ROTEIRO DE AULA PRÁTICA - Moodle UFSC · O equipamento utilizado, apresentado na Figura 4, é...
Transcript of ROTEIRO DE AULA PRÁTICA - Moodle UFSC · O equipamento utilizado, apresentado na Figura 4, é...
‘
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
NCD Indústria e Comércio de Equipamentos Didáticos Ltda.
CNPJ: 07.548.695/0001-90 – IE: 255.045.239
ROTEIRO DE AULA PRÁTICA
Experimento de Reynolds – Ensaios Hidrodinâmicos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos
Florianópolis – SC Março de 2014
[email protected] - www.ecoeducacional.com.br
Rua Álvaro Leite, 51 – CEP 88113-310 - Real Parque – São José – Santa Catarina
Roteiro de Aulas Práticas
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
www.ecoeducacional.com.br Página 2
1. OBJETIVO
Este experimento tem os seguintes objetivos:
a) Determinação experimental do número de Reynolds (Re) Crítico para escoamento de
fluidos em condutos circulares.
b) Determinação experimental da variação do coeficiente de atrito com a vazão, num tubo
circular reto de vidro.
c) Observação das características dos escoamentos laminar e turbulento.
2. INTRODUÇÃO TEÓRICA
O número de Reynolds caracteriza o tipo de escoamento de um fluido num tubo. Para
determinar o valor de Re crítico, observa-se a transição do escoamento laminar para
turbulento. A Figura 1 apresenta o fenômeno visual.
Figura 1 – Ilustração da dispersão do corante com o aumento da
velocidade de escoamento da água
Os estudos posteriores de Reynolds e colaboradores o fizeram sugerir o número de
Reynolds (Re ou NRe), que relacionasse às forças de inércia (atrito inicial para a
movimentação macroscópica do fluido, peso específico, velocidade, e geometria do corpo
sólido sobre o qual o fluido escoa) e as forças viscosas (relacionadas às interações
moleculares e a resistência ao fluxo). O objetivo desta sugestão era caracterizar o
escoamento em dutos e tubos, o que perdura até hoje e colabora com uma série de áreas
do conhecimento que se embasam em fenômenos de transporte.
EXPERIMENTO DE REYNOLDS – ENSAIOS HIDRODINÂMICOS
Roteiro de Aulas Práticas
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
www.ecoeducacional.com.br Página 3
Assim, a expressão em dutos é:
Da relação entre as forças inerciais e as forças viscosas surgiu o conceito de
coeficiente de atrito fluidodinâmicos ou também conhecido como “fator de atrito de
Fanning” (Cf ou f). A Figura 2 apresenta uma inter-relação gráfica entre Re e Cf, para
escoamentos de fluidos pelo interior de tubos retos.
Figura 2 - Esquema teórico do escoamento em dutos circulares.
(a) Exemplificação para fluxo laminar e fluxo turbulento, (b) Ilustração do perfil de velocidades para fluxo laminar e turbulento em tubos lisos.
Para tubos circulares retos, temos a equação de Fanning, que permite relacionar a
P
g
L
D gfC
vm
2
2 (2)
a perda de carga com cada um dos parâmetros condicionantes do tipo de escoamento. Nesta
experiência, será feita a determinação do fator de atrito de Fanning (f), ou coeficiente de
atrito (Cf) já que todas as outras grandezas podem ser medidas.
De acordo com a lei de Hagen-Poiseuille: P = 32 . . vm . (L/D2) (3)
o fator de Fanning variará com Re segundo Cf (ou simplesmente f) = 16/Re, para o
regime laminar.
A literatura fornece correlações do Fator de atrito em função de Reynolds para o
escoamento turbulento.
Roteiro de Aulas Práticas
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
www.ecoeducacional.com.br Página 4
Os resultados obtidos, com os devidos tratamentos matemáticos, permitirão fazer a
verificação experimental dessas leis e correlações e confeccionar Diagramas experimentais
para comparação com a literatura. Vide Figuras 3.a e 3.b.
Figura 3.a - Gráfico do Fator de Atrito (fFanning ou Cf) em função do Re
(Fanning). Ref. (4)
Roteiro de Aulas Práticas
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
www.ecoeducacional.com.br Página 5
Observação: O gráfico da figura 3.a também pode ser expressado na forma do gráfico de
Moody, onde o fator de atrito (f) Moody equivale a 4.(f)Fanning (Cf = f)
Figura 3.b - Gráfico do Fator de Atrito (fMoody) em função do Re
(Gráfico de Moody). Ref. (5)
Roteiro de Aulas Práticas
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
www.ecoeducacional.com.br Página 6
3 – EQUIPAMENTO E MATERIAIS
O equipamento utilizado, apresentado na Figura 4, é constituído por:
Reservatório de água (RA) 20 litros, dotado de válvula que permite o controle do
nível constante.
Tubo de vidro cilíndrico horizontal de diâmetro interno igual a 15 mm e uma certa
distância (a medir) entre as tomadas de pressão estática.
Recipiente graduado para medidas de vazão (RGV) , localizado no final do tubo.
Válvula de regulagem de vazão (VRV), sendo que a vazão deve ser medida
diretamente com auxílio Recipiente graduada e cronômetro.
Agulhas dosadoras de corantes traçadores (solução de azul de metileno), a fim de
se visualizar as linhas de correntes no início e no meio do tubo de vidro, através das
válvulas VAT 1 e VAT 2)
Manômetro de tubo de vidro inclinado, utilizando-se Clorofórmio colorido com iodo
metálico como fluido manométrico.
Reservatório de corante traçador (RT) alimentado por uma Bomba peristáltica.
Figura 4 – Experimento para Ensaios Hidrodinâmicos- Experimento de Reynolds
Roteiro de Aulas Práticas
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
www.ecoeducacional.com.br Página 7
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1. Tendo em vista a Figura 4.1 certificar-se, inicialmente que a Válvula (VRV) esteja
fechada; Abrir o Registro de alimentação de água para o tanque de nível constante e
o Registro de saída deste reservatório (RA);
Figura 4.1 – Detalhes
NOTA:
1) Para abastecer o Reservatório de corante (RT), primeiramente abra o Registro de
bloqueio (RB1) e feche o Registro (RBC). Em seguida pode ligar a Bomba peristáltica
para a transferência do corante do Reservatório “pulmão” para o Reservatório de
traçador superior (RT).
2) Quanto acabar de encher o RT, deslique primeiramente a Bomba e feche RB1 .
Registro
de saída
VRV VRV
Registro de
bloqueio do
Manômetro
RT RA RBC
VAT1
VAT2
Reservatóri
o “pulmão”
de corante
RB1
Roteiro de Aulas Práticas
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
www.ecoeducacional.com.br Página 8
4.2. Ajustar o ângulo desejado para o Manômetro inclinado e esperar a coluna manométrica
estabilizar na posição inicial, não esquecendo de abrir os dois Registros de bloqueio
instalados nas mangueiras deste manômetro
4.3. Estando o reservatório de traçador (RT) abastecido pode-se inicia o experimento
abrindo-se lentamente* a Válvula de Regulagem de Vazão (VRV), situada no início do
tubo de vidro de modo a obter uma variação, em torno, de 0,5 cm no Manômetro
inclinado (devido à perda de carga ao escoamento). Medir a vazão da água através do
Recipiente graduado com auxílio de um cronômetro.
* Importante: abrir ou fechar sempre lentamente esta válvula afim de evitar
rompimentos da coluna do fluido manométrico.
4.4. Em seguida, abrir o Registro (RBC) de bloqueio do circuito de dosagem de corantes e,
também, as Válvulas das Agulhas dosadoras de Corantes Traçadores (VAT 1 no início
do Tubo e VAT 2 no meio do Tubo) afim de visualizar as linhas de corrente laminar,
transição e início do turbulento. Após comprovado, visualmente o regime turbulento,
pode-se cessar as dosagens dos corantes traçadores.
4.5. Aumentar novamente, e lentamente, a vazão para mais 0,5 cm no Manômetro
inclinado e medir a vazão. A cada aumento de vazão observar o fluido traçadores nas
duas agulhas de injeção, e assim sucessivamente.
Obs.:
1) Manter o aumento de 0,5 em 0,5 cm enquanto estiver em regime laminar e
transição. Quando o regime passar para turbulento, este intervalo de aumento pode
ser aumentado de 2 em 2 cm ou mais.
2) Após atingida a vazão máxima permitida no experimento; diminuir esta vazão
lentamente e a cada 5 cm de variação na altura do manômetro, fazer a respectiva
leitura e medir a vazão. Este procedimento identificará possíveis histereses, ou seja,
diferenças de leituras (obtenção de dados) durante o aumento da vazão comparado
com os dados durante a diminuição da vazão.
5. CÁLCULOS E ANÁLISES DOS RESULTADOS
5.1. Faça um gráfico em escala normal e, também, em log-log, do coeficiente de atrito
(fator de Fanning) em função do Re. Compare com o Diagrama de Moody fornecido na
literatura; analise e comente.
5.2. Determine, a partir dos gráficos acima:
Roteiro de Aulas Práticas
“SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA ENSINO E PESQUISA”
www.ecoeducacional.com.br Página 9
a) O número de Reynolds crítico, pela descontinuidade gráfica e compare com o resultado
obtido pela visualização das linhas de corrente e com o valor esperado da literatura.
b) O coeficiente angular da reta obtida no gráfico (log-log) e compare os resultados com os
fornecidos por literatura.
5.3. Analise e comente as eventuais histereses ocorridas na obtenção dos dados durante o
aumento e a diminuição da vazão.
Exercícios propostos:
a) Se a experiência fosse realizada com um líquido mais viscoso (glicerina), nas mesmas
condições do experimento, a que vazão seria atingido o regime turbulento?
b) E se usássemos o ar?
6. SIMBOLOGIA
P = queda de pressão (perda de carga) medida;
= densidade;
g = aceleração da gravidade (9,81 m/s2);
Cf = coeficiente de atrito (fator de Fanning);
L = distância entre as tomadas de pressão;
D = diâmetro interno do tubo;
vm = velocidade média do escoamento
= viscosidade do fluido.
7. BIBLIOGRAFIA
1 - BROWN, G. - Operaciones Básicas de la Ingenieria Química. Editorial Marin S/A,
Barcelona, 1955.
2 - PERRY, R. H. & CHILTON, C. H. - Manual de Engenharia Química. 5a ed., Guanabara
Dois, Rio de Janeiro, 1980.
3 - WELTY, J. R. et all. - Fundamentals of Momentum, Heat and Mass Transfer. 3a ed., John
Wiley and Sons, 1970.
4 - BENNETT, C. O. & MYERS, J. E. - Fenômenos de Transporte - McGraw-Hill do Brasil, São
Paulo, 1978.
5 - FOUST, A.S. et all. - Princípios das Operações Unitárias.