Rua Azusa Pentecostalismo Herman Hanko

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Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com Reavivamento da Rua Azusa e Pentecostalismo Prof. Herman C. Hanko Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto * Parte 1 Introdução Embora o movimento Pentecostal seja de origem bem recente, a heresia que o movimento promove tem precedentes antigos. Salomão usa como tema em Eclesiastes o provérbio: “Nada há de novo debaixo do sol” (Ec. 1:9). Essa verdade também se aplica ao Pentecostalismo. Na igreja primitiva surgiu o erro do Montanismo, que, embora não seja semelhante ao erro de hoje em todos os aspectos, foi todavia um predecessor do Pentecostalismo. Os montanistas foram seguidos por seitas místicas de todos os tipos que apareceram por toda a Idade Média, quando a igreja foi escravizada pelo Catolicismo Romano. Mesmos os Reformadores não ficaram livres do erro irritante dos Anabatistas, que, em sua teologia, se assemelhavam aos Pentecostais de muitas formas. Todavia, nenhuma dessas várias seitas era totalmente parecida com o Pentecostalismo moderno. Talvez uma das principais características distinguidoras do Pentecostalismo de hoje é sua natureza ecumênica. Quase sempre, quer tolerados na igreja (como foram as seitas místicas da Idade Média) ou declarados como sendo sectários e heréticos (como era verdade dos montanistas e anabatistas), esses grupos estavam separados da igreja. Hoje o movimento é mais como um espírito amorfo que entrou na religião de muitas pessoas. O movimento não está organizado em corpos eclesiásticos, mas se infiltrou em quase toda denominação. E é para a vergonha dessas denominações, algumas das quais alegam ser Reformadas, que elas abrigam em seu meio e dão aprovação tácita, se não oficial, a um erro mortal. O Pentecostalismo é uma ameaça grave à igreja e será a morte dela, e menos que seja erradicado. A História do Pentecostalimo Após a Guerra Civil (1861-1865) as igrejas na América emergiram dessa luta gigantesca numa forma muito diferente daquela dos dias da “religião de fronteira”. A * E-mail para contato: [email protected] . Traduzido em setembro/2007. Fonte: The Standar Bearer, Volume 83, Issue 3, Novembro de 2006.

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    Reavivamento da Rua Azusa e Pentecostalismo

    Prof. Herman C. Hanko

    Traduo: Felipe Sabino de Arajo Neto*

    Parte 1

    Introduo

    Embora o movimento Pentecostal seja de origem bem recente, a heresia que o movimento promove tem precedentes antigos. Salomo usa como tema em Eclesiastes o provrbio: Nada h de novo debaixo do sol (Ec. 1:9). Essa verdade tambm se aplica ao Pentecostalismo.

    Na igreja primitiva surgiu o erro do Montanismo, que, embora no seja semelhante ao erro de hoje em todos os aspectos, foi todavia um predecessor do Pentecostalismo. Os montanistas foram seguidos por seitas msticas de todos os tipos que apareceram por toda a Idade Mdia, quando a igreja foi escravizada pelo Catolicismo Romano. Mesmos os Reformadores no ficaram livres do erro irritante dos Anabatistas, que, em sua teologia, se assemelhavam aos Pentecostais de muitas formas.

    Todavia, nenhuma dessas vrias seitas era totalmente parecida com o Pentecostalismo moderno. Talvez uma das principais caractersticas distinguidoras do Pentecostalismo de hoje sua natureza ecumnica. Quase sempre, quer tolerados na igreja (como foram as seitas msticas da Idade Mdia) ou declarados como sendo sectrios e herticos (como era verdade dos montanistas e anabatistas), esses grupos estavam separados da igreja. Hoje o movimento mais como um esprito amorfo que entrou na religio de muitas pessoas. O movimento no est organizado em corpos eclesisticos, mas se infiltrou em quase toda denominao. E para a vergonha dessas denominaes, algumas das quais alegam ser Reformadas, que elas abrigam em seu meio e do aprovao tcita, se no oficial, a um erro mortal.

    O Pentecostalismo uma ameaa grave igreja e ser a morte dela, e menos que seja erradicado. A Histria do Pentecostalimo

    Aps a Guerra Civil (1861-1865) as igrejas na Amrica emergiram dessa luta gigantesca numa forma muito diferente daquela dos dias da religio de fronteira. A

    * E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em setembro/2007. Fonte: The Standar Bearer, Volume 83, Issue 3, Novembro de 2006.

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    diferena era principalmente em mais controle organizacional e eclesistico da vida da igreja, mais religio formal e orientao intelectual. Antes da Guerra Civil, a religio de fronteira era livre de quaisquer restries organizacionais, era mais emotiva do que intelectual, e no tinha nenhum credo bsico definido. Aps a guerra, isso mudou. E foi em resposta ao que muitos chamam de morte e frieza dessas igrejas ps-guerra que o Movimento de Santidade surgiu, que colocava sua nfase na experincia interior da religio, santificao e proximidade de Deus.

    No comeo dos anos 1900, Charles Fox Parham, um professor do Bethel Bible College em Topeka, Kansas, tornou-se crescentemente insatisfeito com a frieza e formalidade das igrejas da regio. Ponderando sobre o assunto, Parham chegou concluso que o problema residia no fato que as igrejas tinham se afastado da simplicidade e fervor religioso da igreja primitiva em Jerusalm. Conseqentemente, ele comeou a ensinar pessoas e ministros a orarem por um retorno do Esprito e uma renovao da bno Pentecostal.

    Uma mulher por nome Agnes N. Ozman, estudante de Parham, alegou que em 1 de Janeiro de 1901 recebeu o batismo do Esprito Santo e comeou a falar em lnguas.

    Parham e seus discpulos, encorajados por essa resposta evidente s suas oraes, comearam, em 1905, a pregar a nova descoberta deles por todo o sudoeste dos Estados Unidos. Eles logo conquistaram uma grande multido e comearam a formar grupos de pessoas com idias afins para orar por renovao divina. No centro do distrito industrial de Los Angeles, Califrnia, havia uma pequena igreja de tbuas na qual os metodistas uma vez fizeram os seus cultos. Estava localizada na Rua Azusa 312, e chamava-se Misso Evanglica da F Apostlica (Apostolic Faith Gospel Mission). Era liderada por um negro (que tinha s um olho) por nome William Seymour. Ele era um antigo pregador do Movimento de Santidade, que tinha sido influenciado por Parham. Numa reunio pblica em 1906, o Pentecostalismo como uma religio nacional e mesmo internacional comeou. O grupo que adorava na Rua Azusa experimentou um derramamento do Esprito que foi uma repetio, assim foi alegado, de Pentecoste. As pessoas sobre quem o Esprito veio comearam a falar em lnguas.

    A igreja ministrava a toda classe e raa de pessoas, e logo se tornou uma Meca para pessoas de todo o pas. Essas pessoas, participando do derramamento especial do Esprito na casa de reunio da Rua Azusa, foram para as suas casas espalhando a palavra de que outro Pentecoste tinha finalmente chegado. O movimento espalhou-se rapidamente, e cresceu em grandes passos. Era o princpio do Pentecostalismo. Seu Carter

    O Pentecostalismo no uma denominao, nem um grupo organizado de igrejas com uma confisso e administrao comum. Ele sempre foi e ainda um movimento.

    Isso no significa que no existam igrejas que se tornaram totalmente pentecostais em sua doutrina e vida eclesistica. As denominaes mais conhecidas so as seguintes: a Igreja de Deus, com sua nfase sobre a santidade, e que provavelmente a nica igreja

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    que pratica a lavagem de ps; as Assemblias de Deus; a Igreja de Deus em Cristo; a Igreja Pentecostal da Santidade; a Igreja Pentecostal de Deus na Amrica; a Igreja Pentecostal Unida; e a Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular, da qual Aimee Semple McPherson foi a fundadora.

    Mas o Pentecostalismo lembra mais um movimento com algumas caractersticas comuns, embora na prtica grandes diferenas existam entre grupos diferentes. Em outras palavras, ele um movimento que se infiltrou em muitas denominaes, e embora essas denominaes difiram radicalmente entre si na doutrina, histria, adorao e governo de igreja, elas so, quase sem exceo, abertas presena do Pentecostalismo em seu meio. De Catlicos Romanos a denominaes Reformadas e Presbiterianas, as igrejas da Reforma tm visto esse movimento favoravelmente.

    Parece que a fora mais poderosa levando ao ecumenismo e a unio de todas as igrejas numa nica super-igreja o movimento pentecostal.

    O movimento conhecido por diferentes nomes. Alguns dos mais conhecidos so: Movimento da Rua Azusa; o Movimento Carismtico (tomado do fato que os dons do Esprito mencionados por Paulo em 1 Corntios 12 so chamados de charismata); o Movimento da Segunda Bno; e o Batismo do Movimento do Esprito.

    O Pentecostalismo extremamente apelativo aos membros de igreja de hoje. Seu apelo tambm o seu engano. Quando a igreja como manifesta no mundo perde o poder da pregao viva da Palavra, ela incorre numa dvida que tem de ser paga de alguma forma. A dvida incorrida pela perda de uma f viva nos membros e pelos cultos de adorao que so formais, frios, sem vida e insatisfatrios. Existe um vcuo criado na vida das pessoas, o qual quase tudo que apelativo pode preencher como um vento poderoso. O vcuo deixado pela pregao tediosa e sem vida foi preenchido pelos tempestuosos ventos do Movimento Pentecostal. A dvida foi paga pelos carismticos.

    Coloque nisso a realidade da vida na Amrica do sculo vinte, na qual as pessoas comearam a enfatizar mais e mais a necessidade de sentir-se bem. Sob a liderana de pregadores poderosos que falavam sobre auto-imagem positiva, sentir-se bem consigo mesmo, o poder do pensamento positivo, etc., um evangelho sinta-se bem era mais e mais atrativo para pessoas que achavam muito difcil pensar um pouco e que eram muito preguiosas intelectualmente para dominar at mesmo os rudimentos da f crist.

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    Parte 2 Os Ensinos do Pentecostalismo

    O prprio cerne da religio pentecostal a doutrina da segunda bno, ou, como algumas vezes chamada, o batismo com o Esprito Santo. Quando a maioria das pessoas pensa no Pentecostalismo, logo vm mente aquelas longas filas de pessoas aguardando para serem curadas, falando em lnguas, cantando com ritmo e bater de palmas, e encontros desordenados com muita gritaria, muitos Aleluias, e at mesmo rolar no cho. Mas essas prticas no nos dizem o que o Pentecostalismo realmente . Em seu cerne reside a doutrina da segunda bno.

    Essa doutrina ensina que um filho de Deus, regenerado, convertido, crente, santificado, e andando na vereda de sua peregrinao, est num nvel mais baixo de salvao que deveria estar, pois no recebeu tudo o que est disponvel para ele em Cristo. Deus intenta para ele mais do que esse status relativamente baixo. Ele deve receber a segunda bno.

    Embora o Esprito Santo de Cristo j tenha operado em seu corao a obra de salvao, ele pode e deve aspirar maiores bnos e um nvel mais alto de piedade, conseguvel somente quando for batizado com o Esprito Santo. Na sua converso ele pode ter sido salvo pelo Esprito Santo, mas precisa de mais: o batismo com o Esprito Santo. Quando foi convertido, ou quando um infante, o batismo com gua pode ter sido administrado a ele, mas outro batismo requerido.

    Esse batismo com o Esprito algumas vezes vem inesperadamente, especialmente quando um indivduo est buscando-o ativamente por meio da orao. Mas com maior freqncia ele vem atravs da ministrao de outros, que impem suas mos no indivduo e oram pela segunda bno.

    Freqentemente, essa segunda bno do batismo com o Esprito acompanhada por algum comportamento estranho, que tambm caracterstico de encontros de reavivamento. Os dois tm muito em comum, pois encontros de reavivamento so conduzidos com o propsito de buscar derramamentos especiais do Esprito, a fim de trazer renovao a uma igreja morta. Tais reavivamentos so acompanhados por comportamentos bizarros de todos os tipos. Em alguns crculos pentecostais, tais comportamentos tambm acompanham a segunda bno.

    Uma pessoa que recebe essa segunda bno recebe tambm subitamente dons especiais chamados de charismata, segundo a descrio de Paulo de tais dons em 1 Corntios 12:4. Dessa palavra vem o nome Movimento Carismtico. Esses dons incluem o falar em lnguas desconhecidas, capacidade de realizar milagres, o dom de profecia, e os dons de interpretar profecia e lnguas desconhecidas. Em alguns crculos pentecostais mais radicais, os dons incluem tambm o manusear cobras peonhentas. Como justificativa para essa ltima prtica, apelos so feitos a Marcos 16:18. Fonte: The Standar Bearer, Volume 83, Issue 5, Dezembro de 2006.

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    A segunda bno, ou batismo com o Esprito, , na teoria do Pentecostalismo, uma repetio do primeiro Pentecoste e um cumprimento contnuo da profecia de Joel, que Pedro citou naquele dia em seu sermo. Crticas do Pentecostalismo

    O Pentecostalismo uma ameaa perigosa igreja de Cristo, que tem o chamado para apegar-se verdade revelada na Palavra de Deus. Podemos medir o afastamento espiritual e teolgico de grande parte da igreja mundial, no fato do Pentecostalismo ser tolerado e aprovado dentro das igrejas Reformadas e Presbiterianas. Ele um movimento destrutivo que contradiz a doutrina da Escritura sobre a obra do Esprito Santo, e beira blasfmia contra o Esprito Santo, se no o for realmente.

    Mencionamos aqui, de certa forma brevemente, as objees ao Pentecostalismo que procedem dos ensinos da Escritura.

    O Pentecostalismo seriamente errneo quando fala da segunda bno ou batismo com o Esprito Santo como um poder para trazer o filho de Deus a um nvel mais alto de espiritualidade e piedade. Ao fazer isso, o Pentecostalismo desdenha a vida ordinria do cristo que diariamente cumpre o seu chamado na sua vida no lar, na igreja ou nos negcios. Essa luta diria contra o pecado, essa batalha constante para viver em obedincia a Deus, essa disposio em carregar a sua cruz com pacincia, tudo isso e muito mais que pertencem vida do cristo no mundo, desprezado e denegrido. Tal cristo , aos olhos do Pentecostalismo, um cristo de segunda classe, que no alcanou o nvel mais alto, nobre e espiritual de piedade e experincia crist que pertencem elite espiritual. Tal classificao perversa de cristos cheira a farisasmo.

    O Pentecostalismo fala de dons do Esprito que pertencem ao perodo apostlico. Isso um erro srio. Carece completamente de um entendimento do propsito dos dons especiais. Deus deu dons especiais igreja primitiva como sinais da verdade do evangelho. Isso foi necessrio porque as Escrituras no estavam escritas ainda, e aqueles que eram trazidos, pela pregao do evangelho, f em Cristo, no tinham a Escritura completa com a qual comparar os ensinos dos apstolos, a fim de determinar sua verdade. Eles no podiam fazer perfeitamente o que os cristos bereanos fizeram em partes: examinar as Escrituras para ver se as coisas eram assim. Mas quando as Escrituras foram completadas, a necessidade de sinais e maravilhas cessou. A igreja tinha a Palavra de Deus escrita. Isso no era apenas suficiente, mas muito, muito melhor que sinais e maravilhas. Na realidade, amparar-se em sinais e maravilhas como uma parte necessria da vida do cristo falar com desprezo da Palavra de Deus na Bblia. dizer que a Bblia no suficiente; algo mais necessrio. fazer o que o homem rico no inferno queria quando implorou a Abrao que enviasse Lzaro aos seus irmos, pois um fantasma dentre os mortos faria o que a Bblia no podia fazer. Que os pentecostais ouam as palavras de Abrao ao homem rico: Se no ouvem a Moiss e aos profetas, tampouco acreditaro, ainda que algum dos mortos ressuscite (Lucas 16:31). de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim (Atos 17:11).

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    Que os pentecostais ensinam a importncia dos sinais e maravilhas no estranho. Eles realmente no crem na suficincia da Escritura. Eles querem adicionar algo, em contradio s palavras da prpria Escritura em Apocalipse 22:18.** Eles querem profecias, revelao adicional atravs daqueles que falam em lnguas, palavras especiais da parte de Deus por meio de revelaes especiais. No me surpreenderia se algum dia o Pentecostalismo produzisse uma Bblia adicional.

    O Pentecostalismo permanece na tradio do misticismo. No preciso falar sobre isso, pois j abordei o misticismo num artigo anterior. Mas que seja dito, embora brevemente, que o misticismo dos pentecostais permanece na tradio do misticismo horrvel que apareceu ao longo das eras na igreja, desde o movimento montanista no terceiro sculo. O cristo que alcanou um nvel mais alto da vida crist chegou a uma comunho direta e imediata com Deus atravs de profecias, vises, sonhos, revelaes especiais e outras experincias msticas.

    O misticismo tende a ignorar Cristo, pois fala de comunho direta com Deus em encontros com Deus que so caracterizados quase inteiramente por xtase espiritual, experincias altamente emocionais, encontros indescritveis com o divino, e um voar da alma aos reinos celestiais que imergem a pessoa no ser divino. Aqui onde o Pentecostalismo e o reavivalismo se encontram. Lderes de reavivamento falam de encontros diretos com o Deus trino, no qual eles falam com Deus, discutem com ele vrios assuntos, recebem de Deus vrias informaes que por sua vez eles comunicam aos outros. Evan Roberts, a principal figura no reavivamento gals de 1904-05, falou de suas conversaes com Deus, a durao das quais ele marcava olhando de relance para um relgio medida que a conversao prosseguia.

    O Pentecostalismo mortalmente mstico e nega que o nico caminho para o Pai seja atravs de Cristo. Cristo apresentado nas Escrituras, e somente nessas Escrituras conhecemos a Cristo, e conhecendo a Cristo, conhecemos a Deus. Mas esse conhecer de Deus atravs de Cristo revelado na Escritura uma apreenso intelectual da verdade da Escritura, e nunca uma revelao parte das Escrituras. A vida eterna , de acordo com Jesus em sua orao sacerdotal, conhecer a Deus como o nico Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem ele enviou.

    Finamente, tanto o Pentecostalismo como o misticismo tm um entendimento incorreto do Pentecoste. O Pentecoste foi o derramamento do Esprito Santo sobre a igreja, que marcou o fim da velha dispensao e o comeo da nova. Pois, de acordo com Joo 7:39, o Esprito Santo, como o Esprito do Cristo assunto ao cu e glorificado, no existia no Antigo Testamento. (Veja tambm Atos 2:33). A nova dispensao difere da velha em aspectos significantes por causa da presena do Esprito na igreja. Na velha, a igreja estava limitada aos judeus; na nova, a igreja reunida de todas as naes da terra. (Por conseguinte, o sinal de falar em lnguas). Na velha, os crentes eram totalmente dependentes dos profetas, sacerdotes e reis para conhecer a vontade de Deus; na nova, os

    ** Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se algum lhes acrescentar alguma coisa, Deus far vir sobre ele as pragas que esto escritas neste livro.

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    crentes tm o Esprito e no tm necessidade de que algum os ensine (1 Joo 2:27; Hb. 8:10 ,11). Na velha, a revelao de Deus era limitada a tipos e sombras, que capacitava os santos a conhecer somente em parte; na nova, os crentes so guiados, atravs do Esprito, a toda verdade (veja Joo 14, 15, 16) e so capazes de entender as coisas que no entendiam antes. Os apstolos que, mesmo no Monte das Oliveiras no momento em que Jesus subia ao cu, ainda estavam esperando um reino terreno (Atos 1:6), um entendimento equivocado baseado na falha deles em entender a obra de Cristo sobre a cruz, subitamente, aps o Esprito ser derramado, entenderam tudo isso claramente; e Pedro foi capaz de pregar um sermo extraordinariamente inteligente, no qual apresentou o pleno significado da salvao consumada e perfeita de Cristo em sua cruz, ressurreio, ascenso e no seu derramar do Esprito.

    O Pentecoste foi um evento de uma vez por todas. Os pentecostais e reavivalistas, que falam de Pentecostes repetidos em derramamentos especiais do Esprito, pecam grandemente em negar o significado e significncia desse glorioso evento de quase 2.000 anos atrs.

    O Pentecostalismo, por ser encontrado na maioria das denominaes, pode muito bem ser um fator unificador num falso ecumenismo que eventualmente unir a igreja no servio da besta.