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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.br Alagoas, 27 de maio | Ano 1 | Nº 281 | 2020 PANDEMIA O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, enviou ontem manifestação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que defende o não adia- mento das eleições municipais de outubro por causa da pandemia do novo corona- vírus. Em parecer de 121 páginas, Brill de Góes cita estudos de universidades de Singapura, EUA e Brasil que preveem uma estabilização da pandemia de Covid-19 entre o fim de julho e o início de agosto, ainda an- tes do início da campanha eleitoral. “Diante de tal contexto, entende-se que a curva preditiva de tais estudos permite que sejam mantidas as datas estabelecidas no art. 29, II, da Constituição Federal para a realização das eleições, afastando-se a hipótese de seu adiamento”, escreveu ele. Página 12 RUI PALMEIRA FALA EM NOVO DECRETO DE ISOLAMENTO A PARTIR DE JUNHO EM MACEIÓ O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, ao apresentar as medidas de sua gestão no combate à pandemia do coronavírus, falou na possibilidade de um novo decreto no dia 2 de junho mantendo o isolamento social. O prefeito tem seguido a mesma linha do go- vernador Renan Filho. Desta vez, o ex-tucano destacou que não vai se deixar guiar pelo que classificou como pressões das redes sociais. Os decretos estão gerando perdas na arrecadação tanto dos municípios quanto dos estados por conta das paralisações das atividades econômicas, principalmente quanto ao comércio. O desemprego já atinge milhares de pessoas em Maceió e as princi- pais entidades do setor produtivo reclamam tanto das demissões quanto das falências. Para o prefeito, entretanto, as restrições são o único caminho para se combater a propagação da Covid-19. Ele diz que segue as normas técnicas. Página 4 Em coletiva na qual apresentou balanço de ações, prefeito deixou claro que as medidas de isola- mento social devem ainda durar mais do que o previsto pelo decreto recen- temente publicado pelo governador Renan Filho Covid cresce em Satuba, Santa Luzia e Jequiá HE do Agreste tem ocupação de 94% O IBGE e o Painel Covid-19 de Alagoas da Seplag reve- lam que Satuba, Santa Luzia do Norte e Jequiá da Praia, respectivamente, são os municípios alagoanos que apresentam atualmente as maiores taxas de incidência de pessoas contaminadas pela Covid-19 a cada 100 mil habitantes, ou seja, propor- cionalmente. Página 8 Segundo o governo de Alagoas, no Hospital de Emergência do Agreste a taxa de ocupação dos leitos destinados aos pacientes com corona- vírus já está em 94%. O governo de Renan Filho (MDB) promete a aber- tura de novos espaços ainda nessa semana. Página 5 Prefeitura manda PL à Câmara para descontos em débitos Página 8 Ministério Público defende que eleição aconteça em outubro e adiamento é ultima alternativa VISITE NOSSO SITE: WWW.JORNALDASALAGOAS.COM.BR

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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.brAlagoas, 27 de maio | Ano 1 | Nº 281 | 2020

PANDEMIA

O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, enviou ontem manifestação ao Tribunal Superior

Eleitoral (TSE) em que defende o não adia-mento das eleições municipais de outubro por causa da pandemia do novo corona-

vírus. Em parecer de 121 páginas, Brill de Góes cita estudos de universidades de Singapura, EUA e Brasil que preveem uma estabilização da pandemia de Covid-19 entre o fim de julho e o início de agosto, ainda an-tes do início da campanha eleitoral. “Diante

de tal contexto, entende-se que a curva preditiva de tais estudos permite que sejam mantidas as datas estabelecidas no art. 29, II, da Constituição Federal para a realização das eleições, afastando-se a hipótese de seu adiamento”, escreveu ele. Página 12

RUI PALMEIRA FALA EM NOVO DECRETO DE ISOLAMENTO A PARTIR DE JUNHO EM MACEIÓ

O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, ao apresentar as medidas de sua gestão no combate à pandemia do coronavírus, falou na possibilidade de um novo decreto no dia 2 de junho mantendo o isolamento social. O prefeito tem seguido a mesma linha do go-vernador Renan Filho. Desta vez, o ex-tucano

destacou que não vai se deixar guiar pelo que classificou como pressões das redes sociais. Os decretos estão gerando perdas na arrecadação tanto dos municípios quanto dos estados por conta das paralisações das atividades econômicas, principalmente quanto ao comércio. O desemprego já atinge

milhares de pessoas em Maceió e as princi-pais entidades do setor produtivo reclamam tanto das demissões quanto das falências. Para o prefeito, entretanto, as restrições são o único caminho para se combater a propagação da Covid-19. Ele diz que segue as normas técnicas. Página 4

Em coletiva na qual apresentou balanço de ações, prefeito deixou claro que as medidas de isola-mento social devem ainda durar mais do que o previsto pelo decreto recen-temente publicado pelo governador Renan Filho

Covid cresce em Satuba, Santa Luzia e Jequiá

HE do Agreste tem ocupação de 94%

O IBGE e o Painel Covid-19 de Alagoas da Seplag reve-lam que Satuba, Santa Luzia do Norte e Jequiá da Praia, respectivamente, são os municípios alagoanos que apresentam atualmente as maiores taxas de incidência de pessoas contaminadas pela Covid-19 a cada 100 mil habitantes, ou seja, propor-cionalmente. Página 8

Segundo o governo de Alagoas, no Hospital de Emergência do Agreste a taxa de ocupação dos leitos destinados aos pacientes com corona-vírus já está em 94%. O governo de Renan Filho (MDB) promete a aber-tura de novos espaços ainda nessa semana. Página 5

Prefeitura manda

PL à Câmara

para descontos

em débitos

Página 8

Ministério Público defende que eleição aconteça em outubro e adiamento é ultima alternativa

V I S I T E N O S S O S I T E : W W W . J O R N A L D A S A LA G O A S . C O M . B R

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OPINIÃO

202027 de maio2

Jorge Luiz Borges TinocoDiretor-Executivo

Luis VilarEditor-Geral

Benedito LimaDiagramação

Para anunciar(82) 3028.2050(82) 99333.6028

CNPJ33.009.776/0001-21

EndereçoRua Barão de Penedo, 36Edifício Delmiro Gouveia, Sala 205 - CentroCEP 57.020-340Maceió - Alagoas

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Os artigos assinados são de

inteira responsabilidade de

seus autores.

EXPEDIENTE

Há uma expressão popular que diz assim:

depois da queda, o coice. Significa dizer que,

no pior momento, em que mais as pessoas

precisam de apoio, há sempre aqueles que

– para piorar a situação vivenciada – ain-

da se aproveitam da fragilidade e a usam

como oportunidade para fazer o mal. É

impressionante como, na História do Brasil,

essa expressão faz sentido, pois os nossos

governantes e até alguns que se envolvem

com a plutocracia que se instalou no país

não podem ver uma tragédia que pensam

no lucro que podem obter, seja ele político –

como estratégia de controle da sociedade –

ou até mesmo financeiro, por meio da “mão

grande” para cima dos recursos públicos.

A crise provocada pela pandemia do

coronavírus mostrou o imenso problema

– de cunho histórico – que o país tem em

relação a sua estrutura de Saúde. Faltam

insumos, equipamentos, hospitais, tudo é

subdimensionado em relação à quantidade

de habitantes. O pior é sabermos que não fal-

tam recursos para isso, pois grande parte dos

gastos públicos (que são planejados a partir

da arrecadação em uma nação que sufoca os

seus filhos com uma imensa carga tributária)

são justamente para custear as atividades do

Estado. Muitas vezes a atividade-meio, mas

nunca a atividade-fim.

Dentro de um pacto federativo centralizado,

onde os recursos se acumulam nas mãos da

União para depois serem distribuídos, por

meio de repasses constitucionais, para os

municípios – que é de fato onde as pessoas

vivem – esse problema só piora. O Esta-

do inventa de tomar conta de tudo e não

consegue ofertar um serviço de qualidade

em nada. Educação, Saúde e Segurança, que

é – no Brasil – considerada a tríade essencial

desses serviços públicos sofre. Acumulamos

altos índices de homicídio e outros crimes,

os indicadores da Educação são terríveis e

agora vemos todos os dias o que nos faltam

nos hospitais, tanto para os pacientes quanto

para aqueles que estão na linha de frente e

são verdadeiros heróis: os médicos e os en-

fermeiros. Muitos deles arriscando suas vidas

sem qualquer equipamento de proteção

E D I T O R I A L

individual, ou com equipamen-

tos falhos.

Como falta tudo, o Estado

tem que abrir brechas nas leis

para consumir esses insumos

da forma mais rápida. E aí,

a ocasião não apenas faz

o ladrão, mas o estimula a

meter o coice em que já está

caído. A Polícia Federal começa a revelar um

imenso esquema de faturamento indevido

na compra de equipamentos. Trata-se de

corrupção que mata! E o pior: muitos desses

corruptos bancando os bons moços com

o discurso adocicado do “fique em casa”. É

simplesmente uma vergonha.

Nossa população tem sofrido com a perda

de postos de trabalho, fechamento de

empresas, doenças indiretas provocadas pela

quarentena prolongada e ainda lida com a

ausência de qualquer perspectiva e o deses-

pero de não encontrar socorro caso adoeça.

Enquanto isso, as mais altas cúpulas dos

estados desse país se lambuzam na tragédia

para – ao que tudo indica – enriquecerem

ilicitamente. Até quando? Em um país que

viu o que viu com a Lava Jato, agora começa

a se enojar com seus “líderes” com mais uma

operação da PF que mais parece um “Corona

Jato”.

É impressionante como isso não pesa na

consciência desses cínicos que mesmo pegos

no flagra ainda balbuciam desculpas e se di-

zem perseguidos. Sempre o mesmo enredo.

Que a ação da PF se dê em todos os estados,

que busque passar a limpo todos os gastos

que estão sendo feitos por todos os gover-

nos estaduais nesse momento que de um

lado usam do recurso público sem o mínimo

zelo e do outro atacam as liberdades indivi-

duais da forma mais vil, com excessos. Como

vemos em muitos vídeos que circulam na

internet, são milhares de trabalhadores que

estão tentando sobreviver, mas são tratados

como se crimes estivessem cometendo.

O dano disso ao psicológico de nosso povo

será irreversível e mudará o rumo das futuras

gerações, pois diante do “caos” o Estado

brasileiro não consegue ser um porto seguro

e inspirar confiança, mas se torna um vilão a

mais nesse processo de tirania. Aquele que

ouse defender a liberdade nesse momento

acaba tendo a reputação ameaçada, sofre

os ataques diários da maioria dos meios de

comunicação, de quem banca a festa e ainda

tenta cultuar para si e para os seus preferidos

a imagem do bom senso e da voz da ciência.

Na realidade, não passam de covardes se

aproveitando da fraqueza do povo.

Que a população acorde e dê uma verdadei-

ra lição nessa gente quando, por mais uma

vez, apresentarem seus nomes nas urnas.

Afinal, não podemos desistir de termos

esperanças. Afinal, o lugar de larápios é a ca-

deia e não as cadeiras palacianas conduzindo

os destinos dos estados da federação. Não

podemos mais suportar que esses bandidos

de terno e gravata, que estão com seus

recursos garantidos, passem a explorar cada

vez mais os mais vulneráveis, em específico,

e todos os pagadores de impostos de uma

forma geral.

Precisamos urgentemente construir um

novo país. A operação da PF que atinge em

cheio o Rio de Janeiro é ainda mais grave,

pois o atual governador foi eleito como

possibilidade de grande mudança, já que

aquele estado sofreu horrores nas mãos dos

sucessores. Porém, se o atual gestor resolveu

enveredar pelo mesmo caminho, que tenha

as mesmas consequências que os outros

tiveram. Nem mais, nem menos. E tudo no

rigor exato da lei, pois o Código Penal está aí

para isso. Que as vossas excrescências desse

país sejam jogadas no lugar que de fato

merecem: a lata de lixo da História.

Depois da queda, o coice…

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27 de maio 32020

OPINIÃO

Todos os anos, cinquenta dias após a Pás-coa, comemora-se entre os cristãos o dia de Pentecostes, com celebrações da Santa Missa e momentos de oração. Em Maceió, o movi-mento da Renovação Carismática Católica resolveu realizar um Encontro para celebrar a data, ocorrido pela primeira vez em 1984, na quadra do Colégio São José. Pouco a pouco aquele evento foi tomando proporções maio-res, indo para o Ginásio do Sesi e chegando ao Estádio Rei Pelé, conhecido como Trapi-chão.

Quando eu comecei a caminhar na Igreja era o ano de 1997. Recordo-me do povo indo àquele Estádio, ônibus lotados, carros, motos e muita gente como em procissão demons-trando o quanto Deus é capaz de grandes coi-sas fazer. Neste encontro vi muitos milagres, curas sendo proclamadas e pregações que nos enchiam de ânimo e coragem.

Neste ano, o evento será realizado on--line, transmitido gratuitamente no próximo domingo (31), das 9h às 18h, pelo canal do Youtube RCC Maceió.

Digo-vos que hoje nós temos um lugar ain-da maior que o Trapichão para o evento, nós temos o ciberespaço, a internet. Nós o utili-zaremos para levar a cultura de Pentecostes a todas as pessoas e desejo que mais e mais desejem assisti-lo. Não precisa sair de casa, basta acessar a plataforma digital e preparar o coração para uma experiência incrível.

Este ano o tema é “Todos eles persevera-vam unanimemente em oração em torno de Maria, a Mãe de Jesus” (At 1, 14). Como será o último dia do mês de maio, o encontro terá uma tonalidade profundamente mariana, pois neste dia são feitas muitas homenagens a Nossa Senhora e a tão famosa coroação.

A programação contará com uma missa presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz, adoração, teatro, danças, louvores e muita música. A hashtag #pentecostesmaceio tem sido utiliza-da para divulgar o encontro. Acredito ser um belo momento para uma nova experiência com o Espírito Santo, on-line, mas profunda-mente real.

Pentecostes on-line

ARTIGO | Pe. Rodrigo Rios*

* É sacerdote e jornalista

EM ALTA

EM BAIXA

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich,

concedeu uma ex-celente entrevista à

Globo News. Mesmo tendo saído do governo

após desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro, em função do protocolo a ser edita-do pelo Ministério da Saúde. Teich reconheceu

os problemas, mas destacou o trabalho que vem sendo realizado. O ex-ministro foi técnico

e evitou a polarização. Ele, inclusive, se mos-trou – infelizmente de forma atrasada – uma voz que precisaria sim ser mais ouvida, pois é interessante a tese que levanta do isolamento

seletivo, associado à testagem em massa e a estruturação da rede. Não é porque Teich saiu

que o governo federal não precisa ouvir um pouco essas ideias e aplicar dentro daquilo que

é a filosofia do governo de Bolsonaro, pois as ações propostas pelo ex-ministro podem muito bem conduzir a uma reabertura econômica de

forma flexível e com os cuidados necessários.

O prefeito Rui Palmeira julga que os pedidos

para a flexibilização da atividade econômica, mesmo com medidas rígidas de segurança sanitária, é uma mera pressão de rede social.

Palmeira parece que não aprendeu a entender a realidade e usa uma falsa dicotomia, como se ao seu lado estivesse a ciência e do outro apenas os tuiteiros de plantão. O prefeito precisa entender

que há milhares de pessoas em desespero por-que estão perdendo seus empregos, suas empre-sas, os sonhos de toda uma vida em função das

rígidas medidas adotadas. Então, não se trata de pressão de “rede social”, mas sim de pressão so-

cial para que os governantes olhem os dois lados da moeda e comecem a apresentar perspectivas

para além de isolamentos sociais que ninguém consegue enxergar o fim. É isso que está em

jogo, senhor prefeito. E isso pode ser muito bem discutido com informações técnicas e científi-cas. Mas o ex-tucano acha que a ciência está

única e exclusivamente ao lado dele. É o mal da arrogância e da prepotência de alguns prefeitos

e governadores nesse país.

CENA

URBANA

Recebemos esta imagem de um leitor mostrando a situação da Rua San-ta Margarida, no bairro Santa Lúcia, próximo ao Campo do Sete de Se-tembro. O problema de buracos aos montes na rua vem se arrastando há pelo menos um mês. Para que nenhum condu-tor desavisado sofra um acidente, foram colocados

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pedaços de madeira com te-cido na ponta. Eles pedem atenção do poder público para resolver a situação.

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Ru i P a l m e i r a n ã o adiantou por quanto tempo isso será feito.

Ele frisou que o isolamento social na capital tem seguido a mesma média de outras cida-des, que gira em torno de 59%. Maceió ocupa a 12ª posição no número de óbitos em todo o país e é a sexta capital do Nordeste nesse quesito, como mostrou o Jornal das Alagoas.

Segundo o prefeito, o isolamento social é a única arma para frear o aumento da doença, principalmente nos bairros mais populosos.

De acordo com ele, as notas técnicas ainda não apontam condições para um retorno do comércio com segurança. “Com relação ao comércio nós estamos tranquilos. Esta-mos seguindo os protocolos técnicos e não pressão de rede social”, pontou.

“Sabemos que boa parte de alguns segmentos conti-nuarão fechados por um bom tempo, pois não dá para imagi-nar que bar e restaurante irão voltar a funcionar em curto prazo. Mas analisando a curva baixando podemos iniciar a abertura de alguns setores”, pontuou.

AÇÕESAs falas de Rui Palmeira se

deram durante o dia de ontem, em uma coletiva ao lado do secretário municipal de Saúde, José Thomaz Nonô (Democra-tas).

O prefeito destacou os servi-ços disponibilizados como o Atende em Casa e Call Center da Saúde, que têm o objetivo de orientar a população e evitar a aglomeração causada por deslo-camentos desnecessários às unidades de saúde.

“Essa parte de Média e Alta Complexidade émais ligada ao Governo do Estado, mas a Prefeitura vem atuando de forma conjunta. Nós conse-guimos disponibilizar leitos na Santa Casa, clínicos e de UTIs. Infelizmente, hoje esses leitos estão lotados. Por isso, sempre nosso apelo é para que as pessoas continuem nesse sacrifício do isolamento social, que é a forma de evitar esse contágio”, relatou Rui Palmeira.

O secretário José Thomaz Nonô destacou toda a rede das unidades básicas de saúde, UDAs e os mais de cinco mil atendimentos realizados pelas Unidades de Referência em Síndromes Gripais.

“Essas três unidades senti-nelas em operação são unidades especiais. Elas são completas, nas equipes, com equipamentos e tudo aquilo que é adequado à tarefa”, assinalou.

Nonô destacou ainda a abertura de mais duas unida-des sentinelas previstas para os próximos dias. A primeira, que está em fase de finalização, será em Jacarecica. Já a segunda, que está em fase contratual, ficará próxima ao PAM Salgadinho, no Centro.

“É uma firme convicção da prefeitura que nós precisa-mos atentar para os momentos iniciais da doença […]. Algumas pessoas estão começando a ter medo de ir às unidades de saúde, porque acham que lá pega [a doença], o que não é bem assim. E às vezes estamos recebendo os pacientes já no estado avançado da doença, o que traz outro tipo de problema”,explicou Nonô.

DECRETO E ASSISTÊN-CIA À POPULAÇÃO

Rui Palmeira também abor-dou durante a entrevista as ações realizadas pela Prefeitura visando garantir o cumpri-mento dos decretos emitidos em Maceió, assim como a assis-

tência à população. “A gente tem recebido

denúncias e tem atuado também nos bairros onde detectamos o menor isolamento social e a Prefeitura tem feito isso diaria-mente”, informou.

“A Prefeitura tem traba-lhado também na desinfecção de áreas públicas, unidades de saúde, praças, enfim, áreas que têm uma grande rotatividade de pessoas, com o apoio do Exército Brasileiro”, completou o gestor.

Além dessas atividades, o Município destinou kits de merendas e cestas básicas às famílias de estudantes da Rede Municipal e pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Visando garantir a assistên-cia dessas famílias, a Prefeitura já abriu o processo, por meio da Secretaria de Educação, para adquirir mais 51 kits merendas.

“Entre os kits merendas, cestas destinadas pelo Governo do Estado e também através da iniciativa privada, que foi o caso de duas mil cestas entregues a ambulantes pela Equatorial Energia, já distribuímos 65 mil cestas básicas e kits merendas para a população em situação de vulnerabilidade”, mencionou o prefeito.

MACEIÓ

Rui Palmeira anuncia novo decreto de isolamento a partir do dia 2 de junho

Na manhã de ontem, o prefeito de

Maceió, Rui Palmeira (sem partido),

destacou que deve prolongar ainda o isolamento social

na capital alagoana, independente da

pressão social por parte do setor

produtivo ou das manifestações que

já ocorrem em redes sociais. Palmeira

seguiu o novo decreto do governador

Renan Filho (MDB), que manteve o fechamento da

maior parte do setor produtivo até o dia

31 de maio. Todavia, conforme o próprio chefe do Executivo municipal, a partir

do dia 2 de junho – independente do

governo estadual – a prefeitura

deve prolongar o isolamento.

202027 de maio4

PANDEMIA | Prefeito disse que comércio da capital continuará fechado apesar das pressões pela reabertura

Redação

Rui Palmeira e Thomaz Nonô

destacaram, em coletiva, as

ações de enfrentamento ao

coronavírus na capital

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Quanto ao atendimento em relação às vítimas do Covid-19, o maior

hospital público do interior de Alagoas atendeu – nas últi-mas 24 horas – apenas uma pessoa com problemas de crise respiratória aguda.

Ainda conforme divul-gado pela assessoria, um levantamento realizado pelo HEA aponta uma redução de 26% nos atendimentos a víti-mas de agressão com arma de fogo e arma branca. Conforme divulgado pela assessoria de Imprensa da unidade hospita-lar, a queda está diretamente relacionada às medidas restri-tivas de isolamento social, por conta da pandemia do novo coronavírus.

Entre os dias 20 de março e 24 de maio foram atendidas 47 pessoas, sendo 30 vítimas de agressão com arma branca e 17 pacientes receberam atendimento médico devido à agressão com arma de fogo. No mesmo período do ano passado, o HEA recebeu 64 pessoas, sendo 19 pacien-tes atendidos por agressão com arma de fogo e 45 com

ferimentos provocados por agressão com arma branca.

Para a gerente-geral do HE do Agreste, Bárbara Fernanda Albuquerque, os números mostram que a manutenção do isolamento nas cidades do Agreste está obtendo resul-tados positivos na queda dos atendimentos às vítimas de violência.

“O isolamento social tem sido importante por contri-buir para frear a dissemina-ção do novo coronavírus, bem como para reduzir a violên-cia”, salientou.

METROPOLITANOEm relação ao Hospital

Metropolitano, que foi inau-gurado no dia 15 desse mês, a unidade já registra uma taxa de ocupação na Unidade de Terapia Intensiva que é de 50%. O hospital começou a receber pessoas no sábado, dia 16.

Segundo o boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), da segunda-feira passada, Maceió já registra uma ocupação de 78% no número de leitos exclusivos de UTIs para tratar a Covid-19.

De acordo com o boletim, de 204 UTIs, 160 estão ocupa-das em Maceió. Já no interior, de 55 leitos, 46 registram ocupação. Ao todo, o interior já tem 84% de ocupação.

Em outras unidades de saúde, a situação é alarmante. No Hospital da Mulher, de 40 leitos de UTI Adulto, 39 estão ocupados. Já na UTI do Metropolitano, de 30 vagas, restam apenas 15.

Os hospitais que regis-tram 100% de ocupação são: o Hospital Veredas e a Santa Casa de São Miguel.

ALAGOAS

Taxa de ocupação do Hospital do Agreste é de 94%, segundo governo

De acordo com informações oficiais do próprio governo

de Alagoas, a taxa de ocupação do Hospital

de Emergência do Agreste (HEA),

em relação aos leitos destinados

aos pacientes infectados pelo novo coronavírus, chegou a 94%. A assessoria

de comunicação do órgão destaca que são 12 leitos

de UTI e 35 leitos clínicos disponíveis. O governo de Renan

Filho (MDB) promete a abertura de novos espaços ainda nessa

semana.

COVID-19 | A informação foi divulgada no dia de ontem e a preocupação é que não haja mais leitos

Redação

Em pronunciamento por vídeo-conferência, o deputado Cabo Bebeto

(PSL) agradeceu ao Ministé-rio da Saúde e ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pelo envio de respira-dores a Alagoas.

“Conforme prometido, o ministro Eduardo Pazuello entregou 30 respiradores para o Estado. Foram 15 aparelhos fixos e 15 móveis. Estes vão servir na transferência (de um paciente) de uma unidade para outra”, ressaltou o parlamen-tar, informando que a entrega dos equipamentos ocorreu no

último domingo.Bebeto também agrade-

ceu a equipe econômica do governo federal pela abertura da linha de crédito emergen-cial, no valor de R$ 5 bilhões, para atender aos empresários e produtores rurais das regiões Norte e Nordeste.

“Esse crédito vai servir aos empresários e microempresá-rios, para que possam impul-sionar seus negócios”, afirma o deputado Cabo Bebeto, acrescentando que, com isso, o governo federal fortalece a economia das regiões.

Esse incremento finan-

ceiro vai melhorar e fortale-cer a economia da região. Para Bebeto, esse é o diferencial de um governo preocupado com a recuperação da economia e com a saúde.

“É preciso destacar que se pode defender a saúde e se resolver também as questões econômicas. Esses são dois assuntos importantíssimos e fazem a diferença na vida das pessoas”, explicou Cabo Bebeto apelando, mais uma vez, para que o governo do estado apre-sente urgentemente um plano de recuperação econômica para Alagoas.

Bebeto destaca ações do governo federal no combate ao coronavírus

Cabo Bebeto cobra do

Executivo de Alagoas a

apresentação urgente de

um plano de recupera-

ção econômica para o

Estado

Unidade de Emergência do

Agreste, em Arapiraca, é

referência no interior do Estado

para pacientes com Covid-19

27 de maio 52020

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No início da manhã, poli-ciais federais chegaram ao Palácio Laranjeiras,

residência oficial do governa-dor do Rio, Wilson Witzel, na zona sul da cidade. Segundo a PF, a Operação Placebo apura “indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendi-mento do estado de emergência de saúde pública de importân-cia internacional, decorrente do novo coronavírus no estado”.

Em nota, o governador afirmou que não há nenhuma participação ou autoria dele em qualquer tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo MPF. “Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdo-bramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o estado do Rio de Janeiro.”

Na nota, Witzel disse ainda estranhar declarações de parla-mentares da base aliada ao governo sobre operações da PF. “Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absoluta-mente claro de que deputados bolsonaristas tenham anun-ciado em redes sociais, nos últimos dias, uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpida-mente que houve vazamento,

com a construção de uma narra-tiva que jamais se confirmará”, afirmou.

Questionado mais cedo sobre a operação, o presidente Jair Bolsonaro disse que tomou conhecimento dos fatos pela imprensa. “Fiquei sabendo agora pela mídia. Parabéns à Polícia Federal”, disse o presi-dente ao deixar o Palácio da Alvorada.

Em nota, a Federação Nacio-nal dos Policiais Federais (Fena-pef) destacas que as buscas nos palácios das Laranjeiras e da Guanabara tiveram autorização do STJ. “A Fenapef apoia todo e qualquer esforço para apurar e combater a corrupção. Mesmo em tempos de pandemia, os policiais federais seguem fazendo seu trabalho de investi-gação. A lisura das investigações e o sigilo das operações devem

ser preservados em qualquer circunstância.”

MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃOAo todo, a Operação

Placebo, inclui 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os manda-dos foram expedidos pelo STJ. Além dos policiais federais que foram ao Palácio Laranjeiras, equipes da PF se dirigiram ao prédio onde mora o ex-secretá-rio de Saúde Edmar Santos, em Botafogo, na zona sul.

Foram também ao edifício, no Leblon, do ex-subsecretá-rio executivo da Secretaria de Estado de Saúde Gabriel Neves, que foi afastado do cargo e depois exonerado quando começaram as denúncias de aplicação indevida dos recur-sos na construção e aquisição

de equipamentos dos hospitais de campanha. O subsecretário foi preso no dia 7, em operação do Grupo de Atuação Especiali-zada no Combate à Corrupção (GAECC) do Ministério Público do Rio, suspeito de obter vanta-gem na compra de respiradores para os hospitais de campanha. Edmar Santos foi exonerado no dia 8, mas em seguida foi nomeado pelo governador para o novo cargo de secretário extraordinário de Acompanha-mento de Ações Governamen-tais Integradas da Covid-19.

O governo do estado chegou a empenhar R$ 1 bilhão, montante que seria aplicado em contratos emer-genciais sem licitação para o combate à covid-19, a maior parte para os hospitais de campanha. Sete unidades estão sendo construídas pelo Instituto de Atenção Básica e Atenção à Saúde (Iabas), orga-nização social também investi-gada nas denúncias. Apesar de parte dos recursos já ter sido liberada pelo governo estadual, as unidades ainda estão atrasa-das. O prazo de entrega era 30 de abril, mas o cronograma já foi atualizado diversas vezes. Estão funcionando atualmente as unidades do Leblon e do Parque dos Atletas, construí-das e geridas pela Rede D’Or, e a do Maracanã, também coor-denada pelo Iabas.

BRASIL/MUNDO

202027 de maio6

Placebo: Polícia Federal aprofunda as investigações sobre corrupção na saúde

NOVA OPERAÇÃO | São cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro

A Operação Placebo, deflagrada ontem pela

Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro, vai aprofundar as

investigações para apurar a existência de um esquema de

corrupção envolvendo uma organização social contratada

para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula

da gestão do sistema de saúde do estado. De acordo com a PF,

os elementos de prova obtidos durante as

apurações foram compartilhados com a Procuradoria-Geral

da República (PGR), dentro da investigação que ocorre no Superior

Tribunal de Justiça (STJ). Os trabalhos começaram com a

Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e

o Ministério Público Federal (MPF).

O Ministério da Econo-mia autorizou a contra-tação temporária de

5.158 profissionais de saúde para ações de enfrentamento à covid-19. A portaria foi publi-cada ontem no Diário Oficial da União (DOU).

Os profissionais poderão ser contratados já a partir deste mês de maio e os contratos terão validade de até seis meses. A remuneração e a distribuição dos profissionais ficarão a cargo do Ministério da Saúde.

As vagas estão distribuídas da seguinte forma: 192 médicos intensivistas, 100 enfermeiros intensivistas, 60 fisioterapeutas

intensivistas, 606 médicos, 18 médicos para Unidade Básica de Saúde, 698 enfermeiros, 684 fisioterapeutas, 2.259 técnicos de enfermagem, 101 técnicos em laboratório, 102 farma-cêuticos, 57 nutricionistas, 61 biomédicos, 120 fonoaudiólo-gos e 100 psicólogos.

Para custear a contratação, o governo publicou, também

na edição desta terça-feira do DOU, uma Medida Provisó-ria (MP) que abre um crédito extraordinário de R$ 338,2 milhões em favor do Ministério da Saúde.

Na mesma MP, o governo também abre crédito de R$ 28,720 bilhões para o Minis-tério da Cidadania para cobrir despesas de auxílio emergen-

cial para proteção a pessoas em situação de vulnerabilidade, devido à pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o texto, o valor total, de mais de R$ 29 bilhões, será liberado a partir da contratação de operação de crédito interno (contratos ou emissão de títulos da dívida pública).

Governo vai contratar 5,1 mil profissionais para ações contra covid-19Andreia Verdélio

Agência Brasil

Cristina Indio do Brasil

Agência Brasil

Gastos com hospitais de campanha estão sob investigação da PF

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Em abril de 2019, houve déficit de US$ 1,910 bilhão. “Na comparação

com o déficit de US$ 1,9 bilhão ocorrido em abril de 2019, contribuíram, principalmente, os recuos no déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) de US$ 2,3 bilhões, e em servi-ços, de US$ 2,1 bilhões, além da elevação do superávit da balança comercial, de US$1,3 bilhão”, informou o BC, ao comparar os resultados de abril deste ano com o mesmo mês de 2019.

O déficit em transações correntes do primeiro quadri-mestre de 2020 somou US$ 11,877 bilhões, recuo de 29,9% em relação aos US$ 16,953 bilhões registrados de janeiro a abril de 2019. O déficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em abril de 2020 somou US$ 44,4 bilhões, o que corresponde a 2,61% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e servi-ços produzidos no país).

BALANÇA COMERCIALAs exportações de bens

totalizaram US$ 18,359 bilhões em abril e as importações, US$ 11,923 bilhões, resultando no superávit comercial de US$ 6,437 bilhões, contra US$ 5,125 bilhões em igual mês do ano passado. De janeiro a abril, o superávit comercial chegou a US$ 9,626 bilhões, ante US$ 12,681 bilhões do mesmo perí-odo de 2019.

SERVIÇOSO déficit na conta de servi-

ços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investi-mentos, entre outros) atingiu US$ 1,208 bilhão em abril, ante US$ 3,296 bilhões em igual período de 2019. Nos quatro meses do ano, o saldo negativo chegou a US$ 8,063 bilhões, resultado menor que o regis-

trado de janeiro a abril de 2019, de US$ 10,839 bilhões.

VIAGENS INTERNACIONAISA maior contribuição para

essa retração em serviços vem da redução de 91,2% nas despe-sas líquidas (descontada as receitas) de viagens, que tota-lizaram US$ 90 milhões em abril de 2020, contra US$ 1,021 bilhão em abril de 2019. As restrições de circulação devido à pandemia da covid-19 afeta-ram o resultado da conta.

Em abril, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 113 milhões, com recuo de 76% em relação ao mesmo período de 2019, enquanto as despesas de brasileiros no exterior ficaram em US$ 612 milhões, queda de 86,4%, na mesma comparação.

No acumulado do ano até abril, o saldo negativo da conta de viagens (receitas e despesas) é de US$ 1,576 bilhão, contra US$ 3,528 bilhões primeiro quadrimestre de 2019.

Segundo o chefe do Depar-tamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a redução do número de voos e a alta do dólar foram os aspectos responsá-veis pelo impacto na conta de viagens. “Claro que majoritaria-mente as pessoas que iam fazer viagens a turismo ou a negócio não estão fazendo por causa da

pandemia”, disse. Ele acrescen-tou que quem teve que manter a viagem, mesmo em meio à pandemia, teve o impacto do dólar mais caro.

Em maio, até a última quinta-feira, a conta de viagens gerou receitas US$ 98 milhões e despesas de US$ 177 milhões, com déficit de US$ 79 milhões.

RENDAEm abril de 2020, o défi-

cit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 1,557 bilhão, contra US$ 3,864 bilhões em igual período de 2019. No primeiro quadrimes-tre, o saldo negativo ficou em US$ 13,871 bilhões, ante US$ 19,110 bilhões em igual período do ano passado.

A conta de renda secundá-ria (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado posi-tivo de US$ 168 milhões, contra US$ 125 milhões em abril de 2019. No primeiro quadrimes-tre chegou a US$ 432 milhões, ante US$ 315 milhões em igual período de 2019.

INVESTIMENTOSOs ingressos líquidos em

investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 234 milhões no mês de abril, ante

US$ 5,107 bilhões em abril de 2019. O resultado de abril foi o menor desde julho de 2016, quando houve saída de US$ 103 milhões. Na observação somente dos meses de abril, é o menor valor de investimento estrangeiro direto desde 1995, quando ficou em US$ 168 milhões.

De acordo com Fernando Rocha, a percepção do BC é que houve um adiamento dos investimentos diretos em abril e não um cancelamento. Ele disse que as empresas podem estar optando por manterem recursos disponíveis (liquidez) no momento da crise causada pela pandemia até que as incer-tezas diminuam. “Parece ser adiamento das operações no mês em que se concentraram muitas incertezas sobre o que está acontecendo na economia brasileira e mundial”, disse.

No primeiro quadrimestre, o IDP chegou a US$ 18,043 bilhões, ante US$ 23,395 bilhões de janeiro a abril de 2019. Nos 12 meses encerrados em março de 2020, o IDP tota-lizou US$ 73,2 bilhões, corres-pondendo a 4,31% do PIB, em comparação a US$ 78,1 bilhões (4,48% do PIB) no mês ante-rior.

Os dados do BC também mostram saída líquida (descon-tada a entrada) de investimento em carteira no mercado domés-tico de US$ 7,313 bilhões, contra US$ 547 milhões de saída líquida em igual período de 2019. No caso das ações e fundos de investimento, a saída totalizou US$ 2,443 bilhões. A saída líquida de títulos foi maior, chegou a US$ 4,870 bilhões.

No primeiro quadrimestre deste ano, houve saídas líquidas de US$ 31,448 bilhões nesses tipos de investimento, contra a entrada líquida (entrada maior que a saída) de US$ 9,962 bilhões observados em igual período de 2019.

27 de maio 72020

ECONOMIA

Contas externas têm saldo positivo de US$ 3,840 bilhões em abril

BALANÇO | Trata-se do maior valor da série histórica mensal iniciada em 1995

As contas externas registraram saldo

positivo pelo segundo mês consecutivo,

informou ontem o Banco Central (BC).

Em abril, o superávit em transações

correntes, que são as compras e vendas

de mercadorias e serviços e

transferências de renda do Brasil com

outros países, chegou a US$ 3,840 bilhões,

o maior valor da série histórica mensal

iniciada em janeiro de 1995.

Kelly OliveiraAgência Brasil

Déficit em transações no primeiro quadrimestre foi de R$ 11,877 bilhões

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Satuba, na região Metropo-litana de Maceió, lidera o ranking. Com uma

população estimada de apro-ximadamente 14 mil habi-tantes, o município tinha até ontem 116 casos confirmados, conferindo-lhe uma taxa de incidência de 838,9 pessoas contaminadas por cada 100 mil habitantes, segundo as estatís-ticas. Na sequência, aparecem Santa Luzia do Norte (740,1), também na região Metropoli-tana de Maceió, e Jequiá da Praia (449,1), na região Sul do estado.

A capital alagoana aparece em quinto lugar no ranking com um índice de 377,6 casos por 100 mil habitantes. Maceió tem atualmente uma popu-lação estimada de mais de 1 milhão de pessoas e 3.848 casos confirmados.

Dentre os bairros com o maior número de casos confir-mados em Maceió, de acordo com o Painel Covid-19 de Alagoas, lideram o ranking: Jacintinho (259 casos), Bene-dito Bentes (225 casos), Jatiúca

(224 casos) e Ponta Verde (223 casos).

Em relação à incidência dos óbitos por Covid-19 nos muni-cípios alagoanos, Satuba mais uma vez lidera o ranking com uma taxa de 36,16 mortes por cada 100 mil habitantes, seguido por Campestre (28,84), Paulo Jacinto (26,44) e Jequiá da Praia (25,91). Maceió ocupa a nona colocação com 20,90 óbitos por cada 100 mil habitantes.

Nos bairros da capital alago-ana, o Benedito Bentes é o que

tem mais óbitos confirmados até o momento (18), seguido por Vergel do Lago, Ponta Grossa e Cidade Universitária (todos com 13 mortes).

Durante entrevista à rede televisiva CNN Brasil na segunda-feira, o governador Renan Filho (MDB) enfati-zou a importância do esforço conjunto entre a população e Governo no enfrentamento à pandemia. As autoridades têm pedido continuadamente que a população respeite as medidas

de isolamento social enquanto o poder público amplia o número de leitos e aumenta a fiscaliza-ção em Maceió e no interior do estado.

“É fundamental que as pessoas colaborem com as medidas de isolamento social, porque somente elas, nesse momento, são capazes de evitar o adoecimento de muita gente ao mesmo tempo e, assim, o colapso da rede hospitalar. O Estado fez um esforço grande nos últimos 60 dias dessa pandemia para chegarmos a mil novos leitos no último final de semana”, disse Renan Filho.

“Nós esperamos que a popu-lação colabore, porque aqui esta-mos agindo de duas maneiras neste momento: por um lado, o Estado aumenta a fiscalização e amplia a rede de oferta de saúde com novos leitos clínicos e de UTI e, por outro lado, pede ao cidadão que colabore com as medidas de isolamento social e exige alguns procedimentos como o uso de máscara”, refor-çou o governador.

GERAL

202027 de maio8

Satuba, Santa Luzia e Jequiá da Praia têm maiores taxas de Covid-19 por habitantes

PANDEMIA | Em Maceió, os bairros Jacintinho, Benedito Bentes, Jatiúca e Ponta Verde lideram as localidades

De acordo com dados do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE)

e com o Painel Covid-19 de Alagoas,

elaborado pela Secretaria de

Planejamento e Gestão (Seplag), os

municípios de Satuba, Santa Luzia do Norte e Jequiá da Praia são

os que apresentam atualmente as

maiores taxas de incidência de pessoas

contaminadas pela Covid-19 a cada

100 mil habitantes. Ou seja, os dados

se referem ao volume de casos

proporcionalmente ao tamanho da

população.

Satuba, com cerca de 14 mil habitantes, tinha

até ontem 116 casos confirmados

Prefeitura encaminha PL à Câmara para descontos em débitos tributários

A Prefeitura de Maceió encaminhou, ontem, à Câmara de Vereadores,

um Projeto de Lei que propõe zerar a incidência de juros, multas e atualização monetá-ria, assim como reduzir o valor principal do débito tributário de todos os contribuintes maceio-enses, inclusive quem estiver em Dívida Ativa, ajuizado ou a ajuizar, originários de todos os tributos municipais e infrações à legislação aplicável. Maceió é uma das primeiras cidades do Brasil a propor medidas admi-nistrativas mais impactantes para obtenção de receitas muni-cipais diante das dificuldades enfrentadas na crise socioeco-nômica vivida na pandemia de

Covid-19, com o estímulo ao recolhimento espontâneo de tributos devidos e não recolhi-dos em tempo ao Município.

Nos casos de pagamento à vista, o débito tributário conso-lidado sofrerá redução de 100% de multas, juros e atualização monetária e 30% do valor prin-cipal, bem como redução de 60% do valor total, devidamente atualizado, em caso de notifi-cação e auto de infração decor-rente do descumprimento de obrigações acessórias. Em caso de parcelamento, limitado a cinco parcelas, o débito tributá-rio consolidado sofrerá redução de 100% de multas, juros e atua-lização monetária; e de 40% do valor total, devidamente atuali-

zado, em caso de notificação e auto de infração decorrente do descumprimento de obrigações acessórias.

Segundo o secretário muni-cipal de Economia, Fellipe Mamede, diante do estado de calamidade em saúde pública, a com queda na arrecadação e o aumento de despesas, o Projeto de Lei apresentado à Câmara de Vereadores é um esforço da Prefeitura para minimizar os impactos da pandemia nos cofres públicos.

“O Projeto de Lei é mais um esforço da administração municipal diante da situação excepcional com a pandemia de Covid-19. O cenário atual trouxe aumento significativo dos gastos

municipais, com ações direta-mente relacionadas ao combate ao coronavírus como desinfec-ção de espaços públicos, amplia-ção dos esforços de Saúde e ações de Assistência, ao mesmo tempo que apresenta uma queda brusca na arrecadação municipal, diante da paralisação parcial de grande parte do setor produtivo. O objetivo é criar mecanismos de incentivo ao recolhimento dos tributos municipais, de forma legal e transparente, e assim beneficiar a administra-ção pública ao mesmo tempo que ajudamos e estimulamos também o contribuinte a encon-trar formas atrativas de quitarem seus débitos com o Município”, explicou Mamede.

Anteriormente, por deter-minação do prefeito Rui Palmeira, outras 21 medidas tributárias já foram implantadas pela Prefeitura para facilitar a vida do contribuinte e equilibrar as contas públicas como a exten-são do prazo para recolhimento do IPTU em cota única com descontos aplicáveis, a poster-gação de datas de pagamento de tributos municipais e a suspen-são de cobranças.

As dificuldades do Muni-cípio se dão pelas quedas de receita de FPM e ICMS, e dos tributos municipais, cuja arre-cadação caiu drasticamente em função da paralisação de grande parte dos setores econômicos do Município.

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PARALISAÇÃO | Em carta aberta, o presidente do Clube, Andrés Sanchez, defende o alinhamento de ações coletivas

ESPORTES

27 de maio 92020

Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

O Corinthians se posicionou

oficialmente contra o retorno do futebol

brasileiro, paralisado em decorrência da pandemia do

novo coronavírus (covid-19). Em carta

aberta assinada pelo presidente Andrés

Sanchez, o clube entende que ainda

não é o momento de a bola voltar a rolar, e que há a necessidade

de alinhamento de ações coletivas.

Sanchez ressalta a legiti-midade dos clubes em procurarem saídas junto

aos governos federal, estadu-ais e municipais e federações no intuito de tentar impedi-rem um aprofundamento da crise, porém, argumenta que o Brasil vive um cenário muito diferente dos países que reto-maram suas ligas.

A carta cita o exemplo do Campeonato Alemão, que só voltou a ser disputado após o diálogo entre todos os agen-tes políticos e esportivos, mantendo responsabilidade com seu produto, astros e público. Andrés Sanchez salientou que, na Bundesliga, havia um princípio claro: “O futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia”.

Ao comparar com a situ-ação no Brasil, o Corinthians lembra que a Série A conta com 20 clubes de nove estados, cada um com um panorama distinto do novo coronavírus. Isto exigiria um trabalho coor-denado entre governo, clubes e federações. O presidente do Timão finaliza a carta afir-mando que qualquer retorno apenas adiará “uma pausa forçada, em que os clubes vão, de novo, agonizar”.

CONFIRA A CARTA NA ÍNTEGRA:Depois de 23 mil mortes

causadas pela Covid-19, todo debate é menor. Por isso, em nome do Corinthians, mani-festo antes nossa solidarie-dade a cada brasileiro afetado por doença, luto, ou preju-ízo profissional. Tudo isso importa.

E é legítimo que o futebol – como qualquer setor – procure saídas junto ao governo fede-ral e a seus respectivos esta-dos, prefeituras e federações, a fim de impedir um aprofun-damento da crise na atividade. É preocupante, porém, que o

Brasil viva um cenário muito diferente daqueles países que retomam suas ligas.

A queda de receitas já obri-gou muitos clubes a executar cortes e demissões. O Corin-thians tem adotado medidas de austeridade, como a redu-ção temporária de salários e jornada, apoiada na MP 936. Fazemos e refazemos as contas diariamente, mas somos realistas: trata-se da pior epidemia no país nos últimos 100 anos, e nenhuma atividade econômica sairá dessa sem transformações inevitáveis.

No Corinthians, não será diferente. O que não muda é o nosso compromisso com um futebol forte como carro--chefe e a parte social como tradição, e é para isso que estamos trabalhando. Como também vemos o clube como um veículo capaz de impac-tar mais de 30 milhões de torcedores via mídias digi-tais, levamos informação útil e iniciativas solidárias, com o

sonho de terminar a pande-mia sem nenhum torcedor a menos.

Somos testemunhas dos elogiáveis esforços da CBF, da Federação Paulista de Fute-bol e de outros clubes. Mas é preciso repensar, de forma ampla, o papel do futebol e sua influência nesse jogo.

Na Alemanha, houve diálogo intenso entre todos os agentes políticos e esportivos, e um princípio foi claro para a Bundesliga: o futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia. Quando a socie-dade confiou no sucesso do combate alinhado entre governo e estados alemães, a Bundesliga finalmente reto-mou seus jogos em sincro-nia, no último dia 16. Houve responsabilidade com seu produto, seus astros e seu público.

O futebol brasileiro, porém, caminha para outra direção.

Se o combate ao vírus não tem alinhamentos entre

os governos, no futebol as reações estão ainda mais fragmentadas. Com deci-sões facultadas aos Estaduais, criam-se ruídos. O futebol perde muito como produto quando transmite que, para a bola rolar, basta decidir qual clube está mais pronto, ou qual estado está mais disposto a riscos, enquanto se somam mais de mil óbitos por dia.

Em 2020, a Série A tem 20 clubes de nove estados, cada um com panoramas distintos da doença. Isso pede um traba-lho mais coordenado entre governos, clubes e federações. Num esporte coletivo, não dá para jogar sozinho.

Sem isso, qualquer retorno apenas adiará a próxima pausa forçada, em que os clubes vão, de novo, agonizar. Como negócio sustentável, o fute-bol só poderá voltar depois de uma articulação eficiente, focada tanto no bem-estar das pessoas quanto na segurança da Saúde nos estados envolvi-dos.

Corinthians se posiciona oficialmente contra o retorno do futebol brasileiro

Maurício Costa

Rádio Nacional

Um dos clubes com maior

torcida no Brasil, o Corinthians

discorda do retorno do Campeo-

nato Brasileiro

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O personagem exato d e M o r a l e s é desconhecido, mas

era esperado que Hoult interpretasse um vilão. Por conta dos adiamentos e cancelamentos, o ator teve que deixar a produção por questões de agenda. No entanto, o astro pode aparecer ainda no oitavo filme da franquia.

Cruise está reprisando seu papel como o agente secreto indestrut ível Ethan Hunt, nos sétimo e oitavo longas da série. Christopher McQuarrie escreverá e dirigirá os dois, que serão filmados em sequência.

Morales é mais conhe-cido por La Bamba e seus papéis como o tenente Tony Rodriguez em NYPD Blue e Camino del Rio na série original da Netflix Ozark. Além disso, o ator já participou de Titãs, NCIS: Los Angeles e How to Get Away With Murder.

A Paramout recen-temente adiou a data de lançamento de Missão Impossível 7, que agora será lançado em 19 de novembro de 2021. O oitavo longa também foi adiado e chegará às telo-nas em 4 de novembro de 2022.

CULTURA

202027 de maio10

ESAI MORALES | O ator faz parte do elenco de Ozark e Titãs e foi anunciado para o longa em meio à paralisação das filmagens

Com as filmagens paralisadas por conta

do Coronavírus, Missão Impossível 7 acaba de ganhar um

novo nome no elenco. Esai Morales, de

Ozark, vai substituir Nicholas Hoult como

vilão do longa. A informação é da

Variety, confirmada pela Paramount

Pictures.

Missão Impossível 7:

Esai Morales substitui Nicholas Hault como vilão

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Grandes Esperanças – Charles Dickens

A grande característica de Grandes esperanças é ser uma história de redenção moral do protagonista, Pip, um órfão cria-do rigidamente pela irmã num lar humilde e disfuncional, que, após herdar inesperadamente uma fortuna, rejeita a família e os amigos por se envergonhar da própria origem.

No começo conhecemos o infortúnio de Pip, o narrador que vive aterrorizado pela irmã mais velha que, após a morte dos pais, o criou “com a mão de ferro”, bordão para a maneira rígida e por vezes violenta com que trata o filho de criação e também o marido, o ferreiro Joe Gargery. Sua vida começa a mudar com o inesperado convite para que passe a visitar Miss Havisham, uma mulher rica da aldeia, e seja companhia de sua filha adotiva, Estella. Pip imediatamente tem uma queda pela garota, sentimento que se transformará em amor

durante a vida adulta e o con-duzirá à imoralidade.

A vida de Pip sofre uma re-viravolta ainda maior quando, já se preparando para o ofício de ferreiro, recebe a visita de um advogado, que anuncia que o jovem é herdeiro de uma fortuna. Após abandonar a família para viver em Lon-dres, Pip passa a desprezar a sua vida anterior, tentando tornar-se digno de se casar com Estella, que, no entanto, não se interessa por seus sentimentos.

Dividido em três partes, discutindo a bondade, a culpa e o desejo, o romance origi-nalmente foi escrito como um

folhetim e publicado na revista semanal All the Year Round , entre dezembro de 1860 e agosto de 1861, tornando-se um grande sucesso. Dickens toma o cuidado de não buscar a empatia fácil com o leitor, fazendo de Pip um personagem sincero em sua imoralidade e, quando se arrepende, na busca pela redenção.

Artigo 22 – Joseph HellerGarota Exemplar – Gillian Flynn

Desde sua publicação, em 2012, Garota exemplar tornou-se sucesso de público e crítica, alcançando o topo das mais prestigiadas listas de mais vendidos ao redor do mundo e consagrando sua autora, Gillian Flynn, como a mais aclamada escritora de suspense da atualidade.

Agora, a trama sobre o casamento que sai tragica-mente dos eixos chega aos cinemas, numa superprodu-ção da Twentieth Century Fox dirigida por David Fincher (A rede social e Clube da luta) e estrelada por Ben Affleck e Rosamund Pike. O roteiro é assinado pela própria Gillian Flynn.

O livro começa no dia do quinto aniversário de casa-mento de Nick e Amy Dunne, quando a linda e inteligente esposa de Nick desaparece da casa deles às margens do rio Mississippi. Sinais indicam que se trata de um se-questro violento e Nick rapidamente se torna o principal suspeito.

Sob pressão da polícia, da mídia e dos ferozmente amorosos pais de Amy, Nick desfia uma série intermi-nável de mentiras, meias verdades e comportamento inapropriado. Ele é evasivo e amargo — mas seria um as-sassino? Ao mesmo tempo, passagens do diário de Amy revelam um casamento tumultuado — mas ela estaria contando toda a história?

Alternando entre os pontos de vista de Nick e Amy, Flynn cria uma aura de dúvidas em que o cenário muda a cada capítulo. À medida que as revelações surgem, fica claro que, se existe alguma verdade nos discursos de Nick e Amy, ela é mais sombria, distorcida e assustadora do que podemos imaginar.

Magistralmente bem construído do início ao fim, Garo-ta exemplar é um daqueles livros impossíveis de largar e sobre o qual se quer debater assim que a leitura termina.

27 de maio 112020

PERSONAGENS E OBRAS RECOMENDADAS

A Fantástica Fábrica de Chocolate – Roald Dahl

Charlie Bucket adora chocolate. Sr. Willy Wonka, o mais incrível inventor no mundo, está abrindo os portões de sua Fantástica Fábrica de Chocolate a cinco crianças sortudas.

É um prêmio de uma vida! Charlie precisa apenas de um Cupom Dourado, e essas guloseimas pode-rão ser todas dele.

LITERATURA

Passado na Itália durante a II Guerra Mundial, conta a história de um comandante de bombardeiros, um herói incomparável e matreiro, que está furioso porque milhares de pessoas que não conhece de lado nenhum querem matá-lo.

Mas o seu verdadeiro problema não é o inimigo – é o seu próprio exército, que está sempre a aumentar o número de missões de voo que os homens têm de cumprir para completarem a sua comissão de serviço. Porém, se tenta arranjar uma desculpa para ser dispen-sado das perigosas missões que lhe são atribuídas, viola a Catch-22, o Artigo 22, uma norma burocrática hila-riante mas ao mesmo tempo sinistra: um homem é dado como doido se continuar a participar voluntariamente em perigosos voos de combate, mas se apresentar um pedido formal de dispensa é declarado mentalmente são e como tal é-lhe negada a dispensa.

Com o recurso à sátira, e aparentando uma lógica irre-futável, o livro argumenta que a guerra é uma loucura, que os militares são loucos e, muito provavelmente, que a vida moderna é também uma loucura.

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202027 de maio12

Maio: inflação tem queda de preços de 0,59%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15),

que mede a prévia da inflação oficial, registrou deflação (queda de preços) de 0,59% neste mês de maio. A taxa é menor do que a observada em abril deste ano (-0,01%) e em maio do ano passado (0,35%).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE), essa é a menor variação mensal do IPCA-15 desde o início do Plano Real, em 1994. Com o resultado de maio, o índice acumula taxas de inflação de 0,35% no ano e de 1,96% em 12 meses.

Dos nove grupos de pro-dutos e serviços pesquisados, cinco apresentaram deflação em maio. Os transportes registraram a maior queda de preços (-3,15%) e foram os principais responsáveis pelo resultado do IPCA-15 neste mês. Os preços dos combus-tíveis recuaram 8,54%, puxa-dos pela gasolina (-8,51%). O etanol recuou 10,40%, o óleo diesel, 5,50% e o gás veicular, 1,21%. Outros grupos com deflação foram habitação (-0,27%), vestuário (-0,20%), saúde e cuidados pessoais (-0,13%) e despesas pessoais (-0,09%).

Por outro lado, os alimen-tos e bebidas, com alta de preços de 0,46%, evitaram uma queda maior do IPCA-15. Entre os itens com maior inflação destaca-se a cebola (33,59%).

Vitor AbdalaAgência Brasil

AA Santa Cas a de Maceió informa que, no período de 26 de

fevereiro até esta terça-feira, 3004 pessoas com síndrome gripal foram atendidas pela instituição.

Destas, 854 tiveram resul-tado positivo para o novo coronavírus (Covid-19). Destaca, ainda, que, nesses três meses, 142 pacientes receberam alta.

Até às 16 horas de ontem, 134 pessoas seguem interna-das com a doença, sendo 36 delas na UTI. De fevereiro a maio, 35 óbitos foram regis-trados na instituição.

A Santa Casa de Maceió reforça que segue preo-cupada com o volume de pacientes que atende diaria-mente com sintomas compa-tíveis aos da Covid-19, mas que não tem medido esfor-ços para garantir o melhor tratamento médico aos alagoanos.

Covid: Santa Casa já notificou mais de 3 mil casos suspeitos

Em parecer de 121 pági-nas, Brill de Góes cita estudos de universida-

des de Singapura, EUA e Brasil que preveem uma estabiliza-ção da pandemia de covid-19 entre o fim de julho e o início de agosto, ainda antes do início da campanha eleitoral.

“Diante de tal contexto, entende-se que a curva predi-tiva de tais estudos permite sejam mantidas as datas esta-belecidas no art. 29, II, da Constituição Federal para a realização das eleições, afas-tando-se a hipótese de seu adiamento”, escreveu ele.

Qualquer alteração no calendário eleitoral deve ser feita em última hipótese, defendeu o vice-procurador--geral eleitoral. Caso seja de fato inevitável, o preferível é que o adiamento se dê por no máximo 30 dias, de modo a permitir a diplomação dos eleitos ainda em 2020, argu-mentou.

A diplomação é necessá-ria para que os eleitos possam assumir os mandatos em 1º de janeiro, conforme prevê a Constituição, algo que o vice--PGE entende ser imprescindí-

vel diante “da impossibilidade de prorrogação dos mandatos em curso”.

O vice-procurador-geral eleitoral escreveu ser inviável “defender a prorrogação de mandatos, seja por qual tempo for, ainda que diante de uma situação extrema com a pande-mia que ora se apresenta”.

Brill de Góes mencionou ainda que, em nome dos prin-cípios democráticos, diver-sas eleições foram realizadas em momentos extremos ao longo da história. Entre outros exemplos, ele citou pleitos ocorridos nos Estados Unidos e no Brasil no contexto da

pandemia de gripe espanhola, entre os anos 1918 e 1920. A manifestação completa pode ser lida aqui.

Para que haja qualquer mudança no calendário elei-toral, é preciso a aprovação de uma proposta e emende constitucional (PEC) no Congresso. O novo presi-dente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, tem pregado o diálogo constante com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para encontrar a solução que melhor preserve a saúde dos eleitores.

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Brill de Góes, enviou ontem manifestação ao Tribunal Superior

Eleitoral (TSE) em que defende o não

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por causa da pandemia do novo coronavírus.

Renato Brill de Góes defende que alteração no calendário é última hipótese

Felipe PontesAgência Brasil

Assessoria