SA 37 – Jornadas Paralelas_ Por Que Os Filmes de Star Wars São Mais Conectados Do Que Você...

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15/10/2015 SA 37 – Jornadas Paralelas: Por que os Filmes de Star Wars são mais conectados do que você imagina? | https://superacademicos.wordpress.com/2015/10/14/sa37jornadasparalelasporqueosfilmesdestarwarssaomaisconectadosdoquevoceimagina/ 1/5 16 HOURS AGO 14 DE OUTUBRO DE 201514 DE OUTUBRO DE 2015SUPERACADEMICOS SA 37 – Jornadas Paralelas: Por que os Filmes de Star Wars são mais conectados do que você imagina? Por Mike Klimo Tradução: Alexander Santiago Descubra a natureza poética do mito moderno de George Lucas. Para os fãs de Star Wars que assistiram a “A Ameaça Fantasma” pela primeira vez, nos idos de 1999, uma coisa ficou imediatamente clara: Existiam várias semelhanças com “Uma Nova Esperança”. De fato, alguns críticos consideraram o que viram um simples rearranjo do enredo original. E, superficialmente, os críticos certamente pareciam corretos. Afinal, ambos filmes são centrados em um jovem no planeta deserto de Tatooine, que deixa sua casa para embarcar em uma jornada épica envolvendo uma linda jovem da realeza em perigo e um Cavaleiro Jedi que se torna seu mentor. Um olhar mais atento, entretanto, nos revela algo muito mais complexo e interessante. Agora, de acordo com George Lucas, as semelhanças foram deliberadas. E durante o making of do prólgo, ele realmente falou bastante sobre o uso da repetição em Star Wars. “Eu crio temas,” contou à Entertainment Weekly, em 2002, “E eu repito esses temas, em diferentes acordes e diferentes arranjos”, exatamente como uma peça musical. No comentário em áudio de “A Ameaça Fantasma” Lucas afirmou, “É muito, muito claro nas duas trilogias, que eu coloco os personagens basicamente nas mesmas situações, algumas vezes até usando o

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Artigo sobre Star Wars

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16 HOURS AGO 14 DE OUTUBRO DE 201514 DE OUTUBRO DE 2015SUPERACADEMICOS

SA 37 – Jornadas Paralelas: Por que os Filmes de Star Wars sãomais conectados do que você imagina?

Por Mike Klimo

Tradução: Alexander Santiago

Descubra a natureza poética do mito moderno de George Lucas.

Para os fãs de Star Wars que assistiram a “A Ameaça Fantasma” pela primeira vez, nos idos de 1999, uma coisa ficou imediatamente clara:Existiam várias semelhanças com “Uma Nova Esperança”. De fato, alguns críticos consideraram o que viram um simples rearranjo doenredo original. E, superficialmente, os críticos certamente pareciam corretos. Afinal, ambos filmes são centrados em um jovem no planetadeserto de Tatooine, que deixa sua casa para embarcar em uma jornada épica envolvendo uma linda jovem da realeza em perigo e umCavaleiro Jedi que se torna seu mentor.

Um olhar mais atento, entretanto, nos revela algo muito mais complexo e interessante.

Agora, de acordo com George Lucas, as semelhanças foram deliberadas. E durante o making of do prólgo, ele realmente falou bastantesobre o uso da repetição em Star Wars. “Eu crio temas,” contou à Entertainment Weekly, em 2002, “E eu repito esses temas, em diferentesacordes e diferentes arranjos”, exatamente como uma peça musical. No comentário em áudio de “A Ameaça Fantasma” Lucas afirmou, “Émuito, muito claro nas duas trilogias, que eu coloco os personagens basicamente nas mesmas situações, algumas vezes até usando o

mesmo diálogo, para que, assim, pai e filho passem pelas mesmas experiências.” Em um documentário no making of do filme intitulado “In

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mesmo diálogo, para que, assim, pai e filho passem pelas mesmas experiências.” Em um documentário no making of do filme intitulado “Inthe Beginning” (No Princípio), ele comparou as repetições à poesia. “Em vez de destruir a Estrela da Morte [como Luke], [Anakin] destróia nave que controla os robôs. É como poesia. Cada estrofe meio que rima com a última.”

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E é aí que as coisas começam a ficar interessantes.

Agora, como muitos de vocês devem saber[1], a poesia inglesa contemporânea é frequentemente caracterizada por sons que rimam. Mas apoesia antiga, como a encontrada no Antigo Testamento, é caracterizada, em vez disso, por idéias que rimam. Essa forma poética échamada Paralelismo. Bill Arnold, professor de “Interpretação do Antigo Testamento” na Asbury Theological Seminary, ajuda a explicar. “Amais importante característica da poesia do Antigo Testamento é uma simetria de pensamento, que chamamos paralelismo. A poesia coma qual vocês estão mais familiarizados equilibra sons de um modo simétrico – normalmente, rima, ritmo, ou métrica, ou uma combinaçãodesses. A poesia do Antigo Testamento pode se valer ocasionalmente disso, mas apenas muito raramente. O tipo de poesia queencontramos nele equilibra idéias em um tipo de rima conceitual.”

Estudiosos definiram paralelismo como “palavras, frases, ou sentenças que correspondem, comparam, contrastam ou repetem.” Paraentender melhor o conceito, aqui vai um exemplo simples retirado de Provérbios 10:1:

A. O filho sábioB. alegraC. a seu pai,

A’. mas o filho insensatoB’.  é a tristezaC’. de sua mãe.

Como se percebe, A está intimamente relacionado a A’, B a B’ e C a C’. Esse padrão ABC A’B’C’ costuma ser chamado de “paralelismoclimático” e é uma das várias formas de paralelismo encontradas nos textos antigos. Este padrão poético ajuda não apenas a estruturarcomo um pensamento ou uma ideia está relacionada a outra, como também ajuda a enfatizar mensagens (frequentemente de ordemmoral), expandi‑las, e torná‑las mais fáceis de se recordar.

Com certeza, como você provavelmente já percebeu, os seis primeiros filmes de Star Wars seguem esse padrão. Isto é “A AmeaçaFantasma” (A) corresponde a “Uma nova Esperança” (A’), “Ataque dos Clones” (B) corresponde a “O Império Contra‑Ataca” (B’), e “AVingança dos Sith” (C) corresponde a “O Retorno de Jedi” (C’).Curiosamente, os seis filmes quase certamente seguem uma segunda forma de paralelismo ao mesmo tempo.  Uma forma muito mais

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Curiosamente, os seis filmes quase certamente seguem uma segunda forma de paralelismo ao mesmo tempo.  Uma forma muito maiscomplexa denominada “paralelismo invertido.” Mas você deve conhecer por outro nome: Composição Anelar. Que é o que formou a basede meu ensaio “Star Wars Ring Composition Theory” (Teoria da Composição Anelar em Star Wars – sem tradução conhecida para oportuguês).

Então, assim como George Lucas pegou emprestado de uma multidão de fontes antigas para compor a história de seu mito moderno, ouso de múltiplos tipos de paralelismo sugere que ele também bebeu nas fontes antigas para criar a estrutura (forma) de seu mito. Masagora que sabemos um pouquinho sobre o conceito de paralelismo, vamos dar uma olhada em algumas das maneiras extremamente sutiscom as quais Lucas projetou “A Ameaça Fantasma” para que correspondesse com “Uma Nova Esperança”, logo nas cenas de abertura.

No início do Episódio IV, uma blockade runner Rebelde aparentemente atravessa uma blockade imperial com planos secretos da Estrela daMorte. “A Ameaça Fantasma” sagazmente inverte o filme original ao abrir com uma nave da República voando para dentro de umblockade. Ambas naves entram, então, em naves ainda maiores.

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Em “Uma Nova Esperança”, a história é contada principalmente através do ponto de vista de C‑3PO e RD‑D2, um dispositivo usado deforma semelhante por Akira Kurosawa em The Hidden Fortress (A Fortaleza Escondida) com dois camponeses briguentos. Aqui está o queLucas tem a disse nos comentários de “A Ameaça Fantasma”: “[Em ‘Uma Nova Esperança’] nós seguimos os dois personagens maisinsignificantes, que são os dróides. Esta era uma ideia que eu já namorava… em que você pega os personagens menos importantes e seguesua história junto a este gigantesco drama intergaláctico que acontece ao redor sem que eles consigam entender… [eu contei] a história apartir visão deles e o filme foi uma espécie de filmagem através desse ponto de vista.”

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Em “A Ameaça Fantasma”, Lucas substitui o ponto de vista, de dois robôs insignificantes para dois Jedi insignificantes, Qui‑Gon Jinn eObi‑Wan Kenobi. “Em  ‘Uma Nova Esperança’ a história é contada através do olhar dos dróides”, diz Lucas, “em [A Ameaça Fantasma]ela é contada pelo olhar dos Jedi.”

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Ambos os filmes apresentam uma ataque a espaçonaves nos primeiros momentos. Em “Uma Nova Esperança”, Soldados Rebeldes

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Ambos os filmes apresentam uma ataque a espaçonaves nos primeiros momentos. Em “Uma Nova Esperança”, Soldados Rebeldesempunham suas armas contra uma porta que stormtroopers explodem para abrir e emergir de dentro da fumaça levantada. Em “A AmeaçaFantasma”, dróides de batalha nervosos apontam suas armas contra uma porta de onde surgem, de uma mortífera névoa de gás venenoso,dois Jedi empunhando seus sabres‑de‑luz.

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E finalmente, espectadores especialmente atentos devem ter percebido que uma porta é cortada no início de ambos os filmes (com umatorção, é claro). “Eu meio que reverti o tema clássico do monstro vindo pela da porta,” diz Lucas. “Então, desta vez, são os aliens, osdróides e todos os vilões que estão diante desses dois exemplares de criaturas invencíveis. Eu gosto da ideia de fazer os mocinhosinvencíveis e os bandidos se acovardando.”

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Então, desde o comecinho, Lucas arranjou cuidadosamente os filmes em paralelo ao tomar idéias similares e expressá‑las de mododiferente. E, na minha visão, assim como na forma poética do paralelismo, Lucas compôs a trilogia prefacial para ser lida em conjunto coma trilogia original, como uma unidade complementar (para que se possa entender completamente o que cada metade significa, assim comopara entender o todo).

A tudo isso, se soma uma inigualável experiência de narrativa cinematográfica, para dizer o mínimo.

 

E os seus paralelos preferidos nos filmes? Encontrou alguns? Quais são?

***

Mike Klimo é cinéfilo e escritor de mCincinnati, Ohio, autor de Star Wars Ring Theory (http://www.starwarsringtheory.com/).

Artigo originalmente publicado em starwars.com (http://www.starwars.com/news/parallel‑journeys‑why‑the‑star‑wars‑films‑are‑more‑

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Artigo originalmente publicado em starwars.com (http://www.starwars.com/news/parallel‑journeys‑why‑the‑star‑wars‑films‑are‑more‑connected‑than‑you‑think)

 

[1] No original, o autor se referia ao público norte‑americano, que aprende literatura inglesa na escola. Contudo, este tipo de rima écomum na poesia ocidental há muito tempo, tendo sido questionada com as tendências modernas.

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