Roteiro Para Elaboracao De projeto de pesquisa

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ensina a fazer projeto de pesquisa

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ROTEIRO PARA ELABORAO DE

ROTEIRO PARA ELABORAO DE

TRABALHOS ACADEMICOS

Tese boa tese acabada e defendida com sucesso

Este texto objetiva trazer algumas orientaes, de carter geral, que possam auxiliar a elaborao de Trabalhos de Concluso de Curso (TCC), monografias, dissertaes e teses nas reas de Relaes Internacionais, Cincia Poltica, e Estudos Estratgicos, trazendo respostas s dvidas mais comumente encontradas pelos alunos de cursos de graduao, especializao e de ps-graduao. Este roteiro tem objetivos mais modestos do que apresentar um manual original, mas apenas rene normas e diretrizes mais utilizadas, enfatizando aquelas que so consideradas mais teis, ou que so as fontes mais comuns de dvidas.

As orientaes aqui sugeridas tm carter geral, ressaltando que no representam, necessariamente, a posio oficial dos GRI, PPGEST (ou PPGCP), ou mesmo do Departamento de Estudos Estratgicos e Relaes Internacionais / INEST / UFF. Em outras palavras, este texto deve ser considerado, por enquanto, apenas como uma fonte adicional de consulta, e no substitui a orientao e as diretrizes fixadas diretamente pelos professores. Em caso de dvida, consulte sempre o professor responsvel pela orientao do trabalho de ps-graduao. A ele cabe a ltima palavra sobre os padres, a forma e o contedo do texto que lhe submetido.

Qual a diferena entre monografia, dissertao e tese?

De maneira geral considera-se que monografia, dissertao e tese so trabalhos cientficos de ps-graduao, com graus de profundidade e originalidade distintos, apresentados aos professores da UFF como parte dos requisitos necessrios para a obteno de um determinado grau. TCC requisito para graduao em Relaes Internacionais e outros cursos na UFF. A monografia um dos requisitos para a obteno do certificado de concluso de Curso de Especializao (o chamado Mestrado Lato Sensu), a dissertao para o ttulo de Mestre ( Stricto Sensu ) e a tese para a concluso do Doutoramento.

No h, de forma objetiva, uma clara distino entre a forma e o contedo de monografia, dissertao e tese. O antigo Conselho Federal de Educao, por meio de uma srie de pareceres, sugere que a distino deve ser feita com base no grau de originalidade e do impacto da contribuio sobre o desenvolvimento de determinado campo de pesquisa.

Nesse sentido, a tese dever ser uma investigao original, e proporcionar contribuio significativa para determinado campo do conhecimento. J o mestrando deve apresentar, na sua dissertao, amplo domnio da literatura exigente sobre determinado tema e, paralelamente, demonstrar capacidade de investigao, atravs de trabalho emprico, projeto especial ou contribuio tcnica. A partir dessas definies anteriores, os requisitos da monografia devero ser menores do que os impostos dissertao de mestrado.

A sugesto geral que, em qualquer dos trabalhos de ps-graduao, o aluno demonstre, primordialmente, capacidade de produzir um texto dentro das normas acadmicas, com clareza, correo e preciso no uso da linguagem. Alm disso, o aluno dever evidenciar familiaridade com a literatura sobre um determinado tema, conforme o nvel do trabalho acadmico e, principalmente, algum indicativo de como este tem sido investigado ou poder ser investigado. Em suma, o aluno dever combinar a capacidade de se expressar corretamente de forma escrita com a demonstrao dos conhecimentos tericos e metodolgicos obtidos ao longo dos cursos de ps-graduao.

O quadro abaixo apresenta, de forma sucinta, as principais caractersticas dos trabalhos de ps-graduao:

Quadro 1

Tese, Monografia e Dissertao

Uma abordagem comparativa

Tese

MonografiaDissertao

Apresentao segundo as normas da ABNT

RequeridoRequeridoRequerido

Clareza, correo e preciso no uso da linguagemRequeridoRequeridoRequerido

Reviso de literatura

RequeridoRequeridoRequerido

Familiaridade com a literatura

Alta

Mdia

Alta

Capacidade de investigao

Alta

IndicaoAlta

de Potencial

Trabalho emprico

Requerido No requeridoDesejvel, mas

no requerido Contribuio original

Sim

No requeridaNo requerida

Banca examinadora

5 prof.

No

3 prof. (com doutorado ou

(com doutorado ou equivalente)

equivalente)

Nmero mdio de pginas

200

50

120

Apresentao de projeto

Sim

Sim

Sim

Defesa oral de projeto

Sim

No

Sim

Apresentao de monografia/dissertao ou teseSim

Sim

Sim

Defesa oral de monografia/dissertao ou teseSim

No

Sim

Tempo mdio de elaborao

2 anos

1 semestre1 ano

Dissertao - Trabalho original em arquivos ou uma exposio ordenada e crtica do conhecimento existente

Tese - contribuio original (novos fatos e pensamento crtico independente)

Quais so as principais etapas na elaborao de uma dissertao ou tese?

Mesmo no havendo uma sequncia rgida que possa ser seguida por todos, a grande maioria dos trabalhos completados com sucesso seguiram, aproximadamente, a seguinte ordem.

Etapa 1 Identificar o tema de pesquisa da forma mais especfica possvel.

Etapa 2 Revisar a literatura produzida sobre esse tema.

Etapa 3 Definir, de forma clara e precisa, o problema a ser estudado.

Etapa 4 Definir os conceitos, as variveis (dependentes e independentes) e, se possvel, as hipteses a serem examinadas ao longo do trabalho.

Etapa 5 Estabelecer, tambm de forma precisa e objetiva, um modelo analtico, identificando, objetivamente, os pressupostos utilizados e as limitaes do modelo.

Etapa 6 Se for o caso, estabelecer os procedimentos para operacionalizao das variveis, incluindo formas de coleta e tratamento dos dados e princpios para construo, controle e manipulao das variveis.

Etapa 7 Definir a metodologia para anlise dos dados.

Etapa 8 Analisar e interpretar os resultados, formular concluses e especificar as reas para pesquisas futuras.

Quais so os componentes do projeto de pesquisa?

O projeto de pesquisa deve conter as seguintes sees:

i) Introduo Nesta seo apresentam-se os objetivos gerais da pesquisa a ser realizada, sua contextualizao, sua importncia. Aps ler a introduo, o analista deve estar convencido, depois dos dois primeiros pargrafos, de que a proposta de trabalho relevante e perfeitamente adequada ao que se espera de uma monografia, dissertao ou tese. A introduo deve incluir - o que se quer estudar (tema)? -- em uma simples frase seguida de um ou dois pargrafos onde o proponente apresenta a questo substantiva, localizao, conceitos-chave e perodo de tempo. Deve tambm incluir a razo por que se quer estudar esse tema?-- de onde vem a ideia de estudar esse tema, e por que o proponente acha que importante estud-lo. Relacionar o tema com questes normativas ou eventos no mundo da poltica (domstica ou internacional) ancorando numa disciplina como Relaes Internacionais / Estudos Estratgicos / Cincia Poltica / Economia / ou mesmo interdisciplinar. (2 pginas) ii) Definio do problema - Caracterizao clara, objetiva e precisa do problema a ser investigado. O problema deve ser delimitado da forma mais especfica possvel, permitindo que se examine, com preciso, o que ser includo ou no durante a pesquisa. Desenvolver relaes entre o tema e a literatura existente explicando por que seu projeto vai trazer aperfeioamentos sobre o que j se conhece. (2 pginas).

iii) Reviso de literatura Apresentao, de forma resumida, de, no mnimo, doze trabalhos relevantes para a pesquisa. Apresente o relacionamento destes trabalhos com o problema a ser investigado. Nesta seo, devem ser examinadas monografias, dissertaes ou teses que tenham tratado do mesmo tpico. Sua preparao para a pesquisa depende de sua apresentao sobre a amplitude das referencias bem como at que ponto o proponente aprofundou seu conhecimento sobre o tema. O proponente pode avaliar criticamente o que j foi publicado e chegar a duas concluses bsicas: 1) o estudo vai estender o conhecimento existente por tratar-se de um caso ausente na literatura; ou 2) o que tem sido escrito no corresponde realidade e o estudo vai apresentar uma abordagem alternativa com novas tcnicas e testes. (3 pginas)

iv) Objetivos especficos e apresentao do modelo Agora a hora de reescrever sua primeira ideia de forma precisa e com grande especificidade (descrio do projeto), contendo um modelo analtico, com os objetivos especficos do trabalho, as hipteses das relaes causais e as variveis dependente e independentes a serem utilizadas. A relao entre esta seo e a definio do problema deve ser muito clara mostrando os mecanismos de relacionamento inclusive com base na literatura existente. Uma forma comum usar as expresses lgicas se A ento B, onde se define a Varivel Dependente (VD) e depois especificar a Varivel Independente (VI), ou mais comumente as VIs que explicam a variao/ou o comportamento da VD. A VD de hoje pode tornar-se a VI de amanh. O modelo analtico mais complexo pode incluir muitas Variveis Intervenientes entre as Vis e a VD. O modelo deve ser claro e livre de inconsistncias internas. Lembre-se que esta seo a mais importante da proposta, e exige uma delimitao temporal, espacial, e social do tema, pois a partir dela que se pode formular um julgamento objetivo sobre a coerncia do trabalho. (3 pginas)

v) Procedimentos e metodologia O objetivo desta seo demonstrar que o trabalho vivel, pode ser efetivamente operacionalizado, e que h dados disponveis para sua elaborao. Primeiramente, quais so os casos situaes, lderes, mecanismos e resultados que sero pesquisados? Por que? Em segundo lugar, quais os mtodos de observao e de inferncia sobre os dados coletados? Qual o tratamento que ser dado s variveis que compem o modelo? Deve ser explicitado como estas variveis sero definidas e como sero obtidas as informaes necessrias para a sua elaborao. Como o proponente vai testar a significncia da relao entre a VD e as Vis? Aps esse tratamento, devero ser apresentadas as fontes primrias a serem utilizadas durante a pesquisa. Caso o aluno faa pesquisa por amostragem, o questionrio deve ser apresentado, assim como a definio da populao e da amostra. Se optar por entrevistas, deve-se apresentar um roteiro da entrevista, os seus objetivos e a lista das pessoas que se pretende entrevistar. Caso opte por pesquisa documental, dever constar uma lista dos documentos que se pretende examinar e onde podem ser obtidos. Enfim, independente do tipo de estudo proposto (amostragem, entrevista, documental, estudo de caso, anlise histrica, longitudinal, etc.), a proposta deve conter indicaes muito claras das fontes a serem utilizadas, dos mtodos de coleta de informaes e, principalmente, de como estas informaes sero tratadas na composio das variveis. Aps caracterizar a construo das variveis, deve-se apresentar os detalhes da metodologia, incluindo as tcnicas e os critrios a serem utilizados para analisar os resultados obtidos e traar concluses. Uma avaliao preliminar sobre a viabilidade do projeto deve ser includa referindo-se ao ponto mais importante do projeto, o tema e o que se quer provar. (3 pginas)

vi) Planejamento dos captulos (sumrio). (1/2 pgina)

vii) Cronograma das atividades. (1/2 pgina)

viii) Referncias bibliogrficas as referncias certificam que o proponente conhece o Estado da Arte no tema/tpico estudado. Pouca bibliografia uma indicao de pesquisa mal feita, insuficiente, perdendo muitos pontos em uma avaliao. Mas uma pesquisa com referncias adequadas e uma sistematizao bem feita uma indicao do artesanato intelectual (CW MILLS). Quais so os erros mais comuns na escolha do tema para monografia, dissertao ou tese?1. Postergar a escolha do tema , provavelmente, o erro mais comum. Grande parte dos alunos escolhe um tema pouco tempo antes do prazo final.

2. Aceitar a primeira ideia que surge, ou que sugerida, sem refletir, de forma cuidadosa, sobre as suas implicaes.

3. Definir um tema de pesquisa muito geral ou muito difcil de ser examinado de forma objetiva no prazo previsto.

4. Definir um tema de pesquisa sobre o qual o aluno no est familiarizado, no tem relao com o seu cotidiano, com disciplinas j cursadas ou trabalhos previamente realizados e, portanto, que poder exigir um esforo muito grande.

Quais so os erros mais comuns na definio do problema de pesquisa?

Primeiramente, fundamental lembrar que uma questo bem formulada uma questo parcialmente respondida. Se voc no sabe o que est procurando, o que ser que ir encontrar? Nada. Portanto, a delimitao do tema, atravs de uma problema de pesquisa especfico, fundamental para o sucesso do trabalho.

Alguns dos erros mais comuns na definio do problema so:

1. Selecionar ou definir problemas para os quais o aluno no dispe de tempo, dados, recursos ou preparao adequada para investigar.

2. Formular um problema sem examinar, de forma adequada, a literatura j existente sobre o assunto.

3. Selecionar ou definir um problema de pesquisa muito vasto, ou muito vago, para ser estudado de forma objetiva.

4. Utilizar a prtica, muito comum entre os alunos, de busca aleatria de um problema de pesquisa. Adeptos dessa prtica acumulam um enorme volume de bibliografia sobre diversos temas, sem um propsito bem definido, esperando que, quase por milagre, todo o material coletado se encaixe e surja da um problema de pesquisa vlido.

5. Forar a vinculao do problema escolhido com trabalhos elaborados previamente com objetivos e mtodos muito diversos.

6. Elaborar o problema ad hoc, de forma a explicar um evento ou uma situao muito particular.

7. Ignorar toda a bibliografia j estudada, os trabalhos j realizados, as orientaes e discusses com os professores e tratar a monografia ou dissertao como um fresh start, e no como uma decorrncia natural do curso feito.

8. Selecionar problemas que no interessam nem a voc, e muito menos aos seus professores.

Quais so os problemas mais comuns na reviso de literatura?1. Falhas na delimitao do tema a ser revisto, criando revises muito extensas e pouco objetivas, que incluem um conjunto de trabalhos com pouca ou nenhuma relevncia para o tema especfico que se pretende pesquisar.

2. Excesso de superficialidade, quando o autor apresenta, de maneira simplria ou incompleta, as contribuies feitas anteriormente.

3. Vis e direcionamento na seleo dos textos a serem revistos, ignorando, propositadamente, contribuies importantes porque estas apresentam posies diversas daquelas que o aluno acredita, a priori, serem corretas.

4. Revises fundadas somente em fontes secundrias. As notrias revises de revises.

5. Anlises concentradas, pura e exclusivamente, nos resultados finais das pesquisas, ignorando a descrio dos modelos, as hipteses, e a metodologia adotada no trabalho.

6. Referncias bibliogrficas incorretas, tornando impossvel ao professor ou ao leitor verificar o que foi dito originalmente.

Quais so os erros mais comuns na pesquisa emprica?

Os erros mais comuns na pesquisa emprica so: o descuido em manter um registro, sempre atualizado, das fontes de onde foram obtidos os dados e a impreciso ao descrever estas fontes. Sem o registro adequado das fontes, os dados no podero ser utilizados de forma vlida.

Outros erros comuns so:

1. Fundar a anlise em dados empricos obtidos a partir de fontes secundrias, sem conhecer a metodologia utilizada para obteno desses dados.

2. Comparar dados de fontes distintas, obtidos a partir da aplicao de metodologias muito diferentes.

3. No avaliar, de forma muito rigorosa, a preciso e a correo dos dados obtidos.

4. Utilizar de forma incorreta, ou inadequada, tcnicas ou testes estatsticos.

5. Definir de forma imprecisa, a populao a ser examinada e, portanto, trabalhar com amostras compostas de maneira incorreta.

6. Forar o relacionamento entre duas variveis, por acreditar que a falha em demonstrar a existncia de correlao entre variveis significa, necessariamente, que o seu trabalho emprico ser considerado invlido ou incompleto.

a) E nas entrevistas, quais so os erros mais praticados?O erro mais comum ao realizar entrevistas a falta de planejamento e

preparao prvia. O entrevistador deve primar pela objetividade, e saber conduzir o encontro de forma a obter informaes verdadeiramente teis para sua pesquisa. A falta de planejamento leva ao desperdcio de uma oportunidade importante e, muitas vezes, cria uma barreira entre o entrevistado e o entrevistador.

Outros erros comuns so:

1. Falhas na apresentao prvia da natureza e dos propsitos da pesquisa ao entrevistado.

2. Excesso de perguntas, tornando a entrevista longa demais.

3. Formulao de perguntas para as quais o entrevistado no est preparado ou autorizado para responder, criando, assim, constrangimento.

4. Vis na formulao das perguntas ou no exame das respostas.

5. Erros de portugus nos questionrios.

Qual dever ser a estrutura do trabalho cientfico?O trabalho dever estar organizado da seguinte maneira:

1. Folha de rosto, contendo autor, ttulo, natureza do trabalho, nome do orientador, local e ano.

2. Termo de aprovao, onde se cita o orientador, e banca examinadora, conforme o caso.

3. Dedicatria (opcional)

4. Agradecimentos (opcional)

5. Sumrio (lista de captulos e sees)

6. Lista de tabelas e figuras.

7. Resumo em portugus (resumo em ingls apenas para dissertaes e teses)

8. Texto principal (Introduo, Reviso de literatura, Desenvolvimento e Concluso)

9. Anexos e referncias bibliogrficas.

Quais so as recomendaes para a redao do texto?O texto cientfico deve primar pela clareza, preciso e objetividade. Deve-se evitar o texto rebuscado, o raciocnio floreado e a ginstica lingstica. Tenha sempre mo um bom dicionrio, uma gramtica e consulte outros livros sobre produo de textos cientficos. A seguir apresentados algumas recomendaes, de carter geral, que podem auxili-lo na elaborao do seu trabalho.

a) Organize suas idias com cuidado. Desenhe vrios esquemas com a estrutura dos argumentos principais e planeje os captulos conforme esses esquemas. Elabore um esqueleto com a estrutura do texto. Jamais comece a escrever sem antes saber o que voc pretende dizer. Confira, continuadamente, a organizao do seu texto. No perca a perspectiva geral da estrutura do seu trabalho.

b) Confira, com muito cuidado cada um dos pargrafos. Lembre-se que cada pargrafo deve ser organizado ao redor de um ponto central e, portanto, deve conter apenas uma idia fundamental.

c) Confira pargrafo por pargrafo, checando, de maneira muito cuidadosa, a transio entre eles. Seu texto deve fluir logicamente. Evite transies fortes, mudanas drsticas e rupturas no texto. No inicie pargrafos sucessivos com a mesma palavra.

d) Confira cada uma das frases nos pargrafos. Adote sempre a ordem direta nas frases. Cheque, de maneira muito especial, a possibilidade de erros de concordncia, de erros gramaticais e de sentido das frases.

e) Cada vez que uma idia ou citao de outros autores introduzida no texto a origem completa da citao dever ser apresentada em nota.

f) Confira que seu texto tenha uma introduo e uma concluso claras, porque essas so partes muito importantes do seu texto. Veja se h coerncia entre o que foi proposto na introduo e as concluses apresentadas.

g) Tenha sempre em mente o pblico para o qual seu texto se dirige. Uma monografia, uma dissertao ou uma tese no um texto literrio ou jornalstico. Lembre-se que suas idias so importantes para os professores, mas que estas devero ser apresentadas de forma coerente, lgica, convincente e apoiada em evidncia emprica apropriada ou em um quadro conceitual robusto.

Procure mostrar o seu texto para os colegas, ou algum cuja opinio voc

valorize, antes de entregar ao professor. Faa ao colega as seguintes perguntas:

. Qual , na sua opinio, o principal argumento do meu trabalho (ou

do captulo)?

. Ser que o meu texto est claro e objetivo?

. H erros gramaticais? Quais?

. As minhas idias esto articuladas logicamente?

. Qual parte do meu texto est mais difcil de entender? Por qu?

. Voc acredita que meu texto omite informaes ou argumentos

importantes? Quais?

. Ser que o texto apresenta, de forma coerente e adequada, as

principais posies existentes sobre esse assunto?

Anote as crticas e reformule o que for necessrio, antes de entregar a verso final do texto ao professor. Lembre que se seus colegas acharam seu texto chato, desorganizado e confuso, bem provvel que seu professor concorde plenamente com eles.

Como devem ser feitas as referncias bibliogrficas?

As referncias devem seguir os padres da ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). Para uma descrio completa dessas normas, o aluno dever procurar as publicaes da ABNT ou outra publicao especializada.

Dentre as muitas publicaes existentes, cabe recomendar, de forma muito especial, o Manual para normalizao de publicaes tcnico-cientficas, elaborado por Jnia Lessa Franca, e publicado pela Editora da UFMG em 1996. Os exemplos que se seguem foram adaptados desse Manual.

Livros

AUTOR. Ttulo; subttulo. Edio. Local de publicao: Editora, data. Nmero de pginas ou volumes.

OLIVEIRA, Fabrcio A. Autoritarismo e crise fiscal no Brasil. So Paulo: Hucitec, 1995. 196 p.

HINICH, M.J., MUNGER, M.C. Analytical politics. Cambridge: University Press, 1997. 252 p.

Artigos de publicaes peridicas

AUTOR. Ttulo do artigo. Ttulo do peridico, Local de publicao, n volume, n fascculo, pginas inicial-final, ms e ano.

Exemplo:

GIAMBIAGI, Fbio. A crise fiscal: o que realmente aconteceu. Revista de Economia Poltica. V. 17, n. 1, p.60-79, jan-mar 1997.

Captulo de livro

AUTOR DO CAPTULO. Ttulo do captulo. In: AUTOR DO LIVRO. Ttulo; subttulo do livro. Nmero da edio. Local de publicao: Editora, data, pginas inicial-final do captulo.

ABRANCHES, Srgio. O estado. In: HELIO JAGUARIBE. (Org.). Sociedade, estado e partidos na atualidade brasileira. So Paulo: Paz e Terra, 1992. P. 117-156.

Artigo de jornal

AUTOR. Ttulo do artigo. Ttulo do jornal, local, dia, ms, ano, ttulo do caderno ou suplemento, pginas inicial e final.

QUADROS, Salomo. Sinal amarelo para a sia. Folha de So Paulo, So Paulo, 3 de maro de 1998, Caderno de economia, p. 2.

Dissertaes e teses

AUTOR. Ttulo; subttulo. Local: Instituio, ano de apresentao. Nmero de pginas ou volumes. (Categoria e grau)

SILVA, Beatriz A.. Polticas pblicas de emprego no Brasil: a experincia recente. Rio de Janeiro: Instituto de Economia da UFRJ, 1997. 353 p. (Tese, Doutorado).

Leis e decretos

NOME DO PAS, ESTADO OU MUNICPIO. Lei nmero. Data (dia, ms e ano). Ementa. Dados da publicao que transcreveu a lei ou o decreto.

BRASIL. Decreto n. 468 de 5 de maro de 1992. Estabelece regras para a redao de atos normativos do Poder Executivo e dispe sobre a tramitao de documentos sujeitos aprovao do Presidente da Repblica. Dirio Oficial da Unio, 9 de maro de 1992, p. 4.

Parecer

AUTOR (pessoa ou instituio). Ementa. Tipo e nmero do parecer. Relator. Data do parecer. Dados da publicao que transcreveu o parecer.

BRASIL. Congresso Nacional. Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao. Parecer sobre o Projeto de Lei nmero 25, de 1997-CN, que Estima a Receita e fixa a Despesa da Unio para o exerccio financeiro de 1998. Parecer nmero 18, de 1997-CN. Relator: Deputado Aracelly de Paula. 23 de setembro de 1997.

Entrevistas

NOME DO ENTREVISTADO. Ttulo. Local, data.

SARNEY, J. Entrevista concedida a Jos Alberto Murtinho. Braslia, 19 de outubro de 1996.

Alternativamente, incluir o cargo do entrevistado quando a entrevista for concedida em funo deste.

SARNEY, J. Entrevista concedida pelo Presidente do Senado Federal a Jos Alberto Murtinho. Braslia, 19 de outubro de 1996.

Quando a entrevista tiver sido publicada, incluir a referenciao da publicao.

SARNEY, J. O futuro do Senado Federal. Jornal de Braslia, 19 de outubro de 1996. Caderno de Poltica, pag. 2. Entrevista.

Como fazer as citaes ao longo do texto?

As citaes podem ser classificadas em duas categorias: diretas e indiretas.

A citao direta ocorre quando h transcrio literal de um texto ou parte dele. A citao com at cinco linhas pode ser inserida no pargrafo, entre aspas. Citaes maiores devero ser apresentadas em pargrafo distinto, a sete espaos da margem esquerda, com espao simples entre as linhas e duplo entre o pargrafo anterior e posterior.

A citao indireta apresenta as idias de outro autor sem fazer uma transcrio literal. Neste caso, deve-se sempre indicar a fonte original das idias sendo apresentadas.

As fontes originais devem ser indicadas em notas de rodap, alm de constarem na bibliografia, ao final do texto.

E as notas de rodap, quando e como devem ser usadas?

As notas de rodap tm duas funes bsicas. A primeira a de prestar esclarecimentos e abordar pontos que no devem ser includos no texto, tornando a leitura mais fcil e agradvel. A segunda funo a de servir como nota bibliogrfica para uma citao direta ou indireta, assim como para indicao das fontes primrias de dados.

No caso das notas bibliogrficas, deve constar o sobrenome do autor, data da publicao e outros dados para localizao da parte citada.

Exemplos:

a) No caso de um autor: 5ARNOLD, 1991, p. 89

b) No caso de at dois autores: 9HINICH e MUNGER, 1997, p.69.

c) No caso de mais de dois autores: 8CARVALHO et alli, 1996, p.78.

Muitas vezes as notas bibliogrficas vm acompanhadas de expresses e

abreviaturas latinas. Tais expresses devem ser evitadas o mximo possvel, e se aplicam apenas s referncias em uma mesma pgina. Ao mudar de pgina, a citao completa dever ser repetida.

Algumas das expresses e abreviaes em latim mais utilizadas so:

a) Ibidem, quando se fizer as citaes de uma mesma publicao, variando apenas a paginao. Exemplo:7CARNOY, 1989, p.89

8 Ibidem, p. 95

b) Idem (do mesmo autor), quando se fizer citaes do mesmo autor, variando apenas a obra.

7CARNOY, 1989, p.89

8 Idem, 1993, p. 102

c) Passim (aqui e ali) quando se quer fazer referncia a diversas

pginas de onde foram retiradas as idias do autor, indicando-se, apenas, a pgina inicial e final do trecho. Exemplo: NORTH, 1992, passim 35-86.

d) Cf. (confira) para fazer referncia a trabalhos de outros autores,

Trechos ou notas do mesmo trabalho.

Exemplos:7Cf. Captulo 2 desta dissertao

12Cf. nota 2 do captulo 4

7Cf. LIMONGI, 1994, p.26

Bibliografia

FRANA, J. L. Manual para normalizao de publicaes tcnico-cientficas. Terceira edio. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996. 191p.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. So Paulo: Atlas, 1996. 159p.

ISAAC, S. e MICHAEL, W. Handbook in research and evaluation. Segunda edio. San Diego: Edits, 1990. 234p.

KRATWOHL, David. How to prepare a research proposal. Terceira edio. Syracuse: Syracuse University Press, 1988. 302p.

MARTINS, Gilberto. Manual para elaborao de monografias e dissertaes. So Paulo: Atlas, 1994. 116 p.

SALVADOR, Angelo. Mtodos e tcnicas de pesquisa bibliogrfica. Quinta edio. Porto Alegre: Editora Sulina, 1976. 258 p.

SOLOMON, Dlcio. Como fazer uma monografia. So Paulo: Martins Fontes, 1993. 294 p.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN. Normas para apresentao de trabalhos. Sexta edio. Oito volumes. Curitiba: Editora da UFPR, 1996. Este documento uma adaptao do roteiro elaborado pela equipe do NP3 /UnB (Ncleo de Pesquisas em Polticas Pblicas da Universidade de Brasilia) Paulo du Pin Calmon, Marisa von Blow, Luiz Pedone, Marilde L. de Meneses, Rebecca Abers, em 1999.