Ruy Mesquita, obituário Estadão, H9

1
H10 Especial QUARTA-FEIRA, 22 DE MAIO DE 2013 O ESTADO DE S. PAULO 2003 Ruy Mesquita passa a diretor de Opinião do Estado. 25/11/2003 Estado é apontado o veículo mais admirado do País, segundo pesquisa da Troiano Consultoria de Marca para o jornal Meio & Mensagem. 17/10/2004 Reforma gráfica do Estado e lançamento de novos cadernos, incluindo o Aliás. 31/7/2009 o Estado é impedido por decisão judicial de publicar reportagens sobre a Operação Boi Barrica; censura prévia vigora até hoje. 14/3/2010 Estado e portal estadao.com.br passam por redesenho. 27/3/2011 Entra no ar a rádio Estadão/ ESPN, com notícias 24 horas por dia nas frequências FM 92,9 FM e AM 700. A nova Eldorado Brasil 3000 passa a transmitir música e notícias em FM 107,3. 31/10/2012 O JT sai de circulação. 5/12/2012 Pela oitava vez em 11 anos o Estado é eleito o jornal mais admirado segundo a pesquisa do “Meio & Mensagem”. 1/1/2013 Desfaz-se a parceria, e a rádio Estadão/ESPN passa a chamar-se Rádio Estadão. Abril/2013 Estado estreia nova configuração de cadernos, mais organizados nos dias úteis e ampliados nos domingos, lança o novo Estadão Móvel e é o primeiro jornal brasileiro nas TVs conectadas. Artigo A liberdade, antes de tudo A lbert Camus acreditavano jor- nalismo como trincheira de combate político, não apenas uma correia de transmissão de notí- cias, muito embora esta também seja uma função nobre e importante para a vida numa sociedade democrática. Não foi à toa que ele participou da equipe de uma publicação que se tor- nou um ponto de referência da resis- tência francesa à invasão nazista, Combat. O grande escritor franco-argelino, justamente galardoado com o Prê- mio Nobel de Literatura, não viveu o suficiente para ver como a era da co- municação de massas, que reina so- bre a sociedade da informação, tem atrofiado,cada vez mais,o papel com- batente da imprensa, dando mais re- levo à natureza meramente noticio- sa dos jornais. Neste panorama, comum em todo o planeta, o Brasil não é exceção à regra. Mas o jornal O Estado de S. Paulo é, sim, e se orgulha de sê-lo. Embora nunca tenha deixado de la- do a obrigação social precípua denar- rar os fatos do dia a seus leitores fiéis, este diário sempre se manteve, ele também, fiel a sua característica, ad- quiridadesde afundação, de arma po- lítica na luta pelo aperfeiçoamento das instituições democráticas. Fun- dado por abolicionistas e republica- nos, desde seus tempos iniciais, quando ainda tinha no cabeçalho o título A Província de São Paulo, ele nunca abandonou a trincheira da guerra, sempre nobre, mas muitas ve- zes inglória,pelos princípios democráti- cos,que se baseiam no primado da liber- dade de agir, empreender, trabalhar, se reunir e se manifestar. Essa diferença de um jornal, entendi- do como arma política, e não apenas di- vulgador de notícias, estabelecida pelo grupo de fundadores, combatentes re- publicanos em pleno 2˚ Império, foi en- tendida em toda sua extensão por meu avô, Julio Mesquita, e seus descenden- tes, que participaramdo contexto histó- rico nacional. O Estado, muito mais do que um re- gistro fiel dos fatos históricos, sempre se orgulhou de ser um ator, muitas ve- zes até protagonista, da História, por mais sacrifícios pessoais ou patrimo- niais que esse papel pudesse implicar. O velho Julio Mesquita foi o primeiro a sofrer sacrifício pessoal, pois, em sua luta contra a frustração dos ideais repu- blicanos na 1.ª República, acabou apoiando os movimentos revolucioná- rios da década dos 20, o que lhe custou, em 1924, uma temporada nas prisões de Artur Bernardes. Em nome dos ideais liberais a que sempre foi rigorosamente leal, meu pai, Julio de Mesquita Filho, amargou o exí- lio em 1932, depois da derrota militar da Revolução Paulista, aliás planejada na redação de O Estado de S. Paulo. Vol- touaoexílioem1938,apósterfrequenta- do várias vezes as prisões do Estado No- vo fascista, instalado pelo golpe de no- vembro de 1937, por se recusar a silen- ciar diante da explícita traição dos ideais da Revolução de 30 por seu usur- pador Getúlio Vargas. Por causa disso, o jornalfoifechadoeviveuumhiatoadmi- nistrado por esbirros do Estado Novo. A fidelidade aos mesmos ideais levou meupai a apoiar a conspiração política e militar, chegando até a dela participar, para enfrentar a ofensiva do governo de João Goulart contra as instituições de- mocráticas. Essa ofensiva culminou com o projeto de instalação de uma “re- pública sindical” no País, anunciada no famoso discurso de Goulart no comício da Central do Brasil, em março de 1964. No entanto, não demorou muito após os militares terem assumido o po- der, e logo ele se convencia de que o movimento contrarrevolucionário se desviava de seu objetivo inicial, que era o de preservar as instituições democrá- ticas. Já por ocasião da promulgação do Ato Institucional n.˚ 3, Julio de Mesqui- ta Filho colocou o jornal em franca opo- sição ao governo Castello Branco e ao regime. O resto é História. Que, aliás, está muito bem contada nessa exposição: a progressiva radicalização, tanto dos opositores do regime militar, à esquer- da, quanto da linha dura militar, que os reprimiu. Essa exposição tem a virtude de resgatar a História do Brasil recente. Aqui estão registrados os fatos de 1968, que terminaram provocando a reação brutal dos militares da linha-dura. Es- tes impuseram a violência institucio- nal. Para entender bem a época, é preci- soterpresenteofatodequeomovimen- toestudantil tinha reivindicações mate- riais em seu princípio e Edson Luís Sou- to, o estudante morto à bala num con- fronto com a repressão policial, nem se- quer tinha posições políticas bem defi- nidas. E deu no que deu: guerrilha, fe- chamento do Congresso, censura, etc. A promulgação do Ato Institucional n.˚ 5, em 13 de dezembro de 1968, mar- cou o fim da atividade jornalística de Julio de Mesquita Filho. Seu editorial daquele dia, “Instituições em franga- lhos”, escolhido para encerrar esta ex- posição, foi o último que escreveu. A edição em que o texto foi publicado foi apreendida pela polícia da ditadura, e até o fim do regime de censura da im- prensa, já no governo Geisel, aquele es- paço passou a ser ocupado por versos dos Lusíadas, poema fundador de nossa língua portuguesa, de autoria de Luís de Camões. Poucos dias após esse episódio, em janeiro de 1969, Julio de Mesquita Filho caiu doente e estou convencido de que o triunfo da linha-dura dos militares so- bre os ideais originais do movimento de 1964lhe produziutal amargurae frustra- ção que terminariam levando-o à mor- te. Quando morreu, a meu ver de des- gosto por isso, meu pai era um homem idoso, mas, em seus 77 anos, não sofria dos achaques naturais da velhice. Ao contrário, era um homem moço para sua idade avançada. Logo depois da decretação do AI-5, contudo, uma velha úlcera do duodeno, comaqualconviveuduranteavidaintei- ra sem hostilidade de parte a parte, res- surgiu com violência, levou-o ao leito e, seis meses depois disso, à morte, em ju- lho de 1969. Com o AI-5 e o controle do governo pela linha-dura, o regime pas- souasermaisviolentoeexplícitodoque já era. O Estado de S. Paulo, como era de se esperar, estava entre suas primei- ras vítimas – foi o único dos grandes jornais a ser censurado na redação, por se recusar a praticar a autocensu- ra, como também se recusou o sema- nário alternativo carioca O Pasquim. Em reconhecimento a isso, a Fede- raçãoInternacional deJornais conce- deu o Prêmio Pena de Ouro da Liber- dade de 1974 a meu irmão Julio de Mesquita Neto, que tinha assumido o lugar de nosso pai e passou a co- mandar o jornal após sua morte, em julho de 1969. Com o prêmio, a FIJ ressaltou a “corajosa e solitária luta que vem mantendo contra a censura à imprensa no Brasil”. O próprio regime militar, ao resol- ver partir para a abertura política, de- finida como uma distensão lenta, se- gura e gradual, reconheceu o papel histórico desempenhado pelo jor- nal. Pois o presidente Ernesto Geisel aproveitou a edição comemorativa do centenário da fundação do Esta- do, em 1975, para retirar a censura de nossa redação, anunciando, dessa forma, o fim da censura no País. Essa consciência de que o jornal tem de cumprir sua função social de contar a verdade para seus leitores, sem abrir mão de funcionar como ar- ma na luta política na defesa dos no- bres ideais da liberdade, continua a impregnara tinta que circula em nos- sas rotativas. A liberdade, antes de tudo, é o lema que corre no sangue de minha família, na luta para construir um Brasil melhor e mais justo para nossos filhos. ARTIGO PUBLICADO EM 24/4/1998, NO CADERNO ‘1968 - DO SONHO AO PESADELO’ 1925 2013 Ruy Mesquita ESTADÃO CONTEÚDO Missão. Ruy Mesquita e Julio de Mesquita Neto conferem edição do jornal: compromisso de contar a verdade sem abrir mão da luta pela defesa dos nobres ideais de liberdade RUY MESQUITA O ‘Estado’ sempre se orgulhou de ser um ator, muitas vezes até protagonista, da História

Transcript of Ruy Mesquita, obituário Estadão, H9

%HermesFileInfo:H-10:20130522:

H10 Especial QUARTA-FEIRA, 22 DE MAIO DE 2013 O ESTADO DE S. PAULO

2003Ruy Mesquita passa a diretorde Opinião do Estado.

25/11/2003Estado é apontado o veículomais admirado do País,segundo pesquisa daTroiano Consultoria deMarca para o jornal Meio &Mensagem.

17/10/2004Reforma gráfica do Estado elançamento de novoscadernos, incluindoo Aliás.

31/7/2009o Estado é impedido pordecisão judicial de publicarreportagens sobre aOperação Boi Barrica; censuraprévia vigora até hoje.

14/3/2010Estado e portal estadao.com.brpassam por redesenho.

27/3/2011Entra no ar a rádio Estadão/ESPN, com notícias 24 horaspor dia nas frequênciasFM 92,9 FM e AM 700.A nova Eldorado Brasil 3000passa a transmitir músicae notícias em FM 107,3.

31/10/2012O JT sai de circulação.

5/12/2012Pela oitava vez em 11 anos oEstado é eleito o jornal maisadmirado segundo a pesquisado “Meio & Mensagem”.

1/1/2013Desfaz-se a parceria,e a rádio Estadão/ESPN passa achamar-se Rádio Estadão.

Abril/2013Estado estreia novaconfiguração de cadernos,mais organizados nos diasúteis e ampliados nosdomingos, lança o novoEstadão Móvel e é o primeirojornal brasileiro nasTVs conectadas.

Artigo

A liberdade, antes de tudo

A lbertCamusacreditavanojor-nalismo como trincheira decombate político, não apenas

uma correia de transmissão de notí-cias, muito embora esta também sejauma função nobre e importante paraa vida numa sociedade democrática.Não foi à toa que ele participou daequipe de uma publicação que se tor-nou um ponto de referência da resis-tência francesa à invasão nazista,Combat.

O grande escritor franco-argelino,justamente galardoado com o Prê-mio Nobel de Literatura, não viveu osuficiente para ver como a era da co-municação de massas, que reina so-bre a sociedade da informação, tematrofiado,cadavezmais,opapel com-batente da imprensa, dando mais re-levo à natureza meramente noticio-sa dos jornais.

Neste panorama, comum em todoo planeta, o Brasil não é exceção àregra. Mas o jornal O Estado de S.Paulo é, sim, e se orgulha de sê-lo.Embora nunca tenha deixado de la-doa obrigação socialprecípua denar-rar os fatos do dia a seus leitores fiéis,este diário sempre se manteve, eletambém, fiel a sua característica, ad-quiridadesdeafundação,dearmapo-lítica na luta pelo aperfeiçoamentodas instituições democráticas. Fun-dado por abolicionistas e republica-nos, desde seus tempos iniciais,quando ainda tinha no cabeçalho otítulo A Província de São Paulo, elenunca abandonou a trincheira da

guerra, sempre nobre, mas muitas ve-zesinglória,pelos princípiosdemocráti-cos,quese baseiamno primado daliber-dade de agir, empreender, trabalhar, sereunir e se manifestar.

Essa diferença de um jornal, entendi-do como arma política, e não apenas di-vulgador de notícias, estabelecida pelogrupo de fundadores, combatentes re-publicanos em pleno 2˚ Império, foi en-tendida em toda sua extensão por meuavô, Julio Mesquita, e seus descenden-tes,que participaramdocontextohistó-rico nacional.

O Estado, muito mais do que um re-gistro fiel dos fatos históricos, semprese orgulhou de ser um ator, muitas ve-zes até protagonista, da História, pormais sacrifícios pessoais ou patrimo-niais que esse papel pudesse implicar.O velho Julio Mesquita foi o primeiro asofrer sacrifício pessoal, pois, em sualuta contra a frustração dos ideais repu-blicanos na 1.ª República, acabouapoiando os movimentos revolucioná-rios da década dos 20, o que lhe custou,em 1924, uma temporada nas prisões deArtur Bernardes.

Em nome dos ideais liberais a quesempre foi rigorosamente leal, meu pai,Julio de Mesquita Filho, amargou o exí-lio em 1932, depois da derrota militar daRevolução Paulista, aliás planejada naredação de O Estado de S. Paulo. Vol-touaoexílioem1938,após terfrequenta-dovárias vezesas prisões do Estado No-vo fascista, instalado pelo golpe de no-vembro de 1937, por se recusar a silen-ciar diante da explícita traição dosideais da Revolução de 30 por seu usur-pador Getúlio Vargas. Por causa disso, ojornalfoifechadoeviveuumhiatoadmi-nistrado por esbirros do Estado Novo.

A fidelidade aos mesmos ideais levoumeupai a apoiar a conspiraçãopolítica emilitar, chegando até a dela participar,para enfrentar a ofensiva do governo deJoão Goulart contra as instituições de-mocráticas. Essa ofensiva culminoucom o projeto de instalação de uma “re-pública sindical” no País, anunciada nofamoso discurso de Goulart no comícioda Central do Brasil, em março de 1964.

No entanto, não demorou muitoapós os militares terem assumido o po-der, e logo ele se convencia de que omovimento contrarrevolucionário sedesviava de seu objetivo inicial, que erao de preservar as instituições democrá-ticas. Já por ocasião da promulgação doAto Institucional n.˚ 3, Julio de Mesqui-ta Filho colocou o jornal em franca opo-sição ao governo Castello Branco e aoregime.

O resto é História. Que, aliás, estámuito bem contada nessa exposição: aprogressiva radicalização, tanto dosopositores do regime militar, à esquer-da, quanto da linha dura militar, que osreprimiu. Essa exposição tem a virtudede resgatar a História do Brasil recente.Aqui estão registrados os fatos de 1968,que terminaram provocando a reaçãobrutal dos militares da linha-dura. Es-tes impuseram a violência institucio-nal. Para entender bem a época, é preci-soterpresenteofato dequeomovimen-toestudantil tinhareivindicaçõesmate-riais em seu princípio e Edson Luís Sou-to, o estudante morto à bala num con-frontocom a repressão policial, nem se-quer tinha posições políticas bem defi-nidas. E deu no que deu: guerrilha, fe-chamento do Congresso, censura, etc.

A promulgação do Ato Institucionaln.˚ 5, em 13 de dezembro de 1968, mar-

cou o fim da atividade jornalística deJulio de Mesquita Filho. Seu editorialdaquele dia, “Instituições em franga-lhos”, escolhido para encerrar esta ex-posição, foi o último que escreveu. Aedição em que o texto foi publicado foiapreendida pela polícia da ditadura, eaté o fim do regime de censura da im-prensa, já no governo Geisel, aquele es-paço passou a ser ocupado por versosdos Lusíadas, poema fundador de nossalíngua portuguesa, de autoria de Luís deCamões.

Poucos dias após esse episódio, emjaneiro de 1969, Julio de Mesquita Filhocaiu doente e estou convencido de queo triunfo da linha-dura dos militares so-bre os ideais originais do movimento de1964lheproduziutalamargurae frustra-ção que terminariam levando-o à mor-te. Quando morreu, a meu ver de des-gosto por isso, meu pai era um homemidoso, mas, em seus 77 anos, não sofriados achaques naturais da velhice. Aocontrário, era um homem moço parasua idade avançada.

Logo depois da decretação do AI-5,contudo, uma velha úlcera do duodeno,comaqualconviveuduranteavidaintei-ra sem hostilidade de parte a parte, res-surgiu com violência, levou-o ao leito e,seis meses depois disso, à morte, em ju-lho de 1969. Com o AI-5 e o controle dogoverno pela linha-dura, o regime pas-soua sermaisviolentoe explícitodo quejá era. O Estado de S. Paulo, como erade se esperar, estava entre suas primei-

ras vítimas – foi o único dos grandesjornais a ser censurado na redação,por se recusar a praticar a autocensu-ra, como também se recusou o sema-nário alternativo carioca O Pasquim.

Emreconhecimento a isso, a Fede-raçãoInternacionaldeJornaisconce-deu o Prêmio Pena de Ouro da Liber-dade de 1974 a meu irmão Julio deMesquita Neto, que tinha assumidoo lugar de nosso pai e passou a co-mandar o jornal após sua morte, emjulho de 1969. Com o prêmio, a FIJressaltou a “corajosa e solitária lutaque vem mantendo contra a censuraà imprensa no Brasil”.

O próprio regime militar, ao resol-ver partirpara a abertura política, de-finida como uma distensão lenta, se-gura e gradual, reconheceu o papelhistórico desempenhado pelo jor-nal. Pois o presidente Ernesto Geiselaproveitou a edição comemorativado centenário da fundação do Esta-do, em 1975, para retirar a censurade nossa redação, anunciando, dessaforma, o fim da censura no País.

Essa consciência de que o jornaltem de cumprir sua função social decontar a verdade para seus leitores,sem abrir mão de funcionar como ar-ma na luta política na defesa dos no-bres ideais da liberdade, continua aimpregnara tinta que circulaem nos-sas rotativas. A liberdade, antes detudo, é o lema que corre no sangue deminha família, na luta para construirum Brasil melhor e mais justo paranossos filhos.

ARTIGO PUBLICADO EM 24/4/1998, NO

CADERNO ‘1968 - DO SONHO AO PESADELO’

1925 2013Ruy Mesquita

✝★

ESTADÃO CONTEÚDO

Missão. Ruy Mesquita e Julio de Mesquita Neto conferem edição do jornal: compromisso de contar a verdade sem abrir mão da luta pela defesa dos nobres ideais de liberdade

●✽RUY MESQUITA

O ‘Estado’ sempre se orgulhoude ser um ator, muitas vezesaté protagonista, da História