RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

79
CEFAC CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA CLÍNICA RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção Monografia de conclusão do Curso de Especialização em Audiologia Clínica. VIRGÍNIA RAMOS KEENAN ORIENTADORA: MIRIAN GOLDENBERG PORTO ALEGRE, 1999

Transcript of RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

Page 1: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

CEFAC

CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA

AUDIOLOGIA CLÍNICA

RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

Dos riscos à prevenção

Monografia de conclusão do Cursode Especialização em AudiologiaClínica.

VIRGÍNIA RAMOS KEENAN

ORIENTADORA: MIRIAN GOLDENBERG

PORTO ALEGRE, 1999

Page 2: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

RESUMO

O presente trabalho faz uma ampla revisão bibliográfica sobre o Ruído em

Consultório Odontológico, citando autores que comentam sobre os riscos e outros

que sugerem prevenção da perda auditiva.

O principal objetivo foi de verificar as informações dos profissionais formados

em Odontologia, com continuidade de instrução na área, a respeito de prevenção e

de perda auditiva causada por ruído em consultório odontológico.

Sessenta questionários foram entregues a odontólogos que cursavam

Especialização e/ou Aperfeiçoamento na sede de Porto Alegre da A. B. O.

(Associação Brasileira de Odontologia) durante o ano de 1998. Desses, retornaram

47 questionários cujas respostas foram analisadas.

A maioria das respostas evidenciou que ainda há pouca informação referente

ao ruído em consultório odontológico durante a graduação. Isso pode estar evitando

que esses profissionais controlem o ruído em seus consultórios e se previnam de

possíveis alterações auditivas, visto que muitos apresentam sintomas auditivos e/ou

não auditivos de Perda Auditiva Induzida por Ruído (P. A. I. R.).

Page 3: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

ABSTRACTS

The present paper makes a wide bibliography revision about Noise in

Dentistry Clinic, broaching authors that comment on risks and others suggest

prevention of hearing loss.

The main objective was of verifying of professionals information graduated in

Dentistry with instruction continuity instruction in the regarding prevention in hearing

loss caused by noise in dentistry clinic.

Sixty questionnaires were given to dentists that studied especialization or

improvemment at A. B. O. (Brazilian Association of Dentistry) in Porto Alegre, during

the year of 1998. Forty seven questionnaires were receive back and the answers

were analysed.

Page 4: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

Most of answers evidenced us that there is still little information regarding to

the noise in dentistry clinic during graduation course. That can be avoiding that those

professionals control the noise in it’s clinic and take precautions of possible auditory

alterations, because many presents hearing symptoms and/or nor hearing hearing of

hearing loss induced by noise.

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Vitor e Elaine,

pelo incentivo ao estudo, o que permitiu que eu aceitasse,

com orgulho e determinação,

este e outros desafios em minha vida profissional.

Ao meu namorado Luciano,

por compreender minhas ausências.

Page 5: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

AGRADECIMENTOS

Aos participantes dessa pesquisa, por contribuírem para a realização deste

estudo.

À Dra. Salete Pretto e membros da A. B. O. (Associação Brasileira de

Odontologia) – Porto Alegre, por viabilizarem e acreditarem na seriedade desta

pesquisa.

Page 6: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 1

2. DISCUSSÃO TEÓRICA ............................................................................................... 3

3. PESQUISA...................................................................................................................... 32

3.1 Objetivo........................................................................................................................... 32

3.2 Delineamento por Amostragem ............................................................................... 32

3.3 Análise dos Resultados ............................................................................................. 33

3.4 Conclusões da Pesquisa ........................................................................................... 60

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 62

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 66

6. ANEXO............................................................................................................................ 69

6.1 Anexo A – Questionário ............................................................................................. 69

Page 7: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

1. INTRODUÇÃO

Em 1995, foi declarado pela Organização Mundial da Saúde (O.M.S.) que o

ruído estava listado como um dos maiores problemas de saúde nos EUA, já que

aproximadamente 30 milhões de trabalhadores estavam expostos a níveis de ruídos

prejudiciais à audição no ambiente de trabalho. As pesquisas acreditam que o perigo

do ruído acomete mais a população dos países em desenvolvimento, pois são

encontrados níveis muito altos de exposição, sem nenhum controle.

Apesar desse alerta, é lamentável que continuem os maus tratos ao ouvido,

com a exposição a níveis intensos de ruídos domésticos e ocupacionais. Por

ocupacional tem-se associado principalmente ruídos em profissões ligadas às

indústrias. Este trabalho pretende desmistificar este "rótulo" e mostrar o setor da

saúde como acalentador de doenças ocupacionais, especificamente em relação aos

profissionais da Odontologia. Esse interesse surgiu pela curiosidade de saber por

que os Odontólogos não se protegem dos ruídos ocupacionais.

Algumas hipóteses de justificativas passaram a ser levantadas: os

profissionais não terem informações da nocividade do ruído; os odontólogos

saberem da nocividade, mas não acharem necessário se proteger; a maioria deles

Page 8: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

2

ter consciência dos riscos, mas não têm condições de verificar a intensidade dos

ruídos a que estão expostos; alguns ainda por acreditarem nas raras pesquisas

inconclusivas sobre a nocividade ou não do ruído no consultório odontológico.

O estudo partirá de um questionário com 16 questões específicas, entregues

a profissionais da Odontologia que ministram ou assistem cursos de pós-graduação,

na Associação Brasileira de Odontologia (A.B.O./Porto Alegre). Esses profissionais

foram selecionados por estarem sendo favorecidos com informações atuais sobre a

prática de sua profissão e por demonstrarem ser acessíveis para coleta de dados

específicos.

Essa pesquisa considera de grande valia uma ampla discussão bibliográfica

de estudos e publicações variadas no que se refere a equipamentos mais ruidosos

no consultório odontológico e também quanto às queixas mais freqüentes dos

profissionais em relação a esse problema.

Assim, é importante ressaltar que, além da pesquisa informativa, esse

instrumento pretende ser de grande utilidade para o surgimento de campanhas

preventivas que envolvam o combate às situações ruidosas constatadas.

Page 9: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

2. DISCUSSÃO TEÓRICA

Fatores ligados diretamente ao ruído serão abordados desde sua

conceituação, caracterização, legislação, até referências físicas ao consultório

odontológico.

Durante muitos anos, o ruído foi sentido, mas não estudado e questionado.

Para verificarmos sua nocividade, faz-se necessário entender sobre sua etnogenia e

o seu significado.

Ubiratan et al. (1994), definem o ruído como sons indesejáveis, já Russo

(1993) acrescenta que ser ou não desejável o torna subjetivo, mas Feldman e

Grimes (1985) foram mais objetivos e conceituaram o Ruído como um termo

utilizado para descrever um sinal acústico aperiódico, originado da superposição de

vários movimentos de vibração com diferentes freqüências, as quais não

apresentam relação entre si.

Page 10: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

4

Russo (1993) ressalta que, infelizmente, os habitantes das grandes cidades

estão expostos ao ruído, não só no período de trabalho, mas nas atividades culturais

de lazer, afetando o bem-estar físico e mental, mesmo durante o sono.

Conforme foi relatado pela W. H. O. (World Health Organization), as fontes de

ruído consideráveis, em 1980, eram:

– indústria;

– tráfego (aéreo, terrestre e naval);

– construção civil e obras públicas;

– fontes domésticas (eletrodomésticos, brinquedos, sirenes e

– outros);

– esporte e lazer.

No decorrer destes dezenove anos, parece-nos que surgiram importantes

fontes de ruído, como é o caso dos consultórios odontológicos que deveriam ser

acrescentados a esta listagem citada anteriormente.

A atitude do indivíduo frente ao ruído deve ser tão considerado como os

elementos da acústica que o compõem, como duração, freqüência e intensidade,

mencionados por Akkerman (1976).

Page 11: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

5

O autor entende por freqüência o número de ciclos realizados no tempo de 1

segundo pelas partículas materiais, sendo o Hertz (Hz) a unidade internacionalmente

utilizada. O ouvido humano é sensível a uma faixa audível de 20 a 20.000Hz, mas

se avaliam as freqüências de 250 a 8.000Hz durante uma audiometria. Portanto,

quanto mais baixa a freqüência, mais grave é o som, e quanto mais alta a

freqüência, o som é mais agudo.

Barros (1993) afirma que os ruídos de baixa freqüência apresentam menor

incômodo que os de alta, perturbando menos em locais abertos do que em fechados

onde ocorre maior reverberação.

Para Ubiratan et al. (1994), a intensidade do som refere-se à quantidade de

energia vibratória que se propaga a partir da fonte emissora; já Akkerman (1976)

acrescenta que este termo está relacionado com amplitude, pressão e energia da

onda sonora, sendo expresso em deciBel (dB) que é sua unidade de medida.

O último autor enfatiza o conceito dizendo que quanto maior estas

características, mais forte é o som; quanto menor a unidade, o som fica mais fraco.

Estipula-se um zero audiométrico como média de limiares auditivos; a partir

daí, o máximo testado nos audiômetros mais comuns chega a 120dB.

Page 12: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

6

Russo (1993) mostrou uma tabela com níveis médios de intensidade para

alguns ruídos que vão de muito silenciosos (0 a 10dBA), passando por moderados

(60 a 70dBA) até estrondosos (130 a 150dBA). Podemos exemplificar em 10dBA

uma respiração normal; em 60dBA, uma conversa entre vários indivíduos; em

85dBA, zona de perigo-nocividade auditiva (entre um escritório barulhento e uma

fábrica); em 120dBA, o limiar de desconforto (uma motocicleta) e em 140dB o limiar

da dor auditiva (decolagem do avião a jato ou tiro de revólver).

Como pôde ser visto anteriormente, existem intensidades que começam a

tornar-se lesivas à audição humana, podendo-se, com a permanência nestes níveis

elevados, adquirir-se perda de audição.

O controle de ruídos máximos urbanos e de atividades de lazer não está

mencionado em leis federais, somente em algumas leis estaduais e municipais,

como foi destacado por Fiorini (1997). A autora salienta que a Norma Brasileira

(NBR–10.151) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) não se refere

aos níveis de tolerância e de conforto acústico, somente aos níveis recomendáveis

para os diversos ambientes.

Em contrapartida, para as atividades de trabalho no país, foi aprovada em

08/06/1978, a Norma Regulamentadora nº 15 (NR.15) do Ministério do Trabalho,

Page 13: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

7

dando os limites de tolerância para o ruído. Nesta tabela, há um máximo de horas de

exposição diária permissível para determinada quantidade de ruído a partir de 85dB.

Justificando este início da tabela em 85dB, Gerges (1996) cita Merluzzi et. al.,

que estudaram o risco auditivo de trabalhadores expostos a diversos níveis de

ruídos, afirmando que a exposição a ruído ocupacional de 85dB pode modificar o

limiar auditivo de uma certa percentagem da população a este exposta.

Para 85dB, o máximo de exposição é de 8 horas; o limite máximo é de 115dB

quando se pode ficar exposto durante 7 minutos. Dos 85dB aos 115 dB, há um

aumento gradual de 5 em 5dB, quando o tempo de permanência vai diminuindo pela

metade do anterior.

Em nível mundial, a HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE (1972) aceitava

uma dosagem máxima de 90dB diários para 8 horas de trabalho. Nove anos após, a

OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (1981) regulamentou

como excessivo todo o ruído superior a 85dB. Portanto, vemos que se tornou mais

criteriosa a diminuição da intensidade de ruído para exposição durante um mesmo

número de horas.

Page 14: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

8

Lopes e Genovese (1991), comentam que as profissões têm sido

classificadas, pela Medicina do Trabalho, segundo o grau de periculosidade e

insalubridade, relacionando, também, com o grande número de doenças

ocupacionais. Especificamente, a Odontologia tem sido vista como de baixo risco

ocupacional. O Ministério de Previdência e Assistência Social enquadram o dentista

apenas no campo de radiações ionizantes quando expostos a agentes biológicos, ou

atuando em locais onde o ruído permanente esteja acima de 90dB.

Infelizmente, o profissional dentista, enquanto empregado, fica parcamente

protegido pela legislação brasileira e, como autônomo, à mercê da perícia

previdenciária.

De qualquer forma, vemos que há muitos setores ruidosos de trabalho

desprovidos de controle, como os consultórios odontológicos, pois a legislação

brasileira está sendo direcionada para as indústrias e cobrada basicamente delas.

É conveniente citarmos algumas variáveis, mencionadas pelos últimos

autores, que podem modificar os limites máximos toleráveis para conversação eficaz

do cirurgião-dentista no seu processo de comunicação:

– quantidade de efeitos nocivos ao aparelho auditivo do dentista;

– intensidade e freqüência da vibração;

Page 15: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

9

– duração e exposição;

– intervalos entre uma e outra exposição;

– insusceptibilidade individual.

Sabe-se que os ruídos que interferem no consultório odontológico podem ser

originados por fontes internas ou externas.

Torna-se, então, interessante o relato de Barros (1993) que observa que as

fontes externas das grandes cidades são emissoras de ruído até mesmo superiores

a 85dB, gerando uma situação quase insolúvel, pois os números aumentam. Aliam-

se a estas, as fontes internas que se dividem em:

– sala de recepção - conversação, gritos e choros de crianças;

– sala clínica - motores, compressores de ar, timer, baixa e alta rotação,

condicionador de ar e sugador;

– diversas procedências - telefone, campainha, bater de portas, conversas e

passos.

Dos ruídos emitidos por fontes internas ao consultório odontológico nos

interessam especificamente aqueles produzidos dentro da sala de clínica.

Page 16: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

10

Inevitavelmente, comentaremos sobre a categoria de instrumentos rotatórios,

que para muitos autores, é a maior fonte geradora de ruído e, por mais tempo,

utilizada no consultório odontológico

Mondelli et al. (1976), na área da dentística, classificam os instrumentos

operatórios em 8 categorias, entre eles os rotatórios, que, para adaptação de

diversos equipamentos, foram projetados em diferentes formas, tamanhos e tipos:

• Motores de velocidade convencional: roldanas e cordas ou ar comprimido

(micromotores) transmitem o movimento à peça da mão; utilizados para

acabamento de paredes cavitárias após instrumentação com alta rotação.

• Turbinas de alta rotação: giram na extremidade da peça da mão e são

movidas a ar comprimido; úteis na redução rápida da estrutura dentária e

determinação de formas de contorno.

Lopes e Genovese (1991), afirmam que o problema da falta de audição

induzida por ruídos em dentistas, começou com o surgimento destes dispositivos de

alta rotação movidos à turbina com ou sem rolamentos. Tais dispositivos puderam

ser notados pelo alto nível de ruídos sibilantes e desagradáveis. Somente no final da

década de 50, é que se começou a questionar sobre o perigo que esses aparelhos

poderiam causar à audição dos dentistas.

Page 17: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

11

Cauduro (1979), diferenciou turbinas hidráulicas onde as palhetas eram

acionadas por água impulsionada de uma bomba em alta pressão, de turbinas a ar

onde o ar comprimido proveniente de um compressor acionava esse mecanismo. O

último tornava-se desagradável aos pacientes pelo ruído emitido (“forte silvo“).

Cooperman e Wallace (1965), concordavam que os níveis de ruídos gerados

por esses aparelhos de ar turbinado podiam originar danos permanentes à audição.

Na Inglaterra, em 1963, surgiram turbinas a colchão de ar, mantendo em

supressão a turbina propriamente dita. Com isto, diminuíram as vibrações e, por

conseqüência, também os níveis de ruído reduziram.

Surpreendentemente Fuchs e Illari (1964), relataram, em sua pesquisa, a

possibilidade da perda da audição não ser causada pelo uso da broca dentária.

Contrariando essa opinião, Hahn e Chantel (1964), afirmaram que a broca era

traumatizante à audição dos dentistas. Basearam-se nos resultados da pesquisa dos

limiares de 5 profissionais expostos durante 1 hora (3 minutos de exposição para

cada um de intervalo) a ruídos de 75 a 78dB. Em 3 dos 5 dentistas, o limiar caiu de

15 a 25 dB em 4.000Hz.

Page 18: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

12

Complementando o último estudo, Taylor et al. (1965), concluíram em sua

pesquisa que alguns dentistas expostos ao ruído da boca dentária durante 3 a 7

anos já apresentavam alteração na audição. Predominaram as seguintes

intensidades e freqüências das diferentes marcas de canetas mencionadas:

– SSW: 80dB de 4.000 a 16.000Hz;

– KAVO: 78dB em 16.000Hz;

– STARLING: 77dbB em 4.000Hz;

– SIEMENS: 74dB em 6.000Hz;

– FARO: 74dB de 10.000 a 16.000Hz.

A rotação dos equipamentos altera o nível de ruído, e segundo Mondelli

(1976), a velocidade, que também irá variar, encontra-se para a rotação

convencional entre 500 e 10.000 rpm e alta entre 40.000 a 100.000 rpm. O ruído e

as vibrações são fatores envolvidos no mecanismo de ação e podem ocasionar

transtornos auditivos nos profissionais.

Lopes e Genovese (1991), alertam que a variação das medidas de

intensidade dos aparelhos depende do modelo, da idade, da conservação e da

distância do ouvido do operador. Isso pode ser verificado através da asserção de

vários autores que diferem e se contradizem com medições de intensidade emitidas

por diversos instrumentos, com modelos e tempo de uso semelhantes. Alguns não

Page 19: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

13

observam a precisão da distância do ouvido e a maioria não considera o estado de

conservação.

Os últimos autores citados anteriormente também mencionam outro fator

importante na variação do ruído da broca, que é a circunstância da broca estar

cortando ou não um material duro ou mole. Alia-se a este fator a maior rapidez na

rotina odontológica, com o advento da broca de alta rotação.

Sheldon e Skol (1984), explicaram que as brocas dentárias são um perigo em

potencial à audição, porque podem emitir ruídos acima de 90dB, dependendo do

modelo e idade, conforme também foi concluído, após alguns anos, por Lopes e

Genovese (1991). Alcuri et al., também em 1984, foram mais específicos em

estipular que o motor da broca dentária atinge até 94dB em faixas de alta freqüência

até ultra-sons, mas, principalmente, na faixa de 4.000Hz em que os níveis sonoros

se apresentam em torno de 87dB.

Ocorre uma contradição nas intensidades das turbinas de alta rotação,

mencionadas por Lopes e Genovese (1991), que salientam a possibilidade dos sons

estarem acima de 90dB, enquanto Barros (1993), afirma que "atualmente não existe

nenhuma turbina que extrapole 85dB". Mas, não há parâmetro para analisarmos se

as condições de medida, conforme já relatamos, forem semelhantes.

Page 20: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

14

Barros (1993), citou Dr. Hans Borhren que realizou medidas das canetas de

alta rotação em 1958, 1977 e 1978 para distâncias de 10 e 30cm, chegando aos

seguintes resultados:

1958 1977 1978*SSW

Borhren Alston KavoSSW

Borhren AlstonKavo

Airtagre All-airBorhren

70 Castellini

10cm 90dB 98 93 88 96 72 75-82 79-85 75-83

30cm 84dB 90 89 82 85 65 69-75 72-76 70-81* Medindo em aparelhos de colegas.

Baseando-nos nessa pesquisa, pudemos fazer algumas considerações:

• As médias para as distâncias de 10 e 30 cm consecutivamente foram:

– 1958: 93,66dB / 87,6dB;

– 1977: 85,30dB / 77,3dB;

– 1978: 79,80dB / 73,8dB;

• Para a diferença de 20 cm, a média aumentou de 6 a 8dB, de acordo

com o ano. Portanto, é de extrema importância o fator da distância entre

a turbina de alta rotação (ou outro instrumento) e o ouvido do dentista,

para que possamos analisar o quão está sendo nocivo o ruído.

Page 21: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

15

Por ser tão considerável a distância nas medições de ruído dos equipamentos

rotatórios, solicitamos a algumas empresas fabricantes e fornecedoras dos mesmos

que nos enviassem os níveis de ruído emitidos por equipamentos de alta e baixa

rotação em 10 e 30cm.

Somente uma das 4 empresas forneceu informações sobre a intensidade,

mesmo assim a distância foi de 45cm. Solicitamos novamente valores para 10 e

30cm, mas mais uma vez as firmas informaram que só forneciam números para a

distância anterior. A empresa X (identificação fictícia), citada em outros trabalhos, foi

quem mencionou que suas medidas, a uma distância de 45cm, eram de 68dB para

baixa rotação e de 76dB para a alta.

Se considerássemos como referência a distância de 10 e 30cm da pesquisa

do Dr. Bohren, já citado, provavelmente teríamos, para o equipamento de alta

rotação, níveis superiores aos que são permitidos (85dB). Com isso, cabe o alerta de

que venha ser exigido das empresas fabricantes e fornecedoras de equipamentos,

catálogos completos. Entende-se assim que estes contenham, além de informações

sobre torque, peso, velocidade e potência, o nível de ruído emitido pelos

equipamentos mais ruidosos.

Page 22: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

16

Vale ressaltar que, analisando os catálogos das empresas Kavo, Wilcos, e

Adiel (representante das marcas NKS e ASF), verificamos, em todos eles referência

ao ruído como sendo baixo. Nesses folhetos constam propagandas como:

“silenciosa ergonomicamente confortável”, “auto clavável baixo nível de ruído”,

“vende-se silêncio, motor blindado, silencioso...”, “livre de vibração e ruído”, “níveis

mínimos de vibração e ruído”. Questiona-se, assim, por que não oferecer os

números desse baixo nível de ruído ou silêncio, aos compradores odontólogos.

Assim poderiam considerar também esse critério, ao selecionarem os equipamentos

mais adequados para seu uso.

Até o momento, comentamos sobre a informação que a literatura traz quanto

ao conceito de ruído, suas características, qual a legislação vigente e níveis de ruído

no consultório odontológico. É necessário, portanto, verificarmos os efeitos da

exposição ao ruído mencionado, mas este aspecto gera controvérsias entre autores

devido à relação causa-efeito, na qual, segundo Seligman (1993), o ruído pode ter

sido o causador como outros agentes ambientais ou patogênicos.

A W.H.O. (1980) divulgou e comentou que os efeitos do barulho, de acordo

com sua intensidade, seriam: interferência na comunicação (de 45 a 65dBA),

alterações no sistema auditivo (superior a 75dBA), distúrbios do sono (superior a

Page 23: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

17

35dA), incômodo (45 a 55dBA), dores (de 110 a 130dBA), "stress" e queda nos

rendimento do trabalho.

Para não nos envolvermos com muita polêmica, preferimos revisar a literatura

e destacar os efeitos como gerais ou auditivos.

Colleoni et al. (1983), apud Fernandes e Paixão (1993), relacionaram a faixa

de freqüência do ruído ao tipo de efeito e concluíram que, para as infrasônicas

(abaixo de 16Hz) e baixas, notavam-se o aparecimento de enjôos, tonturas e

vômitos. À medida que a freqüência tornava-se mais aguda, poderiam alterar a

atenção, a concentração, os ritmos cardíacos e respiratórios, e também ocorrer

estados pré-neuróticos, aumento da irritabilidade e perda de apetite.

Enquanto o autor citado anteriormente referia-se à freqüência, Alexandry

(1982), mencionou a intensidade do ruído, relatando que fortes intensidades podem

desencadear respostas somáticas (vasoconstrição periféricas e hiporitmia

ventilativa) e psicológicas (alterações de sono e concentração, ansiedade,

irritabilidade e tensão).

Além da freqüência, da intensidade, o tempo de exposição também é um fator

considerável e foi estudado por Fiorini et al. (1991), que constataram que entre as

Page 24: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

18

alterações, com significativa progressão, está a insônia que pode ser relacionada à

intolerância a sons intensos, aos nervosismo, à irritação e ao zumbido. As outras

alterações comentadas estão relacionadas à dificuldade de comunicação e à

sensação de perda de audição.

Dieroff (1973), verificou alterações cefalograma de 50% dos trabalhadores

pesquisados, que já tinham perda auditiva induzida por ruído e concluiu que esse

influencia no Sistema Nervoso Central (SNC).

Ubiratan et al. (1994), afirmam que estes efeitos não auditivos de alterações

neuropsíquicas podem ser justificados pelas inúmeras estações subcorticais, antes

do estímulo auditivo atingir o córtex cerebral.

Como alterações psicológicas, o stress e a ansiedade também foram

estudados na década de 80 a 90. Standing e Stace (1980), constataram que o

aumento de ansiedade poderia estar sendo causado pela exposição a locais

ruidosos, durante no mínimo 30 minutos, em intensidades de 75dB. Essa fonte

ruidosa pode ser de ruído da broca dentária.

Para um preciso e eficaz desempenho, o dentista conta com uma

fundamental estimulação sensorial, a visão, que também pode ser alterada pela

Page 25: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

19

exposição ao ruído, como muito bem exemplificou Jansen (1970). Para esse autor, o

piscar de olhos, como reflexo de convergência e acomodação visual, poderia

aumentar a fadiga e probabilidade de erros em tarefas de controle visual intenso, por

ter que reajustar continuamente a distância do foco.

Com relação a um dos aspectos somáticos e químicos, encontramos vários

estudos sobre o aumento da pressão arterial. Peralta (1988), destacou que o motor

de alta rotação, como produtor de estímulos contínuos ou isolados, altera as funções

circulatórias, desencadeando aumento imediato de pressão. Rapp (1971),

especificou freqüências de muita vibração (12 a 18Hz) como provocadores deste

aumento de pressão.

As alterações digestivas pela exposição breve ou prolongada ao ruído, são,

para Quick e Lapertosa (1981), secreção gástrica ou acidez. Vindo ao encontro de

Colleoni et al., já citados, Ubiratan et al. (1994). mencionam que estas alterações

podem ser desencadeadas pela exposição a freqüências baixas, ou seja, menores

do que 500Hz. Esses últimos autores citados ainda indicam como exemplo, a

gastrite, a úlcera gastrointestinal.

Antes de analisarmos os sintomas auditivos, é de grande valia relembrarmos

que a anatomofisiologia da audição envolve, especificamente neste aparelho, três

Page 26: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

20

partes: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. O estímulo auditivo percorre o

ouvido externo, atravessa a membrana timpânica e, no ouvido médio, passa pelos 3

ossículos (bigorna, martelo e estribo). Ao chegar ao ouvido interno, passa pela

cóclea que contém as células ciliadas da audição e o órgão de Corti. A porção basal

da cóclea está mais suscetível a perdas auditivas, conforme estudos que ressaltam

a exposição a freqüências mais agudas como agente causador da perda maior,

nestas mesmas freqüências.

Reforçando esta teoria, Lucchini et al. (1991), pesquisaram trabalhadores com

perda auditiva em 6.000Hz e concluíram que 45,9% dos casos alterados estavam

expostos a freqüências altas (3.100 a 6.300Hz) e apenas 28% destes, a sons graves

(250 a 1.000Hz).

Conforme literatura específica, a cóclea não se regenera após lesões e não

há até o momento estudo para este tratamento.

Parece-nos essencial salientarmos que, para a determinação dos limiares

auditivos1, é realizada uma avaliação audiométrica. Os resultados são registrados

em um audiograma composto por um eixo horizontal, referente às freqüências de

1 Mínimo de intensidade sonora para provocar sensação auditiva. Russo e Santos (1993).

Page 27: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

21

250 a 8.000Hz, e um eixo vertical com intensidades crescentes, do zero biológico a

120dB.

Preferimos concordar com a classificação dos sintomas auditivos, descrita por

Seligman (1997), que cita a manifestação da perda auditiva, como dificuldade para o

entendimento da fala e zumbido.

Melnick, apud Russo (1993), caracteriza as três possibilidades de perda

auditiva causadas pela exposição ao ruído:

• "Temporary Threshold Shoft - T.T.S." ou Mudança Temporária do limiar ou

fadiga auditiva: consiste na diminuição gradual da intensidade auditiva

após algumas horas de exposição em níveis contínuos e intensos de

ruídos, que tende a ser recuperada após 2 ou 3 horas de cessada a

exposição.

• Trauma acústico: pode apresentar-se após exposição única a ruídos de

grande intensidade, impulsivo ou de impacto. Os sintomas são imediatos

desde dores, zumbidos, lesão do Órgão de Corti, ruptura da membrana

timpânica e desarticulação ossicular;

Page 28: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

22

• "Permanent Thereshold Shift - P.T.S." ou Mudanças Permanentes no

Limiar, mais conhecida como P.A.I.R. (Perda auditiva induzida por ruído).

Em geral, é ocupacional e decorrente do acúmulo e da exposição,

normalmente diárias e por período de anos, aos níveis sonoros intensos,

contínuos ou intermitentes. Desenvolve-se gradual e lentamente,

caracterizando-se como irreversível e progressiva se a pessoa permanecer

exposta ao ruído.

Por se gradual e indolor, Sheldon e Sokol (1984), salientaram que a perda da

acuidade auditiva, induzida ocupacionalmente, torna-se difícil de ser percebida na

fase inicial. Acrescentaram que, em sua pesquisa, os dentistas expostos a ruídos de

turbinas de alta rotação, por período médio de 3,7 anos, apresentam significativa

P.A.I.R. em comparação aos não expostos a esse ruído na mesma faixa etária.

Foi publicada, na Revista Proteção (1994, p.30), uma comparação do Comitê

Nacional de Ruído e Conservação Auditiva sobre P.A.I.R. e trauma acústico: "A

Perda Auditiva Induzida por Ruído relacionada ao trabalho, diferentemente do

trauma acústico, é uma diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente da

exposição continuada ao níveis elevados de ruído".

Page 29: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

23

Concordando com as afirmações de Seligman (1997), notamos que é comum

a queixa de dificuldades para entender e diferenciar os sons da fala. Isso ocorre

mesmo quando a intensidade é suficientemente elevada para que o dentista ouça,

principalmente em ambientes ruidosos, onde ocorre competição sonora.

As freqüências agudas (6.000, 4.000, 3.000 e 8.000Hz) são as primeiras a

serem alteradas; após a perda auditiva acometem as freqüências médias (2.000,

1.000 e 500Hz) que são fundamentais para a comunicação humana.

Coles e Hoare (1985), comparando o audiograma de P.A.I.R. com freqüências

e intensidades específicas dos fonemas, concluíram que a perda inicialmente, não

atinge as vogais, mas as consoantes que se tornam de difícil reconhecimento.

Vindo ao encontro Russo e Behlau (1993), registraram graficamente, no

audiograma, os valores acústico médio de freqüência e intensidade dos sons na fala

do português brasileiro. Dos agudos para os médios aparecem /v/, /f/, /z/, /s/, /Š/, /Z/,

/b/, /t/, /R/, /k/, e /g/, fonemas consonantais mais prejudicados na P.A.I.R..

Com referência à intensidade da perda, Sheldon e Sokol (1984),

exemplificaram que, quando a perda atinge até 40dB, ainda ocorre um desempenho

social adequado; de 40 a 70dB permite a comunicação, mas traz transtornos sociais;

Page 30: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

24

de 70 a 95 dB é muito dificultada a comunicação, que se torna impossível além

desses valores.

Para falarmos do terceiro sintoma auditivo, revelaremos o caso da dentista

Kay Claggett – Oklahoma, citado por Mc Clellan (1993), que, por sentir "tinnitus",

começou a investigar e descobriu que também tinha perda auditiva em altas

freqüências. Conversou com outros profissionais dentistas e verificou que muitos

deles também eram portadores deste "tinnitus" ou de perda auditiva. Por orientação

de um audiologista, começou a utilizar protetor de ouvido no trabalho e sentiu

sensível redução do "tinnitus".

Conforme literaturas, o "tinnitus" pode ser descrito de diversas formas como:

zumbido; acúfenos (termo latino); constante apito nos ouvidos; barulhos subjetivos;

sensação sonora na ausência de fonte externa geradora de som.

Seligman (1997), alerta que, apesar de serem freqüentes e desagradáveis,

pouco se conhece desta fisiologia. Estudos revelam que geralmente são bilaterais e

de som puro em alta freqüência, interferindo nas atividades diárias. O diagnóstico

etiológico é raro devido à quantidade elevada de circunstâncias possíveis de

desencadearem o zumbido. Ward e Holmberg (1969), apud Fernandes e Paixão

(1993), já mencionavam o aparecimento deste zumbido após determinado tempo de

Page 31: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

25

utilização das brocas dentárias. Alguns anos após, Coles e Hoare (1985), afirmavam

que este zumbido era o único sintoma notável quando a perda auditiva ainda era

leve. Isso reforça os resultados da auto-pesquisa da dentista Kay Claggett,

mencionada anteriormente. Os autores acrescentaram ainda que o som de alta

freqüência das brocas dentárias, associado à velocidade alta, é que poderiam

provocar a perda da audição.

Reforçaremos pontos importantes sobre os sintomas auditivos da exposição

ao ruído, concordando com Russo (1993), que considera a possibilidade da perda

auditiva, no início, ser temporária, acompanhada de ouvido tapado ou zumbido.

Posteriormente, não se recupera mais, originando uma perda nas altas freqüências

(3.000 a 6.000Hz) e, com a piora, pode acometer 8.000, 2.000, 1.000, 500 e 250Hz).

Esta propensão é que causará as dificuldades de reconhecimento da fala.

Depois de fazermos todo o alerta informativo sobre ruído e sintomas da perda

auditiva em dentistas, representa-nos serem significativas as considerações de nível

preventivo à saúde desses profissionais.

Prevenção é a chave para uma eficaz atuação e comunicação desejada, pois

os prejuízos causados pela exposição ao ruído atravessam as paredes do

consultório e interferem também na vida pessoal e social do dentista.

Page 32: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

26

Como exemplo de um programa de conservação auditiva, sugeriríamos aos

dentistas que considerem os tópicos abaixo:

• Divulgação dos riscos e prevenção:

Os riscos ocupacionais auditivos deveriam ser amplamente divulgados no

curso de graduação, como disciplina curricular, através de palestras e

eventos direcionados a dentistas graduados ou pós-graduados e

profissionais das áreas afins.

Lopes e Genovese (1991), referiram que deveria haver elaboração de

Normas Técnicas de Segurança especificamente sobre ruídos no

consultório odontológico, a exemplo do que se faz com outras doenças,

como a síndrome da imunodeficiência adquirida e a hepatite. Essa atitude

deveria ser agilizada e cobrada dos órgãos competentes.

• Tempo de exposição:

Consideramos a sugestão de Coles e Hoare (1985), um tanto inviável no

nosso contexto social, pois indica desde a redução até a exclusão do

tempo de exposição ao ruído.

Page 33: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

27

Com maior ponderação e viabilidade, Mondelli et al. (1976), recomendam

que as exposições prolongadas e sucessivas sejam evitadas. Também

enfatizam que o uso intermitente dos instrumentos rotatórios facilita para

que os períodos de silêncio superem os de ruído.

• Tratamento acústico no consultório:

Acreditam Lopes e Genovese (1991), que muitas fontes sonoras

indesejáveis, em área externa e interna do consultório, possam ser

minimizadas ou até mesmo eliminadas ao empregar-se tratamento

acústico.

Claget, citada por Mc Clellan (1993), acrescenta que precisamos,

primeiramente, identificar os sons que, no ambiente diário, tenham

potencial de serem muito intensos.

Em tempo, Barros (1993), observa que, além das fontes internas, as

externas também devem ser consideradas para distribuição dos utensílios

e escolha dos materiais acústicos adequados. Recomenda que, para

diminuírem os ruídos externos, sejam utilizados revestimentos acústicos

nas paredes do consultório (os mais eficientes para absorção de ruídos são

Page 34: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

28

os acolchoados). Também salienta que a sala de espera e a de consulta

devem consideradas, mas principalmente a última, para que não seja

desvirtuada a relação estabelecida entre o dentista e o paciente.

Ainda indica alguns materiais para cada parte da sala, a fim de atenuarem

os ecos e reflexos sonoros.

Nesta etapa de prevenção, contamos com o auxílio de engenheiros

acústicos, arquitetos e engenheiros;

• Diminuição do ruído na fonte:

Referindo-se a fontes gerais de ruídos, Barros (1993), aconselha a

colocação de compressor de ar para fora da sala e a troca do ar

condicionado barulhento por um silencioso. Em relação a equipamentos

específicos da Odontologia, o autor destaca que devemos lubrificar

periodicamente os aparelhos de alta rotação e o micromotor, e deixar o

sugador sempre limpo, para não forçá-lo, diminuindo, assim, ao máximo, o

ruído de sucção.

Page 35: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

29

Mondelli et al. (1976), complementam dizendo que se evite a utilização de

super-alta velocidade toda vez que não for imprescindível, por exemplo, na

remoção de tecidos cariados e em desgastes oclusais. Lembram também

que as turbinas pelo sistema colchão de ar diminuíram o nível de ruído.

Não podemos deixar de reforçar que sejam feitas mudanças de broca

dentária, selecionando os instrumentos mais silenciosos, conforme Coles e

Hoare (1985).

Parece-nos ser primordial a importância da elaboração de projetos de

equipamento odontológicos, visando à produção do menor índice de ruído.

Mas, somente será marco de referência para qualidade quando as

empresas fabricantes utilizarem os baixos valores de ruído emitidos pelos

equipamentos como característica essencial para a venda dos mesmos.

Isso serve como alerta para as empresas e seus engenheiros

responsáveis.

• Utilização de Equipamentos de Proteção Individual Auditiva (E.P.I.A.):

Kwitko et al. (1992), defendem a importância da audiometria para escolha

do E.P.I.A., permitindo saber se a atenuação obtida com a utilização desse

Page 36: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

30

é a mais adequada.

É bem verdade que o controle individual da exposição ao ruído deve ser

adotado após conscientização e escolha do melhor protetor no mercado,

para as freqüências mais intensas e lesivas. Gerges (1991), continua

explicando que o protetor representa solução temporária e a curto prazo

para o problema do ruído.

O termo "indústria do silêncio", mencionado por Barros (1993), deve ser

considerado e respeitado como uma recente área de atuação que conta

com novos conceitos da tecnologia eletrônica, com abafadores e

supressores de ruído. Os sistemas de silenciadores eletrônicos ativos

poderão ser utilizados individualmente, ou até mesmo equipando clínicas

inteiras perto de ruas barulhentas.

Com sua experiência pessoal, Clagget, citada por Mc Clellan (1993),

informa que os protetores "Foam plugs" ou "Maxi globs" são utilizados

dentro dos ouvidos. Existem protetores feitos sob medida, para cada

ouvido, desenvolvido pelo "Westone Lab." no Colorado, EUA. Esses

últimos possuem uma curva de atenuação uniforme, podendo reduzir níveis

Page 37: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

31

de ruído para um determinado espectro. O sistema ainda permite ao

usuário conversar enquanto fornece proteção auditiva.

A última forma de atenuação citada despreocupa Coles e Hoare (1985),

que haviam relatado ser difícil a utilização de protetores articulares na

prática da cirurgia dentária.

• Avaliação audiológica:

A "Occupational Safety and Health Administration - O.S.H.A." (1983)

recomenda a execução de um audiograma inicial, traçando um perfil

audiométrico. Após, pode-se compará-lo com uma reavaliação audiológica

completa e periódica, estabelecendo uma monitorização da acuidade

auditiva pessoal.

A saúde do dentista está diretamente relacionada com suas condições de

trabalho. Portanto, como profissional da saúde, espera-se que esse forme

uma consciência única de Odontologia. Conhecendo, divulgando e

cumprindo essas medidas, ele poderá ter seus direitos preservados e,

concomitantemente, estará beneficiando seus pacientes e a sua

comunidade.

Page 38: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

3. PESQUISA

3.1 Objetivo

O principal objetivo deste trabalho é apresentar as informações que os

profissionais formados em Odontologia, que buscam aperfeiçoamento e/ou

especialização na área, têm a respeito de prevenção e de perda auditiva causada

por ruído em consultório odontológico.

3.2 Delineamento por Amostragem

Devido à facilidade de acesso e ao baixo custo, a população considerada

para o estudo foi a de profissionais formados em Odontologia que estivessem

participando, como professor ou aluno, de algum curso de pós-graduação a nível de

Aperfeiçoamento ou Especialização na sede da A. B. O., durante a realização da

pesquisa em 1998.

Page 39: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

33

Um questionário foi elaborado para colher as informações a respeito do

assunto. Um total de 60 questionários foi distribuído a alunos e professores de 5

turmas de especialização e uma turma de aperfeiçoamento. As análises, cujos

resultados serão apresentados a seguir, foram realizados considerando 47

questionários que retornaram devidamente preenchidos.

3.3 Análise dos Resultados

Pergunta 01 – Tempo de início de estágios em Odontologia:

Base: 47 entrevistados.

De 11 a 15 anos(6) 12,8%

Não respondeu(10) 21,3%

Mais de 15 anos(12) 25,5%

De 6 a 10 anos(10) 21,3%

De 1 a 5 anos(9) 19,1%

Page 40: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

34

Pergunta 02 – Tempo de formado em Odontologia, atuando na área:

Base: 47 entrevistados.

Com base nos gráficos das Perguntas 1 e 2, pode-se dizer que a amostra é

representativa de tempo variado no que se refere a tempo de início de estágios

em Odontologia e também no que se refere a tempo de formado em

Odontologia, atuando na área.

De 11 a 15 anos(5) 10,6%

Não respondeu(13) 27,7%

Mais de 15 anos(7) 14,9%

De 6 a 10 anos(8) 17,0%

De 1 a 5 anos(14) 29,8%

Page 41: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

35

Pergunta 03 – Tempo de atuação profissional diária:

Base: 47 entrevistados.

O gráfico da Pergunta 3 indica que a maioria dos profissionais da área atuam

diariamente por mais de 4 horas, chegando a 14 horas.

Mais de 4 horas até 8 horas(23) 48,9%

Mais de 8 horas até 14 horas(19) 40,4%

Não respondeu(1) 2,1%

Até 4 horas(4) 8,5%

Page 42: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

36

Pergunta 04 – Tempo de exposição diária a ruído de turbina e de micromotor:

Base: 47 entrevistados.

No gráfico da Pergunta 4, pode-se observar que quase um terço dos

profissionais da área ficam expostos diariamente a ruído de turbina e de micromotor

por, no máximo, 4 horas, e quase metade ficam expostos diariamente ao ruído por

mais de 4 horas e, no máximo, 8 horas.

Mais de 8 horas até 10 horas

(8) 17,0%

Mais de 4 horas até 8 horas(23) 48,9%

Até 4 horas(14) 29,8%

Não respondeu(2) 4,3%

Page 43: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

37

Pergunta 05 – Exposições anteriores em tempo intensivo a ruídos:

Base: 47 entrevistados.Respostas múltiplas.

O gráfico da Pergunta 5 mostra que são muito poucos os profissionais que

apresentam exposições anteriores em tempo intensivo a ruídos de tiro, de trabalho

ou de música intensa.

(36) 73,5%

(5) 10,2%

(4) 8,2%

(4) 8,2%

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Nenhuma

Música intensa

Trabalho

Tiro

Page 44: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

38

Pergunta 06 – Durante seu curso de graduação em Odontologia, “o ruído” foi

matéria curricular abordada ?

Base: 47 entrevistados.

Pergunta 6.1 – Se a resposta foi SIM, como foi abordado?

ALTERNATIVAS ABS. %

FOI SOMENTE CITADO 19 79,2

FOI DISCUTIDO DURANTE UM SEMESTRE 1 4,2

FOI COMENTADO DURANTE VÁRIOS SEMESTRES 1 4,2

NÃO RESPONDEU 3 12,5

TOTAL 24 100,1

Pouco mais da metade dos profissionais responderam que o ruído foi matéria

curricular abordada durante seu curso de Odontologia. E destes, 79,2% informaram

que foi somente mencionado.

Não(23) 48,9%

Sim(24) 51,1%

Page 45: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

39

Pergunta 07 – Você já fez Audiometria ?

Base: 47 entrevistados.

Pergunta 7.1 – Se a resposta foi afirmativa, justifique:

ALTERNATIVAS ABS. %Apenas para avaliação (solicitação doempregador) 3 33,3Dificuldade em ouvir quando criança (hipóteselevantada pelos pais) 1 11,1

Verificação para habilitação de vôo 1 11,1

Rescisão contratual 1 11,1

Dificuldades na audição 1 11,1Aparecimento de zumbido depois de terestourado um rojão 1 11,1

Rotina médica 1 11,1

TOTAL 9 100,0

Pode-se observar que a maioria dos profissionais nunca fizeram audiometria.

Não(38) 80,9%

Sim(9) 19,1%

Page 46: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

40

Pergunta 08 – Com referência à sua audição quais suas queixas?

Base: 47 entrevistados.Respostas múltiplas.

No que se refere a audição, 38,3% dos profissionais queixam-se de

intolerância a sons intensos, e 44,7% não têm queixa alguma em relação à audição.

(21) 44,7%

(18) 38,3%

(6) 12,8%

(5) 10,6%

(3) 6,4%

(1) 2,1%

(1) 2,1%

0 10 20 30 40 50

Nenhuma

Intolerância a sonsintensos

Sensação de perda deaudição

Zumbido

Dificuldade decomunicação

A fala não é ouvida comclareza

Cansaço

Page 47: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

41

Pergunta 09 – Quais alterações abaixo você sente com freqüência?

Base: 47 entrevistados.Respostas múltiplas.

Quase metade dos profissionais (48,9%) sentem com freqüência dores de

cabeça, e 36,2%, irritação ou nervosismo.

(23) 48,9%

(17) 36,2%

(12) 25,5%

(6) 12,8%

(6) 12,8%

(2) 4,3%

0 10 20 30 40 50 60

Dores de cabeça

Irritação/Nervosismo

Nenhuma

Insônia

Tontura rotatória

Cansaço

Page 48: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

42

Pergunta 10 – Como é o ambiente externo do local do seu consultório?

Base: 47 entrevistados.

Pouco mais da metade dos profissionais (53,2%) considera pouco ruidoso o

ambiente externo do local do seu consultório, enquanto 34,0% julgam ser ruidoso.

Não respondeu(1) 2,1%

Pouco ruidoso(25) 53,2%

Ruidoso(16) 34,0%

Muito ruidoso(5) 10,6%

Page 49: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

43

Pergunta 11 – No seu consultório, que instrumentos e/ou equipamentos

causam muito ruído?

Base: 47 entrevistados.Respostas múltiplas.

A turbina foi o equipamento do consultório mais citado como causador de

muito ruído (91,5%), seguido pelo sugador (78,7%),depois pelo micromotor (74,5%),

pelo compressor de ar (68,1%) e por último, pelo condicionador de ar (31,9%).

(43) 91,5%

(37) 78,7%

(35) 74,5%

(32) 68,1%

(15) 31,9%

(4) 8,5%

(1) 2,1%

(1) 2,1%

(1) 2,1%

0 20 40 60 80 100

Turbina

Sugador

Micromotor

Compressor de ar

Condicionador de ar

Lâmpada

Ultrassom

Jato de bicarbonato

Foto polimerizador

Page 50: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

44

Pergunta 12 – No seu consultório, quais são os três instrumentos e/ou

equipamentos mais ruidosos?

Base: 47 entrevistados.Respostas múltiplas.

Quando questionados a respeito dos três equipamentos mais ruidosos, os

profissionais citaram com maior freqüência a turbina (78,7%),depois o compressor

de ar (63,8%), a seguir o sugador (63,8%) e por fim o micromotor (53,2%).

(37) 78,7%

(30) 63,8%

(30) 63,8%

(25) 53,2%

(5) 10,6%

(2) 4,3%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Turbina

Compressor de ar

Sugador

Micromotor

Condicionador de ar

Não respondeu

Page 51: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

45

Pergunta 13 – No seu consultório, quais os três instrumentos e/ou

equipamentos que se situam mais próximo de você quando

está em procedimento?

Base: 47 entrevistados.Respostas múltiplas.

A turbina (78,7%), o micromotor (63,8%) e o sugador (59,6%) foram os

equipamentos indicados com maior freqüência como os três equipamentos que se

localizam mais próximo do profissional quando está em procedimento.

(37) 78,7%

(30) 63,8%

(28) 59,6%

(7) 14,9%

(4) 8,5%

(1) 2,1%

(3) 6,4%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Turbina

Micromotor

Sugador

Compressor de ar

Condicionador de ar

Lâmpada

Não respondeu

Page 52: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

46

Pergunta 14 – Você considera o ruído existente no seu consultório nocivo à

sua audição?

Base: 47 entrevistados.

Observa-se que para 85,1% dos profissionais, o ruído existente no consultório

é nocivo à sua audição.

Não(7) 14,9%

Sim(40) 85,1%

Page 53: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

47

Pergunta 15 – Você conhece alguma maneira de prevenir a perda auditiva

induzida por ruído no consultório odontológico?

Base: 47 entrevistados.

Pergunta 15.1 – Se a resposta à pergunta anterior foi afirmativa, qual o método

de prevenção utilizado?

ALTERNATIVAS ABS. %

Protetores auditivos 27 93,1

Proteção acústica no compressor 3 10,3

Instrumentos e maquinários regulados 2 6,9

Material fono absorvente 1 3,4

Instalação do compressor longe da área de trabalho 1 3,4

TOTAL 29Respostas múltiplas.

Quase 2/3 dos profissionais (61,7%) conhece alguma maneira de prevenir a

perda auditiva induzida por ruído no consultório odontológico, sendo o protetor

auditivo (93,1%) o mais conhecido por estes profissionais.

Não(18) 38,3%

Sim(29) 61,7%

Page 54: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

48

Pergunta 15.2 – Você utiliza alguma maneira de prevenção quanto a perda

auditiva induzida por ruído no consultório odontológico?

Base: 29 entrevistados que responderam afirmativamente a Pergunta 16.

Pergunta 15.3 – Se a resposta foi positiva, quando a prevenção ocorre?

ALTERNATIVAS ABS. %

Sempre que alta ou baixa rotação é usada 2 28,6

De vez em quando 1 14,3

Sempre 1 14,3

Não respondeu 3 42,8

TOTAL 7 100,0

A maioria dos profissionais (72,4%) conhecem algum método de prevenção à

perda auditiva causada pelo ruído, mas não o utilizam.

Não respondeu(1) 3,4%

Sim(7) 24,1%

Não(21) 72,4%

Page 55: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

49

Pergunta 15.4.1 – Motivos por que o entrevistado não utiliza prevenção:

ALTERNATIVAS ABS. %

Falta de costume quanto ao uso dentro da rotina do

consultório 4 19,0

Acesso inatingível ao protetor auditivo 3 14,3

Dificuldade p/ se comunicar com o paciente e/ou

secretária 2 9,5

Deficiência de informação sobre o protetor auditivo 1 4,8

Ausência de informação quanto à prevenção 1 4,8

Inexistência de lugar para colocar o compressor 1 4,8

Intenção de fazer primeiro uma audiometria 1 4,8

Muitos aparatos para instalar no consultório 1 4,8

Imprudência 1 4,8

Não respondeu 8 38,1

TOTAL 21

Base: 21 entrevistados que responderam negativamente a Pergunta 15.2.Respostas múltiplas.

Pergunta 15.4.2 – Motivos por que o entrevistado utiliza alguma prevenção:

ALTERNATIVAS ABS. %

Intolerância ao barulho dos equipamentos 3 42,9

Diminuição do ruído 2 28,6

Presente na rotina do consultório 1 14,3

Prevenção de perda auditiva em determinadas

freqüências 1 14,3

Resposta inadequada 1 14,3

TOTAL 7

Base: 7 entrevistados que responderam SIM na Pergunta 15.2.Respostas múltiplas.

Page 56: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

50

Pergunta 16 – No seu consultório, o compressor de ar se localiza dentro da

sala?

Base: 47 entrevistados.

A grande maioria dos profissionais (74,5%) colocam o compressor de ar fora

da sala onde o paciente é atendido.

Não respondeu(5) 10,6%

Sim(7) 14,9%

Não(35) 74,5%

Page 57: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

51

Pergunta 17 – No seu consultório, o compressor de ar se localiza em ambiente

tratado acusticamente?

Base: 47 entrevistados.

A maioria dos profissionais (72,3%) responderam que o compressor de ar se

localiza em ambiente não tratado acusticamente.

Não respondeu(7) 14,9%

Sim(6) 12,8%

Não(34) 72,3%

Page 58: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

52

Tabela – No seu consultório, onde se localiza o compressor de ar: dentro da

sala ou em ambiente tratado acusticamente?

DENTRO EM AMBIENTE TRATADO ACUSTICAMENTE

DA SALA NÃO SIM NÃO RESPONDEU TOTAL

NÃO (28) 59,6% (4) 8,5% (3) 6,4% (35) 74,5%

SIM (3) 6,4% (0) 0,0% (4) 8,5% (7) 14,9%

NÃO RESPONDEU (3) 6,4% (2) 4,3% (0) 0,0% (5) 10,6%

TOTAL (34) 72,3% (6) 12,8% (7) 14,9% (47) 100,0%

Com base na análise conjunta destas informações, pode-se dizer que 59,6%

dos profissionais colocam o compressor de ar fora da sala em ambiente não tratado

acusticamente.

Page 59: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

53

Pergunta 18 – Na compra de instrumentos, você verifica, no catálogo, o nível

de ruído emitido pelos mesmos?

Base: 47 entrevistados.

Pode-se dizer que quase todos os profissionais (93,6%) na hora de comprar

equipamentos não se preocupam quanto ao nível de ruído emitido pelos mesmos.

Sim(3) 6,4%

Não(44) 93,6%

Page 60: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

54

Pergunta 19 – Você está interessado em verificar o nível de ruído emitido pelos

instrumentos a serem adquiridos na sua próxima compra?

Base: 47 entrevistados.

Pergunta 19.1 – Se afirmativamente, por quê?

ALTERNATIVAS ABS. %Para prevenir problemas auditivos 27 62,8Por constatar que o ruído dos aparelhos durantetodo o dia é extremamente cansativo/incômodo 3 7,0Por não tolerar/suportar mais o barulho 3 7,0Porque o ruído afeta a audição 2 4,7Por causar medo aos pacientes 1 2,3Por ter informação de dentistas que têm proble-mas de audição pelo longo tempo de profissão 1 2,3Não ter a intenção de comprar aparelhos tão cedo 1 2,3Exigir dos fabricantes a diminuição dos ruídos 1 2,3Não respondeu 5 11,6

TOTAL 43Respostas múltiplas.* Dos entrevistados que responderam NÃO na Pergunta 19, nenhum respondeu o porquê.

Não respondeu(2) 4,3%

Não(2) 4,3%

Sim(43) 91,5%

Page 61: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

55

A maioria dos entrevistados (91,5%) estão interessados em verificar o nível

de ruído emitido pelos instrumentos a serem adquiridos na próxima compra, e 62,8%

desses vão verificar o nível de ruído para prevenir problemas auditivos.

Pergunta 20.1 – Que tipo de perda auditiva você acha característica da

exposição freqüente ao ruído:

TEMPORÁRIA ou PERMANENTE?

Base: 47 entrevistados.

Quatorze dos entrevistados (29,8%) consideram que a perda auditiva,

característica da exposição freqüente ao ruído, é permanente.

Temporária(1) 2,1%

Permanente(14) 29,8%

Não respondeu(32) 68,1%

Page 62: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

56

Pergunta 20.2 – Que tipo de perda auditiva você acha característica da

exposição freqüente ao ruído:

SÚBITA ou PROGRESSIVA?

Base: 47 entrevistados.

A maioria dos entrevistados (78,7%) consideram que a perda auditiva

característica da exposição freqüente ao ruído é progressiva.

Progressiva(37) 78,7%

Não respondeu(10) 21,3%

Súbita(0) 0,0%

Page 63: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

57

Pergunta 20.3 – Que tipo de perda auditiva você acha característica da

exposição freqüente ao ruído:

IRREVERSÍVEL ou REMEDIÁVEL?

Base: 47 entrevistados.

Vinte e três dos entrevistados (48,9%) consideram que a perda auditiva

característica da exposição freqüente ao ruído é irreversível.

Remediável(2) 4,3%

Irreversível(23) 48,9%

Não respondeu(22) 46,8%

Page 64: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

58

Pergunta 20.4 – Quais as freqüências que são atingidas inicialmente na perda

auditiva pela exposição ao ruído?

Base: 47 entrevistados.

A maioria dos entrevistados (44,7%) consideram que a perda auditiva

característica da exposição freqüente ao ruído atinge primeiro as freqüências

agudas.

Graves(6) 12,8% Não respondeu

(20) 42,6%

Agudas(21) 44,7%

Page 65: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

59

Pergunta 21 – Este espaço está disponível para seus registros e suas

observações sobre essa pesquisa:

OBSERVAÇÕES/REGISTROS ABS. %

Mobilização dos fabricantes, quanto ao nível de

ruído produzido pelos aparelhos 2 4,3

Interesse nos resultados da pesquisa para poder

corrigir alguns erros de postura 2 4,3

Conscientização dos profissionais 1 2,1

Interesse nos resultados da pesquisa para

transmitir a outros colegas 1 2,1

Alerta, porque despertou interesse pelo fato de o

ruído causar risco à saúde 1 2,1

Difícil manuseio dos protetores, pois é necessário

tirá-los sempre que vai falar com o paciente e/ou

secretária 1 2,1

Não respondeu 42 89,4

TOTAL 47

Respostas múltiplas.

Page 66: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

60

3.4 Conclusões da Pesquisa

1. Quanto ao objeto da pesquisa:

• ruído foi apenas citado durante o curso de graduação em Odontologia;

• ruído constatado no consultório foi considerado nocivo à audição do

Odontólogo;

• a comprovação da não utilização de algum método de prevenção quanto à

perda auditiva causada pelo ruído;

• a perda auditiva, característica da exposição freqüente ao ruído, é

progressiva, permanente, irreversível, atingindo primeiro as freqüências

agudas.

2. Quanto aos profissionais entrevistados:

• nunca fizeram audiometria;

• queixam-se de intolerância a sons intensos;

• sentem dores de cabeça e irritação ou nervosismo;

• consideram pouco ruidoso o ambiente externo do seu consultório;

• julgam a turbina, o sugador, o micromotor, o compressor de ar e o

condicionador de ar, os equipamentos mais ruidosos no seu consultório,

sendo a turbina, o sugador e o micromotor os que se situam mais

próximos do profissional quando em procedimento;

Page 67: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

61

• admitem, ainda, que o compressor de ar não está dentro da sala e muito

menos em ambiente tratado acusticamente;

• constatam que o ruído existente no seu consultório é nocivo à sua

audição;

• conhecem alguma maneira de prevenir a perda auditiva induzida pelo

ruído (protetores auditivos);

• não utilizam nenhuma maneira de prevenção;

• ao comprarem os equipamentos, não houve a preocupação de verificar o

nível de ruído emitido pelos mesmos;

• estão interessados em verificar o nível de ruído nas próximas compras

para prevenir problemas auditivos.

Page 68: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse trabalho foi pesquisar por que os odontólogos, em seus

consultórios, não se protegem dos ruídos produzidos, principalmente, por

equipamentos específicos da Odontologia.

A revisão teórica realizada abrange autores que descreveram sobre o ruído,

com contribuições desde 1964, até catálogos atuais de divulgação de instrumentos

odontológicos.

Em nosso país, há autores que contribuíram para esse estudo, principalmente

Russo e Fiorini na área de Audiologia, Gerges em Acústica e Lopes e Genovese

sobre Odontologia.

Para comprovar as descobertas bibliográficas, realizamos uma pesquisa de

campo e pudemos confirmar algumas hipóteses.

Page 69: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

63

A maioria das respostas dos profissionais do grupo entrevistado, na pesquisa

mencionada, nos levou às seguintes conclusões:

• Verificamos que o ruído não foi conteúdo explorado durante a graduação.

• Os odontólogos não lançam mão de recursos para reduzir o ruído, apesar

de saberem que a perda auditiva causada é irreversível, progressiva e

permanente, após exposições freqüentes a ruído.

• Eles também percebem que estão expostos próximos aos ruídos mais

elevados nos seus consultórios, mas nunca fizeram audiometria e, mesmo

sentindo sintomas desconfortáveis e/ou indicativos de P.A.I.R., não

utilizam maneiras de prevenção (mas, conhecem algumas). Porém,

admitem que, agora, estão mais interessados neste aspecto, mesmo não

tendo observado o nível de ruído emitido pelos equipamentos quando na

compra dos mesmos.

Constatamos, portanto, que o entrelaçamento das áreas de Audiologia,

Odontologia e Acústica vêm possibilitar um campo mais fortalecido para estudos e

campanhas preventivas direcionadas.

Page 70: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

64

Para uma próxima etapa, estamos realizando um projeto com objetivo de

verificar o nível audiológico atual desses odontólogos.

Sugerimos que o presente estudo provoque modificações nos critérios dos

profissionais ao comprarem seus equipamentos, ressaltando o nível de ruído emitido

como um fator importante.

Assim, informados sobre a situação de riscos auditivos a que estão expostos,

serão profissionais conscientes de seus direitos, exercendo a sua cidadania quanto

às empresas fabricantes de equipamentos odontológicos. Essas, cientes dos

prejuízos do ruído produzido por seus equipamentos, deverão fazer projetos visando

a redução de ruído na fonte. Ou serão necessárias exigências legais para limitar a

emissão de ruído, desde os equipamentos mais simples ?

Page 71: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 AKKERMAN, S. Elementos básicos para controle da poluição sonora. Revista

Engenharia. São Paulo, 1976.

2 ALCURI, G. B. e Col. Le brint dans la pratique quotidienne du chirurgien-

dentiste . L'information Dentaire, 66(3):113-119, 1984.

3 ALEXANDRY, F.G. Relação entre a intensidade do ruído e os efeitos subjetivos.

Problemas do ruído industrial e seu controle. Fundacentro: São Paulo,

1982.

4 BARROS, O. B. Ergonomia 2. Pancast: São Paulo, 1993.

5 CAUDURO, H. Aparelhos empregados no preparo cavitário. Odontolo-gia em

fascículos. UFRGS, Porto Alegre, 1979.

6 COLES, R. A.; HOARE, N. W. Noise - induced hearing loss and the dentist.

British. Dental Journal, 159/7 209:48, 1985.

7 COMITE NACIONAL DE RUÍDO E CONSERVAÇÃO AUDITIVA. Perda Auditiva.

Revista Proteção. 32. v.6, 1994.

8 COOPERMAN, H.; WALLACE, J. Radiated noise from high speed dental

hanpieces. Dental Digest. 71:404, 1965.

Page 72: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

66

9 DIEROFF, H.G e Col. The diagnostic contribuition of E.E.G. In: The Assessment

of noise induced hearing losses. Z. Laryngol, Rhinol and Otology, 52(12),

1973.

10 FELDMAN, A.S.; GRIMES, C.T. Hearing Conservation in Industry. The Williams

& Wilsins: Baltimore, 1985.

11 FERNANDES, D.; PAIXÃO, L. Perda auditiva e o profissional dentista. São

Paulo, 1993. (Monografia da Faculdade de Lorena).

12 FIORINI, A. C. e Col. Ruído, comunicação e outras alterações. Saúde

Ocupacional e Segurança, São Paulo, 1991.

13 FIORINI, A. C. Ruído: um problema de saúde pública. Quebrando o Silêncio,

São Paulo, 1997.

14 FUCHS, G.L.; ILLARI, R. High speed dental turbine noise. Acústica, 14:6, 313-

317, 1964.

15 GERGES, S. N. Y. Protetor auditivo: ensaios de atenuação real. Saúde

Ocupacional e Segurança. São Paulo, 1991.

16 GERGES, S. N. Y. Documento oficial. Revista Proteção, RS, 1996.

17 HANN, R.; CHANTEL, P.A. Rilievi sperimentali suelle modificazioni della

funzione uditiva indotte dal rumore generale dei turbotrapani. Minerva

Stomatoligica, v.13, n.3, 1964.

18 HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE Code of practice for reducing the exposure

of employed persons to noise. H.M.S.O.: London, 1972.

19 JANSEN, G. Physicologial effects of noise. Plenun Press: New York., 1970.

20 KAVO do Brasil S.A. Únicos até o último detalhe. Catálogo de propaganda, Kdb

001/96, Joinville, SC.

21 KWITKO, A. e Col. Ruído Industrial. Revista da AMRIGS, RS, 1992.

Page 73: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

67

22 LOPES, A.; GENOVESE, W.J. Doenças profissionais do cirurgião-dentista.

Pancast: São Paulo, 1991.

23 LUCCHINI, R. e Col. Effeti uditivi in esporti a rumore impulsivo e ad alta

frequanza. Med. Lav., 82(6):547-553, 1991.

24 MARQUAT, E. Odontologia ergonômica a 4 mãos. Quintaessência: Rio de

Janeiro, 1980.

25 MC CLELLAN, T. Noise Levels in the Dental Office. Illinois Dental Journal,

Illinois, 1993.

26 MONDELLI, J. e Col. Dentística Operatória. Servier: São Paulo, 1976.

27 NSK Japan; ASF Alemanha. Vende-se Silêncio. In: ADIEL Comercial Ltda..

(Catálogo de propaganda).

28 NSK Japan. Viva- Mate III. In: ADIEL Comercial Ltda.. Ribeirão Preto, SP.

(Catálogo de propaganda).

29 OSHA - OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION - 29. CFR

1910-75. Occupational noise exposure. Washington, U.S., 1983.

30 PERALTA, C.C. e Col. Estímulos ambientais e seus reflexos sobre as funções

sistêmicas, alguns aspecto de interesse odontológico. Revista da Fac.

Odont. Lins: São Paulo, 1988.

31 QUICK, T.C.; LAPERTOSA, J.B. Contribuição ao estudo das alterações

auditivas e de ordem neurovegetativas atribuíveis ao ruído. Revista

Brasileira de Saúde Ocupacional, 9(36):50-56. São Paulo, 1981.

32 RAPP, G. Physiological reactions to noise originated from high-speed drills.

Dental Digest, 75:136-140, 1971.

33 RUSSO, I.C.P.; SANTOS, T. M. M. A prática da audiologia clínica. Cortez: São

Paulo, 1993.

Page 74: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

68

34 RUSSO, I. C. P.; BEHLAU, M. Percepção da fala: análise acústica do português

brasileiro. Lovise: São Paulo, 1993.

35 RUSSO, I. C. P. Acústica e psicoacústica aplicadas à fonoaudiologia. Lovise:

São Paulo, 1993.

36 SANTOS, U. de P. e Col. Ruído: riscos e prevenção. Hucitec: São Paulo, 1994.

37 SELIGMAN, J. e Col. Sintomas e sinais na P.A.I.R. In: P.A.I.R.- Perda Auditiva

Induzida por Ruído. RS, Bagagem, 1997.

38 SHELDON, N.; SOKOL, A. Dental noise and hearing conservation. Dental

Journal, 50:6-10. New York, 1984.

39 STANDING, L. e Col. The effects of environmental noise on anxiety level. The

Journal of General Psychology, 103:263-272, 1980.

40 TAYLOR, W. e Col. The hearing threshold levels of dental practitioner exposed

to air turbine drill noise. British Dental Journal, 118(15):206-210, 1965.

41 W & H Áustria. Perfeição e alta tecnologia. In: Wilcos do Brasil Ind. e Com.

Ltda.., Petrópolis, RJ. (Catálogo de propaganda).

Page 75: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

6. ANEXO

6.1 Anexo A - Questionário

PORTO ALEGRE,_____DE ABRIL DE 1998.

NOME:______________________________SEXO:____ D.N.:____/____/98.

CONS.:______________________________FONE:_______-____________

SR(A). DENTISTA:

O LEVANTAMENTO DE DADOS DESTA PESQUISA FAZ PARTE DE UM

ESTUDO DE PÓS-GRADUAÇÃO QUE VISA CONTRIBUIR COM A VALORIZAÇÃO

DA SAÚDE, DO PROFISSIONAL QUE ATUA NA ÁREA DE ODONTOLOGIA, DE

MODO INFORMATIVO E PREVENTIVO.

AGRADECEMOS SUA COLABORAÇÃO, SALIENTANDO QUE OS SEUS

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO EM MOMENTO ALGUM SERÃO DIVULGADOS.

TEMPO DE:

01. INÍCIO DE ESTÁGIO EM ODONTO:___________

02. FORMADO EM ODONTOLOGIA E ATUANDO NA ÁREA:___________

03. ATUAÇÃO PROFISSIONAL DIÁRIA:__________hs.

04. EXPOSIÇÃO DIÁRIA A RUÍDO DE TURBINA E MICROMOTOR:_________hs.

Page 76: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

05. EXPOSIÇÕES ANTERIORES A RUÍDOS, EM TEMPO INTENSIVO:

( ) NENHUMA

( ) TRABALHO

( ) TIROS

( ) EXPLOSÕES

( ) MÚSICAS INTENSAS

06. DURANTE SEU CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA, “O RUÍDO”

FOI MATÉRIA CURRICULAR ABORDADA ?

( ) NÃO

( ) SIM ( ) FOI SOMENTE CITADO

( ) FOI COMENTADO DURANTE 1 SEMESTRE

( ) FOI DISCUTIDO DURANTE VÁRIOS SEMESTRES

07. VOCÊ JÁ FEZ AUDIOMETRIA ?

( ) NÃO

( ) SIM POR QUÊ?__________________________________________

08. COM REFERÊNCIA À SUA AUDIÇÃO, QUAIS SUAS QUEIXAS ?

( ) SENSAÇÃO DE PERDA DE AUDIÇÃO

( ) DIFICULDADE DE COMUNICAÇÃO

( ) INTOLERÂNCIA A SONS INTENSOS

( ) ZUMBIDO

( ) NENHUMA

( ) OUTRAS:_____________________________________________________

Page 77: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

09. QUAIS ALTERAÇÕES ABAIXO VOCÊ SENTE COM FREQUÊNCIA ?

( ) DORES DE CABEÇA

( ) IRRITAÇÃO OU NERVOSISMO

( ) TONTURA ROTATÓRIA

( ) INSÔNIA

( ) NENHUMA

( ) OUTRAS :_____________________________________________________

10. COMO É O AMBIENTE EXTERNO DO LOCAL DO SEU CONSULTÓRIO ?

( ) POUCO RUIDOSO ( ) RUIDOSO ( ) MUITO RUIDOSO

11. NO SEU CONSULTÓRIO, QUE INSTRUMENTOS E/OU EQUIPAMENTOS

CAUSAM MUITO RUÍDO ?

( ) TURBINA / ALTA ROTAÇÃO

( ) MICROMOTOR / BAIXA ROTAÇÃO

( ) COMPRESSOR DE AR

( ) LÂMPADA

( ) SUGADOR

( ) CONDICIONADOR DE AR

( ) NENHUM

( ) OUTROS:_____________________________________________________

DOS ITENS DA QUESTÃO ANTERIOR:

12. SUBLINHE OS 3 MAIS RUIDOSOS.

13. FAÇA UMA à (SETA) NOS 3 QUE SE SITUAM MAIS PRÓXIMOS DE VOCÊ

QUANDO ESTÁ EM PROCEDIMENTO NO CONSULTÓRIO.

Page 78: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

14. VOCÊ CONSIDERA O RUÍDO EXISTENTE NO SEU CONSULTÓRIO NOCIVO

À SUA AUDIÇÃO ?

( ) NÃO ( ) SIM

15. VOCÊ CONHECE ALGUMA MANEIRA DE PREVENIR A PERDA AUDITIVA

INDUZIDA POR RUÍDO, NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO ?

( ) NÃO

( ) SIM.........QUAL? _______________________________________________

UTILIZA ?_______QUANDO? ________________________________________

POR QUÊ? ______________________________________________________

NO SEU CONSULTÓRIO, O SEU COMPRESSOR DE AR SE LOCALIZA:

16. DENTRO DA SALA ?

( ) SIM ( ) NÃO

17. EM AMBIENTE TRATADO ACUSTICAMENTE ?

( ) SIM ( ) NÃO

18. NA COMPRA DE INSTRUMENTOS, VOCÊ VERIFICA, NO CATÁLOGO, O

NÍVEL DE RUÍDO EMITIDO PELO MESMO ?

( ) NÃO

( ) SIM NO CATÁLOGO DE QUAL EMPRESA, VOCÊ ENCONTROU O

NÍVEL DE RUÍDO ?________________________________________________

19. VOCÊ ESTÁ INTERESSADO EM VERIFICAR O NÍVEL DE RUÍDO EMITIDO

PELOS INSTRUMENTOS A SEREM ADQUIRIDOS NA SUA PRÓXIMA

COMPRA ?

( ) NÃO POR QUÊ? ______________________________________________

( ) SIM POR QUÊ? ______________________________________________

Page 79: RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Dos riscos à prevenção

20. QUE TIPO DE PERDA AUDITIVA VOCÊ ACHA CARACTERÍSTICA DA EXPO-

SIÇÃO FREQÜÊNTE AO RUÍDO ?

20.1 ( ) TEMPORÁRIA ( ) PERMANENTE

20.2 ( ) SÚBITA ( ) PROGRESSIVA

20.3 ( ) IRREVERSÍVEL ( ) REMEDIÁVEL

21. QUAIS AS FREQÜÊNCIAS QUE SÀO ATINGIDAS INICIALMENTE NA PERDA

AUDITIVA PELA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO ?

( ) AGUDAS ( ) GRAVES

22. ESTE ESPAÇO ESTÁ DISPONÍVEL PARA SEUS REGISTROS E SUAS

OBSERVAÇÕES SOBRE ESSA PESQUISA: ___________________________

________________________________________________________________

Atenciosamente,

___________________________________

Virgínia Ramos Keenan

Fonoaudióloga responsável pela pesquisa