Sacolas Plásticas, Industrialização e Saúde Ambiental
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PORTAL ALUNO 10 www.portaldoaluno10.blogspot.com
Thiago Rodrigo Alavarce
Anhanguera Educacional
[email protected] www.thiagorodrigoalavarce.blogspot.com
Com Colaboração de:
Wellington da Silva
Anhanguera Educacional
Mariana Paulcio da Silva
Anhanguera Educacional
Aline Cristina Pereira
Anhanguera Educacional
Jéssica Cézar
Anhanguera Educacional
Orientação de:
Lilian Pisano
Docente da Universidade Anhanguera Educacional de Bauru/SP
SACOLAS PLASTICAS, INDUSTRIALIZAÇÃO E SAÚDE AMBIENTAL
RESUMO
Frente a polêmica da proibição da disponibilização das sacolas plásticas por supermercados no estado de São Paulo, observa-se a análise critica da população, que se sente prejudicada e o interes-se institucional em busca do ISO 9000 e selo verde. A proibição repentina gerou na população abertura para uma discussão em massa sobre temas já esquecidos como sustentabilidade, recicla-gem, reutilização, renovação e proteção ambiental, temas estes antes não trabalhados espontaneamente na mente da massa po-pulacional, gerando uma conscientização indireta da população, que, se dividiu em opiniões diferente e discutindo se o cus-to/beneficio de novas formas de sacolas biodegradáveis que a-gridam menos o meio ambiente, gerando um “despertar” para a saúde do meio ambiente e seus reflexos na vida e saúde da popu-lação.
Palavras-Chave: Sacolas, Sustentabilidade, proibição, conscientização
ambiental.
ABSTRACT
Faced with the controversy ban the provision of plastic bags by supermarkets in the state of São Paulo, there is a critical analysis of the population who feel harmed and institutional interest in pursuit of ISO 9000 and Green Seal. The ban led to a sudden opening in the population en masse for a discussion on topics al-ready forgotten as sustainability, recycling, reuse, refurbishment and environmental protection, these issues had not previously worked spontaneously in the mind of the populace, creating an indirect awareness of the population, which divided and discuss-ing different opinions on whether the cost / benefit of new forms of biodegradable bags that attack unless the environment, gene-rating an awakening to the health of the environment and its ef-fects on life and health.
Keywords: Bags, Sustainability, prohibition, environmental awareness.
ÊXODO CONSULTORIA
Saúde Comunicação e Arte
www.exodoconsultoria.blogspot.com
PROMOV SAÚDE www.promovsaude.blogspot.com
Publicação: 13 de Junho de 2012
Sacolas Plásticas, Industrialização e Saúde Ambiental
Portal Aluno 10 Ano 2012
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1. INTRODUÇÃO
Educação ambiental se constitui numa forma abrangente de educação, que se propõe
atingir todos os cidadãos, através de um processo participativo permanente que pro-
cura incutir uma consciência crítica sobre a problemática ambiental. (RASC, 2008)
Deste modo compreende-se que a saúde ambiental esta diretamente ligada à
saúde humana, visto que esta se estabelece através do equilíbrio do ser humano com
seu meio físico, social e ambiental.
O descaso e a pouca participação da população em questões políticas ambien-
tais é evidente, principalmente partindo das ações próprias de descarte de lixo, eco-
nomia de recursos naturais tão discutidas atualmente.
A proibição da disponibilização de sacolas plásticas é questionada á muito
tempo, porem atualmente muitos vereadores de todo o Brasil tem lançado projetos de
lei que indicam a inviabilização das sacolas plásticas por se tratar de um produto bio-
degradável e diretamente agressor a natureza.
Segundo Vieira, 2009, ainda não há base científica para as resoluções e proje-
tos de lei lançados nos congressos, sendo estes oportunistas por abordarem um tema
desconhecido pela população, e ainda relata que a proibição mencionada pode gerar
aumento pela procura de sacos de lixos mais biodegradável, o que geraria lucro para
os fabricantes destes produtos.
O fato da toxidade das novas sacolas biodegradáveis através dos aditivos en-
zimáticos adicionados a sua composição para acelerar o processo de degradação, o que
em longo prazo, geraria mais danos a saúde da população, “Esses produtos não têm a
capacidade técnica de promover a degradação. Eles não alteram a molécula do plástico
e levam mais um componente à natureza, causando mais impacto ambiental”.
(NITSCHKE, 2009 apud VIEIRA, 2009)
O fato é que a proibição tocou diretamente a massa populacional, interferindo
no seu dia a dia e em seu espaço doméstico, isto despertou a necessidade de se discu-
tir uma questão antes não comentada por este público, a Saúde Ambiental.
Este despertar abre caminhos para ações educacionais de conscientização, vis-
to a tendência da população a uma abertura para a discussão do tema.
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2. DEFINIÇÕES E TERMINOLOGIAS
É necessário saber o significado de produto ecologicamente correto, visto a evidencia
de confusão no entendimento da população em relação as terminologias.
Os produtos Ecologicamente corretos são todos que, artesanal, manufaturado ou in-
dustrializado, de uso pessoal, alimentar, residencial, comercial, agrícola e industrial,
seja não poluente, não tóxico e completamente benéfico ao meio ambiente e à saúde
das pessoas, contribuindo para o desenvolvimento econômico e socialmente sustentá-
vel. (ARAÚJO, 2003).
O produto que não se decompõe totalmente ou com um tempo de decompo-
sição muito prolongado, tem como principal fator negativo a agressão a natureza a
partir de seus componentes químicos tóxicos ao meio ambiente e conseqüentemente a
nossa saúde por meio da contaminação da água, lençol freático, solo e alimentos neste
produzidos, estes produtos são denominados Degradantes, pois degradam o equilí-
brio natural do meio ambiente e afetam secundariamente nossa saúde. (RASC, 2008)
Uma substância só é considerada biodegradável se os microrganismos pre-
sentes no meio ambiente forem capazes de convertê-la em substâncias mais simples,
existentes naturalmente em nosso meio (SNYDER, 1995 apud VIANA, 2010).
3. BIODEGRADAÇÃO E RELEVANCIAS AMBIENTAIS
Conforme citado por Vieira (2009), em nenhum momento os alunos mencionam testes
próprios de laboratório sobre os plásticos degradáveis ou fazem referência a normas
internacionais sobre o assunto, o que torna o assunto empírico, sem base cientifica, a-
penas de caráter informativo.
No entanto, sabe-se que o plástico possui composição de difícil autodegrada-
ção quando expostos ao meio ambiente, que vão dês de 100 á 500 anos, estes variando
pelo tipo de plástico, concentração do material e meio exposto. (RASC, 2008)
Por tanto, as novas sacolas biodegradáveis não são tão ecológicas como se
julga a olhos nus, visto que seus plásticos possuem componentes químicos que fazem
a mesma, deteriorar-se em pouco tempo, porem seus componentes quimicos quebra-
dos e pequenas partículas continuam a degradar a natureza, gerando um desequilíbrio
no ph natural do ambiente e da biota natural do ambiente em questão.
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Viana (2010), diz que os plásticos utilizados no Brasil como biodegradável são
feitos de resinas plásticas tradicionais, por exemplo, o polietileno, que é misturada
com uma pequena quantidade de amido o que faz que em contato com a água o mes-
mo se desintegre em pequenos pedaços da resina, e o amido então biodegradava. Este
tipo de sacola plástica já provocou polemica nos Estados Unidos (EUA), onde esses
materiais foram bastante criticados, uma vez que a base plástica não biodegradava, só
desintegrava em pequenos pedaços, que não eram mais percebidos. A polemica che-
gou a solução trazida pela comissão de comércio federal dos EUA, que forçou os pro-
dutores a remover o apelo biodegradável desses produtos e eles, em sua maioria, fo-
ram retirados do mercado, embora ainda existam produtos aparentemente similares.
Existem outros tipos de plásticos biodegradável que, são um tipo de plástico
em que suas moléculas são laboratorialmente modificadas e integradas a partículas de
vegetais, ou reconstruídas a partir das mesmas considerando o potencial de celulose
destas, outro tipo de plástico biodegradável são os criados a partir de massa de amigo
de mandioca ou bagaço de frutas, estes são desenvolvidos e produzidos por cientistas
Brasileiros, outros mais citados em congressos e projetos de lei são os oxidegradáveis
que em sua composição permite a partir do contato permanente com o solo umedecido
a quebra de suas moléculas em cadeias de hidrocarboneto simples o que desintegra os
polímeros plásticos em polímeros base que ficam disponíveis como fontes de energia e
alimento a biota natural da terra. No entanto todas as opções citadas possuem como
contraponto, o auto custo de produção que chega a 400% do valor das atuais sacoli-
nhas derivadas do petróleo, e ainda alguns destes produtos, ao final, não alcançam a
versatilidade que as sacolas tradicionais visto que as biodegradáveis são mais rígidas e
menos flexíveis. (VIANA, 2010).
Citando o decreto de lei em seu artigo 4º da lei publicada em Guarulhos
VEIRA, (2009) considera a intenção da proibição das sacolinhas em questão é de cará-
ter, não só ambiental mas principalmente político, visto que o projeto tem a finalidade
de acabar com a utilização de sacolinhas plásticas de transporte de mercadorias, po-
rem continua permitindo que os demais tipos de sacos plásticos de frutas, verduras e
legumes fornecidos pelos estabelecimentos para pesagem e demais sacos de lixo in-
dustrializados continuem a ser utilizados com suas mesmas composições biodegra-
dantes.
“As donas de casa da cidade de Guarulhos vão aumentar a procura pelo
saco tamanho grande da seção de frutas. Depois de usados para o trans-
porte, eles vão desempenhar a mesma função que as sacolas ocupam hoje
(lixo de pia, banheiro, armazenamento de produtos etc).” (VIEIRA, 2009).
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4. RELEVANCIAS A SAÚDE E EDUCAÇÃO
Em pesquisa encomendada ao IBOPE a Plasvita de São Paulo perguntou a 602 mulhe-
res das classes B, C e D que são responsáveis por compras do lar e reutilizam sacolas
plásticas no seu dia a dia. A pesquisa teve como resultado as seguintes informações:
73% das donas de casa reutilizam a sacola plástica para colocar o lixo doméstico e 69%
consideram que o produto é o meio ideal para carregar as compras. Quando questio-
nadas sobre o que era um produto biodegradável e como este poderia se diferenciar
dos outros em relação ao meio ambiente, 65% disseram que não sabiam, 81% desco-
nhecem o conceito de plástico biodegradável, 84% das entrevistadas não sabem a dife-
rença entre produto biodegradável e degradável; e 60% responderam que a sacola bi-
odegradável vai contribuir para o aumento do lixo na cidade de Guarulhos. (IBOPE,
2009, apud VIEIRA, 2009).
Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida, empresa que enco-
mendou a pesquisa, comenta, “Existe muita informação incorreta e de cunho comer-
cial”. (VIEIRA, 2009).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em resumo, podemos concluir que este é um tema muito explorado pelos parlamenta-
res, que buscam a aprovação de projetos de lei que impeçam a disponibilização das sa-
colas plásticas tradicionais focando a proteção ao meio ambiente porem nada de fala
em educação para saúde junto a população. A necessidade de atos educacionais é evi-
dente quando abalizamos as respostas da pesquisa do IBOPE citada por Vieira (2009),
o fato de a população questionar o ato não garante que esta tenha conhecimento técni-
co científico para analisar e construir argumentos criteriosos que possam cobrar das
autoridades ações que realmente favoreçam sua saúde e meio ambiente.
Desta forma, fica evidente a ação política oportunista que busca critérios am-
bientais para justificar projetos de lei, ainda mal elaborados e que visão apenas a pro-
ibição, sem enfoque na educação para saúde ou na real solução para o problema am-
biental, visto que a proibição de um tipo de sacola induz a utilização de outras, tam-
bém biodegradantes.
Não se pode deixar de cita também, o CDC (Código de Defesa do Consumi-
dor) que embora ao esbarre de frente com a proibição da utilização de sacolas, garante
ao consumidor que este tenha meio portátil para transporte de sua mercadoria após a
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compra. E este direito sim esbarra nos custos com novas sacolas biodegradáveis que
em sua maioria, ou são ineficientes ou tem um custo muito elevado para os fabricantes
e mercados. Ficando os encargos a população que novamente tem seu direito garanti-
do pelo CDC que afirma que o prejuízo não pode ficar para o consumidor. (CDC,2012
apud RUSSOMANNO, 2012)
Sendo assim, conclui-se que os projetos de lei são validos sim, porem estes só
ganham caráter científico, social e ambiental quando associado a políticas educacionais
população, investimento cientifico e tecnológico na produção de sacolas verdadeira-
mente biodegradantes e principalmente analise cientifica dos impactos ambientais des-
tas ações de uma forma mais abrangente e holística.
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REFERÊNCIAS
RASC, Meio Ambiente: Material didático complementar, Bauru/SP, Março, 2008, p. 02.
VIEIRA, Luiz, 2009, Revista Reciclagem, Sacolinhas Plasticas: preocupação ambiental ou disputa por um mercado de R$ 450 milhoes?, p. 24-31, 2009
VIANA, Mauricio B. 2010; Sacolas plásticas: Aspectos controversos de seu uso e iniciativas legislativas. Bibliotaca Digital da Camara dos Depultados, http://bd.camara.gov.br, Acesso em: 29 março 2012.
ARAUJO, M. Produtos Ecológicos para uma Sociedade Sustentável. http://www.reciclaveis.com.br/noticia, Acesso em: 25março 2012.
RUSSOMANNO, Celso. Patrulha do Consumidor: Polemica das sacolinhas: Consumifor Lesado. 31. Disponível em:<http://rederecord.r7.com/video/celso-russomanno-vai-ao-supermercado-conferir-o-uso-das-sacolinhas-plasticas-4f34eb1692bbe8e218db1241/>. Acesso em: 23 maio 2012.