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ROLAGEM AUTOMÁTICA

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ROLAGEM AUTOMÁTICA

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Se o jovem perdeu a esperançae o dirigente, o compromisso;se o deserto a floresta alcança,pode o teu verde continuar com viço?

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Se a violência implanta o medoe lágrimas de criança são por comida;se a economia sorri ao desemprego,pode o teu amarelo continuar com vida?

Se a mídia vela o bem e o belo,e a fé, distante da razão, manipula como febre;se o livro das "verdades nacionais" não sai do prelo,pode o teu azul continuar alegre?

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Se a tortura se faz meio de investigação;se nas ruas, o abandono se mistura ao lixo;se os fracos se afogam na lama da corrupção,pode o teu branco continuar límpido?

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Com o suor do teu trabalho urdo meu tecido.Com tua prosa, poema e discurso desenho meu modelo.Meus corantes, tuas emoções e pensamentos,mas, é teu caráter que dá meu colorido.

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Cores, arquivos do teu passado, sou memória.Sou símbolo, teu espelho, sou bandeira,sou teu livro de sonhos, teu tarô, tua história,sou a síntese da alma brasileira.Sou bandeira, sou a síntese da alma brasileira.

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A seguir a prosa “Dia da Bandeira” traz algumas razões que motivaram a composição “Saudação à Bandeira” . Se for de interesse é só CLICAR e continuar clicando.

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Intuímos que deve acontecer com todos. Vivemos certos momentos que, sem nos deixar qualquer possibilidade de defesa, transportam-nos ao passado. Era uma luminosa manhã de novembro. Saí com o filho caçula, para participar de festejos do dia da bandeira. No exato momento em que cheguei na praça-palco onde a comemoração iria ocorrer, fui açoitado por imagens perdidas na minha infância. Quase senti a proteção da mão de meu avô segurando a minha. Quase escutei o som do hino nacional, enquanto a bandeira era hasteada. Recordei que, motivado pelas cores e elementos da bandeira, investi contra o meigo velho com uma rajada de perguntas: 

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Vovô, por que aquela caveira roxa, com um tom acinzentado, lá no topo do mastro? E aquele verde de tom "cirrótico"? E aquele amarelo "malárico"? E o "azul triste"? E aquele "branco turvo", quase enlutado? Por que um fundo "vermelho corado"? Por que a professora nos ensinou tudo errado? 

Com a paciência e o carinho peculiar dos avôs, começou por explicar-me o significado da bandeira. A utilização de símbolos pelos homens data dos tempos mais remotos. Entretanto, afirmam alguns que as bandeiras foram criadas por bandos feudais no início da Idade Média.

Os símbolos nacionais, por representarem os maiores anseios e a história das nações, adquirem um grande poder de aglutinação e catalisação. Daí, todos os países utilizarem a bandeira como símbolo. Como todos os outros símbolos nacionais, as bandeiras vão sendo impregnadas da energia resultante dos pensamentos, sentimentos, palavras e obras do povo e, em especial, dos seus ídolos, governantes e administradores.

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Essa energia traduz a nossa história e o seu refletir exerce o poder de nos influenciar.

Com a meiguice dos avós e demonstrando muita alegria por estar respondendo minha pergunta continuou:  A professora não te ensinou errado. Os tons e elementos especificados são os que estão realmente no mastro e no pano da bandeira.Tu, xodó do vovô, como consegues visualizar as energias, percebes os tons e os elementos que traduzem a nossa história. 

Ao contemplares a bandeira, é como se percebesses o modelo reduzido da alma brasileira. O verde viçoso, que fora impregnado pela esperança, pela pujança de nossas florestas, pela graça de nossos campos e bosques e pela beleza de nossos mares, tomou um tom cirrótico graças à desertificação, à poluição das águas, à falta de perspectivas da juventude e ao sadismo dos latifundiários.

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O amarelo vivo, que fora resultado do brilho da festa do astro-rei e de nosso ouro e outras riquezas minerais, transformou-se num tom malárico, em decorrência do contrabando de ouro e pedras preciosas, pela fome de muitos, pela falta de assistência médica e pelo medo da violência disseminada pelo país.

O azul alegre, que fora consequência da poesia de nossos artistas e de um céu aberto, onde o Cruzeiro do Sul revela nossa religiosidade, passou a ter um tom triste, devido ao massacre cultural imposto pelos meios de comunicação de massa e à manipulação religiosa exercida com base numa fé irracional. O branco límpido, que resultara dos anseios de muitos por ordem e progresso necessários à construção da justiça social e da paz, foi alterado para o branco turvo da arbitrariedade e do domínio de poucos, que disseminaram a desordem e centralizaram os benefícios decorrentes do progresso.

O turvo foi, também, resultado de um sentimento generalizado de luto pelo desemprego, abandono de nossas crianças, exílio nas grandes cidades e pelo uso da tortura como meio de investigação e de perseguição política.

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O fundo vermelho corado resultou da impregnação de uma energia muito densa, resultante da vergonha sentida por muitos brasileiros quando das divulgações do caráter cínico, covarde e corrupto de governantes e políticos, captado por parabólicas, escutas telefônicas ou por câmeras espiãs.

A ponta do mastro adornada com uma caveira roxo-acinzentada foi o resultado da impregnação de energias geradas pela indignação contra inúmeros saques-piratas à caravela Brasil:

ciranda financeira; os escândalos financeiros(.....Halles, HASPA, DELFIN, LUME, Coroa, ....FGTS,..... Mandioca, Proalcool, ...... Econômico, Nacional,......); sonegação de impostos; os assaltos ao INSS; o "milagre da dívida externa"; o "Golpe Collorido"; os "anões do orçamento"; a indústria das secas e das obras inacabadas; os superfaturamentos que chegaram a incluir, além de grandes obras e serviços, serviços médicos e hospitalares, remédios, capas, guarda-chuvas e até camisinhas; a evasão de divisas e a lavagem de dinheiro; os caixas dois de campanha; BANESTADO; e os “mensalões” e “mensalinhos”.

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Como já estava cansado de tantas explicações, exercendo e saboreando a liberdade de netinho, interrompi a explicação com outra pergunta:"vovô, se todas essas coisas horríveis já não ocorrem mais, por que aqueles tons ainda persistem?“

Iniciou seus esclarecimentos esboçando um sorriso de resignação:persistem como cicatrizes, mas com o tempo desaparecerão. Provavelmente, os teus filhos irão perceber os verdadeiros tons que há algum tempo, os pensamentos, as emoções, as palavras e as obras do nosso povo vêm colorindo o "lindo pendão da esperança".

Minhas lembranças foram interrompidas pela melodia do hino nacional. A bandeira era hasteada e tremulava pelos beijos e bolinagens da brisa. Enquanto isso, o filho caçula exclamava: “pai olha como são lindas as cores da bandeira”! Percebi com aquela exclamação, que não mais existia a caveira na ponta do mastro. O colorido da bandeira tinha sido impregnado pela história que meu avô e meu pai ajudaram a construir e que eu luto por preservar. Os tons eram de alegria, esperança, paz e amor.

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Festejando a sabedoria de meu avô, abracei, beijei meu filho e bradei: viva a bandeira: símbolo-síntese da alma brasileira! Salve 2.000 anos de república! Viva 19 de novembro de 3889!  "Saudação à Bandeira" é nossas rimas para comemorar o dia da bandeira e registrar a sabedoria dos avôs.