Roteiro de Encontro FASE LOCAL - champagnat.org · do-o mais um momento para celebrarmos, como...

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Roteiro de Encontro FASE LOCAL

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Roteiro de EncontroFASE LOCAL

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União Marista do Brasil – UMBRASILSecretariado de Missão – FMS

ROTEIRO DE ENCONTRO

ENCONTRO INTERNACIONAL DE JOVENS MARISTASJORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

FASE LOCAL

2012/2013

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SUMÁRIO

Apresentação

Recordação dos Encontros Internacionais

Cartan de Buitrago

Itinerário de encontros

Encontro I: Conectando os corações

Retiro: Preparando meu coração: provocando mudanças a partir de meu interior

Encontro 2: O mundo, nosso lugar!

Encontro 3: Gerando vida... Ação solidária

Encontro 4: Change! faça a diferença

Palavras finais

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APRESENTAçãO

O Encontro Internacional de Jovens Maristas (EIJM 2013|CHANGE) está chegando e, como jovens Maristas, vamos preparar-nos para conectar nosso coração aos de tantos outros jovens Maristas do mundo inteiro! Que alegria poder aprofundar a vivência do Carisma Marista em uma dimensão internacional, transformando esse encontro em uma grande celebração da caminhada de evange-lização realizada em todo o Instituto!

Para sintonizarmos os corações das juventudes Maristas, construímos um itinerário de prepara-ção a ser seguido por todos os adolescentes e jovens, em todas as Províncias Maristas. Além da pre-paração para o EIJM 2013|CHANGE, a ser realizado em 2013, no Rio de Janeiro, foco principal deste material, queremos contribuir para dinamizar os grupos juvenis das Províncias. Assim, o documen-to não está destinado apenas àqueles que participarão do EIJM 2013|CHANGE no Brasil, mas a todos os grupos de jovens Maristas do Instituto.

O período preparatório se constitui de dois grandes momentos, um em nível local e outro em nível Provincial. O primeiro, dinamizado a partir deste material, contém sugestão de cinco encontros a serem realizados em grupos. Esses encontros foram organizados de maneira que os jovens pos-sam percorrer um caminho de mudança que parta de seu coração e de sua vida, passando pela dimensão do grupo rumo a uma transformação da realidade local, e contemplando uma atividade concreta de solidariedade. No segundo momento, propomos um encontro Provincial de celebração e trocas de experiências a respeito do processo de reflexão e ação de solidariedade, vivenciado localmente pelos grupos juvenis.

A essência do EIJM 2013|CHANGE está no convite a cada jovem para, em grupo, gerar mudan-ça e se fazer semente de bem e de solidariedade na realidade em que vive. A intenção é refletir que, nestes quase 200 anos de Instituto Marista, temos sido uma presença solidária entre todos os povos, educando e evangelizando, principalmente, os mais empobrecidos, como forma de tornar realidade o sonho de Champagnat.

Desejamos a todos uma boa reflexão, na esperança de que cada ação local gere compromisso e paz na realidade em que a Juventude Marista estiver presente. Que a Boa Mãe e Champagnat abençoem nossa preparação e nosso Encontro Internacional de Jovens Maristas.

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RECORDAçãO DOS ENCONTROS INTERNACIONAIS

Rumo ao EIJM 2013|CHANGE

A juventude Marista reuniu-se em um encontro internacional pela primeira vez em 2008, nos dias que antecederam a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Sydney (Austrália). Denominado “Festival Internacional Marista”, o encontro aconteceu no Colégio Marista da capital australiana – o Saint Joseph’s College –, entre os dias 10 e 13 de julho daquele ano, acolhendo mais de 700 pere-grinos Maristas, de 38 países.

A experiência de internacionalidade Marista foi tão rica que, na JMJ de 2011, em Madri, foi ofi-cializado o Encontro Internacional de Jovens Maristas (EIJM), com o lema Belivin – jogo de palavras fazendo menção ao ser (to be), ao viver (to live) e à interioridade (in). O EIJM configurou-se como im-portante momento de reflexão, debate, partilha de diferentes experiências e celebração da juven-tude Marista com o Instituto. A adesão dos jovens foi tão grande que houve a necessidade de se realizar o EIJM em quatro cidades espanholas: Alicante, Barcelona, Buitrago de Lozoya e Tui. Mere-ce destaque o EIJM realizado em Buitrago, uma vez que contou com representatividades dos cinco continentes. Com a presença do Conselho Geral, esse momento foi marcado por um precioso diálo-go, no qual a juventude pôde expressar seus sonhos e desejos e compartilhar a riqueza do Carisma Marista com os Irmãos. Como fruto desse encontro, elaborou-se uma carta da juventude Marista.

Preparamo-nos agora para o Encontro Internacional de Jovens Maristas – Rio 2013, consideran-do-o mais um momento para celebrarmos, como Igreja, a vida da juventude, sinal da presença viva do Cristo, e, como Instituto, dando respostas concretas de evangelização e solidariedade na reali-dade em que nos fazemos presentes.

O EIJM 2013|CHANGE acontecerá de 17 a 22 de julho, semana anterior à Jornada Mundial da Juven-tude, no Colégio Marista São José – Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil. Seu tema será CHANGE: FAÇA A DIFERENÇA!, e, em comunhão com a JMJ, teremos como lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19). Trata-se de um convite ousado para empreendermos uma corrente de mudan-ça que parta de nós mesmos, do lugar onde estamos, para vermos crescer o bem, a solidariedade e a presença Marista no mundo.

Para que o encontro seja, de fato, marcante e dê frutos em nossa realidade, convocamos todos os jovens Maristas para, em grupos, realizarem os encontros preparatórios, independentemente de estarem ou não no EIJM 2013|CHANGE como delegados de seu país, região ou Província. Quere-mos ver a juventude se conectando para fazer a diferença! Change! Dessa maneira, a União Marista do Brasil (UMBRASIL), representada por suas três Províncias e pelo Distrito Marista da Amazônia, expressa a alegria de coordenar a Comissão Organizadora do EIJM 2013|CHANGE. Juntos, colocamo-nos a serviço para acolher esse encontro marcante da Juventude Marista.

Desejamos que esta mensagem chegue a todos os jovens do mundo Marista e que eles, em suas realidades, sintam-se convidados a continuar sua missão. Que Marcelino Champagnat nos inspire a seguirmos com a juventude, cuidando da vida, promovendo e defendendo seus direitos e contri-buindo para a contínua construção do rosto mariano da Igreja. Vamos juntos fazer da preparação, rumo ao EIJM 2013|CHANGE e à JMJ, um jeito de ressoar o CHANGE: FAÇA A DIFERENÇA!

Comissão Organizadora – EIJM 2013|CHANGE.

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CARTA DE BUITRAGO

(Redigida pelos jovens Maristas participantes do EIJM 2011, em Buitrago, Espanha, e lida na celebra-ção de encerramento do encontro1.)

A carta dos jovens Maristas presentes no encontro Belivin – Madri, 2011 – é inspiradora para que possamos iniciar os encontros de preparação para o EIJM 2013|CHANGE. Podemos buscar nela os elementos que nos mobilizam a reafirmar nosso carisma e a nos tornar protagonistas de outro mundo possível.

Nós, jovens Maristas, reunidos no Encontro Internacional de Buitrago, queremos agradecer a opor-tunidade de viver esta experiência na qual experimentamos um mesmo espírito, um carisma Marista. Agradecemos muito ao Instituto Marista por acompanhar-nos e mostrar-nos tudo quanto Jesus, Maria e Marcelino Champagnat podem trazer para nossas vidas; por apostar em nós como agentes Maristas; por crer em nós enquanto pessoas com variadas capacidades. Agradecemos a missão do Instituto e o exemplo que vive e transmite; agradecemos por ser luz e esperança nas realidades de cada Província e por oferecer-nos um modelo para nossas vidas, ajudando-nos a sermos pessoas e a melhorar o mundo.

Obrigado por ser uma instituição aberta: o espírito de família e a acolhida, a qualquer hora, em qual-quer momento, fazem com que nos sintamos parte dessa família. Este espírito permitiu que no encon-tro pudéssemos continuar a descobrir e a partilhar o carisma Marista. Agradecemos a oportunidade de poder partilhar a fé com outros jovens, porque isso nos alimenta a esperança de transformar o mun-do segundo o projeto de Jesus.

Atentos à realidade do mundo

Jovens, somos parte do mundo e, portanto, queremos caminhar rumo a um mundo novo, uma terra nova; terra que viva em paz e onde os mais pobres possam viver em condições de igualdade, onde pos-samos chegar ao entendimento, por meio de relações mais sadias e de maior compreensão.

Cremos que é importante conhecer a realidade em que vivemos e suas necessidades para encon-trar respostas adaptadas ao nosso mundo atual. Cremos que a solidariedade é a forma de expressar a presença de Deus no mundo. Marcelino Champagnat soube ver as situações de seu tempo e dar-lhes resposta. Atualmente, encontramo-nos ante uma realidade marcada pela crise de fé, de injustiça, de degradação ambiental e, Maristas, devemos estar preparados para agir em face dessa situação, por intermédio da educação.

Queremos favorecer uma mudança das estruturas do mundo, da Igreja, do Instituto Marista, para que estejam a serviço da sociedade, especialmente dos mais desfavorecidos – no material e no espiritual.

Jovens Maristas hoje

Jovens Maristas, sentimo-nos corresponsáveis com os Irmãos e Leigos, na missão Marista. Queremos transmitir vida – onde quer que estejamos – porque é o que sabemos fazer melhor.

1- O texto pode ser acessado em: <http://www.champagnat.org/NM/pdf/175_PT.pdf>.

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Queremos um mundo vivo, um mundo que sente e que ama: tudo o que fizermos com amor sincero é bom para todos. Queremos viver e celebrar a fé sem complexos, com espiritualidade, sendo portado-res da Boa-nova, com coragem e perseverança.

O que podemos oferecer ao mundo é nosso testemunho, nosso amor, nosso compromisso e nossas próprias pessoas. Queremos cultivar um olhar global, mas sem perder de vista que precisamos traba-lhar em nível local. Queremos desenvolver essa tarefa, sendo protagonistas em cada um de nossos países, em todos os nossos movimentos, nas escolas e nas universidades... porque assim atualizaremos a experiência de L’Hermitage no mundo de hoje.

Aos Irmãos

Jovens Maristas, precisamos também de algumas mudanças para sentir-nos mais próximos de vocês. Não permaneçam fechados na esfera do Marista; ajudem a abrir-nos à Igreja em seu conjunto, no mun-do. Busquem conosco um equilíbrio dentro da missão partilhada entre Irmãos e Leigos, mas não per-cam sua identidade de Irmãos; necessitamos que, continuamente, atualizem a instituição de Marcelino de forma humilde e próxima.

Nós, jovens, precisamos que os Irmãos não receiem anunciar a palavra de Deus, a mensagem de Jesus e o testemunho de sua vida Marista. É realmente vital e crucial que vocês sejam revolucionários e for-tes nessa questão, nas sociedades em que vivemos. Temos muito clara nossa identidade Marista, mas também temos necessidade de sentir-nos Igreja; de poder ser o rosto mariano da Igreja, hoje; de sentir-nos parte e força da Igreja, abertos aos diversos carismas que há na Igreja.

Partilhamos a preocupação do futuro devido ao envelhecimento dos Irmãos, em algumas partes do Instituto, o que pode trazer um distanciamento da Missão. Fomentar a presença dos Irmãos entre as crianças e jovens. Incentivar a formação do espírito Marista e a proximidade dos Irmãos, para favo-recer as vocações Maristas, seja de leigos, seja de Irmãos.

Propostas concretas

Possibilitar a criação de Comissões de jovens Maristas, em nível local, provincial, regional e interna-cional, para continuar a gerar e compartilhar inquietações e propostas relativas à vida dos jovens e do Instituto Marista (possibilitar a participação na próxima Assembleia da Missão Marista).

Comprometer-nos com a defesa dos direitos da juventude, através da participação nas institui-ções políticas.

As novas tecnologias são boa oportunidade para nos sentirmos em rede, para facilitarmos o contato, para nos sentirmos próximos, para partilharmos, propormos respostas à situação dos jovens no mundo (chat, blog, redes sociais). Ter, como referência de nosso trabalho pastoral, o documento “Evangeliza-dores entre os jovens”.

Propomos que se favoreçam os intercâmbios culturais, entre Províncias e em nível regional, para que continuemos conscientes de que a realidade vivida em nossas comunidades é muito diferente da-quela vivenciada em outros lugares. São necessários encontros de jovens para partilhar experiências de vida e propiciar intercâmbios para promover a pastoral juvenil numa realidade diferente, porque isso favorece o crescimento pessoal e, ao mesmo tempo, é trabalho Marista. Conhecer outras realida-des faz nascer um compromisso para com os outros e nos dá uma visão global, na hora de trabalhar na dura tarefa de mudar o mundo; eis a boa-nova deste Encontro.

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ITINERáRIO DE ENCONTROS

Uma caminhada de fé e ação rumo ao EIJM 2013|CHANGE e à JMJ – Rio 2013.

Os encontros propostos neste documento estão organizados com sugestões de atividades, mate-riais, orações e textos que ajudam os jovens a coordenarem os encontros. Contudo, como são suges-tões, necessitam ser adaptados à realidade local, podendo ser utilizados outros materiais, presentes na cultura de cada localidade, os quais complementem as reflexões. Dessa forma, a criatividade e as novas ideias sobre as possíveis maneiras de se fazer esses encontros podem ser partilhadas no site do EIJM 2013|CHANGE: <www.2013change.org>. Quem sabe sua ideia possa inspirar outros jovens.

Os encontros seguem alguns passos: ambientação; acolhida; oração; dinâmica; palavra de Deus e exemplo de Champagnat; partilha; compromissos pessoais e coletivos; mensagens etc. Em cada encontro, são sugeridos canções, filmes e/ou vídeos. Os arquivos de áudio e os vídeos ficarão dispo-níveis no portal do EIJM 2013|CHANGE (www.2013change.org), na área de download.

Cada Unidade local ou grupo é convidado a desenvolver os encontros, fazer as reflexões e realizar atividades concretas de solidariedade, encontrando, localmente e provincialmente, espaços de par-tilha dessas experiências. Aos jovens que participarão do EIJM 2013|CHANGE, essa preparação é de fundamental importância para garantir a essência do encontro.

Procuramos construir esse itinerário com você, jovem Marista, e contamos com sua parti-cipação, enviando sínteses dos encontros, fotos, músicas, vídeos e depoimentos para o site do EIJM 2013|CHANGE.

Os grupos

A centralidade do processo preparatório para o EIJM 2013|CHANGE está na formação de peque-nos grupos, organizados para vivenciar momentos de espiritualidade, partilha e solidariedade. Eles podem ser formados e coordenados tanto por adultos quanto por jovens – alunos, educandos, jo-vens Irmãos, ex-alunos/ex-educandos etc. – que, partilhando do carisma Marista, tenham o desejo de aprofundar sua fé e se dedicar às ações de solidariedade na realidade em que estão presentes.

Existe a possibilidade de que esses encontros sejam vivenciados tanto por grupos já consolidados (uma vez que os jovens participantes já se conhecem e mantêm vínculos) como por jovens que ainda vão se conhecer. Nesse último caso, os encontros preparatórios podem servir como o primeiro passo para a constituição de grupos na proposta da Pastoral Juvenil Marista�.1

1 A Pastoral Juvenil Marista é uma das propostas de evangelização da juventude, desenvolvida pelo Instituto Marista e fundamentada no documento: COMISSÃO INTERNACIONAL DA PASTORAL JUVENIL MARISTA. Evangelizadores entre os jovens: documento de referência para o Instituto Marista. Disponível em: <http:www.champagnat.org>. Acesso em: 30 ago. 2012.

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Os encontros

Os encontros foram pensados como um caminho rumo à solidariedade e à partilha de vida. Os participantes são chamados a empreender uma mudança que parta do próprio coração, soman-do-se à dos outros jovens que, observando a realidade, buscam realizar ações de solidariedade em sua região. Essas ações podem gerar comprometimento com uma causa e/ou uma comunidade e ressaltar a importância da presença Marista naquela realidade.

Apresentamos, a seguir, o itinerário do processo preparatório:

• Encontro 1: Acolhida – Conectando os CoraçõesO primeiro encontro tem como objetivo integrar os jovens nos grupos preparatórios para o EIJM 2013|CHANGE. É o momento de se conhecerem e de se comprometerem a viver o grupo nos en-contros que se seguirão, cuidando uns dos outros e constituindo uma comunidade cristã, unida pelo carisma Marista.

• Retiro: Preparando meu Coração: provocando mudanças a partir de meu interiorTrazemos o coração e a pessoa de Jesus como referência de abertura para o outro, de acolhida das diferenças e do amor incondicional. Organizado em forma de retiro, esse encontro pode ser realizado em qualquer fase do período preparatório, ou seja, não precisa, necessariamente, ser o segundo passo dele, mas deve acontecer como um momento-chave de reflexão e espiritua-lidade profunda.

• Encontro 2: O Mundo, Nosso LugarSeu objetivo é possibilitar que os jovens consigam lançar um olhar crítico sobre a realidade, procurando ver nela as mudanças necessárias para um processo de transformação. Os jovens são conclamados a seguir o exemplo de Champagnat, buscando, em seu contexto, as realidades que precisam ser mudadas, e também, pensando como ser uma presença Marista significativa.

• Encontro 3: Gerando VidaNesse encontro, os grupos são desafiados a planejar uma ação de solidariedade, para que, de forma concreta, possam agir para transformar a realidade. Esse é o momento de planejar a ação solidária, no qual cada jovem é convidado a ouvir o chamado de Deus para ser missio-nário. Tomando como exemplo Maria, que, sensível às dificuldades de seu próximo, intervém para transformar a realidade de tristeza em celebração da alegria, o grupo se colocará dispo-nível para a missão.

• Encontro 4: Change! – Celebração da JuventudeÉ um momento de celebração da caminhada do grupo, de gratidão pela partilha de vida e pela oportunidade de agir na realidade. É, também, um tempo propício para assumir e renovar o com-promisso, como grupo, em prol da vida da juventude e da construção de “outro mundo possível”.

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ENCONTRO I: Conectando os corações

ENCONTRO DE ACOLHIDA: AQUECER O CORAÇÃO, ACOLHER NOSSAS VIDAS!

Ambientação

A ambientação é muito importante e deve trazer os elementos que sejam familiares à vida dos jovens. Assim, todos se sentirão acolhidos, envolvidos e estimulados a participar. O roteiro a seguir pode ajudar a preparar o ambiente para criar um clima aconchegante e propício à reflexão e à interação.

Materiais necessários:

• Frase escrita num cartaz: “Change: Faça a diferença!”. • Corações feitos em cartolina e cortados ao meio – de forma a se encaixarem com a outra

metade – deverão ser distribuídos aos participantes (uma metade para cada), contendo mensagens de afeto.

• Músicas.• Papéis e canetas.

Acolhida

O Encontro Internacional de Jovens Maristas nos convida a fazer a diferença, onde quer que estejamos: Change! Ele terá um significado muito especial, que será revelado em nossas vivências como grupo e ao longo dos encontros. Convidamos cada participante a pegar uma metade do cora-ção e procurar a outra parte que o completa. Quando a encontrar, formará um só coração, com as duas partes, e conversará com o possuidor da outra metade, partilhando as expectativas para esses encontros preparatórios e sobre o que este lema nos leva a refletir: “Change! Faça a diferen-ça!”. Vamos nos conectar!

(É importante disponibilizar um tempo para que os jovens se misturem e interajam, até que todos tenham encontrado as metades e lido o que está escrito no coração. E, durante esse tempo, sugere-se deixar uma música animada tocando ao fundo).

Já que o tema é Change, pedir que os participantes escrevam, nesse coração, um valor que, para a dupla, é fundamental quando se trata de mudanças. Guarde-o até a celebração do último encontro.

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Oração

(Ir. João Batista Pereira)Senhor, nosso grupo quer oferecer a Ti todas as experiências deste encontro. Oferecemos nossos anseios, nossas limitações e todo o nosso ser.Como participantes deste grupo, oferecemos a Ti todo o nosso ser.Faze de nós um instrumento de teu amor e de tua bondade. Que possamos sentir Tua presença neste encontro e no restante deste dia. Que possamos sentir, em cada membro de nosso grupo, o Teu infinito amor.Senhor, oferecemos a Ti nossos sofrimentos, nossas dificuldades, nossas incertezas e angústias; ofe-recemos a Ti nossa mente, nosso coração, nosso ser e agir. Que possamos, cada vez mais, revelar Sua face àqueles que jamais a vislumbraram. Enfim, oferecemos a Ti todas as nossas ações deste dia, para que tudo seja feito em favor de nosso crescimento humano e do amadurecimento de nossa fé.Amém!

Dinâmica de integração

Uma viagem atrapalhada:Arrume as malas! Vamos usar um pouco de imaginação. Daqui a algumas horas, você vai viajar

para uma ilha deserta, onde morará durante alguns anos. A viagem é longa e o seu navio não com-porta muita bagagem. Apenas dez objetos podem ser levados. Esses objetos podem ser de qualquer tamanho, peso ou valor.

Trata-se de mais uma esquisitice das companhias de navegação. Não tem jeito: mesmo com toda argumentação possível, a única solução é começar a fazer a lista dos dez objetos que você considera mais importantes.

Anote no papel os pertences que lhe vierem à mente. Pode ser o carro, o cão de estimação, o fogão, a televisão, o material de costura etc. Qualquer coisa. Uma dica: ao confeccionar sua lista, lembre-se de que o lugar é deserto e totalmente sem recursos.

Um inconveniente de última hora!

Agora que você tem tudo organizado, devidamente encaixotado, embarcado e já se encontra em alto mar, surge um problema de última hora. Sérias avarias no navio obrigam toda a tripulação a aliviar a carga. O comandante ordena que você jogue cinco objetos de sua lista no mar. A decisão é difícil, mas tem de ser obedecida. Agora, faça uma nova lista e fique apenas com os cinco objetos que considera de maior valor.

Compartilhe sua decisão:Em pequenos grupos (quatro pessoas), compartilhem suas decisões, falando quais foram as cinco

coisas com as quais escolheram ficar e quais resolveram jogar fora. É importante explicar o porquê das escolhas e os sentimentos que vieram à tona diante delas.

(Observa-se que todos acabarão por revelar quais são seus grandes valores atualmente. A partilha po-derá ser feita com todo o grupo, caso seja viável. Vale ressaltar que a discussão deve refletir os valores que damos para as coisas, para a vida, para as pessoas).

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Jesus nos fala

Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou: Quem dizem as multidões que eu sou? Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que tu és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. Pedro respondeu: “O Messias de Deus”. Então Jesus proibiu seve-ramente que eles contassem isso a alguém. E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. Depois, Jesus disse a todos: “Se al-guém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde sua vida por causa de mim, esse a salvará. De fato, de que adianta um homem ganhar o mundo inteiro, se perde e destrói a si mesmo? Se alguém se envergonhar de mim e das minhas pala-vras, o Filho do Homem também se envergonhará dele quando vier na sua glória, na glória do Pai e dos santos anjos. Eu garanto a vocês: alguns aqui presentes não morrerão sem ter visto o Reino de Deus” (Lc 9,18-27).

Exemplo de São Marcelino Champagnat

A fundação das escolas de Saint-Sauveur e Bourg-Argental despovoara o novi-ciado. Já não havia nem postulantes nem noviços, e todos os Irmãos da casa-mãe se achavam ocupados nas escolas da paróquia ou no cuidado dos bens temporais. Se, por um lado, o Pe. Champagnat tinha grandes consolações, pelo êxito obtido por seus filhos em todos os lugares e pelo afã dos municípios em solicitá-los, por outros, angustiava-o muito a escassez de vocações. Nos três últimos anos, recebera apenas três ou quatro aspirantes e nada permitia antever que se apresentassem outros, pelo menos em número suficiente para satisfazer às solicitações. Essa penúria, que amea-çava a própria existência da pequena congregação, foi, para o Fundador, verdadeira provação, que, longe de desanimá-lo, serviu para aumentar-lhe o zelo e a confiança em Deus. Sem recurso humano para resolver a situação, convicto, aliás, de que a devoção é obra de Deus, o qual a dá e encaminha os chamados para as comunidades que deseja abençoar, depositou na divina bondade toda confiança e lhe dirigiu ar-dentes súplicas para que lhe enviasse novos filhos.

Recorreu também a Maria, em cuja proteção depositava ilimitada confiança. Ce-lebrou a santa missa, fez muitas novenas em sua honra. Deu-lhe a entender, com simplicidade de criança, que, sendo ela mãe, superiora e protetora da casa, tinha obrigação de cuidar e não deixar que ela desmoronasse:

“Senhora, o empreendimento é seu. A Senhora nos reuniu, mesmo contra as adver-sidades do mundo, para trabalharmos para a glória de seu Divino Filho. Se não vier em nosso auxílio, vamos acabar minguando como lâmpada que não tem mais azeite. Agora, se o empreendimento acabar, o que estará acabando não será o nosso, mas o seu. Pois aqui na família foi a Senhora que fez tudo. Contamos com a Senhora, com seu auxílio poderoso, e estaremos sempre contando com ele”.

A Mãe de misericórdia, comovida com a confiança de seu servo, ouviu-lhe as súpli-cas. Atendeu-o, mostrando-lhe que não confiara nela em vão. Atingimos, na verdade, uma fase na qual a congregação, que parecia fadada à esterilidade, retoma impulso verdadeiramente prodigioso. Mais admirável ainda, é o meio usado por Deus para torná-la conhecida e lhe trazer os jovens destinados a ele. Em suas mãos poderosas,

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qualquer instrumento é bom para atingir seus objetivos. Comprova isso o fato de que se valeu de um homem indigno, um religioso renegado, para realizar seus desígnios de misericórdia, em favor da congregação nascente, e lhe trazer vocações.

(FURET, Jean-Batiste. Vida de São Marcelino José Bento Champagnat, 1999. p. 89-90.)

Partilha da palavra e da vida

Em pequenos grupos, considerando as leituras e nossa própria vida, vamos partilhar:

• Quem é Jesus para mim? Onde Ele está presente? Que valores do Reino eu consigo vi-ver no dia a dia?

• Como eu sinto e transmito a mensagem de Jesus em minhas relações cotidianas?• Qual a importância do projeto de Champagnat para o mundo? Em que eu tenho colaborado

com esse projeto?• Quais são os valores Maristas que eu desenvolvo em minha vida?

Compromissos pessoais e coletivos

Para caminharmos juntos nesse itinerário preparatório rumo ao EIJM 2013|CHANGE, somos cha-mados a nos comprometer com o grupo, participando dos encontros e contribuindo com as reflexões.

(Pedir aos jovens que digam uma palavra relacionada ao compromisso pessoal que assumem nessa caminhada rumo ao EIJM 2013|CHANGE).

Mensagens coletivas

Neste nosso primeiro encontro, pudemos perceber que não estamos sós na caminhada: muitos são os que querem fazer a diferença na própria vida e contagiar outras pessoas e realidades. Ins-pirados por Jesus e por São Marcelino Champagnat, queremos todos ser sementes do bem e tornar fecunda a presença Marista no mundo.Em sintonia com todo o Instituto Marista, vamos refletir sobre nossos valores e sobre a maneira como os revelamos em nosso dia a dia.

(Neste momento de reflexão, podem ser usadas as letras de músicas anexas, a história dos valores ou outros textos e músicas presentes na cultura local e que tragam como mensagem a reflexão sobre o sentido da vida).

Para o próximo encontro

Neste encontro, conhecemo-nos e nos disponibilizamos a vivenciar, como grupo, esse caminho de preparação para o EIJM 2013|CHANGE. Trazemos o coração aquecido e pronto para se conectar a outros jovens do mundo inteiro.

(Caso o próximo encontro seja o retiro, comunicar aos participantes que se trata de um evento de refle-xão e partilha e que tragam uma Bíblia).

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Oração final

Sejam teus olhos abertos pelo toque de Deus, para não tropeçares em caminho algum. Sejam os teus lábios agraciados com o sabor do amor de Deus e as tuas palavras sejam doces ao teu pró-ximo. Sejam as tuas mãos acariciadas pelas mãos do Deus Pai-Mãe, para nunca as tuas mãos, nem as de teus filhos e amigos, tocarem em armas. Sejam as tuas ações inspiradas pela cumplicidade do olhar manso de Deus, para poetizares sobre o mundo que muitos homens esqueceram como fonte de alegria. Em nome de Deus, em nome de Cristo e em nome do Santo Espírito, seja assim para sempre. Amém.

Sugestões para aprofundamento

• Filme: CORRENTE do bem. Produção de Peter Abrams, Paddy Carson, Robert L. Levy. EUA: War-ner Bros., 2000. 1 DVD (122 min.).

• Músicas: Certas coisas pra dizer – Jorge Trevisol.Wind of change – Scorpions. Sementes do amanhã – Erasmo Carlos.

Os dons de Deus

Um dia, um homem entrou numa loja e, estupefato, viu um anjo atrás do balcão. Maravilhado com aquela visão, perguntou: “Anjo, o que vendes?”. O anjo respondeu: “Todos os valores de Deus”. O homem voltou a perguntar: “E custam caro?”. E a res-posta do anjo foi: “Não. É de graça... é só escolher”. O homem, todo feliz, olhou para toda a loja e viu jarras de vidro de fé, pacotes de sabedoria, caixas de felicidade... Não estava acreditando que poderia adquirir tudo aquilo. “Por favor, embrulhe para mim, muito amor de Deus, bastante felicidade, abundante perdão d’Ele, amor ao próximo, paciência, tolerância...”. O anjo anotou o pedido e foi separar os produtos. Ao retornar, entregou-lhe vários pacotinhos, que cabiam na palma da mão do homem. Espantado, ele indagou: “Como pode você me dar apenas esses pacotinhos?! Eu quero levar uma grande quantidade dos dons de Deus”. O anjo respondeu: “Querido amigo, na loja de Deus nós não vendemos frutos. Apenas sementes”.

(MILITÃO, A.; MILITÃO, R. Histórias & fábulas aplicadas a treinamento. São Paulo: Qua-litymark, 2008. Disponível em: <http://www.metaforas.com.br/metaforas/metaf20061230.asp>. Aces-so em: 30 ago. 2012.)

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RETIRO

PREPARANDO MEU CORAÇÃO: PROVOCANDO MUDANÇAS A PARTIR DE MEU INTERIOR

Ambientação

Por se tratar de um retiro, é preciso buscar um espaço que propicie a reflexão, a partilha, o conta-to com o Eu interior e com Deus. É necessário também que o coordenador desse retiro leia o roteiro com antecedência e providencie os materiais necessários para posibilitar aos jovens o registro de suas reflexões.

Materiais necessários

• Cópias das fichas anexas.• Símbolos e imagens que lembrem os cinco sentidos.• Canetas ou lápis.• Bíblia. • Músicas, símbolos e gestos que contribuam para tornar profundo esse momento.• Corações de cartolina.

Recomendações importantes

Reservar um tempo maior para o retiro, de forma que a pressa não atrapalhe a meditação, a reflexão pessoal e a partilha.A Bíblia assume um lugar importante neste encontro. A Palavra de Deus traz segurança para a caminhada pessoal e do grupo. É importante que cada pessoa traga sua Bíblia ou que exemplares sejam disponibilizados pela coordenação do retiro.É fundamental trazer canções que sensibilizem os participantes para o momento do retiro.

Reflexão final Este encontro tem o objetivo de propiciar um momento significativo com nós mesmos, com nos-

sos sentimentos, nossa espiritualidade, nossas forças e limitações. É por meio de um encontro sin-cero conosco que somos capazes de mudar nossa maneira de agir e de reagir às situações diárias, reforçando o que temos de melhor e transformando aquilo que não contribui para uma convivência fraterna e justa. Objetiva, também, ser um momento profundo de encontro com Deus, que se mani-festa em nossa vida cotidiana e nos impulsiona a transformar a realidade a partir de uma mudança em nosso coração. Embasados na Pessoa de Jesus, somos convidados a perceber nossos sentimen-tos, nosso modo de ver, ouvir, falar e sentir a realidade.

Escolhemos, como elementos que nos ajudarão a vivenciar o retiro, os nossos cinco sentidos. Com isso, queremos refletir como eles podem se transformar em fontes que nos ajudam a ser e a fazer os outros felizes.

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Para iniciar, cada pessoa deverá receber um coração de cartolina e, após um instante de silên-cio, escrever o que está sentindo no momento: as preocupações, as pessoas e as situações que tra-zem em seu coração. Antes de partir para a reflexão pessoal, ouvir uma canção que toque os cora-ções neste momento.

Cada pessoa levará consigo a Bíblia, a folha anexa impressa, o coração de cartolina e os textos que se seguem, para que, individualmente, possa fazer a leitura, refletir e registrar. Após o momen-to pessoal, todos retornam para o grande grupo, para fazer a partilha.

(Enquanto os participantes estiverem em reflexão pessoal, a coordenação organiza o espaço de parti-lha do grupo, usando imagens dos sentidos, a Bíblia e outros símbolos Maristas e cristãos (de acordo com as possibilidades e realidades locais). Ao centro, colocar um grande coração contendo o nome de todos os participantes do grupo.)

REFLExÃO PESSOAL

Durante este momento pessoal, você é convidado a olhar para si, para a maneira como tem usa-do seus sentidos diante das situações cotidianas e nas relações com as pessoas. Ao refletir sobre cada sentido, vá colocando, na folha, os elementos que surgem em seu coração sobre: “Meus sen-tidos à luz da pessoa de Jesus”. Esses elementos contribuirão com a síntese para a partilha final.

A visão

Olhar e ver a realidade: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” (José Saramago, Ensaio sobre a cegueira).

Normalmente, atribuímos o mesmo sentido para as ações de olhar e ver. Contudo, olhar corres-ponde ao ato de colocar os olhos sobre algo sem, contudo, envolver-se ou aprofundar o sentido desse olhar. Ver remete a algo profundo. Está voltado para o estabelecimento de uma relação com o objeto, a situação ou a pessoa que está ou não em nosso campo de visão. Trata-se de enxergar, de ir além daquilo que os olhos alcançam.

Vamos começar a reflexão pensando sobre a maneira como temos olhado para as pessoas e as coisas à nossa volta. Diariamente, salta a nossos olhos uma infinidade de estímulos. Presenciamos muitas situações, mas, muitas vezes, não nos dispomos a vê-las com autenticidade e compaixão. Ao mesmo tempo em que percebemos nosso olhar carinhoso e atento para com as pessoas, facil-mente, destacamos situações em que prevalece uma visão carregada de preconceitos, de desprezo e de indiferença.

O exercício de refletir sobre o modo como lançamos nosso olhar para a realidade nos leva a pen-sar sobre nossa fé, sobre quanto dela está presente na forma como olhamos o mundo e as pessoas.

Vamos ler os trechos bíblicos a seguir percebendo, à luz da Palavra de Deus, o que necessita ser transformado na forma de vermos aqueles à nossa volta e em nossa realidade:

• Salmo 123(122): como os povos oprimidos elevam seus olhos a Deus.• Lc, 7,44: a maneira como Jesus vê os marginalizados e desprezados.

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• Mt 9,9 ou Lc 22,61-62: o modo como Jesus vê seus discípulos.• Lc 21,1-2: como Jesus vê as pessoas simples.• Lc 13,12: como Jesus vê as pessoas enfermas.

Neste momento de tomada de consciência de seu modo de ver, podemos perguntar:

• Você está em paz com sua consciência e com seu modo de ver a vida, as situações e as pessoas?• O que atrai sua atenção nas pessoas e nas situações?• Você tem visto, verdadeiramente, as pessoas?• Seu modo de ver o deixa tranquilo ou inquieto?• Você tem se deixado surpreender pelo modo como Jesus o vê?

Esse pode ser o primeiro passo para começar a olhar e ver de outra maneira. Basta começar!

A audição

Assim como a visão, às vezes, confundimo-nos ao associar o ouvir ao escutar. Todos os dias, es-tamos expostos a muitos ruídos e sons que povoam nosso entorno. Há sons agradáveis e outros que nos incomodam. Mas há uma diferença substancial entre o ato de ouvir e a ação de escutar. Ouvir pode ser entendido como o uso da audição enquanto instrumento para distinguir sons sem, contudo, atentar-nos para o que eles provocam em nós. Escutar é uma ação mais complexa. Requer disponibilidade e desejo de ir além dos sons e ruídos, captando a essência, que, em um primeiro momento, é inaudível. A fé em Deus também está relacionada à nossa capacidade de escutar, de se colocar disponível, de ser presença significativa na vida daqueles à nossa volta.

É possível aprender com Jesus e com o povo de Deus a escutar e a empreender mudanças signifi-cativas em nossa forma de ouvir:

• Jn 4,34: escutar a vontade do Pai;• Jn 5,6: estar atento às necessidades do povo;• Dt 6,4: escutar os preceitos de Deus;• 1 Sm 3,10-11: escutar o chamado de Deus;• Mt 13, 4-9: estar atento aos sinais do Reino de Deus. A partir dessas leituras, procure refletir:

• O que você tem ouvido nos últimos dias deixa-o em paz?• Você tem se dedicado mais a ouvir ruídos externos ou a escutar apenas aquilo ou aqueles

que lhe trará alguma forma de benefício?• Você tem dedicado tempo a escutar seu próprio coração?• Você tem escutado o chamado de Deus para a missão?

É possível mudar a maneira de escutar? Vamos tentar?

O paladar

Com a pressa do dia a dia, muitas vezes, não paramos para tomar consciência daquilo que come-mos ou bebemos. Muitas vezes, fazemos as refeições de maneira mecânica, sem nos importarmos com o sabor do alimento, com o benefício ou malefício que traz à saúde ou, ainda, com as pessoas que nos acompanham nessas refeições.

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Vamos tomar consciência dos sabores que nos despertam sentimentos de prazer, que nos lem-bram de nossa infância ou de momentos bons de nossa vida. Quais sabores são agradáveis aos amigos mais próximos ou marcaram sua vida e de outras pessoas queridas? Tomemos consciência também dos sabores desagradáveis, que trazem lembranças ruins, ou das vezes em que perdemos o gosto pela vida.

Nossa fé também nos ajuda a optar por uma vida com sabor e a nos tornar sabor agradável

na vida dos outros. Assim, podemos perceber, na caminhada do Povo de Deus e na vida de Jesus, alguns elementos que nos ajudam a refletir sobre o paladar:

• Lc 14 34-35: ser sabor na vida dos outros;• Sl 34(33),9: Deus é sabor agradável em nossa vida;• Mt 26,26-28: Jesus se dá como alimento;• Jo 2,1-10: Jesus transforma água em vinho.

À luz desses textos, convidamos você a refletir:

• Que sentimentos esses textos provocam em você? • Você tem sido um sabor agradável na vida das pessoas?• Sente falta de algo que dê sabor à sua vida?

É possível mudar os sabores que povoam nossa vida e ser sabor agradável àqueles que cami-nham conosco. Basta começar!

O olfato

Vamos trazer à memória a variedade de cheiros e odores que cotidianamente nos cercam, procu-rando identificar os agradáveis, os intensos, que nos remetem a situações de felicidade e alegria. Os perfumes que nos recordam lugares e situações, os cheiros de comidas e bebidas, o odor dissemi-nado pela natureza. Não são apenas as coisas, mas também as pessoas que nos atraem pelo bom odor que exalam e nos cativam pelo bem que fazem, pela resignação diante das dificuldades, por seu exemplo de solidariedade.

A fé também é um perfume que nos envolve. Na Palavra de Deus, podemos identificar elemen-tos que nos ajudam a tomar consciência do quanto podemos irradiar o bom perfume na vida dos que nos cercam:

• 2 Cor 2,14: a graça de sermos o bom odor do Cristo ao fazermos boas obras;• At 10, 38: unção que nos impele a fazer o bem;• Gn 27,27: o perfume que exala a bênção de Deus;• Fl 4,17-19: o sacrifício agradável a Deus.

Nesse sentido, levantamos algumas questões para sua reflexão pessoal:

• Que sentimentos vêm à tona ao se lembrar dos odores que o cercam?• Em que aspectos de sua vida pode estar faltando o bom perfume?• Quando você sente ser um odor agradável na vida das pessoas que caminham ao seu lado?

Experimente mudar de ares. Viva a experiência de ser um perfume novo na vida das pessoas!

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O tato

Olhando para nossas mãos, somos capazes de pensar na infinidade de coisas que fazemos cotidia-namente. Dentre essas coisas, podemos destacar ações que provocam o bem, causam o sentimento de felicidade e gratidão em muitas pessoas. Contudo, da mesma forma que constroem o bem, por vezes, elas podem ser instrumento de destruição e maldade.

Nossas mãos e todo o nosso corpo são sensíveis ao ambiente e contribuem para nos relacionarmos com as pessoas e o mundo. Com nosso corpo, podemos tocar, abraçar, acariciar. Ele pode ser um for-te instrumento de transformação.

Nossa fé é demonstrada por nossas ações. Nosso agir está repleto do que trazemos em nosso coração. Nas ações de Jesus e na caminhada do Povo de Deus, podemos encontrar inspiração para nossas ações:

• Sl 119(118),73: as mãos de Deus nos formaram;• Sl 8: tudo que Deus fez é bom e grandioso;• Mc 1,40-45: Jesus abre as mãos para curar;• Mt 9,18-19; 23-25: Jesus traz à vida.

A partir desses trechos da Palavra de Deus, chamados a uma reflexão pessoal:

• O que você sentiu ao ler esses textos?• O que eles provocaram em você?• De que maneira seu toque tem marcado as pessoas?• Que instrumento você é na vida das pessoas?

Todo o nosso ser é dádiva de Deus! Com nossas potencialidades e limitações, somos chamados a ser instrumentos de paz, de amor e de solidariedade. Assim, podemos transformar o mundo!

Terminadas as reflexões a partir dos sentidos, feche seus olhos. Faça um resgate dos sentimentos que saltam em seu coração. Pergunte-se: de que maneira Deus está falando por meio dos meus sen-tidos? Que mensagem fica dessa experiência de me retirar para sondar meu coração?

Como forma de síntese, escreva, no verso do coração, uma palavra ou frase que traduza seu sentimento.

Partilha em grupo

(Em um espaço formado enquanto o grupo estava em reflexão pessoal, os jovens são chamados a partilhar, de maneira espontânea, sobre a vivência que acabaram de fazer. Esse momento pode ser iniciado com um pequeno texto, um vídeo ou uma canção que desperte o desejo da partilha).

Fomos convidados a fazer uma experiência de silêncio e reflexão a partir de nossos sentidos e à luz da Palavra de Deus. Agora podemos partilhar o que sentimos:

Que desafios foram revelados durante as reflexões pessoais?Que novidade os textos bíblicos apresentaram?Que mudanças são necessárias para uma vida mais harmoniosa e feliz?

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Compromissos pessoais e em grupo

Após essa reflexão profunda a respeito da forma como nossos sentidos são estimulados pela cor-reria do dia a dia, vamos pensar em formas práticas de mudar nosso jeito de ver e viver a realidade e as relações estabelecidas com os demais. Cada pessoa pode falar do compromisso pessoal que assume nesse processo de mudança.

MENSAGEM DE DESPEDIDAMúsica: Corazón – Jarabe de Palo.

Oração final

Salmo do seguimento:

Senhor! Fazendo teu caminho, abriste caminho. És caminho!Anunciaste a verdade, vivendo em transparência...És verdade!Comunicaste a vida, sendo vida de Deus, És vida!Começaste a caminhar, em ritmo de êxodo, como teu povo.De tua vida fizeste um dom radical.De teu estilo de vida fizeste um sinal de contradição.Chegastes ao profundo do coração da pessoa humana.De Tua Pessoa fizeste um chamado insistente para seguir-Te.Filho do Homem, com pés descalçados, estrada após estrada...Tu chamas para seguir-Te. E buscas a pessoa de entre os Teus.Chamas pela pessoa e a fazes Tua para sempre.Chamas e ofereces a ela tua causa: CONSTRUIR O REINO.Aqui estou, Senhor, quero seguir-Te mesmo com o coração alquebrado.Quero ser uma testemunha no mundo de hoje.

Que TEU ESPÍRITO, SENHOR, SE DERRAME SOBRE MIM.Que Teu ESPÍRITO, Senhor, me marque, me consagre, me faça Teu para sempre, para que eu anuncie o ano da GRAÇA, a todos os povos.AMÉM!

(Disponível em: <http://wwwpvredrecife.blogspot.com.br/2007/09/salmo-do-seguimento-senhorfazendo-teu.html>. Acesso em: 17 de set. 2012.)

Sugestões para aprofundamento

• Vídeos: Tony Melendez nasceu na Nicarágua, América do Sul. Ele foi uma das cerca de 5.000 crianças afetadas pela Talidomida, uma droga que as grávidas tomavam por causa dos en-joos matinais e que fez com que ele nascesse sem os dois braços. Hoje, Melendez é um músico consagrado nos Estados Unidos, país para onde se mudou com seus pais quando tinha um ano de idade, em busca de ajuda médica para corrigir um defeito em um dos pés.

Nick Vujicic éum exemplo de vida, Nick não possui os membros inferiores e superiores, mas, de forma bem humorada, encara os problemas da vida e dá uma lição de coragem, es-perança e força.

Acesse os vídeos no site do EIJM 2013|CHANGE: <www.change2013.org>, na área de download.

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Meus sentidos à luz da pessoa de Jesus

Ao rezar e refletir a respeito dos cinco sentidos, você é convidado a registrar, neste quadro, ele-mentos que retratam a maneira como Jesus faz uso dos sentidos diante das pessoas e das situações, e como você os tem utilizado ou deseja utilizá-los, a partir dessas reflexões. Esses registros podem servir como síntese de seu momento pessoal, além de instrumento que o anime a empreender mu-danças em seu coração.

E eu?

Visão

Ouvindo

Paladar

Olfato

Tato

Jesus

Visão

Ouvindo

Paladar

Olfato

Tato

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ENCONTRO 2: O mundo, nosso lugar!

AMBIENTAÇÃO

Criar um ambiente confortável e propício ao diálogo. Organizar o espaço de modo que os jovens possam se olhar, tocar e perceber os elementos e os símbolos, facilitando a partilha e a reflexão.

Materiais necessários

• Palavras: Eu – Mundo – Change.• Imagens com rostos de pessoas das várias nacionalidades e/ou etnias do mundo.• Pedaços, em forma de quebra-cabeça, de imagem do globo terrestre, espalhados no espaço do encontro.• Dados da realidade de seu país.• Papel grande, pincéis ou canetas.

Acolhida

Toda missão parte de um desejo de sair de si e ir ao encontro do outro, da realidade. Foi assim com Jesus, ao deixar Nazaré para ir ao encontro das pessoas; foi assim com Maria, que saiu de seu conforto para visitar Isabel; foi assim com Champagnat, que renunciou a seu status de padre para viver com os Irmãos e se dedicar à educação e à evangelização das crianças e dos jovens.

Este encontro tem este propósito: ir além do próprio eu, olhar ao redor e perceber a realidade que grita por justiça, fraternidade, solidariedade.

Oração inicial

Oração ao Santo Marcelino Champagnat (Ir. João Batista)

Senhor!Dê-me, Senhor, a audácia de Champagnat – para anunciar e tornar seu filho Jesus Cristo conhecido e amado.Dê-me, Senhor, a coragem de Champagnat – para denunciar a violência que atinge nossas crianças, nossos adolescentes e jovens.Dê-me, Senhor, a paciência de Champagnat – para compreender o mundo e não desanimar diante dos obstáculos da caminhada.Dê-me, Senhor, a visão de Champagnat – para vislumbrar um futuro no qual todas as crianças e todos os jovens terão voz e vez.Dê-me, Senhor, as mãos de Champagnat – para ajudar a construir um mundo mais humano, justo e solidário.Dê-me, Senhor, o coração de Champagnat – para amar as crianças e os jovens, sobretudo, os mais aban-donados.Dê-me, Senhor, a bondade de Champagnat – para ser solidário e compassivo com as pessoas que solici-tarem ajuda e alento.E, por fim, dê-me, Senhor, o espírito acolhedor do jovem Montagne, que acolheu a boa nova em seu cora-ção, impulsionando Champagnat na fundação do Instituto Marista.E coloco-me, Senhor, à sua disposição para ser um Champagnat hoje, no meio de tantos “Montagnes” existentes em nossa sociedade.Amém!

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Dinâmica da integração: Vamos consertar o mundo?(O texto a seguir é apenas uma referência. Podem ser usados outros textos, histórias, crônicas, vídeos etc.

que ajudem na reflexão de que o mundo só muda por meio da ação das pessoas e da relação entre elas.)

Um professor passava o fim de semana em sua casa, concluindo sua tese sobre como consertar o mundo. Seu filho, brincando à sua volta, a toda hora solicitava sua atenção fazendo perguntas e tirando-lhe a concentração. O professor, com o intuito de distrair a criança, pegou um cartaz do mapa-múndi, recortou em vários pedaços, transformando-o num quebra-cabeça. Pediu então que o menino montasse novamente, esperando que isso o ocupasse por um bom tempo, o suficiente para concluir o seu trabalho.

O menino pegou os pedaços de papel e alguns minutos depois chamou o pai para ver o quebra--cabeça montado. O professor, admirado com a rapidez do filho, pensou que, no mínimo, o mapa estaria montado errado, mas qual não foi sua surpresa quando constatou que ele estava completo e perfeito. Intrigado com o fato, perguntou ao garoto como ele havia conseguido realizar tarefa tão difícil em tão pouco tempo. O menino explicou:

– Pai, você me pediu para consertar o mundo, não foi? Como estava difícil entender aquelas gravu-ras, resolvi virar as peças do outro lado e percebi que atrás delas havia partes do corpo de um homem. Achei mais fácil consertar o homem do que o mundo. Quando a gravura do homem estava completa, virei o quebra-cabeça do lado contrário e percebi que o mundo havia sido consertado também. Foi fácil!

Naquele momento o pai entendeu que, para consertar o mundo, era preciso primeiro consertar o homem. E assim pôde concluir sua tese.

(In: GIRO sustentável. Conecte-se: você é a peça que faltava! Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/blog/girosustentavel/?id=1162512&tit=conecte-se:-voce-e-a-peca-que-faltava>. Acesso em: 30 ago. 2012.)

Para refletir

Naquele momento o pai entendeu que, para consertar o mundo, era preciso primeiro consertar o homem. E assim pôde concluir sua tese. (Montar o quebra-cabeça do “mundo” e escrever, atrás dele, palavras que expressem possibilidades de transformação).

Jesus nos fala

Um homem ia descendo de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes, que lhe arrancaram tudo e o espancaram. Depois, foram embora e o deixaram quase morto. Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho; quando viu o homem, passou adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu-o e passou adiante pelo outro lado. Mas um samaritano, que estava via-jando, chegou perto dele, viu-o e teve compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e as entregou ao dono da pensão, recomendando: “Tome conta dele. Quando eu voltar, vou pagar o que ele tiver gastado a mais”. Na sua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? (Lc 10,30-37)

Exemplo de São Marcelino Champagnat

Conta-se que um dia chamaram Champagnat para atender a um doente. Ele apres-sou-se em visitá-lo e o encontrou coberto de feridas, na maior miséria, tendo apenas

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alguns trapos para se cobrir. Profundamente movido de compaixão à vista de tan-tas dores e miséria, o Pe. Champagnat dirigiu-lhe, primeiramente, algumas palavras para confortá-lo. Depois, correu para casa, chamou o Irmão que cuidava da economia e ordenou que levasse imediatamente colchão, lençóis e cobertores ao doente que acabara de visitar.

– Mas, Padre, não temos nenhum colchão sobrando.– Como! Não encontra nenhum colchão na casa?– Não, nenhum. Deve lembrar-se que dei o último faz alguns dias.– Pois bem! Retire o colchão da minha cama e leve-o agora mesmo ao pobre do homem.Muitas vezes aconteceu-lhe despojar-se dessa forma, para assistir os indigentes ou

fornecer aos Irmãos aquilo que lhes faltava.

(FURET, J.-B. Vida de São Marcelino José Bento Champagnat. São Paulo: Loyola, 1989. p. 476. Disponível em: <http://www.intratext.com/IXT/PORFMS0003/_P17.HTM>. Aces-so em: 17 ago. 2012.

Partilha da palavra e da vida

O que inspira a parábola do Bom Samaritano? Quem é o nosso próximo?

• Os sacerdotes, no tempo de Jesus, eram aqueles responsáveis pelo Templo, pelas ofertas e ora-ções. Pela lei, se eles tocassem um machucado, ficariam impuros e, assim, precisariam se pu-rificar, não podendo exercer sua função antes disso. O sacerdote, nessa passagem, representa aquele que percebe o que é essencial, mas que não age, fica só na teoria. Até entende, mas isso não o impulsiona a uma atitude diante das situações da vida.

• O levita tinha a função de interpretar a lei, que era baseada nas Escrituras. Também se pren-deu à questão legal, ao que podia e não podia fazer. Nesse caso, ignorou a pessoa passava por dificuldade e sofrimento.

• Os samaritanos eram discriminados, porque não seguiam os mesmos costumes. Na região onde habitavam, havia uma mistura de povos e crenças, fruto de imigrações ocorridas em outras épocas. Isso não era visto com bons olhos. Na época, os que moravam na região da Judeia de-testavam os que viviam na Samaria, e vice-versa.

• Champagnat, ao olhar sua realidade, foi capaz de agir para diminuir o sofrimento do outro. Seu exemplo nos ajuda a pensar como podemos transformar nossa realidade.Que podemos fazer para contribuir na construção de um mundo novo?

(Virar as peças do quebra-cabeça e ler as palavras que expressam as possibilidades de mu-dança no mundo).

Como grupo, visualizem ao redor (comunidade, instituição, cidade, município...) alguma necessi-dade. Que ação concreta pode ser feita? Lembrem-se de que se trata de uma interação e precisarão estar atentos aos sentimentos que brotarão, às ideias, aos projetos etc. É essencial planejar bem, identificando a necessidade e organizando as ações.

Compromissos pessoais e coletivos

A partir dessas reflexões, somos chamados a assumir um compromisso com a realidade na qual estamos presentes. Olhar a realidade é uma maneira de entender o que ela espera de nós e o que

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podemos desenvolver como jovens Maristas.

O que é ser samaritano aqui, onde estamos? O que o exemplo de Champagnat nos impele a fa-zer? Que ação concreta podemos realizar como pessoa e como grupo?(Registrar em um papel grande as possíveis ações que o grupo pode realizar).

Mensagem de despedida

Você já percebeu que, à nossa volta, há muitas coisas bonitas e que nos fazem felizes? E parou para pensar que também há muitas realidades tristes, que precisam ser transformadas?

Tente imaginar uma forma de nos unirmos para transformá-las. Muitos foram os exemplos que contribuíram para isso: Jesus, Maria, Champagnat, muitos de nossos Irmãos Maristas, Leigos, pes-soas comprometidas... Sonhar é bom!

John Lennon cantou a imaginação de um mundo sem barreiras que o dividissem. Acesse e assista em: <http://www.youtube.com/watch?v=bBW8g64Vzf8&feature=fvwrel>.

Para o próximo encontro

No próximo encontro, planejaremos uma ação concreta de solidariedade. Assim, as ações des-critas no papel nos ajudarão a definir o que faremos e como todos os membros do grupo par-ticiparão dela. (Solicitar que tragam imagens, de jornais ou revistas, que retratem a realidade local e seus desafios).

Oração final

Observando nossa realidade e as palavras escritas no papel, vamos fazer preces, pedindo a Deus que fortaleça em nós a solidariedade e nos ajude a ser presença significativa na vida do próximo.

(Ler o texto de Dom Oscar Romero, “Somos profetas de um futuro que não nos pertence”, ou outro que tenha o mesmo sentido).

Sugestões para aprofundamentos

• Filme: O Jardineiro fiel. Direção: Fernando Meirelles. Produção: EUA: Universal Pictures, 2005. 1 DVD (128 min.).

• Vídeos: Universidade dos pés descalços – Bunker Roy. Heal the world – Michael Jackson. Missão Ad Gentes Marista na Ásia.

Acesse os vídeos no site do EIJM 2013|CHANGE: <www.change2013.org>, na área de download.

• Poema: Profetas de un futuro que no es nuestro (un poema) – Oscar Romero.

(Disponível em: <http://www.radiolapampa.net/2011/03/san-romero-de-america-pastor-y-martir--nuestro>. Acesso em: 30 ago. 2012.)

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ENCONTRO 3: Gerando vida... Ação solidária

INTRODUÇÃO

Nosso terceiro encontro será dividido em duas etapas. A primeira será para sensibilização, pre-paração da ação concreta de solidariedade e envio dos jovens para a Missão. A segunda será a ação de solidariedade em uma realidade local. Para bem realizá-las, é necessário retomar os encontros anteriores e planejar a ação solidária. No decorrer do encontro, haverá tempo para: decidir cole-tivamente onde a ação acontecerá; entrar em contato com responsáveis pelo projeto/pela ação; registrar com fotos e vídeos, de forma escrita etc. As diferentes tarefas podem ser partilhadas com todo o grupo. Incentivamos que os registros sejam enviados para a equipe organizadora do EIJM 2013|CHANGE, por meio do site: <www.2013change.org>. Esses materiais serão divulgados em todo o Instituto Marista e também apresentados no EIJM 2013|CHANGE. Partilhem suas experiências!

AMBIENTAÇÃO

Distribuir a todos fotos da realidade social vivenciada pelos jovens ou daquela que será o foco da ação solidária, sendo duas imagens para cada participante.

Materiais necessários

• Símbolos que lembrem a vida de um missionário: sandálias, mochila, pão etc.• Frases de incentivo ao envio dos jovens: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia

para toda a humanidade” (Mc 16,15); “Como o Pai me enviou, também Eu vos envio” (Jo 20, 21); e outras, de acordo com a realidade da missão.

• Imagens de Maria e de Champagnat (caso possam ser usadas).• Óleo perfumado para a unção.• Imagens, de revistas e jornais, que retratem a realidade social local.• Fotos da realidade social vivenciada pelos jovens ou daquela que será o foco da ação solidária,

sendo duas imagens para cada participante.

Acolhida

No primeiro encontro em preparação para o EIJM 2013|CHANGE, tivemos a oportunidade de olhar nosso interior, meditando a palavra de Deus e observando o exemplo de Champagnat e dos primei-ros Irmãos. Depois, fomos convidados a olhar ao nosso redor e tomar consciência de nossa realidade.

Para um(a) jovem Marista, não basta olhar a realidade e se sensibilizar com aqueles que sofrem, aqueles que, na pobreza material e/ou espiritual, clamam por amor, por Deus, pela justiça. É neces-sário agir! Tal ação parte de nós, mas não é feita sozinha. É unindo nossas mãos que nos tornamos mais fortes para mudar nossa realidade.

Eis que é chegada a hora de nos lançarmos à missão também. Nela, quem irá conosco é aquela que, por primeiro, seguiu Cristo: Maria, mulher que gera vida e, ao gerá-la, traz ao mundo a mudan-ça. Mulher forte, atenta à realidade e que nos convida: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

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Oração inicial

Somos Maristas. Temos imprimido, em nosso jeito de olhar o mundo e de agir cotidianamen-te, uma marca profunda que nos impele a viver a vida em duas dimensões: marial e apostólica. A dimensão marial é traduzida na sensibilidade, na maneira orante, modesta e simples de enca-rarmos a vida. A dimensão apostólica diz respeito à nossa abertura ao serviço à Igreja, ao pró-ximo, àqueles que precisam de nós. Tendo essa marca, somos convidados a olhar ao nosso redor e nos fazer semente de mudança. Este foi o convite que o Papa João Paulo II fez a cada um de nós:

Cabe-lhes hoje manifestar de maneira original e específica a presença de Maria na vida da Igreja e dos homens, desenvolvendo para isso uma atitude mariana, que se caracteriza por uma disponibili-dade alegre às chamadas do Espírito Santo, por uma confiança inquebrantável na Palavra do Senhor, por um caminhar espiritual em relação aos diferentes mistérios da vida de Cristo, e por uma atenção maternal às necessidades e aos sofrimentos dos homens, especialmente dos mais simples.

INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS. Deu-nos o nome de Maria. Roma: Casa Geral dos Irmãos Maristas, 2001, p. 31.

Pensemos, por alguns instantes, nesse trecho. Rezemos, agora, pelos que sofrem, pelos doentes e por aqueles que precisam de nós... (preces

espontâneas). Pai Nosso...

Dinâmica de integração

(Se possível, colocar uma música instrumental para tocar durante a dinâmica)Caminhe pela sala, atento à realidade que o cerca. Olhe atentamente para cada uma das ima-

gens espalhadas pela sala. Agora, pegue aquela que mais tenha lhe chamado a atenção.Juntem-se em duplas e partilhem o que essa imagem revela sobre a realidade social, tendo por base as seguintes questões:

• Que realidade esta imagem me revela? • Por que me identifiquei com ela?• Como essa realidade poderia ser mudada?

Jesus nos fala

Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já não têm vinho. Respondeu-lhe Jesus: Mu-lher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser. Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas. Jesus ordena-lhes: Enchei as talhas de água. Eles encheram-nas até em cima. Tirai agora, disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes. E levaram. Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo e disse-lhe: É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão qua-se embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora. Esse foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galiléia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele (Jo 2,1-11).

Palavra da salvação: Glória a vós, Senhor.

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Exemplo de São Marcelino Champagnat

A essa altura, um acontecimento, sem dúvida providencial, veio desfazer todas as in-certezas do Pe. Champagnat, levando-o, sem mais delongas, a se ocupar da fundação do Instituto dos Irmãos. Chamado a confessar um jovem doente num povoado, pôs-se imediatamente a caminho, conforme seu costume. Antes de ouvi-lo em confissão, fez-lhe uma série de perguntas para saber se tinha as disposições necessárias para receber os sacramentos; estremeceu-se ao verificar que ele ignorava os principais mistérios, não sabendo nem mesmo se Deus existia. Aflito por encontrar um rapaz de doze anos mergulhado em tão profunda ignorância, e temendo vê-lo morrer nessa situação, sentou-se ao lado do doente e começou a ensinar-lhe os principais misté-rios e as verdades essenciais da salvação. Assim, levou duas horas para instruí-lo e confessá-lo. Não foi sem grandes dificuldades que conseguiu ensinar-lhe as coisas mais indispensáveis, pois o jovem se encontrava tão doente que mal entendia o que ele falava. Depois de o ter confessado e feito repetir, várias vezes, atos de amor a Deus e de contrição, a fim de dispô-lo a bem morrer, deixou-o para atender a outro doente, na casa vizinha.

Ao voltar, perguntou como estava o rapaz: “Morreu instante após sua saída”, respon-deram os pais em lágrimas. Então ficou alegre, por ter chegado a tempo, mas também temeroso, em razão do perigo em que estivera o jovem, cuja condenação eterna ele, talvez, acabava de impedir. Voltou todo compenetrado destes sentimentos, cismando: “quantos outros meninos se encontram, todos os dias, na mesma situação, correndo o mesmo risco, por não haver ninguém que os instrua nas verdades da fé”. E então, o pensamento de fundar uma sociedade de Irmãos, destinados a prevenir tão sérias desgraças, ministrando às crianças a instrução cristã, perseguiu-o com tamanha insis-tência que foi ter com João Maria Granjon e lhe comunicou todos os seus planos. Após fazê-lo compreender o grande bem que o Instituto a ser fundado poderia realizar, perguntou-lhe se gostaria de fazer parte dele, dedicando-se à educação de crianças.

FURET, Jean Baptist. Vida de São Marcelino Champagnat. São Paulo: Loyola, 1999. p. 56-57.

Partilha da palavra e da vida

• De que maneira tenho expressado meu jeito de ser Marista? • De que maneira o carisma Marista é expresso em minhas atitudes?• Que marcas tenho deixado na vida das pessoas?• Tenho sido sensível com aqueles que sofrem? • Que inspiração Maria e Champagnat trazem para minhas ações cotidianas?• Como colaborar com um mundo mais fraterno e justo para todos?

Agora, partilhemos as respostas no grande grupo.

Diante da realidade sofrida de tantos irmãos nossos, com fome, doentes, na solidão, em busca de sentido para a vida, percebemos, como Maria e Champagnat, que é hora de agir, de nos compro-metermos com a realidade à nossa volta. Agora é a hora de planejar nosso gesto concreto, nossa

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ação solidária. Vamos à missão, procurando identificar o chamado de Deus, os gritos da realidade e a resposta sensível que conseguimos dar aos seus apelos.

• Vídeo: Un corazón, una misión–Kairoi. Acesse o vídeo no site <www.change2013.org>,

na área de download.

Compromissos pessoais e coletivos

Vamos realizar nosso gesto de solidariedade. É hora de trazer para a realidade o vinho novo, a transformação. Neste momento, pensemos que, em cada lugar do mundo onde há jovens Ma-ristas, há uma ação de solidariedade acontecendo. É o nosso jeito de ser Maristas no mundo: Ma-ristas em missão!

Assim, comprometamo-nos com nossa realidade, seguindo o exemplo de Champagnat, tendo Ma-ria como companheira e Jesus como Mestre.

Planejar a ação solidária

Este é um momento importante: vamos planejar nossa ação concreta de solidariedade. Para tan-to, pensemos nas possibilidades de ação e qual delas o grupo escolhe realizar.

Nesta etapa, é importante atentar para algumas questões:

• Deve-se definir uma ação que possa ser realizada por completo na data determinada, não a dei-xando sem conclusão.

• Podem ser mobilizadas outras pessoas que tenham interesse em participar (famílias, ami-gos, professores, educadores, colaboradores etc.), desde que sejam informadas sobre a intenção da ação.

• A ação concreta precisa estar na realidade circundante: visitar creches ou asilos; fazer compa-nhia a pessoas solitárias; visitar alguém que esteja enfermo; arrecadar alimentos, roupas, brin-quedos etc. e entregá-los a um grupo que deles precise. São muitas as possibilidades! Há que se chegar a um consenso sobre o que é relevante para o grupo e para quem receberá a ação.

• É importante dividir as tarefas, para que todos participem dos processos de preparação, execu-ção e avaliação da ação solidária.

• É necessário entrar em contato, antecipadamente, com os responsáveis pelas instituições ou comunidades onde a ação acontecerá, para evitar contratempos, bem como, com as famílias dos jovens, informando-os sobre o que, quando e onde será feito, e ainda, indicando as pessoas responsáveis pela iniciativa.

• Vale ressaltar a importância de não levar comidas, guloseimas e coisas que possam constran-ger o grupo que receberá a ação solidária. É preciso inculturar-se no meio, procurar se colocar no estilo de vida do outro e partilhar daquilo que ele tem para oferecer.

• Vivenciar, com coração aberto e alma missionária, todas as etapas da ação de solidariedade. Certamente, será uma rica experiência de vida.

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Mensagem de despedida

(Os coordenadores do encontro tomam um pote com óleo perfumado e ungem as mãos dos jo-vens presentes. Pode-se colocar uma música de fundo ou cantar alguma canção Marista ou cristã. Impõem as mãos sobre os jovens e professam a bênção.)

Que a terra abra caminhos sempre à frente dos teus passos.E que o vento sopre suave os teus ombros.Que o Sol brilhe sempre cálido e fraterno no teu rosto.Que a chuva caia suave entre teus campos.E, até que nos tornemos a encontrar,Deus te guarde no calor do seu abraço.E, até que nos tornemos a encontrar,Deus te guarde, Deus nos guarde em seu abraço.

CNBB/Setor Juventude. Ofício Divino da Juventude. 3. ed. Brasília, 2008, p. 150.

Para o próximo encontro

O próximo encontro será dividido em duas etapas: a primeira será a ação de solidariedade e a segunda, a celebração final.

Oração final

Com confiança, oremos pela juventude que se coloca em Missão em todo o mundo, a fim de ver crescerem os valores do Evangelho.

Oração pelas Vocações Missionárias

Senhor, que chamaste os apóstolos para serem pescadores de homens e construtores dum mundo novo, chama também, agora, os jovens para os diversos serviços e ministérios da Igreja. Alarga Teus horizontes ao mundo inteiro e fá-los ouvir as súplicas de tantos irmãos e irmãs que anseiam por luz e verdade. Santifica-os pelo Teu Espírito e comunica-lhes a Tua sede de redenção para que respondam ao Teu apelo e sejam sal e luz até os confins da Terra. Amém.

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Sugestões para o próximo encontro

Neste itinerário de preparação para o EIJM 2013|CHANGE, temos como intenção reafirmar a pre-sença significativa da juventude Marista nas realidades em que ela se encontra. Para celebrarmos a missão Marista em todos os países e nas realidades onde estamos presentes, pedimos que regis-trem a ação solidária (por meio de fotos, vídeos, depoimentos, relatos, entrevistas etc.) e a postem no site do EIJM 2013|CHANGE: <www.change2013.com>.

• Vídeo: Gentileza gera gentileza todo dia (Kindess Boomerang all day). Acesse o vídeo no site <www.change2013.org>, na área de download.

• Músicas: Alma Missionária – Ziza Fernandes. Versão em espanhol: Alma Missioneira – Jaire.

El mundo

Un hombre del pueblo de Neguá, en la costa de Colombia,pudo subir al alto cielo.A la vuelta contó. Dijo que había contemplado desdearriba, la vida humana.Y dijo que somos un mar de fueguitos.-El mundo es eso -reveló- un montón de gente, un marde fueguitos.Cada persona brilla con luz propia entre todas lasdemás.No hay dos fuegos iguales. Hay fuegos grandes y fuegoschicos y fuegos de todos los colores. Hay gente defuego sereno, que ni se entera del viento, y gente de fuegoloco que llena el aire de chispas. Algunos fuegos, fuegosbobos, no alumbran ni queman; pero otros arden lavida con tanta pasión que no se puede mirarlos sin parpadear,y quien se acerca se enciende.

(GALEANO, Eduardo. El libro de los abrazos. Madri: Siglo XXI, 1989.)

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ENCONTRO 4: Change! faça a diferença

AMBIENTAÇÃO

Para celebrar a vida da juventude e renovar o compromisso em favor das crianças e dos jovens, sugerimos que este último encontro tenha um caráter festivo. Assim, é importante compor o ambien-te com imagens, símbolos e cartazes usados nos encontros anteriores, imagens relacionadas à ação de solidariedade, a músicas que marcaram o grupo etc. Espalhe, pela sala, os corações nos quais foram escritos, no primeiro encontro, os valores das duplas.

É importante, também, fazer um lanche comunitário, para o qual cada pessoa traga algum ali-mento a ser partilhado – é um momento de festa.

Materiais necessários

• Canetas.• Folhas de papel.• Vasilha com água.• Um pote com sal.• Toalha.• Óleo perfumado.• Vasilha com fogo.

Acolhida

Estamos retornando da nossa missão e encerrando os encontros preparatórios. No itinerário de preparação ao EIJM 2013|CHANGE, fomos impulsionados a nos conectar aos outros jovens Maris-tas de todo o mundo, sendo sal e luz na vida das pessoas e em nossa realidade. Neste encontro, so-mos chamados a celebrar nossa coragem, nossa ousadia e nossa esperança de construir um mundo melhor. Nesse movimento de mudança, percebemos ser necessário haver uma conversão de nosso coração, lançando um olhar crítico para nossa realidade, em um encontro verdadeiro com o outro. Sintamo-nos acolhidos e celebremos a vida da juventude Marista.

(Dois jovens acolhem os demais participantes ungindo as mãos e a fronte com o óleo perfumado. Pode-se tocar alguma música ou cantar uma canção ou hino festivo.)

Oração inicial

Assim como os cristãos das primeiras comunidades, vamos nos acolher mutuamente. Em duplas, de frente um para o outro, vamos nos dar as mãos. Sensíveis ao companheiro de missão que está à nossa frente, vamos proferir a bênção:

(O coordenador do encontro lê a bênção e os jovens a repetem, olhando um nos olhos do outro).“Que o Senhor te abençoe e te proteja. Que o Senhor volte o Seu olhar para ti e te dê

a paz” (Nm 6,24-26).

(Trocar os pares até que se tenha acolhido a todos ou enquanto os jovens estiverem motivados. Suges-tão: cantar uma canção que seja comum ao grupo, para que os jovens se acolham, criando um clima descontraído e alegre.)

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Recordação da vida

Desde o nosso primeiro encontro até esta celebração, vivemos momentos intensos de reflexão, partilha, união, amizade, alegria... Esses momentos provocaram muitos sentimentos e nos impul-sionaram a agir: em nossa vida, na vida do grupo e em nossa realidade. Agora, olhando para os sím-bolos que nos acompanharam durante esse itinerário de preparação ao EIJM 2013|CHANGE, pode-mos relatar os momentos de alegria e de desafios que enfrentamos juntos e o que isso significou em nossa vida pessoal e na caminhada do grupo.

(O coordenador motiva os participantes a recordarem os encontros anteriores, em especial, a ação solidária. Motiva-os a recordar também aquilo que assumiram em suas vidas após cada encontro. Podem, por exemplo, falar os nomes das pessoas com quem conviveram durante a experiência de soli-dariedade. Cada participante, livremente, poderá recordar os acontecimentos vividos, partilhando-os com o grupo.)

Perdoa-nos, Senhor!

Toda essa experiência nos revelou que existem muitos desafios em nossa caminhada de fé e mui-tos obstáculos que impedem os homens de se unirem e transformarem suas realidades. Esses de-safios podem ser identificados quando não enxergamos Jesus no rosto das crianças e dos jovens pobres, quando somos acomodados, quando não percebemos os outros Montagnes, quando somos egoístas e não acreditamos no outro...Vamos escrever em um papel quais são os desafios que nos impedem de avançar rumo à solidariedade.

(Nesse momento, deixar a vasilha com fogo no centro do grupo. Após uma meditação e partilha, o coor-denador motiva para que todos possam jogar os papéis no recipiente com fogo, queimando aquilo que nos divide e que não colabora para a transformação de si como pessoa do grupo, da sociedade, da Igreja e do mundo. Pode-se cantar um cântico de perdão ou colocar uma música de fundo).

Glória da juventude marista

Acreditamos que, tomando consciência de nossas limitações e buscando a conversão, podemos cantar a alegria do perdão de Deus. É Ele que nos acolhe amorosamente e nos capacita para ser-mos sal e luz diante dos nossos irmãos e nas realidades em que atuamos. Neste momento, vamos nos sentar em duplas, ou em pequenos grupos, e, tomando um papel e uma caneta, escrever frases sobre o que temos para agradecer a Deus. Nessas frases, vamos lembrar tudo aquilo que vivemos e que causou alegria nessa caminhada até aqui.

(Assim que terminar, cada grupo fará a leitura de sua frase, compondo o Glória da Juventude Marista. Em seguida, pode ser entoado um canto ou hino de louvor que seja conhecido pelo grupo.)

Jesus nos fala

Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5,13-16).

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Exemplo de São Marcelino Champagnat

[...] eu lhes peço, com todo o afeto de minha alma e por todo o afeto que vocês têm por mim: esforcem-se para que se mantenha sempre entre vocês a santa caridade. Amem-se uns aos outros como Jesus Cristo os amou. Que haja entre vocês um só cora-ção e um só espírito! Que se possa dizer dos Irmãozinhos de Maria como dos primeiros

cristãos: “Vejam como eles se amam!”.

INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS. Constituições e Estatutos. São Paulo: SIMAR, 1997, p. 188.

Parilha da palavra e da vida

Somos sal e luz diante de tantas pessoas que amam, riem, choram, sofrem, cantam, dançam,lutam, sonham, transformam. Vamos refletir, fundamentados no processo vivido pelo grupo:

• De que maneira o Evangelho e o Testamento de Champagnat nos inspiram para a vivência cotidiana?

• Quando fomos sal e luz na vida de nosso grupo? • Quando fomos sinal da presença Marista para nossos colegas e para a sociedade?• O que mais nos marcou nesses encontros de preparação para o EIJM 2013|CHANGE?

Preces

Partilhamos, juntos, uma rica caminhada, como amigos, jovens e irmãos, com o mesmo propósi-to que motivou os primeiros Irmãos que estavam com Champagnat. Queremos ser jovens ousados e comprometidos em transformar a realidade. Queremos fazer a diferença para tantas pessoas e chegar até seus corações. Queremos ser sal, luz, alegria, esperança.

Coloquemos, diante da mesa da Palavra e do pão, nossos pedidos.Rezemos, com a confiança própria da juventude, a oração que nos une como irmãos: Pai Nosso...

Compromissos pessoais e coletivos

Somos jovens profetas, temos um coração sem fronteiras. Encharcados do carisma Marista, va-mos aos jovens Montagnes, vamos juntos fazer a diferença: CHANGE! CHANGE! CHANGE!

(Em um círculo, todos abraçados podem gritar a palavra CHANGE!)

Momento de festa

Para Jesus, a partilha do pão levava a um encontro com o outro. Era o momento de criar vínculo, renovar a confiança. Era, também, o momento de doação e entrega. Champagnat também valori-zava os momentos de partilha da mesa do pão e da mesa da Palavra...

Façamos, nós também, deste momento de celebração uma oportunidade de nos encontrarmos como missionários e renovarmos nosso compromisso com o carisma Marista e com a vivência da solidariedade.

Finalizar com a música: Color Esperanza – Diego Torres.

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Emaús

(D. Pedro Casaldáliga)

Por onde quer que nós vamosCom certeza que vais Tu,Caminho que faz caminho,Peregrino de Emaús.

Sem conhecer-Te quiçá,Sempre porém sendo Tu.Como um fogo nas entranhas,Mesmo quando não és luz...

Talvez até o próprio temploTe feche o passo, Jesus,Mas tu sempre no caminho,Peregrino de Emaús.

Dizer teu nome, Maria

(D. Pedro Casaldáliga)

Dizer teu nome, Maria,é dizer que a pobrezacompra os olhares de Deus.

Dizer teu nome, Maria,é dizer que a promessavem com leite de mulher.

Dizer teu nome, Maria,é dizer que a nossa carneveste o silêncio do Verbo.

Dizer teu nome, Maria,é dizer que o Reino chegacaminhando com a história.Dizer teu nome, Maria,é dizer ao pé da cruze nas chamas do Espírito.

Dizer teu nome, Maria,é dizer que todo nomepode estar cheio de graça.

Dizer teu nome, Maria,É dizer que toda Mortepode ser também a Páscoa.

Dizer teu nome, Maria,é chamar-te toda Sua,causa da nossa alegria.

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PALAVRAS FINAIS

Chegando ao fim dos encontros, podemos nos perguntar: que mudanças fomos capazes de empre-ender em nosso coração, em nossas relações e em nossa realidade?

Sabemos que são muitos os fatores que envolvem as diferentes realidades pessoais e socioeco-nômicas. Por isso, muitas vezes, uma mudança não depende única e exclusivamente de nós ou de nossos esforços pessoais ou coletivos. Contudo, sabemos que podemos somar esforços para ameni-zar sofrimentos, para nos fazer presença, para gerar esperança.

Queremos fortalecer a ideia de que, onde quer que haja presença da juventude Marista, have-rá certamente sementes de bem e de mudança. Queremos mais: queremos celebrar essa presença transformadora, as experiências solidárias e a vida da juventude. Assim, convidamos vocês a parti-lharem conosco as reflexões, os vídeos, as fotos, as canções que permearam sua caminhada pessoal e grupal, enviando seus materiais1 para o e-mail da Comissão Organizadora do EIJM: <[email protected]>.

Estamos todos nesta corrente pela mudança: CHANGE: faça a diferença!

1-Os vídeos deverão ser postados no YouTube, sendo o link encaminhado para o e-mail da Comissão Organizadora do EIJM

2013|CHANGE, para que possamos postá-lo no site.

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INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS