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Escola Secundária Aurélia de Sousa

Disciplina: História

Professora: Fátima Valério

Trabalho realizado por: Ana Figueiredo nº1 10ºG Helena Veiga nº11 10ºG

Data: 23/04/10

Índice:

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Introdução …………………………………………………………3

Abordagem Histórica……………………………………………….4.5.6.7

Rua da Constituição……………………………………………….8

Conclusão ……………………………………………………………..9

Anexos………………………………………………………………….10

Bibliografia………………………………………………………….11

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Introdução:

Neste trabalho, vamos falar sobre a Rua da Constituição, que foi criada em 1845.Iremos referir, em termos históricos, qual a origem do nome desta rua.

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Abordagem Histórica

Em 27 de Janeiro de 1842 deu-se o pronunciamento militar no Porto, que restaurou a

Carta Constitucional de 1826 e levou ao poder Costa Cabral. O regime dos Cabrais

(dois irmãos de António Bernardo da Costa Cabral, mais tarde Conde e Marquês de

Tomar, eram igualmente importantes figuras políticas da época) durou até à

Regeneração (1851), embora após a eclosão da revolta da Maria da Fonte (1846) e

durante 3 anos, Costa Cabral tenha estado num semi-exílio, regressando posteriormente

ao poder, com o apoio da rainha, sendo derrubado pelo movimento da regeneração

chefiado por Saldanha.

O Cabralismo é normalmente associado à ala direita do liberalismo, enquanto o

regime derrubado pelo pronunciamento militar do Porto, o Setembrismo, herdeiro do

vintismo e que chegou ao poder em 1836, é normalmente associado à esquerda. Aquela

comparação só parcialmente é verdadeira. Portugal viveu, na sequência da instauração

do liberalismo, uma vida política que estava longe de se considerar democrática. Não

havia condições para isso. As eleições eram manipuladas quer pelos Administradores

dos Concelhos, nomeados pelos sucessivos governos, quer por caciques locais.

Frequentemente, eram eles que indicavam onde se devia votar.Por isso, até à

Regeneração, as alternâncias governativas ocorreram sempre por via insurreccional,

direct a ou indirectamente, e nunca por via eleitoral.

Além do que extensas regiões do país estavam infestadas de bandoleiros ou grupos

armados agindo fora da legalidade, o que tornava ainda mais complicado o exercício da

democracia. Aliás, muitos deles agiam considerando-se elementos armados apoiantes de

determinadas facções políticas (Remexido – Miguelistas, Zé do Telhado – Setembristas,

João Brandão – Cabralistas, etc.) quando eram, apenas e tão só, bandoleiros.

A noção de partido político com um programa ideológico e uma estrutura própria só

aparece em Portugal nos fins do século XIX, embora com a Regeneração, a partir de

1851, comece a aparecer um embrião de partido. Naquela época o que havia eram

correntes de opinião, que se degladiavam com ferocidade em alguns centros urbanos de

maior expressão, mas perante as quais o país permanecia impassível, por incapacidade

de compreensão dos programas políticos.

Sismondi escrevia, poucos meses antes da capitulação do absolutismo, que se houvesse

eleições livres em Portugal, D. Miguel ganharia. Apenas uma pequena franja urbana

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apoiava as reformas sociais. Sismondi não pode, de forma alguma ser suspeito de

simpatias pelo absolutismo. Logo, aquela sua afirmação corrobora o que escrevi acima

sobre a capacidade da população portuguesa da época, maioritariamente analfabeta e

isolada em aldeias de comunicações difíceis, em partilhar as disputas ideológicas

furiosas que ocorriam entre as classes ilustradas de Lisboa, Porto e mais algumas,

poucas, cidades de relativa importância.

Os liberais estavam divididos entre Cartistas, apoiantes de Carta Constitucional de

1826, Setembristas, herdeiros do vintismo e empenhados na defesa de garantias

constitucionais mais latas que as reconhecidas na Carta de 1826 e na diminuição dos

poderes ao trono (veto, dissolução das câmaras, etc.) e os Ordeiros, uma corrente de

opinião intermédia, que oscilava entre as duas anteriores. Para além dos liberais, havia

os absolutistas, mas que também não constituíam um conjunto homogéneo.

As eleições de 15 de Agosto de 1836 deram, como era costume, a vitória a quem

estava no poder, isto é, aos moderados. Todavia no Porto havia ganho a facção chefiada

por Passos Manuel, mais radical e anti-cartista. Com a chegada dos radicais eleitos pelo

Porto, desencadeou-se em Lisboa uma revolta que forçou ao estabelecimento de um

novo governo. Foi a Revolução de Setembro.

Passos Manuel

O Setembrismo tinha uma visão mais progressista da sociedade. Perguntar-se-ia

todavia se, nas condições sociais existentes na época, o

esvaziamento do poder do trono que propunha seria melhor

garante da estabilidade social e do desenvolvimento do que o

inverso. O que se passou a seguir mostra que provavelmente

o Setembrismo, resultante de «em 1836 se estar em pleno

domínio as ideias políticas filhas da metafísica e do

romantismo que a França levara a todos os povos latinos»,

como escreveu José d’Arriaga, estava completamente fora da

sintonia com o país real. O primeiro ano do governo

setembrista, cujo motor foi Passos Manuel, que nem um ano

chegou a estar no governo, foi o período de ouro do

Setembrismo. Passos Manuel teve uma extraordinária actividade legislativa no domínio

da cultura e da instrução pública. Foi a grande herança setembrista.

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Em

Março de 1838 foi o início da morte da

Revolução de Setembro; a partir daí esteve

moribunda até 1842. Durante esses anos

andou como navio sem governo, nem piloto

pelo meio das tempestades. Sá da Bandeira não

era visceralmente um democrata; serviu a Revolução de Setembro contra as suas

convicções políticas, visto que era favorável a um maior poder do trono. Em Março

houve a revolta do Arsenal, dos setembristas radicais, entre os quais estava Costa Cabral

(e José Estêvão). Sá da Bandeira, então chefe do Governo, pactuou com a revolta e

mudou o governo num sentido mais radical que caiu em Abril de 1839. O novo governo

saído dessa remodelação já era cartista, embora ainda estivesse em vigor a constituição

setembrista. Era presidido pelo Conde do Bonfim, próximo dos cartistas e tinha como

Ministro do Reino, Rodrigo da Fonseca, notório apoiante da Carta. Aliás, as discussões

políticas decorriam mais de quezílias pessoais e rivalidades políticas que de confrontos

ideologicamente consistentes. Eram polémicas estéreis e incompreensíveis para a quase

totalidade da população. Por exemplo, Costa Cabral era inicialmente um Setembrista

radical, ligado aos clubes maçónicos e então próximo de José Estevão. Posteriormente

foi evoluindo no sentido de apoio à Carta de 1826.

No meio de todo este mar encapelado, uma profunda crise social: carestia de vida,

atraso ou falta de pagamento dos vencimentos aos funcionários públicos, das pensões

etc., em contraste com os elevados rendimentos dos titulares de altos cargos da

administração.

Neste entendimento, o pronunciamento militar no Porto que restaurou a Carta

Constitucional de 1826 e levou ao poder Costa Cabral foi o corolário lógico. O governo

então existente, e em funções há cerca de um ano, era presidido por Joaquim António de

Aguiar, destacado político cartista, e tinha Costa Cabral como Ministro da Justiça.

Muito se tem dito sobre o Cabralismo. Não vamos

aprofundar, mas O Cabralismo constituiu uma etapa necessária no liberalismo

português. Costa Cabral consolidou o Estado liberal, assente numa forte centralização e

complexa burocracia, escudado no exército, na maçonaria (Costa Cabral foi Grão-

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mestre do Grande Oriente Lusitano, de 1841 a 1846 e de 1847 a 1849) e em clientelas

que beneficiavam da política económica e financeira, baseada nas obras públicas e

fomento. Todavia, o avanço das relações capitalistas nos campos, a supressão dos

direitos comunitários, a pesada carga tributária, mal distribuída, os custos dos enterros e

a proibição de serem feitos nas Igrejas, o descontentamento do clero pela supressão dos

dízimos levaram à revolta da Maria da Fonte, e à Patuleia, aglutinação heteróclita de

setembristas, miguelistas (General Póvoas e outros) e cartistas anti-Costa Cabral.

Esta revolta acabou com a intervenção estrangeira, pois a Europa era contrária a um

regime de instabilidade e estava receosa do que porventura sairia de uma coligação

absolutamente contra-natura. A Convenção de Gramido acabou com a guerra civil e

houve uma amnistia geral.

Aqui, D. Maria II cometeu mais um dos muitos erros estratégicos do seu reinado. D.

Maria II havia confiado a Saldanha a organização do gabinete ministerial, formado a 18

de Dezembro de 1848. Esse governo duraria apenas alguns meses, até Cabral, já

investido Conde de Tomar, assumir a função, por decreto régio, em registo claramente

ditatorial (29 de Junho de 1849). Saldanha foi demitido e sucessivamente humilhado.

Saldanha era o político e militar português mais carismático. Imediatamente se soube

rodear da fina flor da inteligência portuguesa: Herculano, Rebelo da Silva, José Estêvão,

etc., conspirando contra o Cabralismo. Acima de tudo gente que tinha aprendido com os

erros cometidos com o vintismo e com o setembrismo e que se tinha congregado para

dar ao país uma solução mais coerente, moderna e sustentável, política e

financeiramente, do que as questiúnculas em que até então o país se tinha digladiado.

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A Rua da Constituição

A abertura da actual Rua da Constituição é posterior a 1840, e fez-se muito lentamente

no decorrer dos anos. O primeiro troço entre o Marquês e a Rua de Antero de Quental

só ficou concluído em 1845, mas já tinha nome em 1843. Denominava-se Rua de 27 de

Janeiro, memorando o restabelecimento da Carta por Costa Cabral, proclamada em

igual dia e mês do ano anterior, nesta cidade. Com a queda dos Cabrais, derrubada a

Carta e restaurada a Constituição, recebeu o seu novo chamadouro de Rua da

Constituição. ("Toponímia Portuense" de Eugénio Andrade da Cunha e Freitas).

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A Rua da Constituição é uma rua central da cidade do Porto, está integrada em diversas

freguesias tais como: Bonfim, Paranhos, Santo Ildefonso e Cedofeita. Nesta rua existe

muito comércio e serviços. Na rua da constituição, foi onde nasceu o primeiro campo de

jogos do Futebol Clube do Porto (Foot-ball club do Porto). Actualmente é um centro de

treinos de futebol das camadas infantis.

Conclusão:

Concluindo, esta rua teve muita história, que infelizmente não é conhecida por muitos.

Esperamos, que o nosso trabalho dê a conhecer esta rua e a importância do nome que

tem.

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Anexos:

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Bibliografia:

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Google: http://www.google.pt/

Google Maps: http://maps.google.pt/maps?hl=pt-PT&tab=wl

Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal

Sites: http://www.arqnet.pt/portal/portugal/liberalismo/lib1842.html

Biblioteca Municipal do Porto

Junta de freguesia do Bonfim