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Disciplina: RV EXPERIÊNCIA IMERSIVA PARA TREINO DE MOBILIDADE URBANA EM USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS Docentes: Profs. Roseli de Deus Lopes e Marcelo Zuffo Discentes: Adriana N. Klein e Arthur Barcellos Colaboradores: Yohan Takai, Rodrigo Suigh , Eduardo Zilles e Emerson Moretto 2015

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Disciplina: RV

“EXPERIÊNCIA IMERSIVA PARA TREINO

DE MOBILIDADE URBANA EM USUÁRIOS

DE CADEIRA DE RODAS ”

Docentes: Profs. Roseli de Deus Lopes e Marcelo Zuffo

Discentes: Adriana N. Klein e Arthur Barcellos

Colaboradores: Yohan Takai, Rodrigo Suigh , Eduardo Zilles e Emerson Moretto

2015

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• Segundo a OMS, no mundo existem 70 milhões de pessoas que precisam utilizar cadeira de rodas(CRs) para locomoção, no Brasil estima-se que existam 2 milhões de pessoas com essa mesma demanda. • Nos países em desenvolvimento esses usuários de CRs comumente apresentam dificuldades de locomoção independente na comunidade onde residem seja por falta de mobilidade urbana adequada, incluindo barreiras arquitetônicas, atitudinais, acessibilidade ineficiente de ruas e calçadas, transportes públicos sem acessibilidade entre outros fatores. • O sistema de transporte público para pessoas com deficiência (PcD) evoluiu significativamente no Brasil, pois de acordo com a lei federal aprovada em 2004, todos os ônibus de todas as linhas devem ser adaptados. As empresas de transporte tiveram 10 anos para se preparar, mas até 2014 não conseguiram atender as exigências da lei. • Em São Paulo, por exemplo, 75,8% da frota de ônibus da capital está adaptada e as PcD ainda encontram dificuldades de acesso, principalmente nas periferias, onde menos há menos investimentos.

Introdução- PcD

(ONU, 2014) (IBGE, 2014) (SEPCD, 2015)

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• Dados de 2013 demonstram que o ATENDE (sistema especializado) transportou 4.397 PcD, por meio de 388 veículos adaptados, totalizando 1,3 milhões de viagens. Apesar de parecer um número significativo de usuários, cada veículo transportou em média 11 usuários durante o ano, e devido à falta de novos veículos, a prefeitura de São Paulo passou a contratar taxis acessíveis. • Se analisarmos o número de usuários de CRs no Brasil, percebemos que uma pequena demanda desta população se beneficia de transporte especializado, e temos que levar em consideração que esses usuários não podem locomover-se de forma aleatória na comunidade, e sim com rotas previamente definidas e agendadas. • Um dos discursos comumente utilizados pelos cadeirantes e seus familiares é que o transporte público ( ônibus /metro/trem) são precários, e com horários restritos, porém quando investigamos se já tiveram alguma experiência no uso dos mesmos, a resposta é comumente negativa.

Introdução-PcD

( SPTRANS, 2015) (ONU, 2014) (IBGE, 2014)

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• O fato de experimentar algum tipo de transporte coletivo, por parte de usuários de CRs pode promover inúmeras mudanças, como maior nível de independência, o aumento da demanda de usuários, maior organização da sociedade civil para exigências de políticas públicas que melhorem a mobilidade urbana. • Por isso neste estudo pretendemos relatar a experiência de vivenciar um ambiente imersivo por meio de um dispositivo de realidade virtual como ferramenta de treinamento para uso de transporte coletivo, com o propósito de estimular usuários de CRs a locomover-se na comunidade de forma independente.

Introdução-PcD

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Introdução-RV

• A utilização de uma interface que simula ambientes reais pode ter algumas vantagens, pois o conhecimento prévio do usuário em relação ao mundo físico pode favorecer experiências próximas do real. Para esta experiência imersiva é necessário dispositivos como Shutter-Glasses e CAVEs.

• O grau de interação pode variar de acordo com a classe de sistemas envolvidos (realidade virtual imersiva, não imersiva, realidade aumentada, telepresença) e os dispositivos associados.

• O ambiente virtual pode ser projetado para simular tanto um ambiente imaginário quanto um ambiente real, no caso deste estudo optou-se por um cenário real, onde as imagens foram captadas por meio de uma câmera 360o

https://www.researchgate.net/profile/Gleizer_Voss/publication/268078497_Ambientes_Virtuais_de_Aprendizagem_e_ Ambientes_Imersivos_um_estudo_de_caso_utilizando_tecnologias_de_computao_mvel/links/546161270cf2c1a63bff853f.pdf

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(Laver K. et al 2012) (Jacoby M et al, 2013)

Revisão da literatura

Existem inúmeros trabalhos na literatura utilizando RV como recurso de treinamento de reabilitação:

• Em uma revisão sistemática de 2012 analisou-se dezenove estudos randomizados onde

foi possível comprovar maior efetividade do uso de RV na reabilitação dos MMSS de pacientes com sequelas de AVC, em comparação com técnicas convencionais e também percebeu-se uma melhora na funcionalidade das AVDs, porém não observou-se diferenças significativas em termos de força de preensão e velocidade da marcha.

• Em outro estudo realizado no Loewenstein Hospital, comparou-se o uso de RV e técnica tradicional de treinamento de AVP, entre dois grupos randomizados de pacientes com TCE. Utilizou-se o Virtual Mall (Vmall), que simula um ambiente de supermercado, e o objetivo era treinar a habilidades motoras e cognitivas nesta tarefa. Utilizaram dois instrumentos pré-pós intervenção (MET-SV-habilidades em fazer compras/EFPT- habilidades para cozinhar, usar telefone, administrar medicação e realizar pagamentos). O GI recebeu 10 sessões de 45 minutos -3/4X na semana com o Vmall. O GC recebeu a mesma quantidade de sessões porém o treinamento era apenas o planejamento e organização para realizar compras de supermercado. Os resultados demonstraram que o treinamento do Vmall mostrou-se mais efetivo do que o não virtual, é um recurso capaz de favorecer o retorno as AVPs no mundo real.

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Revisão da literatura

• O objetivo de um outro realizado na Hebrew Univesity foi verificar a efetividade do uso de RV para treinamento de AVP de atravessar a rua em pacientes com sequelas de AVC. Comparou-se dois Grupos, todos usuários de CR’s com avaliação pré-pós intervenção - USN(escala para AVC) e MIF(habilidades). O GI recebeu treinamento com o Virtual environment program ( Superscape’s 3D) onde teriam que decidir o momento correto para atravessar a rua entre outras tarefas, o nível de dificuldade era gradual. O GC utilizou um vídeo com as mesmas tarefas. Comparou-se o números de erros(acidentes e decisões arriscadas), os resultados não mostraram diferenças significativas nos dois grupos, porém a RV mostrou mais efetiva nos resultados de noção espaço-visual. Uma limitação deste estudo foi a randomização com pacientes com muitas diferenças cognitivas, e casuística pequena. Porém o estudo mostrou potencial para ser aplicado em crianças e autistas.

(Katz, N. et al 2005)

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• Ambientes imersivos para treinamento de utilização de transporte coletivo estimularia os cadeirantes ao uso dos mesmos? • Teria impacto positivo no grau de independência de usuários de CRs que nunca utilizaram transporte coletivo?

• Essa ferramenta tecnológica teria aplicabilidade na prática clínica de centros de reabilitação?

Hipóteses

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OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é verificar o potencial do uso de realidade imersiva para treinamento de locomoção independente de usuários de CRs no transporte coletivo-ônibus.

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MÉTODO

1. Revisão bibliográfica - RV X treinamentos de vida prática

2. Filmagem de um cadeirante utilizando transporte coletivo-ônibus 3. Conversa informal com a funcionária (cobradora) do ônibus 4. Edição do vídeo e tratamento do som 5. Testes com uso do óculos O.Rift 6. Aplicação do vídeo imersivo em um participante/funcionário da USP Legal 7. Avaliação qualitativa das percepções/aplicabilidades do vídeo do entrevistado 8. Conclusão e próximos passos

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MÉTODO/EQUIPAMENTOS

- Câmera: 360 Point Grey Ladybug3 (https://www.ptgrey.com/ladybug3-360-

degree-firewire-spherical-camera-systems)

- Software de gravação: Ladybug Recorder - Computador: MacBook Pro (http://www.apple.com/br/macbook-pro/)

- Reproduçao: player do Youtube - Celular (Sony Xperia ZQ)

- CITI Cardboard - Cadeira de rodas motorizada modelo C500 fabricante Permobil

- Mochila para suporte do note book - Superfície para suporte da câmera. - Cadeira de escritório( para aplicação do vídeo no usuário)

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• Sujeitos: 05 participantes • Local do estudo: Campus da USP • Logística da filmagem: partida da porta do CITI até ponto de ônibus da Eng,. Civil, subida no

ônibus circular da USP e descida no ponto da FEA(barracões), retorno ao CITI.

MÉTODO / participantes da filmagem

.

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MÉTODO / Conversa com funcionária do ônibus

• Sujeito: 01 – funcionária/cobradora do coletivo • Local do estudo: Dentro do ônibus • Dados da entrevista/ conversa: Perguntas relacionadas ao número/ frequência de

cadeirantes que utilizam o transporte coletivo, sobre treinamento dos funcionários para ajudar o cadeirante a acessar o ônibus, entre outros.

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MÉTODO / aplicação do usuário/coleta de dados

• Sujeito: 01 participante • Local da aplicação: Sala de reuniões do CITI • Logística da aplicação: Breve explicação do projeto, instruções do uso do O.Rift. • Tempo de aplicação do vídeo: 30 minutos • Materiais: CITI Cardboard, celular e acesso wi-fi e giroscópio • Instrumento de avaliação: Questionário semi-estruturado pelos autores do estudo • Gravação da entrevista: Ipad • Análise qualitativa: extraiu-se as ideias centrais

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RESULTADOS/TECNOLOGIA

• O vídeo imersivo 360º foi elaborado e editado, tem duração de 30 minutos, ainda não esta disponível da WEB, mas para usuários definidos.

• A equipe teve muita dificuldade de encontrar um computador compatível para o uso do

óculos O.Rift, e teve que utilizar um celular específico. • O áudio original não resultou em um som agradável /audível para ser utilizado com o

vídeo imersivo 360º.

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RESULTADOS/Percepção funcionária/cobradora do ônibus

• Na percepção da funcionária, quase não há alunos cadeirantes que utilizam o transporte coletivo no Campus, e sim no máximo 3 passageiros por semana, mas ela acredita que sejam pessoas da comunidade que se locomovem para o serviço de odontologia ou HU.

• Relatou que os funcionários recebem treinamentos para proceder com "os deficientes”, e

acha que os passageiros não se incomodam quando a viagem demora um pouco mais por causa de um cadeirante, pois os estudantes são muito educados.

• Relatou que não podem dar a partida no ônibus se o cadeirante não estiver com cinto de

segurança.

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RESULTADOS/percepção usuário • Na percepção do entrevistado a experiência por meio do vídeo imersivo é muito boa, acredita ser

um recurso para estimular e treinar alunos e funcionários usuários de cadeira de rodas dentro do Campus.

• Relatou que o vídeo imersivo também poderia ser utilizado para sensibilizar e promover

”empatia” entre os alunos em geral, ou seja o vídeo tem potencial de “se colocar no lugar do outro” e sentir a dificuldade que um cadeirante tem ao circular no Campus da USP.

• Na percepção dele o vídeo proporcionou uma experiência imersiva, não achou cansativo(30

minutos), e se as pernas estivessem fixas na cadeira seria mais real ainda. • O vídeo demonstra a falta de acessibilidade adequada no trecho percorrido e a reação das

pessoas dentro do ônibus. • Acredita que a multiplicação deste vídeo seria simples, por exemplo uma dinâmica em sala de

aula com os alunos e depois discussão das diferentes percepções, hospedar no site da USP. • De pontos negativos houve duas rápidas interrupções (queda da rede wi-fi), sentiu falta do

áudio(principalmente dentro do ônibus) e se o óculos tivesse elástico poderia ficar mais prático.

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• O objetivo principal da TO é promover a máxima participação nas AVDs e AVPs. O trabalho transdisciplinar com a engenharia enriquece o desenvolvimento de soluções tecnológicas, como o produto deste trabalho. • A Realidade imersiva ainda não é tão fácil de ser aplicada sem recursos tecnológicos adequados, mas mostra-se uma tendência sustentável e prática para atingir inúmeros usuários. • Esse trabalho demonstrou potencial de aplicabilidade de realidade imersiva para treinamento de locomoção independente de usuários de cadeira de rodas no transporte coletivo-ônibus. • Necessita ser aplicado nesses usuários para verificar sua real efetividade.

CONCLUSÃO

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PROJETOS FUTUROS

• Aplicação do vídeo imersivo em uma estudante cadeirante em janeiro/2016 • Método de avaliação pré-intervenção: Aplicação do FEW( Functioning Everyday

with a Wheelchair) – relaciona nível de independência do cadeirante para utilizar transporte publico e questionário semi-estruturado sobre mobilidade urbana(inclui dificuldades de transporte público, acessibilidade na USP).

• Intervenção: Experiência imersiva com o vídeo 360º na Caverna com o óculos

O.Rift ou no celular com Cardboard. • Método de avaliação pós-intervenção: Entrevista qualitativa sobre a percepção

do vídeo imersivo. • Método de avaliação 45 pós-intervenção: Reaplicação do FEW • Análise dos dados • Início de publicação...

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Hodges LF. Rohbaump B, Watsona B,. A virtual airplane for fear of flying therapy. IEE Virtual Reality Proceedings 1996; 86-197. Laver Ke, George S, Thomas S,. Virtual reality for stroke rehabilitation. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011; 7;9:CD008349. Yip BC, Man DW. Virtual reality(VR)-based community living skills training for people with acquired brain injury: A pilot study. Brain Inj 2009;23:1017-1026. Fong KN, Chow KY, Chan BC, Lam KC, Lee JC, Li TH, Yan EW, Wong AT. Usability of a virtual reality environment simulating an automated teller machine for assessing and training persons with acquired brain injury. J Neuroeng Rehabil 2010;7:19. Rizzo A, Kim GJA. SWOT analysis of the field of virtual reality rehabilitation and therapy. Precence 2005;14 119-146.

Katz, N., Ring, H., Naveh, Y., Kizony, R.,Feintuch, U.&Weiss, P.L. Interactive virtual environment training for safe street crossing of right hemisphere stroke patients with Unilateral Spatial Neglect Disability and Rehabilitation,29,177-181,2005 Weiss, P.L., Naveh, Y., & Katz, N. Design and testing of a virtual environment to train stroke patients with unilateral spatial neglect to cross a street safely. Occupational Therapy International, 10, 39-55, 2003. Kizony, R., Katz, N., & Weiss,P.L. Adapting an immersive virtual reality system for rehabilitation. Journal of Visualization and Computer Animation. 14, 261-268, 2003.

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Jacoby M, Averbuch S, Sacher Y, Katz N., Weiss P and Kizony R. Effectiveness of Executive Functions Training Within a Virtual Supermarket for Adults with Traumatic Brain Injury: A Pilot Study. In.; IEEE transactions on neural systems and rehabilitation engineering, V.21, No.2, March 2013. https://www.researchgate.net/profile/Gleizer_Voss/publication/268078497_Ambientes_Virtuais_de_Aprendizagem_e_Ambientes_Imersivos_um_estudo_de_caso_utilizando_tecnologias_de_computao_mvel/links/546161270cf2c1a63bff853f.pdf Realidade virtual: conceito e tendências Claudio Kirner, Romero Tori editores.-São Paulo:Editora Maniade Livro,2006“Livrodoprésimpósio,VIISymposiumonVirtualReality”Bibliografia. 1Realidade virtualIKirner,Claudio.II.Tori,Romero.04-6976CDD-006 ISBN 85-904873-1-8. InteraçãoemAmbientesVirtuaisImersivospag.109IrlaBocianoskiRebelo;MárcioSerolliPinho.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS