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Rodrigo Bezerra Nova Gramática da LÍNGUA PORTUGUESA para Concursos 9.ª edição Revista e atualizada 2021

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Rodrigo Bezerra

Nova Gramáticada LÍNGUA PORTUGUESApara Concursos

9.ª ediçãoRevista e atualizada

2021

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ORTOGRAFIA OFICIAL

Conversando um pouco…Iniciaremos o estudo de uma importante parte da gramática nor-mativa: a ortografia. Gostaria de salientar que este capítulo deve ser estudado com cuidado. Inevitavelmente, você se deparará com várias regras, orientações, muitas exceções etc., etc. Ficar decorando os pontos talvez não seja a melhor técnica. Por isso, sugiro que es-tude o capítulo aos poucos, tendo sempre em mente que o melhor remédio para se aprender a escrever os vocábulos corretamente ainda é a leitura. Cremos que só com a leitura habitual o operador da língua conseguirá memorizar – pela apreensão visual – a correta escrita de muitas palavras. Portanto, leia mais! E não deixe, é claro, de, aos poucos, apreender pela norma gramatical algumas orientações ortográficas. Por isso, vamos lá!

Antes de qualquer consideração, convém mencionar que a palavra ORTOGRAFIA é formada por dois radicais gregos (orto + grafia), os quais significam respectivamente “correto” e “escrita”. Logo, ortografia é a parte da gramática normativa que se preocupa com a correta representação escrita dos vocábulos em nossa língua.

As dificuldades de escrita que muitas palavras nos oferecem ocorrem em virtude de as palavras em nossa língua obedecerem a dois critérios distintos: ora a grafia do vocábulo está baseada na etimologia, ora a grafia do vocábulo está baseada na fonética.

Como sabemos, os sistemas ortográficos são três: o fonético, o etimoló-gico e o misto. Nossa língua portuguesa faz uso do sistema “misto”. Por isso, muitos operadores da língua sentem dificuldade (ou dúvida) em escrever alguns vocábulos.

Capítulo 2

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NOVA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA CONCURSOS – FONÉTICA64

2.1 LETRA E ALFABETO

Como sabemos, a letra é a representação gráfica de um fonema. Nem sempre, como se demonstra no capítulo de introdução à fonética, esta relação “letra” / “fonema” é perfeita, pois existem fonemas representados por mais de uma letra e vice-versa. O conjunto de todas as letras em nossa língua é denominado de “alfabeto português”. Nosso alfabeto é hoje composto por 26 letras, sendo 21 consoantes e 5 vogais. São elas:

a A (á) j J (jota) s S (esse ou sê)

b B (bê) k K (capa ou cá) t T (tê)

c C (cê) l L (ele ou lê) u U (u)

d D (dê) m M (eme ou mê) v V (vê)

e E (é ou ê) n N (ene ou nê) w W (dáblio)

f F (efe ou fê) o O (ó) x X (xis)

g G (gê ou guê) p P (pê) y Y (ípsilon ou ipsilone)

h H (agá) q Q (quê) z Z (zê)

i I (i) r R (erre ou rê)

2.2 NOTAÇÕES LÉXICAS

Além das letras, nossa língua usa uma série de sinais auxiliares a fim de indicar alguns fonemas especiais. Ao conjunto desses sinais gráficos, chamados também de sinais diacríticos (gr. “diacríticos” = apto a distinguir), dá-se o nome de notações léxicas. Esses sinais acessórios da escrita são os seguintes: acentos (agudo, circunflexo e grave), til, apóstrofo, cedilha e hífen.

2.2.1 ACENTOS

Os acentos são notações léxicas empregadas sobre algumas vogais para indicar a sílaba tônica ou para indicar a fusão entre elas. Como já dissemos, temos três tipos de acentos na língua portuguesa: ( ´ ) agudo, ( ^ ) circunflexo e ( ` ) grave.

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Capítulo 2 – ORTOGRAFIA OFICIAL 65

I • FONÉTICA

2.2.1.1 Agudo

O acento agudo é empregado sobre as vogais para assinalar, quando as regras da acentuação assim exigirem, a tonicidade aberta das vogais “a, e, o” e a tonicidade fechada das vogais “i, u”.

¨ Observe:

î água î café î paletó î difícil î baú

2.2.1.2 Circunflexo

O acento circunflexo é usado sobre as vogais “a, e, o”, quando as regras da acentuação exigirem, para indicar o timbre fechado delas.

î quilômetro î cortês î repô-lo

î britânico î constância î prêmio

2.2.1.3 Grave

O acento grave é usado exclusivamente em português para indicar o fenômeno da crase, isto é, a contração, a fusão de dois “as” (a + a).

î Um dia chegaremos àquela região. î Iremos todos à casa da tia Zuleide. a + aquela a + a

¨ Observação:

Para aprofundar os seus conhecimentos sobre o emprego do acento grave, sugerimos que estude o assunto “Crase” em sintaxe.

2.2.1.4 Til

É uma notação léxica usada para indicar a nasalização das vogais “a, o”, quando houver necessidade.

î órgão î não î intenção î ímã î põe î mãe

2.2.2 CEDILHA

É uma notação léxica colocada sob a letra “c”, a fim de se obter o fonema /s/ antes das vogais “a, o, u”. Observe:

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NOVA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA CONCURSOS – FONÉTICA66

î faço î caçar î mulçumano î açúcar î paçoca î espaço

2.2.3 APÓSTROFO

O apóstrofo é um sinal empregado para assinalar a supressão de um fonema numa palavra, a fim de se evitarem sons desagradáveis ou mesmo a repetição de um fonema ao se pronunciar o vocábulo. Geralmente ocorre a elisão do “e” da preposição “de”.

î queda d’água î pau-d’arara î galinha-d’água î copo-d’água

î pau-d’água î estrela-d’alva î mãe-d’água î borda-d’água

î pau-d’arco î pau-d’óleo

Emprega-se também o apóstrofo nas ligações das formas “santo” e “santa”, quando importa representar a elisão das vogais finais “o” e “a”. Observe:

î Sant’Ana î Sant’Iago î Sant’Antônio

2.2.4 HÍFEN

É a notação léxica que apresenta maior número de empregos. É frequen-temente empregado para unir palavras compostas, prefixos e formas verbais. Observe abaixo algumas orientações que estão respaldadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado no ano de 2009.

Como já dissemos, o hífen é a notação léxica que apresenta o maior nú-mero de empregos. É frequentemente empregado, por exemplo, para indicar a ênclise dos pronomes oblíquos átonos, para formar vocábulos por derivação prefixal e para unir compostos. Veja:

î fazê-lo î cachorro-quente î pré-operatório î pós-verbal î pô-las

Quando une vocábulos, o hífen, em muitos casos, servirá como um sinal de conotatividade, pois indicará que os elementos unidos por ele não estão empregados em seus sentidos originais, mas passaram a compor um novo conceito, uma nova ideia. Observe como o emprego do hífen, nesse caso, altera o sentido nos exemplos abaixo:

î mesa redonda mesa em formato circular

≠ î mesa-redonda reunião, debate, discussão

î casca grossa casca espessa, grossa

≠ î casca-grossa ignorante, bruto, grosso

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Capítulo 2 – ORTOGRAFIA OFICIAL 111

I • FONÉTICA

2.4 QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

1. (FCC) Está correta a grafia de todas as palavras do seguinte comentário sobre o texto:

a) Uma das iniciativas encontornáveis da cidadania está em se ezercer a consciência crítica, aplicada aos fatos da realidade.

* b) Recusando os privilégios dos que se habituaram a viver em grupos autônomos, o texto propõe o acesso de todos a todas as instâncias sociais.

c) Ninguém deve se ezimir de cobrar do Estado a prezervação do princípio de igualdade como um direito básico da cidadania.

d) Constitue dever de todos manter ou readquirir a crença em que seja possível a vijência social dos princípios da igualdade e da solidariedade.

e) O que se atribue a um cidadão, como direito básico, deve constituir-se em direito básico de todos os cidadãos, indescriminadamente.

2. (FCC) Há palavras cuja grafia exige correção na frase:

a) Incompreensivelmente, dá-se absoluta primazia à experiência, quando se trata do preen-chimento de novas vagas.

b) Pretextando a inexperiência dos jovens pretendentes a uma vaga, os empregadores lhes oferecem estágios, com pagamento irrisório.

c) É lamentável que jovens com aptidão e vocação para o trabalho sejam rejeitados em nome de uma experiência a que não podem ter acesso.

d) Diminui paulatinamente o número de novos empregos, o que obriga os jovens candidatos a se submeterem a exigências cada vez mais rigorosas.

* e) É evidente o descazo com que o mercado de trabalho trata os recém-formados, frustrando assim suas legítimas pretenções.

3. (ESAF) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.

Diante da atual mediocridade da representação política, é necessária(1) a participa-ção e a organização da sociedade, operando uma profunda mudança em nossa cultura política. Quanto maior(2) o individualismo, mais frágeis são os governos. As regras formais constitucionais não são suficientes para freiar(3) os vícios exacerbados(4) pelo poder. As organizações da sociedade devem ter o poder de vigiar e cobrar prestação de contas. Por isso, em vez de desacreditar da política, devemos agir em corresponsabilidade, com coragem, lucidez e discernimento(5) num grande mutirão para abrir caminho para um país democrático, justo, desenvolvido e pacífico.

(Adaptado de Dom Geraldo Majella, cardeal Agnelo, Folha de S. Paulo, 21/6/2005)

a) 1

b) 2

* c) 3

d) 4

e) 5

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4. (FCC) Está correta a grafia de todas as palavras da frase:

a) Malediscente como sempre, não deixa de proferir injúrias, manifestando, além da hostili-dade, uma extraordinária vocação para provocar a cisânia entre seus desafetos.

b) Diante de nossa relutância, propôs que fôssemos com ele ao supermercado, emprendês-semos, de modo alheatório, uma pesquisa de preços, e os comparássemos aos da feira.

c) Como não conta com nenhum para-raios, o povoado se alarma tão logo comece a trovejar: na última tempestade, a inscidência de descargas elétricas foi a maior da região.

* d) Será necessário intensificar a assistência aos pescadores, por ocasião da reversão das águas do rio – operação esta que certamente beneficiará as hidrelétricas, mas que poderá levar muitos à indigência.

e) Os maltratos recebidos afetaram-na tão profundamente que ela não consegue relaxar: ficaram-lhe os resquícios de um trauma familiar que dificilmente superará sem os subssídios de um tratamento especializado.

5. (FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:

a) É costume discriminar-se os jovens, e a razão maior está em serem jovens, e não em alguns de seus hábitos que fossem em si mesmos pernisciosos.

b) A encorporação de um novo léxico é uma das consequências de todo amplo avanço tecnológico, já que este indus à criação ou recriação de palavras para nomear novos referentes.

* c) Um pequeno glossário, capaz de elucidar a nova terminologia da informática, contribui muito para afastar os percalços do caminho dos usuários iniciantes, aturdidos com tanta novidade.

d) Os maus-entendidos são fatais quando ainda não se tem destreza numa nova linguagem, quando ainda não se está familiarizado com um novo vocabulario.

e) Muita gente letrada e idosa aderiu ao uso do computador, considerando-o não um sinal do apocalípse, mas uma ferramenta revolucionária na execução de tarefas, um instrumento útil para qualquer pesquizador.

6. (ESAF) Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical.

Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza

a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma expressão de sua época e uma exceção a ela.

b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem sempre foi percebida pelos seus contemporâneos.

c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do protagonista de seu último romance, Memorial de Aires.

d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade, participou dos grandes debates públicos de sua época.

* e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão entre os aspectos de sua vida examinados no livro.

(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p. 196)

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Capítulo 2 – ORTOGRAFIA OFICIAL 113

I • FONÉTICA

7. (ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Assinale a opção que contém erro de grafiaou inadequação vocabular. (Artigo extraído, com modificações, do Estatuto dosFuncionários Públicos Civis do Estado do Ceará).

Art. 192 – O funcionário deixará de cumprir ordem de autoridade superior quando:

a) a autoridade de quem emanar a ordem for incompetente;

b) não se contiver a ordem na área da competência do órgão a que servir o funcionário seudestinatário, ou não se referir a nenhuma das atribuições do servidor;

* c) for a ordem expendida sem a forma exigida por lei;

d) não tiver a ordem como causa uma necessidade administrativa ou pública, ou visar afins não estipulados na regra de competência da autoridade da qual promanou ou dofuncionário a quem se dirige;

e) a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou de autoridade;

(http://www.al.ce.gov.br/publicacoes/estatutocivis/estatuto/capitulo_2_t6.htm, pesquisa em 20/10/2006)

8. (FCC – TRT 23.ª região – Analista Judiciário) Estão corretos o emprego e a grafiade todas as palavras da frase:

a) A corrupção só se extingue ou diminue quando os justos intervêm para que as boascausas prevalesçam.

* b) Os homens que usufruem de vantagens a que não fazem jus cultivam a hipocrisia depropalar discursos moralizantes.

c) Contra tantos canalhas audases há que haver a reação dos que têm a probidade comoum valor inerente ao exercício da cidadania.

d) Há uma inestricável correlação entre a apatia dos bons cidadãos e a desenvoltura comque agem os foras-da-lei.

e) Deprende-se que houve êxito das iniciativas dos homens de bem quando os prevaricadores sentiram cerceada sua área de atuação.

9. (CESGRANRIO – BNDES) O substantivo derivado do verbo está grafado INCORRE-TAMENTE em

a) ascender: ascensão.

b) proteger: proteção.

* c) catequizar: catequeze.

d) progredir: progressão.

e) paralisar: paralisia.

10. (FGV – Ministério da Cultura) As dificuldades gráficas constituem um grande entrave à boa comunicação escrita, podendo gerar desvios da intenção de comunicaçãooriginal.

Assinale a alternativa em que não haja inconsistência gráfica ou semântica.

a) Ele mora há cerca de dez minutos do Centro.

* b) Votamos naquele presidente, pois suas ações viriam ao encontro de nossas expectati-vas.

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Capítulo 2 – ORTOGRAFIA OFICIAL 117

I • FONÉTICA

c) micro-ondas & super-homem.

d) mais-que-perfeito & leva-e-traz.

e) auto-escola & mula-sem-cabeça.

22. (FGV – BA) Texto 1 – “A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por pessoas bem-intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas e acabaram sendo responsáveis por grandes tragédias. Outros, gerados por indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis.” (As piores decisões da história, Stephen Weir)No texto 1, a palavra “bem-intencionada” aparece grafada com hífen; o Novo Acordo Ortográfico diz que “Nas palavras em que o primeiro elemento é bem-, a regra geral é o emprego do hífen, não importando se o segundo elemento começa por vogal ou consoante”. Sobre esse caso, a afirmação correta é:

a) a palavra foi mal grafada, pois deve ser escrita sem hífen;

b) a palavra foi bem grafada já que se trata da junção de um advérbio de modo + adjetivo;

c) a palavra foi bem grafada, pois se trata de um adjetivo composto com um elemento de valor prefixal;

d) a palavra foi mal grafada, visto que não se trata de um vocábulo, mas de dois;

e) a palavra foi bem grafada, pois houve mudanças nesse emprego, com as novas regras.

GABARITO

1 – B 2 – E 3 – C

4 – D 5 – C 6 – E

7 – C 8 – B 9 – C

10 – B 11 – D 12 – E

13 – C 14 – C 15 – D

16 – B 17 – D 18 – C

19 – E 20 – C 21 – C

22 – C - -

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Capítulo 2 – SubStANtiVO 205

II • MORFOLOGIA

î casa casas î janela janelas î pé pés

î prédio prédios î menino meninos î livro livros

î braço braços î gramática gramáticas î escola escolas

î mãe mães î porta portas î estrada estradas

î rei reis î pai pais î herói heróis

2. Os substantivos terminados em “-ão” fazem o plural de três manei-ras:

a) Alguns simplesmente seguem a regra geral e acrescentam “-s” ao“-ão”:

î mão mãos î cristão cristãos î grão grãos

î chão chãos î irmão irmãos î vão vãos

î pagão pagãos î desvão desvãos î bênção bênçãos

î órgão órgãos î sótão sótãos î cidadão cidadãos

b) Outros trocam o “-ão” por “-ães”:

î escrivão escrivães î pão pães î cão cães

î capitão capitães î alemão alemães î tabelião tabeliães

î capelão capelães î afegão afegães

c) Um grande grupo troca o “-ão” por “-ões”:

î leão leões î limão limões î balão balões

î caixão caixões î mamão mamões î botão botões

î canhão canhões î nação nações î opinião opiniões

î fração frações î coração corações î canção canções

î gavião gaviões î anão anões î folião foliões

¨ Observações:

a) Essas diversas variações para o plural ocorrem em virtude da etimologia das palavras.

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NOVA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA CONCURSOS – MORFOLOGIA206

b) Alguns substantivos terminados em “-ão” apresentam mais de uma forma para o plural. Observe abaixo:

î aldeão adeãos e aldeões î anão anãos e anões

î ancião anciãos, anciães e anciões î castelão castelãos e castelões

î guardião guardiães e guardiões î sultão sultães e sultões

î verão verãos e verões î vilão vilãos, vilões e vilães

î cirurgião cirurgiões e cirurgiães î vulcão vulcãos e vulcões

3. Os substantivos terminados em “-r, e -z” formam o plural com o acréscimo da terminação “-es”, uma vez que a língua não aceita as terminações “-rs e -zs”.

î flor flores î juiz juízes î amor amores

î gravidez gravidezes î arroz arrozes î mulher mulheres

î giz gizes î andar andares î raiz raízes

î colher colheres î dólar dólares î clamor clamores

î faquir faquires î colar colares î cruz cruzes

î cateter cateteres î ureter ureteres

¨ Observação:

Os substantivos “caráter”, “júnior” e “sênior” fazem os plurais “caracteres”, “juniores” e “seniores”, respectivamente, com deslocamento do acento tônico.

4. Os substantivos terminados em “-n” fazem o plural tanto com o acrés-cimo de “-es” quanto com o acréscimo de “-s”.

î próton prótones ou prótons î nêutron nêutrones ou nêutrons

î hífen hífenes ou hifens î abdômen abdômenes ou abdômens

î líquen líquenes ou liquens î elétron elétrones ou elétrons

¨ Observação:

Os substantivos “pólen” e “cânon” fazem os plurais “polens” e “cânones”, respectivamente.

5. Os substantivos terminados em “-al, -el, -ol e -ul” trocam o “l” por “is”. Observe:

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Capítulo 2 – SubStANtiVO 207

II • MORFOLOGIA

î anel anéis î farol faróis î paul pauis

î anzol anzóis î metal metais î tribunal tribunais

î pastel pastéis î laranjal laranjais î canal canais

¨ Observações:

a) Nos substantivos “cônsul” e “mal”, a consoante “l” permaneceu intervo-cálica no plural, daí as formas “cônsules” e “males” para os respectivos plurais.

b) O substantivo “mel” faz os plurais “meles” ou “méis”, assim como “mol” faz os plurais “mols” ou “moles”.

6. Os substantivos terminados em “-il” formam o plural de acordo com duas regras:

a) Se for oxítono, trocará o “-il” por “is”:

î anil anis î funil funis î barril barris

î perfil perfis î quadril quadris î cantil cantis

î fuzil fuzis î canil canis

b) Se for paroxítono, trocará o “-il” por “-eis”:

î fóssil fósseis î réptil répteis î projétil projéteis

î têxtil têxteis î míssil mísseis î tâmil tâmeis

¨ Observação:

Em virtude da dupla prosódia dos substantivos “réptil – reptil” e “pro-jétil – projetil”, admitem-se os respectivos plurais “répteis – reptis” e “projéteis – projetis”.

7. Os substantivos terminados em “-m” trocam esta letra por “-ns”. Veja:

î fim fins î jardim jardins î vintém vinténs

î bombom bombons î som sons î refém reféns

î jejum jejuns î bebum bebuns î amém améns

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NOVA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA CONCURSOS – MORFOLOGIA208

8. Os substantivos terminados em “-s” fazem o plural segundo duas re-gras:

a) Os monossílabos e os oxítonos recebem “-es”:

î gás gases î rês reses î mês meses

î deus deuses î revés reveses î burguês burgueses

î português portugueses î cós coses î chinês chineses

b) Os paroxítonos e os proparoxítonos terminados em “-s” são invariá-veis:

î o pires os pires î o ônibus os ônibus î o lápis os lápis

î o tênis os tênis î o vírus os vírus î o ourives os ourives

î o oásis os oásis î o alferes os alferes î o ônus os ônus

9. Os substantivos terminados em “-x” são invariáveis.

î o tórax os tórax î o ônix os ônix î a fênix as fênix

î uma xérox duas xérox î o látex os látex

¨ Observação:

Alguns substantivos monossilábicos terminados em “-x”, entretanto, ad-mitem também, para a formação do plural, o acréscimo da terminação“-es”. É o caso de:

î o fax os fax ou faxes î o sax os sax ou saxes

î o flox os flox ou floxes î o fox os fox ou foxes

2.4.2.1.1 Particularidades sobre o plural dos substantivos

1. Alguns substantivos mudam o timbre da vogal tônica de (ô – fechado)para (ó – aberto) quando postos no plural. É o que se denomina deplural metafônico ou plural com metafonia. Veja alguns exemplos:

(ô) – fechado no singular (ó) – aberto no pluralcaroço caroços

coro coros

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Capítulo 2 – SubStANtiVO 209

II • MORFOLOGIA

(ô) – fechado no singular (ó) – aberto no pluraldespojo despojosdestroço destroços

foro forosfosso fossos

imposto impostosjogo jogos

miolo miolosolho olhososso ossosovo ovos

poço poçosposto postospovo povos

reforço reforçossocorro socorros

tijolo tijolostorto tortostroço troços

Outros substantivos, porém, permanecem com o (ô) fechado quando vão para o plural. Veja:

(ô) – fechado no singular (ô) – fechado no pluralabono abonosbolo bolosbolso bolsos

cachorro cachorroscoco cocosdono donosdorso dorsos

encosto encostosesposo esposos

gozo gozoslobo loboslogro logros

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NOVA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA CONCURSOS – MORFOLOGIA384

5. O verbo PARIR é considerado defectivo por alguns gramáticos. Hoje, entre-tanto, tende a ser conjugado em todos os modos e tempos à semelhança do verbo POLIR. Observe abaixo:

6. O verbo ENGOLIR é irregular e sofre alteração da vogal “o” para a vogal “u”na 1ª pessoa do presente do indicativo, em todo o presente do subjuntivo e nas formas derivadas desses dois tempos no modo imperativo. Veja abaixo como esse verbo é conjugado.

7.9 QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

1. (MPE-SP) Passando a frase – Ele não só criou aqui o primeiro observatório astronô-mico das Américas, como trouxe cientistas – para o futuro do presente, os verbosdestacados assumem, respectivamente, as seguintes formas:

a) criava – trazia

b) criaria – traria

* c) criará – trará

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Capítulo 7 – VERBO 385

II • MORFOLOGIA

d) criará – trazerá

e) criara – trouxera

2. (MPE-SP) Assinale a alternativa correta quanto à correlação dos tempos verbais,de acordo com a norma culta.

a) Se todos estiverem de acordo, eles deixaram a reunião para a semana seguinte.

b) Logo que você perceber o clima de tensão, não teria agido daquela maneira.

* c) Seria melhor que elas examinassem os documentos com o cuidado necessário

d) Quero que você dirige a tenção aos mais necessitados.

e) Caso me desencontrasse com ela, deixarei os livros com sua secretária.

3. (TER-RO) Observe a frase:

Se tu ______ que os eleitores chegam para votar, ______ a porta e _______-os entrar.

A opção que completa corretamente a frase é:

a) veres / abre / deixa

b) veres / abra / deixe

c) vires / abra / deixa

* d) vires / abre / deixa

e) virdes / abri / deixai

4. (CESPE-MPU) Seguindo as normas gramaticais da língua culta, a sugestão “Sejatrabalhador e você também será venturoso”, se for expressa na terceira pessoa doplural, tornar-se-á:

a) Sede trabalhadores e vós também sereis venturosos.

b) Sejam trabalhadores e vós também sejais venturosos.

c) Sê trabalhadores e vocês também serão venturosos.

* d) Sejam trabalhadores e vocês também serão venturosos.

e) Sejais trabalhadores e vocês também serão venturosos.

5. (TRE-MT) Só está correta a forma verbal destacada na frase:

a) Embora ele esteje indicado, o Senado ainda o aprovou.

b) Ele passeiava diariamente no parque.

* c) Quando eles trouxerem a permissão, poderão entrar.

d) Se mantermos as posições, o inimigo não avançará.

e) Os deputados se entretiam com esses discursos.

6. (ALERJ/FESP) “Pois bem, como já disse, o vírus...”

O verbo dizer aparece corretamente conjugado na frase acima. Há erro na conjugação desse mesmo verbo na seguinte frase:

a) Dize-me com quem andas e eu te direi quem és.

* b) Você dizer que está doente, não acredito.