Data: 01/12/10

Retorno sobre Objetivos e arquitetura do stand

No livro arquitetura e filosofia, o autor Mauricio Puls defende que a arquitetura espelha o mundo do homem, ou seja, a arquitetura reflete comportamento de uma sociedade, época ou cultura. O stand numa feira não foge à regra, pois tem por objetivo comunicar o comportamento corporativo. Partindo desse princípio, me deparei com um artigo de Barry Siskind, na revista Feira e Cia. Barry defende que muitos expositores vão para um evento focando retorno sobre investimentos (ROI – Return on Investiment). Enquanto outros, não tão preocupados com o lucro, focam objetivos (ROO – Return on objectives).

Muitos empresários investem em determinado evento, na expectativa de terem rendimentos maiores que o aplicado no stand. Mas, a participação numa feira nem sempre pode ser mensurada pelo retorno financeiro que ela gera. Mesmo obtendo um bom retorno financeiro, será que a participação no evento foi eficaz? Foi possível divulgar ou realçar a marca? Estar presente no evento fez diferença para a empresa? O stand foi usado para lançamento de uma nova idéia ou produto? O espaço proporcionou aos clientes uma experiência diferente?

Na participação em feiras, mais difícil que atingir o ROO é mensurar e chegar ao ROI. Neste caso, o retorno institucional passa a valer mais que qualquer outra coisa. Uma feira e/ou evento lida com emoções por isso, a criatividade tem peso maior que a contabilidade. No entanto, definir objetivos corporativos na participação em feiras, ainda não é um procedimento padrão entre a maioria dos expositores. Se estes objetivos não ficam bem claros, os resultados geralmente não são satisfatórios.

É preciso lembrar que, numa feira, um stand disputa atenção com inúmeros outros stands, sendo eles de concorrentes ou não. Cabe ao objeto construído (stand) despertar o interesse do visitante e comunicar os objetivos da instituição. O stand ideal depende de um briefing ideal, onde todas as informações da empresa e estratégias devem ser englobadas neste estudo inicial.

O objetivo é lançar uma idéia ou produto novo? Utilize espaços atraentes e específicos para este fim. Se o objetivo está em reforçar relacionamentos, que tal uma área VIP atraente e confortável? São inúmeras as soluções arquitetônicas, para os objetivos de uma empresa na feira. Elas dependem da boa comunicação entre arquiteto e expositor. Assim, será possível mensurar, quantificar e avaliar o resultado final do ROO aliado à arquitetura.

Fontes bibliográficas:SISKIND, Barry. Como medir o valor não monetário de seu programa de

exposições. Revista Feira & Cia, São Paulo, nr.95, pág.28, 2010.PLUS, Mauricio Mattos. Arquitetura e Filosofia. São Paulo: Annablume, 2006.CERCHIARI, Fábio L. Manual de participação em feira 7º capitulo: o stand correto.

Disponível em http://falandodefeiras.blogspot.com/2009/07/manual-de-participacoes-em-feiras-7.html. Acesso em: 01 dez.2010, 21:46:40