Sabrina 1409 - Lua-De Mel - Lisa Plumley

7/21/2019 Sabrina 1409 - Lua-De Mel - Lisa Plumley

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Lua-de-

MelLisa

Plumpley

Brincando de amar? A viagem para Las Vegas, com tudo

pago, fora originalmente oferecida a Janie,

como.presente de casamento, por uma tia

querida. Mas como Janie e o noivo já

haviam programado a luademel, !tac"

concordou em ir no lugar dela, para n#o

perder a viagem. !eria uma $oa

oportunidade para mudar de ares e

descansar, num hotel lu%uoso e confortável.

!& que n#o se tratava de uma

simples viagem, e sim de uma luademel'

!tac" n#o teria se importado de aproveitar

so(inha aquele presente inesperado, mas

Janie fe( quest#o de providenciar um

importante detalhe, o )nico que faltava

para completar o pacote* um noivo' Afinal, n#o podiam correr o risco de a tia

desco$rir a troca. +orm, entre todos os homens do mundo, o )ltimo que !tac"

teria esperado que a prima escolhesse para acompanhála era -"lan, o rapa(

que sara de sua vida, mas que ainda era o dono de seu cora/#o'

Título Originl: OnceUpon a Christmas

Disponibilização e Digitalização: Marina

Revisão: Solange Moura / Formatação: Edina



2



Capítulo I

Não é sempre que uma garota se hospedava na suíte nupcial de umhotel requintado. Sozinha.

Inspirando profundamente, Stace !mes deteve"se so# a marquiseornada com neon do !tmosphere $otel. Como em quase todos osesta#elecimentos na avenida %as &egas, milhares de luzinhas intermitentesfaziam a entrada do suntuoso hotel vi#rar, pouco importando que fossemquatro horas da tarde de uma se'ta"feira qualquer de dezem#ro. Stacelogo concluiu que, por ali, o importante era fazer da sensa(ão de glamour um adere(o permanente.

)orcia para que toda aquela ilumina(ão coruscante disfar(asse a palidez da sua pele, *+ que havia um #om tempinho ela não tomava sol.)omara que trou'esse tam#ém um pouquinho de vi(o a seus ca#elos, quetinham rece#ido a ltima sessão de hidrata(ão mais de um m-s atr+s.

Stace dese*ava ardentemente que alguma coisa, qualquer coisa,desse um *eito de elevar o seu moral. epois das quase cinco horas que

passara ao volante, do casamento da prima /anie até o !tmosphere, sentia"se tão glamorosa quanto um saco de #atatas.

!tr+s de si, ela ouviu pneus guinchar contra o asfalto da avenida.&irou a ca#e(a a tempo de ver o $onda vermelho que alugara a ponto dederrapar enquanto do#rava a esquina rumo ao estacionamento do hotel.!lém das luzes e da fachada grandiosa, o !tmosphere tinha tam#ém

mano#ristas cheios de energia para dar e vender.Stace suspirou. )ão logo se acomodasse na suíte nupcial, não podia

esquecer de verificar o que o contrato de aluguel do carro dizia a respeitodo seguro contra acidentes... 0oi pensando nisso que a*eitou a al(a da #olsaso#re o om#ro e ergueu do chão as duas malas arrumadas 1s pressas.nfim, o grande momento tinha chegado.

$ora de dar início 1 farsa.nquanto cruzava as pesadas portas de vidro do hotel, tentava se

convencer de que estava a ponto de viver uma aventura #astante #oa. 3m

fim de semana de sol e divers4es, e mais a satisfa(ão de cumprir com seusdeveres familiares. 5ue garota não sonhava com uma peripécia dessas6

Sem perce#er, torceu o nariz. sperava que servissem drinques gr+tisem lugares como o !tmosphere...

No instante em que pisou no saguão decorado com temas futuristas,Stace viu"se #rindada pelo tilintar característico das m+quinas ca(a"níqueis. ! esse ruído tão peculiar se misturavam o murmrio de vozes euma versão em sintetizadores do c7ntico natalino /ingle 8ells. la dei'ouescapar outro suspiro. 5ue a msica am#iente na suíte nupcial não fosse

Cem Sucessos 9om7nticos para Casais !pai'onados, ou sua estada naquelehotel chegaria ao fim antes mesmo de come(ar.

:



Naquela manhã, quando acordara na sua casa em ;hoeni', *amais poderia imaginar que estava prestes a se fazer passar por uma *ovemrecém"casada. ;rova disso era a roupa simples com que agora tomava seulugar 1 fila diante do #alcão de recep(ão. e *eans, #lusa de algodão e uma

*aqueta, Stace tinha de fazer um certo esfor(o para não reparar no tra*ere#uscado dos turistas a sua frente.3ma idéia repentina dei'ou"a um pouquinho mais animada< assim

que mergulhasse num #anho de espuma na suíte nupcial, todas as preocupa(4es das ltimas horas virariam #olhinhas de sa#onete perfumado.$um... 8om, #om demais.

5uando sua vez chegou, foi rece#ida pelo sorriso simp+tico de umarecepcionista com os ca#elos loiros cuidadosamente presos num coque.

=8oa tarde=cumprimentou a mo(a.=m que posso a*ud+"la6 = )enho uma reserva. m nome de... hã, ;ar>er. 9ichard e /anie

;ar>er.0ranzindo a testa em sinal de concentra(ão, a recepcionista digitou

os nomes no teclado do computador. m questão de instantes seusem#lante tornou a se iluminar e, voltando a olhar para Stace, elae'clamou<

= ?h, a suíte nupcial@ 9ecém"casada, que maravilha@ ;ara#éns@ = $ã... ?#rigada. = Stace for(ou"se a sorrir tam#ém, pedindo aos

céus que a mo(a lhe entregasse a chave sem mais coment+rios.Como /anie tivera coragem de lhe pedir que se hospedasse naquele

hotel no lugar dela, se sa#ia que ela fingia tão mal6Seria um milagre se não a desmascarassem antes mesmo do

anoitecer. !í então os funcion+rios do !tmosphere iriam contar 1 tiaAeraldine que a so#rinha dela tentara empurrar seu presente de casamento

para outra pessoa, e ela ficaria furiosa com /anie. /anie, quando voltasse dalua"de"mel com 9ichard nas 8ahamas, ficaria furiosa com Stace por elater feito tudo errado. em pouco, #em pouco tempo, todos estariamfuriosos e #rigados com todos naquela família.

;or conta da promessa que fizera 1 prima, Stace não podia dei'ar

que ninguém, durante aquele fim de semana, desco#risse sua verdadeiraidentidade.

9evirando os olhos como muitas mulheres fazem numa liquida(ão desapatos, a recepcionista suspirou ao comentar<

= !i, ai... Casada... &oc- deve estar feliz da vida, como eu. Be caseiem setem#ro, ve*a s. = nquanto digitava no teclado a sua frente, eladescreveu seu vestido de noiva, os arran*os de flores na igre*a e os votos defelicidades que o padrinho tinha proferido no ponto alto da festa.

Stace #alan(ava a ca#e(a e sorria, fazendo o possível para se

mostrar tão emocionada quanto a mo(a. sem dei'ar transparecer o fato denão ser casada. Bas que grande azar era aquele de ser atendida pela

D



funcion+ria mais indiscreta de todo o hotel6 3ma recepcionista tão tagarelaassim devia tra#alhar na isnel7ndia, e não num dos esta#elecimentostido como dos mais #em frequentados de %as &egas.

!inda falando pelos cotovelos, a mo(a reme'eu numa série de

cart4es magnéticos que a#riam as portas das suítes do hotel. epois deescolher um deles, fez men(ão de entreg+"lo a Stace. Bas não chegou acompletar o gesto, mantendo a mão erguida no ar enquanto dizia<

= !h, não... &oc- vai precisar de duas chaves, não é mesmo6 !h,como sou distraída@... = la apanhou outro cartão e, ao constatar que nãohavia mais ninguém na +rea *unto ao #alcão de recep(ão, franziu asso#rancelhas. = ?nde est+ o seu feliz maridinho6

= ?h, ele... = ;or mais que Stace se esfor(asse, nada lhe vinha 1mente. roga, por que não havia se preparado para uma situa(ão dessas6Com um gesto vago na dire(ão das imponentes portas de vidro que davam

para a rua, ela recome(ou< = le foi... = 8uscar o restante da #agagem6 = ! recepcionista es#o(ou um

sorrisinho cmplice. = u tam#ém tenho a mania de enfiar a casa inteiranas malas quando vou via*ar, pode acreditar. Bar>... Bar> é o meumarido... Imagine s, ele sempre me diz que devemos levar numa viagems aquilo que podemos carregar sem a a*uda de ninguém. &e*a se é

possível@ Seria #om se fosse simples assim, voc- não acha6 = E... E verdade. = Sentindo que o seu sorriso *+ não passava de

uma mera tor(ão da #oca, Stace fez um sinal na dire(ão dos cart4es. =

8em, é melhor eu ir su#indo... 5uer dizer, não preciso esperar por ele... uacho.

=?h, me desculpe@ ;ronto, aqui est+@ =! mo(a entregou"lhe umdos cart4es, mas ficou com o outro. = ;ode dei'ar, eu entrego este aqui

para o seu marido. = Não, não... &ou levar os dois. =/+ que o seu FmaridoF era um ser

puramente imagin+rio, Stace achou melhor levar o segundo cartão"chavetam#ém. = u vim na frente do meu marido porque estou... plane*andouma surpresa para ele.

= !h, que danadinha...@ Não precisa dizer mais nada@ = ! mo(a lheconfiou o outro cartão com um sorriso de orelha a orelha. = 8em, dese*o"lhe toda a sorte do mundo com a sua... FsurpresinhaF. !h, e não dei'e de

provar o nosso #uf- especial de fim de anoG todos os pratos, assim como osarran*os de mesa, serão em tons de vermelho e verde. o shoH Natal'travaganza tam#ém est+ imperdível@ !s garotas usam tra*es como o de;apai Noel, e os rapazes... Não diga ao seu marido que fui eu quem falou,mas os rapazes que fazem os duendes de Natal são simplesmente "i"n"d"o"s@

= ;u'a... = Stace não sa#ia o que dizer. = depois aindacomentam por aí que %as &egas não tem Natal.

J



= !h, tem, sim@ dos mais animados@ &oc- vai amar a sua estadana cidade... e aqui, no nosso hotel@

!ps se despedir com um #reve aceno, Stace disparou em dire(ãoao hall dos elevadores. ;or todo o saguão havia uma série de fulgurantes

arran*os de Natal, cada qual com pelo menos um metro e meio de di7metro.!s depend-ncias do !tmosphere eram #astante grandes e plenas de luzes,isso não se podia negar.

3ma versão para piano elétrico de Noite 0eliz em#alou"a enquanto oelevador su#ia sem a mínima pressa. )ão logo as portas met+licas sea#riram no décimo"quarto andar, um dos tais duendes lindos de doer foi aoencontro dela e acompanhou"a até a porta da suíte nupcial.

ra incontest+vel< o Natal realmente chegara a %as &egas. !ssimcomo Stace !mes, vinda de ;hoeni' e sem marido algum com quemdividir a famosa suíte de npcias.

8em, agora s lhe restava ser suficientemente discreta para nãorevelar seu verdadeiro estado civil até o momento de fechar a conta nodomingo. partir do !tmosphere $otel sem dei'ar vestígios da sua estadaali.

/+ no interior da ampla suíte, Stace riu para si mesma. Isso iria ser f+cil.

Bais f+cil do que tirar doce de crian(a.

= Não precisa se preocupar = disse lan ao celular que segurava

numa das mãos enquanto, com a outra, guiava o seu *ipe no tr+fego pesadode %as &egas. = /+ falei que est+ tudo so# controle.

o outro lado da linha, seu amigo 9ichard deu um longo suspiroantes de declarar<

= 5uando lhe pedi que fizesse isso por mim, eu não imaginava queas coisas estivessem tão mal entre voc- e Stace. Bas agora que /anie mecontou que voc-s dois nem se falam, acho que...

= &ai dar tudo certo. = lan entortou o pesco(o a fim de ler a placa de tr7nsito que quase dei'ara para tr+s. = &oc- disse !tmosphere

$otel, não foi6 = Isso mesmo. ! tia de /anie fez uma reserva para ns na suíte

nupcial, di+ria completa por todo o fim de semana. 0oi um presente"surpresa pelo nosso casamento. seria de fato uma tima surpresa, se ns

*+ não tivéssemos pagado integralmente nossa viagem de lua"de"mel 1s8ahamas.

= ntendo.? pre*uízo do casal ;ar>er fora o lucro de lan avis. Ara(as 1

generosidade de tia Aeraldine, e ao gosto da velhinha pelas surpresas,

lan estava na imin-ncia de ter uma segunda chance com Stace. ! primeira, ele tinha desperdi(ado, mas agora tudo seria diferente. Se fosse

K



preciso saltar do alto de um edifício de vinte andares com um guarda"chuvacomo p+ra"quedas, lan saltaria de olhos fechados.

Não havia o que não fizesse para ter Stace de volta.Conduzido por essa ferrenha determina(ão, ele mano#rou o *ipe

rumo 1 saída :. o *eito que o tr7nsito estava moroso ao longo da rodoviade acesso 1 avenida %as &egas, podia se considerar um su*eito de sorte sechegasse ao !tmosphere antes do anoitecer.

= m#arque no avião com /anie e dei'e as preocupa(4es para tr+s = ele disse a 9ichard. = &ou cuidar de tudo por aqui.

= ei'ar as coisas nas suas mãos é a maior das minhas preo"cupa(4es @ = 9ichard deu uma risadinha. = 8em, amigo, agora preciso ir,

pois /anie *+ come(ou a me fazer sinais. &e*a l+ como vai se comportar,hein6 Se voc- magoar Stace outra vez, nunca mais vai poder andar despreocupado pelas ruas desta cidade.

= claro que vou fazer tudo direitinho@ = lan prendeu otelefone entre o rosto e o om#ro a fim de levar seu *ipe em dire(ão 1 rampade acesso 1 avenida. = e qualquer modo, Stace *+ é #em crescidinha esa#e tomar conta de si mesma.

= Não sa#e, não = 9ichard foi enf+tico. = ;rincipalmente quandoo assunto diz respeito a voc-.

= ? que acha que eu sou6 3m destruidor de cora(4es6 = e acordo com Stace, sim. E isso o que diz a seu respeito. = Stace vai mudar de opinião... spero.

!ps se despedir do amigo, lan largou o celular so#re o painel do *ipe. ! seu lado, no #anco do carona, Ainger espichou"se toda so#re oconfort+vel estofamento. Como sempre, ela a#usava da sua gra(a e do seucharme caninos.

lan afagou"lhe o espa(o entre as duas orelhinhas. ;erce#endo"se ocentro das aten(4es, Ainger ganiu #ai'inho e virou so#re si mesma paraque seu dono lhe acariciasse a #arriga rosada. nquanto lhe fazia suavesccegas nos p-los macios, ele voltou a pensar em Stace.

la era uma mulher especial e, 1s vezes, quase misteriosa. Não era

f+cil sa#er o que lhe ia pela ca#e(a, pois Stace !mes era discreta ereservada como poucas mulheres o sa#iam ser. ra tam#ém delicada,gentil... 3m encanto de pessoa, que se preocupava de verdade com suafamília. #onita como ela s.

!h, seria mesmo um grande idiota se não tentasse reatar aquelenamoro. !final, ela era a mulher da sua vida.

L terceira esquina da avenida, lan tomou a fai'a da direita. Seuolhar *+ a#arcava todo o espigão platinado do !tmosphere $otel que,ma*estoso, so#ressaía aos demais edifícios.

Stace nem imaginava o que esperava por ela.Bas ele iria ter o maior prazer em lhe mostrar.

M



No #anheiro todo de m+rmore rosado da suíte nupcial, Stacedeslizou para dentro do #anho aromatizado por ess-ncia de norteia quehavia preparado com muito cuidado. ! contar do momento em que entrarana igre*a para o casamento de /anie naquela manhã, essa era a primeira

ocasião no dia em que seus msculos enfim rela'avam.3m casamento que, a #em da verdade, fora repleto de confus4es emal"entendidos desde o início. ;rimeiro, /anie desatara a chorar na festa dedespedida de solteira na noite anterior, gra(as 1 #rilhante idéia de Stace decontratar um stripper masculino que #atera 1 porta vestido de policial,fingindo ter ido prender a noiva. epois, durante a cerimnia, /anie tivera acauda do seu vestido rasgada pelo pisão que Stace lhe dera acidentalmenteenquanto procurava um #om lugar onde se sentar.

! gota dO+gua tinha sido o anncio do presente"surpresa que tiaAeraldine escolhera para os recém"casados. /anie, que passara os ltimosmeses economizando com 9ichard para a viagem de lua"de"mel 1s8ahamas, agora *+ totalmente paga e sem a op(ão de desist-ncia, perderade vez as estri#eiras< tinha saído da sala aos prantos, dei'ando para Stacea tarefa de e'plicar a tia Aeraldine que aquela crise de nervos era apenasmera consequ-ncia das atri#ula(4es do casamento.

Naquelas circunst7ncias, o que mais Stace poderia fazer senãoaceitar o pedido da prima e tentar solucionar o transtorno causado pelo

presente"pro#lema6 agora l+ estava ela, enfiada até o pesco(o num #anho de espuma,

numa suíte de hotel #em maior do que todo o apartamento de quarto e salaem que morava em ;hoeni'. Bas, pensando #em... !quela encrenca tinhatudo para aca#ar se transformando numa e'peri-ncia #astante divertida.Bomentos de descanso, algumas comprinhas, um pouco de champanhe...Sim, senhor, passar um sossegado fim de semana em %as &egas não iria lhefazer nada mal.

!ps se espregui(ar na #anheira em que parecia ca#er meio time defute#ol, ela se dedicou a massagear um dos pés. Bais alguns minutos na+gua quentinha, e depois talvez descesse até o cassino do hotel a fim de

tentar a sorte numa daquelas m+quinas ca(a"níqueis.? telefone tocou. ?s donos de hotel em %as &egas deviam achar

imperativo que seus hspedes permanecessem conectados com o mundoem tempo integralG sinal disso era o aparelho sem fio que estava *unto aosartigos de toucador cuidadosamente organizados so#re a #ancada da pia.

Stace levantou"se e, pingando +gua como um chafariz, tirou um dos pés da #anheira a fim de apanhar o fone.

= ?h, sra. ;ar>er@ = ra a recepcionista tagarela. = spero queeste*a satisfeita com as acomoda(4es da sua suíte. ?s aposentos são do seu

agrado6 st+ precisando de alguma coisa6

P



= st+ tudo timo, o#rigada. = Sentindo"se mais nua do que *+estava, ela controlou o impulso de atirar o telefone pela *anela. = Soumuito grata por voc- ter ligado, mas se era s isso...

= %iguei tam#ém para avisar... = ! mo(a deu uma risadinha

marota. = E a respeito da sua... surpresinha, lem#ra6 !final, as mulheresdevem ser sempre unidas, não é mesmo6 = $ã, hã.3ma po(a dO+gua ia se formando no tapete so# o pé esquerdo de

Stace. quili#rando"se como podia, ela moveu o peso do corpo para o péque tinha ficado dentro da #anheira.

= le est+ su#indo = disse a recepcionista, #ai'ando a voz a umsussurro envolto num tom meio infantil. = 0az menos de um minuto quelhe entreguei o cartão"chave e'tra... le fez questão da chave, viu6... ?lhel+, ele aca#ou de entrar no elevador@

= ? qu-6 = Stace sustentou"se entre a #anheira e a #ancada da pia, confusa demais com os grossos pingos de +gua que lhe escorriam pelos #ra(os e pernas. = &oc- deu a chave e'tra para quem6@

= ?ra, para o seu marido. ;ara quem mais poderia ser6 = ;ara o meu... marido6 = Claro que sim. Bas por que est+... 0iz mal, sra. ;ar>er6 Stace

mordeu o l+#io. Barido6 Bas que marido6 Se 9ichard e /anie *+ deviamestar no aeroporto, esperando o em#arque para sua lua"de"mel nas8ahamas, mais quem poderia...6 Não, não, devia ser algum engano. 3ma

confusão de nomes. e nmeros de quartos, era isso. = Sra. ;ar>er6 = !h...6 u... eu ouvi. = Seus pensamentos, porém, estavam #em

longe. ! caminho da FCidade do ;7nicoF. = ?#rigada por ter ligado.!gora eu preciso me arrumar, sim6 !té logo.

Sem esperar por uma resposta, apertou a tecla FdesligaF do telefone.9oupas. ;recisava vestir alguma coisa... epressa, sem perda de tempo.

epois de largar de qualquer *eito o fone na #ase do aparelho so#re a #ancada da pia, Stace tratou de tirar o outro pé da #anheira.

)oc"toc"toc.? cora(ão dela perdeu o ritmo e a lgica. ! perna tam#ém<

emergindo da espuma, seu pé direito descreveu um arco recendendo ahortelã no ar... 3m arco longo demais, alto demais, #am#o demais... la seestatelou no chão. Caiu com as n+degas so#re uma pequena po(a de +gua e,meio aturdida, ficou olhando pela porta entrea#erta em dire(ão ao hall deentrada da suíte.

)oc"toc"toc. = Caram#a... = murmurou para si mesma, enquanto esfregava a

parte #ai'a da coluna.

Q



)alvez fosse melhor ignorar as leves pancadinhas 1 porta da suíte,assim a pessoa que #atia se cansaria de esperar e iria em#ora. ra #vio quese tratava de um equívoco. ? fulano no corredor estava na verdade

procurando uma outra suíte, aquela onde sua esposa o esperava.

;or via das dvidas, ela se ps em pé. Beio tr-mula, apanhou oroupão #ranco do ca#ide e enfiou os #ra(os nas mangas. ? tecido espessocolou"se 1 sua pele molhada, mas pelo menos dei'ou"a quentinha.

)oc"toc"toc.Chega, aquilo *+ estava ficando ridículo. !marrando o ro#e 1 cintura,

Stace resolveu que não iria ficar se escondendo na sua suíte nupcial, pingando pelo piso, enquanto algum recém"casado com a li#ido inflamadainsistia em #ater 1 sua porta.

Com um olhar furtivo para o espelho em#a(ado acima da pia e umapertão na tira el+stica que lhe prendia os ca#elos castanhos num ra#o"de"cavalo, ela se encaminhou para o hall pisando duro com os pés descal(os.

3m ruído seco estalou do lado de fora da porta no e'ato instante emque Stace via a ma(aneta girar.

? cartão"chave e'tra. ! recepcionista tinha dito que entregara umaterceira chave ao seu FmaridoF.

Com o cora(ão na garganta, Stace olhou ao redor 1 procura dealguma coisa com que se defender. Sua mala6 Arande demais. Sua #olsa6$avia um spra de pimenta nela, mas até que o encontrasse em meio 1confusão de coisas que costumava carregar...

;elo vão da porta do #anheiro, viu o fio do secador de ca#elos pendente entre a #ancada da pia e o piso. Sem pensar duas vezes, Stacecorreu até l+, tirou o fio da tomada e, empunhando o secador quase comoum revlver, retornou 1 sala de estar. 3ma mulher prevenida valia por duas,oras.

! porta da suíte foi se a#rindo devagarinho, e uma voz masculina perguntou<

= Sra. ;ar>er63ma voz que lhe soou familiar.

? om#ro largo, envolto por uma *aqueta, que surgiu pela fresta da porta alimentou as suspeitas de Stace. ? restante do corpo musculoso queveio a seguir as confirmou.

lan avis. 8em ali, 1 sua frente. Não, não, devia ser imagina(ão.3ma alucina(ão, era isso. )inha lido em algum lugar que as pessoas

podiam ver coisas estranhas quando su#metidas a uma crise aguda deestresse.

? pro#lema era que lan parecia tão real... !lto, ca#elos escuros,sorrindo para ela logo 1 entrada da suíte. le trazia nos #ra(os uma espécie

de trou'a envolta num so#retudoG nos olhos, um #rilho #em"humorado. ?miser+vel.

R



= Não est+ faltando um marido nesta suíte nupcial6 = lan perguntou.

5uando conseguiu recuperar a voz, ela retrucou< = u passei o casamento inteirinho tentando evitar voc-. = Stace

levantou o secador de ca#elos no ar.lan acompanhou o gesto dela com os olhos. nquanto seu sorrisose alargava, ele erguia uma so#rancelha. ? grande miser+vel.

= ? que vai fazer, Stace6 Secar os meus ca#elos até que caiam6la tam#ém ergueu uma so#rancelha. , sem a menor hesita(ão,

desferiu"lhe uma sonora pancada na ca#e(a.ra o mínimo que lan avis merecia.? secador de ca#elos atingiu"o #em na t-mpora.

= !i@ Num refle'o instintivo, ele passou o em#rulho para um dos #ra(os e

arrancou o aparelho da mão de Stace. Besmo um pouco zonzo, mais pelasurpresa do que pela dor, tratou de manter o sangue frio.

= ssa é a Stace que eu conhe(o< imprevisível como sempre.Como fui me esquecer de fazer um seguro contra acidentes antes de vir

para c+6;u'a, ela estava encantadora. Com um roupão de #anho amarrado 1

cintura, os ca#elos presos num ra#o"de"cavalo no alto da ca#e(a, os #ra(oscruzados diante do peito e um #rilho de fogo nos olhos castanhos, Stace!mes estava mais sensual do que nunca. parecia zangada.

!doravelmente zangada.;ensando melhor... lan cocou o local onde ela o atingira com o

secador. angada era pouco, Stace devia estar furiosa, isso sim.Bas ele a compreendia, e viera preparado para lidar com esse e

outros pro#lemas. !gora que estava ali, tinha de faz-"la mudar de idéia. não iria em#ora antes que o conseguisse.

= quem disse que voc- foi agredido acidentalmente6 u #ati emvoc- de propsito, seu pilantra.

Certo, certo. la precisava de um tempo para se acostumar 1 surpresa

de v-"lo ali. , a fim de lhe dar esse tempinho para reco#rar a calma, landesviou o olhar e ps"se a admirar o interior da suíte.

! sala ocupava um espa(o amplo e lu'uoso, preenchido por umadecora(ão elegante, com detalhes de design #astante moderno. So#re uma+rea acarpetada ficavam uma dupla de sof+s de dois lugares, uma mesinhacentral e os aparelhos do home theater. m cima da mesa da saleta derefei(4es via"se um #onito arran*o de NatalG aos pés do enfeite havia umacesta com #om#ons em#alados em papel com motivos natalinos, avisandoque faltava apenas uma semana para a grande data.

uas *anelas e uma varanda permitiam a entrada do sol do deserto.spichando o olhar até onde lhe foi possível, lan vislum#rou pela porta



entrea#erta do dormitrio uma grande cama de casal co#erta por umedredom em matelassT #ege.

le gostou. e tudo.&oltando a olhar para Stace, comentou<

= 8onita suíte. = &oc- não vai ficar aqui. = u não pedi para ficar.e#ai'o do seu so#retudo, Ainger agitou"se toda. No mesmo

instante, os olhos de Stace dirigiram"se para a Ftrou'aF que ele tinha no #ra(o.

= Bas #em que voc- estava pensando nisso = lan tentou distraí"la. = !dmita que voc- quer que eu fique aqui, porque me dese*a tantoquanto eu a dese*o.

Stace não hesitou< num movimento r+pido o suficiente para peg+"lodesprevenido, tirou"lhe o secador de ca#elos. ntão, numa atitudeintimidadora, ficou a passar o aparelho de uma mão para a outra.

= 5uero que voc- v+ em#ora agora mesmo, lan.?lhos arregalados, ele não respondeu. la deu um passo adiante.

= Não me escutou6 &+ em#ora.lan continuou calado. Bas não se moveu.

=? que est+ havendo com voc-, lan6 Ser+ que estou falando *apon-s6 u quero voc- fora daqui. &+ passear e não volte.

? ra#o de Ainger escapou por de#ai'o do so#retudo. !gitando"se

num volteio frenético. = Como acha que... = Stace parou de falar, fi'ando os olhos na

cauda dourada que #atia contra o corpo dele. = Bas o que é que voc- temaí6

lan levou Ainger ao chão e tirou o so#retudo que a co#ria. 0elizda vida por ver"se livre outra vez, a cachorrinha deu algumas voltas curtasso#re o carpete e depois foi fare*ar a amiga que aca#ava de conhecer.

= &oc- tinha que dizer aquela palavra que come(a com F;F, nãotinha6 = lan deu um suspiro desanimado.

= 5ue palavra6 = Stace #ai'ou as so#rancelhas e, num gestoimpensado, curvou"se até a cadelinha para lhe acariciar o alto da ca#e(a.

Bais feliz ainda, Ainger deitou"se so#re o carpete e, virando com asquatro patas para cima, ofereceu a #arriguinha rosada para novas carícias.

= !quela palavra que come(a com F;F e que a gente diz aos cãesquando quer lev+"los para uma voltinha na rua = e'plicou lan,enternecido com a cena 1 sua frente.

= %ev+"los para uma voltinha...6 = ?s olhos de Stace seiluminaram. = !h, passear@

= Não diga isso@

2



Ainger ps"se de pé com a rapidez de um raio. os #igodes ao ra#o,toda ela se agitava com indisfar(+vel satisfa(ão canina. Se pudesse falar, nacerta estaria e'clamando< passear@ ;assear@

= Sinto muito, menina, mas agora não é hora = disse"lhe lan,

para depois se dirigir a Stace num tom reprovador< = &oc- não sa#e otra#alho que me deu traz-"la escondida até aqui... ;or que tinha de dizer aquilo6

= e quem é essa cachorrinha6 = Stace olhou para um e paraoutro com um ar desconfiado.

= Como assim, de quem ela é6 E minha, claro. = le foi até a portado #anheiro, a#ai'ou"se num *oelho e asso#iou #ai'inho. = i, Ainger,venha c+, venha.

m resposta, a pequena traidora revirou os olhos e deu algumaslam#idas na mão de Stace. Nem mesmo um leve a#anar de cauda para ele.

= Ainger, venha.la se esparramou so#re os pés da nova amiga. ;ela primeira vez

desde que lan entrara ali, Stace sorriu, regozi*ando"se com o fato deque nem mesmo uma cachorrinha dava ouvidos a ele. Como forma deelogiar o comportamento sensato da criaturinha a seus pés, afagou"lhe umadas orelhas com entusiasmo.

= &enha, Ainger. = lan estalou os dedos.! cadelinha #oce*ou e, afundando o focinho no carpete, fechou os

olhos.

= 3m #ichinho esperto como poucos = o#servou Stace. = !smulheres com quem voc- se relaciona deveriam agir assim.

= 9+"r+, que engra(ado.!ps um ltimo carinho, Stace dei'ou Ainger dormindo enrolada

so#re si mesma e foi ao encontro de lan. le ficou a o#serv+"la,avaliando suas chances de ser tão #em tratado quanto o seu animalzinho deestima(ão.

! *ulgar pela maneira como fora rece#ido, essas chances eram nulas. = !gora falando sério... = disse Stace. = ! quem ela pertence6

= ?ra, mas que pergunta@ la é minha, #olas@ &oc- me ofende comessa pergunta, sa#ia6 ;or que não posso ter um animal de estima(ão6

la apertou o n do roupão enquanto e'aminava lan através dosolhos apertados. Concluindo que não precisava mais do secador de ca#elos,esticou um dos #ra(os pela porta do #anheiro para dei'+"lo so#re a #ancadada pia. ntão comentou<

=&oc- não é o tipo de pessoa que cuidaria de uma cachorrinha.lan apro'imou"se. ;erto o suficiente para sentir o perfume de

hortelã a se desprender da pele mida. ;erto o suficiente para toc+"la. !h,

queria tanto toc+"la... = u mudei, Stace.

:



= Não acredito. = ;osso convenc-"la disso. ;or que não me dei'a tentar6 = Não quero sa#er se... = ?lhe, s vou em#ora quando este fim de semana terminar, como

prometi a 9ichard e /anie. !ssim sendo, não custa nada voc- me dar outrachance... Não é6

D



Capítulo II

ar"lhe outra chance. )ípico de lan. Ninguém mais teria a cara"

de"pau de lhe fazer uma proposi(ão dessas, principalmente depois do quehavia acontecido entre eles. Ninguém mais teria a desfa(atez de cair de p+ra"quedas na lua"de"mel de mentirinha que ela armara. com a pretensão de ditar as regras do *ogo, ainda por cima.

Stace se arrependeu de ter a#andonado o secador de ca#elos no #anheiro. ra evidente que precisava de prote(ão. Contra a dor de seenvolver novamente com aquele homem. Contra... Contra ele, ponto final.

lan avis. 3m su*eito capaz de despeda(ar o seu cora(ão comuma das mãos e faz-"la continuar a dese*+"lo com a outra.

= e *eito nenhum. = Stace fez questão de enfatizar cada palavra. = e *eito nenhum.

Bantendo a ca#e(a erguida, passou por ele a caminho do hall deentrada da suíte. Como de assalto, o perfume suave da colnia que lanusava lhe penetrou as narinas. !s lem#ran(as trazidas por aquela fragr7ncialevemente almiscarada fizeram"lhe o cora(ão tolo #ater ainda mais forte.

Não era s dele que precisava se defender, mas tam#ém de si mesma. esse era mais um motivo para que lan fosse em#ora dali. ? mais

r+pido possível. = 5uero que voc- se v+. = Stace a#riu a porta, sinalizando em

dire(ão ao corredor. = Não sei como ficou sa#endo que eu estava aqui,mas isso agora não faz a menor diferen(a. /+ me #asta v-"lo longe daqui,

por isso v+ em#ora, por favor. = ;or qu-6Com uma naturalidade instigante, lan apro'imou"se dela e apoiou

uma das mãos na parede 1 altura da sua ca#e(a. ! #ainha da camisa que elevestia, para fora do *eans como sempre, quase se encostava ao roupãofelpudo. !quela dist7ncia tão pequena, Stace tinha de erguer o quei'o paraolhar nos olhos dele. ?s om#ros largos e o tra' amplo pareciam acu+"la.

la respirou fundo. Seria mesmo uma grande idiota se lhe permitisseentrar na vida dela outra vez.

Sem sa#er o que fazer com as mãos, colocou"as nos #olsos do ro#e. = ;or qu-6 = repetiu a pergunta que ele fizera. = )alvez porque

voc- este*a me sufocando. Não é um #om motivo6Stace colou as costas 1 parede, dese*ando sumir entre os desenhos

do delicado padrão geométrico do papel decorativo. 5uem concedia alan o direito de agir assim, pressionando"a a aceitar sua presen(a6 !h, oshomens eram todos iguais na sua necessidade imperiosa de estar no

comando de toda e qualquer situa(ão. Sempre.

J



epois de Charlie, tudo o que ela queria era voltar a ser a dona doseu nariz por um #om tempinho. staria errada por pensar dessa maneira6

Não, estava muito certa. preferia morrer a continuar permitindoque lan a cingisse de encontro 1 parede.

= &oc- nunca consegue fechar os primeiros #ot4es da camisa, não émesmo6 = Stace apontou o peito dele, amaldi(oando"se por nãoconseguir tomar uma atitude mais impositiva para sair do cerco que ele lheimpunha. = ;arece que se veste usando luvas de #o'e.

= parece que voc- est+ querendo distrair a minha aten(ão. = Isso é o que voc- pensa. S estou dizendo que voc- se arruma

com o cuidado de um menino de oito anos. ?lhe s os seus ca#elos... = Nem morta ela iria dizer que adorava o modo displicente como as mechascastanhas se assentavam naturalmente.=5uanto tempo faz que não v-emum pente6

= u vim até aqui com a capota do *ipe arriada. Bas me penteeicom os dedos como fa(o todos os dias ao sair do #anho. = Segurando"lheo quei'o, lan o#rigou"a a olhar nos seus olhos. = !lém do mais, vim atoda velocidade... para ficar *unto de voc-.

? toque dele continuava quente, firme, insinuante. Stace sentiu os *oelhos amolecer... !h, precisava dar um *eito de tirar lan a vis dali@

= &oc- me deu o fora, lem#ra6 = la afastou o rosto dos dedosdele. = Bas isso *+ não faz a menor diferen(a, porque eu *+ superei o quehouve. !final, ns dois não com#in+vamos e...

= !h, com#in+vamos, sim@ muito@ = Se*a como for, estou divorciada de Charlie h+... = Charlie era um #a#aca. = ...meses. Não estava dando certo. le nem parecia ouvi"la. 'atamente como o

seu e'"marido. Com um suspiro desanimado, Stace concluiu que era horade #ater em retirada. rguendo a ca#e(a outra vez, ela tentou dar um passoatr+s.

! parede a impediu de se mover. roga.

%evando o olhar aos l+#ios dela, lan tomou"lhe o rosto na palmada mão antes de perguntar<

= st+ com medo6 = Não. = Sa#endo que o pr'imo passo dele seria #ei*+"la, Stace

imprimiu um tom firme e frio 1 voz. = Conhe(o voc- muito #em, lan, a ponto de ler suas inten(4es nos seus olhos e nos seus gestos. S que nãoquero mais sa#er de decep(4es e amarguras. ;ara mim, ns terminamos nomomento certo. o que aca#ou, aca#ado est+.

Na verdade, fora ele quem terminara. !o orgulho dela, no entanto,

interessava muito mais reconhecer aquele rompimento como um acordoadulto e amig+vel.

K



Com a e'pressão repentinamente som#ria, lan voltou a olhar fundo nos olhos dela para afirmar<

= u não sou como aquele intil do seu e'"marido. Be d- umaoportunidade para lhe provar o que digo.

= Não. = &amos, Stace, o Natal est+ chegando... ? seu voto de confian(aser+ como um presente antecipado para mim.

= Não. = Bas por que voc-...Stace *+ estava farta daquela situa(ão< *+ que lan não saía, sairia.

8ai'ando a ca#e(a, passou por de#ai'o do #ra(o dele chutando algumacoisa, uma som#ra talvez, que encontrou pela frente.

Não era uma som#ra.!tr+s dela, lan deu um grito a#afado enquanto se a#ai'ava para

esfregar o tornozelo.Caram#a, ela era mesmo perigosa@

Num manquitolar e'agerado, lan foi até a porta de entrada dasuíte nupcial. No corredor, so# o foco de luz de uma arandela presa 1

parede, Stace ficou olhando para ele com os #ra(os cruzados acima docinto do roupão de #anho.

Ainger surgiu de repente. epois de colocar o focinho entre a pernade lan e a porta entrea#erta, espiou l+ fora tam#ém. epois, deslizando

pelo carpete #ege e vermelho do corredor, foi se colocar ao lado de Stace.

9e*eitado pela mulher que amava. )raído pela sua cachorrinha. ?que de pior poderia lhe acontecer6

3m #arulho suave ecoou no fundo do corredor. &irando a ca#e(a para l+, lan viu que era o elevador parando naquele andar. ;ronto, o pior estava a ponto de acontecer.

le olhou para Ainger, ocupada em co(ar uma orelha, e de volta aohall dos elevadores. Se alguém o desco#risse com uma cadela nasdepend-ncias do !tmosphere, era certo que os dois aca#ariam no olho darua.

na rua ele não tinha como tentar reconquistar Stace. = Ainger, venha c+@! cauda dela se moveuG suas patinhas, não. !s portas met+licas se

a#riram num leve si#ilo que ressoou pelo corredor. o elevador desceramduas senhoras de meia"idade com sacolas do shopping 0ashion ShoH e umrapaz vestindo uniforme de mensageiro. )rocando palavras num tom

#astante #ai'o, os tr-s reuniram"se diante de uma parede espelhada no hall. = &enha, Ainger = sussurrou lan, estalando os dedos enquanto

se a#ai'ava so#re um *oelho.

! cachorrinha nem se me'eu.

M



ndireitando"se, ele deu um passo 1 frente e esticou o #ra(o a fim delhe alcan(ar a coleira. Se rir lhe fosse possível, Ainger na certa daria uma

#oa gargalhadaG atendo"se 1 sua condi(ão canina, ela a#anou de leve acausa e foi para *unto de Stace, onde lan não tinha como peg+"la. ,

como recompensa, ganhou da nova amiga um carinho atr+s da orelha. No fundo do corredor, as duas senhoras apertaram novamente o #otão dos elevadores e entraram no primeiro que parou. ? mensageiro, porém, tomou o caminho que levava 1 suíte nupcial.

Stace olhou pelo corredor, viu que o rapaz se apro'imava... e sorriu. = &oc- vai ser e'pulso daqui. = la encarou lan com uma

e'pressão satisfeita.! soleira da porta, ele perce#eu que não lhe restava outra op(ão< se

quisesse que Ainger entrasse de volta 1 suíte, tinha de fazer Stace entrar primeiro.

= &eremos. = lan agarrou"a pelo cotovelo e trou'e"a para sinum a#ra(o apertado.

Stace chocou"se contra o peito largo com um gritinho a#afado.Segurando"a com firmeza a fim de manter o corpo dela colado ao seu,lan olhou para #ai'o, a tempo de ver Ainger entrando novamente nasuíte para ir se colocar atr+s de am#os.

Sucesso total na mano#ra. = Be solte@ Isso não... = 3ma idéia repentina fez Stace in"

terromper o que ia dizendo.

!o se dar conta de que ela tencionava chamar pelo mensageiro,lan não perdeu tempo< encostou"a na parede, fechou a porta com um

pontapé e tomou"lhe os l+#ios num #ei*o.S pretendia assust+"la e faz-"la se calar. ntretanto, assim que as

#ocas se encontraram, a pequena puni(ão transformou"se numa carícia.Bandando a sensatez 1s favas, lan ps"se a afagar o #ra(o que antessegurava com for(a. epois, intensificando o ardor do seu #ei*o, colouainda mais o corpo ao dela enquanto lhe acariciava as costas com uma dasmãos.

Bas Stace não partilhava daquele arre#atamento. antes que eleousasse carinhos mais apai'onados, desferiu"lhe um tremendo chute nacanela.

= !i@ = lan soltou"a imediatamente. = !i digo eu@ = Stace ergueu o pé descal(o e ps"se a massagear

o dedão. = &oc- é feito de a(o, é6 = spera que eu me desculpe por ter machucado o seu pezinho ao

me dar um chute6 ?ra, isso *+ é pedir demais@ = Não foi uma agressão deli#erada. 0oi legítima defesa.

= &oc- decidiu se converter ao sadismo, Stace6 ?u ser+ que fui euque me transformei num saco de pancada sem ser avisado6 ;rimeiro foi o

P



secador de ca#elo, agora esse chute... ssas #rincadeiras machucam. nãot-m gra(a.

Besmo sa#endo que lan tinha razão, ela não se deu por vencida.!#riu a porta da suíte novamente, colocou a ca#e(a para fora e *+ ia

chamando< = Bensag...lan pu'ou"a de volta para dentro.

= ? que pretende com isso, sua maluca6 5ue se*amos e'pulsosdeste hotel6

= Ns, não. S voc-. = Stace a*eitou o roupão e tornou a apertar on no cinto. = stou falando sério, lan. Nada do que voc- possa medizer far+ com que eu lhe d- uma outra chance. !lém do mais, voc- veiome procurar num péssimo momento, pois tenho uma farsa para levar adiante aqui. como voc- não foi convidado a tomar parte na encena(ão,s lhe resta ir em#ora.

= )em certeza6 = st+ querendo me enlouquecer ou o qu-6 = ;assando por ele,

Stace foi até o #anheiro e apanhou o telefone so#re a #ancada da pia. = ?u voc- p+ra de tentar me manipular e sai daqui agora mesmo, ou vouchamar a seguran(a.

lan foi atr+s dela. ncostou"se ao #atente da porta e, cruzando os #ra(os, deu uma espiadinha nas instala(4es ali dentro. Na #anheira emrosa"p+lido ca#iam duas pessoas e ainda so#rava muito espa(o para... !h,

era uma pena que não pudesse pensar nisso naquele instante.&oltando sua aten(ão 1 conversa, perguntou<

= )em certeza de que quer mesmo chamar a seguran(a6 = 5ual é o seu pro#lema, lan6 ;or que ser+ que voc- não

consegue aceitar um não como resposta6=Com um suspiro e'asperado, elateclou zero no aparelho e levou o fone ao ouvido.

le correu lhe tirar o telefone da mão. essa vez, porém, não avaliouos riscos. aps escorregar pelo m+rmore ainda molhado, estatelou"se nochão aos pés de Stace.

!ntes que ela pudesse es#o(ar alguma rea(ão, lan tratou deignorar a umidade que ia se alastrando pelos #olsos traseiros do seu *eans etentou argumentar<

= !ntes de tomar qualquer atitude, escute o que eu tenho a lhe dizer. = Não quero sa#er o que... = ?u(a< se quiser realmente levar esta farsa até o fim direitinho e

assim fazer um grande favor 1 sua prima /anie, eu posso a*ud+"la.Stace apertou a tecla FdesligaF do telefone antes de perguntar<

= Como6

lan compreendia aquela frieza toda. )inha plena consci-ncia deque magoara muito Stace, e não havia um s dia em que não se

Q



arrependesse disso. le interpretara mal as cartas que tinha em mãos,a#andonando o *ogo no momento mais emocionante da partida...

tudo porque acatara as idéias estapafrdias da prima dela. /aniehavia lhe garantido que Stace não queria sa#er de relacionamentos sérios

aps seu divrcio. Nada de compromissos, nada de sentimentos intensos,muito menos vínculos duradouros. Stace !mes não queria se prender aninguém, e ponto final.

Bas ele se apai'onara por Stace.Chegara a imaginar que, se passassem algum tempo longe um do

outro, poderia superar essa pai'ão. m vez disso, a dist7ncia s servira parafaz-"lo perce#er o quão estpido tinha sido em se afastar dela.

Bas aquele não era o momento adequado para refletir so#re o seuerro. !ssim, lan olhou para Stace e afirmou com determina(ão<

= &ou me passar por seu marido. = Beu marido6 = la apoiou telefone no om#ro. = Como assim6S eus sa#ia o quanto lhe custava não se a*oelhar *unto a lan

para se certificar de que ele estava #em. !final, ninguém melhor do que ela para falar da dureza daquele piso de m+rmore... ! queda de lan podia ter sido engra(ada, mas devia ter doído um #ocado tam#ém.

)alvez sem perce#er que fazia uma careta, ele se levantou de"vagarinho. Stace quase sorriu. lan avis sempre fazia questão demostrar"se um su*eito durão. /amais demonstraria suas fraquezas diante deuma mulher.

epois de se equili#rar nos dois pés como se avaliasse a e'tensão dealgum machucado, lan se encostou 1 #ancada da pia. nquanto tirava ofone da mão dela para recoloc+"lo na #ase, disse<

=&oc- tem de se passar por /anie, certo6 ;ois então, eu posso... = ei'e"me ver se entendi. = la franziu as so#rancelhas. = &oc-

vai se passar por 9ichard, é isso6 = 'atamente. Conversei com ele e com /anie antes que partissem

para a lua"de"mel. me dispus a a*ud+"los.!h, não, essa não. lan não iria lev+"la na conversa outra vez. la

iria cuidar de tir+"lo daquela suíte, isso sim. ;ara depois dar continuidade 1farsa em que se metera. Sozinha.

nfiando as mãos nos #olsos, Stace afirmou< = Não preciso de a*uda. u estava administrando tudo direitinho até

voc- aparecer.ntão foi para a sala de estar, escolheu um dos sof+s estofados em

couro #ranco e atirou"se so#re o assento macio. Ainger foi atr+s dela.Como era de se esperar, lan acompanhou as duas.

!ssim que se acomodou no sof+ 1 frente de Stace, ele descansou os

ante#ra(os so#re as co'as. ? movimento atraiu os olhos dela para as pernas

2R



musculosas, para os #ra(os levemente #ronzeados... 3au. Num esfor(o paramanter as idéias no lugar, Stace se o#rigou a olhar nos olhos dele.

lan sorriu. ? miser+vel. Na certa notara sua inquieta(ão. = Não me diga que aquele #ei*o não me'eu com voc- = ele

provocou. = Não me'eu, não = Stace mentiu. = Nem um pouco.! verdade era que tinha adorado o #ei*o. ? nico #ei*o que rece#era

desde que haviam se separado... Bas isso ela nunca confessaria. Naquelascircunst7ncias, seria loucura encora*ar um homem como lan< quem irialhe garantir que ele não se tornaria tão dominador quanto Charlie6

$avia pouquíssimo tempo que Stace come(ara a se li#ertar domanto som#rio, pega*oso e opressivo em que se transformara o seucasamento. Sua união com Charlie quase lhe rou#ara a identidade comomulher e ser humano. ! simples conquista do seu prprio cartão de créditotinha sido um sacrifício a#surdo, e até ho*e ela ainda não possuía umautomvel. !ps quatro anos vivendo 1 som#ra dos interesses do marido,Stace dava os primeiros passos rumo a uma vida independente.

;or isso, não podia permitir que lan a fizesse retornar 1 estacazero.

! fim de dei'ar os seus limites #em claros, ela repetiu< = ? seu #ei*o não me'eu comigo. ;or isso, pode ir em#ora com a

consci-ncia tranqUila. = Bas como vou...

= lan, ser+ que voc- nunca se d+ por satisfeito6 = !s vezes eu me satisfa(o, sim. 8astante... quando é possível.Stace não reprimiu um suspiro. stava certa de que ele a satisfaria

tam#ém, e muito. !h, tinha sido e'tremamente difícil não fazer amor comlan enquanto namoravam. Sentia uma imensa atra(ão por ele. la oquisera demais. Bas quando finalmente tinha"se decidido a demonstrar oquanto o dese*ava, lan lhe dera um #elo fora.

!gora, *untos num quarto de hotel, sem um divrcio recente afuncionar como freio 1s atitudes de am#os, tudo poderia acontecer.

Santo eus, por que não conseguia ser insensível 1 presen(a delan6 ;or que seu pulso tinha de acelerar sempre que ele a olhava daquele

*eito6 = ;rometi a 9ichard e /anie que passaria o fim de semana aqui =

ele anunciou. = Sendo assim, é melhor voc- aceitar a minha a*uda. u nãovou em#ora.

Stace a#riu a #oca para dizer que ele estava redondamenteenganado, mas um leve ruído *unto 1 porta da suíte fez com que

permanecesse calada. se houvesse algum #is#ilhoteiro por ali6 Não podia

ser pega numa discussão acalorada com seu FmaridoF em plena lua"de"mel.

2



?lhando para o hall de entrada, notou que alguém tinha escorregadoum grande envelope #ranco por de#ai'o da porta. 9espirou aliviada. ?card+pio do servi(o de quarto ou alguma propaganda, na certa.

Isso lhe deu uma idéia< se conseguisse tirar lan da suíte, iria ser

mais f+cil tir+"lo das suas vistas... e da sua vida. ;ensando nisso, sugeriu< = ;or que não saímos para *antar6 ;oderíamos conversar com calmaso#re tudo isto, além de...

= Não quer ver o que é aquilo6 = lan fez um gesto na dire(ão doenvelope.

= epois. então, o que me diz6 ;oderíamos discutir uma, hum...estratégia.

= )alvez ha*a alguma mensagem urgente naquele envelope. Nãoseria melhor voc- ver do que se trata6

= Sem dvida. Bas eu ia dizendo que, se vamos mesmo levar estafarsa nupcial até o fim, temos de com#inar algumas coisinhas. ;recisamosde um plano para colocar em pr+tica a simula(ão da nossa... lua"de"mel.

= ? contedo daquele envelope pode ser importante. = $um@ Se est+ tão curioso, por que não vai l+ ver6 Stace ps"se

em pé e, numa espécie de desa#afo, #ateu as palmas das mãos nas co'as. !seus pés, com o ra#icho *+ aprumado, Ainger levantou"se prontamenteG emseguida, sem tirar os olhos da nova amiga, a cachorra a#ai'ou as patinhasdianteiras, colocando o focinho entre elas enquanto continuava a agitar acauda em todas as dire(4es.

Stace voltou a olhar para lan, perguntando< = ? que ela tem6 = Ainger acha que voc- chamou"a para #rincar. = Sem fazer ruído

algum, ele reproduziu o gesto de #ater nas pernas. = ... !lguma coisa mediz que ela est+ gostando mais de voc- do que de mim.

= Imagine s@ la não iria... = ecidindo num rompante que nãoseria gentil com ele, Stace mudou drasticamente de assunto< = então,como fica o nosso *antar6

Como resposta, lan levantou"se e foi até a porta apanhar o

envelope. !o se virar e perce#er que Stace não desgrudara os olhos dele, provocou<

= st+ gostando6la voltou a se *ogar so#re o sof+ e, tratando de imprimir um certo

desdém ao tom de voz, retrucou< = Não é o tipo de coisa que me tiraria o sono. = ;u'a vida@ = lan fingiu uma e'pressão triste ao lhe entregar o

envelope. = &oc- sa#e como magoar um #om rapaz, hein6 = !prendi com um certo namorado que me deu o #olo. le não

apareceu para o *antar, ve*a s. ? miser+vel me dei'ou com um quilo e

22



meio de carne assada no forno, sa#ia6 8em... ;ode ter sido uma decep(ão para mim, mas o cachorro do meu vizinho adorou.

= Se quiser falar so#re isso, eu... Não, ela não iria rea#rir antigas feridas. Numa indica(ão de que dera

o assunto por encerrado, Stace voltou a aten(ão ao envelope que ele lheapresentara. ! correspond-ncia, com a a#a fechada mas não colada, eraendere(ada ao sr. e 1 sra. ;ar>erG dentro dela havia um livreto ilustrativo,dois pares de ingressos, alguma coisa semelhante a um itiner+rio detalhadoe uma mensagem impressa em papel de carta.

!o manusear o folheto, Stace fez um esfor(o so#re"humano paianao gritar ao dar"se conta do que tinha em mãos. !s palavras ;asseios9om7nticos saltavam da capa em grandes letras vermelhas, a#ai'o dafotografia de um casal passeando de mãos dadas por uma praia ao pr"do"sol. Como se aquilo lhe queimasse os dedos, ela largou o panfleto eapanhou a carta impressa.

! mensagem come(ava de forma inequívoca< Surpresa@ 5ueridos/anie e 9ichard...

= !h, não... = Stace #al#uciou. = São surpresas de lua"de"mel.lan foi para tr+s do sof+ a fim de espiar por so#re o om#ro dela.

!poiando o #ra(o com naturalidade no encosto do mvel, curvou"sedevagarinho até que seus l+#ios quase lhe tocassem o ouvido. Suarespira(ão quente, perigosamente pr'ima, fez Stace estremecer.

!i, ai, ai.

nquanto lia o comunicado, ele comentou< = ;arece que tia Aeraldine nos reservou um pacote de surpresas...

Ingressos para shoHs, entradas para um campo de minigolfe, sess4es demassagem para ela e para ele e... Be dei'e ver isso. = lan apanhou umcartão de visitas que acompanhava a correspond-ncia. = &e*a s< consultacom uma vidente gr+tis para recém"casados. Não é o m+'imo6

Stace nem sa#ia o que dizer. ?s programas de fim de semana quetia Aeraldine reservara para /anie e 9ichard se destinavam somente a...casais. ela, como iria se arran*ar6

= ?h, como tia Aeraldine foi me fazer uma coisa dessas6... = Stace suspirou.

= 8em que eu queria sa#er o que ela tem a dizer a respeito de nsdois.

= 5uem6 )ia Aeraldine6 =Não, a vidente.=! prete'to de devolver o cartão ao restante da

correspond-ncia, ele se inclinou ainda mais so#re Stace, seu quei'oro(ando de leve o rosto dela. = !posto que vai dizer que fomos feitos um

para o outro.

= ssa é #oa@ = Stace tentava disfar(ar o nervosismo. = Nemmesmo uma vidente seria capaz de prever que... que...

2:



= Sim6 = 5ue aca#aríamos *untos numa suíte nupcial. Sem estarmos

casados. ?u melhor, praticamente como dois estranhos. = ?ra, não se*a tão dr+stica. = lan inclinou a ca#e(a para sorrir

para ela. = ! verdade é que estamos realmente *untos nesta trapalhada.epois de ver o contedo desse envelope, voc- não tem outra escolha a nãoser aceitar que este felizardo aqui fin*a ser o seu marido.

8atendo com os folhetos nos l+#ios, Stace lan(ou"lhe um olhar desconfiado.

= 0oi voc- quem arran*ou tudo isto, lan6 = u6 = Não fa(a essa e'pressão de surpresa. u não me espantaria nem

um pouco se viesse a desco#rir que voc- alugou Ainger a fim de se passar por #onzinho e caridoso.

= !lugar um #ichinho6 = por que não6 ;or que outro motivo voc- traria a po#rezinha para

c+, sa#endo que este hotel não aceita animais de estima(ão6Stace animou"se toda ao se perce#er enfrentando lan de igual

para igual. Isso era sinal de que sa#eria se defender, se tivesse de passar umfim de semana inteiro a ss com ele. ! s#ita sensa(ão de seguran(a a fezrela'ar e, esquecendo que vestia apenas um roupão de #anho, ela cruzou as

pernas enquanto afrou'ava as costas do sof+. = Não vai me responder6 = insistiu.

lan deu volta ao sof+ novamente e foi se sentar ao lado dela. = Se*amos realistas, sim6 = le pensava em argumentar com #om

senso. = Não me parece que... = st+ querendo me enrolar6 = e *eito nenhum. então, ainda est+ com fome6 aquele *antar

do qual voc- falou6 = lan, por que voc- não tira os olhos do meu decote e responde 1

minha pergunta6 ?u ser+ que est+ escondendo alguma coisa de mim6 = Claro que não. = le respirou fundo antes de prosseguir< =

Ainger vai a quase todos os lugares comigo. Se a dei'o sozinha em casa,ela entra numa espécie de surto destruidor.

= $um... Isso deve ser e'cesso de mimo. = !rrependida da cruezada afirma(ão, Stace olhou para a cachorrinha adormecida so#re o tapete.

= esculpe, amiguinha. = la não é mimada, não. !penas deve ter tido uma inf7ncia muito

difícil.Como se perce#esse o carinho nas palavras do dono, a cadelinha foi

se acomodar perto dele e voltou a dormir *unto a seus pés. !fagando"lhe o

alto da ca#e(a, lan e'plicou<

2D



= Ainger apareceu no estacionamento l+ da empresa uns dois mesesatr+s, magrinha que s ela, toda su*a e sem coleira de identifica(ão. Comonão apareceu ninguém para resgat+"la, peguei"a para mim.

= &oc- salvou a criaturinha, seu cora(ão de manteiga... = Stace

não teve como não se enternecer. = u não conhecia esse seu lado tão...humano. = tam#ém posso salv+"la dessa Fconfusão nupcialF em que est+

metida. Se quiser se fazer passar por /anie direitinho, vai precisar de a*uda.;rincipalmente agora, com esse novo pacote de pequenas surpresas de tiaAeraldine.

Stace mordeu o l+#io. Se o desenrolar daquela farsa maluca nãoconseguisse convencer tia Aeraldine de que /anie e 9ichard haviamaproveitado ao m+'imo todos os momentos do seu presente"surpresa, oestrago na família seria incalcul+vel.

Sim, não havia como negar< ela precisava, e muito, de a*uda.Bas por que tinha de ser assim6 e todas as pessoas no mundo, por

que era *ustamente lan avis quem se apresentava para a*ud+"la6 = Não sei... = la #alan(ou a ca#e(a. = )alvez eu possa ficar

escondida aqui, na suíte nupcial, até o fim de semana passar... )am#ém posso mandar alguns cart4es"postais do hotel para tia Aeraldine, em nomede /anie e 9ichard.

= !posto que sua tia conhece a maior parte do pessoal que tra#alhaaqui, como tam#ém deve conhecer v+rios funcion+rios dessas empresas que

promovem os tais passeios. Na certa, alguém vai avis+"la de que nãoapareceu ninguém para desfrutar das surpresinhas.

le tinha razão. )ia Aeraldine dissera a /anie que aquelas pessoas,em sua maioria, eram velhos amigos que iriam tratar os recém"casados comtodo carinho e cuidado. a velha senhora ainda fizera questão de frisar< odesconto que rece#era pelo pacote promocional não significava menosqualidade no atendimento aos seus so#rinhos queridos.

ra possível que até mesmo a vidente fosse amiga de sua tia. 5uesitua(ão...

Stace deu um longo suspiro. = &oc- est+ certo, lan. = u sei. = !poiando o #ra(o no encosto do sof+, ele olhou"a com

seriedade. = então, temos ou não temos um trato6 &amos levar esta tallua"de"mel de mentirinha até o fim *untos6

2J



Capítulo III

le tinha conseguido. ?u quase, lan se corrigiu, enquanto

caminhava ao lado de Stace uma hora mais tarde. irigiam"se 1 entradado 9enaissance, hotel não muito distante do !tmosphere, para o shoH" *antar cu*os ingressos faziam parte do pacote de surpresinhas de tiaAeraldine.

5uase, porque Stace s concordara com que ele passasse uma nicanoite na suíte nupcial. No sof+ de dois lugares na sala. e pi*ama, se

possível. com a condi(ão de não fazer nenhuma Ftentativa estranhaFdurante a madrugada.

Sa#endo que, por enquanto, seria intil esperar que Stace fizessemaiores concess4es, ele aceitara. epois... 8em, depois se encarregaria dorestante.

Com um sorriso de orelha a orelha, lan colocou a mão 1s costasdela a fim de gui+"la pelo enorme cassino do hotel. Como quase todos osdemais esta#elecimentos daquele tipo em %as &egas, o 9enaissance tinha oseu prprio setor destinado 1s m+quinas ca(a"níqueis. So# arcos em estilogtico e fileiras de l7mpadas refletoras, os apostadores ficavam lado a lado,olhos grudados nas figuras que se formavam no painel das engenhocas acada giro da manivela.

= 0oi assim que tia Aeraldine conseguiu sua pequena fortuna =

comentou Stace, gesticulando na dire(ão de uma das m+quinas. = lacostumava vir para c+ com )io 8ert todos os meses num ni#us deturismo... !ntes da morte dele no ano passado, é claro. !h, eles sedivertiam tanto *untos...

Notando que ela parecia ter #ai'ado a guarda, lan aproveitou paraenla(+"la pela cintura. ;ara sua surpresa, Stace não se ops.

= les se casaram aqui, voc- sa#ia6 = ela prosseguiu. = Numadaquelas capelas no fim da avenida.

= &ai ver é por isso que ela queria tanto que /anie e 9ichard

passassem a lua"de"mel em %as &egas. = eve ser, sim. &oc- não acha um amor6 = u6 8em... !cho.!pro'imavam"se da m+quina ca(a"níqueis que Stace apontara. ra

uma das maiores, grande o suficiente para ter o prprio pedestal, e ficavano fim de uma fileira de m+quinas. iante do equipamento, ela voltou oolhar para o saguão do 9enaissance, onde estandartes medievais coloridos

*unto a um con*unto de armaduras, sím#olos do hotel, davam as #oas"vindas aos visitantes.

epois, tornando a admirar a grande m+quina ca(a"níqueis, Stacecomentou<

2K



= Bas é #vio que tia Aeraldine nunca *ogou numa m+quina dessas, pois naquele tempo este hotel nem e'istia. E estranho... u esperava queela escolhesse esta#elecimentos mais antigos para as suas surpresas.!queles que ela costumava frequentar, voc- me entende6 ste aqui foi

inaugurado h+ menos de seis meses@!flito por faz-"la mudar de assunto, lan sugeriu< = 5ue tal tentarmos a sorte6nquanto Stace a*eitava o #elo vestido preto que usava, ele

vasculhou os #olsos do palet. tirou de dentro deles a carteira, o cartão"chave da suíte nupcial, as chaves do seu *ipe e duas em#alagens de

preservativos.Stace ergueu uma so#rancelha ao ver as camisinhas. ntão escolheu

um tom meio provocador para dizer< = )entar a sorte, é6 ?#rigada, mas não gosto de correr riscos. Bais

do que depressa, lan apanhou duas moedas na carteirae depois meteu tudo de volta aos #olsos.

= &oc- se impressionou com o tamanho e'agerado dessa m+quina.;or que não vamos *ogar numa daquelas ali6

lan havia sinalizado uma outra fileira de ca(a"níqueis, onde umasenhora grisalha num con*unto de moletom de cor prpura, estavaocupadíssima em alimentar, com moedas de vinte e cinco centavos, duasm+quinas ao mesmo tempo.

= %+, não. = Stace torceu o nariz. = !quela mulher me faz

lem#rar a minha av. = isso é motivo para dei'ar de *ogar6 = Na certa é sinal de azar. !lém do mais, em vez de ficarmos

circulando por aí, voc- e eu deveríamos era estar fazendo de tudo para nãodespertar a aten(ão dos outros so#re ns.

= Bas pode ser o nosso dia de sorte@ = as reservas que temos para o shoH com direito a um *antar6 Não

quero chegar atrasada. = 9ela'e, Stace. &oc- se preocupa demais.

= E voc- quem não se preocupa com nada. No decorrer da conversa, lan tratou de empurr+"la delicadamente

para uma outra ala do cassino. iante de uma m+quina de tamanho padrãoe sem ninguém pelas imedia(4es, ele lhe entregou uma moeda de vinte ecinco centavos, insistindo<

= )ome, voc- *oga primeiro. muito simples, é como colocar moedinhas nas m+quinas da lavanderia.

= %avanderia6 !h, não me diga que voc- agora tam#ém cuida dastarefas domésticas@ eu que o imaginava levando a roupa su*a para sua

mãe lavar. = 9+, r+, r+. sse seu senso de humor ainda vai me matar de rir.

2M



= ;rimeiro a ado(ão de uma cachorrinha a#andonada e agora a prova de que sa#e usar uma m+quina de lavar... ;u'a, lan, ser+ que voc-finalmente tomou *uízo6

= u sei que voc- tem motivo de so#ra para estar com raiva de

mim, mas ser+ que não poderíamos fazer uma trégua6 S por este fim desemana, vai6Stace afinal deu"se conta de que estava sendo rude demais com ele.

um fim de semana, um finzinho de semana s, passava tão depressa... ?que tinha a ganhar provocando lan o tempo inteiro6

le devia ter perce#ido seu s#ito mal"estar, pois afirmou num tom #rincalhão<

= &amos, garota, se anime@ Ns vamos ganhar@ = ntão escorregouuma das moedas para o interior da m+quina e ficou esfregando as mãosenquanto o equipamento registrava o crédito.

= ste aqui me parece o ca(a"níqueis da sorte grande@ = stou com medo de que aca#emos nos metendo em encrencas. =

Stace deu uma espiada nervosa ao redor. = Não seria melhor nosrestringirmos a desfrutar as surpresinhas de lua"de"mel6

= S esta vez, prometo. !gora, pu'e a manivela. = E difícil demais ganhar numa m+quina dessas, lan. = iga isso 1quele su*eito ali. = lan apontou o cartaz logo acima

da m+quina, onde figurava a fotografia do mais recente ganhador do pr-mio de vinte e cinco mil dlares. = le não me parece nada

arrependido de ter tentado a sorte aqui.Bordendo o l+#io, Stace e'aminou o pster. Bas em seguida

desviou o olhar para as escadas que desciam ao anfiteatro onde se realizariao shoH"*antar.

= )ia Aeraldine iria se orgulhar de ns = lan a incentivou. = &amos, voc- é a primeira a *ogar. ;u'e a manivela. = Ns deveríamos ser discretos, *+ que estamos encenando uma

farsa. = Se queria ser discreta, por que escolheu usar um vestido tão se'6

= !h, est+ #em. Se eu pu'ar essa #endita manivela voc- prometeque vai se comportar com discri(ão pelo restante da noite6

= ;rometo. ;alavra de escoteiro.la enfim levou a mão 1 manopla e, aps se erguer na pontinha das

sand+lias de salto, fechou os olhos. Nessa posi(ão, ps"se a murmurar um #al#ucio ininteligível.

lan nem teve tempo de lhe perguntar o que era aquilo. m questãode instantes, Stace trou'e a manivela da m+quina para #ai'o com for(a ea#riu os olhos.

?s dois deram um passo para tr+s e ficaram acompanhando comimensa aten(ão as rota(4es do mecanismo do equipamento, mostradas no

2P



painel repleto de luz e cor. Na linha principal, duas cere*as caíram lado alado. Bais uma cere*a. Bais outra. ...

le ouviu Stace prender a respira(ão.3m limão.

0rustrado, lan o#servou< = a pr'ima vez é melhor voc- dar um #ei*o na manivela em vezde tentar encant+"la. ?u então diga o seu feiti(o em voz #em alta, para quea m+quina a escute.

= u fiz um pedido de #oa sorte, s isso. = Stace olhou"o com ocanto dos olhos.

= 8em, agora vai dar certo. = le colocou a outra moeda nam+quina. = &amos l+, pensamento positivo@

la agarrou a manivela outra vez, ps"se na ponta dos pés, fechou osolhos... voltou a a#ri"los numa fra(ão de segundo, para depois perguntar<

= Não quer tentar desta vez6 = Não, prefiro ficar o#servando voc-. !lém do mais, ainda tenho

uma por(ão de moedas.Stace refez todo seu ritual para s então pu'ar a manopla. L frente

deles, o painel girou e girou e girou... 5uando parou, a linha principalmostrava cinco frutas completamente distintas.

= roga. Cheguei a pensar que fssemos ganhar... = la voltou ase apoiar so#re os saltos das sand+lias enquanto lan despe*ava maisalgumas moedas no interior da m+quina. = !cho melhor voc- tentar agora.

5uem sa#e não é o seu dia.le deu um passo adiante. stufando o peito como se fosse testar sua

for(a #atendo o malho num medidor de impactos, contou até tr-s e #ai'ou amanivela.

= !gora vai. = Com os polegares enfiados no cs da cal(a, lanafastou"se um pouco para dar espa(o aos milhares de moedas que estariam

prestes a *orrar do interior da m+quina.essa vez o painel não mostrou frutas. Na linha principal apareceu

uma série de desenhos estranhos que definitivamente não com#inavam

entre si. !ps e'aminar o resultado através de olhos apertados, ele e Staceconferiram o quanto lhes restava de crédito.

= &amos tentar *untos = disseram a uma s voz.)rocaram um sorriso cmplice enquanto levavam as mãos 1

manopla. lan mal conseguia disfar(ar a satisfa(ão< o *antar queesperasse, importava era que estivessem *untos. Como antes.

;u'aram a manivela. eram um passo atr+s. ! m+quina desatou seugiro meio enlouquecido.

3m dlar de prata saltou na #ande*a da m+quina.

= &iva@ = Stace atirou"se contra o peito dele, pulando feitocrian(a. = Conseguimos@ Conseguimos@

2Q



!garrando"a entre seus #ra(os, lan esfor(ou"se para não sair dan(ando pelo cassino. Aanhar numa m+quina ca(a"níqueis era #om, master Stace *unto a si, feliz da vida, era a melhor coisa do mundo.

Besmo assim, ele queria mais.

! senhora de moletom prpura apro'imou"se para felicit+"los. = ;ara#éns@ &oc-s ganharam porque tra#alharam *untos. = la deuuma piscadinha. = sse é o segredo do negcio.

= ! senhora acha mesmo6 = perguntou Stace, colocando"se aolado de lan. = )odos dizem que não e'istem truques para se ganhar em

*ogos de azar. = &oc- tem razão, querida. Nem nos *ogos, nem na vida. =

Segurando seu copo pl+stico cheio de moedas *unto ao quadril largo, asenhora o#servou"os por um #reve instante antes de afirmar< = Se*a comofor, voc-s formam um lindo casal.

= Somos recém"casados = lan apressou"se em dizer. = Noscasamos esta manhã.

= !h, meus para#éns@ = ! e'pressão da sra. Boletom ;rpuro seiluminou. = sta manhã6 5ue maravilha@ 5ue maravilha@

= ?#rigado. = Imaginado que aquela seria uma tima oportunidade para cimentar a fachada da farsa que encenavam, ele preferiu ignorar oolhar de reprova(ão com que Stace o fulminava. = Na verdade, estamosem lua"de"mel. Não é verdade, amor6

Como resposta, levou uma cotovelada nas costelas.

= !iii... = lan respirou fundo. = 5uer dizer, ah, como é #omestar em lua"de"mel com a minha esposa querida.

! sra. Boletom ;rpura não perce#eu o cutucão que ele rece#era.Com a aten(ão voltada a Stace, ela deu um sorriso largo antes de

perguntar< = ;osso ver a sua alian(a, querida6 izem que d+ sorte tocar na

alian(a de uma mulher recém"casada. Num gesto instintivo, lan enfiou a mão esquerda de Stace no

#olso traseiro do seu *eans. Bas seria possível6 !quela senhora não tinha

mais o que inventar6 = ;u'a... 5ue idéia esquisita... = le não sa#ia o que dizer. =

)ocar a alian(a de uma recém"casada... 5uem diria, não6 estranho... Nossa, que estranho@

Stace pu'ava a mão para fora do #olso dele. Com o sorrisocongelado no rosto, lan empurrava"lhe o pulso para #ai'o.

= Beu marido sempre acha estranho tudo aquilo que não sa#ee'plicar = comentou Stace.

= Não é verdade. = le fazia um esfor(o tremendo para manter a

mão de Stace no seu #olso, mas ela insistia em se soltar. = st+ ficandotarde, não est+6... Ser+ que *+ não estamos atrasados para o *antar6

:R



=Ns *+ vamos, querido. !ntes, quero mostrar a minha alian(a aessa senhora tão simp+tica.

lan sentiu a mão dela escorregar para fora do seu #olso. Se Stacetinha perdido o *uízo de vez, s lhe restava fechar os olhos e rezar.

0oi o que ele fez. = !h, que #eleza@ = ra a voz da sra. Boletom ;rpuro. = ;ossotoc+"la, querida6

!#rindo os olhos devagarinho, lan viu Stace com a mãoestendida para a velha senhora. No seu dedo anular cintilava uma #elaalian(a de casamento em ouro e #rilhantes.

= ;ara#éns a voc-s dois uma vez mais = disse a sra. Boletom apsencostar a ponta do dedo na *ia. = !gora vou voltar 1s m+quinas antesque esse toque de Bidas esfrie@

= 0oi um prazer conhec-"la = disse Stace, acenando. = speroque o truquezinho tenha dado certo... !creditemos em truques ou não@

lan esperou que a sra. Boletom estivesse fora do alcance de suas palavras. ntão, agarrando a mão de Stace a fim de faz-"la parar deacenar, indagou<

= ?nde voc- arrumou essa coisa que ps no dedo6 = &oc- não pensou que eu viesse para c+ me passar por uma recém"

casada completamente despreparada, pensou6 = !h, até parece@ Se preparou tão #em que esqueceu de trazer um

FmaridoF para a sua lua"de"mel@

Stace pensou alguns instantes no que lan aca#ara de dizer.epois, tirando a mão da mão dele, comentou<

=ssa alian(a foi Charlie quem me deu. u fui casada, lem#ra6 = !ps lhe entregar a moeda de prata que tinham ganhado no ca(a"níqueis,acrescentou< = &amos, *+ estamos atrasados para o *antar.

lan guardou a moeda no #olso do palet e acompanhou Stacerumo 1 entrada do anfiteatro. Incapaz de controlar a curiosidade que oalfinetava, aca#ou por perguntar<

= ;or que ainda usa sua alian(a de casamento se *+ faz meses que

est+ divorciada6Seria possível que ela ainda sentisse alguma coisa pelo e'"marido6

Seria esse o motivo pelo qual evitava se envolver com ele outra vez6Baldi(ão. ;or que tudo tinha de ser tão difícil com aquela mulher6

Stace se deteve no alto das escadas. ?#servou"o por um longomomento e depois, dando de om#ros, retrucou<

= que mal h+ em us+"la6 E #onita. = E antiquada, isso sim.la deu um daqueles sorrisos que s uma #ela mulher usando saltos e

um vestido estonteante poderia dar.

:



= Binha alian(a est+ incomodando"o6 ;osso tir+"la, se por acasoestiver com... cime ou qualquer coisa assim.

;assando o #ra(o pela cintura dela, lan tam#ém deu um dos seusmelhores sorrisos antes de declarar<

= Sua alian(a não me incomoda mais do que fingir ser minhamulher a incomoda. Bas voc- est+ lidando com isso muito #em, não est+6 = ?ra, que... = $um, estou come(ando a ficar com fome... &enha, vamos *antar.nquanto aguardavam que o *antar medieval do 9enaissance fosse

servido, lan escorregou a mão para o *oelho dela por duas vezes.ssa era a terceira.;rendendo a respira(ão, Stace #ai'ou o olhar. ? #ra(o dele,

musculoso e #ronzeado, estendia"se so#re o seu colo numa atitude possessivaG com a mão de dedos longos e firmes ele a#arcava o *oelho delacom a maior naturalidade do mundo.

Bas o pior era que, so# a mão dele, sua pele se arrepiava todinha. Não porque o grande anfiteatro em forma de arena estivesse frio, nem porque os #ancos de madeira em que se acomodavam fossem rsticosdemais, nem por causa de qualquer outro motivo que pudesse lhe ocorrer.!rrepiava"se simplesmente porque lan avis a tocava num gesto derom7ntica intimidade.

!h, que inferno.3m gar(om se apro'imou. 3sava uma tnica medieval fechada por

tiras, cinto largo de couro e meias longas marrons, e parou diante deles 1frente da longa mesa de madeira que lan e Stace compartilhavam como restante dos espectadores do shoH"*antar.

? rapaz ergueu uma espécie de c7ntaro e, sorrindo, perguntou< = odiglinha6?s dois ficaram olhando para o mo(o, até Stace tomar a iniciativa

de indagar< = Como6Como se aquilo e'plicasse alguma coisa, o gar(om fez o gesto de

derramar o contedo do grande *arro nas vasilhas de cer7mica 1 frente deam#os.

Stace espiou dentro da tigela vazia. !s vasilhas, assim como os pratos igualmente de cer7mica, as ta(as com +gua e os guardanapos detecido rstico *+ estavam dispostos so#re a mesa quando eles chegaram.

lan tam#ém espreitou o interior da sua tigela, depois olhou paraela.

= odiglinha6 = repetiu o gar(om, meneando a ca#e(a para a longafileira de vasilhas alinhadas pelo restante da mesa.

= o"di"gli"nha = repetiu Stace, como se falando #em de"vagarinho pudesse esclarecer o que se passava ali.

:2



= "le"es"t+"zom"#an"do"de"ns=lan disse ao ouvido dela.Stace deu"lhe um suave cutucão, mas não conseguiu reprimir umarisadinha.

= odiglinha6 = o gar(om, agora meio impaciente, insistiu.

= Sim, por que não6 = Com a mão desocupada, lan empurrousua vasilha em dire(ão ao rapaz. = 3m pouquinho s, por favor.? gar(om derramou um caldo espesso nas duas vasilhas, depois se

encaminhou ao pr'imo da fila. Stace riu para si mesma< o rapazanunciava o seu produto como um vendedor de amendoim num est+dio defute#ol.

= odiglinha6 = ele agora oferecia ao casal que dividia uma *arrade cerve*a ao lado de lan e Stace.

= Como6 = perguntou a mo(a, franzindo a testa. = iga que sim = lan lhe sugeriu. = &ai dar menos tra#alho.5uando ele se virou novamente para Stace, viu que ela se esfor(ava

para tirar a alian(a do dedo. rguendo uma so#rancelha, perguntou< = ? que foi6 ssa coisa est+ come(ando a lhe dar alergia6 Na

verdade, era o fato de não conseguir arrancar aquela #endita alian(a dodedo de *eito nenhum que come(ava a dar nos nervos de Stace. la haviaengordado dois ou tr-s quilos desde que se casara com Charlie quatro anosatr+s, mas preferia morrer a ter de admitir que era esse o motivo pelo qual aalian(a não saía do seu dedo.

ei'ando as mãos caírem so#re o colo, Stace disse sem muita

convic(ão< =u estava fazendo um tipo de do"in. Bassagear o dedo anular

alivia o estresse, voc- não sa#ia6 = !h, interessante@... Não, disso eu não sa#ia. ? que sei é que h+

uma por(ão de pessoas solteiras que não suportam nem a idéia de ter alguma coisa redonda e dourada nesse dedo.

= &oc- se inclui entre elas6 = u6 e *eito nenhum@ = 9o(ando o polegar na co'a dela, lan

lhe deu um sorriso meio e'agerado. = Se alguém nos unisse com algemas,

eu nem ia perce#er. = $um, agora voc- me dei'ou lison*eada. = voc- ainda nem ouviu tudo o que tenho a lhe dizer. Com medo

de que ele tomasse essa iniciativa, Stace levou a tigela aos l+#ios a fim de provar o misterioso zodiglinha. lan fez o mesmo.

? caldo era salgado e tinha um leve sa#or de carne. ?u seria...!rroz6 %egumes6 epois de recolocar a vasilha so#re a mesa, elae'aminou o líquido quente em #usca de algum indício que e'plicasse suaorigem.

= /+ sei@ = lan limpou os l+#ios com o guardanapo. = odiglinha é...

::



= Sopa de galinha, oras@ = Stace esfregou a testa. = Não foi 1 toaque o gar(om olhava para ns daquele modo tão estranho. ;o#rezinho...

? restante dos pratos foi servido sem novos mal"entendidos<sa#orosas perdizes tostadas na #rasa, #atatas assadas em fatias grossas,

#rcolis na manteiga e por(4es individuais de pão. !ssim que os rapazesem tra*es medievais terminaram a arruma(ão das travessas so#re a mesa,um lento suavizar das luzes anunciou o início do shoH.

!o reparar que todos os gar(ons *+ #atiam em retirada para acozinha, Stace fez sinal para um deles. Com o guardanapo de linho quetrazia so#re o #ra(o passando a uma dist7ncia mínima da ca#e(a dosdemais comensais, o gar(om foi até ela e curvou"se numa mesura da épocamedieval 1 sua frente.

= Ser+ que voc- poderia me trazer talheres6 = ela pediu. = !choque se esqueceram de coloc+"los 1 minha...

= Não usamos talheres na Idade Bédia = o gar(om a interrompeu,indicando com um gesto não haver nenhum utensílio daquele tipo pelorestante da longa mesa.

nquanto o rapaz desaparecia envolto pela penum#ra, Stace deuuma olhadinha ao redor. L sua volta, os demais participantes do shoH"

*antar *+ come(avam a se servir, usando as mãos para partir os alimentos ousimplesmente lev+"los 1 #oca. No centro do salão, a dan(a das luzes derefletores so#re a arena antecipava o início do shoH.

= !cho que é melhor fazer como todos os recém"casados = sugeriu

lan, levando um peda(o de perdiz aos l+#ios dela. = ... eu... = Stace até pensou em protestar, mas achou melhor

aceitar o naco de carne. = $um, est+ uma delícia, mas...!gora era um peda(o de pão quentinho que ele lhe trazia aos l+#ios.

Stace a#ocanhou o alimento, dei'ando"o derreter entre a língua e o palato,leve e arom+tico como todo #om pãozinho tinha de ser.

= $um...Com o rosto quase colado ao dela, lan o#servou"a mastigar e

engolir a pequena por(ãoG depois, com a ponta do indicador, afastou"lhe

uma migalhazinha de pão do canto da #oca. antes que ela pudesse seopor, alimentou"a com um peda(o de #atata que recendia a ervas finas.

= Ns somos recém"casados, esqueceu6 = ele argumentou. = !lém do mais, tudo isto é rom7ntico para chuchu, voc- não acha6

Stace seria maluca se dissesse que não. ra o centro das aten(4es delan, e fazia muito, muito tempo que ninguém a tratava com tantocarinho. ! #em da verdade, nem mesmo do e'"marido ela rece#era umtratamento tão gentil. )alvez pudesse contar nos dedos as vezes em queCharlie a presenteara com tais desvelos.

:D



lan, ao contr+rio, fazia questão de demonstrar o quanto seimportava com ela. era o nico homem que Stace conhecia capaz detransformar uma por(ãozinha de #atata numa e'plosão de sensualidade.

;erce#eu então que ele a olhava nos olhos. ra como se estivesse a

v-"la, v-"la de verdade, pela primeira vez. Isso fez seu cora(ão disparar elhe dei'ou a #oca seca. !s luzes tinham se reduzido a uma som#ra suave, ea msica que cele#rava as festividades de Natal *+ ia adiantada, mas lannão parecia ligar para o que se passava ao redor.

le ergueu da mesa uma ta(a de +gua mineral. 0azendo os cu#os degelo tilintarem de encontro ao cristal, disse #ai'inho<

= ;ara voc-, isto é apenas +gua, insípida e inodora. Bas para umhomem sedento, que não #e#e h+ dias, é tudo de que precisa. , para mim,é uma oportunidade.

= ?portunidade6 = $ã, hã. = lan apro'imou a ta(a, e Stace sentiu um friozinho 1

altura do decote do seu vestido. = ;ara mim, uma oportunidade dee'perimentar sensa(4es. ;ara voc-, talvez um pouco de perigo.

la viu a ta(a chegar até seus l+#ios. Num gesto instintivo,entrea#riu"os para sorver um gole do líquido gelado. lan sa#ia que elatinha sede, controlava os movimentos da ta(a, dava"lhe de #e#er,

proporcionava"lhe... satisfa(ão.!ps passar a língua pelos l+#ios, Stace fez men(ão de tomar mais

um gole. !fastando a ta(a, lan perguntou numa voz rouca<

= Bais6 ntão me diga o que voc- quer. = Como...6 = &oc- tem de me dizer o que dese*a, pois s assim serei capaz de

satisfaz-"la. u tenho aquilo de que voc- precisa. 8asta pedir.la não conseguia falar, não conseguia se mover. vidente que não

era de +gua que ele falava. le lhe pedia confian(a... e tam#ém lhe ofereciaa oportunidade de pedir o que ela dese*asse... Bas, olhando fi'amente paraa ta(a, Stace concluiu não sa#er o que de fato alme*ava.

Como se compreendesse o motivo daquela hesita(ão, lan passou a

ta(a pelo ma'ilar dela, dizendo< = Sua necessidade depende daquilo que voc- sente.? cristal umedecido pela condensa(ão dei'ava um rastro gelado por

onde passava. Stace ofegou. !h, a sensa(ão era deliciosa@... Sem pensar,do#rou o pesco(o para tr+s a fim de e'p"lo livremente a novos contatos.

lan usou a ta(a de cristal para tra(ar uma linha imagin+ria so#re agarganta dela. m questão de instantes, um arrepio ao longo da espinha afez estremecer.

= &iu6 ! ta(a parece mais gelada do que realmente est+ porque o

calor que voc- sente é muito forte... Não é6 = ! voz dele era pouco maisdo que um sussurro. = Bais6

:J



= Bais = ela murmurou.&erdes e travessos, os olhos dele faiscavam 1 t-nue ilumina(ão do

anfiteatro. lan ergueu a ta(a no ar e, quando Stace tentou segurar"lhe o pulso a fim de trazer a +gua a seus l+#ios, ele afastou"a ainda mais,

afirmando< = ei'e que eu fa(a isso.Bais uma vez ela entrea#riu os l+#ios, 1 espera de alívio ao estranho

calor que a inflamava. ntretanto, nem tudo era o que parecia... !o erguer oolhar, Stace viu que não era a nica a rece#er as aten(4es de lanG elemirava alguma outra mulher ali no salão... !lguém logo atr+s do om#rodela. Bas quem poderia...6

Num s instante foram"se pelos ares a teia de sedu(ão que ele criavae o deleite no qual ela se fartava. Baldi(ão@ Como fora tão tola assim, a

ponto de imaginar que lan tivesse olhos somente para ela6Stace levantou"se de supetão. ? gesto repentino e ata#alhoado

pegou lan totalmente desprevenido, fazendo"o derru#ar a ta(a com +guae gelo so#re si mesmo.

le se ps em pé num pulo. ?lhando para tr+s, ela então localizou ofoco da aten(ão de lan< uma funcion+ria do 9enaissance que vendiarosas aos espectadores do shoH"*antar.

?h, por que fora confiar outra vez naquele garanhão sem escrpulos6 = spero que esse #anho frio acalme um pouco a sua li#ido@ =

Stace a*eitou o vestido e apanhou a #olsa. = Não sei se voc- reparou, mas

perdi a fome.! poucos metros de dist7ncia, dois cavaleiros entraram na arena em

suas montarias. Ia ter início a primeira disputa, e os espectadores puseram"se a aplaudir entusiasticamente.

= ? que houve6 = lan ergueu a voz em meio 1 algazarra. = ! sua li#ido@ = ela gritou. = spero que a sua li#ido se acalme@!s palavras de Stace foram engolidas pelo entusiasmo dos

espectadores, misturado 1 msica agora estridente. = ? que foi que voc- disse6 = 0oi a vez de lan #errar.

= !h, dei'e para l+@... 5uer sa#er6 u vou é em#ora daqui@

:K



Capítulo I&

%+ fora, na noite #anhada em neon, Stace fez sinal para um dos

t+'is parados diante da marquise do 9enaissance. !ssim que se acomodouno interior do veículo, ainda com o cora(ão aos saltos, olhou ao redor a fimde certificar"se de que lan não viera no seu encal(o.

Nem sinal dele. Na certa estava ocupado demais anotando o nmerodo telefone da vendedora de flores. ? miser+vel. /antar com lan avistinha sido uma péssima idéia. 3m tremendo erro, ao qual não podia se dar o lu'o de repetir.

!fundando"se no #anco traseiro, ela deu seu destino ao motoristacom gorro de ;apai Noel. ! can(ão natalina que se desprendia do r+dio no

painel em nada a acalmava. ! *ulgar pela quantidade de carros e pedestrescirculando pelas ruas, iriam levar uma eternidade para chegar ao!tmosphere.

!h, que noite.Com um suspiro, Stace apanhou o esto*o de maquiagem na #olsa.

3m retoque no p e no #atom talvez a*udasse a recompor um pouco da suaauto"estima. )inha a impressão de trazer a palavra FcretinaF escrita na testa,mas não queria que os outros a *ulgassem assim.

;rincipalmente lan. 5uando, e se, tornasse a encontr+"lo, queria semostrar controlada e com tima apar-ncia. )alvez assim ele nem chegasse a

imaginar o quão perto ela estivera de fazer papel de tonta. e novo.nquanto retocava a maquiagem, Stace concluiu que lan avis

queria alguma coisa, sim, caso contr+rio não estaria ali. S que não era elaa quem ele queria. ;elo visto, qualquer uma lhe servia.

Bas então por que lan lhe pedira uma segunda chance6 ;ensavaem namor+"la outra vez6 ?u pretendia apenas ser fiel 1 palavra empenhadaa /anie e 9ichard, e para isso se via na o#riga(ão de a*ud+"la naquela lua"de"mel de mentirinha6

)alvez ele estivesse arrependido de lhe ter dado o fora antes de t-"la

levado para a cama, e agora tentava seduzi"la a fim de reparar o queconsiderava um erro. ;ara depois lhe dar o fora, era #vio. e novo.

sto*o de maquiagem de volta 1 #olsa, ela se ps a admirar a fachadados cassinos por onde o t+'i ia passando. ? tr7nsito estava tão moroso queStace teve tempo para analisar os menores detalhes da +rvore de Natal 1entrada de um deles. ra ineg+vel que os esta#elecimentos comerciaistinham caprichado de verdade nas decora(4es daquele fim de ano.

la suspirou outra vez. Não acreditava que lan fosse um su*eito detodo mau. nem estava morta de preocupa(ão com que alguém

desco#risse que fingiam ser casados. ? que realmente a tirava do sério era

:M



sua prpria indecisão. Seria possível que sua capacidade de *ulgamento ativesse a#andonado6

5uando se envolvera com lan, tinha aca#ado de se divorciar eestava tão ansiosa por namorar novamente quanto um elefante gostaria de

dan(ar tango num circo. S concordara em sair com ele para fazer um favor a /anie e principalmente a 9ichard, que era amigo de faculdade de lan eo *ulgava o par perfeito para ela< charmoso, #em"sucedido e nem um poucointeressado em relacionamentos duradouros. ? tipo ideal para uma mulher recém"divorciada.

)alvez até fosse.Se ela não tivesse se apai'onado por ele.)ola, tola, tola. 8astara ela come(ar a pensar num compromisso

sério, e lan caíra fora. ?s homens possuíam algum tipo de radar contravínculos emocionais ou o qu-6 Não lhe ocorrera casar com ele no prazo detr-s dias para depois mant-"lo amarrado ao pé da sua cama, isso nunca.!li+s, antes de se casar novamente, ela precisava aprender a administrar a

prpria vida. ;recisava desfrutar um pouco da li#erdade recém"conquistada. ;recisava...

;recisava ter certeza de que aquele vulto que aparecera 1 *anela dot+'i e ficara para tr+s era mesmo lan, ou ela estava apenas vendo coisas.

Airando o pesco(o, Stace olhou atentamente pela cal(ada 1 margemda avenida %as &egas. ;edestres com suéteres nas cores vermelho e verdedo Natal disputavam o pavimento estreito, carregando sacolas de compras,

c7meras fotogr+ficas e até mesmo coquetéis. %7mpadas multicoloridas serefletiam no rosto deles, mas nenhum desses rostos era o de lan.

Caram#a. )inha imaginado que o vira. 3ma impressão causada pelasua consci-ncia pesada, talvez. Bas como podia se sentir culpada se foraele quem flertara com outra mulher durante um *antar em plena lua"de"meldos dois6

e qualquer forma, sentia"se culpada, sim. ;or t-"lo feito derru#ar +gua gelada em si mesmo, por t-"lo largado sozinho no shoH"*antar. Seestava disposta a levar a farsa da lua"de"mel até o fim, precisava pensar

duas vezes antes de agir de forma tão intempestiva.? motorista parou na esquina a fim de permitir a passagem de um

grupo de turistas que se encaminhava para o espet+culo natalino nas fontesdo 8ellagio. )entando tirar do pensamento o fiasco em que se transformarao *antar no 9enaissance, Stace endireitou as costas e a*eitou a #olsa so#reo colo. istraída, olhava sem ver as luzes vermelhas do sem+foro logoadiante, quando um ruído 1 *anela do t+'i, #em do seu lado, despertou"lhe aaten(ão.

lan. ? rosto dele estava quase colado ao vidro. epois de arranhar

a lataria com o n dos dedos, ele gesticulava pedindo"lhe que a#risse a porta enquanto dizia alguma coisa que ela não conseguia ouvir.

:P



? interesse que Stace pudesse ter no que ele lhe falava, assim comoo peso na sua consci-ncia, evaporaram"se no ar no instante em que ela viuo imenso #uqu- de rosas *unto ao peito dele. ntão lan avis achava que

poderia compr+"la com flores6 ;ois sim@

Num ato refle'o, ela correu #ai'ar o pino que trancava as portastraseiras do veículo. No momento seguinte o sinal ficou verde e o motorista ps o carro em movimento.

ri#lando pedestres e um ciclista, lan acompanhava o t+'ifazendo sinais para que ela #ai'asse o vidro da *anela. ! medida que ocarro ganhava velocidade, e ele tam#ém, pétalas de rosa iam ficando pelocaminho.

!s flores fizeram Stace se lem#rar da *ovem com quem lanflertara no 9enaissance. Sentindo o sangue ferver nas veias, ela se inclinou

para o motorista... e fez o que tinha de ser feito. = &ou lhe dar cinquenta dlares se voc- chegar ao !tmosphere em

menos de cinco minutos = afirmou com determina(ão. = /+ estamos l+, madame@ = respondeu o homem com um sorriso

de orelha a orelha.le pisou fundo no acelerador, o que *ogou Stace de volta ao #anco.

Com o canto dos olhos, ela viu lan sumir na dist7ncia, enquanto o t+'imudava de fai'a para fai'a em #usca de velocidade.

!o ver"se preso pelos carros que iam se *untando atr+s do seu, lancolocou o c7m#io do *ipe em ponto morto quase em frente ao !tmosphere.

Como não podia dei'ar de ser, aproveitou para amaldi(oar as duas viaturasde polícia e o t+'i que #loqueavam a entrada para o hotel. !lguma #riga detr7nsito, na certa. 5ue alegria.

nquanto passava a mão pelos ca#elos num gesto de pura im" paci-ncia, ele deu uma espiada nas palmeiras que margeavam o passeio.Seus troncos e folhagens estavam reco#ertos por fios de l7mpadascoloridas, o que emprestava 1s velhas +rvores tropicais um qu- de

*ovialidade. )udo por conta dos feste*os natalinos. Não que estivesse muito entusiasmado com os feriados de fim de

ano. ;rincipalmente agora, depois de Stace ter fugido dele. Bas, queinferno. 5uem o mandara pression+"la daquele *eito durante o *antar, setudo o que ela mais dese*ava era uma #oa desculpa para escapulir6

? pro#lema era que tinha agido com descontrolada afoiteza, sem pesar as consequ-ncias. !gora, as coisas tinham"se complicado. Como iriareconquistar a confian(a de Stace6 !h, tudo por causa do dese*oenlouquecedor que o consumia dia e noite... das rosas, claro.

lan olhou para o #uqu- acomodado so#re #anco do passageiro.stava um pouco *udiado e sem alguns #ot4es, era verdade, mas ainda

fresco e perfumado. Impossível que ela não gostasse.

:Q



= Como assim, não vai aceitar um cheque6 = disse uma vozfeminina em meio ao grupo reunido *unto ao t+'i e 1s viaturas. = Seaca#ou de afirmar que não aceita cartão de crédito... coisa que eu nãotenho, diga"se de passagem, mas isso não vem ao caso... Como é que vou

pag+"lo6 Com sorrisos é que não pode ser, certo6Stace. le reconheceria aquela voz nem que fosse nas catacum#asdo inferno.

lan desligou o motor do *ipe, tirou a chave do contato, apanhou o #uqu- de rosas e ps"se em pé no espa(o entre o #anco e o volante. Sim, l+estava ela, entre os carros parados 1 entrada do hotel, ao lado de umatarracado chofer de t+'i e dois policiais uniformizados.

= Cash, mocinha, dinheiro vivo@ = ? ta'ista esfregou o indicador no polegar no gesto que falava por mais de mil palavras. = Sa#e o que éisso, não sa#e6

= Claro que eu sei o que é dinheiro vivo@ voc-, por acaso *+ est+sa#endo que vivemos no século VVI6 $o*e em dia, até #ares e lanchonetesaceitam cheques, meu senhor@

= eu com isso6 ? ;ato onald, l+ na isnel7ndia, aceita cheque6;ois é, eu tam#ém não@

9eprimindo um sorriso, lan atirou as chaves do *ipe para ummano#rista do hotel e encaminhou"se para o grupo. Nem ele prprio seriacapaz de armar uma cena tão conveniente a si mesmo como aquela. Suagrande chance de #ancar o cavaleiro em armadura reluzente prestes a salvar

a donzela em perigo... !quele motorista de t+'i tinha caído do céu. = Senhor, precisa tirar o seu veículo daqui = um dos policiais disse

ao ta'ista. = st+ #loqueando a passagem até o... = Não vou tir+"lo do lugar até que me paguem a corrida = o

homem interrompeu"o com uma e'pressão #eligerante, para depois olhar para Stace. = !li+s, ela me prometeu mais do que a corrida para que eu alivrasse de um panaca com um #uqu- de rosas.

= u *+ falei que não tenho dinheiro em espécie comigo@ = Staceaprumou os om#ros ao encarar o policial. = Não me lem#rei de pegar

dinheiro no #anco, não tenho cartão de crédito, mas posso fazer um chequee... = la viu lan se apro'imando, e o restante do que ia dizer veio num

*orro confusoG = ... e é isso, oras. 5ue culpa eu tenho de não ter dinheiro6Se #em que posso ir #uscar l+ na... no cai'a autom+tico 2D horas... )em um

por aqui6 Se não tiver, eu posso... Sou uma pessoa digna de confian(a,acredite. ;ode perguntar a quem quer que se*a.

= ;ergunte a mim = rosnou o ta'ista. = !final, foi em mim queela quis passar a perna@

= esculpe, srta...6 = o guarda ficou olhando para Stace.

= 5uerida@ = !ssim que alcan(ou o grupo com suas passadaslargas, lan foi logo empurrando o #uqu- de rosas para os #ra(os dela.

DR



= i, é ele@ = gritou o ta'ista. = ? panaca com as flores@ = le não é um panaca = Stace respondeu, defendendo"o. = le é... le é...lan sorriu. ra como se pudesse ver as engrenagens girando no

interior do cére#ro dela 1 procura de uma #oa resposta. sperta como era,Stace aca#ou escolhendo a alternativa que melhor se adaptava 1 situa(ão< = le é o meu marido. = Sua voz trans#ordava falso *#ilo. = Não é mesmo, querido6 = %gico, amor. = ;erce#endo um certo temor nos olhos dela,

lan acrescentou #ai'inho< = ei'e comigo, vou resolver isto para voc-.Bas depois co#rarei com *uros, é claro.

Selou suas palavras com um leve #ei*o nos l+#ios dela. Stace entãofez que sim, mesmo sem ter a menor idéia do que ia por aquela ca#e(a devento.

)razendo"a para *unto de si, lan estendeu a mão ao policial mais pr'imo.

= Sou 9ichard ;ar>er. = epois de cumprimentar os tr-s homens, perguntou< = então, qual é o pro#lema6 Não me digam que a minhaquerida /anie aqui andou aprontando uma das suas.

= 9ichard vai matar voc- = ela murmurou atr+s das rosas queerguera *unto ao rosto. = !lém de se passar por ele, voc- o faz falar comoum homem das cavernas.

= ;arece que sua esposa não tem como pagar a corrida de t+'i =

e'plicou um dos guardas. = este senhor não quer tirar o carro daquienquanto não rece#er.

= la vai ter de pagar esta multa tam#ém@ = ? ta'ista mostrou um papel para lan. = Cada coisa que me acontece... S eu mesmo para pegar uma passageira com cére#ro de minhoca que quer pagar a corridacom um cheque@

= Cére#ro de minhoca6 = lan ergueu uma so#rancelha. = Baisrespeito, por favor. E da minha esposa que voc- est+ falando.

?s dois policiais puseram"se em alerta.

= esculpe, madame = disse o ta'ista, olhando para Stace. = !cho que ela não ouviu = lan usou um tom meio intimidador. =esculpe"me, minha senhora@ = ? homem guardou o papel no

#olso da camisa suada, depois secou o suor das mãos na cal(a de #rim. = ;ode dei'ar, a multa é por minha conta.

= 8oa idéia. = !#rindo a carteira que havia tirado do #olso, lanapanhou duas notas de dez dlares e entregou"as ao ta'ista.

= Isso deve co#rir o valor da corrida do 9enaissance até aqui. = st+ #om. = !ps guardar o dinheiro, o motorista encaminhou"se

para o t+'i. ! meio caminho, porém, deteve"se e olhou para tr+s. = oscinquenta dlares que ela me prometeu6

D



= Cinquenta dlares6 = lan ia do#rando sua carteira, masinterrompeu o gesto.

= E, eu... = Stace parecia ter encolhido alguns centímetros. = u prometi um dinheirinho e'tra para ele.

= Cinquenta dlares, um dinheirinho6 = lan estranhou a quantia. = Não acha que é um e'agero de gor*eta6 = Não era gor*eta, não = intrometeu"se o ta'ista. = ;or isso, acho

que tenho todo o direito de rece#er. = !h, est+ #em... = Com um suspiro resignado, lan se ps a

separar cinco cédulas de dez dlares do dinheiro que trazia na carteira. = Bas me diga uma coisa, querida< por que foi prometer cinquenta dlares aesse su*eito6

= !h... ;or qu-6 8em... = la depositou o peso do corpo num pé,depois no outro. = ;ara que ele o dei'asse para tr+s, quando voc- #ateu 1minha *anela pedindo que eu lhe a#risse a porta.

;or pouco lan não colocou as notas de volta na carteira. ntãoestava pagando para que Stace se livrasse dele@ !h, o que não fazia por aquela mulher...

= a pr'ima vez, certifique"se de que tem recursos para arcar comas promessas que faz por aí. st+ #em, querida6

= Sim... querido. = Stace enfiou o rosto nas flores enquanto omotorista recolhia sua Fgor*etinhaF.

!ssim que tudo se resolveu, os policiais providenciaram que o

ta'ista li#erasse a passagem 1 entrada do hotel e depois dei'aram lan eStace frente a frente.

= !gora que *+ cuidamos disso... = le deu um sorriso maroto = ...chegou a hora de voc- me recompensar. Com *uros, lem#ra6

!pertando as rosas ao encontro do peito, Stace se misturou aos passantes e escapuliu pela avenida.

=&oc- anda depressa=disse"lhe lan uma hora mais tarde.le a perseguira por toda a avenida %as &egas, dei'ando para tr+s

v+rios cassinos e uma série de lo*as. !gora, apoiado num dos pequenos

pilares de m+rmore que ornamentavam o *ardim de inverno do 8ellagio,corria os olhos pela deslum#rante decora(ão natalina ao redor procurandodisfar(ar o quanto estava cansado.

Bas, pensando #em, s mesmo um maratonista em plena formafísica estaria em condi(4es melhores do que as suas...

= ;or pouco não a alcancei quando voc- parou para dar uma espiadanaquela liquida(ão de sapatos.

= !h, mas ali eu *+ tinha colocado mais de um quarteirão devantagem so#re voc-. = Stace sorriu, em#ora tam#ém estivesse ofegante.

= !lém do mais, é praticamente impossível resistir a uma #oa liquida(ão. valeu a pena arriscar, pois voc- não me pegou.

D2



Seus olhos #rilhavam, seu rosto estava corado pelo e'ercício. !indacom o #uqu- nas mãos, ela levou o olhar a um ponto do canteiro de folhas"de"sangue que circundava o *ardim.

L volta deles, tudo era Natal. !cima do canteiro pairavam enormes

arran*os presos ao teto por arames invisíveis, reluzindo em dourado e emtons met+licos de vermelho e verde. %uzes cintilavam por todos os lados.3ma com#ina(ão magnífica de pinheiros e plantas ornamentais protegiaum lago de gelo artificialG ao pé das +rvores havia uma série de ar#ustos

podados de forma a reproduzir um tren do ;apai Noel pu'ado por quatrorenasG uma nuvem de gelo seco envolvia a #ase do tren e as patas dosanimais.

Com os olhos encantados pelas luzes, pelas plantas e pelos demaisenfeites, Stace suspirou.

= )udo isto é lindo, não é6 = Sim, é muito #onito mesmo = lan concordou. = !ssim como

voc-. = ?ra, lan, não precisa me elogiar, pois não h+ ninguém ao redor

para ouvi"lo. = la se ps a #rincar com um #otão de rosa. = &oc- não precisa #ancar o sr. %ua"de"Bel quando estivermos sozinhos.

= Não se trata disso. u... = )udo #em. &oc- fez o que pde para agir como um aut-ntico

recém"casado l+ no 9enaissance, mas eu aca#ei estragando tudo, não foi6esculpe"me, sim6 u não devia ter saído de l+ como saí.

!quilo pegou lan desprevenido. le não sa#ia muito #em o quetinha irritado Stace durante o *antarG talvez por isso, não esperava que elaaca#asse pedindo desculpas pelo contratempo.

= possível que voc- tenha interpretado mal alguma coisa que eudisse ou fiz. = lan ps a mão no om#ro dela. = u nunca...

= &amos dei'ar tudo aquilo para l+, est+ #em6 Não quero continuar #rigando com voc-. = Stace nem se dera conta, mas, enquantoconversavam, ela ia arrancando pétala atr+s de pétala das rosas que tinhanos #ra(os. = 8rigar é horrível... &oc- est+ se esfor(ando um #ocado para

me a*udar com esta lua"de"mel fictícia, e eu... u fico s reclamando detudo. esculpe"me, por favor. /+ que temos de conviver por mais um dia oudois, vamos conviver com tranquilidade, est+ #em6

Colocando a mão so#re a mão de Stace a fim de evitar que elaaca#asse por destro(ar as duas dzias de rosas que lhe comprara, lanafirmou num tom meigo<

= &oc- é mesmo uma pacificadora, não é verdade6 Nunca medeesfor(os para que as pessoas se entendam e vivam em paz.

Stace olhou para a mão dele e depois para a pilha de pétalas

vermelhas a seus pés. ficou da cor das rosas.

D:



= E por isso que voc- aceitou se passar pela sua prima, eu sei = ele prosseguiu. = ;ara evitar #rigas e dissa#ores entre os seus familiares.

= Se eu fosse tão #oazinha assim, não teria lhe dado uma pancadacom o secador de ca#elo nem estragado o seu *antar esta noite. No seu

lugar, eu sairia correndo de volta a ;hoeni' antes do novo surto. Nunca seiquando vou conseguir contar até dez ou quando vou simplesmente fazer a primeira #o#agem que me vem 1 ca#e(a.

= u não vou a lugar nenhum, Stace. = !h, é... &oc- deu sua palavra a 9ichard e /anie, não foi6 por

causa da amizade que tem por eles, vai ter que passar o fim de semana aqui. Não era #em por esse motivo que lan queria ficar no !tmosphere

*unto dela. ;or outro lado, seria imprudente desperdi(ar o +li#i que Staceaca#ava de lhe dar.

Buito sério, ele concordou< = verdade. ? fim de semana inteirinho. ;rincipalmente agora que

temos todas aquelas surpresinhas de lua"de"mel pela frente. , acho queamanhã ser+ um dia longo...

= Bas daqui para frente vamos tentar ser discretos, est+ #em6 = ;alavra de escoteiro. nquanto fa(o um 9ichard mais... sos"

segado, digamos assim, voc- se encarrega de fazer com que sua /anie nãoaca#e no 'adrez.

= Com#inado. ;or falar nisso... Nem o agradeci por me salvar daquele ta'ista.

Stace apertou a mão dele. lan aproveitou para pu'+"la para mais perto de si.

= !inda é tempo. = ?#rigada, lan. = F?#rigada, lanF6 = le contornou"lhe o rosto com a ponta do

dedo, depois lhe segurou o quei'o para o#rig+"la a encar+"lo. = Nadadisso. u avisei que voc- teria de me recompensar, lem#ra6 ;ois então, arecompensa é um #ei*o.

= 3m #ei*o6 = Com o canto dos olhos, ela tentou espiar ao redor.

= Bas não h+ quase ninguém por aqui... ! quem iríamos demonstrar queestamos em lua"de"mel de verdade6

= u não estava pensando na nossa farsa quando lhe pedi um #ei*o.m vez de responder, Stace ficou olhando para ele como se

avaliasse o porqu- daquele pedido. = &oc- me #ei*a, e ns ficamos quites = disse lan. lan teve a

impressão de que ela achara o motivo *usto. !inda com os dedosentrela(ados aos dele, e com o #uqu- meio despeda(ado na outra mão,Stace colocou"se na ponta dos pés e #ei*ou"o de leve nos l+#ios.

DD



ntão fez que ia afastar o rosto do dele, mas lan impediu"lhe ogesto segurando"lhe a nuca com delicadeza. nquanto lhe acariciava osca#elos macios, ele disse #ai'inho<

= Aostei muito... Aostei tanto... que até queria mais.

!s rosas foram ao chão. No instante seguinte, ela colou a #oca 1 #oca de lan outra vez e foi como se nunca tivessem se separado. !quelaera Stace, a sua Stace, afetuosa e encantadora, tão tentadora como nassuas recorda(4es mais íntimas. !o senti"la novamente em seus #ra(os,assim doce e provocante, ele teve vontade de lhe falar do seu amor, da faltaque sentira dela e tam#ém do...

?s pensamentos de lan foram interrompidos no momento em que perce#eu que caía. ;ara tr+s.

%iteralmente.!o ficar na ponta dos pés, apoiando as duas mãos no peito dele,

Stace rou#ava"lhe o equilí#rio. lan a#ra(ou"a com for(a ao mesmotempo em que tentava mant-"los com as costas aprumadas sem interromper o #ei*o.

= $um... = ela gemeu *unto a seus l+#ios. = $um... sticando umdos #ra(os, ele tateou o ar na tentativa de alcan(ar o pilar de m+rmore emque se encostara minutos atr+s. Como nada encontrasse, os dois aca#aramdespencando em cima do canteiro de folhas"de"sangue.

sparramada so#re o peito dele, Stace tinha uma e'pressão confusa,desorientada... mas estava se' como o dia#o. Como ela não fizesse

men(ão de sair dali, lan resolveu desfrutar da situa(ão. S que umestranho desconforto 1s suas costas o impedia de raciocinar direito.

ra como se dezenas de agulhinhas o alfinetassem ao longo dasvérte#ras e pelas esp+duas. 5ue coisa estranha, parecia que tinha caído emcima de espinhos...

tinha mesmo. = !i@Segurando Stace *unto a si, lan ergueu o torso e virou a ca#e(a

para tr+s, olhando 1s suas costas 1 procura das rosas que ela dei'ara cair

so#re as folhas"de"sangue. %+ estavam elas.evolvendo"lhe o #uqu- agora quase destro(ado, ele fez questão de

manter o #om humor< = &amos continuar da onde paramos6 Bas desta vez sem a sua arma

de destrui(ão so# mim.)arde demais. Stace *+ se punha em pé, pu'ando a #ainha do

vestido para #ai'o enquanto se desfazia em mil pedidos de desculpas. ? #uqu- de rosas tinha se transformado num fei'e disforme de talosque#rados, folhas partidas e flores despetaladas dentro do papel todo

amarrotado.

DJ



= ;u'a vida, nem sei o que dizer@ = e s#ito, ela se e'asperou. = Num instante eu estava lhe agradecendo, no outro eu *ogava voc- so#re as plantas no 8ellagio... 5ue vergonha, meu eus@ Como foi que tudo issoaconteceu6

)udo o que lan sa#ia era que, por um #reve momento, am#osestiveram profunda e indelevelmente ligados. era s isso o que contava. = Não quer tentar outra vez6 = ele sugeriu. = )alvez ns... = E melhor irmos em#ora = ela o interrompeu. = !ntes que eu

cause mais estragos.!ssim que Stace aca#ou de falar, flocos de neve artificial co"

me(aram a cair do teto. %eves e m+gicos, pairavam no ar e pousavam so#reas plantas do *ardim de inverno como um encantamento produzido pelaimagina(ão.

= Cuidado... = la deu um sorriso tristonho. = !o que tudo indica,sou capaz até de alterar os fenmenos meteorolgicos.

lan levantou"se e saiu do canteiro, tomando o cuidado de afofar as plantinhas que havia amassado com o peso do seu corpo. esde que Staceestivesse a seu lado, poderia cair uma chuva de canivetes a#ertos que elenem iria notar.

la, por sua vez, parecia a#orrecida de verdade. ra com a testa todafranzida que a*eitava as tiras da sand+lia, alisava o vestido com a palma damão e desamassava a #olsa de camur(a negra. No que estaria pensando6!quele #ei*o teria significado alguma coisa para ela6 ?u fora mesmo

apenas um gesto de mero... agradecimento6! caminho da saída, com a mão na cintura dela, lan perguntou"se

como pudera ser tão estpido a ponto de se afastar daquela mulher. e umacoisa, porém, tinha certeza< eram feitos um para o outro. !gora, precisavaconvencer Stace disso antes que a lua"de"mel de mentirinha chegasse aofim.

sem dei'+"la desco#rir o envolvimento dele em toda aquelahistria.

DK



Capítulo &

!o sentir o sol da manhã no rosto, Stace apertou as p+lpe#ras e

rolou pelo colchão. !lguma coisa grande, quente e slida impediu"a dechegar ao outro lado da cama. nvolta numa nuvem de sono e pregui(a, elaa#riu os olhos... e se deparou com o rosto de lan, a poucos centímetrosdo seu, apoiado no outro travesseiro

= !aah@ Bas o que é que voc- est+ fazendo aqui6 = &oltou para oseu canto num pulo, e, ao ver uma #oa dist7ncia entre os dois, continuou<

= então6 stou esperando uma e'plica(ão.le sorriu. Bas como era possível que alguém acordasse com um

sorriso6 = &oc- devia estar dormindo no sof+ da sala, esqueceu6 = Stace

levou o edredom até o quei'o. = 0oi o que com#inamos@? susto não a dei'ava lem#rar"se o que tinha vestido para dormir.

ra uma de suas camisetas tamanho AA com estampa de gatinhos6 ?u oseu surrado pi*ama de flanela6

= u dormi no sof+, sim. = &irando"se de lado, lan apoiou umcotovelo no colchão e escorou a ca#e(a na mão espalmada.

?s raios de sol que penetravam pelas *anelas do dormitrio lheressaltavam o #rilho #em"humorado dos olhos verdes, incendiando"lhe osca#elos despenteados com refle'os dourados. Stace engoliu um resmungo.

;or que lan avis não acordava feio feito um ogro e cheirando a suor6S lhe faltava que ele dormisse... nu. Incapaz de imaginar o que havia so# olen(ol que o co#ria até a cintura, ela apenas suspirou.

!lheia 1s divaga(4es dela, lan prosseguiu< = /+ faz um tempinho que acordei... que tive de dar um *eito todo

especial de levar Ainger para o seu passeio matinal. = le lan(ou um olhar carinhoso na dire(ão da cachorrinha adormecida 1 porta do quarto.

= ;elo que estou vendo, ela se cansou um #ocado. = 5ue nada, foi a farra da noite anterior que a dei'ou e'austa.

Na véspera, quando retornaram 1 suíte, tinham encontrado Ainger rodeada pelos coloridos pedacinhos dos panfletos com as atra(4es de %as&egas que ela destro(araG na #oca, a cadelinha ainda trazia a se(ão de B a da lista telefnica. ;rovas de que ficara profundamente indignada com asolidão. ?u que preferia qualquer coisa 1 por(ão de ra(ão e +gua que lanlhe reservara.

= Se*a como for, aproveitei que estava l+ em#ai'o e pedi queservisse nosso café da manhã aqui no quarto = ele acrescentou. = acheique seríamos mais convincentes na nossa pequena farsa se os dois lados da

cama estivessem desarrumados quando o servi(o de copa chegasse.

DM



= !h... = %+ se iam ralo a#ai'o os planos que ela fizera de fazer odes*e*um num dos restaurantes da redondeza, escolhendo por si mesma oque gostaria de comer.

;elo #em da lua"de"mel de mentirinha, Stace resolveu acatar a idéia

dele sem criar caso. Bas para que tudo corresse #em, primeiro precisavasair da cama. &estida, se possível.)inha se lem#rado de que, na véspera, escolhera dormir com a

camiseta AA e a cal(a do pi*ama de flanela. S que a cal(a devia estar emalgum lugar ao pé da cama, pois fora empurrada para l+ durante amadrugada, quando se tornara incmoda devido ao calor. !ssim sendo,agora ela vestia apenas a camiseta e a calcinha. ? que não seria pro#lemanenhum... se lan não estivesse ali.

= !h, café da manhã... = )entando não dar na vista, Stace ps"sea procurar a cal(a do pi*ama com os pés. = 5ue #oa idéia...

= Não sei o que voc- costuma comer quando acorda, mas esperoque goste do que escolhi. Ser+ um des*e*um #em especial.

Bordendo o l+#io, ela enfiou os dedos dos pés num amontoado deroupa que lhe pareceu promissor, Bas era apenas parte do len(ol de cetimque se *untara ali. roga.

= E tão #om, não é6 = epois de se espregui(ar demoradamente,lan voltou 1 posi(ão em que estivera até então. "= u estava mereferindo ao fato de estarmos *untos aqui.

= !h...6E, sim... Não é6...

?nde dia#o fora se meter aquela #endita cal(a de pi*ama6 Stacevasculhava todos os cantos da cama a que seus pés conseguiam alcan(ar.Bas não era s isso o que a preocupava.

Como era possível que estivesse tão pertur#ada por ver"se na camacom um homem 6 !final, fora ao lado do marido que tinha dormido noiteaps noite durante quatro anos. 8em, quase todas as noites. !lém dosser4es intermin+veis, Charlie costumava via*ar muito a tra#alho etam#ém...

?ra, seu e'"marido não era lan avis. Não tinha um sorriso tão

cativante, nem seus estonteantes olhos verdes, nem aqueles msculos #emdefinidos, nem um milésimo do charme que lan transpirava por todos os

poros. Charlie nunca se ofereceria para a*ud+"la numa aventura como essafalsa lua"de"mel. *amais perderia seu precioso tempo resolvendo o

pro#lema que ela criara com o ta'ista na véspera.Concluindo que lan merecia, sim, o seu voto de confian(a,

perguntou num tom am+vel< = então, *+ preparou nossa agenda para ho*e6 5uais são as

surpresinhas que... !i, meu eus do céu@

e tão empenhada em encontrar a cal(a de flanela largada so# olen(ol, Stace não perce#eu que havia chegado ão limite do colchão do seu

DP



lado da cama. !garrada ao edredom, aterrissou no chão com #oa parte dasco#ertas ao seu redor. 3m travesseiro lhe caiu na ca#e(a antes de pousar so#re o carpete.

5ue raiva@ 5ue dio@ Isso era papel que uma mulher séria fizesse6

Conseguiu *ogar uma ponta do edredom so#re as pernas nuas noinstante em que lan se de#ru(ava 1 #eirada lateral da cama. Com o #ra(oerguido, ele sacudia na mão alguma coisa que encontrara so#re o colchãodepois que Stace levara parte das co#ertas consigo.

! cal(a de um surrado pi*ama de flanela. = ra isto que estava procurando6 = Be d- isso aqui@le ergueu um pouco mais o #ra(o.

= ;e(a por favor. = Claro que não@! confusão acordou Ainger, que se apro'imou agitando o ra#o

enquanto latia para lan. = ;siu@ = am#os a repreenderam.Ignorando os dois, a cachorrinha atirou"se so#re a cama a fim de

participar da farra. Bas devia ter calculado mal a e'tensão do colchão, poisentrou por uma lateral e saiu pela outra, indo parar *unto a Stace no chão.

= Como sempre, ela est+ do seu lado = comentou lan. = Ainger est+ do lado certo. = nquanto fazia um carinho na orelha

do #ichinho, ela insistiu< = !gora me d- o meu pi*ama, sim6

= S se voc- me o#rigar.Stace agarrou o travesseiro caído perto da sua co'a. ? sorriso de

lan diminuiu. = &oc- não ousaria... = ;ondo"se de *oelhos so#re o colchão, ele

cruzou os #ra(os no ar a fim de desviar o golpe. = Cuidado, Stace !mes@&oc- não sa#e com quem est+ se metendo@

= !h, é mesmo6 Com quem, posso sa#er6 = Com o campeão de guerra de travesseiros do !campamento

WigHam em pessoa@ = lan #ai'ou um dos #ra(os na dire(ão do

travesseiro que ficara na cama. = ;or dois anos consecutivos, é #om quese diga@

= ?ooh, que medo@ = Airando o seu travesseiro por uma das pontas, Stace tentou soar intimidadora< = &oc- vai se dar mal, pois euganhei tr-s anos seguidos. No !campamento WeehaH>en.

= ? WeehaH>en s tinha meninas@ = lan amarrou a cal(a do pi*ama dela na ca#eceira da cama como um pirata que fincasse sua #andeira num navio rou#ado.

= u vou reconquistar o que me pertence de qualquer maneira.

Sendo assim, é melhor voc- se render. = Nunca@

DQ



lan pegou o travesseiro e, num gesto provocador, ficou a pass+"lode uma mão para a outra. S então Stace reparou que ele usava uma cuecacreme com listras verde"musgo. nada mais.

le devia ter perce#ido o suspiro que lhe escapara por entre os

l+#ios, pois não perdeu tempo em provocar< = st+ gostando do que v-6 = ? que ve*o é a cal(a do meu pi*ama presa 1 ca#eceira da cama

como um troféu. = Stace levantou o travesseiro acima da ca#e(a. = ntregue"a para mim.

= &enha #uscar. = 8o#o. = Bedrosa.la arremessou o travesseiro. 5ue #ateu com um ruído seco na testa

de lan e caiu so#re o colo dele. Arande tiro. )arde demais, porém,Stace perce#eu que agora não tinha mais armas com que lutar.

!h, não@Como *+ tivesse perce#ido a #o#agem que ela fizera, lan *untou os

dois travesseiros diante de si antes de anunciar< = /+ que voc- est+ sem muni(ão, posso lhe oferecer a minha

clem-ncia. ! anistia em troca de um #ei*o, aceita6 = Não preciso negociar porque não pretendo me render. = !h, não6 vai lutar com o qu-6 ! não ser que... ;or que não tira

essa camiseta para me atacar com ela6 uma #oa idéia, não é6 !li+s, é a

nica chance que voc- tem de aca#ar comigo de vez... então, o que mediz6

= igo que voc- vai se dar muito mal@ = Stace, Stace... &oc- não est+ em condi(4es de amea(ar

ninguém.izendo isso, ele agarrou o lado do len(ol que ainda estava so#re a

cama e ps"se a pu'+"lo para si. 5uando viu a co#erta deslizar por suas pernas, Stace segurou"a com for(a, tentando evitar que ele a desnudasse.

Ca#o"de"guerra definitivamente não era a sua especialidade. Bas se

não havia como vencer lan pela for(a, podia tentar derrot+"lo com aa*uda da intelig-ncia. %an(ando um olhar de soslaio ao FinimigoF, viu queele usava as duas mãos para pu'ar o len(ol para o seu lado. ;erfeito.Belhor, impossível.

Stace prendeu a respira(ão e largou a outra ponta da pe(a de cetim.'atamente como calculara, lan caiu com tudo para tr+s, impelido pelafor(a que voltara contra si prprio no instante em que ela soltara a sua partedo len(ol.

Com um grito triunfal, Stace saltou so#re a cama e, pulando por

cima dele, correu resgatar a cal(a de pi*ama presa 1 ca#eceira. !poiada nos

JR



*oelhos, girando a pe(a no ar como o la(o de um vaqueiro, ela era aimagem da vitria.

= 3h, uh@ Nunca desafie uma menina que frequentou o WeehaH>en, pois elas são um perigo@

No carpete, comemorando a vitria, Ainger corria ao redor da camacom a cauda apontada para o teto.9olando pelo colchão até se deitar de lado numa das e'tremidades,

lan conteve as risadas a fim de declarar< = st+ #em, est+ #em... &oc- venceu. u não sou p+reo para a sua

malandragem.!o lado dele, ocupada demais em cele#rar o sucesso da sua t+tica,

Stace não se dava conta de que estavam quase se tocando. lan, contudo,não reparava em outra coisa.

= ntão era isso o que ensinavam l+ no acampamento de meninas6 = ele perguntou numa voz quei'osa. = Sua mano#ra foi *ogo su*o, viu,mocinha6

= Não aceito reclama(4es@ 5uem mandou comprar #riga comigo6&oc- não disse que... !aaaiiii@

5uando se deu conta, estava estendida de costas contra os tra"vesseiros, os pulsos erguidos acima da ca#e(a presos pelas mãos de lan.Imo#ilizando"a com o peso do prprio corpo, ele levantou um pouco otorso para olhar em seus olhos antes de anunciar<

= ;eguei voc-. agora6

Stace ofegou. )entou se mover so# ele. concluiu que fora enfimsu#*ugada.

= 5uem #rinca com fogo pode se queimar... = ? olhar de lanera guloso. = &oc- é muito linda, sa#ia6 Ser+ que quem vai aca#ar sequeimando sou eu6

= Solte"me...le afrou'ou a for(a com que lhe se segurava as mãos, o suficiente

para acarici+"las. sorriu"lhe um sorriso tão sincero e infantil que Staceaca#ou soltando o corpo de encontro aos travesseiros.

= 5uer mesmo que eu solte voc-6 = !h... = !h, sim6 ?u ah, não6 8asta me dizer o que dese*a, Stace, e eu

farei a sua vontade. = ... eu...Se antes pensara em afirmar que o seu FahF queria dizer sim, Stace

mudou de idéia quando lan come(ou a lhe #ei*ar o pesco(o num carinhosuave, insinuante. !os poucos, os #ei*os lhe co#riram o om#ro, depois agarganta, depois o quei'o, depois os l+#ios...

ei'ando escapar um suspiro, ela entrea#riu a #oca num pedido sem palavras.

J



= &oc- me dei'a louco... eus do céu, eu nunca devia ter meseparado de voc-...

5uando enfim lan #ei*ou"a, terna e apai'onadamente, Stacesentiu"se l7nguida e ao mesmo tempo tensa como uma corda re"tesada,

entorpecida e ainda assim mais alerta do que estivera em meses. !#ra(ou"ocom for(a, como se...!lguém #ateu 1 porta da suíte.Ainger deu um latido.lan nem ligou. Stace, porém, fez o que lhe pareceu mais sensato<

afastando"o de si com um empurrão, saltou da cama no instante em que #atiam pela segunda vez.

= Servi(o de copa@Ainger ps"se a correr pelo espa(o entre o dormitrio e o hall de

entrada, fare*ando so# a porta todas as vezes que chegava até l+. lantentava control+"la enquanto vestia uma camiseta e uma #ermuda. Stace,

parada ao lado da cama, sentia"se totalmente incapaz de tomar algumaatitude.

Novas #atidas. !gora mais fortes.)ão logo terminou de se arrumar, lan correu trancar Ainger no

#anheiro. = Sr. e sra. ;ar>er6=uma voz masculina chamou do corredor. =

&im trazer o café da manhã@ = 3m instantinho, por favor@ = gritou lan da porta do quarto,

#ai'ando a voz ao se dirigir a Stace logo em seguida<=sposa querida, émelhor voc- voltar para a cama e se co#rir se não quiser que o rapaz dacopa pense coisas erradas a seu respeito.

Calma. Controle. lan avis era a calma e o controle em forma dehomem. que homem...

! idéia fez Stace estremecer, um estremecimento que afinal lhedevolveu o #om senso. !ps pular de volta 1 cama, ela aca#ava de se co#rir com o edredom que recolhera do chão quando um rapaz com uniforme dohotel entrou no dormitrio empurrando um carrinho com o café da manhã.

= 8om dia, sra. ;ar>er = o mo(o cumprimentou"a com toda adelicadeza de que foi capaz diante da #agun(a no dormitrio.

lan surgiu atr+s dele no momento em que Ainger dava um rosnadode encontro 1 porta do #anheiro.

? gar(om da copa olhou ao redor antes de dizer< = 5ue estranho... ;arece que ouvi...Sem perder tempo, lan providenciou um ataque de tosse que não

parava mais. ? rapaz então se apressou em lhe servir um pouco de +gua. = ?#rigado = ele agradeceu, mas se esqueceu de tomar ao menos

um golinho. = E terrível pegar resfriado *usto na lua"de"mel, não éverdade6

J2



= Sem dvida... = !ps um ltimo olhar 1 porta do #anheiro, ogar(om ocupou"se em desco#rir as travessas que trazia no carrinho. = spero que não tenha se resfriado tam#ém, sra. ;ar>er.

Stace olhava para a porta do #anheiro, rezando para que Ainger se

conformasse com a situa(ão. !o menos por alguns minutinhos. = Sra. ;ar>er6 = 5uerida6 = Sra. ;ar>er@lan apro'imou"se a fim de dar um discreto chute num pé da cama.

rguendo o olhar, Stace viu o gar(om do servi(o de copa o#servando"aatentamente enquanto cofiava a ponta do #igode.

= la fica meio devagar antes de tomar a primeira 'ícara de café dodia = lan e'plicou.

= 5uem6 = 5uando finalmente entendeu os gesto que ele fazia 1scostas do gar(om, Stace e'clamou< = !h, é verdade@ u fico lerda 1svezes... ;or falar nisso, queira nos desculpar pela demora em a#rir a porta.

= ?ra, não faz mal. u entendo. = ? mo(o se virou para lan afim de lhe dar uma piscadela, depois serviu café numa delicada 'ícara de

porcelana.=?s casais em lua"de"mel são assim mesmoG 1s vezes, para nãoincomod+"los, ns dei'amos o carrinho *unto 1 porta e então avisamos pelotelefone que o des*e*um *+ est+ 1 disposi(ão. Bas não tínhamos como fazer isso com um pedido tão especial quanto o de voc-s. = le levou o café atéStace. = !qui est+, senhora.

= ?#rigada. = Segurando o pires com cuidado, ela aspirou o aromaque se desprendia da 'ícara fumegante. = !posto que est+ uma delícia.

Não era a gentileza do funcion+rio do !tmosphere que repen"tinamente enternecia o cora(ão de Stace. ra a constata(ão de que, mesmoaps passar a noite num sof+ de dois lugares, levar travesseiradas, ser largado no meio de um shoH"*antar e ver"se envolvido em confus4es detodos os tipos, lan ainda se mantinha fiel 1 palavra dada a 9ichard e/anie. continuava a a*ud+"la com aquela lua"de"mel de mentirinha, comofazia agora diante do gar(om da copa.

la precisava muito de que aquela farsa desse certo. ;ara o #em dasua família que, afinal de contas, era quase tudo o que lhe restava. ?squatro anos passados ao lado de Charlie haviam feito com que convivessemais com os colegas dele e esposas do que com os seus prprios parentes eamigos. esde o divrcio, vinha tentando reconstruir suas velhas amizades,mas esse era um processo lento, cu*os frutos demoravam a aparecer.

!ssim, a coisa que menos queria era estragar seu relacionamentocom os seus familiares. ;recisava deles. eles precisavam dos seuscuidados.

la #e#ericava seu café quando ouviu Ainger arranhar de leve a porta do #anheiro. Com o intuito de enco#rir o ruído, lan ps"se a tossir

J:



outra vezG Stace imitou"lhe o gesto com o propsito de se mostrar prestativa. ? funcion+rio da copa, porém, apenas ergueu uma so#rancelha econtinuou seu tra#alho como se nada estivesse acontecendo.

;or sorte, Ainger cansou"se depressa da #rincadeira e se aquietou.

Imaginando que a cachorrinha pudesse estar mastigando o #elo tapete do #anheiro, Stace deu um longo suspiro. ra tudo o que podia fazer, nãoera6

? gar(om da copa se ocupava em servir por(4es individuais dos pratos que trou'era< torradas, ovos me'idos, #acon, panquecas doces, caldaquente de ma(ã, dois tipos de quei*o, duas qualidades de suco.

eliciando"se com o aroma que vinha do carrinho, lan agradeceuo café que o rapaz lhe entregava. !ps tomar um gole, olhou para Stace

por cima da #orda da 'ícara, e'plicando< = ste não ser+ um café da manhã num quarto qualquer, voc- vai

ver.!ssim que o prato dela ficou pronto, ele se encarregou de lev+"lo até

Stace. la ia dizer que preferia ficar sozinha para se vestir apropriadamente antes da refei(ão, mas nem conseguiu a#rir a #oca< outrosquatro funcion+rios uniformizados, que haviam encontrado a porta da suítea#erta, entraram no dormitrio trazendo instrumentos musicais.

!ssim que se reuniram *unto ao carrinho, os quatro olharam paraStace e depois para lan antes de perguntar<

= ;odemos come(ar6

= Claro que sim@ = 0eliz como uma crian(a por conta da surpresaque ele mesmo preparara, lan colocou o prato na mão de Stace. = steé um café da manhã no quarto com msica. !posto que voc- nunca teveoutro igual.

ra verdade. quili#rando o prato numa das mãos, ela pu'ou asco#ertas até o pesco(o com a outra e ficou o#servando os msicos. !psuma r+pida afina(ão nos instrumentos, eles puseram"se a tocar e cantar umacan(ão de Natal num tom estranhamente agudo. Sorrindo, deslizaram pelocarpete até circundarem a cama. ! msica tornou"se ainda mais alta. No

quarto ao lado, alguém #ateu com for(a na parede.Com seu prato na mão, lan a#ai'ou"se para passar por so# o #ra(o

do violinista e foi parar na cama, onde se acomodou ao lado de Stace *unto 1 ca#eceira.

= Aostou6 = ele lhe perguntou. = st+ surpresa6 = como@? que ela não disse foi que perdera a fome ao sa#er"se de camiseta e

calcinha num quarto onde quatro estranhos #erravam a plenos pulm4esuma versão em estilo countr de Noite 0eliz. m considera(ão a lan, e

pelo #em da lua"de"mel de mentirinha, Stace levou um peda(o de #acon 1 #oca.

JD



! msica adquiriu um andamento mais r+pido. nquanto marcava ocompasso #atendo com o pé no colchão, lan devorava grandes peda(osda sua panqueca co#erta por calda e manteiga derretida. )entandocompartilhar da anima(ão 1 sua volta, Stace deu uma garfada nos seus

ovos me'idos.! comida caiu"lhe no colo antes que conseguisse a#ocanh+"la. latentou outra vez, e o resultado foi igualmente desastroso. 0oi quandoStace reparou que a cama vi#rava. ram os msicos que, cantando decorpo e alma para os recém"casados, #atiam com os *oelhos no colchão

para melhor marcar o ritmo.!lguém esmurrou outra vez a parede no quarto ao lado, mas todos

ali, inclusive o gar(om, pareciam a#sortos demais na msica para notar. Não foi difícil concluir que, se quisesse dar um fim 1quela #aderna,

Stace s tinha a si mesma com quem contar. !ssim, foi com terceiras equartas inten(4es que ela disse a lan<

= Ns com#inamos que teríamos um comportamento discreto,lem#ra6 Bas isto de discreto não tem nada.

= ? qu-6 = ele perguntou, levando a mão em concha ao ouvido. = iscretos@ &oc- e eu@ = ela gritou, apontando para ele e para si

mesma. = Nada de chamar a aten(ão so#re ns dois, esqueceu6 = Como6 = lan franziu a testa. = Não consigo ouvi"la. = ;e(a para eles se retirarem, por favor. = ? qu-6

= Bande"os em#ora daqui@ = #errou Stace no momento em que acan(ão natalina chegava ao fim.

! suíte nupcial foi tomada por um sil-ncio ensurdecedor. ?smsicos, que *+ iam #ai'ando seus instrumentos, congelaram o movimentode seus #ra(os no ar. ? violonista sacudiu a ca#e(a num gesto triste. Seis

pares de olhos ficaram fi'os em Stace. = esculpem"me = ela murmurou. = Binha esposa sofre de en'aqueca. = lan apressou"se em pular

da cama. = esculpem, sim6 ! msica estava tima, mas acho que vamos

ter de parar por aqui.Consumida pela culpa, Stace co#riu"se até a raiz dos ca#elosG muda

e imvel como uma parede, ficou ouvindo a nova leva de e'plica(4es quelan dava aos rapazes enquanto os acompanhava até a porta da suíte.

Seu vizinho de quarto tinha parado de #ater na parede, o que era um #om sinal< nada seria mais indiscreto do que rece#er, em plena lua"de"mel,uma tremenda #ronca do gerente do hotel por comportamento imprprionas depend-ncias do esta#elecimento.

Bas talvez... )alvez fosse e'atamente essa a inten(ão de lan. ;or

que não6 !final, não era a unidade da família dele que estava em risco. Nãoeram os interesses dele que estavam em *ogo.

JJ



!ssim que ouviu o clique da porta de entrada, Stace ps a ca#e(a para fora das co#ertas. Sil-ncio total. ;ulando da cama outra vez, ela correuvestir a cal(a do pi*ama.

= ? que voc- tem na ca#e(a6=perguntou a lan no instante em

que ele pisou de volta ao dormitrio. = )udo o que eu mais queria era um #om e sossegado des*e*um numa cafeteria tranquila, #em longe da loucuraque é este hotel, fora das quatro paredes desta suíte nupcial. o que é quevoc- faz6 Convida cinco pessoas para nos fazer companhia@

= )ia Aeraldine... = Não me venha com essa. = epois de a*eitar a camiseta so#re a

cal(a aflanelada, Stace foi até ele, parou #em 1 sua frente e levou as mãosao quadril. = !quilo tudo pode até ter sido mais uma das surpresinhas detia Aeraldine, mas voc- tirou todas as vantagens de que foi capaz dasitua(ão.

= ;ensei que voc- estivesse gostando. ela estava. 3m pouco.Bas isso não vinha ao caso.

= &oc-... &oc-... &oc- est+ sempre fazendo tudo do seu *eito, issosim@ ;rimeiro for(ou sua entrada aqui, depois me o#rigou a aceit+"lo como

parceiro nesta farsa estpida e... = spere aí, Stace. &oc- concordou com que eu... = Não, senhor@ &oc- me fez concordar com tudo aquilo que queria.

não parou um instante sequer para se perguntar qual era de fato a minhavontade.

= Isso não é verdade. ;edi que servissem o des*e*um no quarto porque imaginei que voc- gostaria disso. Como tam#ém supus que iriagostar da msica.

= Sim, mas... 8em, e quanto ao nosso acordo de manter+ discri(ãoenquanto estivermos aqui6 &oc- não cumpriu a sua parte no trato.

= /+ falei e vou repetir, Stace< minha inten(ão era agrad+"la, e nãodei'+"la irritada.

= Isso é o que voc-s sempre dizem. = Calma l+@ Não admito ser confundido com o seu e'"marido. le e

eu não temos nada em comum, e voc- sa#e muito #em disso.! verdade contida naquela afirma(ão serenou os 7nimos de Stace.

ando"se conta de que tinha ido longe demais nas suas quei'as, ela tocou oom#ro de lan num gesto am+vel antes de dizer<

= !h, desculpe"me... )udo isto est+ me dei'ando meio maluca,sa#e6 !cho que ser+ um milagre eu conseguir chegar inteira ao términodeste fim de semana... ;erdão, lan, não tive a inten(ão de...

= Não precisa se e'plicar, eu *+ entendi. = le colocou a mão so#rea dela. = S que voc- est+ me confundindo com outra pessoa, e isso eu

não posso aceitar. ;orque não é *usto.lan tinha razão. Contra esse fato, ela não tinha argumentos.

JK



= )ome o seu café da manhã com calma = ele prosseguiu. = &outomar um #anho e me arrumar, *+ que temos um passeio no campo de golfeem pouco mais de uma hora.

!ntes que ela dissesse mais alguma coisa, lan entrou no #anheiro,

fechando a porta atr+s sem fazer ruído.Stace ficou parada onde estava. Com a impressão de que sempretirava conclus4es erradas a respeito de tudo.

JM



Capítulo &I

Não é #em como voc- esperava6 = perguntou lan, usando o taco

de golfe para alongar o #ra(o acima da ca#e(a.! *ulgar pela e'pressão dela, Stace esperava um local #em diferentedaquele ao qual haviam chegado vinte minutos atr+s para desfrutar de maisuma surpresinha de tia Aeraldine.

!poiando"se so#re o taco que levara ao chão, lan ficouo#servando"o o gingado encantador enquanto ela se apro'imava. Com t-nisde lona, uma saia curta #ranca e um suéter rosa"p+lido com um #elo decoteem &, Stace parecia saída das p+ginas de uma revista de moda esportiva.;or pouco ele não suspirou de dese*o.

= Não, não é nada do que eu esperava. = la descansou o tacoso#re o om#ro. = Bas até que é simp+tico. Charmoso.

etendo"se ao lado de lan, que se encontrava *unto a uma enormeescultura na forma de uma 'ícara so#re um pires, no corpo da qual se

pintara o logotipo de uma marca de ch+, Stace deu uma olhada ao redor. ?campo de golfe em miniatura tinha caminhos sinuosos, est+tuas, ummoinho de vento, um lago artificial com uma queda dO+gua e descomunaismacieiras em gesso.

Co#rindo os olhos com a som#ra da mão, ela acrescentou< = Bas finalmente poderemos rela'ar um pouco e ser ns mesmos

por algum tempinho.! o#serva(ão não tranquilizou lan, que ainda tentava entender por

que os outros eventos tinham se transformado em verdadeiros fiascos.;rimeiro fora o shoH"*antar no 9enaissanceG depois, a serenata no café damanhãG e agora... le tremeu ao imaginar que alguma coisa pudesse dar errado ali tam#ém, no minicampo de golfe. )eria de ser mais cauteloso na

pr'ima programa(ão de uma surpresinha rom7ntica, ou suas chances comStace se reduziriam a p.

la tirou o taco de cima do om#ro e, no movimento que fez para

lev+"lo ao chão, por pouco não atingiu em cheio a ca#e(a de lan. ;or sorte, ao perce#er a som#ra amea(adora ele se a#ai'ou a tempo de evitar ogolpe. permaneceu assim, admirando as curvas da cintura e do quadril deStace, que agora estavam no mesmo nível dos seus olhos.

5uando se deu conta do que acontecia, ela procurou e'plica(4es< = ;osso sa#er o que est+ fazendo6 = !quecimento. = ! fim de provar o que dizia, ele e'ecutou

algumas vezes o movimento de tocar as pontas dos pés com os dedos dasmãos.

= Sei... Ser+ que é mais f+cil *ogar aqui do que num campoconvencional6

JP



= epende do ponto de vista. ? minigolfe pode ser um *ogoagressivo, se voc- *og+"lo direitinho.

= ? que não é o meu caso.lan sorriu para ela sem parar de alongar os msculos da perna

direita, do#rando"a para tr+s e levando o tornozelo até a parte #ai'a dan+dega. nquanto dedicava o mesmo cuidado 1 perna esquerda,aconselhou"a<

= melhor voc- se alongar tam#ém, ou vai acordar toda doloridaamanhã.

= E para ocasi4es como essas que e'iste a massagem. Stace virou"se para apanhar um das #olinhas de t-nis cedidas

pela administra(ão do campo. ? meneio agitou"lhe a saia curtinha. fez a pressão arterial de lan su#ir.

= u vou me largar nas mãos de um #om massagista = elacontinuou, atirando a #ola laran*a para o ar para agarr+"la de volta na palmada mão. = !posto que vou me sentir melhor do que nunca.

Contrariado com a idéia de que outras mãos que não as suas pudessem navegar pelas ondas do corpo dela, lan se manteve calado.

= então, é por aqui que se come(a o *ogo6 = perguntou Stace.le franziu as so#rancelhas ao v-"la apontando um montículo so#re a

grama sintética. Não, não era possível que... = &oc- nunca *ogou minigolfe, Stace6 = Nossa, voc- fala como se isso fosse um crime contra a seguran(a

nacional@ = Não é crime nenhum, mas vai contra os h+#itos esportivos do

povo americano, voc- não concorda6 )odo mundo *oga golfe neste país. quem não *oga, entende do *ogo.

= )odo mundo menos eu. = &oc- não teve inf7ncia6 = Claro que tive. as mais felizes, diga"se de passagem. = Como podia ser feliz, se não *ogava minigolfe6 8em, vamos

consertar isso... = Colocando"se atr+s dela, lan posicionou"lhe as mãos

so#re o taco. = ;rimeiro voc- segura assim... = Sem tirar as mãos decima das dela, curvou"se o suficiente para lhe dizer ao ouvido< = 'atamente assim, est+ #em6

= Certo. = Stace falou com a seriedade de quem discutia aumentode impostos ou a via#ilidade dos vos a Barte. = E assim mesmo, não é6

= Isso. Buito #em. = lan passou as mãos ao longo do ante#ra(oe do #ra(o dela como se lhes corrigisse a fle'ão. = 5uando der a tacada, afor(a tem de vir daqui. tam#ém... = ele tocou"lhe as laterais da cintura

= ...daqui.

JQ



= ntendi. Bas não deveríamos treinar esse movimento com a #ola6 =! voz de Stace soou como se esti vera presa na garganta por algunsinstantes. = lan6

= !h...6 Sim... aqui a pouco. = 0ingindo lhe retificar a postura,

ele colou o rosto ao dela sem ligar para o fato de que come(ava a suar em #icas. = )emos todo o tempo do mundo. = Não. = la endireitou o corpo. = Não temos, não. = Como assim6 = ?lhe l+. = &irando"se para ele, Stace segurou"lhe o quei'o a

fim de lhe virar a ca#e(a em dire(ão 1 entrada do campo de minigolfe.3ma loira alta, de apar-ncia nada discreta, caminhava rumo ao setor

reservado 1s partidas. !ssim que ela parou para admirar as instala(4es,levando uma das mãos aos espalhafatosos culos escuros, lanreconheceu"a de imediato. ! recepcionista do !tmosphere.

le ergueu uma so#rancelha ao perguntar< = la ficou vinte minutos descrevendo para voc- o momento em

que atirou o #uqu- de noiva para as primas durante a festa de casamento,ou fui s eu quem teve essa sorte6

= Não, eu fui agraciada com a parte do discurso do padrinho. Bas...;or que esse tom6 &oc- não gosta de histrias de casamento6

= Não, a menos que eu se*a um dos noivos.Stace tirou do om#ro a #olsa a tiracolo e, a#rindo"a entre as mãos,

ps"se a reme'er no seu interior. le voltou a levantar uma so#rancelha.

= ? que est+ fazendo6 = ;rocurando algum disfarce. = epois de separar um chapéu de

pano #ranco, um tu#o de creme e um par de culos escuros com arma(ãode tartaruga, ela agarrou"o pelo #ra(o. = &enha.

le ainda conseguiu recolher os tacos e as #olinhas antes que Staceo empurrasse para tr+s de uma das macieiras de gesso. 8ai'ou a ca#e(a

para desviar de uma imensa ma(ã pintada em fulgurante vermelho, depoisse a*oelhou ao lado dela.

Stace então colocou os culos na ca#e(a como uma tiara e, aps

tirar a tampa do tu#o, espremeu um creme azul na palma da mão. =" S não entendi por que estamos escondidos aqui = lan

afirmou. = ;orque preciso pensar em como vamos nos livrar de uma

funcion+ria l+ do hotel. = la segurou"lhe o quei'o para lhe erguer o rosto. = Não se me'a.

= Bas para que tudo isto6 Como voc- mesma disse, ela é apenasuma funcion+ria do hotel. = Com Stace a segurar seu quei'o, ele malconseguia falar. = ? que acha que ela vai fazer6 )elefonar para tia

Aeraldine e... i, espere aí@ ? que est+ fazendo comigo6

KR



= &ou passar isto no seu rosto. = Stace ergueu no ar o dedolam#uzado do creme azul. = ;ara... disfar(ar um pouco voc-, digamosassim.

= !h, não vai, não.

= ei'e de ser reclamão, lan. E apenas um creme 1 #ase deo'ido de zinco. = Como6 = 3m protetor solar, entendeu agora6 !s pessoas usam filtro solar

tam#ém no inverno, caso voc- ainda não sai#a. = Bas é azul...@ Como posso ter certeza de que voc- não quer se

vingar do café da manhã com msica6 se isso for som#ra para os olhos,ou algum tipo de pintura para...

= /uro que não é nada disso. !lém do mais, som#ra nesta tonalidadede azul não iria com#inar com o verde dos seus olhos.

= 9+"r+, muito engra(ado. Se*a o que for, não quero que passe essacoisa em mim. ;ouco me importa que aquela mulher nos reconhe(a.

= ;are com esse esc7ndalo, ou vai aca#ar chamando a aten(ão dela para c+. &amos, fique quieto no lugar, sim6 Confie em mim.

= /+ vi que não vou ter escapatria... Bas então tem de dei'ar eu passar um pouco em voc- depois.

= )udo #em.Ine#riado pelo perfume floral que se desprendia da pele dela, lan

admirou"lhe o contorno do rosto, a linha delicada das so#rancelhas, a forma

suave do nariz. = Suas sardas são muito simp+ticas = ele não se conteve. = Não tenho sardas. !gora fique quieto, por favor. s um

minutinho.Stace tinha sardas, sim. ram #em poucas e pequeninas, espalhadas

pelo seu nariz e no alto das suas #ochechas. ra um charme s.nquanto lan continuava a lhe estudar os mínimos detalhes do

rosto, ela lhe aplicou uma grossa camada de creme so#re o nariz, ao longoda testa e nas faces. epois, afastando"se um #ocadinho para avaliar o

resultado do seu tra#alho, disse #ai'inho< = !cho que vai que#rar o galho. = E6 5ue #om...Com a palma su*a de creme suspensa no ar, Stace usou a outra mão

para tirar da #olsa um feioso #oné de #eise#ol e um par de culos escurosno modelo aviador.

e#ru(ando"se so#re a #olsa a#erta, lan comentou< = /+ que tem de tudo aí dentro, ser+ que voc- não encontraria um

sanduíche para mim6 ;ode ser tam#ém um cacho de uva, uma lata de ch+,

ou até mesmo uma co'a do peru do *antar de !(ão de Ara(as. E que estoucome(ando a ficar com fome.

K



=Não #anque o engra(adinho, lan. u sempre levo na #olsaaquilo que me pode ser til, principalmente numa viagem. )ome, coloqueeste #oné. os culos tam#ém.

= ;arecem culos masculinos.

= São masculinos. ;ertencem a Charlie, mas ainda não tive tempo para devolv-"los.lan olhou para o #oné e os culos em sua mão. quase chegou a

ver"se pisoteando os dois artigos ao som de uma rum#a. = ;osso sa#er por que ainda carrega por aí os pertences pessoais do

seu e'"marido6 = u apenas me divorciei de Charlie, não contratei nenhum

pistoleiro para varr-"lo da face da )erra sem dei'ar rastros. 5uem o ouvefalar, vai pensar que eu trago um #oneco de vudu de Charlie !mes aquidentro.

= por que não traz6 !chei a idéia e'celente. = !nde, lan, dei'e de conversa e fa(a o que lhe pedi. !ps largar

o #oné de qualquer *eito so#re a ca#e(a, ele correu passar o dedo no creme na palma da mão de Stace. Sua hora tinha

chegado.!ntes disso, ela se encarregou de lhe colocar os culos e lhe erguer a

gola da camisa plo. epois o instruiu< =&oc- deve passar a lo(ão nas partes salientes do rosto. Como o

nariz, a testa e as #och... #ochech... = Stace não conseguia conter o riso.

= 5ual é a gra(a6 = &oc- est+... est+... uma figura@ = Co#rindo a #oca com a mão, ela

caiu na risada. Bas logo tratou de se controlar e, indicando o creme nodedo dele, afirmou< = ;ronto, pode passar.

= u devia me vingar do que voc- fez comigo, sa#ia6 evo estar parecendo um aut-ntico palha(o.

= ;siu@ !cho que ouvi um ruído. No momento seguinte a voz aguda e vi#rante da recepcionista do

!tmosphere chegou até eles<

= &enha, Bar>@ &amos andar por aquele setor ali@ Não podemos perder nem um minuto, pois ainda tenho de tra#alhar esta tarde@

= Sim, #enzinho, vamos@ = respondeu uma voz masculina, tãoestridente quanto a dela.

= epressa@ = disse Stace, empinando o rosto.lan respirou fundo. la o dei'ara ridículo, não dei'ara6 ;ois

então... le lhe co#riu todo o nariz com uma camada #em grossa do cremeazul. epois de mergulhar novamente o dedo no tal filtro solar, riscou tr-sfai'as espessas em cada #ochecha dela. ;ara finalizar, fez"lhe duas marcas

redondas #em grandes acima das so#rancelhas e outra no meio do quei'o.3ma o#ra de arte. ;or lan ;icasso avis.

K2



= ;ronto. = le aceitou o len(o de papel que Stace lhe oferecia elimpou a mão. = Não é melhor esperar um minutinho até secar6

epois de a#anar o rosto com as mãos por alguns instantes, elatorceu os ca#elos 1 altura dos om#ros num n e prendeu"os so# o chapéu de

pano. ;or fim, a*eitou os culos no alto do nariz e, sentindo"se a mulher mais poderosa do mundo, anunciou< = stamos timos. &enha.Com o firme propsito de não contrari+"la, pois s outro louco iria

contrariar uma maluca, lan a*udou"a a pr"se de pé e recolheu osapetrechos de golfe enquanto ela a*eitava a saia e o suéter.

Não estava nem um pouco convencido de que aquilo iria transform+"los em seres imperceptíveis. Contudo, quanto mais seguia o suave gingadode Stace pelo campo sintético, menos se preocupava com o assunto.Importava era estarem *untos. Sem discuss4es.

= u não disse que ia dar certo6 = Stace perguntou duas horasmais tarde, empoleirada no #anco do carona do *ipe.

= verdade. = lan parou o veículo so# o toldo 1 entrada do!tmosphere e foi a#rir a porta para ela. = ? seu plano funcionou, não

posso negar.? disfarce usado no minicampo de golfe fora um sucesso. !pesar dos

olhares curiosos que tinham rece#ido, os dois passearam praticamenteincgnitos em meio 1s pessoas que circulavam por ali. Nem mesmo arecepcionista tagarela os reconhecera.

;orém, o mais importante de tudo era que aprendiam a cola#orar umcom o outro.

stendendo"lhe a mão, ele afirmou com um sorriso< = &enha, querida esposa. ? seu marido est+ come(ando a ficar com

fome.Stace saltou do *ipe, desequili#rou"se ao pisar no cal(amento e foi

parar de encontro ao peito dele. Sem vacilar, lan tomou"a entre os #ra(os. ;or um instante, o a#ra(o pareceu"lhe tão agrad+vel que ela sedei'ou ficar assim, a desfrut+"lo em sil-ncio.

Bas então o #om senso retornou, e Stace logo deu um passo paratr+s.

= ?#rigada pelo passeio = disse, num tom mais #ai'o do que decostume.

= ? prazer foi todo meu. = lan segurou no #ra(o dela enquantoa conduzia pela entrada do hotel. = então, onde gostaria de almo(ar6

= )ive uma idéia@ &oc- guardou aquele dlar de prata queganhamos ontem, não guardou6 Se não estiver com muita fome, o que achade tentarmos a sorte antes do almo(o6

= &amos l+@ 5uem sa#e esta lua"de"mel de mentirinha não aca#enos trazendo grandes proveitos, não é mesmo6

K:



!o entrarem no cassino, Stace esfregou as mãos enquanto dava umaespiada ao redor. m todas as dire(4es havia fileiras e mais fileiras dem+quinas ca(a"níqueis, e todas reluziam 1s luzes coloridas dos refletores. ?tilintar das moedas despe*adas so#re algumas #ande*as era um convite 1

aposta, mas como sa#er qual daquelas m+quinas seria a grande a#en(oada pela sorte6 = !h, meu eus, são tantas... = la olhou para lan. = scolha

uma voc-. = !h, não, nem pensar. Se eu escolher uma ca(a"níqueis azarada,

voc- vai dizer que fiz de propsito. = u não faria isso. = 5uem me garante6 !lém do mais, a idéia de *ogar foi sua, por isso

voc- deve escolher.)entando parecer uma mulher firme e determinada, Stace en"

caminhou"se para a fileira de equipamentos mais pr'ima e ps"se ae'amin+"los um a um. )alvez algum deles lhe enviasse um tipo de sinal.

!ps alguns minutos, lan argumentou< = ?ra, é apenas um dlar de prata... &+ em frente e escolha uma.

5ualquer uma. !cho que é voc- quem est+ com sorte, e não a m+quina.Com a testa enrugada, mordendo o l+#io, Stace estudou as

engenhocas outra vez. ;or fim estendeu a mão para uma delas e come(ou< = Binha mãe mandou #ater nesta... = ;elo amor de eus, Stace, não é possível que voc- não consiga

escolher uma m+quina para *ogar@ esse *eito, a ta'a de infla(ão *+ vai ter su#ido quando formos gastar nosso dlar de prata@

= ...sou teimosa #ato nesta daqui@ = ela continuava entoando diantedas quatro m+quinas a sua frente. = ;ronto, uma a menos. = Stacerecome(ou a cantiga, dessa vez em voz #ai'a.

Sem mais o que fazer, lan se ps a #rincar com a moeda de prataentre os dedos.

!lguns minutos depois, ela #atia com a mão espalmada no corpo deuma delas para anunciar num tom triunfante<

= esta@ Nossa grande campeã@Com um suspiro de alívio, lan fez men(ão de lhe entregar o dlar

de prata. ntão, pensando melhor, apanhou a mão de Stace e virou"a coma palma para cimaG depois de colocar a moeda ali, co#riu"a com sua prpriamão, apertando"a com for(a.

= 5ue este gesto de união nos traga a #oa sorte = disse, muitosério. = agora, um #ei*o para selar este momento.

? cora(ão de Stace disparou. la devia estar se sentindo uma tonta, parada no meio de um cassino com aquele chapéu de pano so#re os ca#elos

desgrenhados e o nariz co#erto de protetor solar. ele #em que podia estar se sentindo um perfeito idiota fantasiado como um turista cafonérrimo.

KD



No entanto, tudo aquilo lhe pareceu a#solutamente lindo. ;or causade lan, da maneira como ele apertava a moeda entre as mãos de am#os,

pelo carinho na sua voz.? #ei*o foi mais intenso e profundo do que ela esperava. ?s culos

escuros que usavam se chocaram e saíram do lugar. ! pala do #oné delan golpeava a testa dela. Sem ligar para nada disso, Stace agarrou"se 1camisa dele para retri#uir o #ei*o apai'onadamente.

e repente, era como se nunca tivessem se separado. star nos #ra(os dele lhe proporcionava um #em"estar infinito, pontuado por lem#ran(as de momentos que haviam partilhado meses atr+s. Certo ouerrado, prudente ou insano, a verdade era que dese*ava lan avis comonunca. Como sempre. 5ueria lan, somente ele... e pouco lhe importava ocusto desse querer.

le se afastou com delicadeza. ! msica am#iente, as luzescoloridas, os ruídos típicos de um cassino, o murmrio de vozes voltaram afluir ao redor de Stace. Beio tr-mula, ela se deu conta de que estava devolta 1 realidade.

!inda que sua realidade fosse agora uma s< depois de todo aqueletempo, ainda dese*ava lan. !rdentemente.

;u'a vida. = Se esse #ei*o não nos trou'er sorte, não sei o que mais poderia

faz-"lo. = le es#o(ou um sorriso quase tímido.nquanto lutava para disfar(ar as emo(4es confusas que a afligiam,

Stace levou a moeda 1 fenda coletora do ca(a"níqueis e esperou que oequipamento a tragasse para o seu interior.

= ;ronto6 = ;ronto@ = lan ergueu os dedos em figa nas duas mãos. = Se

ganharmos, vou dormir na cama esta noite. Bais uma noite naquele sof+ dedois lugares e os meus *oelhos do#rarão ao contr+rio.

= Com#inado. = Stace sorriu, *+ que a chance de ganharem uma #olada apostando apenas uma moeda eram ínfimas.

0echando os olhos, ela pediu sorte aos céus. ! seu lado, lan

inspirou profundamente e pu'ou a manivela. m profundo sil-ncio, am#os permaneceram com os olhos grudados no giro alucinado do painel.

3m cacho de cere*as caiu na primeira casa da linha principal. ?utrocacho de cere*as ocupou a segunda casa.

Stace prendeu o ar nos pulm4es. lan mordeu um canto da unhado indicador.

! engrenagem eletrnica diante de seus olhos fez o ltimo mo"vimento. 3m terceiro cacho de cere*as parou na terceira casa da linhacentral.

Stace piscou. )inham ganhado6)inham.

KJ



3ma #oa #olada, a *ulgar pelo #arulho ensurdecedor da campainhado ca(a"níqueis. Sem falar da enorme quantidade de moedas prateadas que

*orrava aos #or#ot4es so#re a #ande*a da m+quina.$aviam ganhado, sim@

Aritando feito uma doida, Stace agarrou os #ra(os de um estupefatolan. = Conseguimos@ Conseguimos@ = la nem se dava conta do quanto

o sacudia. = Ns ganhamos@ Aanhamos@ = ntão vou dormir na cama esta noite6 = 3ma nova e #arulhenta

golfada de moedas vinda do interior da m+quina tirou"o do torpor. = Nsganhamos, sim@ Aanhamos@

!s pessoas 1 volta deles come(avam a se apro'imar. !lguémcolocou um #aldinho pl+stico na mão de Stace, sugerindo"lhe querecolhesse o dinheiro proveniente das entranhas do ca(a"níqueis. ?segundo #alde que lhe deram e os outros dois entregues a lan não foramsuficientes para acomodar todas as moedas ganhas.

5uando o gerente do cassino chegou para cumpriment+"los, adinheirama tinha se reduzido a um pingar intermitente so#re o montinhoque lan come(ava a *untar na parte dianteira da camisa plo. Segurandoa #ainha da camisa a#ai'o do flu'o de moedas como uma fazendeira querecolhesse os ovos da sua galinha de ouro, ele ria de orelha a orelha. !o seulado, Stace era tam#ém a imagem da alegria.

$aviam se transformado em cele#ridades instant7neas. ;assantes

lhes davam os para#éns antes de correr para os outros ca(a"níqueis comesperan(as renovadas. !lguns queriam toc+"los, como se isso pudesse lhestrazer a mesma sorte.

=Binhas congratula(4es aos dois@ = disse o gerente num tomquase formal.

le fazia lem#rar um *uiz de #asquete#ol< alto, esguio, com o ca#eloaparado #em rente 1 ca#e(a. &iera acompanhado por uma morena miudinhaque trazia uma c7mera digital na mão. !m#os pareciam #astante satisfeitoscom o fato de Stace e lan terem ganhado numa das m+quinas do

cassino no qual tra#alhavam. = ;ara#éns@ = cumprimentou a mo(a num tom menos profissional.

= Como voc-s se chamam6!inda confusa e deslum#rada demais com o inesperado da situa(ão,

Stace demorou alguns instantes para assimilar a pergunta. lan, por suavez, não pensou duas vezes antes de declarar<

= Beu nome é lan avis. = Stace !mes = disse ela, logo a seguir.! funcion+ria repetiu os nomes como a memoriz+"los. epois fez

alguns a*ustes na c7mera fotogr+fica enquanto o sr. /uiz de 8asquetee'plicava como deveriam retirar o pr-mio *unto 1 administra(ão do cassino.

KK



= 0iquem *untinhos um do outro = pediu a moreninha, apontando ac7mera para am#os. = Isso... !gora levantem os #aldinhos... ? senhor mostre apenas o que recolheu na camisa, ficar+ timo@... !gora olhem paramim e digam com um sorriso largo< FAanhamos@F

?s dois seguiram as instru(4es da mo(a. foi s ao sentir o espocar do flash ceg+"la momentaneamente que Stace deu"se conta da #esteira quetinham aca#ado de cometer.

$aviam revelado seus nomes.Seus nomes verdadeiros. agora6

KM



Capítulo &II

!inda não entendi qual é o pro#lema. = lan passou o cartão"

chave pela leitora 1 porta da suíte nupcial. Stace fuzilou"o com o olhar.le s podia estar #rincando. )inham revelado suas verdadeirasidentidades, e agora havia fotografias tiradas por uma funcion+ria do hotelque as comprovavam. Como se isso fosse pouco, tinham feito umverdadeiro carnaval diante da m+quina ca(a"níqueis, mandando a discri(ão

pelos ares. Como ele não entendia qual era o pro#lema6 = Ns revelamosnossos verdadeiros nomes@ = Com uma e'pressão de mais puro des7nimo,ela seguiu"o pela porta recém"a#erta. = sse é o pro#lema.

Ainger dan(ava aos seus pés para demonstrar a alegria por v-"los devolta. Stace lhe fez um carinho, depois se arrastou até a sala de estar,afastando do caminho os restos do que parecia papel de carta do!tmosphere picado por dentinhos raivosos. ;elo visto, Ainger tinhadesco#erto novos artigos onde descarregar as m+goas da solidão.

)alvez fosse melhor passarem o restante do dia na suíte nupcial,antes que a cachorrinha cismasse com as cortinas ou as co#ertas da cama.

!tr+s de si, Stace ouviu lan dissertar so#re os horrores que podiam acontecer a um animalzinho que não sou#esse se comportar direito.;ouco depois ele despencava a seu lado so#re o sof+, o#rigando"a retirar a

#olsa dali para que ele não a amassasse.

Stace levou a #olsa ao encontro do peito. Se dinheiro realmentecomprava a felicidade, então ainda lhe restavam algumas esperan(as.)alvez sua metade do pr-mio conquistado no ca(a"níqueis pudesse lhetrazer um pouco de paz de espírito.

lan apro'imou"se um pouco mais. !inda tinha no rosto ae'pressão de e'agerada paci-ncia com que chegara ao escritrio daadministra(ão do hotel, onde o funcion+rio encarregado da conta#ilidadelevara uma eternidade para conferir o nmero de série da m+quina ca(a"níqueis e uma eternidade e meia para lhes pagar o pr-mio.

= !credite em mim, Stace. &oc- est+ se preocupando demais comesta histria toda.

8rrr. la simplesmente odiava quando lhe diziam que suas preo"cupa(4es eram insignificantes.

nquanto contava até dez a fim de não perder de vez a calma, Stacetirou os culos, do#rou"lhe as hastes com cuidado e guardou"os na #olsa

*unto com o chapéu de pano. epois, a*eitando os ca#elos com os dedos,fez cara de surpresa ao indagar<

= mesmo, lan6 eu posso sa#er o que o faz pensar que estou

me preocupando demais6 = les pediram nossos nomes, s isso.

KP



= S isso6 = )am#ém tiraram fotos de ns dois e nos entregaram o dinheiro do

pr-mio. Nem sa#em ao certo se somos hspedes do hotel ou s entramosaqui para *ogar no cassino.

= Bas como... = ;ense #em, Stace. les sequer perguntaram o nmero do quartoque estamos ocupando.

= &ai ver que não perguntaram porque *+ sa#iam. )odos devemimaginar que somos um casal em lua"de"mel.

= Nesta cidade, casais em lua"de"mel são mais comuns do que oscoqueiros. S na avenida %as &egas deve haver umas dez capelas paracasamento. ?u mais. Como pode supor que se*amos o nico casal em lua"de"mel por aqui6

= se... = ;ode acreditar no que digo. Nada deu errado. )ia Aeraldine nunca

vai sa#er o que houve... ! menos que voc- mesma conte a ela.Stace deu um suspiro profundo. lan lhe entregou o #oné de

#eise#ol e os culos modelo aviador antes de perguntar< = ;retende contar a ela que ganhamos no cassino6 = Claro que não@ = &oc- ficou estranha demais por nada. ? que me faz pensar se, no

fundo, no fundo, não estaria pensando em sa#otar a nossa lua"de"mel dementirinha... Se for essa a sua inten(ão, então pe(o"lhe que telefone para tia

Aeraldine agora mesmo e conte toda a verdade. !ssim, terei comoaproveitar o pouco que resta do meu fim de semana.

= Como ousa dizer uma coisa dessas6=la colocou os culos e o #oné na #olsa com um gesto #rusco. = #vio que não estou sa#otando afarsa da lua"de"mel. E ridículo voc- fazer uma afirma(ão tão a#surda.

9esistindo 1 vontade de atirar a #olsa nele, Stace largou"a so#re osof+ e dei'ou a sala em dire(ão ao #anheiro pisando duro. Com umae'pressão carrancuda, apanhou a escova de ca#elos que estava so#re a

#ancada da pia e olhou"se no espelho.

! imagem que viu refletida nele dei'ou"a muda. ? que era aquilo6;intura de guerra6 )r-s riscos nas faces, marcas redondas na testa e noquei'o, o nariz todo azul...

= !hhh@Imaginando que algo de muito grave tinha acontecido, lan correu

para o #anheiro. eteve"se 1 porta entrea#erta e, dali, olhou Stace de cimaa #ai'o. !o se certificar de que tudo parecia em ordem com ela, perguntounum tom preocupado<

= &oc- est+ #em6

= 8em6 &oc- quer sa#er se eu estou #em6 = la voltou a olhar noespelho antes de e'plodir< = Não, eu não estou #em@ Como se fosse pouco

KQ



tudo o que *+ me aconteceu nos ltimos dois dias, voc- = Stace cutucou"lhe o peito com a ponta do dedo = voc- me dei'ou parecendo um salva"vidas enlouquecido@ !cha que posso estar #em com esta pintura a#surda nacara6

!garrando a #ancada com am#as as mãos, ela estudou a prpriaimagem com os olhos apertados. Santo eus, era daquele *eito que tinhaandado pela rua6 ra assim que fora fotografada no cassino do hotel6

! for(a que fazia com as mãos *+ lhe dei'ava os dedos meioadormecidos. Belhor assim. ra isso ou estrangular lan avis. !h, elemerecia um #elo castigo@

Como se perce#esse o perigo que corria, lan deu um passo paratr+s e olhou para os lados 1 procura de um lugar onde se esconder.

= 8em, pelo menos voc- *+ não est+ tão preocupada com a lua"de"mel de mentirinha = o#servou, tentando soar engra(ado antes de disparar

para a sala.Stace correu ao encal(o dele. ;erseguiu"o rente ao home theatre,

por tr+s de um dos sof+s e ao redor da mesa onde estavam os doces *unto aoenfeite de Natal. Ainger latia em seus calcanhares, pedindo para entrar na

#rincadeira. = epois, menininha = Stace disse ao #ichinho. = esta vez ele

é todo meu.la então deu uma olhada pela sala. Seus olhos aca#aram pousando

so#re a #olsa em cima do sof+ e, no mesmo instante, uma idéia cruzou"lhe

os pensamentos. 3ma idéia perversa. Bas lan a merecia.Stace foi apanhar a #olsa.

= &oc- disse para eu me apressar = ele tentou argumentar. = ntão tratei de lhe fazer um #om disfarce.

= 8om disfarce, é6 = la a#riu a #olsa e de l+ tirou um #atom cor de romã e um l+pis azul"marinho para o contorno dos olhos.

lan iria ver o que era #om para tosse. = 8om disfarce... = Stace sentiu um sorriso venenoso lhe curvar

os l+#ios. = ngra(ado voc- dizer isso.

= Se est+ zangada por conta do que falei a respeito da lua"de"mel dementirinha, esque(a. = lan rodeou a mesinha de centro, detendo"se dolado oposto ao dela. = &ai dar tudo certo, voc- ver+.

= &erei, é6 = Claro@ = le não conseguia tirar os olhos do #atom e do l+pis que

ela erguia numa das mãos. = Sa#e, Stace, andei pensando e cheguei 1conclusão de que é com aqueles que conhecem tia Aeraldine pessoalmenteque devemos nos preocupar. São eles que podem dar com a língua nosdentes.

MR



= voc- ficaria feliz com isso, não ficaria6 Não sei por qu-, lan,mas estou come(ando a desconfiar de que talvez voc- este*a aqui paraavacalhar a minha lua"de"mel de mentirinha.

=Não, isso não é verdade. = le deu um passo atr+s e sentiu"se

encostar 1 parede, mas não dei'ou de sorrir. = ;or que voc- não guardaessa maquiagem6 &amos conversar so#re isso tudo como dois adultossensatos, est+ #em6

= ;or acaso est+ insinuando que sou infantil e desa*uizada6 = Não diga tolices. = !h, sou tola tam#ém6 = Não é nada disso@ = Sei.Com a sensa(ão de que as coisas fugiam ao seu controle, lan foi

de costas até a porta da varanda e permaneceu ali, em pé, o contorno deseus om#ros largos delineado pela claridade do meio da tarde.

Stace apro'imou"se devagarinho, s se detendo quando estava prestes a toc+"lo. ntão afirmou<

=Não lhe #astou que tivesse rompido comigo h+ meses... &oc- tinhade vir até aqui e tentar despeda(ar o meu cora(ão outra vez, não tinha6 ;oisme dei'e lhe dizer uma coisa, lan avis, uma coisinha s< voc- não...

= u despedacei seu cora(ão6!ssaltada pelo sil-ncio que tomou conta do am#iente, Stace dese*ou

que um raio a partisse ao meio. eus do céu, como podia ter dito uma coisa

daquelas6 ;or que tivera de revelar os seus sentimentos com tamanhacrueza6

= u despedacei seu cora(ão6 = lan insistiu.essa vez a voz dele era um sussurro rouco, agudo e penetrante

como uma flecha a romper suas defesas e lhe acertar o cora(ão. !h, por queela não pensava duas vezes antes de falar6

= Não é #em assim = Stace tentou remediar o malfeito. = 5uando ns est+vamos namorando, eu...

le alcan(ou"a antes que ela o alcan(asse. Com as mãos grandes,

lan tomou a curva arredondada do seu quadril para depois deslizar comsensualidade até sua cintura estreita. ? gesto, possessivo e determinado,não dava margem a dvidas< ele sa#ia que ela tentava mentir a respeito dosseus sentimentos. Stace ofegou.

= ? que eu quis dizer... = la lutava #ravamente para se agarrar ao pouco raciocínio lgico que lhe restava naquele momento. = 8em, averdade é que pensei... m parte pensei que talvez ns...

= ;siu...? sorriso terno dele a hipnotizava tanto quanto as mãos que lhe

apertavam a cintura. )razendo"a para *unto de si, lan persistiu< = E verdade que eu despedacei o seu cora(ão6

M



= Não precisa ficar tão contente assim por causa disso. = Isso *amais me dei'aria feliz.Seus olhos se encontraram. ? calor do físico forte e musculoso

tocava o corpo de Stace, penetrava por suas roupas para lhe envolver o

cora(ão numa aura ardente. Não era assim que as coisas tinham deacontecer< ela confessando sua incapacidade de lidar com o rompimento donamoro, ele lhe sa#oreando as palavras como se fossem doces. No entanto,Stace não conseguia se afastar.

= Bas voc- parece feliz = ela o#servou num tom quei'oso. = ?seu sorriso me lem#ra um menino na noite de Natal.

= stou sorrindo porque me sinto como um menino na noite de Natal. = lan segurou"lhe o quei'o para olhar no fundo dos olhos dela. = ? que não é de todo inadequado, certo6 ? Natal est+ chegando, e eu...u nunca tinha rece#ido um presente tão #om.

= Binha humilha(ão é um presente para voc-6 3m presente #om6Caram#a, como posso...

= Não, não. Se me e'pressei mal, vou reformular o que disse.esculpe"me, Stace. Be perdoe por a ter magoado. = le lhe afagou o

pesco(o, o quei'o, o contorno do rosto. = ;ensei que s eu tivesse sofridocom o rompimento do nosso namoro. 0ui um tolo ao me separar de voc-.

= Bas do que... = 9ichard e /anie me disseram que tudo o que voc- queria era um

relacionamento superficial, sem compromissos nem vínculos duradouros.

ntão, quando perce#i que me apai'onava por voc-, eu... !cho que entreiem p7nico, não sei. u come(ava a am+"la, mas aquele amor estava fadadoao fracasso porque não era isso o que voc- queria. eu para entender6

0adado ao fracasso6 Isso seria impossível, pois Stace tam#ém seapai'onara por ele. S que ela nunca lhe relevara os seus sentimentos.Como ainda continuava a escond-"los naquele fim de semana ali, na suítenupcial do !tmosphere, onde fingiam estar em lua"de"mel.

la deu um longo suspiro. Como poderia ter o que dese*ava se nuncaadmitia os seus dese*os6

= 0oi por isso que me afastei de voc-. = ?s olhos de lan seenevoaram. = ;ara me defender, pois *ulgava que voc- iria me re*eitar quando sou#esse dos meus sentimentos. ! época, foi o que me pareceumais sensatoG ho*e, perce#o que foi a maior #esteira que fiz na vida.

= ;or que est+ me dizendo tudo isso6 = Stace queria se a#andonar no a#ra(o dele, mas ainda não se sentia capaz dessa ousadia. = ;or queagora6

= Como, por qu-6 Ser+ que vou ter de soletrar tudo o que lhe disseaté este momento6 8em, talvez a*a uma maneira mais f+cil de e'plicar...

lan tirou"lhe o l+pis para contorno dos olhos da mão e e'aminou a ponta azul"marinho. Concluindo que aquilo servia tam#ém para escrever,

M2



virou"lhe o pulso para cima e ps"se a ra#iscar alguma coisa em seuante#ra(o.

= i@ Isso faz ccegas@ /+ não chega o que voc- fez no meu rostoho*e6

lan parou o que fazia e olhou para ela. !inda segurando o l+pis deencontro 1 pele #ranquinha, perguntou< = 5uer mesmo que eu pare de escrever6 = N... não.! ponta azul"marinho continuou a lhe percorrer o ante#ra(o,

formando letras e depois palavras. evido 1 caligrafia irregular de lan e1 posi(ão em que estava, Stace não conseguia ler o que ia sendo escrito.

le ra#iscou mais alguma coisa, depois sorriu ao soltar o #ra(o dela.Stace #ai'ou o olhar. u a amo. ;u'a vida.Chocada demais com as palavras para acreditar no que significavam,

ela indagou num fio de voz< = Como... como assim6le tomou"lhe o rosto entre as mãos. ;ela primeira vez em tempos,

lan estava sério de verdade. !lgo e'tremamente doce preenchia"lhe oolhar, e naquele momento Stace sentiu que poderia acreditar no que elelhe diria a seguir<

= Simples assim< eu a amo.;or pouco o #atom não caiu da mão dela. !garrando pequenino

esto*o entre os dedos tr-mulos, Stace tirou a tampa a fim de revelar a

ponta cor de romã.lan não se assustou quando ela pegou em seu #ra(o. &irando"o

para cima como ele lhe fizera, ela desenhou um ponto de interroga(ãovermelho na região desprovida de p-los.

rguendo uma so#rancelha, lan perguntou< = &oc- não acredita em mim, é isso6 !h, meu eus, o que tenho de

fazer para lhe provar que estou sendo sincero6mpunhando o l+pis novamente, ele tomou"lhe o outro #ra(o e

escreveu em grandes letras que iam do pulso ao cotovelo<

3 ! !B?, S)!CX,la sorriu, mas não se deu por satisfeita. )razendo o outro #ra(o de

lan para *unto de si, desenhou com #atom vermelho um cora(ãotrespassado por uma flecha. nquanto caprichava na finaliza(ão,

perguntou"se se lan não estaria #rincando. ?u tentando anim+"la diantede um possível fracasso daquela lua"de"mel de mentirinha.

0oi pensando nisso que ela escreveu ao lado do cora(ão<;or qu-6

= ;or qu-6 = lan leu a pergunta em voz alta.

M:



Com s#ito temor de encar+"lo, Stace apenas #alan(ou a ca#e(anum gesto afirmativo. )alvez tivesse estragado a #rincadeira, mas preferiasa#er a verdade agora. !ntes que fosse tarde demais.

= Sim = murmurou num sopro de voz. = ;or qu-6 lan hesitou

por alguns instantes, depois lhe segurou o quei'o para o#rig+"la a encarar oseu olhar. ntão afirmou com convic(ão< = ;or um milhão de motivos.! voz dele viera em#alada em calor e dese*os adormecidos, sedutora

o #astante para fazer Stace atirar a cautela para o alto a fim de se largar 1ssuas emo(4es. 3m milhão de motivos... 3m milhão de motivos para am+"la.

3au.Seus *oelhos amoleceram, um sinal indiscutível do poder que o

charme de lan e'ercia so#re ela. Naquele momento, Stace tinha aimpressão de que seu senso crítico dei'ara de funcionar. la e lan.lan e ela. /untos. ra #om demais para ser verdade.

Seu corpo pedia desesperadamente que acreditasse nele, o pouco desensatez que lhe restava dizia"lhe para tomar cuidado. Auiada tanto pelodese*o quanto pela lgica, ela girou a #ase do esto*inho de #atom paraescrever perto do #íceps dele< Se'o6

lan sorriu antes de confirmar< = sse é um dos motivos. &ou lhe mostrar mais alguns.!fastando"lhe o suéter do om#ro, ele ps"se a ra#iscar no espa(o que

ia do alto do seu #ra(o até a curva do pesco(o. ! sensa(ão provocada pela ponta do l+pis de maquiagem naquela zona era surpreendentemente ertica, pois todos os nervos contidos pela +rea pareciam late*ar.

Stace o#servou lan. ? rosto dele estava tão pr'imo do seu que podia detectar a som#ra da #ar#a crescida ao longo do quei'o. Se seinclinasse um pouco mais, poderia #ei*+"lo. $um. 5ue tima idéia.

= ;ronto = ele anunciou.o#rando o pesco(o para o lado, Stace viu que seu om#ro estava

co#erto por uma trilha de pequenos cora(4es entrela(ados. Ia perguntar o

que significavam, mas logo se deu conta de que o desenho era #viodemais.

= Bas isto não é tudo = lan avisou. = Não se me'a, est+ #em6 Não posso errar, *+ que não temos apagador.

= ? que vai fazer6 = 'plicitar alguns dos motivos de que lhe falei.epois de lhe desnudar o outro om#ro e passar o dedo so#re a pele

como um pintor que e'perimentasse a te'tura da sua tela, ele escreveu ali<se'.

= /+ não tínhamos falado desse quesito6 = ela indagou.

MD



= Não, voc- não me entendeu. u quis dizer que voc- é se' e queesse é um entre os meus milh4es de motivos para am+"la.

= !h... = Stace sentiu"se corar até a raiz dos ca#elos. = 8em...&oc- tam#ém é.

lan parecia surpreso com o coment+rio. Como que reafirmandosua opinião, Stace co#riu"o por inteiro com um longo olhar de aprecia(ão,detendo"se especialmente nos pés grandes, nos ca#elos desalinhados, nas

pernas longas e firmes, no peito largo co#erto pela camisa plo para fora dacal(a, nos om#ros eretos, nos #ra(os fortes feitos para a#ra(+"la e nosorriso maroto... Sim, se' era a palavra perfeita para descrever lanavis.

Satisfeito com aquele gesto de aten(ão, ele deslizou o dedo paradentro do decote do suéter de algodão que Stace vestia, pu'ando"o para

#ai'o apenas o suficiente para e'por um pedacinho de pele onde escrever.la mordeu o l+#io em antecipa(ão ao que o ato sugeria. )inha de continuar quietinha6 !quilo era tortura.

Auiados por dedos +geis, o l+pis moveu"se novamente, dei'ando umrastro de deliciosa comichão. Stace engoliu um gemido. Como seria #omse os l+#ios dele co#rissem as letras que se formavam so#re o seu colo...

!ssim que terminou de escrever, ele deu um passo para tr+s. epois,segurando"a pelos #ra(os, fez com que ela se virasse. 5uando se deu contado que acontecia, Stace *+ eslava de costas para a varanda da suíte. ? soldo fim de tarde lhe aquecia o corpo todo, mas não era nada comparado ao

calor das mãos de lan.8ai'ando a ca#e(a, tentou ler o que ele tinha escrito.

= Carinhosa. = lan afastou"lhe uma mecha de ca#elos dos olhosdepois de passar o dedo pela palavra que escrevera. = Com o seu carinho,voc- cuida de todas as pessoas que conhece. &oc- se preocupa com elas.&ocas trata #em.=)razendo"a para *unto de si, ele murmurou< = ei'e"me am+"la e me ame...

Stace pensou em responder, mas o dese*o que viu cintilar nos olhosdele a fez emudecer. 5uando enfim conseguiu reencontrar a voz, lan *+

ia dizendo< = Bas talvez antes voc- queira sa#er os outros motivos pelos quais

eu a amo.lan levou as mãos aos om#ros dela, depois as deslizou por seus

#ra(os até encontrar a curva da cintura estreita. !*oelhando"se a sua frente,acariciou"lhe o ventre com a lateral do rosto enquanto lhe erguia a #ainhado suéter devagarinho. Com o cora(ão disparado, Stace sentiu as pernas

#am#earem e aca#ou encostando"se 1 porta de vidro em #usca de apoio. !osentir os l+#ios dele so#re seu um#igo, perguntou num fio de voz<

= ? que est+ fazendo6

MJ



=;rocurando mais espa(o para escrever. &oc- quer sa#er maisalguns motivos, não quer6

= Sim, sim... Continue. = u não iria parar por nada neste mundo.

le ps"se a ra#iscar no espa(o entre o cs da saia e a #ainha dosuéter que levantara 1 altura do sutiã. ? deslizar do l+pis macio em seuventre e a respira(ão dele de encontro 1 sua pele arrepiada provocaram emStace uma onda de forte dese*o. Num gesto instintivo, ela enfiou os dedosentre os ca#elos de lan e ficou a afag+"los.

= Cuidado... = ele disse #ai'inho. = Se me fizer errar, vou ter decome(ar tudo de novo.

!h, eus, tudo menos isso. la não so#reviveria.ndireitando"se, Stace apoiou as mãos na porta de vidro atr+s de si.

?h, o que lan estava fazendo com ela6 Como não perce#ia que elaestava a ponto de estourar6

= $um... !doro esse seu perfume de mel e canela...!s palavras murmuradas de encontro ao seu a#dmen percorreram

um caminho direto ao seu cora(ão e lhe incendiaram os sentidos. essavez, Stace não conseguiu reprimir um sussurro rouco.

5uando aca#ou de escrever, lan apoiou uma das mãos no quadrildela como se admirasse o resultado do seu tra#alho. m seguida disse<

= 0altou espa(o para tantas coisas... 8em, o restante eu possocontar"lhe aos pouquinhos.

m#ora tivesse a impressão de que o seu cére#ro derretera v+riosminutos atr+s, Stace foi capaz de articular uma pergunta que fazia sentido<

= ? que voc- escreveu6le tocou"lhe um lado do ventre, dizendo<

= Inteligente. ;or causa da sua intelig-ncia voc- tem uma carreira #rilhante, sa#er+ construir uma vida nova... e vai me dar uma outra chance. = lan ergueu os olhos para ela. = &ai, não vai6

Sa#endo que não havia como voltar, ela disse #ai'inho< = !cho que... que isso faz parte de construir uma vida nova, não é6

le deu um sorriso largo antes de su#linhar com a ponta do dedooutra palavra.

= Aenerosa. ? fato de estar aqui, passando o fim de semana nestasuíte para que nenhum parente seu se*a magoado, *+ é uma prova degenerosidade. &oc- é generosa até mesmo com aquele pilantra do seu e'"marido, em#ora ele não mere(a. gasta muito tempo a*udando os seus

parentes, mesmo depois de passar horas supervisionando os estagi+riosrecém"formados em 0arm+cia l+ no seu emprego, além de...

= ;are, por favor@ = la riu, encantando"se com o fato de lan se

lem#rar de detalhes do seu servi(o na empresa farmac-utica. = a

MK



maneira como fala, até parece que sou alguma su#stituta da madre )eresade Calcut+@

= Bas milh4es de vezes mais sensual do que ela. = 5ue alívio@

9indo com Stace, lan colocou as mãos na cintura dela paraempurr+"la com delicadeza na dire(ão do *ogo de mesa e cadeiras queformava a saleta de refei(4es pr'imo 1 varanda. la sentiu seu quadrilencostar na mesa. sorriu mais uma vez, lison*eada ante o olhar deadmira(ão com que ele a presenteava. 3ma admira(ão que emprestavainesperada gra(a a suas pernas e #ra(os, que parecia adicionar curvas aoseu quadril e seios, que lhe conferia o poder de sedu(ão de uma femme

fatale. lan a fazia sentir"se a mulher mais poderosa do mundo. foi esse olhar que a fez dizer<

= Não quero decepcionar voc-. = não vai. Não h+ como voc- me decepcionar.Como se ela não pesasse mais do que uns poucos quilos, lan

ergueu"a do chão para coloc+"la so#re a mesa. Stace agarrou"se aosom#ros dele.

= !panhei voc-, mocinha. = le a*udou"a a se acomodar 1 #eiradada mesa, depois se colocou entre as pernas dela.

;assando"lhe os #ra(os ao redor do pesco(o, ela acariciou"lhe a nuca.lan e'alava um perfume muito gostoso, uma mistura de sa#onete,almíscar e o'ido de zinco. Com o nariz colado ao dele, Stace fitou"o nos

olhos. o que viu fez um arrepio percorrer"lhe a espinha. ese*o. ;ai'ão.

!nsiedade. !lém de uma ternura imensa, que estava l+ desde o momentoem que ele lhe confessara o arrependimento pelo rompimento do namoro. tudo isso era para ela.

= $+ uma outra palavra que escrevi e voc- não viu. = Sim6 = ;osso lhe dizer qual é. &oc- quer sa#er6 = 5uero, sim.

= Cora*osa. &oc- teve coragem de se separar do seu marido pararecome(ar sozinha. Coragem para dar a volta por cima sem se dei'ar a#ater, como 9ichard e /anie me contaram. Coragem para me enfrentar quando eu...

= st+ #em, est+ #em. lan, sei que...0oi a vez de ele interromp-"la, calando suas palavras com um #ei*o.

!s #ocas se uniram tão impetuosamente que Stace chegou a ofegar. eusdo céu, um #ei*o assim era tudo de que precisava naquele instante.!#ra(ou"o com toda a for(a de que foi capaz, a#rindo as pernas ainda mais

para acomod+"lo entre elas. suspirou de amor e dese*o, entregando sualíngua 1 volpia da língua dele.

MM



;erdida no a#ra(o e no #ei*o que a consumiam, ardendo entre asmãos que a acariciavam com sofreguidão, Stace s pensava em aplacar a

pai'ão insana que a devorava e que até então desconhecia. !ssim, quandosentiu lan ergu-"la nos #ra(os, não protestou, não o impediu, não disse

nada. ;orque agora sa#ia o que dese*ava. sa#ia tam#ém que ele era onico homem capaz de satisfazer"lhe o dese*o.lan teve de interromper o #ei*o para carreg+"la até o dormitrio.

!o coloc+"la so#re a cama, ainda perguntou num tom carinhoso< = 5uer sa#er agora os outros milhares de motivos pelos quais eu a

amo, ou pode esperar mais umas duas horinhas6

MP



Capítulo &III

;erdido. ra assim que lan se sentia na manhã seguinte, enquanto

esfregava com sa#onete uma série de palavras de amor escritas com #atomno lado de dentro de sua co'a. ;erdido de amor e pai'ão. Isso era #omdemais.

e#ai'o do *ato do chuveiro, friccionou um pouco mais amante perfeito e depois gatão sedutor. Seria possível que sa#onete comum e +guaquente não dessem conta de apagar essas e outras e'press4es #em mais

picantes que Stace lhe escrevera pelo corpo todo na noite anterior6 la #em que avisara, com um sorriso maroto, que seu #atom era de e'celentequalidade e não saía 1 toa, mas assim tam#ém *+ era demais.

!h, mas como podia se quei'ar de ter pela pele verdadeirasdeclara(4es de amor da mulher amada6

!ps passar mais sa#onete pelo corpo, se esfregar novamente e ficar so# o *ato dO+gua por outros dois minutos, lan fechou o chuveiro. !ssimque apanhou a toalha #ranca ao alcance do seu #ra(o, dei'ou que aslem#ran(as da noite *unto a Stace tomassem conta dos seus pensamentos.ssas recorda(4es, repletas de pai'ão e erotismo, eram melhores do quequalquer sonho.

!li mesmo, naquele #elo e cmodo #anheiro, am#os tinhamaproveitado para valer a #anheira enorme e mesmo o #o'e de m+rmore

rosado. !h, fora tão gostoso...$aviam feito #om uso tam#ém da cama e do sof+ da sala de estar.

!inda sentia vivamente o toque suave das mãos e da #oca de Stace. Comose feitos um para o outro, ela e ele tinham alcan(ado o clíma' do atoamoroso *untos.

? que não era de se espantar, pois eram de fato o verso e o reverso damesma moeda. le *amais conhecera uma mulher que o intrigasse, oatraísse e o fascinasse mais do que Stace !mes o fazia. !té se dar conta deque a amava, não tinha idéia do que era o amor profundo e verdadeiro.

Sentia"se um felizardo por ela ter lhe dado uma outra chance.3ma outra chance 1 pai'ão dos dois.! certeza de ter sido aquinhoado com a sorte fez lan cogitar de

dei'ar a arruma(ão das malas para mais tarde e descer imediatamente aocassino. )alvez a empolga(ão que sentia naquele momento fosse indício deque um grande pr-mio estaria 1 sua espera em qualquer m+quina ou mesade *ogos.

Bas ele logo desistiu da idéia. ;rometera a Stace que cuidaria de preparar suas #agagens enquanto ela estivesse no spa do hotel, desfrutando

da sessão de massagem a que tinha direito por conta das surpresinhas delua"de"mel. não pretendia decepcion+"la em hiptese alguma.

MQ



!sso#iando uma cantiga de Natal, lan terminou de se en'ugar esaiu do #o'e. ? domingo havia chegado, trazendo um ponto final 1 lua"de"mel de mentirinha. dando por encerrado o fim de semana de am#os no!tmosphere.

Não devia ficar triste por isso, disse a si mesmo, a*eitando os ca#eloscom os dedos para depois e'aminar com aten(ão sua imagem no espelho, afim de verificar se precisaria mesmo fazer a #ar#a. !final, haveriam decontinuar se encontrando aps o retorno a ;hoeni'. ! noite maravilhosaque tinham passado *untos era um sinal inequívoco de que Stace plane*avareatar o namoro, certo6

Imaginando que a aspereza do seu quei'o pudesse machucar adelicada pele dela, lan decidiu que valeria a pena perder um tempinho

para se #ar#ear. foi ao esticar a mão na dire(ão do #ar#eador elétrico quedei'ara so#re #ancada da pia que ele viu de relance alguma coisa #rilhar ali.

Curioso, dei'ou o #ar#eador de lado e pegou entre os dedos o arodourado que tinha lhe chamado a aten(ão. ? asso#io morreu"lhe nagarganta no mesmo instante.

! alian(a de casamento de Stace.sfregou o anel estreito entre o polegar e o indicador, enquanto

olhava o #rilho intenso so# as luzes pro*etadas so#re a #ancada de m+rmoreda pia. Nunca vira Stace sem aquela alian(a. o fato de ela t-"la largadoali s podia significar uma coisa...

= $ip, hip, hurra@ = Sem nem se lem#rar de que estava com" pletamente nu, lan saiu pulando e dan(ando pela suíte nupcial. = lame ama@ la me ama@ = gritou para Ainger, que *+ se punha atr+s dele coma cauda em frenética agita(ão. iante de uma das *anelas, agitando os

#ra(os como os torcedores numa final de campeonato, #errou com toda afor(a de que foi capaz< = i, %as &egas@ la me ama@

!os pés dele, Ainger a#ai'ou a parte dianteira do corpo e, enfiando ofocinho entre as patinhas, ficou a saud+"lo com o a#anar convulso do ra#otodo estirado.

= Stace me ama@ = lan lhe disse com a e'pressão de umcompleto parvo.

!cariciando a #arriguinha rosada que Ainger agora lhe oferecia, eletentava avaliar com clareza o real sentido dos gestos mais recentes deStace. la não lhe declarara o seu amor na noite passada, não com

palavras claras e inquestion+veis. Bas tirara a alian(a da qual nunca seseparava para larg+"la de qualquer *eito so#re a pia do #anheiro... Não, não

podia estar enganado, ela... = la me ama, sim@ = lan endireitou"se e voltou a pular pela

sala. = la me ama de verdade, sim, senhor@

PR



! porta de entrada a#riu"se sem pressa. Com a al(a da #olsa numom#ro, Stace entrou vestindo um *eans apertado, malha de algodão de cor laran*a vi#rante e #otas de cano médio. stava mais linda do que nunca.

parecia meio aturdida, provavelmente por v-"lo dan(ando sem roupa pela

suíte. !li+s, ela não demonstrava o interesse que lan esperava de uma pessoa que encontrasse outra complemente despida 1 sua frente.le deu um sorriso meio envergonhado, enfiando no dedo mínimo a

alian(a que encontrara no #anheiro a fim de não perd-"la por ali. = 8om dia@ = cumprimentou"a num tom esfuziante para, depois de

um #ei*o estalado, lev+"la pela mão até um dos sof+s da sala de estar. = Como foi a sua sessão de mas...

= lan, pare@ = Stace afastou"se do a#ra(o dele num gestodelicado, porém firme. = ;are com esta #agun(a toda, por favor. !h, éterrível...

Como se s então tivesse perce#ido que ele estava nu, ela deu umgritinho horrorizado e co#riu o rosto com as mãos. rguendo umaso#rancelha, lan tentou se defender<

= ?ntem 1 noite voc- parecia gostar... e mim, quero dizer. !ssim,nu.

e tr+s das mãos dela veio um forte solu(o. Seus om#ros tremeram.le notou que Stace fazia for(a para se controlar.

= ?h, isso não pode estar acontecendo@ = ela murmurou. = /ustoagora@

5ue droga de massagem era dada num lugar como aquele, afinal6Como podiam t-"la dei'ado com os nervos em frangalhos6 Sacudindo aca#e(a, lan se e'plicou<

= Bas eu estava s dan(ando... = le fez um gesto na dire(ão do #anheiro. = Se quiser, vou #uscar uma toalha para me co#rir.

Stace conteve um solu(o e espiou por entre os dedos antes de #al#uciar<

= ?h... ?h@ = epois, colocando os punhos fechados so#re as pernas, *ogou"se de encontro ao encosto do sof+.=!h, lan... u não

queria que as coisas aca#assem assim. = ?lhe, se*a o que for, acho melhor eu me vestir.Stace foi atr+s dele até o dormitrio. !li, parou *unto 1 cama ao lado

das duas malas a#ertas, dentro das quais *+ havia algumas pe(as do#radas.!ps apanhar um *eans na sua mala de n+ilon, lan tratou de vesti"lo.

= &oc-... &oc- faz sempre isso6 = perguntou Stace, meiodesanimada, evitando olhar para ele.

=an(ar pelado por aí6 Não, esta foi a primeira vez. = !ssim quefechou o zíper, ele se apro'imou para lhe passar a mão pelos ca#elos. =

Bas fique tranquila, tenho a impressão de que coisas assim s me

P



acontecem quando descu#ro que estou apai'onado de verdade. Buito,muito apai'onado, entende6

?s l+#ios dela tremeram. 3m instante depois, com um solu(o #emalto, Stace dei'ou"se cair so#re a cama num gesto de mais puro desalento.

!s roupas do#radas *unto 1s malas foram parar no carpete. 3m frasco de'ampu deslizou pelo colchão, caiu no chão e rolou para de#ai'o da cama.lan perce#eu que aquilo não podia ser apenas uma rea(ão

desconsolada ao fato de alguém dan(ar sem roupa. !*oelhando"se 1 frentedela, tomou"lhe as mãos e apertou"as entre as suas.

= ? que est+ acontecendo, Stace6 !conteceu alguma coisa durantea sua sessão de massagem6 u disse algo que não devia6 ? que foi6

la #alan(ou a ca#e(a tristemente. 3ma l+grima caiu so#re a mãodele. epois outra. ;arecia sério.

= ?lhe, amor, se*a o que for, estou aqui para a*ud+"la. S que, paraisso, preciso sa#er o que est+ se passando.

= &oc- vai me odiar = Stace afirmou num choramingo sentido,enquanto mais uma l+grima se desprendia dos seus olhos. = E horrível...$orrível, meu eus.

= Nada do que voc- me diga pode fazer com que eu a odeie, est+ #em6 ;ois então, agora me conte o que aconteceu.

No momento em que lan levantou uma das mãos para pass+"la emseu rosto, Stace agarrou"a no ar. Segurando"a com for(a, olhou por umlongo instante sua alian(a no dedo mínimo dele. S depois, muito séria,

tornou a encar+"lo. = Auardei"a para voc-. = lan tirou o anel do dedo, esten"dendo"

o para ela. = &oc- a esqueceu no #anheiro.Stace apanhou a alian(a, guardando"a entre a palma da mão e os

dedos fechados. ps"se a chorar novamente. = Stace, por favor... = ;ensei que não fosse mais precisar dessa porcaria de alian(a. =

la o olhou através de grossas l+grimas. = ;ensei que ns... 5ue voc- eeu... 5ue ns...

= Ns vamos resolver tudo@ = Não, lan, não vamos. u estraguei tudo. !gora, agora h+

pouco... u estava l+, desfrutando de uma massagem maravilhosa, e... = !inda aos solu(os, Stace levou a #olsa ao colo e tirou de l+ de dentro umama(ã, uma agenda, uma em#alagem com doze preservativos. = )ome. = la entregou as camisinhas a lan. = Be deram isso l+ no spa.

= !h, a em#alagem supereconmica para viagem... = learremessou o pacotinho so#re uma das malas a#ertas. = &i o anncionuma revista.

la então tirou da #olsa uma pequena nécessaire e, depois de a#rir ozíper, virou"a so#re a cama. e dentro dela caíram um vidro de suplemento

P2



vitamínico, um rolo de fita adesiva e uma corda para pular. lan estreitouos olhos. 3ma corda para pular6

= Bas ser+ possível6 = Stace largou a nécessaire so#re a cama esacudiu a #olsa a#erta. = !onde foram parar os meus len(os de papel6

= &oc- estava na massagem, lem#ra6 = le lhe estendeu a cai'a delen(os que estava em cima da mesinha"de"ca#eceira. = então, o queaconteceu l+6

epois de assoar o nariz e en'ugar os olhos, Stace recome(ou< = Não fique #ravo comigo. = Não vou ficar. = /ura6lan come(ava a se impacientar de verdade. ? que aquela maluca

poderia ter feito de tão grave6 !fastando os artigos que Stace espalharaso#re a cama, sentou"se ao lado dela e lhe passou o #ra(o pelos om#rosantes de afirmar<

= /uro. u a amo, nada poder+ mudar isso. = u... u... u estraguei a nossa lua"de"mel de mentirinha@ =la

enterrou o rosto entre as mãos.=u ainda não tinha tomado o café damanhã, e estava tão contente por causa da noite passada, e a massagemestava tão #oa... !h, não, não@ Não h+ desculpa para o que fiz, lan. = %evantando"se de supetão, Stace se ps a andar de um lado para outro. = ! massagista me reconheceu. ;or causa da foto.

= 5ue foto6

= ! foto que tiramos ontem diante da m+quina ca(a"níqueis,lem#ra6

= 0oi s isso6 ?ra, Stace, isso não é nada demais. )alvez a mo(a... = la me pegou, lan. Be pegou direitinho. ! danada me

perguntou, 1 queima"roupa, por que é que eu estava usando dois nomes. eu... eu não tive como mentir. Não numa situa(ão como aquela. ntão...então aca#ei contando tudo.

= )udo6 = )oda a histria da farsa da lua"de"mel. = Sem perce#er o quanto

tremia, ela apanhou as roupas caídas no chão e a*eitou"as numa das malas. = !ca#ou. !gora não tem mais *eito.

= spere aí... ei'e ver se entendi< voc- pensou que eu ficariafurioso com voc- por não ter conseguido sustentar uma mentira até o fim6E isso6

Bas se era *ustamente a honestidade uma das qualidades que elemais admirava nela6 ! honestidade e tam#ém a preocupa(ão que Stacetinha para com seus familiares, pois ela era capaz de qualquer sacrifício

pelo #em dos seus.

= &oc- não entendeu6 ;ois vou e'plicar. = la olhava para lanenquanto guardava os seus pertences de volta 1 #olsa. = ! massagista deve

P:



conhecer tia Aeraldine, as duas devem ser muito amigas. ! essas horas,aposto, a mo(a *+ ligou para a minha tia a fim de lhe contar toda a nossafarsa, tintim por tintim. Beus parentes não vão me perdoar quandosou#erem o que fiz.

= Bas o qu-... = ;erdoe"me, lan. = epois de fechar a #olsa, Stace cruzou asmãos diante do corpo. = u estraguei tudo para voc- tam#ém, que sestava querendo a*udar 9ichard e /anie. Bas pode dei'ar, vou e'plicar aeles que a culpa foi toda minha e que voc- fez tudo o que esteve ao seualcance para cumprir a promessa feita aos dois.

= Não. = lan se levantou para tom+"la entre os #ra(os, e ela seaninhou ao tra' largo. = &oc- não tem de e'plicar nada a ninguém. = ua amo e não vou...

= )am#ém o amo.0oi como se as palavras sussurradas de encontro ao seu peito nu

tivessem o poder de lhe penetrar até o cora(ão. lan esperava ouvir aquelas palavras havia muito, muito tempo. Seu sonho aca#ava de se tornar realidade.

= ;elo menos restou algo de #om disso tudo = continuou Stace,erguendo o rosto para poder encar+"lo.=u o reencontrei.

= Ns nos reencontramos um ao outro. = epois de lhe acariciar orosto, ele a #ei*ou profunda e ternamente. = u não a#riria mão deste fimde semana por nada deste mundo.

= Nem eu. = la se afastou com delicadeza. = !cho melhor telefonar para /anie. para tia Aeraldine tam#ém. u lhes devo uma sériede e'plica(4es.

!o v-"la se apro'imar do criado"mudo onde estava o telefone, lantentou impedi"la.

= Não@)arde demais. Stace *+ tinha tirado o fone do gancho. , ao se sentar

na #eirada da cama, tirou tam#ém a agenda da #olsa. = Sei que anotei o nmero do hotel em que estão hospedados nas

8ahamas em algum lugar... = la prendeu o fone entre o ouvido e o om#roenquanto folheava algumas p+ginas. = ?nde foi que...

lan co#riu a agenda com a mão espalmada. = ;or que fez isso6 = Stace arregalou os olhos.roga, não era para acontecer assim. la o amava. le a amava. Não

podia dei'ar que outros a magoassem por causa de uma situa(ão que elemesmo criara. Stace não merecia aquilo.

= Não fa(a isso. = ! voz dele era fria, hesitante. = Não telefone para ninguém.

= ;or que não6 = la não escondia a surpresa. = ?ra, mas é preciso que...

PD



?uviu o fone ser devolvido 1 #ase no criado"mudo, ouviu as malassendo fechadas. Sentia a presen(a de Stace, o calor dela, sua respira(ãoalterada... ;or um #reve momento, teve a impressão de que ela erguia amão para alcan(+"lo.

= !deus = Stace murmurou.? pr'imo ruído que lan ouviu foi a porta se fechar 1s costas dela.ntão se sentiu sozinho, sozinho como nunca estivera. )inha perdidoStace. )inham se perdido um do outro.

PK



Capítulo IV

0alei com tia Aeraldine ho*e de manhã. ! voz de /anie despertou

Stace da sua melanclica contempla(ão, e s então ela tirou os olhos da'ícara de cappuccino a sua frente. ra #om ter a companhia da primanaquele lanche r+pido na cafeteria que am#as costumavam frequentar, em;hoeni'.

/anie se apro'imara da mesa, na +rea e'terna do esta#elecimento,toda decorada em vermelho e #ranco para as festas de fim de ano, acenandocom um grande envelope pardo numa das mãos, uma caneca de café comleite na outra, duas sacolas penduradas no #ra(o e o seu infalível sorriso decrian(a travessa no rosto agora #ronzeado pelo sol do Cari#e.

Crian(a travessa. ssa era a nica maneira de descrever a es"pevitadae mida /anie, com seus ca#elos pretos #em curtinhos, seus vivazes olhosverdes e seu gosto por vestidos alegres. !ntes de se sentar, ela largou so#reuma cadeira a #olsa e as duas sacolas que, na certa, estavam repletas de

presentes de Natal. epois, ainda com a caneca de café com leite na mão,acomodou"se numa cadeira em frente 1 cadeira de Stace.

= &oc- falou mesmo com ela6 = perguntou Stace, num des7nimos. = o que tia Aeraldine lhe disse6 la *+ rece#eu o seu cartão com osagradecimentos pela lua"de"mel no !tmosphere6

Com medo de que tia Aeraldine pudesse ter feito alguma men(ão 1

farsa que se desenrolara no requintado hotel, s faltou ela prender arespira(ão enquanto esperava pela resposta da prima. /+ fazia quase umasemana que havia retornado de %as &egas. fazia um dia e meio que /anievoltara de sua lua"de"mel de verdade nas 8ahamas.

!queles estavam sendo os cinco dias mais longos da vida de Stace. = )ia Aeraldine disse que estava feliz da vida por 9ichard e eu

termos nos divertido tanto num s fim de semana. = /anie deu uma piscadela, depois tirou do envelope que trou'era na mão uma série dereluzentes fotografias. ntregou"as a Stace, comentando< = Como voc- *+

deve ter adivinhado, são as fotos da minha viagem de lua"de"mel. 0ui #usc+"las quando vinha para c+.

Stace sorriu para ela e ps"se a admirar as fotografias. 3masucessão de #elas imagens de /anie e 9ichard, evidentemente felizes eapai'onados como nunca, escorregava por entre seus dedos< rom7nticosinstant7neos do casal na praia, no hotel onde se hospedaram, a #ordo de umsaveiro em pleno mar... 3ma pontinha de inve*a lhe alfinetou o cora(ão.Como gostaria que fossem ela e lan naquelas fotos...

!fastando essa idéia triste, Stace perguntou<

= 0oi s isso o que ela disse6 Nada mais6

PM



= )ia Aeraldine6 !h, ela disse outras coisas, sim. Bas não precisase preocupar, pois o nosso segredo est+ #em guardadinho. = /anie deu umlongo gole no seu café com leite, depois dei'ou que uma e'pressãoconsternada lhe turvasse os olhos sempre alertas. = esculpe"me por t-"la

colocado numa situa(ão tão constrangedora, Stace. Bas eu estavadesesperada e não consegui en'ergar outra solu(ão. Se não fosse o... = Não pense mais nisso, sim6 !final de contas, tudo correu #em. ?u

mais ou menos #em, o que...e repente, ela se deu conta de que não conseguia mais falar. ;ara

seu prprio espanto e vergonha, simplesmente desatou a chorar. ,tremendo muito, perce#eu tam#ém que, por mais que tentasse, não eracapaz de conter as l+grimas. Isso a fez chorar ainda mais.

/anie foi se sentar ao lado dela. ;assando o #ra(o ao redor dos seusom#ros, disse com uma calma que estava longe de sentir<

= !h, querida, o que foi6 ;or que voc- est+ assim6 Não quer mecontar o que aconteceu6

Stace apoiou"se nela, dando gra(as aos céus pelos culos escurosque lhe escondiam as l+grimas. ra #vio que as pessoas ali na cafeteriatinham reparado no seu destempero, mas pelo menos aqueles que passavam

pela cal(ada não iriam notar que ela chorava. !inda assim, a constata(ão deque dava um ve'ame em p#lico a fez solu(ar outra vez.

?h, eus, o que se passava com ela6 )odo esse descontrole não erado seu feitio.

ntregando"lhe um guardanapo de papel, /anie resolveu usar um tommais incisivo<

= &amos, Stace, se acalme, sim6 n'ugue as l+grimas e me conte oque est+ acontecendo.

= u... u... = la passou o guardanapo pelo rosto, mas não sa#iacomo come(ar.

= lan, não é6/anie a conhecia #em até demais. )irando os culos escuros, Stace

en'ugou os olhos com outro guardanapo de papel enquanto #alan(ava a

ca#e(a num gesto afirmativo. = !quele miser+vel@ u sa#ia@ = /anie deu um tapa na mesa,

depois afastou uma mecha de ca#elos do rosto de Stace. = !h, eu deviatorcer o pesco(o dele@... ?u voc- prefere que eu o reduza a picadinho6

! comovente lealdade da prima levou um sorriso tí#io aos l+#ios deStace. Num grande esfor(o para não afundar nos prprios pro#lemas, elarecolheu as fotografias tiradas nas 8ahamas e guardou"as de volta noenvelope antes que mais um tapa de /anie na mesa fizesse respingar café ecappuccino so#re elas. epois respirou fundo, engoliu um ltimo solu(o e

fez que não com a ca#e(a.

PP



= st+ #em, reconhe(o que picadinho é um pouco de e'agero. """""/anie deu uma piscadela. = Bas o que acha de eu tentar arruin+"lofinanceiramente6 ?u humilh+"lo em pra(a p#lica6 ?u acus+"lo desonega(ão fiscal6 le vai levar mais de ano para provar que é inocente...

lan merece o pior castigo do mundo por fazer voc- sofrer, Stace. sme dizer que tipo de vingan(a voc- quer, e eu vou tratar de concretiz+"la.!ntes que pudesse afast+"las, ela se viu invadida por recorda(4es do

seu fim de semana com lan em %as &egas e dos momentos passados nos #ra(os dele. !h, tudo parecia tão perfeito... )ão maravilhosamente perfeito...

= le é tudo o que quero = dei'ou escapar num sopro de voz. = u s queria... lan de volta.

5uando se deu conta, *+ estava contando toda a histria para /anie,até mesmo o momento em que lan lhe confessara ter sido ele orespons+vel pelas surpresinhas de lua"de"mel.

/anie prestou imensa aten(ão ao caso. !ps um ltimo gole nasegunda caneca de café com leite, que chegara 1 mesa salpicada dechocolate granulado vermelho e verde, estreitou os olhos para argumentar<

= Bas houve momentos em que ele dei'ou de #ancar o mandão,não houve6 5uer dizer, lan parece ter se empenhado em dei'ar que voc-conduzisse a tal farsa 1 sua maneira, não foi6

= Sim, mas... = ;ense #em, Stace< as surpresinhas foram apenas uma maneira

que ele encontrou de tentar agrad+"la e fazer com que voc-s doisaproveitassem melhor o fim de semana. u aposto que, se voc- serecusasse a ir ao shoH"*antar, ao minicampo de golfe ou a qualquer outroevento, lan teria respeitado a sua vontade. le não quis o#rig+"la a nada,apenas quis usar de tudo o que estivesse 1s suas mãos para tentar reconquist+"la. Isso é humano. Isso é... amor.

= 8em... e qualquer modo, lan s me contou a verdade porque pensou que eu fosse revelar a farsa a todos os envolvidos, e isso faria comos meus familiares me odiassem por...

= 'ato. lan não precisava ter lhe confessado os seusFpecadinhosF. le s fez isso a fim de proteg-"la da confusão que voc-estava prestes a arrumar com todo mundo.

= Isso não faz sentido@ ;or que ele... = ;orque ele a ama, Stace, e s voc- não v- isso. !té quando ser+

assim6la sentiu"se atingida por um raio. /+ tinha pensado nisso, sim, mas...

?h, /anie tinha razão< lan podia se preservar naquela histria toda edei'ar que ela arcasse sozinha com as consequ-ncias de uma revela(ão

inoportuna e sem a menor relev7nciaG no entanto, preferira pre*udicar a si

PQ



mesmo a fim de impedir que ela se e'pusesse 1 recrimina(ão dos parentes.;orque sa#ia a import7ncia que ela dava 1 sua família. ;orque... a amava.

Stace ergueu"se de modo impetuoso, anunciando< =;reciso parar de estragar a minha vida. ;reciso ir ao encontro dele.

= Sente"se novamente, priminha. = /anie deu um sorriso maroto. = u tenho um plano. Stace era s ouvidos.Bas que droga. ? ltimo lugar do mundo em que gostaria de estar,

principalmente na véspera de Natal, era o !tmosphere $otel.)orcendo o nariz, lan desligou o motor do *ipe diante da marquise

toda iluminada e olhou para a entrada do esta#elecimento com aempolga(ão de quem chegasse ao dentista com uma inflama(ão no canal donervo.

9ichard lhe dissera que alguma coisa dera errado com o cartão decrédito de tia Aeraldine, e agora a administra(ão do hotel e'igia o

pagamento da estada na suíte nupcial em dinheiro. epois da gastan(a nas8ahamas, os dois cart4es dos ;ar>er estavam com o limite de créditoultrapassado em v+rios dígitosG assim, 9ichard não tivera outra op(ão senãorecorrer 1 a*uda do melhor amigo.

;agamento em dinheiro, era essa a e'ig-ncia do !tmosphere. !té odia de ho*e, ou as coisas iriam se complicar ainda mais.

lan nem teve o que pensar< era #vio que iria a*udar os amigos etia Aeraldine a solucionar aquele contratempo. !final, tam#ém haviadesfrutado da estada no !tmosphere.

epois de entregar as chaves do seu carro ao mano#rista, ele tentounão pensar em Stace enquanto cruzava o saguão do hotel. Bas eraimpossível. ?s c7nticos natalinos que funcionavam como msica am#iente,a suntuosa decora(ão preparada para a ocasião, tudo ali o fazia lem#rar"sedela. ;assar *unto ao cassino #arulhento tam#ém trazia 1 #aila uma série demomentos que ele não queria relem#rar.

ra como se sentisse Stace perto de si. ;arecia sentir o perfumedela. )inha a impressão de v-"la arremessando o travesseiro na suadire(ão...

0ora ali que ela tinha dito que o amava.roga, mil vezes droga. )omado por uma imensa e dolorosa

sensa(ão de perda, lan foi até o #alcão de recep(ão e tirou a carteira do #olso.

= stou aqui para pagar a estada na suíte nupcial no fim de semana passado. Be disseram que o pagamento tinha de ser feito em dinheiro.

= ! suíte nupcial, senhor6 = ! mesma loira recém"casada dasemana anterior o atendeu. ? sorriso dela parecia ainda maior.

= 'ato. 5uanto...

QR



= !h, é voc-@ = ela quase gritou. = ! pessoa com quem deve falar a esse respeito est+ logo ali.=! recepcionista então apontou uma +rea 1entrada do cassino.

5ue maravilha. ! +rea onde ficavam as m+quinas ca(a"níqueis. ?

local onde ele e Stace tinham se a#ra(ado como dois malucos aoconseguir o pr-mio. = 5uem é essa pessoa6 = lan perguntou. = Como vou sa#er

qual... = !h, voc- vai sa#er que é ela assim que a vir@ = ! mo(a lhe deu

uma piscadela.3ma piscadela6Concluindo que devia estar imaginando coisas, lan guardou a

carteira de volta ao #olso e, com um mu'o'o, encaminhou"se para ocassino. ;or que as pessoas não entendiam que ele não queria rever oslugares onde estivera na companhia de Stace6 5uem seria o encarregado

pela organiza(ão dos servi(os daquele hotel, droga68em, na certa tinha de procurar alguém usando o uniforme do

!tmosphere. ra isso, sim. depois #astava lhe entregar o dinheiro para,enfim, dei'ar as depend-ncias do hotel e... dar prosseguimento 1 suasolit+ria véspera de Natal.

!#rindo caminho entre as pessoas entretidas com suas apostas, ele seapro'imou da fileira de ca(a"níqueis que #em conhecia. 3ma grandefotografia que retratava ele e Stace a#ra(ados, seus rostos manchados de

protetor solar azul, indicava a m+quina na qual tinham o#tido o pr-mio.lan franziu a testa, desviando o olhar.;r'imo ao fim do corredor formado pelos equipamentos, viu"se

envolvido pela fragr7ncia de rosas. 3m aroma muito forte e adocicado,como se houvesse dezenas daquelas flores pelas imedia(4es. Seria o

perfume de alguma mulher que *ogava ali6 Bas então ela devia ter tomado #anho de perfume@

5uando se apro'imou das ltimas m+quinas, lan teve a impressãode que as pessoas se afastavam para lhe dar passagem. No instante

seguinte, entendeu por qu-< no final do corredor havia uma mulher segurando uma #ra(ada de rosas vermelhas.

Stace.? cora(ão pulou dentro do peito dele, depois desandou num ritmo

estonteante. lan então notou que ela ainda não o vira< olhava por cimado imenso #uqu- para a multidão que circulava naquela +rea do cassino,mordendo o l+#io enquanto se mantinha na ponta dos pés a fim de não

perder nada de vista.lan caminhou para ela com passos largos.

Stace finalmente o viu. No mesmo instante, um sorriso hesitanteiluminou o rosto dela.

Q



le sentiu que tam#ém sorria. ntão era isso@ ! histria de 9ichardnão passara de um prete'to para lev+"lo outra vez ao !tmosphere... !oencontro de Stace.

= &oc- veio = ela disse #ai'inho, antes de erguer o #uqu- de rosas

para lan num movimento meio tímido. = São para voc-. Sei que nãogosta muito de comemora(4es em p#lico, mas é que... 8em, estas florest-m um significado todo especial.

Nervosa como estava, Stace empurrou o #uqu- para ele de qualquer *eito.

= !i@ = Segurando as flores num dos #ra(os, lan levou 1 #oca odedo picado por um espinho. = !h... ?#rigado, são lindas.

= esculpe, sim6 = Sem sa#er o que fazer com as mãos, elacruzou"as diante do corpo. = stou um pouco apreensiva.

= &oc- sa#e que não precisa ficar assim. = le contornou"lhe orosto com a ponta do dedo como forma de resistir ao dese*o de tom+"la nos

#ra(os. = stou enganado, ou tudo isto significa que não houve nenhum pro#lema com o pagamento da estada na suíte nupcial6

= Não, não h+ pro#lema algum. = !inda #astante ru#orizada,Stace olhou"o no fundo dos olhos. = ;erdoe"me por ter usado essadesculpa para traz-"lo aqui, mas é que eu não sa#ia o que mais poderiafazer... u sinto muito, lan, sinto muito mesmo pelos mal"entendidosque me afastaram de voc-. Não compreendi que voc- queria me a*udar,mas agora isso est+ claro para mim. u... eu nunca devia ter ido em#ora.

= &amos consertar tudo isso, sim6 = le #ei*ou"lhe os l+#ios. = Não vamos nos afastar mais, nunca mais.

= Não... Nunca mais. = Stace aninhou"se *unto ao peito dele, provavelmente sem perce#er que lhe pisava um dos pés.

0eliz da vida, lan preferiu ignorar o desconforto a ter de afast+"lade si. !quela dorzinha iria passar... !ssim como todas as m+goas queam#os ainda pudessem ter em seus cora(4es. le prprio se encarregaria decurar todas essas feridas.

= u a amo. = Stace entrela(ou os dedos aos dele antes de lhe dar

um sorriso. = !mo"o muito, muito. = eu o amo mais do que tudo. = lan ps"se a caminhar,

levando"a pela mão em dire(ão 1 saída do cassino. = Bais do que tudo. = Não, sou eu quem a ama até o infinito. = ;ois o infinito para mim é pouco, e eu... = le parou de repente.

= Ser+ que a suíte nupcial est+ desocupada6 = Não est+, não. = Stace tirou da #olsa um cartão"chave. = u a

reservei para ns. = u não disse que voc- era a mulher perfeita para mim, Stace

!mes6

Q2



No hall, atr+s do saguão de entrada, ela se encarregou de apertar o #otão para chamar o elevador.

= Ns vamos su#ir agora, não vamos6 = quis se certificar. = ;ode estar certa que sim@ Bas, desta vez, vamos fazer tudo

direitinho. = ireitinho...6!ssim que o elevador chegou, lan lhe entregou o #uqu- de rosas

para poder peg+"la no colo. !ntes que as portas met+licas se . fechassem para lev+"los 1 co#ertura, ele e'plicou<

= esta vez voc- vai entrar na suíte nupcial nos meus #ra(os, comouma noiva de verdade.

Stace sorriu *unto aos l+#ios dele. 3ma noiva em pleno Natal6 laadorou a idéia.

Fim

Sabrina 1409 - Lua-De Mel - Lisa Plumley

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