Romantismo - Prosa

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Segunda metade do século XIX Cronologicamente, o primeiro romance romântico publicado no Brasil foi O filho do pescador (1843), de Teixeira de Souza, porém, como o romance apresenta enredo confuso e foi considerado pelo público como "sentimentalóide", A Moreninha (1844), de Joaquim Manoel Macedo, viria a ser considerado o primeiro romance efetivamente brasileiro por receber uma maior aceitação do público e por definir as linhas dos romance brasileiro. Os principais autores do período são: Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar e, constituindo o teatro nacional, Martins Pena.

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Segunda metade do século XIX

Cronologicamente, o primeiro romance romântico publicado no Brasil foi O filho do pescador (1843), de Teixeira de Souza, porém, como o romance apresenta enredo confuso e foi considerado pelo público como "sentimentalóide", A Moreninha (1844), de Joaquim Manoel Macedo, viria a ser considerado o primeiro romance efetivamente brasileiro por receber uma maior aceitação do público e por definir as linhas dos romance brasileiro.

Os principais autores do período são: Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar e, constituindo o teatro nacional, Martins Pena.

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Joaquim Manuel de Macedo (1820- 1882)

É considerado um dos romancistas mais importantes do período por ter inaugurado o romance romântico brasileiro, em termos de temática, estrutura e desenvolvimento de enredo. Este último se desenvolve da seguinte maneira, com o seguinte movimento: descrição do ambiente, surgimento de um conflito, resolução do mistério e restabelecimento do ambiente pacífico inicial.

Seu principal romance é A Moreninha (1844), em que estão representados os costumes da elite carioca da década de 1840, bem como suas festas e tradições (viajar para o litoral era um costume das famílias pertencentes à elite), e hábitos da juventude burguesa do Rio de Janeiro. Ainda, segundo o professor Roger Rouffiax, "a fidelidade com que o romancista descreveu os ambientes e costumes serviu como um documentário sobre a vida urbana na capital do Império."

Outras obras do autor são O Moço Loiro (1845) e A Luneta Mágica (1869).

Nasceu e faleceu na cidade do Rio de

Janeiro. Formado em medicina, exerceu a carreira por pouco

tempo dedicando-se posteriormente à vida literária e ao

ensino.

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A moreninha (1844)A Moreninha é um exemplo de Metalinguagem, pois é

um romance supostamente escrito por um de seus personagens. A metalinguagem é caracterizada pela propriedade que a língua tem de falar sobre si mesma e de mesclar o que existe na ficção com a realidade.

Muitos dos aspectos encontrados no romance são considerados clichês nos dias de hoje. Isto é, são situações e/ou frases que se tornaram lugar-comum na literatura principalmente no que diz respeito às histórias de amor, criadas pelos romancistas brasileiros cujos enredos sempre terminam em um final feliz.

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ObrasRomances

A Moreninha (1844)

O Moço Loiro (1845)

Os Dois Amores (1848)

Rosa (1849)

Vicentina (1853)

O Forasteiro (1855)

Os Romances da Semana (1861)

O Rio do Quarto (1869)

A Luneta Mágica (1869)

As Vítimas-Algozes (1869)

As Mulheres de Mantilha (1870-1871)

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Manuel Antônio de Almeida (1830 - 1861)

Nascido e falecido no Rio de Janeiro, Manuel Antônio de Almeida foi um importante fomentador das letras brasileiras. Seu romance mais famoso, Memórias de um Sargento de Milícias, foi publicado em formato de folhetim entre os anos de 1852 e 1853 no periódico Correio Mercantil do Rio de Janeiro. A ideia para a composição do romance surgiu após ouvir as histórias de um colega de jornal, um antigo sargento comandado pelo Major que inspirou o personagem homônimo do livro.

O romance é uma obra inovadora para sua época pois rompe com o retrato exclusivo da vida e dos hábitos da aristocracia para retratar o ambiente e a linguagem do povo em sua simplicidade. Além disso, Leonardinho, o protagonista, não é o protótipo do herói romântico, mas sim, um menino travesso que mais tarde se transforma em um jovem pícaro, dado à vadiagem e à malandragem no lugar de procurar uma ocupação.

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Memórias de um Sargento de Milícias (1852)

Publicado em formato de folhetim, o romance narra a história de Leonardinho, filho dos portugueses Leonardo Pataca e Maria-da-Hortaliça que chegam ao Rio de Janeiro. Na viagem em direção ao Brasil, Leonardo dá uma pisadela em Maria, que retruca com um beliscão. "Nove meses depois, filho de uma pisadela e um beliscão, nascia Leonardo." Porém, abandonado pelos pais, acaba sendo criado pelo compadre barbeiro. Largado à vagabundagem, o personagem é o protótipo do malandro brasileiro.

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José de Alencar (1829-1877)

Primeiro escritor romântico a desenvolver o romance com temas mais variados e abrangentes do que seus sucessores. Alencar empenhou-se em retratar diversas esferas e incluir o maior número de tipos de personagens até então vistos na literatura brasileira. Alencar não se contentou somente com a sociedade burguesa carioca de seu tempo mas, também, empenhou-se nos tipos brasileiros como o gaúcho e o sertanejo. Sua intenção era de retratar um painel geral do país, de norte a sul, além de tentar estabelecer uma linguagem brasileira.

Nasceu em Messejana, no Ceará e faleceu no Rio de

Janeiro. Era advogado, jornalista

e romancista

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José de Alencar (1829-1877)

Os críticos costumam dividir em quatro as fases principais de sua produção:

a) urbana ou social: Cinco Minutos (1856), A viuvinha (1860), Lucíola (1862), Diva (1864), A pata da gazela (1870), Sonhos d'ouro (1872), Senhora (1875), Encarnação (1893);

b) indianista: O Guarani (1857), Iracema (1865), Ubirajara (1874);

c) histórico: As Minas de Prata (1865), Guerra dos Mascates (1873);

d) regionalista: O gaúcho (1870), O Tronco do Ipê (1871), Til (1872), O Sertanejo (1875);

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Romances urbanos ou sociais- final feliz ou ideal;

- prevalência do amor verdadeiro;

- protagonistas femininas (que refletem um "ideal de feminilidade");

- retrato das relações familiares;

- ambiente doméstico;

- casamentos;

- questões financeiras (heranças, dotes, títulos, falências...);

Os três romances mais conhecidos dessa fase são: Lucíola (1862), Diva (1864) e Senhora (1875) que fazem parte da chamada trilogia "perfis de mulheres".

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Romances indianistas- nacionalistas;

- exaltação da natureza;

- idealização do índio;

- temas históricos;

- resgate de lendas;

- índio como um herói, europeizado, quase medieval;

- contato do índio com o europeu colonizador;

Os romances mais conhecidos da fase são O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).

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Romances históricos

São os romances de fundo histórico, voltados para o período colonial brasileiro propondo uma nova interpretação para fatos marcantes do período colonial do século XVII, como a busca por ouro e as lutas pela expansão territorial. Seus enredos denotam, em vários momentos, nacionalismo exaltado e a importância da construção histórica da pátria através da literatura.

O romance As Minas de Prata (1865) retrata o início pelas minas de prata e a corrida por metais preciosos e A guerra dos Mascates (1873) trata dos conflitos entre as cidades históricas de Olinda e Recife.

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Romances regionalistasNesses romances, Alencar procurou dar conta da diversidade brasileira e das regiões que se

encontravam distantes da corte e das principais cidades que receberam forte influência europeia. O autor desejava cobrir os territórios de maneira a mostrar como a vida de seus habitantes estava intimamente ligada ao meio físico no qual travavam contato.

Porém, há controvérsias sobre o retrato feito por Alencar de seus homens: quando trata do nordestino e do sertanejo, Alencar consegue ser fiel à realidade por conhecer mais profundamente a região e seus habitantes. Porém, quando retrata o gaúcho o autor incorre em uma série de falhas, provenientes da falta de familiaridade com o tipo retratado e com a distância que separava Alencar do sul do país.

Os romances mais conhecidos desta fase são: O gaúcho (1870), O Tronco do Ipê (1871), Til (1872) e O Sertanejo (1875);

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Bernardo Guimarães (1827 - 1884)

Seu livro mais conhecido é A escrava Isaura (1875), romance com pretensões abolicionistas que conta a história de Isaura, uma escrava branca, nobre e educada que é perseguida por Leôncio, seu senhor, um homem marcado pelos vícios sociais. A moça é salva pelo herói Álvaro, que a retira das garras do vilão.

Embora aborde a temática escravista, o romance mostra uma ideologia patriarcal, ao retratar uma escrava branca e que segue a educação dos moldes da elite. A questão dos escravos aparece de maneira superficial, não revelando a verdadeira condição dos negros que eram submetidos ao sistema social escravista.

Escreveu também outros romances, como O Seminarista (1872) e O Garimpeiro (1872).

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Alfredo Taunay (1842 - 1899)

Autor do romance Inocência (1872), considerado um romance romântico regionalista, Visconde de Taunay empenhou-se em descrever o cenário sertanejo e a retratar a vida no campo. Inocência é uma moça que, por imposição do pai autoritário, deve se casar com Manecão, um sertanejo bruto e negociante de gado criado. A moça adoece e é salva por Cirino, estudante de farmácia, e os dois se apaixonam, convergindo em um final trágico.

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Franklin Távora (1842 - 1888)

Autor também empenhado no retrato da realidade nordestina e do cangaceiro, evidenciando a vida com as secas no sertão. Acredita que o Norte ainda tem muito o que oferecer para a formação da literatura brasileira, tendo em vista que, diferentemente do Sul do país, ainda não foi totalmente invadido, e ainda possui muito o que ser explorado. O Cabeleira (1876), seu romance mais famoso, trata do cangaceiro José Gomes (o Cabeleira). A narrativa, embora com tons realistas e combativa, recai na estrutura melodramática dos romances românticos. O Cabeleira, ao reencontrar seu amor de infância, Luisinha, abandona sua vida de criminoso e dispõe-se a total regeneração pelo amor da amada. A moça, porém, morre de uma enfermidade e o cangaceiro acaba preso e enforcado na prisão.

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Martins Pena (1815 - 1848)

Suas obras estão classificadas no gênero "comédia de costumes", inaugurado por ele.

No retrato do ambiente urbano, Pena trabalha na sátira dos costumes da classe média carioca do século XIX, principalmente, com relação aos relacionamentos amorosos e a busca pela ascenção social. Pena escreve para as camadas mais populares, decorrendo daí a sua popularidade. Escreveu, durante sua curta vida, cerca de 28 peças tendo 19 delas sido encenadas na época.

Suas peças mais famosas são: O juiz de paz na roça (1842), Casadas solteiras (1845) e Os dois ou o inglês maquinista (1871).

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Resumo Romantismo: séc. XIXCONTEXTO HISTÓRICO

- Revolução da Imprensa e ascenção do romance;

- Vinda da Família Real para o Brasil (em 1808);

- Independência do Brasil (em 1822).

CARACTERÍSTICAS

- Individualismo;

- Subjetivismo;

- Verso livre e verso branco;

- Sentimento de nacionalidade;

- Culto à natureza.

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Principais autores Poesia

1a Geração Romântica: Nacionalista ou Indianista

- Gonçalves de Magalhães

- Gonçalves Dias

- Araújo Porto-Alegre

2a Geração Romântica: Mal do Século

- Álvares de Azevedo

- Casimiro de Abreu

- Junqueira Freire

- Fagundes Varela

3a Geração Romântica: Condoreira

- Castro Alves

- Sousândrade

Prosa

- Joaquim Manoel Macedo

- Manoel Antônio de Almeida

- José de Alencar

- Visconde de Taunay

- Franklin Távora

Teatro

- Martins Pena