. Calorimetric curves obtained at a heating rate of 10ºC/min showed

differences between the products pegylated and non pegylated compared to endothermic

and exothermic events. The preparation of human albumin pegylated (HSA-PEG) (82-

85% yield) occurred through a nucleophilic substitution reaction. The reaction occurs

from the methoxypolyethylene Propionaldehyde (75% yield) and the alpha amino group

of amino acid free HSA in acid with the reducing agent metal hydride complex.

Intermediaries pegylated were characterized by RMN1H and RMN

13C.

Keywords: pegylation, thermal analysis, stability, characterization, human albumin.

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ABREVIATURAS E SIGLAS

PEG – polietilenoglicol

PEGs – polietilenoglicóis

mPEG – metoxipolietilenoglicol

mPEG-ALD – metoxipolietilenoglicol propionaldeído

t-BuOK – tert-butóxido de potássio

HSA-PEG – albumina sérica humana peguilada

HSA – albumina sérica humana

SBA – albumina sérica bovina

HSA-Liof – albumina humana sérica liofilizada

HSA-n1 – albumina humana peguilada com 5M do aldeído peguilado

HSA-n2 – albumina sérica humana peguilada com 10M do aldeído peguilado

DSC – Calorimetria exploratória diferencial

TG – Termogravimetria

DTA – Análise térmica diferencial

DNPH – 2,4 dinitrofenilhidrazina

CHCl3 – clorofórmio

MeOH – metanol

CDCl3 – clorofórmio deuterado

RMN1H – Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio-1

RMN13

C – Ressonância Magnética Nuclear de Carbono-13

KDa – Quilo-Dalton

US FDA – United States Food and Drug Administration

ΔH – Variação de entalpia

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 1. Polietilenoglicol (1) e alguns derivados peguilados ativos (2), (3) e (4) para a

síntese com biomoléculas protéicas.------------------------------------------------------------27

Figura 2. Figura ilustrativa de um modelo para o mecanismo pelo qual o PEG fornece

proteção proteolíticas. (A): acoplamento de uma protease do plasma (azul claro) em

uma molécula peguilada (azul escuro) é prejudicado pelo impedimento estérico do

domínio PEG (amarelo, com círculos brancos). O domínio PEG móvel gera diferentes

configurações que reduzem a probabilidade de uma colisão favorável levando a

interação enzima-substrato e clivagem da proteína. (B): Para a molécula-alvo (receptor)

(rosa), a maior afinidade da interação conduz o equilíbrio para aumentar a probabilidade

de uma interação produtiva e, portanto, mais configurações são possíveis para conseguir

uma eficácia biológica (FISHBURN, 2007)--------------------------------------------------30

CAPÍTULO III – ARTIGO 1: obtenção e Caracterização Térmica de Peguilados de Albumina Humana

Figura 1. Reação de obtenção do acetal (4) a partir do metoxipolietilenoglicol (1), t-

BuOK, 2-(2-Bromoetil)-1,3-dioxalano e do catalisador iodeto de potássio.--------------52

Figura 2. Mecanismo de reação de formação do alcóxido (2) e substituição do Br pelo I,

na molécula do 2-(2-bromoetil)-1,3-dioxalano (3) com formação do acetal (4).---------53

Figura 3. Reação de hidrólise ácida do acetal (4) originando o metoxipolietilenoglicol

propionaldeído (5) sob leve aquecimento (30-40oC).----------------------------------------54

Figura 4. Reação de peguilação da HSA em meio ácido com o agente redutor hidreto de

metal complexo.-----------------------------------------------------------------------------------54

Figura 5. Mecanismo de reação da albumina humana peguilada (HSA-PEG) (7) a partir

do metoxipolietilenoglicol propionaldeído (5) e HSA (6).----------------------------------55

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Figura 6. Curvas dinâmicas termogravimétricas (TGA 50H) obtidas na razão de

aquecimento de 10, 20 e 40 ºC min-1

sob fluxo de ar sintético de 20 mL.min-1

, usando

uma atmosfera de nitrogênio na razão de 50 mL.min-1

para a amostra de albumina

humana sérica (HSA)(1), albumina humana sérica liofilizada (HSA-Liof)(2), albumina

humana peguilada com 5 mM do aldeído peguilado (HSA-n1)(3) e albumina sérica

humana peguilada com 10 mM do aldeído peguilado (HSA-n2)(4).-----------------------57

Figura 7. Curvas DSC -50, obtidas na razão de 10 ºC min-1

e sob atmosfera dinâmica de

nitrogênio (50 mL.min-1) para as amostra de albumina humana sérica (HSA) (6),

albumina humana sérica liofilizada (HSA-Liof) (7), albumina humana peguilada com 5

mM do aldeído peguilado (HSA-n1) (5) e albumina sérica humana peguilada com 10

mM do aldeído peguilado (HSA-n2) (4). Os círculos representam os picos exotérmicos.-

-------------------------------------------------------------------------------------------------------58

Figura 8. Fotos da HSA, HSA-n1 e HSA-n2 através do processo calorimétrico por DSC

fotovisual, obtidos do sistema fotovisual, modelo VCC-520, constituído de microscópio

Olympus conectado a uma câmera Sanyo acoplada ao DSC-50, usando uma atmosfera

de nitrogênio, fluxo de ar de 50 mL.min-1

com razão de aquecimento de 10 oC/min até a

temperatura de 400oC/min.----------------------------------------------------------------------60

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Tabela 1. Principais derivados de PEGs e suas aplicações durante o desenvolvimento da

peguilação ao longo dos anos.-------------------------------------------------------------------26

Tabela 2. Proteínas peguiladas disponíveis no mercado ou em fases de testes clínicos

(PARVEEN, 2006).-------------------------------------------------------------------------------29

CAPÍTULO II – PATENTE: Desenvolvimento de Processo de Obtenção de Peguilado de Albumina Humana (HSA)

Tabela 1. Deslocamentos de RMN1H (200 MHz, =ppm, CDCl3) e RMN

13C (50 MHz,

=ppm, CDCl3) dos produtos peguilados.-----------------------------------------------------45

CAPÍTULO III – ARTIGO: obtenção e Caracterização Térmica de Peguilados de Albumina Humana

Tabela 1. Proteínas peguiladas disponíveis no mercado ou em fases de testes clínicos

(PARVEEN, 2006).------------------------------------------------------------------------------49

Tabela 2. Deslocamentos de RMN1H (200 MHz, =ppm, CDCl3) e RMN

13C (50 MHz,

=ppm, CDCl3) dos produtos peguilados.-----------------------------------------------------55

Tabela 3. Temperatura média e ΔH médio das bandas endotérmicas das curvas DSC -

50, obtidas na razão de 10 ºC min-1

e sob atmosfera dinâmica de nitrogênio (50 mL min-

1) para as amostra de albumina humana sérica (HSA), albumina humana sérica

liofilizada (HSA-Liof), albumina humana peguilada com 5 mM do aldeído peguilado

(HSA-n1) e albumina sérica humana peguilada com 10 mM do aldeído peguilado

(HSA-n2).------------------------------------------------------------------------------------------59

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sUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------- 18

2. OBJETIVOS------------------------------------------------------------------- 21

2.1. Objetivo geral ---------------------------------------------------------------- 21

2.2. Objetivos específicos ------------------------------------------------------- 21

CAPÍTULO I – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3. Revisão bibliográfica---------------------------------------------------------- 23

3.1. Albumina sérica humana -------------------------------------------------- 23

3.1.1. Aspectos gerais------------------------------------------------------------ 23

3.1.2. Funções fisiológicas da albumina--------------------------------------- 23

3.1.2.1. Pressão Osmótica Coloidal--------------------------------------------- 23

3.1.2.2. Associação de ligantes-------------------------------------------------- 24

3.1.2.3. Efeitos Antioxidantes--------------------------------------------------- 24

3.2. Peguilação-------------------------------------------------------------------- 25

3.2.1. Utilização de compostos de natureza protéica------------------------- 25

3.2.2. Desenvolvimento da Peguilação----------------------------------------- 25

3.2.3. Química da peguilação---------------------------------------------------- 27

3.2.4. Propriedades farmacológicas de produtos peguilados---------------- 28

3.2.4.1. Prolongamento do tempo de meia vida------------------------------- 29

3.3. Análise térmica--------------------------------------------------------------- 30

3.3.1. Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)-------------------------- 32

3.3.2. DSC Acoplado a um Sistema Fotovisual------------------------------- 34

3.3.3. Análise térmica diferencial (DTA)-------------------------------------- 34

3.3.4. Termogravimetria (TG)--------------------------------------------------- 35

3.3.4.1. Classificação------------------------------------------------------------- 36

3.3.4.2. Aplicações---------------------------------------------------------------- 37

CAPÍTULO II

Patente: Desenvolvimento de Processo de Obtenção de Peguilado de Albumina

Humana (HSA)

1. Estado da arte------------------------------------------------------------------- 39

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xv

2. Descrição do evento----------------------------------------------------------- 40

3. Detalhes do procedimento experimental químico------------------------- 40

3.1. Preparação do metoxipolietilenoglicol propionaldeído----------------- 41

3.2. Preparação da albumina humana peguilada------------------------------ 41

4. Referências---------------------------------------------------------------------- 42

5. Reivindicações----------------------------------------------------------------- 44

6. Resumo-------------------------------------------------------------------------- 46

CAPÍTULO III

ARTIGO I: Obtenção e Caracterização Térmica de Peguilados de Albumina

Humana

Resumo ---------------------------------------------------------------------------- 48

1. Introdução ---------------------------------------------------------------------- 48

2. Experimental ------------------------------------------------------------------- 49

2.1. Materiais e Métodos--------------------------------------------------------- 49

2.1.1. Obtenção dos Peguilados------------------------------------------------- 49

2.1.1.1. Preparação do metoxipolietilenoglicol propionaldeído------------ 50

2.1.1.2. Preparação da albumina humana peguilada-------------------------- 51

2.1.2. Estudos Térmicos---------------------------------------------------------- 51

3. Resultados e discussões ------------------------------------------------------ 52

3.1. Obtenção dos Peguilados--------------------------------------------------- 52

3.2. Caracterização Térmica----------------------------------------------------- 56

4. Conclusões---------------------------------------------------------------------- 60

5. Referências --------------------------------------------------------------------- 61

4. CONCLUSÕES--------------------------------------------------------------- 64

PERSPECTIVAS---------------------------------------------------------------- 66

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------- 69

ANEXO I--------------------------------------------------------------------------- 75

ANEXO II-------------------------------------------------------------------------- 76

ANEXO III------------------------------------------------------------------------- 77

ANEXO IV------------------------------------------------------------------------ 78

ANEXO V------------------------------------------------------------------------- 79

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INTRODUÇÃO

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18

1. INTRODUÇÃO

O termo peguilação descreve uma modificação em moléculas biológicas por

uma conjugação covalente com polietilenoglicol (PEG), um polímero não tóxico e não

imunogênico (VERONESE, 2008). As razões para a peguilação de peptídeos e proteínas

são numerosas e incluem diminuição da imunogenecidade e da degradação por enzimas

do trato digestório e do plasma. A conjugação também aumenta o tamanho da estrutura

do polipeptídeo, deste modo reduzirá a filtração renal com conseqüente aumento no

tempo de meia vida do fármaco (FISHBURN, 2007).

Um importante aspecto da peguilação é a incorporação de vários derivados

peguilados, mais reativos que o PEG, em compostos de natureza protéica. Esses

derivados reagem com maior eficácia através de ligações específicas (ROBERTS,

2002). A peguilação deve ocorrer em resíduos específicos da proteína para que exerça

um efeito mínimo de alteração farmacodinâmica, ou seja, a proteína peguilada deve se

ligar nos seus respectivos receptores ou substratos de reconhecimento da mesma forma

quando não estava na forma peguilada (LEE, 2003). Sítios específicos de proteínas

estão sendo utilizados para a conjugação com derivados de PEG. Como exemplo tem-se

a peguilação no grupo N-terminal alfa-amino de um fator de crescimento epidérmico

(LEE, 2003). Derivados de PEG, que contêm um grupo funcional aldeído, são seletivos

para o N-terminal alfa-amino sob condições ácidas. Essa reação de peguilação foi

utilizada em um fator de crescimento de granulócito. A utilização de aldeídos

peguilados na literatura é encontrada para reação com o N-terminal alfa-amino de

fatores de estimulação de granulócitos em condições ácidas. Tal síntese foi realizada por

uma modificação da síntese de Williamson (ZHAO, 2009). Não há relatos na literatura

dessa síntese com o grupamento alfa-amino dos resíduos de aminoácido da albumina

sérica humana (HSA).

A HSA, amplamente estudada no campo da bioquímica, é a proteína mais

abundante no plasma sanguíneo, bem como contribui para a regulação da pressão

coloidal osmótica do sangue e também para o transporte de outros compostos

(NGUYEN, 2006). A estrutura secundária da HSA contém muitos resíduos de cisteína

que são helicoidais em grande parte da cadeia. Sua alta estabilidade e solubilidade em

água favorece seu isolamento em grandes quantidades. Consiste em um monômero com

uma massa molecular de 66 KDa (GHUMAN, 2005).

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19

As interações químicas de proteínas com outras moléculas é um assunto de

especial interesse na área bioquímica, já que muitos processos celulares dependem da

dissociação daquelas interações. Novos métodos são constantemente desenvolvidos para

elucidar as interações energéticas entre proteínas e seus ligantes. A calorimetria

exploratória diferencial (DSC) mostrou ser uma ferramenta útil para caracterizar tais

interações. Entretanto, a aplicabilidade do DSC e de outras técnicas térmicas para

estudar a interação de biomoléculas não são comuns (CELEJ, 2006).

.

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OBJETIVOS

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21

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Caracterizar os comportamentos térmicos da HSA e de suas formas peguiladas

por calorimetria exploratória diferencial (DSC) frente aos ciclos de resfriamento e

aquecimento e termogravimetria (TG).

2.2. Objetivos Específicos

Obter derivados do polietilenoglicol e HSA peguilada em diferentes

concentrações;

Determinar os parâmetros cinéticos de estabilidade térmica da HSA e

seus produtos peguilados através dos dados termogravimétricos

dinâmicos;

Avaliar o comportamento térmico da HSA e de seus derivados

peguilados, através do sistema fotovisual.

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CAPÍTULO I

Revisão bibliográfica

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23

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Albumina sérica humana

3.1.1. Aspectos gerais

A albumina sérica humana é a mais abundante proteína do plasma humano,

produzida no fígado, consistindo em um monômero de 66 KDa. Estruturalmente, a

albumina é composta de vários segmentos em alfa-hélice, que se agrupam para formar

dois subdomínios (A e B) (GHUMAN, 2005). A HSA possui em sua estrutura: 18

resíduos de tirosina, 6 resíduos de metionina, 1 resíduo de triptofano, 59 resíduos de

lisina, 1 resíduo de cisteína, e 17 pontes disulfetos (WONG, 2007). Os grupos tiol estão

envolvidos em várias reações bioquímicas que inativam as espécies reativas de

oxigênio, dando à albumina um papel antioxidante importante em nosso organismo

(WONG, 2007). A albumina tem uma concentração plasmática típica de 35 - 45 g/L,

que representa 30 a 40% da albumina sintetizada no fígado, e o restante encontra-se

distribuído entre os músculos e a pele. Sua principal função fisiológica é regular a

pressão osmótica (ZUNSZAIN, 2003).

Esta proteína é caracterizada por sua habilidade de se ligar a uma ampla

variedade de moléculas hidrofóbicas, ácidos graxos, bilirrubina, hemina, tiroxina e

esteróides. Serve como um solubilizador e transportador destes compostos. HSA tem

alta afinidade pelo grupo heme (ZUNSZAIN, 2003).

Um dos fatores mais importantes que afetam a distribuição e a concentração

ativa de muitas drogas no organismo é a afinidade pela HSA. Um grau de afinidade pela

albumina é desejável, para ajudar a solubilizar substâncias que de outra forma poderiam

agregar-se e ser pobremente distribuídas. Já em relação às drogas com grande afinidade

pela proteína, seriam necessárias grandes doses para atingir uma concentração efetiva in

vivo, assim, seriam lentamente distribuídas aos sítios de ação e poderiam não ser

eficientemente eliminadas.

3.1.2. Funções fisiológicas da albumina

3.1.2.1. Pressão Osmótica Coloidal

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A função mais importante da albumina é regular a pressão osmótica coloidal. A

albumina provê 60% da pressão osmótica coloidal. A proteína é negativamente

carregada e, por conseguinte, atrai cátions, como os íons de sódio, os quais, por sua vez,

retêm a água (NGUYEN, 2006).

3.1.2.2. Associação de ligantes

A organização estrutural globular da HSA dá a possibilidade de se ligar com

várias substâncias em múltiplos sítios da molécula, unindo-se assim a vários

componentes endógenos e exógenos. Estes compostos incluem ácidos graxos,

bilirrubina, metais, tiroxina e triptofano, assim como drogas que têm características

ácidas ou eletronegativas (warfarina, ibuprofeno e diazepan). Estas características fazem

com que a HSA seja um dos maiores transportadores de fármacos no sangue

(GHUMAN, 2005).

A HSA pode facilitar a ativação de várias sustâncias, tais como hormônios ou

drogas, ou diminuir a presença de toxinas no plasma. Por exemplo, a ligação do

triptofano à HSA regula a deposição daquele nos tecidos. Em pacientes com uma

avançada cirrose e hipoalbuminemia, a diminuição dos sítios de ligação gera uma

quantidade adicional de triptofano livre o qual pode gerar o desenvolvimento de

encefalopatia hepática. A ligação de HSA também afeta a farmacocinética e eficácia de

muitas drogas. Por exemplo, drogas com alta afinidade pelo HSA têm que ser

administradas em altas doses para atingir uma efetiva concentração in vivo; sua

distribuição nos sítios de ação poderia ser reduzida ou mesmo eliminada. Apesar disso,

uma alta ligação da droga com a HSA poderia ser desejável porque ajudaria a

solubilizar compostos que de outra forma originariam agregados e seriam pobremente

eliminados (GRECO, 2000).

3.1.2.3. Efeitos Antioxidantes

Espécies reativas de oxigênio e nitrogênio são extremamente voláteis e capazes

de reagir com outras moléculas, que dão origem à acumulação de produtos tóxicos

finais e dano celular. Estudos in vivo têm mostrado que o HSA pode ligar e, por

conseguinte, remover espécies reativas de oxigênio que foram gerados indiretamente

por neutrófilos, regulando a sinalização celular que é ativada nos processos

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inflamatórios (KOUCH, 1999). HSA também influencia o status redox do plasma ao

ligar metais como o ferro e o cobre que de outra forma se transformariam em formas

redox-ativas. Desta forma o HSA tem um papel antioxidante importante em situações de

inflamação (KRAGH-HANSEN, 2002).

3.2. Peguilação

3.2.1. Utilização de compostos de natureza protéica

A utilização de proteínas e peptídeos na terapia clínica está em crescimento

devido a alguns fatores como: descoberta de novos peptídeos e proteínas, novas

descobertas em relação ao mecanismo farmacológico in vivo, otimização das condições

para que ocorram as sínteses de natureza protéica e aperfeiçoamento nas formulações

farmacêuticas e de tecnologias que liberem as proteínas e peptídeos próximo ao sítio de

ação com um ganho farmacocinético e farmacodinâmico (ROBERTS, 2002).

Apesar de muitos produtos biofarmacêuticos estarem sendo desenvolvidos,

muitos ainda apresentam problemas durante o tratamento que incluem um curto tempo

de meia vida entre as administrações, imunogenicidade, suscetibilidades a degradação

proteolítica por enzimas e problemas em relação à solubilidade. Diversas estratégias

estão sendo desenvolvidas para aumentar as propriedades farmacocinéticas e

farmacodinâmicas desses produtos, entre elas destacam-se: manipulação da seqüência

de aminoácidos para diminuir problemas imunogênicos, incorporação de veículos nas

formulações para melhorar a proteção e a liberação de fármacos e a conjugação natural

ou por via sintética de polímeros e biomoléculas (MATEO, 2000).

A formação de uma ligação covalente entre o PEG e biomoléculas protéicas

utilizadas em tratamentos vêm crescendo e diversos fatores devem ser considerados

durante a peguilação como: o número de moléculas de PEG que reagiram com o

polipeptídeo, o peso molecular e a estrutura do PEG, a localização do PEG no peptídeo

e as condições químicas utilizadas durante a reação com o polipeptídeo (HARRIS,

2003).

3.2.2. Desenvolvimento da Peguilação

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Desde 1970 foram publicados diversos artigos referentes à modificação química

das proteínas pela conjugação com macromoléculas sintéticas, que são derivadas do

PEG (KODERA, 1998).

Os estudos pioneiros que obtiveram sucesso na conjugação de polímeros foram

iniciados com ABUCHOWSKI et al. na década de 70, que foram sendo aperfeiçoados

ao longo dos anos (Tabela 1). Esses estudos levaram a aprovação do PEG pelo US FDA

como polímero para uso interno devido as suas propriedades atóxicas e não

imunogênicas. Até a década de 80 realizaram-se estudos em relação à utilização do PEG

em formulações farmacêuticas devido as suas características anfifílicas, apresentando

uma boa solubilidade em água e solventes orgânicos (VERONESE, 2008). Entre os

anos de 1980 e 1990 estudos biológicos demonstraram que os compostos que formavam

ligações com o PEG adquiriam suas propriedades físico-químicas o que acarretou

também em uma boa solubilidade entre as membranas biológicas. Estes estudos

observaram que os produtos peguilados apresentavam resistência a anticorpos e a

enzimas proteolíticas bem como eram eliminados mais lentamente do organismo

(KODERA, 1998). Em meados do ano 2000 ocorreram diversas reações de peguilação

com compostos de origem não protéica como nucleotídeos e alguns produtos naturais

utilizados na terapia do câncer. A tabela abaixo mostra a evolução da peguilação desde

1970.

Período PEGs Observação geral Aplicação

1970-80

PEG-clorotriazina

PEG-succimilsucinato

Estudos pioneiros

Enzimas

1980-90

PEG-aldeído

PEG-pNO2-fenil carbonato

PEG-carbonilimidazol

PEG-AA-NHS

Estudos

farmacocinéticos;

Acoplamento dos

derivados em sítios

específicos

Terapia de reposição

enzimática

1990-2000

PEG-NHS

PEG-maleimida

PEG-OPSS

Derivados de PEGs mais

seletivos

Hormônios;

Drogas

antineoplásicas

2000-atual

Acoplamento enzimático

Caracterização química e

biológica dos conjugados,

descoberta de novas

drogas, combinação da

engenharia genética e da

peguilação

Drogas de origem não

protéicas

(nucleotídeos)

AA= Aminoácidos; NHS=N-hidroxisuccinimida; OPPS= Orto-piridildisulfeto

Tabela 1 – Principais derivados de PEGs e suas aplicações durante o desenvolvimento

da peguilação ao longo dos anos.

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3.2.3. Química da peguilação

O PEG (1) (Figura 1) é um polímero anfifílico que possui em sua estrutura

química unidades repetidas de óxido de etileno e em suas terminações existem grupos

hidroxilas que podem ser ativados. Os compostos (2), (3) e (4) (Figura 1) são exemplos

de derivados de PEG. Os compostos (2) e (3) reagem, através de reações de substituição

nucleofílica com o grupo funcional amino livre em proteínas. O composto (4) reage com

resíduos de cisteína em proteínas, com formação de pontes dissulfeto (VERONESSE,

2008).

O NO2

O

OmPEG

N

NN

O

O

OmPEGSSmPEG

Grupos funcionais responsáveis pela síntese de novos derivados de PEG.

Unidades repetidas de óxido de etileno

(1)

H-(OCH2CH2)n-OH

H-(OCH2CH2)n-OH

(1)

(2)

(3)

(4)

mPEG=CH3-(OCH2CH2)n-OH

Figura 1. Polietilenoglicol (1) e alguns derivados peguilados ativos (2), (3) e (4) para a

síntese com biomoléculas protéicas.

A peguilação está classificada em duas gerações. A primeira geração

apresenta as seguintes características: reações envolvendo formação de derivados de

PEG impuros, as moléculas envolvidas na peguilação possuem baixos pesos

moleculares, as ligações formadas no produto peguilado são instáveis e falta

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direcionamento para a formação de ligações em grupos específicos no reagente que será

peguilado. Exemplos de PEG derivados de primeira geração incluem: PEG-

diclorotriazina, PEG-tresilato, PEG-succimil carbonato, PEG-benzotriazol carbonato,

PEG-p-nitrofenilcarbonato, PEG-triclorofenil carbonato e PEG-carbonilimidazol. A

segunda geração de PEGs foi desenvolvida para superar os problemas envolvidos na

primeira geração. Um típico exemplo de PEG derivado de segunda geração é o

metoxipolietilenoglicol propionaldeído (mPEG-ALD). Este é mais fácil de ser obtido

que o PEG-acetaldeído, devido ao acetaldeído ser mais suscetível a dimerização via

condensação aldólica (ROBERTS, 2002). Um dos métodos de obtenção do mPEG-ALD

ocorre primeiramente por formação de alcóxidos para a reação de Williamson, tal

alcóxido é obtido entre a reação de um composto contendo um grupo funcional

hidroxila sob condições básicas. Posteriormente, já na reação de Williamson, ocorre o

deslocamento do íon haleto por ataque do alcóxido nucleofílico e formação de um

acetal. O acetal é hidrolisado por técnicas corriqueiras de laboratório (refluxo em meio

ácido) através de uma reação de hidrólise originando o metoxipolietilenoglicol

propionaldeído. Um dos métodos para a peguilação de proteínas é a utilização de

derivados peguilados com o grupo funcional aldeído, devido este ser seletivo no N-

terminal de aminoácidos de proteínas. Esta reação ocorre sob condições ácidas na

presença de um agente redutor (ZHAO, 2008).

3.2.4. Propriedades farmacológicas de produtos peguilados

As reações de peguilação estão sendo aplicadas em compostos de natureza

protéica que possuem excelentes atividades biológicas. Alguns desses compostos já

estão disponíveis para o mercado ou em fase de teste clínico (Tabela 2) (PARVEEN,

2006). Destaca-se também o avanço no sentido do desenvolvimento de novas

moléculas, especialmente a forma monopeguilada de interferon α-2a (Tabela 2), que foi

conjugada com polietilenoglicol através da lisina (FOSER, 2003) observando-se que a

proteína peguilada conservava a atividade antiviral, aprimorando os parâmetros

farmacocinéticos (ARDUINI, 2004).

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Produto PEG Ligação

formada

Nome

comercial Laboratório Status Indicação

PEG-denosina

deaminase 5 kDa NI Adagen®

Enzon

Pharmaceuticals lançado Imunodeficiência

PEG-

asparaginase 5 kDa Amida Oncaspar®

Enzon

Pharmaceuticals lançado Leucemia

PEG-IFNα2a 40 kDa Amida Pegasys® Hoffmann-La

Roche Fase II Melanoma e hepatite C

PEG- IFNα2b 12 kDa Carbamato PEG-Intron® Schering-Plough lançado Hepatite C

PEG-arginina

deaminase 20 kDa NI Hepacid®

Phoenix

Pharmacologics Fase I Carcinoma hepático

PEG-hGH 5 KDa Amida Somavert® Pfizer lançado Acromegalia PEG-hGH = Hormônio humano do crescimento peguilado; IFN= Interferon; NI= Não informado

Tabela 2 - Proteínas peguiladas disponíveis no mercado ou em fases de testes

clínicos (PARVEEN, 2006).

3.2.4.1. Prolongamento do tempo de meia vida

O aumento no tempo de residência de proteínas peguiladas no organismo dá-se

através de dois efeitos principais: (1) diminuição na taxa de depuração do rim e (2)

aumento na proteção contra a degradação proteolítica. PEGs são altamente hidratados,

com duas moléculas de água por unidade de etilenoglicol, isto acarreta em um aumento

no tamanho molecular do PEG conjugado (HARRIS, 2003). PEGs com peso molecular

abaixo de 20 KDa são excretados do organismo pelos rins. Acima de 20 KDa, a

filtração renal diminui em favor da excreção hepatobiliar (YAMAOKA, 1994).

Para muitas proteínas e peptídeos, a rápida degradação proteolítica por enzimas

circulantes representa um dos principais desafios na produção de terapêutica viável. O

PEG fornece proteção às biomoléculas protéicas por dificultar o acesso de proteases e

peptidases. O modelo mais provável para explicar a proteção contra a proteólise envolve

um processo dinâmico no qual o PEG cria um impedimento estérico sobre o domínio da

proteína que serve como um substrato da enzima proteolítica, reduzindo a freqüência de

colisões favoráveis. Apesar do PEG criar uma obstrução ao domínio da proteína que

serve como sítio para o ataque das proteólises, isto não se observa em relação à ligação

das biomoléculas protéicas e aos seus receptores biológicos. As duas situações (Figura

2) são distinguidas pela afinidade de interação. Assim, para a protease há uma menor

afinidade para uma ligação e a clivagem é feita consideravelmente mais difícil pela

presença do domínio PEG (Figura 2). Para a ligação do agonista a molécula-alvo

(receptor, substrato da enzima ou macromolécula), a maior afinidade da interação

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aumenta a probabilidade de uma interação produtiva, e, assim, a eficácia biológica é

alcançada; assim, a presença de PEG não cria impedimento estérico para essa interação,

e isso se reflete na comparação das moléculas peguiladas com suas moléculas nativas

(FISHBURN, 2007).

Figura 2. Figura ilustrativa de um modelo para o mecanismo pelo qual o PEG fornece

proteção proteolítica. (A): O acoplamento de uma protease do plasma (azul claro) em

uma proteína peguilada (azul escuro) é prejudicado pelo impedimento estérico do

domínio PEG (amarelo, com círculos brancos). O domínio PEG móvel gera diferentes

configurações que reduzem a probabilidade de uma colisão favorável levando a uma

menor interação enzima-substrato (clivagem da proteína). (B): Para a molécula-alvo

(receptor) (rosa), a maior afinidade da interação conduz o equilíbrio para aumentar a

probabilidade de uma interação produtiva e, portanto, mais configurações são possíveis

para conseguir uma eficácia biológica (FISHBURN, 2007).

O mesmo efeito estérico da cadeia de PEG que dificulta o acesso de enzimas

proteolíticas também paralelamente reduz a imunogenicidade de proteínas peguiladas. A

molécula de PEG minimiza a exposição de determinadas proteínas que em algumas

pessoas são reconhecidas como antígenos, dessa forma reduzem e impedem a produção

de anticorpos neutralizantes. A toxicidade de proteínas, quando peguiladas, também é

reduzida. O PEG foi aprovado pelo FDA para uso em alimentos e cosméticos, e é

considerado essencialmente atóxico (WEBSTER, 2007).

3.3. Análise térmica

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Métodos térmicos são técnicas em que as variações de propriedades físicas de

uma substância são medidas em função da temperatura.

Conceitua-se análise térmica como um conjunto de técnicas que permite medir

as mudanças de propriedades físicas de uma substância ou material em função da

temperatura ou tempo, enquanto a substância é submetida a uma programação

controlada da temperatura (IONASHIRO, 2004).

As áreas de aplicação da análise térmica incluem os seguintes estudos:

decomposição térmica; determinação de umidade, de voláteis, de resíduos e de teor de

cinzas; oxidação térmica; cinética de reação e cristalização; diagrama de fases;

determinação de calor específico; determinação de transição vítrea, de fusão, de tempo

de armazenamento; dentre outros (MOTHE & AZEVEDO, 2002).

As vantagens da Análise Térmica são muitas como, necessidade de uma pequena

quantidade de amostra para os ensaios, variedade de resultados em um único gráfico,

não há necessidade de preparo da amostra. Sua aplicabilidade ocorre em diversas áreas:

alimentícia, catálise, cerâmica, engenharia civil, farmacêutica, inorgânica, petroquímica,

polímeros, vidros, dentre outras.

Segundo Kent (1971) para uma técnica ser considerada termoanalítica ela deverá

atender a três critérios básicos:

a) Medir uma propriedade física;

b) Expressar a medida em função da temperatura;

c) Realizar a medida sob um controle de temperatura.

Os métodos que envolvem mudanças no peso ou na energia se enquadram nesta

definição (AULTON, 2005).

De acordo com Holler & Niemen (1998), algumas das vantagens que a análise

térmica possui em relação a outros métodos analíticos são:

A amostra pode ser estudada sobre ampla grande faixa de temperatura

usando vários programas de temperatura;

Quase todas as formas físicas da amostra (sólido, líquido ou gel);

Uma pequena quantidade da amostra (0,1 µm – 10 mg);

A atmosfera na vizinhança pode ser padronizada;

O tempo requerido para completar o período de experimento é de alguns

minutos a horas;

Os instrumentos de análise térmica apresentam preços razoáveis.

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A implementação da análise térmica na indústria farmacêutica surge como um

método analítico, quantitativo e comparativo, capaz de produzir resultados rápidos e

reprodutíveis, podendo ser utilizada no controle de qualidade de medicamentos, visando

à análise integral do produto final e a determinação de parâmetros de qualidade

tecnológica (MACÊDO, 1996; GOMES, 2002).

Dentre as técnicas termoanalíticas utilizadas na análise térmica podemos citar a

calorimetria exploratória diferencial (DSC), a análise térmica diferencial (DTA) e a

termogravimetria (TG).

3.3.1. Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

A técnica DSC mede a diferença de energia cedida a uma substância e a um

material de referência em função da temperatura, quando a substância e a referência são

submetidas a um processo térmico controlado. Dependendo do método de medida,

podem ser distinguidos dois procedimentos de DSC: com compensação de energia e

com fluxo de calor (IONASHIRO, 2004).

As amostras de DSC são analisadas em pequenas panelinhas de metal, designadas

pela ótima condutividade térmica e reações mínimas com as amostras (por ex.,

alumínio, platina, prata, liga e aço inoxidável).

Os picos da calorimetria exploratória diferencial resultam tanto de modificações

físicas como reações químicas induzidas por variações de temperatura da amostra. Os

processos físicos endotérmicos incluem fusão, vaporização, absorção e desorção. A

adsorção e a cristalização geralmente são exotérmicas. As reações químicas podem ser

também exotérmicas ou endotérmicas. As reações exotérmicas incluem oxidação no ar

ou na presença de oxigênio, polimerização e reações catalíticas. As reações

endotérmicas incluem desidratação, redução em uma atmosfera gasosa e decomposição.

I) Vantagens do DSC (MOTHÉ & AZEVEDO, 2002):

Rápido tempo de análise;

Fácil preparo da amostra;

Pode ser aplicado para sólidos e líquidos;

Larga faixa de temperatura;

Medidas quantitativas.

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II) Desvantagens e limitações do DSC:

Redução da sensibilidade quando a linha de base está em inclinação ou

curvatura;

Algumas transições observadas são complexas e apresentam dificuldade

para interpretação (por exemplo, temperatura de transição vítrea, fusão e

cristalização).

III) Principais aplicações:

Determinação do ponto de fusão;

Determinação do calor de fusão;

Determinação de pureza;

Caracterização de polimorfismo;

Caracterização de pseudopolimorfismo;

Estudo de diagramas de fase;

Evaporação e vaporização de substâncias;

Transição vítrea;

Estudo de compatibilidade droga-excipientes;

Estudo de estabilidade térmica;

Estudo da cinética de decomposição.

Pesquisas sobre o efeito dos estudos termoanalíticos em proteínas peguiladas,

são praticamente inexistentes, os estudos são normalmente referentes às proteínas

isoladas ou em misturas lácteas. Michnik et al (2006) realizaram um estudo

comparativo em relação a desnaturação térmica entre a HSA e a SBA (albumina

bovina). O método aplicado foi realizado em temperaturas até 100ºC e as amostras das

albuminas foram caracterizadas por DSC em solução aquosa. O estudo demonstrou que

a albumina do soro em seres humanos apresentou uma melhor estabilidade térmica em

relação à albumina bovina.

Michnik et al (2007) estudaram o efeito do etanol sobre a estabilidade do soro de

albumina humana em solução aquosa através da utilização de calorimetria diferencial de

varredura. Os resultados sugerem que o etanol, em concentrações baixas, estabiliza a

estrutura natural da albumina, devido à sua ligação com o estado nativo de proteínas.

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Gauche et al (2010) realizaram um estudo comparativo da influência da enzima

transglutaminase em proteína de leite por DSC. As amostras, na forma de gel,

demonstraram que as proteínas do leite não polimerizadas pela enzima apresentaram

uma melhor estabilidade térmica.

3.3.2. DSC Acoplado a um Sistema Fotovisual

O sistema DSC–fotovisual é uma técnica termoanalítica, recentemente

introduzida na análise de medicamentos que combina a microscopia por imagem com os

dados DSC (LACHMAN, LIEBERMAN & KANIG, 2001). Essa técnica permite

visualizar os processos entálpicos em tempo real (SOUZA, 2005).

Os estudos realizados com DSC fotovisual demonstram a sua aplicabilidade

em controle de qualidade, desde comparações do comportamento térmico entre o

fármaco e seus excipientes até diferenças existentes entre uma matéria-prima e outra

(MACÊDO, 2001).

Muitos pesquisadores têm utilizado o DSC acoplado a um sistema fotovisual

para confirmar transições de fase e ponto de fusão ocorrido nas curvas calorimétricas.

A determinação da pureza de um fármaco pode ser feita por DSC, pois

impurezas numa substância considerada pura podem diminuir seu ponto de fusão

(WELLS, 1988).

O pico de fusão de uma substância pura, material cristalino, deverá ser exato,

mas impurezas ou defeitos na estrutura do cristal ampliarão a faixa de fusão e baixarão

o ponto de fusão final para temperaturas mais baixas (FORD, 1989).

O DSC também pode ser utilizado para quantificação da cristalinidade de um

fármaco, pois se sabe que durante a formação de um fármaco cristalino algumas

conversões para formas amorfas podem ocorrer durante o processamento da

formulação, o que afetará a estabilidade química e física do fármaco. Outra importante

aplicação do DSC é no estudo de compatibilidade fármaco-excipiente, no qual é

observado se há ou não interação entre uma mistura ou formulação.

3.3.3. Análise térmica diferencial (DTA)

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A diferença de temperatura entre a amostra e uma substância de referência é

medida em função da temperatura. Enquanto a amostra e a referência são submetidas a

um programa de temperatura controlada (SKOOG, HOOLER & NIEMAN, 1998).

Um instrumento de DTA típico compreende um forno, tendo célula de amostra

e referência, um controlador do diferencial de temperatura com amplificador associado

e sistema de registro com controle de temperatura e atmosfera programada do forno

(FORD & TIMMINS, 1989).

A referência utilizada é a α-alumina, substância termicamente inerte, que não

exibe mudanças de fase com variações de temperaturas.

Os primeiros trabalhos termoanalíticos fizeram uso do DTA com o objetivo de

avaliar a compatibilidade farmacêutica, uma vez que esta técnica permite detectar

diversas situações de interações físicas e químicas (SHATTAWY, KILDSIG & PECK,

1982).

O DTA é utilizado na determinação do comportamento térmico e composição

de produtos industrializados. Como também, na formação de diagramas de fase e no

estudo de transições de fase. Esse método também fornece um caminho simples e

preciso para determinação do ponto de fusão, ebulição e decomposição de compostos

orgânicos (SKOOG, HOLLER & NIEMAN, 1998).

3.3.4. Termogravimetria (TG)

É uma técnica termoanalítica na qual se analisa continuamente a massa da

amostra, em uma atmosfera controlada, em função da temperatura ou do tempo. O

método termogravimétrico fornece informações sobre decomposição e oxidação, e de

processos físicos como vaporização, sublimação e desorção (SKOOG, HOLLER &

NIEMAN, 1998; HATAKEYAMA & QUINN, 1997).

O registro de análise é representado pela curva TG ou termogravimétrica,

sendo a massa colocada no eixo das ordenadas, com valores decrescentes de cima para

baixo e o tempo (t) ou temperatura (T) no eixo das abscissas, com valores crescentes da

esquerda para a direita (SOUZA, 2001).

As curvas de variação de massa em função da temperatura permitem tirar

conclusões sobre a estabilidade térmica da amostra e sobre a composição do resíduo

(IANOSHIRO, 1996).

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O equipamento termogravimétrico possui uma termobalança moderna, a qual

consiste em uma microbalança eletrônica, um programador de temperatura, um suporte

para a amostra, um acessório para estabelecer a atmosfera adequada e um registrador. A

sensibilidade da balança é em torno de microgramas, com uma capacidade total em

torno de cem miligramas. O forno pode ser programado a temperatura de até 1.000ºC,

com velocidade de aquecimento de até 100ºC/minuto. A atmosfera do forno é

controlada, principalmente, para garantir que o ambiente seja o mais constante possível

durante o experimento. Os materiais do suporte da amostra comumente utilizados

incluem: platina, sílica e alumina (UNITED STATES PHARMACOPOEIA, 2006).

Uma curva da termogravimetria em preparações farmacêuticas pode demonstrar:

Componentes voláteis, como misturas, solventes, etc;

Perda de água de cristalização;

Decomposição;

Resíduos (como cinzas), resíduos carbonáceos enegrecidos, formados

durante a decomposição numa atmosfera inerte (MEDEIROS, 2001).

3.3.4.1. Classificação

Os métodos termogravimétricos são classificados em:

A. Termogravimetria Dinâmica ou Não-Isotérmica – Faz-se uma avaliação da massa,

de forma contínua, à medida que vai ocorrendo aumento da temperatura (KENT, 1971).

Este método tem sido muito utilizado para o estudo de decomposição térmica

de sólidos (MEDEIROS, 2001).

B. Termogravimetria Isotérmica – A medida da variação de massa da amostra é

registrada em função do tempo, mantendo-se a temperatura constante (CONCEIÇÃO,

2000).

Permite o cálculo da energia de ativação desde que se utilize repetição em

diferentes temperaturas (MEDEIROS, 2001).

C. Termogravimetria Quase-isotérmica – A partir do momento em que começa a perda

de massa da amostra, a temperatura é mantida constante até que a massa se estabilize

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novamente, assim recomeça-se o aquecimento e este procedimento pode ser repetido em

cada etapa da decomposição (YOSHIDA, 1993).

3.3.4.2. Aplicações

As principais aplicações da Termogravimetria são as seguintes (MEDEIROS,

2001):

Estudo da decomposição e da estabilidade térmica de substâncias

orgânicas e inorgânicas, de fármacos, minerais, metais, polímeros,

produtos alimentícios entre outros;

Determinação da pureza e da estabilidade térmica de reagentes analíticos,

inclusive padrões primários e secundários;

Desenvolvimento de processos analíticos gravimétricos;

Estudo sobre a velocidade de destilação e evaporação de líquidos por

diferentes gases e em faixas amplas de temperatura;

Estudos sobre a velocidade de destilação e evaporação de líquidos e da

sublimação de sólidos;

Estudo cinético de reações no estado sólido;

Os estudos termogravimétricos referentes a compostos de origem protéica são

escassos. Lu et al (2007) demonstraram, através de termogravimetria, que misturas de

proteínas a excipientes como sacarose e trealose, após liofilização, mantinham a

estabilidade física das proteínas em formulações. Ciesla et al (2010) avaliaram, por

termogravimetria, a influência de radiação gama em alfa e beta globulina. Tal estudo

demonstrou que a decomposição térmica das globulinas, em suspensão aquosa, ocorre

em temperaturas mais elevadas do que quando comparado com a suspensão não

irradiada.

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CAPÍTULO II

Patente

TÍTULO: Desenvolvimento de Processo de Obtenção de Peguilado de Albumina

Humana (HSA)

Depósito de pedido de Patente ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial -

INPI.

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RELATÓRIO DESCRITIVO

DESENVOLVIMENTO DE PROCESSO DE OBTENÇÃO DE PEGUILADO DE

ALBUMINA HUMANA (HSA)

1. Estado da arte

No final dos anos 50, a modificação de proteínas tornou-se uma prática comum e foram

desenvolvidas técnicas para facilitar a análise das relações entre estrutura e atividade das

moléculas de proteína. Existem resíduos de aminoácidos com diferentes reatividades em

uma proteína, dependendo de sua localização na estrutura da proteína nativa1.

Desde 1970 foram publicados diversos artigos referentes à modificação química das

proteínas pela conjugação com macromoléculas sintéticas, que são derivadas do

polietilenoglicol (PEG)1. Os objetivos destas modificações protéicas incluíram a redução

da imunoreatividade ou da imunogenicidade e a supressão da produção de

imunoglobulina. Provavelmente, uma das características mais marcantes da modificação

molecular usando o PEG é o aumento do tempo de meia vida e da concentração das

proteínas terapêuticas no plasma sanguíneo. Estas características podem ser atribuídas,

em parte, pelo aumento do peso molecular da molécula conjugada com o PEG, alterando

o sistema de filtração renal e também pela redução da proteólise enzimática2. As reações

de peguilação estão sendo aplicadas em compostos de natureza protéica que possuem

excelentes atividades biológicas. Alguns desses compostos já estão disponíveis para o

mercado ou em fase de teste clínico3. Destaca-se também o avanço no sentido do

desenvolvimento de novas moléculas, especialmente a forma monopeguilada de

interferon α-2a, que foi conjugada com polietilenoglicol através da lisina4 observando-se

que a proteína peguilada conservava a atividade antiviral, aprimorando os parâmetros

farmacocinéticos5. Tais modificações também foram aplicadas na catalase na qual

apresentaram redução da imunoreatividade para anticorpos1.

A proteína utilizada neste trabalho foi a albumina sérica humana (HSA),

amplamente estudada no campo da bioquímica. A HSA é a proteína mais abundante no

plasma sanguíneo, bem como contribui para a regulação da pressão coloidal osmótica

do sangue e também para o transporte de outros compostos endógenos e exógenos. A

estrutura secundária da HSA contém muitos resíduos de cisteína e são helicoidais em

grande parte da cadeia. Apresenta fácil isolamento em grandes quantidades favorecendo

sua alta estabilidade e solubilidade em água. Consiste em um monômero com uma

massa molecular de 66 KDa9.

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A HSA passa por notáveis mudanças reversíveis na conformação, usualmente sob

condições não fisiológicas6. Derivados peguilados na forma de amina foram

desenvolvidos para reagir com carbonilas de albumina bovina por amidação em pH

alcalino7.

A utilização de aldeídos peguilados na literatura é encontrada para reação com o N-

terminal alfa-amino de fatores de estimulação de granulócitos em condições ácidas. Tal

síntese é uma reação de substituição nucleófílica e não há relato na literatura dessa

síntese com o grupamento alfa-amino dos resíduos de aminoácido da HSA.

2. Descrição do evento

Este pedido de patente aplica-se a um processo inédito de preparação da albumina

humana peguilada (HSA-PEG) através de uma reação de substituição nucleofílica, uma

vez que não há relato na literatura dessa síntese com o grupamento alfa-amino dos

resíduos de aminoácido da HSA. A síntese ocorre a partir do metoxipolietilenoglicol

propionaldeído (8) e HSA em meio ácido com o agente redutor hidreto de metal

complexo.

A preparação do metoxipolietilenoglicol propionaldeído (8) deu-se da seguinte maneira:

Primeiramente ocorre uma reação ácido-base entre o PEG 2000 (1) e o tert-butóxido de

potássio 95% (tBuOK)(6) com formação de um nucleófilo (2). Preferencialmente pode-

se utilizar como catalisador para a reação SN2 um haleto metálico adicional. O

nucleófilo haleto substitui o bromo na molécula do 2-(2-bromoetil)-1,3-dioxalano (3),

originando o 2-(2-haloetil)-1,3-dioxalano(4), mais reativo. O haleto formado é melhor

grupo abandonador, favorecendo a reação com o alcóxido originando o acetal (5). O

acetal (5) é então hidrolisado em ácido mineral aquoso resultando no aldeído (8).

A síntese da albumina humana peguilada (HSA-PEG) ocorre através do ataque dos

resíduos amina nucleofílicos (7) (pares de elétrons disponíveis no nitrogênio do resíduo

alfa-amino dos aminoácidos livres da proteína) no carbono eletrofílico do aldeído

peguilado (8) com formação de um intermediário deficiente de elétrons no nitrogênio

(9), que sofre eliminação de água com a formação de um intermediário estável imina

(10). Esta sofre uma redução pela ação do cianoboridreto de sódio em meio ácido e

resultando na amina peguilada (11).

3. Detalhes do procedimento experimental químico

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3.1. Preparação do metoxipolietilenoglicol propionaldeído

2g de metoxipolietilenoglicol (2000 KDa) (mPEG) (1) foram dissolvidos em 25 mL de

solvente dipolar aprótico não-nitrogenado e adicionados em pequenas porções sob

agitação magnética vigorosa 0,308 g de tert-butóxido de potássio 95% (tBuOK) (6) à

temperatura ambiente. Após 2 horas o solvente foi removido em rotaevaporador e bomba

de vácuo. O sólido obtido foi solubilizado com igual volume de solvente dipolar aprótico

não-nitrogenado e foram adicionados 0,15 mL de 2-(2-Bromoetil)-1,3-dioxalano 96%

(3), e 0,018 g de haleto metálico. A mistura reacional ficou em temperatura ambiente e

sob agitação magnética durante 5 horas. O solvente foi rotoevaporado e o sólido obtido

foi dissolvido em diclorometano (50 mL). Fez-se três extrações de 10 mL de água, e o

extrato orgânico submetido à secagem com sulfato de sódio anidro, filtrado e

concentrado em rotaevaporador. O produto foi cromatografado em coluna flash com

clorofórmio-metanol 95:5. A formação do acetal (5) (rendimento 80 %) foi acompanhada

em cromatografia de camada delgada analítica utilizando como eluente CHCl3 95:

MeOH 5 e o consumo do mPEG foi acompanhado com auxílio do revelador de vanilina.

O acetal (5) purificado foi solubilizado em 10 mL de etanol P.A. e submetido a hidrólise

sob refluxo com 1 mL de ácido mineral aquoso 10% e leve aquecimento (30-40oC) até a

formação do aldeído (8). A formação do aldeído peguilado (8) (75% de rendimento) foi

acompanhado em cromatografia de camada delgada analítica utilizando como eluente

CHCl3 95: MeOH 5 e revelador DNPH (2,4 dinitrofenilhidrazina 0.1% w/v em HCl 0.4%

v/v). Tal síntese foi desenvolvida para aumentar o rendimento do metoxipropionaldeído

peguilado8.

3.2. Preparação da albumina humana peguilada

1 a 10 mM de metoxipolietilenoglicol propionaldeído (8) foram solubilizados em 10 mL

de tampão fosfato de sódio (0,1M) (pH= 4,0) e adicionados 1mM de albumina humana

(7) e 20 mM de NaCNBH3, a qual ficaram sob agitação magnética durante 3 horas e sob

temperatura ambiente. A peguilação foi realizada com uma razão molar de 1 e 10 do

aldeído (8). A formação da HSA-PEG (11) foi acompanhado pelo consumo do aldeído

peguilado em cromatografia de camada delgada analítica utilizando como eluente CHCl3

95: MeOH 5 e revelador DNPH ( 2,4 dinitrofenilhidrazina 0.1% w/v em 0.4% HCl v/v).

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Posteriormente a mistura reacional foi liofilizada. Os rendimentos da reação foram

obtidos em torno de 45 a 90%. Os produtos peguilados foram caracterizados por RMN1H

e RMN13

C. Os dados dos principais deslocamentos de RMN1H (200 MHz, =ppm,

CDCl3) e RMN13

C (200 MHz, =ppm, CDCl3) estão listados na tabela 1.

4. REFERÊNCIAS

1. KODERA, Y.; MATSUSHIMA, A.; HIROTO,M.; NISHIMURA, H.; ISHII, A.;

UENO, T.; INADA, Y. PEGylation of proteins and bioactive substances for medical and

technical applications. Progress Polymer Science, v.23, p. 1233-1271, 1998.

2. GRENNWALD, R. B. PEG drugs: an overview. Journal of Controlled Release. v. 74,

p.159-171, 2001.

3. PARVEEN, SUPHIYA; SAHOO, SANJEEB K. Clinical Applications of Polyethylene

Glycol Conjugated Proteins and Drugs. Clinical Pharmacokinet. v. 45 (10), p. 965-988.

2006.

4. FOSER, S.; SCHACHER, A.; WEYER, K. A.; BRUGGER, D.; DIETEL, E.; MARTI,

S.; SCHREITMÜLLER, T. Isolation, structural characterization, and antiviral activity of

positional isomers of monopegylated interferon α-2a (PEGASYS). Protein Expression

and Purification. v.30, p. 78-87, 2003.

5. ARDUINI, R. M.; LI, Z.; RAPOZA, A.; GRONKE, R.; HESS, D. M.; WEN, D.;

MIATKOWSKI, K.; COOTS, C.; KAFFASHAN, A.; VISEUX, N.; DELANEY, J.;

DOMON, B.; YOUNG, C. N.; BOYNTON, R.; CHEN, L. L.; CHEN, L.;

BETZENHAUSER, M.; MILLER, S.; GILL, A.; PEPINSKY, R. B.; HOCHMAN, P. S.;

BAKER, D. P. Expression, purification, and characterization of rat interferon-β and

preparation of an N-terminally PEGylated form with improved pharmacokinetic

parameters. Protein Expression and Purification. v. 34, p. 229-242, 2004.

6. NAKAMURA, K.; ERA, S.; OZAKI, Y.; SOGAMI, M.; HAYASHI, T.;

MURAKAMI, M. Conformation changes in seventeen cystine disulfide bridges of

5

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bovine serum albumin proved by raman spectroscopy. Federation of European

Biochemical Societies Letters. v. 417, p.375-378, 1997.

7. WANG, W. Lyophilization and development of solid protein pharmaceuticals.

International Journal of Pharmaceuticals. v. 203, p. 1-60, 2000.

8. ZHAO, YONG-JIANG, ZHAI, YAN-QIN. SU. ZHI-GUO. Kinetic analysis and

improvement of the Williamson reaction for the synthesis of (polyethylene glycol)

propionaldehyde. Journal of Applied Polymer Science, vol.111, p. 1638-1643. 2009

9. GHUMAN J, ZUNSZAIN PA, PETITPAS I, BHATTACHARYA AA, OTAGIRI M,

AND CURRY S. Structural basis of the drug-binding specificity of human serum

albumin. Journal Molecular Biological. v. 353, p. 38-52, 2005.

5

10

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5. Reivindicações

A. Uso do processo de obtenção da albumina (HSA) peguilada com

metoxipolietilenoglicol propionaldeído nas proporções de 1 a 10 M do aldeído para 1 M

da HSA;

B. Uso da tecnologia de liofilização para a obtenção da HSA peguilada com o

metoxipolietilenoglicol propionaldeído;

C. Uso do produto liofilizado do HSA peguilado obtido com o metoxipolietilenoglicol

propionaldeído e HSA nas proporções de 1 a 10M do aldeído para 1 M de HSA.

D. Uso do catalisador haleto metálico na etapa de substituição nucleofílica para

aumentar o rendimento da alquilação do mPEG com 2-(2-Bromoetil)-1,3-dioxalano.

5

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DERIVADOS PEGUILADOS 1HNMR (CDCl3,

200MHz)

13CNMR (CDCl3,

50MHz)

CH3

OOn

O

O

a

bc

d

e

f

g

(7)

OMe – 3,33 ppm (s)

a b – 3,6 ppm (m)

c – 3.7 ppm (t)

d- 1.59 ppm (q)

e- 4.9 ppm (t)

f g – 4.13 ppm (m)

OMe – 58,68 ppm

a b- 72,23 e 71,15 ppm

c- 66.8 ppm

d- 34,12 ppm

e- 102.7 ppm

f g- 64.83 ppm

CH3

OOn

O

Ha

bc

d

e

( 2 )

OMe – 3,33 ppm (s)

a b – 3,6 ppm (m)

c- 3.52 ppm (t)

d- 2.09 ppm (q)

e- 9.18 ppm (t)

OMe – 58,68 ppm

a b- 72,23 e 71,15 ppm

c- 62,8ppm

d- 43.1ppm

e- 210 ppm

(s)-singleto (m)-multipleto (t)-tripleto (q)-quarteto

Tabela 1. Deslocamentos de RMN1H (200 MHz, =ppm, CDCl3) e RMN

13C (50

MHz, =ppm, CDCl3) dos produtos peguilados.

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6. Resumo

Patente de invenção: DESENVOLVIMENTO DE PROCESSO DE OBTENÇÃO DE

PEGUILADO DE ALBUMINA HUMANA (HSA)

A presente invenção refere-se a um processo de síntese inédito de preparação da

albumina humana peguilada (HSA-PEG) através de uma reação de substituição

nucleofílica. A reação ocorre a partir do metoxipolietilenoglicol propionaldeído (8) e o

grupo alfa-amino do aminoácido livre da HSA em meio ácido com o agente redutor

hidreto de metal complexo.

5

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CAPÍTULO III

ARTIGO I

TÍTULO: Obtenção e Caracterização Térmica de Peguilados de

Albumina Humana

Artigo a ser submetido no Journal Thermal Analysis and Calorimetry

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Obtenção e Caracterização Térmica de Peguilados de

Albumina Humana

Rodrigo Albuquerque da Costa (PG), Celso de Amorim Camara (PQ), Sérgio Luiz Dalmora (PQ),

Tania Maria Sarmento da Silva (PQ), José Valdilanio Virgulino Procópio (PG), Daniela Fernandes

Hermínio (PG) e Rui Oliveira Macedo (PQ*)

[email protected] e [email protected]

*Laboratórios Unificados de Desenvolvimento e Ensaios de Medicamentos ,

LUDEM/DCF/CCS/UFPB, Campus I, CP 5009, CEP 58051970, João Pessoa-PB

RESUMO

A caracterização termoanalítica de proteínas bioativas e seus produtos peguilados tem

aplicação limitada na indústria farmacêutica em comparação com outras técnicas

analíticas. O presente trabalho realizou estudos de caracterização térmica da forma

natural e modificada por peguilação da albumina humana sérica (HSA). As técnicas

térmicas envolvidas foram: Termogravimetria (TG), calorimetria exploratória

diferencial (DSC) e calorimetria exploratória diferencial fotovisual (DSC fotovisual).

As curvas calorimétricas demonstraram que as formas peguiladas da HSA detiveram

uma melhor estabilidade térmica nas razões de aquecimento de 10 oC/min, 20

oC/min,

40 oC/min. As curvas calorimétricas mostraram diferenças entre os produtos peguilados

e não peguilados em relação aos eventos endotérmicos e exotérmicos. A preparação da

albumina humana peguilada (82-85% de redimento) ocorreu através de uma reação de

substituição nucleofílica. A reação ocorre a partir do metoxipolietilenoglicol

propionaldeido (75% redimento) e o grupo alfa-amino do aminoácido livre da HSA em

meio ácido com o agente redutor hidreto de metal complexo. Os intermediários

peguilados foram caracterizados através de RMN1H e RMN

13C.

Palavras Chave: Peguilação, calorimetria, albumina, caracterização, Williamson.

1. INTRODUÇÃO

A instabilidade relacionada às proteínas tanto estruturalmente quanto

quimicamente compromete a sua utilização em formulações como um agente

terapêutico, isto se deve a um curto tempo de vida quando são submetidas a um estresse

químico e ou físico (JONES, 2010). Para melhorar a estabilidade de fármacos de origem

protéica em relação à termodinâmica foi desenvolvida uma modificação química em

aminoácidos e proteínas denominada peguilação (VERONESE & MERO, 2008). No

início da peguilação não havia polietilenoglicóis com estrutura química definida e os

existentes possuíam muitas impurezas. Atualmente existem diversos derivados do

polietilenoglicol com excelentes reatividade e pureza para reação com sítios específicos

de aminoácidos e proteínas. As reações de peguilação estão sendo aplicadas em

compostos de natureza protéica que possuem excelentes atividades biológicas. Alguns

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desses compostos já estão disponíveis para o mercado ou em fase de teste clínico

(Tabela 1) (PARVEEN, 2006). Destaca-se também o avanço no sentido do

desenvolvimento de novas moléculas, especialmente a forma monopeguilada de

interferon α-2a (Tabela 1), que foi conjugada com polietilenoglicol através da lisina

(FOSER, 2003) observando-se que a proteína peguilada conservava a atividade

antiviral, aprimorando os parâmetros farmacocinéticos (ARDUINI, 2004).

Recentes trabalhos demonstraram que a peguilação da alfa-quimotripsina

melhorou sua estabilidade termodinâmica em relação a sua forma natural

(RODRIGUEZ-MARTINEZ, 2009). Entretanto a caracterização termoanalítica de

proteínas bioativas e seus medicamentos têm aplicação limitada na indústria

farmacêutica em comparação com outras técnicas analíticas. Deste modo o presente

trabalho realizou estudos de caracterização térmica da forma natural e modificada por

peguilação da albumina humana (HSA) contribuindo, desta maneira, para o domínio de

tecnologias que aprimorem as áreas farmacêutica e de saúde pública do País.

A albumina humana foi sintetizada com o metoxipropionaldeído-

polietilenoglicol em duas concentrações diferentes, em pH ácido e temperatura

ambiente.

PRODUTO PEG LIGAÇÃO

FORMADA

NOME

COMERCIAL LABORATÓRIO STATUS INDICAÇÃO

PEG-denosina

deaminase 5kDa NI Adagen® Enzon Pharmaceuticals Lançado Imunodeficiência

PEG-asparaginase 5kDa Amida Oncaspar® Enzon Pharmaceuticals Lançado Leucemia

PEG-IFNα2a 40kDa Amida Pegasys® Hoffmann-La Roche Fase II Melanoma e hepatite C

PEG- IFNα2b 12 kDa Carbamato PEG-Intron® Schering-Plough Lançado Hepatite C

PEG-arginina

deaminase 20kDa NI Hepacid® Phoenix Pharmacologics Fase I Carcinoma hepático

PEG-hGH 5KDa Amida Somavert® Pfizer Lançado Acromegalia

PEG-hGH = Hormônio humano do crescimento peguilado; IFN= Interferon; NI= Não informado

Tabela 1. Proteínas peguiladas disponíveis no mercado ou em fases de testes

clínicos (PARVEEN, 2006).

2. EXPERIMENTAL

2.1. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1.1. Obtenção dos Peguilados

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Metoxipolietilenoglicol 2000MW, 2-(2-Bromoetil)-1,3-dioxalano 96%, 1,4-Dioxano

anidro 99,8%, Iodeto de potássio p.a 99,5% e albumina humana HSA 66 KDa, foram

adquiridos da SIGMA –ALDRICH.

Duas metodologias principais foram utilizadas para a obtenção dos derivados

peguilados planejados. A metodologia utilizada para obtenção do

metoxipolietilenoglicol propionaldeído deu-se através da reação de Williamson. Os

alcóxidos necessários para a reação de Williamson são normalmente preparados pela

reação de um composto contendo grupamento hidroxila livre com uma base forte.

A metodologia utilizada para o processo de obtenção da albumina humana

peguilada (HSA-PEG) (7), deu-se através de uma reação de substituição nucleofílica,

adaptada de ZHAO (2008). A condensação ocorreu a partir do metoxipolietilenoglicol

propionaldeído (5) e o grupo alfa-amino do aminoácido livre da HSA (6).

2.1.1.1. Preparação do metoxipolietilenoglicol propionaldeído

2g de metoxipolietilenoglicol (2000 KDa) (mPEG) (1) foram dissolvidos em 25 mL de

dioxano p.a e adicionados em pequenas porções sob agitação magnética vigorosa 0,308

g de terc-butóxido de potássio 95% (t-BuOK) à temperatura ambiente. Após 2 horas, o

sólido obtido foi solubilizado com igual volume de dioxano e foram adicionados 0,15

mL de 2-(2-Bromoetil)-1,3-dioxalano 96% (3), e 0,018 g de iodeto de potássio. A

mistura reacional ficou em temperatura ambiente e sob agitação magnética durante 5

horas. O dioxano foi rotaevaporado e o sólido obtido foi dissolvido em diclorometano

(50 mL). Fez-se três extrações de 10 mL de água, e o extrato orgânico submetido à

secagem com sulfato de sódio anidro, filtrado e concentrado em rotaevaporador. O

produto foi cromatografado em coluna flash com clorofórmio-metanol 95:5. A formação

do acetal (4) (rendimento 80 %) foi acompanhada em cromatografia de camada delgada

analítica utilizando como eluente CHCl3 95: MeOH 5 e o consumo do mPEG foi

acompanhado com auxílio do revelador de vanilina. O acetal (4) purificado foi

solubilizado em 10 mL de etanol P.A. e submetido a hidrolise sob refluxo com 1 mL de

ácido mineral aquoso 10% e leve aquecimento (30-40oC) até a formação do aldeído (5).

A formação do aldeído peguilado (5) (75% de rendimento) foi acompanhado em

cromatografia de camada delgada analítica utilizando como eluente CHCl3 95: MeOH 5

e revelador DNPH (2,4 dinitrofenilhidrazina 0.1% w/v em HCl 0.4% v/v).

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2.1.1.2. Preparação da albumina humana peguilada

5 mM e 10 mM de metoxipolietilenoglicol propionaldeído (5) foram solubilizados,

separadamente, em 10 mL de tampão fosfato de sódio (0,1M) (pH= 4,0) e adicionados 1

mM de albumina humana (6) e 20 mM de NaCNBH3, a qual ficaram sob agitação

magnética durante 3 horas e sob temperatura ambiente. A peguilação foi realizada com

uma razão molar de 5 e 10 do aldeído (5). A formação da HSA-PEG (7) foi

acompanhado pelo consumo do aldeído peguilado em cromatografia de camada delgada

analítica utilizando como eluente CHCl3 95: MeOH 5 e revelador DNPH ( 2,4

dinitrofenilhidrazina 0.1% w/v em 0.4% HCl v/v). Posteriormente a mistura reacional foi

liofilizada.

2.1.2. Estudos Térmicos

Os estudos térmicos da albumina humana (HSA), albumina humana liofilizada

(HSA-Liof) (a HSA-Liof foi liofilizada nas mesmas condições reacionais que a HSA-n1

e HSA-n2, com exceção da presença do aldeído peguilado) e albumina humana

peguilada (HSA-n1 e HSA-n2) foram conduzidos com as técnicas térmicas:

Termogravimetria (TG), Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) e Calorimetria

Exploratória Diferencial acoplada a sistema fotovisual (DSC fotovisual).

As curvas DSC para a HSA, HSA liofilizada e HSA peguiladas foram obtidas

utilizando um calorímetro exploratório diferencial de marca Shimadzu, modelo DSC-

50, em atmosfera de nitrogênio de 50 mL.min-1

com massa em torno de 2,0 (+-0,5) mg,

acondicionados em um cadinho de alumínio nas razões de aquecimento de 5, 10 e

20oC/min até 400

oC. Os dados calorimétricos foram analisados usando um software

TASYS da Shimadzu.

As fotos do processo calorimétrico foram obtidas no DSC acoplado a um

sistema fotovisual, constituído de microscópio Olympus conectado a uma câmera Sanyo

modelo VCC-520, usando uma atmosfera de nitrogênio com fluxo de 50 mL.min-1

com

razão de aquecimento de 10 oC/min até a temperatura de 400

oC/min.

As curvas termogravimétricas do HSA, HSA liofilizada e HSA peguilados foram

obtidas utilizando uma termobalança Shimadzu, modelo TGA 50H, sob fluxo de ar

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52

sintético de 20 mL.min-1

, usando uma atmosfera de nitrogênio na razão de 50 mL.min-1

,

com razão de aquecimento de 10, 20 e 40 oC/min até 900

oC. As amostras foram

acondicionadas em cadinho de alumina com uma massa em torno de 5,0mg (+ - 0,5).

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. Obtenção dos Peguilados

O acetal (4) foi obtido com um rendimento máximo de 80% (Figura 1). A reação

de obtenção do alcóxido (2) (Figura 2) necessário para a síntese de Williamson foi

desenvolvida com a utilização de duas bases para a desprotonação do grupo hidroxi do

metoxipolietilenoglicol (1). Inicialmente utilizou-se sódio metálico como base para

formação de um sal de sódio do metoxipolietilenoglicol, no entanto, o alcóxido obtido

forneceu rendimentos baixos (30% de rendimento) durante a reação de Williamson para

formação do acetal (4). Posteriormente utilizou-se como base para a formação do

alcóxido o terc-butóxido de potássio (t-BuOK) (Figura 1). Tal mudança resultou em um

maior rendimento do acetal (4) (80% de rendimento).

CH3

OOHn

CH3

OOn

O

O

Br O

OkI

tBuOK

(1)

R=80%

Tempo de reação : 5 horas

(4)(3)

, dioxano

Figura 1. Reação de obtenção do acetal (4) a partir do metoxipolietilenoglicol (1), t-

BuOK, 2-(2-Bromoetil)-1,3-dioxalano e do catalisador iodeto de potássio.

Uma possível explicação para o baixo rendimento do acetal (4) por utilização do

sódio metálico, estaria relacionada a sua grande reatividade no meio reacional, o que

acarretaria na formação de impurezas levando a menos alcóxido disponível para

originar o acetal (4). Outra explicação para o baixo rendimento estaria relacionada com

a força da ligação iônica. A ligação O-K

+ é mais iônica que a ligação O

-Na

+, isto

deixaria o oxigênio ligado ao Na menos nucleofílico e mais impedido.

Mecanisticamente ocorre uma reação ácido-base entre o PEG 2000 KDa (1) e o

t-BuOK com formação de um alcóxido nucleófilo (2) (Figura 2). Observou-se, também,

que a reação de Williamson sem iodeto de potássio apresentou um rendimento da reação

de formação do acetal (4) inferior a 49%. Com o iodeto de potássio o rendimento foi de

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53

cerca de 80%. O tempo de reação para formação do acetal (4) sem o iodeto foi de 19

horas, enquanto que na presença do iodeto de potássio o tempo de reação foi de 5 horas.

Uma explicação plausível para esse ganho de rendimento e menor tempo de reação,

estaria relacionada a substituição do iodeto (nucleófilo) pelo bromo na molécula do 2-

(2-bromoetil)-1,3-dioxalano (3) originando o 2-(2-iodoetil)-1,3-dioxalano (8), mais

reativo. O iodeto formado é melhor grupo abandonador, favorecendo a reação com o

alcóxido originando o acetal (4) com um melhor rendimento (Figura 2).

CH3

OOHn

CH

3

CH3

CH3

OKCH

3

OOKn

CH3

OOn

I O

O

Br O

O

CH3

OOn

O

O

- + - +

-

KI K + I-+

K Br

+ -

+

+

(2)

(3)

(8 )

(1)(2)

(4)

Figura 2. Mecanismo de reação de formação do alcóxido (2) e substituição do Br pelo I,

na molécula do 2-(2-bromoetil)-1,3-dioxalano (3) com formação do acetal (4).

O acetal (4) foi hidrolisado em HCl aquoso resultando no aldeído (5) com rendimento de

75% (Figura 3). Os produtos peguilados foram caracterizados por RMN1H e RMN

13C,

utilizando um equipamento da Varian de 200 MHz. Os dados dos principais

deslocamentos de RMN1H (200 MHz, =ppm, CDCl3) e RMN

13C (200 MHz, =ppm,

CDCl3) estão listados na Tabela 2.

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CH3

OOn

O

HCH

3

OOn

O

O

HCl, 10%

R=75%

Tempo de reação : 4 horas

(5)

(4)

Figura 3. Reação de hidrólise ácida do acetal (4) originando o metoxipolietilenoglicol

propionaldeído (5) sob leve aquecimento (30-40oC).

A obtenção da albumina humana peguilada (7) (Figura 4) com

metoxipolietilenoglicol propionaldeído (5) nas proporções de 5 mM e 10 mM do

aldeído para 1 mM da HSA, forneceu rendimentos brutos de 82 e 85 % de rendimento,

respectivamente.

CH3

OOn

O

H NaBH3CN

CH3

OOn

N

H

HSA

pH=4.0

(5)(7)

Tempo de reação : 3 horas

, HSBA

Figura 4. Reação de peguilação da HSA em meio ácido com o agente redutor hidreto de

metal complexo.

Mecanisticamente os pares de elétrons disponíveis no nitrogênio do resíduo alfa-amino

dos aminoácidos livres da HSA (6) atacam o carbono eletrofílico do aldeído peguilado

(5) com formação de um intermediário deficiente de elétrons no nitrogênio (9), que

sofre eliminação de água com a formação de um intermediário estável imina (10). Este

sofre uma redução pela ação do cianoboridreto de sódio em meio ácido, resultando na

amina peguilada (7) (Figura 5).

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55

CH3

OOn

O

H

HSA-NH2

CH3

OOn

H

OH2

NH-HSA -H2O

NaBH3CN

CH3

OOn

N-HSA

CH3

OOn

N

H

HSA

+..

TRANSFER. DE PRÓTON

(6)

(5)

+

(9)

(7)

pH=4,0

(10)

Figura 5. Mecanismo de reação da albumina humana peguilada (HSA-PEG) (7) a

partir do metoxipolietilenoglicol propionaldeído (5) e HSA (6).

DERIVADOS PEGUILADOS 1HNMR (CDCl3,

200MHz)

13CNMR (CDCl3,

50MHz)

CH3

OOn

O

O

a

bc

d

e

f

g

(7)

OMe – 3,33 ppm (s)

a b – 3,6 ppm (m)

c – 3.7 ppm (t)

d- 1.59 ppm (q)

e- 4.9 ppm (t)

f g – 4.13 ppm (m)

OMe – 58,68 ppm

a b- 72,23 e 71,15 ppm

c- 66.8 ppm

d- 34,12 ppm

e- 102.7 ppm

f g- 64.83 ppm

CH3

OOn

O

Ha

bc

d

e

( 2 )

OMe – 3,33 ppm (s)

a b – 3,6 ppm (m)

c- 3.52 ppm (t)

d- 2.09 ppm (q)

e- 9.18 ppm (t)

OMe – 58,68 ppm

a b- 72,23 e 71,15 ppm

c- 62,8ppm

d- 43.1ppm

e- 210 ppm

(s)-singleto (m)-multipleto (t)-tripleto (q)-quarteto

Tabela 2. Deslocamentos de RMN1H (200 MHz, =ppm, CDCl3) e RMN

13C (50

MHz, =ppm, CDCl3) dos produtos peguilados.

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56

3.2. Caracterização Térmica

A análise termogravimétrica dinâmica mostrou que as curvas da HSA e HSA-

Liof apresentaram 7 etapas de decomposição térmica, enquanto que as dos produtos

peguilados mostraram 6 etapas.

As curvas termogravimétricas dinâmicas mostraram que nas diferentes razões de

aquecimento (Figura 6) os produtos apresentaram a seguinte ordem de estabilidade

HSA-n1 = HSA-n2 > HSA > HSB-Liof. A primeira etapa correspondente a perda de

água ocorre em temperaturas diferentes para os produtos peguilados (28 - 140 o

C) e os

não peguilados (28 - 80 o

C). As etapas seguintes representam o início da decomposição

propriamente dita e iniciam em temperaturas maiores para os produtos peguilados

(superior 60 o

C) em relação aos não peguilados. Tal fato mostra claramente a maior

estabilidade térmica dos produtos peguilados que resistem bem ao aumento de

temperatura do que os produtos não peguilados. Os dados termogravimétricos

confirmam a melhoria da estabilidade química dos produtos peguilados, fato já

verificado nos estudos farmacocinéticos efetuados com diferentes proteínas peguiladas

(HARRIS, 2003).

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Figura 6. Curvas dinâmicas termogravimétricas (TGA 50H) obtidas na razão de aquecimento de 10, 20 e

40ºC min-1

sob fluxo de ar sintético de 20 mL.min-1

, usando uma atmosfera de nitrogênio na razão de 50

mL.min-1

para a amostra de albumina humana sérica (HSA)(1), albumina humana sérica liofilizada (HSA-

Liof)(2), albumina humana peguilada com 5 mM do aldeído peguilado (HSA-n1)(3) e albumina sérica

humana peguilada com 10 mM do aldeído peguilado (HSA-n2)(4) (Anexos I, II, III e IV).

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58

As curvas calorimétricas (Figura 7) obtidas na razão de aquecimento de

10oC/min, mostraram diferenças significativas para os diferentes produtos peguilados e

não peguilados (Tabela 3). As curvas DSC para a HSA e HSA-Liof mostram a presença

de um pico endotérmico em 170,69oC para o HSA e 171,98

oC para o HSA Liof,

enquanto que nos produtos peguilados as temperaturas foram deslocadas para 221,30oC

para HSA-n1 e 221,74oC para a HSA-n2. As proteínas peguiladas apresentam mais 02

eventos térmicos, sendo um exotérmico e outro endotérmico, em temperaturas

superiores a 310 o

C, sendo que HSA-n1 apresentou os 02 eventos em temperaturas

maiores do que HSA-n2. Tais eventos devem estar relacionados aos processos de

separação do PEG com a proteína.

Figura 7 - Curvas DSC -50, obtidas na razão de 10 ºC min-1 e sob atmosfera dinâmica

de nitrogênio (50 mL.min-1) para as amostra de albumina humana sérica (HSA) (6),

albumina humana sérica liofilizada (HSA-Liof) (7), albumina humana peguilada com

5M do aldeído peguilado (HSA-n1) (5) e albumina sérica humana peguilada com

10M do aldeído peguilado (HSA-n2) (4). Os círculos representam os picos

exotérmicos.

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59

A Figura 8 mostra as fotos do DSC fotovisual onde se pode avaliar visualmente

o comportamento térmico dos produtos peguilados e não peguilado. As características

dos produtos são diferentes do ponto de vista da coloração. Verifica-se, também, a

mudança de coloração na HSA não peguilada em 172 o

C e nos produtos peguilados em

221 o

C. A transição de fase correspondente aos picos endotérmicos em 172 e 221 o

C,

respectivamente para albumina não peguilada e peguilada deve estar relacionada com

mudanças na estrutura da proteína, possivelmente nos grupos contendo enxofre que

resultaria na formação do pigmento amarelado. A degradação mais evidente começa

em 318 e 313 o

C, respectivamente para HSAn1 e HSAn2, mostrando uma maior

estabilidade para HSAn1.

RAZÃO 10 oC/min

1a BANDA ENDOTÉRMICA 2

a BANDA ENDOTÉRMICA

AMOSTRA Temp.

média(oC)

ΔH médio(J/g) Temp.

média(oC)

ΔH médio(J/g)

HSA 170,69 -20,82 ----------------- -----------------

HSA Liof 171,98 -36,24 ----------------- -----------------

HSA-n1 221,30 -23,11 319,77 -7,78

HSA-n2 221,74 -41,31 313,83 -39,60

Tabela 3. Temperatura média e ΔH médio das bandas endotérmicas das curvas DSC -50,

obtidas na razão de 10 ºC min-1

e sob atmosfera dinâmica de nitrogênio (50 mL min-1

) para as

amostra de albumina humana sérica (HSA), abumina humana sérica liofilizada (HSA-Liof),

albumina humana peguilada com 5 mM do aldeído peguilado( HSA-n1) e albumina sérica

humana peguilada com 10M do aldeído peguilado (HSA-n2).

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60

4. CONCLUSÕES

As reações planejadas até o momento foram executadas, permitindo a síntese em

rendimentos considerados bons, utilizando-se a metodologia de Williamson 80% para o

acetal (4) e 75% para o aldeído (5). Através de reações de substituição nucleofílica

foram sintetizadas albuminas peguiladas com redimentos brutos de 82% (HSA-n1) e

85% (HSA-n2).

Os produtos peguilados quando submetidos aos estudos termogravimétricos

apresentaram uma melhor estabilidade em relação a HSA e HSA-Liof apresentando a

ordem de estabilidade de HSA-n1 = HSA-n2 > HSA > HSB-Liof. As curvas

calorimétricas obtidas na razão de aquecimento de 10 oC/min mostraram diferenças

entre os produtos peguilados e não peguilados em relação aos eventos endotérmicos e

exotérmicos. As fotos DSC fotovisual mostraram diferenças entre os produtos

peguilados e não peguilados do ponto de vista da coloração.

Figura 8- Fotos da HSA, HSA-n1 e HSA-n2 através do processo calorimétrico por DSC fotovisual,

obtidos do sistema fotovisual, modelo VCC-520, constituído de microscópio Olympus conectado a uma

câmera Sanyo acoplada ao DSC-50, usando uma atmosfera de nitrogênio, fluxo de ar de 50 mL.min-1

com

razão de aquecimento de 10 oC/min até a temperatura de 400

oC/min.

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CONCLUSÕES

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64

4. CONCLUSÕES

O acetal, inicialmente, foi obtido em rendimentos mais baixos (30%), em virtude

da utilização de sódio metálico como base para formação do alcóxido. Posteriormente

utilizou-se como base para a formação do alcóxido o terc-butóxido de potássio (t-

BuOK) que resultou em um maior rendimento do acetal (4) (80% de rendimento).

Conseguiu-se obter através do uso do catalisador haleto metálico na etapa de

substituição nucleofílica o acetal com um melhor rendimento (80%), bem como uma

redução no tempo de reação de 19 horas para 5 horas. Através de reações de

substituição nucleofílica foram sintetizadas albuminas peguiladas com rendimentos

brutos de 82% (HSA-n1) e 85% (HSA-n2). Os intermediários peguilados foram

caracterizados por RMN1H e RMN

13C.

Os estudos de caracterização térmica submetidos aos produtos peguilados, por

análise termogravimétrica, apresentaram uma melhor estabilidade em relação à HSA e

HSA-Liof apresentando a ordem de estabilidade de HSA-n1 = HSA-n2 > HSA > HSB-

Liof. As curvas calorimétricas obtidas na razão de aquecimento de 10 oC/min

mostraram diferenças positivas do ponto de vista da estabilidade térmica entre os

produtos peguilados e não peguilados em relação aos eventos endotérmicos e

exotérmicos. As fotos DSC fotovisual mostraram diferenças entre os produtos

peguilados e não peguilados do ponto de vista da coloração.

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PERSPECTIVAS

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66

PERSPECTIVAS

Determinar os parâmetros cinéticos de estabilidade térmica através dos dados

termogravimétricos isotérmicos.

Avaliar o comportamento dos produtos peguilados através da pirólise acoplada à

cromatografia gasosa capilar e espectrometria de massa (PIR/GC/MS).

Avaliação da toxicidade da HSA-PEG por ensaio de cultura de células.

Obtenção de novas proteínas peguiladas pela reação de Williamson.

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68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

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75

ANEXO I

Figura 6. Curvas dinâmicas termogravimétricas (TGA 50H) obtidas na razão de aquecimento de 10, 20 e 40

ºC min-1

sob fluxo de ar sintético de 20 mL.min-1

, usando uma atmosfera de nitrogênio na razão de 50

mL.min-1

para a amostra de albumina humana sérica (HSA), albumina humana sérica liofilizada (HSA-Liof),

albumina humana peguilada com 5 mM do aldeído peguilado (HSA-n1) e albumina sérica humana peguilada

com 10 mM do aldeído peguilado (HSA-n2).

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76

ANEXO II

Razão 10

oC/min

Produto

1a etapa

% massa

(faixa temp)

2a etapa

% massa

(faixa temp)

3a etapa

% massa

(faixa temp)

4a etapa

% massa

(faixa temp)

5a etapa

% massa

(faixa temp)

6a etapa

% massa

(faixa temp)

7a etapa

% massa

(faixa temp)

HSA

1,577

(28,93 –

70,87oC)

6,940

(70.87-

208,82oC)

10,450

(208,82 –

280,86oC)

30,994

(280,86 –

375,04oC)

13,979

(375,04 -478 oC)

15,418

(478 –

571,75oC

7,315

( 571,75-

890oC

HSA-Liof

5,399

(28,71 -

74oC)

5,591

(74 - 204oC)

10,682

(204 –

276oC)

29,645

(276 -

366oC)

15,10

(366 - 478oC)

13,948

(478 -

568oC)

7,147

(568 -

890oC)

HSA-n1 4,533

(30 - 138oC)

8,287

(138 -

279oC)

28,634

(279 –

369oC)

9,245

(369- 438oC)

16,534

(438- 590oC)

28,015

(590- 890oC)

---------

HSA-n2 5,477

(28 - 132oC)

9,454

(132 -

282oC)

24,00

(282 –

352oC)

16,276

(352 -

448oC)

13,605

(448- 588oC)

28,728

(588- 850oC)

---------

Tabela 4. Percentagem de perda de massa em suas respectivas faixas de temperatura das

etapas de decomposição térmica das curvas termogravimétricas dinâmicas (TGA50)

obtidas na razão de aquecimento de 10 ºC min-1

sob fluxo de ar sintético de 20 mL.min-1

,

usando uma atmosfera de nitrogênio na razão de 50 mL.min-1 para as amostra de

albumina humana sérica (HSA), albumina humana sérica liofilizada (HSA-Liof),

albumina humana peguilada com 5 mM do aldeído peguilado( HSA-n1) e albumina

sérica humana peguilada com 10 mM do aldeído peguilado (HSA-n2).

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77

ANEXO III

Razão 20 oC/min

Produto 1a etapa

% massa

(faixa temp)

2a etapa

% massa

(faixa temp)

3a etapa

% massa

(faixa temp)

4a etapa

% massa

(faixa temp)

5a etapa

% massa

(faixa temp)

6a etapa

% massa

(faixa temp)

7a etapa

% massa

(faixa temp)

HSA 2,652

(33,55 –

78oC)

5,651

(78- 210oC)

13,223

(210 –

301oC)

28,330

(301–

390oC)

15,126

(390 -517 oC)

12.973

(517– 596oC

8,879

( 596-890oC

HSA-Liof 2,882

(25,57-

80oC)

6,398

(80 - 220oC)

9,683

(220- 286oC)

29,93

(286 -220oC)

13,602

(376 - 480oC)

16,88

(480 -

597oC)

8,050

(597 -

890oC)

HSA-n1 5,215

(31,42 -

133oC)

8,928

(133 -

289oC)

24,668

(289 -

358oC)

15,432

(358- 448oC)

12,296

(448- 608oC)

31,537

(608- 890oC)

---------

HSA-n2 4,823

(30,78 -

144oC)

8,570

(144 -

287oC)

26,941

(287 -

362oC)

15,2

(362 -

444oC)

11,068

(444- 596oC)

31,072

(596- 890oC)

---------

Tabela 2. Percentagem de perda de massa em suas respectivas faixas de temperatura das

etapas de decomposição térmica das curvas termogravimétricas dinâmicas (TGA50)

obtidas na razão de aquecimento de 20 ºC min-1 sob fluxo de ar sintético de 20 ml.min-1

,

usando uma atmosfera de nitrogênio na razão de 50 mL.min-1 para a amostra de albumina

humana sérica (HSA), albumina humana sérica liofilizada (HSA-Liof), albumina humana

peguilada com 5 mM do aldeído peguilado( HSA-n1) e albumina sérica humana

peguilada com 10 mM do aldeído peguilado (HSA-n2).

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ANEXO IV

Razão 40 oC/min

Produto

1a etapa

% massa

(faixa temp)

2a etapa

% massa

(faixa temp)

3a etapa

% massa

(faixa temp)

4a etapa

% massa

(faixa temp)

5a etapa

% massa

(faixa temp)

6a etapa

% massa

(faixa temp)

7a etapa

% massa

(faixa temp)

HSA

3,771

(34,58 –

83,09oC)

5,637

(83,09-

219,86oC)

12,639

(219,86 –

310,87oC)

28,549

(310,87–

400oC)

13,351

(400 -532 oC)

14,717

(532,07–

627,67oC

9,388

( 627,67-

890oC

HSA-Liof 4,712

(30- 90oC)

5,251

(90 - 220oC)

13,118

(220- 310oC)

31,391

(310 -

410oC)

12,349

(410 - 535oC)

13

(535 -

637oC)

9,117

(637 -

890oC)

HSA-n1

4,842

(31,83 –

154,11oC)

8,782

(154,11 –

299,01oC)

28,843

(299 –

372,64oC)

17,256

(372,64 –

453oC)

11,779

(453- 598oC)

26,384

(598- 890oC)

---------

HSA-n2

4,631

(33,22 -

155oC)

8,878

(155 -

298oC)

28,497

(298 -

370oC)

16,084

(370 -

451oC)

12,625

(451- 597oC)

27,037

(597- 890oC)

---------

Tabela 3. Percentagem de perda de massa em suas respectivas faixas de temperatura das

etapas de decomposição térmica das curvas termogravimétricas dinâmicas (TGA50)

obtidas na razão de aquecimento de 40 ºC min-1

sob fluxo de ar sintético de 20 ml.min-1

,

usando uma atmosfera de nitrogênio na razão de 50 mL.min-1 para a amostra de albumina

humana sérica (HSA), albumina humana sérica liofilizada (HSA-Liof), albumina humana

peguilada com 5 mM do aldeído peguilado (HSA-n1) e albumina sérica humana

peguilada com 10 mM do aldeído peguilado (HSA-n2).

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ANEXO V