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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | MAIO - 2015 | ANO LXII • N o 05 | RUMO AO CAPÍTULO GERAL

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Província Franciscana da imaculada conceição do Brasil | MAIO - 2015 | ANO LXII • No 05 |

Rumo ao Capítulo GeRal

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Província Franciscana da imaculada conceição do BrasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP

www.franciscanos.org.br | [email protected]

Sumário

Mensagem do Ministro Provincial Rumo ao Capítulo Geral: “Irmãos e Menores no nosso tempo .............................................................239

Formação Permanente “A frente de Evangelização da Educação”, texto de Frei Nilo Agostini ............................................242 Oração pelas Mães, de Frei Neylor J. Tonin ............................................................................................................245

Formação e Estudos Entrevista: Frei Rafael T. do Nascimento ...................................................................................................................246 Santo Amaro: Primeira Experiência de Fraternidade .....................................................................................249 Homenagem a Norma Roth .............................................................................................................................................249 Postulantes na 53ª Assembleia Geral da CNBB ..................................................................................................250 Rodeio: Primeiro Novinter do ano ................................................................................................................................251 Rondinha: “Vamos a la playa” ............................................................................................................................................252 ITF recebe conceito máximo do MEC .......................................................................................................................253

Fraternidades Paróquia Santo Antônio de Bauru festeja 60 anos ..........................................................................................255 Especial: 50 anos da Porciúncula de Sant’Ana ....................................................................................................256 Frei Walter escreve sobre seu serviço na Fazenda da Esperança .........................................................264 Frei Ary é condecorado pelo Papa ...............................................................................................................................265 Santo Amaro: As Santas Missões Capuchinhas .................................................................................................266 Sexta-feira Santa em Xaxim ...............................................................................................................................................268 Encontro do Regional do Leste Catarinense .......................................................................................................269 Gaspar: Novo Conselho da OFS .....................................................................................................................................270 SAV 3º Encontro Provincial de Jovens ..................................................................................................................................271

EVANGELIZAÇÃO Pastoral Universitária: 20ª Caminhada ao Santuário de N. Sra. Aparecida .....................................275 USF recebe Augusto Cury para sessão de autógrafos .................................................................................276 Festa da Páscoa no Sefras ...................................................................................................................................................277 Suplicy visita o Sefras ..............................................................................................................................................................278 Amazônia: Páscoa na Islândia ..........................................................................................................................................280 Bom Jesus - CF2015 e Páscoa: ação e reflexão ...................................................................................................282 25 anos: Notícias de Angola ..............................................................................................................................................284

DEFINITÓRIO PROVINCIAL Notícias do encontro realizado de 15 e 16 de abril ........................................................................................286

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES Retiros Provinciais 2015 ........................................................................................................................................................290 Novo livro de Frei Alberto Beckhäuser .....................................................................................................................291 OFS Duque de Caxias elege novo conselho ........................................................................................................291 Da Secretaria Provincial .........................................................................................................................................................291

AGENDA ..................................................................................................................................................................................292

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| Comunicações | Maio 2015 | 239

Caríssimos irmãos e irmãs,

Que o Senhor vos dê a Paz e todo o Bem!

mês de Maio convida-nos a diversas celebrações e come-morações. Pelo calendário do

Ano Litúrgico, neste mês encerramos o Tempo Pascal com as solenidades da Ascenção do Senhor e Pentecos-tes; e ainda, ao longo de todo o mês, colocamos em evidência a particular recordação da Virgem Maria, a Mãe de Deus, contemplada e rezada nas mais diversas expressões e manifes-tações da espiritualidade mariana. O calendário de Maio ainda nos recor-da outras comemorações significa-tivas, como: o Dia do Trabalho que tem em São José Operário o modelo de todos os trabalhadores; o Dia das Mães e a santidade da maternidade

de todas as mulheres; o dia da Abo-lição da Escravatura, cuja liberdade proclamada nem sempre é expressão plena desta verdade.

E particularmente nós, Ordem dos Frades Menores, neste mês de Maio estamos todos convidados a estar voltados de coração à Assis de São Francisco e Santa Clara porque lá, junto à Basílica de Nossa Senhora dos Anjos e da Porciúncula, celebra-mos entre os dias 10 de maio a 07 de junho de 2015 o Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores, com o tema “IRMÃOS E MENORES NO NOSSO TEMPO”. Por isso, nesta carta mensal, desejo evidenciar a cele-bração do nosso Capítulo Geral e, ao mesmo tempo, convidar a você, caro leitor e leitora, a estar conosco em comunhão orante ao Divino Espírito Santo, o “ministro geral da Ordem”

(cf. 2Cel 193), para darmos sentido à proposição do Capítulo: sermos “Ir-mãos e Menores no nosso tempo”.

Frei Michael Anthony Perry, Mi-nistro Geral da OFM, na convocação oficial dos ministros, custódios e de-mais participantes do Capítulo Geral, inicia a sua carta fazendo referência a duas frases significativas das Fontes Franciscanas: na primeira, recorda a Regra Bulada de São Francisco; e na segunda, evidencia um pensamento da Vita II de São Francisco, do bió-grafo Tomás de Celano.

1. “Todos os irmãos devem ter sempre um dos irmãos desta Ordem como minis-tro e servo desta fraterni-dade, ao qual todos estão firmemente obrigados a obedecer” (RB VIII,1).

Mensagem

Rumo ao Capítulo GeRal“IRmÃoS e meNoReS No NoSSo tempo”

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O nosso Capítulo Geral é eletivo, com data de eleição do novo ‘minis-tro e servo desta fraternidade’ pro-gramada para o dia 21 de maio de 2015, a quinta-feira que antecede à Solenidade do Domingo de Pente-costes. Na mesma carta o Ministro Geral pede que, neste dia, “em cada casa da Ordem celebre-se a Euca-ristia em Fraternidade com esta precisa intenção, adotando o for-mulário da missa do Espírito San-to”. Penso que nós, por razão do fuso horário, também podemos celebrar a Eucaristia de comunhão e oração ao Espírito Santo já na véspera do dia da eleição, isto é, dia 20 de maio.

Eleger um Ministro Geral não é eleger um ‘chefe’ ou uma ‘autoridade’ que simplesmente exerce o poder de mando sobre os outros (cf. Mt 20,25). São Francisco de Assis, neste texto da Regra, entende que o Ministro Geral é, em primeiro lugar, um irmão entre os demais irmãos, isto é, um irmão ‘desta religião’ que conhece a forma

de vida que todos prometeram ao Senhor observar. Um irmão que, vivendo com os irmãos esta ‘Vida e Regra’, é capaz de ajudar todos os irmãos a assumirem sua vocação evangélica e missão evangelizadora como um ‘mandado apostólico’ para servir todo o Povo de Deus, no espí-rito do serviço apontado por Jesus Cristo: “eu vim para servir e não para ser servido” (cf. Mt 20, 28). Assim, o Ministro Geral não é um ‘patrão’ da forma como se entendem os ‘chefes deste mundo’, mas simplesmente é o ‘maior’, isto é, o Geral da Ordem dos Frades Menores, para ser o ‘primei-ro’ entre os irmãos e ‘servo’ de toda a fraternidade, num discipulado coe-rente com o Mestre e Senhor, que veio “para servir e dar a sua vida pelo resgate de todos” (Mt 20,28).

A eleição, na compreensão de São Francisco, significa escolher um ir-mão que seja o ‘custódio’ (RB 8,2). E se você me pergunta: Custódio para ‘custodiar’ (cuidar/vigiar) o quê ou

a quem? Respondo: O ‘custodiar’ de um Ministro significa cuidar e/ou vigiar para que a essência do Santo Evangelho seja observada por todos os Irmãos; custodiar significa aten-der (estar voltado) e fazer valer a ob-servância da mútua aliança prome-tida na profissão religiosa da nossa Vida e Regra; custodiar é vigiar (ser sentinela) para que os valores essen-ciais do carisma (“não perder de vista o ponto de partida”, diria Santa Cla-ra), não fiquem ofuscados na alma do frade ou perdidos num horizonte distante da realidade do cotidiano. E quais valores? A fé, a catolicidade, a fraternidade, a missionariedade, a itinerância, a obediência, a pobreza, a minoridade, a castidade, a partilha, o cuidado por tudo o que S. Francis-co chama de irmão e irmã, etc. Este ‘custodiar’ não é tarefa exclusiva de um único frade (do Ministro Geral/Custódio), mas de cada irmão-me-nor de ontem, do hoje e do amanhã. Esta corresponsabilidade torna-nos livres e felizes para acolher na fé estas

Mensagem

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palavras de São Francisco: eleger um custódio é escolher um irmão “ao qual todos estão firmemente obriga-dos a obedecer” (RB 8,1b).

2. São Francisco “sempre teve o constante desejo e o vigi-lante esforço de preservar entre os filhos o vínculo da unidade, para que fossem afagados em paz ao colo de uma única mãe os que foram trazidos pelo mes-mo Espírito e gerados pelo mesmo Pai” (2Cel 191).

O Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores é uma assembleia que reúne irmãos de todas as partes do mundo. Não importa a nacionali-dade, a língua, a cultura e o costume de cada irmão capitular, uma vez que a comunhão de todos representa a universalidade da Ordem. Por isso, aquilo que realmente importa é a comum compreensão da linguagem do Evangelho, tal como no primeiro Pentecostes da Igreja (At 2,6-7), ou nos primitivos capítulos de Pente-costes onde os irmãos simplesmente “discutiam como pudessem fielmen-te observar a Regra e o Santo Evan-gelho”. (LTC 53).

O Ministro Geral, na carta con-vocatória, repete a grande utopia ali-mentada por São Francisco de Assis em cada Capítulo de Pentecostes: “preservar entre os filhos o vínculo da unidade”. O vínculo da unidade é por excelência o sinal profético da fraternidade, constituída pela diversi-dade de irmãos que foram dados uns aos outros como dom de Deus (“O Senhor me deu irmãos”- cf. Test. 14). Por isso que para São Francisco de As-sis o ‘vínculo de unidade’ era algo vital para a sobrevivência da Fraternidade! Estes irmãos, dados pelo Senhor, na verdade são os ‘filhos’ gerados pelo

Evangelho e para o Evangelho, na mesma vocação e missão. São filhos-irmãos porque foram concebidos pela operação do Espírito do Senhor para viverem no ‘mundo universo’ o Reino de Deus e a sua justiça. São filhos-irmãos porque todos foram afagados no colo da Santa Mãe Igre-ja, e a ela todos prestam obediência e reverência. São filhos-irmãos porque aprenderam do mesmo Pai Seráfico a contemplar, acima de tudo e por toda a parte, o “Santíssimo Pai nosso: Criador, Redentor, Salvador e Conso-lador” (PPN, 1).

Filhos-irmãos, concebidos por São Francisco de Assis como “Frades Menores” (cf. 1Cel 38), unidos pelo vínculo da unidade. Foi assim que passaram a ser reconhecidos ao lon-go da história da Igreja. Eis, portanto, a razão maior da escolha do tema do Capítulo Geral: “Irmãos e Menores no nosso Tempo”. Tema que toda a Ordem e a nossa Fraternidade Pro-vincial vem refletindo através do “Ins-trumento de Trabalho” oferecido a cada Irmão das nossas fraternidades.

Viver como “Irmãos e Menores no nosso tempo” nos provoca a um redimensionamento da nossa vida pessoal, fraterna e das nossas estru-turas. Somos convocados, no nosso tempo, a rever nossa vida com Deus, nossa qualidade evangélica nas nos-sas relações fraternas, o espírito da originalidade do nosso carisma, a nossa paixão pela evangelização feita em fraternidade e a partir da frater-nidade, o nosso diálogo com o mun-do e as culturas. Somos provocados a rever e a redimensionar o nosso ‘ser-menor’, enquanto irmãos. Fazer que a minoridade seja de fato a nossa maior glória (‘glória’ aqui entendida como algo que ‘brilha’, e ‘brilho’ que emerge do serviço do lava-pés). As-sim, a minoridade (ser-menor) não

pode ser compreendida como um complemento do ser-irmão. A mi-noridade é o espírito que dá sabor e cria ‘liga’ a todos os nossos relaciona-mentos enquanto irmãos.

Portanto, se no ‘nosso tempo’ o mundo prioriza o individualismo, a secularização e o aburguesamento, se no ‘nosso tempo’ o brilho maior recai sobre o poder e a posse de to-das as formas de satisfação pessoal, o ser ‘irmão e menor’ torna-se um sinal profético do Reino de Deus! O ‘nosso tempo’ continua a sonhar por frades que sejam “IRMÃOS e ME-NORES”. Irmãos e Menores que ofe-reçam alento, conforto e comunhão. Oxalá, como dizia Jacques de Vitry em 1216, também em nosso tem-po o Senhor possa “servir-se de tais homens simples e pobres”, “’Irmãos Menores’, como são chamados” (JV, Carta de Gênova, 1216).

Irmãos e Menores presentes em todas as formas de pobreza; irmãos e menores que sejam a transparência de uma ‘economia’ solidária, fruto da justiça, do trabalho, da comunhão, da honestidade e da solidariedade; Irmãos e Menores que, na ótica do Cântico das Criaturas, em cada tem-po da história continuam a cantar o cântico da criação, da vida e dos valores religiosos, políticos, morais e éticos. Que esta seja a nossa contri-buição de Frades e Menores que, no tempo de hoje, desejam celebrar e vi-ver com o Papa Francisco a graça da Vida Consagrada: “Irmãos e Meno-res” que olham com gratidão o pas-sado, vivem com paixão o presente e abraçam com esperança o futuro.

E que o Senhor nos abençoe e nos guarde!

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial

Mensagem

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| Comunicações | Maio 2015 |242

Formação Permanente

omos na Província Franciscana da Imaculada Concei-ção do Brasil herdeiros de uma inegável e rica história na área da educação, desde os tempos mais antigos aos mais

recentes1. “É sabido que os Franciscanos restauradores da Pro-víncia, no início do século XX, primeiro procuravam levantar a escola paroquial e só depois a matriz”2.

Hoje, ecoa forte a indagação feita pelo Papa Francisco no Encontro com 120 superiores religiosos de todo o mundo, no Vaticano, no dia 29 de novembro de 2013: “Como podemos proclamar Cristo a uma geração que está em constante mu-dança?” A Igreja e a Ordem dos Frades Menores, por sua vez, consideram a educação “como uma plataforma fundamental e privilegiada de evangelização”3.

Em comunhão com a Igreja, a vocação essencialmente evangelizadora dos irmãos da Ordem dos Frades Menores exigiu, “quase desde suas origens, ocupar-se também da tarefa educativa, atividade que se concretizou, de uma maneira muito especial, nas Universidades e, depois, nas chamadas terras de missão”4.objetIvoS da açÃo evaNGelIzadoRa e eduCadoRa fRaNCISCaNa

Num trabalho em conjunto dos frades envolvidos nesta Frente, traçamos os seguintes objetivos da ação evangelizadora e educadora franciscana:

• Difundir os ensinamentos de Jesus Cristo e de São Francisco de Assis para que os indivíduos possam desenvolver valores cristãos e franciscanos como a solidariedade, a generosidade, o amor ao próximo, o voluntariado, a cortesia, a justiça e a paz, o que pro-picia uma vivência plena da vida nos âmbitos pessoal e profissional, fomentando a criação e preservação de um espaço para a revitalização da ética e o resgate das virtudes humanas.

• Permear significativamente a vida universitária, no âm-bito da pesquisa, do ensino e da extensão, por meio de projetos e atividades nos três eixos da Pastoral: espiritu-alidade, reflexão-formação e ação social solidária;

• Investir na formação integral em toda a educação, com princípios éticos e valores humanos fundamentais para

a construção da sociedade justa, solidária, inclusiva e ecológica.

• Gerar uma nova cultura da paz, do encontro, do diálogo e de solidariedade com os empobrecidos, pelo testemu-nho profético dos valores evangélicos e franciscanos.

Lembramos as palavras de Frei José Rodríguez Carballo: “Que Jesus Cristo, o Mestre, acompanhe-vos e vos guie em vosso compromisso de educar o indivíduo em todas as suas dimensões, a partir do legado de São Francisco e de tantos mestres que dedicaram suas vidas a tão importante modo de evangelizar”5.

Como eStaR Na eduCaçÃo: INSpIRaçõeS fRaNCISCaNaSNão consta que Francisco tenha estudado numa Univer-

sidade do seu tempo; também não é certo que se tenha posi-cionado contra os estudos. Certo é, segundo seu biógrafo, que Francisco “aborrecia-se quando a ciência era procurada com desprezo da virtude” (2Cel 147) e como atesta S. Boaventura:

“agradava-lhe muito o fato de ver os irmãos não estuda-rem unicamente para saber como falar, mas para pôr em prática primeiro aquilo que tiverem aprendido e, depois de terem posto em prática, para ensinar aos outros aquilo que eles devem fazer” (LM 11, 1).

Além disso, a Fr. Antônio de Pádua escreve: “Gostaria muito que ensinasses aos irmãos a sagrada teologia, contanto que nesse estudo não extingas o espírito da santa oração e da devoção, segundo está escrito na Regra” (1Ct).

Enfim, para o Pobre de Assis, o primeiro modo de ensinar e de educar para as virtudes é o de praticá-las. Mais importan-te do que estar presente no campo da educação é ser presença educadora pelo testemunho de uma vida virtuosa e evangélica. Autêntico educador franciscano é aquele que ensina, sobretudo, pelo seu modus vivendi, ou seja, pela sua maneira amorosa de ser, de fazer todas as coisas e de se relacionar com todas as pessoas.

Na história, a Escola Franciscana oferece uma pers-pectiva de educação que não somente valoriza o conhecimen-to no processo de aprendizagem, mas enfatiza, sobretudo, a aprendizagem das virtudes, a busca da sabedoria. Segundo S. Boaventura, o educador franciscano, como experto na práti-ca das virtudes, incita continuamente a todos a desejá-las e a praticá-las. Razão pela qual os frades devem ser

a fReNte de evaNGelIzaçÃo da eduCaçÃo

açÃo evaNGelIzadoRa e eduCadoRa fRaNCISCaNa

Frei Nilo AgostiNi

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| Comunicações | Maio 2015 | 243

Formação Permanente

“discípulos do Evangelho e que seus progressos no conhe-cimento da verdade sejam tais que eles cresçam ao mesmo tempo na pureza da simplicidade. Dessa forma, não hão de separar aquilo que o Mestre uniu com sua bendita palavra: a simplicidade da pomba e a prudência da serpente” (LM, 11).

Ademais, explicitando um pouco mais o modo franciscano de estar presente na educação, é importante ressaltar a concep-ção antropológica tanto de Francisco como da escola franciscana como “um ser em relação”. Ou seja, para o franciscanismo “pes-soa e relação são conceitos idênticos”. Por conseguinte, o educa-dor franciscano valoriza cada pessoa na sua individualidade e nas suas múltiplas relações com os semelhantes, com todos os seres da criação e com o Criador. A postura franciscana é marcada essen-cialmente pela relação amorosa, respeitosa e cuidadora de cada pessoa na sua individualidade, de cada animal e de cada coisa no concerto da criação. A fraternidade humana e cósmica é uma marca distintiva do modo franciscano de presença no mundo.

Enfim, segundo Francisco de Assis, a presença francisca-na no mundo, não somente no campo da educação, é impregna-da pelo Espírito do Senhor. Deve-se começar e recomeçar sempre de novo a fazer todas as coisas6 na prontidão e disposição resolu-ta de, antes de tudo, “desejar o Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar”7.

deSafIoS e opoRtuNIdadeSA nossa presença e a nossa missão como religiosos francis-

canos no mundo atual comportam desafios e oportunidades so-bre os quais necessitamos de discernimento, além de estarmos abertos e atentos aos sinais dos tempos e as rápidas e aceleradas mudanças e transformações sociais, culturais, econômicas e reli-giosas.

No encontro com os superiores religiosos do mundo, no Vati-cano, aos 29 de novembro de 2013, o Papa Francisco, ao se referir à educação, assim se expressou:

“Os pilares da educação são: ‘transmitir conhecimento, transmitir modos de fazer as coisas, transmitir valores. Através destes transmite-se a fé. O educador, ou educadora, deve estar à altura das pessoas que educa; ele ou ela precisa se interrogar sobre a forma como anunciar Jesus Cristo a uma geração em constante mudança’”.

E insistiu: “A educação, hoje, é a missão central, central, central!”

deSafIoS Evangelizamos também quando procuramos enfrentar

os desafios da atualidade. Dentre eles, elencamos os que nos pa-receram mais instigantes:

- “Na cultura dominante, ocupa o primeiro lugar aquilo que é exterior, imediato, visível, rápido, superficial, provisório. O real cede o lugar à aparência” (Evangelii Gaudium, 62).

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| Comunicações | Maio 2015 |244

Formação Permanente

- Os mecanismos da economia atual promovem uma exacerbação do consumo, estimulando o materialismo, gerando desigualdade social e pobreza. É a manifestação do poder e do ter em detrimento do ser, da ética e da dignidade humana.

- No fenômeno da secularização, o ser humano é o res-ponsável exclusivo por sua história. “Com a negação de toda a transcendência, produziu-se uma crescente deformação ética, um enfraquecimento do sentido do pecado pessoal e social e um aumento progressivo do relativismo” (EG 64). E, neste relativismo prático, Deus se torna supérfluo.

- Na participação efetiva dos leigos, nossos parceiros, “um importante desafio pastoral é a formação constante de-les e a evangelização das categorias profissionais e inte-lectuais na transformação da sociedade” (EG 102).

Enfim, “os desafios existem para ser superados. Sejamos re-alistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança. Não deixemos que nos roubem a força e o entu-siasmo missionário” (EG 109).

opoRtuNIdadeSOs desafios são oportunidades de crescimento, de revi-

talização do carisma franciscano e do ardor missionário. São oportunidades para recomeçar a partir do Evangelho, núcleo fundamental e fundante da nossa forma de vida (Cf. Rb 1,1). O Evangelho é o fundamento da nossa vida cotidiana e critério primeiro e último do nosso agir. Guiados e sustentados por Ele, anunciamos e testemunhamos a Boa Nova como irmãos me-nores em nosso tempo.

Dentre as oportunidades de evangelização no universo educacional, destacamos:

- O anúncio do Evangelho e do nosso estilo de vida às culturas profissionais, científicas e acadêmicas. “É o en-contro entre a fé, a razão e as ciências, criando predis-posições para que o Evangelho seja escutado por todos” (EG 132). Dessa forma, os espaços pedagógicos e acadê-micos tornam-se meios privilegiados de evangelização, de interação, acolhida e respeito às diferentes culturas.

- Na cultura do encontro, a alteridade e o diálogo aberto e respeitoso com as realidades multiculturais e inter-reli-giosas propiciam relações de reciprocidade e de promo-ção da unidade, da justiça e da paz.

- O uso responsável das novas tecnologias, provenientes das transformações da sociedade atual, favorecem a qualificação permanente dos educadores e a formação integral dos educandos, tanto na esfera humana como na profissional.

- “As universidades são um âmbito privilegiado para pensar e desenvolver este compromisso de evangelização de modo

interdisciplinar e inclusivo. As escolas católicas, que sem-pre procuram conjugar a tarefa educacional com o anún-cio explícito do Evangelho, constituem uma contribuição muito válida para a evangelização da cultura”. (EG 134)

Portanto, “é grande a contribuição das escolas e das univer-sidades católicas no mundo inteiro” (EG 46).

eStRatéGIaS de açÃo evaNGelIzadoRa Na eduCaçÃo e NovaS peRSpeCtIvaS de açÃo

- Formar cada vez mais os gestores, os professores e os funcionários enquanto colaboradores, partícipes e par-ceiros da missão evangelizadora franciscana, promoven-do palestras, retiros, encontros de formação franciscana;

- Tornar academicamente presente o projeto de evangeli-zação nas disciplinas institucionais: EHC, Ética, Empre-endedorismo;

- Levar adiante o Projeto Virtudes e Atitudes, com envol-vimento dos leigos, professores, alunos e colaboradores;

- Trabalhar o fenômeno religioso em sala de aula em suas múltiplas manifestações;

- Promover o envolvimento dos frades na ação evangeli-zadora junto aos nossos colégios em âmbito provincial;

- Reforçar a presença pastoral em nossas instituições de ensino com mais frades ali presentes;

- Trabalhar em colegiado, sobretudo os frades envolvidos nas instituições de ensino, incluídos os das mantenedo-ras, como forma própria de partilhar todo o trabalho, espelho da fraternidade.

1 – Cf. NEOTTI, Frei Clarêncio, Uma palavra de introdução, em PROVÍNCIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL (Setor Pastoral, Departamento de Colégios e Faculdades), Franciscanos na Educação, São Paulo, 1985.

2 – Ibidem.3 – OFM - Secretariado para a Evangelização (coord.), Ide e ensinai:

Diretrizes Gerais para a Educação Franciscana, Roma, 2009, apresentação.

4 – OFM - Secretariado para a Evangelização (coord.). Op. cit., p. 7.5 – OFM - Secretariado para a Evangelização (coord.). Op. cit., p.

4-5.6 – Afirmação de São Francisco de Assis. Cf. 1Cel 6.7 – RegB 10,8.

NotaS

Próxima Edição: Parte final da reflexão de Frei José Francisco de Cássia dos Santos sobre a Ação no Social como expressão evangelizadora.

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Muito obrigado, Senhor, por nossas mães, de quem recebemos o sopro da tua vida. Elas foram a primeira pulsação de vida que experimentamos, da vida da qual és a fonte, o sustento e o destino. Hoje, no Dia das Mães, nós te suplicamos por elas. Abençoa-as e cobre-as com teu manto protetor, assim como elas nos abençoam e protegem com tanto amor e sempre cheias de cuidados. Consola-as em seus sofrimentos e fortalece-as em suas lutas. Dá-lhes sempre disposição de espírito para nos indicar o caminho do bem e uma palavra lúcida para nos cobrar responsabilidades diante da vida. Afasta delas todo tipo de tristeza. Que nenhum filho pense e muito menos ouse abandoná-las. Mas que todas se sintam amadas e abraçadas pelos filhos que tanto amam e aos quais só querem bem. Reconhecemos nelas tua presença de amor e te prometemos, neste dia tão bonito, amá-las e protegê-las sempre, para que elas acreditem no teu amor e na força da tua bênção. Obrigado, muito obrigado pela querida mãe que temos na terra. Obrigado, muito obrigado, também, por Maria, a mãe querida que temos no céu. Que nossas mães aceitem as lágrimas de nossos olhos e os aplausos de nossos corações!

Frei Neylor J. Tonin

oRaçÃo pelaS mÃeS10 de maIo

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ComuNICaçõeS – Fale um pouco de sua história de vida e de sua vo-cação. Como se deu seu discerni-mento vocacional?

Frei Rafael - Sempre me é muito grato recordar isso. Eu sou o segundo (e último) filho de um

relojoeiro e uma professora do mu-nicípio de São Gonçalo. Apesar das relativas dificuldades, nossos pais sempre se esmeraram por nos dar uma educação e uma criação as mais impecáveis que pudessem. Crescemos numa comunidade pe-quena, mas bastante unida; com

suas dificuldades, mas alegre. Te-nho que dizer também que nunca fez muito parte da minha infân-cia/juventude o tema da religião. Não que fôssemos completamente alheios, mas a prática religiosa não fazia parte do nosso dia a dia (não fosse por um pequeno período que

“baSta a mINHa pRofISSÃo”eNtRevISta – fReI Rafael teIxeIRa do NaSCImeNto

o dia 2 de maio, na Igreja Nossa Senhora das Graças, Frei Rafael Teixeira do Nascimento vai ingressar definitivamente na Ordem dos Frades

Menores. Essa decisão será simbolicamente feita nas mãos do Ministro Provincial, Fidêncio Vanboemmel, quando professar os conselhos evangélicos durante a celebração

eucarística às 17 horas (vide convite na edição anterior). Este será o momento mais importante na formação franciscana de Frei Rafael, uma vez que ele optou por ser irmão leigo. “Sou frade, estou satisfeito com minha vocação. Não que o confrade sacerdote, não o esteja. Não é isso. Digo somente que a mim, basta minha profissão religiosa e sou feliz por isso”, explica. Conheça mais um pouco o futuro professo solene desta Província da Imaculada.

MOACIR BEGGO

Formação e Estudos

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minha irmã participou de um gru-po de jovens, na Catedral – e eu, por tabela).

Só mais tarde, pelos 23 anos, a Igreja me despertaria interesse (quando já havia acabado de me for-mar em Farmácia). Esses anos foram um pouco críticos, contemplando o início de outro curso de graduação (História – trabalhava como res-ponsável técnico em uma farmácia e estava bastante decepcionado com o mercado farmacêutico) e o discerni-mento da vocação religiosa.

Mas foram também anos que eu chamaria de fantásticos e de grande atividade – o que me aju-dou bastante mesmo nesse pro-cesso vocacional. Desde os 19, trabalhava, com alguns amigos, na universidade, num projeto de pré--vestibular para quem não pudesse pagar por um curso desses. Aos do-mingos, dava plantão na farmácia de um hospital para pacientes so-ropositivos, que trabalhava só com voluntários. Me engajei na vida da paróquia (inclua-se o Catecumena-to, para ser crismado) e na Pastoral Carcerária da Arquidiocese. Perí-odo fértil: conhecendo gente dife-rente, suas necessidades, dificulda-des. E foi nesse “caldeirão” que foi sendo cozinhada minha vocação, assim creio.

ComuNICaçõeS – E por que esco-lheu ser frade menor?

Frei Rafael - É, de certo modo, um lugar-comum, mas o interesse pelo franciscanismo surgiu da lei-tura de um livro sobre Francisco. O ‘click’, digamos assim, veio de repente, sem um motivo princi-pal além do encanto natural que o santo provoca nas pessoas. Eu me identificava com ele, de algum modo. Conversando com um ami-go da paróquia, ele mesmo, ex-

-seminarista lá de Niterói, e espe-culando sobre isso, ele começou a me dar força e, no calor das coisas (ou como dizemos, “na pilha”), fui ao Convento de Santo Antônio, no Rio, conversar com o promotor vo-cacional. E assim começou tudo, há exatos dez anos.

ComuNICaçõeS – O que marcou mais no seu tempo de formação franciscana?

Frei Rafael - Algo bem peculiar. Se se levar em conta que nasci e me criei no contexto urbano, não vai ser difícil imaginar o que foi que mais me marcou nesse período. A vida em um contexto comple-tamente diverso: o rural. Mas não digo só pelo fato de morar em casas como Ituporanga ou Rodeio, com gado e plantação. Eu digo pelo fato de ter que me inserir nessa nova re-alidade; trabalhar aí, viver disso, de certo modo. Nossa! Qual não foi o choque ou, pelo menos, o estranha-mento, quando então fui mandado pelo meu formador para trabalhar na estrebaria/horta! Jamais imagi-nei isso: tirar leite, preparar can-teiro etc. Era mais um dos muitos desafios que viriam (e, certamente, virão). A cada dia, passar por cima das mais diversas dificuldades que iam aparecendo (e aprender com isso) – eu tenho certeza – foi o que de mais (gratamente) marcante fi-cou pra mim desse tempo.

ComuNICaçõeS - O que a sua for-mação em História pode contribuir no exercício de sua missão enquan-to religioso?

Frei Rafael - Primeiro, no que contribuiu para minha formação enquanto homem. E com relação a isso, posso dizer que me ajudou muito a olhar para o mundo. Tem

uma coisa, muito bonita, que li uma vez num texto clássico do his-toriador francês, já falecido, Geor-ges Duby, que dizia algo como: os franciscanos ajudaram a descobrir o outro fora dos limites da cristan-dade; não como os cruzados des-cobriram, como infiéis, inimigos, gente que ocupa uma terra que pode ser minha; mas como outro de fato, como irmão, como rique-za em si. Estudar História me aju-dou a encontrar o homem, o ser humano, meu irmão. Me diverte e encanta a frase de Marc Bloch: “O historiador é como o monstro das lendas medievais: onde fareja carne humana, lá está ele”.

Daí para a pergunta sobre a contribuição à missão é um pulo, mais que natural. Mais que qual-quer outra coisa, ao meu ver, o frade franciscano tem que ser um apaixonado pela humanidade (lu-gar que o próprio Deus escolheu para viver nesse mundo). Ter um olhar benevolente para a huma-nidade é um imperativo para nós. Benevolente, mas não ingênuo. Não posso simplesmente pres-cindir da realidade (muitas vezes dura e pouco confortável) e adotar o primeiro discurso que ouço por aí. Sob a aparência de palavras bo-nitas, e até piedosas, não raro, se escondem ideologias degradantes e descomprometidas com a pro-moção da vida. Sempre gosto de me lembrar do profeta Isaías: “A paz é fruto da justiça” (Is 32, 17); e essa justiça não é uma realidade dada, mas que deve ser construída com luta e empenho de cada um. E nessa luta, um ponto do qual não se pode abrir mão é a forma-ção crítica. Veja, ela não é o cen-tro; mas tão-somente uma estraté-gia (e importante) para não se cair fácil no jogo daqueles com quem dizemos não concordar.

Formação e Estudos

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| Comunicações | Maio 2015 |248

ComuNICaçõeS - Por que você fez a opção de ser irmão leigo?

Frei Rafael - Não saberia dar um motivo especial. Sou frade, estou satisfeito com minha vocação. Não que o confrade sacerdote, não o es-teja. Não é isso. Digo somente que a mim, basta minha profissão reli-giosa e sou feliz por isso. Claro que já pensei no ministério ordenado, mas não foi uma decisão tomada de um dia para o outro; vem amadure-cendo há um bom tempo – e deixei assim, sem dar uma resposta final, até o dia que isso me fosse pedido. Chegou o dia, e estou convencido da resposta que dei e, principalmen-te, satisfeito e feliz com ela.

ComuNICaçõeS - Como a sua fa-mília enxerga a sua opção?

Frei Rafael - Essa foi uma ca-minhada incrível mesmo. Quando cheguei em casa com essa de ser frade – meu Deus! – o tempo fe-chou! E não foi tempestade de ve-rão, que dá e passa. Durou alguns anos. Mas, sempre disse isso, o que realmente preocupa os pais, não é exatamente o que o filho decide fa-zer da vida dele, mas se realmente aquilo pelo qual ele decidiu o fará feliz. As coisas começaram a mu-dar, quando puderam perceber isso. Hoje eles “enchem a boca” pra dizer que sou frade franciscano. Foi bem interessante isso, por que não foi uma mudança repentina: envolveu muita dor de cabeça, muitas lágri-mas, apertos no coração, dúvidas. Sempre me vinha a “provocação” de Pedro: “e estai sempre prontos para dar razão de vossa esperança” (1 Pd 3, 15). E, claro, esse o ponto crucial, sem a força e o acolhimento que vem da comunidade, dos irmãos de caminhada, a história poderia ter sido bem outra.

ComuNICaçõeS - Qual o papel do irmão leigo na Igreja?

Frei Rafael - Me fiz muito essa pergunta (natural, não poderia ter sido diferente!). A resposta mais bo-nita e, tenho para mim, a mais com-pleta, me foi dada pelo Frei Alberto Beckhäuser, quando conversávamos sobre minha profissão: “O irmão lei-go é um cooperador na obra da evan-gelização”. Co-operador; quem traba-lha junto, lado a lado: nem à frente, nem atrás, como figura secundária, mas junto. A questão é que muitas vezes se entende como “junto”, fazer as mesmas coisas ou então ficar nos “bastidores”, dando apoio à evange-lização levada a cabo pelo padre; e não me parece ser assim. Não que não possa ser isso também. Mas vai além. É assumir frentes, evangelizar em frentes que nem sempre o irmão presbítero pode assumir por causa de compromissos que lhe são próprios e de dever. Isso diversifica (não só no sentido quantitativo) e amplia as pos-sibilidades evangelizadoras daquela ordem, instituto ou congregação. O irmão, nesse sentido, por exemplo, poderia dar uma contribuição valio-sa (e temos exemplo disso na Pro-víncia!), como homem religioso, na vida da comunidade civil. Os valores dos quais acabamos sendo como que guardiães ou arautos (valores tradi-cional e genuinamente franciscanos: o cuidado, a fraternidade, etc.) estão aí, esperando para cair em terra boa e germinar. Não parece justo que fi-quem restritas a um grupo que vai à igreja ou nos ouve em assembleias específicas e restritas.

ComuNICaçõeS - Existe espaço para Francisco e Clara hoje? Deixe uma mensagem para os jovens.

Frei Rafael - Claro que tem! É outro lugar-comum, mas a men-

sagem que os dois deixaram (e an-tes, encarnaram na própria vida) é mais que atual, é urgentíssima, por que fala de cuidado pelo ou-tro, respeito à dignidade da pes-soa, entusiasmo pela vida e, ao meu ver, o principal, sua perspec-tiva comunitário-fraterna. E é aqui que entra a questão do jovem, por exemplo. Temos falado cada vez mais (e pena que falado mais que feito qualquer coisa) em ecologia e sobre que mundo deixaremos para as gerações futuras. Correto, a per-gunta tem que ser feita. Mas parece que esquecemos da segunda parte da pergunta: e que geração deixa-remos? Estamos destruindo não só a natureza, como a possibilidade de uma geração futura. Ser criança/jovem em nosso tempo é um de-safio. Em crise, o desemprego en-tre os jovens europeus encosta nos 25%; aqui, somente cerca de 14% dos jovens em idade universitária estão realmente na universidade; sem cerimônias, se prende, mata ou se condena a uma vida indigna, jovens, em sua maioria, negros, po-bres, moradores de favela; parece que se está cada vez mais entusias-mado pela vingança e, por isso, tor-cendo pela redução da maioridade penal; a obesidade entre crianças (que se alimentam mal) tem cres-cido; crianças estão crescendo não tolerando ouvir “não”; a internet/smartphones, ao invés de ampliar as possibilidades de relacionamen-to e articulação de dados, têm nos tornado alheios ao outro e reféns de opiniões (muitas vezes esd-rúxulas, quando não autoritárias e preconceituosas); e quantos outros números podemos acrescentar aí?! Ser jovem hoje vale a pena quando tomamos ciência disso tudo e co-meçamos a articular e juntar forças para lutar e ajudar a construir uma nova Comunidade.

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| Comunicações | Maio 2015 |

Formação e Estudos

Foram bodas diferentes. Cinquenta anos de serviços prestados a esta casa. Cinquenta anos dedicados a tantos confrades que passaram por essa ci-dade e paróquia, alguns deles, como Frei Raul Bunn (+1992), Frei Fidên-cio Feldmann (+1993) e Frei Benedito Ronchi (+1982), que necessitaram dos cuidados especiais de mãe, em tempo integral, no final de suas vidas. E esta mãe foi a Norma Roth.

Iniciou como funcionária em 1965, quando tinha 21 anos. Cozi-nhava, lavava as roupas e cuidava dos frades. Hoje continua conosco no pe-ríodo da manhã, exercendo as mes-mas atividades, com o mesmo cari-nho e dedicação, inclusive o cuidado a Frei Faustino Tomelin, que necessita

s aspirantes Carlos Henri-que da Cruz Rodrigues e Carlos Henrique Durante

da Silva escrevem como estão vi-vendo a primeira experiência na Fraternidade de Acolhimento Vo-cacional (FAV) de Santo Amaro da Imperatriz (SC):

“Chegamos a Santo Amaro da Imperatriz no dia 22 de fevereiro, um domingo, e fomos bem acolhidos pe-los frades. Na primeira semana, como é normal, ficamos meio tímidos, mas aos poucos nos soltamos e fomos fi-cando mais à vontade com os frades e os paroquianos, que nos acolheram muito bem, sempre passando mensa-gens de coragem e esperança.

Essas situações nos ajudam a refletir sobre a nossa vocação, so-bre a decisão que tomamos depois deixar a casa de nossos pais e viver em uma nova fraternidade. Aqui, temos a sensação de estar respon-

pRImeIRa expeRIÊNCIa de fRateRNIdade

dendo ao chamado que tivemos de Deus.

Uma das coisas que mais nos agrada é o fato de que, nessa primei-ra etapa de formação, convivemos com os frades no cotidiano deles: partilhamos, conversamos, brinca-mos e festejamos. Isso é algo muito incentivador e faz com que todos os

dias, a exemplo de São Francisco, digamos: ‘É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu desejo fazer de todo o meu coração’.

Peçamos a Deus muita coragem para seguir o que ele sonhou para nós, vivendo e acreditando naqui-lo que ele sempre nos diz: ‘Eu estou contigo’! Paz e Bem!”

HomeNaGem a NoRma RotH

de atenção maior. Fizemos uma boni-ta homenagem no dia 6 de abril, com a presença de todos os funcionários, confrades, aspirantes e as Irmãs Mar-ta e Florinda. Preparamos o ambiente, um bom churrasco, a sua cerveja pre-

ferida (Malzbier), proporcionando--lhe aquela surpresa. Ela mesma dizia que não esperava esta homenagem, achando que iria passar em branco. Frei Daniel ainda brincou com ela di-zendo que iríamos comemorar seus cinquenta anos numa pizzaria. Foi por isso que a surpresa foi bonita e fraterna e ela manifestou seu agrade-cimento por este momento tão sim-ples e singelo.

“Nós agradecemos por tudo que você fez, pelo seu carinho, pelo seu cui-dado, pela sua dedicação para com to-dos. Você sempre será uma grande mãe para nós. Que Deus a abençoe e lhe dê muita saúde, alegria e paz”.

Fraternidade Santo Amaro da Imperatriz

SaNto amaRo da ImpeRatRIz

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| Comunicações | Maio 2015 |

Formação e Estudos

o dia 17 de abril, durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida, foi realizada

uma sessão comemorativa pelos 50 anos do encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II.

A sessão foi presidida pelo en-

tão presidente da Conferência, Dom Raymundo Damasceno, e também estiveram presentes líderes religiosos de diversas denominações cristãs.

Para esta celebração, os postu-lantes da Província Franciscana da Imaculada Conceição foram con-vidados para, juntamente com dois seminaristas da Arquidiocese de

Aparecida, levarem ao palco alguns banners representando cada um dos 16 documentos conciliares, fazendo memória da riqueza deixada pelo Concílio à Igreja.

Momentos antes da celebração, os postulantes também puderam conviver e tomar um cafezinho com os bispos presentes na assembleia.

poStulaNteS Na 53ª aSSembleIa GeRal da CNbbWILLIAN BERNARDI

O episcopado brasileiro, reu-nido em Aparecida (SP), de 15 a 24 de abril, por ocasião da 53ª Assembleia Geral da Conferên-cia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), elegeu um novo gover-no. Foi eleito para presidente da CNBB D. Sérgio da Rocha, arce-bispo metropolitano de Brasília, para vice-presidente o Primaz do Brasil, D. Murilo Sebastião Krie-ger, e D. Leonardo Steiner, reeleito como Secretário Geral da entida-de.

D. Sérgio da Rocha foi elei-to na manhã da segunda-feira, 20, ainda no primeiro escrutínio, após receber 215 votos, superando assim os 196 que correspondiam aos dois terços necessários para a eleição. Já D. Murilo foi escolhido por maioria absoluta no terceiro

Novo GoveRNo Na CNbb

escrutínio, após receber 199 do total de 286 votos válidos. D. Leonardo, foi ree-leito no segundo escrutínio, após receber 228 votos, ultrapassando assim, os 194 que correspondiam aos dois terços ne-cessários para a eleição.

O arcebispo de Brasília e novo presi-dente da CNBB nasceu em Dobrada, no estado de São Paulo, em 1959 e foi ordena-do presbítero na Matriz do Senhor Bom Jesus de Matão (SP) em 1984. Foi nomea-

do bispo pelo papa João Paulo II em 2001.Além de D. Leonardo, foram eleitos

os seguintes bispos franciscanos desta Província: D. João Bosco Barbosa de Sousa, presidente da Comissão Episco-pal Pastoral para a Vida e a Família; D. Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato; e D. Jaime Spengler, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada.

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| Comunicações | Maio 2015 | 251

Formação e Estudos

ntre os dias 22 e 27 de mar-ço, realizou-se no Noviciado São José, em Rodeio (SC),

o primeiro Novinter do Regional Florianópolis deste ano. O en-contro, que foi assessorado pelo Ir. Otalívio, FMS, percorreu áreas

relacionadas ao autoconhecimen-to e cultivo pessoal. Participaram do encontro 17 noviços da Ordem dos Frades Menores, 4 Maristas, 4 Dehonianos e 4 da Terceira Or-dem Regular.

Ao longo da semana, o tema foi aprofundado e amplamente dis-cutido, sendo colocado como ne-

cessário para bem se percorrer o itinerário religioso.

Não faltaram boas indagações, questionamentos, crescimento pesso-al e principalmente a alegria, fruto da comunhão dos diversos carismas, do vigor e da disposição no discipulado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Louva-do seja Deus por este encontro!

RodeIo: pRImeIRo NovINteR do aNoFREI KAYNAN CAPPUCCI

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| Comunicações | Maio 2015 |

RoNdINHa

Formação e Estudos

o feriadão de Tiradentes (18 a 21/04), toda a Fraternida-de São Boaventura se reuniu

para fazer um passeio, que aconte-ce uma vez em cada semestre, à re-sidência da Associação Francisca-na Bom Jesus, na praia de Caiobá, em Matinhos (PR).

Para os frades de profissão tem-porária e estudantes, este momen-to de distração e lazer veio a calhar justamente quando se findavam as avaliações da faculdade. Deste modo, foi como uma recompensa pelos esforços feitos durante a se-mana de provas. Contudo, o pas-seio não se resumiu a isso, pois ele não é um prêmio dado por algo feito, mas é um momento oportu-no para uma maior e intensa con-vivência com todos num mesmo ambiente.

“vamoS a la plaYa...”

FREI MARCOS SCHWENGBER

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| Comunicações | Maio 2015 |

RoNdINHa

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Formação e Estudos

Instituto Teológico Francisca-no aparece na lista das melho-res Faculdades de Teologia do

Brasil. Atualmente, são 129 institui-ções que mantêm Curso de Teologia reconhecido pelo Ministério de Edu-cação e Cultura, em nível de bacha-relado ou de licenciatura, nas moda-lidades presencial ou a distância. Das 129 Faculdades de Teologia em ativi-dade, 13 receberam nota máxima, 5, no item Conceito de Curso (CC). E, entre as treze, aparece a Faculdade de Teologia de nosso Instituto.

Instituto Teológico Francisca-no – ITF – Petrópolis (RJ); Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL – São Paulo (SP); Facul-dade de São Bento – FSB – São Paulo (SP); Faculdade Missioneira do Pa-

raná – FAMIPAR – Cascavel (PR); Faculdade Palotina – FAPAS – Santa Maria (RS);

Faculdade Teológica Sul Ameri-cana – FTSA – São Paulo (SP); Fa-culdades da Escola Superior de Te-ologia – EST – São Leopoldo (RS); Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP – São Paulo (SP); Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR); Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Londrina (PR); Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS – Porto Alegre (RS); Universidade Metodista de São Paulo – UMESP (EAD) – São Paulo (SP); Universidade Presbite-riana Mackenzie – MACHENZIE – São Paulo (SP); (Fontes: <emec.mec.gov.br> e <www.mundovestibular.com.br> (As melhores Faculdades de Teologia – mundo vestibular)

O Instituto Teológico Francis-cano, uma tradicional instituição de ensino em atividade desde 1896, atribui esta avaliação à dedicação de gerações de professores e estudantes, que construíram o patrimônio de sua Faculdade de Teologia. Foi esta tradição de ensino que fez com que, a partir de 2006, sua Faculdade fos-se reconhecida pelo MEC e afiliada à Pontifícia Universidade Antonia-num, de Roma.

Atualmente, frequentam o ba-charelado em Teologia, além dos fra-des estudantes da Província da Ima-culada Conceição do Brasil, os da Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora – MS/MT e da Custódia de São Benedito da Amazônia – AM; os frades Capuchinhos da Província Nossa Senhora dos Anjos – RJ, da Ordem dos Agostinianos Descalços – RJ, os seminaristas das Dioceses de

Itf ReCebe CoNCeIto mÁxImo do meCFREI ANTÔNIO E. P. MARINHO

E FREI ELÓI D. PIVA

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| Comunicações | Maio 2015 |254

Formação e Estudos

Nova Iguaçu e de Duque de Caxias, religiosas, e pessoas da sociedade ci-vil. Além da graduação em Teologia, o ITF oferece a cada dois anos um curso de pós-graduação (Master em Evangelização), cursos de extensão, atividades culturais e de integração. Todos os cursos estão voltados tanto para formação de lideranças religio-sas quanto dos que buscam valores humanos, culturais e sociais, tendo a pessoa como referência.

Além de um moderno campus com amplo espaço verde, a Faculda-de conta com uma biblioteca espe-cializada em teologia, que também contempla áreas das ciências huma-nas, como psicologia, pedagogia, di-dática, arte, literatura e filosofia, com recursos de multimídia e auditório, à disposição dos usuários.

Há 119 anos, lideranças religiosas da Faculdade estão voltadas para a produção editorial (livros e periódi-cos), contando com a infraestrutura da Editora Vozes, nascida nos um-brais do Instituto. Sob a direção de nossos professores e em parceria com a Editora Vozes, são mantidas a Revis-ta Eclesiástica Brasileira (REB), Gran-de Sinal – Revista de Espiritualidade (GS), Serviço de Documentação (SE-DOC), Estudos Bíblicos (EB) e a ver-são portuguesa da revista Concilium.

Com seu patrimônio e sua ativi-dade atual, o ITF constitui-se em um centro de estudo e ensino, berço de uma longa e frutuosa iniciativa, pois, a partir desse núcleo acadêmico, não só se formaram praticamente todos os sacerdotes e religiosos da Província da Imaculada Conceição do Brasil, como também frades de outras Pro-víncias Franciscanas do Brasil e do exterior, sacerdotes seculares, religio-sos e religiosas de outras entidades, e, nas últimas décadas, também leigas e leigos de Petrópolis e redondezas.

Ao longo de sua já centenária história e através de seus ex-alunos

e professores, o ITF fez com que sua influência fosse marcante na socieda-de brasileira. Essa influência deu-se e continua acontecendo, tanto pelo tra-balho humilde e anônimo de agentes de pastoral, de missionários e sacer-dotes, em paróquias, santuários, esco-las, em meios de comunicação social, através de uma variada gama de ati-vidades, como também pela ação de não poucos bispos, escolhidos para dirigir dioceses brasileiras.

A escolha de prelados e sua atua-ção junto ao Povo de Deus bem como a produção editorial atestam a serie-dade acadêmica buscada pelo Institu-to no estudo teológico. Além disso, os que passaram por aqui, além de sua missão específica – a religiosa –, de-sempenharam, cada um a seu modo, um inegável papel na formação da cidadania de nosso povo, incluídos os que não pertencem aos quadros institucionais católicos ou de outras religiões.

Portanto, podemos afirmar que o ITF continua sendo fiel ao rico patri-mônio construído nestes 119 anos de sua história, buscando oferecer tam-bém hoje a seus estudantes uma for-mação acadêmica de boa qualidade humano-teológica, na linha da evan-gelização com tonalidade franciscana. Ao mesmo tempo, atentos aos sinais dos tempos, dirigentes e professo-res – estudantes envolvidos – sabem que precisam buscar formas novas e criativas para bem corresponder aos anseios atuais das pessoas. Assim, a constante busca de excelência no en-sino, a abertura de novos cursos, bem como a procura de diálogo social e inter-religioso com a sociedade, são alguns dos meios que ajudam a atin-gir os objetivos que o ITF se propõe, sintonizado com a Igreja Católica no Brasil e no mundo, à luz de sua ori-gem e de sua Tradição, confirmada e recriada culturalmente através dos tempos e lugares.

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| Comunicações | Maio 2015 | 255

Fraternidades

este mês de abril de 2015, a Paróquia S. Antônio de Bau-ru celebrou a festa dos seus 60

anos de criação. Foi uma festa boni-ta, preparada com carinho por aque-les e aquelas que hoje são as pedras vivas nesta comunidade paroquial. Registramos aqui alguns momentos das festividades: no dia 13 de abril, a Paróquia recebeu uma homenagem da Câmara Municipal de Bauru, a chamada moção de aplauso, um re-conhecimento público pelo que a Pa-róquia representou e representa para a cidade de Bauru. Com certeza, ela é uma referência na cidade e na dio-cese pelos trabalhos realizados e ini-ciativas que vão surgindo no campo social e na promoção da vida.

Destacamos em especial a pas-toral da saúde e seu atendimento aos mais necessitados. Realizamos também um jantar para cerca de 400 pessoas das nossas pastorais, equi-pes, movimentos e comunidades.

paRÓQuIa SaNto aNtÔNIo de bauRu feSteja 60 aNoS

FREI JORGE LUIZ MAOSKI Foi uma grande confraternização que aconteceu no dia 18 de abril. No dia 21 celebramos a Missa em Ação de Graças, uma terça-feira por uma feliz coincidência. A igreja estava lotada, mais de mil pessoas, e tive-mos a presença de alguns frades que aqui trabalharam em anos passados. Alguns padres diocesanos também participaram conosco. E, para fechar

as comemorações, realizamos um chá empresarial no dia 26 de abril com a participação de mais de 400 pessoas. Deus seja louvado por tudo que foi feito até aqui, por tanta gente que ama a Igreja e nela serve o Reino de Deus. Continuamos construindo a comunidade hoje, com aqueles e aquelas que aqui vivem e testemu-nham sua fé no Ressuscitado.

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| Comunicações | Maio 2015 |

Fraternidades

poRCIúNCula de SaNt’aNa

50 aNoSeSpeCIal

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| Comunicações | Maio 2015 | 257

Fraternidades

s celebrações pelos 50 anos da criação da Paróquia Porciún-cula de Sant’Ana, em Niterói

(RJ) começaram no dia 9 de abril, com a Missa da Saudade e termina-ram no domingo (12/4), solenemen-te, com a Missa presidida por Dom José Francisco Rezende Dias, arcebis-po metropolitano de Niterói.

O povo desta Paróquia participou ativamente das festividades do Jubileu que marcaram a semana da fundação da Paróquia (9 de abril). As come-morações jubilares, contudo, tiveram início com a Semana Missionária, de 3 a 9 de novembro do ano passado, e terminarão com a Festa de Santo An-tônio, que tem como tema este ano “50 anos com Santo Antônio”.

No dia 9 de abril, o primeiro dia do Tríduo teve como tema “A Porciúncu-la Nascente (ontem)” e a celebração eucarística, às 18 horas, foi presidida pelo pároco Frei Salésio Hillesheim e teve a presença de Frei Guido Scottini, que foi guardião e pároco de fevereiro de 1990 a fevereiro de 2001. Este dia teve como convidados especiais: casa-

dos dos primeiros anos, pessoas que participaram da criação da Paróquia, que aqui foram batizados, dos diver-sos serviços e pastorais, sobretudo a Pastoral Familiar, idosos e comunida-de em geral. Esse dia terminou com uma belíssima apresentação do Coral “Rotaryncanto” na igreja.

Já no dia 10, o tema foi a “A Porci-úncula de hoje” e teve como celebran-te Frei Vilmar Alves da Silva, que hoje é pároco em Lages (SC), e foi pároco e guardião na Porciúncula de janeiro de 2010 a janeiro de 2013. Neste dia, foram convidados especiais: a OFS, participantes dos atuais serviços e pastorais, os dizimistas, colaborado-res, funcionários e voluntários dos serviços sociais.

No dia 11, a Missa da Esperança marcou o futuro da Porciúncula. Frei Almir Ribeiro Guimarães, que foi pá-roco e guardião de janeiro de 1983 a fevereiro de 1990, presidiu a celebra-ção, que teve como convidados espe-ciais catequistas, formadores, crianças da Catequese, pais dos catequizandos.

E no domingo, 12 de abril, Dom

José Francisco Rezende Dias, arcebis-po metropolitano de Niterói, presidiu a celebração às 11 horas, quando falou sobre o tema “Porciúncula: lugar da misericórdia”, e foi rezada em memó-ria dos ex-párocos e sacerdotes, dos falecidos da Comunidade, das famí-lias presentes. E o dia festivo acabou com um almoço no salão de festas.

Segundo o pároco Frei Salésio Hillesheim, no período da reforma de todas as dependências da Por-ciúncula, de 2005 a 2009, a Comu-nidade inteira mostrou o quanto era grandiosa essa obra de 50 anos. “Agora, celebrando os 50 anos de Paróquia, queremos reconquistar em nós mesmos, valores bons e fun-damentais que nos farão celebrar a vida paroquial em todas as suas dimensões: espiritual, social, forma-tiva, missionária e evangelizadora. É momento de nos sentirmos pa-róquia, Igreja, família, irmãos e ir-mãs, sintonizados com Jesus Cristo e buscando fazer nosso seu Evange-lho de amor e justiça”, completa Frei Salésio.

tRíduo CelebRa o jubIleu de ouRo

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| Comunicações | Maio 2015 |258

e 9 a 12 de abril concluímos uma Semana especial de celebrações e orações, que teve a graça do Jubi-leu áureo da Paróquia Porciúncula como centro de

referência.Recordamos a Porciúncula de ontem, tão vigorosa nas

mãos dos construtores e na ajuda financeira dos morado-res da região que nos legaram esse patrimônio invejável do ponto de vista de espaços e louvável pela modéstia e bom gosto. Trouxemos para o presente tantas vidas que se en-volveram na construção: projetistas, arquitetos, engenhei-ros, artistas, sacerdotes, membros dos Conselhos da Igreja, conduzidos pela sabedoria e simplicidade de Frei Donato Bücker; lembramos os que aqui se tornaram cristãos, fo-ram crismados, se casaram, foram ungidos e desenvolve-ram sua vida cristã dentro de movimentos e congregações.

poRCIúNCulaNoSSo oNtem, Hoje e amaNHÃ

Fraternidades

FREI SALéSIO HILLESHEIM

Fizemos memória também dos que aqui frequentaram (e frequentam), dos que construíram sua vida cristã na fidelidade da participação diária e dominical.

Não podíamos deixar de trazer também para perto do nosso co-ração os mais de 50 anos de festa de Santo Antônio, cuja tradição se manteve graças à Pia União de Santo Antônio. Essa festa não só se traduziu como evento religioso, mas essencialmente, como resul-tado social e caritativo. Alegramo--nos por todos os frades que aqui viveram sua vocação e aqui deram parte de seus dias e de seu entusias-mo, particularmente, os guardiães e párocos. Era necessário também fazer jus aos falecidos de todos os

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tempos: frades, irmãos e irmãs des-ta Comunidade. Essa Porciúncula de ontem, dos começos, foi muito eloquente e viva.

Olhamos também para o pre-sente: Tão rico e variado quanto o ontem da Porciúncula, seu hoje tra-duz-se em forma de muitos movi-mentos, grupos, pastorais, serviços e Ministérios. Ressaltamos o grande número de voluntários presentes nos serviços religiosos e sociais: uma bênção e oportunidade. Senti-mo-nos felizes por contarmos, hoje, com espaços renovados, amplos, adequados às exigências de novos tempos, fruto do empenho dessa Comunidade de hoje. Agradece-mos os meios e instrumentos úteis e eficazes, cultivados desde o ontem dessa Porciúncula: O Porciúncula, o novo site e mais recentemente, sua página no facebook.

Sonhamos com a Porciúncula de amanhã, construída sobre o pre-sente de suas opções, de seu empe-nho e de suas decisões: os ideais de Francisco e Clara precisam es-tar muito presentes, as exigências dos novos tempos, conduzidos pela sabedoria e simplicidade de um Papa Francisco, os programas e planos pastorais da Igreja local e da própria Paróquia. O presente é um grande tempo de sonhos. Que todos nós: crianças, os jovens, os adultos e anciãos, possamos dar continuidade às marcas francisca-nas indispensáveis de Paz e Bem!

Nosso ano celebrativo ainda se estenderá por mais tempo. A Tre-zena de Santo Antônio trará para junto de nós e para nossa oração e reflexão os desafios de uma Pa-róquia renovada, comprometida e viva.

Que a bênção do Senhor Jesus nos auxilie a levar avante a obra iniciada por nossos irmãos e irmãs de ontem e de hoje. Amém.

Fraternidades

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1936: fuNdaçÃo da oRdem teRCeIRa fRaNCISCaNa ofS Na CatedRal- Em data incerta naquele ano, Frei Inácio Hinte funda em Niterói uma fraternidade da Ordem Terceira Franciscana, (Hoje chamada de Ordem Franciscana Secular OFS). Esta fraternidade da OFS se reunia na Catedral de São João Batista. Frei Donato Buecker a acompanhou na Catedral, vindo do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro como assistente e diretor espiritual.

1946: CHeGada da ofS à poRCIúNCula - Em abril de 1946, atendendo a insistentes pe-didos da OFS, (na pessoa do Ministro Dr. Durval Batista Pereira) e de Frei Donato Buecker, o en-tão bispo diocesano Dom José Pereira entrega a igrejinha de Sant’Ana e São Bento, no bairro de Icaraí, à OFS. Em 26 de julho e 02 de agosto daquele ano (Fes-ta de Santa Ana e festa da Porciúncula) foi ben-zida e inaugurada a nova sede da OFS em Icaraí com o nome de PORCIÚNCULA DE SANT’ANA.

1949: CHeGada doS fRadeS à poRCIúN-Cula- No dia 25 de fevereiro de 1949, após longos entendimentos entre o bispo diocesano e o go-verno da Província da Imaculada Conceição do Brasil, a OFS entrega a Porciúncula ao cuidado dos Frades Menores na pessoa de Frei Donato Buecker. Estava assim criada a residência dos Frades Menores em Icaraí, com o nome oficial Residência da Porciúncula de Sant’Ana.

05 de juNHo de 1949: fuNdaçÃo da pIa uNIÃo de SaNto aNtÔNIo No domingo de Pentecostes, data de 05 de julho de 1949, Frei Donato funda a Pia União de Santo Antônio, que iria cuidar da assistência aos pobres.

11 de juNHo de l949: apRovaçÃo do pRojeto da Nova IGReja da poRCIúNCula - A igrejinha aqui encontrada era pequena de-mais para atender à necessidade da comuni-dade. Assim aos 11 de julho de 1949, foi apro-vado pelo governo da Província e pelo bispo diocesano o projeto da nova igreja. Para zelar pela simplicidade franciscana, optou-se pelo estilo colonial.

maRço de 1951 Início da construção do Convento, a Residência dos Frades.

08/12/ 1951: INauGuRaçÃo da ImaGem de NoSSa SeNHoRa doS aNjoS- No dia da festa da Imaculada Conceição de 1951 o bispo diocesano Dom João da Matta veio benzer solenemente e entronizar a imagem de Nossa Senhora dos Anjos, doada por um certo Sr. Cláudio Mariano, que a conservava em sua casa em Jacarepaguá, RJ.

21 de dezembRo de 1951: CHeGa a ImaGem de SÃo fRaNCISCo

nhecemos (em baixo, o salão de festas, cozinha. Em cima, sala da OFS, sala de costura e salão de Pastoral).

13 de juNHo de 1954: SoleNe INauGu-RaçÃo do SalÃo de SaNto aNtÔNIo- Com muita festa, Frei Donato e o povo inaugu-ram o salão de Santo Antônio durante a festa de Santo Antônio daquele ano.

julHo de 1954: demolIçÃo da aNtIGa CapelINHa - Com a inauguração do Salão de Santo Antônio, a parte inferior foi adaptada para servir de igreja já que a antiga capelinha era pequena demais e muito precária. Teve então início a demolição da antiga capelinha, construída em 1881 e aqui en-contrada na chegada da OFS, em 1946.

1º de aGoSto de 1954: laNçameNto da pedRa fuNdameNtal da Nova IGReja da poRCIúNCula- O projeto da igreja já tinha sido aprovado em 1949 pelo bispo diocesano e pelo governo da Província Franciscana. Após longa campanha de Frei Donato junto ao povo, foi lançada final-mente a pedra fundamental da nova igreja, com a presença do então bispo diocesano Dom José Batista de Almeida Pereira.

maRço de 1956: CampaNHa doS baN-CoS, jaNelaS e poRtaS da IGRejaCom a construção da igreja em franco progres-so, em março de 1956, inicia-se a campanha para custear os bancos, janelas e portas da igre-

doS pRImÓRdIoS até oS aNoS 60

- A imagem de São Francisco (que hoje está no fundo da igreja sobre o altar mor), veio trazida de Portugal. Retida vá-rios meses na alfândega, foi entronizada com festa no dia 21 de dezembro daquele ano.

13 de juNHo de 1952: laNçameNto da pedRa fuN-dameNtal do SalÃo SaNto aNtÔNIo- Na festa de Santo Antônio foi solenemente lançada a pedra fundamental do Salão de Santo Antônio, construção em dois pisos, assim como hoje o co-

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ja. Frei Donato os manda confeccionar na firma alemã Weiherman, estabelecida em São Bento do Sul, SC.

maRço de 1957: INíCIo da CampaNHa daS telHaS da poRCIúNCula- A construção da igreja estava adiantada. Tam-bém a construção do Convento, residência dos frades. Teve início então a campanha das telhas para todo o conjunto. Seriam necessárias em tor-no de 42 mil telhas.

12 de SetembRo de 1957: CHeGam oS SINoS da IGReja- O dia 12 de setembro de 1957 foi dia de fes-ta. Chegaram naquele dia os 04 sinos de aço confeccionados na cidade de Bochum, na Ale-manha, pesando o maior 1.230 kg e o menor, 320 kg.

27 de dezembRo de 1957: poRCIúN-Cula GaNHa eSCRItuRa do ImÓvel - aos 27 de dezembro de 1957 a Mitra Diocesa-na de Niterói, na pessoa do bispo Dom Carlos Coelho, assina escritura de doação do terreno e imóveis da Porciúncula de Sant’Ana à Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil que passa a ser a proprietária do terreno e imó-veis da Porciúncula.

24 de abRIl de 1960: dIoCeSe de NIteRÓI é elevada a aRQuIdIoCeSe- Em 24 de abril daquele ano é nomeado Dom Antônio de Almeida Morais Junior, como novo bispo de Niterói que é alçada a Arquidiocese, sendo assim o bispo de Niterói daí por diante chamado de arcebispo.

11 de juNHo de 1961: SaGRaçÃo da IGReja da poRCIúNCula de SaNt’aNa- A nova igreja da Porciúncula foi enfim inaugu-rada com a solene missa de sagração presidida pelo Sr. Arcebispo Dom Antônio de Almeida Morais Junior. Presentes também se fizeram o Ministro Provincial dos frades, Frei Walter Kem-pf, vários outros frades do Convento Santo An-tônio do Rio de Janeiro, e um coral de frades de Petrópolis, RJ

12 de juNHo de 1961: últIma mISSa No SalÃo de SaNto aNtÔNIo-Com a inauguração da nova igreja da Porciún-cula, no dia 12 de junho, véspera da festa de San-to Antônio, celebrou-se a última missa no salão de Santo Antônio, piso inferior, onde haviam sido realizadas as celebrações durante a construção da igreja da Porciúncula.

aGoSto de 1961: a poRCIúNCula Começa a CelebRaR CaSameNtoS - A igreja da Porciúncula era uma Capela Con-ventual com serviço religioso, pertencente à pa-róquia de São Judas Tadeu. Dada a afluência do povo à Porciúncula, e atendendo a solicitações da Cúria Arquidiocesana, no mês de agosto de 1961, a Porciúncula recebe licença de celebrar casamentos. Pe. Abílio Real Martins, pároco de São Judas, dá delegação a todos os frades da Porciúncula para celebrarem casamentos. Os processos de casamento, no entanto, continu-ariam a ser feitos na Matriz de São Judas Tadeu.

jaNeIRo de 1962: fReI CReSCÊNCIo GIlbeRt: Novo GuaRdIÃo da poRCIúNCula - Em janeiro de 1962, Frei Crescêncio Gilbert é nomeado pelo Governo Provincial como novo Guardião do Convento da Porciúncula, em substituição a Frei Donato Buecker que vinha ocupando este cargo desde a sua fundação. Frei Donato permaneceria na Porciúncula até o término das obras, ele que era o seu mentor e coordenador.

22 de jaNeIRo de 1963: laNçadoS oS fuNdameNtoS da poRtaRIa- As obras da Porciúncula estavam bem adian-tadas, quase concluídas. Faltava a Portaria. No dia 22 de janeiro de 1963 Frei Donato lança os fundamentos do que seria mais tarde a Portaria do Convento.

maRço de 1963: INíCIo daS obRaS da SaCRIStIa- Em março de 1963, tiveram início as obras da sacristia da nova igreja. A sacristia foi construída atrás da igreja, e transformada em anos posterio-res em capela onde, além de outras celebrações, foram realizadas as missas matutinas. Obs: Com o lançamento destes fundamentos, estava enfim desenhado no terreno, o complexo

com muita festa os 5O anos de vida sacerdotal de frei Donato.

maRço de 1964: poRCIúNCula INauGu-Ra SeRvIço de Som - Em março de 1964 chega à Porciúncula Frei Alípio, experiente técnico de som. Instala 20 pe-quenas caixas de alto-falantes coladas à parede interna da igreja, melhorando o som e a comu-nicação.

09 de abRIl de 1965: CRIaçÃo da paRÓQuIa da poRCIúNCula de SaNt’aNa- A Porciúncula era uma Capela Conventual per-tencente à Paróquia de São Judas Tadeu.. Após entendimentos entre o Governo Provincial dos Frades e a Cúria Arquidiocesana de Niterói, no dia 09 de abril de 1965, emite-se decreto Arqui-diocesano criando a Paróquia da Porciúncula de Sant’Ana, desmembrando-a da Paróquia de São Judas Tadeu, sendo seu primeiro pároco Frei Cres-cêncio Gilbert que já era Guardião do Convento. Frei Crescêncio acumulou então os dois cargos. Obs: Passa a Porciúncula de Sant’Ana a viver então uma vida normal de qualquer paróquia, como nós a conhecemos, com seus serviços, pastorais e celebrações.

Porciúncula como hoje o conhe-cemos.

dezembRo de 1963: tRaNSfeRÊNCIa de fReI doNato - Frei Donato Buecker em dezem-bro de 1963 foi transferido para o Convento de Santo Antônio do Largo da Carioca no Rio de Janeiro.

jaNeIRo de 1964: jubIleu de ouRo de fReI doNato. - No dia 11 de janeiro de 1964 fo-ram celebrados, na Porciúncula,

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| Comunicações | Maio 2015 |262

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uma época de fé e de incre-dulidade, de luz e de trevas, lá pelos idos 1960, num mo-

mento de revoluções diversas, surgia uma nova paróquia franciscana den-tro de um ambiente quase benediti-no, cujo centro era o Campo de São Bento.

A Porciúncula era uma Capela Conventual pertencente à Paróquia de São Judas Tadeu e, face aos en-tendimentos entre o Governo Pro-vincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição e a Cúria Ar-quidiocesana de Niterói, no dia 9 de abril de 1965, o então arcebispo Dom Antônio de Almeida Morais Júnior emitiu o decreto arquidiocesano criando a Paróquia da Porciúncula de Sant’Ana, desmembrando-a da Paróquia de São Judas Tadeu, sendo seu primeiro pároco, Frei Crescêncio Gilbert, então guardião do Conven-to.

Estávamos em pleno Concílio Vaticano II. Nossa Porciúncula in-cluiu procedimentos e estruturas

conforme o que pedia o novo dire-cionamento da Igreja. Assim, coe-rente com os princípios do Concílio, inaugurou-se o altar, que hoje ve-mos, em 13 de abril de 1975, o que possibilitou a proximidade do sacer-dote com a assembleia.

Entendendo que Igreja é famí-lia, comunidade, onde todos os fiéis são corresponsáveis pela vida cristã e pela missão evangelizadora, pa-roquianos foram chamados a par-ticipar das diversas dimensões da Porciúncula. Em fevereiro de 1974, criou-se o Conselho Paroquial, com o objetivo de auxiliar o pároco em suas decisões de ordem financeira. Com o fito de informar e evangeli-zar, iniciou-se a distribuição do “Bo-letim Porciúncula” em fevereiro de 1975, cujos textos eram e são fruto da participação dos paroquianos. A dimensão família foi atendida com muito cuidado e apreço quando da realização do 1º Encontro de Casais com Cristo (novembro de 1976), do 1º Encontro da Juventude com Cris-

to (outubro de 1979) e o 1º Encontro de Adolescentes com Cristo (maio de 1984)

Assim, a nossa Porciúncula, que-rendo propiciar um local de silêncio para oração e meditação, inaugu-rava, em 21 de outubro de 1979, a Capela da Sagrada Face. Em 1997, foi reinaugurada a Capelinha de Sant’Ana, nos fundos do terreno. No ano de 2005, em meio a obras de rea-dequação de espaços, ela foi reduzida e foi criada junto dela a nova Capela Sant’Ana, clara e iluminada, conten-do ao fundo um painel feito por Frei Benedito Gomes Gonçalves (Frei Dito), permitindo dois lugares de aconchego junto ao Senhor.

Vemos na Igreja imagens que nos recordam que o Caminho pode ser atingido, pois cada uma possui uma história de vida e uma riqueza em arte. Entre tantas, marcou o dia 4 de outubro de 1986, quando se inaugu-rou o monumento a São Francisco no Campo São Bento. Infelizmente, a imagem teve de ser retirada devido

aNoS 60: CRIaçÃo da paRÓQuIa

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a danos causados por um temporal. Já, em 1999, o jardim interno recebia a estátua de São Francisco e a ima-gem da Sagrada Face de Cristo, am-bas doadas pela artista plástica Marta Urupukina.

a feSta de SaNto aNtÔNIoOs festejos de Santo Antônio ocor-

riam desde 1958, sob o comando da Pia União de Santo Antônio, quando era feita a distribuição de pães bentos, a procissão e os festejos na área inter-na, com apresentação de quadrilhas e danças a cargo do grupo jovem e das crianças da catequese e dos colégios do bairro. A festa invadiu então, nos anos setenta, as ruas do entorno, onde se dispuseram barracas que vendiam iguarias e prendas.

Os 800 anos do nascimento de Santo Antônio foram comemorados de forma especial em 1995, quando seus devotos acorreram em grande número à Paróquia, que, embora te-nha como padroeiras Nossa Senhora

dos Anjos e Sant’Ana, quem atrai as multidões é ele.

Hoje, a festa continua com a ca-racterística inicial de arrecadar fun-dos para a assistência aos excluídos. A Trezena dá início à festa; há tam-bém a tradicional distribuição do pão de Santo Antônio e a procissão no dia 13 de junho. A festa é parte do calendário oficial da cidade, e seu carro chefe — o “Angu da Porciún-cula” — é uma tradição esperada por muitos no dia do Santo.

pReSeNça fRaNCISCaNaSeguir os passos de Francisco é

ser vento, é plantar e mostrar o ca-minho correto do crescer! É querer se esquecer para não se esquecer do outro. É ser minore para lembrar que grande é apenas Um!

Assim, apesar de plantas comuns, somos venturosos por integrarmos um cantinho de Francisco. Há 50 anos, temos freis a nos suportar (no melhor sentido e naquele não tão

bom) e são indicadores do verdadei-ro Caminho. Por aqui passaram mais de 60 frades, cada um com seu jeito de ser e pendor para um serviço pas-toral, mas seguramente todos bus-cando obedecer à vontade daquele santo, que, relutante, pedia “não me façam um santo”.

Ao relembrar meio século de Paróquia, é necessário não somente fazer emergir memórias, mas valori-zar e agradecer a passagem de cada frade, homens com defeitos e quali-dades como qualquer um, mas com uma virtude: a vontade de seguir o Evangelho e viver o amor maior, o amor ágape!

Temos a graça de representar a Porziuncola de Francisco e, como aquela, transbordar este pedacinho e abrigar tantos quantos queiram se ajuntar, sob o amparo fraterno de nossos minori, a Verdade única!

Antônio Carlos Bodini Jr., Coordenador da Pastoral do Batismo

da Porciúncula de Sant’Ana

Celebrando os 50 anos de Nossa Paró-quia da Parciúncula, nós vos pedimos, Senhor: Confirmai nossa fé. Iluminai a nós, a nossos pastores e a toda nossa comunidade. Infundi em cada cristão que vos buscar nesta Igreja a alegria que brota da Palavra da Vida que vós anunciastes a todos nós e que, nesta hora, queremos, mais uma vez, aco-lher com alegria e nos deixar entusias-mar por ela. Abençoai, Senhor, a todos nós, as nossas famílias, as lideranças e a todos os que vos servem neste lugar. Renovai nossa esperança e enviai-nos em missão. Que São Francisco e Santa Clara de Assis intercedam junto a vós por todos nós. Amém!

oRaçÃo pela ComuNIdade paRoQuIal

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| Comunicações | Maio 2015 |264

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1. Atendimento às Missas para re-cuperandos (as); atendimento de confissões, aconselhamentos. Mis-sas e formação às Clarissas, que têm Mosteiro dentro da Fazenda.

2. Atuo na Biblioteca do Centro Masculino;

3. Ajudo na grande horta da Fazen-da, junto a uma equipe de rapazes recuperandos.

4. De vez em quando, apronto certos pratos típicos de Minas Gerais na cozinha do Convento dos Frades.

5. Tenho tempo para descanso e para fazer poesias!... Aprecio a expe-riência desta pastoral. Tenciono atuar aqui uns dois anos, neste período sabático, após tanto tem-po na formação e como professor, e sempre servindo às paróquias contíguas e pregando retiros para diversos públicos, etc.

6. Nota: Durmo cedo e levanto cedo: 05h40, todos os dias. Faço o café da Fraternidade Franciscana.

7. Meu telefone é (12) 3128- 2915. Melhor ligar às 12h00, pois é hora do almoço, e estou perto do apa-relho. Se ligar, à noite, que seja de-pois das 21 horas. É que, às vezes, celebro fora, e são meia hora daqui os locais da Missa.

obSeRvaçÃo: Resido num Convento Francisca-

no, filial à Fraternidade do Postulan-tado, na cidade de Guaratinguetá, lo-calizado dentro da Fazenda, e somos três frades franciscanos; um padre religioso, da Obra de Frei Hans; dois leigos consagrados; um casal sergi-pano, voluntário na Fazenda.

Frei Hans e um leigo consagrado,

GuaRatINGuetÁ – Sp

meu SeRvIço Na fazeNda da eSpeRaNça

Nelson, viajam muito pelo Brasil e pelo mundo, contando com as Fa-zendas.

Os recuperandos são mais de 150, contando os coordenadores. Proce-dem de diversos Estados do Brasil; da América Latina e América Central; da Ásia e Europa.

A Fazenda é bem organizada em todos os aspectos: disciplina boa; for-mação boa; muita atenção dos frades responsáveis e dos leigos voluntários: geralmente são ex-recuperandos.

No mundo, são mais de 120 Fa-

zendas. Só no Brasil, umas 70; no mundo e no Brasil há pedidos para que se abram mais Fazendas, a maio-ria vêm dos bispos.

Atenção: Em todas as quartas--feiras, às 06h50 – pela TV - RedeVi-da, há Missa ao vivo. E aos sábados, 07h50 – programa da Fazenda – TV RedeVida.

Geralmente, o programa focali-za Fazendas do Brasil e da América Latina e Central, alternadamente, todos os sábados.

Frei Walter Hugo de Almeida

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| Comunicações | Maio 2015 |

Fraternidades

Eu sempre esperei a madrugada raiar,Porque eu também tinha manhãs para nascer;Habita em mim um tesouro do Verbo amar,Esse é o segredo, força pra eu sempre vencer.

A madrugada em mim é segredo da vida...É luz e razão do meu andar nesse mundo;Eu sonho sempre uma madrugada florida,E espero um dia a luz daquilo que é profundo.

A madrugada é, sim, símbolo da razão,É a luz alegre que nos traz sempre certeza,Doce convite para entoar a canção.

Eu vivo a luz da madrugada, então, feliz,Nela ilumino a dor e a flor de minha estradaNa minha vida, a seguir Francisco de Assis.

Frei Walter Hugo de Almeida

or ocasião do seu jubileu de ouro sacerdotal, Frei Ary Pintarelli re-cebeu a seguinte condecoração

do Papa Francisco:“Francisco, Pontífice Máximo, dig-

nou-se decretar e conceder ao Revdo Padre Ary Estevão Pintarelli, OFM, a insígnia da augusta cruz pela Igreja e pelo Pontífice, instituída sobretudo em vista dos excelentes trabalhos e do zelo, concedendo-lhe, ao mesmo tem-po, a faculdade de usar a medalha de-corativa.

Dado na Cidade do Vaticano, no dia 30 do mês de janeiro do ano de 2015.

fReI aRY é CoNdeCoRadopelo papa

a madRuGada

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| Comunicações | Maio 2015 |266

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Paróquia de Santo Amaro celebrou durante o tempo quaresmal as Santas Missões

Populares Capuchinhas realizadas pelos freis missionários capuchinhos do Paraná e Santa Catarina. As mis-sões tiverem início no dia 21 de fe-vereiro e o seu encerramento no dia 22 de março. Em sua história, a Pa-róquia de Santo Amaro já vivenciou muitas missões populares, sendo a última orientada pelos frades mis-sionários capuchinhos do Rio Gran-de do Sul no ano de 1981. Destaco aqui o comentário de um paroquia-no: “Eu cresci ouvindo sobre as mis-sões capuchinhas que aconteceram em Santo Amaro no início da dé-cada de 1980. Sempre me indaguei: que acontecimento teria sido aquele, que mesmo passados 30 anos, nossos pais mantinham aqueles momentos vivos na memória? Agora eu enten-di! Entendi que as missões são um grande encontro com Cristo para que a nossa vida seja transformada

por Ele.” E de fato, as Santas Missões de 2015 fizeram reviver lembranças do passado e marcar com a fé a vida da nova geração.

O objetivo geral das Missões era: Tornar a Igreja mais evangelizadora, participativa e unida, tendo como inspiração as indagações do Plano de Pastoral Arquidiocesano de Flo-rianópolis: Que Igreja queremos ser? Que Igreja Deus quer que nós seja-mos? E tendo como objetivos especí-ficos: Animar os agentes de pastorais de nossas comunidades, despertar novas lideranças, incentivar e resga-tar a participação dos afastados nas celebrações da comunidade e moti-var para a conscientização e partici-pação do Dízimo.

Para que as Santas Missões fos-sem uma realidade entre nós, várias reuniões com as lideranças de nossas comunidades aconteceram, sendo a primeira no dia 16 de agosto de 2014, com a presença do missionário Frei Marco Antônio.

Já em janeiro deste ano, inicia-ram-se as novenas populares em

preparação às Santas Missões. Estas eram realizadas nas casas das fa-mílias, nos grupos de oração e nos grupos bíblicos em família. As no-venas populares motivaram nossos corações e nossa igreja doméstica para acolher este tempo especial de animação, de despertar da fé e de re-novação. No mesmo período, todas as comunidades encheram as diver-sas localidades com faixas, cartazes, bandeiras e outdoors com propagan-das e a data das missões em sua res-pectiva comunidade.

Com a imagem de Nossa Senho-ra de Fátima nas mãos, a primeira missionária, chegaram a nossa Paró-quia os Freis Missionários Capuchi-nhos no dia 21 de fevereiro. Durante um mês, todas as nossas 23 comuni-dades receberam a visita de um ou dois missionários capuchinhos, de acordo com cada realidade. A equi-pe missionária dos freis capuchinhos era formada por 06 frades. Durante a semana de missões foram realiza-das: celebrações litúrgicas às 14h30 e 19h30; palestras sobre os temas da

aS SaNtaS mISSõeS CapuCHINHaSFREI DANIEL DELLANDREA

paRÓQuIa de SaNto amaRo da ImpeRatRIz

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| Comunicações | Maio 2015 | 267

Fraternidades

Fé, Sentido da Vida, Amar a Deus e Reconciliação, Família e Oração, Igreja e Vida Comunitária; Visita aos enfermos e atendimento de confis-sões; Encontros com as crianças de 06 a 12 anos, adolescentes e com a juventude; Dinâmicas e devoções populares como a oração do Terço, celebração da Luz e Adoração ao Santíssimo. No último dia da missão, em cada comunidade foi realizada uma procissão luminosa e a bênção do Cruzeiro.

A alegria e o entusiasmo das San-tas Missões fez com que as pessoas não guardassem esta graça só para si. Cada um sentiu-se motivado à missão, a propagar esta boa notícia, o que fez com que nossas Igrejas começassem a ficar lotadas com o número de participantes. Quem par-ticipou das Santas Missões sentiu-se

Estimados irmãos e irmãs,

São Francisco de Assis orientou os frades a anunciar o Evangelho por meio do testemunho. Quando neces-sário poderiam usar as palavras. Nessa mesma direção, o Papa Francisco diz que não há verdadeira evangelização sem anúncio explícito e que, a evange-lização é dever da Igreja-Povo de Deus. Atentos aos apelos de Deus e da Igre-ja, nós, Frades Capuchinhos, procu-ramos, junto com todo o povo cristão de Santo Amaro da Imperatriz e Águas Mornas, colocar em prática esse man-dato evangélico de evangelizar.

com um sim generoso ao chamado do Senhor para gerar e dar a vida à sua Palavra. Detectamos uma paró-quia bem cuidada pela fraternidade dos Frades Menores. Encontramos um povo que ama sua Igreja; que é perseverante na oração; zeloso com seu espaço sagrado; diligente com o valor e a tradição familiar; orgulhoso de sua terra, de suas riquezas naturais e lideranças verdadeiramente empe-nhadas nos diversos serviços.

Porém, temos consciência de que a conversão e a mudança de vida são necessárias em todos os momentos da vida. Portanto, a missão continua!

No apoio aos jovens, no crescimento do dízimo e na solidariedade com os mais necessitados. Pois, todos somos, na alegria do Evangelho e na força do Batismo, discípulos missionários de Jesus Cristo. Nesse sentido, peçamos as luzes do Divino Espírito Santo para que lance fulgor e sentido sobre a nossa vida, a nossa família e a nossa comuni-dade e, assim, podermos fazer em tudo a vontade de Deus. Um abraço frater-no a todos, em especial à fraternidade dos Frades Menores na pessoa do pá-roco, Frei Daniel Dellandrea e do Frei Nilton Decker, zeloso guardião.

Em Francisco e Clara

meNSaGem doS mISSIoNÁRIoS CapuCHINHoS

Nós nos sentimos pro-fundamente sensibilizados com a bonita participação nas santas missões. Encontramos um povo que, a exemplo de Maria Santíssima, sob o título de Nossa Senhora de Fátima, respondeu ao Deus Altíssimo

de Assis, Paz e bem!

Pela equipe missionária dos Frades Menores Capuchinhos

do Paraná e Santa Catarina:

Frei Idacir Henrique da Silva, OFMCap

realmente abençoado e determinado a anunciar a exemplo dos primeiros discípulos: “Quanto a nós, não po-demos nos calar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). A expressão maior da adesão às Santas Missões foi a missa de encerramento no dia

22 de março, que contou com a pre-sença de 05 mil pessoas. Foi uma celebração de Ação de Graças onde brilhavam os sinais da missão fran-ciscana: simplicidade, alegria, frater-nidade, gratidão e o desejo sincero de Paz e bem!

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| Comunicações | Maio 2015 |268

Fraternidades

egundo os veículos de comu-nicação da cidade de Xaxim, a Procissão do Cristo Morto

realizada no início da noite da Sexta--Feira Santa, pelas ruas do centro da cidade, reuniu em torno de 10 mil fiéis católicos.

A Procissão foi organizada e rea-lizada pela Paróquia São Luiz Gon-zaga, sob a condução do pároco, Frei Alex Sandro, juntamente com o vigário paroquial, Frei Vitalino Piaia. Ela teve início nas escadarias principais da Igreja Matriz; percor-

reu algumas das principais ruas do centro, retornando às escadarias da Igreja. Durante o trajeto, as pessoas rezaram e presenciaram a encena-ção viva de cada estação, preparadas pelas mais diversas comunidades da Paróquia. Ao final da Procissão, diante da Igreja Matriz, aconteceu a bênção da luz, quando velas e to-chas foram acesas pelos participan-tes, simbolizando a luz do Cristo Ressuscitado.

A realização da Procissão do Cris-to Morto pelas ruas de Xaxim tem se tornado um dos momentos mais aguardados da Semana Santa na ci-

dade. A celebração reúne pessoas das mais diversas faixas etárias. Estas saí-ram de suas casas e tomaram as ruas para rezar e acompanhar de perto a Procissão, num gesto concreto de fé, devoção, respeito e recordação dos últimos passos de Jesus, a caminho da sua crucificação.

A cada ano a Procissão reúne mais participantes. Sem dúvida, esse é um dos belos momentos da Semana Santa em Xaxim. Exemplo e testemunho de fé que catequiza e evangeliza as gerações futuras; ani-ma a comunidade e fortalece a vida e a vivência da fé em comunidade.

Sexta-feIRa SaNta em xaxImVALNEI BRUNETTO

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| Comunicações | Maio 2015 | 269

Fraternidades

os dias 9 e 10 de março, es-tivemos reunidos na frater-nidade de Forquilhinha para

nosso primeiro Encontro Regional do ano.

Começamos relatando o início das atividades nas nossas casas com os desafios e progressos, como a si-tuação de saúde de nossos confrades idosos. Frei Nestor em Angelina deu um susto, mas está se recuperando. Frei Faustino passa por um proble-ma de adaptação de sua prótese na perna Frei Eliseu está bem.

Nosso Regional estava um pouco esvaziado, pois coincidiu com outras reuniões provinciais das quais alguns frades do Regional estavam partici-pando.

Na fraternidade de Santo Amaro aconteceram as missões populares com os frades Capuchinhos. A festa do Divino também já está sendo pre-parada com todo empenho.

De Florianópolis, destacam-se a troca do telhado da igreja e a coloca-

eNCoNtRo do ReGIoNal do leSte CataRINeNSeFREI ALADIM UBER ção de grades nas portas e na varan-

da do convento e da igreja por causa de dois assaltos.

Forquilhinha conta com progra-ma de rádio, diariamente, de uma hora. Um bom momento de evange-lização! Frei Benjamin Ansolin cele-brou seus 50 anos de sacerdócio.

Nosso Definidor, Frei Germano nos falou sobre o governo provincial: defini-tório, transferências, licença de confra-des, desafios a serem enfrentados...

No fim da tarde deste primeiro dia, fomos visitar e concelebrar com nosso confrade Frei Paulo Back, em Criciúma, na casa onde vive com mais dois padres idosos. Após a celebração, tivemos uma pequena confraternização. Foi um momento importante para ele e para todos nós como seus irmãos.

No segundo dia, sob orientação do nosso coordenador regional Frei Nilton Decker e de nosso Definidor passamos a ler, refletir e discutir o texto de preparação para o Capítu-lo Geral: “Instrumentum Laboris”. Pudemos ver nas reflexões que há

vários desafios: Sermos pessoas “ir-mãos” de vida orante; a qualidade evangélica nas nossas relações fra-ternas que se refletem quase sempre na hora das transferências com suas dificuldades: Vimos que falta ainda o “conviver juntos” e não apenas “viver juntos”, debaixo do mesmo teto. Ter mais afeto, zelo de mãe pelo confra-de, servir e não querer ser servido. Como frades somos mais de uma li-nha clericalista, o que atrapalha um trabalho franciscano como irmão que caminha com o outro. Evangeli-zar às vezes se reduz ao “rezar mis-sa”. É fundamental que possamos dar mais testemunho, mais prática (ação) menos discursos.

Frei Daniel levantou por fim um questionamento sobre o redimen-sionamento de casas da Província e propôs que nosso Regional se manis-feste a favor ou contra.

No final, ficaram acertadas as da-tas dos próximos regionais: 04 e 05 de maio, em Angelina; 14 e 15 de se-tembro, em Santo Amaro; e 16 e 17 de novembro, em Florianópolis.

edIçÃo eSpeCIal

feSta da peNHa

em maIo

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| Comunicações | Maio 2015 |270

Fraternidades

Fraternidade da Ordem Franciscana Secular Santo Antônio de Pádua realizou

no dia 21 de março de 2015, na Paró-quia São Pedro Apóstolo, de Gaspar (SC), seu Capítulo eletivo.

Em clima de muita alegria, os irmãos e as irmãs da Fraternidade acolheram Ademir Freitas, OFS, Mi-nistro Regional da Região Sul 2 – SC, que presidiu o Capítulo, sua esposa Janete Plaisant Freitas, OFS, e Frei Roberto Carlos Nunes, OFM, Assis-tente Regional, de Balneário Cambo-riú.

Marilse Terezinha Bohn, até en-tão Ministra da Fraternidade, deu as boas vindas a todos e apresentou os irmãos do Regional.

Frei Germano Guesser, OFM, Assistente Espiritual da Fraternida-de, falou da importância que há na

renovação dos irmãos que estão na condução de uma fraternidade. Te-mos que ter cuidado em quem votar, dada a grande responsabilidade dos que forem eleitos.

Frei Roberto salientou o valor e a necessidade de eleger irmãos com disponibilidade e responsabilidade para servir, orientar, animar e condu-zir a fraternidade. Finalizou dizendo que, para conseguirmos vocações para a Ordem Franciscana Secular, devemos dar exemplo de vivência fraterna.

Na sequência foi apresentado o nome dos irmãos e irmãs indicados nas prévias realizadas no dia 21 de fevereiro de 2015, na ocasião do Ca-pítulo Avaliativo. O Irmão Ademir procedeu à deposição dos cargos do atual Conselho, e iniciou a eleição.

Para o triênio 2015/2018, os ir-mãos e irmãs eleitos(as) para con-duzir a Fraternidade foram: Mi-

nistra: Eliana Aparecida Roncálio Schmitt; Vice-Ministra: Roseli Cris-tina Roncálio; Secretária: Eledinéia Cristiane Cirino; Vice-Secretária: Herondina Bendini Bernardi; Te-soureira: Ana Maria Simon Meiss; Vice-Tesoureira: Veronita Alves Lanznaster; Coordenadores do Serviço dos Enfermos e Idosos: Ca-cilda Hedwirges Roncálio e Irineu Cristiano Silva; Coordenadoras de Formação: Gertrudes Crescencia Spengler – (reeleita) e Herondina Bendini Bernardi; Coordenadoras de Comunicação: Gertrudes Cres-cencia Spengler e Eliana Aparecida Roncálio Schmitt.

Peçamos a Deus que, com a força do Espírito Santo e com a intercessão da Virgem Maria e do nosso Pai São Francisco, o novo Conselho e toda a Fraternidade possam viver e teste-munhar o “ser Franciscano Secular” no mundo onde vivemos.

GaSpaR tem Novo CoNSelHo da ofSGERTRUDES CRESCENCIA SPENGLER

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| Comunicações | Maio 2015 | 271

3º eNCoNtRo pRovINCIal de joveNS

SAV

ntre os dias 18 e 21 de abril, 107 participantes das paróquias franciscanas da Província, se

reuniram para o 3º Encontro Pro-vincial de Jovens, que aconteceu na Fazenda da Esperança, em Guaratin-guetá. Estiveram presentes jovens de todos os estados da Província, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O ponto de encontro para os jovens foi o Seminário Francis-cano Frei Galvão, que ofereceu o almoço no sábado. Em seguida,

os participantes seguiram para o local onde começaria a primeira parte da experiência, 15 km de caminhada até a Fazenda da Es-perança de Pedrinhas, local onde esteve o Papa Bento XVI, durante sua visita em 2007.

O sol estava quente, mas não de-sanimou os caminheiros. Ao longo do caminho muitas adversidades, mas a alegria da convivência pre-valecia. A primeira parada foi no Mosteiro dos Santos Anjos, em Gua-ratinguetá. Os participantes foram acolhidos com um farto café, e em seguida puderam conhecer a capela do mosteiro e rezar.

Já era noite quando os jovens chegaram ao destino final, a Fazen-da da Esperança. Foram acolhidos pelos recuperandos na capela, com o bonito gesto do lava-pés e uma ora-ção, com a exposição do Santíssimo

Sacramento. Pe. Cristian, coorde-nador da Fazenda da Esperança de Pedrinhas, deu as boas-vindas aos participantes.

CaRISma fRaNCISCaNoO tema do 3º Encontro Provin-

cial de Jovens foi “E o Senhor me conduziu entre eles”. Frei Vitório Mazzuco, Mestre em Espiritualidade Franciscana do Instituto Teológico Franciscano (ITF), em Petrópolis (RJ), foi quem conduziu os momen-tos de formação do encontro. Em sua primeira fala, no domingo, o frade falou a respeito do crucifixo de São Damião, e do início da conversão de São Francisco de Assis.

Frei Vitório fez uma breve lei-tura da sociedade atual, e afirmou que o que existe hoje é uma crise de valores, de princípios, e não uma crise financeira ou política.

107 jovens estiveram presentes na fazenda da esperança, para aprofundar o Carisma franciscano

éRIKA AUGUSTO (*)

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SAV

“Olhem a opção, é preciso ter op-ções claras, fortes. Francisco que-ria opções claras. Francisco tinha claro alguns valores da vida dele. Se nós temos um patamar de valo-res, nossa vida sobe de nível. Nin-guém vai subir de nível aumentan-do renda, o extrato bancário ou patrimônio. Tudo isso é efêmero. O nível da sua vida é a partir dos princípios que você tem, o que move a sua existência. O Senhor me conduziu, algo maior o condu-ziu”, afirmou.

O frade disse ainda que conver-são significa retorno ao caminho

principal e mudança de lugar, não apenas mudança de mentalidade. “O jovem responde ao mundo quando ele sabe o que quer, quando ele tem um projeto existencial. Foi isso que aconteceu com São Francisco, só que ele encontrou outra casa, o Oikos, a consciência planetária”, disse Frei Vi-tório.

Mazzuco falou sobre a situação dos leprosos no tempo de São Fran-cisco e dos leprosos no dia de hoje, que são os excluídos e marginali-zados, vítimas da drogadição e da violência, os leprosos morais, que se deixaram levar pela corrupção e ego-

ísmo. Para a discussão em grupos, Frei Vitório deixou uma pergunta: como entender a conversão como mudança de lugar?

o CRuCIfIxo de SÃo damIÃo A noite de domingo teve como

tema o crucifixo de São Damião e seu significado para a espiritualidade franciscana.

Frei Vitório Mazzuco continuou sua reflexão, dando destaque ao cru-cifixo de São Damião. O frade des-tacou alguns elementos presentes no antigo ícone bizantino, como os apóstolos, as inscrições, os soldados,

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SAV

e pediu para que os jovens estivessem atentos ao olhar do Cristo ressuscita-do representado naquele ícone.

Frei Vitório ressaltou a determina-ção do jovem de Assis em reconstruir aquela igreja num primeiro momen-to, mas que depois percebeu qual era a igreja que precisava ser restaurada. “Francisco não tinha fé em Jesus Cris-to, mas a fé de Jesus Cristo. Não basta seguir a Jesus, tem que se apaixonar por Ele, casar com o seu projeto de vida. Ele não fez do Evangelho um texto, mas alguém”, afirmou.

Após a fala de Frei Vitório, os participantes foram convidados para

uma oração de interiorização, uma espécie de lucernário, com mantras. Os recuperandos da Fazenda da Es-perança também puderam partici-par da oração. Frei Alvaci Mendes da Luz convidou os presentes então para se aproximarem, em pequenos grupos, do crucifixo de São Damião, que estava no chão, e depositar ali, numa prece silenciosa, os seus pedi-dos. E assim seguiu a oração.

Na manhã de segunda-feira, os grupos puderam apresentar suas considerações sobre a pergunta co-locada no dia anterior, “como enten-der a conversão como mudança de

lugar?” Frei Vitório acompanhou as colocações dos grupos, e em seguida fez alguns apontamentos. Os jovens colocaram diversas questões, como ser Igreja em saída, perceber a reali-dade juvenil nos diversos grupos, e a percepção de que não existe um mo-delo ideal de jovem. A experiência da caminhada e do encontro com os recuperandos da Fazenda da Espe-rança trouxe uma nova perspectiva na fala dos participantes.

a expeRIÊNCIa de emaúSA Fazenda da Esperança foi o

local escolhido para acolher este en-contro não apenas pelo espaço físico, mas também pela possibilidade de encontro e convivência com os qua-se 70 acolhidos, que passam por esta comunidade terapêutica, recuperan-do-se dos vícios e de uma vida na marginalidade.

Na manhã de segunda-feira os jo-vens foram convidados a partilharem, como os discípulos de Emaús, suas experiências com os recuperandos da Fazenda. Saíram então em duplas e trios, para uma conversa, para fazer a chamada comunhão de almas. Foi uma experiência marcante para os jovens. Thaís Oliveira, do Rio de Ja-neiro, falou sobre este encontro, que quebrou uma série de tabus e precon-ceitos que os jovens carregavam, mes-mo que inconscientemente.

CoNveRSa Com fReI HaNS StapelO Encontro Provincial teve ain-

da um momento muito especial Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperança presidiu a missa de encerramento, na noite de segunda--feira (21). O encontro coincidiu com a passagem de Frei Hans e Nel-son, leigo consagrado, braço direito de Frei Hans e um dos idealizadores do projeto.

Após a missa, os jovens puderam se encontrar com Frei Hans e Nelson

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e ouvir a experiência de vida de Nel-son, e como nasceu a Fazenda da Es-perança. Os idealizadores do projeto também ouviram a partilha de dois jovens, sobre suas impressões nesta primeira visita à Fazenda.

A última noite do Encontro Pro-vincial foi marcada por uma festa caipira, com músicas regionais, onde os jovens se confraternizaram e cele-braram o encontro.

Para Karla Zanotelli, de Con-córdia (SC), o encontro superou a expectativa dos jovens. “Nós perce-bemos como somos fracos perto dos recuperandos. Eles deixaram o que fazia mal para eles para encarar uma vida diferente, totalmente transfor-mada. Nós trouxemos nossa espiri-tualidade franciscana para eles, mas nós é que saímos com novos ensina-mentos”, disse a jovem,

Para Marcelinho, de Nilópolis (RJ), a chegada na Fazenda da Espe-rança foi o momento mais marcante, “A força que eles tinham, nos cantos, mexeu muito comigo. Tenho certeza que saio daqui muito mais converti-

do, muito melhor e com o firme pro-pósito de amar o próximo de forma concreta”.

Frei Diego Atalino de Melo, co-ordenador do SAV (Serviço de Ani-mação Vocacional) e organizador do encontro, destacou a forte presença do carisma franciscano, que per-meou todo o encontro, e falou tam-bém sobre o “inusitado de Deus”, que se revelava a cada momento. O frade destacou também o convívio com os recuperandos.

“O contato e a partilha de vida e história dos recuperando da Fazen-da Esperança nos fizeram entender que conversão é sinônimo de mu-dança de lugar, de sair de nossas concepções e pré-julgamentos e abraçar aqueles a quem o Senhor nos conduz. Ouvir os grupos, a fala dos jovens, suas inquietações, interpelações e aquilo que sonham e esperam da sociedade e das pa-róquias onde estão inseridos, tam-bém nos ajudaram a mudar de lu-gar, a olhar o mundo com os olhos deles e a entender um pouco mais

SAV

os seus sonhos e anseios. Agora, cabe a tarefa de juntos fazermos frutificar concretamente tudo aquilo que partilhamos e vivencia-mos nesses 4 dias de encontro na realidade de nossas fraternidades e paróquias. Eles mesmos, os jovens, sentem-se motivados a serem tam-bém os protagonistas desta mu-dança”, declarou.

Frei Diego agradeceu à Fraterni-dade Provincial por apostar no tra-balho com a juventude; à Fazenda Esperança pela acolhida, comungan-do do carisma franciscano e de cora-ção aberto.

O frade lembrou-se ainda de Frei Vitório Mazzuco, que trouxe ao en-contro reflexões profundas, de Frei Pedro Pinheiro, que fez o desenho de Francisco e o leproso, que foi a marca do encontro, transformando o lema do encontro em arte e beleza, e da Fraternidade do Seminário Frei Galvão, pela acolhida extremamente franciscana.

(*) Colaborou Bruna Oliveira (fotos)

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| Comunicações | Maio 2015 | 275

Evangelização

Pastoral Universitária da Universidade São Francisco (USF), em conjunto com o

Serviço de Animação Vocacional da Província da Imaculada Conceição promoveu no dia 14 de março a 20ª Caminhada ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Pe-dra Bela, São Paulo.

A concentração e saída aconteceu às 21h30. Durante toda a madruga-da, cerca de 700 peregrinos cami-nharam até o Santuário. No local, o Padre Sebastião Aparício de Rezende e Frei Diego Melo, OFM, celebraram uma missa.

Frei Diego Melo, do Serviço de Animação Vocacional da Província Franciscana da Imaculada Concei-ção do Brasil, destaca a importância de se compartilhar o espírito fran-ciscano. “Participar da caminhada com a USF foi uma oportunidade de conhecer um pouco mais da realida-de daqueles que fazem parte da Uni-versidade, bem como compartilhar

um pouco do espírito missionário e peregrino franciscano”, disse Frei Diego.

Para a Coordenadora do Curso de Enfermagem, professora Débora Magrini Baratella Assis, a caminha-da é o momento para reflexão, mas

também para incentivar hábitos sau-dáveis. Um grupo de alunos do Cur-so acompanhou todo o trajeto para prestar apoio aos participantes. “A caminhada na visão de um profissio-nal de saúde se mostra importante, pois, nos deparamos com pessoas

20ª CamINHada ao SaNtuÁRIode NoSSa SeNHoRa apaReCIda

paStoRal uNIveRSItÁRIa - uSf

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| Comunicações | Maio 2015 |

Evangelização

A Universidade São Francisco (USF) recebeu, na sexta-feira, dia 10 de abril, no Campus Bragança Paulista, o escritor Augusto Cury. O autor participou de uma sessão de autógrafos no Salão Nobre. O even-to contou com a presença de mais de 200 participantes.

Durante o evento o autor co-mentou sobre o cenário da socie-dade atual e como distúrbios psico-lógicos têm sido um dos principais problemas. “A humanidade tomou um caminho errado. Embora tenha conquistado o sucesso tecnológico, falhou no psicológico. De fato não

somos livres no território das emo-ções”, afirmou o escritor.

Augusto Cury é médico, psi-quiatra, psicoterapeuta e escritor brasileiro. Desenvolveu a teoria da Inteligência Multifocal, que estuda o funcionamento da mente. Seus livros já venderam 20 milhões de exemplares somente no Brasil. Foi considerado pela Folha de S. Paulo o autor brasileiro mais lido da dé-cada. Atualmente é publicado em cerca de 60 países. Seu romance “O Vendedor de Sonhos” foi premiado como uma das principais obras in-ternacionais na China.

uSf ReCebe eSCRItoR auGuSto CuRY paRa SeSSÃo de autÓGRafoS

que não praticam nenhuma ativida-de física, portanto, nossa participa-ção enquanto profissionais permitiu uma excelente oportunidade de pro-mover também a saúde, incentivan-do os participantes a iniciarem uma atividade física diária para a melhora do bem-estar individual e também para prevenção, retardando o desen-volvimento prematuro de problemas de saúde. Consideramos importante a participação dos alunos de Enfer-magem, pois puderam oferecer su-porte aos sedentários, orientando a

respiração, o descanso e a hidratação, aferindo os sinais vitais, permitindo dessa maneira que todos pudessem cumprir o objetivo de chegar ao San-tuário”, afirmou a docente.

Representando a Pastoral Uni-versitária, a professora Dalva Leme agradece a participação de todos e do Curso de Enfermagem que, acom-panhou e auxiliou todos os partici-pantes durante a caminhada. “Com muito zelo cuidaram das pessoas que ficaram indispostas durante a cami-nhada. É a USF cumprindo sua mis-

são junto à sociedade, promovendo solidariedade, mediante a prática do bem e a consequente construção da paz”, ressaltou a professora que foi uma das coordenadoras do projeto.

Concluindo a caminhada, a or-ganização do evento doou à USF a imagem de Nossa Senhora Apareci-da que percorreu todo o trajeto com os peregrinos, como forma de grati-dão pela parceria e apoio. A imagem foi entronizada no altar da capela da USF, do Campus de Bragança, na missa do dia 17 de Março.

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| Comunicações | Maio 2015 |

Evangelização

O Serviço Franciscano de So-lidariedade (Sefras) promoveu no dia 22 de abril uma mesa-debate com o tema: “Da Febem/Fundação Casa à Prisão: diferentes ou iguais?”. O evento aconteceu no Salão do Chá do Padre, centro de São Paulo e contou com dois convidados: Gi-vanildo Manoel - membro do Tri-bunal Popular e do Terra Livre e da Associação de Amigos e Familiares de Presos (Amparar) e Adriana Eiko, professora doutora de Psico-logia da PUC/SP e pesquisadora do Sistema Penal e da Criminologia Crítica. Participaram cerca de 150 pessoas. O Sefras também apro-veitou o tema para lançar a carti-lha: “Para Além das Grades” - um subsídio popular para trabalhar e refletir com familiares de presos a questão do sistema prisional.

No Dia Mundial da Água, 22 de março, o Sefras, através do Serviço de reciclagem, promoveu mesa-debate sobre a cosmovi-são franciscana e a crise da gestão da água em São Paulo.

Frei Alex Ferreira situou o tema e res-saltou que a cosmovisão franciscana é transformadora, porque rompe com a vi-são utilitarista que se tem nas relações hu-manas e com os recursos da natureza.

Para o geógrafo e educador socioam-biental, Caio Martinez de Almeida, toda a crise ambiental é uma crise social. Ele lembrou que as pessoas e a mídia relacio-nam as crises ambientais ao aquecimento global. “É muito conveniente que seja cul-pa do aquecimento global, porque quando um problema é de esfera global não cabe a nenhum tipo de administração prever ou lidar com essas crises”, ironizou.

Martinez afirmou que existem previsões

nualmente, por ocasião da Páscoa, o Sefras realiza uma confraternização com os

trabalhadores e voluntários dos ser-viços de São Paulo. Ao final da cele-bração, todos receberam uma caneca com a logomarca comemorativa dos 15 anos do Sefras.

O coordenador do Sefras, Frei José Francisco Cássia dos Santos, fa-lou da importância de fazer memória das experiências vividas e celebrá--las. “A memória é uma das sabedo-rias mais antigas. Foi de memória em memória que se perpetuou a histó-

ria. Não podemos achar que se trata apenas de repetição”, destacou.

Para ele, a Páscoa é este momen-to de, em torno à mesa, realizar uma memória esperançosa, isto é, reno-var um pacto que não fora feito no papel, mas, selado na refeição. Este pacto é do compromisso de trans-formar o mundo, e, para ele, a trans-formação da realidade passa pelo

trabalho diário e não por heroísmos. De acordo com Frei José, a Ressu-

reição é “parar e tirar o pó para fazer reluzir as referências que já estão nos nossos corações”. Ele lembrou ainda a importância do comportamento gentil no espaço de trabalho. Ele mo-tivou a todos para a importância do sorriso sincero de uns para com os outros no trabalho diário.

maIoRIdade peNalmÁ GeStÃo e CRISe HídRICa

dos espaços onde pode ocorrer desliza-mentos e que regiões de várzeas de rio so-frem alagamento. Da mesma maneira, o asfaltamento de toda a cidade resulta tam-bém em áreas alagadas. Nesta mesma lógi-ca, “a gente sabe que se não forem geridos os recursos hídricos direito para o abasteci-mento de cidades, ele pode acabar”. Com-preender a dinâmica do clima é relevante para uma gestão pública e o geógrafo acres-centou: “dá para entendê-la e antecipar os riscos de alguns acontecimentos”.

feSta da pÁSCoa No SefRaS

FABIANO VIANA

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| Comunicações | Maio 2015 |278

Evangelização

esde a sua posse como Secre-tário Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da

cidade de São Paulo, em fevereiro, o ex-senador Eduardo Suplicy tem realizado visitas aos equipamentos de defesa e promoção dos Direitos Humanos. Sendo assim, no dia 10 de abril, Suplicy visitou os Centros de Referência e Acolhida para Imi-grantes, ambos geridos pelo Serviço Franciscano de Solidariedade em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, da Prefeitura de São Paulo.

Como o seu jeito peculiar em ser fraterno e acolhedor, cumprimen-tou e conversou com todos, das co-zinheiras aos imigrantes atendidos, dos dois serviços que funcionam no mesmo prédio, no bairro da Bela Vista. Ao final da visita, o secretário cedeu uma entrevista exclusiva para o Setor de Comunicação do Sefras. Entre outras afirmações sobre a im-portância do trabalho com os imi-grantes, Suplicy chamou atenção para o cuidado, não só com eles, mas, também, com aqueles que vivem em situação de rua. “Acho muito impor-tante que nós, ao mesmo tempo em que estamos acolhendo os imigran-tes e refugiados, também venhamos a dar a devida assistência àqueles

que, estando em situação de rua, es-tão também em busca de acolhimen-to, documentação e oportunidades de trabalho”, afirmou.

SefRaS: Que avaliação o sr. faz dos Centros de Acolhida e Referên-cia?

Eduardo Suplicy: O centro de acolhida dos imigrantes em São Pau-

lo, feito em colaboração com o Ser-viço de Solidariedade Franciscana é muito colaborativo e importante, porque aqui chegam, na cidade de São Paulo, todos os dias, pessoas das mais diversas nacionalidades, às vezes sem documentação. São mães que chegam com suas crianças sem os maridos e aqui há lugares para cerca de 120 pessoas. Fui visitar to-

SuplICY vISIta o SefRaS“Com a colaboração da solidariedade dos franciscanos, se obtém uma casa de acolhida muito positiva”

FABIANO VIANA

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Evangelização

dos os quartos. Tudo muito bem cui-dado, com higiene e banheiros ade-quados. Aqui já estiveram pessoas de 26 nacionalidades diferentes, sobre-tudo da África e da América Latina. Quando chegam a São Paulo, às ve-zes sem a devida oportunidade para fazerem sua documentação, aqui são encaminhados. Eu conversei com uma menina de onze anos que che-gou há duas semanas. Perguntei à gestora responsável pela Casa e ela disse que será encaminhada para a escola aqui perto. Está de parabéns a coordenadoria dos imigrantes da Prefeitura da cidade de São Paulo, que é um dos órgãos da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, pois, aqui, com a colaboração da solidarie-dade dos franciscanos, se obtém uma casa de acolhida muito positiva.

SefRaS: Diante desta experiência pioneira, vale a pena pensar em am-pliar para todo o Brasil?

Suplicy: Na medida em que pro-jetos desta natureza sirvam de exem-plo para outros municípios do Brasil, obviamente, haverá mais oportuni-dades aos imigrantes e refugiados para terem mais opções onde quise-rem receber o bom acolhimento.

SefRaS: Quando os imigrantes começaram a chegar, principalmente haitianos, houve uma onda de críti-cas afirmando que o Brasil mal dava a devida assistência aos brasileiros e agora queria também dar oportuni-dades aos imigrantes. Qual o seu co-mentário sobre esta postura?

Suplicy: Acho muito importante que nós, ao mesmo tempo em que estamos acolhendo os imigrantes e refugiados, também venhamos a dar a devida assistência àqueles que em número bastante grande, se es-tima entre 15 a 20 mil pessoas que, estando em situação de rua, estão também em busca de acolhimento,

«Após um ano, o problema da imigração está em vias de se agravar e outras tragédias se sucedem a um ritmo rápido», dizia o Papa Francis-co há um ano. Mas nem o Pontífice poderia imaginar a tragédia do dia 19 de abril, onde de 700 a 950 desa-pareceram no Mar Mediterrâneo. Só 28 pessoas foram resgatadas, além de 24 corpos. Isso depois de uma sema-na, onde 400 pessoas morreram. Os

passageiros vinham de países como Argélia, Egito, Somália, Nigéria, Se-negal, Gana e Bangladesh, entre ou-tros.

No Angelus, o Papa Francisco rezou pelos mortos. “Eram homens e mulheres como nós, irmãos que buscam uma vida melhor; famintos, perseguidos, feridos, explorados, ví-timas de guerras, pessoas que alme-javam a felicidade”.

o dRama doS ImIGRaNteSNúmero de mortos em 2014: 3200 (92 entre janeiro e abril)Número de mortos em 2015: 1153 (até 19 de abril de 2015)

documentação, oportunidades de trabalho. Não se trata de algo fácil de ser resolvido no curto prazo, mas é necessário que nós estejamos pre-ocupados e tomando as medidas necessárias para encaminhar essas pessoas, inclusive, aquelas que estão envolvidas com drogas, para que te-nham estímulos para sair e superar o problema das drogas.

SefRaS: Qual a importância da solidariedade com os imigrantes?

Suplicy: São importantes estas entidades, aqui com os franciscanos, a Igreja Nossa Senhora da Paz - onde

há um acolhimento especial com os imigrantes, assim como outras orga-nizações, inclusive muçulmanas, que existem na cidade de São Paulo e es-tão fazendo e tomando iniciativas de melhor acolhimento dos refugiados sírios, palestinos, haitianos e outros que chegam aqui com dificuldades econômicas. É importante que haja centros de acolhimento onde se pro-cure ensinar o português, encami-nhar para que cada pessoa tenha um treinamento profissional, além da devida assistência social e de saúde para todos que chegam e vêm a esta casa de acolhida.

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elebrei a Semana Santa e a Pás-coa na fronteira entre o Brasil e o Peru, na foz do rio Javari,

numa pequena cidade que se chama Islândia, a alguns minutos de Ben-jamin Constant. Islândia é a Veneza peruana, uma cidade sobre as águas. Islândia é uma ilha (“isla”), conse- quência das mudanças do rio, e quando o rio cresce a ilha toda fica submersa. As ruas são pontes, ou melhor, passarelas para pedestres, de uns 3 a 4 metros de altura, as mais an-tigas são de madeira, as mais recen-tes são de concreto e com corrimão. A cidade, de uns 2.700 habitantes, é sede de distrito, e tudo, prefeitura, igrejas, escolas, posto de saúde, ho-téis, posto policial, lojas, restaurantes e as casas, claro, é tudo sobre palafi-tas ou altas colunas de concreto. Al-gumas coisas, como postos de gasoli-na, portos, bares e até algumas casas, são flutuantes. A princípio, além de exótico, parece romântico, principal-mente com lua cheia, como vimos. Mas não precisa caminhar muito para perceber a pobreza e as dificul-dades em que vivem as famílias. Vi-sitando e conversando se descobrem os dramas e as dificuldades de cada um, bem como os problemas sociais, e o abandono político.

Não existem carros, motos e nem sequer bicicletas. Na vila as distâncias são curtas e tudo é feito a pé. Para outros percursos, fora das passarelas, tudo é feito com canoa. Cada qual tem seu bote com um pequeno mo-tor a gasolina, chamado peque-peque, imitando o seu ruído. Também tem serviço de bote-taxi. Um barco diário faz a ligação com Iquitos, com trans-porte de cargas e passageiros. A moe-

da de circulação é o real. Na margem do rio tem cinco serrarias, para ser-rar madeira. Visitei uma delas. Tem cinco serras, onde trabalham uns 30 homens, e é uma das menores. A ma-

deira já está a uns cinco dias de distân-cia. Agora é a época da cheia do rio e deve continuar crescendo até meados de maio. Algumas casas já estão com água dentro. A prática local, quando

FREI ATíLIO BATTISTUZ, OFM

pÁSCoa Na ISlÂNdIa

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entra água em casa, é improvisar um segundo piso, mais alto, uma espécie de passarela dentro de casa, ou então mudar temporariamente para a casa de um familiar ou amigo, um período que pode chegar até uns 90 dias. Du-rante a Semana Santa, a água subiu de nível à altura de um degrau de escada.

Islândia chama atenção pelo grande número de “israelitas”, ali-ás estão presentes em todo o baixo Amazonas peruano. É um movi-mento religioso, de caráter messiâ-nico, nascido no Peru, na cordilhei-ra dos Andes e que tem como terra prometida a Amazônia. A grande maioria migrantes, provenientes da serra (cordilheira), e se dedicam à agricultura e ao comércio. Dominam o comércio nos lugares onde estão presentes. São fundamentalistas e se-guem a lei de Moisés. Facilmente são identificados por suas vestes: tanto as mulheres quanto os homens usam uma túnica longa, até os pés, como estamos acostumados a ver nos fil-mes sobre Jesus, de uma única cor, das mais variadas cores. As mulheres não cortam o cabelo e o cobrem com um véu, e à medida que o cabelo vai crescendo, o véu também cresce.

Os homens não cortam nem o cabelo nem a barba. O seu templo é ao lado da casa das irmãs, onde fica-mos hospedados, por isso podíamos ouvir todos os seus cantos, orações e pregações. O canto é em forma de litania, repetitivo, hipnotizante, mas gostoso de ouvir, não é estressante como de algumas igrejas. O dia de preceito é sábado (que começa sexta--feira às 18h00 e vai até sábado às 18h00). Em determinados dias, entre eles o sábado, o culto começa de ma-drugada, às 04h00. A sua festa anu-al dura sete dias, sempre no mês de abril. Celebram juntos em grandes acampamentos, em lugares sagra-dos, e a comida principal é cordeiro assado. Não consegui saber se é a fes-

ta de páscoa ou de ano novo. Vi seis barcos (com capacidade de umas 12 toneladas – segundo meus cálculos), lotados de carga e passageiros, se pre-parando para sair. Preocupou-me a imprudência quanto à segurança e o excesso de peso. Até comentei com a polícia, que prometeu tomar provi-dências. A grande preocupação é o que eles escondem. A Polícia Federal do Brasil os identifica com a coca e a droga. Aqui também se comenta isso, e que estão envolvidos com a ilegalidade. Ouvi algumas histórias sobre eles, inclusive que têm roças sagradas, que pertencem ao grande profeta Jonas (filho de Ezequiel, o fundador), onde ninguém estranho pode visitar. O que estarão cultivan-do?

Da realidade social não vou co-mentar, apenas dizer que vive pro-blemas comuns de fronteira, como ilegalidade, tráfico de pessoas, pros-tituição, tudo muito discreto. Sou-bemos de casos em que professores abusam de suas alunas. A presença da Igreja é muito frágil, mais do que já tenho percebido em outros luga-res. Islândia é considerada um posto de missão, o único do lado peruano, em todo o Rio Javari, (que deve ter uns 800 km). Conta com a presença de duas irmãs, Mercedárias Missio-nárias brasileiras, já de certa idade. Muito esforçadas, admiro a sua co-ragem, dedicação e ousadia de viver numa realidade dessas. Em quatro anos têm conseguido muito pouco. A comunidade parece que não reage. Há muita indiferença religiosa. As irmãs são bem acolhidas, mas ainda não conseguiram criar uma sintonia e uma motivação. Antes delas havia um grupo de missionários leigos, jovens, que não deram bom teste-munho e ainda há lembranças desse tempo. Os freis capuchinhos de Ban-jamin Constant marcam presença em algumas celebrações.

Foi nessa realidade de Islândia, muito desafiadora, que celebramos a Semana Santa e a Páscoa, com Frei José, um frade leigo, colombia-no, meu companheiro de missão, as irmãs, e uma leiga de S. Paulo, que está fazendo uma experiência mis-sionária com as irmãs e conhecendo a Amazônia. Dizem as irmãs, que foi a primeira vez que teve um padre toda a Semana Santa. Foi uma Pás-coa diferente das que já celebrei. Não pelo ambiente exótico, mas por ser mais exigente. Já animei procissão de sexta-feira santa com trio elétrico. Já celebrei o amanhecer da Páscoa com multidões cantando, gritando slo-gans e aclamações. Esta não precisou nem de microfone! É muito comum o povo animar o padre na Semana Santa e nas suas festas. É fácil cele-brar quando existe Comunidade e está tudo preparado, com equipes de liturgia e de canto. É mais exigente celebrar quando se precisa buscar forças e motivação interiormente, animar e motivar a comunidade, e promover a Páscoa. Isso é missão!

A morte não precisa ser teste-munhada, os noticiários já dão con-ta disso, todos veem. A vida, sim! Precisa ser testemunhada. Jesus res-suscitado insiste no testemunho da Ressurreição. Dos mortos ninguém exige nada. No túmulo só há silêncio, e está fechado. Ninguém espera mais nada dos mortos. Dos vivos, sim, se espera, se cobra, se exige! A vida é dinâmica, é energia, é vitalidade, é criatividade. Por isso a Páscoa é exi-gente, precisa ser anunciada, precisa ser testemunhada. É a vida que brota da morte. É a criatividade que ven-ce a indiferença. É a paz que supera o medo; a misericórdia que vence a indiferença. Páscoa é resiliência da vida!

Feliz Páscoa!

Caballococha, 12 de abril de 2015

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Durante as semanas da Qua-resma, em todas as Unidades do Colégio Bom Jesus os alu-

nos estiveram refletindo sobre o tema da Campanha da Fraternidade de 2015 (“Igreja e Sociedade”) e também, com a proximidade da Semana San-ta, celebrando a Páscoa. O objetivo principal foi motivar a comunidade escolar a refletir sobre o significado da Páscoa, à luz da fé cristã e da espiri-tualidade franciscana. Os objetivos do Projeto Virtudes, já desenvolvido desde o ano de 2002, também vieram a ser considerados. E o melhor aconteceu: os alunos foram além de meras reflexões. Praticaram a caridade com os mais necessita-dos. Lavaram os pés uns dos outros. Visitaram asilos e serviram lanche a idosos que sequer conheciam... Eis al-guns breves relatos que ainda estão a ser fontes de inúmeras aprendizagens entre os alunos:

bom jeSuS INteRNaCIoNal - Co-lombo (PR) – No período de 10 a 25 de março, os alunos arrecadaram bombons com os colegas, os familia-res e os amigos. No dia 27 de mar-ço, as famílias dos estudantes do 3.º ano do Ensino Fundamental estive-ram no colégio e receberam coletes com o nome da virtude União, que está prevista na proposta pedagógi-ca desse nível de ensino. Já no dia 31 de março, finalmente, os chocolates foram entregues aos representantes das instituições que atendem crian-ças em situação de vulnerabilidade social.

bom jeSuS RoSÁRIo - Paranaguá (PR) – Os alunos do 9.º ano do Ensino Fundamental realizaram, no dia 1.º de abril, um café de Páscoa no Asilo São Vicente de Paula, em Paranaguá (PR). Para complementar a ação, os alunos do 9.º ano e do Ensino Médio estavam arrecadando na cidade, desde o dia 23 de março, produtos de higiene, lim-

peza, alimentos e fraldas, que já foram doados ao referido asilo. bom jeSuS SÃo mIGuel - Arroio do Meio (RS) –Todos os alunos partici-param de um momento de reflexão sobre o verdadeiro sentido da Páscoa e do lava-pés.

bom jeSuS exteRNato - Pindamo-nhangaba (SP) – No dia 27 de março, a Unidade recebeu as crianças do Lar São Judas Tadeu para a comemoração da “Páscoa Solidária”. Foi realizado um momento de partilha de alimen-tos, inclusive de um bolo preparado pelos alunos da Educação Infantil e do 1.º ano do Ensino Fundamental. Já os alunos do 7.º ano desenvolve-ram atividades de integração com as crianças atendidas pela instituição be-neficente e prepararam uma surpresa com bombons.

bom jeSuS auRoRa - Caçador (SC) – No período de 20 de fevereiro a 30 de março, os alunos e os familiares da Unidade arrecadaram alimentos não perecíveis e fraldas infantis e geriá-tricas. Os donativos foram entregues no dia 30 de março para a Associação Caçadorense de Educação Infantil e Assistência (ACEIAS) e também para a Casa Lar dos Idosos do Município de Caçador.

bom jeSuS SévIGNé - Porto Alegre (RS) – Na Semana Santa, os alunos participaram da “Páscoa na Escola”. As atividades incluíram, ainda, a par-ticipação dos familiares dos alunos na arrecadação de chocolates para a Páscoa do Instituto do Câncer In-fantil. A semana festiva encerrou-se com a abertura do projeto “Virtudes e Atitudes 2015” e com a cerimônia do lava-pés.

bom jeSuS CeNtRo - Curitiba (PR) – A ação de Páscoa no Bom Jesus

aSSoCIaçÃo bom jeSuS

Cf-2015 e pÁSCoa: ReflexÃo e açÃo

FREI CLAUDINO GILZ

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Centro contou com a participação das famílias dos alunos, que neste ano arrecadaram bombons e contri-buíram no processo de embalagem dos chocolates. Os donativos foram entregues para instituições de cari-dade.

bom jeSuS ItatIba (Sp) – No perío-do de 26 de março a 1.º de abril, a Uni-dade desenvolveu o projeto “Cons-truindo a partilha”. As ações foram inspiradas no projeto institucional do Bom Jesus “Virtudes e Atitudes” e contaram com atividades lúdicas e também com a arrecadação de leite. As doações da comunidade escolar foram direcionadas ao Lar Itatibense da Criança, que atende menores à es-pera de adoção. A semana de celebra-ção também incluiu a cerimônia do lava-pés e contou com a presença de Frei Guido Moacir Scheidt.

bom jeSuS SÃo joSé doS pINHaIS (pR) – A campanha de Páscoa na Uni-dade São José dos Pinhais teve início com a apresentação de teatro “A Pás-coa de Pascual e Pascualina”. A ence-nação narra a história de dois irmãos que descobrem o verdadeiro sentido da Páscoa e a importância da relação entre a Igreja e a sociedade.

bom jeSuS SÃo joSé - Rio Negro (PR) – No período de 11 a 25 de mar-ço, os alunos da Educação Infantil ao

Ensino Médio promoveram a cam-panha “Páscoa Solidária”. Durante a atividade, os estudantes arrecadaram barras de chocolate para as pessoas atendidas por instituições beneficen-tes de Rio Negro. A entrega dos do-nativos aconteceu no dia 28 de março, durante a cerimônia de abertura do “Projeto Virtudes e Atitudes 2015”, no Salão Nobre da Unidade. bom jeSuS SaNto aNtÔNIo - Blume-nau (SC) – Durante a Semana Santa, o grupo de jovens “Semeando o Bem”, formado por alunos do referido Co-légio, convidou os colegas das turmas da Educação Infantil às turmas do 3.º ano do Ensino Médio a doarem um ingrediente de sua cesta pessoal de Páscoa. Os donativos foram entregues para as crianças de uma escola muni-cipal e também aos idosos atendidos pela Casa São Simeão.

bom jeSuS aldeIa - Campo Largo (PR) – Com o objetivo de contribuir para uma Páscoa mais fraterna e so-lidária para as crianças de creches e escolas municipais de Campo Largo (PR), a Unidade Aldeia realizou uma campanha com toda a comunidade escolar e os familiares dos alunos. A ação arrecadou caixas de bombons e os estudantes elaboraram cartões de felicitação pela data, que foram en-tregues nas instituições parceiras do Bom Jesus. Os participantes desta ini-ciativa puderam vivenciar as virtudes do amor e da solidariedade.

bom jeSuS CoRaçÃo de jeSuS - Florianópolis (SC) – Em comemora-ção à semana da Páscoa, compreendi-da como a festa da partilha, os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I e II praticaram a virtu-de da solidariedade por meio de ações beneficentes. Os estudantes confec-cionaram cestinhas de Páscoa para um grupo formado por 136 crianças

matriculadas no CEI Mont Serrat, 30 mulheres atendidas pelo Grupo de Idosas Maria Tereza (GEMTE) e várias outras crianças assistidas pelo projeto CEIVA.

bom jeSuS SaNto aNtÔNIo - Rolândia (PR) – No dia 1.º de abril, os alunos comemoraram a Páscoa e vivenciaram a virtude da humilda-de, por meio do gesto do lava-pés, e deram início ao projeto “Virtudes e Atitudes” por meio de uma cerimô-nia religiosa. As atividades desen-volvidas na Unidade contaram com a participação dos idosos atendidos pelo Lar Maanaim, que partilharam com os alunos o café da manhã e também momentos de reflexão e de troca de experiências.

bom jeSuS joaNa d´aRC - Rio Grande (RS) – A comunidade esco-lar decidiu fazer um encontro para celebrar este período de união, fé e de renovação. Um café especial marcou a confraternização de Páscoa dos pro-fessores e dos colaboradores na Uni-dade. Os alunos também receberam presentes com chocolates e cartões de Páscoa do Bom Jesus.

bom jeSuS SÃo vICeNte - Araucá-ria (PR) – Com o objetivo de aplicar as virtudes em verdadeiras atitudes e refletir sobre o sentido da Páscoa, os alunos dos 3.º e 4.º anos do Ensi-no Fundamental mobilizaram toda a comunidade escolar na campanha Páscoa Solidária. As turmas arreca-daram mais de cinco mil bombons, que foram doados para cerca de 350 crianças das comunidades Iguatemi, Monalisa e Tropical, em Araucária (PR). A Semana Santa foi celebrada, ainda, com uma mensagem fraterna da Sra. Leonor K. Gavaleta e do pro-fessor Orivaldo José Augusto – fun-cionários que trabalham há mais tem-po na Unidade.

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• As 05 fraternida-des, situadas em 03 cidades (Lu-anda, Malange e Quibala) possuem boas residências e, principalmente,

um bom espaço físico. • No jardim da fraternidade de Via-

na (Luanda) estão representados, em cimento, animais típicos, como leões, elefantes, girafas e, até, uma palanca, símbolo de Angola. Os muros e as paredes da casa são or-nados com belos desenhos da cul-tura angolana.

• Em Palanka, sede da FIMDA, o famoso kimbo (= quintal) reúne, todas as quintas-feiras, 2 a 3 mil fiéis que se concentram, desde as 09h00, para suas rezas, e termina com a Missa, em torno das 13h00. Uma empresa contratada está construindo a residência dos filó-sofos, facilitando, assim, o acesso à Faculdade. O prazo de entrega é de 06 meses.

• Em Malange, o Seminário está com

63 seminaristas e 07 alunos exter-nos. Os Freis da paróquia colabo-ram como professores. Já chegou o carro novo, uma Toyota LandCrui-zer, doada pela entidade Niva (Áustria) e católicos da Bélgica. No último Capítulo Local, decidi-mos fazer a Lectio Divina, todas as sextas-feiras, à noite.

• Em Quibala, os 07 postulantes se aprimoram na sua formação que lhes é específica. Os freis atendem, também, a paróquia e incentivam a produção agrícola, a criação de aves e suínos, como forma de auto sus-tento.

• Depois de uma temporada de chu-vas constantes, desde a segunda quinzena de abril, entramos no ci-clo de estiagem que se prolongará até setembro.Em sequência ao que foi escrito nas notícias anteriores, convém di-zer o seguinte:

• O sistema político angolano é o presidencialismo e as eleições se realizam a cada cinco anos. O atual presidente, José Eduardo dos San-tos, está no poder desde 1979 (36 anos); venceu todas as eleições. É

ele que indica os governadores das 18 Províncias (= Estados) e seus ministros, e tem participação di-reta nas empresas que se instalam no país.

• O custo de vida é alto por causa das importações. O desemprego é grande, e somente os funcioná-rios públicos se aposentam. Os demais, inclusive, os idosos, não gozam deste benefício. Estes, ainda traumatizados com a guerra, nem sabem sua idade. Sou testemunha disso nas visitas que faço.

Nas ruas, o movimento de pesso-as é intenso; todos procuram vender seus produtos, material de limpeza, sapatos, roupas, cartão telefônico e outros. O que mais se vê, porém, são as mamás (=mães) que, com suas nzungelas (=bacias) na cabeça, ofe-recem alimentos. Ficam contentes e risonhas quando alguém compra. É o seu pequeno soldo diário.

Segundo estatísticas da ONU (2013), Angola é um dos países mais pobres do mundo, e a instituição Transparência Internacional o apon-ta como um dos mais corruptos.

NotíCIaS de aNGolaFREI LUIZ IAKOVACZ

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2002

Janeiro • Frei Manuel Mendes, 4º frade angolano. Ele fez sua profissão temporária em Rodeio, no dia 5 de janeiro, e regressou para Angola no dia 13, juntamente com Frei Samuel Ferreira de Lima e Frei Pedro Caron.• Frei Atílio Abati envia notícia de que a Missão já conta com três casas de formação: Palanka--Luanda, Lusaka-Zâmbia e Viana.Férias de Frei Genildo Provin e Frei Dilson Gere-mia. A partir de abril, 12 missionários em solo angolano.• Campanha Missionária.abril • Frei Atílio Abati faz um resumo, a partir de 1975, sobre a guerra no país e a esperança de paz. maio • Ordenação e Primícias de Frei José Antônio dos Santos, dia 14 de abril/2002, na Paróquia São Lucas, em Luanda.• Assembleia Anual da FIMDA, de 9 a 12 de abril em Luanda.Junho • Retorno de Frei Ângelo Vanazzi ao Brasil em maio para tratamento de saúde.

Celebração do domingo de Ramos na comunidade de Kangandala, uma das maiores da Diocese, que tem 97 comunidades, algumas a mais de 100 km de distância. Quem coordena a Paróquia são as Irmãs de São José (Angelina). Nós, os frades da Paró-quia de Katepa, só fazemos a assistência religiosa. Até o final deste mês é o período de chuvas e as estradas ficam intransitáveis.

CRoNoloGIa da mISSÃo em aNGola (vI)• Férias de Frei Mário Stein, guardião da casa de formação e da Paróquia de Malange.• Frei Alexandre Magno espera visto de resi-dência.• Frei Evaristo Spengler, que trabalhava no in-terior de Malange, foi expulso por não ter con-seguido o visto definitivo. Problema também enfrentado por Frei Pedro. Julho • Partida de Frei Alexandre Magno em 29 de julho, após meses de espera, obteve o visto de permanência. agosto • Relato de visita a Angola do Ministro Provin-cial Frei Augusto Koenig e Frei Walter Hugo, de 29 de julho a 11 de agosto. novembro • Profissão em 4 de janeiro/2003 de cinco no-viços angolanos.dezembro• Ida a Angola de Frei Alex César Rodrigues e Frei Cláudio César Broca de Siqueira para está-gio de dois meses.• Retorno de Frei Simão Laginski a Angola em 10 de janeiro/2003 para substituir a Frei Ânge-lo Vanazzi.• Frei Hermenegildo retorna por motivos de saúde.

2003

abril • Frei Alex César Rodrigues e Frei Cláudio C. B. de Siqueira chegam no dia 21 de dezem-bro/2002 da experiência em Angola.maio • Frei Nelson Jaime Cristóvão (angolano), o pri-meiro frade formado em Filosofia depois de quatro anos de estudo em Zâmbia.Junho • Retorno a Angola de Frei Atílio Abati em com-panhia do Visitador Frei Antônio e do Defini-dor Frei Marcos Estevam de Melo. agosto • Visita de Frei Atílio, do Visitador Frei Antônio e Frei Marcos Estevam de Melo para a Assem-bleia anual. Algumas decisões tomadas: a Filo-sofia em Luanda com os salesianos; Teologia com os diocesanos, em Luanda. novembro • Confrades colombianos na Missão em An-gola. São eles: Frei Jorge Frey Gómez Cas-taño, Frei José Urley Lopes Buitrago e Frei Edinson Montoya Mesa, da Província de San Pablo da Colômbia, que chegaram em 23 de outubro. dezembro •1º Estágio vocacional da FIMDA: de 01 a 09 de dezembro, com a participação de quatorze jo-vens de cinco estados do País.

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| Comunicações | Maio 2015 |286

o dia 15 de abril, após a celebração da Eucaris-tia, na capela da Frater-

nidade Imaculada Conceição, Frei Fidêncio, às 9h00, já na sala do Definitório Provincial, acolhendo os Definidores, os convidou a rezar a invocação ao Espírito Santo, pedindo suas luzes, e também a pedir a proteção de Nossa Senhora, pela oração da Ave-Maria. O próprio Frei Fidêncio foi o moderador das sessões do Definitório, cujos assuntos tratados são, em parte, os que seguem abaixo. 1) o Capítulo pRovINCIal 2016

– INSCRIçõeS e eleIçõeS

Os Definidores tomaram ciência da sondagem feita nos Regionais quanto à disposição dos frades – não convocados por dever de ofício -, em par-ticipar do próximo Capítulo Provincial. Leram também os artigos dos Estatutos da Pro-víncia referentes ao processo de eleição do ministro pro-vincial e de indicação de no-mes para o serviço de vigário provincial e definidor. Após o Capítulo Geral da Ordem, em junho próximo, serão ini-ciados os encaminhamentos devidos.

2) 1ª ReuNIÃo da ComISSÃo pRepaRatÓRIa do Capítulo pRovINCIal 2016 – apReCIaçÃo da ata

Os Definidores apreciaram a ata da 1ª reunião da comis-são preparatória do Capítulo, publicada nas Comunicações de abril. Comentaram que o tema escolhido: “Evangeli-zar como irmãos e menores” coloca a Província em sinto-nia com o Capítulo Geral da Ordem, e, ao mesmo tempo, enfatiza a necessidade, urgên-cia e tarefa da evangelização na Província, e possibilita, assim, ampliar a reflexão. Foi elogiada a reunião, com uma comissão mais “enxuta”, que, envolvida em várias frentes da Província, soube logo vis-lumbrar o que se celebrar e refletir no processo de prepa-ração e na própria realização do Capítulo.

3) ReuNIÃo doS GuaRdIÃeS, CooRdeNadoReS e pÁRoCoS - pRoGRamaçÃo

O Definitório debruçou-se sobre a programação da reu-nião dos guardiães, coor-denadores e párocos, que acontecerá em Rondinha, de

27 a 30 de abril. O assunto principal será moderado pelo Secretariado para a Evange-lização, conforme divulgado anteriormente, mas não falta-rão a abordagem das questões econômicas e administrativas da Província, e a assembleia da entidade, como de praxe, prevista nos estatutos civis. Na noite do dia 28, no horá-rio de trabalhos em grupos, haverá a reunião do Conselho Gestor das Entidades da Pro-víncia, da qual tomarão par-te os Definidores. Também a preparação da liturgia do en-contro constou na pauta.

4) 10ª aSSembleIa doS fRadeS eStudaNteS de fIloSofIa e teoloGIa - pRepaRaçÃo

Os Definidores avaliaram a proposta de programação para a 10ª Assembleia dos Frades Estudantes da Provín-cia, de julho próximo, feita por grupo de frades represen-tantes, que se reuniu na Sede Provincial, em São Paulo, no sábado, dia 11. Os Definido-res levantaram várias pon-derações que Frei Fidêncio, proximamente, exporá aos próprios frades representan-tes e também aos formadores.

São Paulo, 15 e 16 de abril de 2015

Notícias DoDefiNitório ProviNcial

Definitório

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5) eNCoNtRo doS IRmÃoS leIGoS da pRovíNCIa - avalIaçÃo

Os Definidores analisaram a avaliação positiva que foi fei-ta sobre o Encontro dos Ir-mãos Leigos da Província, realizado em Agudos, de 13 a 15 de março. O Encontro não aconte-cia mais desde 2009. Notícia sobre ele foi publicada nas Co-municações de abril. A proposta é de que o encontro aconte-ça de dois em dois anos, no ano subse-quente ao do encon-tro em nível de CFMB.

6) eNCoNtRo NaCIoNal doS IRmÃoS leIGoS ofm, ofmCap, ofmCoNv e toR - pRoGRamaçÃo

Os Definidores apreciaram a programação preparada para o Encontro Nacional dos Ir-mãos Leigos OFM, OFMCap, OFMConv e TOR, marcado para 4 a 7 de setembro deste ano, em Agudos. Comissão composta por 5 irmãos de di-ferentes obediências reuniu-se na Sede Provincial, nos dias 24 e 25 de março, para definir os encaminhamentos para o encontro, cujo tema será: “A dimensão laical do frade franciscano: história, espiritualidade e perspecti-vas”. Frei Sandro Roberto da Costa será um dos assessores. Por e-mail, foram enviados para cada irmão leigo: a car-ta-convite, a ficha de inscri-ção e a programação detalha-da do encontro. As inscrições devem ser feitas até o dia 30

Definitório

de abril. Pedimos aos irmãos leigos da Província que façam, o quanto antes, sua inscrição através do e-mail: [email protected]

7) pRojeto fRateRNo de vIda e mISSÃo – RevISÃo

Várias fraternidades já refi-zeram seu Projeto Fraterno de Vida e Missão, e o envia-ram ao Definitório Provin-cial, que, por sua vez, dedicou tempo para análise. Será im-portante o Visitador Geral ter em mãos os Projetos, inclusi-ve para uma avaliação da vida das fraternidades.

8) CoNtRIbuIçõeS paRa o Capítulo GeRal – bem-vINdaS

Os Regionais e as próprias fraternidades que já desen-volveram reflexão a partir do Instrumentum Laboris do Ca-pítulo Geral queiram encami-nhar as contribuições a Frei Fidêncio, pois elas certamen-te ajudarão nas discussões durante o próprio Capítulo.

9) oRdeNaçõeS - apRovaçÃo

Lidos os pareceres diversos, in-clusive das comunidades ecle-siais, foi aprovado para a orde-

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| Comunicações | Maio 2015 |288

nação diaconal Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira; e Frei Sérgio Silas Damasceno foi aprovado para a ordenação presbiteral.

10) fReI olavo SeIfeRt - tRatameNto

Devido a seu estado de saúde fra-gilizado, Frei Olavo foi encami-nhado para a Fraternidade São Francisco, de Bragança Paulista, para tratamento.

11) fReI CId tadeu paSSoS – tRaNSfeRÊNCIa

Frei Cid foi transferido da Fra-ternidade Bom Jesus dos Aflitos, de Sorocaba, para a Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Angelina, como vigário paro-quial. Foi cancelada, assim, sua transferência para Curitibanos, de 26 de fevereiro de 2015;

12) NomeaçõeS

1) Frei Paulo Cesar Ferreira da Silva – assistente espiritual da Jufra – Convento da Penha, de Vila Velha;

2) Pe. José Batista da Rosa – as-sistente espiritual da Fraterni-dade OFS São Francisco das Chagas, de Campos do Jordão;

13) fImda – aSSuNtoS do CoNSelHo

Os Definidores apreciaram o re-latório da reunião do conselho da FIMDA, realizada no dia 9 de abril, no qual se destacam: 1) Necessidade de mais frades

missionários, inclusive consi-derando o fato de Frei Miguel da Cruz estar em tratamento em São Paulo;

2) Remanejamentos: Frei Lau-

rindo Lauro foi prestar ajuda no Seminário de Malange; e Frei Manuel Tchincocolo Ra-mos foi para a Fraternidade de Quibala. Frei Marco Antônio dos Santos será seu mestre.

3) A positiva ida de seis frades estudantes para a Fraternida-de de Palanka, Luanda: há me-nos gastos com combustível e passagens, mais tempo para o estudo e a vida fraterna se tor-na mais intensa.

4) Preparativos para os 25 anos da presença dos frades na mis-são de Angola: arrumações no Kimbo São Francisco.

5) Necessidade de troca de carros.

14) vIaGeNS paRa aNGola

Em vista da celebração do Jubileu de 25 anos da FIMDA, da visita às fraternidades, de encontros de formação permanente, e da cole-ta de material para reportagens e exposição a ser feita na Província, irão para Angola:De 20 de julho a 4 de agosto: Frei Estêvão Ottenbreit, Frei Gustavo Medella, Frei Germano Guesser e Frei Evandro Balestrin.De 20 a 30 de setembro: Frei Fi-dêncio, Frei João Batista Cajen-jenga (que fará a profissão solene na Ordem), Frei João Mannes, Frei José Francisco e Frei Plínio Gande da Silva.

15) expoSIçÃo SobRe a mISSÃo de aNGola

Frei Estêvão, Frei Alvaci, Frei Gus-tavo Medella e Moacir Beggo reu-nir-se-ão no dia 22 de abril para viabilizar uma exposição come-morativa dos 25 anos da Missão de Angola, com imagens e textos, que poderá “perambular” pelas fraternidades da Província. A ex-

posição integrará a divulgação do carisma franciscano, a dimensão vocacional e o caráter missionário.

16) SefRaS – obteNçÃo do CebaS

Desde o Capítulo Provincial de 2009, quando foi consti-tuído com uma nova man-tenedora, o Sefras vem ob-tendo certificações públicas importantes nas três esferas: municipal, estadual e fede-ral. Expedida em 1º de abril, a mais recente é o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas), cuja solicitação havia sido protocolada em Brasília em 2012. O fato traz benefícios financeiros, como a isenção de impostos, principalmente da cota patronal. A obtenção desta certificação foi come-morada como mais um passo decisivo no processo de regu-larização e consolidação do Sefras no meio público.

17) eGReSSoS

1) João Pedro Inácio Silva de Almeida: em 9 de março de 2015, estudante do 3º ano de Filosofia, em Rondinha;

2) Anacleto Morais Francisco Ndala: noviço, no dia 5 de março.

3) Enéas Marcelo Prestes de Oli-veira: enviou à secretaria certi-dão de casamento, que o faz de-mitido da Ordem “ipso facto”.

18) fReI CléSIo t. WIGGeRS – laICIzaçÃo

Em carta de 30 de março, Frei Clésio pede para deixar a Or-dem e também pede dispensa

Definitório

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das obrigações decorrentes da ordenação presbiteral. Ele era membro da Fraternidade de Pato Branco, e trabalhava na Fundação Celinauta.

19) fReI ClovIS paSINato - lICeNça

Frei Clovis, professo solene do 3º ano de Teologia, pediu e recebeu licença para morar fora da Fraternidade Provin-cial por um ano.

20) fReI floRIval maRIaNo de toledo – CuRSo de INGlÊS

Frei Florival recebeu licença para fazer curso de língua inglesa nos Estados Unidos, por um mês, em julho próximo. Ele ficará hospe-dado na casa de estudos dos fra-des da Província do Santíssimo Nome, em Silver Spring.

21) fReI tadeu luIz feRNaNdeS – eNCoNtRo Com oS defINIdoReS

Na manhã do dia 15, Frei Ta-deu se fez presente em uma das sessões do Definitório para con-versar sobre como tem sido sua readaptação à vida na Província, considerando que ele esteve li-berado por muito tempo para a pastoral junto aos nômades. Ele sente-se acolhido e mostra-se contente com a vida na fraterni-dade de Nilópolis-Aparecida.

22) uSf – ReItoR e CampuS de SÃo paulo

Na tarde do dia 15, Frei Raimun-do Castro encontrou-se com os Definidores para tratar da mu-dança de reitor da USF, ocorrida no dia 18 de março. Interinamen-

te, assumiu a reitoria o Prof. Joel Alves de Souza Júnior, que era o vice-reitor. Frei Raimundo tam-bém expôs a situação deficitária do campus de São Paulo, da Fre-guesia do Ó – no contexto supe-ravitário da USF como um todo -, assunto que será abordado na reunião do Conselho Fiscal da Casa Nossa Senhora da Paz.

23) fuNdaçÃo CelINauta – eNCoNtRo Com fReI NeuRI

Transferido para Pato Branco no último Definitório, Frei Neuri Rei-nisch fez-se presente na reunião do Definitório, na manhã do dia 16, para, primeiramente, conver-sar sobre como tem sido a convi-vência na fraternidade e os inícios de seu trabalho junto à Fundação Celinauta de Comunicação. Num segundo momento, participaram do encontro os advogados Clau-demir Santos, pela Fundação Ce-linauta, e Luana Giosa, pela sede da Província, para esclarecimen-tos jurídicos sobre a nomeação de nova diretoria e revisão estatutária da Fundação, cujo presidente no-meado é Frei Neuri.

24) RefoRmaS e ReadaptaçõeS - apRovaçÃo

O Definitório deu sinal verde para: 1) Ampliação da lanchonete e

construção de banheiro públi-co no Santuário da Penha, em Vila Velha;

2) Readequação dos espaços do Convento São Francisco, em São Paulo, conforme orienta-ções de comissões constituídas nos últimos anos, e mesmo da fraternidade local, segundo as quais, entre outras coisas, o 2º andar todo (no nível da

igreja e atual refeitório) seria destinado a uso da paróquia e santuário, o 3º e o 4º andares ficariam liberados para en-contros (em vista de receita), o 4º e o 5º andares seriam des-tinados ao uso da fraternidade local, e o local do antigo cine-ma (grande salão) continuaria destinado ao serviço social.

3) Estudos para readequação dos espaços do Convento do Pari, cujo andar térreo, a princípio, seria reservado para a paróquia, e o 1º andar, para as dependên-cias da fraternidade local.

25) aGeNda 2015 - aCRéSCImoS

Confira na última página destas Comunicações.

26) autoRIzaçõeS de vIaGem

Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exte-rior: Frei Djalmo Fuck e Frei Ta-deu Luiz Fernandes.

eNCeRRameNto

Às 18h30 do dia 16 de abril, Frei Fidêncio, encerrando a última sessão do Definitório, convidou os confrades a rezar uma Ave-Maria, pedindo a intercessão da Mãe para a vida, o trabalho e a missão dos confrades. Frei Fi-dêncio também agradeceu pela disponibilidade e cuidado que os Definidores têm para com as fraternidades e os Regionais, por eles acompanhados mais de per-to. E, por fim, invocou a bênção de Deus sobre todos, com as pa-lavras que São Francisco costu-mava usar.

Frei Walter de Carvalho JúniorSecretário

Definitório

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Notícias e informações

RETIROS PROVINCIAIS 2015 - INSCRIÇÃO Caros confrades, Paz e Bem! Neste ano, dedicado à reflexão e à renovação da Vida Consagrada e, ao mesmo tempo, também para a nossa Fraternidade Provincial, o ano de Visita Canônica e preparação para o nosso Capítulo Provincial, oferecemos aos irmãos três retiros especialmente programados:

1) 22 a 26 de junho, no Rio de Janeiro, Convento Santo Antônio; (chegada até a noite do dia 22, e término no almoço do dia 26)Orientador: Frei Neylor Tonin 2) 13 a 17 de julho, em Rondinha, Convento S. Boaventura; (chegada até a noite do dia 13, e término no almoço do dia 17)Orientador: Frei João Mannes 3) 26 a 30 de outubro, em Agudos, Seminário Santo Antônio; (chegada até a noite do dia 26, e término no almoço no dia 30)Orientador: Frei Vitório Mazzuco

O retiro que se realizará no convento Santo Antônio, no Rio de Janeiro, terá vagas limitadas (20), que serão preenchidas na ordem da chegada das inscrições.

As inscrições deverão ser feitas até o dia 15 de maio, através do e-mail do Frei Walter, secretário:[email protected] Pedimos aos guardiães e coordenadores das Fraternidades que abordem o assun-to dos retiros em Capítulo Local, e tenham o cuidado de informar as possibilida-des, datas e locais aos confrades que não fazem uso de e-mail, e, por estes, façam a inscrição. Com abraço fraterno,

Frei Estêvão Ottenbreit, OFMVig. Provincial e Moderador da Formação Permanente

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Notícias e informações

NOVOS TELEFONES1) Paróquia e Fraternidade Santo Antônio do Pari têm novos telefones: (11) 3459-1434 e 3459-1436.2) Paróquia e Residência de Gaspar: (47) 99513036 e (47) 3332-0642

ERRATADiferentemente do que foi noticiado no texto do Regional do Vale do Paraíba, Frei Sérgio Silas Damasceno será ordenado presbítero e não diácono.

DEPARTAMENTO DOS BENS CULTURAIS - FREI RÓGER BRUNORIOE-mail: [email protected].: (21) 99631 6487

da SeCRetaRIa pRovINCIalA Fraternidade

Franciscana Secular Santo Antônio, de Duque de Caxias (RJ), realizou no fi-nal de semana (21 e 22/3) o seu Capítu-lo Eletivo, onde foi eleito o novo Con-selho que irá guiar e animar a frater-nidade no triênio

“A espiritulidade do franciscano secular - exemplo e proposta de Fran-cisco de Assis”

“A espiritualidade do francisca-no secular” atualiza, reformula e funde num só volume dois livros de autoria de Frei Alberto Beckhäuser sobre a espiritualidade dos francis-canos seculares, ou “Irmãos e Irmãs da Penitência” como eram chama-dos no tempo de São Francisco de Assis: Meu Deus e meu Tudo! Men-sagem de São Francisco de Assis aos Fiéis Penitentes e Comentário Espiritual à Regra da Ordem Fran-ciscana Secular.

“Entendemos que tal espiritua-lidade vale também para os cristãos em geral, sobretudo agora que o Papa tomou o nome de Francisco, o pobre-zinho de Deus”, explica Frei Alberto na introdução desta nova edição.

Segundo o professor do ITF, o objetivo deste tratado sobre a Regra da Ordem Franciscana Secular é ofe-recer meios “aos irmãos e irmãs da penitência para que possam dar uma resposta eficaz a essa veemente exor-tação do Papa João Paulo II”, abaixo reproduzida:

“Estudai, amai, vivei a Regra da Ordem Franciscana Secular apro-vada para vós pelo meu predecessor Paulo VI. Ela é um autêntico tesouro nas vossas mãos, sintonizada no es-pírito do Concílio Vaticano II e cor-respondente ao que a Igreja espera de vós. Amai, estudai e vivei esta nova Regra, porque os valores nela conti-dos são eminentemente evangélicos”.

“Ficarei satisfeito se ‘A espiritua-lidade do franciscano secular’ con-duzir sempre de novo ao estudo da Regra da OFS. Por sua vez, ela de-verá conduzir às biografias e escritos

ofS de duQue de CaxIaS tem Novo CoNSelHo eleIto

O novo Conselho ficou assim formado: Aline Milani Romeiro Pe-reira (ministra), Isabel Galdino da Silva (vice-ministra), Vilma Marcos Peixoto (secretária), Maria Magda Guimarães de Farias (tesoureira) e Maria Aparecida Carvalho dos San-tos (formadora).

2015-2018.A eleição foi presidida por Arion

Silva, Ministro do Regional Sudeste 2, vinculado à Ordem Franciscana Secular (OFS), e por Frei Francisco Antônio da Silva, OFMConv, um dos assistentes espirituais do Regio-nal Sudeste 2.

Novo lIvRo de fReI albeRto

de São Francisco. Estes devem levar ao estudo e meditação dos evange-lhos, que, por sua vez, conduzem ao principal: o seguimento de Cristo à maneira de São Francisco de Assis e conforme sua proposta”, deseja Frei Alberto.

O livro é uma publicação da Edi-tora Vozes.

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AGENDA 2015Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados

2016janeiro 05 Primeira Profissão dos Noviços (Rodeio)14 a 17 Missões de Férias da Juventude (Chopinzinho)15 Vestição dos Noviços (Rodeio)18 a 26 Capítulo Provincial

Maio16 a 20 Reunião da UCLAF (Cochabamba, Bolívia)

julho JMJ (Itália e Polônia)

Maio 02 Profissão Solene de Frei Rafael Teixeira (São Gonçalo – RJ) 04 Reunião dos Mestres da Formação04 e 05 Encontro do Regional do Leste Catarinense (Angelina)05 e 06 Conselho de Formação e Estudos (S. Paulo - S. Francisco)10 a 07/06 Capítulo Geral (Assis)11 e 12 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)18 Encontro do Regional de Pato Branco18 Encontro do Regional Rio-Baixada (Convento Santo Antônio

- RJ)21 e 22 Reunião do Conselho Gestor das Entidades da Província (Sede

Provincial)30 Encontro do Regional da Baixada e Serra Fluminense

(Imbariê)

junho 01 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú)02 Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Guaratinguetá -

Fazenda Esperança)12 a 14 Encontro Vocacional (Petrópolis)15 Encontro do Regional de São Paulo (S. Paulo - S. Francisco)16 a 18 Reunião do Definitório Provincial19 a 21 Encontro Vocacional (Ituporanga)22 Encontro do Regional do Espírito Santo (Colatina)22 Encontro do Regional de Curitiba (Aldeia)22 a 26 Assembleia do SIFEM (Bacabal)22 a 26 Retiro Provincial (Rio de Janeiro)26 a 28 Encontro Vocacional (Guaratinguetá)28 a 02/07 Congresso da Comissão Educativa da CFMB (Curitiba, FAE)29 Encontro do Regional de Agudos (Agudos)29 a 11 2ª etapa do curso de formadores -

SERFE - CFMB (Petrópolis)

julho 04 e 05 Ordenação e 1ª Missa de Frei Sérgio Silas (São Bernardo do

Campo) 09 a 12 Encontro Nacional de Jovens da CFMB (Anápolis – GO) 13 e 14 Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial13 a 17 Retiro Provincial (Rondinha)

agosto 06 a 09 Assembleia Ordinária da FFB (São Paulo)09 a 12 Encontro Nacional de Jovens da CFMB (Anápolis, GO)17 a 21 Retiro e reunião do Definitório Provincial24 a 28 Encontro dos Ecônomos da CFMB, (São Luís , MA)31 Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São Sebastião)31 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar)31 a 01 Encontro do Regional do Contestado

seteMbro01 a 04 Assembleia da CFMB (Manaus, AM)04 e 05 Encontro do Regional da Baixada e Serra Fluminense

(Petrópolis - São Francisco)04 a 09 Encontro dos Irmãos Leigos OFM, OFMCap e OFMConv (Agudos)5 a 7 Retiro para lideranças Jovens de SC (Rodeio)07 e 08 Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial14 Reunião dos Mestres da Formação

14 Encontro do Regional de Pato Branco14 Encontro do Regional Rio-Baixada (São João de Meriti)14 Encontro do Regional de São Paulo (Amparo)14 e 15 Encontro do Regional do Leste Catarinense (S. Amaro da

Imperatriz)15 e 16 Conselho de Formação e Estudos (Petrópolis)19 Profissão Solene (Petrópolis)21 Encontro do Regional de Curitiba (S. Boaventura)21 Encontro do Regional de Agudos (Sorocaba - S. Antônio)26 e 27 Ordenação Presbiteral de Frei Douglas Machado (São José – SC) 27 Celebração dos 25 anos da Missão de Angola28 Encontro do Regional do Espírito Santo (Vila Velha)

outubro20 a 22 Reunião do Definitório Provincial26 a 30 Curso de Franciscanismo (Rondinha)26 a 30 Retiro Provincial (Agudos)30/10 a 2/11 Estágio Vocacional (Guaratinguetá)30/10 a 2/11 Estágio Vocacional (Ituporanga)

noveMbro09 a 11 Encontro Provincial da Frente de Comunicação da

Evangelização (Rondinha (PR)10 Encontro do Regional do Vale do Paraíba - local a definir16 Encontro do Regional do Espírito Santo - recreativo - local a definir18 e 19 Encontro do Regional de Pato Branco (Recreativo)20 Encontro do Regional da Baixada e Serra Fluminense20 a 22 Retiro para lideranças Jovens do RJ e ES (Rio de Janeiro) 23 Encontro do Regional de São Paulo (Bragança Paulista)23 Encontro do Regional Rio-Baixada - Recreativo - local a

definir23 e 24 Encontro do Regional do Leste Catarinense - Recreativo

(Florianópolis)26 e 27 Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial30 Encontro do Regional de Agudos - Recreativo - 50 anos de

vida religiosa de Dom Caetano (Bauru)30 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Blumenau)31 a 01 Encontro do Regional do Contestado

DezeMbro07 Encontro do Regional de Curitiba - Recreativo (Caiobá)07 a 08 Jubileus;14 a 17 Reunião do Definitório Provincial