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0 ROQUE HUDSON IZIDORO UM ESTUDO DE CASO DE AUMENTO DE PRODUTIVIDADE UTILIZANDO O ÍNDICE OEE NAS INDÚSTRIAS MICHELETTO S.A CANOAS, 2012

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ROQUE HUDSON IZIDORO

UM ESTUDO DE CASO DE AUMENTO DE PRODUTIVIDADE UTILI ZANDO O ÍNDICE OEE NAS INDÚSTRIAS MICHELETTO S.A

CANOAS, 2012

1

ROQUE HUDSON IZIDORO

UM ESTUDO DE CASO DE AUMENTO DE PRODUTIVIDADE UTILI ZANDO O

ÍNDICE OEE NAS INDÚSTRIAS MICHELETTO S.A

Trabalho de conclusão apresentado para a banca examinadora do curso de Administração de Empresas do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas – Habilitação Serviços.

Orientação: Profº.M.e. André Seidel

CANOAS, 2012

2

ROQUE HUDSON IZIDORO

UM ESTUDO DE CASO DE AUMENTO DE PRODUTIVIDADE UTILI ZANDO O

INDICE OEE NAS INDÚSTRIAS MICHELETTO S.A

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas – Habilitação Serviços.

Aprovado pela banca examinadora em de novembro de 2012.

_______________________________________________

Profº. M.e. André Seidel

UNILASALLE

_______________________________________________

Prof.º Telmo Telles

UNILASALLE

3

Dedico este trabalho ao meu Prof. M.e. André Seidel pelo companheirismo, disposição e competência profissional que demonstrou durante toda á orientação, não medindo esforços na busca de um bom resultado. A todas as pessoas que participaram e me acompanharam nessa caminhada para a vitória.

4

AGRADECIMENTO

Agradeço em primeiro lugar a Deus pela vida, saúde e força que me fez

nunca desistir da realização do meu sonho, mesmos nos momentos de angústias e

de dúvidas.

Agradeço aos meus pais pela base de ensino que me proporcionaram, pois

sem ela não seria possível essa conquista.

Agradeço a minha esposa e aos meus filhos pelo apoio e compreensão de

minha ausência em tantos momentos importantes que não voltam mais.

Agradeço aos professores pela parceria em compartilhar seus conhecimentos

e pelas lições de vida e experiências.

Agradeço aos parentes e amigos pelo incentivo e confiança que sempre

demonstraram.

Agradeço ao Professor Ms. André Seidel, que não só na orientação do

trabalho de conclusão, mas sim, desde a primeira cadeira ministrada, sempre

demonstrou ser uma pessoa interessada no aprendizado do aluno, exigente, porém

companheiro. Que não só fez uma orientação e sim me ensinou a como ver

oportunidades em vez de só enxergar problemas.

Agradeço aos colegas de cursos, alguns que hoje não são colegas e sim

verdadeiros amigos, que sempre estiveram juntos e dispostos a ajudar nas

necessidades.

Agradeço á empresa Micheletto S.A que para mim não é apenas o lugar onde

trabalho e sim em meus últimos 24 anos, o meu segundo lar, que sempre me

apoiou, incentivou e é grande responsável por essa minha conquista.

Agradeço aos colegas de empresa, ou como chamamos, todos os membros

da família Micheletto, pois para nós seus funcionários é assim que nos sentimos.

Agradeço especial aos colegas de trabalho, Edmar da Silveira Oliveira,

Cristian Oliveira da Silva, Roberto Junior, Renata Grzewinski e Oneidi Flores que

ajudaram em muito a realização desse estudo de caso e que proporcionou um

grande resultado.

Aos verdadeiros amigos, que sem esses a vida também não teria graça e que

certamente essa minha conquista também lhes farão felizes.

5

“A persistência é o menor caminho do êxito.”

(Charles Chaplin)

6

RESUMO

O trabalho desenvolvido tem como objetivo descrever e analisar a implementação do

indicador de eficiência global de equipamentos (OEE – Overall Equipment

Effectiveness) como forma de gestão, de definição de melhorias e auxiliar no

processo de alavancagem da produtividade. Como objetivo principal, buscou-se

estudar e desenvolver o indicador de OEE em equipamentos restritivos da produção.

O estudo fez uso do cálculo do OEE e as perdas envolvidas no processo que estão

inseridas dentro do conceito da TPM – Total Productive Maintenance.

Com base no estudo de caso desenvolvido em 14 equipamentos, comprovou-se que

os resultados nestes equipamentos apresentaram melhorias nos valores de OEE.

Outro resultado percebido foi o comprometimento dos colaboradores na busca das

causas raízes dos problemas e nas sugestões das ações, criando uma mudança

organizacional positiva em busca do aumento de eficiência e produtividade da

organização.

Palavras Chaves: Eficiência Global. OEE - Overall Equipment Effectiveness.

Manutenção. Total Productive Maintenance.

7

ABSTRACT

This paper was developed with the aim to describe and analyze the implementation

of OEE index (Overall Equipment Effectiveness) as a way of management,

improvement definition and help the process of production increase. As main goal,

the OOE index was studied and developed in restrictive equipments of production.

The study made use of OEE math and lost involved in the process inserted inside the

concept of TPM – Total Productive Maintenance.

Based on the case study developed in 14 equipments, it was possible to prove that

results in these equipments shown improvements in the OEE values. Another result

was the commitment of employees in search of root causes of problems and

suggestion of actions, creating a positive organizational change in search of the

increase of efficiency and productivity of organization.

Key words: Global efficiency, OEE – Overall Equipment Effectiveness, Maintenance,

Total Productive Maintenance

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – O gráfico Mix x Demanda e Distribuição no Mercado. ............................. 17

Figura 2 – Fluxograma do Processo Produtivo ......................................................... 20

Figura 3 – Comparativo Custo Nacional x Importado ................................................ 22

Figura 4 – Planilha controle de Rendimento Operacional ......................................... 25

Figura 5 - Os pilares de sustentação da TPM ........................................................... 38

Figura 6 - Relacionamento entre as entradas e saídas nas atividades de produção 39

Figura 7 - Diferença entre perdas crônicas e perdas esporádicas ............................ 44

Figura 8 - Relacionamento entre o OEE e seus índices e perdas ............................. 47

Figura 9 - Cálculo de eficiência global de um equipamento ...................................... 49

Figura 10 – Modelo de cálculo do OEE. .................................................................... 50

Figura 11 – As diferenças entre pesquisa qualitativa e quantitativa .......................... 58

Figura 12 – Fluxo de desenvolvimento da pesquisa. ................................................ 63

Figura 13 – Fluxograma de desenvolvimento do estudo ........................................... 66

Figura 14 – Identificação de restrição das prensas médias. ..................................... 68

Figura 15 – Identificação de Restrição Laminadoras Pequenas ............................... 71

Figura 16 - Gráfico Piloto Prensa Médias Outubro-2011 ........................................... 74

Figura 17 - Gráfico Piloto Laminadoras Pequenas Outubro-2011 ............................. 75

Figura 18 – Codificação das Perdas ......................................................................... 76

Figura 19 – Diagrama de Ishikawa prensa médias ................................................... 83

Figura 20 – Diagrama de Ishikawa laminadoras pequenas. ...................................... 86

Figura 21 - Monitoramento OEE maio, junho e julho Prensas Médias. ..................... 90

Figura 22 – Monitoramento maio, junho e julho OEE de laminadoras pequenas. ..... 92

Figura 23 – Monitoramento junho, julho e agosto - OEE de Prensas Médias ........... 94

Figura 24 – Monitoramento junho, julho e agosto OEE de Laminadoras Pequenas. 95

Figura 25 – Monitoramento julho, agosto e setembro OEE das Prensas Médias ..... 96

Figura 26 – Monitoramento julho, agosto e setembro OEE das Laminadoras

Pequenas .................................................................................................................. 97

Figura 27 – Monitoramento OEE – Prensas Médias – Setembro 2012 .................... 98

Figura 28 – Monitoramento OEE – Laminadoras Pequenas – Setembro 2012 ......... 99

Figura 29 – Paradas nas Prensas Médias .............................................................. 100

Figura 30 – Paradas nas Laminadoras Pequenas ............................................... ...101

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tabela Funcionários LAM ....................................................................... 61

Quadro 2 - Tabela Funcionários PEP ........................................................................ 61

Quadro 3 – Informações Técnicas dos Recursos ...................................................... 69

Quadro 4 – Previsão para o mês de outubro- Máq. OEE .......................................... 69

Quadro 5 – Produção com rendimento de 49% - outubro de 2011 ........................... 70

Quadro 6 – Capacidade 100% - Teórica ................................................................... 70

Quadro 7 – Resumo de atendimento – Outubro de 2011 .......................................... 70

Quadro 8 – Informação Técnica dos Recursos ......................................................... 72

Quadro 9 – Previsão Para Outubro ........................................................................... 72

Quadro 10 – Produção com rendimento de 35,57% - Outubro 2011 ........................ 72

Quadro 11 – Capacidade 100% (Teórica) ................................................................. 73

Quadro 12- Brainstorming Prensas Médias............................................................... 79

Quadro 13 - Brainstorming Laminadoras Pequenas ................................................. 81

Quadro 14 – Plano de Ação OEE Prensas ............................................................... 84

Quadro 15 – Plano de Ação Manutenção Prensas ................................................... 85

Quadro 16 – Plano de Ação OEE .............................................................................. 87

Quadro 17 – Plano de Ação Manutenção LAM ......................................................... 88

Quadro 18 – Plano de Ação - Setup Prensas Médias. .............................................. 91

Quadro 19 – Plano de Ação - Setup Laminadoras Pequenas ................................... 93

Quadro 20 – Resultados Finais OEE prensa médias .............................................. 101

Quadro 21 – Resultados Finais OEE laminadoras pequenas ................................. 102

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - As quatro etapas do desenvolvimento da PM .......................................... 35

Tabela 2 - Metas de melhoria para perdas ................................................................ 45

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................... ..................................................... 15

2.1 Caracterização da organização e seu ambiente .. ........................................... 15

2.1.1 Histórico da Organização ................................................................................. 15

2.2 Delimitação e Definição do Problema............ .................................................. 21

2.3 Justificativa ................................. ....................................................................... 26

2.3.1 Quanto à importância ....................................................................................... 26

2.3.2 Quanto à oportunidade ..................................................................................... 27

2.3.3 Quanto à viabilidade ......................................................................................... 27

3.1 Objetivo geral ................................ .................................................................... 29

3.2 Objetivos específicos.......................... .............................................................. 29

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................... ....................................................... 30

4.2 A Manutenção Produtiva Total (TPM) ............ .................................................. 34

4.3 Indicador de Eficiência Global dos Equipamentos - OEE .............................. 40

4.4 Tipos de Paradas de Equipamentos e Método de Co leta de Dados ............. 51

4.5 Mudança Organizacional ........................ .......................................................... 52

5 METODOLOGIA ..................................... ............................................................... 57

5.1 Delineamento do tipo de estudo ................ ...................................................... 57

5.2 Delineamento da área alvo de estudo ........... .................................................. 60

5.4 Plano de análise de dados ..................... ........................................................... 63

6 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ................... ............................................ 67

6.1 Descrição da implementação de um controle de ef iciência operacional

utilizando a ferramenta OEE nas Indústrias Michelet to S.A ................................ 67

6.1.1 Seleção dos equipamentos a serem monitorados ............................................ 67

6.1.2 Seleção dos operadores de máquinas para participação no OEE ................... 73

6.1.3 Medição da situação atual através da aplicação de um piloto de monitoramento

– OEE – 1 mês. ......................................................................................................... 74

6.1.4 Seleção e treinamento de todas as pessoas envolvidas no processo produtivo

na ferramenta OEE. .................................................................................................. 77

6.1.5 Aplicação do Brainstorming .............................................................................. 78

6.1.6 Elaboração do plano de ação e execução das ações ...................................... 81

12

6.2 Análise dos resultados alcançados com a aplicaç ão do monitoramento

OEE. .......................................................................................................................... 89

6.2.1 Monitoramento do resultado da aplicação ........................................................ 89

6.3 Processo de mudança das práticas organizacionai s após implementação

do OEE ............................................ ....................................................................... 103

6.4 Ações para consolidação do monitoramento OEE .. .................................... 106

7 CONCLUSÕES .................................................................................................... 107

7.1 Limitações e recomendações de estudos futuros . ...................................... 108

7.2 Limitações do estudo........................... ........................................................... 108

7.3 Recomendações de estudos futuros .............. ............................................... 108

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 109

13

1 INTRODUÇÃO

No contexto dos dias atuais, com a abertura de mercado e com a vinda da

globalização bate à porta da organização a alta competitividade do mercado.

Para a empresa é necessário que maximize os seus processos no sentido de

atingirem os maiores índices possíveis de eficiência industrial. As organizações

devem concentrar seus esforços no sentido de terem preços competitivos, mas

conjuntamente terem processos industriais competitivos (HANSEN, 2006).

De acordo com Hansen (2006), para que a organização consiga ser

competitiva tem que ter uma gestão corporativa voltada para resultados

operacionais, um controle rigoroso de custos industriais para atender as

necessidades do mercado e enfrentar a concorrência.

A visão estratégica da organização é fundamental, combinada com a

preparação do seu quadro operacional. Juntos devem formar um sistema corporativo

com objetivos claros, com metas definidas e estrutura adequada, buscando uma

administração da produção coesa e que possa dar base concreta para sustentação

ao processo produtivo, de maneira eficaz.

A Administração da Produção é entendida como o conjunto de atividades que

transformam um bem em outro, agregando mais utilidade e valor (MARTINS ;

LAUGENI, 2003). Esse conceito mostra o norte que as empresas devem seguir,

conceitua o objetivo principal de uma organização, que é agregar valor a um produto

e obter lucro.

O cliente quer produtos com valor agregado e somente paga se perceber o

valor do produto. Torna-se necessário eliminar qualquer custo de produção que não

traga benefício ou diferencial competitivo, seja de qualidade ou desempenho.

A Micheletto atua no mercado de parafusos, com foco em itens especiais,

onde trabalha com lotes pequenos de produção. Para que possa manter a

competitividade necessita de um alto grau de eficiência de seus processos.

A eficiência de um processo produtivo pode ser medido utilizando uma

ferramenta denominada OEE1 que atua diretamente na medição da eficiência global

dos equipamentos e processos produtivos disponibilizando dados para a tomada de

decisão.

1 OEE – Eficiência Global dos Equipamentos (Overall Equipment Effectiveness).

14

Diante do exposto, o estudo de caso apresentará a aplicação de uma

ferramenta gerencial OEE que buscará identificar os pontos fracos que necessitam

de ações corretivas tanto no processo produtivo como no processo administrativo da

produção. E assim auxiliar a empresa na manutenção da sua competitividade.

15

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Neste capítulo será apresentada a organização foco desse estudo: suas

características, seu ambiente de atuação, a situação problema a ser respondida e a

justificativa do estudo proposto.

2.1 Caracterização da organização e seu ambiente

A empresa Indústrias Micheletto S.A atua no ramo de metalurgia na fabricação

e comercialização de parafusos, apresentando soluções em fixação aos mais

exigentes segmentos das indústrias automobilísticas, moveleira, linha branca

(eletrodomésticos) e eletrônicos, com ênfase aos itens especiais.

2.1.1 Histórico da Organização

Indústria Micheletto S.A. Conhecida no mercado pelo seu nome fantasia Mitto

está situada em Canoas – RS e no ano de 2012 completou 100 anos de existência.

As informações prestadas abaixo foram extraídas do site confiável da empresa.

Fundada em 1912 pelos irmãos Ruggero e Cypriano Micheletto, na cidade de

Porto Alegre, onde o negócio começou com a produção de tornos mecânicos, neste

segmento foram pioneiros no Brasil. Em 1918 surge a idéia de produzir parafusos,

que era uma necessidade não atendida na época, para isso se fez necessária a

fabricação de máquinas adequadas e em 1919 iniciou a fabricação de parafusos

com maquinário de fabricação própria (prensa e laminadora) quando os primeiros

(prensas e laminadoras). Quando os primeiros parafusos MITTO chegaram ao

mercado, rapidamente o negócio tornou-se nacional e internacional. Em 1935

fabricou o primeiro torno mecânico paralelo Micheletto.

Devido a alta demanda e a necessidade de uma estrutura maior, em 1962 as

instalações da empresa mudaram-se para Canoas – RS. Assumiu no ano seguinte a

denominação de Indústrias Micheletto S.A. Na década de 70 abriu uma Unidade de

produção em Contagem - MG, as quais participaram da demanda de 25% do

mercado brasileiro na década de 90 no segmento de parafusos fendados. Neste

período a empresa abriu seu capital ao mercado de ações, porém o controle

acionário ficou com os integrantes da família.

16

Firmou contrato de transferência de tecnologia com a empresa francesa

RAMO, para fabricação no Brasil do torno RAMO A-42 no ano de 1974 e iniciou a

fabricação no ano seguinte e em 1977 iniciou a fabricação e comercialização de

atuadores eletromecânicos.

No ano das comemorações do 75º aniversário da fundação de Indústrias

Micheletto S.A. em 1987, foi iniciada a fabricação dos rebites de repuxo,

incorporando-se a gama de produtos de linha da empresa.

Em janeiro de 1997 a Micheletto foi certificada na ISO 9002 e em outubro de

1999 na QS 9000 pela ABS Quality Evaluations na Planta de Canoas.

A planta de Canoas possui certificação da ISO/TS 16949 versão 2009. São as

diretrizes da ISO/TS que norteiam atualmente as políticas adotadas pela empresa.

Em 2004, a MITTO, em virtude de redução de custos e aumento de

produtividade geral, parou de fabricar rebites, vendendo os equipamentos e

negociando estoque. Em 2005 encerrou suas atividades na filial de Contagem - MG

para concentrar sua produção em Canoas, sendo que a decisão foi tomada após a

empresa ter suas ações vendidas a um grupo brasileiro do setor metal-mecânico,

reestruturando assim a administração da empresa.

A Empresa possui atualmente uma estrutura composta por uma unidade

industrial em Canoas/RS/Brasil e um escritório comercial em São Paulo/SP/Brasil,

contando com aproximadamente 270 funcionários.

A Micheletto foi sempre reconhecida no mercado pelo seu diferencial de

qualidade incorporado aos produtos produzidos. A Mitto apresenta suas opções

profissionais de parafusos para diversos segmentos como as indústrias moveleira,

automotiva, de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, materiais elétricos, construção

civil, brinquedos, utensílios, lazer e comércio em geral. A empresa mantêm os

mesmos itens de controle e padrões de qualidade dos produtos produzidos,

independente do ramo a que se destina.

Em relação ao seu portfólio de produtos, a Mitto atua tanto no segmento dos

itens standard, chamados de lista quanto no segmento de itens especiais,

fornecendo e desenvolvendo produtos para empresas nacionais e multinacionais.

A Micheletto disponibiliza 95% da sua produção para o mercado nacional onde

se dividindo em dois segmentos, parafusos Standard2 (parafusos que seguem

2 Parafusos Standard – são parafusos que seguem especificações de determinadas normas nacionais

(ABNT) ou internacionais como normas DIN- Alemã ou da japonesa JIS. Parafusos especiais: são

17

especificações das normas DIN ou JIS) e parafusos que seguem especificações

especiais de acordo com projeto do cliente. Quanto ao faturamento 95% fica no

mercado nacional e o restante cabe a exportações que ocorrem para países como:

Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica, México, EUA e África do Sul.3

Figura 1 – O gráfico Mix x Demanda e Distribuição no Mercado.

Fonte: Autoria própria, 2012.

A figura 1 acima demonstra que 70% da linha do Mix de produção da

Micheletto são dedicadas a linha de parafusos especiais.

parafusos com especificações fora das normas e geralmente seguem projetos específicos dos clientes, com desenhos específicos para aplicações especiais.

3 Informações do histórico da organização podem ser verificadas na site da empresa. Disponível em: <www.micheletto.com.br.>

18

Da fatia de itens especiais no mercado a Micheletto detém 30%, onde almeja

crescer 5% ao ano, através da competitividade.

Missão

Oferecer soluções em fixação, com tecnologia e qualidade adequadas,

buscando superar as expectativas de clientes e usuários, atingindo competitividade

internacional, com rentabilidade que viabilize a expansão da empresa.

Princípios

Cliente: Nossa prioridade: Todos os nossos esforços têm como prioridade

suprir as necessidades de nossos clientes em qualidade, atendimento, custo e

serviços.

Pessoas: Agentes de nosso desenvolvimento: O nosso desenvolvimento está

baseado no trabalho e dedicação de nossos profissionais que merecem o maior

respeito e reconhecimento.

Lucro: Nosso foco permanente: A busca contínua da rentabilidade visa garantir

o retorno dos investimentos e a perpetuação da empresa. O lucro é, assim, o nosso

foco permanente.

Confiabilidade: Nosso compromisso: A relação da empresa com seus públicos,

interno e externo, tem contribuído para formar e consolidar a sua imagem. Prazos de

entrega e qualidade são fatores de confiança e compromisso da equipe.

Marca Mitto: Tradição e qualidade: Desde 1912 qualidade tem sido uma

constante nos serviços e produtos da Micheletto, que chegam ao mercado com a

marca MITTO. Cabe a nós manter esta tradição ao longo dos anos.

Inovação e Atualização: Busca constante: A inovação tecnológica e a

atualização dos processos e sistemas são fatores determinantes de competitividade.

Agilidade e Flexibilidade: Nosso desafio: Agilidade e flexibilidade nas decisões

e rapidez na implementação das ações são nosso desafio.

Meio Ambiente: Comprometimento com sua preservação: O futuro de todos

nós está intimamente ligado ao meio ambiente. Devemos, pois, estar comprometidos

com sua preservação para assegurar a melhoria das condições de vida da

humanidade.

19

Diretrizes

1. Por em prática a política de representação de vendas por estados.

2. Intensificação de vendas indústria (itens especiais).

3. Redução dos custos dos itens de lista para melhorar competitividade.

4. Direcionamento do Parque Fabril para o atendimento de itens especiais, no

intuito de aumentar margem.

20

Figura 2 – Fluxograma do Processo Produtivo

Fonte: Autoria própria, 2012.

21

A figura 02 representa o fluxograma completo de todo o processo produtivo da

fabricação de parafusos.

Ambiente

Os Produtos fabricados pelas Indústrias Micheleto S.A encontram-se em todo o

mercado nacional que corresponde a 95% do faturamento e o restante cabe a

exportações que ocorrem para países como: Argentina, Uruguai, Equador, Costa

Rica, México, EUA e África do Sul, proporcionando aos seus clientes fixação com

confiabilidade.

2.2 Delimitação e Definição do Problema

Segundo Hansen (2006), as fábricas se esforçam para serem eficazes com os

mínimos custos possíveis. Complementa ainda o autor que esse esforço é exigido

no ambiente de mudanças dos dias atuais, quando os clientes demandam produtos

com qualidade e com valor agregado. Neste contexto algumas fábricas alcançam e

mantêm um alto nível de produtividade com baixos custos de produção, utilizam uma

abordagem disciplinada para identificar as principais melhorias a serem realizadas.

Complementa o autor que ao atingirem o nível de produtividade almejado, as

organizações estão preparadas para competir em um mercado globalizado, no qual

irão disputar fatias de mercados com países altamente competitivos em matéria de

custos de produção, seja por sua alta capacidade de produção, excesso de mão de

obra ou até mesmo por baixa carga tributária.

Na linha de produtos especiais a Micheletto compete tanto com empresas

estrangeiras, em específico nesse caso, o mercado chinês, como com concorrentes

nacionais. Em ambos os casos os concorrente possuem produtos de qualidade e

com preços competitivos, fazendo surgir á necessidade imediata da redução de

custos de produção.

Os preços finais dos produtos chineses chegam ao Brasil ao valor de 40% do

custo do produto similar fabricado internamente na organização.

Nesse sentido o trabalho proposto busca o aumento de eficiência dos

processos de prensas médias e laminadoras pequenas em busca de um melhor

desempenho operacional, por que assim a empresa vai estar mantendo um

22

processo produtivo mais balanceado, podendo trabalhar com um número menor de

material semi-acabado, diminuindo o tempo de atravessamento e diminuindo as filas

de produção e dessa maneira aumentando o poder de competitividade da

organização frente a concorrência.

Nesse contexto a Micheletto está tendo grande dificuldade de competitividade

em determinadas linhas de produto onde alguns setores da fabricação não atingem

o rendimento operacional padrão mínimo planejado na cotação e no

desenvolvimento do produto.

Figura 3 – Comparativo Custo Nacional x Importado

100%

60% 60% 1

2

3

Custo parafuso

fabricado na Micheletto

Custo da matéria prima arame

nacional

Custo do parafuso

importado da China pronto

Fonte: Autoria própria, 2012.

A Justificativa do motivo do trabalho ser direcionado para os setores de

prensas médias e laminadoras pequenas será executado na seção 6.1.1.

A Figura 03 demonstra a diferença de custo do parafuso fabricado

internamente na Micheletto em relação ao parafuso importado da China.

Considerando o custo interno de 100%, sabe-se que a matéria prima (arame)

comprada no mercado nacional (Brasil) é responsável por 60% do custo total do

23

parafuso fabricado. O parafuso importado pronto na embalagem e com todos os

encargos, impostos de importação pagos chega a 60%, ou seja, o mesmo valor de

comprarmos apenas a matéria prima nacional.

O autor Goldratt (1993), define que a meta de uma empresa é ganhar dinheiro

hoje e no futuro, através da utilização ótima de seus recursos restritivos. Um recurso

restritivo é definido por Cox III e Spencer (1995) como qualquer elemento ou fator

que impede que um sistema conquiste um nível melhor de desempenho no que diz

respeito a sua meta.

A Micheletto possui uma área de custos apoiada em uma área de marketing e

executa constantes pesquisas de mercado buscando benchmarking2 na fabricação

de parafusos, onde sempre é classificado um concorrente nacional e um concorrente

internacional.

Diante desses dados a empresa Micheletto elaborou e mantém atualizada uma

planilha de custos produtivos contendo toda a base exigida legalmente, custos fixos,

custos variáveis e impostos. Dentro dessa base definiram-se índices mínimos de

produtividade.

Em relação aos recursos de produção onde estão localizados os setores de

prensas médias e laminadoras pequenas, as mesmas possuem uma meta de

rendimento mínimo de produtividade. Está meta foi definida em 70% e estabelecido

na matriz de custo, que foi determinada por essas pesquisas de marketing.

Uma vez que na matriz de custo, o rendimento mínimo estabelecido é de 70%

e na prática (no chão de fábrica) esse número não se confirma, apresentando um

valor bem inferior (média mensal 50%). Este valor de 50% mensurado apenas por

comparativos do sistema informatizado, entre o teórico (definido no roteiro de

produção) x real produzido, que é dado pelo somatório das ordens de produção

encerradas no sistema.

Entende-se que a margem de rentabilidade definida pela alta direção está

muito abaixo do esperado, não atingindo as metas do plano estratégico da

organização.

Portanto quando não se atinge o rendimento mínimo planejado os custos de

produção aumentam muito, reduzindo muito a margem de lucro e chegando até a

inviabilidade da comercialização desses produtos.

Uma vez que os produtos vendidos pela área comercial apresentam um custo

de produção superior e conseqüentemente um preço de venda superior ao da

24

concorrência, a força de venda não consegue vender o produto Micheletto, perdendo

participação no mercado.

No entanto o mercado reconhece que o produto Micheletto possui qualidade

superior em relação aos concorrentes, sejam eles estrangeiros ou nacionais. Por

isso admitem pagar um diferencial de até 15%. Porém com os atuais rendimentos e

atuais custos de produção para a empresa não ter prejuízo, ela precisa vender com

um preço de 40% superior ao do concorrente, o que o mercado não aceita pagar.

Isso faz com que seja inviável a comercialização de determinadas linhas onde

a concorrência chinesa é muito forte.

Por outro lado, a empresa não pode simplesmente deixar de fabricar as linhas

que não tem margem de lucro, por que os clientes não querem ter mais de um

fornecedor para uma determinada linha de produtos.

A Exigência dos clientes dos dias de hoje é ter um único fornecedor que

entregue todos os tipos de parafusos que eles consomem, ou seja, o pacote de

fornecimento integral, pois desejam cada vez mais reduzir seu portfólio de

fornecedores no intuito de adquirir maior poder de barganha sobre a compra, então

abdicar de produzir alguma linha de produto, pode acarretar em perder um cliente

para a concorrência.

A empresa utiliza uma ferramenta elaborada internamente através de planilhas

de excel que medem a eficiência , porém apenas indica os equipamentos que não

estão atingindo os valores desejados, não apresenta dados para uma análise mais

aprofundada.

25

Figura 4 – Planilha controle de Rendimento Operacional

Fonte: Micheletto, 2010

26

A figura 4 mostra a planilha de medição de rendimento utilizada pela Micheletto

antes da implementação do monitoramento OEE.

Diante dessa situação é necessário o estudo e aplicação de uma ferramenta

que alavanque os resultados nos equipamentos com necessidade do aumento de

eficiência, que demonstre onde estão localizados os pontos fracos e onde os

mesmos devem ser melhorados, para que a organização busque competitividade

industrial e mantenha-se firme no mercado. Nesse sentido selecionou-se a

ferramenta OEE, que é uma ferramenta desenvolvida e disponível para

alavancagem dos resultados operacionais e que será discutido em profundidade no

referencial teórico.

Neste contexto, esse estudo se propõe a responder a seguinte questão:

Quais ações são necessárias para o aumento de efici ência nos setores de

Prensas Médias e Laminadoras Pequenas na empresa In dústrias Micheletto

S.A?

2.3 Justificativa

Segundo Roesch (2005, p.91), justificar é apresentar razões para a própria

existência do projeto. Esta seção é importante porque, por um lado, faz o autor

raciocinar e tentar buscar os reais motivos que levam a propor o projeto e, por outro,

o faz situar-se na problemática. Em termos gerais, é necessário justificar um projeto

através da importância, oportunidade e viabilidade.

2.3.1 Quanto à importância

É importante porque esse estudo está relacionado diretamente a sobrevivência

da organização, pois busca a competitividade, pois sem a mesma a empresa perde

participação e descontinuidade do negócio.

Torna-se relevante este estudo para a empresa, pois, a partir dele, buscará

aprofundar de maneira efetiva a identificação e conhecimento de seus processos e

equipamentos restritivos. Dessa maneira poderá interagir e buscar corrigir os

problemas e até mesmo disparar melhorias que acarretaram em um rendimento até

mesmo acima do esperado, contribuindo com diminuição dos custos de produção e

aumentando a competitividade em um mercado onde o preço é fundamental.

27

É de importância para acadêmicos interessados nessa linha de pesquisa bem

como para empresas pertencentes à comunidade para que utilizem como pesquisa e

conhecimento.

Julga-se que deverá ser importante a participação de todos os funcionários

envolvidos direta ou indiretamente na produção dos setores de prensas médias e

laminadoras pequenas, os quais estes poderão contribuir com seus conhecimentos e

ter a oportunidade única de poder contribuir para a melhoria da condição competitiva

da sua empresa.

Para o pesquisador é importante pois tem interesse nos resultados, pois faço

parte do quadro de funcionários dessa organização e desenvolvendo um bom

trabalho que possa ser implementado estarei contribuindo para o crescimento e

competitividade da empresa.

2.3.2 Quanto à oportunidade

O ambiente interno está propício. A organização entende e apóia o estudo, pois

deverá ser possível estudar e identificar fatores humanos ligados diretamente aos

desempenhos operacionais.

O estudo certamente propiciará uma grande oportunidade de definir sistemática

padronizada de como mensurar corretamente a eficiência dos processos de prensas

médias e laminadoras pequenas.

O embasamento será dado através da aplicação de ferramentas já disponíveis

aplicados a dois setores selecionados, obtendo-se os resultados positivos, poderá

ser estendido para todos os outros setores produtivos da empresa.

Para o pesquisador é oportuno pois vai proporcionar um maior convívio com o

pessoal de chão de fábrica, vai fazer entender suas dificuldades e com isso

proporcionar a participação efetiva, colocando em prática conhecimentos adquiridos

ao longo dos anos na universidade.

2.3.3 Quanto à viabilidade

Este estudo se torna viável uma vez que a empresa concordou e permitiu

acesso a todas as informações necessárias para execução e também pelo vínculo

empregatício que do autor tem com a empresa.

28

A organização também participará de maneira efetiva na liberação e

disponibilidade de investimento, demandados em treinamento do seu corpo técnico

(engenharia, qualidade, produção), na implementação da ferramenta OEE.

29

3 OBJETIVOS

Neste capítulo apresentam-se os objetivos gerais e específicos abordados pelo

pesquisador no presente trabalho de conclusão.

3.1 Objetivo geral

Determinar através da aplicação da ferramenta OEE quais ações são

necessárias para o aumento de eficiência nos setores de prensas médias e

laminadoras pequenas na empresa indústrias Micheletto S.A.

3.2 Objetivos específicos

a) Detalhar a implementação do indicador de eficiência global dos

equipamentos OEE nos processos de prensas médias e laminadoras

pequenas;

b) Descrever os resultados alcançados com a aplicação do monitoramento.

c) Identificar e descrever a mudança das práticas organizacionais após a

aplicação do OEE;

d) Apresentar ações de melhorias para aumentar e manter o índice desejado

de eficiências dos equipamentos.

30

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De acordo com Roesch (2010), todo projeto deve utilizar algum tipo de

metodologia, espera-se que haja uma especificação do seu plano ou estratégia de

pesquisa para que o problema detectado seja pesquisável e que venha proporcionar

dados que possam elaborar respostas plausíveis as questões do estudo.

Para Antunes (2008), a competição entre as empresas tem aumentado nos

mercados internacional e nacional. Esse acirramento da competição dá origem a

uma “pressão competitiva”, que direciona as empresas para busca de mais eficiência

nas suas operações e nos processos de gestão organizacional.

Trata-se de fenômeno observado nas indústrias automotivas, siderurgia, a têxtil

e de confecções, eletrônicas, a de bens de consumo duráveis e a de transformados,

plásticos entre outras. Em virtude dessa situação geral, que ao longo do tempo as

empresas foram compelidas a trabalhar simultaneamente várias dimensões da

competição industrial: custos, qualidade, tempo, flexibilidades e inovação passaram

a ser de suma importância para sobrevivência da organização.

De acordo com Antunes (2008), é no contexto dessa realidade econômica que

foram forjados os ditos sistemas de produção modernos. Trata-se de um quadro

fundamentalmente distinto daquele que viabilizou a produção em massa fordista e,

posteriormente, o crescimento industrial acelerado das décadas de 50 e 60 nos

Estados Unidos e na Europa.

O Sistema Toyota de Produção que é modelo de gestão que será baseado

esse trabalho é muito amplo e com várias abordagens, inserem-se como aplicável

principalmente nesse estudo de caso a abordagem da Produção Enxuta (lean

manufacture) e o modelo TPM (Manutenção Produtiva Total ou Total Productive

Maintanance).

Na seção do referencial teórico será abordada a apresentação da metodologia

OEE, que é um indicador de desempenho operacional que atua conjuntamente com

a sistemática do STP.

4.1 Produção Enxuta

O STP (Sistema Toyota de Produção) é a fonte de tudo que conhecemos como

produção enxuta, ou seja, a eliminação de desperdícios na fabricação, visando

31

otimizar a produção das organizações. Diante dessa manifestação desenvolveram-

se ferramentas, com o intuito de reduzir / eliminar os desperdícios nos processos de

produção.

O objetivo é aumentar os desempenhos globais operacionais e em

conseqüência proporcionar a organização um poder maior no âmbito competitivo,

proporcionando um incremento econômico-financeiro que a empresa necessita para

prosperar.

Segundo Antunes (2008), o Sistema Toyota de produção surgiu no Japão na

fábrica de automóveis Toyota logo após a Segunda Guerra Mundial. Naquela época

a indústria japonesa tinha uma produtividade muito baixa e uma enorme falta de

recursos, o que a impedia de adotar o modelo de Produção em Massa que era o

mais comumente utilizado na época.

O sistema de produção em massa desenvolvido por Frederick Taylor e Henry

Ford no início do século XX predominou no mundo até a década de 70. Procurava

reduzir os custos unitários dos produtos através da produção em larga escala,

especialização e divisão do trabalho. Entretanto este sistema tinha que operar com

estoques e lotes de produção elevados.

No início não havia grande preocupação com a qualidade do produto, o

sistema Toyota nasce fazendo um contraponto ao sistema Fordista, pois trabalha em

cima de uma produção enxuta, operando com estoques baixos e lotes de produção

pequena, o sistema objetiva aumentar a eficiência dos processos de produção pela

eliminação contínua dos desperdícios. “O Sistema Toyota também pode ser

chamado de Produção Enxuta ou Lean Manufacturing “. (OHNO, 1997).

De acordo com Ohno (1997), a base de sustentação do Sistema Toyota de

Produção é a absoluta eliminação do desperdício e para isso os pontos que devem

ser focados e que necessitam de atenção especial para combate, são:

Superprodução: excesso de quantidade, muito cedo ou “Just-in-case”;

Esperas: materiais ou informações esperando para serem processadas para a

próxima etapa do processo e não adicionando valor; Transporte: de materiais ou

informações na empresa (parada ou na empresa). Este pode ser reduzido, mas não

eliminado.

Processamento inadequado: máquina ou equipamento usado de modo

inadequado quanto à capacidade ou capabilidade de desempenhar uma operação;

32

Estoque desnecessário utiliza capital e espaço, levando os problemas de

identificação;

Defeitos: refugos e retrabalho de produtos e serviços;

Movimentos desnecessários: ergonomia no local de trabalho.

Entende-se que os pontos citados no parágrafo acima serão de suma

importância no decorrer do estudo de caso, pois certamente servirão de diretriz na

análise e determinação das causas que ajudaram a definir as possíveis causas que

contribuem para redução da eficiência dos setores de prensas médias e laminadoras

pequenas.

Para que possamos entender o que contribui com a perda de rendimento no

processo produtivo, precisamos estar atento a tudo que diz respeito a valor

agregado do produto (o que o cliente reconhece), enfim, o que realmente contribui

no processo e precisa ser mantido, ou o que não contribui e pode ser eliminado.

De acordo com Onho (1997), cinco princípios do cliente:

a) Especifique: atividade que cria valos apenas sob a perspectiva do cliente; b) identifique: todos os passos necessários para projetar, requisitar e produzir produtos em todo Fluxo de Valor para destacar as perdas sem valor agregado; c) faça ações que criem Fluxo de Valor sem interrupções, desvios, retrocessos, esperas ou refugos; d) apenas produza o que é Puxado pelo cliente no tempo certo; e) busque a Perfeição pela eliminação continuada de perdas.

Entende-se que seguindo os cinco princípios do cliente, a organização estará

remando a caminho da competitividade.

Segundo Antunes (2008), para as empresas tornarem-se competitivas

passarão a necessitar produzir lotes cada vez menores de artigos e bens cada vez

mais diferenciados.

A manutenção da competitividade nesse cenário exige que as empresas

garantam, simultaneamente, e para uma gama diferenciada de produtos: preços

compatíveis, qualidade intrínseca (que envolve todo o ciclo de vida do produto,

desde a sua concepção até a sua destinação final, após o uso e o atendimento dos

prazos de entrega).

No cenário competitivo, o cliente exige os menores preços, maiores prazos de

pagamento e menores prazos de entrega, surgindo assim á necessidade das

33

fábricas responderem num tempo curto a demanda dos consumidores – short

delivery time.

As exigências do mercado atual força com que as fábricas construam sistemas

produtivos capazes de fabricar seus artigos com rapidez, respondendo assim as

flutuações de demanda Shingo (1996), e com custos altamente competitivos.

Segundo Antunes (2008), o incremento ou manutenção das margens de lucro

passa a depender rigorosamente da racionalização pela empresa dos custos de

produção dos produtos/serviços, com isso é imprescindível que os processos de

produção tenham os rendimentos operacionais no seu limite máximo de eficiência.

Shingo (1996), afirma que “o aumento dos lucros só pode ser feito pela

redução de custos”.

L= P – C

Lucro = Preço de venda – custo de produção

“Neste caso, se faz necessário administrar a eficiência e não mais se repassa a

ineficiência” (KLIEMANN ; ANTUNES, 1993, p.139). Fazendo com que as empresas

foquem seus esforços no sentido de minimização dos seus custos produtivos,

aumentando sua competitividade e com isso melhorando sua participação no

mercado. Para que isso venha a ocorrer é necessário um sólido planejamento

estratégico.

Consideram-se fatores importantes e abordados por (ANTUNES, 2008),

aspectos estratégicos, a gestão baseada em tempo possibilita a obtenção de

vantagens competitivas a partir da redução do tempo de resposta às demandas

externas. Notadamente a redução do tempo de atravessamento (lead time) e das

paradas entre as operações através do encadeamento da função processo leva a

ganhos nas seguintes dimensões competitivas:

- Custos: através da redução e aumento da taxa de valor agregado;

- Qualidade: através da redução do tempo decorrido entre o surgimento e a

detecção de defeitos, e, especialmente da exigência da qualidade

assegurada;

- Tempo de entrega: através da redução do tempo desde o início da produção

até a entrega;

- Confiabilidade com o fornecedor: a capacidade de se cumprir prazos pode se

aprimorar, na medida em que o lead time é reduzido comparativamente ao

34

tempo esperado para entrega; tudo isso possibilita a obtenção de melhores

desempenhos operacionais nos processos de produção.

Conforme Antunes (2008) as melhorias nos processos pressupõem uma ação

conjunta das pessoas responsáveis pelos próprios processos, manutenção,

preparação de máquinas, qualidade, produção, ergonomia. Neste sentido, a idéia

básica consiste em “romper” as lógicas segmentadas de tratamento do problema da

gestão do posto de trabalho nas empresas.

Portanto, é necessário aperfeiçoar a utilização dos ativos (equipamentos,

instalações e pessoal) das empresas, buscando a eficiência dos processos, que vai

ser abordado na aplicação da ferramenta OEE.

4.2 A Manutenção Produtiva Total (TPM)

Devido às necessidades causadas após a Segunda Guerra Mundial, as

empresas japonesas, com o objetivo de melhorar a qualidade de seus produtos e

tornarem-se competitivas no mercado mundial, importaram da Europa e dos Estados

Unidos da América métodos de gerenciamento de fábricas e técnicas de manufatura

(NAKAJIMA, 1993; TAKAHASHI ; OSADA, 1993).

Complementam os autores que dentre as várias técnicas importadas, a

manutenção preventiva, conhecida pela sigla PM (Preventive Maintenence4), foi

espalhada por todo o Japão nos anos 50. No decorrer dos anos 60, outras técnicas

foram reunidas à manutenção preventiva: manutenção pós-quebra ou BM

(Breakdown Maintenence5), manutenção para melhoria, CM (Corrective

Maintenence6) e prevenção da manutenção, MP (Maintenence Prevention7), também

4 Manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos,

destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item (ABNT NBR 5462-1994) (BELTRANO FILHO, 1996).

5 Também conhecida como Manutenção Corretiva ou Pós-quebra Tipo de manutenção efetuada em um item quando a falha já ocorreu, restituindo-lhe a condição admissível de utilização (BELTRANO FILHO, 1996).

6 É um método de manutenção designado para sistematicamente e positivamente retificar (material e forma) partes insatisfatórias existentes nos equipamentos, de modo a melhorar a confiabilidade, manutenibilidade, e segurança; para reduzir a deterioração e falhas; e alcançar um equipamento que não requeira manutenção (SHIROSE, 1996).

7 Prevenção da manutenção é o conjunto de medidas para evitar as ocorrências de manutenção. Sua aplicação é ampla e parecida com o critério de “ Prevenção de Acidentes” . Medidas de seleção de melhores materiais, de melhores métodos de trabalho, de operação e manutenção. Diversas outras medidas também afetam este campo, como treinamento de operadores, do pessoal da manutenção,

35

chamada Maintenence free-design.Esta última, por ser orientada para reforma e

aquisição de novos equipamentos como para engenharia de confiabilidade,

Engenharia de manutenibilidade e engenharia econômica, acabou originando

um novo método, chamado de Manutenção Produtiva ou PM (Productive

Maintenence).Antes deste período as indústrias japonesas, em sua maioria,

praticavam as intervenções de manutenção pós-quebra. (NAKAJIMA, 1993;

TAKAHASHI ; OSADA,1993).

A tabela 1: ilustra as quatro fases de desenvolvimento da PM no Japão.

Tabela 1 - As quatro etapas do desenvolvimento da PM

Fonte: Adaptado de Nakajima, 1993, p.10.

Conforme Maggard (apud DIAS, 1997), destaca que a Manutenção Produtiva

Total (MPT), tradução para o português da sigla, foi desenvolvida inicialmente pela

General Eletric, nos Estados Unidos, no início dos anos 50, com o significado de

Manutenção Totalmente Produtiva, porém não obteve aceitação na matriz dos

Estados Unidos, pois acreditavam que não seria aplicável.

Nakajima (1993) destaca que os americanos tinham forte ligação com as

doutrinas Tayloristas, onde operador era para operar máquina e mecânico para

consertar quando as mesmas quebravam, ou seja, cada pessoa era um especialista

na sua área e possuía apenas uma função dentro da organização, o que iria contra a

filosofia da TPM.

Já na visão japonesa, todos os funcionários podem e devem participar e a TPM

deve ser implementada por todos. A inovação trazida pela TPM está no fato de

atribuir aos operadores atividades básicas de manutenção nos seus equipamentos.

em nível de execução e de gerência. Especificação correta de equipamentos, na compra é uma medida de prevenção de ocorrência de manutenção (BELTRANO FILHO, 1996).

36

A partir deste momento, as áreas de manutenção passam a ser alimentadas de

informações por parte dos operadores no que se refere às anomalias ou sintomas

estranhos apresentados por seus equipamentos, permitindo que intervenções sejam

executadas para prevenir a quebra ou a falha do equipamento (SHIROSE, 2000).

Com a chegada da ferramenta TPM no Japão a mesma adaptada de modo a

ajustarem-se à cultura das empresas japonesas. A partir desta adaptação, originou-

se, em 1971, a TPM ou a Total Productive Maintenance.(NAKAJIMA, 1989 ;

NAKAJIMA, 1993; SHIROSE, 1992 ; SHIROSE, 2000).

Para Nakajima (1993), a Manutenção Produtiva Total, ou TPM (Total

Productive Maintenance), é uma ferramenta de gerenciamento industrial que foi

desenvolvida por ele próprio. Através da publicação o autor descreve a introdução

da metodologia TPM, “TPM Tenkai”, em 1982 e “TPM Nyumon”, em 1984, nessas

publicações o autor descreve a introdução da metodologia TPM. O objetivo principal

da ferramenta é trabalhar na gestão do processo produtivo no intuito de manter os

equipamentos o maior tempo possível disponível, e em condições de operação, e

como conseqüência aumentar o rendimento operacional dos processos produtivos.

Para Kardec (1999), vários fatores econômico-sociais imprimem ao mercado

exigências cada vez mais rigorosas, o que obriga às empresas a serem cada vez

mais competitivas para sobreviver. Com isso as empresas foram obrigadas a:

- Eliminar desperdícios;

- Obter o melhor desempenho dos equipamentos;

- Reduzir interrupções/paradas de produção por quebras ou intervenções;

- Redefinir o perfil de conhecimento e habilidades dos empregados da

produção e manutenção;

- Modificar a sistemática de trabalho.

De acordo com (MARTINS; LAUGENI, 2003), a ferramenta está diretamente

relacionada à manutenção de instalações, para que essas operem conforme o modo

para o qual foram projetadas, ou ainda, para que voltem a fazê-lo, caso tenham

deixado de operar nas condições esperadas.

Conforme Nakajima: a técnica de TPM tem como objetivo principal desenvolver

uma sistemática no intuito de melhorar a eficiência dos ativos através da redução de

paradas de máquinas por quebra, busca a otimização na utilização dos

37

equipamentos disponíveis e da redução de perdas nas diversas fases e áreas dos

processos produtivos. O TPM visa uma participação efetiva de todas as pessoas

envolvidas no processo de produção, de modo a melhorar o rendimento global das

instalações graças a uma adequada organização que incentiva a criatividade, a

participação plena dos colaboradores da organização.

Conforme comentado acima, segundo Nakajima (1993), a TPM constitui a

“manutenção conduzida com a participação de todos”. Significa, portanto:

-A busca pela maximização do rendimento operacional dos processos;

-O TPM tem uma abrangência sistêmica, abrangendo todo o ciclo de vida útil

dos equipamentos envolvidos no processo de fabricação;

-Abrange diversos setores do sistema operacional, com foco na produção e

manutenção;

-Planeja o envolvimento e participação ativa de todos os componentes da

organização, desde a alta direção até os níveis mais baixos do operacional;

-Faz com que os envolvidos no processo de produção direta, trabalhem em

grupos e através de um treinamento operacional conheçam todo o processo

de maneira que possam de maneira voluntária participar das atividades de

melhorias, visando aumento de produtividade e redução de custo.

Ressalta Nakajima (1993) que a forma de gestão proposta pela TPM busca o

envolvimento de todos os colaboradores da organização, no sentido de assegurar o

funcionamento dos postos de trabalho. Sendo assim os operadores e o pessoal de

manutenção se integram de maneira que possam executar todas as atividades de

manutenção inerente ao processo de formar mais rápida e precisa, visando sempre

agir preventivamente, pois assim a manutenção corretiva terá uma menor freqüência

e com isso o equipamento terá um maior tempo de disponibilidade.

Os equipamentos têm um papel crucial no aumento e manutenção da

produtividade tendo em vista a utilização crescente da automação e mecanização de

atividades originalmente manuais. Desta forma, as máquinas e equipamentos

passam a ter um papel fundamental na melhoria do output. (NAKAJIMA, 1993).

Entende-se que dentro do conceito de TPM cabem aos operadores as

atividades básicas de manutenção e as atividades de que necessitam de maior

conhecimento são executadas por técnicos qualificados, porém a diretriz é sempre a

38

participação e trabalho em equipe. Essa sistemática visa buscar um aumento do

tempo efetivo de produção, ou seja, aumento do tempo de equipamento

trabalhando, aumento do tempo de agregação de valor, pois é isso que o cliente se

propõe a pagar.

Figura 5 - Os pilares de sustentação da TPM

Fonte: Adaptado de Kardec; Nascif, 2001, p.185.

A Figura 5 demonstra os pilares de sustentação da TPM, neste contexto, a

melhoria no output deve estar apoiada em atividades focalizadas na melhoria de

eficiência das máquinas e equipamentos, que é uma das cinco diretrizes

estratégicas da TPM, conforme descrito anteriormente.

39

Figura 6 - Relacionamento entre as entradas e saídas nas atividades de produção

Fonte: Adaptado de Nakajima, 1993, p.9.

A figura 5 demonstra a alocação de recursos, entradas e saídas dos processos

produtivos onde deverá ser aplicada a ferramenta TPM.

Após o referencial teórico abordado julga-se correto acreditar que se faz

necessário a aplicação da ferramenta TPM (Manutenção Produtiva Total) dentro do

processo produtivo, já que os equipamentos são partes fundamentais.

O objetivo geral do estudo de caso é determinar quais ações administrativas

são necessárias para o aumento de eficiência dos setores de prensas médias e

laminadoras pequenas que apresentam rendimento abaixo do desejado, dentro

desse contexto será necessário implementar, controlar e fixar em todo o processo a

cultura de TPM.

No entendimento do estudo uma vez implementado a TPM, será necessário a

implementação de um indicador de performance dos processos produtivos que são

alvo do estudo. Sendo assim foi selecionado um medidor de eficiência global dos

40

equipamentos o OEE que é a sistemática (ferramenta) que mede e controla as

variáveis que interferem na eficiência do setor de produção, que irá interagir com

todo o processo de fabricação e nortear o processo decisório de tomada de ação.

No próximo tópico estaremos explanando a sistemática do OEE – Eficiência

Global dos Equipamentos (Overall Equipment Effectiveness).

4.3 Indicador de Eficiência Global dos Equipamentos - OEE

Para Hansen (2006), para que as empresas brasileiras se tornem competitivas

no cenário internacional, para que as mesmas possam desenvolver estratégias de

produção competitivas e eficazes, capaz de enfrentar as necessidades impostas

pelas normas da concorrência globalizada, é essencial compreender em

profundidade a relação entre os fatores de produção vigentes no País

Julga-se correto acreditar, que no caso da indústria metal mecânica, que a

relação de custos horários associados à depreciação de equipamentos e os custos

de mão de obra é de aproximadamente 1:10 nos países desenvolvidos (EUA, Japão,

Alemanha) enquanto essa relação no Brasil é de 1:1. Ainda as taxas de juros

praticadas no Brasil são muito elevadas (da ordem de 20% ao ano) se comparadas

com os países centrais.

Acredita-se ainda, que para o autor existe real necessidade de implementação

de um indicador de eficiência global nos processos a serem estudados. Considera-

se que deva ser analisado todas as variáveis que possam estar afetando

diretamente ou indiretamente o rendimento operacional dos setores foco do estudo.

A Eficiência dos Equipamentos (OEE) surgiu no final dos anos 80 e no início

dos anos 90. É uma ferramenta autônoma que atua na medição do real desempenho

de processo de produção, por meio de inter-relacionamento de indicadores de

disponibilidade, eficiência e qualidade. É uma ferramenta que tem um valor

considerável como agente de mudança, para unir a manutenção, as operações

(pessoas) e a engenharia com vistas à obtenção de níveis superiores de

desempenho em uma instalação industrial (HANSEN, 2006).

De acordo com Nakajima o objetivo principal da metodologia da TPM é

aumentar a eficiência do processo produtivo como um todo, ou seja, cada parte do

equipamento deve ser operada e mantida buscando seu maior grau de rendimento

(NAKAJIMA, 1993).

41

A ferramenta do cálculo do OEE definido e difundido originalmente por

Nakajima tem um papel fundamental na obtenção da maximização da eficiência dos

equipamentos, por ter o objetivo final de não somente gerar o resultado de

eficiência, como permite análises mais detalhadas das perdas a partir do

desdobramento do cálculo. Hansen (2006) destaca que as perdas, ineficiências,

como uma fábrica escondida, representa que uma parte do recurso da empresa não

está sendo utilizada com toda sua capacidade.

No entendimento de Hansen (2006), a OEE deve primeiramente ser aplicada

nos gargalos (restrições na produção, falta de capacidade de produção) que, afetam

o ganho ou em qualquer outra área crucial e dispendiosa da linha de manufatura. A

OEE é benéfica para todas as etapas do processo, no entanto, as etapas não-

gargalos devem ser subordinadas às etapas gargalos.

A medição do OEE pode ser aplicada em vários diferentes níveis no ambiente da manufatura. Primeiro o OEE pode ser usado como benchmark para medições iniciais de performance de uma planta de manufatura por inteiro. Desta forma, o OEE medido inicialmente pode ser comparado com valores de OEE futuros, quantificando os níveis de melhorias obtidos. Segundo, o valor de OEE, calculado para uma linha de manufatura, pode ser usado para comparar a performance da linha por toda a fábrica, deste modo realçando as linhas com performance pobre. Terceiro, se as máquinas processam o trabalho individualmente, a medição do OEE pode identificar qual máquina que está com a pior performance, e conseqüentemente identificar onde focalizar os recursos da TPM (NAKAGIMA, 1989, apud DAL, TUGWELL e GREATBANKS, 2000).

Para Antunes (2008), a abordagem do OEE, objetiva:

a) Focalizar as ações de gestão das rotinas e melhorias nos pontos críticos do

sistema, que são os gargalos, os recursos com capacidades restritas – os

CCRs e nos recursos que apresentam problemas relacionados com

qualidade, com geração de refugos e retrabalhos – RPQs;

b) Utilizar um medidor de eficiência global nestes setores que permita e

estimular a integração entre as diferentes áreas: produção, qualidade,

manutenção, processos, melhorias de troca de ferramenta e afins;

c) Identificar as principais causas de ineficiência dos equipamentos.

42

Todos esses aspectos certamente contribuíram significativamente para dar

dados que possam definir onde se deve atuar para aumentar a eficiência dos

setores em estudo.

Conforme Antunes (2008) Levando em consideração os indicadores OEE

(Overall Equipment Effectiveness) na avaliação da eficiência dos equipamentos, o

mesmo ajudará a buscar planos de melhorias sistêmicos, unificados e voltados aos

resultados globais da empresa. Isso associado a utilização de técnicas estabelecidas

pelo STP (Sistema Toyota de Produção), aumentará de forma significativa e com

baixos investimentos as eficiências globais dos equipamentos, e reduzindo,

simultaneamente, os tempos de preparação, possibilitando aumentar a flexibilidade

da produção para atender as necessidades do mercado.

Entende-se que as empresas que implementam e acabam dominando as

técnicas de produção enxuta adquirem vantagens competitivas pois acabam

agregando valor a seu produto, com qualidade, com custo competitivo e

sistematicamente atualizado, devido a constantes atualização da tecnologia de

fabricação, com isso conclui-se que a TPM (manutenção produtiva total), é uma

metodologia fundamental de apoio na busca da competitividade industrial.

Busca-se obter o maior rendimento operacional dos processos produtivos

iniciando com um trabalho que almeje a maximização da eficiência dos

equipamentos produtivos.

O processo de maximização é alcançado através de atividades quantitativas,

aumentando a disponibilidade dos equipamentos, envolvendo as pessoas, fazendo

com que estas pessoas sintam-se realmente parte do processo, façam contribuir em

busca das melhorias que resultaram em uma melhor produtividade das atividades,

através da redução do número de defeitos e aproveitamento do tempo disponível.

A identificação correta das perdas é o ponto de partida para definir

corretamente se as ações iniciais deverão ser atribuídas ao equipamento, processo

ou mão de obra. Uma vez definido as perdas, e determinado o que se refere ao

equipamento, a TPM pode agir e restabelecer as condições iniciais na sua aquisição,

deixando caminho aberto para o aprofundamento das demais análises.

Conforme Nakajima (1993 apud Chiaradia, 2004 pág.38), pode ser

determinada seis grandes perdas nos equipamentos (recursos), que influenciam

diretamente em suas produtividades.

43

As seis grandes perdas estão descritas abaixo. Na tabela 2, são representadas

as metas de redução para as mesmas.

1. Perdas por Quebra: são caracterizadas pela parada da função, ou seja, o

equipamento fica indisponível por um determinado tempo, até que se restabeleça a

condição original e inicie novamente a operação, seja pela atividade da manutenção,

pret-set, engenharia ou outro departamento. As quebras estão divididas dois tipos,

esporádicas e crônicas. As quebras esporádicas caracterizam-se por paradas

repentinas e drásticas, porém de fácil visualização e correção, enquanto que as

quebras crônicas são geralmente ignoradas ou negligenciadas por tratar-se de

paradas de curta duração, porém de freqüência alta, como mostra a Figura 3. O

restabelecimento da operação do equipamento é efetuado rapidamente pela

manutenção ou pelos próprios operadores, entretanto a solução completa destas

quebras não é facilmente atingida;

2. Perdas por Setup e Regulagens: estão relacionadas a mudanças de

produtos e regulagens até que seja concluído o Setup. Cabe salientar que as

regulagens feitas depois de concluído o Setup devem ser caracterizadas como

perdas, porém relacionadas à perda um. A regulagem é, de modo geral, responsável

pela maior parte do tempo perdido;

44

Figura 7 - Diferença entre perdas crônicas e perdas esporádicas

Fonte: Chinone, 2001, p. II-26.

A Tabela 2 serve para demonstrar os tipos de perdas, sua classificação e

sugestões de medidas a serem adotadas para combate.

3. Em relação perdas por Ociosidade e Pequenas Paradas : que se

caracterizam por interrupções dos ciclos dos equipamentos, paradas intermitentes

de linhas de produção gerando partidas e paradas constantes. Diferentemente da

perda 1 (Quebra), caracterizam-se por interrupções de tempo relativamente

pequeno. Suehiro (1992) define que as pequenas paradas são problemas no

equipamento que não necessitam de mais de cinco minutos para o reparo, e para

que a verdadeira causa seja encontrada.

4. Perdas por Redução de Velocidade: caracterizam-se pela velocidade real

ser menor que a velocidade teórica ou de engenharia, implicando tempos elevados

de ciclo. Estas perdas podem ser ocasionadas por problemas de manutenção,

operação, qualidade ou processo, que levam os operadores, técnicos de

manutenção, entre outros, a reduzirem as velocidades de trabalho dos

45

equipamentos, permitindo que os equipamentos se mantenham em operação, porém

encobrindo as suas reais causas;

5. Perdas por Problemas de Qualidade e retrabalhos: são relativas à

geração de produtos não-conformes, causados pelo mau funcionamento dos

equipamentos.

De forma semelhante às perdas por quebras, os problemas de qualidade

podem ocorrer de forma esporádica e crônica;

6. Perdas por Queda de Rendimento (Startup): estão relacionadas às

restrições técnicas dos equipamentos, que obrigam um período para estabilização

das condições dos equipamentos após períodos de parada do equipamento. Shirose

(2000) define que estas perdas são oriundas de paradas do equipamento após

reparos periódicos ou corretivos, feriados, refeições, entre outras.

A Eficiência Global dos Equipamentos ou “OEE” (1), considerada como a

evolução métrica do processo TPM, é mensurada a partir da estratificação das seis

grandes perdas, e calculada através do produto dos índices de Disponibilidade,

Performance e Qualidade (NAKAJIMA, 1993).

Tabela 2 - Metas de melhoria para perdas

OEE = Disponibilidade X Performance X Qualidade (1)

Fonte: Adaptado de Nakajima, 1993, p. 31

46

Tabela 2 apresenta alguns exemplos de perdas que podem contribuir para

redução do indicador OEE e algumas ações que devem ser observadas

Três índices compõem a sistemática do cálculo do OEE, e os mesmos são

compostos por seis tipos de perdas dos equipamentos, as quais são consideradas

de grande relevância. Conforme determinado na figura 4, são elas: a perda 1 “

quebra” e 2 “ Setup” e regulagens fazem parte do índice de disponibilidade, as

perdas 3 “pequenas paradas” e 4 “ queda de velocidade” influenciam a performance,

enquanto que o índice de Qualidade é composto pelas perdas 5 “Problemas de

qualidade e retrabalho” e 6 “ queda de rendimento”.

Para entendimento dos índices, algumas definições chaves necessitam serem

estabelecidas. Conforme (HANSEN, 2006) são as seguintes:

a)Tempo de Carga: Também chamado de tempo planejado ou programado

para produção. É o tempo no qual as operações regulares pretendem

produzir. Inclui todos os eventos comuns para atingir as programações de

entrega, como troca de produto ou transições; setups; transferências de

informações; todo o tempo de operação e as interrupções não planejadas

para o equipamento, pessoas, qualidade e testes, como manutenções

preventivas, tempo de descanso, limpeza do equipamento, treinamentos,

entre outras. As paradas programadas não são consideradas no cálculo de

eficiência. As paradas não programadas são devido Às perdas 1 – Quebra

e 12- Setup e regulagens.

b)Tempo Operacional ou tempo de Operação: É a porção do tempo de carga

no qual o sistema está realmente produzindo.

c) Tempo de Paradas (ST – Stop Time): pode ser planejado ou não.

d)ST Operacional: Tempo de paradas não-planejada, quando a linha pára por

razões externas (não relacionadas com a máquina), como falta de

matérias-primas e suprimentos; falta de pessoal, falta de informações e

reuniões não planejadas.

e)Ciclo Ideal: É a melhor taxa de velocidade ou tempo de ciclo para o

equipamento chave ou para linha gargalo de produção, para um

determinado tamanho ou formato do produto.

f)Perda de Velocidade: É a redução percentual da OEE pelo equipamento

estar operando em velocidade inferior a Taxa de Velocidade ideal, para um

47

tamanho e formato de produto ou família de produto. Ela representa a

diferença entre o tempo teórico para a taxa ou ciclo e o tempo real utilizado

para produzir.

g)Taxa de Qualidade: É a quantidade de produtos bons dividida pela

quantidade total de produtos fabricados.

O índice de Disponibilidade (eq.2) representa a relação existente entre o tempo

total disponível do equipamento, dependendo do período de análise que pode ser

diário, semanal ou mensal (tempo efetivamente que o equipamento estava

disponível para produção) também chamado de tempo de carga, com o tempo em

que o equipamento efetivamente ficou em operação.

Figura 8 - Relacionamento entre o OEE e seus índices e perdas

Fonte: Chiaradia, 2004.

A figura 8 apresenta a relação direta entre o índice e a sua principal causa que

afeta o desempenho.

48

O índice seguinte, Performance (eq. 3) é composto pelas perdas por queda de

velocidade (eq. 4) que demonstra o quanto o tempo de ciclo real está próximo ao

tempo de engenharia ou tempo teórico, ou seja, avalia o ritmo de produção do

equipamento e pelas perdas por pequenas paradas (eq. 5) e (eq. 6).

O índice de Qualidade (fórmula 7), é o terceiro que compõe o cálculo de

eficiência, é relativo à geração de produtos defeituosos, que resultam em refugos e

retrabalhos.

É possível visualizar na Figura 9, um exemplo de cálculo de eficiência global de

um equipamento.

49

Figura 9 - Cálculo de eficiência global de um equipamento

Fonte: Adaptado de Nakajima, 1993, p. 28.

A Figura 9 apresenta um exemplo de cálculo de eficiência global de um

equipamento.

No modelo de Nakajima, novas perdas passaram a ser incluídas no cálculo de

eficiência global. Shirose (1992) acrescenta a perda por troca de ferramentas de

corte e Jeong e Phillips (2001) apresentam estudos nas indústrias de

semicondutores, acrescentando Quatro perdas, que são: Perda por falta de

programação de produção; Manutenção programada; Pesquisa e desenvolvimento e

Tempo de engenharia. Estas quatro perdas adicionadas entram no cálculo de

eficiência através do índice de disponibilidade.

Como demonstra na figura 10, é possível analisar esquematicamente as

relações entre as perdas, índices e cálculos, segundo abordagem de Nakajima

(1993).

50

Figura 10 – Modelo de cálculo do OEE.

Fonte: Adaptado de Nakajima, 1993, p. 26.

A Figura 10 apresenta uma análise esquematicamente das relações entre as

perdas, índices e cálculos, segundo abordagem de Nakajima(1993).

Para os casos onde os equipamentos produzem mais de um tipo de peça que a

equação o cálculo deve efetuar o somatório do produto “Peças Boas Produzidas X

Tempo de Ciclo”, conforme o mix do período de análise, como mostra a equação (9).

Equação (9)

Entende-se que as ações para solução dos problemas em busca da melhoria

contínua do OEE devem estar apoiadas no cálculo completo do OEE, o qual foi

51

descrito anteriormente, pois este é realizado a partir das seis grandes perdas,

revelando onde estão às perdas e quais são as mais significativas e necessárias na

avaliação do processo produtivo como um todo.

Através de seus estudos Nakajima (1993) define como um índice competitivo

no mercado internacional, um OEE de 85%, a qual deve ser traçado como meta

ideal, no que diz respeito a rendimento de processo de produção, índice esse obtido

por empresas ganhadoras de prêmios reconhecidos.

Na mesma linha de raciocínio de Nakajima (1993), as metas para os índices

que compõem o cálculo do OEE para atingir os 85%, deverão ser maiores que 90%

para o índice de disponibilidade, maior que 95% para a performance e maior que

99% para a qualidade, como representado no cálculo (11) abaixo:

OEE = 0,90 X 0,95 X 0,99 X 100 = 85% (11)

4.4 Tipos de Paradas de Equipamentos e Método de Co leta de Dados

Entende-se que a correta definição das tipologias de paradas em muito irá

auxiliar na coleta de dados e a acuracidade das justificativas dadas para as paradas

que afetam diretamente o rendimento operacional. Em geral é fundamental uma

adequada coleta de dados para que o sistema apresente confiabilidade e sirva como

ferramenta no processo decisório na gestão da produção e especificamente nesse

caso a levantamento correto da eficiência operacional dos processos envolvidos.

Para Hansen (2002, p.32) “Em geral, uma boa coleta de dados é a chave

requerida para o completo sucesso da estratégia da OEE. O sucesso de várias

fábricas é afetado enormemente por como a acuracidade das informações são

coletadas e analisadas eficientemente”.

Outro fator importantíssimo para sucesso do processo de aplicação do OEE

segundo (HANSEN, 2002), deve-se fazer a seleção das máquinas a ser aplicada a

metodologia do cálculo de rendimento. A seleção deve ficar em cima das máquinas

consideradas gargalos (alta demanda e pouca capacidade), áreas com processos

críticos e áreas com alto investimento de capital.

O objetivo de construir categorias do OEE codificadas, chamadas por Nakajima

(1993) de perdas, é proporcionar aos operadores condições de efetuar

apontamentos das paradas existentes nos equipamentos, para que cada empresa

52

busque diferentes estados (paradas) do equipamento, de modo a atingir o nível de

acuracidade de dados desejados (JEONG; PHILLIPS, 2001), é indicado evitar a

utilização de categorias genéricas “outros”. Também é preciso tentar otimizar a

utilização de códigos, pois uma vez que seja definido muitos códigos para serem

utilizados pelos operadores, corre-se o risco, mesmo que do sistema de coleta ser

manual ou automático, pode acontecer dos operadores selecionarem somente um

código, o que pode resultar na desmotivação dos operadores, criando uma reação

contrária à coleta de dados (JOHNSON; LESSHAMMAR, 1999). Diante disso, deve-

se limitar a quantidade de códigos que serão utilizados no registro das paradas.

(HANSEN, 2002).

Acredita-se que seja necessário à definição clara de cada motivo de parada

bem como sua aplicação no contexto da empresa, para que não ocorram erros

conceituais durante o preenchimento dos diários de bordos (formulários) de parada

ou no lançamento em sistemas computadorizados. A partir destas definições, é

possível que os operadores apontem as reais causas de parada de seus

equipamentos, com uma facilidade e colaborando com a precisão dos

apontamentos.

Entende-se que se faz necessário uma mudança organizacional por completo

no sentido criar estrutura e proporcionar uma interação homem, máquina e

processo, pois se todos esses elementos não interagirem de forma sincronizada o

resultado operacional desejado possivelmente não será atingido.

Afim de poder entender e contemplar todas as ações administrativas

necessárias para buscar os objetivos geral e específicos desse trabalho, se faz

necessário aprofundar os estudos na gestão da mudança organizacional, onde deve

ser estudado as necessidades e desejos que transforme em fatores motivacionais de

todo o corpo operacional envolvido nos processos de produção.

4.5 Mudança Organizacional

Há 30 anos, as fronteiras nacionais podiam isolar as empresas das pressões

competitivas estrangeiras, fato que não ocorre nos dias de hoje. Elas perderam

quase totalmente o sentido de definição dos limites de operação de uma

organização. Mas a globalização não significa apenas fazer negócios além das

fronteiras nacionais, significa também aumento da competitividade para quase todo

53

o tipo de organização. A empresa deve estar atenta para o fato de que enfrentam

concorrência de todos os lados, não somente nacional como também estrangeira.

Com o entendimento da situação de concorrência, as duas principais forças

motrizes da globalização foram á procura de novos mercados e os esforços para

redução de custos, em busca da competitividade internacional (ROBBINS, 2006).

Para (ROBBINS, 2006) com o trabalho sendo cada vez mais organizado em

torno de equipes, os funcionários tiveram de se tornar membros delas. Isso significa

desenvolver o tipo de habilidades necessárias para poder contribuir para equipes de

alto desempenho, principalmente habilidades para solução de problemas e tomada

de decisão em grupo, capacidade para ouvir, dar feedback e resolver conflitos, entre

outras aptidões interpessoais.

Nesse contexto entende-se que os funcionários de uma organização são peças

fundamentais não só no processo produtivo, ma também no processo de

sobrevivência de uma organização, onde o mesmo está ligado diretamente à

capacidade de competitividade da organização frente ao mercado internacional.

Com isso a organização deve pesquisar e buscar entender quais fatores

estimulam a motivação de seus funcionários no sentido de buscarem a sua

satisfação pelo seu trabalho e em conseqüência atingirem os índices desejados de

produtividade, pois entende-se que a produtividade seja a maior produção possível

de produtos bons com o menor custo possível.

No entender de (MORGAN, 1996) quanto a questão de motivação no trabalho,

uma nova teoria da organização começou a emergir, apoiada na idéia de que

indivíduos e grupos, da mesma forma como os organismos biológicos, atuam mais

eficazmente somente quando suas necessidades são satisfeitas. Teorias da

motivação, tais como a do pioneiro Abraham Maslow, apresentam o ser humano

como um tipo de organismo psicológico que luta para satisfazer as suas

necessidades numa busca de completo crescimento e desenvolvimento. Essa teoria

sugeriu que os seres humanos são motivados por uma hierarquia de necessidades

que progride através de diferentes tipos, a saber, fisiológicas, sociais e psicológicas

e não somente por dinheiro ou estabilidade de emprego. Um trabalho relacionado

com os cargos e relações interpessoais criam condições de crescimento pessoal que

simultaneamente ajudariam as organizações a atingir os seus propósitos e objetivos

organizacionais.

54

De acordo com (BERGAMINI apud Steers e Porter 1983, p.4) propõem que a

motivação seja uma cadeia de eventos baseada no desejo de reduzir um estado

interno de desequilíbrio tendo como base a crença de que certas ações deveriam

servir a esse propósito. Para tais autores os indivíduos agem da maneira pela qual

acreditam que serão levados até o objetivo desejado. Dentre os principais objetivos,

o primeiro a aparecer são as necessidades, que são os motivos pelos quais cada um

se põe em movimento na busca de certos fins.

Segundo (ROBBINS, 2006) observou-se que as respostas dadas pelas

pessoas quando se sentiam bem sobre seus trabalhos eram significativamente

diferentes das respostas dadas quando se sentiam mal. Essa descoberta levou á

primeira conclusão da teoria da motivação-higiene: os fatores intrínsecos estão

associados à satisfação no trabalho, ao passo que os extrínsecos estão associados

à insatisfação.

De acordo com (HERSZBERG, 1997) os fatores que resultam em satisfação no

trabalho são separados e distintos daqueles que resultam em insatisfação. Dessa

forma agindo no intuito de eliminar fatores que geram insatisfação no trabalho

podem produzir paz, mas não necessariamente motivação. Estarão mais aplacando

sua força de trabalho que a motivando. Consequentemente, características como

políticas e administração da empresa, supervisão, relações interpessoais, condições

de trabalho e salário foram caracterizadas pelo autor como fatores de higiene.

Quando adequados, os indivíduos não ficaram insatisfeitos; entretanto,

tampouco satisfeito. Se quiser motivar as pessoas em seus cargos, (HERZBERG,

1997) sugere que enfatizar a realização, o reconhecimento, o trabalho em si, a

responsabilidade e o crescimento. Essas são características que as pessoas

consideram intrinsecamente recompensadoras

Como afirma (ROBBINS, 2006) uma das explicações mais amplamente aceitas

sobre a motivação é aprestada pela teoria da expectativa que afirma que a força de

uma tendência para agir de certa maneira depende da força de uma expectativa de

que o ato seja acompanhado pelo dado resultado e da atrativa desse resultado para

o indivíduo. Em termos mais práticos, a teoria da expectativa diz que um funcionário

será motivado a se esforçar no trabalho quando acreditar que seu esforço levará a

uma boa avaliação de desempenho; que uma boa avaliação resultará em

recompensas organizacionais – como gratificações, aumento de salário ou

55

promoção; que essas recompensas satisfarão suas metas pessoais. A teoria

concentra-se em três relações:

•Relação esforço-desempenho

•Relação desempenho-recompensas

•Relação recompensas-metas pessoais

- Relação esforço-desempenho. A probabilidade percebida pelo indivíduo de

que o dispêndio de determinada quantidade de esforço resultará em

desempenho.

- Relação desempenho-recompensa. O grau em que o indivíduo acredita que

determinado nível de desempenho resultará na consecução de um resultado

desejado.

- Relação recompensas-metas pessoais. O grau em que as recompensas

organizacionais satisfazem as metas ou necessidades pessoais e a

atratividade dessas recompensas potenciais para o individuo.

Segundo o autor a teoria da expectativa ajuda a explicar por que muitos

trabalhadores não são motivados em seus cargos e fazem apenas o mínimo para

não perdê-los.

No entender de (BERGAMINI, 1997) controlando os reforçadores positivos e

negativos existentes no ambiente extrínseco, aos quais são submetidos os seres

vivos, é possível levá-los a exibirem os comportamentos desejados, mediante a

apresentação de algum tipo de recompensa. Gooch e McDowell (1988, p. 51),

A motivação é uma força que se encontra no interior de cada pessoa e que pode estar ligada a um desejo. Uma pessoa não consegue jamais motivar alguém; o que ela pode fazer é estimular a outra pessoa. A probabilidade de que uma pessoa siga uma orientação de ação desejável está diretamente ligada á força de um desejo.

Isso propõe que as pessoas façam as coisas como querem e quando querem.

Com a relação á motivação, elas têm, na maioria das vezes, liberdade e autonomia

própria.

Entende-se, assim que a motivação seja um impulso que venha de dentro e

que tem, portanto, suas fontes de energia no interior de cada pessoa.

56

Como afirma (ROBBINS; 2006 p. 343), a motivação é a disposição de exercer

um nível elevado e permanente de esforço em favor das metas da organização, sob

a condição de que o esforço seja capaz de satisfazer alguma necessidade individual.

A motivação geral está relacionada com o esforço em direção a alguma meta

organizacional.

Outro aspecto que deve ser assinalado segundo (ROBBINS, 2006) é o

envolvimento do funcionário, que se tornou um termo abrangente e conveniente para

cobrirem diversas e conhecidas técnicas, contemplando, por exemplo, a

administração participativa, empowerment, democratização do local de trabalho e

participação acionária do funcionário. Defini-se envolvimento do funcionário como

um processo participativo que utiliza a competência total dos funcionários e se

destina a encorajar o maior comprometimento com o sucesso da organização. A

lógica subjacente é que ao envolver os trabalhadores nas decisões que os afetam e

aumentar sua autonomia e controle sobre suas vidas profissionais, eles se tornarão

mais satisfeitos com seus trabalhos e em conseqüência aumentaram seu

desempenho operacional.

Compreende-se que os fatores motivacionais podem estar ligados a fatores

intrínsecos e a fatores extrínsecos. É necessário nesse trabalho definirmos

adequadamente estratégias para buscar junto aos funcionários das indústrias

Micheletto, especificadamente dos setores de prensa médias e laminadoras

pequenas, quais características dentro desses fatores estão contribuindo para afetar

de modo a reduzir o índice de desempenho operacional global dos setores

supracitados. Juntamente com o envolvimento dos funcionários no processo de

definição das causas, obter base para poder disparar um plano de ação em busca

da resolução dos problemas sejam eles de parte técnica ou de parte motivacional.

Uma vez eliminados os problemas técnicos, ênfase se dará nos motivacionais,

e ao mesmo tempo estabelecer-se-á objetivos claros e metas conjuntas de

desempenho operacional e principalmente atingíveis e com foco no objetivo global

da organização.

57

5 METODOLOGIA

Segundo Roesch (2010, p. 126), todo projeto deve utilizar algum tipo de

metodologia, espera-se que haja uma especificação do seu plano ou estratégia de

pesquisa para que o problema detectado seja pesquisável e que possa proporcionar

dados e, portanto elaborar respostas plausíveis as questões do estudo.

O presente capítulo tem como objetivo apresentar a metodologia selecionada

para a aplicação da pesquisa que norteou o estudo de caso em chão de fábrica,

especificamente nos setores de prensas médias e laminadoras pequenas na

empresa Indústrias Micheletto S.A dando ênfase á estruturação e métodos que

foram utilizados para coleta e análises de dados que contribuíram para o

atendimento do objetivo geral e específicos do projeto.

5.1 Delineamento do tipo de estudo

De acordo com (ROESCH, 2010) as pesquisas podem ser classificadas como

sendo qualitativas e quantitativas. Conforme definição:

a) pesquisa qualitativa: tem o propósito da avaliação formativa através da

exploração e do entendimento dos comportamentos e perspectivas das

componentes entrevistados;

b) pesquisa quantitativa: tem o propósito de medir relações entre variáveis,

avaliar o resultado de algum sistema ou projeto através de dados

padronizados e estatísticos.

Segundo Roesch (2010, p. 154), pesquisas qualitativas são aplicáveis onde há

necessidade de uma avaliação formativa, quando se trata de melhorar á efetividade

de um programa, plano ou mesmo quando se trata de selecionar metas de um

programa e construir uma intervenção, mas não é apropriada para avaliar resultados

de programas ou planos. Na pesquisa qualitativa o enfoque é o exploratório, que

segundo Roesch (2010, p. 156) nessa situação o pesquisador vai a campo livre de

paradigmas no intuito de escutar e explorar o conhecimento, perspectivas e

interpretações das pessoas sobre os fatos que levam diretamente ao foco do

trabalho, a situação problemática.

58

Figura 11 – As diferenças entre pesquisa qualitativa e quantitativa

PESQUISA QUALITATIVA PESQUISA QUANTITATIVA

Subjetiva; Objetiva;

Descoberta, descrição, compreensão,

interpretação partilhada; Redução, controle, precisão;

Possibilitam narrativas ricas,

interpretações individuais; Possibilita análises estatísticas;

Os elementos básicos da análise são

palavras e idéias;

Os elementos básicos da análise são os

números;

Descrevem os significados,

descobertas; Estabelecem relações, causas;

Busca particularidades; Busca generalizações;

Preocupa-se com a qualidade das informações e resposta

Preocupa-se com as quantidades

Utiliza a comunicação e a observação

Utiliza instrumentos específicos

Fonte: Adaptado de ETHOS, 2006.

Na figura 11 apresenta algumas diferenças entre pesquisa qualitativa e

quantitativa para uma melhor compreensão.

Após análise dos objetivos propostos nesse estudo, adotou-se a pesquisa

qualitativa, utilizando como base para identificar, estratificar, organizar as razões,

peculariedades e contribuições diretas das pessoas nos processos de fabricação

com intuito de poder determinar as ações necessárias para atendimento dos

resultados esperados na empresa Indústrias Micheletto.

O estudo de pesquisa foi desenvolvido em dois equipamentos gargalos (baixo

índices de rendimento operacional culminando com custos altos de fabricação) no

setor de produção das prensas médias e laminadoras pequenas.

Dentro do contexto obteve participação das equipes de trabalho compostas por

funcionários das áreas de produção, manutenção, engenharia, planejamento e

controle da produção (PCP), gerência Industrial, entre outras áreas ligadas a

empresa.

De acordo com Vergara (2011) há várias taxionomias de tipos de pesquisa,

porém dois critérios básicos se destacam:

59

a) quanto aos fins

b) quanto aos meios.

Quanto aos fins: De acordo com Vergara (2011) a pesquisa exploratória é

realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por

sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir

durante ou ao final da pesquisa.

Quanto aos meios: Para Vergara (2011) a pesquisa participante além da

participação efetiva do pesquisador, é parte fundamental do processo as pessoas

implicadas no problema sob investigação, fazendo com que a fronteira

pesquisador/pesquisado ao contrário o que ocorre na pesquisa tradicional seja

tênue.

Complementa Lakatos e Marconi (2009) o mesmo define a pesquisa

participante como um tipo de pesquisa que não possui um planejamento preliminar

ou um projeto anterior à prática, sendo que o mesmo só será construído junto aos

participantes (objetos de pesquisa),os quais auxiliarão no levantamento de dados,

hipóteses, definição da causas raiz dos problemas e até mesmo na definição do

plano de ação para resolução e atingimento dos objetivos traçados.

De acordo com Grossi (1981): "Pesquisa participante é um processo de

pesquisa no qual a comunidade participa na análise de sua própria realidade, com

vistas a promover uma transformação social em benefício dos participantes que são

oprimidos.

Diante da teoria apresentada, entende-se que a pesquisa desenvolveu-se

através de estudo de caso, onde a investigação é empírica realizada no local onde

ocorre o fenômeno ou que dispõe de elementos para que necessite ser estudado e

explicado.

Foi executado um estudo de caso onde foi aplicada uma pesquisa exploratória,

pois é necessário ser determinado uma visão geral sobre o fato abordado, no intuito

de colher o maior número de informações dos participantes que fazem parte do

processo produtivo e que teoricamente presenciam todas as ocorrências e variações

que possa determinar hipóteses precisas e operacionalizáveis que certamente foram

determinativas na solução do problema.

60

Essa pesquisa também foi caracterizada como pesquisa participante uma vez

que apresentou participação efetiva do pesquisador juntamente a todo o corpo

funcional envolvido ao processo produtivo, operacional, engenharia e qualidade.

5.2 Delineamento da área alvo de estudo

Segundo Roesch (2010, p. 128), a área alvo pode estar concentrada em um

departamento da empresa, e geralmente ocorre com estudos que visam diagnosticar

planos ou sistemas em determinados setores da empresa ou em outro momento

abrangem toda a organização, nos casos onde o trabalho deve abranger uma visão

de reestruturação organizacional como um todo.

De acordo com (ROESCH, 2010) o delineamento da pesquisa tem como

objetivo central de tornar o problema pesquisável: determinar qual universo será

estudado, quais questões serão levantadas, em que profundidade serão exploradas

e quais comparações serão feitas.

Para Lakatos e Marconi (2009 p.29), “A delimitação da pesquisa tem o objetivo

de estabelecer limites onde o pesquisador possa estudar uma parte do universo da

população, em um momento ou limite de tempo que possibilita a escolha de uma

amostra representativa”.

A área alvo definida para esse projeto foram os setores de produção, prensas

médias e laminadoras pequenas da empresa Micheletto que estavam apresentando

problemas de índice de rendimento operacional abaixo do esperado. Devido a isso,

a amostragem foi focada no contexto desses dois setores. Devido à complexidade

dos processos internos de fabricação, cria-se a necessidade de toda a contribuição

possível, diante da baixa população de pessoas envolvidas no sistema, a

amostragem visou à participação de 100% dos componentes envolvidos nas

atividades, que somam o montante de 37 pessoas, conforme quadro 1 e 2.

61

Quadro 1 - Tabela Funcionários LAM

Fonte: Autoria própria, 2012

O Quadro 1 apresenta tabela Funcionários do setor de laminadoras pequenas

que participaram do estudo de caso.

Quadro 2 - Tabela Funcionários PEP

Fonte: Autoria própria, 2012

62

O Quadro 2 apresenta tabela Funcionários do setor de prensas médias que

participaram do estudo de caso.

Foi selecionada uma equipe multidisciplinar para trabalhar no projeto do

estudo de pesquisa onde foi de suma importância a contribuição de todos os

componentes na etapa de coleta de dados.

5.3 Instrumento de coleta de dados

Segundo Roesch (2010, p. 159), “A entrevista em profundidade é a técnica

fundamental da pesquisa qualitativa”.

Ainda falando da pesquisa em profundidade temos o conceito de, Motta

(2002) onde o mesmo afirma que ela propicia a constituição de um ambiente em que

o entrevistado possa se expressar livremente, e orienta que ela seja realizada com

um entrevistado de cada vez e conduzida por um entrevistador que deve deixar a

entrevista correr naturalmente não interferindo e nem inferindo opiniões que inibam

ou conduzam a linha de raciocínio do entrevistado.

Foi estruturada uma entrevista de profundidade com perguntas abertas e

semi-estruturadas em grupo, com a aplicação da ferramenta Brainstorming,

buscando a participação de todos os componentes, foi registrado todas as idéias e

observações apresentadas durante a aplicação da ferramenta. A idéia inicial é fazer

os participantes interagirem e discutirem entre si, proporcionar a discussão, e que no

decorrer as questões sejam aplicadas de acordo com o andamento e entendimento

do grupo, sendo assim delineando mais questões pertinentes, e deixando um banco

de dados substancial para o andamento do projeto.

Também foi consultados históricos de registros de atividades de produção

anteriores e experiências de componentes que hoje ocupam cargos gerenciais,

porém no passado participaram de processos produtivos, para que sirva de auxilio

na futura análise dos dados.

63

Figura 12 – Fluxo de desenvolvimento da pesquisa.

Fonte: Autoria própria, 2012.

A figura 12 representa a ilustração dos processos de pesquisa qualitativa, para

entendimento do método aplicado.

5.4 Plano de análise de dados

De acordo com Roesch (2010, p. 173), análise de discurso segundo Marshal

(1994), também analisa materiais provenientes de entrevistas, respostas abertas de

questionários, discussões de grupos e documentos. O interesse central da análise

de discurso é o exame da variação – verifica como e quando a variação no discurso

emerge e a que propósitos ele serve (MARSHAL, 1994).

Entende-se que dentre as metodologias abordadas pela análise de discurso

existe uma focada no indivíduo como unidade de analise e cujo foco é em

64

“repertórios interpretativos”, onde podemos estudar a categorização do indivíduo em

relação á motivação, satisfação no trabalho, produtividade, entre outros.

Segundo Vergara (2011, p.25), a análise de discurso é um método que visa

não só como aprender como uma mensagem é transmitida, como também explorar

seu sentido. Analisar o discurso implica considerar tanto o emissor quanto o

destinatário da mensagem, bem como o contexto no qual o discurso está inserido.

Segundo Foucualt (2005, p.171), O discurso é o caminho de uma contradição

a outra: se dá lugar às que vemos, é que obedecem à que oculta.

Analisar o discurso é fazer com que desapareçam e reapareçam as

contradições, é mostrar o jogo que nele elas desempenham; é manifestar como ele

pode exprimi-las, dar-lhe corpo ou emprestar-lhe uma fugidia aparência.

Entende-se que utilizando a analise de discurso estaremos possibilitando aos

participantes uma atuação efetiva no levantamento, debate e alinhamento das causa

raízes do problema. Pois a prática da análise do discurso possibilita uma ação do

sujeito sob o contexto geral do debate. Durante os trabalhos os participantes

exerceram o direito de colocação de suas idéias e pontos de vista, podendo

defender sua posição e demonstrar sua interpretação e a partir disso construir

conjuntamente uma idéia de verdade. Portanto os objetivos de um projeto podem ser atingidos mediante a correta

coleta, a análise e interpretação dos dados (VERGARA, 2009, p. 59).

Vergara (2009, p.59) define as formas adequadas de coleta e análise dos

dados nesta etapa de pesquisa, e justifica o porquê do tratamento adequado dos

dados no intuito do atendimento dos propósitos do projeto.

Em um primeiro momento a análise de dados abordou alguns dados

históricos de produção do último semestre (quantidade produzida por equipamento,

por operador, lead time de produção, percentual de rejeição, etc..) exclusivos dos

setores de produção envolvidos no projeto, o que permitiu a elaboração das

questões do roteiro para a entrevista individual em profundidade.

No segundo momento foi executado uma entrevista individual com perguntas

abertas com todos os envolvidos diretamente na produção operadores,

encarregados de produção, e após foi reunidos todos os participantes conforme

Quadro 1 e 2 e aplicado a ferramenta Brainstorming.

No terceiro momento, utilizaram-se os dados primários coletados nas

entrevistas individuais e do grande grupo, os quais serão tratados de forma

65

qualitativa através da análise de conteúdo. Segundo Roesch (2010), este tipo de

análise visa à classificação das exposições auferidas nas entrevistas em categorias,

facilitando a análise e a proposição de ações.

“A categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos

de um conjunto, por diferenciação seguida de um reagrupamento baseado em

analogias, a partir de critérios definidos” (FRANCO, 2005, p. 57).

Por fim foi elaborado um relatório final contendo os resultados da pesquisa e

o mesmo foi submetido a um processo de análise por uma equipe multidisciplinar. A

equipe foi composta por corpo técnico de engenharia, fabricação, qualidade e

gerencia industrial, onde foi elaborado um plano de ação para atacar os problemas e

buscar o índice de rendimento operacional (eficiência) necessária para manter a

competitividade comercial da empresa.

66

Figura 13 – Fluxograma de desenvolvimento do estudo

Fonte: Autoria própria, 2012.

A figura 13 apresenta o fluxograma do estudo de caso alvo desse trabalho.

Pesquisa Bibliográfica Experiência do autor – pesquisa participante

Dados da empresa

Descrição da implementação de um controle de

eficiência operacional utilizando a ferramenta OEE

Seleção dos equipamentos a serem monitorados

Aplicação da ferramenta Brainstorming

Elaboração do plano de ação e execução das ações

Monitoramento dos resultados da aplicação

Seleção dos operadores de máquinas para participação

no OEE

Seleção e treinamento de todas as pessoas envolvidas

no processo produtivo na ferramenta OEE

Medição da situação atual através da aplicação de um

piloto de monitoramento OEE – 1 mês

Propor ações p/consolidação do monitoramento OEE

Analise do processo de mudança das práticas organizacionais

Conclusão

67

6 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

“A análise dos dados consiste em examinar, categorizar, classificar tabelas,

testar ou, do contrário, recombinar as evidências quantitativas e qualitativas para

tratar as proporções iniciais de um estudo.” (YIN, 2005, p.137).

Este capítulo tem por objetivo apresentar a descrição e a análise dos dados

pesquisados fazendo uma relação com a revisão da literatura abordada. Com esse

propósito serão apresentados:

a) Descrição da implementação de um controle de eficiência operacional,

utilizando o método OEE a ser aplicado nos processos de prensas médias

e laminadoras pequenas;

b) Análise dos resultados alcançados com a aplicação de monitoramento

OEE;

c) Análise do processo de mudança das práticas organizacionais na

implementação do método;

d) Análise dos resultados gerais e ações necessárias para manter e aumentar

em busca da eficiência desejada.

6.1 Descrição da implementação de um controle de ef iciência operacional

utilizando a ferramenta OEE nas Indústrias Michelet to S.A

6.1.1 Seleção dos equipamentos a serem monitorados

Para aplicação da ferramenta OEE, foi necessário preliminarmente determinar

quais equipamentos fariam parte do piloto de monitoramento. Através da consulta de

um banco de dados disponibilizado pela empresa foi possível verificar os processos

com problemas de restrições e que estavam influenciando na produtividade da

organização, o período analisado foi de janeiro de 2011 a setembro de 2011.

Verificou-se que a restrição de produção nesse intervalo estava localizada nas

prensas médias e laminadoras pequenas.

Para que fosse possível iniciar-se o trabalho, deveria ser determinado um

grupo menor de equipamentos que serviriam de modelo e de piloto, pois seria

68

inviável trabalhar com todos os equipamentos disponíveis na organização, o

montante somam mais de 200 equipamentos.

Nesse caso foram selecionadas as prensas médias, codificadas como PEP 20,

21, 22, 51, 52, 69 e 70. Também foram selecionadas as laminadoras pequenas

classificadas como LAM 14, 15, 16, 27, 28, 31 e 38. Foi feito um levantamento via

sistema informatizado da situação de capacidade x demanda x eficiência,

apresentado nos gráficos a seguir.

Figura 14 – Identificação de restrição das prensas médias.

Identificação de Gargalo (CTS)

Total Programado - MÁQs OEE; 264.949

Total Produzido; 99.374

Déficit; 165.575

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

Total Programado Total Produzido Déficit

Fonte: Autoria própria, 2012.

Na figura 14 é possível verificar e constatar toda a questão de restrição de

produção dos equipamentos prensas médias e justificam a seleção das máquinas

referenciadas. Fica evidenciado o baixo rendimento dos recursos, causando um

déficit mensal de 165 mil centos.

69

Quadro 3 – Informações Técnicas dos Recursos

Informações Técnicas dos Recursos

Recurso Cts/h com Rend. De

100 %(CTS/H) Cts/h com Rend. De

49%(CTS/H) PEP - 20 137 67 PEP - 21 114 56 PEP - 22 144 71 PEP - 51 133 65 PEP - 52 133 65 PEP - 69 128 63 PEP - 70 190 93 TOTAL 979 480

Conforme I.T deveriamos ter 979 centos prensados por hora e na realidade temos 480 centos por hora.

Fonte: Autoria própria, 2012.

No quadro 03 é informado a capacidade de produção dos equipamentos em

uma condição de 100% de eficiência.

Quadro 4 – Previsão para o mês de outubro- Máq. OEE

Previsão para o mês de OUTUBRO

Turno 9 h Dias úteis Mês 21 dias Total de recurso 7 Total de disponibilidade p/ recurso(mês) 189 h Disponibilidade total dos recursos 1323 h Fonte: Autoria própria, 2012.

No quadro 04 é informado a demanda de produção para as máquinas

selecionadas para o piloto OEE no mês de outubro

70

Quadro 5 – Produção com rendimento de 49% - outubro de 2011

Produção com rendimento de 49% - Outubro 2011 Recurso Total produzido PEP - 20 5.188 cts PEP - 21 16.255 cts PEP - 22 15.746 cts PEP - 51 16.255 cts PEP - 52 15.331 cts PEP - 69 12.999 cts PEP - 70 17.600 cts total 99.374 cts

Fonte: Autoria própria, 2012.

O quadro 05 é o resultado obtido na primeira medição do piloto OEE, antes

de qualquer intervenção específica, seja de treinamento, ou manutenções com

operadores. No mês de outubro de 2011 a medição acusou uma produção de

99.374 centos, o que representa um valor de 49% de OEE.

Quadro 6 – Capacidade 100% - Teórica

Capacidade 100% - Teórica Recurso Produzir PEP - 20 25.893 cts PEP - 21 21.546 cts PEP - 22 27.216 cts PEP - 51 25.137 cts PEP - 52 25.137 cts PEP - 69 24.192 cts PEP - 70 35.910 cts total 185.031 cts

Fonte: Autoria própria, 2012.

Analisando o quadro 06 o mesmo indica a capacidade de produção de todas as

prensas do OEE, em uma condição de 100% de eficiência que poderia render

185.031 centos.

Quadro 7 – Resumo de atendimento – Outubro de 2011

Resumo de atendimento - Outubro de 2011 Total Programado 264.949 Total Produzido 99.374

Déficit 165.575 Fonte: Autoria própria, 2012.

71

O quadro 07 indica que de acordo com a teoria, poderia ser produzido a 100%

a quantidade de 264.949 centos. A produção, foi de 99.473 centos, apresentando

um déficit mensal para essa linha de produtos no montante de 165.000 centos

somente nas máquinas do OEE. Isso significa um valor considerável que ajudaria

em muito o faturamento da empresa, aproximadamente R$ 370.062,00 no mês.

A mesma análise foi executada para as laminadoras pequenas.

Figura 15 – Identificação de Restrição Laminadoras Pequenas

Identificação de Gargalo (CTS)

Total Programado - MÁQs. OEE; 256.302

Total Produzido; 118.485 Déficit; 137.817

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

Total Programado - MAQs. OEE Total Produzido Déficit

Fonte: Autoria própria, 2012.

Na figura 15 é possível verificar e constatar toda a questão de restrição de

produção dos equipamentos laminadoras pequenas e do porque da seleção das

máquinas referenciadas. Fica evidenciado o baixo rendimento dos recursos,

causando um déficit mensal de 137 mil centos.

72

Quadro 8 – Informação Técnica dos Recursos

Informações Técnicas dos Recursos

Recurso Cts/h com Rend.

De 100 %(CTS/H) Cts/h com Rend. De

35,57%(CTS/H) LAM - 14 420 149 LAM - 15 380 135 LAM - 16 348 124 LAM - 27 110 39 LAM - 28 120 43 LAM - 31 110 39 LAM - 38 250 89 TOTAL 1738 618

Conforme I.T deveríamos ter 1738 centos prensados por hora e na realidade temos 618 centos por hora

Fonte: Autoria própria, 2012.

No quadro 08 é informado a capacidade de produção dos equipamentos em

uma condição de 100% de eficiência.

Quadro 9 – Previsão Para Outubro

Previsão para o mês de OUTUBRO - MAQs. OEE

Turno 9 h Dias úteis Mês 21 dias Total de recurso 7 Total de disponibilidade p/ recurso(mês) 189 h Disponibilidade total – todos os recursos 1323 h

Fonte: Autoria própria, 2012.

No quadro 09 informa a demanda de produção para as máquinas selecionadas

para o piloto OEE no mês de outubro de 2011.

Quadro 10 – Produção com rendimento de 35,57% - Outubro 2011

Produção com rendimento de 35,57% - Outubro 2011 Recurso Total produzido LAM - 14 9.582 cts LAM - 15 16.832 cts LAM - 16 19.810 cts LAM - 27 7.750 cts LAM - 28 14.831 cts LAM - 31 15.630 cts LAM - 38 34.050 cts TOTAL 118.485 cts Fonte: Autoria própria, 2012.

73

No quadro 10 apresenta o resultado obtido na primeira medição do piloto OEE,

antes de qualquer intervenção específica, seja de treinamento, ou manutenções com

operadores. No mês de outubro de 2011 a medição acusou uma produção de

118.485 centos, o que representa um valor de 35,57% de OEE.

Quadro 11 – Capacidade 100% (Teórica)

Capacidade 100% (Teórica) Recurso Produzir LAM - 14 79.380 cts LAM - 15 71.820 cts LAM - 16 65.772 cts LAM - 27 20.790 cts LAM - 28 22.680 cts LAM - 31 20.790 cts LAM - 38 47.250 cts TOTAL 328.482 cts

Fonte: Autoria própria, 2012.

O quadro 11 indica que de acordo com a teoria, poderia ser produzido a 100%

a quantidade de 328.482 centos, a produção foi de 118.485 centos, apresenta um

déficit mensal para essa linha de produtos no montante de 137.000 centos somente

nas máquinas do OEE. Isso que significa um valor considerável que ajudaria em

muito o faturamento da empresa, aproximadamente aumentaria R$ 274.000,00

mensais.

Assim, justificou-se a necessidade de aumento da eficiência nestes

equipamentos.

6.1.2 Seleção dos operadores de máquinas para participação no OEE

Após a seleção dos equipamentos foi necessário determinar quais operadores

fariam parte do projeto. Em conjunto com o RH (Departamento de Recursos

Humanos da Empresa) levando em consideração, capacitação técnica, disciplina, e

comprometimento com os resultados da empresa, foram selecionados para as

prensas médias os 03 operadores e 03 operadores para as laminadoras pequenas.

74

6.1.3 Medição da situação atual através da aplicação de um piloto de monitoramento

– OEE – 1 mês.

Concluído a seleção das máquinas prensas médias e laminadoras pequenas

que fariam parte do piloto de monitoramento OEE, o segundo passo seria saber

como estaríamos em relação à eficiência dos equipamentos nesse momento.

Antes de qualquer treinamento direto do operacional (operadores) foi iniciado

um piloto OEE nas máquinas e operadores selecionados.

O piloto de OEE iniciou-se no dia 01 outubro de 2011 e foi concluído em 31 de

outubro de 2011.

objetivo deste piloto foi avaliar em quanto estaria a eficiência dos recursos. O

resultado deste piloto representa o marco zero do projeto.

Os resultados estão apresentados a seguir.

Figura 16 - Gráfico Piloto Prensa Médias Outubro-2011

Fonte: Autoria própria, 2012.

Início do Piloto - Outubro 2011Monitoramento em prensas nº 20, 21,

22, 51, 52, 69, 70

54,84%

89,67%

49,18%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

OEE PERF. DISP.

75

Na figura 16, o gráfico demonstra como estava o desempenho dos

equipamentos prensas médias antes do treinamento com os operadores e a

efetivação da implementação da ferramenta OEE.

Nesse momento os resultados estavam apresentados em 89,67% de

disponibilidade de máquina, 54,84% de performance e o OEE com 49,18%, porém

devido a não confiabilidade no preenchimento do diário de bordo, não é possível

estimar com 100% de certeza a veracidade dos dados.

Figura 17 - Gráfico Piloto Laminadoras Pequenas Outubro-2011

Fonte: Autoria própria, 2012.

Na figura 17, o gráfico demonstra como estava o desempenho dos

equipamentos laminadoras pequenas antes do treinamento dos operadores e a

efetivação da implementação da ferramenta OEE.

Nesse momento os resultados estavam apresentados em 67,78% de

disponibilidade de máquina, 52,48% de performance e o OEE com 35,57%, porém

devido a não confiabilidade no preenchimento do diário de bordo, não é possível

estimar com 100% de certeza a veracidade dos dados.

Início do Piloto - Outubro 2011Monitoramento em laminadoras nº 14, 15,

16, 27, 28, 31, 38

52,48%

67,78%

35,57%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

OEE PERF. DISP.

76

Diante da não confiabilidade dos diários de bordo, pois os mesmos não

apresentavam uma regra de preenchimento, foi necessário a elaboração de uma

codificação de paradas, como definida a seguir.

Entende-se que a definição da nomenclatura das paradas é uma etapa

fundamental, pois será a base para que os problemas sejam levantados e as

verdadeiras causas raízes sejam definidas. Em função da correta abordagem das

variações e ocorrências no processo produtivo, como isso poderá ser calculado

corretamente a eficiência global dos equipamentos e ao mesmo tempo poderão ser

apresentados os planos de ação pertinentes aos processos que não apresentarem

os resultados dentro da meta pré-estabelecida.

Figura 18 – Codificação das Perdas

Códigos de Paradas

Código de Parada Descrição

10 Manutenção Elétrica

15 Manutenção - Mecânica

16 Condicionamento Para Temperar

20 Condicionamento Para Temperar

21 Regulagem

30 Regulagem em outro Recurso

32 Sem operador

35 Tambor Faltando

36 Falta Água

37 Troca Neutralizante

38 Troca de Cabos

39 Aguardando Arame

40 Ferramenta

50 Engenharia

77

Códigos de Paradas

Código de Parada Descrição

60 Amostra

70 Lavadora

80 Central de Refrigeração

85 Almoço/Janta

90 Sem Programação

91 Falta de Empilhadeira

92 Esperando Semi/Prensa

93 Outros Fonte: Autoria própria, 2012.

Nota: Elaborado pelo autor com base em dados da empresa Micheletto

Na Figura 18 são listadas e definidas todas as paradas (programadas e não

programadas) entendidas como perdas na empresa Micheletto, estabelecendo

códigos, através da utilização de números, com os motivos de parada.

6.1.4 Seleção e treinamento de todas as pessoas envolvidas no processo produtivo

na ferramenta OEE.

Já determinados os equipamentos e operadores, foi necessário dar uma base

teórica da ferramenta OEE a todas as pessoas que teriam participação na aplicação

e disseminação da ferramenta na empresa Micheletto.

Nas datas de 13 e 14 de setembro de 2011 um treinamento teórico externo,

ministrado pela empresa Produttare (Tecnologia e Soluções para Gestão), nivelou o

conceito da ferramenta OEE, sua metodologia de aplicação, controle e análise de

dados, para a gerência industrial, supervisão, chefias e pessoal técnico, que

deveriam servir de multiplicadores na capacitação dos conceitos para o operacional.

A próxima etapa seria multiplicar o conhecimento, então as seguintes ações

foram sugeridas:

78

1) Execução de treinamento da ferramenta OEE com todos os operadores

selecionados para trabalharem nos pilotos de monitoramento OEE o qual

foi ministrado por um técnico da Engenharia que já havia recebido o

treinamento externo.

2) Após executou-se uma reunião com gerência, supervisão e chefias, para

traçar o plano de implementação do monitoramento OEE, onde foram

definidas outras ações:

a) Deslocamento de um técnico do setor de engenharia para o setor

de produção para coordenar todo o trabalho de coleta de dados e

monitoramento;

b) Identificação com placas de todos os equipamentos envolvidos no

piloto;

c) Revisão na documentação de controle, onde foi adicionado o diário

de bordo em cada equipamento monitorado. Todas as paradas

passam a ser registradas e assim sendo possível evidenciar

diariamente todas as horas em que a máquina não estivesse em

disponibilidade.

d) Agendamento de uma reunião com todos os operadores, chefias,

todo o corpo funcional envolvido nos processos produtivos de

prensas médias e laminadoras pequenas.

e) Desenvolvimento da pesquisa participante onde adotou-se a

ferramenta Brainstorming8.

6.1.5 Aplicação do Brainstorming

Neste momento as máquinas a serem monitoradas estavam definidas. Os

operadores já haviam sido selecionados e treinados. No piloto constatou-se que a

eficiência no setor de prensas médias era de 49,18% e do setor de laminadoras

pequenas era de 35,57%.

8 A ferramenta brainstorming (literalmente: "tempestade cerebral") ou tempestade de idéias, mais que

uma técnica de dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo - colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados.

79

Uma reunião com todos os envolvidos para discutir os baixos índices de

rendimento marca o início efetivo do estudo de caso, com a aplicação da pesquisa

participante e utilização da ferramenta brainstorming.

O primeiro setor a ser aplicado a ferramenta foi no setor de prensas médias,

onde participaram, dois operadores de empilhadeira e responsáveis pela

movimentação dos produtos em fabricação, 03 operadores de prensas médias, um

técnico de processo da engenharia, que é o técnico responsável pela aplicação do

OEE no processo fabril, o encarregado de manutenção elétrica, o encarregado do

setor de prensas, o responsável pela manutenção mecânica, o supervisor de

produção, o supervisor do setor de programação e controle da produção, o

supervisor de Engenharia e o pesquisador Roque Izidoro.

Ao término dessa seção de aplicação do brainstorming foram destacadas na

visão dos participantes as seguintes possíveis causas do baixo índice de eficiência

dos equipamentos

Quadro 12- Brainstorming Prensas Médias.

Brainstorming Prensas Médias realizado em março/2012.

1.Arame se deposita embaixo do spyder (suporte do arame), trancando a rotação e parando o equipamento, necessitando intervenção do operador;

2.Diâmetro interno dos rolos de arames do fornecedor estrangeiro e menor que o do fornecedor nacional;

3.Demora na entrega do arame pelo responsável do estoque de arames;

4.Folga no suporte dos spyders das prensas 69 e 51 que prejudicam a alimentação do arame nas máquinas;

5.Perda de tempo de setup e regulagem pelo uso de diversas ferramentas na ajustagem das máquinas;

6.Ferramentas entregues ao operador sem condições de uso;

7.Máquinas vazando óleo no chão;

80

8.Catraca de alimentação não está desligando junto á máquina, acarretando que o arame enrole e pare os equipamentos;

9.Punções (ferramenta de estampagem da fenda e cabeça do parafuso) quando de fornecedor importado, tendem a vir nas medidas mínimas da especificação, obrigam ajustes freqüentes na máquina;

10.Equipamento eletrônico de controle de esforço da máquina, não está parando o equipamento em um eventual problema;

11.Falta de uma central de acessórios ao lado da máquina, com acessórios básicos, como: calço do punção de acabamento, apoio da agulha da primeira, molas, etc...

Fonte: Autoria própria, 2012.

O quadro 12 destaca as causas destacadas pelo pessoal que participou da

reunião, como sendo possíveis causas potenciais para o problema de baixo índice

de eficiência no setor de prensas médias.

A mesma sistemática foi adotada para as laminadoras pequenas, onde foi

executado uma reunião para aplicação da ferramenta Brainstorming, onde

participaram dois operadores de empilhadeira e responsáveis pela movimentação

dos produtos em fabricação, 03 operadores de laminadoras pequenas, um técnico

de processo da engenharia, que é o técnico responsável pela aplicação do OEE no

processo fabril, o encarregado de manutenção elétrica, o encarregado do setor de

laminadoras pequenas, o responsável pela manutenção mecânica, o supervisor de

produção, o supervisor do setor de programação e controle da produção, o

supervisor de Engenharia e o pesquisador Roque Izidoro.

Ao término dessa seção de aplicação do Brainstorming foram destacadas na

visão dos participantes as seguintes possíveis causas do baixo índice de eficiência

dos equipamentos Laminadoras Pequenas selecionados para o piloto de

monitoramento OEE:

81

Quadro 13 - Brainstorming Laminadoras Pequenas

Brainstorming das Laminadoras Pequenas março/2012.

1. Saída da panela para o trilho desgastada;

2. Parafuso oco que regula a abertura do trilho está desgastado;

3. Trilhos e réguas das laminadoras estão desgastados;

4. Quatro saídas de distribuição de ar não são suficientes para uma boa

alimentação do parafuso no trilho;

5. Vibração da panela da laminadora 28 é insuficiente para alimentar o trilho;

6. Sensor do trilho das laminadoras 16 e 38 não está funcionando;

7. Falta de calços (Ø 2, 3, 4 e 5 mm) e lâminas de introdução;

8. Falta de semi acabado, não propicia um seqüenciamento que de

produtividade;

9. Parafusos mal lavados pela lavadora dificultam a alimentação do trilho;

10. Trava do suporte do separadores estão desgastadas;

11. Misturas de parafusos prejudicam a alimentação do trilho.

Fonte: Autoria própria, 2012.

O quadro 13 destaca as causas destacadas pelo pessoal que participou da

reunião, como sendo possíveis causas potenciais para o problema de baixo índice

de eficiência no setor de laminadoras pequenas.

6.1.6 Elaboração do plano de ação e execução das ações

Percebeu-se que as ações levantadas no Brainstorming não eram todas de

responsabilidade dos operadores. A manutenção dos equipamentos se mostrou

crítica nesse caso.

82

Sem as devidas manutenções feitas, os resultados obtidos poderiam ser

mascarados. Diante dessa ótica resolve-se estabelecer dois tipos de planos de ação,

um plano preliminar chamado de plano de manutenção e outro com as devidas

ações que atacariam diretamente as possíveis causas potencias determinadas nos

respectivos diagramas de Ishikawa9 das prensas médias e laminadoras pequenas,os

quais foram elaborados logo após a aplicação da ferramenta Brainstorming.

9 Diagrama de Ishikawa: é uma ferramenta desenvolvida para representar a relação entre o “efeito” e

todas as possíveis “causas” que podem estar contribuindo para este efeito.

83

Figura 19 – Diagrama de Ishikawa prensa médias

Fonte: Autoria própria, 2012 83

84

A figura 19 apresenta a priorização das causas potenciais da baixa eficiência

do setor de prensas médias.

Na aplicação do diagrama referente às prensas médias foram consideradas

causas potenciais que diretamente influenciam no efeito e que necessitam de um

plano de ação para que seja possível atingir o objetivo do piloto de monitoramento:

a) Máquina parada por falta de arame;

b) Desgaste excessivo e troca freqüente de punções de acabamento;

c) Perda de tempo durante o setup.

Diante dessa classificação como causa potencial para o setor de prensas

médias foi elaborado o seguinte plano de ação, como forma de atacar e eliminar o

efeito.

Quadro 14 – Plano de Ação OEE Prensas

Fonte: Autoria própria, 2012.

Quadro 14 – Plano de Ação referente às causas potenciais definidas no

Diagrama de Ishikawa de prensas médias com ênfase para eliminar as causa

potenciais que estão refletindo na baixa eficiência do setor de prensas médias.

85

Quadro 15 – Plano de Ação Manutenção Prensas

Fonte: Autoria própria, 2012

Quadro 15 – Plano de Ação referente às necessidades de manutenção nas

máquinas prensas médias a serem executadas antes da implementação da

ferramenta OEE.

86

Figura 20 – Diagrama de Ishikawa laminadoras pequenas.

Fonte: Autoria própria, 2012.

86

87

A figura 20 apresenta a priorização das causas potenciais da baixa eficiência

do setor de laminadoras pequenas

Na aplicação do diagrama referente às laminadoras pequenas médias foram

consideradas causas potenciais que diretamente influenciam no efeito e que

necessitam de um plano de ação para que seja possível atingir o objetivo do piloto

de monitoramento:

a) Dificuldade no fluxo dos parafusos na panela;

b) Dificuldade no fluxo dos parafusos no trilho;

c) Falta de semi acabado (produto em atravessamento nessa fase).

Diante dessa classificação como causa potencial para o setor de

laminadoras pequenas foi elaborado o seguinte plano de ação, como forma de

atacar e eliminar o efeito.

Quadro 16 – Plano de Ação OEE

Fonte: Autoria própria, 2012.

88

Quadro 16 – Plano de Ação referente às causas potenciais definidas no

Diagrama de Ishikawa de laminadoras pequenas com ênfase para eliminar as

causas potenciais que estão refletindo na baixa eficiência do setor.

Quadro 17 – Plano de Ação Manutenção LAM

Fonte: Autoria própria, 2012.

89

Quadro 17 – Plano de Ação referente às necessidades de manutenção nas

laminadoras pequenas a serem executadas antes da implementação da ferramenta

OEE.

6.2 Análise dos resultados alcançados com a aplicaç ão do monitoramento

OEE.

6.2.1 Monitoramento do resultado da aplicação

Desde outubro de 2011 foi implementado uma série de ações e treinamentos

intensivos com todos os operadores na ferramenta OEE. Foi contratada uma pessoa

para monitorar o indicador juntamente ao pessoal de chão de fábrica e alimentar as

planilhas de controle, com os dados de produção e com os preenchimentos dos

diários de bordo de cada máquina participante do monitoramento OEE.

Após a implementação de todos os planos de ação, tanto de manutenção,

como os planos de ações diretamente direcionadas no monitoramento OEE , iniciou-

se uma nova fase de medições do monitoramento tendo como base abril de 2012.

Em abril de 2012 iniciou-se a implementação, primeira medição efetiva do

monitoramento OEE foi executada com a sistemática de medição do acumulado,

sempre levando em consideração três meses, sendo a primeira o período de maio,

junho e julho. Os quais os resultados estão identificados a seguir.

Nesse momento inicia-se a mudança da rotina de todos os envolvidos no

processo de produção das prensas médias e laminadoras pequenas, onde tudo que

acontece durante o processo de conformação dos produtos é registrado em diário de

bordo dos equipamentos e coletados diariamente são registrados em sistema

informatizado, planilhas de monitoramento do OEE.

90

Figura 21 - Monitoramento OEE maio, junho e julho Prensas Médias.

Fonte: Autoria própria, 2012.

Na figura 21 mostra o gráfico do acumulado maio, junho e julho das prensas

médias. Evidenciada a melhoria obtida na eficiência dos equipamentos prensas

médias, após a implementação da ferramenta como um todo e após o

comprometimento do pessoal operacional.

O índice de eficiência global dos equipamentos OEE, sai de 49,00% para

61.07%, a performance 54,84% para 91,53% e a disponibilidade de 66,72% para

89,67%. Já é possível observar um acréscimo de 12,01% no OEE e também podem

ser evidenciadas com precisão, devido as anotações nos diários de bordo, as

verdadeiras causas que estão prejudicando o melhor desempenho do indicador e

com isso propiciar as ações necessárias.

Causas destacadas no gráfico da figura 19

a) Manutenção Mecânica, ações já iniciaram desde outubro de 2011, conforme

plano de ação de manutenção, e o monitoramento será através dos diários

de bordo no intuito de cada vez mais diminuir esse índice.

b) Regulagem: treinamentos estão sendo feitos com todos os operadores, para

evidenciar as melhores práticas e padronizar.

91

c) Setup:Foi executado um treinamento externo com todos os envolvidos para

disseminação e implementação da ferramenta setup, após começou-se

aplicar em todas as máquinas do OEE.

Em relação ao Setup também foi disparado um plano de ação que foi

elaborado após treinamento dos envolvidos no OEE.

Quadro 18 – Plano de Ação - Setup Prensas Médias.

Fonte: Autoria própria, 2012.

Quadro 18 apresenta plano de ação o qual disparou as necessidades de

melhorias para auxiliar na redução do tempo de Setup das prensas médias.

92

Figura 22 – Monitoramento maio, junho e julho OEE de laminadoras pequenas.

Fonte: Autoria própria, 2012.

No gráfico da figura 22 é evidenciado a melhoria obtida na eficiência dos

equipamentos das laminadoras pequenas, após a implementação da ferramenta

OEE e após o comprometimento do pessoal operacional. O índice de eficiência

global dos equipamentos OEE, sai de 35,57% para 44,26 %, a performance sai de

52,48% para 76,61% e ocorre uma involução de 9,94% na disponibilidade, devido a

melhora nas anotações do diário de bordo. Já é possível observar um acréscimo de

8,69% no OEE. É possível, com a melhora na anotação nos diários de bordo,

verificar as verdadeiras causas que estão prejudicando o desempenho do indicador

e com isso propiciar as ações necessárias. Destaca-se a falta de semi acabado para

os equipamentos.

Causas destacadas no gráfico da figura 20

a) Sem programa: Foi disparado ação junto ao setor de programação e controle

da produção ações que disponibiliza-se um semi acabado de no mínimo 03

ordens de produção, para dar seqüenciamento ao equipamento.

b)Regulagem: treinamentos estão sendo feitos com todos os operadores, para

evidenciar as melhores práticas e padronizar.

93

c) Lavadora: Foi contratado mais um funcionário para esse setor para aumento

de produção e com um terceiro turno.

d) Setup: Foi executado um treinamento externo com todos os envolvidos para

disseminação e implementação da ferramenta setup, após começou-se

aplicar em todas as máquinas do OEE.

Em relação ao Setup também foi disparado um plano de ação que foi

elaborado após treinamento de Setup para às pessoas envolvida no OEE.

Quadro 19 – Plano de Ação - Setup Laminadoras Pequenas

Fonte: Autoria própria, 2012.

Quadro 19 – Plano de Ação para disparar as necessidades de melhorias para

auxiliar na redução do tempo de Setup das laminadoras pequenas.

Uma segunda medição do acumulado com base no período de junho, julho e

agosto de 2012 foi executada, apresentando os seguintes resultados.

94

Figura 23 – Monitoramento junho, julho e agosto - OEE de Prensas Médias

Fonte: Autoria própria, 2012.

Na figura 23 é evidenciado um aumento do OEE em relação ao Piloto onde o

OEE sai de 49,81% para 64,16%, uma melhora de 14,98%, na performance o

indicador sai de 54,85% para 94,17% apresentando uma melhora de 39,32% e no

indicador disponibilidade cai de 89,67% para 68,13%, registrando uma involução do

índice, explicado pela veracidade do preenchimento do diário de bordo nesse

momento em divergência com o que acontecia no período da execução do piloto.

O resultados evolutivos do OEE e performance são resultados da eficácia das

ações disparadas nos planos de manutenção de equipamentos e Setup. As causas

continuam as mesmas do período anterior, porém menos intensas, e os planos de

ação continuam atuando gradativamente.

95

Figura 24 – Monitoramento junho, julho e agosto OEE de Laminadoras Pequenas.

Fonte: Autoria própria, 2012.

O gráfico da figura 24 demonstra os resultados após implementação das ações

estabelecidas no plano de ação de Setup. Foi disparado mais uma verificação

acumulada do OEE, tendo como base, junho, julho e agosto de 2012 nas

Laminadoras pequenas.

No gráfico acima é evidenciado uma melhora obtida em relação ao piloto de

monitoramento de outubro de 2011.

Em outubro o OEE foi de 35,57% e no acumulado de junho, julho e agosto o

OEE foi de 46,91% tendo um aumento de 11,34%. No indicador de performance de

máquina sai de 52,48% para 75,90%, obtendo um aumento de 23,42% e o indicador

de disponibilidade passa de 67,78% para 61,80% com uma involução de 5,98%,

explicado pela veracidade do preenchimento do diário de bordo nesse momento em

divergência com o que acontecia no período da execução do piloto.

Demonstra-se que as ações disparadas nos planos de manutenção de

equipamentos e Setup apesar de ainda pequenos, obtiveram resultados e estão

agindo em cima do indicador.

As causas como problemas de lavadoras, já foram eliminadas devido ao

trabalho especifico disparado e que já surtiu efeito.

96

Para resolver os problemas de máquinas sem programação, melhorias na

programação de produção x capacidade de máquina são necessárias e estão sendo

planejadas pelo programa de troca rápida e Setup onde também serão trabalhado os

problemas de regulagem de máquina.

Figura 25 – Monitoramento julho, agosto e setembro OEE das Prensas Médias

Fonte: Autoria própria, 2012.

O gráfico da figura 25 demonstra os resultados do OEE das Prensas Médias

no período acumulado de julho, agosto e setembro de 2012, comparado com o piloto

de monitoramento de outubro de 2011.

Evidencia-se uma evolução de 18,1% no indicador OEE, uma evolução de

40,47% de performance e uma involução de 19,08% de disponibilidade.

A involução do indicador de disponibilidade é explicado pela veracidade dos

dados preenchidos nesse momento no diário de bordo. É possível afirmar que no

piloto de outubro o operacional não registrava adequadamente as paradas de

máquina.

97

Figura 26 – Monitoramento julho, agosto e setembro OEE das Laminadoras

Pequenas

Fonte: Autoria própria, 2012.

O gráfico da figura 26 demonstra os resultados do OEE das laminadoras

pequenas acumulado no período de julho, agosto e setembro de 2012, comparado

com o piloto de monitoramento de outubro de 2011. Evidencia-se uma evolução do

indicador OEE de 15,1% do período analisado em relação ao período base. Já o

indicador de performance apresentou uma evolução de 22,61% e o de

disponibilidade a involução de 0,3%.

98

Figura 27 – Monitoramento OEE – Prensas Médias – Setembro 2012

Fonte: Autoria própria, 2012.

O gráfico da figura 27 apresenta o resultado da ultima medição que servirá de

analise para o trabalho de medição da eficiência global dos equipamentos – OEE no

setor de prensas médias.

O gráfico apresenta uma evolução de 21% no indicador OEE onde a base em

outubro era de 49,18% e em setembro atingiu 70,18%. No indicador performance a

evolução foi de 40,62% e de disponibilidade a involução foi de 16,16%, fato esse

que é explicado não realmente pela queda do desempenho do indicador e sim que

nesse momento devido a precisão das anotações dos diários de bordo ele é

verídico, o que não é possível afirmar no piloto devido a problemas operacionais.

99

Figura 28 – Monitoramento OEE – Laminadoras Pequenas – Setembro 2012

Fonte: Autoria própria, 2012.

O gráfico da figura 28 apresenta o resultado da ultima medição que servirá de

análise para o trabalho de medição da eficiência global dos equipamentos – OEE no

setor de laminadoras pequenas.

O gráfico apresenta uma evolução de 24,10% no indicador OEE onde a base

em outubro era de 35,57% e em setembro atingiu 59,67%. No indicador performance

a evolução foi de 25,78% e de disponibilidade a evolução foi de foi de 8,47%.

Podemos observar que os planos de ações disparados estão agindo

continuamente e ajudando na obtenção dos resultados.

100

Figura 29 – Paradas nas Prensas Médias

Fonte: Autoria própria, 2012.

Na figura 29 o gráfico apresenta uma redução de 274 horas e um minuto nas

paradas de máquina, no mês de setembro de 2012 em relação ao mês de maio de

2012 onde ocorreu a implantação efetiva do OEE.

101

Figura 30 – Paradas nas Laminadoras Pequenas

Fonte: Autoria própria, 2012.

Quadro 20 – Resultados Finais OEE prensa médias

Resultados Finais com a implementação do OEE Prensas Médias

Mês OEE Performance Disponibilidade Horas Paradas

Outubro / 2011 49,18% 54,84% 89,67% 315 horas

Setembro / 2012 70,18% 95,40% 73,51% 246 horas

Diferença 21,00% 40,56% 16,16% 69 horas

Fonte: Autoria própria, 2012.

O quadro 20 apresenta os resultados finais da implantação do OEE nas

prensas médias, onde verificamos um aumento de eficiência OEE de 21%,

chegando a 70,18% alcançando a meta traçado no inicio do trabalho que é de 70%.

102

Uma melhora de 40,56% no índice de performance e de 16,16% na

disponibilidade são evidenciados devido a todas as ações implementadas e

veracidade das informações dos diários de bordo.

Quanto à redução nas horas de paradas se levarmos em consideração o

período de outubro de 2011 onde foi executado o piloto de monitoramento e que

nesse momento os funcionários ainda não estavam 100% treinados no

preenchimento dos diários de bordo, e não tínhamos confiança na fidelidade das

informações, resultado da redução é de 69 horas. Porém se considerarmos o mês

de maio como referência, que é o mês em que os funcionários já tinham recebido o

treinamento a redução sobe para 274 horas, como podemos verificar na figura 29.

Quadro 21 – Resultados Finais OEE laminadoras pequenas

Resultados Finais com a implementação do OEE Laminadoras Pequenas

Mês OEE Performance Disponibilidade Horas Paradas

Outubro / 2011 35,57% 52,48% 67,78% 270 horas

Setembro / 2012 59,67% 78,26% 76,25% 187 horas

Diferença 24,10% 25,78% 8,47% 83 horas

Fonte: Autoria própria, 2012.

O quadro 21 apresenta os resultados finais da implantação do OEE nas

laminadoras pequenas, onde verificamos um aumento de eficiência OEE de 24,10%

chegando a 59,67% não alcançando a meta traçado no inicio do trabalho que é de

70%, porém apresentando uma boa tendência de melhora.

Uma melhora de 25,78% no índice de performance e de 8,47% na

disponibilidade são evidenciados devido a todas as ações implementadas e

veracidade das informações dos diários de bordo.

Quanto á redução nas horas de paradas se levarmos em consideração o

período de outubro de 2011 onde foi executado o piloto de monitoramento e que

nesse momento os funcionários ainda não estavam 100% treinados no

preenchimento dos diários de bordo, o resultado da redução é de 83 horas. Porém

103 se considerarmos o mês de maio como referência, que é o mês em que os

funcionários já tinham recebido o treinamento a redução sobe para 228 horas e 19

minutos, como podemos verificar na figura 30.

Conforme já relatado no tópico 4.3 onde afirma o autor Antunes (2008) que

Levando em consideração os indicadores OEE (Overall Equipment Effectiveness) na

avaliação da eficiência dos equipamentos, o mesmo ajudará a buscar planos de

melhorias sistêmicos, unificados e voltados aos resultados globais da empresa e

aumentará de forma significativa e com baixos investimentos as eficiências globais

dos equipamentos, e reduzindo, simultaneamente, os tempos de preparação,

possibilitando aumentar a flexibilidade da produção para atender as necessidades

do mercado.

O que afirma o autor é possível comprovar na análise dos dados posterior a

implementação do OEE nas Indústrias Micheletto, onde é possível constatarmos

reduções nas perdas por paradas de máquina, diminuição dos tempos de

preparação de máquina e em conseqüência eliminamos horas extras, melhoramos

as entregas e foi possível melhorar a programação das máquinas.

6.3 Processo de mudanças das práticas organizaciona is após implementação

do OEE

Um das primeiras ações para implantar a mudança organizacional foi buscar o

comprometimento das pessoas que seriam peças chaves na aplicação da

ferramenta OEE.

Durante a implantação do monitoramento OEE no processo produtivo, desde o

princípio foi imprescindível buscar estratégias motivacionais que fizessem com que

os funcionários envolvidos no projeto de aplicação da ferramenta trabalhassem sem

paradigmas e resistências.

Inicialmente uma das grandes dificuldades com os colaboradores da produção

foi a de obter sua confiança, pois para eles o trabalho servia para vigiá-los, monitorá-

los e dessa maneira criavam á todo momento obstáculos para não executarem as

atividades necessárias para o trabalho do OEE e muitas vezes disseminavam

discórdias internas e tentavam influenciar negativamente seus colegas de trabalho.

O trabalho foi em direção a linha de raciocínio do autor (ROBBINS 2006) onde

ele fala que ao envolver os trabalhadores nas decisões que afetam e aumentam sua

104 autonomia e controle sobre suas vidas profissionais, eles tornarão mais satisfeitos

com seus trabalhos se em conseqüência aumentaram seu desempenho operacional.

Nesse sentido foi realizado um treinamento sobre o conceito e objetivos da

ferramenta e a necessidade de implementação do OEE para a organização e que do

sucesso do OEE dependeria o futuro da organização no mercado de atuação.

Com o entendimento de todos sobre os verdadeiros motivos da implementação

do OEE, a participação dos envolvidos, principalmente do pessoal operacional

começou a aparecer várias causas potenciais, idéias e sugestões de ações

necessárias para serem discutidas e trabalhadas em prol do aumento de eficiência

global operacional nos setores estudados, prensas médias e laminadoras pequenas.

O cuidado com o ferramental e com o equipamento foi um ponto fundamental

no início do trabalho, foram executadas manutenções e reformas e foram atribuídos

aos operadores que eles entendessem que o equipamento antes de ser da empresa,

era deles, e as pessoas compraram a idéia e os registros de quebras e paradas

reduziram em muito após essa conscientização.

Foi traçado um projeto onde todos ganhariam com o aumento da eficiência

global dos equipamentos e que recompensas como promoção e aumento de salário

ocorreriam com o sucesso do projeto. Foram projetados metas e objetivos para o

grupo.

Conforme (ROBBINS, 2006) um funcionário será motivado a se esforçar no

trabalho quando acreditar que seu esforço levará a uma boa avaliação de

desempenho e que uma boa avaliação resultará em recompensas organizacionais,

como gratificações, aumento de salário e promoção, nesse caso caracterizando uma

relação de desempenhos-recompensa.

Após deixar claro as metas e objetivos percebeu-se que o rendimento dos

equipamentos começaram a aumentar, e nos horários de almoço os operadores se

organizaram para que as máquinas continuassem a operar.

Processos de pagamento da matéria prima também foram alterados por

solicitação dos operadores, agilizando e reduzindo as paradas de máquina por falta

de matéria prima.

Operadores começaram a participar das reuniões de produção juntamente com

chefias e supervisão, inicia-se a participação ativa dos operadores no processo

decisório da produção e com isso a quebra dos paradigmas e resistências ao projeto

OEE.

105

Um trabalho específico também foi necessário realizar junto á chefia

intermediária com encarregados e supervisão de produção onde o conceito de

muitos anos sobre produtividade seria ver o número máximo de máquinas ligadas,

operando e com o OEE percebe-se que muitas deveriam ser desligadas, pois com o

aumento gradativo de eficiência do equipamento, muitas máquinas ficaram sem ter

produto para fabricar.

O aumento de eficiência criou uma necessidade de aumento de demanda a ser

resolvido pela área comercial e fez com que mais quebras de paradigmas fossem

necessários, só que agora na chefia intermediária.

Mudanças em documentação, registros e até em métodos de cálculos foram

revisados e alterados junto a Engenharia de produto e processo, metodologias de

controle que há mais de 30 anos permaneciam intactas.

No desenvolver do trabalho notou-se que alguns equipamentos apresentavam-

se obsoletos e impediam uma melhoria no rendimento. Problemas de deslocamento

do produto em processo foram observados e devido à forte argumentação,

investimentos em duas novas empilhadeiras foram liberados pela diretoria.

Outros processos que servem como fornecedores internos se viram ineficientes

e também começaram a ter que buscar novas formas de trabalhar para atender de

maneira eficiente os clientes prensas médias e laminadoras pequenas, foi o caso

das lavadoras e preparação de ferramentas.

Devido á necessidade de um maior tempo de disponibilidade de máquina a

ferramenta manutenção preventiva foi implementada. Para aumentar a agilidade e

redução de tempo de máquina parada por troca de ferramental, o Setup foi

implantado e a aceitação por todos os envolvidos foi muito boa alavancando o

projeto de implementação em busca do atingimento de seus objetivos.

Atividades de programação de máquina foram alteradas, como programação

das ordens de produção na preparação de ferramentas e não mais pela produção.

Maior envolvimento e interação entre o pessoal de programação de produção e

encarregados de produção foi necessário para que pudesse ser agilizado o processo

de trocas rápida de máquinas.

Todas essas mudanças organizacionais, sendo elas disciplinares,

comportamental, comunicação ou técnicas serviram de suporte para que os

objetivos e metas traçadas fossem alcançados, se não na sua totalidade, pelo

menos parcialmente e com muita perspectiva futura de sucesso.

106 6.4 Ações para consolidação do monitoramento OEE

a) Disponibilizar uma pessoa em tempo integral para coordenar o projeto de

implementação e monitoramento do OEE em todos os equipamentos

prensas e laminadoras.

b) Disponibilizar uma pessoa para coordenar o projeto de implantação da

manutenção preventiva total e Setup com o intuito de estudar os motivos

de quebra das máquinas, elaborar os planos de manutenção e agir na

prevenção dos problemas e reduzir 50 % do tempo atual de máquinas em

manutenção.

c) Disponibilizar uma pessoa para coordenar e executar a montagem dos kits

para os setups das laminadoras.

d) Treinamento contínuo e monitoramento dos operadores na busca do

comprometimento da veracidade das informações registradas nos diários

de bordo, as quais proporcionaram detecção e ação para eliminar as reais

causas das paradas.

e) Implementar uma sistemática de reuniões mensais do OEE, onde

coordenador do OEE deve executar a divulgação dos resultados do OEE e

informação de novas metas e ações necessárias.

f) Redefinir o layout da fabrica de maneira que reduza ao máximo os

deslocamentos dos produtos em processamento, reduzindo o tempo de

atravessamento.

107 7 CONCLUSÕES

O desenvolvimento do trabalho abordou a utilização do indicador de eficiência

global dos equipamentos (OEE) como forma de gestão, e aumento de produtividade

em setores de produção que apresentavam processos restritivos e em conseqüência

baixos índices de rendimento, que afetam diretamente a competitividade

organizacional.

O trabalho teve como principal objetivo a aplicação do indicador de eficiência

global OEE nos equipamentos selecionados que faziam parte dos processos

produtivos com restrição, sendo esses prensas média e laminadoras pequenas na

Indústrias Micheletto S.A.

Uma revisão bibliográfica foi efetuada para embasar conceitualmente o estudo

de caso. Foi estudado a metodologia TPM – Total Effectiveness Performance, onde

auxilia na implantação do OEE na análise de dados, pois conduz o levantamento e

definição das perdas e paradas no processo produtivo.

O estudo de caso dos dois tipos de equipamentos analisados (prensas médias

e laminadoras pequenas) apresentou melhorias nos seus resultados de OEE. Os

equipamentos prensas médias apresentou um crescimento de 21% no mês de

fechamento do estudo, setembro de 2012 em relação ao mês de partida, o mês

onde foi executado o piloto de monitoramento outubro de 2011, impulsionado pelo

indicador de performance onde a evolução foi de 25,78% e de disponibilidade onde

a evolução foi de foi de 8,47%.

Observa-se nos dois equipamentos que a melhoria dos resultados somente

foram possíveis devido ao engajamento das pessoas envolvidas no estudo, onde foi

visível mês à mês uma melhora nos preenchimentos dos diários de bordo, melhoria

nos cuidados com os equipamentos, manutenção preditiva dos equipamentos e

determinação e comprometimento no atingimento dos objetivos e metas traçadas, os

quais futuramente seriam recompensados por reconhecimento e promoções.

Concluí-se, a partir do desenvolvimento e implementação da ferramenta OEE

nos processos com maior índice de restrição que se proporcionada uma gestão

eficiente dos equipamentos combinada com uma mudança organizacional que faça

os colaboradores sentirem-se parte do processo, comprometendo os mesmos com o

resultado operacional da organização, através da clara definição de metas e

objetivos, é possível aumentar a produtividade e em conseqüência ter um maior

108 poder de competitividade no mercado frente a concorrência seja ela interna(mercado

nacional) ou externa ( internacional).

7.1 Limitações e recomendações de estudos futuros

A seguir são apresentadas as limitações e recomendações de estudos futuros.

7.2 Limitações do estudo

Este estudo teve como limitações:

a) Não foram analisadas questões comerciais referentes às demandas;

b) Não foram analisados os impactos econômico-financeiros das melhorias;

c) Não foram utilizadas ferramentas específicas para avaliar ás mudanças

organizacionais;

d) Não foram analisadas às questões relativas às capacidades técnicas dos

operadores.

7.3 Recomendações de estudos futuros

Seguem as recomendações de estudos futuros para a empresa, os quais

poderão ser tema de estudos específicos ou de aprofundamento deste:

a) Desenvolver uma análise das necessidades de treinamento e

capacitação;

b) Desenvolver análise dos resultados econômico-financeiros;

c) Analisar a implementação das ações para manutenção das melhorias;

d) Implantar as ações (OEE) nos demais equipamentos da empresa.

109

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