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1
RONAN GOMES LEMOS JUNIOR
TREINAMENTO COM PESOS NA MELHORIA DA
QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS: uma revisão de
literatura
UNIVERSIDADE GAMA FILHO
SÃO PAULO
2013
2
RONAN GOMES LEMOS JUNIOR
TREINAMENTO COM PESOS NA MELHORIA DA
QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS: uma revisão de
literatura
Monografia apresentada ao
Departamento de Educação Física da
Universidade Gama Filho como
requisito parcial para a obtenção do
grau de especialista em Personal
Training: metodologia da preparação
física personalizada.
UNIVERSIDADE GAMA FILHO
SÃO PAULO
2013
3
Lemos Junior, Ronan Gomes.
Treinamento com pesos na melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas: uma revisão de literatura. / Ronan Gomes Lemos Junior- São Paulo: UGF, 2013. 44f.
Trabalho de conclusão de curso (Monografia) –
Universidade Gama Filho, UGF. Curso de Educação Física, 2013.
4
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer primeiramente a Deus, por ter me dado força para vencer mais
essa etapa de minha vida.
Aos meus familiares, por me incentivarem sempre a estudar e me darem todo o apoio
que se pode esperar de uma família.
Aos meus professores, por toda a compreensão, atenção, ajuda, disponibilidade e
paciência em orientar-me.
Aos meus colegas e amigos, sou grato por toda a força e palavras de conforto, por
estarmos juntos nos momentos agradáveis e desagradáveis. Por todo o tempo que passamos
juntos e as lutas que enfrentamos, pois tudo valeu a pena.
5
Epígrafe
A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade
indomável.
6
LEMOS JUNIOR, R. G. Treinamento com pesos na melhoria da qualidade de vida de
pessoas idosas: uma revisão de literatura. 2013. Monografia. Pós graduação em educação
Física. Departamento de educação física. Universidade Gama Filho, São Paulo, 2013.
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo, buscar e identificar na literatura, estudos sobre
treinamento com pesos visando à melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas. Utilizou-se
para coletar os estudos, os bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Lilacs,
Medline, Ibecs, e Scielo. As publicações foram selecionadas de acordo com os descritores:
atividades físicas, pesos, idosos e qualidade de vida. Foram identificados 7 artigos que
abordavam o tema. O desenvolvimento das diversas capacidades do idoso, induzido por um
programa de treinamento com pesos adequado, sugere que o mesmo promove um aumento da
performance nas atividades da vida diária, que, como consequência, melhora a qualidade de
vida de pessoas idosas. Recomenda-se, contudo, a realização de novos estudos, uma vez que
mostrou-se escassa, após essa revisão de literatura, as fontes contendo tal temática. Além
disso, deve-se aprofundar o conhecimento sobre o assunto, uma vez que a realidade
demográfica da população brasileira necessita de aprofundamento e proposição de
intervenções, visando-se estratégias que permitam viver mais e viver com mais qualidade.
Palavras-chave: Treinamento com pesos – Pessoas idosas – Qualidade de vida
7
JUNIOR Lemos, R. G. Weight training in improving the quality of life of older people: a
literature review. 2013. Monograph. Masters Degree in Physical Education. Department of
Physical Education. Gama Filho University, São Paulo, 2013.
ABSTRACT
The present study aims, seek and identify in the literature, studies on weight training aimed at
improving the quality of life of older people. We used to collect studies, the databases of the
Virtual Health Library (VHL): Lilacs, Medline, IBECS, and SciELO. The publications were
selected according to the following descriptors: physical activity, weight, and quality of life of
seniors. 7 articles were identified that addressed the topic. The development of the various
capabilities of the elderly, induced by a training program with weights appropriate, suggests
that it promotes an increase in performance of activities of daily living, which, in turn,
improves the quality of life of older people. It is recommended, however, new studies since
proved scarce after this literature review, the sources containing such theme. Moreover, one
must deepen knowledge on the subject, since the demographic reality of the Brazilian
population requires further and propose interventions, aiming at strategies to live longer and
live better quality.
Keywords: Weight training - Elderly - Quality of life
8
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PNAD Programa Nacional de Amostra e Domicílio
QV Qualidade de vida
ONU Organização das Nações Unidas
OMS Organização Mundial de Saúde
TC Treinamento com pesos
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LISTA DE QUADROS
QUADRO 1-Descritores utilizados para realizar a busca na
literatura..........................................................................................................26
QUADRO 2- Inter-relação de descritores pesos, idosos e qualidade de vida nas bases de
dados............................................................................................................27
QUADRO 3- Inter-relação dos descritores pesos e idosos nas bases de
dados............................................................................................................28
QUADRO 4- Inter-relação dos descritores pesos e qualidade de vida nas bases de
dados............................................................................................................28
QUADRO 5- Inter-relação dos descritores pesos, atividades físicas e idosos nas bases de
dados ............................................................................................................29
QUADRO 6- Inter-relação dos descritores pesos atividades físicas e qualidade de vida nas
bases............................................................................................................29
QUADRO 7 - artigos discriminados, conforme a natureza e especificidade dos
mesmos............................................................................................................31
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11
1.1 Objetivo ............................................................................................................ 15
2 MARCO CONCEITUAL: ....................................................................................... 16
2.1 Envelhecimento populacional ........................................................................... 16
2.2 Qualidade de vida..............................................................................................18
2.2.1 Qualidade de vida na velhice.........................................................................20
2.3 Atividade física e velhice................................................................................. 23
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA: ...................................................................... 25
3.1 Tipo de estudo................................................................................................... 25
3.2 Critérios de elegibilidade .................................................................................. 25
3.3 Procedimento para coleta dos dados ................................................................. 25
3.4 Análise dos resultados ...................................................................................... 26
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 27
5 DISCUSSÃO ........................................................................................................... 30
6 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39
11
1- INTRODUÇÃO
O momento demográfico por que passa a população brasileira se caracteriza por
baixas taxas de fecundidade, aumento da longevidade e urbanização aceleradas (BELTRÃO
et al., 1998). A proporção de pessoas idosas, no Brasil, com 60 anos ou mais, aumentou de
6,l% (7.204.517 habitantes), em 1980, para 8,6% (14.536.029 habitantes), em 2000,
correspondendo a um aumento absoluto de 7,3 milhões de indivíduos (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA- IBGE- 2000).
O aumento da perspectiva de vida é uma tendência mundial. Isso se dá devido à
evolução científica da medicina, o saneamento básico, a educação e a cultura. Todos esses
fatores somados possibilitam sobremaneira, a melhoria da qualidade de vida dos idosos, que
passaram a gozar de mais respeito social. É certo que existem algumas exceções, concernentes
a países que vivem em estado de miséria e guerras. Mas esse não tem sido o caso vivenciado
pelo Brasil (BOBBIO, 1997).
O Brasil vem acompanhando essa tendência mundial de envelhecimento
populacional, aproximando-se de países desenvolvidos da Europa. Portanto, o brasileiro está
cada vez vivendo mais. Em 1940, a expectativa de vida do homem brasileiro era de 45,5 anos,
sendo que hoje ultrapassa os 71 anos de idade, conforme censo do IBGE. Hoje, no país, os
idosos ultrapassam o número de 15 milhões, correspondendo a 8,6% da população total
(ARAÚJO; NUNES JÚNIOR, 2005).
Segundo projeções demográficas, o Brasil será a sexta população mundial em massa
de pessoas idosas. A longevidade no Brasil é uma conquista e o Estado teve papel
fundamental nessa empreitada. Ele realizou campanhas de vacinação, políticas sanitárias e de
saneamento básico, águas potáveis e melhoria nas condições de habitação (ARAÚJO;
NUNES JÚNIOR, 2005).
No Brasil, no ano de 2003, a população de 60 anos ou mais era de cerca de 17
milhões de pessoas, representando 10% da população total do País, e já em 2006, a Pesquisa
12
Nacional por Amostra de Domicílios-PNAD, apontava que os idosos alcançavam,
aproximadamente, 19 milhões de pessoas, evidenciando o acelerado processo de
envelhecimento da sociedade brasileira (IBGE, 2009).
Apesar da esperança média de vida vir aumentando, advinda dos avanços científicos
e médicos para prolongar os anos de vida (CARVALHO, 2006; IBGE, 2009), é importante
destacar que no Brasil existe muita desigualdade, aumentando as diferenças entre os idosos
com relação entre a funcionalidade física para muitos idosos. Neste contexto, observam-se
instituições frágeis, pobreza, desigualdade social e processo de envelhecimento acelerado
(BRASIL, 2009).
Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada em 2008, no Brasil, foi
constatado que 48,9% e 54% dos idosos com 60 anos ou mais de idade ou a partir de 75 anos,
respectivamente, sofriam de mais de uma doença crônica. Dentre elas, destacou-se a
hipertensão (53,3%) seguida pelas doenças de coluna ou costas (35,1%), artrite ou
reumatismo (24,2%), diabetes (16,1%) e outras doenças (20,9%). Apenas 22,6% desses idosos
alegaram não possuírem doenças.
Quando estes dados são visualizados, pensa-se que muitas destas doenças crônicas
são derivadas pelo avançar da idade que levam as funções musculares a uma redução
gradativa e a sua interferência no desempenho das atividades da vida diária. Assim,
envelhecer sem doença crônica é uma exceção, mas tê-la, não significa que o idoso deva se
excluir socialmente. Para tal, manter a autonomia e a independência durante o processo de
envelhecimento é uma meta a ser almejada, tanto, pelos indivíduos como profissionais e
gestores públicos na área da saúde.
Ao se partir do pressuposto de que o idoso deva se manter ativo na sociedade, chega-
se ao que se chama de envelhecimento ativo que tem por objetivo a melhoria da qualidade de
vida por meio da otimização de oportunidades de saúde, participação e de segurança de
idosos. A palavra “ativo” significa, então, estar fisicamente ativo, fazer parte da força de
13
trabalho e participar de forma efetiva em questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e
civis.
A prática da atividade física é essencial em todas as fases da vida humana e é, ainda,
mais importante na terceira idade, onde há uma perda da aptidão física e consequentemente da
saúde. Uma boa manutenção da massa muscular e óssea contribui para uma maior autonomia
de vida e na realização das atividades cotidianas do idoso (FRACARRI, 2012).
O exercício físico e a prática regular de atividade física têm sido apontados como
fatores importantes para um envelhecimento saudável (CHODZKO-ZAJKOET al., 2009).
Todavia, em recente pesquisa realizada nas capitais brasileiras, o índice de sedentarismo foi
de 53,2% entre as mulheres e 51,5% entre os homens acima dos 65 anos e, nas atividades
físicas de lazer, apenas 20,5% dos idosos as realizam com frequência suficiente (BRASIL,
2009). (BORGES; BENEDETE, 2011)
O emprego dos exercícios com pesos em um programa bem delineado para preservar
a saúde ou como estratégia terapêutica tem sido documentado. O crescente interesse nessa
modalidade de atividade física sistematizada é devido ao acúmulo de evidências científicas
demonstrando que baixos níveis de força e potência muscular têm sido associados com
incremento na incapacidade para realizar as atividades básicas e instrumentais da vida diária,
na prevalência de problemas funcionais assim como no risco de mortalidade por todas as
causas (RASO, 2006).
A participação em programas de exercícios é uma importante forma para reduzir ou
prevenir uma série de declínios funcionais associados com o avançar da idade. A
treinabilidade de idosos é evidenciada pelas suas habilidades de adaptações e respostas para o
treinamento de resistência e aeróbio. O treinamento permite ajudar na manutenção ou
aumento de vários aspectos das funções cardiovasculares, débito cardíaco, entre outros.
Também promove aumento no desempenho submáximo, redução de fatores de riscos de
doenças como cardiopatias e diabetes, contribuindo para a melhoria da saúde e aumento da
expectativa de vida (CHAN, 2005).
14
O treinamento de força ajuda a diminuir a perda de massa muscular e força associada
tipicamente ao envelhecimento. Benefícios adicionais de exercícios regulares inclui o
aumento da saúde óssea, redução do risco de osteoporose, aumento da estabilidade postural,
redução de riscos de quedas que podem resultar em fraturas, aumento da flexibilidade e
amplitude de movimento (MARCELINO, 2003).
Por outro lado, há evidências de que a manutenção de um estilo de vida fisicamente
ativo pode atenuar as perdas associadas ao processo de envelhecimento, além de aumentar a
expectativa de vida. Adicionalmente, idosos participantes de programas sistematizados de
atividades físicas apresentam maiores níveis de atividade física do que idosas não
participantes. Atualmente, a prática de treinamento com pesos (TP) tem sido recomendada
para a população idosa, apresentando diversos benefícios, tais como: manutenção e
desenvolvimento da força muscular, alterações nos indicadores da composição corporal, bem
como um importante contribuinte para a melhora da funcionalidade e manutenção da
independência(FILHO et al., 2011).
Evidências também sugerem que exercícios regulares podem proporcionar benefícios
psicológicos relacionados à preservação da função cognitiva, alívios de sintomas e
comportamentos de depressão e um aumento no controle pessoal e independência (CHAN,
2005).
Os benefícios associados aos exercícios regulares e às atividades físicas contribuem
para um estilo de vida mais saudável e independente, aumentando a capacidade funcional e a
qualidade de vida dessa população (MARCELINO, 2003).
Deste modo, as atividades musculares, dentre elas, o treinamento com pesos, surge
como uma possibilidade e uma alternativa para o envelhecer com saúde e com qualidade de
vida, uma vez que, comprovadamente, a prática de tais exercícios, contribuição para
diminuição da incidência de comorbidades, bem como redução de agravos incapacitantes,
possibilitando assim, sobremaneiramente, uma maior longevidade o que é mais importante,
envelhecer com benefícios e qualidade. Assim, avaliar quais são os benefícios que a prática
15
dessas atividades promovem, bem como quais são os cuidados a serem seguidos pelas pessoas
idosas ao realiza-las, torna-se de extrema importância, seja para assegurar uma prática segura
e livre de malefícios, seja para adquirir fundamentação para desenvolvimento de estratégias e
intervenções para o novo padrão demográfico de população idosa.
1.1- OBJETIVO
O presente estudo tem como objetivo, buscar e identificar na literatura, estudos sobre
treinamento com pesos visando a melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas.
16
2- MARCO CONCEITUAL
2.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
O processo de envelhecimento da população é um fenômeno mundial. Nos países em
desenvolvimento, como o Brasil, este acontecimento sucede de maneira acelerada e aguda,
diferentemente do ocorrido com os países desenvolvidos – principalmente os europeus
(ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD, 2000; DUARTE;
CIANCIARULLO, 2002; ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2003; PALLONI;
PELÁEZ, 2003; CAMARANO, 2006; SOUZA; MORAIS, BARTH, 2006).
Esse processo, também denominado de transição demográfica, teve início na Europa,
no século XX, devido, principalmente, ao declínio da fecundidade materna e da mortalidade
infantil, ao aumento da expectativa de vida ao nascer e ao progresso tecnológico, acontecidos
após a Revolução Industrial (VERAS, 1994; RAMOS, 2002; CARLOS; HEREDIA, 2004;
PAIM, 2004).
Nos países em desenvolvimento, como os pertencentes à América Latina, verifica-se
essa transição demográfica com implicações mais desfavoráveis, em comparação à que se
sucedeu nos países desenvolvidos, comprometendo seriamente os Sistemas de Saúde e Social,
despreparados para suprir as demandas geradas por esse perfil populacional.
Esse fato torna-se preocupante, à medida que tende a acentuar-se. Conforme
estimativa da ONU, até o ano de 2050, o número total de idosos, no mundo, aumentará
expressivamente, passando de 600 milhões para quase 2 bilhões de pessoas. Isto fará com que
ocorra, pela primeira vez na História, mais indivíduos acima de 60 anos do que menores de 15
anos. A ONU e a OMS calculam que, entre os anos de 1950 e 2025, o número de idosos no
Brasil crescerá 16 vezes, contra 5 vezes da população total, colocando o país como a sexta
população de idosos do mundo, com mais de 32 milhões de pessoas nessa faixa etária (RIO
GRANDE DO SUL, 1997; SANTOS, 2001; ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS,
2003; BRASIL, 2004).
17
Essa estimativa é confirmada analisando-se os dados oriundos dos censos realizados
pelo IBGE. No Brasil, em 1980, os idosos correspondiam a 6,1% (7,2 milhões) da população
total; pelo censo de 1991, esse índice elevou-se para 7,3% (10,7 milhões) e em 2000 os idosos
representavam 8,6% (14,5 milhões) dos indivíduos brasileiros. Mais recentemente, em 2003,
segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), cerca de 9,6% (16 milhões)
dos brasileiros tinha 60 anos ou mais de idade (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 1981, 2000, 2004). Nota-se, portanto, que em 20 anos, o
número de idosos duplicou, fazendo com que o Brasil perdesse o status que o caracterizava
como um “país de jovens” e adquirisse a marca de um “país de cabelos brancos” (VERAS,
1994; PAIM, 2004; LEITE et al., 2005).
Projeções apontam que, no ano 2050, a proporção de idosos saltará dos atuais 9% para
18%, equivalendo a 38 milhões, atual índice verificado nos países europeus (BRASIL, 2004;
CHAIMOWICZ, 2006). No momento, dentre os Estados do Brasil, o Rio Grande do Sul é um
dos que possui maior percentual de idosos, visto que, em 2000, esta faixa etária perfazia
10,5% de sua população. Em Porto alegre, este valor era de 11,8%, sendo a segunda capital
brasileira com maior proporção de idosos (CARLOS; HEREDIA, 2004).
Como referido anteriormente, salienta-se que um dos reflexos do crescimento da
população de idosos é o aumento da expectativa de vida ao nascer dos indivíduos,
conseqüência das mudanças mencionadas anteriormente. Desde o início do século passado, a
expectativa de vida ao nascer, no mundo, elevou-se em torno de 30 anos. No Brasil, ascendeu
em quase 25 anos desde a década de 1950 (KALACHE, 1999; RAMOS, 2002).
No ano de 2000, o país possuía uma diferença considerável de quase oito anos na
expectativa de vida ao nascer entre homens e mulheres, sendo 64,8 e 72,6 anos
respectivamente. No Rio Grande do Sul, essa diferença praticamente se manteve, embora
tenha sido maior que a média nacional: 67,5 anos para os homens e 75, 9 anos para as
mulheres (BRASIL, 2002).
Sabe-se que o processo de envelhecimento populacional é um marco social, mas se
reconhece, igualmente, que o mesmo gera novas demandas às políticas de saúde do País e à
própria sociedade, na medida em que os anos conquistados pelos indivíduos não sejam
18
alcançados com saúde, independência e qualidade de vida (CHAIMOWICZ, 1997;
PASCHOAL, 2002). As consequências do aumento da longevidade têm sido observadas com
preocupação por parte das diversas esferas do setor público e dos profissionais de saúde, pois
acarretam pressões para a transferência de recursos na sociedade e ocasionam novos desafios
ao Estado, aos Sistemas de Saúde, à família e aos setores produtivos, entre outros
(ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD, 2000; CAMARANO, 2002).
Uma dessas preocupações refere-se ao envelhecimento da população ativa (GIATTI;
BARRETO, 2003): aquela em condições físicas e psicológicas para se manter em atividade,
inclusive, no mercado de trabalho. Estudos demonstram que os idosos que se mantêm no
mercado de trabalho (exceto aqueles cujo trabalho é desgastante e/ ou fatigante) apresentam
melhores condições de saúde do que aqueles que estão fora (GIATT; BARRETO, 2003;
ROSA et al., 2003; RODRIGUES; RAUTH, 2006). Contudo, há que se considerar os vieses
desses estudos, pois a situação de saúde é fator seletivo para o (re)ingresso e/ou manutenção
no/do trabalho.
2.2- QUALIDADE DE VIDA
Após a Segunda Guerra Mundial, Qualidade de Vida (QV) tornou-se um construto
importante significando melhoria do padrão de vida das pessoas. Pouco a pouco, o conceito
foi se ampliando, abarcando o desenvolvimento sócio-econômico e humano, assim como a
percepção das pessoas a respeito de suas vidas. Porém, até o presente momento não há ainda
consenso sobre o seu significado, existindo várias correntes de pensamento, concepções e
tendências de pesquisa, sendo todas elas, complementares entre si. Esse fato ocorre porque a
QV envolve todos os componentes da condição humana, quer sejam de natureza física,
psicológica, social, cultural e espiritual, os quais lhe conferem características de
mutidimensionalidade e polissemia (FERRANS; POWERS, 1992; FARQUHAR, 1995;
MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000). Isto ocorre também com os conceitos dessa expressão
19
relacionada com a saúde. Além disso, no decorrer do tempo, a forma de avaliação se alterou,
passando da avaliação pautada em parâmetros objetivos ou estabelecidos pelo pesquisador,
para outra, que valoriza a percepção subjetiva das pessoas (PASCHOAL, 2004).
Do ponto de vista da atenção à saúde, a avaliação da QV tornou-se prática freqüente e
importante em pesquisa, acompanhamento clínico, planejamento de ações e de políticas,
alocação de recursos e avaliações de programas, principalmente em países desenvolvidos. No
Brasil, sua importância é recente e vem, gradativamente, ganhando aceitação e interesse dos
estudiosos e pesquisadores. QV tem sido utilizada no lugar de indicadores de saúde
tradicionais, como taxas de mortalidade e taxas de morbidade, em muitos ensaios clínicos e,
sobretudo, em avaliações de resultados. A importância do seu emprego no campo da saúde
reflete-se no aumento exponencial e contínuo de publicações em periódicos médicos, de
enfermagem e em revistas de ciências sociais. Assim, desde a década de 70 tem havido um
grande aumento de interesse sobre o tema, com um número aumentado de citações na
literatura especializada sobre saúde (TAMBURINI, 1998).
Por outro lado, as conclusões das pesquisas têm revelado que o prolongamento da
vida, obtido pelo avanço tecnológico e científico, não é pressuposto para se alcançar uma
“boa vida”, sendo necessário, portanto, que a cura ou a melhora do estado da doença possa, de
fato, repercutir positivamente em todos os componentes da vida humana (YAMADA, 2001).
Consolidando o que foi evidenciado, deduz-se que QV é um termo complexo e
abstrato, representa as respostas individuais aos fatores físicos, mentais e sociais que auxiliam
um dia-a-dia normal. Compreende áreas muito diversificadas, que contribuem para o todo,
incluindo: satisfação pessoal, auto-estima, desempenho, comparação com outros, experiência
e conhecimento prévio, situação econômica, saúde geral e estado emocional, sendo, todos
eles, fatores que ajudam a qualidade de vida total.
A representação de QV dos idosos é uma maneira de explicitar todo o seu contexto
atual de vida, do qual poderão emergir dimensões que lhes são próprias e específicas, levando
em consideração que é um construto subjetivo e multifacetário. Viver bem a velhice depende
da interação do idoso com o seu contexto de vida, do qual brotam seus valores, sua dimensão
social e a história de sua vida.
20
2.2.1- QUALIDADE DE VIDA NA VELHICE
Qualidade de vida na velhice é um fenômeno que chama a atenção atualmente, dos
demógrafos, geriatras e gerontólogos sociais. No domínio da pesquisa, cada vez mais cresce o
interesse pela caracterização das variáveis que determinam uma boa QV na velhice nos
domínios físico, psicológico e social, bem como pela identificação das noções vigentes sobre
qual o significado desse conceito entre a população idosa. Nota-se também o interesse dos
pesquisadores em relação à construção de instrumentos de medida de QV. No âmbito da
intervenção, aumenta a consciência de que é importante identificar e promover condições que
permitam a ocorrência de uma velhice longa e saudável, com uma relação custo-benefício
favorável para indivíduos e instituições sociais, num contexto de igualdade de distribuição de
bens e oportunidades sociais.
Em qualquer momento do ciclo de vida e em qualquer sociedade, QV é um fenômeno
de várias faces e, assim, é mais bem descrito por intermédio de um construto
multidimensional. A avaliação das características dos seus vários domínios tem como
referência critérios biológicos, psicológicos, espirituais e sociais aplicados às relações atuais,
passadas e prospectivas de indivíduos, grupos humanos e sociedade com o ambiente físico e
social. Nessa avaliação, são também levados em conta valores individuais e sociais a respeito
do que é normal e do que é tido como desejável, agradável ou ideal quanto ao bem-estar
subjetivo e objetivo (NERI, 2001).
Neri (2001) comenta também que há três elementos centrais nessa visão de
multidimensionalidade de QV apresentada. O primeiro é que a QV na velhice depende de
muitos elementos em interação, tais como os biológicos, psicológicos, sociais e espirituais. O
segundo é que a QV na velhice é produto de uma história interacional, ou seja, vai-se
delineando à medida que indivíduos e sociedade se desenvolvem. O terceiro elemento a ser
destacado é que a avaliação da QV envolve comparação com critérios objetivos e subjetivos,
associados a normas e a valores sociais e individuais, igualmente sujeitos a alterações no
decorrer do tempo.
Ela menciona ainda, que as condições objetivas podem ser verificadas por
observadores externos, mediante parâmetros conhecidos e replicáveis. Podem ser citados
como exemplos: as competências comportamentais do indivíduo; as condições físicas do
21
ambiente; a disponibilidade de serviços de saúde, lazer e educação; o nível de renda; as
características da rede de relações informais; os índices de urbanização e de alfabetização da
sociedade; os padrões sociais de morbidade e mortalidade para as várias faixas de idade; e as
condições de trabalho.
Com relação às condições subjetivas, Neri (2001) diz que as mesmas são verificadas
de modo indireto com base em relatos dos indivíduos e nas opiniões que vigoram no grupo
sobre as condições objetivas de que se dispõe sobre o grau que lhes parece satisfatório e sobre
seus efeitos no bem-estar individual e coletivo. Esta multiplicidade de critérios reflete no
grande número de disciplinas que concorrem para a definição do construto.
Lawton (1991) construiu um modelo de qualidade de vida na velhice, de natureza
multidimensional, amplamente conhecido na literatura gerontológica internacional, em que a
multiplicidade de aspectos e as influências inerentes ao fenômeno são representadas em
quatro dimensões inter-relacionadas.
A constatação de que os indicadores objetivos não representam completamente a
experiência de QV dos indivíduos e populações levou os estudiosos a investirem em
indicadores subjetivos. Os autores reconhecem que, para conhecer a experiência de QV, é
necessário ir diretamente ao indivíduo, para ouvir dele como a vida lhe parece. Isso obriga o
pesquisador a adentrar o domínio das percepções, das expectativas, dos sentimentos e dos
valores.
Esse domínio, de acordo com Neri (2001), reflete a avaliação pessoal sobre o conjunto
e a dinâmica das relações entre as três áreas precedentes (competência comportamental,
condições ambientais e qualidade de vida percebida). Isso significa que o senso de bem-estar
subjetivo não resulta do simples cômputo das competências, possibilidades e satisfações. Há
três aspectos centrais na avaliação do bem-estar subjetivo:
1- Pertence ao âmbito de experiência privada.
2- As medidas de bem-estar subjetivo incluem tanto avaliação global quanto
avaliações particulares, referenciadas a domínios, tais como saúde física e cognitiva,
sexualidade, relações sociais e familiares, assim como espiritualidade.
3- O bem-estar subjetivo inclui medidas cognitivas e emocionais. Dentre as primeiras,
as mais conhecidas são a satisfação global com a vida e a satisfação referenciada a
22
domínios selecionados. Entre as segundas, as mais comuns são as medidas emocionais
ou afetivas, referenciadas a valores positivos e negativos.
As avaliações dessa natureza dependem do “self”, cuja continuidade permite analisar
as experiências pessoais de uma perspectiva temporal e comparativa. A sua continuidade é
mantida na velhice, mesmo na presença de dependência. Um aspecto essencial do bem-estar
subjetivo é, assim, a capacidade de acomodação às perdas e de assimilação de informações
positivas sobre o “self”. O senso de alta eficácia e o senso de “agência” podem sofrer
alterações quando a fragilidade aumenta e a dependência se faz presente, mas os idosos
preservam a capacidade de desenvolver estratégias compensatórias de natureza emocional,
que lhes permite manter o equilíbrio.
Para Lawton (1983), a QV na velhice pode ser definida como a avaliação
multidimensional referenciada a critérios sócio-normativos e intrapessoais, a respeito das
relações atuais, passadas e prospectivas entre o indivíduo maduro ou idoso e o seu meio
ambiente.
Finalmente, Neri (2001) enfatiza que
as evidências disponíveis sobre a heterogeneidade das experiências de
velhice sugerem que seja abandonada a noção de que a qualidade de
vida é um fenômeno unidimensional. Assim, o uso exclusivo de
critérios sociodemográficos, políticos, médicos, epidemiológicos,
ecológicos, ou subjetivos deve ser visto como insuficiente e
reducionista para definir o que é qualidade de vida na velhice.
O foco na abrangência e na profundidade da vida toda, na dinâmica das interações que os
indivíduos estabelecem com o ambiente, na historicidade deles e de grupos sociais, assim
como na variabilidade das experiências de velhice e envelhecimento, conduz à preferência
pelas noções de multidimensionalidade e de multivariação do conceito de QV na velhice.
Ambos os termos, ou sejam, multidimensionalidade e multivariação, podem ser analisados
sob o ponto de vista metodológico e estatístico que as disciplinas que estudam a velhice têm à
sua disposição (NERI, 2001).
23
2.3 - ATIVIDADE FÍSICA NA VELHICE
O processo de envelhecimento é um fenômeno universal que afeta a todos. É comum
haver mudanças sensoriais, motoras e cognitivas em resposta ao avanço da idade. Entretanto,
cada pessoa passa por esse processo de forma distinta. Enquanto algumas pessoas convivem
com rápidos declínios fisiológicos e psicológicos, outras avançam com mudanças menos
evidentes (COTTON, 1998).
Com o avanço da idade, muitos podem sofrer limitações como a redução da
capacidade aeróbica e anaeróbica, do vigor muscular, da eficiência motora, do rendimento
mecânico, além da perda dos reflexos posturais (MEIRELLES, 2000).
As consequências fisiológicas do envelhecimento não podem ser compensadas
indefinidamente. Contudo, muitas mudanças relacionadas à idade podem ser modificadas por
intervenções de estilos de vida específicos, incluindo a atividade física regular (COTTON,
1998). Os fatores que justificam por que e para que fazer atividade física são reunidos em
quatro grupos: prevenção, manutenção, reabilitação e recreativo. Esses grupos estão ligados
ao conceito de bem-estar físico, saúde, aspectos lúdicos, sociais e afetivos. Qualquer pessoa,
seja da idade que for, que realize atividade física a faz com um desses objetivos, ou para
melhorar e manter a saúde, ou para sentir-se bem, ocupar o tempo livre, a qual resulta em um
melhor bem-estar psíquico (GEIS, 2003).
Entre os principais benefícios da atividade física está a redução dos níveis de
ansiedade, estresse e depressão, melhoras de humor, aumento do bem-estar físico e
psicológico, melhor funcionamento orgânico geral, maior rendimento no trabalho, disposição
física e mental aumentada. Está evidenciado que a realização de atividades física, exercício e
esporte proporciona não só uma vida saudável, como também momentos de recreação
(SAMULSKI, 2002).
Somado a isso, outro aspecto importante é o tempo livre do qual muitos idosos
dispõem. Ao aumentar seu tempo livre, devem aumentar suas atividades de lazer. Por
conseguinte, é importante que esse tempo seja preenchido com atividades benéficas e
saudáveis, como por exemplo, a atividade física (GEIS, 2003).
24
O processo de envelhecimento pode ser acelerado quando não há prática regular de
exercícios. Por meio de algumas intervenções comportamentais, é possível retardar o índice
de envelhecimento secundário, o qual é ocasionado por doenças associadas a esse processo.
Três fatores contribuem para esse retardo: restrição alimentar; nível de atividade geral; e
exercícios físicos (SPIRDUSO, 2005). Porém, quando bem orientada, a prática de exercícios
pode ocasionar maior longevidade, redução de taxas de morbidade e mortalidade, redução do
número de medicamentos prescritos, redução da frequência de quedas, 5manutenção da
independência, autonomia e melhoria da autoestima, do contato social e prazer pela vida
(VOSER; NETO, 2003). Além desses benefícios, “a prescrição de atividades físicas tem como
objetivo potencializar funções cardiorrespiratórias e musculoesqueléticas, contribuindo assim,
para a manutenção da capacidade funcional, que é fundamental para o idoso” (PERRACINI;
FLO, 2011, p. 543).
Com uma atividade física adequada, as articulações ganham maior capacidade de
movimento, os músculos e os ligamentos são reforçados, além de ocorrer o aumento da
resistência física. Os relacionamentos e as comunicações serão feitos com um grupo de
pessoas com assuntos afins para discutir e falar, dessa forma, a sensação de solidão será
menor e a memória será exercitada (GEIS, 2003).
25
3-TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
3.1 - TIPO DE ESTUDO
O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica desenvolvida com base em artigos
científicos, referentes ao treinamento com pesos na melhoria da qualidade de vida de pessoas
idosas.
3.2 - CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE
Critérios de inclusão
Ø Artigos publicados na íntegra;
Ø Artigos publicados na língua portuguesa;
Ø Artigos publicados no período de 2000 a 2013 e
Ø Artigos relacionados à temática do treinamento com pesos na melhoria da qualidade
de vida de pessoas idosas.
Critérios de exclusão
Ø Artigos publicados em língua estrangeira
Ø Artigos publicados antes do ano de 2000.
3.3 - PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS
Utilizou-se para coletar os estudos, os bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS): Lilacs, Medline, Ibecs, e Scielo. As publicações foram selecionadas de acordo com os
descritores destacados no quadro abaixo.
26
Quadro1- Descritores utilizados para realizar a busca na literatura
DESCRITORES
Atividades físicas
Pesos
Idosos
Qualidade de vida
Fonte : end. Ele. decs
Após a seleção dos artigos de acordo com os critérios de inclusão, foi elaborado um
quadro contendo base de dados, ano de publicação, periódico, título, autoria, objetivo,
método, resultado e conclusão. Esta estratégia contribuiu com a análise dos resultados,
favorecendo a conclusão dos mesmos.
3.4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise dos resultados foi realizada por meio da leitura dos artigos, com catalogação
conforme estudos originais, experimental, de campo e revisão de literatura.
27
4 - RESULTADOS
Foram realizados buscas na base de Dados da Biblioteca Virtual em saúde, nas bases
Lilacs, Scielo, Medline e Ibecs, utilizando os descritores elencados em Quadro 1.
Ao inter-relacionar os descritores Pesos, Idosos e Qualidade de vida, encontrou-se na
base de dados Lilacs, 4 artigos, dos quais apenas 2 atendiam aos critérios de elegibilidade. Ao
buscar, utilizando estes mesmo descritores, nas bases de dados Ibecs e Mediline, não se
encontrou artigo algum. Na base Scielo, encontrou-se apenas um artigo com tais descritores, o
qual não atendia aos critérios de inclusão, conforme pode ser observado no quadro 2.
Quadro 2: Inter-relação de descritores pesos, idosos e qualidade de vida nas bases de dados:
BASE DE
DADOS/DESCRITORES
Pesos/Idosos/Qualidade de Vida
Artigos
encontrados
Artigos
selecionados
Lilacs 4 2
Ibecs 0 0
Medline 0 0
Scielo 1 0
Ao inter-relacionar os descritores Pesos e Idosos, encontrou-se na base de dados
Lilacs, 46 artigos, dos quais 5 atendiam aos critérios de inclusão. Ao buscar na base de dados
Ibecs, nenhum artigo foi encontrado. Por sua vez, na base Medline, encontrou-se 79 artigos,
mas nenhum destes atendiam aos critérios de elegibilidade. Encontrou-se na base Scielo, 7
artigos, dos quais apenas um foi selecionado. Contudo, esse artigo selecionado já havia disso
selecionado em outra base de dados, conforme observa-se no quadro 3.
28
Quadro 3: inter-relação dos descritores pesos e idosos nas bases de dados:
BASE DE
DADOS/DESCRITORES
Pesos/Idosos
Artigos
encontrados
Artigos
selecionados
Lilacs 46 5
Ibecs 0 0
Medline 79 0
Scielo 7 1
Ao inter-relacionar os descritores Pesos e Qualidade de vida, encontrou-se na base
de dados Lilacs, 12 artigos, dos quais 2 atendiam aos critérios de inclusão, entretanto, esses
dois estudos já haviam sido selecionado em outra base de dados e já fora incluído ao estudo.
Ao buscar na base de dados Ibecs, 7 artigos foram encontrados, mas nenhum foi incluído ao
estudo. Por sua vez, na base Medline, encontrou-se nenhum estudo utilizando os referidos
descritores. Encontrou-se na base Scielo, 9 artigos, dos quais apenas 2 atendiam aos critérios
de inclusão. Contudo, os dois estudos também já foram incluídos ao estudo por outra base de
dados. O quadro 4 esquematiza as inter-relações destes descritores na referidas bases de
dados.
Quadro 4: Inter-relação dos descritores pesos e qualidade de vida nas bases de dados:
BASE DE
DADOS/DESCRITORES
Pesos/ qualidade de vida
Artigos
encontrados
Artigos
selecionados
Lilacs 12 2
Ibecs 7 0
Medline 0 0
Scielo 9 2
29
No que se referiu aos indicadores Atividades físicas, pesos e idosos, encontrou-se,
nas bases de dados lilacs, ibecs, medline e scielo, respectivamente, três, nenhum, cinco e um
artigo. Destes, apenas 2 artigos atendiam aos critérios de inclusão, embora já tenham sido
selecionado na inter-relação de outros descritores.
Quadro 5: Inter-relação dos descritores pesos, atividades físicas e idosos nas bases de dados
BASE DE
DADOS/DESCRITORES
Pesos/ atividades físicas/ idosos
Artigos
encontrados
Artigos
selecionados
Lilacs 3 2
Ibecs 0 0
Medline 5 0
Scielo 1 0
Por fim, na inter-relação dos descritores Atividades Físicas, pesos e Qualidade de
vida, encontrou-se somente um artigo na base de dados Lilacs. Nas demais bases, nenhum
artigo foi encontrado. Contudo, este artigo não foi incluído ao estudo, pois não atendia aos
critérios de elegibilidade, conforme se observa no quadro 6.
Quadro 6- Inter-relação dos descritores pesos atividades físicas e qualidade de vida nas bases
de dados:
BASE DE
DADOS/DESCRITORES
Pesos/ atividades físicas/qualidade de
vida
Artigos
encontrados
Artigos
selecionados
Lilacs 1 0
Ibecs 0 0
Medline 0 0
Scielo 0 0
30
5 -DISCUSSÃO
Com base nos descritores determinados, estabeleceu-se as inter-relações, de modo
que, com o cruzamento dos mesmos, nas referidas bases de dados, pode-se selecionar os
estudos para a realização desta revisão.
Com a inter-relação dos descritores Pesos, Idosos e Qualidade de vida, foram
encontrados, nas diversas bases de dados utilizadas, 5 estudos, dos quais apenas 2 atenderam
aos critérios de inclusão e, portanto, foram incluídos ao estudo.
Ao realizar o cruzamento dos descritores Pesos e Idosos, encontrou-se 132 artigos,
das quais 7 atendiam aos propósitos estabelecidos nos critérios de inclusão. Contudo, destes 7
(sete), dois estudos já haviam sido selecionados utilizando-se outros descritores, portanto,
foram adicionados à revisão 5 artigos.
Por meio do cruzamento dos descritores Pesos e Qualidade de vida, encontrou-se 26
artigos, dos quais 4 atendiam aos critérios de inclusão. Contudo, os quatro artigos
selecionados já haviam sido incluídos ao estudo utilizando outros descritores.
Quando se inter-relacionou os termos Atividades Físicas, Pesos e Idosos, 9 artigos
foram encontrados, dos quais dois foram selecionados por atender aos critérios de
elegibilidade. Contudo, estes mesmos dois estudos já tinham sido selecionados para o estudo
utilizando as outras palavras-chave.
Por último, quando se relacionou os termos Atividades físicas, Pesos e qualidade de
vida, apenas um artigo foi encontrado, o qual, por sua vez, não atendia aos critérios de
inclusão.
Desde modo, foram utilizados 7 (sete) artigos para a realização dessa revisão
bibliográficas, os quais encontram-se discriminados no quadro 7, segundo seus autores,
objetivos, métodos, natureza, resultados e discussão.
31
Quadro 7- artigos discriminados, conforme a natureza e especificidade dos mesmos:
Periódico /ano
de
publicação/bas
e de dados
Autores Título do
artigo Método Objetivos Resultados Conclusão
Rev. bras. geriatr.
gerontol./ 2011/ Lilacs
José Claudio Jambassi Filho
André Luiz Demantova
Gurjão
Marcelo Costa Júnior
Luiza Herminia
Gallo
Raquel Gonçalves
José Luiz Riani
Costa
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Sebastião Gobbi1
Treinamento com pesos, modelo de programa
sistematizado para
a terceira idade
Relato de caso
Descrever o funcionamento do treinamento com
pesos
A modalidade tp conta com 45 participantes,
sendo que 80% são mulheres e
20% homens. a
maior parte dos participantes (84%) possui idade igual ou
superior a 60 anos, ao
passo que 16% possuem idade entre 54 e 59
anos. Os participantes realizam oito
exercícios alternados por
segmentos corporais, sendo realizadas três séries em cada
exercício.
A modalidade tp
busca proporcionar melhorias na qualidade de
vida da população idosa, bem
como auxiliar na formação de graduandos e
pós-graduandos e aprofundar o entendimento da atividade
física em idosos.
Rev bras med esporte
2001
Lilacs
Vagner Raso1, Sandra Marcela
Mahecha Matsudo1 e
Victor Keihan Rodrigues Matsudo1
A força muscular de
mulheres idosas decresce
principalmente após oito
semanas de interrupção
de um programa de exercícios
com pesos livres
Estudo com abordagem
quantitativa, do tipo estudo de
campo
Verificar o efeito da interrupção
de um programa de exercícios com
pesos livres sobre a força muscular de
mulheres idosas através do teste
de uma repetição máxima
Os valores demonstraram
decréscimo estatisticamente significativo na força muscular
de ambas as extremidadescor
porais, principalmente
após a 8a semana de
pausa.
A interrupção de um programa
de exercícios com pesos
livres produz efeito negativo
na força muscular de
mulheres idosas,
especialmente após a 8a semana.
Acta scientiarum.
health sciences
Karla Davantel de Barros,
Amauri Aparecido Bássoli de Oliveira e
Albertino de Oliveira Filho
A influência do treinamento
com pesos em mulheres acima
de 50 anos
Abordagem quantitativa,
estudo de campo.
Analisar a influência de um programa de af relacionada a
saúde nas variáveis: atividades
da vida diária, composição corporal e
flexibilidade, durante dez
meses, em oito mulheres acima
de 50 anos
Os resultados obtidos nos
testes de atividades da
vida diária foram
significativos, corroborando a hipótese de que programas para
o desenvolviment
o de força podem ser eficazes na melhoria de
aspectos da vida
Não houve diferenças
significativas do pré-teste para o pós-teste, porém
o fato de ter ocorrido um
discreto aumento dos
valores iniciais deve ser
valorizado.
32
.diária de mulheres idosas,
colaborando para a
manutenção e prolongamento da autonomia
das capacidades funcionais deste
grupo
R. bras. ci e mov.
2006
Lilacs
Vagner Raso
Exercício com pesos para
pessoas idosas baseado em evidencias: parte 1 –
seguranca, avaliação pre-participacao e
fatores de risco para doencas
cardiovasculares
Atualização bibliográfica
-
O autor discorre sobre as
medidas de segurança a
serem consideradas ao
se realizar tal atividades e os
fatores de riscos a que os
participantes estão sujeitos.
As evidências científicas permitem
sugerir que a
capacidade funcional é
principalmente sensível aos estímulos
fenotípicos, e portanto,
a adesão regular a programas de
exercícios deve ser
estimulada.
Revista Brasileira de
atividade física & saúde
2008
Lilacs
Valéria Bonganha1, Claudinei
Ferreira dos Santos1, José
Rocha, Mara Patrícia
Traina Chacon-mikahil, Vera
Aparecida Madruga
Força muscular e composição
corporal de mulheres na pós-menopausa:
efeitos do treinamento
concorrente
Estudo de campo,
abordagem quantitativa
Analisar os efeitos do treinamento
concorrente (tc), aeróbio e com pesos, sobre
indicadores de força muscular e
composição corporal em
mulheres na pós menopausa.
Os resultados encontrados
mostraram que o tc foi efi ciente para melhorias
principalmente nos
indicadores de força, porém
não encontramos diferenças
signifi cantes para os
componentes da composição
corporal. Ambos os
grupos mostraram respostas
semelhantes quanto ao efeito
do tc.
Se faz necessário mais
estudos utilizando ou não a trh, para verificar seus benefícios ou
prejuízos para a saúde da mulher.
Acta fisiátrica
2006
Lilacs
Dias, Raphael Mendes Ritti; Gurjão, André
Luiz Demantova;
Marucci, Maria de Fátima
nunes.
Benefícios do treinamento
com pesos para aptidão física de
idosos
Revisão de literatura
Elucidar os benefícios do
treinamento com pesos (tp) sobre
quatro componentes da
aptidão física (af) fundamentais para
a qualidade de vida de idosos:
força, flexibilidade, equilíbrio e resistência
aeróbia.
. Modificações na força
muscular são observadas após poucas semanas
de tp. essa melhoria pode auxiliar não só
na independência
dos idosos, mas também na
diminuição da incidência de quedas. Além
O tp consiste numa
importante ferramenta para a melhoria da af de idosos, haja
vista que promove
adaptações na força muscular, flexibilidade e na resistência
aeróbia
33
disso, a prática sistematizada do tp promove
melhoria na flexibilidade e na resistência
aeróbia de idosos.
Rev. paul. educ. fís
2002
Lilacs
Trancoso, Ericka Sant'ana
Federici; Farinatti, Paulo de Tarso Veras.
Efeitos de 12 semanas de treinamento
com pesos sobre a força
muscular de mulheres com
mais de 60 anos de idade
Estudo de campo de
abordagem quantitativa
Observar os efeitos de 12 semanas de tf sobre a força muscular em
mulheres idosas funcionalmente
autônomas
Os resultados indicaram
tendência à melhoria da
força durante o período
observado
Concliu-se que o treinamento
com pesos melhora a força
de pessoas idosas
Após realizar a busca na literatura e analisar o material selecionado para essa revisão,
pode verificar que a temática do treinamento com pesos para melhoria da qualidade de vida de
pessoas idosas ainda é um assunto pouco explorado pelos profissionais educadores físicos e
demais ciência afins, o que pode ser ratificado pela escassez de fontes abordando o assunto.
Considerando-se a importância que tais atividades promovem para a manutenção da
saúde e, consequentemente, melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa, deve-se
mencionar que este tema tende a ser mais explorado, uma vez sabendo do processo de
transição demográfica e epidemiológica por qual passa a população brasileira.
Estudar práticas e propor, com bases científicas, intervenções que permitam à pessoa
idosa viver mais e viver com qualidade são de extrema importância para a formação e atuação
profissional de educadores físicos, sobretudo, considerando a elevada incidência de doenças e
comorbidades incapacitantes entre as pessoas com 60 anos ou mais de idade.
O processo de envelhecimento deve ser visto como um progresso adquirido pela
sociedade contemporânea, contudo, deve-se também, estabelecer meios para que estes anos
vividos a mais sejam repletos de satisfação e qualidade. Desse modo, torna-se evidente a
importância da atividade física, seja para a promoção, seja para a prevenção de agravos, bem
como controle de doenças crônicas, como a hipertensão arterial e diabetes mélitus. Assim,
34
associar uma prática benéfica e saudável à vida das pessoas idosas, possibilitará a estes, viver
por mais tempo, porém com qualidade.
A qualidade de vida da população idosa está relacionada às suas atividades
cotidianas e na manutenção ou ganho de autonomia no seu meio familiar (DARNTON-HILL,
1995). De acordo com pesquisa realizada por Ribeiro (2002) com 29 idosos membros de um
grupo de terceira idade, a autonomia e o desempenho das atividades de vida diária são
apontados pela maioria dos indivíduos pesquisados como os fatores mais importantes para
uma boa qualidade de vida. (BARROS; OLIVEIRA; FILHO, 2011).
O treinamento com pesos surge, então, como uma alternativa de exercício físico para
a população idosa, uma vez que, comprovadamente, por meio de estudos de caráter científico,
traz benefícios e promovem melhorias e ganhos à saúde da população idosa`.
Contudo, abordando-se os descritores que foram citados anteriormente, nas referidas
bases de dados, não se encontrou nenhum estudo que associava a temática do treinamento
com pesos e qualidade de vida da pessoa idosa. Este fato vai de encontro ao que foi
mencionado anteriormente, de que há pouco material científico que aborde esse conteúdo e
também, evidencia que este tema, não desperta grande interesse por parte dos pesquisadores.
Este fato também tende a ser mudado, considerando-se os próprios indicadores de morbi-
mortalidade e demográficos que apresenta a população idosa.
Em um estudo, abordado durante essa revisão bibliográfica, analisou-se um
programa com treinamento com pesos visando a terceira idade. Este estudo, desenvolvidos
por profissionais educadores físicos, traz que o processo de adesão e as ações adotadas para
aumentar a participação na prática regular de exercícios físicos demonstraram que as
intervenções e aconselhamentos tradicionais são válidos em curto prazo, mas são pouco
efetivos em alcançar aderência no longo prazo. A maioria dessas iniciativas tem por objetivo
ampliar o conhecimento da população sobre a prática e os benefícios do exercício físico
regular. No entanto, segundo Dishman et al.( 2003), menos de 5% da população acredita que
um maior conhecimento sobre os benefícios dos exercícios físicos contribuiria para um
aumento de sua prática. Desta forma, apesar de o aumento do conhecimento científico ser de
35
suma importância para a implantação de novos programas de exercício físico, outros fatores
devem ser levados em consideração (FILHO et al., 2011).
Os dados encontrados no estudo acima mencionado, vão de encontro ao que foi
citado por Kokobun et al., que relatam a experiência de seis anos de um programa
desenvolvido em Unidades Básicas de Saúde no município de Rio Claro-SP. O programa é
composto de exercícios cardiorrespiratórios (caminhadas e atividades lúdicas) e neuromotores
(força, agilidade, equilíbrio, flexibilidade e coordenação). Nesse período, os autores relataram
que os resultados do programa se mostraram efetivos em melhorar o desempenho de alguns
componentes da aptidão funcional, metabolismo de lipídios e glicose, estados de ânimo e
qualidade de vida relacionada à saúde dos participantes.
Num outro estudo, incluído nessa revisão, os pesquisadores constataram que força
muscular de mulheres que foram submetidas a um treinamento com pesos decresce após 8
semanas de interrupção da mesma, evidenciando que, ao cessar essa prática, o organismo
perde o tônus e a capacidade que ganhara durante o período de treinamento.
Os dados encontrados são compatíveis ao que é descrito na literatura. Vários estudos
têm reportado que a força muscular produzida por ações musculares isométricas, concêntricas,
excêntricas, isotônicas e isocinéticas decresce após a interrupção de um programa de
treinamento, independente da faixa etária, sexo, nível de aptidão física e enfermidades
associadas16-22. Staron et al. (2001), submeteram um grupo de mulheres adultas jovens,
previamente treinadas em exercícios com pesos durante 20 semanas, a um período de
destreinamento de 30 a 32 semanas e verificaram decréscimo na força muscular dinâmica,
porém a alteração não alcançou os níveis pré-treinamento. Outro estudo demonstrou que a
interrupção de um programa provocou redução na área média das fibras musculares tipo I e II.
Da mesma forma, Colliander e Tesch (2004) observaram maior preservação do pico de torque
concêntrico e excêntrico após a interrupção, quando o programa de exercícios com pesos foi
constituído de ações concêntricas e excêntricas do que somente concêntricas.
Num terceiro estudo selecionado, pode-se verificar a influência que o treinamento
com pesos exerce em mulheres com mais de 50 anos de idade. Os autores puderam perceber
36
que houve uma redução da pressão arterial principalmente no repouso e durante o exercício.
Além disso, observou-se também, os resultados apontam melhorias na atividades de vida
diária das pessoas estudas, melhorando, em consequência, a capacidade funcional das mesma.
Os dados são semelhante ao estudo de SHEPHARD (2003), o qual afirma que um
programa de atividade física voltado para o treinamento das capacidades musculares, irá
beneficiar a capacidade funcional do indivíduo, e assim a sensação de energia e o bem-estar
físico do indivíduo serão potencializados.
Num outro estudo, o autor aborda as práticas de segurança para a realização de
treinamento com pesos, bem como os principais fatores de risco para as doenças
cardiovasculares. Nesse estudo, o pesquisador discorre sobre as principais doenças que
acometem as pessoas idosas e estabelece os riscos a que os mesmos estão sujeitos. Além
disso, alerta para a importância do acompanhamento e orientação de um profissional
capacitado.
O emprego dos exercícios com pesos em um programa bem delineado para preservar
a saúde ou como estratégia terapêutica tem sido documentado. O crescente interesse nessa
modalidade de atividade física sistematizada é devido ao acúmulo de evidências científicas
demonstrando que baixos níveis de força e potência muscular têm sido associados com
incremento na incapacidade para realizar as atividades básicas e instrumentais da vida diária,
na prevalência de problemas funcionais assim como no risco de mortalidade por todas as
causas (RASO, 2006).
Encontrou-se também, um estudo que trazia os efeitos do treinamento com pesos,
seja na força muscular, seja na composição corporal, em mulheres após a menopausa. Para os
autores, o programa de TC proposto mostrou-se eficaz na prevenção e amenização das perdas
decorrentes da menopausa, que estão associadas ao processo de envelhecimento.
Em dois outros estudos, abordaram-se os benefícios que o treinamento com pesos
promovem às pessoas idosas, bem como os efeitos que tais treinamentos trazem à força
37
muscular a esta população de pessoas idosas. Os autores chegaram à conclusão que essa
melhoria pode auxiliar não só na independência dos idosos, mas também na diminuição da
incidência de quedas. Além disso, a prática sistematizada do TP promove melhoria na
flexibilidade e na resistência aeróbia de idosos.
38
6 - CONCLUSÃO
Exercícios com pesos se referem a uma modalidade de atividade física sistematizada,
composta por variáveis (volume, intensidade, frequência, duração, recuperação, equipamento)
que, se bem controladas, podem produzir efeitos benéficos. O incremento de força muscular,
induzido por um programa adequado de exercícios com pesos, promove incremento da
performance nas atividades da vida diária que, como consequência, melhora a qualidade de
vida de pessoas idosas.
O desenvolvimento das diversas capacidades do idoso, induzido por um programa de
TP adequado, sugere que o mesmo promove um aumento da performance nas atividades da
vida diária, que, como consequência, melhora a qualidade de vida de pessoas idosas.
Recomenda-se, contudo, a realização de novos estudos, uma vez que se mostrou
escassa, após essa revisão de literatura, as fontes contendo tal temática. Além disso, deve-se
aprofundar o conhecimento sobre o assunto, uma vez que a realidade demográfica da
população brasileira necessita de aprofundamento e proposição de intervenções, visando-se
estratégias que permitam viver mais e vivar com qualidade.
39
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