Romeu do Amaral Camargo - Núcleo de Estudos Espíritas ... · Contos: A Galinha Ruiva - p. 10...

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PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 19 – nº 129 Distribuição Gratuita DESTAQUES Injúrias e Violências Caminho dos Rebeldes Filhos: Fardo ou Tarefa? Aborto: Crianças Doentes Livros: Justiça Divina; Correio do Além e Relatos da Vida Estudos de Sexta-feira: Fabiano de Cristo - Nosso Mentor

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PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 19 – nº 129Distribuição Gratuita

DESTAQUES• Injúrias e Violências• Caminho dos Rebeldes• Filhos: Fardo ou Tarefa?• Aborto: Crianças Doentes• Livros: Justiça Divina; Correio do Além e Relatos da

Vida• Estudos de Sexta-feira: Fabiano de Cristo - Nosso

Mentor

Romeu do Amaral Camargo

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Editorialeditorial

Publicação TrimestralDoutrinária-espírita

Ano 19 – nº 129Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas “Amor e Esperança”CNPJ: 03.880.975/0001-40

Inscrição Estadual: 146.209.029.115

Seareiro é uma publicação trimestral, destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e a manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Direção e RedaçãoRua dos Marimbás, 220

Vila GuacuriSão Paulo – SP – Brasil

CEP: 04475-240Tel: (11) 2758-6345

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Conselho EditorialReinaldo Gimenez

Rosangela Araújo NevesSilvana S.F.X. Gimenez

Vanda NovickasWilson Adolpho

RevisãoConselho Editorial

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433

Diagramação e ArteReinaldo Gimenez

Silvana S.F.X. Gimenez

Imagem da CapaDisponível em: <http://www.

autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos%20

%20Diversos/Romeu%20do%20Amaral%20Camargo/Romeu%20do%20Amaral%20Camargo.JPG> Acesso em:

28 set. 2017.

Tiragem9.000 exemplares

Distribuição Gratuita

O Brasil passa por um momento muito delicado em sua história.Devido aos últimos acontecimentos políticos, amplamente divulgados pela mídia,

a cada dia ficamos mais temerosos do que haverá no amanhã.E é por este temor crescente que o clima espiritual que está se formando pode trazer

sérias consequências para todos, pois, sabemos, através dos estudos da Doutrina Espírita, que a soma de todos os pensamentos, cria uma consciência coletiva que acaba por propiciar os acontecimentos que a ela se ligam. Quando os pensamentos são de esperança e fraternidade, ajudam que o progresso e a felicidade espirituais aconteçam, mas, quando os pensamentos são de desesperança aliados ao ódio, transformam-se em combustível para que desastres espirituais sejam efetivados.

Socorrendo-se dos ensinamentos de Jesus, esclarecidos pela Doutrina Espírita, somos alertados para a necessidade de muita oração, acreditando que o Mestre é o Governador da Terra e que, conforme consta do livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria

do Evangelho, sobre o Brasil, Jesus afirma:... “As potências imperialistas da Terra esbarrarão sempre nas suas claridades divinas e nas suas ciclópicas realizações. Antes de o estar ao dos homens, é ao meu coração que ela se encontra ligada para sempre.” Para alimentarmos cada vez mais estas “claridades divinas”, devemos fornecer o nosso melhor pensamento de esperança e as nossas mais fraternas atitudes de uns para com os outros, afinal, somente a caridade nos trará a salvação.

Não deixemos as ambições pessoais nos embaçar os pensamento e atitudes. Esqueçamos a ideia de transformar o Brasil em uma potência econômica e pensemos na felicidade espiritual de todos.

Ainda no livro citado:“O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos

povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro.”

“Peçamos a Deus que inspire os homens públicos, atualmente no leme da Pátria do Cruzeiro, e que, nesta hora amarga em que se verifica a inversão de quase todos os valores morais, no seio das oficinas humanas, saibam eles colocar muito alto a magnitude dos seus precípuos deveres. E a vós, meus filhos, que Deus vos fortaleça e abençoe, sustentando-vos nas lutas depuradoras da vida material.”

Equipe Seareiro

ÍNDICEGrandes Pioneiros: Romeu do Amaral Camargo - p. 3Canal Aberto: Caminho dos Rebeldes - p. 9Contos: A Galinha Ruiva - p. 10Livro em Foco: Justiça Divina - p. 11Tema Livre: Recomeço - p. 12Pegadas de Chico Xavier: A Pele do Rinoceronte - p. 12Clube do Livro: Correio do Além e Relatos da Vida - p. 13Família: Filhos: Fardo ou Tarefa? - p. 14Cantinho do Verso em Prosa: Carta aos Pais - p 15Estudos de Sexta-feira: Fabiano de Cristo - Nosso Mentor - p. 16Kardec em Estudo: Injúrias e Violências - p. 18Aborto: Crianças Doentes - p. 19

3Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Romeu do Amaral CamargoApós revisar a carta que acabara de escrever para

o presidente da FEB, Romeu, digno professor e grande escritor espírita, sentiu, ao fechar o envelope, que algo anormal estava acontecendo com suas mãos. Estavam duras e seus dedos não correspondiam ao movimento natural da coordenação motora.

Apreensivo, pensou ser pelo excesso de trabalho. No dia anterior havia corrigido muitas provas, por isso, talvez, a dificuldade em dobrar os dedos. Percebeu que suas pálpebras mostravam-se pesadas e logo um sono profundo apoderou-se de seus olhos e um relaxamento de energias tomou seu corpo, deixando-o inerte. Mas, que fato estranho era esse? E sua mente parecia entrar em confusões, vozes que se misturavam, sombras que surgiam, lugares diferentes, tudo se passando em segundos. Quis chamar pelos familiares, mas, a voz não saiu. Procurando acalmar-se, lembrou das lições do Evangelho, principalmente do capítulo V, “Bem Aventurados os Aflitos”. Sim, porque a aflição tomava conta de seu coração, que estava completa-mente acelerado em seus batimentos. Repentinamente, tudo se apagou e o silêncio surgiu como um sedativo para aplacar suas aflições e as pontadas na região do coração.

Romeu do Amaral Camargo deixara o corpo físico e seu espírito retornava à pátria de origem.

Quanto tempo se passara sob esse torpor? Romeu não saberia explicar. Sua mente parecia-lhe obrigar a rever sua infância.

Embora sob os efeitos, ainda, da rigidez muscular, algo o levava a ver o filme de sua própria vida. Tudo se desenrolava em sua frente, isto é, na tela de sua consciência. Os primeiros professores do curso primário passavam a cumpri-mentá-lo como faziam na época da formatura e depois a escola do curso

complementar, junto à Escola Normal da Capital de São Paulo, lhe daria o título de professor. Com essa vitória, outra lhe traria mais alegria, conseguira o ingresso no magistério público.

O pranto corria de seus olhos fixos nessas lembranças: “Meu Deus, tornei-me um professor”, e junto a esse pensamento revia seus familiares, como outrora, tão felizes pelos bons acontecimentos alcançados.

A carreira de professor prosseguia com sucesso. Ele revia São Paulo, desenvolvendo-se em áreas culturais. E, novamente como tinha um ideal de fazer os jovens sentirem prazer nos estudos, fora convidado para trabalhar, por um tempo, como adjunto do Grupo Escolar de Limeira e do Grupo Escolar do Bom Retiro, na Capital Paulista, lecionando, também, na Escola Normal do Brás e acumulando o cargo de diretor do Grupo Escolar Campos Sales, também na Capital. Os três mil alunos, sob sua presença íntegra e carismática, tornou-o muito requisitado na área construtiva e educacional. Todas essas recordações mostravam a Romeu que algo muito diferente estava acontecendo em sua vida. Porém, por mais que se esforçasse, os pensamentos não cessavam. Vinha, em sua tela mental, que em 1915 bacharelou--se em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito de São Paulo e trabalhou como advogado por um bom tempo.

Reviu vários periódicos, pois, como jornalista e escritor, colaborava com muitas matérias de temas variados, sobre o ensino e religião.

Nascido e criado na igreja católica preferiu, ao se tornar adulto, o protes-tantismo, no qual foi ordenado diácono pela 1ª Igreja Presbiteriana Independente da Capital de São Paulo.

Quando as recordações chegaram em sua tela mental, Romeu Camargo sofreu um abalo.

Faculdade de Direito de São Paulo

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Viu-se rodeado de pessoas que o ouviam nos púlpitos de muitas igrejas evangélicas e também alguém que dizia ser ele, autor de um folheto, cujo título era: História da Conversão de um Criminoso e que fora distribuído entre os detentos dos presídios de São Paulo. Romeu sofreu uma brusca parada, como se fosse uma névoa cobrindo seus olhos.

Aos poucos, ele foi voltando a dominar seu raciocínio. Com vagar, percebeu que ocupava um leito alvo, um aposento arejado, portanto, estava num quarto de um hospital. Tentou mover-se, mas, sem resultado e pensou que realmente fora acometido de um grave acidente vascular, ou coisa pior.

Romeu teimou em levantar a mão para tocar a campainha, mas, seu braço não obedecia ao comando de seu cérebro. Com isto, sua suspeita que sofrera algo muito sério se confirmava. Só lhe restava esperar ou orar? Sim, ele sempre falava da força da oração e esse era o momento. Apreensivo e mais reconfortado, sentiu que a oração lhe fizera bem. Passados alguns minutos de expectação, viu a porta do quarto se abrir e uma graciosa enfermeira, com um sorriso reconfortante falou:

— Graças a Deus, nosso irmão está recomposto e com bons ares!

“Que presença era aquela?” Pensava Romeu, pois sentira tanta paz, um refrigério para sua mente em conflito.

De imediato, perguntou:— Passei muito mal, não é? Mas onde estão meus

familiares? Pode me informar que lugar é este? Estava desconfiado, porém, de imediato, a mensageira do bem, a sua frente, o interrompeu.

— Calma meu amigo, tudo está bem. E, atendendo ao seu desejo, há alguém aqui que está ansioso para vê-lo... posso pedir que entre?

Rapidamente, Romeu, com alguma dificuldade para respirar, respondeu:

— Mas é claro, quem sabe é alguém da família.Embora enfraquecido e abatido, seu semblante

vestiu-se de alegria.Romeu, com vagar, procurando firmar seus olhos

pelas dificuldades de seu estado, notou que era a presença de um homem, com aspecto sério, alto e de energias superiores. Como este visitante lhe fazia bem, pensava interiormente. Sentindo as mãos fortes dele tocando sua testa, Romeu foi envolvido por uma enorme sensação de fluidos regeneradores. Pôde, então, reconhecer a figura inconfundível de Lameira de Andrade.

Num ato de contentamento, exclamou:— Meu Deus... meu Deus!E já em prantos, tentou levantar o corpo para abraçar

aquele Espírito tão notável e grande divulgador da Doutrina Espírita, porém, Lameira aproximou-se mais e colocou a cabeça de seu amigo e batalhador da Doutrina junto de seu coração e falou:

— E aí, acreditamos na existência de Deus, não é? Por esse motivo, conseguimos sentir em todos os momentos a presença daqueles a quem nos unimos pela via bendita do trabalho abençoado na seara do Cristo.

Romeu, ouvindo as palavras tão firmes, pela boca daquele amigo espiritual, a quem sempre pedia ajuda nos momentos de difícil decisão, lembrou, repentinamente, que Lameira havia desencarnado. Tentando acalmar-se, conseguiu recordar do fator mediúnico. Era isso mesmo e olhando para Lameira, com a voz entrecortada pela emoção, falou:

— Como agradeço, sim, a Deus por este momento. Não sabia que seria premiado por uma vidência tão clara. Obrigado senhor Lameira.

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5Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Sorrindo, o que não era normal em Lameira, este, com tom jocoso respondeu: Creio que você não se deu conta que estamos no mundo espiritual? Consigo ler seu pensamento e não posso crer que você, que foi tão crente na continuidade da vida, ainda não tenha percebido este acontecimento?

— Confesso, meu amigo, que estou ainda aturdido. Convenhamos que, embora sabendo da continuidade da vida após a desencarnação, quando o acontecimen-to é conosco, a notícia não é nada agradável — falou Romeu, rindo.

Diante disto, Lameira aditou:— Você deve agradecer a Deus, meu caro. Seu

desencarne foi muito bem assessorado e saiba que isto se deve pela sua dedicação e aceitação à Doutrina Espírita. Você lembra quando isto aconteceu?

Romeu, sob o efeito descontraído e, iluminado pelas vibrações de Lameira, sentindo a recordação surgir em sua mente, respondeu firme:

— Sim, lembro-me perfeitamente. O estudo da Bíblia era, para as minhas convicções, de um valor substancial à minha vida. Mas, havia algo em minha crença que não me satisfazia. E essas dúvidas eram sobre a cristandade dos dogmas da “predestinação divina” e, também, sobre a “eternidade das penas”. Os estudos bíblicos elucidados pelos mais ilustres responsáveis pastores, tentavam-me a esclarecimentos que, para eles, havia lógica, porém, a minha mente não chegava a nenhuma conclusão. Nessa pausa, Lameira observou:

— Foi, então, que as obras de nosso eminente professor, Allan Kardec, surgiram em suas mãos, não foi?

— Acredito, amigo, que foi uma inspiração Divina. As obras do mestre lionês responderam-me as indagações. As respostas foram o alicerce para a minha transforma-ção e o esclarecimento aos pontos obscuros e as dificul-dades que eu encontrava sobre os sentidos das palavras do Cristo, tão elucidativas no Evangelho.

A doutrina dos Espíritos atraiu-me, de tal maneira, que fui obrigado a me afastar da igreja. Imagine, Lameira, a confusão. Os pastores tentaram, de todas as formas me redimir e me fazer renegar a Doutrina dos “demônios”, como diziam. Fizeram-me comparecer a uma sessão da Igreja Presbiteriana Independente, que fora presidida pelo Reverendo Othoniel Motta, teólogo e catedrático de português, no ginásio estadual em Campinas, São Paulo. Naturalmente, fui declarado como traidor aos

princípios da igreja, pelo secretário da sessão.Ainda bem que tive o direito de me defender, o que

o fiz durante duas horas, esclarecendo a minha posição em aceitar, livremente, a Doutrina Consoladora do Evangelho de Jesus. Passei a estudar as obras básicas de Allan Kardec. Procurei pesquisar tudo o que fosse provado pelos espíritas mais exigentes, quanto às diversas mediunidades. Cada vez mais, o Espiritismo se fazia presente em minha vida. Revi todos os conceitos ditados pelas religiões e cheguei a conclusão que só a Doutrina Espírita era o que respondia a todas as perguntas, sem mistérios e sem dogmatismo.

Após estar firme em meus propósitos e já ter vários estudos publicados nos periódicos doutrinários, fiz uma confissão pública de aceitação ao Espiritismo, no órgão Reformador, anexo à Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro. O título desse artigo fora, “Aos pés do Mestre”.

Não sei, amigo Lameira, se agi desta forma por prazer de ir ao encontro de um novo ideal ou se o fiz por orgulho, porque, em verdade, tentei responder a um artigo de um pastor evangélico, Isaac Gonçalves do Vale que, de certa forma, criticava o meu afastamento da Igreja Presbiteriana, por meio do órgão Estandarte, ligado a essa igreja e de grande circulação nacional.

Lameira, como sempre muito sério e muito severo, diante da verdade mencionada pelo amigo, respondeu:

— Não deixa de ser o orgulho em primeiro plano. Talvez se você estivesse mais evangelizado, seria a hora de demonstrar a humildade. Mas há muito pela frente através da reencarnação, pois só pelas experi-ências e a certeza de continuarmos vencendo os vícios é que conseguiremos, no porvir, sermos mais cristãos em nossas tendências. Por ora, é pedir a Deus pelas melhoras espirituais.

Entretanto, não cultive o fracasso, você soube aproveitar o tempo quando encontrou a verdadeira vida. Suas obras divulgadas, sobre a Doutrina Espírita, serão o bálsamo de Deus, porque estão sendo defendidas por aqueles que ainda trazem dúvidas sobre as questões religiosas.

Romeu ouviu as sábias palavras do seu instrutor espiritual e aduziu:

— Sempre procurei ser honesto aos artigos enviados aos periódicos e jornais espíritas. Deixei nas quatro obras que escrevi a verdade que me transformou, que elucidou meu espírito quanto à fé.

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— Pelo que me consta, dizia Lameira, esses quatro livros foram muito divulgados e bem aceitos pelos espíritas, principalmente, o primeiro, Protestantis-mo e Espiritismo à Luz do Evangelho e os outros, se não me engano, os títulos foram: De cá e de Lá; Salvação pela Fé ou pelas Obras? e Um Só Senhor.

Veja, portanto, que sua vida material foi aproveitada. As sementes estão dis-tribuídas pelas obras e mensagens publicadas, relatando o seu verdadeiro caminho. A volta ao mundo espiritual apenas dá a sequência dos seus efeitos na matéria, e aqui, agora, é o aperfeiço-amento do que você assimilou em seu espírito. Lembre-se de que a vibração espiritual é mais importante e procure afastar pensamentos deprimentes, que possam vir dos entes físicos, ainda na Terra, para que sua evolução espiritual não seja prejudicada.

Lameira notava que o estado espiritual de Romeu ainda estava fragilizado. Para ajudá-lo a se fortalecer, continuou a fazê-lo relembrar dos serviços prestados à Doutrina Espírita, e aduziu:

— O que representou para você, ser convidado para o cargo de presidente da União Federativa Espírita Paulista? Acrescentou o bom desenvolvimento para seu trabalho no campo doutrinário?

— Foi com alegria que aceitei, não pelo cargo presi-dencial, mas, pela oportunidade de divulgar a Doutrina Espírita. Você sabe que os Centros Espíritas da época tinham muita dificuldade em encontrar voluntários a falar sobre o Evangelho. Todos que se salientavam a essa divulgação, eram muito perseguidos.

O preconceito sempre dominou o coração dos imprudentes.

— Caro Romeu, infelizmente, tenho que concordar com você. Porém, o que sempre notei em suas atitudes é que ao abraçar o Espiritismo, nada o demoveu do seu ideal, pois, logo após, você foi apontado para exercer o posto de 1º Secretário da Federação Espírita do Estado de São Paulo.

— Esse fato foi de grande repercussão, amigo,

porque os espíritas estavam na luta para que o Espiritismo pudesse ser levado pelas ondas radiofônicas, logicamente, por uma rádio. Quando a Federação surgiu, acolhendo mais simpatizantes pelo estudo do Evangelho, essa ideia se tornou realidade, porque no dia 30 de março de 1940, a Rádio Piratininga entrou no ar, como a PRH-3. Foi uma bela festa, um acontecimento que só mesmo a Es-piritualidade Superior poderia realizar. Para nós, os espíritas, foi a primeira estação radiofônica a entrar nos lares, com as lições do Evangelho. Sem dúvida

alguma, a presença de Nosso Senhor Jesus Cristo, à frente dos luminares

que envolveu o locutor, nos emocionou com a prece de abertura. Como contribuição de nossa parte, exercemos o cargo de diretor tesoureiro, com muito júbilo, pois ficou conhecida como a “rádio dos espíritas”.

Lameira de Andrade continuava a observar o estado espiritual de Romeu, que voltara à tranquilidade. Ele persistia para que Romeu revivesse os trabalhos que realizara no plano físico, porque a preocupação de ter notícias dos familiares que não estavam ao seu lado, o arrastava para a tristeza. Lameira sabia que os espíritos inferiores, aqueles que são contrários à difusão do Evangelho na Terra, estavam esperando pela sua fraqueza espiritual, para sugarem seus fluidos. Por esse motivo, o abnegado amigo continuou a inquiri-lo sobre as tarefas que executara como divulgador do Espiritismo, no plano físico. Por isso, continuou:

— Seguindo a evolução da Doutrina na Terra, o nosso batalhador e competente Antonio Gonçalves da Silva, conhecido pelo último sobrenome, Batuíra, contribuindo com a divulgação do Evangelho, fundou um jornal e que depois foi transformado numa revista, Verdade e Luz e, você foi indicado por ele para ajudá-lo, não é?

— Outro fato importante na minha última existência terrena.

O incrível Batuíra, exemplo de coragem e,como você disse, caro amigo, batalhador invencível. Ele, numa das ocasiões em visita a nossa rádio PRH-3, Rádio Piratininga, falou-nos da revista Verdade e Luz e das dificuldades encontradas para administrá-la. Co-locando-nos a par dos assuntos referentes às matérias publicadas, honrou-nos com o convite para sermos

Protestantismo e Espiritismo à Luz do Evangelho

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7Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

o redator secretário da mesma. Imagine a minha emoção, não posso mentir de que o orgulho me satisfez o ego. Mas, de imediato, tentei conservar o equilíbrio dos meus pensamentos, para tornar-me mais útil nesse campo de semeadura.

Apesar das reflexões, basicamente forçadas pelo Espírito Lameira, Romeu ainda mantinha vibrações negativas. Lameira, usando o seu pensamento, passava a imantá-lo fluidicamente para afastar os espíritos inferiores que estavam atentos em usurpar-lhe os recursos magnéticos de que necessita-vam para seus instintos primitivos.

Atento a essa visão espiritual, Lameira de Andrade procurou chamar a atenção de Romeu para o mal que todos os reencarnantes sofrem ao deixar o corpo físico, esclarecendo:

— Romeu, nossas atividades no campo físico, como você relembrava comigo, os seus feitos para o seu aprendizado, assim como todos nós realizamos, parece-nos clarear mais a vida ao irmos de encontro com a Doutrina Espírita. Mas, veja bem, muitas vezes isto acontece de uma forma tão surpreendente, que passamos a fazer uso do Evangelho com palavras que podem até chegar a emocionar os assistentes, porém será que esses ensinamentos tomaram conta de nosso coração? Ou isto foi apenas “expressão sintomática” de aspecto exterior?

Você viu e sentiu que aqui, na Espiritualidade, nos mostramos como somos. Na verdade, não passamos de mendigos, cegos mesmos pelo nosso orgulho e egoísmo, pensando que os trabalhos espirituais que fizemos ou obras que deixamos, nos tornassem “espíritos iluminados”. Tola ilusão, porque se não fosse a Miseri-córdia de Deus, ficaríamos muitos séculos perdidos em nossos devaneios.

Romeu estava deslumbrado com os efeitos benéficos que sentia, pela explanação esclarecedora desse mentor. Olhando para Lameira, pediu:

— Continue, por favor. Suas palavras estão me libertando de algo que, até agora, não conseguia entender.

Sei que, interiormente, as frases de elogios que me endereçavam pelas palestras e outros trabalhos doutri-nários que eu fazia, nutriam-me de orgulho. Meu Deus, estou envergonhado, mas preciso de sua ajuda para

livrar-me desta angústia.Lameira, novamente, envolveu Romeu

com seu magnetismo consolador, para que ele mantivesse o equilíbrio espiritual. Depois voltou aos esclarecimentos importantes, com a finalidade de libertar Romeu dos espíritos inferiores. E, prosseguiu:

— Meu amigo, quando deixamos o corpo físico, não prestamos o devido respeito que lhe devemos, sem analisarmos a grandeza criadora. Agimos como um rei absoluto,

trazendo enormes prejuízos a todos os órgãos mante-nedores que, antes saudáveis, começam a se mostrar doentes, pelos vícios intoxicando o cérebro que vai distribuindo a carga mortífera para o coração, pulmão, estomago, rins, fígado e baço, que deveriam receber os recursos sutis, fluidicamente, das glândulas projetoras dos hormônios vitais à boa saúde, se soubéssemos ajudá-las. E tudo isto, caro Romeu, são fortes indícios que comprometem o perispírito, o molde para futuro corpo carnal. Não temos a mínima consideração para com os construtores da organização reencarnatória. Muitas vezes, retornamos ao mundo espiritual antes mesmo do tempo previsto por Deus. A nossa cólera, a irritação, a falta de tolerância e o azedume, são doenças graves que se juntam aos outros vícios, como o álcool, a gula e os descontroles sexuais, que são as fontes des-truidoras dos impulsos incontroláveis do físico.

É preciso que você entenda que o nosso espírito possui energias que não são colocadas, externamente, como no corpo carnal. São fontes de energias centrali-zadas em núcleos que, trabalhadas no sentido do bem, transmitem os fluidos divinos com que Deus nos auxilia, desde a nossa concepção material. Portanto, quando conseguirmos essa harmonia, saberemos utilizá-las através do cérebro, do coração, da laringe, do baço e do baixo ventre, forças essas denominadas, de “campo de radiação revitalizante”. Os cientistas ainda não admitem esse complexo e profundo mecanismo da alma. Por isso é que, raramente, desencarnamos em condições satis-fatórias. Perdemo-nos preocupados com bens materiais e desejos supérfluos. Os conhecimentos superiores são deixados de lado e, muitas vezes, até Deus é ignorado.

Romeu a tudo ouvia imaginando o potencial de co-nhecimentos elevados de que Lameira era portador. Seu semblante demonstrava, também, muita preocupação

Batuira

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para com o futuro. Lameira, atento a essa preocupação do amigo, redarguiu:

— Não pense Romeu, que você é o único a sentir as dificuldades deste lado espiritual. Eu também me senti perdido, diante desta nova realidade. Luto muito para manter o equilíbrio necessário aos desajustes que assumi, em querer ser portador na Terra, como um divulgador da Verdade do Cristo, esbarrando sempre com o orgulho. Querer ser o que ainda não somos é muito grave, pois, muitas manchas trazemos no perispírito, aumentando a nossa imperfeição. Graças a Deus, o Espírito é eterno e, muitas chances, nos dão a oportuni-dade de, com vagar, irmos resgatando nossos erros. E olhe meu amigo, fomos afortunados em, rapidamente, conhecermos o Evangelho de Jesus e, de alguma forma, termos plantado as sementes para que o futuro venha a ser mais claro, perante tanta dor espalhada na Terra. Isto porque, há milhões de espíritos que teimam em ficar presos aos bens terrenos, às práticas nocivas e, de certo modo, muitos jazem ao lado do corpo, vivendo toda a sua decomposição, por não aceitarem o desencarne. Veja o quanto isto custa para a libertação e a evolução dos espíritos, presos às ilusões terrenas, frutos de suas próprias fantasias.

A verdade, meu amigo, é que perdemos muito tempo entre as lamúrias e a saudade do que deixamos na Terra. Se voltássemos à pátria de origem com a certeza do que dizemos acreditar, por certo, de pronto, nos veríamos num novo estágio de refazimento com a alegria cristã, num novo círculo de trabalho, sob a luz de uma nova aurora.

Profundamente emocionado pelas belas elucidações feitas por Lameira, Romeu, mais contido de sua nova condição espiritual, falou, em tom de agradecimento:

— Meu amigo, posso agora lhe informar que seu processo em me fazer entender esta nova jornada, que procuro avaliar como um grande aprendizado, me faz sentir que os encontros, após o desencarne, podem ser de amor ou ódio, dependendo do que fizemos e deixamos na Terra, entre os nossos semelhantes.

Vou me devotar em colocar em prática as boas lições

do Evangelho, trabalhar e servir para que os vícios sejam substituídos, pelas virtudes que deixamos de realizar na romagem terrena.

Lameira, aproximando-se bem junto ao leito de Romeu, o abraçou, deixando seus fluidos, para que a recuperação dele se completasse diante de suas vocações para o trabalho infinito no Bem, desejando-lhe:

— Coloque sua vontade acima de qualquer coisa. Ponha-se livremente em pé e continue a obra árdua, mas benéfica, junto a Jesus. Ele precisa de trabalhado-res de boa vontade.

Confortado pelas palavras tão elucidativas que o Espírito Lameira de Andrade transmitiu-lhe e da assistência fluídica que o refez, Romeu agradeceu pro-fundamente e, levantando as mãos, em direção ao Alto, falou:

— Não sei, Senhor, se sou merecedor por esta recuperação espiritual, mas tudo farei para me tornar um trabalhador digno da Doutrina Espírita. Lameira despediu-se e completou:

— Assim seja, meu caro amigo.O desencarne de Romeu do Amaral Camargo

repercutiu em todos os lugares onde a Rádio Piratininga era ouvida e levou grande pesar entre os espíritas. Os Centros Espíritas e os órgãos divulgadores noticiaram esse triste acontecimento, surpreendendo a todos pelo passamento rápido.

Mesmo entre os familiares, a notícia foi chocante e dolorosa. Mas, Romeu deixara para todos que com-partilharam com ele, um grande legado como escritor, professor e um digno divulgador do Evangelho de Jesus. Sua vida foi pautada pela fé e pelo amor que encontrou nas páginas edificantes do Evangelho. Seu esforço, pelo trabalho doutrinário, fixou-se ainda mais quando em 1937 recebeu, pela mediunidade de Chico Xavier, um recado de Emmanuel, que dizia o seguinte:

“Continue na sua bela missão de levar a luz espiritual do Evangelho pelos caminhos ensombrados da Terra.” E assim ele o fez, até o fim de sua passagem, nesta jornada reencarnatória.

Eloisa

• VANTUIL, Zeus. Grandes Espíritas do Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro. Ed. FEB, 1968.

• KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 58 ed. Rio de Janeiro. Ed. FEB, 1983.

• ESPÍRITOS DIVERSOS. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Falando à Terra. 1 ed. Rio de Janeiro. Ed. FEB, 1951

• Imagens, acesso em: 28 set. 2017:• https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/10/

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Bibliografia

9Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Caminho dos Rebeldes

canal abertoEste espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.

Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

Canal Aberto

Não há dúvidas de que a rebeldia só piora as coisas. Entre as definições da palavra está a teimosia. E é preciso não confundir as coisas: rebeldia é muito diferente de reação ativa ou construtiva. Teimosia é muito diferente de persistência ou perseverança.

O caminho dos rebeldes é áspero e prolongado. Viver e aprender com as experiências proporcionadas pela vida não é castigo. Antes é dádiva da própria vida que leva ao amadurecimento. Os que se rebelam, inconformados ou revoltados, apenas adiam os aprendizados e perdem a oportunidade de crescimento. E aí os caminhos se tornam mais ásperos, muito mais difíceis e, obviamente, muito mais longos e difíceis.

Do lado oposto, a resignação ativa, exatamente aquela que aceita a adversidade e busca raciocinar para encontrar caminhos de superação, amadurece, aprende e supera os obstáculos em caminhos que os rebeldes não conseguem enxergar.

A rebeldia da adolescência, contrapondo-se à experiência dos pais, ou o capricho cruel dos adultos, diante de circunstâncias que bem poderiam ser vencidas com pequena dose de tolerância, indica bem o nível de maturidade do ser que vive a situação.

A sabedoria dos serenos, dos que já atingiram a harmonia interior, demonstra os degraus que se podem galgar quando nos munimos de boa vontade, aceitação e da determinação de vencer tais tendências que todos carregamos.

O mais interessante de todo esse processo é que muitas vezes, para não dizer em todas, a rebeldia surge mais para confrontarmos vontades diferentes das nossas do que simplesmente seguirmos o que desejamos. Enfrentados em pontos de vista que consideramos corretos e imutáveis, partimos para a rebeldia como

forma de agressão. Com isso, sofremos e fazemos sofrer, adiando momentos que bem poderiam ser de harmonia e serenidade.

É muito mais longo e áspero o caminho humano quando optamos pela rebeldia ou pela não aceitação. Aceitar as adversidades, estudá-las para encontrar caminhos de superação – seja pelo diálogo ou por outro meio – é muito mais sábio que rebelar-se. Aliás, rebelar-se por rebelar-se não leva a lugar nenhum. Bom é quando nossa inconformação é pelo melhor, para mudar uma injustiça, quando lutamos por causas justas e dignas. Rebelar-se por capricho é infantil, demonstra imaturidade e só complica as circunstâncias.

No capítulo das separações conjugais, das sociedades desfeitas, nas amizades que se rompem, nos grupos que se separam, muitas vezes, a causa principal está

simplesmente na rebeldia do capricho que “não dá o braço a torcer”, nem cede um instante para

que a paz e o entendimento se estabeleçam.Qual a causa? Ah, a causa. Ela está no

egoísmo que ainda nos caracteriza. Nossa luta maior, no entanto, não é com os outros. Não estamos numa concorrência. Nossa maior luta é conosco mesmo. É a luta de domínio dessas perniciosas tendências, é a luta pelo aprimoramento moral que nos fará muito mais felizes e serenos, sem rebeldia destrutiva...

Nossa pergunta diária, nossa vigilância de cada instante, deveria ser: o que posso

melhorar em mim mesmo hoje? Qual ponto negativo devo combater agora? Quais

pontos positivos posso reforçar? Estou ou sou rebelde, fazendo sofrer os outros, ou já consigo

vencer minhas tendências egoísticas para que a paz se estabeleça ao meu redor?

São perguntas para respostas de foro íntimo. Cada um sabe de si...

Orson Peter Carrara

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Contoscontos

A Galinha RuivaEm um sítio, perto daqui, dona Galinha Ruiva estava

procurando comida para seus pintinhos. De repente, encontrou alguns grãos de milho e teve a ideia de plantá-los para, no futuro, fazer um delicioso bolo de fubá.

Ela guardou os grãos e, quando voltava para casa, encontrou seus amigos: o senhor Cachorro, o senhor Gato e o senhor Pato.

De imediato, ela pensou: Vou chamar meus amigos para me ajudarem e, assim, faremos rápido as tarefas e comeremos todos juntos um delicioso bolo de fubá.

Dona Galinha Ruiva contou sua ideia sobre fazer o bolo para seus amigos e eles adoraram!

Ela então perguntou:— Quem pode me ajudar a plantar estes grãos?— Au, au, au — disse o senhor Cachorro, explicando

que não poderia ajudá-la, porque estava ocupado.— Miau, miau, miau — falou o senhor Gato, avisando

que também tinha algo para fazer e não poderia colaborar.

— Quá, quá, quá — respondeu o senhor Pato, dando a mesma desculpa que os outros animais.

Dona Galinha Ruiva, vendo que ninguém a ajudaria, plantou os grãos e cuidou de todo o milharal, sozinha. Todos os dias orava a Deus para que o milho crescesse bastante!

Meses depois, chegou o momento de colher as espigas e, mais uma vez, Dona Galinha Ruiva pediu a ajuda dos amigos.

— Amigos, quem pode me ajudar a colher as espigas?

— Au, au, au, hoje eu não posso!— Miau, miau, miau, eu também não

posso!— Quá, quá, quá, que coincidência, eu

também não!Dona Galinha Ruiva não hesitou, colheu

todas as espigas de milho e debulhou os grãos, sozinha.

A quantidade de milho era grande e,

novamente, precisava da ajuda dos amigos para levar os grãos para o moinho, para serem moídos e virar fubá.

Outra vez, ouviu deles:— Au, au, au, estou muito cansado, eu não posso!— Miau, miau, miau, está muito quente, eu não

consigo!— Quá, quá, quá, nem eu!Mas Dona Galinha Ruiva não desistiu!Algum tempo depois, com os grãos moídos,

perguntou:— Amigos, vamos fazer um bolo de fubá?— Eu não quero agora! — disse o Senhor Cachorro.— Estou ocupado! — falou o Senhor Gato.— Agora não posso! — comentou o Senhor Pato.Dona Galinha Ruiva, persistente e determinada como

sempre, pegou todos os ingredientes para preparar o bolo de fubá e assim fez, com muito amor!

Quando o bolo ficou pronto, seu delicioso perfume se espalhou no ar.

O Senhor Cachorro, o Senhor Gato e o Senhor Pato ficaram com água na boca e, sem perder tempo, correram até a casa de dona Galinha Ruiva.

Dona Galinha Ruiva viu o entusiasmo de seus amigos e perguntou:

— Amigos, o que acham deste delicioso bolo de fubá?— Au, au, au, eu aceito um pedaço!— Miau, miau, miau, claro que eu também quero!

— Quá, quá, quá, já to sentado esperando o meu!

A dona Galinha Ruiva, pensou, pensou e respondeu:

— Amigos, sozinha e com muito esforço, plantei o milho, colhi as espigas, moí os grãos e com o fubá fiz este delicioso bolo. Vocês tiveram todas as oportunidades para colaborarem comigo, mas não colaboraram. Vocês acham correto comer o bolo?

11Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

* * *E você, Amiguinho, o que acha?O que a dona Galinha Ruiva deve fazer?Perdoar os amigos, dar novas oportunidades a eles e

compartilhar o bolo que foi feito por ela com muito amor e carinho...

O que você faria?Lembre-se, todos nós somos convidados diariamente

ao trabalho em favor de nosso próximo! O trabalho deve

ser colaborativo, feito sempre com responsabilidade e boa vontade. Esta é a maneira correta de evoluirmos intelectual e moralmente.

Não podemos viver isolados, com preguiça, ociosos, isso no impede de evoluirmos, de sermos úteis e de seguirmos os ensinamentos de Jesus, sobretudo que “Fora da Caridade não há salvação!”.

SilvanaBibliografia: adaptação do conto popular A Galinha RuivaImagem: http://www.editoradobrasil.com.br/mitanga/oed/ei1/linguagem/oed2/index.html

Refletir sobre essas duas palavras leva-nos a esclarecimentos surpreendentes.

Separadas:Justiça – remete-nos ao materialismo. Cumprimento

das leis humanas, incluindo as nossas, pequenas e pueris.

Divina - poucos são os que buscam nos estudos, o sentido exato dessa grande obra – Deus.

Quando falamos de justiça, afastamo-nos, cada vez mais, da Justiça Divina.

Demonstramos nossa falta de fé e de total desconhecimento das imutáveis Leis Divinas, que abordam todo princípio moral em seus primários deveres e obrigações.

Este livro relembra, em seus 82 capítulos, as obras básicas de Allan Kardec, em particular a obra O Céu e o Inferno.

Iniciando:“Perante as rajadas do materialismo...” inicia o prefácio

de Emmanuel, no convite à libertação de nossos tempos de débitos numerosos, orientando-nos a caminhada, ainda longa, mas, já escolhida, para o grande encontro com o Mestre Jesus.

Em suas magníficas páginas traçam modelos de vida, convocando-nos, não aguardar a fortuna - para a prática do Bem e da Caridade; não furtar moedas, tão pouco a esperança - ao amor ao próximo, à beneficência, o auxílio aos mais necessitados, que nenhuma moeda poderá dar.

Buscam esclarecer-nos que os nossos erros deverão ser entendidos como amargas experiências e, transformados, poderão ser nosso aliado para uma vida

mais proveitosa.E em um de

seus capítulos, discorre sobre a reencarnação, a grande Misericórdia que nos é concedida para a reparação de nossos enganos, mas, tão pouco aceita.

Devemos sim falar sobre a Justiça Divina, buscando nossa fé e esperança, conhecendo suas imutáveis Leis, entendendo toda sua moral, com a humildade e renúncia e de nossas obrigações, reconhecendo que somente ELE, poderá ser o Juiz de todos nós, mas, cuidemos muito de falarmos sobre “justiça” e “direitos”, para nós ainda grandes devedores, pois iremos mexer em grandes ferimentos de nossas almas, levando-nos a maiores compromissos morais.

“Observa, contudo, o que fazes do tempo e vale-te dele para instalar bondade e compreensão, discernimento e equilíbrio, em ti mesmo, porque o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.”

Eis como Emmanuel encerra essa belíssima e importante obra.

Atendamos, sempre, a esse convite e vamos ao trabalho para o Bem de todos!

Vano

Livro em Focolivro em foco

Justiça Divina

JUSTIÇA DIVINAFrancisco C. Xavier

EmmanuelFEB

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Tema Livretema livre

As provações do dia a dia começam quando acordamos atrasados para o compromisso, ou quando a condução demora a chegar, ou até quando o chefe mal humorado nos dispara palavras atravessadas. Diante de tantas coisas que nos perturbe, como serão nossas atitudes?

Jesus disse aos seus discípulos, em Lucas 16:10: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito...”. Podemos colocar esse versículo para nos fazer pensar diante das nossas provações diárias. Será que estamos sendo fiéis ao Evangelho do Cristo em nossas atitudes no dia a dia?

Ou será que falhamos progressivamente?

Precisamos nos analisar e decidir sinceramente o caminho que queremos seguir. Assim que nos decidirmos verdadeiramente e, as provações vierem,

vamos ter forças para agir como Cristãos, bem como, quando as provas maiores se aproximarem, seremos “fiéis no muito”.

Vamos começar hoje uma batalha contra nós mesmos, na qual nossa meta é ser melhor. Vamos nos analisar diariamente, e caso nossa atitude não condiga com o Evangelho do Cristo, vamos recomeçar. Vamos seguir o sábio conselho que está escrito em O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Vá, pois, meu filho bem-amado, seguindo para a frente sem vacilações e sem segundas intenções, no caminho bendito que você tomou. Vá, vá sempre sem temor. Afaste corajosamente tudo o que possa embaraçar a sua caminhada para o objetivo eterno”.

Que nossa mudança comece agora e que nesse dia de hoje possamos ser melhores do que fomos ontem! Que Deus nos abençoe.

Jamile

Recomeço

Como todos os episódios na vida de Chico Xavier oferecem um aprendizado, neste relato não poderia ser diferente.

O que podemos interiorizar, para nossa vida cotidiana, é que em todas as ocasiões, por mais ingratas que possam nos parecer à primeira vista, há sempre um

ensinamento de cunho pessoal. A palavra que nos fere pode ser a que nos ensina e fortalece.

Neste trecho, podemos ver que Emmanuel utiliza a perseguição moral do padre Júlio Maria como elemento evolutivo das forças espirituais de Chico para que, no futuro, pudesse ele ter a necessária resistência aos

Pegadas de Chico Xavierpegadas de chico xavier

A Pele do Rinoceronte(…) O padre Júlio Maria, da cidade mineira de

Manhumirim, estava disposto a providenciar uma camisa-de-força para o espírita de Pedro Leopoldo. Todo mês, ele escrevia artigos no jornal local O Lutador, e fazia o favor de enviar suas opiniões pelo correio ao autor do Parnaso de Além-Túmulo. Em nome de Jesus Cristo, os textos excomungavam o Espiritismo, reduziam a pó a reencarnação e à piada o porta-voz dos poetas mortos no Brasil. “Francisco Cândido Xavier deve ter pele de rinoceronte para suportar tantos espíritos”, escreveu num de seus manifestos.

Chico ficou engasgado e precisou da ajuda de Emmanuel para engolir o comentário.

— Se você não tem pele de rinoceronte, precisa ter, porque, se cultivar uma pele muito frágil, cairá sempre com qualquer alfinetada.

O padre Júlio Maria espetou Chico Xavier durante treze anos. Só parou quando morreu. E, nesse dia, Chico ouviu o vozeirão de seu guia:

— Vamos orar pelo nosso irmão Júlio Maria. Com ele sempre tivemos um cooperador maravilhoso. Dava-nos coragem na luta e concitava-nos a trabalhar.

Trecho do livro As Vidas de Chico Xavier

13Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Clube do Livroclube do livro

Correio do Além e Relatos da VidaCORREIO DO ALÉMFrancisco C. Xavier | Emmanuel / Espíritos diversos | EME

A obra, de autoria de Emmanuel e Espíritos diversos, se propôs à publicação das mensagens trazidas pelo mundo dos desencarnados, na época em que caravanas se formavam para ir à Uberaba, constituídas por criaturas sofridas e desconsoladas, em busca de algum alívio aos seus corações, despedaçados, pela partida dos entes amados.

São cartas psicografadas, algumas com inequívocas identificações pessoais, que se prestaram a consolar, como também, despertaram nos entes queridos, por vezes descrentes, a crença e a fé na vida futura.

Além de dados biográficos, constam fotos dos comunicantes desencarnados, em várias das cartas psicografas.

RELATOS DA VIDAFrancisco C. Xavier | Irmão X | EME

Uma belíssima apresentação na capa, parte interna, excelente tipografia, cores harmônicas e, ao mesmo tempo, alegres e estimulantes.

O mesmo se pode dizer do conteúdo, escrito pelo Espírito Humberto de Campos, que na época já utilizava o pseudônimo “Irmão X”.

Ele explica, na introdução, que ao ser indagado por seus saudosos escritos literários, respondeu que estava ativando-se no campo da prática

da assistência, deixando de lado, momentaneamente, a pena. No dia seguinte, entregou a Emmanuel uma pasta antiga, que continha valiosos apontamentos e relatos da vida, com os quais foi formado esse precioso volume.

São textos convidativos e instrutivos, numa linguagem compreensível ao entendimento, narrando conversas em grupo de estudos frequentado pelo autor; são em verdade, como o título indica, os relatos da vida!

Ambos os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier, Correio do Além e Relatos da Vida contemplaram a lista do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, enriquecendo o conhecimento dos seus associados.

Os assinantes do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)” também receberam os romances espíritas Perdoar e se Perdoar, psicografado por Conceição Friol,

pelo Espírito Maracelia e Nas Asas do Passado, escrito por Lourdes Carolina Gagete.

Ressaltamos que, com muita alegria, enviamos aos assinantes o livro Vida Futura, de Roque Jacintho, com nova edição feita pela Editora Luz no Lar em parceria com o IDE – Instituto de Difusão Espírita.

Uma ótima leitura!Rosa

Toda a renda obtida com a venda dos livros é revertida para as obras sociais do Nucleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”.

ataques que sofreria com a imprensa e a sociedade de seu tempo.

Por este prisma, entendemos quando Emmanuel agradece e diz que Chico tem mesmo que ter a “pele espiritual” rígida, tal qual um rinoceronte, capaz de suportar os ataques dos que ainda não compreendem a Luz da Verdade.

Resta-nos ter a força e a coragem para seguir essa Luz, seguindo o exemplo de Chico Xavier, cuja trajetória, embora cravada de dardos, o fez cada vez mais forte no caminho do Amor Cristão.

ÉricaBibliografia: MAIOR, Marcel Souto. As Vidas de Chico Xavier. 2 ed. LEYA, 2003.

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Quando nascem os filhos, os pais ficam tão felizes que não encontram palavras para expressar tamanha felicidade.

Isso se dá porque o Espírito do filho é velho conhecido dos pais; já viveram muitas experiências em reencarnações passadas e estão se reencontrando para algum ajuste necessário.

No início, na primeira infância, tudo ocorre sob o comando dos pais, no entanto, conforme os filhos vão crescendo e começam a aparecer pequenas aversões, pode ser um sinal de que aquele pequenino seja um credor cobrando o amor não vivido em reen-carnações passadas.

Examinam os nossos passos, fazem pequenas cobranças, controlam os nossos sentimentos. Fazemos de tudo para que a existência deles seja cheia de opor-tunidades, mas, às vezes, esquecemos que uma nova reencarnação tem a finalidade de evolução moral do Espírito.

Ao invés de ficarmos assustados com as situações que passamos com os nossos filhos, devemos assumir a reeducação moral deles, para que a reencarnação não se perca.

Qual é a melhor herança que podemos deixar para os nossos filhos senão a honestidade, o prazer em trabalhar, o respeito a Deus e ao próximo?

Aos filhos que “dão mais trabalho”, devemos voltar mais a nossa atenção! São eles os mais necessitados do aprendizado cristão.

Os pais, para poderem ter suporte para tão importante tarefa, devem encaminhar seus filhos, desde muito cedo, à frequência religiosa.

Desde a infância, toda criança tem capacidade de

entender sobre a existência de Deus e dos ensina-mentos de Jesus. A família deve dar continuidade ao aprendizado religioso, realizando o Culto do Evangelho no Lar.

Agindo assim, estaremos aceitando a promessa de Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. – Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus, capítulo 11, versículos 28 a 30).

Aprendendo sobre os ensinamentos do Mestre Jesus, aplicaremos primeiramente em nós estes ensinamentos e, pelo nosso exemplo, ensinaremos aos nossos filhos.

Quando isto acontecer, o nosso fardo se tornará leve porque nosso coração estará repleto de alegria cristã.

Pais, perseverem na tarefa confiada por Deus, para que reeduquem moralmente seus filhos.

Deus vê tudo.

WilsonImagem: Disponíviel em: < https://4.bp.blogspot.com/-yN18peKtiSo/WRo28TQDuKI/AAAAAAAAAdA/hmN1hHUv58EkOopJdFNNu2nKnIjIngoiQCLcB/s1600/familia_2.jpg > Acesso em: 28.09.2017

Filhos: Fardo ou Tarefa?familia

Família

Era uma casa abençoada,Não tinha teto, não tinha nada.

Pedimos sua ajuda para continuarmos construindo a sede do nosso Núcleo de Estudos. Precisamos de qualquer tipo de colaboração, desde materiais de construção a apoio �nanceiro.O óbolo da viúva é sempre bem-vindo!O terreno onde está sendo construída a nossa casa �ca na rua dos Marimbás, 220 - Vila Guacuri - São Paulo - SP.Ninguém podia entrar nela não,

porque precisamos da sua colaboração! Sua doação pode ser feita em nome do Núcleo de Estudos Espiritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40 - Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0

15Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Carta aos PaisCantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

A educação é tema de suprema importância para a evolução do ser humano na Terra.

Neste poema, Casimiro Cunha exalta a importância do Pai na formação moral dos filhos que lhe foram confiados.

Ao Pai compete não só trabalhar para sustentar, mas não se esquecer de dar carinho e atenção, para que a criança crie elos de segurança emocional e ternura e frutifique o sentimento de forma saudável, aprendendo a retribuir, amorosamente, aos que lhe cercarem a vida.

Ao Pai compete agir, dando o exemplo mediante uma conduta humilde e honesta, para a transformação dos filhos.

Ao Pai compete lembrar os deveres assumidos dentro do lar, relegando ao segundo plano os prazeres de outrora, ciente de que nos primeiros anos de vida dos filhinhos reside sua função primordial, a de acolher, manter e direcioná-los nos caminhos retos da virtude.

Que um dia, esse Pai possa ter a certeza de que fez o seu melhor e, se a velhice chegar ou alguma prova maior o abater, seus filhos estejam preparados para as perdas materiais, convictos do verdadeiro significado da palavra família.

RosangelaImagem: Disponível em <https://media.agoramt.com.br/2014/09/pais-e-filhos-di%C3%A1logo.jpg> Acesso em: 28.09.2017

Não podes viver a esmo,Numa estrada indefinida.Um pai tem obrigaçõesDas mais nobres que há na vida.

Meu irmão, em tua casa,Nas ternuras dos filhinhos,Personifica o bom-senso,Entre os beijos e os carinhos.

Por enquanto, a Terra inteiraInda é um mar encapeladoSe não dominas a ondaVirás a ser dominado.

Entende a Luz do caminho.A tua finalidadeNão é somente a da espécieNas lutas da Humanidade

Exige-se muito maisDos teus esforços no mundo;Recebeste de JesusUm dom sagrado e profundo.

Se a missão das mães terrestresÉ conduzir e ensinar,O teu trabalho é de agirNo esforço de transformar.

Não olvides teus deveresNa esfera da educação,Fazendo de tua casaA escola da redenção.

Um pai que deixa os filhinhosAbandonados ao léu,Não corresponde no mundoA confiança do céu.

Cuida bem dos pequeninhos.A educação tem segredosQue devem ser estudadosDesde os tempos dos brinquedos.

A tua função no LarNão é somente prover,Mas adotar providências,Procurando esclarecer.

Ensina os teus a gastar.Quem vive muito à vontadePode encontrar a misériaNo fim da ociosidade.

Gastar somente o que é justoÉ ser prudente e cristão.Quem gasta o que que não é seuFaz dívidas de aflição.

Luta sempre, mas se os teusNão te seguirem os trilhos,Esperemos nesse PaiDe que todos somos filhos.

Na pobreza ou na fortuna,Esforça-te meu amigo.Exemplifica o trabalhoE Deus estará contigo.Irene de Souza Pinto

Casimiro Cunha

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Neste artigo iremos falar de nosso Mentor e Patrono que, pelo seu amor e misericórdia de Deus, nos deu a oportunidade de trabalharmos nesta casa, o Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”.

Assim como a maioria dos Espíritos que vieram para a Terra em missão, como por exemplo, o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, o nosso Fabiano também teve reencarnações como druida.

Os druidas eram sacerdotes celtas.A civilização Celta era uma união de várias tribos

antigas da Europa. Eles eram pagãos, ou seja, acreditavam na energia da Natureza.

Passado este período e, provavelmente, reencarnações às quais não temos acesso, mas, que sabemos que foram neste seguimento de sacerdócio, nosso patrono reencarna no século XVI, em Portugal, como José de Anchieta, em 19 de março de 1534. Recebeu do Plano Espiritual Superior a missão de vir às terras, recém-descobertas do Brasil, para edificar o cristianismo, preparando o terreno para o futuro “coração do mundo”, conforme escolhido por nosso Mestre Jesus.

Desde pequeno, Anchieta já se mostrava muito inteligente e esforçado nos estudos. Junto ao Padre Manuel da Nóbrega e à Ordem dos Jesuítas, ensinou aos índios o cristianismo.

Com o passar do tempo, ensinou-os a orar, ajoelhados e sem as armas. Tudo isso com muita dificuldade, pois, muitas vezes, ele e Nóbrega eram ameaçados pelas tribos que gostavam de guerrear.

Por vezes, eram machucados pelos ataques físicos de tribos guerreiras.

A dificuldade aumentava quando os índios tomavam alucinógenos extraídos das plantas e se entregavam ao desequilíbrio, cometendo atos deploráveis, como estupro, mortes e até canibalismo.

Após esses acontecimentos, Anchieta os advertia sobre o quanto eram maléficos os atos que cometiam e

que deveriam amar-se e respeitar-se.Anchieta conseguiu com que os índios participassem

de um grupo de teatro e coral, no qual se apresentavam em festividades, missas e funerais.

Dentre as várias missões dos jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega, destaca-se a fundação da cidade de São Paulo, no dia 25 de janeiro de 1554, data em que se comemora a conversão de Paulo de Tarso ao Cristianismo.

No dia 9 de junho de 1597, Anchieta parte para o Plano Espiritual. Com honras em sua missão, edificou a fé cristã nesta civilização dando-nos exemplos de como proceder com amor, carinho e fé em nosso Mestre Jesus, assim como o Padre Manuel da Nóbrega.

Tempos depois, José de Anchieta é chamado de retorno a Terra, como missionário de sua obra para a continuidade de auxílio, ao povo tão necessitado de amor e carinho.

José de Anchieta reencarna no dia 8 de fevereiro de 1676, em Portugal, como João Barbosa. De família humilde, já se mostrava diferente desde a infância. Os vizinhos diziam a seu pai, Senhor Gervásio, que o olhar de João era penetrante e transmitia calma e esperança.

Seu pai sabia que nele havia algo que cativava as pessoas à sua volta.

Embora tivesse grande vontade de estudar e aprender, sua família não tinha condições financeiras.

Com o passar do tempo, João percebeu que deveria sair daquele lugar para alcançar seus objetivos.

João demonstra grande aptidão pelo comércio e consulta seus familiares sobre seu desejo. O pai, Senhor Gervásio, o auxilia com o pouco dinheiro que possuía.

João parte para o Rio de Janeiro e ao chegar fica encantado com o lugar.

Em seguida, ruma para as cidades de Mariana e Ouro Preto, em Minas Gerais, aonde muitos iam em busca do ouro.

Mesmo alcançando todo o sucesso como comerciante, João sentia que

Estudos de Sexta-feiraEstudos de sexta-feira

Fabiano de Cristo - Nosso Mentor

Fabiano de Cristo, O Peregrino da Caridade Luz no Lar

17Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

embora já ajudasse a muitas pessoas, faltava algo em seu interior, ir de encontro à dor do próximo.

Em uma noite, após longa jornada, ao atender um necessitado jogado na rua, recebe uma mensagem, vinda do próprio Cristo, para que completasse sua missão.

Em outra noite, sonha com Francisco de Assis, seu Mentor, o qual lhe diz para completar sua missão na Terra, uma vez que, anteriormente reencarnado como Anchieta, iniciou a base Cristã no país.

Rapidamente, João vai atrás do que ele precisava fazer: Seguir nosso Mestre Jesus em sua Seara de amor.

Decidiu fazer como Francisco de Assis, dividindo sua fortuna em três partes, uma para seus familiares em Portugal, uma para as obras de caridade e, a última, para distribuir entre os pobres.

João ficou muito agradecido, pois estava, agora, alcançando a felicidade de servir, através da maior virtude que podemos alcançar: a caridade. Foi, então, em busca do padre provincial, na cidade do Rio de Janeiro.João foi resolver suas pendências do comércio e acabou conhecendo dois freis que o levaram até um mosteiro, o São Bernardino de Sena.

Começa, assim, sua jornada como noviço.No ano de 1705 foi transferido ao convento de Santo

Antônio, na capital do Rio de Janeiro.

Ao chegar foi bem recebido, teria as mesmas funções, mas agora não era mais noviço, era Frei. O seu Superior lhe informa que passaria a chamar-se Fabiano de Cristo.

Com o nome Fabiano de Cristo, o peregrino da Caridade começa uma nova etapa de seus trabalhos, recebendo os doentes e necessitados, sempre com amor e Carinho.

Após um tempo, Frei Fabiano vai trabalhar na enfermaria, fazendo uso da água fluidificada e do passe magnético, auxiliando os doentes.

Em 14 de outubro de 1747, Frei Fabiano de Cristo, já muito debilitado, diz ao Frei Superior que partiria em três dias. O Frei, assustado, pergunta aonde ele iria, doente como estava, e ele responde que voltaria para a morada de nosso Pai.

No dia 17 de outubro de 1747 Fabiano desencarna. Muitos vão visitá-lo, pois era querido entre todos. Quando se vê no Plano Superior avista Francisco de Assis, seu Mentor, e o nosso amado Mestre Jesus, que O vem receber.

Jesus pergunta onde ele gostaria de ficar e Fabiano diz que pretende continuar no orbe, próximo a Terra, auxiliando e resgatando os doentes.

E, até os dias atuais, ele está aqui conosco, nos abençoando e ajudando sempre.

Diogo

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”REUNIÕES: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas

2ª, 3ª e 6ª, às 14h30domingo, às 10 horas

PASSE: se inicia 30 minutos antes das reuniõesARTESANATO: sábado, das 13h30 às 16h30

ATENDIMENTO ÀS GESTANTES: nas reuniões de 2ª e 6ªATENDIMENTO PEDIÁTRICO: quinzenalmente, aos sábados, a partir

das 13h30EVANGELIZAÇÃO INFANTIL: ocorre em conjunto com as reuniõesRECONSTRUÇÃO EDUCATIVA: Reforço Escolar, Inglês e

Evangelização Infantil aos sábadosSITE: www.espiritismoeluz.org.br - você poderá obter informações sobre o

Espiritismo, encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre o Espiritismo por e-mail. Poderá também comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico.

TERAPIA DE APOIO ESPIRITUAL AOS DEPENDENTES QUÍMICOS E DOENTES EM GERAL: 6ª, às 19h30

TRATAMENTO ESPIRITUAL: 2ª e 4ª, às 20 horasTREINO MEDIÚNICO: 5ª, às 20 horas

Rua dos Marimbás, 220 – Vila Guacuri – São Paulo – SP - Tel.: (11) 2758-6345 - [email protected] - www.espiritismoeluz.org.br

DIA LIVROS ESTUDADOS

2ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel; O Céu e o Inferno – Allan Kardec; Missionários da Luz – André Luiz*

3ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consolador – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

4ªSeara dos Médiuns - Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan Kardec; Das Leis Morais - Roque Jacintho

5ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Mecanismos da Mediunidade – André Luiz*

6ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; Missionários da Luz – André Luiz*; Convite – Roque Jacintho

Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel*

*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier

18

Bem-aventuranças são as alegrias.Manso é ser passivo? Não. É ser equilibrado,

sensato, calmo.Quem pacifica tem em si a mansuetude, quer a paz.Como podemos ser e ter as verdadeiras alegrias se

formos rudes com as situações e pessoas que estão ao nosso redor?

Quanto mais nos irritamos, mais dificultamos a solução das questões que nos são apresentadas.

Se usássemos a inteligência com a tranquilidade do sábio, por certo, conseguiríamos ter a mente livre dos miasmas deletérios da nossa impulsividade, lidando com cada fato a seu tempo, sem o gasto de energia des-controlada, a desfavor dos que estão à nossa volta, da natureza e a nosso próprio desfavor.

A expressão popular “dar murro em faca” ilustra o nosso comportamento agressivo e primitivo, quando nos encolerizamos.

Somos e produzimos para a vida o que nosso pensamento produz. O pensamento tem forma, se materializa. Por isso, se deixamos a raiva e a ira nos dominar, contaminamos, primeiramente, a nós mesmos!

Como ser bem-aventurado assim?Jesus nos deu a fórmula. Cabe a nós o esforço

individual para conquistar essa virtude.Na Terra, estamos todos em expiação e provas,

é bem verdade. Mas, o meu vizinho, com seu tempe-

ramento afável e a sua conduta gentil diante da vida, pode ter uma alegria interior capaz de minimizar os seus problemas cotidianos, por vezes, maiores que o meu; ao passo que eu, sem enxergar as bênçãos do dia a dia, passo por todos como um trator de azedume, queixas e irritações desnecessárias, transformando o que era ruim em péssimo e transtornando as pessoas.

Quando o Cristo diz que os mansos e pacíficos herdarão a Terra, não se trata de privilégio ou simples escolha de Deus. Assim como, quem cuida de seu material escolar, tem mais chance de chegar ao final do ano com capas de livros e cadernos em ótimo estado, quem cuida de seu campo mental, conseguirá manter o discernimento e a lucidez para prosseguir a jornada evolutiva.

Como e onde estaremos se cultivarmos o ódio e a revolta em nossos corações? Pequenas guerras emocionais, que se instalam no íntimo, dão vazão a guerras maiores que vão se alastrando pelo mundo.

Mahatma Gandhi, líder indiano, defensor do Satyagraha (forma não violenta de protesto), ao ser questionado por um jornalista sobre o perdão, respondeu que não perdoava ninguém,pelo simples fato de não se sentir ofendido.

Ainda não alcançamos essa pureza espiritual, mas não significa que não estamos em evolução.

Vamos deixar o orgulho minar e aceitar que a humildade se faça mais presente, controlando, dessa forma, a fera que ainda reside em nós, até que um dia, ela se extinga de vez.

Lembremos que muito já avançamos na esfera moral e muito mais poderemos e iremos avançar.

Afinal, por que Jesus nos deixaria seu legado de Amor, se assim não o fosse?

Sigamos seus passos e abrandemos cada vez mais nossos corações!

NevesBibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Roque Jacintho. 8 ed. São Paulo: Luz no Lar.Imagem: Disponível em <http://blog.ariankohlbach.com/upload_clientes/42282/userfiles/image/Paci%C3%AAncia%20e%20Resigna%C3%A7%C3%A3o.png> Acesso em 28.09.2017

Kardec em Estudokardec em estudo

Injúrias e ViolênciasO Evangelho Segundo o Espiritismo

Capítulo IX, Item 1 - Bem-aventurados os mansos e pacificadores“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra (Mateus, capítulo V, versículo 4).

19Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Acrescentemos à página de Meimei: A criança enferma que você embala, amorosamente, em seus braços, representa, acima de tudo, que você é a mais dadivosa de todas as criaturas.

É que o Pai Celestial, através da Espiritualidade Superior, depositou em seus braços, confiando em sua ternura, toda uma obra de refazimento para quem, em vidas anteriores, sofreu ou fez sofrerem muitos.

E este, que o Pai Celestial lhe confia, é, acima de tudo, uma ave quase que desesperada que busca, no fundo de sua alma feminina, uma nova porta para a própria regeneração.

Bem por isso, toda mulher-mãe, notadamente, quando embala junto de seus sentimentos mais profundos um

Espírito que Jesus ampara e abençoa, confiando em sua diligência, em seus cuidados femininos, uma das jóias preciosas retiradas do cascalho espiritual, para que você descubra nele uma preciosa jóia a ser lapidada pelo seu amor maternal.

Você, mulher, nesse quadro delicado e amoroso, passa a representar o Pai Celestial, em sua profunda ternura, a benefício daquele que, embora hoje sofra restrições, é alguém que sairá à luz de um novo sol e de um fulgurante e esplendoroso novo dia.

Dê a ele o seu coração e aprenda a ordenar com Deus.

Roque JacinthoImagem: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-WOHjOHGH0hI/U0g3m3RHeTI/AAAAAAAACDw/545GegwzcXc/s1600/compaix%C3%A3o.jpg> Acesso em: 28.09.2017

Abortoaborto

Crianças DoentesQuando falamos em aborto em

razão de má formação ou doenças incuráveis, vejamos o que nos fala Meimei com esclarecimentos de Roque Jacintho:

Crianças DoentesAcalentas nos braços o filhinho

robusto que o lar te trouxe e, com razão, te orgulhas dessa pérola viva.

Os dedos lembram flores de-sabrochando, os olhos trazem fulgurações dos astros, os cabelos recordam estrigas de luz e a boca assemelha-se a concha nacarada em que os teus beijos de ternura desfalecem de amor.

Guarda-o, de encontro ao peito, por tesouro celeste, mas estende compassivas mãos aos pequeninos enfermos que chegam a Terra, como lírios contundidos pelo granizo do sofrimento.

Para muitos deles, o dia claro ainda vem muito longe...

São aves cegas que não conhecem o próprio ninho, pássaros

mutilados, esmolando socorro em recantos sombrios da floresta do mundo...

Às vezes, parecem anjos pregados na cruz de um corpo paralítico ou mostram no olhar a profunda tristeza da mente anuviada de densas trevas.

Há quem diga que devem ser exterminados para que os homens não se inquietem; contudo, Deus, que é a Bondade Perfeita, no-los confia hoje, para que a vida, amanhã, se levante mais bela.

Diante, pois, do teu filhinho quinhoado de reconforto, pensa neles!...

São nossos outros filhos do coração que volvem das existências passadas, mendigando entendi-mento e carinho, a fim de que se desfaçam dos débitos contraídos consigo mesmos...

Entretanto, não lhes aguardes rogativas de compaixão, de vez

que, por agora, sabem tão-somente padecer e chorar.

Enternece-te e auxilia-os, quanto possas!...

E, cada vez que lhes ofertes a hora de assistência ou a migalha de serviço, o leito agasalhante ou a lata de leite, a peça de roupa ou a carícia do talco perceberás que o júbilo do Bem Eterno te envolve a alma no perfume da gratidão e na melodia da bênção.

MeimeiPsicografado por Francisco C. Xavier

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