Romanos - A santificação cristã - Estudo 6

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Santicao crist o processo que se desenvolve na vida do crente em Jesus Cristo desde o momento de sua justicao at o nal de sua vida terrena, e que consiste em constante e crescente separao do pecado e dedicao a Deus. Trata-se de um esforo consciente e deliberado que o servo de Deus empreende, com a ajuda do Esprito Santo, objetivando tornar-se semelhante a Jesus Cristo. O verdadeiro crente em Jesus procura imitar o carter de Deus revelado na pessoa de Jesus Cristo e servi-lo elmente na realizao de seu plano de salvao dos pecadores e, portanto, na promoo do reino de Deus na terra. Separao e consagrao, portanto, so as duas caractersticas de atitudes e aes que compem o processo de santicao. A santificao como um imperativo Romanos 6.1-12 Paulo inicia o captulo seis negando uma falsa concluso a que poderiam chegar algumas pessoas ao lerem suas considera- A salvao sim, pela graa de es sobre a justicao pela f: pensar Deus, mas isto no d liberdade que, sendo a salvao pela graa de ao salvo para a prtica do pecaDeus mediante a f, sem o esforo do do. Pelo contrrio, impe a ele homem para realizar procedimentos e um padro de conduta compatobras, o homem poderia tornar-se in- vel com a sua nova natureza. diferente ao pecado. A salvao sim, pela graa de Deus, mas isto no d liberdade ao salvo para a prtica do pecado. Pelo contrrio, impe ao justicado um padro de conduta compatvel com a nova natureza alcanada. Entregar-se ao pecado alegando que com isto a graa de Deus se torna abundante, atitude cnica, incompatvel com a natureza do evangelho. O apstolo Paulo esclareceu que a realidade da nova natureza do crente em Jesus apresenta-se sob trs aspectos: 1) o crente est morto para o pecado (6.2-12); 2) o crente est crucicado com Cristo (6.6). Na crucicao Jesus alcanou a vitria contra o pecado por meio de sua justia; e ns, os salvos, nos tornamos participantes dessa vitria; 3) o crente res-

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suscitou com Cristo (6.5-9). Ao ressuscitar, Cristo recebeu um corpo de essncia diferente da matria que agora conhecemos; um corpo de homem celestial. Os salvos s alcanaro essa mesma natureza quando o Senhor voltar. Mas, espiritual e potencialmente, j a alcanamos no momento de nossa justicao, porque o Esprito Santo veio habitar em ns e o selo da posse antecipada dos fatos que foram cumpridos literal e completamente em Jesus Cristo. Fica claro, portanto, que a nova natureza que recebemos na converso repele o pecado. Depois de o pecador experimentar a justicao seria irracional que fosse estimulado a permanecer no pecado. A necessidade de santificao figurada no batismo Romanos 6.3-5 As realidades que ocorrem na justicao: a morte para o pecado e a ressurreio para a nova vida com Cristo so guradas no batismo. O batismo no tem nenhum poder para modicar a vida de uma pessoa. Ele uma consso pblica que a pessoa regenerada faz de que est se submetendo ao senhorio de Jesus Cristo por ter crido nele como Filho de Deus e como seu Salvador e Senhor. O batismo o smbolo da morte e ressurreio do pecador, e exerce, por isto, uma inuncia que constrange o crente a submeter-se inteiramente ao seu novo Senhor, visto que ao ser batizado, o pecador justicado est assumindo o solene compromisso com Deus e com a igreja de viver em conformidade com as realidades que ele simboliza. A santificao um processo espiritual dinmico Romanos 6.12-23 A santicao no signica um estado de contemplao, mas de ao contnua do crente, com o auxlio do Esprito Santo, para produzir os frutos de justia da vida crist. Paulo, a partir do versculo 12, diz que uma vez sabedores de que impossvel continuar no pecado, os justicados devem servir a Deus. A santicao , pois, um pro- A santicao no signica um cesso dinmico que consiste em o pe- estado de contemplao, mas cador justicado, consciente e volun- de ao contnua do crente, com tariamente, apresentar-se perante Deus o auxlio do Esprito Santo, para como instrumento para uma vida de produzir os frutos de justia da justia no mundo (6.13). Esse processo vida crist. implica em o crente passar a assumir atitudes de repdio ao pecado que se exteriorize em aes de quem entregou a vida ao Senhor para viver se-

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gundo sua vontade revelada nas Escrituras Sagradas. A santicao se expressa em o crente pensar, agir e interagir com as outras pessoas de modo a praticar sempre a pureza nos pensamentos, nas palavras e nas aes. Em resumo, a santicao consiste na prtica constante do amor, da justia e da verdade. O apstolo Paulo a compara a uma mudana de senhor. Enquanto est no pecado, o homem escravo do pecado. Seu senhor o pecado; e sua perspectiva horrvel, porque receber como paga de sua servido a prpria morte. Unindo-se a Cristo, entretanto, o pecador passa a ser servo de Deus e receber como ddiva de sua graa a vida eterna (6.14-23). A lei incapaz de santificar Romanos 7.1-13 A lei espiritual e boa, mas pela nossa natureza pecaminosa no podemos cumpri-la de modo a podermos alcanar a justia de Deus por ela. A lei, ento, nos mostra nossa incapacidade e culpa; A graa de Deus que nos alcanpor isto ela nos condena, ao invs de ou transformou-nos em servos salvar (7.10). Porm, a morte de Cristo de Jesus e essa nova condio satisfez a lei e a aboliu, cravando-a na que nos impede de continuarcruz (7.1-4). Estamos livres da lei. Essa mos pecando deliberadamente libertao, contudo, no signica licen- porque o salvo passou a ser uma a para pecarmos. A graa de Deus que nova criatura. nos alcanou transformou-nos em servos de Jesus e essa nova condio que nos impede de continuarmos pecando deliberadamente porque o salvo passou a ser uma nova criatura (2Co 5.17). A obedecincia crist e a santicao resultam no de um cdigo de leis, mas da submisso interior a Jesus Cristo, o Senhor. A santificao um processo de conflito Romanos 7.14 Embora o crente esteja crucicado com Cristo, sua natureza velha inclina-se para o pecado; por isso se estabelece o grande conito. O crente tem a compreenso esclarecida e iluminada, mas sua natureza carnal ainda o inclina para o pecado. A respeito desse conito, Paulo referiu-se sua prpria experincia: esclarecido por Cristo, ele tinha voluntariamente abandonado o velho sistema de vida. Sua mente esclarecida o impulsionava para as realidades superiores, mas sua natureza carnal o impulsionava para as coisas baixas. Querendo conscientemente praticar

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o bem, enfrentava a oposio de sua natureza carnal. Paulo sentia-se como que algemado a um cadver, arrastando sua natureza carnal (7.25; 8.1). O que ele disse foi que o crente enfrenta natural conito, mas pelo poder de Deus, que passou a operar nele, o crente vence a oposio do velho homem. A santicao no , pois, um estado de repentina perfeio alcanada mediante uma forte experincia emocional, mas o contnuo, consciente e voluntrio processo de rejeio do pecado e perseverana em praticar a justia de Deus. PARAAPLICAR VIDA

1. Paulo reagiu com indignao ideia de que o crente poderia permanecer no pecado em virtude de estar garantido pela graa de Deus. Ele foi taxativo: De modo algum. Em outras palavras: um absurdo. Se ns temos nova natureza em Cristo, se a obra de Cristo tirar o pecado do mundo, como poderamos continuar pecando? Nosso dever buscar a santicao. 2. A santicao um processo consciente e voluntrio. O crente sabe que nova criatura, que morreu para o mundo, que vive uma nova vida para Cristo, e assumiu o compromisso solene pelo batismo de viver essa nova vida. Consciente dessas realidades, deliberadamente passa a lutar contra o pecado. Procura a ajuda de Deus e luta para viver praticando a justia. 3. A santicao implica no somente em no pecarmos, mas tambm em praticarmos o bem, praticarmos a justia, o amor e a verdade. Nossa separao do pecado para pertencermos a Cristo e para servi-lo com lealdade. 4. No desanimemos diante de nossos conitos. Eles existem exatamente porque j somos novas criaturas. Quem est no pecado, quem no pertence a Jesus no vive em conito; vive naturalmente servindo ao pecado. O conito demonstra que somos de Cristo. No poderemos vencer com nossas foras, mas Deus nos ajuda a vencer. Cristo em ns nos dar vitria. 5. Para Meditar Rm 6.11 A recomendao de Paulo, considerai-vos como mortos, signica que o crente deve ter a conscincia da realidade espiritual que se operou em sua vida. Quando o crente se esquece de que pela f uniu-se a Jesus em sua morte e em sua ressurreio, quando se esquece de que ao crer em Cristo morreu para o pecado, a que Satans atua para induzi-lo a pecar. Sejamos vigilantes e dependentes do Senhor, e, ento, seremos vitoriosos contra o pecado em nossa vida.

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