Roteiro de Cobertura Jornalística

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Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Gabinete do Reitor Diretoria de Comunicação Roteiro de Cobertura Jornalística

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Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)Gabinete do Reitor

Diretoria de Comunicação

Roteiro de Cobertura Jornalística

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Roteiro de Cobertura Jornalística

Elaborado por:

Adriano SisnandesLilian Simioni

Yusanã Mignoni

2011

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Diretor de Comunicação Valdir Prigol

SecretariaRachel Comachio Zago

JornalistasAdriano Sisnandes (RS 08919 JP)

Lilian Carla Simioni (SC 02120 JP)

Chefe de programação visualYusanã Cauê Mignoni

Chefes do serviço de apoio à comunicação

Kelly Cristina Reis (Erechim)Mariângela Brum Frota (Cerro Largo)

Kelen Zitkievicz (Laranjeiras do Sul)Christiano Castellano (Realeza)

Bruna Francieli de Oliveira (Chapecó - Unidade Bom Pastor)

Juliano Collet (Chapecó - Unidade Seminário)

Reitoria

Universidade Federal da Fronteira Sul(49) 2049-1400

Avenida Presidente Getúlio Vargas, 609N - Edifício Engemede - 2° andar

Bairro Centro - Chapecó - Santa Catarina - Brasil - CEP 89812-000

ReitorProf. Dr. Jaime Giolo

Vice-ReitorProf. Dr. Antônio I. Andrioli

Chefe de Gabinete do ReitorKelly Cristina Benetti Tonani Tosta

AssessoresProf. Dr. Antonio Carlos de Souza - Assessor EspecialMe. Iara Dreger - Assessora do Reitor

Pró-Reitora de GraduaçäoProfa. Dra. Claudia Finger-Kratochvil

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-GraduaçäoProf. Dr. Joviles Vitório Trevisol

Pró-Reitor de PlanejamentoProf. Dr. Vicente de Paula Almeida Júnior

Pró-Reitor de Administração e InfraestruturaProf. Dr. Rogério Cid Bastos

Pró-Reitor de Extensão e CulturaProf. Dr. Geraldo Ceni Coelho

Secretário Especial de ObrasPaulo Roberto Pinto da Luz

Campus Cerro LargoDiretor do CampusProf. Dr. Edemar Rotta

Campus ErechimDiretor do CampusProf. Dr. Ilton Benoni da Silva

Campus Laranjeiras do SulDiretor do CampusProf. Dr. Paulo Henrique Mayer

Campus RealezaDiretor do CampusProf. Dr. Joäo Alfredo Braida

Equipe Dirigente Diretoria de Comunicação

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Sumário

Apresentação................................................................................................................................ 3

1. Introdução ao Jornalismo........................................................................................................ 5

2. Produção..................................................................................................................................... 6

3. Assessoria de Imprensa............................................................................................................ 8

4. Noções básicas de fotografia jornalística............................................................................ 10

5. Questões de Ética..................................................................................................................... 13

6. Manual de redação................................................................................................................ 15

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Fazer com que a comunidade veja a UFFS como um bem público que todos tem o direito de acessar. Este é o grande objetivo que move as ações da Diretoria de Comunicação tanto na produção de material de divulgação quanto na cobertura jornalística.

Neste Roteiro apresentamos os principais conceitos e orientações para a cobertura jornalística realizada pela Diretoria de Comunicação da UFFS.

Através dele é possível ter noções gerais sobre jornalismo, produção jornalística, assessoria de imprensa, fotojornalismo, ética e redação, para que o projeto pioneiro e inovador que é a Universidade Federal da Fronteira Sul seja conhecido por toda a população dos três estados do Sul e pelo sistema educacional brasileiro.

A publicação deste Manual tem vários objetivos:

a) oferecer para todos os membros da Diretoria de Comunicação que trabalham com a cobertura jornalística noções básicas e fundamentais sobre o trabalho cotidiano;

b) padronizar a cobertura jornalística realizada em todos os campi da UFFS;

c) aumentar a visibilidade da UFFS nos meios

Apresentação

de comunicação com uma linguagem comum e com qualidade.

A equipe de elaboração colocou a sua grande experiência acadêmica e prática neste Roteiro, o qual será, por isso, um guia seguro para o nosso trabalho.

Equipe de elaboração:Lilian Simioni (jornalista): Introdução ao jornalismo, Produção e Assessoria de Imprensa.

Yusanã Mignoni (técnico em audiovisual): Noções básicas de fotografia jornalística.

Adriano Sisnandes (jornalista): Questões de ética e Manual de redação.

Todo o trabalho de cobertura jornalística da UFFS será guiado por este Roteiro. Por isso, ele deve ser consultado todos os dias. Anote qualquer dúvida ou sugestão sobre os pontos referidos no Roteiro para que possamos fazer avaliações constantes sobre a sua funcionalidade.

Valdir PrigolDiretor de Comunicação

Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

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Jornalismo: atividade da Comunicação Social que trabalha com a produção de notícias para jornais, portais, rádios, TVs, revistas e etc. No Brasil, a Assessoria de Imprensa está inserida nas funções do Jornalismo.

Notícia: formato de texto próprio do Jornalismo que organiza as informações e é utilizado para a divulgação de acontecimentos.

Critérios para um fato se tornar notícia: • Novidade: o “novo” é um dos mais

importantes critérios para que um fato seja notícia. As pessoas não se interessam pelo que já sabem; querem ler assuntos novos, recentes.

• Proximidade: quanto mais próximo o acontecimento do leitor, mais interesse ele vai gerar. Assim, uma enchente numa cidade do interior do Pará tem menos importância do que uma enchente na cidade do leitor.

• Importância: fatos relevantes sempre são notícia.

No mundo, numa cidade ou mesmo na universidade, milhares de fatos poderiam ser notícias. Além dos critérios acima, a seleção é que determina o que terá cobertura ou não, dependendo da disponibilidade, da possibilidade, do meio de comunicação a que se destina, etc.

A seleção do que se tornará notícia é feita durante a reunião de pauta (ver “Pauta”, no capítulo Produção).

Além da notícia, os textos jornalísticos (impressos) podem ser:

• Reportagens: matérias mais aprofundadas, que, a partir de um assunto base, busca causas e consequências, mais fontes e materiais para tratar do tema.

• Entrevistas ping-pong: trazem um título, uma abertura e perguntas e respostas, exatamente conforme a conversa com o entrevistado (editando possíveis paradas na conversa, interrupções ou assuntos diversos no meio da entrevista).

• Nota: pequeno texto relatando rapidamente um fato.

• Foto-legenda/fotoleg: Foto com legenda um pouco maior que o habitual. Serve para registro de ato/evento de menor destaque.

1. Introdução ao Jornalismo

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- Pauta: é a etapa em que são colhidas e selecionadas as sugestões dos assuntos que se serão trabalhados. A principal função da pauta é a seleção de matérias a serem feitas e a organização e o planejamento do trabalho (no caso da UFFS, semanalmente). Com base nisso, é possível apontar quais serão matérias mais amplas, quais podem ser apenas notas e quais não têm necessidade de divulgação, mediante uma gama de informações/acontecimentos.

Basicamente as pautas precisam explicitar os seguintes pontos: o quê, quando, onde, por quê, quem e como. Com essas informações, é possível avaliar a importância de determinada pauta diante dos demais acontecimentos, fazendo, assim, o filtro das mais e menos importantes.

O ideal é que as pautas sejam antecipadas: pouco adianta, para uma pessoa interessada em meio ambiente, saber que na última semana a UFFS promoveu um debate aberto à comunidade sobre o assunto. É interessante que noticiemos os eventos sempre com antecedência.

- A apuração das informações: É impossível escrever uma matéria jornalística sem o embasamento em informações. Se o texto relata a opinião de quem escreve, ele não pode ser considerado uma matéria; trata-se, antes, de uma opinião.

Para se ter um texto jornalístico, é preciso observar fatos, capturar dados, entender o assunto e buscar opiniões variadas.

O mínimo que um texto jornalístico precisa responder para ser considerado como tal são as seis perguntas do lide (ver “Lide” em A escrita do texto jornalístico): o quê, quando, onde, por quê, quem e como.

A partir dessas respostas, a pessoa que escreve pode explicar o assunto,

2. Produção

aprofundar um tópico ou simplesmente relatar o acontecimento.

O essencial, na fase de apuração, é ouvir várias opiniões, observar o contexto e conversar com boas fontes. Quanto mais dados forem captados, maior a probabilidade de a notícia suprir as necessidades de informação do leitor. Durante a apuração é essencial, também, averiguar todos os dados, nomes de pessoas (se for preciso, pedir para soletrar), números, datas, etc. para que sejam evitados os erros no momento da escrita.

- Entrevista: O entrevistador precisa,

obviamente, perguntar. Quanto mais perguntar, mais informações vai obter. Um bom parâmetro é pensar se você mesmo entendeu o assunto para poder explicar (em texto) para outras pessoas. Se nem sequer o entrevistador entender o que o entrevistado fala, é impossível sair um bom texto, claro e objetivo.

Não é feio nem constrangedor perguntar duas, três ou quantas vezes for necessário para entender o assunto. É melhor uma pergunta refeita do que um erro na matéria. Mesmo que algumas informações não sejam utilizadas na hora de redigir a matéria, pergunte. É melhor sobrar informação do que faltar na hora de escrever.

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Para entrevistar alguém, é necessário, antes de mais nada, ter informações sobre o assunto. Por exemplo, se a pauta é sobre o edital de seleção da Iniciação Científica, o repórter precisará ler e fazer apontamentos no edital antes de conversar com a fonte. Com mais informações, é possível fazer perguntas mais qualificadas e pertinentes, e não será necessário gastar tempo com outras mais básicas, que podem ser entendidas apenas com a leitura do edital.

Entrevistar pessoalmente é mais esclarecedor. Prefira sempre estar cara a cara com o entrevistado para facilitar a comunicação. Caso seja necessário, a entrevista pode ser feita por telefone ou por e-mail, mas reserve a possibilidade de fazer perguntas por e-mail para casos mais específicos, como uma viagem do entrevistado justamente nos dias em que você precisa fechar a pauta.

- A escrita do texto jornalístico: É passar para o papel, em forma de texto – de maneira lógica, concisa, informativa, clara e objetiva – as informações apuradas. O formato do texto jornalístico do modelo norte-americano (utilizado pela maioria dos meios de comunicação no Brasil) tem como base a pirâmide invertida: o lide (quem, quando, onde, por quê, o quê e como) como base da pirâmide e as demais informações em ordem descrescente de importância.

No lide, em geral, a frase se inicia com a informação principal. Por exemplo: A apresentação de uma pesquisa da UFFS premiada internacionalmente. O lead começaria com o “o quê”, e poderia ser: “A pesquisa Células-Tronco, premiada pela Agência Internacional de Ciências e desenvolvida por uma pesquisadora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), será apresentada à comunidade em Cerro Largo. O evento acontece no dia 25 de setembro, a partir das 15h, no auditório do campus.”

A coerência do texto é imprescindível: o texto precisa encadear as informações de maneira lógica. Assim, as ligações entre as frases devem compor uma sequência coerente. Por exemplo: as citações de uma determinada fonte precisam ter ligação com

a parte do texto que a antecede.É importante perceber que nem sempre

todas as informações poderão estar contidas em um texto. No caso de matérias com muitos números ou que necessitem relembrar um caso anterior, as informações complementares podem aparecer em uma tabela, um box ou um elemento gráfico que fique separado do texto.

O título deve ter verbo em sua composição, geralmente indicando uma ação em curso (Ex.: UFFS discute meio ambiente em encontro internacional).

O repórter – a palavra já diz – deve relatar as opiniões. Em certos casos, ele até pode fazer afirmações de sua opinião, mas somente quando dizem respeito ao que é observado (isso geralmente acontece em grandes reportagens, que não é o caso de textos jornalísticos de assessoria de imprensa). Em geral, o repórter precisa citar de onde vêm as informações (Ex. 1: “No Brasil, segundo estudos do Ministério da Educação (MEC), há um déficit de professores nas áreas de Física, Química e Biologia”/ Ex. 2: “Para o coordenador do projeto, professor Geraldo Ceni Coelho, o curso de extensão contribui para a formação continuada dos professores da Educação Básica”).

- A edição: É a finalização do material. Durante a edição é possível verificar possíveis erros de grafia, cortar textos conforme a necessidade, ajustar a redação (títulos, legendas, etc.), hierarquizar a informação de acordo com a pauta, etc. A revisão também deve ser feita durante a edição.

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- Sugestões de pauta, releases e press kit: Os releases podem ser enviados antes ou depois de um acontecimento. Quando vão antes, podem ser considerados como sugestão de pauta. As sugestões de pauta são propostas de coberturas – Ex. 1: “UFFS comemora 10 anos.” A sugestão de pauta deve ter um texto sobre a comemoração, com falas de direção/reitoria e toda a programação. Ex. 2: “Pesquisador da UFFS descobre cura de câncer.” A sugestão de pauta deve conter um texto jornalístico sobre a descoberta.

Os releases devem, necessariamente, ter os contatos da assessoria de imprensa, para que o jornalista possa marcar entrevistas, pedir fotos, etc. Em qualquer material jornalístico, várias fotos devem ser encaminhadas para que haja opção de escolha por parte dos meios de comunicação.

No caso de release após um evento, o ideal é que o texto esteja pré-organizado antes do acontecimento e, em alguns casos (quando o evento é à noite, perto do fechamento da edição de um impresso), é necessário mandar a matéria ainda antes do fim do evento. As fotos podem ser feitas no início do evento e mandadas em seguida.

- O que é: Serviço de gestão do relacionamento da instituição com a imprensa, instrumento de produção e envio de matérias jornalísticas aos meios de comunicação social. Busca a inserção da instituição em espaços editoriais (notícias, reportagens, notas, editoriais, etc) com viés jornalístico e não publicitário, constituindo a chamada “mídia espontânea”.

À assessoria de imprensa cabe: - detectar o que, dentro da instituição, é de interesse público para divulgação na imprensa; - produzir material jornalístico para envio aos meios de comunicação; - sugerir pautas aos meios de comunicação; - chamar a imprensa e organizar entrevistas coletivas; - fazer a intermediação entre fontes da instituição assessorada e os meios de comunicação; - manter uma relação cordial, ética e de respeito com repórteres, pauteiros, editores dos meios de comunicação.

- Relacionamento com a imprensa: o serviço de assessoria de imprensa não pode ser uma moeda de troca. É inadmissível oferecer qualquer vantagem a determinado meio de comunicação para que determinado material jornalístico seja publicado.

Assessores e repórteres são colegas – àqueles cabe facilitar o trabalho destes. Assim, a relação é pautada, antes de mais nada, pela ética. A credibilidade do assessor vem com a confiança dos meios de comunicação, conseguida pela transparência nas ações.

Não é admissível dar preferência a algum meio de comunicação, mandando alguma matéria antecipadamente ou materiais exclusivos. As empresas de comunicação devem ser tratadas igualmente pelos assessores, sob pena de se perder a credibilidade e ter o assessorado “atacado”, de alguma forma, pelo meio de comunicação.

3. Assessoria de Imprensa

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- A importância de um mailing list: O mailing é o cadastro dos meios de comunicação. Preferencialmente, o mailing deve conter o meio de comunicação, o responsável, os colunistas, os telefones, e-mails e, se for o caso, o repórter da editoria que geralmente cobre assuntos da instituição (geral, educação, etc).

O mailing precisa ser atualizado com frequência e deve estar dividido em categorias para facilitar o trabalho do assessor. Para incrementar o mailing, o assessor precisa buscar a maneira mais adequada. Uma alternativa é contactar outros assessores (de prefeituras, por exemplo) para pedir contribuições, como quais os veículos de comunicação da cidade.

Advertência: nunca peça a um colega assessor sua lista de mailing completa. Esse é um trabalho longo, cansativo e valioso. Soa, em alguns casos, como ofensa.

- Acompanhamento de entrevistas e condução de entrevistas coletivas: Com frequência, repórteres pedem para entrevistar pessoas da equipe diretiva da universidade. Cabe à Assessoria de Imprensa saber qual o tema e o foco da matéria do repórter, até quando ele pode fechar a matéria e quando poderia acontecer a entrevista. Sabendo o assunto, o assessor busca a fonte mais adequada para falar, informa sobre o assunto a ser tratado e combina data, horário e local para acontecer a entrevista.

Antes do atendimento do entrevistado, o assessor deve perguntar ao repórter se tem alguma dúvida mais geral. Em tom de informalidade, assessor e repórter podem conversar sobre o assunto (como número de alunos, número de cursos, etc) antes da entrevista. Importante: opiniões só podem ser dadas pelo entrevistado. O assessor não deve opinar sobre qualquer assunto levantado pelo repórter. Deve apenas repassar as informações institucionais.

Durante a entrevista, é importante acompanhar a conversa entre jornalista e fonte. Em alguns casos, é possível contribuir anotando perguntas mais

objetivas que a fonte não lembre naquele momento (como número de professores, por exemplo).

Caso o assessor perceba que o jornalista está se sentindo acuado ou incomodado com sua presença, é melhor deixar fonte e repórter à vontade.

Em matérias de crise, é essencial que o assessor acompanhe – sem intervenções – para repassar a informação ao dirigente antes do encontro entre repórter e fonte. Isso deve ser feito com a maior discrição possível.

As entrevistas coletivas precisam ter um forte apelo: podem ser chamadas em algumas ocasiões apenas; caso contrário, ficam banalizadas e acabam desprestigiadas. Os assessores devem chamar coletivas quando o assunto preenche algum dos seguintes requisitos: 1) atualidade – um especialista sobre um assunto muito atual falará a respeito; 2) importância do assunto; 3) proximidade – algo que está acontecendo local ou regionalmente; 4) proeminência do entrevistado.

A coletiva não tem protocolo. As pessoas que irão falar devem sentar-se à mesa principal sem necessidade de um chamamento oficial. A abertura pode ser feita pelo assessor. Deve ser simples e rápida, agradecendo a presença dos colegas e falando sobre como vai funcionar a entrevista – informando quantas perguntas cada um pode fazer e pedindo que cada um se apresente e diga para qual meio de comunicação trabalha.

- Clipagem: A clipagem é fundamental para “medir” o trabalho do assessor. Também faz parte da memória da instituição.

Com a coleção de clipagens, é possível mostrar à equipe diretiva a importância das atividades desenvolvidas pelo assessor. A clipagem deve ser feita conforme modelo da UFFS, sempre lembrando de anotar o veículo de comunicação, a página (para impressos) e a data da matéria.

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montagem, a leitura da imagem é capaz de responder a maioria das questões.

Com a fotografia, somos capazes de transmitir informações assim como com um texto escrito. O diálogo entre esses dois meios é necessário e constante, por isso precisamos dar atenção a ambos de maneira equivalente. A fotografia jornalística, em uma espécie de sinédoque, tem a responsabilidade de representar o todo da matéria mesmo estando limitada a uma pequena fração de segundo do acontecimento noticiado.

É importante também a leitura de livros e artigos específicos sobre o tema, tanto de fotografia jornalística quanto de fotografia em geral. Já existe uma boa quantidade de material sobre esse assunto, principalmente de iniciação e conceitos básicos para fotógrafos amadores.

Conhecer o trabalho de outros fotógrafos é um bom exercício para o seu olhar. Ao ver uma foto famosa, pergunte-se: como o fotógrafo conseguiu esta foto? Ele interferiu na cena ou capturou aquele instante como um observador? O que ele viu de interessante na cena que o fez tirar a foto justamente naquela hora?

Na teoria

- A principal função das fotos jornalísticas é a de informar o leitor.- Através da fotografia, o fotojornalista pode descrever e/ou narrar um acontecimento conciliando a imagem com o texto.- Em geral, a imagem tenta representar o principal assunto da matéria/pauta. O mais indicado é procurar de forma objetiva e direta aquilo que sintetiza o acontecimento/assunto e evitar imagens que sejam de difícil compreensão e não situem claramente o leitor no espaço/tempo.

Exemplo - Turma de estudantes da UFFS visita fábrica de automóveis:

Como uma fotografia pode colaborar e acrescentar nesta matéria? Temos que, como escritores, pensar nas informações que pretendemos passar:

O que os estudantes foram fazer na fábrica? Como é esta fábrica? Quem eram os estudantes? Qual a relevância desta visita para esta turma? Os estudantes aproveitaram a visita?

Com isto em mente, procuramos a imagem que possa responder ao maior número de perguntas ao mesmo tempo. No fotojornalismo, pretendemos sempre buscar e mostrar uma ação. Ou seja, uma fotografia simples mostrando apenas a linha de montagem de automóveis pode responder a pergunta "Como é esta fábrica?", mas não responde a nenhuma das outras. Do mesmo jeito, uma fotografia mostrando os alunos alinhados em pose responde apenas a pergunta "Quem eram os estudantes?". A partir do momento, porém, que juntamos os dois assuntos em uma única imagem ganhamos em profundidade e em relevância jornalística. Ao mostrarmos os estudantes interagindo com a linha de

4. Noções básicas de fotografia jornalística

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- Existem bons sites especializados em fotografia, e alguns específicos para a fotografia jornalística. Alguns deles são:

http://provacontato.blogspot.com/http://helvioromero.wordpress.com/http://www.time.com/time/photoessayshttp://www.boston.com/bigpicture/http://blogs.wsj.com/photojournal/http: / / fotograf ia. folha.uol .com.br/

galerias

Na prática

Deve-se levar em consideração também que os conceitos expostos aqui não são regras e que muitas vezes as fotos podem fugir um pouco do usual. Às vezes, tais "desvios" podem ser positivos, e uma foto de um ângulo imprevisível e diferente pode ser a melhor de toda a sessão. Em outras ocasiões, por diversos motivos, não podemos tirar a foto que julgamos a ideal e precisamos improvisar. Por isso o fotógrafo precisa estar sempre atento aos fatos, ser criativo e pró-ativo no seu trabalho.

Reciclando o exemplo usado anteriormente, como realmente tirar aquela foto que representa toda a visita dos estudantes à fábrica de automóveis?

• Tire muitas fotos. Mesmo com o conhecimento teórico daquilo que caracteriza uma boa foto, você só poderá reconhecê-la quando as imagens já estiverem no seu computador. Na mesma linha de pensamento, você também só vai perceber muito tarde que aquela foto que na sua cabeça parecia perfeita não ficou tão boa assim. A melhor defesa é testar várias ideias e buscar soluções diferentes para a mesma matéria. Experimente planos e enquadramentos diferentes (mais sobre planos logo abaixo).

• Tenha confiança no trabalho e no seu papel como fotógrafo. Talvez possa parecer estranho sair

tirando fotos de pessoas que você não conhece sem pedir permissão, mas tenha em mente que faz parte do seu trabalho e que ser um pouco intrometido é, neste caso, uma qualidade. Olhe em volta, veja o que as pessoas estão fazendo e procure aquilo que pode dar uma boa foto. Aproxime-se do assunto da foto e aja naturalmente.

• Busque a naturalidade. Em geral, a reação das pessoas em frente a câmera é de sorrir e olhar para o fotógrafo. No entanto, o mais indicado é que a pessoa esteja olhando para aquilo que está fazendo, para que a figura do fotógrafo na imagem permaneça diluída em meio à ação e à informação. A foto pode ser posada, é claro, mas sempre buscando uma "pose" natural.

• Interfira quando necessário. Se o fotografado insiste em olhar para a câmera, se o momento que você está esperando está demorando a vir, se a pessoa está em um lugar muito escuro da sala (ou outras situações semelhantes), não tenha medo de, educadamente, solicitar para que a pessoa venha mais para perto da janela (onde há mais sol), de pedir que ela repita uma ação que daria uma boa foto ou até mesmo que ela pose para a câmera da maneira como você desejar.

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Plano aberto: fotografia que mostra uma grande quantidade de informações em um mesmo plano.

Plano fechado: fotografia que mostra ou foca um número menor de informações ou um único assunto.

Plano médio: meio termo entre dois planos anteriores. Normalmente mostra uma pessoa de corpo inteiro e mais alguns outros elementos.

Boneco ou Primeiro plano: termo usado para fotografias em que o assunto principal é uma única pessoa. Normalmente a foto apresenta apenas o rosto e um pedaço do ombro do sujeito, para fácil reconhecimento do leitor.

Exemplos de Planos

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5. Questões de Ética

A Ética Jornalística é o conjunto de normas e procedimentos éticos que regem a atividade do jornalismo. Embora geralmente não institucionalizadas, essas normas são consolidadas em códigos de ética que variam de acordo com cada país. Todos os Códigos de Ética do jornalismo incluem como valores e preceitos fundamentais do jornalismo a busca da verdade, a veracidade e a precisão das informações.

Legislação

No Brasil, o Código de Ética da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) estabelece, no art. 2º, I, que “a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários”; no art. 2º, II, acrescenta que “a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos”. Por fim, o artigo 4º afirma que “o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação”, e o art. 7º diz que: “O jornalista não pode (...) II - submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação”.

Princípios

O exercício do bom jornalismo é regido por alguns princípios fundamentais. Entre eles estão o da objetividade, o da imparcialidade e o da confidencialidade.

Objetividade: um princípio comum no jornalismo é o da “objetividade”, que

prega que o texto deve ser orientado pelas informações objetivas, não subjetivas — ou seja, descrevendo características do objeto da notícia, e não impressões ou comentários do sujeito que o observa, seja ele o próprio repórter ou testemunhas do fato.

Imparcialidade: a “imparcialidade” também é central nas discussões sobre ética jornalística. É difícil distinguir textos jornalísticos objetivos do chamado jornalismo opinativo. Jornalistas podem, intencionalmente ou não, cair como vítimas de propaganda ou desinformação. Mesmo sem cometer fraude deliberada, jornalistas podem dar um recorte embasado dos fatos sendo seletivos na apuração e na redação, focando em determinados aspectos em detrimento de outros, ou dando explicações parciais.

Confidencialidade: as fontes jornalísticas são pessoas, entidades e documentos que fornecem informações aos jornalistas, seja emitindo comentários e opiniões, verificando o rigor de dados obtidos ou aferindo a veracidade dos juízos de valor que lhes foram confiados. Em vários casos, as fontes concordam em prover estas informações desde que

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sua identidade seja preservada incógnita pelo jornalista com quem conversa. Nestas situações, o profissional (repórter, editor ou redator) tem o dever de mantê-la no anonimato e só pode revelá-la caso autorizado pela própria fonte.

Quando a fonte concorda em aparecer mas fornece uma informação pela qual não está disposta a responder ou sustentar, ou cuja publicação não autoriza, diz-se que a informação é dada “off the records” (fora de registro), ou simplesmente "em off".

Atitudes

Conforme o jornalista e professor Eugênio Bucci, para um bom jornalismo são necessárias pelo menos dez atitudes do profissional, o jornalista deve: ter o desejo dominante de descobrir a verdade; pensar nas consequências do que se publica; saber que contar a verdade não é o bastante; possuir impulso de educar; distinguir opinião pública de opinião popular – ou seja, diferenciar interesse e curiosidade pública; ter a iniciativa de combater o senso comum; mostrar coragem; apresentar disposição de admitir o próprio erro; ter justiça geral; respeitar e honrar as palavras.

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6. Manual de redação

Elaboramos algumas orientações básicas a serem utilizadas na composição dos textos jornalísticos veiculados nos meios de divulgação oficiais da universidade. Elas são importantes para padronizar algumas expressões usadas mais frequentemente e também para servir de guia prático em situações que envolvam o contato mais direto com jornalistas ou com as fontes de informação. Adjetivos: Os adjetivos só podem ser usados nas declarações ou quando se quer referir a uma opinião de uma fonte. Os juízos de valor não são compatíveis com o texto jornalístico.Ex.: O professor considera o curso a melhor forma de aprendizagem. “O curso é a melhor forma de aprendizagem”, afirma o professor.

Datas: dia da semana e, entre parênteses, o dia do calendário.Ex.: quarta-feira (14)

Horário: Hora inteira seguida do “h”, e minutos seguidos de “min”, sempre sem espaço. Para hora cheia não é necessário colocar 0min. Padrão de horário de 24 horas. Ex.: 10h20min; 22h.OBS.: Não confundir o horário com um número de horas. O número de horas vem acompanhado da palavra “horas”. Ex.: foram cinco horas de trabalho/os trabalhos começaram às 17h.

Cargos: O cargo é escrito em letra minúscula e a pasta em maiúscula. O nome sempre vem após o cargo.Ex.: O secretário Especial de Obras da UFFS, Paulo Pinto da Luz.

Números: Até nove, os números são escritos por extenso. Só saem da regra alguns números inteiros (quando não forem representação de dinheiro): cem e mil.

Ex.: Cem alunos do curso de Ciências visitaram a estação.O vídeo, de sete minutos, foi apresentado durante a abertura da programação.

Dinheiro: Usa-se a sigla de reais, dólares ou outra moeda; ou seja, não se escreve por extenso o nome da moeda. Ex.: A verba liberada para o projeto é de R$ 5mil.O custo do caderno personalizado da UFFS é de R$ 7.A construção do complexo supera os R$ 500mil.Foram R$ 2,2 milhões em investimentos.

Linguagem: Sempre evite expressões que não agregam informação: via de regra, com direito a, antes de mais nada, na ocasião, etc. Jargões também não devem ser usados em notícias: corre-corre do dia a dia, luz no fim do túnel, aplausos calorosos, abrir/fechar com chave de ouro, aparar as arestas, esteve em visita, etc. Expressões como essas tornam o texto mais pobre. Corte as expressões ou as substitua por outras mais simples, diretas e objetivas.

Abreviaturas: Se tiver necessidade de fazer abreviaturas de palavras, o procedimento recomendado é abreviá-las em uma vogal, geralmente na primeira

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letra da segunda sílaba, de modo que termine por consoante e não vogal, seguida de ponto final:A-ve–nida = Av. — Fí-si-ca = Fís. — E-di-ção = Ed.Observações:Se tiver de cortar a palavra num grupo de consoantes, mantenha-as:De-pre-cia-ti-vo = depr. (e não: dep.) — O-pti-ca = ópt. (e não: óp.)

Algumas palavras não seguem a regra geral para abreviatura: Sr.ª ou Sra. — D. ou D.ª (digno, Dom, Dona) — a.C. ou A.C. — ap. ou apto.pg. (pago) - p. ou pág. — págs. (páginas) — cx. (caixa) - bel. (bacharel)btl. (batalhão) — cel. (coronel) - f., fl. ou fol. (folha) — M.D. (Muito Digno)p.p. (próximo passado) — P.S. (escrito depois) — rem. ou remte. (remetente).

- Pela norma oficial, os títulos Dr. e Dra. (só para médicos), Sr. e Sra. devem ser escritos na forma abreviada e com inicial maiúscula: Dr. Antônio, Sr. José...

- Nas abreviaturas mantém-se o acento da palavra original, se este, é claro, cair na primeira sílaba: légua = lég. — gênero = gên. — século = séc. — crédito = créd. — débito = déb.

- Têm plural com [s] as abreviaturas dos títulos, das formas de tratamento e as formadas pela redução de palavras:S. Sas. / V. Exas. (o "S" de Sua e o "V" de Vossa, ficam invariáveis).Srs., Sras., Drs., Dras. — Sécs. 12 e 13 — Págs. 12, 13Exceção: [d.] (para dons e donas).

- Também recebem [s] as abreviaturas que se identificam com siglas: cinco PMs, duas TVs, seis HPs.

- Há abreviaturas em que os plurais, são feitos com a duplicação da letra: A. (autor) = AA. (autores) — E. (editor) = EE. (editores) — p. = pp. (páginas) – v. — vv. (versos, versículos).A duplicação da letra pode também indicar o superlativo digníssimo: DD.

- As abreviaturas do sistema métrico decimal são grafadas sem ponto e, no plural, sem [s]:9 km (e nunca 9 kms) — 120 kg (e não: kgs)4 m (e não: 4 mts) — 35 min (e não: mins) — 20 s10h30min20s (só neste caso sem espaço entre os números e a abreviatura).

- Poderão ser abreviados com [S.] os títulos São, Santo e Santa (por já se tratar de caso consagrado): S. Caetano, S. André (e não: Sto.) S. Catarina (e não: Sta.). (no texto corrido evite abreviar São e Santo)

- Por que Santo Antônio, e não São Antônio? Muito simples: Antônio começa por vogal, enquanto São Caetano e São Pedro iniciam-se por consoantes. Mas, como na Gramática sempre há exceções, aqui há algumas: Santo Tirso é uma delas. Já São Tomás e São Borja possuem as duas formas, embora a cidade gaúcha seja chamada de São Borja. Na verdade, "são" é uma forma sincopada (abreviada por cortes de fonemas e letras) de Santo.

- Os nomes de Cidades e Estados devem ser escritos por extenso:São Paulo (e não: S. Paulo) — Rio Grande do Norte (e não: RG. do Norte).Três nomes de cidades poderão, apenas nos títulos, ser substituídos por siglas: SP (São Paulo), BH (Belo Horizonte) e NY (Nova York). Use Rio, e não RJ.

- Recorra sempre à abreviatura TV para o nome da emissora, e nunca às formas Tv ou Tevê: TV Globo (e não: Tv ou Tevê Globo).

- Não abrevie outros títulos, como: prof. Mário (use professor Mário), eng. José (use engenheiro José), gen. Cásio (use general Cásio).A não ser em transcrições de documentos ou listas de promoções das Forças Armadas.

- Nos textos corridos, evite ao máximo usar abreviaturas; será melhor escrever a palavra por extenso: Comprou 4 quilos de arroz (e não: 4 kg). — Chegou às 8 horas (e não: 8 h).