Rox Rezende

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Catálogo feito pela Kaminari da exposição do escultor Rox Rezende que aconteceu na Caixa Cultura do Rio de Janeiro em março de 2011.

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CuradoriaDenise Mattar

CAIXA Cultural Rio de Janeiro

29 de março a 1º de maio de 2011

Rox Rezende

apresenta

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A CAIXA tem o prazer de apresentar a obra singular do artista Rogério Miranda Rezende.

Trabalhando sobre peças que se situam entre quadros e esculturas, Rox transforma ferro cortado, batido e soldado, em obras que surpreendem pela leveza.

As formas lineares puras das peças se expandem em amplas áreas va-zadas e incorporam uma multiplicidade de unidades compositivas que ele relaciona com estruturas cósmicas. De natureza construtiva sua obra flerta com a figuração, retraçando troncos, raízes e paisagens.

Durante anos o artista trabalhou com mobiliário e desde 2000 dedica-se à arte do ferro para a qual trouxe um olhar contemporâneo, produzindo obras que incorporam elementos de sucata, oxidações e texturas.

Nascido em São Paulo, em 1961, Rox realizou exposições no Brasil e no exterior e se apresenta pela primeira vez no Rio de Janeiro. Sua mostra é mais uma ação da CAIXA para promover a divulgação de artistas fora de sua cidade de origem, propiciando uma integração nacional e pro-movendo a irradiação da cultura pelo país.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

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Os trabalhos de Rox Rezende são desenhos no espaço, e a transparên-cia é o elemento essencial que os torna visíveis. Seus desenhos em três dimensões mostram universos ritmicamente diáfanos, uma vontade in-tuitiva de compreender a natureza e paisagens construídas à maneira de gravuras japonesas. Seu ponto de partida é sempre a linha, que cria uma estrutura de sustentação para elementos no espaço.O conflito sobre o qual se constrói a obra do artista vem do fato de que essas linhas fluidas, essas teias delicadas, são realizadas em fios de me-tal, domados através de processo árduo, que inclui fogo, alicates, corta-dores e martelos.Rezende recolhe fragmentos de sucata que distribui em suas estrutu-ras constelacionais, criando mundos suspensos como teias de aranha; e também se entrega ao fascínio alquímico transformando os materiais que manipula. Manejando sutilmente os processos de decomposição, corrosão e oxidação do metal, ele enfatiza a beleza que nasce do tempo.As narrativas de Rox Rezende se constroem no total silêncio. Assim como cria sutilezas com o duro metal, ele transmuta sua surdez numa ferramenta de trabalho. Longe de estridências ou harmonias sonoras ele “ouve os planetas” e constrói seus mundos em transparências estruturais.

Denise Mattar

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Não é dado a qualquer um brincar com as constelações, reconstruir o universo e sobretudo fazê-lo utilizando a dureza do ferro. Pois este é o macrocosmo que nos contém. É ainda mais difícil usar elementos do mesmo ferro para capturar um vulto ou reproduzir uma expressão do dia a dia. E, neste caso, trata-se do microcosmo mais freqüentado pelos olhares dos homens: o rosto de quem nos circunda. Para moldar o ferro até transformá-lo em suporte de sutil poesia, feita de leves equilíbrios, mas que incidem profundamente no ‘olhar que observa’, é que serve exatamente um poeta. E o termo não é exageradamente genérico para designar a arte de Rox Rezende. Revirar o universo interior, feito de imagens silenciosas, a partir de um material duro, áspero, ainda carregado da força do fogo, mas também da rigidez da indústria, na qual é largamente utilizado e compreendido, é um ato possível somente através de um curto-circuito poético. Poderíamos dizer que a maioria dos artistas, pelo menos parcialmente, cria a partir de repentinas acelerações visuais. Mas toda a arte de Rogerio é no fundo uma aceleração visionária, é um tomar forma por meio de iluminações rápidas e essenciais –  a reconhecível matéria da qual é feita a poesia, que às vezes se confunde com a matéria do sonho, também visível para quem sabe vê-la. Para tornar isso possível não basta apenas ter um acurado controle da técnica construtiva e das propriedades do metal; não basta também ter um sentido aguçado da forma, que, no artista é tanto mais forte quanto mais usa elementos essenciais, que tornam a sua linguagem parcimoniosa e nunca excessiva. É necessário um curto-circuito poético. Na arte contemporânea, os metais, muitas vezes os mais duros e resistentes, foram empregados justamente para sublinhar o valor industrial e produtivo. Tratava-se de uma

experiência que, junto à arte, pretendia reformar a sociedade inteira, atualizando-a às novas tecnologias e às eternas utopias, como era o caso da Bauhaus de Max Bill, que redimia a Tekhné de sua centralidade no terror mecânico, e posteriormente econômico da Segunda Guerra Mundial.Em outros casos, no entanto, os mesmos metais foram utilizados para obter um efeito contrário àquilo que se esperaria de materiais rígidos e “secos”. É o caso de artistas europeus, como Julio Gonzalez ou Fausto Melotti, mas também da importante experiência da arte concreta e cinética latino-americana e, principalmente, brasileira. Protagonistas como Ligia Clark ou Helio Oiticica uniam o rigor de uma forma geométrica bem organizada a inesperadas acelerações, totalmente imprevisíveis. Naturalmente, o mundo poético de Rogério é bastante diferente – e o primeiro a afirmar isso é o próprio artista, com seu sorriso suspenso e encantado. Mas, mesmo uma experiência interior como a que ele vive, voltada apenas à necessidade de exteriorizar a interioridade mais profunda, acontece no mundo que o circunda; que o mede constantemente – queira ele ou não.E o tal mundo, que é o nosso, é feito de linguagens, de conflitos, de mutações incessantes, de parentescos subterrâneos, de afinidades eletivas. Por isso e por outros motivos (por muitos outros motivos) a sua arte é quente e oportuna. O ferro é para Rogerio material poético e meio de coerência estilística, mas representa também a dureza do mundo. A reconhecível matéria de sua poesia assume forma depois de haver sublimado até a aspereza da vida. Está nisso a sua força, aquela que permite à dura matéria da poesia se transformar em matéria do sonho.

Enrico Mascelloni

A dura matéria da poesia

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No meu universo, Mô, você é um planeta de luz

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Planeta Luminosa25 x 25 cm2011

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Universo69 X 101 cm2000

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Estação Instável 150 x 150 cm2008

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Universo Geométrico 107 x 107 cm2004

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9 Órbitas59 x 189 cm 2001

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Espião dos Planetas105 x 175 cm2005

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Missão do Tempo78 x 54 cm2005

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A viagem do tempo40 x 180 cm 2010

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Universos174 x 99 cm 2008

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Plataforma215 x 40 cm2010

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Plataforma 02171 x 131 cm2011

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Rosto111 X 68 cm2010

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Rosto com duas bocas281 X 141 cm2003

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Planeta Gêmeos 19 x 13 cm 2011

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O Buraco negro26 x 205 cm 2009

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Velocidade do tempo50 x 39 cm2008

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Planeta Gêmeos80 x 64 cm 2009/2011

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Árvore 231 x 188 cm 2008

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O Poder do Tronco195 x 230 cm2010

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Mistério da Natureza119 x 69 cm2005

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Chuva131 x 69cm2005

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Mato126 x 158 cm2006

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Zen180 x 125 cm2009

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Cachoeira245 x 151 cm2011

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Metrópolis51 x 210 cm 2009

Metrópolis60 x 210 cm 2009

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Labirinto201 x 118 cm 2010

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Naves-ZimConjunto de 5 peças192 x 22 cm cada2005

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Sintonia Mars68 x 38 cm50 x 59 cm

2004

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Design105 x 155 cm 2009

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Comecei a trabalhar com ferro em 1989, quando um grande amigo – o Cássio Leitão – me incentivou a fazer o curso de metais na FAAP. Ele sempre acreditou que eu tinha que trabalhar com a arte. Essa foi minha primeira paixão em trabalhar e entrar no mundo dos metais.

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Faço o desenho com giz para ter uma noção de escala. Faço principalmente para os trabalhos figurativos. Para os trabalhos mais abstratos, não é  tão necessário.E gosto de fazer quando estou no atelier. Aí faço na hora mesmo. Quando não estou no meu atelier faço um desenho no papel para não esquecer.

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Meus trabalhos têm a cor do tempo. Gosto de usar o ferro na cor que  já faz parte do seu destino, sem a intervenção do homem. O que faço algumas vezes é apressar o processo usando os fatores do tempo como a chuva. É 100% ecológico....

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A construção do trabalho figurativo é mais minuciosa. Eu os crio para que as pessoas tenham um entendimento mais fácil e para que elas possam se inspirar na sua própria viagem. Os trabalhos abstratos, faço sem compromisso com o outro.

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Vista 72 x 134 cm2007

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Mar Mexido60 x 210 cm2007

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Sexy Casual149 x 169 cm 2007

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Canavial 231 x 188 cm2009

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Já fiz e ainda faço alguns trabalhos que levam cores. Nas cores sou influenciado pelo Alexander Calder. Suas cores – o preto, vermelho e o amarelo – são minhas também. O azul pode ser todo dele se ele quiser, não faço questão... Mas a grande lição que tirei de uma entrevista dele, foi quando ele disse que o artista deve criar ou fazer pelo menos uma obra por dia.Tento por em pratica essa lição.....

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Drink71 x 44 cm 2008

Drink27 x 18 cm 2008

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Curador160 x 135 cm2008

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Gosto dos ferros velhos, porque é onde encontro peças raras . São peças que tem sua beleza, sua história com o tempo. Quando vejo uma em especial, compro e levo comigo, e num certo momento ela poderá fazer parte de um trabalho meu.

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Missão do Tempo 44 x 180 cm2003

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Plataforma 18 x 210 cm2004

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Mistério Semente da Vida115 X 155 cm2005

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Semente da Vida 20 x 65 cm2005

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Perdidos no Espaço 120 X 120 cm2005

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Semente da Vida 17 x 12 cm2010

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Um filme que me influenciou muito foi “ Metrópolis” de Fritz Lang. Esse com certeza me fez ver o mundo dos ferros e dos “humanos terrestres” que  tenho feito.

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Pensamentos165 X 135 cm2002

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Quanto mais construo, mais para longe estou indo. O tridimensional já bateu na minha porta

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Quando trabalho costumo desligar meu aparelho de surdez para “ouvir os planetas”. Eu gosto e preciso. Entro no meu mundo silencioso. Assim consigo mentalizar o caminho da viagem do universo.

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Viagem do Tempo 3D 35 x 50 x17 cm2004

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Explosão29 x 99 cm2004

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Agradecimentos:

A Denise Mattar e Guilherme Isnard, Cassio Leitão, professores da FAAP Dirce e Toninho e a Ana Sanson.Meu pai , minha mãe, a Mônica e nossos filhos Luisa e Otto.

Valeu Damião, minha mão amiga

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJR358r Rezende, Rogério Miranda Rox Rezende / curadoria Denise Mattar. - Rio de Janeiro : Conjunto Cultural da Caixa, 2011. 96p. : il. color. ; 22.5cm Catálogo da exposição realizada na Caixa Cultural Rio de Janeiro, de 29 de março a 01 de maio de 2011ISBN 978-85-60147-06-9 1. Rezende, Rogério Miranda - Exposições. 2.Trabalhos de arte em metal - Brasil - Exposições. 3. Escultura em metal - Brasil - Exposições. I. Mattar, Denise, 1948-. II. Conjunto Cultural da Caixa (Rio de Janeiro, RJ). III. Título.

11-2159. CDD: 739.40981 CDU: 739(81)

18.04.11 19.04.11 025816

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CATáLOGO

Organização Denise Mattar

Projeto Gráfico Ana Lucas - Kaminari Comunicação

Textos Denise Mattar e Enrico Mascheloni

Fotos Guilherme Isnard

PRESIDENTA DA REPúBLICA Dilma Rousseff

MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA Guido Mantega

PRESIDENTE DA CAIXA ECONôMICA FEDERAL Jorge Fontes Hereda

EXPOSIçãO

Curadoria Denise Mattar

Cenografia Guilherme Isnard

Iluminação Guilherme Isnard

Equipe do Artista Mônica Isnard e Damião Ferreira dos Santos

Produção Executiva Celso Rabetti e Anita Xavier

Programação Visual Ana Lucas - Kaminari Comunicação

Sinalização AJB Comunicação Visual

Montador Renato Cecílio das Dores

Produção Curatorial Denise Mattar

PATROCÍNIO

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