Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

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Solidariedade faz a diferença entre lençoenses atingidos pela enchente Pavuna é refúgio barato com belas cachoeiras Editorial_ Pág. 3 Receita _ Pág. 7 Opinião_ Pág. 3 DO POVO JORNAL SABADAO EDIÇÃO Nº 148 - A NO 5 - 16 DE JANEIRO DE 2016 - LENÇÓIS PAULISTA JORNAL A SERVIÇO DA COMUNIDADE E DA VERDADE A equipe do jornal Sabadão do Povo aproveitou a parada do final de ano para dar uma ajustada no visual da capa e na tipologia dos textos das matérias. A ideia foi deixar mais agradá- vel a leitura e “quebrar”o conser- vadorismo das fontes. A mudan- ça era cobrada por vários leitores que preferem letras em corpo maior, diferente dos jornais tra- dicionais. Apesar da mudança sutil, a linha editorial do jornal segue em frente, voltada para os anseios da população, como destaca o próprio logotipo. Enchente destruiu comércio da 25, pontes e residências que margeavam o rio Lençóis; um homem morreu afogado e cerca de mil pessoas foram atingidas Eles sabiam: faltou alerta à população PROMOÇÃO Confira - pag 2 R$ 4 , 99 Mudança no visual A informação de que o rio Lençóis poderia subir muito e causar prejuízos era de conhecimento do presidente da Defesa Civil, José Antônio Marise, segundo o técnico ambiental, Sidney Aguiar, que afirmou ter alertado, já no dia 11, o coordenador da Defesa Civil sobre a saturação do solo e a possibili- dade de uma grande enchente. “Eu liguei para ele e disse que o rio Lençóis estava no limite da drenagem e o solo saturado. Fiz uma coleta de solo e de um quilo de terra saiu 1,2 litro de água. Eu falei para ele que ia dar enchente”, afirmou Aguiar. O coorde- nador da Defesa Civil e vice-prefeito afirmou que durante todo período de chuva trabalhou com a informação de que a quantidade seria a mesma histó- rica e que o nível da água não passaria de dois metros. Além dos indícios no começo da semana, que indicavam para grande quantia de chuvas em toda a região, acima de 40mm, Sidney afirmou que na terça-feira voltou a alertar a Defesa Civil de que a chuva seria bem acima de 60 mm, após receber informação de um centro meteorológico. Para ele, a rede de comunicação entre Prefeitura e Defesa Civil tinha boas informações, mas também falhas. À 0h de quarta-feira a água estava no portão do SAAE, diante da pre- sença da prefeita Izabel Lorenzetti, parte dos diretores municipais, do vice-prefeito e de moradores atônitos, que tinham a informação de que a cheia pararia por ali, dada por Mari- se. Porém, a onda que desceu com o rompimento das barragens rio acima chegou sete horas depois causando o que deverá ser a maior enchente dos últimos 100 anos e o estrago que todos temiam e presenciaram. A falta de orientação para que a população retirasse a tempo móveis e o que fosse possível do comércio e residências foi o principal motivo da revolta entre moradores e comer- ciantes que tiveram perda total de seus bens. Entre os primeiros sinais de que a situação poderia se agravar, conforme relatado pela reportagem do Sabadão através do Facebook, por volta das 21h, até a por volta das 6h, quando a água do rompimento das represas chegou a Lençóis, foram cerca de 9h. Segundo a Defesa Civil, até esta sexta-feira, dia 15, o total era de 800 pessoas desalojadas, sendo que 100 estavam desabrigadas (sem ter onde ficar) e por isso foram instaladas no Csec, de onde não tinha previsão de sair; 300 imóveis foram atingidos, sen- do que 76 deles são pontos comerciais. A cobertura das enchentes que assolaram parte de Lençóis Paulista, atingiram Borebi e Macatuba está nas Página 4 e 5 Desabamentos param trens da ALL Corpo é encontrado no rio Lençóis A chuva afetou trechos da linha férrea em Lençóis Paulista e Botu- catu, onde foram registradas quedas de barreira e deslizamentos de terra. A passagem de trens está tem- porariamente suspensa e equipes da concessionária América Latina Logística (ALL) trabalhavam até esta sexta-feira, dia 15, para restabelecer o tráfego na ferrovia. Em Lençóis Paulista, de acordo com a concessionária, trilhos foram atingidos por terra e pedras. Em Bo- tucatu, houve deslizamento de terra e queda de barranco sob a linha férrea no trecho de serra. Na manhã da última quinta-feira, dia 14, o corpo de Jean Miguel Batis- ta Pereira, de 28 anos, foi encontrado às margens do Rio Lençóis, na altura do bairro Primavera. Segundo a polícia, ele não tinha marcas de violência. Uma das suspei- tas é de que o homem tenha se afoga- do após ser levado pela correnteza do rio, que chegou a subir cinco metros na quarta-feira, dia 13. Segundo o Corpo de Bombeiros, por volta das 10h, uma pessoa que passava pelo local avistou o corpo enroscado em um galho de árvore e acionou a Polícia Militar. Ele foi retirado da água pelos bombeiros e conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) de Bauru para realização de exame necroscópico, que irá apontar a causa da morte. A solidariedade está sendo a força motriz para amenizar a onda de tristeza e sofrimento causada pela maior enchente dos últimos 100 anos em Lençóis Paulista. O ginásio Tonicão foi transfor- mado em centro de apoio e arreca- dação de roupas e alimentos. Muitos voluntários estão trabalhando junto à Assistência Social para também cooperar com os trabalhos e com a população atingida. Baixe o QR Code em seu celular ou acesse: https://www.facebook.com/billy.mao.50/ videos/10205188479461013/?theater A Defesa Civil de Lençóis Paulista informa: Doações As doações e ações de voluntariado funcionam neste sábado e domingo (16 e 17 de janeiro) das 8h às 16h. Água Potável e água para limpeza de áreas afetadas O SAAE informa que será mantida a estrutura montada durante a semana para a oferta de água potável e água para limpeza à população por conta da enchente. A água potável continuará a ser oferecida em 13 pontos da cidade. A relação completa está no site da Prefeitura (www.lencoispaulista.sp.gov.br) Caminhões da Prefeitura e de empresas da cidade estão de prontidão para auxiliar na limpeza das áreas afetadas pela enchente. Informações sobre este serviço pelo telefone 3269-7081. Serviços de atendimento à população no fim de semana Após ficar isolada e atender desabrigados, Borebi começa a levantar prejuízos Cerca de 40 pessoas foram afetadas diretamente pelos danos causados pela chuva do início da semana em Borebi. A cidade permaneceu isolada durante três dias, principalmente devido ao rompi- mento do asfalto da rodovia da Amizade, que dá acesso a Agudos. Ente os danos, houve a perda material das famílias e o desabastecimento de água, além dos estragos em ruas, pontes e na rodovia. Até esta sexta-feira, a Prefeitura tra- balhava para tentar calcular os danos e o valor necessário para restaurar pontes e estradas. De acordo com o prefeito Manoel Frias Filho, todas as pontes sobre rios e córregos foram arrancadas, além disso houve queda de muros de prédios públicos e outros danos em diversos pontos da cidade, devido à força da água. Página 2 Logo que você chega a borda dos paredões do vale que forma a Pavuna, em Botucatu, da vontade de voar. O vento suave que sopra daquele vale deixa o visitante mais leve. A Pavuna integrou o projeto de turismo “Ca- minhos do Sertão” por estar dentro do perímetro da Cuesta. A entrada no local é cobrada (R$6 por pessoa) e segundo informou seu mantenedor, o local é aberto só para visitação. Não há lanchonetes ou estrutura para receber turistas, mas a beleza ímpar do lugar atrai muita gente. São cinco cachoeiras que se es- tendem paredão abaixo pelo vale. As cachoeiras não têm nomes específicos e para chegar até elas é necessário uma boa caminhada pelas trilhas na mata. Em alguns trechos foi necessário a colocação de cordas para ajudar na lo- comoção. A chegada até as cachoeiras demanda bom preparo físico, princi- palmente na volta do passeio. Página 8 Foto: Billy Mao Foto: Billy Mao Sobras - Crianças entre escombros daquilo que foi uma casa na vila Repke. Dimensão da enchente foi assustadora Wagner Gonçalves/Prefeitura Municipal Renê Alves de Almeida/14 News

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Jornal semanal com distribuição gratuita

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Page 1: Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

Solidariedade faz a diferença entre lençoenses atingidospela enchente

Pavuna é refúgio barato com belas cachoeiras

Editorial_ Pág. 3 Receita _ Pág. 7 Opinião_ Pág. 3

DO POVOJORNAL SABADAO

EDIÇÃO Nº 148 - ANO 5 - 16 DE JANEIRO DE 2016 - LENÇÓIS PAULISTA

JORNAL A SERVIÇO DA COMUNIDADE E DA VERDADE

A equipe do jornal Sabadão do Povo aproveitou a parada do final de ano para dar uma ajustada no visual da capa e na tipologia dos textos das matérias.

A ideia foi deixar mais agradá-vel a leitura e “quebrar”o conser-vadorismo das fontes. A mudan-ça era cobrada por vários leitores que preferem letras em corpo maior, diferente dos jornais tra-dicionais. Apesar da mudança sutil, a linha editorial do jornal segue em frente, voltada para os anseios da população, como destaca o próprio logotipo.

Enchente destruiu comércio da 25, pontes e residências que margeavam o rio Lençóis; um homem morreu afogado e cerca de mil pessoas foram atingidas

Eles sabiam: faltou alerta à população

PROMOÇÃO

Confira - pag 2

R$4 ,99Mudança no visual

A informação de que o rio Lençóis poderia subir muito e causar prejuízos era de conhecimento do presidente da Defesa Civil, José Antônio Marise, segundo o técnico ambiental, Sidney Aguiar, que afirmou ter alertado, já no dia 11, o coordenador da Defesa Civil sobre a saturação do solo e a possibili-dade de uma grande enchente.

“Eu liguei para ele e disse que o rio Lençóis estava no limite da drenagem e o solo saturado. Fiz uma coleta de solo e de um quilo de terra saiu 1,2 litro de água. Eu falei para ele que ia dar enchente”, afirmou Aguiar. O coorde-nador da Defesa Civil e vice-prefeito afirmou que durante todo período de chuva trabalhou com a informação de que a quantidade seria a mesma histó-rica e que o nível da água não passaria de dois metros.

Além dos indícios no começo da semana, que indicavam para grande quantia de chuvas em toda a região, acima de 40mm, Sidney afirmou que na terça-feira voltou a alertar a Defesa Civil de que a chuva seria bem acima de 60 mm, após receber informação de um centro meteorológico. Para ele, a rede de comunicação entre Prefeitura e Defesa Civil tinha boas informações, mas também falhas.

À 0h de quarta-feira a água estava no portão do SAAE, diante da pre-sença da prefeita Izabel Lorenzetti, parte dos diretores municipais, do vice-prefeito e de moradores atônitos, que tinham a informação de que a cheia pararia por ali, dada por Mari-se. Porém, a onda que desceu com o rompimento das barragens rio acima chegou sete horas depois causando o que deverá ser a maior enchente dos últimos 100 anos e o estrago que todos temiam e presenciaram.

A falta de orientação para que a população retirasse a tempo móveis e o que fosse possível do comércio e residências foi o principal motivo da revolta entre moradores e comer-ciantes que tiveram perda total de seus bens. Entre os primeiros sinais de que a situação poderia se agravar, conforme relatado pela reportagem do Sabadão através do Facebook, por volta das 21h, até a por volta das 6h, quando a água do rompimento das represas chegou a Lençóis, foram cerca de 9h.

Segundo a Defesa Civil, até esta sexta-feira, dia 15, o total era de 800 pessoas desalojadas, sendo que 100 estavam desabrigadas (sem ter onde ficar) e por isso foram instaladas no Csec, de onde não tinha previsão de sair; 300 imóveis foram atingidos, sen-do que 76 deles são pontos comerciais.

A cobertura das enchentes que assolaram parte de Lençóis Paulista, atingiram Borebi e Macatuba está nas Página 4 e 5

Desabamentosparam trens da ALL

Corpo é encontrado no rio Lençóis

A chuva afetou trechos da linha férrea em Lençóis Paulista e Botu-catu, onde foram registradas quedas de barreira e deslizamentos de terra.

A passagem de trens está tem-porariamente suspensa e equipes da concessionária América Latina Logística (ALL) trabalhavam até esta sexta-feira, dia 15, para restabelecer o tráfego na ferrovia.

Em Lençóis Paulista, de acordo com a concessionária, trilhos foram atingidos por terra e pedras. Em Bo-tucatu, houve deslizamento de terra e queda de barranco sob a linha férrea no trecho de serra.

Na manhã da última quinta-feira, dia 14, o corpo de Jean Miguel Batis-ta Pereira, de 28 anos, foi encontrado às margens do Rio Lençóis, na altura do bairro Primavera.

Segundo a polícia, ele não tinha marcas de violência. Uma das suspei-tas é de que o homem tenha se afoga-do após ser levado pela correnteza do rio, que chegou a subir cinco metros na quarta-feira, dia 13.

Segundo o Corpo de Bombeiros, por volta das 10h, uma pessoa que passava pelo local avistou o corpo enroscado em um galho de árvore e acionou a Polícia Militar. Ele foi retirado da água pelos bombeiros e conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) de Bauru para realização de exame necroscópico, que irá apontar a causa da morte.

A solidariedade está sendo a força motriz para amenizar a onda de tristeza e sofrimento causada pela maior enchente dos últimos 100 anos em Lençóis Paulista.

O ginásio Tonicão foi transfor-mado em centro de apoio e arreca-dação de roupas e alimentos. Muitos voluntários estão trabalhando junto à Assistência Social para também cooperar com os trabalhos e com a população atingida.

Baixe o QR Code em seu celular ou acesse: https://www.facebook.com/billy.mao.50/videos/10205188479461013/?theater

A Defesa Civil de Lençóis Paulista informa: DoaçõesAs doações e ações de voluntariado funcionam

neste sábado e domingo (16 e 17 de janeiro) das 8h às 16h.

Água Potável e água para limpeza de áreas afetadas

O SAAE informa que será mantida a estrutura montada durante a semana para a oferta de água potável e água para limpeza à população por conta da enchente.

A água potável continuará a ser oferecida em 13 pontos da cidade. A relação completa está no site da Prefeitura (www.lencoispaulista.sp.gov.br)

Caminhões da Prefeitura e de empresas da cidade estão de prontidão para auxiliar na limpeza das áreas afetadas pela enchente. Informações sobre este serviço pelo telefone 3269-7081.

Serviços de atendimento àpopulação no fim de semana

Após ficar isolada e atender desabrigados, Borebi começa a levantar prejuízos

Cerca de 40 pessoas foram afetadas diretamente pelos danos causados pela chuva do início da semana em Borebi. A cidade permaneceu isolada durante três dias, principalmente devido ao rompi-mento do asfalto da rodovia da Amizade, que dá acesso a Agudos. Ente os danos, houve a perda material das famílias e o desabastecimento de água, além dos estragos em ruas, pontes e na rodovia.

Até esta sexta-feira, a Prefeitura tra-balhava para tentar calcular os danos e o valor necessário para restaurar pontes e estradas. De acordo com o prefeito Manoel Frias Filho, todas as pontes sobre rios e córregos foram arrancadas, além disso houve queda de muros de prédios públicos e outros danos em diversos pontos da cidade, devido à força da água. Página 2

Logo que você chega a borda dos paredões do vale que forma a Pavuna, em Botucatu, da vontade de voar. O vento suave que sopra daquele vale deixa o visitante mais leve. A Pavuna integrou o projeto de turismo “Ca-minhos do Sertão” por estar dentro do perímetro da Cuesta. A entrada no local é cobrada (R$6 por pessoa) e segundo informou seu mantenedor, o local é aberto só para visitação. Não há lanchonetes ou estrutura para

receber turistas, mas a beleza ímpar do lugar atrai muita gente.

São cinco cachoeiras que se es-tendem paredão abaixo pelo vale. As cachoeiras não têm nomes específicos e para chegar até elas é necessário uma boa caminhada pelas trilhas na mata. Em alguns trechos foi necessário a colocação de cordas para ajudar na lo-comoção. A chegada até as cachoeiras demanda bom preparo físico, princi-palmente na volta do passeio. Página 8

Foto: Billy Mao

Foto: Billy Mao

Sobras - Crianças entre escombros daquilo que foi uma casa na vila Repke. Dimensão da enchente foi assustadora

Wagner Gonçalves/Prefeitura Municipal

Renê Alves de Almeida/14 News

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2LENÇÓIS PAULISTA, 16 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVO

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Tânia MorbiCerca de 40 pessoas foram

afetadas diretamente pelos danos causados pela chuva do início da semana, em Borebi. A cidade permaneceu isolada durante três dias, principal-mente devido ao rompimento do asfalto da rodovia da Ami-zade, que dá acesso a Agudos, na passagem sobre o córrego das Antas. Os principais danos foram a perda material das fa-mílias e o desabastecimento de água, devido à interrupção de energia, além dos estragos em ruas, pontes e na rodovia.

Até esta sexta-feira, a Pre-feitura trabalhava para tentar calcular os danos e o valor necessário para restaurar pon-tes e estradas. De acordo com o prefeito Manoel Frias Filho, todas as pontes sobre rios e cór-regos foram arrancadas, além disso houve queda de muros de prédios públicos e outros danos em diversos pontos da cidade, devido á força da água.

Na quinta-feira, dia 14, Mané Frias e o coordenador regional da Defesa Civil e comandante do 12° Grupa-mento de Bombeiros de Bauru, tenente-coronel Rogério Gago, vistoriaram a última represa da região que ainda corria risco de rompimento.

Segundo informações da Prefeitura, sete represas próxi-mas, inclusive no município de Agudos, romperam entre a terça e quarta-feira. A repor-tagem do jornal Sabadão do Povo estava em Borebi na terça à noite, quando começaram os problemas na cidade.

O repórter fotográfico Billy Mao acompanhou o drama de três pessoas que ficaram presas em um veículo que segui em di-reção a Agudos, pela rodovia da Amizade. Por pouco, o veículo não foi levado pela enxurrada. Acionada, a Polícia Militar fez o resgate dos três ocupantes, moradores de Agudos.

Mesmo com a dificulda-de de trânsito nos acessos ao município, na terça-feira, dia 12, a Prefeitura fez contato com a Defesa Civil do Estado

Borebi fica isolada durante chuva e prejuízo é grandePrefeitura viabilizou colchões, comida e material de higiene para moradores atingidos; semana foi de atenção com última represa preservada; equipe de Mané Frias agora trabalha para levantar prejuízos

e garantiu o fornecimento de colchões, alimentos e produtos de higiene pessoal para os mo-radores atingidos. A doação foi retirada na regional de Bauru, por um caminhão da Prefei-tura. Os desabrigados foram instalados provisoriamente no ginásio municipal, ms na sexta-feira, todos já haviam retornado para suas casas, onde recebiam doações de móveis, roupas e eletrodomésticos de outros moradores, mas tam-bém vindas de cidades como Agudos e Bauru.

O abastecimento de água foi normalizado na tarde de quarta-feira, dia 13, após a CPFL restaurar o forneci-mento de energia. A cidade é abastecida por um poço artesiano profundo, através de bomba hidráulica.

No mesmo dia começou o trabalho de limpeza e remoção da sujeira deixada pela enxurra-da. Também o acesso à cidade pela rodovia Antônio Car-los Vaca, que liga à Marechal Rondon, foi restabelecido na quinta, nos dois sentidos da via.

Em 2013A última vez que Borebi

sofreu com as chuvas e com rompimento de represas foi em 2013, quando a avenida de acesso à cidade danificada, impedindo o trânsito de veí-culos e pessoas. As obras de re-cuperação foram realizadas em parceria entre a Prefeitura e a Concessionária Rodovias Tietê.

Foi necessária instalação de nova tubulação de águas plu-viais, já que o sistema anterior foi arrancado pela enxurrada. A nova drenagem, de 25 me-tros cada fileira de tubos de concreto e diâmetro de 1,5m, tem maior capacidade para captação de águas pluviais. Nesta semana, o sistema su-portou o volume de água, e a avenida não foi afetada.

Gestante foi socorrida pelo helicóptero Águia

A mais nova mãe de Bo-rebi, Deise Magali Narcisa, agora descansa tranquila com

seu filho Marcos, depois do susto durante o trabalho de parto. No início da manhã de quarta-feira, dia 13, ela teve que ser socorrida pelo helicóptero Águia da PM, de Bauru, já que o socorro não pode ser feito via terrestre,

Macatuba também foi atingida, mas com menor prejuízo

devido aos danos causados pela chuva.

“Vou contar que quando ele nasceu precisei ser resgatada pelo helicóptero da polícia e que deu tudo certo. É uma história com fortes emoções e com um final feliz”, brinca.

Segundo informou a De-fesa Civil de Macatuba, na quarta-feira, dia 13, algumas regiões da cidade sofreram com as chuvas, que ultrapas-saram 150 milímetros em poucas horas, o que significa mais de 150 litros de água por metro quadrado. Ainda de acordo com a Defesa, o acumulado dos últimos cinco dias ultrapassa os 300 milí-metros, bem acima da média para o mês de janeiro (que é de 225 milímetros, segundo o Cepagri - Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, da Unicamp).

Conforme publicou o jor-

nal Sabadão do Povo, ainda na terça-feira, a água invadiu imóveis na região da represa Figueirão, onde o volume acumulado ficou acima do normal. Também houve re-gistro de volume acima do normal no Córrego Aguinha, com danos à estrutura lateral da canalização e relatos de invasão de imóveis pelas águas na avenida Luciano Bernar-des, segundo a Prefeitura. Acionada pelos moradores, a Defesa Civil deu suporte no local e já providenciava a limpeza das áreas próximas aos imóveis particulares. O relatório é parcial e pode vir a ser atualizado logo mais.

Borebi - Após rompimento, pessoas observam represas em Borebi; rodovia da Amizade foi ‘cortada’ pela água da enxurrada

Macatuba - Bairro Figueirão foi um dos mais atingidos pela enxurrada

Queda - Em vários pontos de Borebi, a força da água derrubou muros e arrancou o asfalto

Fotos: Billy Mao

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Page 3: Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

A tragédia anunciada que devastou o centro comercial da rua 25 de janeiro e casas que margeiam o rio Lençóis veio acompanhada de completa irres-ponsabilidade por parte da admi-nistração municipal de Lençóis Paulista. Leia-se prefeita Izabel Lorezetti e José Antonio Marise.

Explico: a responsabilidade do jornalista é checar a informação antes de publicá-la, principalmen-te se essa notícia atinge de forma física as pessoas envolvidas. Pois bem. Depois que houve o alaga-mento da primeira casa na Vila Baccili, a reportagem do Sabadão ficou em alerta sobre a possibilida-de de enchente, já que conhece o histórico desse assunto e sabia da previsão de muita chuva.

Através do Facebook o jornal buscou manter as pessoas infor-madas daquilo que estava acon-tecendo. Na redação, a equipe se desdobrava para checar com autoridades e responsáveis aquilo que, do outro lado, era vivido na pele. Às 20h48min. Era postado que uma represa de Borebi já havia

se rompido e uma segunda estava na iminência do rompimento. Até que a água chegou, por volta das 2h da madrugada, daria para retirar tudo de dentro das casas e do comércio. A irresponsabilidade da administração está no fato de sair avisando e mandar avisar, que a água não subiria mais que um metro nas casas, que as pessoas apenas suspendessem seus bens. E isso é unâ-nime, todos que conversei disseram a mesma coisa. “Fomos orientados a apenas elevar nossos bens, móveis”.

Sei perfeitamente da tristeza de quem perdeu algo. Eu também perdi. Perdi a esperança nesses que dizem ser nossos governantes e que estão ai para nos ajudar naquilo que for necessário. Me entristece saber que uma pessoa culta como a prefeita, refinada, se deu ao luxo, na tentativa de desmerecer o tra-balho feito pelo jornal, propagar que nossas informações eram mentirosas, que este jornalista,

além de “louco”, queria ver corpos boiando pelo rio Lençóis (palavras da prefeita relatadas por uma moradora que teve a casa inunda-

da, e com testemu-nha), tentando colar na linha do jornal e de seus jornalistas a imagem da desgraça. Uma atitude muito leviana e pequena para um ser humano. Essa atitude morbida e mesquinha colocou interesses políticos

acima da vida dos lençoenses.Mesmo com isso tudo, se eu

pudesse voltar no tempo com poderes para mudar geral, volta-ria, ficaria com a imagem de in-consequente, de mentiroso, mas pouparia a vida construída com tanto sacrifício, de cada cidadão afetado pela enchente. Carregaria o peso de uma suposta arrogância pelo resto da vida, no entanto, preferiria ser apontado nas ruas de Lençóis, que ver a situação que ela se encontra neste momento.

Izabel e Marise não são con-

troladores do tempo, da chuva. Sei disso. Existe algo muitíssimo maior que é a natureza. O erro de-les foi não acreditar e colocar seus interesses acima do da população. A frase que eu usaria depois da postagem sobre os rompimentos, se estivesse na situação de manda-tários e donos da verdade, como eles se colocam, seria a seguinte: “o Billy é doido. O jornal Sabadão é crítico demais. As represas não vão romper. Mas mesmo assim, vai que aconteça algo pior. Então, quem está em área de risco, tirem tudo, vamos fazer um mutirão com as empresas e vamos salvar o que der. Se nada acontecer, nin-guém terá prejuízo ou pelo menos, muito pouco”.

Diferente do jornalista, que precisa checar aquilo que publica ou estar no acontecimento para relatar com seriedade, as autorida-des utilizam apenas suas palavras e status. Mesmo que estejam carre-gadas de interesses ou inverdades.

Billy Mao é jornalista - repórter fotográfico

OPINIÃO 3LENÇÓIS PAULISTA, 16 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVO

FALE CONOSCO CNPJ: 14.647.331./0001-22

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Jornalista Responsável: Tânia Morbi Mtb: 52.193

Redação e administração Lençóis Paulista Rua André Bacili, 45

Telefone – (14) [email protected]

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Registrado no Cartório de Registros de Pessoas Jurídicas de Lençóis Paulista sob

número 008 - Folha 15 - Livro B1

TODOS OS ARTIGOS SÃO DERESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES

Tiragem: 3.000 exemplaresNa internet: http://issuu.com/billymao/docs

Lençóis Paulista - Borebi Macatuba

Para enviar foto de acontecimentos na [email protected] WhatsApp 99825-9382

Ano novo feliz!pr. antonio carlos cabral

Sabadão online: issuu.com/billymao/docs/

Reflexão

Charge Lathuff

No mundo todo, quando um novo ano se inicia, as mensagens se multiplicam sempre desejan-do felicidades, que este ano seja próspero, que tudo se realize e todos sejam felizes. Até parece que as palavras são mágicas e tudo acontecerá exatamente como fo-ram ditas. Era o que se esperava para 2015. Vivemos 365 dias e quantas coisas novas acontece-ram e quantas que jamais dese-jávamos. Inundações, incêndios, homens bombas, atos terroristas, suicídios, assaltos, juventude se drogando, discriminação racial, social e religiosa... e muitos ainda não descobriram uma vida verda-deiramente feliz.

Viver um ano feliz é conhecer o verdadeiro Deus, procurando conhecer a sua vontade, viven-do-a diariamente e em todas as circunstâncias. Por exemplo: quantos comemoraram o Natal comendo e bebendo, se embria-

gando até o amanhecer, sem ao me-nos mencionar o nome da pessoa do Natal. Da mesma maneira se fez em relação ao começo do ano. As crianças ganharam os seus presentes, os adultos trocaram pre-sentes entre si, com abraços e beijos, sem sequer fazer menção ao nome de Deus para agradecer por tudo. A Palavra de Deus recomenda: “Em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (I Tes. 5.18). A maior parte da humanidade nesse período de festas vive como se Deus não existisse, ou melhor, só é lembrado quando a dor é grande.

Ainda estamos no inicio de um novo ano. O que podemos esperar de 2016? Será que as condições melhorarão? Precisamos ter espe-ranças e fé, nunca perder a visão,

nunca desistir, não deixar de acre-ditar que ainda há pessoas boas querendo ajudar. É necessário nos juntarmos para fazer a diferença.

Não podemos espe-rar algo diferente, se não fizermos a dife-rença. Não adianta ter esperança sem ter fé. Não uma fé no nada, mas em Deus. Sem Ele não vamos a lugar algum. Sem Ele nossa expectativa de um futuro melhor

fica no vazio. Algumas ações in-dividuais abençoadoras podem ser desenvolvidas no decorrer do tempo do novo ano. O tempo é muito lento para quem espera, muito longo para quem sofre, muito curto para quem aproveita, mas para Deus que a todos ama, o tempo não existe.

Ninguém é tão forte que nunca tenha chorado, nem tão fraco que

nunca tenha vencido, tão inútil que nunca tenha ajudado, tão sábio que nunca tenha errado, ou tão ninguém que precise de ninguém. Não espere um sorriso para ser gentil, ser amado para amar, ficar sozinho para reconhe-cer o valor de um amigo, a sepa-ração para fazer a reconciliação, ter tempo para servir, dinheiro sobrando para contribuir. Faça hoje o que talvez não possa fazer depois. Nos momentos felizes, louve a Deus, nos difíceis, busque a Deus, nos silenciosos adore a Deus, nos dolorosos, confie em Deus e em todos os momentos agradeça a Deus.

Não se trata de uma fórmula para a felicidade, mas uma con-tribuição para um mundo melhor ao nosso redor.

Antônio Carlos Cabral é Ba-charel em Teologia pela Faculdade Teológica Batista Grande ABC.

billY Mao

Quanto vale uma informação

A omissão e a dor do povo lençoense

railson rodrigues

Pobres não têm represas

Sinceramente, não esperava co-meçar o ano com uma surpresa tão negativa. Creio que isso ninguém espera e nem deseja.

Este é um artigo com mais per-guntas do que respostas. Até porque, há muitos culpados, e os principais culpados são blindados pela lei, como “semideuses”, intocáveis.

Não falarei agora dos culpados, até porque, o povo lençoense é solidário e não quer saber, no momento, de quem é a culpa, queremos primeira-mente resolver todo esse problemão, e queremos muito que a vida de todos os afetados volte ao normal, ou o mais próximo possível da normalidade.

É momento de ajudar, e cada um faz o que pode ou o que é capaz (ao menos deveria fazer). Quem pode doar bens, está doando. Quem pode doar alimentos, está doando. Quem pode doar trabalho, está doando. A solidariedade vem em primeiro lugar.

Precisamos apenas tomar cuidado para que a solidariedade não se torne autopromoção. Quem doa, doa pelo próximo. É hora de muita ação e pou-cas palavras. É hora do lençoense se irmanar e sentir a empatia que sempre

serviu de combustível para que nações se desenvolvessem.

Somos um povo privilegiado, minha esperança é de tirarmos da tragédia uma força que sequer conhecíamos, é o sentimento que me toca.

Mas e depois que superarmos boa parte disso?

Como profissional da área jurídica, não consi-go deixar de lado a ques-tão da responsabilização. E isso não é “procurar culpados”, isso é “buscar justiça”. Afinal, a solida-riedade só é completa se vier acompanhada da justiça.

E infelizmente, por mais que as coisas estejam evoluindo, ainda somos o país onde ricos possuem privilégios.

Em 2011 tivemos uma tragédia semelhante (com proporções bem menores), mas antes de 2011, outras vezes isso aconteceu. Era uma tragédia repetida, que aumentava mais suas proporções em cada repetição.

Represas estouram, a cidade inun-da, as autoridades buscam soluções,

o problema é superado e deixado de lado, ninguém é punido. E o ciclo se repete depois de alguns anos.

Obviamente, a primeira peça que cai nesse efeito dominó e derruba todas as de-mais peças, é a força da natureza. Em seguida, há uma peça crucial: o dever de fiscalização, que não sei se foi cum-prido com rigor, mas pelos resultados obser-vados, existe a possibi-lidade de não ter sido.

Portanto, juridica-mente falando, caso estabelecido o nexo de

causalidade entre o rompimento das represas e o alagamento, enxergo a possibilidade de cobrança de inde-nização dos afetados em relação aos proprietários das represas. O próprio Código Civil nos traz a responsabili-dade objetiva independente de culpa, pelo risco da atividade.

Contudo, a responsabilização dos proprietários das represas não anula a responsabilização de agentes públicos que fornecem informações de modo

EDITORIAL

“Ficamos esquecidos aqui na 25 de Ja-neiro. Onde está a prefeita neste mo-mento? Nem uma palavra de consolo, nem um abraço solidário, nada! Parece

que para esta administração somos lixo, isso porque na 25 só tem prédio

velho e gente pobre?”

Empresária do centro comercial da 25 de janeiro, na sexta-feira de manhã

irresponsável ou imprudente. Afinal, se há riscos, eles devem ser expostos à população que pode perder seus bens. E se algum agente público informou à população que estava tudo sob con-trole, mesmo com o risco eminente de sofrermos com a maior tragédia do município, é preciso que o mesmo responda judicialmente pela impru-dência da informação, que o órgão que representa pague a devida indenização pelos produtos, bens e estoques de comerciantes que foram perdidos, simplesmente porque acreditaram na informação amplamente difundida.

A palavra de um agente público possui presunção de veracidade, por-tanto, quando ele utiliza tal instituto em prejuízo da população, precisa res-ponder por isso. Obviamente é o órgão que pagaria a indenização em caso de condenação, porém, posteriormente o órgão poderá cobrar do agente os gastos causados por sua ação.

Solidariedade, amor e justiça, são as palavras que consigo pensar.

Railson Rodrigues é pós-graduan-do em Direito Municipal e Assessor Legislativo

Quando não é possível culpar inocentes pelos erros que se comete, o mais fácil é desviar o foco daquilo que se fez de errado pela ação ou omissão, denegrindo a imagem de quem tem coragem de se levantar contra esses erros, desqualificando qualquer ação que possa torná-los públicos e questioná-veis. Esse tem sido o dilema do jornal Saba-dão do Povo e de seus profissionais quando o assunto é poder público lençoense.

O jornal já havia se habituado, até esta semana, a receber dos dirigentes municipais tratamento diferenciado em relação à mídia lençoense, que apóia a administração, em quesitos econômicos, por exemplo, com toda a verba de publicidade destinada para um e outro veículo, sob o argumento de que o jornal Sabadão do Povo não tem o alcance de outros veículos, isso quando este jornal é o único distribuído gratuitamente com a abrangência que alcança, em pontos de entrega em todas as regiões da cidade.

Mas, eis que esta semana os adminis-tradores públicos se superaram e com um ataque voraz investiram contra a cobertura que fazíamos das enchentes que afetaram tantos inocentes.

O leitor do Sabadão pode pensar que sua equipe passa por um delírio megalo-maníaco, mas não caro leitor. Quando a cidade ainda se angustiava com a dúvida do quanto a água do rio Lençóis poderia afetar a todos, eis que ao invés de confron-tar as informações que tínhamos e as que a administração municipal e Defesa Civil possuíam - abrindo a possibilidade de pre-venir um mal maior - seus responsáveis se preocuparam em desmentir o que havíamos divulgado, usando para isso de declarações que demonstraram o desespero em atingir este veículo e seus profissionais, segundo inúmeros relatos recebidos durante e após as enchentes. Praticamente, de porta em porta, no centro da cidade, por exemplo, fomos acusados de irresponsáveis pelas informações que divulgávamos.

Não, caros leitores, não torcemos pela desgraça, não queremos ver morte e não somos sensacionalistas, como nos acusaram figuras respeitadíssimas de nossa cidade, antes do ocorrido. A equipe Sabadão do Povo é formada por jornalistas experientes e responsáveis a ponto de divulgar uma informação – especialmente quando pode afetar milhares de pessoas – da forma mais profissional possível.

Gostaríamos, imensamente, de termos errado. De termos cometido um equívoco ao divulgar antes de qualquer outro veí-culo de comunicação o rompimento da primeira barragem de Borebi e alertar, através da internet, sobre os riscos que isso representava.

O jornal seria taxado de sensacionalista e seus profissionais de lunáticos, enquanto a população seguiria com suas vidas, sem tanta dor causada por suas perdas. Infeliz-mente, não foi o que ocorreu.

Não podemos calcular o quanto o tempo perdido na desesperada tentativa de nos denegrir afetou as ações preventivas de ajuda à população.

Mas, se a dor compartilhada com cente-nas de lençoenses neste momento também não pode ser medida, o que se pode medir é o quanto de irresponsabilidade e omissão essa história toda pode conter. E para isso, não há desculpa ou palavras suaves que possam ser usadas.

Page 4: Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

LENÇÓIS PAULISTA, 16 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVOEnchente4 5Enchente

Em um cenário de guerra, o prejuízo e o desespero tomaram conta de famílias e comerciantes de Lençóis Paulista, após a enchente que atingiu moradias, estabele-cimentos comerciais e prédios públicos no início desta semana. A chuva de cerca de 300 milímetros que afetou a cidade, mas também Borebi, Macatuba e Agudos, causou o rompimento de 16 represas da região, ao menos sete próximas aos limites do município. Em Lençóis, um homem morreu afogado, depois de ser arrastado pela enchente. Até o fechamento desta edição, parte da cidade permanecia sem o abastecimento de água potável, que era feito por caminhões pipa de empresas, enquanto o nível da água já havia baixado. Entre os atingidos o clima, durante toda a semana, era de revolta, devido à precariedade de informações oficiais divulgadas pela Prefeitura e Defesa Civil, que em sua avaliação, contribuíram para os prejuízos.

A tragédia começou a ser defini-da ainda na noite de terça-feira. Por volta das 21h do dia 12, o jornal Sabadão do Povo divulgou com exclusividade que uma barragem em Borebi havia se rompido. As in-formações ainda tidas como extrao-ficiais foram divulgadas na página do Facebook do jornal e de seus jornalistas. No mesmo momento, o responsável pela Defesa Civil de Lençóis, vice-prefeito José Antonio Marise afirmou, por telefone, que o órgão monitorava a situação na Vila Contente, e que nenhum represa havia sido rompida.

Por volta das 22h, uma forte pancada de chuva atingiu o mu-nicípio e região. A quantidade de chuva acima do que era esperado para todo o mês de janeiro, causou o rompimento de outras represas ocasionando a pior enchente vivida pelo município, desde 1974, de acordo com a Prefeitura. A estima-tiva é de que o nível das águas do rio Lençóis tenha subido cerca de sete metros. A Prefeitura afirma que foram cinco metros.

Neste horário, o repórter foto-gráfico Billy Mao estava em Bo-rebi e acompanhava a situação do córrego das Antas, no município, mas também do rio Lençóis, cujo nível das águas subia rapidamente. Durante toda a madrugada foram divulgadas imagens do aumento das águas em Borebi, Macatuba e Lençóis Paulista, até por volta das 6h de quarta-feira, quando a água do rio já chegava a cerca de um metro de altura na Avenida 25 de Janeiro e cerca de 1,5 de altura na região próxima ao SAAE e vila Santa Cecília.

Por volta das 9h do dia 13, casas, prédios comerciais e públicos loca-lizados na Avenida 25 de Janeiro, entre a Avenida 9 de Julho e a Rua Piedade, além de parte dos bairros Contente, Bacili, Repik, Prima-vera, Mamedina e Santa Cecília já estavam totalmente alagados, a maior parte deles até a altura do teto. Móveis, eletrodomésticos, equipamentos, roupas e todos os pertences das famílias foram leva-dos pela rua, onde se viam máqui-nas de lavar, cadeiras e todo tipo de utensílio boiando, em meio ao mar de água barrenta. Durante toda a quarta-feira o centro da cidade e

os bairros, além de grande parte do centro comercial permaneceram sub-mersos. O nível do rio baixou apenas na quinta-feira, quando começou a limpeza e retirada do barros das ruas e imóveis, além da contabilização do prejuízos.

O município decretou estado de emergência e criou um Comitê de Gerenciamento de Crise, que disponibilizou boletins das ações que foram tomadas após as en-chentes, como a disponibilidade de caminhões de água potável, para as famílias sem abastecimento ou que necessitem de limpeza de suas moradias.

“A água vai baixar”Em um dos bairros mais atingidos,

a Vila Contente, na quarta-feira, enquanto o nível da água ainda im-pedia que as famílias voltassem para casa, o clima era de revolta, entre os moradores. Vários afirmaram que antes da enchente foram orientados a não retirar os pertences de casa, já que não havia risco de o bairro ser atingido por uma enchente tão grave.

Lurdes dos Santos, de 52 anos, teve prejuízo de R$ 10 mil em per-fumes e lingeries que revendia, além de perder tudo o que tinha dentro de casa. “Quando a minha filha chegou fomos ver o rio, por volta das 20h30. A rua estava cheia, mas a água não tinha atingido os móveis, a gente ergueu os móveis e fomos até o túnel para ver como estava o fluxo da água e estava descendo muito rápido. Quando a água do córrego e do rio se encontraram pareceu um dilúvio. Não deu tempo de tirar nada, as pessoas saíram com a roupa do corpo”, contou.

Sua filha Daiane, de 30 anos, disse que os moradores acreditaram na informação da Defesa Civil do mu-nicípio, divulgada no início da noite, que tranquilizava os moradores sobre o risco do nível do córrego e do rio subirem. “Por volta das 7h, ouvimos no rádio uma entrevista do diretor da Defesa Civil e vice-prefeito José Antonio Marise, dizendo que o fluxo de água deveria baixar, a água estava em cerca de um metro de altura dentro de casa, quando deu 20h30 a água veio com tudo e inundou tudo. Faltou nos avisar. Aqui moram serem humanos, mas não fomos tratados como seres humanos”, lamentou.

Cristiana Silva, de 40 anos,que também teve a casa invadida até o teto, disse que os moradores confia-ram nas informações oficiais. “Na noite de terça-feira, um engenheiro da Prefeitura que estava aqui no bair-ro disse que as represas já estavam desativadas e que o que estava na internet, que poderia romper outras represas, era mentira. Queria que ele viesse aqui ao bairro para ver quem estava mentindo”, disse.

Segundo os próprios moradores, cerca de 50 famílias dos bairros Contente e Bacili tiveram grandes prejuízos. Um comerciante do bairro perdeu todos os produtos que tinha à venda e no estoque.

As famílias passaram a noite de terça para quarta-feira na rua, sem terem para onde ir. As primeiras assistências, como comida e água foram fornecidas por moradores do bairro e empresas, na manhã do dia 13.

Entre todos os atingidos pela inundação, ouvidos pela reportagem

do jornal Sabadão durante a sema-na, foi unânime a revolta causada pela orientação dada pela Prefeitura e Defesa Civil de que não era ne-cessário retirar os bens dos imóveis, uma vez que, de acordo com os moradores, a informação oficial era de que a água não passaria de um metro de altura.

Empresários que perderam todos os produtos expostos e em esto-que de suas lojas, de presentes, de decorações, roupas e importados localizada na Avendia 25 de Janeiro, deram vários depoimentos emocio-nados à reportagem na quinta-feira, após constatar a destruição de suas lojas e os prejuízos. Todos relata-ram a falta de informação oficial do poder público. Na internet, em suas páginas de relacionamentos, diversos moradores demonstraram indignação pelas falhas nas infor-mações da Defesa Civil e Prefeitura.

Após enchente, onda de soli-dariedade toma conta da cidade

Após os estragos e prejuízos cau-sados pela chuva, a solidariedade do povo lençoense surgiu com toda força, especialmente no ginásio de esportes Antonio Lorenzetti Filho (Tonicão), onde foi montado o cen-tro de recebimento de doações. Mi-lhares de peças de roupas e sapatos, além de roupa de cama, material de higiene e alimentos não paravam de chegar desde a quarta-feira.

Voluntários se empenharam em separar e organizar as doações, que serão entregues às famílias atingi-das pela enchente, e que chegaram também de cidades vizinhas, como Macatuba e Areiópolis. Bauru, Bo-tucatu, São Manoel e outras.

No Clube Social Esportivo e Cultural (Csec) foi montado abrigo para as famílias que não podem vol-tar para suas casas e para depósito de móveis e outros pertences.

Segundo a diretora de Assistência do município, Elizabeth Athanásio, a escola Idalina Canova de Barros, no Jardim Nova Lençóis, também foi preparada para receber as famí-lias desabrigadas. A diretora disse que não há um prazo para que as famílias permaneçam no local.

A solidariedade está também na força tarefa para efetuar a limpeza dos imóveis. Por toda a cidade as famílias contaram com a ajuda de pessoas dispostas a cooperar. Ama-rildo Lopes, conhecido como “Atle-ta”, morador do Jardim Primavera estava na Vila Repke cooperando na limpeza de residências. Atleta res-saltou a importância da cooperação para que a cidade volte ao normal o mais rápido possível.

No centro, muita ajuda foi dis-ponibilizada por pessoas sensibili-zadas com o ocorrido.

Também devido à enchente que atingiu a cidade de Lençóis Paulista nessa semana, os clubes Interact, Rotaract e Rotary da cidade rea-lizam coleta de alimentos, roupas, água e móveis.

Um caminhão de água doado pelo Interact de Macatuba ajudou a garantir água para quem precisas-se. Tudo foi e está sendo separado e levado ao Tonicão, onde quem necessita deve fazer a retirada.

A coleta ainda continua e o Rota-ract está pedindo móveis para quem puder ajudar, que deve ser entregues na sede do Rotary.

Maior enchente dos últimos 100 anos afeta cerca de mil pessoas em Lençóis PaulistaInundação de bairros e centro da cidade teve como precedente situação semelhante em 2011, mas esta semana inundação foi bem maior, causou danos incomparáveis e Lençóis Paulista conheceu o lado mais cruel da natureza, principalmente quando o homem não a respeita; para cerca de mil atingidos momento é de recomeçar e apoio da população é fundamental, mas culpados devem ser responsabilizados pela omissão que pode ter contribuído

Às 11 horas do dia 12: na manhã da terça--feira a equipe do Sabadão monitorava o nível do rio Lençóis, que não parava de subir

19h30 e 20h30 do dia 12: Já no período da tarde, começou a chover forte e até o córrego Corvo Branco já sentia o peso da força do rio Lençóis e também começava a subir. Até aquele momento, as bombas instaladas para contenção de enchente no bairro funcionavam perfeitamente.

Entre 22h e meia noite do dia 12: Já em Len-çóis Paulista, às 23h40, a reportagem informou o diretor de Obras do município que pelo menos duas barragens haviam se rompido em Borebi e que a quantidade de água que seguia para o rio Lençóis era enorme. O diretor disse que esta-va tudo sob controle e que “havia gente moni-torando lá”, em Borebi. Meia noite em ponto, quando virou o dia 13, a água estava no portão do SAAE. Prefeita Izabel e o vice-prefeito Ma-rise estavam ao telefone e não foi possível falar com a reportagem, que buscava relatar o que ocorria na cidade vizinha.

Início da cobertura do dia 13, às 9h: Por volta das 3h da madrugada do dia 13 a água já começava a invadir o pátio da rodoviária municipal. Cerca de nove horas depois do Sabadão informar sobre o rompimento da primeira barragem, a água chegou com violência em Lençóis Paulista inundando tudo que encontrou pela frente causando a maior enchente dos últimos 100 anos em Lençóis Paulista.

11h30 do dia 13: Depois do estrago feito, foi necessário aguardar as águas baixarem para começar a limpeza do que sobrou. Foram casas destruídas, comércios abalados e famílias desabrigadas. A solidariedade de lençoenses e das cidades vizinhas começou a acontecer e pessoas que não tinham ligação direta com o ocorrido passaram a fazer parte da colaboração mútua.

Dia 14: Depois do estrago, a Prefeitura disponibilizou caminhões e máquinas para a limpeza e remoção daquilo que sobrou das famílias. Empresas de Lençóis Paulista e de toda a região entraram na onda solidária e enviaram caminhões, máquinas e pessoal para ajudar na restauração da cidade, que apresentou cenário de guerra, causando comoção em quem passasse pelos locais atingidos. Funcionários do SAAE e Prefeitura em trabalhado incansavelmente na recuperação

Sabadão do Povo no Facebook

BAIXE O QR CODE EM SEU CELULAR E VEJA O VÍDEO OU ACESSE: https://www.facebook.com/billy.mao.50/videos/10205188479461013/?-theater

Às 20h00: A reportagem do Sabadão estava em Borebi, depois que recebeu a informação sobre o rompimento de uma barragem. Com o prefeito Mané Frias, a reportagem viu e alertou sobre a forte chuva que se precipitava naquele mo-mento. Ainda em Borebi, a reportagem presenciou o início do rompimento da barragem da rodovia da Amizade.

Fotos: Billy Mao

Page 5: Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

LENÇÓIS PAULISTA, 16 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVOEnchente4 5Enchente

Em um cenário de guerra, o prejuízo e o desespero tomaram conta de famílias e comerciantes de Lençóis Paulista, após a enchente que atingiu moradias, estabele-cimentos comerciais e prédios públicos no início desta semana. A chuva de cerca de 300 milímetros que afetou a cidade, mas também Borebi, Macatuba e Agudos, causou o rompimento de 16 represas da região, ao menos sete próximas aos limites do município. Em Lençóis, um homem morreu afogado, depois de ser arrastado pela enchente. Até o fechamento desta edição, parte da cidade permanecia sem o abastecimento de água potável, que era feito por caminhões pipa de empresas, enquanto o nível da água já havia baixado. Entre os atingidos o clima, durante toda a semana, era de revolta, devido à precariedade de informações oficiais divulgadas pela Prefeitura e Defesa Civil, que em sua avaliação, contribuíram para os prejuízos.

A tragédia começou a ser defini-da ainda na noite de terça-feira. Por volta das 21h do dia 12, o jornal Sabadão do Povo divulgou com exclusividade que uma barragem em Borebi havia se rompido. As in-formações ainda tidas como extrao-ficiais foram divulgadas na página do Facebook do jornal e de seus jornalistas. No mesmo momento, o responsável pela Defesa Civil de Lençóis, vice-prefeito José Antonio Marise afirmou, por telefone, que o órgão monitorava a situação na Vila Contente, e que nenhum represa havia sido rompida.

Por volta das 22h, uma forte pancada de chuva atingiu o mu-nicípio e região. A quantidade de chuva acima do que era esperado para todo o mês de janeiro, causou o rompimento de outras represas ocasionando a pior enchente vivida pelo município, desde 1974, de acordo com a Prefeitura. A estima-tiva é de que o nível das águas do rio Lençóis tenha subido cerca de sete metros. A Prefeitura afirma que foram cinco metros.

Neste horário, o repórter foto-gráfico Billy Mao estava em Bo-rebi e acompanhava a situação do córrego das Antas, no município, mas também do rio Lençóis, cujo nível das águas subia rapidamente. Durante toda a madrugada foram divulgadas imagens do aumento das águas em Borebi, Macatuba e Lençóis Paulista, até por volta das 6h de quarta-feira, quando a água do rio já chegava a cerca de um metro de altura na Avenida 25 de Janeiro e cerca de 1,5 de altura na região próxima ao SAAE e vila Santa Cecília.

Por volta das 9h do dia 13, casas, prédios comerciais e públicos loca-lizados na Avenida 25 de Janeiro, entre a Avenida 9 de Julho e a Rua Piedade, além de parte dos bairros Contente, Bacili, Repik, Prima-vera, Mamedina e Santa Cecília já estavam totalmente alagados, a maior parte deles até a altura do teto. Móveis, eletrodomésticos, equipamentos, roupas e todos os pertences das famílias foram leva-dos pela rua, onde se viam máqui-nas de lavar, cadeiras e todo tipo de utensílio boiando, em meio ao mar de água barrenta. Durante toda a quarta-feira o centro da cidade e

os bairros, além de grande parte do centro comercial permaneceram sub-mersos. O nível do rio baixou apenas na quinta-feira, quando começou a limpeza e retirada do barros das ruas e imóveis, além da contabilização do prejuízos.

O município decretou estado de emergência e criou um Comitê de Gerenciamento de Crise, que disponibilizou boletins das ações que foram tomadas após as en-chentes, como a disponibilidade de caminhões de água potável, para as famílias sem abastecimento ou que necessitem de limpeza de suas moradias.

“A água vai baixar”Em um dos bairros mais atingidos,

a Vila Contente, na quarta-feira, enquanto o nível da água ainda im-pedia que as famílias voltassem para casa, o clima era de revolta, entre os moradores. Vários afirmaram que antes da enchente foram orientados a não retirar os pertences de casa, já que não havia risco de o bairro ser atingido por uma enchente tão grave.

Lurdes dos Santos, de 52 anos, teve prejuízo de R$ 10 mil em per-fumes e lingeries que revendia, além de perder tudo o que tinha dentro de casa. “Quando a minha filha chegou fomos ver o rio, por volta das 20h30. A rua estava cheia, mas a água não tinha atingido os móveis, a gente ergueu os móveis e fomos até o túnel para ver como estava o fluxo da água e estava descendo muito rápido. Quando a água do córrego e do rio se encontraram pareceu um dilúvio. Não deu tempo de tirar nada, as pessoas saíram com a roupa do corpo”, contou.

Sua filha Daiane, de 30 anos, disse que os moradores acreditaram na informação da Defesa Civil do mu-nicípio, divulgada no início da noite, que tranquilizava os moradores sobre o risco do nível do córrego e do rio subirem. “Por volta das 7h, ouvimos no rádio uma entrevista do diretor da Defesa Civil e vice-prefeito José Antonio Marise, dizendo que o fluxo de água deveria baixar, a água estava em cerca de um metro de altura dentro de casa, quando deu 20h30 a água veio com tudo e inundou tudo. Faltou nos avisar. Aqui moram serem humanos, mas não fomos tratados como seres humanos”, lamentou.

Cristiana Silva, de 40 anos,que também teve a casa invadida até o teto, disse que os moradores confia-ram nas informações oficiais. “Na noite de terça-feira, um engenheiro da Prefeitura que estava aqui no bair-ro disse que as represas já estavam desativadas e que o que estava na internet, que poderia romper outras represas, era mentira. Queria que ele viesse aqui ao bairro para ver quem estava mentindo”, disse.

Segundo os próprios moradores, cerca de 50 famílias dos bairros Contente e Bacili tiveram grandes prejuízos. Um comerciante do bairro perdeu todos os produtos que tinha à venda e no estoque.

As famílias passaram a noite de terça para quarta-feira na rua, sem terem para onde ir. As primeiras assistências, como comida e água foram fornecidas por moradores do bairro e empresas, na manhã do dia 13.

Entre todos os atingidos pela inundação, ouvidos pela reportagem

do jornal Sabadão durante a sema-na, foi unânime a revolta causada pela orientação dada pela Prefeitura e Defesa Civil de que não era ne-cessário retirar os bens dos imóveis, uma vez que, de acordo com os moradores, a informação oficial era de que a água não passaria de um metro de altura.

Empresários que perderam todos os produtos expostos e em esto-que de suas lojas, de presentes, de decorações, roupas e importados localizada na Avendia 25 de Janeiro, deram vários depoimentos emocio-nados à reportagem na quinta-feira, após constatar a destruição de suas lojas e os prejuízos. Todos relata-ram a falta de informação oficial do poder público. Na internet, em suas páginas de relacionamentos, diversos moradores demonstraram indignação pelas falhas nas infor-mações da Defesa Civil e Prefeitura.

Após enchente, onda de soli-dariedade toma conta da cidade

Após os estragos e prejuízos cau-sados pela chuva, a solidariedade do povo lençoense surgiu com toda força, especialmente no ginásio de esportes Antonio Lorenzetti Filho (Tonicão), onde foi montado o cen-tro de recebimento de doações. Mi-lhares de peças de roupas e sapatos, além de roupa de cama, material de higiene e alimentos não paravam de chegar desde a quarta-feira.

Voluntários se empenharam em separar e organizar as doações, que serão entregues às famílias atingi-das pela enchente, e que chegaram também de cidades vizinhas, como Macatuba e Areiópolis. Bauru, Bo-tucatu, São Manoel e outras.

No Clube Social Esportivo e Cultural (Csec) foi montado abrigo para as famílias que não podem vol-tar para suas casas e para depósito de móveis e outros pertences.

Segundo a diretora de Assistência do município, Elizabeth Athanásio, a escola Idalina Canova de Barros, no Jardim Nova Lençóis, também foi preparada para receber as famí-lias desabrigadas. A diretora disse que não há um prazo para que as famílias permaneçam no local.

A solidariedade está também na força tarefa para efetuar a limpeza dos imóveis. Por toda a cidade as famílias contaram com a ajuda de pessoas dispostas a cooperar. Ama-rildo Lopes, conhecido como “Atle-ta”, morador do Jardim Primavera estava na Vila Repke cooperando na limpeza de residências. Atleta res-saltou a importância da cooperação para que a cidade volte ao normal o mais rápido possível.

No centro, muita ajuda foi dis-ponibilizada por pessoas sensibili-zadas com o ocorrido.

Também devido à enchente que atingiu a cidade de Lençóis Paulista nessa semana, os clubes Interact, Rotaract e Rotary da cidade rea-lizam coleta de alimentos, roupas, água e móveis.

Um caminhão de água doado pelo Interact de Macatuba ajudou a garantir água para quem precisas-se. Tudo foi e está sendo separado e levado ao Tonicão, onde quem necessita deve fazer a retirada.

A coleta ainda continua e o Rota-ract está pedindo móveis para quem puder ajudar, que deve ser entregues na sede do Rotary.

Maior enchente dos últimos 100 anos afeta cerca de mil pessoas em Lençóis PaulistaInundação de bairros e centro da cidade teve como precedente situação semelhante em 2011, mas esta semana inundação foi bem maior, causou danos incomparáveis e Lençóis Paulista conheceu o lado mais cruel da natureza, principalmente quando o homem não a respeita; para cerca de mil atingidos momento é de recomeçar e apoio da população é fundamental, mas culpados devem ser responsabilizados pela omissão que pode ter contribuído

Às 11 horas do dia 12: na manhã da terça--feira a equipe do Sabadão monitorava o nível do rio Lençóis, que não parava de subir

19h30 e 20h30 do dia 12: Já no período da tarde, começou a chover forte e até o córrego Corvo Branco já sentia o peso da força do rio Lençóis e também começava a subir. Até aquele momento, as bombas instaladas para contenção de enchente no bairro funcionavam perfeitamente.

Entre 22h e meia noite do dia 12: Já em Len-çóis Paulista, às 23h40, a reportagem informou o diretor de Obras do município que pelo menos duas barragens haviam se rompido em Borebi e que a quantidade de água que seguia para o rio Lençóis era enorme. O diretor disse que esta-va tudo sob controle e que “havia gente moni-torando lá”, em Borebi. Meia noite em ponto, quando virou o dia 13, a água estava no portão do SAAE. Prefeita Izabel e o vice-prefeito Ma-rise estavam ao telefone e não foi possível falar com a reportagem, que buscava relatar o que ocorria na cidade vizinha.

Início da cobertura do dia 13, às 9h: Por volta das 3h da madrugada do dia 13 a água já começava a invadir o pátio da rodoviária municipal. Cerca de nove horas depois do Sabadão informar sobre o rompimento da primeira barragem, a água chegou com violência em Lençóis Paulista inundando tudo que encontrou pela frente causando a maior enchente dos últimos 100 anos em Lençóis Paulista.

11h30 do dia 13: Depois do estrago feito, foi necessário aguardar as águas baixarem para começar a limpeza do que sobrou. Foram casas destruídas, comércios abalados e famílias desabrigadas. A solidariedade de lençoenses e das cidades vizinhas começou a acontecer e pessoas que não tinham ligação direta com o ocorrido passaram a fazer parte da colaboração mútua.

Dia 14: Depois do estrago, a Prefeitura disponibilizou caminhões e máquinas para a limpeza e remoção daquilo que sobrou das famílias. Empresas de Lençóis Paulista e de toda a região entraram na onda solidária e enviaram caminhões, máquinas e pessoal para ajudar na restauração da cidade, que apresentou cenário de guerra, causando comoção em quem passasse pelos locais atingidos. Funcionários do SAAE e Prefeitura em trabalhado incansavelmente na recuperação

Sabadão do Povo no Facebook

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Às 20h00: A reportagem do Sabadão estava em Borebi, depois que recebeu a informação sobre o rompimento de uma barragem. Com o prefeito Mané Frias, a reportagem viu e alertou sobre a forte chuva que se precipitava naquele mo-mento. Ainda em Borebi, a reportagem presenciou o início do rompimento da barragem da rodovia da Amizade.

Fotos: Billy Mao

Page 6: Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

6LENÇÓIS PAULISTA, 16 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVOGERAL

O Centro Municipal de Formação Profissional Prefeito Ideval Paccola abre entre os dias 18 e 22 de janeiro as inscrições para os cursos gratuitos que serão oferecidos no primeiro semestre de 2016.

As vagas são limitadas e serão preenchidas por ordem de chegada dos candidatos. As inscrições serão realizadas

Começam na segunda-feira, dia 18, inscrições para cursos gratuitos do Centro Municipal de Formação Profissional

das 7h30 às 16h30, na sede administrativa do CMFP, que fic na Avenida Lázaro Brígido Dutra, 101 (defronte ao recin-to da Facilpa).

Para se inscrever é pre-ciso apresentar RG, CPF, cartão cidadão e compro-vante atualizado de ende-reço. A inscrição não será efetuada sem a apresenta-

ção dos documentos. As inscrições para os cursos

de automotiva kids; eletrici-dade automotiva; eletricidade residencial; marcenaria; me-cânica de autos e mecânica de bicicleta serão feitas entre os dias 18 a 22.

Já quem quer fazer os cursos de assistente administrativo; design gráfico; edição de vídeo;

ilustração digital; informática básica; penteado e maquiagem e depilação deve se inscrever entre os dias 19 e 22.

Entre os dias 20 e 22 devem fazer a inscrição os interes-sados nos cursos de artes em tecido; bordado; costura industrial; crochê; macramê; moda íntima; pintura em madeira e pintura em tecido.

Empresas se unem para cooperar com população lençoense

A Comissão Municipal de Serviço Civil realiza no dia 18 de janeiro, atribuição para classes/aulas em caráter efetivo e temporário para o ano letivo de 2016, para os cargos de professor de educação infantil I, educação infantil II, ensino fundamental I, educação es-pecial e ensino fundamental II (matemática, história e arte), e ensino fundamental I, educação

infantil II, educação especial, orientador de informática edu-cação e ensino fundamental I.

Para os cargos efetivos, a atribuição será às 8h30 para professor de educação Infantil I, 8h50 para professor de educação infantil II, 9h30 para professor de educação especial, 8h55 para professor de ensino fundamental I, 9h30 professor de educação especial, 9h40 professor de en-

sino fundamental II (Matemá-tica), 9h50 professor de ensino fundamental II (História), e às 10h atribuição para professor de ensino fundamental II (Arte).

Já a atribuição para os cargos temporários, a atribuição de aulas será realizada às 10h30, para professor de ensino fun-damental I; 14h, para professor de educação infantil II; 15h30, atribuição para professor de

educação especial; 15h45, atri-buição para professor orienta-dor de informática educacional e às 16h, para professor de ensino fundamental II (Por-tuguês, Matemática, História, Geografia, Ciências, Inglês, Educação Física e Arte).

A atribuição de aulas será realizada na sede da diretoria de Educação, na rua Sete de Se-tembro, 711, centro da cidade.

Prefeitura fará atribuição para professores temporários e efetivos no dia 18, apesar da cidade estar em emergência

Empresas de Lençóis Paulista e de toda a região se uniram para cooperar com as famílias atingidas pela enchente que afetou mais de 800 pessoas.

São caminhões pipa, briga-distas, caminhões basculantes, de carroceria , caminhonetes, máquinas e pessoal. As em-presas disponibilizaram seus veículos e até máquinas para que a limpeza e retomada de re-construção ocorra rapidamente.

Segundo informação da Defesa Civil, mais de 20 ca-minhões pipa estão efetuando a limpeza por toda a extensão atingida pela enchente e pelo menos 14 caminhões pipa estão sendo abastecidos em poços profundos do grupo Lwart para fornecer água à população. Já a água para limpeza está sendo retirada do Lago da Prata.

Ainda segundo informações da DC, todas as empresas da cidade que têm caminhões pipa cederam gentilmente o veículo e funcionários para atuar na solidariedade aos moradores.

Polícia MilitarA Polícia Militar recebeu

reforço do contingente das cidades de Agudos e Bauru. O comando de Bauru tam-bém esteve na cidade ontem para ajudar na coordenação da demanda. Informação do Capitão da PM, Juliano Xa-vier é de quê a segurança está garantida e com toda a tropa na rua. “Todas as folgas foram revistas e o policiamento está em turno rotativo. O trabalho da Polícia está sendo feito de forma coordenada e tranquila”, contou o Capitão.

Pontes afetadasVárias pontes na zona rural

de Lençóis Paulista e Borebi foram afetadas pela enchente. Até o momento não foi pos-sível avaliar todas as passagens afetadas devido à gravidade, concentração de resoluções na área urbana e atendimento às famílias afetadas.

Em Borebi, as pontes prin-cipais da zona rural foram arrancadas e várias propriedades estão isoladas. O prefeito Ma-noel Frias Filho está com sua equipe levantando os dados da situação no município, mas até o fechamento da edição, nem Lençóis Paulista, nem Borebi, haviam fechado o levantamento total dos estragos.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BOREBIDECRETO No 04, de 13 de Janeiro de 2015Declara situação de emergência nas áreas do Município afetadas

por Chuvas Intensas – 1.3.2.1.4, conforme IN/MI 01/2012.

O Senhor Manoel Frias Filho, Prefeito do Município de Borebi, localizado no Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, conferidas pela Lei Orgânica Municipal de 1994 e pelo Inciso VI do artigo 8º da Lei Federal no 12.608, de 10 de abril de 2012,

CONSIDERANDO: I – Que devido a chuvas intensas, causando rompimento de 5

(cinco) represas derrubando postes de energia elétrica, rompendo travessias de acesso a outros municípios, rompendo tubulações de aguas pluviais, queda de sinal de telefonia móvel e fixa assim como desligamento total do poço profundo que abastece a cidade de agua potável, as aguas decorrentes da chuva e das represas inundaram imóveis particulares

II- Que em decorrência dos seguintes fatos narrados no inciso anterior, 36 (trinta e seis) pessoas ficaram desalojadas e seus imóveis danificando assim como vários bens públicos causando alto prejuízo a município.

V – Que o parecer da Diretoria Municipal de Ação Social, Dire-toria de Meio Ambiente e Agricultura, Diretoria de Obras e Defesa Civil, relatando a ocorrência deste desastre é favorável à declaração de situação de emergência.

DECRETA:Art. 1º. Fica declarada situação de emergência nas áreas do

município contidas no Formulário de Informações do Desastre – FIDE e demais documentos anexos a este Decreto, em virtude do desastre classificado e codificado como Chuvas Intensas – 1.3.2.1.4, conforme IN/MI nº 01/2012.

Art. 2º. Autoriza-se a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob a coordenação da Diretoria Municipal de Ação Social, Diretoria de Meio Ambiente e Agricultura, Diretoria de Obras e Defesa Civil, nas ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário e reconstrução.

Art. 3º. Autoriza-se a convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre e realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade, com o objetivo de facilitar as ações de assistência à população afetada pelo desastre, sob a coordenação Diretoria Municipal de Ação Social, Diretoria de Meio Ambiente e Agricultura, Diretoria de Obras e Defesa Civil.

Art. 4º. De acordo com o estabelecido nos incisos XI e XXV do artigo 5º da Constituição Federal, autoriza-se as autoridades administrativas e os agentes de defesa civil, diretamente respon-sáveis pelas ações de resposta aos desastres, em caso de risco iminente, a:

I – penetrar nas casas, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação;

II – usar de propriedade particular, no caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

Parágrafo único: Será responsabilizado o agente da defesa civil ou autoridade administrativa que se omitir de suas obrigações, relacionadas com a segurança global da população.

Art. 5º. De acordo com o estabelecido no Art. 5º do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, autoriza-se o início de processos de desapropriação, por utilidade pública, de propriedades particulares comprovadamente localizadas em áreas de risco intensificado de desastre.

§ 1º. No processo de desapropriação, deverão ser consideradas a depreciação e a desvalorização que ocorrem em propriedades localizadas em áreas inseguras.

§ 2º. Sempre que possível essas propriedades serão trocadas por outras situadas em áreas seguras, e o processo de desmon-tagem e de reconstrução das edificações, em locais seguros, será apoiado pela comunidade.

Art. 6º. Com base no Inciso IV do artigo 24 da Lei nº 8.666 de 21.06.1993, sem prejuízo das restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados a partir da caracterização do desastre, vedada a prorrogação dos contratos.

Art. 7º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE, CUMPRA-SE.

Gabinete do Prefeito, aos 13 dias do mês de janeiro de 2015.

MANOEL FRIAS FILHOPREFEITO MUNICIPAL

Solidários - Disponibilidade de empresas criou uma rede de ajuda à população que sofre a falta de água, em vários pontos da cidade

Limpo - Devido à grande quanti-dade de barro, apenas com a força da água dos caminhões é possível remo-ver a sujeira deixada

Fotos: Billy Mao

Page 7: Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

SAÚDE 7LENÇÓIS PAULISTA, 16 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVO

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Enchentes aumentam risco dedoenças infectocontagiosas

Receitaspara você!Chef Paulo Campanholi

JaMbalaya

As chuvas voltaram com for-ça, causando enchentes e, con-sequentemente, aumentando o risco de doenças infectoconta-giosas. Por isso a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo faz um alerta sobre a necessi-dade de prevenção para evitar problemas de saúde ocasiona-dos pelo contato com a água suja das chuvas, que carregam uma série de bactérias e vírus.

Um dos principais proble-mas é a leptospirose, doença causada por uma bactéria en-contrada na urina do rato e que pode entrar pela pele humana. Se a pessoa tiver contato com a água ou a lama das enchentes precisa ficar atento a sintomas como febre, dor muscular, náu-seas e dor de cabeça. Nesse caso, será preciso procurar um médi-co imediatamente e relatar que teve contato com alagamentos.

Outra doença que pode sur-gir após o período de chuvas é a hepatite A, que pode ser trans-mitida pela água misturada com esgoto humano. As enchentes também aumentam o risco de diarreia aguda, causada por bactérias, vírus e parasitas, além da febre tifoide, causada pela salmonella typhi, bactéria en-contrada nas fezes de animais.

Dicas

É fundamental que se evite contato com as águas das enchentes. Caso isto seja inevitável, é recomendável permanecer o menor tempo possível na água ou na lama. Não deixe que crianças nadem ou brinquem na água e na lama das enchentes, pois, além do perigo das enxurradas, elas podem ficar doentes. Evite manusear objetos que tenham sido atingidos pela água ou lama. Proteja os pés e as mãos

com botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos.

Jogue fora medicamentos e alimentos (frutas, legumes, verduras, carnes, grãos, leites e derivados, enlatados etc.) que entraram em contato com as águas da enchente, mesmo que estejam embalados com plásticos ou fechados, pois, ainda assim, podem estar con-taminados.

Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se ali-mentar. Procure beber sempre água potável, que não tenha tido contato algum com as en-chentes, e a utilize no preparo dos alimentos, especialmente das crianças menores de um ano. Para garantir que a água é segura para consumo, ferva-a por ao menos um minuto, ou adicione duas gotas de hipoclo-rito de sódio com concentração de 2,5% (água sanitária) para cada litro de água.

Os frascos de hipoclorito de sódio a 2,5%, próprios para

diluir na água de beber e cozi-nhar, podem ser encontrados em farmácias ou supermercados. Na falta dessas opções, utilize água sanitária, tomando o cuidado de adquirir apenas aquelas que te-nham registro e não contenham outras misturas, como perfumes.

Se sua casa for atingida pela enchente, após o recuo da água providencie a limpeza e desinfecção dos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos. Usando luvas, botas de borrachas ou outro tipo de proteção para as pernas e braços (como sacos plásticos duplos), descarte para a coleta pública tudo o que não puder ser recuperado e remova – com escova, sabão e água limpa – a lama que restou nos ambientes, utensílios, móveis e outros ob-jetos da casa.

No caso dos utensílios do-mésticos (panelas, copos, pra-tos e objetos lisos e laváveis), lave-os normalmente com água e sabão. Depois, prepare uma

solução desinfetante, diluindo um copo (200 ml) de água sa-nitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) em quatro copos de água (800 ml). Mergulhe na solução os objetos lavados, deixando-os ali por, pelo menos, uma hora.

No caso dos pisos, paredes, móveis e outros objetos, após retirar a lama, lave o local com água e sabão e, a seguir, prepare uma solução diluindo um copo (200ml) de água sanitária (hi-poclorito de sódio a 2,5%) para um balde de 20 litros de água. Umedeça um pano na solução e passe nas superfícies, deixan-do-as secar naturalmente.

“Esses cuidados são es-senciais para que as pessoas possam se prevenir contra doenças infectocontagiosas mais incidentes na época de chuvas, especialmente a lep-tospirose, que nos casos mais graves pode até levar à mor-te”, afirma Maria Cristina Megid, diretora da Vigilância Sanitária Estadual.

Após a enchente causada pelas chuvas desta semana, Agentes Comunitários de Saúde das áreas afetadas es-tão ajudando as pessoas que tiveram seus imóveis atingidos pela inundação. As principais orientações são em relação a como deve ser efetuado o tra-balho de limpeza (sempre com a utilização de luvas ou outros equipamentos para proteção da pele). Jogue fora medica-mentos e alimentos (frutas, legumes, verduras, carnes, grãos, leites e derivados, en-latados etc.) que entraram em contato com as águas da enchente, mesmo que estejam embalados com plásticos ou fechados, pois, ainda assim, podem estar contaminados.

Os agentes também estão realizando o levantamento das ruas que necessitam limpeza pelo caminhão-pipa.

Saúde disponibilizavacinas devido a enchente

VACINAS

Quem teve contato com a água da enchente deve estar atento a doenças infectocon-tagiosas. Um dos principais problemas é a leptospirose, doença causada por uma bac-téria encontrada na urina do rato e que pode entrar pela pele humana. Se a pessoa tiver contato com a água ou a lama das enchentes precisa ficar atento a sintomas como febre, dor muscular, náuseas e dor de cabeça. Nesse caso, será preciso procurar um médico imediata-mente e relatar que teve contato com alagamentos.

Também é importante es-tar em dia com as vacinas de hepatite e tétano. A Vigilância Epidemiológica recebeu doses dessas vacinas, e estão dispo-níveis em todas as unidades de saúde de Lençóis Paulista.

INGREDIENTES

1 Litro Caldo de galinha 500 gr Frango (peito) Quanto baste Azeite 250 gr Linguiça calabresa (cubos)250 gr Presunto cozido (cubos)250 gr Bacon (cubos)02 unidades Cebola picada em cubinhos04 col. sopa Salsão picado½ Maço Cebolinha verde picada3 Unid. Alho picado 01 unid. Pimentão vermelho (cubinhos)1 Col chá Pimenta Caiena 1 Col chá Tomilho 1 Unid. Folha de louro ½ Col chá Sálvia 300 gr Arroz QB Sal QB Pimenta-do-reino

Modo de preparo 1. Coloque o peito de frango com a carcaça para ferver em 1 litro de água.2. Após cozido o frango, retire da panela o peito, deixe esfriar, desosse e corte em cubos e reserve o caldo.3. Em uma panela grande, frite a linguiça, o bacon e o presunto, até ficarem bem corados. 4. Retire as carnes e reserve. 5. Na mesma panela frite muito bem a cebola e o salsão. 6. Continue acrescentando a cebolinha, o alho, o pimentão vermelho, fritando-os bem. 7. Adicione a pimenta caiena, o louro, o tomilho e a sálvia. 8. Adicione ½ litro de caldo, deixando ferver. 9. Adicione o arroz. 10. Abaixe o fogo, tampe e deixe cozinhar um pouco. 11. Destampe a panela, adicione as carnes, veja o ponto do arroz; se necessário, adicione mais caldo. 12. Misture um pouco na panela. 13. Espere o ponto do arroz para servir. - Bom apetite!!

Prevenção - Contato com água, e principalmente, ingestão de alimentos contaminados pode causar graves danos à saúde

Billy Mao

Page 8: Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

A FARMÁCIA DA CRUZEIRO MUDOU

DE ENDEREÇO.CONFIRA!!!

LENÇÓIS PAULISTA, 16 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVOSua imagem8

billy MaoLogo que você chega à borda

dos paredões do vale que forma a Pavuna, em Botucatu, da vontade de voar. O vento suave que sopra daquele vale deixa o visitante mais leve e com uma sensação deliciosa de liberdade.

A Pavuna é uma área situada no município de Botucatu que integrou o projeto de turismo “Caminhos do Sertão” por estar dentro do perímetro da Cuesta. A entrada no local é cobrada (R$6 por pessoa) e segundo informou seu mantenedor, é permitida apenas a visitação. No local não há lanchonetes ou estrutura para receber turistas como em outros pontos do Estado, mas a beleza ímpar do lugar atrai muita gente.

São cinco cachoeiras que se estendem paredão abaixo pelo vale. As cachoeiras não têm nomes específicos e para chegar até elas é necessário uma boa caminhada pelas trilhas na mata. Alguns trechos foi necessário a colocação de cordas para ajudar na locomoção. A chegada até as cachoeiras demanda bom preparo físico, principalmente na volta do passeio.

Além das cachoeiras maiores com cerca de 70 metros de altu-ra, são inúmeras quedas menores que se formam a partir de dois arroios que escorrem pela falha geológica. No dicionário Auré-lio, “pavuna” é um termo que designa vales fundos e escarpa-dos originário do tupi pab’una.

O avareense Pedro Quinti-liano, de 30 anos, que é guia de traking, disse que frequenta as cachoeiras da Pavuna já há sete anos e sempre que pode vai para o vale para acampar. “Para quem gosta de acampamento selvagem, este é o lugar perfeito. Tudo é simples e muito belo”, contou.

Pedro disse que as piscinas naturais formadas na parte anterior das cachoeiras também são ótimos lugares para um banho refrescante. “Lá embaixo é bom, mas as piscinas naturais são fantásticas”, apontou.

Lúcio e sua esposa Aline visi-taram a Pavuna acompanhados dos filhos Pedro e Lucas, ambos de cinco anos. Aline disse que já conhecia o local e que esperou para levar os filhos. “O lugar é lindo, mas as trilhas são difíceis e exige bastante esforço”, garantiu. Lúcio disse estar acostumado devido praticar escaladas e mon-tanhismo. “As trilhas são muito boas e pesadas e os paredões e es-carpas são ideais para escalada”.

Durante a visita do Sabadão do Povo vários grupos chegaram para conhecer o local. A maioria formada por jovens dispostos. No entanto, pelo menos dois grupos estavam acompanhados de idosos que quiseram conhe-cer o lugar.

A visitação às cachoeiras da Pavuna para quem mora em Lençóis Paulista e região, pode ser feita à partir da Rodovia Marechal Rondon, no sentido Botucatu. Depois do pedágio entre Botucatu e São Manoel, pega-se o próximo retorno e volta cerca 500 metros e daí entra-se à direita. Logo na che-

gada o visitante é recebido pela família de Valdir Floriano e a esposa Leda.

Jaine Floriano, filha do casal, fez o trabalho de guia e acom-panhou e indicou os caminhos para as cachoeiras. Jaine con-tou que apesar de morar no “paraíso”, pouco frequenta as cachoeiras. “Acabo ajudando minha mãe a cuidar do lugar, receber visitantes e cuidar dos meus irmãos. Não gosto muito disso de ser guia, mas pode ser uma opção”, conta durante a caminhada. A garota que prefere ouvir rock, que às músicas serta-nejas, ouvidas na roça, diz que pensa em morar na cidade e até

virar vocalista de uma banda, só que quando se perde no olhar do vale diz ficar em dúvida. “Aqui é muito lindo, dá uma sensação boa estar neste lugar. Acho que não saio daqui não”, conta.

Apesar das trilhas serem lim-pas é bom o visitante estar calçado com tênis, roupas leves e levar água potável. Repelentes também devem fazer parte do passeio. No período da tarde os mosquitos atacam mais que no período da manhã.

Outro cuidado é com animais peçonhentos como cobras e aranhas. A área é remanescente da Mata Atlântica onde vivem grande quantidade de animais.

Cachoeira da Pavuna é ideal para visitação com baixo custo

Natureza - Visual do lugar encanta visitantes e vale visita, apesar da falta de estrutura

Visitantes - Na foto no alto, Pedro Quin-tilhano, que gosta das piscinas naturais, e acima, o repórter foto-gráfico Billy Mao, que registrou a opção de lazer da região

Fotos: Billy Mao