Roteiro - Curta - Final Version
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LICEU DE ARTES E OFÍCIOS DE SÃO PAULO
Roteiro de Curta-Metragem Vanguardista
Matéria: Interdisciplinar
Profº Avaliador: Emannuel
Componentes do Grupo: Beatriz Diniz nº01
Beatriz Pereira nº02
Caroline Cristina nº04
Davi Mello nº05
Juliana Gomes nº07
Lora Lazarova nº09
Lucas Novaki nº12
Marcella Mayumi nº16
Thais Erissa nº20
Uma Mente Policósmica
Cena I - (0 - 20s)
INTERIOR. - INTERROGATÓRIO/NOITE
Escritório de delegacia composto somente por uma mesa de vidro, estante de arquivos mortos e por uma cadeira. Ambiente fechado e semiescuro, havendo um foco luminoso na face de DEREK, o qual se encontra amordaçado nos membros inferiores e superiores de seu assento. É tido como um provável assassino de ELOISE, jovem namorada do suspeito.
DEREK abre os olhos, os quais tremelicam um pouco devido à intensidade luminosa de uma lâmpada frente a sua face. Fica em êxtase, tenta sair, porém seus membros aprisionados o impedem de executar qualquer fuga.
A câmera se volta a DEREK, destacando seus tiques e seu ímpeto de se libertar. Ouve seu nome ser chamado num tom impetuoso.
Passa a ser interrogado por um inquiridor, cuja identidade é desconhecida. (O timbre de sua fala é transfigurado, com o auxílio de um aparelho, de modo que sua voz continue irreconhecível).
DEREK
Eu sou inocente (A si mesmo, quase inaudível). Inocente... (Cabisbaixo reflexivo). Inocente! (Centra seu olhar num ponto mediano do local). Eu sou inocente (Gritando)! Solte-me daqui!
(Foco em suas pernas tremendo). Câmera passa a girar lentamente, ainda centrando no movimento alternado de suas pernas. (Transmitir ao telespectador ideia de tontura).
Cena II – (20 - 40s)
INTERIOR. - APARTAMENTO/DIA
QUARTO. Preenchido por uma escrivaninha, estante, cama e sapateira.
Numa brecha matutina, Derek, o qual é um universitário esquizofrênico que se perde em seus devaneios cotidianos, levanta da cama e repara em lençóis manchados de sangue. Ouve um grito e entra em pânico, vociferando pelo nome de sua namorada, Eloise, enquanto explora todos os cômodos em sua busca, no entanto, sem obter resultados.
Câmera mira num despertador situado ao lado da cabeceira da cama, mostrando um determinado horário, perto, o personagem encontra uma máscara.
Cena III – (40 - 60s)
INTERIOR- UNIVERSO PARALELO
O cenário muda para um pano de fundo escuro, Derek mergulha em suas alucinações, passa a enxergar elementos geométricos que se transfiguram em aleatórios e distorcidos, unindo-se um a um formando pinturas surrealistas, as quais jorram-se em direção ao personagem. Como pano de fundo, tem-se um ruído crescente (piano a mezzoforte) de uma batida sincronizada (Cup’s Song) acompanhada de vozes sussurrando seu nome.
Cena IV – (0 – 20s)
INTERIOR. - APARTAMENTO/DIA
QUARTO.
Muda-se de cenário e a câmera para de girar, mostrando o mesmo comportamento frenético, todavia, Derek situa-se sentando encima da cama segurando inconformado um retrato de Eloise (Foto preto e branco somente de seus lábios).
DEREK
Por que isso foi acontecer logo contigo, Eloise? (Enquanto passa delicadamente seus dedos em torno da foto).
Repentinamente, a boca fica num tom avermelhado e passa a se mover, emitindo sons baixos em búlgaro: "Derek, foi você quem me matou? Por que fizeste isso comigo Derek? Derek! Derek! ”.
(Nessa parte, o pano de fundo escurece para ressaltar a cor magenta dos lábios de Eloise que dançam ao redor do rosto de Derek.)
Cena V – (20 - 35s)
INTERIOR- UNIVERSO PARALELO
O protagonista imerge em uma dimensão paralela da realidade. Ele chora.
DEREK
Eloise, eu juro que nenhum mal te causei! Eu encontrarei o criminoso e te vingarei! Ó, Eloise, meu amor, me perdoe se eu falhei como teu protetor. (Olhos cerrados)
Foco nos olhos de Derek, mudança de cenário em forma de espiral, similar a um labirinto.
Cena VI (35 - 45s)
INTERIOR. - INTERROGATÓRIO/NOITE
De volta à delegacia, recebe tapas nos rostos, sendo acusado de homicídio doloso.
É estapeado por mais alguns segundos e desmaia. (Nota: ele é esbofeteado por luvas pretas).
Cena VII – (45s 60s)
INTERIOR- UNIVERSO PARALELO
Ocorrem outros delírios: caminha num corredor estreito, mal iluminado, chama por Eloise.
DEREK
Eloise! Oh, Eloise! Eloise! Eloise volte para mim! Câmera sobe para mostrar a queda de uma faca. Derek a encara com relutância, a pega e vê a marca de um batom vermelho. Ouve a mesma batida e sussurros, larga a faca, encolhe-se junto ao solo, deparando-se com suas mãos ensanguentadas, se desespera.
DEREK
O que foi que eu fiz?
Flashback (som de uma máquina fotográfica), mudança de cenário.
Cena VIII - (0-25s)
INTERIOR. - APARTAMENTO/DIA
QUARTO.
Acorda num impulso, observa seu redor: cama arrumada sem vestígios de sangue olha rapidamente seus dedos: nem um pingo também. Corre ao banheiro, abre a torneira (ainda desconfiado) lava as palmas e as analisa. Ouve passos vindos de fora e sente ânsia. (Câmera distorce a imagem e vai mostrando paulatinamente, o aparecimento de manchas avermelhadas nas paredes/porta). Voltando a si, fica aflito e ao olhar a pia, vê ela banhada de sangue, com um objeto mergulhado – uma máscara.
DEREK
Isso é impossível, eu nunca a mataria, eu a amava mais do que tudo. (Em tom de lamúria)
(Foco nos seus pulsos). Flashback.
Cena IX – (25 – 35s)
INTERIOR. - INTERROGATÓRIO/NOITE
Em continuidade a outra cena, inquiridor desconhecido “acaricia” as veias dos pulsos de Derek.
DEREK
Eu já disse que eu sou inocente. (Nessa última palavra, dá-se um eco promovendo um novo flashback).
Cena X – (35 - 60s)
INTERIOR. - APARTAMENTO/DIA
QUARTO/BANHEIRO
A cena ambienta-se novamente na suíte, de dentro do banheiro, Eloise chama seu namorado.
ELOISE
Amor, a água já está quentinha. (Aparecer somente os lábios)
Ouve-se o barulho de um chuveiro. Saem vapores d’água. Na mesma posição que estava ao olhar para o retrato de Eloise, Derek encontra-se pensativo, com um olhar tendencioso. Tem delírios o convencendo de matá-la (Sussurros de “mate-a, dê a ordinária o que ela merece"). Derek sorri sarcasticamente, alonga-se, estrala os ossos.
DEREK
Estou a caminho.
Vai em direção ao banheiro, encosta a porta, deixando uma fresta (de modo que o telespectador veja somente a parte externa do banheiro). Ouvem-se gritos clamando por socorro, a porta se fecha. Ouvem-se batidas. (Sugestivo de uma luta). Maçaneta se mexe compulsivamente. Cessam-se os ruídos, porta abre-se vagarosamente, mostrando arranhaduras em sua superfície lateral, da qual próximo está o corpo da vítima, mostrando sangue jorrando de seus lábios.
(Foco no caminho do sangue, conexão para o próximo flashback).
Cena XI - (0 - 15s)
INTERIOR. - INTERROGATÓRIO/NOITE
Na mesa, inquiridor, desenha vagarosa e semelhantemente uma estrada vermelha. (Sugestivo ao caminho do sangue da outra cena).
Imagem distorce-se. (Similar ao Efeito Borboleta).
Cena X – (15 - 35s)
INTERIOR. - APARTAMENTO/DIA
QUARTO/BANHEIRO.
Derek está enrolado numa manta e ao virar o dorso, abre os olhos com uma faca nos seus punhos enfiada na altura do abdômen de Louise (Mostrando somente os lábios, rosto coberto pelos cabelos e por sangue). Cai da cama, começa a ter uma convulsão, escorre espuma de sua boca, no pano de fundo, figuras flutuam em sua mente.
Ao retornar à realidade, encontra tudo nos conforme, ruma ao banheiro, convencido de que tudo fora um pesadelo "Eu sou inocente, eu nunca a machucaria. ” (Surgir como um pensamento).
Lava o rosto, o enxuga e se olha no espelho de maneira neutra. Conduz movimentos receosos, entortando a cabeça num ato de suspeita e para. Fica se encarando por alguns segundos. Voltam-se as batidas (Cup´s Song). O outro lado do espelho se mexe, sorrindo cinicamente (Opção de terminar a cena, com o reflexo o sugando para dentro do espelho, pela garganta).
Cena escurece e clareia logo em seguida, vincular com o interrogatório (lâmpada).
Cena XI – (35 - 45s)
INTERIOR. - INTERROGATÓRIO/NOITE
DEREK
Você é um completo de um canalha. (Cospe).
Sem hesitar, o inquisidor se aproxima de DEREK e o tortura, prendendo seus membros com mais firmeza na cadeira.
CENA XII – 45s a 60s
Retomada de todas as cenas de um modo bem rápido, porém vai devagar a uma nova cena, na qual ele acorda, vê um indivíduo mascarado com faca ensanguentada na mão. Sem descobrir a sua identidade, com vestes iguais ao do inquiridor. Mostra Eloise, plantando remédios e seringa nele mesmo, sugerindo que ela o levou à loucura, sob o som de batimentos cardíacos, voltas e rebobinagens.
Mudança de cenário. Risadas de fundo.
CENA XIII – (0- 20s)
INTERIOR- UNIVERSO PARALELO
Lábios de Eloise ecoando: "Louco". Ela mesma aparece de costas num cenário escuro, o qual é permeado por sua boca, com um andar triunfante com algemas. Ela para e joga as algemas em direção ao telespectador. E solta uma frase de efeito: Derek perdeu-se em seu próprio mundo. (Musiquinha fúnebre).
Alternância entre as faces de DEREK e ELOISE (Instigar o público sobre quem foi o verdadeiro armador).
Créditos (20 – 60s)
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